Revista Vida e Missão

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Corpus Christi

e a irreverência Eucarística contemporânea

Diocese de Campo Limpo Ano XXVIV - Edição 215 mai/jun de 2015


santa

Foto: Haroldo Sena

RITA rogai por n贸s!


Editorial Os meses de maio e junho são marcados por alguns momentos especiais para a nossa vida e para a vida da Igreja.

Índice Editorial..................................................................3 Índice.......................................................................3 A força Evangelizadora do Papa Francisco.......4

Primeiro, porque maio é o mês mariano, como também, o mês em que comemoramos o dia das mães.

O Sacrifício da Missa............................................6

Como é bom poder saber que Deus as escolheu para

Exercício Carismático...........................................7

dar continuidade a sua obra mais perfeita. O homem.

Uma resposta de amor.........................................9

Criado a sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1). A Igreja também é essa figura materna que ama, acolhe e afaga todos os seus filhos e filhas. E por falar em Igreja, junho é marcado pela Fes-

O desafio de ser mãe nos dias atuais................10 Dízimo como opção Pastoral............................11 Corpus Christi e a irreverência Eucarística contemporânea....................................................12

ta de Pentecostes, onde os discípulos junto com Maria

O Sacramento do Matrimônio e a vida a dois......14

recebem o Espírito Santo. Ali nasce a Igreja através da

A 53ª Assembleia Geral dos Bispos..................16

pregação e do testemunho dos apóstolos, porque vão e anunciam a Boa Nova de Cristo. Deus nos permita viver a cada dia um novo Pentecostes, do qual o Espírito Santo que recebemos no Batismo, possa ser infundido em nossa vida e faça de cada um de nós verdadeiras testemunhas do amor de Deus e do Evangelhos de Jesus. Boa leitura à todos!!!

Revista Vida de Missão

Conselho Editorial: Dom Luiz Antônio Guedes; Pe. Adilson Ulprist; Elizabeth A. P. Batista; Rosângela Benetão. Editor e jornalista responsável: Pe. Adilson Ulprist (Mtb 46046/SP)

Diagramação e capa: Carlos Henrique Teixeira Imagem de capa: pixshark.com A Revista Vida e Missão é uma publicação da Diocese de Campo Limpo - SP. As matérias publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a linha editorial desta revista. Rua Lira Paulista, 30 - Jd. Bom Refúgio - São Paulo - SP CEP 05788-320 - (11) 3584-9014 vidaemissao@diocesedecampolimpo.org.br

Igreja modelo de família....................................18 Na alegria responder "Sim" ao chamado de Cristo!.........................................................19 Uma rede social para os católicos.....................20 Entretenimento....................................................22


atualidade Da Redação

A força Evangelizadora do Papa Francisco

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m pequeno país localizado na América Central, entre o México e os Estados Unidos, que há anos é acompanhado de perto pelo resto do mundo por sua posição em relação aos americanos e a linha administrativa adotada por seu governante, vive agora uma nova realidade aproximando-se das demais nações, graças a uma importante intervenção; o Espírito Santo através da figura do Papa Francisco. Cuba, uma nação com pouco mais de 11,5 milhões de habitantes sendo a grande maioria católica, está se abrindo para o mundo através de pequenos detalhes que estão sendo reconhecidos pelos chefes de Estado e principalmente, pela população local. Autodenominado como sendo um Estado laico, o governo cubano manteve por vários anos a visão de que a Igreja Católica era “frente para

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a atividade política subversiva”. Em 1992, com a promulgação da nova Constituição, o país passou a se considerar ateu. Porém o catolicismo ainda é predominante em Cuba. São 11 dioceses, 56 ordens religiosas femininas e 24 ordens de sacerdotes. Em janeiro de 1998, o Papa João Paulo II fez uma visita histórica à ilha, a convite do governo cubano. Agora, um novo capítulo da relação entre Cuba e a Igreja foi escrito. No dia 10 de maio, o presidente cubano, Raúl Castro encontrou-se no Vaticano com o Papa Francisco. Após interceder junto ao governo americano para que reabra as transações comerciais com o Cuba, o Santo Padre recebeu o líder cubano para convencê-lo a adotar uma linha mais suave em relação aos católicos que vivem no país. Raúl Castro tem uma linha de pensamento diferente de seu irmão,

Fidel Castro que governou Cuba por 47 anos. Mais aberto às relações internacional, Raúl tem percorrido o mundo mostrando que seu país está pronto para o crescimento e precisa da ajuda das nações mais desenvolvidas neste sentido. Também encontrou no Papa Francisco um importante aliado, principalmente no que diz respeito à Evangelização. Após deixar o Vaticano, ele disse que “já havia comentado com meus assessores que tinha lido todos os discursos do Papa e se ele continuar assim, mais cedo ou mais tarde, vou começar a rezar novamente e volto para a Igreja Católica. Não digo isso em tom de brincadeira. Falo sério!" E está falando sério mesmo. Raúl Castro estudou em um colégio mantido por jesuítas e recebeu uma formação católica. O Papa Francisco também é jesuíta e essa proximidade


Gregorio Borgia/AP

fez com que o mandatário cubano compreendesse as verdadeiras intenções do Papa ao pedir que o povo que vive na ilha, tenha melhores condições de vida e possam expressar a sua fé sem perseguições. Em setembro deste ano, o Papa Francisco fará uma visita apostólica aos Estados Unidos onde fará um discurso no Congresso Americano. Antes, porém, passará por Cuba. Ele será o terceiro Pontífice a estar no país, depois de João Paulo II em 1998 e Bento XVI em 2012. Raúl Castro afirmou que estará entre a multidão que irá ver o Papa. “Eu prometo ir a todas as suas missas e com satisfação. Deixei a reunião impressionado, muito impressionado com o seu conhecimento, sua sabedoria, modéstia, e por todas as virtudes que nós sabemos que ele tem”, disse Castro. Nos primeiros dias do governo

de Fidel Castro, católicos e adeptos de outras religiões viram-se fortemente perseguidos. Os fiéis foram alvos de ações violentas do governo. Várias paróquias foram fechadas e confiscadas. Padres, bispos e ministros foram forçados ao exílio ou foram presos. Em 1992, a Constituição foi alterada para proibir a discriminação contra a religião, mas o Departamento de Estado dos EUA emitiu um relatório apontando que, ainda em 2014, o governo cubano restringia algumas atividades religiosas. Papa Francisco foi responsável em pelo menos um aspecto da mudança que está acontecendo em Cuba. Em dezembro, Raúl Castro agradeceu ao papa por seu envolvimento nos esforços para descongelar as relações diplomáticas com os Estados Unidos. O Vaticano e o governo canadense teriam sido facilitadores nas negociações, que

começaram em junho de 2013. “Eu quero agradecer e reconhecer o apoio do Vaticano e especialmente do Papa Francisco para a melhoria das relações entre Cuba e os Estados Unidos”, disse Raúl Castro. Castro deu ao papa uma medalha comemorativa da Catedral de Havana da Virgem Maria da Imaculada Conceição, juntamente com uma pintura de um artista cubano que mostra um migrante orando a uma cruz feita de barcaças destruídas, uma declaração sobre a situação dos migrantes e dos refugiados em todo o mundo. A Santa Sé deu ao presidente cubano um medalhão que descreve St. Martin de Tours, padroeiro de pedintes, encobrindo o pobre, juntamente com uma cópia de “Evangelii Gaudium,” 2013 exortação apostólica do Papa que tem sido aclamada como a “Carta Magna da reforma da Igreja.” 5


espiritualidade

O Sacrifício da Missa

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Missa é a renovação do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das aparências de pão e 1 de vinho . Esta definição, tão clássica, traz consigo, sem dúvida, alguns questionamentos. Um deles: se o sacrifício de Jesus já foi tão doloroso e cruel, qual o sentido de voltar a renová-lo? Para responder a esta questão e assim aprofundar mais no sentido da Missa, ocuparemos mais de um artigo neste espaço de Vida e Missão. Consideremos agora como a palavra sacrifício, ao contrário do que se pensa, é bastante positiva e está presente na vida humana como forma de estabelecer laços, fortalecê-los e gerar estabilidade nos relacionamentos. Trata-se de uma palavra composta: sacrum facere, ou seja, tornar sagrado. Algo de divino acontece quando eu manifesto minha disposição de sacrificar-me por alguém, especialmente para demonstrar amor, arrependimento, agradecimento ou que sou merecedor de novos favores. Estes são, por assim dizer, os quatro fins do sacrifício no relacionamento humano. Primeiro, o amor. Dizia S. Josemaria: “Se a palavra amor sai muitas vezes da boca, em estar escorada em pequenos sacrifícios, chega a cansar”2. Lembro-me de um rapaz que morava longe da namorada e, quando ia sair para vê-la, conforme o combinado, descobriu que não teria carro disponível. Então, ligou-lhe e iniciou a conversa: “Oi, bem! Hoje foi espetacular: o futebol, a cerveja, os amigos, a lasanha da minha mãe... Mas o fato é que fiquei sem carro e só de pensar em pegar dois ônibus, mais um metrô para ir te ver, fiquei desanimado. A gente se vê na próxima semana, tudo bem...? Te amo!” Será que alguém recriminaria a menina por ter-lhe dito: “Se você não é capaz de fazer este sacrifício por mim, por nós, não poderei construir nada com você. Ficamos assim: nem na semana que vem, nem nunca mais”? De fato, se não há sacrifício, não há amor... Segundo, o arrependimento. Pensemos nas crianças, simples e espontâneas. Quando aprontam algo e deixam a mãe triste, ficam desnorteadas e tentam consertar 1 Cf. Resumo do Primeiro Catecismo, 20ª Ed., Petrópolis, 1984, n. 139. 2 Escrivá, J., Sulco, Ed. Quadrante, São Paulo, n. 979.

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Imagem: Divulgação

Pe. Carlos Eduardo Olivieri Prelazia do Opus Dei

as coisas: mãe deixa que eu vou lá comprar (quando em outras circunstâncias diria que é sempre ela, e que a mãe peça para o irmão etc.); deixa que eu enxugo essa louça... A mãe, conhecedora dos sentimentos do filho, decodifica aqueles sinais e se enternece, porque vê nesses sacrifícios a manifestação de que está arrependido por lhe ter deixado chateada. Terceiro, o agradecimento. Basta prestar atenção no modo como manifestamos nossa gratidão: “Obrigado! Muito obrigado”. O que significa dizer: “sinto-me obrigado a retribuir este favor que você me fez etc.. Pode contar comigo, custe o que custar!” Não é só boa educação, mas o sentimento de quem reconhece aquilo que fizeram por ele e não é insensível ao apelo de retribuição que este fato lhe lança. Por fim, demonstrar-se merecedor de novos benefícios. Também aqui apelamos para a criança que, mesmo sem ter aprontado nada, para conseguir fazer um programa, ou ganhar um jogo novo etc., se oferece para fazer coisas que em situações normais não faria: “deixe que eu limpo, que eu arrumo, que eu vou comprar...” Nesse caso a mãe desconfia e pergunta: “O que é que você está querendo?” Ao que a filha responde: “Que é isso mãe? Estou fazendo prá ajudar mesmo... Mas já que tocou no assunto, eu queria pedir algo, sim...” E vem o pedido, provavelmente atendido, porque o coração da mãe já tinha ficado inclinado a corresponder no mesmo momento em que fez a pergunta... Assim, de modo misterioso, mas real, o sacrifício está presente no relacionamento entre nós como uma exigência da nossa própria natureza humana. Não há relacionamento interpessoal (familiar, profissional, social) sólido e duradouro se não estiver presente a disposição de cada uma das partes a sacrificar-se pela outra de modo habitual. O sacrifício, de fato, faz com que experimentemos algo de divino e transmite-nos sempre a segurança de que há amor, arrependimento, gratidão e méritos acumulados para novos favores. Sacrum facere. Tornar sagrado. Algo bem positivo. Até a próxima edição!


gerando comunhão Eliete Gomes

Exercício Carismático

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o mundo contemporâneo há uma luta quase que constante para que o vazio não tome conta de nosso interior e, de tal receio, nasceu no ser humano uma preocupação com suas agendas. Frequentemente, as horas vagas vão ficando escassas e a falta de tempo gera um desconforto em nosso próprio comportamento. Assim, a escassez do tempo gerou outro descompasso: a falta de perspectiva quanto ao desenvolvimento das próprias aptidões e competências. Não podemos negar que esse tal vazio que o ser humano teme é também algo inserido no meio religioso. A depressão, o medo e a ilusão dos compromissos também entram pelas portas da Igreja e o movimento que se faz para que esses sentimentos não encontrem

espaço, corre o risco de estar na contramão do nosso mais precioso bem, que é a experiência da fé na vida cristã. Nesse sentido, o desencontro entre o amor e a falta de identificação com o trabalho desenvolvido gera uma falta de sintonia entre o que sente e faz, mutilando as motivações humanas. Identificar quais são as reais aptidões de um colaborador deve ser o papel principal dos que gerenciam uma empresa ou mesmo uma paróquia. Pois, o fato de estar no ambiente religioso, não é sinônimo de que a pessoa tenha encontrado seu verdadeiro talento ou mesmo esteja desenvolvendo o seu carisma, tornando indispensável à sua motivação profissional. O principal objetivo do desenvolvimento dos talentos profissionais é encontrar pessoas harmoniosas e felizes nas

Imagem: mariaportas.com

Adote posturas motivadoras que ajudem seus colaboradores desenvolverem seus talentos

funções que desempenharão. Logo, para encontrar as aptidões de uma pessoa é preciso primeiro descobrir aquela pessoa, colocar sobre ela um olhar cuidadoso e demorado para perceber o que ela desempenha com mais alegria, além de fazer com que ela se torne consciente de quem realmente ela é e a importância do que está fazendo. Com diálogo e observações pontuais sobre a pessoa, é possível construir um relacionamento cristão e, principalmente, com capacidade cristã. E isso é um dos pontos necessários para que as funções sejam desenvolvidas dentro do amor que o Cristo nos aconselhou como mandamento (Cf. Jo 13,34). Para a pessoa que passa a maior parte do tempo fazendo o que gosta e desenvolvendo suas aptidões, se torna natural desenvol-

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"O principal objetivo do desenvolvimento dos talentos profissionais é encontrar pessoas harmoniosas e felizes nas funções que desempenharão." 8

ver o que não gosta com mais cuidado. E fazer o que não gosta será uma oferta de sacrifício agradável a Deus (Cf. Rm 12,1). E sobre todo o desempenho, é caridade de um gestor encontrar o talento pessoal das pessoas que formam a sua equipe. É caridade também fazer com que o colaborador se encontre e seja feliz no que está desenvolvendo, no seu ambiente de trabalho. Pois assim, se sentirá capaz de mostrar o seu próprio valor e, consequentemente, valorizará o outro porque teve alguém que descobriu as suas habilidades. Só acolhe quem é acolhido. Desse modo, o próprio contexto da vida comunitária já menciona qual é o caminho a ser percorrido por quem estará à frente deles, para falar com o mesmo fervor do amor de Cristo. Desenvolver e capacitar uma pessoa é retirar do horizonte os muitos frutos da semente hoje plantada (Cf. Mt 13,23). Não é direito de ninguém desmotivar uma pessoa e desencantar o seu talento. Minar um talento é anestesiar o mistério da presença de Deus no coração do colaborador. Contudo, o amor de Cristo deve ser visto no carisma das paróquias, casas religiosas e nas diocesanas. Carisma esse que não pode ser diluído por atitudes que diz respeito ao mundo e não a Igreja. Devemos, portanto, ser responsáveis junto com o Senhor da vinha por nossos colaboradores, e desejosos para ouvir o Senhor dizer, quando pedir de volta os seus talentos: “Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor” (Cf. Mt 25,21). Fonte: Revista Paróquias & Casas Religiosas - nº 48 - maio/junho 2014 p.34

Imagem: huffingtonpost.com


catequese

Uma resposta de amor

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uase findando mais um bimestre, podemos mostrar um pouco dos frutos de nossa Catequese Diocesana. Iniciamos as atividades no mês de fevereiro com a Semana de Catequese, aprofundando a exortação apostólica do Papa Francisco Evangelii Gaudium. Partindo desse estudo a Coordenação de Catequese sentiu que era chegada a hora de promover um novo grande encontro com os catequistas, agora de forma um pouco mais específica. Convidamos então, todos aqueles que preparam os catequizandos para o Sacramento da Crisma, tanto os de jovens quanto os de adultos. Assim, desde o final do mês de fevereiro, essa coordenação iniciou os preparativos para esse encontro acontecer. Dentre as propostas sobre o que promover, ficaram, uma formação ou um momento de partilha. Após alguns encontros, sempre sob a luz do Espírito Santo, optou-se por um encontro onde os Catequistas pudessem externar suas experiências positivas e também suas angústias.

Imagens: Wagner Corrêa

Imagem: businessinsider.com

Sandra Maria de Morais e Wagner Guisi R. Corrêa

Finalmente, em 26 de abril, no Salão Nossa Senhora das Graças, ocorreu esse encontro. Com a presença de aproximadamente 130 catequistas, de todas as foranias e de diversas Paróquias de nossa Diocese. No formato de um programa de televisão, com descontração, música, muita oração, o tema “Fala Crisma” foi desenvolvido de forma que os catequistas presentes trocassem entre si, suas experiências. Como foi o chamado de cada um a esse Ministério. Como cada um entende o que é Catequese. Quais os desafios enfrentados no dia a dia em sua comunidade, entre outros. Uma coisa é certa. A messe é grande e os operários são poucos, todavia, esses poucos, são muito dedicados, abdicam muitas vezes de estarem com suas famílias para cumprirem o mandato de Jesus, assumidos pelo Batismo, numa ação profética de levar Sua Palavra a todos. Que Nossa Senhora, incomparável modelo de dedicação a Jesus, continue intercedendo por todos nós e em especial por todos os catequistas de nossa Diocese.

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Igreja em movimento Ângela Abdo

O desafio de ser mãe nos dias atuais S

e perguntarmos às mulheres o que gostariam de ganhar no Dia das Mães, a maioria responderia: ver os filhos felizes! Mas como obter este presente neste mundo de hoje que impacta a família? Muitas tem a ilusão que se tivessem mais dinheiro, poder ou uma rede de relacionamento melhor, realizariam esse sonho. Outras sabem que antes de pedir coisas materiais e sucesso humano, é preciso rezar pela salvação de seus filhos. E que alegria ao coração quando suas orações são atendidas, pois conseguem testemunhar a felicidade que só Deus pode dar. Um dos desafios atuais é o consumismo que leva as mães a trabalharem muito para comprar presentes para compensar sua ausência no convívio familiar. E muitas descobrem como este “ouro” é falso, pois quando passa a alegria inicial que o brinquedo traz, a solidão volta ao

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coração dos filhos. Eles, ao longo da vida, recordam não dos presentes, mas da atenção que receberam. Que tal, no lugar de dar presentes que a traça corrói, rezar com os filhos antes de dormir, pois o carinho recebido e o amor de Deus o tempo não destrói. É a qualidade do tempo, que reforça os laços familiares! Outro desafio é a crise de comunicação, as lacunas provocadas pelas gerações, pela mudança de época que coloca pais e filhos com visões diferentes sobre o mundo. As famílias estão vivendo uma crise de autoridade, uma grande dificuldade para colocar limites aos filhos. Mais uma dificuldade que impacta a felicidade de nossos filhos é a tecnologia que individualiza os espaços e aprisiona as pessoas em seus equipamentos, gerando um senti-

mento de solidão apesar de estarem rodeadas de pessoas. O amor é o caminho que a bíblia nos ensina para derrubar essa barreira e retirar filhos e mães da solidão a dois ou com mais pessoas. Na Bíblia, na Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo nos ensina a amar e, entre outras condições, chama atenção para sermos pacientes e generosos. Que a oração neste dia das Mães seja para que o Senhor possa dar sabedoria e trazer de volta o bem que a Palavra de Deus ensina: alicerçado no amor ao próximo, na beleza que está espelhada na imagem e semelhança com Jesus e na verdade que não se compra na loja, mas seguindo os passos da família de Nazaré, onde com carinho e simplicidade se deu um relacionamento entre mãe e filho.


dízimo

Enicéa Carvalho Coord. da Pastoral do Dízimo

Dízimo como opção Pastoral

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o participar da missa e ser o primeiro domingo, venho me alegrando com o empenho dos párocos em citar o dízimo que será consagrado na segunda semana. Se a equipe diocesana, instruiu os agentes de pastoral a convidar, falar brevemente sobre o tema, melhor ainda se o padre aceita fazê-lo. O objetivo da paróquia é ser 100% dizimista e para que ocorra, sempre há a necessidade de informar a comunidade do que é o dízimo e o porque de ser dizimista. Não podemos esquecer que a CNBB quer que tenhamos a unificação do tema e portanto a mesma informação e nossos padres podem nos ajudar. Quando ouço o padre se referir ao Novo Testamento, onde saímos do sistema de taxas e portanto consagrar seu dízimo, significa trazer ao templo o que seu coração permite, dá a comunidade o compromisso de membro batizado, com consciência de pertença a Igreja, em uma expressão viva da fé e de gratidão a Deus. Recebendo o Batismo estamos engajados na luta por um mundo novo, do qual Cristo é o fundamento, com a responsabilidade pela Igreja espiritual e pela Igreja material. Se somos um só corpo, constituído pelos batizados,

Cristo é a cabeça e é nossa tarefa participar da construção e da sustentação desse corpo, inclusive no que diz respeito às suas necessidades materiais. (Cf. 1Cor. 12.4- 27) A ninguém é concedido apenas rezar, mas rezar e agir. Como comunidade, somos todos membros dela, e membros ativos. A motivação que leva a uma opção pelo dízimo, não é financeira, mas pastoral. Vê no sistema uma autenticidade, com o objetivo de toda a pastoral, que é a implantação de comunidades de igreja e portanto o sistema do dízimo se impõe como muito mais verdadeiro. A evangelização se faz ao levar a Boa Nova de Jesus Cristo a toda criatura e na Palavra de Deus podemos compreender que é para Ele que vivemos, desde nossas descendências até a geração futura e contaremos a justiça d'Ele ao povo que vai nascer: Tudo o que o Senhor realizou! (Cf. Sl, 22. 31) Contribuir com o dízimo é uma atitude de amor que brota do coração de quem sabe ser grato para com Deus. Só o dízimo dado com sinceridade de coração e em espírito de fé agrada a Deus. 11


capa

Pe. Gian Paulo R. Ruzzi Adm. Paroquial da Paróquia Todos os Santos Corpus Christi e a irreverência Eucarística contemporânea

Corpus Christi e a irreverência Eucarística contemporânea

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o próximo dia 4 de junho a Igreja festejará Corpus Christi, solenidade móvel, daquelas que dependem da data da Páscoa. No caso, ocorre sempre na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade (que é celebrado no domingo depois de Pentecostes, que por sua vez é comemorado dez dias depois da Ascensão, que acontece quarenta dias depois da Páscoa). Os fatos históricos que levaram o papa Urbano IV a proclamar em 1264, através da bula Transituru do Mundo, a festa de Corpus Christi são bastante conhecidos pelos católicos: as visões de Santa Juliana de Liège e o milagre Eucarístico ocorrido durante a consagração na Santa Missa rezada pelo incrédulo Padre Pedro de Praga na cidade de Bolsena. Entretanto, o que talvez muitos não tenham ciência é do contex-

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to histórico que motivou o próprio Deus a suscitar os eventos extraordinários que moveram o coração do Papa reinante naquela época a proclamar a comemoração em honra do Preciosíssimo Corpo e Sangue de Cristo: a heresia dos cátaros ou albigenses. Estes perigosos hereges (pois perseguiam e matavam os católicos), assim como seus "descendentes distantes", os protestantes, negavam a presença real de Jesus na Eucaristia, que consideravam ser apenas um símbolo. Também acreditavam que a realidade material é maligna e por isso desprezavam os demais sacramentos, a hierarquia da Igreja e até as relações conjugais. Certamente o novo vigor que Corpus Christi deu à Igreja de Cristo também serviu para minimizar os danos da heresia protestante três séculos mais tarde, uma vez que talvez

o único elemento em comum que todos os protestantes têm é, em maior ou menor grau, a descrença no sacramento da Eucaristia. Podemos então afirmar que, no passado, a celebração do Corpo e Sangue do Senhor foi uma muralha contra os erros e irreverência a Jesus Eucarístico Passados tantos séculos, três concílios (Trento, Vaticano I e II), uma impactante reforma litúrgica e avanços significativos no diálogo ecumênico e inter-religioso, seria oportuno perguntarmo-nos como professamos e vivemos a fé e devoção Eucarística em nossas paróquias e comunidades. Em seu recente livro “A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja”, Dom Athanasius Schneider afirma categoricamente que os males da contemporaneidade, não apenas as polêmicas eclesiais, mas a decadência do cristianismo e o advento


Imagem: pixshark.com

do indiferentismo religioso e ateísmo são consequências diretas da falta de Temor a Deus, que é fruto da falta de reverência a Jesus presente nas espécies Eucarísticas. Sem fazermos, por hora, nenhum juízo de valores, quero dizer, sem julgarmos ainda se foi um progresso na compreensão da fé ou um relaxamento dela, vamos observar alguns fatos. Há alguns anos seria impensável um leigo, fosse ele atuante ou não, adentrar o santuário, ou presbitério, abrir o sacrário durante a celebração do Santo Sacrifício e tomar o cibório para levá-lo ao altar. Quem o fazia era o próprio sacerdote ou, se não me engano, também o diácono, paramentado com o véu umeral. Já, hoje em dia, por causa até da escassez de ministros ordenados, é muito raro participar de uma missa dominical para trezentas

pessoas ou mais que não conte com o auxílio dos ministros extraordinários da comunhão eucarística, que tomam a âmbula em suas mãos sem grandes cerimônias. Pensemos também, por exemplo, nos momentos da consagração e da comunhão durante as Santas Missas. Até bem pouco tempo atrás seria escandaloso alguém de pé ou sentado nesses momentos cumes da celebração, mesmo os mais idosos. Enquanto isso, ainda que as rubricas nos indiquem e o direito assegure a prática, é bastante comum sacerdotes e líderes comunitários chegarem a proibir estes atos externos de adoração. Enfim, poderíamos ainda falar do desconhecimento quase geral em como se dobrar uma simples alfaia, ou da polêmica da comunhão na mão ou na língua, ou o desuso das bandejas de comunhão, etc. Contu-

do a ideia não é criar disputas, mas suscitar a reflexão serena sobre como devemos oferecer a Deus, Nosso Senhor, um culto digno e simples, como exige o Rito Romano, e que Lhe seja agradável. Talvez agora, como antes, a solenidade de Corpus Christi, as pequenas procissões Eucarísticas, as Horas Santas, as Bênçãos do Santíssimo Sacramento, etc. nos ajudem novamente a encontrarmos o equilíbrio litúrgico que expresse, com a fidelidade de que somos capazes, nosso amor e adoração a Jesus, Deus vivo e verdadeiro, Pão Vivo que desceu do Céus, Nosso Senhor e Salvador, Hóstia Santa, verdadeiramente Homem e verdadeiramente Deus, Emanuel-Deus conosco em Corpo, Alma e Divindade. Vivamos todos com profundidade , alegria e piedade esta solenidade. 13


fé em questão Pe. Odair Eustáquio

Par. Maria Mãe dos Caminhantes

O Sacramento do Matrimônio e a vida a dois

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Sacramento do Matrimônio também é um dom de Deus para a Igreja e para o mundo. Em nossa diocese existe inúmeros trabalhos em favor dos casais e da família em geral. Destaca-se os Encontros de Casais com Cristo, a Preparação de Noivos, as atividades da Pastoral Familiar e, dentre elas, os encontros para casais em situação especial, tais como de segunda união. Mas como está a vida matrimonial de nossos casais? Segue uma breve provocação para maior reflexão e o resumo de uma recente e muito oportuna reflexão do Papa Francisco no sentido de viver melhor a dois. O fato é que o Matrimônio continua a sofrer cada vez mais ataques violentos na sociedade, desde as piadinhas maldosas de algumas pessoas até os programas televisivos que ignoram os efeitos positivos da estabilidade e durabilidade de um matrimônio na sociedade como um todo e o trata de forma pejorativa e até com deboche. É fato também

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que muitas vezes continuamos a falhar na educação de nossas crianças na catequese e de nossos noivos, na importante preparação que deve anteceder o matrimônio. É fato ainda, que muitas vezes cuidamos dos casais que vivem certinho dentro da Igreja e ainda não aproximamos dos casais que lutam por uma vida digna e tem grande desejo de participar da Igreja. Exemplo disso é que em quase todas as paróquias temos ECC somente com os casais que vivem certinho e, na maioria das comunidades, não oferecemos um trabalho intenso com os inúmeros casos especiais. Para aprofundar a reflexão, ainda proponho que analisemos os métodos que continuam sendo usados nas atividades e orientações em geral. Recentemente, atendi uma pessoa em situação muito difícil de separação e ouvi em meio a seus prantos, que os casais que estão à frente do ECC e outras atividades ligadas ao sacramento do Matrimônio em sua paroquia, sabendo da sua possível separação, foram visitá-la e a fez se sentir ameaçada e muito

pra baixo. Disseram que seus filhos poderiam vir a serem presos ou ter opção sexual diferente do normal por causa da separação. Seria essa a orientação correta? É isso que uma pessoa nesta situação precisa ouvir? Que imagem de Igreja transmitimos nesta hora? Não seria melhor, ouvir dela as razões para a separação ou sugerir que buscasse um sacerdote para que orientá-la? Há situações da vida de muitas pessoas em que elas só se sentem seguras para expressar diante da confiança oferecida por um sacerdote na confissão ou direção espiritual! Feitas estas reflexões, passo a indicar sugestões simples e muito oportunas apresentadas recentemente pelo Papa Francsico. Ao falar da vida matrimonial, afirmou que o segredo para a vida de um casal está em entender de que amor estamos falando e em usar três palavras mágicas na vida cotidiana. Sobre o amor, ele nos convida a não nos deixarmos vencer pela “cultura do provisório”, pois o amor que fundamenta uma família é um


Imagem: Divulgação

amor para sempre. E questiona: “O que entendemos por “amor”? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus.” E acrescentou: “O matrimônio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos”. Sobre as três palavras mágicas para fazer o casamento durar, o papa esclarece que o “para sempre” não é só questão de duração. “Um casamento não se realiza somente

se ele dura, sua qualidade também é importante. Estar juntos e saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos. Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante que tem regras que se podem resumir exatamente em três palavras: posso?, obrigado e desculpe”. Posso? é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. São Francisco dizia: "A cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor". E hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo violento e arrogante, faz falta muita cortesia. Obrigado: a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e aos dons de Deus diz-se obrigado. Não é uma palavra amável para usar com os estranhos, para ser educados. É preciso saber dizer "obrigado" para caminhar juntos. Desculpe: na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos.

Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: desculpe. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã. E conclui: “Existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, o matrimônio durará, seguirá em frente.” Terminando, quero dizer que a primeira parte da reflexão não tem objetivo de desmerecer o esforço e trabalho pastoral já realizado e sim, provocar um aprofundamento e consequentemente qualificar melhor nossa ação em favor do Matrimônio e da Família. No mais, que o amor seja uma construção firme e duradoura e que os casais possam dizer a cada: posso?, obrigado e desculpe. 15


especial

Pe. Rodrigo Antonio da Silva

A 53ª Assembleia Geral dos Bispos

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o mês de abril os bispos do Brasil se reuniram mais uma vez em Aparecida para a realização da 53ª Assembleia Geral da CNBB. Cerca de 400 prelados, entre cardeais, arcebispos, bispos eméritos e auxiliares, se reuniram entre os dias 15 a 24 para tratar de assuntos pastorais, espirituais e desafios eclesiais próprios da realidade brasileira. Em sua primeira edição, realizada no ano de 1953 em Belém (PA), a Assembleia contou com apenas 20 arcebispos do Brasil. Em 1967 a sua realização passou a ser anual, favorecendo o aumento do contato do episcopado brasileiro. Pelo quinto ano consecutivo a CNBB fez uso da estrutura que o Santuário Nacional de Aparecida oferece para a realização de grandes eventos: os bispos se hospedam no Hotel Rainha do Brasil e a Assembleia acontece

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no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, que é adaptado para comportar o formato da Assembleia. Todos os dias, pela manhã, os bispos se reúnem para rezar a Missa com a oração das Laudes no Santuário Nacional de Aparecida, favorecendo também o contato com os fiéis. A Assembleia é sempre um momento de encontro que reforça os laços fraternos dos bispos, além de ser momento de oração e partilha de experiências. Além disso, a Assembleia é marcada pelos diversos trabalhos que são desenvolvidos e reflexões realizadas sobre os desafios pastorais da Igreja no Brasil. Por ser um ano de eleições na Assembleia houve apenas um tema: as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil. Como auxílio para atualizar as Diretrizes Gerais houve uma análise da realidade eclesial do Brasil apre-

sentada pelo padre Joel Portela, cujo destaque indica que vivemos num tempo de questionamentos em todas as esferas, inclusive religiosa. A lógica da individualidade, onde soluções são buscadas apenas no nível particular, sem olhar para o todo, constitui mais um dos desafios atuais na evangelização. Em meio a tantas constatações negativas e perda de referências, há um ponto positivo: a pessoa do Papa Francisco e seu ministério irrompem como uma voz que cativa e aproxima mesmo os setores mais distantes da sociedade. As Diretrizes foram, portanto, atualizadas para servirem como referência na evangelização durante o quadriênio 2015-2019. Além dos elementos da realidade atual, foram incluídas as linhas de ação do Magistério do Papa Francisco, sobretudo expressas na Exortação Evangelii


Imagens: Arquidiocese de Curitiba'

Gaudium e no seu discurso aos bispos do CELAM. As Diretrizes aprovadas contém cinco linhas prioritárias de ação: missão, comunidades eclesiais, iniciação cristã, animação bíblica, serviço da caridade aos pobres. Durante a Assembleia houve a eleição para a nova presidência da CNBB, que acontece a cada 4 anos. Além da presidência, são eleitos os presidentes para as Comissões Episcopais Pastorais e, neste ano, os bispos que irão representar o Brasil no Sínodo para a Família, que deverá acontecer no mês de outubro em Roma. Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, foi eleito o novo presidente da CNBB, sucedendo o Arcebispo de Aparecida o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis. O vice-presidente eleito foi Dom Murilo Krieger, Arcebispo da Arquidiocese de Salvador e Primaz do Brasil.

Para o cargo de secretário geral não houve novidades: Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília, foi reeleito para mais um mandato junto à presidência. A nova presidência deverá atuar até 2019, quando estão previstas novas eleições. Diante da análise da realidade brasileira, os bispos emitiram uma nota, no dia 21 de abril, sobre o momento nacional. Os bispos chamam a atenção para a retomada do crescimento econômico sem o prejuízo para a população brasileira. Avaliam ainda que não se pode perder de vista "as conquistas no campo da democracia e não se deve retroceder diante do mal da corrupção que assola o país." Reforçam ainda o investimento na juventude e na família como solução eficaz para preservar os jovens de situações de violência e criminalidade. A juventude marcou presença

na Assembleia. Desde a noite do sábado (18) jovens de todo o Brasil estiveram reunidos em vigília de oração e encerrando com a Missa das 11 horas, juntamente com os bispos, para o lançamento do projeto Aparecida 300 anos. Os jovens terão papel fundamental neste projeto, participando de maneira missionária na condução da imagem de Nossa Senhora Aparecida por todo o Brasil, semelhante à maneira como aconteceu a preparação para a Jornada Mundial da Juventude em 2013. A Assembleia foi concluída com a posse da nova presidência e uma coletiva final de imprensa. Foram, portanto, dez dias de intenso trabalho e oração nos quais os bispos procuraram traçar novos passos na evangelização das dioceses brasileiras.

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Igreja

Dom Dadeus Grings Arcebispo Emérito de Porto Alegre - RS

Igreja modelo de família

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rimeiro, porque se trata de uma obra de Deus. De fato, o ser humano não foi criado por Deus como indivíduo, mas como casal. Criou-o homem e mulher, declarando não ser bom o homem viver só. Segundo, porque a família é fonte de graças e de vida. Está baseada num sacramento, sinal eficaz e permanente das graças divinas, não só para garantir sua unidade e indissolubilidade, mas também para proporcionar felicidade a seus membros e amparar a vida que nela se gera. Podemos resumir esta boa nova no amor. Envolve aconchego, carinho e convivência. Vem por isso definida como Igreja doméstica. S. João garante que quem ama conhece Deus, o que equivale a dizer que faz uma experiência de Deus e, consequentemente, tem junto de si, uma presença contínua para o amparo, o incentivo e a felicidade. Jesus prometeu que estará presente onde dois ou mais estiverem reunidos em seu nome. Por isso, antes de instaurarem sua convivência matrimonial, que se deseja estável e consistente, o casal cristão vai à Igreja para buscar esta presença inefável e carinhosa. A boa nova da família se concretiza no relacionamento familiar. O ser humano não é indivíduo, mas família. Retrata e concretiza quatro relações fundamentais, simbolizando o mistério da SS. Trindade: conjugal, paterna, filial e fraterna, concretizadas n pessoas queridas dos esposos, dos pais, dos filhos e dos irmãos. É neste acon-

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chego que a vida humana se desenvolve e realiza. Pessoa quer dizer relação. Quanto mais alguém se relaciona, mais pessoa é e, inversamente, quanto mais se fecha sobre si mesmo, mais indivíduo e menos pessoa se torna. A Igreja proclama a boa nova da família. O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consotio, garante que o futuro da humanidade passa pela família. Evidentemente trata-se do modelo da família que a Igreja propõe, baseada na Revelação divina. Por isso o Papa Bento XVI declara este modelo de família patrimônio da humanidade. Significa que deve se investir nela para preservá-la e promovê-la. A promoção da família envolve quatro atitudes básicas: Primeiro é preciso amá-la. É o que temos de mais precioso em nossa vida. Merece nosso tempo e dedicação. Segundo, o dever anunciar esta boa nova à humanidade como modo sublime de convivência e de realização humana. Terceiro, a preparação para ela, para que produza os devidos frutos de convivência e de fecundidade. Quarto, o amparo às famílias em crise, para que recuperem seu ideal original e voltem ao primeiro amor, realizem seu primeiro sonho em toda a sua profundidade e se relacionem de modo cada vez mais profundo e amoroso, no plano do amor conjugal, da paternidade responsável e da fraternidade acolhedora.

Foto: AFP

A Igreja tem um modelo próprio de família. Proclama-a como boa nova para a humanidade. E o faz por duas razões:


vocacional

Na alegria responder "Sim" ao chamado de Cristo!

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le nos amou primeiro e é o mesmo ontem, hoje e assim será sempre. N’Ele temos segurança para caminhar, luz para não nos perdermos no caminho, força para acreditar que é possível chegar ao fim da estrada. Jesus é o nosso melhor amigo, grande conselheiro, promotor da paz, é quem cura toda a dor, quem deve governar nossa vida, transformar nossa história, maneira de viver e de enxergar o mundo e as pessoas que nele habitam, pois, Ele é o Deus da provisão, que precisa ser levado aos quatro cantos da terra por todos nós, como Ele mesmo pediu que fôssemos: discípulos e missionários. Levando os seus ensinamentos a todo o seu povo. Deus aguarda uma resposta de todos nós, sobre o chamado que Ele nos faz. Muitas vezes se diz que vocação é o encontro de duas vontades: a divina “Deus” e a humana “nossa”, portanto, não importa a decisão, seja qual for que venhamos tomar, o Senhor nos apoiará. O Papa Francisco, nos convida a viver uma Igreja em saída, colocando em prática o apelo da Conferência de Aparecida/2007, de sermos verdadeiros Discípulos Missionários de Jesus Cristo. “O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude com Deus” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 272). Somos chamados a sair de nós mesmos, ir ao encontro dos que o Senhor nos prepa-

Imagem: ipaintiwrite.com

Seminarista José Nelson

rou para hoje, com a alegria de ter sido escolhido, chamado a evangelizar. Hoje levamos conosco a alegria de comunicar a esperança de Cristo, frente aos desafios que o mundo nos coloca, renovando pelo seu Espírito a face da terra, acendendo a chama do amor em todos os corações. A nossa missão a partir do mandato de Jesus é levar a alegria, o conforto através da fé, a todos os lares que o Senhor hoje nos envia, sendo verdadeiros discípulos. A dedicação aos pobres vivida pela Beata Madre Tereza de Calcutá, o legado de São Francisco de Assis, de amar mesmo aqueles que não nos amam, reconstruindo a Igreja não somente de pedras, mas também com o coração de cada ser humano, “filho de Deus”, que deve ser voltado aos ensinamentos de Jesus, fazendo sempre o bem, deve ser impulso para nossa resposta filial, a este Pai de amor, tornando concreto o desejo de um Deus: permanecer com o seu povo. Como Maria, hoje nós somos convidados a tornar possível essa explosão missionária, pedindo ao Espírito Santo de Deus, que restaure as nossas forças, dê-nos um novo ânimo para que continuemos firmes a obra do Senhor, e alegres por estarmos no meio dos seus. “No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão” (Beata Dulce dos Pobres).

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pascom

Luciano Antunes Batista Coord. Dioc. da PasCom

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Uma rede social para os católicos

om certeza você conhece uma rede social onde é possível compartilhar ideias, fotos, debater temas, criar comunidades de interesse entre outros aplicativos que se tornaram comuns no cotidiano de milhões de pessoas. Os católicos têm nesta ferramenta um importante aliado para difundir o Evangelho e levar a Palavra de Deus aos quatro cantos do planeta sem custo e ajudar a formar opiniões enriquecedoras e que fortaleçam a fé cristã. Porém, esta plataforma é subutilizada e, por receio de receber críticas – principalmente os jovens - deixam muitas vezes de exercer o seu papel de missionário da Palavra. E se uma rede social fundamentada nos princípios católicos, baseada na doutrina da Santa Igreja, mediada por católicos, administrada por pessoas engajadas e com participantes que dividem opiniões semelhantes, fosse criada? Pois esta rede já existe e é uma realidade! No último dia 2 de maio, o Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, lançou, aos pés do Cristo Redentor, o “Área Católica”, uma rede social voltada aos católicos e que já está ganhando o mundo. “A ideia do Área nasceu logo após a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro quando uma das empresas de tecnologia que apoiou o evento, apresentou

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a proposta a Dom Orani que, sendo um homem de comunicação, aprovou a ideia e pediu que o pessoal do blog “O Catequista” cuidasse do conteúdo”, explica padre Lício de Araújo Vale, assessor eclesiástico do Área Católica. Em apenas quatro dias a plataforma alcançou números surpreendentes. Mas de 5.800 pessoas se cadastraram sendo a grande maioria na faixa etária dos 18 aos 25 anos, 63,27% homens e 36,73% mulheres. Mesmo sem nenhuma propaganda ou divulgação realizada, o compartilhamento e engajamento das pessoas já rodou o mundo. O Brasil aparece em primeiro lugar com 5.761 pessoas cadastradas, seguido por Portugal com 21 cadastros. Espanha e Itália dividem o terceiro lugar com 13 cadastros e Estados Unidos 12. Angola e Moçambique somados registram 11 seguidores. No Japão existem dois cadastros. Turquia, Polônia, Canadá e Bolívia, 3 cadastros cada. Venezuela, Peru, Paraguai e Argentina, somados, garantem 6 cadastros. Padre Lício explica ainda que o Área Católica é uma oportunidade onde “podemos falar ao nosso público sem sermos patrulhados ideologicamente porque, com a mídia segmentada, você consegue expor suas ideias, expor suas doutrinas. Por exemplo, se no Facebook falamos que homoafetividade é pecado, lá vem os grupos


Imagem: Divulgação

nos chamando de homofóbicos ou se falamos que somos contra o aborto, aí você é chamado de conservador. A ideia do Área é muito boa porque, sendo segmentada, sendo para o público católico, nós vamos poder falar, discutir, formar e educar, sobretudo os jovens, que são os maiores usuários de redes sociais”. Para Dom Orani João Tempesta o Área Católica é uma ferramenta importante de Evangelização e quer ser “um grande espaço de convivência entre os católicos para que os seguidores da comunidade cristã tenham uma dinâmica interativa na rede e também de comunhão de fé”. A nova rede social já está no ar e pode ser acessada para a criação de perfis pessoais, encontrar e convidar amigos. A ferramenta também está aberta para a divulgação de eventos, inserção de posts através de fotos e vídeo além de haver a possibilidade de interação com outras redes sociais como o Facebook, Twitter e Google+. Além de ser voltado para o público católico, os desenvolvedores do projeto garantem que as postagens feitas na plataforma atingirão 100% dos seguidores que terão à disposição uma área especial que permitirá a construção de textos mais longos e complexos, como se fosse um blog dentro da rede social. “É interessante porque a rede social é usada, em

sua maioria, pelos jovens e a partir daí poderemos fazer um trabalho evangelizador muito maior de trazer de volta os jovens que usam as redes sociais para a experiência do amor primeiro com Jesus, da experiência, como diz o Papa Francisco, de uma Igreja misericordiosa, de uma Igreja que acolhe, de uma Igreja que quer ser jovem, de uma Igreja que sempre é chamada por Jesus a ser jovem, a se renovar, a ir para a missão”, explica padre Lício. O assessor eclesiástico finaliza afirmando que “Nós não temos o objetivo de competir com o Facebook, até porque, eu costumo dizer que o Facebook é para as redes o que a Globo é para a televisão; todo mundo vai nos outros canais, zapeia e volta para ver o que a Rede Globo está passando. Então, os usuários de Facebook não deixarão de usar o Facebook. Agora, nós ganhamos, e eu acho isso um acréscimo, um espaço, repito, para conhecer Jesus Cristo, conhecer a nossa doutrina, conhecer a experiência de Jesus e também nos defender a partir do legado da nossa tradição, defender aqueles pontos que nós acreditamos que seriam fundamentais para a vida e a dignidade humana”. Para acessar o Área Católica basta entrar no site: www.areacatolica.com e fazer o seu cadastro. 21


entretenimento

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PASSEIO – Kidzania Kidzania é uma “mini-cidade” onde se pode viver e “experimentar” a rotina de trabalho em lojas, restaurantes, cinemas e outras tantas profissões brincando. Inaugurada há poucos meses no Shopping Eldorado, o parque possui atrações para crianças de 4 a 14 anos. Os visitantes entram no ambiente como se estivessem desembarcando de um avião, recebem um passaporte e vão a uma agência bancária receber um valor na moeda local, o Kidzo. Lá é possível brincar, estudar, trabalhar e fazer compras. Há também uma sala especial para os pais que quiserem descansar enquanto os filhos brincam. Vale a pena passear com a família! Quando funciona? De segunda a sexta: 9h às 19h. Aos sábados, domingos e feriados: 9h às 14h e 15h às 20h Quanto custa? Crianças de 04 a 14: R$ 120,00; Adultos (de 14 a 59 anos): R$ 50,00; Adultos (acima de 60 anos): R$ 25,00. Onde fica? Shopping Eldorado (2º subsolo) - Av. Rebouças, 3.970 - São Paulo, SP Site: www.kidzania.com

CINEMA – Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros Sinopse: O famoso Jurassic Park finalmente é aberto para a visitação do público. Com isso, as pessoas podem assistir a shows acrobáticos com dinossauros e, inclusive, passear perto deles, uma vez que estão domesticados. No entanto, a equipe guiada pela cientista Dra. Claire (Bryce Dallas Howard) passa a fazer experiências genéticas com estas criaturas, criando novas espécies. Uma delas adquire inteligência bem mais alta e se torna uma grande ameaça para a humanidade. Estreia: 11/06/2015 Direção: Colin Trevorrow Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Ty Simpkins Gênero: Aventura, Ficção científica.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Luciano Batista

Pe. Renato G. Alves

PASSEIO – Parque da Mônica Quem não se lembra do Parque da Mônica, que ficava onde hoje está o Kidzania? Pois é, para quem pensa que ele acabou, está muito enganado. O novo Parque da Mônica está para ser reinaugurado em junho deste ano e será 50% maior que o anterior, contando com novas atrações. O parque terá uma área de 12 mil m² e capacidade para atender 3 mil pessoas. Entre as novas atrações estão a montanha-russa do Astronauta; as casas dos personagens (Monica, Magali, Cebolinha e Cascão); carrinhos de bate-bate do Louco; escalada do Piteco; castelo de príncipes e princesas; e outras. Vamos esperar!!! Previsão de inauguração: Junho/2015

Onde? Shopping SP Market – Av. das Nações Unidas, 22.450 – São Paulo, SP Quando? De terça a sexta: 10h30 às 16h30; aos sábados, domingos e feriados: 11h às 19h. Público: famílias com crianças de 4 a 14 anos. Estacionamento: no local (área externa do shopping).


Sagrado Coração de Jesus: Eu confio e espero em vós!

12 de junho: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus Participe em sua Paróquia


"E todos ficaram cheios do EspĂ­rito Santo"

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