Jornal Diocese em Ação | Edição 76

Morre padre Jaime, grande combatente das injustiças sociais

O religioso da Sociedade de São Patrício ficou famoso por suas grandes lutas contra as desigualdades sociais nas periferias do Embu das Artes e Jardim Ângela, extremo sul da capital paulista. PÁG. 06

13ª Vígilia Celebra Juventude reuniu quase 2 mil jovens

A edição de ‘Carnaval’ teve vocação e a santidade como temas principais, além de muita animação e o tradicional louvor. PÁG 07

Clero de Campo Limpo participa de Atualização Teológica anual

Clero Diocesano: Encontro anual em Aparecida tratou de sinodalidade, comunicação e conversão pastroral. PÁG 08

Março: 10 anos de pontificado do Papa Francisco Paraisópolis já tem núcleo de

Francisco tem levado a cabo uma verdadeira mudança estrutural na Igreja tendo em vista as necessidades atuais. PÁG 07

Serviço Vocacional

As duas paróquias instaladas dentro do Paraisópolis estão unidas neste projeto que já conta 12 membros na equipe. PÁG 05

Foto: Andrea Rodrigues

APOSTOLADO DA ORAÇÃO EM ROMARIA A PIRAPORA

Mais de 500 associados do Apostolado da Oração da Diocese de Campo Limpo participaram da tradicional Romaria ao Santuário Bom Jesus de Pirapora. PÁG. 05

Faleceu, aos 77 anos na Irlanda, o padre Jaime Crowe, sps, em decorrencia de um infarto. O sacerdote viveu mais de 50 anos no Brasil | Foto: Arquivo Diocesano

Foto: Pe. Rodrigo Antonio

` Assembleia da Sub-Região

Editorial

Tempo de conversão

Mais uma vez estamos vivendo o tempo forte da quaresma que nos levará à festa maior dos cristãos, o núcleo de toda a vida cristã: o Mistério Pascal. Quaresma não é tempo de autoflagelação sombria como muitos pensam. É tempo de treinamento para um embate mais corajoso e decidido sempre em favor da vida e para toda caminhada cristã. Somos convidados a ir com Jesus ao deserto para fazer um retiro e tomar decisões que direcionem nossa vida sempre no caminho do projeto Salvífico de Deus.

Diante do delicioso apelo pela busca do prestígio e da fama, é preciso reforçar nossa convicção e nosso empenho para que todos possam crescer juntos e tenham seu lugar ao sol; renunciar à busca exclusiva do sucesso individual para promover o desenvolvimento e realização de todos como filhos e filhas de Deus, no âmbito individual, mas também em comunidade.

Quaresma é tempo de fazer ou renovar as grandes opções que nos colocam em sintonia com o amor de Deus, sem culpa,

sem medo. É tempo de conversão, mas uma conversão que seja capaz de atingir o próximo, de ser constante e meta de vida.

Durante a quaresma, a Campanha da Fraternidade 2023 toca em uma realidade que, por vezes tão próxima, por nós é ignorada: a fome. A cada ano um tema bem concreto é proposto como apelo e exercício para a nossa conversão pessoal, da Igreja e social. Com tema “Fraternidade e fome” e lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), a campanha busca incentivar as comunidades a assumirem suas responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, a exemplo de Jesus. O que temos feito a respeito? Temos olhado esta realidade ao nosso redor? Temos nos preocupado com os números alarmantes da fome no Brasil ou mesmo em nossa cidade?

A Campanha da Fraternidade propõe o exercício de ver uma realidade sem máscaras e a partir de uma reflexão, que, baseada em fatos reais, nos convida a tomar atitudes. O que nos pede o Evangelho?

CEMs é assunto da 3ª Assembleia do Sub-Regional

Membros de pastorais, movimentos e novas comunidades da Diocese participaram da 3° Assembleia Ampliada das Equipes de Pastorais da Sub-Região São Paulo, Dom Valdir José de Castro esteve presente.

Na manhã do sábado (25/02), aconteceu na Cúria de Santo Amaro a 3ª Assembleia Ampliada das Equipes Pastorais da Sub-Região São Paulo. O encontro trouxe como principal assunto aprofundado ao longo de toda a manhã as Comunidades Eclesiais Missionárias.

O secretário do Sub-Regional São Paulo, Pe. Joaquim Camargo, da Diocese de Santo Amaro, acolheu os participantes com a oração inicial, estamdo ao seu lado, Dom José Negri, bispo da Diocese acolhedora do enconto.

O presidente do Sub-Regional São Paulo e bispo da Diocese de Osasco, Dom João Bosco, agradeceu a presença de todos e, antes de chamar o assessor do encontro, fez questão de apresentar o mais novo nomeado bispo-auxiliar para a Diocese de Santo Amaro, Monsenhor Marcelo Antônio da Silva.

Também na ocasião, apresentou os dois novos bispos membros do Sub-Regional São Paulo, Dom Valdir José de Castro, ssp, de Campo Limpo, e

Dom Algacir Munhak, cs, de São Miguel Paulista. Ambos participaram pela primeira vez da Assembleia Ampliada.

Da Diocese estiveram presentes 17 membros, de pastorais, movimentos, novas comunidades, padres e também, Dom Luiz Antônio Guedes, bispo emérito.

CEMs

Padre José Carlos Pereira, da Congregação Passionista, foi o assessor do encontro e abordou o tema “Comunidades Eclesiais Missionárias” – o que é e sua implantação, além de apresentar de maneira resumida o processo sino-

dal que a Igreja está vivenciando. Padre José, que é mestre em Ciência da Religião escreveu um manual de implantação, formação e atuação de líderes e demais participantes das CEMs (Comunidades Eclesiais Missionárias), que leva o nome do tema: Comunidades Eclesiais Missionárias.

Atualmente a grande e única prioridade da ação pastoral da Igreja no Brasil é a formação de pequenas comunidades cristãs missionárias, alicerce de todos os quatro pilares da Igreja vista como uma casa.

Para ajudar a compreender essa única prioridade, padre José utilizou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na Igreja (DGAE) que simplifica o processo usando imagens bastante conhecidas: casa e pilares. A prioridade é a casa, ou seja, as Comunidades Eclesiais Missionárias (CEM). Essa é uma reformulação desejada faz tempo. Para padre Jose: “As Comunidades Eclesiais Missionárias são espaços de escuta, espaço de diálogo e esse também é o grande objetivo da Igreja”.

Seminaristas em missão: Levar a Palavra e semear o Amor

Entre os dias 28 de janeiro e 04 de fevereiro, os seminaristas da Diocese de Campo Limpo realizaram uma missão evangelizadora no território paroquial da paróquia Sagrado Coração de Jesus, forania São Luiz.

Durante uma semana de missão, os jovens seminaristas foram acolhidos e hospedados pelos paroquianos, solícitos ao pedido do pároco, padre Rodolfo Camarotta. Para o padre Lidionor Sampaio, reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida, a missão tem sempre o objetivo de “animar o espírito missionário dos futuros padres”.

Os seminaristas, acompanhados do padre Rodolfo, que participou todos os dias bem de perto, e do reitor, visitaram casas levando a Palavra, desenvolveram trabalhos com jovens, crianças, famílias e organizaram momentos de formação com as pastorais e movimentos. Além disso, viveram momentos de adoração e Santa

Missa todos os dias. No encerramento da missão a Santa Missa foi presidida por Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, e concelebrada pelo reitor, padre Lidionor, e o vice-reitor, padre José Wilson de Souza.

Homilia Em sua homilia e se dirigindo mais especificamente aos seminaristas, falou sobre a responsabilidade do testemunho: “Não

basta anunciar a Palavra, é necessário que o anúncio seja acompanhado da responsabilidade do testemunho. Não basta um sermão bonito, é preciso que o anúncio seja daquilo que a gente acredita. A leitura de hoje começa falando de amor: perseverar no amor fraterno. Sentir e acolher o amor que está no irmão, na irmã na fé, que está ao meu lado.”

Pegando o gancho da Carta aos

Hebreus que nesta liturgia trazia a hospitalidade em seu texto, falou ao povo e aos seminaristas sobre hospitalidade: “Hospitalidade e amor fraterno, e eu creio que estes dias, foram dias de um verdadeiro exercício de hospitalidade, para vocês [seminaristas] que foram acolhidos, mas que também acolheram muitas pessoas através das partilhas, na troca de experiências nas famílias que os acolheram e fora delas, na comunidade e

entre vocês. E para vocês [comunidade] que experimentaram a hospitalidade acolhendo eles aqui nesta paróquia. No amor fraterno aprendemos a acolher com hospitalidade a todos”.

No encerramento de sua reflexão, fez questão de mais uma vez agradecer aos paroquianos e ao pároco, além pedir orações constantes pelos futuros padres.

Encerramento da Missão

O cansaço físico era aparente em todos os participantes da missão, mas a gratidão pela semana de incontáveis atividades também estava aparente, alguns seminaristas contaram para o Jornal Diocese em Ação o quanto foi gratificante participar.

“Muitas foram as realidades vistas. Em algumas ruas, de dez portas, sete se abriam, em outras ruas uma ou nenhuma, mas a cada acolhida a esperança era renovada. Muitas pessoas têm sim sede de Deus”, relata o seminarista Leandro Félix.

Seminaristas no encerramento da missão na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, São Luiz | Foto: Andrea Rodrigues

Dom João Bosco agradece a presença | Foto: Andrea Rodrigues

MENSAGEM DO PASTOR

Dom Valdir José de Castro, SSP Bispo Diocesano de Campo Limpo

FOME DE DEUS, FOME DE PÃO

Todos os anos a Quaresma nos oferece uma grande oportunidade para aprofundarmos o sentido de nossa vida cristã a partir da centralidade de nossa fé, isto é, à luz da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. São quarenta dias nos quais somos chamados a olhar mais fixamente para o Cristo crucificado-ressuscitado que, morrendo no Calvário, na doação total de sua vida a toda a humanidade, nos revela plenamente o amor de Deus. De fato, a vida entregue na Cruz é a marca da existência de quem amou até o fim (Cf. Jo 13,1). O tempo da Quaresma é oportuno para avaliarmos com que intensidade vivemos o amor testemunhado por Jesus. Certamente, observando a sua radicalidade e avaliando o nosso comportamento, damo-nos conta de como estamos longe do exemplo do Mestre. Então, vemos que, para estarmos unidos a Jesus, aqui e na eternidade, não nos resta outro caminho, senão o da conversão. Conversão significa “mudar de direção”, isto é, passar de um estilo de vida, marca-

do pelo pecado que corrói a vida pessoal e social, para sermos, em Jesus, criaturas novas, no amor.

Nessa perspectiva, o tempo da Quaresma, antes de tudo, deve levar-nos ao encontro com Jesus, que nos ensina a amar, a perdoar e nos chama a libertar-nos do egoísmo, do individualismo e de tudo o que causa divisão. Do coração de Jesus, aprendemos a viver como irmãos e irmãs, a sermos ternos e sensíveis, principalmente em relação aos que sofrem e clamam por uma vida digna. É neste horizonte que podemos entender a Campanha da Fraternidade que, a cada ano, durante a Quaresma, aponta situações concretas de pecado a serem transformadas, no espírito de amor e de serviço.

A Campanha da Fraternidade deste ano denuncia a trágica realidade da fome presente no mundo e, em particular, no Brasil. É triste constatar que o nosso país, um dos maiores produtores de alimentos do mundo e de maioria cristã, tem uma parte da população que vive o drama da fome. O lema

da Campanha da Fraternidade, que ressoa as palavras de Jesus a seus discípulos ”dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), convida-nos a olhar para esta realidade injusta, com os olhos d’Aquele que, segundo a passagem bíblica, não somente sentiu compaixão ao ver a multidão faminta, mas buscou solução.

O Papa Francisco, na sua mensagem por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade, afirmou que essa indicação dada por Jesus a seus apóstolos “é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome”. E completa: “Sabemos que indo ao encontro daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: ‘eu estava com fome, e me destes de comer... todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequeninos,

São Pio X realiza VIII Semana

Eucarística:

A paróquia São Pio X, forania Campo Limpo, realizou a VIII Semana Eucarística entre os dias 05 e 11 de fevereiro. A semana foi concluída com a missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Valdir José de Castro, ssp.

A adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento é dever de toda Igreja pública e na paróquia São Pio X, no intuito de rezar também por toda nossa Diocese, acontece de tempos em tempos uma semana dedicada à Adoração Eucarística.

A Semana Eucarística deixa os paroquianos mais próximos de Jesus, de forma particular na participação do Santo Sacrifício da Santa Missa e na Adoração e culto Eucarístico. Todos os anos a paróquia realiza quatro semanas eucarísticas. Neste início de 2023, entre os dias 05 a 11 de fevereiro, a VIII Semana Eucarística teve como tema: Foi por você!

Durante todos os dias e o dia todo, Jesus Eucarístico ficou exposto no altar e todos os dias houve a Santa Missa.

No sábado, 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes e dia dos enfermos, às

Foi por você!

que são meus irmãos, foi a mim que fizestes” (Mt 25,35.40).

Sabemos que na Diocese de Campo Limpo já existem iniciativas com o objetivo de levar alimento às famílias carentes de nossas paróquias e comunidades, ações que aliviam situações que foram agravadas em consequência da pandemia. Que esta preocupação seja também das autoridades civis que têm a responsabilidade de criar políticas públicas que ajudem a acabar definitivamente com esse flagelo!

Que possamos, à luz do coração de Jesus e motivados pela Campanha da Fraternidade, crescer ainda mais na sensibilidade para com aqueles que clamam pela fome de pão, numa sociedade que tem fome de Deus. De fato, onde há fome de pão, há falta de amor, de compaixão e de justiça; há ausência do espírito de fraternidade e de solidariedade... há falta de Deus! Um frutuoso caminho quaresmal!

São Luís Gonzada define prioridades para 2023

Um pouco mais de 60 irmãos, entre lideranças pastorais, movimentos e serviços da Paróquia São Luís Gonzaga, Forania Mirim Guaçu, estiveram no dia 04 de fevereiro no Salão da Igreja Matriz para a realização da Assembleia Paroquial de Pastoral no propósito de avaliar, planejar e celebrar a caminhada.

nidades, acolhendo, anunciando e testemunhando a alegria do Evangelho, por meio da formação de discípulos (as) missionários (as) de Jesus Cristo para uma significativa experiência de vida em Comunidades Eclesiais Missionárias (CEMs), comprometidas com a vivência dos valores do Reino de Deus, à luz da opção preferencial pelos pobres.

18 horas, a paróquia recebeu o bispo diocesano, Dom Valdir José de Castro, ssp, que celebrou a missa de encerramento da Semana Eucarística. Em sua homilia, liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum, Dom Valdir falou sobre a escolha pelo bem e como seguir as leis segundo os ensinamentos de Jesus: “Todos nós que estamos aqui optamos pelo caminho do bem, se escolhemos estar perto de Deus, estamos no caminho do bem”.

Ainda durante a celebração, o

bispo diocesano realizou a benção dos enfermos e deu a benção para todas as crianças presentes na missa, uma a uma, costume já tradicional na paróquia.

A comunidade paroquial, reunida na matriz, viveu uma semana de intensa oração e adoração e quer continuar promovendo esses encontros com Jesus Eucarístico, sob o olhar materno da Mãe Santíssima e do padroeiro São Pio X, que ensina: “Restaurar todas as coisas em Cristo”.

A Assembleia Pastoral Paroquial é o organismo mais importante para o exercício da corresponsabilidade e das decisões a respeito dos objetivos e metas prioritárias da ação evangelizadora de uma comunidade paroquial. É sempre um momento muito importante da caminhada, onde se avalia e define os caminhos a serem percorridos, mediante as orientações da Igreja.

A Assembleia Paroquial teve por finalidade principal: apresentar o documento da CNBB 109, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019 - 2023, com seus quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária e definir as prioridades pastorais para o ano de 2023.

Dentre as reflexões estabelecidas, foi constatado que o objetivo paroquial para o ano de 2023 será: Evangelizar as pessoas e as comu-

As CEMs serão incentivadas com a leitura orante da Bíblia, celebrações nas casas, novena, terço entre outros, e acima de tudo, será priorizada a formação centrada na pessoa (cultura do encontro) em todas pastorais e movimentos, articulando junto com os membros pistas de ação para que cada serviço não caia no comodismo, mas que possam agir e ir ao encontro daqueles que mais precisam.

Cada comunidade, pastoral, movimento e serviço recebeu o calendário paroquial de atividades pastorais para o ano de 2023.

O encerramento da Assembleia Paroquial aconteceu com a oração desejosa de que esta caminhada seja marcada por este desejo sincero de fazer a vida acontecer, sendo todos instrumentos geradores de vida e esperança para todos. (Por Adriano Barboza).

Comunidade paroquial reunida para a missa de encerramento da VIII Semana Eucarística: Foi por você! | Foto: Andrea Rodrigues

` Quarta-feira de Cinzas

Quaresma: tempo de olhar para o irmão, para Deus e para si mesmo

Na homilia da Quarta-feira de Cinzas, Dom Valdir falou sobre as três direções que é preciso dar atenção no tempo quaresmal: oração, esmola e jejum.

Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, presidiu a celebração da Missa de Cinzas, na Catedral Sagrada Família, na noite do dia 22 de fevereiro. A celebração, que inicia o tempo quaresmal, marcou a abertura da Campanha da Fraternidade em todas as Igrejas do Brasil, apresentando pela terceira vez a temática da fome. Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o objetivo é exercitar a caridade associada à reflexão e ação sobre um tema específico.

Durante a homilia, Dom Valdir falou sobre a vivência e a prática da fé neste tempo quaresmal: “Como estamos vivendo na nossa vida pessoal e na relação com o irmão, a nossa vida de fé? Jesus nos apresenta três direções, de forma renovada, quando comparada aos fariseus, para vivenciar a quaresma: o caminho da oração, da esmola e do jejum. Jesus nos dá a fórmula da oração quando diz que para falar com o Pai basta que eu, sozinho, faça as minhas orações pessoais, converse com Ele. Sim! Ele escuta. Uma segunda direção é a esmola, mas não é sobre aquela moedinha que oferecemos, mas o quanto eu posso partilhar da

Palavra, no cuidado com o outro, na ajuda de diversas formas. E a prática do jejum, que deve me levar a sentir e olhar para outras coisas.

Veja: a oração é o olhar para Deus, a esmola é o olhar para o próximo e o jejum é olhar para nós mesmos”.

Sobre o tema da Campanha da Fraternidade, “Dai-lhes vós mesmo de comer”, o bispo apontou para a grande desigualdade existente no Brasil, que, mesmo sendo um dos maiores produtores de alimentos no mundo, tem a fome por uma realidade muito presente. “Somos os maiores produtores de carne, mas onde está a carne? A fome é um problema sério e nos assusta ainda mais quando pensamos que

Em missa de Cinzas, apelo à conversão e abertura diocesana da Campanha da Fraternidade 2023 | Foto: Érica Viana e Marcus Simi somos um país de cristãos: católicos, evangélicos, mas cristãos. Onde está o nosso testemunho? Muito se faz, mas podemos fazer mais, cada um fazendo um pouco e contagiando outros. Ofertemos também a Palavra, que dá sentido à nossa vida de partilha, o que somos e o que temos”.

O rito de Imposição das Cinzas, sinal de penitência a qual somos chamados a viver durante o período quaresmal, aconteceu logo após a homilia.

Papa Francisco

O papa Francisco, em mensagem enviada à CNBB e ao povo brasileiro, desejou que o tema da fome não leve as pessoas apenas a prati-

car ações concretas, mas que gere consciência de que partilhar dons e pão não podem ser restritas a campanhas ou momentos: “É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas — sem dúvida, necessárias — que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a

consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”.

Campanha da Fraternidade na Diocese

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2023 na Quarta-Feira de Cinzas. Neste ano, a Campanha tem como tema “Fraternidade e fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

A Diocese de Campo Limpo, através do assessor diocesano para a Campanha da Fraternidade, padre José Nelson da Silva, iniciou no mês passado uma série de formações em todas as foranias. Como pede a CNBB, o objetivo das formações é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.

Ao final da celebração, um vídeo produzido pelo Setor Comunicação e apresentado pelo padre José Nelson exibiu brevemente alguns pontos sobre a temática da fome e marcou a abertura oficial da campanha no território diocesano.

Vida consagrada: Irmãos e irmãs para a missão

No dia 2 de fevereiro, festa litúrgica da Apresentação de Jesus, a Igreja também celebrou o 27º Dia Mundial da Vida Consagrada. Este ano, o tema refletido foi: ‘ Irmãos e Irmãs para a missão’, encontrando consonância com o 3º Ano Vocacional no Brasil, que reflete durante todo o ano de 2023 o tema: ‘Vocação: graça e missão’.

Para render graças a Deus por tantos carismas e dons espalhados no território diocesano de Campo Limpo, uma celebração Eucarística na Catedral Sagrada Família, às 20 horas, reuniu grande número de fiéis leigos, membros de Institutos e Congregações religiosas, além das diversas Associações privadas de fiéis.

Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, presidiu a celebração que contou ainda com a concelebração de padres diocesanos e religiosos que colocam a disposição seus dons e carismas nesta Diocese.

Homilia

No início de sua homilia, Dom Valdir convidou todos a render graças por este dia e falou sobre o contexto em que está a vida

consagrada: “Uma vida consagrada não é uma vida fora do contexto do povo de Deus, não forma uma elite, a vida consagrada é uma porção do povo de Deus para o povo de Deus”.

Explicou ainda sobre a motivação histórica deste dia. Recordou a iniciativa de São João Paulo II que instituiu a celebração justamente na Festa da Apresentação do Senhor. A celebração acontece 40 dias depois do nascimento do Divino Mestre, sendo que no Ocidente também é chamada de

festa da Luz. “Jesus anunciado como a luz por Simeão, que reconheceu a luz de Jesus movido pelo Espírito Santo e apontou o Cristo, Cristo Luz, Jesus como luz para iluminar as nações”.

Fez ainda um contraponto com a visão cristã oriental desta festa, que a interpreta como Festa do Encontro, um ponto de vista que, segundo Dom Valdir, serve também para nós. “Hoje, celebrando a Vida Consagrada, é importante refletir sobre o encontro. Ana e Simeão encon-

tram Jesus, mas também Maria e José encontram Ana e Simeão, um encontro de alegria. Ali o Espírito de Deus presente ilumina todos esses personagens, onde está Jesus, acontece o encontro, onde não tem Jesus acontece a divisão”.

Dom Valdir recordou ainda sobre o tema do ano vocacional no Brasil e falou sobre vocação como graça de Deus, graça como luz que ilumina a missão que promove o encontro: “Vocação, graça e missão: Graça é luz e luz é encontro. Missão é sair de si e ir à busca do outro, sendo uma Igreja em saída que anuncia o Evangelho e dá testemunho desta Palavra, promovendo o encontro, dos que por nossa vida passam, com Jesus.”

E, falando dos diversos carismas, exortou a viver a missão nas diferenças: “Muito importante na missão é a riqueza de carismas. Cada congregação, ordem religiosa, associação, tem como missão evangelizar a luz do carisma que recebeu de Deus por meio dos fundadores. Em tanta diversidade é preciso viver a missão na unidade, respeitando as diferenças. O Espírito Santo age nas diferenças construindo unidade se nos deixamos unir ao essencial, que é Jesus.”

Ao final, convocou toda a vida consagrada e religiosa para, unidos, participar da caminhada da Igreja Diocesana.

3º Ano Vocacional Na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ocorrida em 2022, foi aprovada a realização do terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que teve sua abertura em 20 de novembro de 2022 e terá várias iniciativas para reflexões pelas dioceses até 26 de novembro de 2023. A iniciativa comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país. A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.

Inspirado no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” e considerando as sugestões e reflexões nas várias reuniões, o tema escolhido pela comissão para este terceiro ano foi: “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).

Celebração do 27º Dia Mundial da Vida Consagrada reuniu padres, leigos e membros de Institutos e Congregações | Foto: Andrea Rodrigues

` Pascom Diocesana

Pascom Diocesana se reúne para encontro de formação e escuta

A Pascom Diocesana se reuniu no dia 11 de fevereiro, para o primeiro encontro do ano. Com o tema ‘Falar com o coração’, o encontro reuniu 90 agentes e contou com a presença do bispo diocesano.

O primeiro encontro diocesano da Pastoral da Comunicação de 2023 voltou a reunir agentes de diversas paróquias da Diocese no dia 11 de fevereiro. O encontro de formação e escuta aconteceu no Salão Sagrada Família, contando com a presença e a palavra de Dom Valdir José de Castro, ssp, que em seu primeiro contato com os agentes da Pascom, refletiu sobre a comunicação e sua transversalidade a serviço da comunhão.

Bem cedo, os agentes foram chegando e rapidamente o salão ganhou o colorido e a alegria do reencontro. O último encontro diocesano aconteceu em agosto de 2022. No início, a oração da hora terça foi conduzida pelo seminarista Pedro Gomes.

Dom Valdir

No início de sua apresentação, Dom Valdir se mostrou feliz em encontrar os agentes pessoalmente e manifestou a importân-

cia de uma relação mais próxima: “É tão bom encontrar as pessoas, ter esse diálogo, essa comunhão olhando nos olhos”.

Durante o aprofundamento do seu tema, o bispo falou sobre a maneira como a Pastoral da Comunicação é uma pastoral transversal. Longe de ser mais uma pastoral, Dom Valdir aponta que a Pascom deve refletir sobre a incorporação das linguagens e dos novos meios nas pastorais específicas e citou pontos importantes do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil: “Os meios são importantes, mas não são o ponto principal. O diretório nos dá boas indicações para essa transversalidade do nosso trabalho. Precisa-

mos estar disponíveis para ajudar todas as pastorais a dinamizar as ações comunicativas, promover

Paraisópolis ganha núcleo do serviço de animação vocacional

O Serviço de Animação Vocacional e Pastoral Vocacional da Diocese de Campo Limpo (SAVPV) implantou em Paraisópolis, território das paróquias São José e Nossa Senhora do Paraíso, um núcleo, com o objetivo de trabalhar em conjunto com as diversas pastorais e movimentos, auxiliando nos trabalhos e discernimento em prol de todas as vocações.

A implantação do Serviço Vocacional aconteceu no domingo, 05, com uma missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Valdir José de Castro, ssp, na matriz da paróquia São José. As comunidades das duas paróquias se reuniram para, primeiro, festejar a implantação de uma nova pastoral e, depois, para com muita alegria, receber o bispo pela primeira vez em Paraisópolis. Participaram da missa os párocos das duas paróquias: padre Francisco Oliveira Viana, da paróquia Nossa Senhora do Paraíso e padre Edalto Pereira dos Santos, da paróquia São José. Também estiveram presentes o padre responsável pela Pastoral Vocacional na Diocese, padre Márcio Carvalho de Melo. e o diácono Isaél Santos Rodrigues, que já colabora com os párocos de Paraisópolis e responsável pelo núcleo da SAV na comunidade.

Membros da Pastoral Vocacional, núcleo Paraisópolis, foram apresentados a comunidade | Foto: Andrea Rodrigues

Homilia Dom Valdir iniciou a sua reflexão falando de vocação: “Cada um de nós, batizados, somos chamados a viver a vocação. Os dons que recebemos de Deus, não podemos guardar”.

Falando para a comunidade sobre a liturgia do dia, 5º domingo do Tempo Comum, lembrou que a missão de todo cristão é ser Sal e Luz: “Será que nós entendemos o que é ser Sal e Luz? A nossa fé, assim como o sal que dá o sabor deve dar sentido a nossa vida, a vida de quem conosco convive, da comunidade. E quando somos luz?

Por meio das boas obras. E boas obras não é apenas fazer coisas grandes, as boas obras estão nas coisas simples: ouvir quem precisa ser ouvido, visitar um doente, ajudar quem tem fome”.

o diálogo e a comunhão entre as diversas pastorais, capacitar os agentes na área da comunicação, favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação em vistas de dar visibilidade à sua ação evangelizadora e sobretudo, escutar o outro, dialogar, trabalhar as diferenças de forma que a comunhão aconteça”. Dom Valdir falou ainda sobre as formas de comunicação e destacou a riqueza incalculável da comunicação corporal: “A primeira mídia é o corpo humano, é a mídia primária, quando dois corpos se encontram ocorre uma troca de informações visuais, olfativas, auditivas e táteis. Não se comunica só com as palavras, mas também com os olhos, o tom da voz, os gestos”.

Recomendou a todos os pasconeiros a leitura das cartas publicadas para o Dia Mundial das Comunicações disponíveis no site do Vaticano.

Segunda parte Com o tema: Comunicação e sinodalidade, o assessor diocesano da Pascom, padre Rodrigo Antonio da Silva, retomou o assunto do Sínodo 2021-2024, modo de ser Igreja, como praticar o caminhar juntos e o papel da comunicação neste processo. Sobre a relação da comunica-

ção com o Sínodo, o padre apresentou três frentes que podem ajudar as assembléias paroquiais a entenderem esta relação: “Primeiramente é possível ajudar na divulgação, segundo ajudar na reflexão, fazendo com que a comunidade reflita sobre os pilares da sinodalidade: participação, comunhão, missão e a co-responsabilidade de cada um. Em terceiro lugar, exercendo uma comunicação fraterna”.

Bate-papo Participou também do encontro a ex-coordenadora diocesana da Pascom, Eliane Macedo, que partilhou com os agentes as dificuldades e as alegrias de ser pasconeiro. De uma forma leve e descontraída, promoveu um bate-papo interativo respondendo questões e escutando os agentes.

O encontrou contou ainda com a contribuição da jornalista Andrea Rodrigues, do Setor Comunicação da Diocese de Campo Limpo, que compartilhou em breve fala a maneira de enviar notícias para os meios de comunicação diocesanos e redes sociais.

Contato com o Setor Comunicação e Pastoral da Comunicação Emails: comunicacao@diocesedecampolimpo.org.br, redacao@ diocesedecampolimpo.org.br

Whatsapp: 11 3584-9036

4ª Romaria Diocesana do Apostolado da Oração

No domingo, 5 de fevereiro, centenas de fiéis participaram da 6ª Romaria do Apostolado da Oração da Diocese de Campo Limpo. Segundo a coordenação do movimento, cerca de 500 associados, oriundos de todas as foranias, participaram desta edição da romaria.

Pastoral Vocacional

Paraisópolis

“Igreja sem vocações é como a figueira do evangelho que não tinha frutos” (Papa Franscisco).

O maior objetivo da Pastoral Vocacional é possibilitar o conhecimento dos diversos chamados de Deus à pessoa humana, na diversidade de estilos de vida através de encontros com reflexões, estudos, dinâmicas, debates, momentos de oração e de fraternidade.

Os encontros acontecem todos os primeiros sábados de cada mês sempre às 14h30 no salão paroquial da matriz São José e todos os batizados são chamados a participar.

Rua Itajubaquara, 340 – Paraisópolis | Para maiores informações: 11 3743-9005

A celebração da Santa Missa, aconteceu às 11 da manhã e foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Valdir José de Castro, ssp, e concelebrada pelos padres

Juan Antonio M. Torralba Jr., Vitor Luiz de Freitas, Sandro Ely de Oliveira e o assessor diocesano do Apostolado, padre Cesar Silva Rossi. Esta é a primeira romaria do Apostolado da Oração com a participação de Dom Valdir.

A visita foi mais uma vez planejada em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo, Lazer e Eventos e da Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes da cidade, que foi responsável por toda a parte logística, incluindo o desembarque e estacionamento dos 35 ônibus vindos da Diocese.

Homilia

Durante a homilia, Dom Valdir falou da importância de encontrar

Jesus: “Estamos aqui perseverantes participando da Eucaristia, para nos encontrarmos com Jesus Eucarístico, nos encontrarmos com a sua Palavra, claro, encontramos também Jesus nos momentos de oração que temos em nossas casas, nas nossas paróquias. Temos, em qualquer lugar, buscar na nossa fé, o sentido que dá sabor à nossa vida, que dá coragem, que dá força para rezar e ser luz”.

Encerramento Ao término da missa, muitos associados aproveitaram para visitar a imagem do Senhor Bom Jesus no interior do santuário. O Apostolado da Oração de Campo Limpo teve ainda, depois do intervalo para o almoço, um momento de oração no interior do Santuário conduzido pelo padre assessor.

Dom Valdir José de Castro em Encontro Diocesano da Pascom | Foto: Gutierrez de Jesus

Celebração aconteceu na praça central | Foto: Andrea Rodrigues

` Pe. Jaime Crowe, SPS

Morre padre Jaime, símbolo da luta contra a violência na periferia

O padre faleceu no dia 19 de fevereiro, aos 77 anos, em Limerick, Irlanda. O sacerdote viveu mais de 50 anos no Brasil e virou símbolo da luta contra a violência e a fome na periferia.

Faleceu, em decorrência de um infarto, padre James Crowe, sps, ou como ficou conhecido na Diocese de Campo Limpo, padre Jaime, aos 77 anos. Religioso da Sociedade de São Patrício, após mais de 50 anos no Brasil, desde 2021 estava morando na Irlanda.

Jaime nasceu na Irlanda em 7 de março de 1945 e veio para o Brasil no ano de 1969, mesmo ano de sua ordenação sacerdotal. Sua primeira parada foi a cidade de Cotia, onde deu os primeiros passos na língua portuguesa, sem nunca perder o sotaque.

Seu sorriso largo, voz grave e jeito mandão transpareciam facilmente. Por vezes polêmico, não recuava quando o assunto era desigualdade social das mais diversas, mas não se impunha quando nos assuntos comunitários era voto vencido. Muito impactado pela pobreza no Brasil, adotou, desde sempre, um discurso mais social.

Embu das Artes

Quando chegou ao Brasil, o território da cidade Embu das Artes pertencia à Região Itapecerica da Serra, da Arquidiocese de São Paulo. Foi lá que assumiu os trabalhos de sua primeira paróquia: em 19 de julho de 1970, Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo na época, deu posse ao padre irlandês na paróquia Nossa Senhora do Rosário, centro de Embu.

Pouco tempo depois, assumiu o governo da Arquidiocese Dom Paulo Evaristo Arns. Arns levou adiante a opção preferencial pelos pobres, assumida pela Igreja e pelos bispos na América Latina diante das situações sociais desfavoráveis desta porção do continente americano. As prioridades do novo cardeal eram as mesmas do jovem sacerdote Jaime.

Durante os seis anos em Embu, Jaime lutou ao lado do povo por políticas públicas que atendessem aquela população, que já passava de 20 mil habitantes.

Por outro lado, houve a inevitável retaliação pelo ‘barulho’ que ele causava quando, para defender a classe operária, desafiava os poderes públicos. Padre Jaime nunca escondeu sua militância e atuação em frentes políticas.

Preferência pelos pobres

Durante a ditadura militar, padre Jaime travou batalhas pelo fim da violência política praticada pelos militares. Ficou próximo de Dom

Paulo Evaristo Arns. Sua preferência pelos pobres nunca o afastou do Evangelho, ao contrário, esta era a maneira de seguir o Cristo das narrativas evangélicas. Assim, a evangelização sempre foi sua primeira preocupação. Por muitos anos, contando com poucos recursos, formou ele mesmo catequistas para as comunidades mais distantes do Embu e andou longas distâncias para celebrar a Eucaristia nas comunidades mais afastadas.

Todos os Santos Em 25 de novembro de 1976 a paróquia Todos os Santos, Embu das Artes, foi criada e padre Jaime assumiu a nova paróquia, contando com um reforço: a ajuda de outro irlandês da Sociedade São Patrício, o padre Eduardo Joseph Macgettrick.

Nos arredores do Jardim

Santa Emília, criou inúmeras CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e chegou a ter mais de 250 grupos de Via Sacra no tempo quaresmal e igual número para as novenas de Natal.

Padre Jaime incomodava. Em 8 de dezembro de 1981, o jornal Folha de São Paulo e a Rede Globo de televisão noticiaram o desejo do prefeito de Embu de expulsar do país o padre irlandês usando a ‘lei do estrangeiro’. Depois da repercussão da notícia, houve

“Quando cheguei aqui, tinha apenas poucos postos de saúde nas redondezas, a violência já era muito grande, o acesso era difícil, faltavam escolas, creches, era preciso fazer algo para defender os direitos humanos”.

As contribuições de padre Jaime foram tão variadas que, quando enumeradas, corre-se o risco de deixar de fora algumas delas. Antes de retornar à Irlanda em maio de 2021, por motivos de idade, em sua carta de despedida Jaime e Eduardo agradeceram a Deus pelas muitas obras realizadas e pelas pessoas que participaram das lutas: as caminhadas pela paz, entre a paróquia e o Cemitério São Luiz, a insistência para a construção do Hospital M’Boi Mirim, do Metrô Jardim Ângela, a duplicação da Estr. do M’Boi Mirim. Nos últimos anos, também incentivou a Romaria das Águas e o Abraço Guarapiranga.

Sociedade Santos Mártires Tanta pobreza e esquecimento por parte do poder público naquele pedaço de chão fez nascer a Sociedade Santos Mártires, que tem como missão ser uma chama de esperança na região do Jardim Ângela através de ações que valorizam e estimulam a prática da cidadania.

com mensagens nas redes. Seu clube de coração, o Sport Club Corinthians, também lamentou o falecimento de seu ilustre torcedor. Igualmente empenhado pelos mais pobres, padre Julio Lancellotti também prestou homenagens.

O vereador (PSOL) Celso Giannazi apresentou à câmara municipal de São Paulo, no dia 23 de fevereiro, o projeto de lei 63/2023 que pede o acréscimo do nome do padre Jaime Crowe à denominação da Estrada M’Boi Mirim, nos distritos de São Luís e Jardim Ângela. O projeto tramitará pelas comissões da casa para ser votado.

Amigo

Padre Jaime fez muitos amigos e um deles, se tornou fiel escudeiro: padre Eduardo Joseph Macgettrick, também irlandês e pertencente à Sociedade São Patrício, chegou ao Brasil em 1974 e foi recepcionado no novo mundo e nos trabalhos pastorais pelo padre Jaime. Entre lutas e desafios, trabalharam mais de 40 anos juntos.

uma missa no centro do Embu das Artes contando com a presença de todos os padres da região que repudiaram a notícia e apoiavam o padre Jaime. Durante o protesto foi possível ouvir todos em uníssono gritarem em alto e bom som: “Nesta terra ninguém é estrangeiro”. O prefeito recuou.

Jardim Ângela

Após os anos na cidade de Embu, a partir de 1986 Jaime partiu para a região onde permaneceu a maior parte de sua vida: o Jardim Ângela, extremo sul da capital paulista, marcada na época pela violência e pobreza. Por provisão do bispo auxiliar da Região Itapecerica, Dom Fernando Penteado, assumiu a paróquia Santos Mártires, que oficialmente foi criada em dezembro de 1988.

Na paróquia, padre Jaime foi um grande nome e referência de transformação ao denunciar as violações de direitos humanos e a violência na região. Na década de 1990, o Jardim Ângela foi considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o bairro mais perigoso do mundo.

Em 1996 ajudou a criar o Fórum em Defesa da Vida, uma iniciativa da sociedade civil organizada.

Em 2018, em entrevista a este jornal sobre seu trabalho na zona sul da capital, padre Jaime declarou:

Ele mesmo nos falou sobre o início da sociedade: “As mães que muitas vezes precisavam trabalhar para ajudar no lar ou eram mães solteiras, não encontravam vagas nas poucas creches que havia por aqui, então começamos de forma voluntária a cuidar destas crianças, aqui mesmo no espaço da igreja. Aos poucos e ao longo destes anos, com muita luta conseguimos implantar os Centros de Educação Infantil (CEI), os Centros para Crianças e Adolescentes (CCA) e os Centros para a Juventude (CJ)”. Projetos de proteção especial e inclusão como a Casa Sofia (para mulheres vítimas de violência doméstica), o Serviço de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (SPVV), o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA) e o Ninho da Esperança engrossam até hoje a ação social da Sociedade. Cerca de 10.000 pessoas recebem assistência através dos muitos trabalhos da ONG.

Homenagens

Padre Jaime e suas lutas foram reconhecidas em vida pela sociedade civil. Muitas foram as homenagens e títulos, incluindo o de cidadão Embuense. Em 2005 recebeu o Prêmio USP de Direitos Humanos e o último deles, o Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns de Direitos Humanos, em 2016.

Repercussão da morte Muitos políticos, entre eles o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentaram a morte de padre Jaime em suas redes sociais. Fernando Haddad, Silvio Almeida, Eduardo Suplicy, José Guimarães, Ivan Valente e Antônio Donato, também lamentaram sua morte

Emocionado, padre Eduardo falou por telefone à reportagem e destacou características que somente aqueles que conviveram de perto com o padre Jaime sabiam: “Têm sido dias difíceis, mas quero destacar três aspectos do padre Jaime: Primeiro, a capacidade de sentir a dor do outro, de se colocar no lugar daquele que sofre, qualquer que fosse a dor. Segundo, a sua capacidade de escutar, de ouvir o problema e buscar solução, não pontualmente, mas amplamente para ajudar sempre mais e mais pessoas. E, terceiro, nossas reuniões semanais, todas às terças, para planejar a partir do Evangelho, juntamente com lideranças leigas da paróquia todas as nossas ações. Essa reunião era sagrada e em sua sabedoria nos fortalecia”.

Regina Paixão, presidente da Sociedade Santos Mártires, também destaca a humanidade do padre Jaime: “Comecei a conviver com o padre em 1993 quando me tornei catequista. Foram 30 anos de aprendizado com o líder que era um verdadeiro discípulo de Jesus. Ele nunca se conformou com a miséria do povo e provocava as autoridades por melhorias, a pessoa mais humana que já conheci. Nunca pediu nada para ele. Chamava a atenção quando era preciso, mas animava na mesma intensidade. Era presente na comunidade e na vida dos seus paroquianos. Sabia ouvir e respeitar as opiniões, mesmo que fossem contrárias às suas. Era de fato o profeta da esperança, estou entristecida com a sua partida, mas a sua missão de luz ficou. Das tantas frases que ele falava e nos fazia refletir, destaco duas: “É caminhando que se abrem os caminhos” e a que eu procuro pôr em prática diariamente: “Sou porque somos”. Ele estará eternamente em minha memória”. Veja a matéria completa no site da Diocese: dcl.org.br

Padre Jaime Crowe durante celebração da Missa do Crisma na Catedral Sagrada Família no ano de 2017 | Foto: Arquivo Diocesano.

Andrea Rodrigues dos Santos Jornalista redacao@diocesedecampolimpo.org.br

` Celebra Juventude

13ª Vigília Celebra Juventude’ tem chamado à santidade

Vigília Celebra Juventude de ‘Carnaval’ alcança sua 13ª edição com a presença de quase dois mil jovens animados e refletindo sobre vocação e santidade.

A Vigília Celebra Juventude chegou a sua 13ª edição. O evento, que acontece desde 2015, foi marcado por grandes momentos de oração, pregações, atendimento de confissões, louvor, adoração e Santa Missa.

A já tradicional vigília acontece duas vezes por ano. A edição de fevereiro acontece sempre na segunda de carnaval, e costuma ser muito animada e frequentada, mesmo com longo período de duração: das 21 horas às 5 da manhã. Nesta edição, participaram cerca de dois mil jovens.

Com o tema: “Sede santos, porque Eu sou santo”, esta edição do Celebra Juventude teve a vocação como eixo principal. Desde novembro a Igreja no Brasil vive o terceiro ano vocacional, uma vez que o tema é central para todo fiel batizado.

Pessoas de todas as idades e regiões da Diocese se reuniram e alegremente abraçaram a temática da Vigília, mostrando que a vocação à santidade é para todos, ninguém está excluído.

O começo

Celebra Juventude teve início com uma contagem regressiva trazendo frases de alguns jovens que já foram beatificados e estão em processo de canonização, como o beato Carlo Acutis e a beata Chiara Luce. Ao término do vídeo de abertura, teve início o famoso ‘louvorzão’ comandado pela banda da Fraternidade O Caminho.

Irmã Ismirna, consagrada da Fraternidade, animou os jovens, logo dizendo: não se tratava de mais uma vigília, mas de uma Vigília Celebra Juventude Santa.

Todos os membros do Setor Juventude participaram, colaborando para tornar possível o evento. A direção e organização foi do padre Jefferson Sampaio, assessor diocesano das Juventudes.

Pregações

A primeira pregação contou com a alegre presença do padre Ailton Cardoso, fundador da Fraternidade São João Paulo ll, que parti-

lhou sobre os meios para alcançar a santidade com o tema: “O Espírito Santo nos faz Santos e os meios para alcançar a santidade”.

Em sua pregação, o padre alertou para o chamado de Deus: “Todos aqueles que aceitam o chamado de Deus, se deixam conduzir pelo Espírito Santo e a Jesus se assemelham, no coração e na prática da vida aqui na terra, serão Santos”.

Outra grande participação na Vigília seu deu com o missionário do movimento Jovens Sarados, Ed Bueno. Originário do Capão Redondo, Santuário São José Operário, forania São José, Ed pregou sobre o tema: “Alegria da santidade, um caminho que passa pela Cruz”.

Com o seu testemunho de vida, motivou os presentes a buscarem a santidade em meio às lutas e cruzes do cotidiano.

Confissões

Durante a vigília foi possível o atendimento de centenas de confissões, com o auxílio de padres diocesanos e religiosos. A busca da santidade passa por uma vida que foge e se afasta do pecado.

Adoração e Santa Missa

Em todas as Vigílias Celebra Juventude, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a Santa Missa coroam a atmosfera de oração e celebração. Nesta edição, o diácono Isael Santos Rodrigues conduziu a

adoração e deu a bênção.

A Santa Missa começou às quatro da manhã e foi presidida pelo padre Jefferson Sampaio. Na homilia, o padre falou sobre o sofrimento necessário para alcançar a santidade: “As leituras nos ajudam a compreender que o santo é aquele que é forjado no sofrimento. A santidade é uma vocação de todo aquele que foi batizado, a primeira vocação. Quem quer ser santo aqui?

E quem quer sofrer? Para estas respostas tenho uma notícia: Não existe santo que não seja provado no sofrimento. Os santos, esses que conhecemos e admiramos, foram provados no sofrimento. A boa notícia é que em Jesus o sofrimento não tem mais a última palavra, todos que sofrem ou sofreram com Cristo, com Ele ressuscitarão”.

Bastidores

Muitas pessoas estiveram nos bastidores e nos mais diversos trabalhos. Grupos inteiros de jovens, rapazes e moças de outros grupos paroquiais ou membros de comunidades, todos com espírito de acolhida e verdadeiramente alegres em servir. As equipes de acolhida, ordem e intercessão foram compostas integralmente por voluntários.

A Vigília, do começo ao fim, foi transmitida ao vivo pelo Setor Comunicação. Você pode rever a Vigília clicando aqui.

A próxima edição da Vigília Celebra Juventude acontecerá em novembro e muitas outras atividades estão sendo programadas pelo Setor Juventude Diocesano. Acompanhe nas redes sociais a programação: (@setorjuventude_campolimpo).

10 ANOS DO PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO

No dia 13 de março a Igreja comemora 10 anos do pontificado do Papa Francisco. Após a inesperada renúncia de Bento XVI em fevereiro de 2013, o colégio cardinalício escolheu o cardeal Jorge Mario Bergoglio para ser o 266º Papa da Igreja Católica. Ao assumir o nome de Francisco, em referência ao santo de Assis, deixou claro a direção de seu pontificado, que por si, é marcado por alguns ineditismos: o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a se tornar sucessor de Pedro, o primeiro não europeu a assumir a missão desde Gregório III em 741.

Os dez anos de pontificado serão comemorados de variadas maneiras: a Conferência Episcopal Argentina convocou toda a nação a render graças pelos dez anos do argentino como Papa. No dia 11 de março, a Academia latino-americana de líderes católicos irá realizar um seminário online com o tema: 10 anos do Papa Francisco – legado e contribuições de seu pontificado.

O Sínodo Digital lançou em fevereiro a iniciativa ‘Uma Ave Maria pelo Papa Francisco’: trata-se de uma ação estimulando a oração pelo Papa pelos 10 anos de seu ministério petrino. Ao final da campanha, um mapa ilustrativo com todos os locais que rezaram por Francisco será entregue a ele. Para participar da iniciativa, basta acessar o site www.decimus-annus.org.

O pontificado de Francisco acumula atitudes e dados importantes para a direção assumida como programa de evangelização: boa parte das suas 40 viagens apostólicas se deram a países pobres, realizando na prática as indicações de encíclica Evangelii Gaudium, lançada em 2013.

Sendo a primeira do pontificado, o pontífice convocou uma Igreja em saída: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à

autopreservação” (EG, 27).

Francisco tem levado a cabo uma verdadeira mudança estrutural na Igreja tendo em vista as necessidades atuais: a valorização de todos os fiéis batizados, a convocação de Sínodos para tratar de temas fundamentais para os cristãos, como a Família e a Juventude, a reforma da cúria romana ainda em curso e, desde 2021, convocou a Igreja a refletir sobre a sinodalidade: atentos à voz do Espírito, encontrar maneiras de fiéis e pastores caminharem juntos.

Durante o Ano Santo extraordinário da Misericórdia, recordou que Deus “é o Pai amoroso que perdoa sempre, que tem um coração de misericórdia para todos nós. E também nós aprendamos a ser misericordiosos para com todos”. Relembrou, com a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate (“Alegrai-vos e exultai”), o chamado à santidade para todos, sem exceção: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir”. Tem indicado como os cristãos devem se comprometer com as situações reais do mundo, oferecendo sua contribuição para torná-lo um lugar melhor. O cuidado pela criação, apresentado por Francisco, brota das convicções de fé, bem como a noção de uma verdadeira fraternidade, afinal somos todos irmãos: “nos comprometamos a viver concreta e corajosamente a fraternidade universal, perseverando no bem mesmo quando recebemos o mal, quebrando a espiral da vingança, desarmando a violência, desmilitarizando o coração”.

Em todas as atitudes e ensinamentos de Francisco há um princípio norteador: a cultura do encontro, a noção de sair de si e ir ao encontro do próximo nas suas diversas condições. No auge de seus 86 anos, o Papa Francisco tem carregado consigo as atitudes do pobrezinho de Assis.

Pe. Jefferson Sampaio, Assessor Diocesano das Juventudes, celebrou a Santa Missa no encerramento da vigília | Foto: Gutierrez de Jesus

Pe. Rodrigo Antonio Assessor Diocesano de Comunicação comunicacao@diocesedecampolimpo.org.br

` Formação

Atualização do clero: sinodalidade, comunicação e conversão

Neste ano, a atualização teológico-pastoral

do clero de Campo Limpo trouxe três temas norteadores para a missão evangelizadora da Diocese.

O clero da Diocese de Campo Limpo esteve em Aparecida (SP) entre os dias 13 e 16 de fevereiro para a realização do encontro anual de Atualização Teológico-Pastoral. Neste ano, três temas interligados nortearam o encontro: sinodalidade, comunicação e conversão pastoral.

A temática foi proposta por Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano. Após uma consulta realizada nos encontros com o clero nos meses de outubro e novembro, os temas foram aprovados pelos padres.

A participação do clero na atualização foi expressiva: além de Dom Valdir e Dom Luiz, participaram 112 padres, entre diocesanos e religiosos, 6 diáconos transitórios e4 seminaristas que se encontram no ano pastoral.

O encontro contou com a assessoria de cinco palestrantes, especialistas nos assuntos apresentados, incluindo o próprio bispo diocesano. Além das palestras, houve momentos para reflexão em grupo acerca dos temas. Este espaço deu a oportunidade aos padres para apresentarem sugestões, críticas, desabafos e reflexões.

Os temas se revelaram norteadores para os desafios pastorais da Diocese, em conformidade com o que a Igreja tem incentivado. “São temas que são interligados e formam, penso, as condições para que a gente possa caminhar juntos como discípulos missionários de Jesus em vista da missão”, afirmou Dom Valdir no início do encontro.

Aniversariantes

A semana também foi ocasião para comemoração. Dom Valdir comemorou seu 62º aniversário natalício no dia 14 de fevereiro, terça-feira. Já no dia seguinte, foi a vez do diácono

• 01/01/2023

A abertura No início do encontro, Dom Valdir indicou o motivo da temática do encontro: “A pergunta que eu faço para mim e para todos é: Que diocese nós queremos?”. Em seguida, ponderao caminho já percorrido: “Estamos aqui não começando um caminho, mas dando continuidade a um caminho já iniciado”.

O bispo diocesano apresentou ainda a relação existente entre os três temas: “nós fazemos o caminho sinodal. Não existe caminho sinodal sem comunicação. Comunicação com Deus e comunicação entre nós. As vezes o caminho sinodal empaca porque temos problemas de comunicação e não entramos nestes problemas. E para este caminho, necessitamos de conversão, afinal não somos perfeitos. Uma conversão que nos leve a caminhar juntos com uma boa comunicação”.

Sinodalidade: caminho para a Igreja A sinodalidade foi o primeiro tema a ser abordado no encontro do clero. O tema está em evidência na Igreja, após o Papa Francisco convocar o Sínodo sobre a Sinodalidade,iníciado em outubro de 2021 e com conclusão prevista para outubro de 2024.

A temática foi introduzida pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini. O bispo recordou a noção de igual dignidade dos batizados, que permite a todos possuírem seu espaço e voz dentro da Igreja, uma vez que a “totalidade dos fiéis da Igreja recebe a unção do Espírito Santo”.

O amor pela Igreja diocesana também foi destacado como

elemento primordial: “Qual é a Igreja verdadeira? É aquela que você pisa, onde você está. A Igreja que você tem não é a que está na China ou Europa, é onde você está. É ali que você deverá viver esta comunhão”.

Os leigos também foram lembrados como aqueles que muito podem contribuir em diversos âmbitos da vida da Igreja e não podem ser vistos apenas como espectadores: “os leigos sempre têm alguma coisa para ensinar. Muitas vezes temos a mentalidade de que só nós sabemos pois estudamos”.

O segundo momento sobre a sinodalidade teve como assessor o padre Humberto Robson de Carvalho, da Arquidiocese de São Paulo e autor da obra ‘Diocesaneidade, esponsalidade e incardinação’.

Padre Humberto apontou como sendo necessária a vivência de uma verdadeira ‘diocesaneidade’ por parte dos presbíteros para que o movimento de caminhar juntos aconteça. O termo diocesaneidade, embora pareça difícil até mesmo de ser pronunciado, quer indicar o sentido de pertença e amor à diocese na qual o padre está exercendo seu ministério.

Comunicação, eixo transversal O irmão paulino Darlei Zanon deu

Atos de Governo Diocesano

Nomeado Pároco

Pe. Weder Vieira Lima, SVD

Tabela de Côngrua Sacerdotal

25/01/2023

Tabela de Espórtulas e Emolumentos

• 01/02/2023

Renovação do Ofício de Pároco

Pe. Manfredo José dos Santos

Paróquia São Vicente de Paulo e

São Tiago Apóstolo

Embu das Artes

Nomeado Pároco

Pe. Luciney Paulino Flora, SVD

Paróquia Nossa Senhora de Fátima São Luiz – CR

Paróquia Divino Espírito Santo

São Luiz – CR

Nomeado Vigário Paroquial

Pe. Leonardo Neno, SVD

Paróquia Nossa Senhora de Fátima São Luiz – CR

Nomeado Vigário Paroquial

Pe. Fernando Doren, SVD

Paróquia Divino Espírito Santo São Luiz – CR

continuidade à formação do clero com a temática da comunicação. Darlei atualmente é diretor editorial da Paulus no Brasil. Autor de diversos livros, entre eles: Comunicar o evangelho (2021) e Igreja e Sociedade em Rede (2019).

Na primeira de duas colocações, Darlei apresentou a comunicação dentro da história da Igreja, ressaltando uma relação nem sempre amistosa: “a história da Igreja mostra esse panorama longo e complexo com a comunicação, com seus momentos altos e baixos, com maior e menor entusiasmo”.

No segundo momento, a dinâmica das redes sociais e a presença da Igreja neste ambiente foi assunto: “Como passar de uma simples conexão para uma presença que cria relações”. Em sua reflexão, Darlei indicou a necessidade da existência de relações nas redes e não de uma simples presença pautada pela divulgação fria de informações.

Quanto aos cristãos, seu papel nas redes deve ser bem considerado: “Hoje se fala muito de influencer, mas nós somos evangelizadores. Influencer é quem influencia, de certo modo manipula, um pouco diferente do objetivo do pastor, do sacerdote, do religioso, do comunicador católico. Superar essa questão do narcisismo, da autoreferêncialidade nas redes sociais, porque a questão principal é essa: o que está no centro? O que está no centro da nossa presença nas redes? É o Evangelho, é Cristo ou é a própria pessoa?”, questiona.

Paulo apóstolo, artífice de comunhão

Padre José Bortolini foi o responsável por apresentar a figura de

São Paulo como aquele que cria pontes em diversos ambientes, mesmo naqueles mais adversos. Membro do clero de Campo Limpo e vigário paroquial da paróquia Santa Suzana, padre Bortolini possui variadas obras das quais destacam-se seus livros na área bíblica e sua participação na edição da Bíblia de Jerusalém. São Paulo foi apresentado como modelo de evangelizador destemido ao fazer o Evangelho alcançar povos e culturas distantes por sua coragem em ir adiante: “Se vocês querem uma Igreja em saída, busquem em Paulo. Não fosse por Paulo, movido pelo Espírito, o cristianismo teria morrido como um ramo estéril do judaísmo”, ressalta padre Bortolini.

Conversão pastoral Concluindo o encontro, a última colocação da semana de atualização ficou a cargo do bispo diocesano, Dom Valdir José de Castro, ssp, com o tema da conversão pastoral. Ligando os temas abordados, Dom Valdir indicou a conversão como necessária para a realização de uma Igreja sinodal.

Dom Valdir lembrou o sentido de conversão, aquela que parte de uma verdadeira mudança de mentalidade, do mais profundo do coração. Pela conversão pessoal e consequentemente pastoral, os anseios por mudanças podem se concretizar.

Esta conversão e desejo de caminhar juntos passa pela comunicação, como considera Dom Valdir: “muitos conflitos nascem porque a gente não escuta ou escuta mal”. O bispo apresentou três características necessárias para uma verdadeira comunicação interpessoal que gere frutos, fraternidade e real aproximação: humildade, amor e perdão. “Humildade, amor e perdão. Sem perdão não há caminho sinodal”.

No último momento da semana de formação, os padres puderam manifestar suas opiniões sobre os caminhos a serem percorridos pela Diocese. Mais do que um resultado imediato ao encontro, a atualização mostrou-se uma oportunidade de partilha e aproximação do clero de Campo Limpo.

• 22/02/2023

Uso de Ordem

Pe. Prashanth Kumar Gorantlha, SVD

Paróquia Nossa Senhora de Fátima São Luiz - CR

• 16/02/2023

Renovação do Ofício de Vigário Paroquial

Pe. Hilton Lourenço de Barros

Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho São Luiz - CR

Vigário Paroquial

Pe. Orlando Pereira

Paróquia São João Batista

Taboão da Serra

Vigário Paroquial

Pe. Francisco José Ribeiro

Paróquia São Judas Tadeu

Campo Limpo

Uso de Ordem

Pe. Raimundo Nonato Rocha dos Santos, MCCJ Santuário Santa Cruz da Reconciliação Morumbi

Participação numerosa do clero diocesano marcou o encontro em Aparecida | Foto: Pe. Rodrigo Antonio da Silva transitório Lucas Barboza comemorar mais um ano de vida.

Pe. Rodrigo Antonio da Silva Assessor Dioc. de Comunicação comunicacao@diocesedecampolimpo.or.gbr