Jornal Diocese em Ação | Edição 74

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DOM VALDIR É ORDENADO E TOMA POSSE DA DIOCESE A Diocese de Campo Limpo tem um novo bispo diocesano, o terceiro desde a sua criação. PÁG. 4 e 5 Advogados da diocese participam do ENADJ Dúvidas da Fé: Jesus não nasceu no Natal. Padres participam de curso de formadores Jornal Diocesano completa uma década Encontro reuniu 203 advogados de dioceses de todo o Brasil e contou com participação do núncio apostólico. PÁG 2 Isso mesmo que você leu. Padre José Bortolini explica sobre a verdadeira data do nascimento de Jesus. PÁG 7 A temática do curso esteve pautada nos 30 anos da “Exortação Apostólica Pós Sinodal Pastoris Dabo Vobis”. PÁG 3 Uma década de história e 74 edições neste período é motivo de orgulho e motivação para todos os envolvidos. PÁG 8 Informativo da Diocese de Campo Limpo Dezembro de 2022 | Edição nº 74 www.dcl.org.br

Advento: Vem Jesus! Editorial

O clima natalino já está no ar e desde antes do primeiro domingo do Ad vento já era possível ver árvores, enfeites, predo minância das cores verde e vermelha espalhadas pe los comércios e as luzes, muitas luzes.

É sempre conveniente di zer que o momento do Na tal é importantíssimo para trabalhar o bom relaciona mento humano, animar nos so espírito conciliador e nos ajuda a encontrar os melho res caminhos para uma con vivência fraterna e feliz.

Papa Francisco em uma mensagem de Natal escre veu: “A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros”.

No Natal, temos a oportu nidade de celebrar a luz de Cristo que vem ao mundo e Ele vem para todos: não só para alguns! Sejamos agora e sempre luzes de ‘Natal’!

O período do Advento e, portanto, o início do ano li túrgico, apresenta uma feliz coincidência para Campo Limpo: a chegada de seu novo pastor. Assim como a cada ano litúrgico temos a oportunidade de percor rer os principais mistérios da Fé cristã com novo en tusiasmo e um pouco mais amadurecidos, a chegada

de um novo bispo nos per mite continuar percorrendo o caminho sob a ótica e a ex periência de um novo pastor.

Assim é o caminho da história da Igreja: consti tuído por continuidades e descontinuidades – não por rupturas –, afinal esta mos na direção do Reino definitivo de Jesus Cristo.

É natural que sejam de positadas muitas expec tativas na pessoa de um novo bispo diocesano. Não há dúvidas que Dom Valdir encontrará corações cheios de esperança e en tusiasmados com a missão.

Por outro lado, cumpre lembrar que somos corres ponsáveis pelo anúncio do Evangelho, tarefa própria de todos os batizados.

Em seu discurso de agradecimento disse: “Faço tudo pelo evange lho. O evangelho é antes de tudo Jesus e na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos Santos e Santas, quero fazer esse caminho de viver e anun ciar o Evangelho”.

Unidos ao nosso pastor, caminhemos juntos!

Esta edição comemorati va dos 10 anos de publica ção do ‘Diocese em Ação’ brinda o leitor com a cober tura especial da ordenação e posse de Dom Valdir. Sem dúvidas, uma edição que merece ser guardada.

Assessores Jurídicos dioceanos participam do 1º ENADJ

O primeiro Encontro Nacio nal dos Assessores Jurídicos das Dioceses (ENAJD), aconteceu em Brasília, entre os dias 8 e 10 de novembro. O encontro reuniu 203 advogados de dioceses de todo o Brasil e contou com parti cipações importantes, como do núncio apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, do asses sor jurídico da CNBB, Dr. Hugo Sarubbi Cysneiros, do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, e da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia. A iniciativa, preparada para 2020, não pôde ser efetivada antes em razão da pandemia.

A província de São Paulo foi representada no encontro com a participação dos assessores jurí dicos de diversas dioceses que a compõem, incluindo as dioceses co-irmãs de Campo Limpo: dioce ses de Santo Amaro e Osasco, representadas pelos advogados Daniel Rosa Gilg e Emílio Zoppa, respectivamente. A representa ção de Campo Limpo se deu pelos seus advogados Walter Cynba luk, Clelia Morais de Lima e João Batista de Sousa.

O encontro, destinado exclusi vamente a advogados que atuam junto às dioceses, tratou as princi

pais questões jurídicas que atual mente estão desafiando a missão desses agentes.

As temáticas abordadas foram: Relação Estado e Igreja; Questão tributária; Questões trabalhistas; Questões Urbanísticas; Questão da personalidade jurídica das organizações religiosas; Respon sabilidade civil das organizações religiosas; Relevância Jurídica dos Novos Mecanismos de Escri turação Contábil; Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais –Aspectos Gerais de Interesse da Igreja, entre outros.

Os encontros aconteceram no Auditório S. João XXIII, localizado na Asa Norte, em Brasília (DF), e teve a participação de conferen cistas que representam os três

poderes da República, o Ministé rio Público, a advocacia e outros estudiosos das matérias.

Advogado da diocese fala sobre a participação no evento “Em cada dinâmica de estudo abria-se espaços para perguntas, onde se percebia que cada região do Brasil tem uma peculiaridade em assuntos e desafios regionais. Foi uma oportunidade de conhe cermos advogados de norte a sul do Brasil. Achei ótimo compar tilhar experiências, e entendo ter contribuído no sentido de ter ouvido as situações jurídicas colocadas por alguns assesso res jurídicos e ter opinado no sentido de solucionar as ques tões”. Walter Cynbaluk

18º Congresso Eucarístico é realizado em Recife (PE)

Entre os dias 11 e 15 de novembro, Recife se tornou a capital eucarística ao realizar o XVIII Congresso Euca rístico Nacional, organizado pela Arquidiocese de Olinda e Recife em parceria com o Regional Nordeste 2 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Foi a segunda vez que a capital pernambucana realizou o evento, sendo a primeira em 1939. O evento estava marcado inicialmente para 2020, mas devido a pandemia da Covid-19 teve de ser adiado para 2022.

Congressistas leigos, religio sos, sacerdotes e bispos de todo o Brasil marcaram presença durante os cinco dias de evento que teve dois polos principais: o Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), localizado em Olinda e o Marco Zero, em Recife, local dos shows de encerramento e da Missa de conclusão do Congresso.

Os Congressos Eucarísticos surgiram no final do século XIX, tendo a sua primeira edição em Lille, na França, por iniciativa de um grupo de leigos inspirados em São Pedro Julião Eymard, o grande apóstolo da Eucaristia. Os Congres sos Eucarísticos são realizados a nível internacional ou nacional, sendo este último determinado pelas Conferências Episcopais, no caso do Brasil, pela CNBB.

O tema desta edição foi “Pão em todas as mesas” e o lema “Repar tiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles”, retirado do livro de Atos dos Apóstolos (At 2,46), passagens que nortearam as reflexões teológicas e catequeses durante os cinco dias de atividade, com o propósito de aprofundar na fé eucarística e testemunhar a fé na presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento.

O encontro teve um crono grama bastante intenso, com conferências, oficinas do Simpó sio Teológico e Catequeses que ocorreram no complexo do Centro de Convenções para todos os congressistas. As catequeses foram conduzidas por leigos, padres e bispos, dentre eles, pe. Reginaldo Manzotti, sacerdote da Arquidio

cese de Curitiba/PR e fundador da TV Evangelizar, Dom Joel Portella, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Secretário Geral da CNBB e Gabriel Marquim, leigo e fundador da Comunidade dos Viventes. Já as conferências do Simpósio foram conduzidas por prelados, dentre eles, Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de São Salvador/BA e Dom Walmor Oliveira, Arcebispo de Belo Horizonte/MG e Presi dente da CNBB.

O Congresso teve uma progra mação cultural muito rica, valo rizando as raízes locais através da apresentação do tradicional Bloco da Saudade e dos famosos bonecões de Olinda que anima ram o público presente do CEN. No Teatro Guararapes, localizado dentro do Centro de Convenções, duas apresentações muito emocio

nantes, primeiro o Concerto “A Grande Missa Nordestina”, de Clóvis Pinheiro, e a apresentação do Padre Fábio de Melo, uma das mais aguardadas da programação.

No último dia de Congresso, um gesto concreto do que foi refletido: A inauguração da Casa do Pão, um espaço para atender pessoas em situação de vulne rabilidade, em especial as que vivem nas ruas do Grande Recife. O evento contou com a presença de diversos bispos, em especial Dom Fernando Saburido, OSB, Arcebispo de Olinda e Recife e do Cardeal António Marto, legado pontifício do Congresso.

A Diocese de Campo Limpo marcou presença no Congresso através de uma comissão de quatro leigos que participaram do evento geral, como também do Simpósio Teológico. Raylson Araújo

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ENAJD
Adiado pelas restrições impostas pela coronavírus, o primeiro encontro pós pandemia entre assessores jurídicos das dioceses, aconteceu em novembro em Brasília. A diocese esteve representada por seus assessores jurídicos.
Assessores jurídicos das dioceses de Campo Limpo, Santo Amaro e Osasco no primeiro encontro para representações jurídicas. | Foto: Arquivo Pessoal CEN: ‘grandioso’ em estrutura e conteúdo | Foto: Divulgação CEN

MENSAGEM DO PASTOR

CAMINHANDO, NA ESPERANÇA

Este é o primeiro artigo que tenho a alegria de escrever para o Informativo “Diocese em Ação”. A mensagem não poderia ser outra do que palavras mar cadas pela esperança. De fato, o mês de dezembro, com o tempo litúrgico do Advento e do Natal, é um período que desperta em nós a esperança cris tã, que nasce de nossa fé em Jesus, o “Verbo feito Carne” que vem morar no meio de nós!

Jesus é o Evangelho vivo de Deus. A palavra “evangelho”, como sabe mos, significa “Boa Notícia”. A Bíblia é cheia de boas notícias que geram esperança, dentre essas, podemos citar o próprio nascimento de Jesus, como constatamos das palavras do anjo dirigidas aos pastores, na noite de Natal: “Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na ci

dade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,10-11).

Esta grande e alegre notícia não é restrita ao passado. É também para nós hoje. É uma notícia sempre atual porque Jesus continua a “re nascer” na história, concretamente, sobretudo na vida de todas as pes soas que se abrem à sua mensagem de salvação, que acolhem o amor revelado na fragilidade e na simpli cidade da criança que, em Belém, não encontrou um lugar digno para nascer. Recordemos que o evan gelho de São Lucas diz que Jesus é colocado numa manjedoura por que não havia lugar para ele, Maria e José, dentro da casa (Cf. Lc 2,7).

É nesta situação de pobreza que a riqueza do amor de Deus se manifesta ao mundo. Por isso, o seu nascimento

traz esperança e provoca uma grande alegria, especialmente aos pobres e humilhados, aos que sofrem e se sen tem abandonados e atormentados es piritual e psicologicamente, às pessoas que buscam um sentido pelo qual viver. Somente pela força do amor re velada em Jesus, podemos supe rar toda tentação de desânimo, de acomodação e de tristeza. É ver dade que a recente pandemia do Covid – que ainda continua com seus riscos! – causou muito des gosto com os contágios, com as perdas de entes queridos, com o afastamento de muita gente das comunidades, com o aumento da pobreza, e tantos outros transtor nos. Mas, não podemos nos desa

Padres participam do curso para reitores e formadores de seminário em Roma

Entre os dias 07 a 19 de novem bro, no Colégio Espanhol San Juan D’Ávila, em Roma, foi realizado o Curso para Reitores e Forma dores de Seminários da América Latina. O curso foi promovido pelo Dicastério para o Clero e contou com a participação de 136 sacer dotes, sendo 43 brasileiros, entre eles os padres José Wilson e José Nelson, ambos de nossa Diocese de Campo Limpo.

A temática do Curso esteve pautada nos 30 anos da “Exorta ção Apostólica Pós Sinodal Pasto ris Dabo Vobis” do Papa São João Paulo II, sobre a Formação dos Sacerdotes, e o Documento da Congregação para o Clero “Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis” (O Dom da Voca ção Presbiteral).

No dia 10 de novembro, o Papa Francisco recebeu em audiência, os participantes do curso, na Sala Clementina, no Vaticano. O pontí fice abriu mão de um discurso de 12 páginas já preparado, e optou por um diálogo improvisado. O Papa ressaltou a importância de uma formação de qualidade, visando tornar realmente os pastores em “Cristo sacramento ou sinal e instrumento de união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano”.

O Papa Francisco recordou a importância dos documentos estudados no curso e destacou

como devem ser levadas em conta as diferentes dimensões do cami nho formativo dos seminaristas: humana, intelectual, espiritual e pastoral. Alertou ainda, a impor tância da continuidade da formação, que prossegue na formação perma nente dos sacerdotes.

Em sua fala, o Papa Francisco destacou aos participantes três características fundamentais nos sacerdotes e naqueles que se preparam para o ministério ordenado: proximidade, ternura e misericórdia, em uma vida de oração. Disse o Papa: “Deus é próximo com misericórdia e com ternura. E essas três coisas devem ser percebidas nos jovens. Devem ser sacerdotes que sejam homens bons, misericordiosos, mas com ternura” e concluiu o encontro dizendo “Proximidade com o povo de Deus. Dói muito

quando vejo sacerdotes tão engo mados por ter esquecido o povo de onde foram retirados. Não se esqueçam dos seus colabora dores. E ensinem as crianças a amarem o seu povoado, de onde vieram... Não se esqueçam do cheiro do povo de Deus”.

Toda vocação vem de Deus, a qual pede uma livre resposta de cada um de nós. Não é diferente na vocação ao sacerdócio, mas é necessário sempre lembrar: Somos livres para amar, como Jesus assim nos ama; para nos doarmos, como a nós Ele também se doa; para viver a misericórdia, como a nós Ele vive; para uma entrega livre e total, como a nós Ele assim o faz, ainda hoje. “Eu sou a videira, vós os ramos: quem está em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Pe. José Nelson da Silva

nimar e nos acomodar.

A Boa Notícia de que Jesus cami nha conosco e derrama o seu amor em nossos corações, por meio de seu Espírito, motiva-nos a seguir em frente, unindo as forças para su perar as dificuldades do caminho, trabalhando em sinergia, cuidan do uns dos outros especialmente dos mais fragilizados, sendo ver dadeiros artesãos de comunhão. Que possamos nós, como Dioce se, viver esses propósitos no novo ano que está para se iniciar. Este é o meu profundo desejo, como Bis po e irmão de caminhada, a serviço da evangelização.

A Sagrada Família abençoe a todos (e todas) e nos auxilie nesse caminho!

Campanha 2022: Vocação: Graça e missão que se dá no encontro

A Campanha para a Evangeli zação (CE) 2022 tem como tema “Evangelizar: graça e missão que se dá no encontro”. A iniciativa busca mobilizar os católicos para a corresponsabilidade na sustenta ção das atividades evangelizadoras da Igreja. A Campanha para a Evan gelização tem como ponto alto a coleta realizada nas comunidades no 3º Domingo do Advento, este ano nos dias 10 e 11 de dezembro.

Graça e missão O tema desta edição está em sinto nia com o 3º Ano Vocacional cele brado pela Igreja no Brasil de 20 de novembro de 2022 a 26 de novem bro de 2023, com o tema “Vocação: Graça e Missão”.

A reflexão proposta para esta Campanha para a Evangelização “Evangelizar: graça e missão que se dá no encontro” recorda que evan gelizar é a vocação da Igreja e, nela, a vocação de cada batizado, discípulo missionário de Jesus Cristo. “Essa vocação é dom e compromisso, ou seja, é graça e missão, a qual se realiza no encontro interpessoal, interco munitário, intergeracional, etc.”, destaca um trecho do texto-base.

Assim, de acordo com a reflexão apresentada, a Igreja no Brasil vai reavivar os quatro pilares da ação evangelizadora — Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária — propostos pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE, 2019-2023). Desta

forma, espera-se dos cristãos cató licos a tomada de consciência de que não existe evangelização sem encontro interpessoal.

As reflexões sobre o tema proposto no texto-base da campa nha também retomam explicações do Papa Francisco para edificar a cultura do encontro, em especial a partir de trechos da encíclica Fratelli Tutti, sobre a amizade e a paz social.

A Campanha

A Campanha da Evangelização foi criada pela CNBB em 1998 e busca mobilizar os católicos para que assumam a corresponsabili dade na sustentação das atividades evangelizadoras da Igreja.

Ela ocorre a partir do Domingo de Cristo Rei – neste ano em 20 de novembro – até o 3º Domingo do Advento, celebrado neste ano em 11 de dezembro.

A distribuição dos recursos é feita da seguinte forma: 45% do montante arrecadado permane cem na diocese para subsidiar a ação missionária, evangelizadora e pastoral da própria Igreja local; 20% do total arrecadado são enca minhados para os regionais da CNBB, com a mesma finalidade: sustentar as estruturas regionais de evangelização; e os demais 35% destinam-se à CNBB nacional, de forma a garantir iniciativas e estru turas evangelizadoras em todo o Brasil, especialmente nas regiões mais carentes.

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136 sacerdotes da América Latina, entre eles dois diocesanos, participa ram de curso para Reitores e Formadores | Fotos: Arquivo Pessoal

Dom Valdir é ordenado e toma posse da Diocese

A Diocese de Campo Limpo tem um novo bispo diocesano, o terceiro des de a sua criação. No dia em que a Igreja celebra a memória do Bem-aventurado Tiago Alberione, fundador dos Paulinos, Dom Valdir, primeiro bispo eleito da congregação, foi ordenado.

Monsenhor Valdir José de Castro, ssp foi ordenado na tarde do sábado, 26, na Cate dral Santuário Sagrada Famí lia, zona Sul de São Paulo, que esteve completamente cheia. Em seu interior e na parte externa, cerca de 4 mil pessoas estiveram presentes, entre elas centenas de padres diocesanos e da famí lia Paulina, congregação da qual Dom Valdir faz parte, além de muitos religiosos e religiosas.

Os inúmeros fiéis puderam acompanhar também do lado de fora da nave da Catedral, onde quatro telões foram instalados em diferentes espaços: um na fachada da igreja e outro na late ral, além do salão paroquial e a Capela do Santíssimo.

Todo o rito de ordenação episcopal foi acompanhado aten tamente e muitos fiéis se emocio naram a todo o momento. “É um rito muito cheio de simbolismos e é difícil segurar a emoção”, comentou Maria Adelaide, 59 anos, moradora de uma das regiões mais carentes da diocese, Jardim ngela.

O ordenante principal foi o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Os coordenantes foram: Dom Luiz Antônio Guedes, agora bispo emérito de Campo Limpo e Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo de Piracicaba.

No início da celebração, Dom Luiz Antônio Guedes, que perma neceu à frente da Diocese por 14 anos, acolheu a todos e agrade ceu a presença maciça de fiéis, “que constituem a maioria dos membros do povo de Deus”, e aproveitou para agradecer “com muita gratidão e ternura”, o senhor Heitor Pinto e Silva, que um dia antes fez a doação definitiva do terreno onde está a Catedral, a Igreja-Mãe da Diocese. Dom Luiz fez menção ainda, ao apoio dado pela Prefeitura de São Paulo e a Sub-prefeitura de Campo Limpo para o evento.

Concelebraram 17 bispos, entre eles Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e Presi dente do Regional Sul 1, que ao final da celebração fez o acolhimento do novo eleito como o mais novo membro do regional. “Não temos dúvida nenhuma que a sua chegada vem reforçar a nossa missão evan

gelizadora, vem reforçar a visão das nossas comunidades para que elas sejam cada vez mais comunida des eclesiais missionárias, a nossa alegria é grande em recebê-lo. Seja muito bem-vindo ao Regional Sul 1 da CNBB”.

O primeiro bispo de Campo Limpo, Dom Emílio Pignoli, prestes a completar 90 anos, também compareceu e, emocio nado, perguntado sobre viver este momento, desejou que o novo bispo seja conduzido pelo Espí rito Santo: “Estou contente de estar aqui, desejo que este novo governo alcance as necessidades da Diocese e que o Espírito Santo, conduza Dom Valdir”.

Memória do Bem-aventurado Tiago Alberione

A cerimônia começou pontual mente às 16 horas e próximo das 15h30, o ainda Monsenhor Valdir José de Castro foi acolhido pelo cardeal, os bispos coordenantes e o Colégio dos Consultores na porta da Catedral.

As redes católicas de televisão Rede Vida, Canção Nova, Século 21 e Pai Eterno, fizeram a transmis são ao vivo da ordenação e posse, além das redes sociais diocesanas e dos Irmãos Paulinos.

A cerimônia aconteceu, por escolha de Dom Valdir, na memória do fundador dos Pauli nos, o Bem-aventurado Tiago Alberione. Os Irmãos Paulinos tiveram a sua fundação em Alva, Itália, em 20 de agosto de 1914 e Dom Valdir é o primeiro bispo eleito da congregação.

O superior geral, padre Dome nico Soliman, veio da Itália para participar da ordenação. Depois da apresentação do eleito, primeiro momento do rito de ordenação, padre Soliman ficou incumbido de ler e apresentar ao Cardeal e a todos os presentes o mandato pontifício, ou a bula papal de ordenação.

E emocionado falou desse grande momento para a família Paulina: “Para nós, padres Pauli nos, Dom Valdir como bispo abre uma nova perspectiva, uma nova fronteira para viver a nossa missão e apostolado dentro da Igreja. Não podemos imaginar como será a experiência de Dom Valdir como bispo, mas com seu

estilo paulino, seguramente trará algo de novo para a evangeliza ção do Povo de Deus”.

Padre Claudiano Avelino dos Santos, Superior Provin cial da Congregação no Brasil, também esteve presente e falou a partir de sua perspectiva o que os diocesanos podem esperar: “Podemos esperar um bispo que irá dar uma especial atenção à comunicação como forma de evangelização na Igreja”.

Advento

A data da cerimônia coincidiu ainda com a celebração do novo ano litúrgico e em sua homilia, Dom Odilo destacou que já no início do Advento somos chama dos a uma atitude vigilante sem se deixar levar pelas distrações do mundo. “O primeiro domingo do Advento já nos convida a uma atitude de vigilân

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“ Caminhar em comunhão, ser artesão de comunhão. Que cada um de nós possa fazer a sua parte e viver a unidade na diversidade. ”
Foto: Marcus Simi

A imposição das mãos, gesto central da or denação, foi realizada pelos ordenantes, mas também pelos 17 bispos presentes, entre eles Dom Fernando Legal, bispo emérito de São Miguel Paulista, que está com 90 anos.

O rito de ordenação prevê a entrega do evangelho, para que anuncie a palavra de Deus; o anel, símbolo da fidelidade; a mitra, para que brilhe no eleito o esplendor da santidade e o báculo, símbolo do serviço pastoral, do cuidado com o rebanho, no qual o Espírito Santo constitui o bispo a fim de apascentares a Igreja de Deus.

O óleo do Santo Crisma, derramado sobre a cabeça do eleito pelo ordenante principal, emocionou muitos presentes. Enquanto derrama o óleo o ordenante reza: Deus, que te fez participar da plenitude do sacerdócio de Cristo, derrame sobre ti o bálsamo da unção, enriquecendo-te com a bênção da fecundidade espiritual.

Ao entregar o báculo, Dom Odilo deu posse a Dom Valdir e pediu que ele assumisse a Cátedra a partir daquele momen to da cerimônia. A litur gia Eucaristica seguiu presidida pelo bispo diocesano empossado.

Deus, o episcopado é um serviço, não uma honra”.

Odilo deu posse a Dom Valdir e pediu que ele assumisse a Cáte dra a partir daquele momento da cerimônia. “Recebe a Cátedra e toma posse da tua Catedral e da sua Diocese”. Dom Valdir, assu mindo a Cátedra e visivelmente emocionado, foi aclamado com calorosa salva de palmas por todos os presentes recebendo em seguida a saudação da paz, que é a acolhida do novo bispo no Colé gio Episcopal.

Nasceu em Santa Barbara D’Oeste em 14/02/1961. Escoheu a vida religiosa na Pia Sociedade de São Paulo.

Decidiu-se pela vida religiosa aos 17 anos. Foi ordenado sacerdote em 12/12/1987.

É graduado em Jornalismo, fez mestrado e doutorado na mesma area. Foi superior geral dos paulinos, o 7º sucessor do fundador.

cia, de atenção, de não nos distrairmos neste mundo com as tantas ocupações e tantas possibilidades de distração oferecidas, para que ninguém, ninguém, perca de vista a meta deste grande encontro para o qual nos preparamos dia após dia”.

E, de especial modo, dirigindo-se a Dom Valdir, pediu que recordasse que ele fora eleito para o serviço e lembrasse sempre das pala vras de Cristo aos apósto los: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou”, além de enfatizar que um bispo deve ser reconhecido pelo serviço. “Quanto a ti, caríssimo irmão padre Valdir escolhido pelo Senhor, lembra-te, que fostes tirados dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de

Rito de ordenação e posse São muitos os momentos marcantes e de emoção durante o rito de ordenação, entre eles o momento em que o eleito se prostra diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a inter cessão dos santos.

A imposição das mãos, gesto central da ordenação, foi realizada pelos ordenantes, mas também pelos 17 bispos presentes, entre eles Dom Fernando Legal, bispo emérito de São Miguel Paulista, que está com 90 anos.

A Prece de Ordenação profe rida pelo ordenante principal, enquanto o livro dos Evangelhos é colocado sobre a cabeça do eleito, emocionou muitos presentes que não seguraram as lágrimas.

A unção da cabeça do novo bispo com o óleo do Crisma, jamais presenciada na Diocese, e a entrega das insígnias episcopais –anel, mitra e báculo – pelos irmãos do novo bispo, foram acompanha dos em profundo silêncio e atenta mente pela multidão.

Ao entregar o báculo, Dom

O último a cumprimentar Dom Valdir, foi monsenhor Alga cir Munhak, bispo eleito para a Diocese de São Miguel Paulista em 21 de setembro pelo Papa Fran cisco e, conforme fez questão de mencionar Dom Odilo, será orde nado bispo dia 17 de dezembro.

Tudo por causa do Evangelho Em seu primeiro pronunciamento como bispo, Dom Valdir iniciou os agradecimentos rendendo graças a Deus pelo chamado ao serviço episcopal: “agradeço ao Supremo Pastor que não obstante as minhas limitações me chamou ao minis tério episcopal. A Ele eu louvo e rendo ação de graças”, e pedindo uma salva de palmas a Deus lembrou a todos “Ele que está no meio de nós”.

Em seguida, Dom Valdir agra deceu a Dom Odilo, aos coor denantes, aos outros bispos presentes, ao clero Paulino e diocesano, aos familiares, aos amigos de perto e longe e ao povo da Diocese, que ocupou cada espaço disponível: “é bonito quando uma celebração busca

unir a Igreja para a gente cami nhar junto, fazendo da nossa vida uma grande celebração, um cele bração como diocese”.

E falando sobre o lema esco lhido explicou sua inspiração: “Faço tudo pelo evangelho. O evangelho é antes de tudo Jesus e na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos Santos e Santas, quero fazer esse caminho de viver e anunciar o Evangelho”.

Sem deixar de falar sobre sino dalidade e comunicação, deu as diretrizes de seu governo. “É preciso fazer o caminho sinodal de caminhar juntos na missão de evangelizar, valorizando o cami nho da comunicação. Não existe caminho sinodal sem comunica ção, com o espírito e entre nós. Precisamos ser ‘artesãos de comu nhão’, que cada um de nós possa dar a sua parte, viver a unidade na diversidade”.

Simbolismo do Báculo

O báculo, uma das insígnias do bispo, remete para o cajado dos pastores de ovelhas. O báculo escolhido por Dom Valdir é repleto de significados: há uma esfera, representando o mundo, com a inscrição Omnia Propter Evangelium, seu lema episcopal em latim (“Tudo por causa do Evangelho”). Paulo Apóstolo toca a esfera com seus pés e seu olhar está voltado para Jesus. Assim, aquele que evangeliza deve olhar o mundo e a realidade como um todo com o olhar de Jesus. É o próprio Senhor quem nos abençoa e envia em missão.

5 Dezembro de 2022 www.dcl.org.br Foto: Érica Viana
Foto: Érica Viana Foto: Marcus Simi O báculo, uma das insíginias do Bispo remete para o cajado dos pastores de ovelha.

300 voluntários ajudaram na Ordenação

Uma festa de grandes propor ções como foi a posse e ordena ção do terceiro bispo diocesano só foi possível graças aos mais de 300 voluntários que ajudaram antes e depois.

Preparar uma cerimônia da envergadura que uma ordenação episcopal exige, não é fácil, ainda mais da forma inédita como foi para todos da Cúria Diocesana de Campo Limpo.

Na tarde do sábado dia 26, a ordenação episcopal e posse do Monsenhor Valdir José de Castro, representou um grande desafio e um planejamento detalhado e antecipado, além é claro, de dezenas e dezenas de pessoas, nas mais diferentes funções, foi a primeira vez que aconteceu na diocese uma ordenação episcopal.

Foram muitas reuniões, ensaios, e muito trabalho nos dias que ante cederam o evento. “A preocupação era acolher bem a todos que vies sem, desde a nomeação já começa mos a pensar e preparar em tudo, Deus nos presenteou com um lindo dia e tudo o que fizemos foi

com dedicação e amor”, declarou a Secretaria de Pastoral, Sheyla Leite.

Pastoral Familiar, Catequese, Terço dos Homens, Jovens e outros movimentos, somaram mais de 300 pessoas.

Os membros da paróquia Catedral Sagrada Família, em sua grande maioria, foram chamados a ajudar nos trabalho e tiveram, portanto, participação fundamen tal neste acontecimento histórico.

Exemplo disso, a paroquiana Maria Aldevania que chegou a catedral com mais de três horas de antecedência contou sua expe riência. “É uma experiência mara vilhosa poder receber as pessoas, de tantos lugares”, disse ela.

` Autoridades

Prefeito Ricardo Nunes comparece a cerimônia de Posse

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, comparece a cerimônia de ordenação e posse de Dom Valdir, ressalta a importância de atender ao chamado a uma missão e deseja ao novo bispo um governo tranquilo e feliz.

Uma das autoridades civis presentes na celebração de Orde nação Episcopal e Posse de Dom Valdir José de Castro, foi o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, em entrevista, ressaltou a semelhança de ambos os “chamados”.

Algumas outras autoridades civis, dos municípios onde está a diocese, secretários, deputados e vereadores também compareceram.

Ricardo Nunes foi eleito como vice-prefeito e tornou-se prefeito em ocasião do falecimento do prefeito eleito Bruno Covas, em maio de 2021. “Deus coloca as coisas na vida da gente e devemos sempre pedir a proteção, o apoio e orar para seguir na missão”, afirmou.

Assim como ele, Dom Valdir já havia declarado que jamais pensara ser ordenado bispo. O prefeito ressaltou que às vezes somos chamados para uma missão a qual não esperamos. “Nossas ações são missões que realizamos, desde quando viemos ao mundo, precisamos encarar isso como uma forma de missão dada por Deus, com muita fé e tranquilidade, não tem muita diferença não, é pegar a missão e tocá-la”.

“A Igreja Católica sempre será forte” Católico, o prefeito também destacou as características de uma Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica condições mais do que visíveis durante a celebra ção de ordenação de Dom Valdir, que entre outros momentos, foi marcada pela imposição de mãos de quase duas dezenas de bispos presentes, comprovando a sucessão apostólica de Pedro nos nossos dias. “Claro, observamos transformações, mas a essência é muito importante, faz com que a gente tenha que conduzir nossas vidas. A Igreja está sempre fortale

cida, hoje aqui foi uma celebração importante, Dom Valdir vai assu mir a Diocese, substituindo Dom Luiz e as ações de evangelização vão continuar, isso é fundamental para a Igreja”, disse ele.

Bem-humorado, o prefeito permaneceu até o fim da cele bração, atendeu aos jornalistas e participou de uma breve recep ção com o novo bispo, na saída brincou com nossa reportagem: “As transformações tecnológicas também acontecem, antes não havia rádio, internet, nem grava dores como esse seu que nos fazem responder perguntas até na hora de ir embora”.

12º Celebra Juventude apresenta nova coordenação

Aconteceu na noite do dia 14 e durante toda a madrugada do dia 15, feriado da Proclamação da República, a Vigília Celebra Juventude, na Catedral Santuá rio Sagrada Família, pela 12ª vez local da realização do encontro. Na abertura, o Administrador Apostólico Diocesano, Dom Luiz Antônio Guedes, expressou seu agradecimento ao padre Rodolfo Camarotta pelos 11 anos à frente da assessoria das “diversas Juven tudes Diocesanas”. Incentivou e agradeceu o empenho empregado pelo padre Jeferson Sampaio ao aceitar e assumir o cargo de Assessor Diocesano das Juventudes: “Quero agradecer ao padre Rodolfo, sempre muito empenhado com as Juventu des, nestes últimos 11 anos, e acolher, já agradecendo, o padre Jeferson Sampaio por ter aceitado continuar esse trabalho a frente de todas as Juventudes, com suas pastorais e movimentos. Deus recompense os dois e os faça sempre felizes em todos os trabalhos”.

Dom Luiz lembrou ainda, aos cerca de 2000 jovens reunidos, sobre a sua renúncia por motivo de idade e aceita pelo Papa Fran cisco em setembro. Falou ainda

sobre a nomeação do novo bispo, Monsenhor Valdir José de Castro, ssp, incentivando a participação na missa em que o bispo eleito será ordenado e empossado, no próximo dia 26 de novembro: “Faltam poucos dias, 12 dias, para a ordenação e posse do terceiro bispo diocesano. Convido todos vocês para participar deste importante momento para a nossa diocese”.

A juventude, que já chegou bastante animada, não perdeu tempo e entre pregações, louvo res e oração de cura, mostrou que

o tema desta vigília, uma frase de Santa Catarina de Sena, não foi escolhida por acaso: “Se fores aquilo que Deus quer, colocareis fogo no mundo”.

Padre Sérgio Roberto Farias

da Silva ou padre Sérginho, vigá rio da paróquia Santuário Senhor Bom Jesus de Piraporinha, agitou ainda mais os jovens com a prega ção: “Cheios do Espírito Santo”. A segunda pregação da noite: “O primado do Espírito na Carne”, aconteceu por volta da uma hora da manhã e foi feita pelo fundador da Comunidade Ruah Adonai e teólogo, Huarderson Leite.

Na Vigília Celebra Juventude o que não pode faltar é louvor entre as pregações; a animação dos parti cipantes ‘incendiou’ a Catedral.

Durante um período entre a aber tura do evento e algumas horas da madrugada, padres convidados atenderam centenas de pessoas no sacramento da reconciliação.

Já passava das três horas da manhã quando a terceira prega ção da noite começou. Emerson Almeida, Comunidade Colo de Deus, trouxe uma reflexão sobre: Evangelizar na força do Espírito.

A Santa Missa, presidida pelo novo assessor das Juventudes, padre Jefferson Sampaio da Silva, encerrou a 12º Vigília Celebra Juventude. A próxima vigília já tem data: 20 de fevereiro de 2023.

6 Dezembro de 2022 www.dcl.org.br
12º Celebra Juventude teve louvor, momentos de espiritualidade, atendimen to de confissão e Santa Missa no encerramento. | Fotos: Gutierrez de Jesus Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, declaradamente católico, chegou a cerimônia perto das 16 horas e participou de todo o rito. | Foto: Ivan Prado Dedicação e muita alegria de todos os 300 voluntários que ajudaram na ordenação e posse do novo bispo diocesano. | Fotos: Marcus Simi

A Dom Luiz, nosso muito obrigado!

Vivendo o ministério episcopal há 25 anos, muitos deles no meio de nós, Dom Luiz Antônio Guedes foi instrumento da satisfação do povo, na perspectiva de Jesus, mas com a legítima e divina autoridade.

Ao receber a notícia da acolhida da renúncia de Dom Luiz Antônio Guedes, em 14 de setembro, ao governo pastoral da Diocese, por parte do Santo Padre o Papa Francisco, a Diocese de Campo Limpo voltou seu olhar a Dom Luiz com gratidão pelos anos de serviço a esta porção do Povo de Deus como bispo.

Seu pastoreio deixa como marca a consolidação e melhor adequação de muitas estruturas e organismos diocesanos funda mentais para o bom andamento da Diocese em todas as suas dimensões. Prudente, simples e generoso, sempre se mostrou fiel à Igreja. Reconhecemos, com genuína alegria, que os seus quase 14 anos à frente desta Diocese foram marcados por realizações importantes para a caminhada do Povo de Deus nesta ainda jovem Igreja Particular, a última delas alcançada um dia antes da posse de Dom Valdir: alcançar a doação definitiva do terreno onde está a Catedral Sagrada Família.

O seu lema episcopal “Sei em quem confiei” (2Tm 1,12) iluminou o seu ministério, sendo possível constatar a confiança na vontade de Deus expressamente em diver sas situações ao longo do seu pastoreio. Sem dúvidas, um teste munho que nos ajuda a consolidar a nossa confiança Naquele que não

se cansa de nos amparar.

Vivendo o ministério episco pal há 25 anos, muitos deles no meio de nós, Dom Luiz foi instru mento da satisfação do povo, na perspectiva de Jesus, mas com a legítima e divina autoridade. Desenvolveu o 5º e o 6º Plano de Pastoral – este último ainda vigente nos dias atuais –, orde nou 30 novos sacerdotes e criou 10 novas paróquias. Sua atuação nesta porção do Povo de Deus é a maior de sua ‘jornada’ episco pal e sua generosidade é sempre destacada pelos que com ele convivem mais de perto.

Desde sua chegada a Campo Limpo, Dom Luiz mostrou-se sempre atento às escutas nas

Assembleias e outros organis mos consultivos da Diocese. Este sempre foi seu ponto de partida para o caminhar da ação pastoral e evangelizadora. Sempre muito zeloso, tem a paciência necessá ria para esperar o tempo certo para fazer mudanças e cumpre muito bem sua missão de articu lar a evangelização, priorizando a formação dos agentes de pastoral e também do seu clero.

Hoje, bastante experiente e já emérito, mas ‘não aposentado’, permanecerá no meio de nós, nos doando seu exemplo de fraterni dade e obediência a Deus. Que alegria podermos sempre contigo contar, Dom Luiz. Nossa gratidão e amizade!

Reunião no Dicastério para a Comunicação em Roma

Monsenhor Valdir José de Castro, nomeado terceiro bispo para a Diocese de Campo Limpo em 14 de setembro, participou entre os dias 10 e 12 de novem bro da Plenária do Dicastério para a Comunicação, em Roma, organismo do qual também é membro nomeado desde outu bro deste ano.

A plenária do organismo acontece a cada dois anos. Com o tema principal: “Sínodo e comunicação: um caminho a ser desenvolvido”, o evento contou com a participação de cerca de 60 pessoas.

O encontro foi conduzido pelo prefeito do Dicastério de Comu nicação, o jornalista Paolo Ruffini e dois conferencistas ajudaram na reflexão do tema principal: o professor Derrick De Kerckhove, doutor em Língua e Literatura Francesas pela Universidade de Toronto, Canadá e doutor em Sociologia da Arte pela Univer sidade de Tours, França e Felicia Wu Song, socióloga cultural que estuda o lugar das tecnologias digitais na vida contemporânea, formada em História, Estudos de Comunicação e Sociologia pela

Yale, Northwestern e Universi dade de Virginia (EUA).

Sobre a sua participação, Monsenhor Valdir revela que ficou extremamente satisfeito com as reuniões: “Gostei muito, vivenciei esses dias sentindo que o espaço [da plenária] não pretende só pensar em ação, ou seja, na organi zação das estruturas da comunica ção, isto também, mas, sobretudo refletir a comunicação, o pensar comunicação, o diálogo que culmina no encontro com o outro”.

Na manhã do último dia do encontro, o Papa Francisco recebeu todos os participantes da plenária em audiência e falou, em um discurso espontâneo, sobre a valorização do aspecto humano, sobre o aspecto das

relações, além de frisar que a comunicação não é uma via de mão única: “a comunicação deve ser um caminho de fala que vai e vem, ou seja eu falo, mas também escuto o que o outro tem a dizer, só assim se pode criar um diálogo. A comunicação de direção única é a do papagaio. Veja, o papagaio fala, fala, fala e não quer saber o que o outro tem a dizer, não seja mos papagaios”.

Em seu discurso oficial aos participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para a Comunicação, o Papa reforçou que a primeira tarefa da comuni cação é tornar as pessoas menos solitárias. “O Sínodo não é um simples exercício de comuni cação, nem uma tentativa de repensar a Igreja com a lógica das maiorias e das minorias que devem chegar a um acordo. Esse tipo de visão é mundana e segue o padrão de muitas experiências sociais, culturais e políticas. Ao contrário, a essência do caminho sinodal reside numa verdade fundamental que nunca devemos perder de vista: ele tem por obje tivo escutar, compreender e pôr em prática a vontade de Deus”.

Jesus não nasceu no dia de Natal?

– Como é que é? Será que li direito?

– Leu sim. Jesus não nas ceu no dia de Natal. E vou mostrar por quê.

A única fonte que nos ajuda nessa descoberta é o Evangelho segundo Lucas. Só ele menciona os pasto res como primeiros desti natários da boa notícia do nascimento do Salvador. E afirma que os pastores passavam a noite cuidan do dos rebanhos (de ove lhas) a céu aberto. Ora, em dezembro, no hemisfério norte (isto é, acima da linha do Equador), faz muito frio. Na Palestina chega a nevar e gear. Não haveria nada mais prejudicial à saúde das ovelhas e suas saltitan tes crias. E seria insensatez os pastores dormirem fora de casa com suas ovelhas pastando no frio.

Detalhe curioso. Em Is rael ainda se encontra uma espécie de ovelha que nos meses quentes acumula gordura na cauda. O rabo engrossa bastante, e a gor dura aí acumulada é consu mida pelo animal durante os meses de frio...

Se Natal não é data do nascimento de Jesus, por que foi escolhido esse dia? Você deve ter percebido que, para nós do hemisfério sul (abaixo do Equador), de zembro é o mês no qual as horas de sol chegam ao má ximo, e a partir desses dias vão desaparecendo, dimi nuindo os minutos de luz. No hemisfério norte acon tece o contrário: as horas de sol vão diminuindo até che gar a virada: o sol vai tirando minutos e horas da escuri dão, como herói que vence as trevas.

Na Roma antiga, esse fato era celebrado na festa do Sol invencível, que coin cidia com a “virada” do sol na luta contra as trevas. Era uma festa pagã celebrando o deus Sol invicto.

Os cristãos daquela épo ca, em lugar do nascimen to de Jesus, celebravam a festa da Epifania (reis ma gos). Aos poucos foram percebendo que era possí vel, a partir da festa do Sol invencível, celebrar o nas cimento de Jesus, pois o verdadeiro sol é ele, e não

DÚVIDAS DA FÉ

há outro. Baseavam-se numa frase do profeta Ma laquias, que diz: “Para vós, que temeis o nome do Se nhor, brilhará o sol de justi ça, que tem a cura em seus raios” (3,20). O sol divini zado esteve presente em quase todas as religiões an tigas, como o Egito.

Quando as legiões ro manas ocuparam a Pérsia, encontraram aí um deus chamado Mitra, cujo símbo lo é o touro e é protetor dos soldados. Era chamado o deus da luz, e nesse aspec to tinha muito a ver com o cristianismo, pois Jesus se autodeclarou a luz.

Em pouco tempo, o cul to a Mitra chegou a Roma, onde lhe foram construí dos vários mitreios, ainda hoje visitados por turistas. Atualmente há dois aber tos a visitas, um atrás do Coliseu, sobre o qual cons truiu-se a basílica de São Clemente, e outro em Ós tia Antiga.

A coincidência com o tema sol/luz (Sol invencí vel e Mitra luz) aproxima ram as duas festas pagãs, sobre as quais celebrou-se a festa do Natal do Senhor. As festas do Senhor foram harmonizadas com a hipo tética data do nascimen to de Jesus: anunciação, apresentação tiveram suas datas remodeladas por não se ter certeza acerca do aniversário de Jesus.

Não é de estranhar que uma das três grandes festas cristãs tenha sido construí da sobre os alicerces de fes tividades pagãs. O que dizer então deste fato natalino: sobre as bases da grande festa do Natal construiu-se o ridículo Papai Noel, que pouco ou nada tem a ver com o Salvador?

O evangelista Lucas nos mostra um interessante as pecto. As primeiras visitas a chegar a Belém foram os pastores, esses simpá ticos que aparecem nos presépios. Na verdade, os pastores não eram tão simpáticos como se pensa. Por não respeitarem, com seus rebanhos, as proprie dades alheias (para eles não havia cercas), eram vistos como pessoas de má fama, e o testemunho deles por isso não era acei to nos tribunais.

Para enviar a sua pergunta use o nosso WhatsApp 11 3584-9036 ou pelo email comunicacao@diocesedecampolimpo.org.br

7 Dezembro de 2022 www.dcl.org.br
Pe. José Bortolini Vigário da Paróquia Santa Suzana Dom Luiz Antônio Guedes, segundo bispo diocesano e agora emérito, conti nuará na Diocese de Campo Limpo. | Foto: Pe. Rodrigo Antônio da Silva Dom Valdir na Cúra Diocesana Foto: Pe. Rodrigo Antônio da Silva

Jornal Diocesano completa 10 anos

Pensado para que a família dioce sana estivesse sempre informada sobre os fatos mais importantes da Igreja local e mundial, o informativo mensal ‘Diocese em Ação’ completa nesta edição dez anos.

Há dez anos o jornal nasceu a pedido de Dom Luiz Antônio Guedes, segundo bispo diocesano, para ser o jornal de todos os cris tãos, o companheiro que, com uma linguagem sem complicação, chega para informar e dar voz à comunidade católica da Diocese de Campo Limpo.

No ano de lançamento do jornal a Diocese celebrava seus 23 anos de existência; acontecia a Jornada Diocesana da Juventude em preparação à JMJ Mundial que aconteceu no Brasil, no Rio de Janeiro em 2013; nosso Bispo Diocesano celebrava 40 anos de sacerdócio e debutava em seu ministério episcopal.

Muitas foram as informações e notícias ao longo desta década: criação de paróquias, dedicação de igrejas, ordenações e campanhas pastorais, convites e homenagens.

Completar uma década

de história e 74 edições neste período é motivo de orgulho e motivação para todos os envol vidos no projeto editorial deste veículo desde o seu nascimento.

O nome ‘Diocese em Ação’ foi escolhido para o jornal de forma temporária, a ideia era que a partir da primeira edição o público sugerisse nomes enviando email para a redação.

Depois de algumas manifesta ções dos leitores e para a surpresa do primeiro Conselho Editorial, as respostas, em quase 100%, aprova ram o nome sugerido e dessa forma

“Diocese em Ação” se tornou oficial.

Sempre em quatro cores, um ano depois do início da circulação, em 2013, o código QRCode (sigla do inglês Quick Response ou resposta rápida na tradução lite ral) já era uma realidade e ainda hoje todas as edições podem ser acessadas e lidas online na plata forma ISSU.

As comemorações de uma década de jornal já começaram na edição de fevereiro de 2022 com a reformulação gráfica completa, idealizada por Marcos Leonardo Delfino e aprovada

pelo Conselho Editorial. Foram grandes as duas reformulações pelas quais passaram as páginas do jornal diocesano.

Para o padre Rodrigo Antonio da Silva, Assessor Diocesano do Setor Comunicação, informar não é a única grande responsa bilidade do jornal, mas também tornar a informação próxima do público diocesano: “Fazer jorna lismo independente na editoria de religião no Brasil é um desafio não só para nossa Diocese, mas para a comunicação eclesial como um todo. O público adquiriu aos poucos a prática de se informar sobre a Igreja através de vários meios, passando a perceber, atra vés de uma comunicação direta, que a diferença entre “news” e “fake news” pode ser também a diferença entre a saúde e a doença que contamina nossas paróquias, grupos ou pastorais. O jornal diocesano quer ser cada vez mais informativo e próximo de todas as realidades do nosso extenso terri tório diocesano”.

Não apenas na aparência o perió dico sofreu alterações: a parte edito rial também foi mais bem definida para ir além de informar as ações diocesanas, dando mais espaço às causas que fazem diferença na vida

da nossa Diocese, inclusive nas ações pastorais.

Seguiremos trazendo atualiza ções das paróquias e comunidades com diferentes olhares, bem como testemunhos e exemplos de ações de pastorais que estão dando certo. O jornal de oito páginas, hoje com tiragem de 30 mil exemplares, é entregue gratuitamente nas 110 paróquias diocesanas, em geral, no primeiro domingo do mês.

Além da versão impressa, o jornal marca presença também no ambiente digital, com o envio imediato ao fechamento de sua versão em pdf por whatsapp e na plataforma ISSU.

A história do jornal não é contada apenas pelas coberturas dos acontecimentos paroquiais, mas de notícias que tiveram grande importância para a Igreja no Brasil e no mundo e isso será mostrado ao longo deste ano de celebração mensalmente, bem como pelas diferentes perspecti vas profissionais que já passaram pelo corpo editorial.

Utilizar os meios de comuni cação como processo de educar na fé e fazer o Evangelho chegar a todos é o que o Conselho Editorial deste veículo impresso deseja. Boa leitura.

M’Boi Mirim e Mirim-Guaçu recebem visita do bispo

No primeiro dia do mês de novembro a Região Episcopal 3, que compreende as foranias M’Boi Mirim e Mirim-Guaçu, tiveram seu primeiro encontro com o bispo eleito para a Diocese de Campo Limpo, Monse nhor Valdir José de Castro, ssp.

O encontro aconteceu na Paróquia Maria Mãe da Igreja, no Jardim das Flores, com a partici pação de 99% do clero da região. Uma apresentação foi preparada, sendo possível visualizar um pano rama geral da região. O encontro foi também um primeiro contato do bispo eleito com o clero atuante nas paróquias.

As boas vindas foram conduzi das pelo vigário episcopal, Mons. Luis Carlos Parede, que também agradeceu de maneira especial a disponibilidade do bispo eleito para o encontro, bem como dos padres, vigários e diáconos.

Depois da apresentação geral, os vigários forâneos, padre Wallace Almeida Adorno (M’Boi Mirim) e padre William Venâncio (Mirim -Guaçu) apresentaram de forma geral as foranias e cada pároco das 24 paróquias, que compreendem a região 3, se apresentou e falou resumidamente sobre seu territó

rio paroquial e sobre si.

Terminada a apresentação das paróquias e do clero, Monse nhor Valdir falou um pouco sobre sua expectativa para o governo da Diocese e enfatizou sobre os desafios e sobre a continuidade dos trabalhos. “Vou sempre enfa tizar a unidade, ninguém caminha

sozinho, sempre trabalhei por e pela unidade, vamos dar continui dade ao que já existe, respeitando a caminhada dos bispos anteriores e percorrendo a estrada ao lado do povo, não vamos inventar a roda, precisamos fazê-la rodar, estamos aqui, todos nós, para trabalhar pelo povo de Deus.”

Ainda sobre os desafios, apon tou o caminho do diálogo como solução para trabalhar as diferen ças: “O maior desafio da unidade é trabalhar as diferenças, caminhar com o diferente, buscando sempre o diálogo”.

Monsenhor Valdir propôs sugestões de temas para a Atua lização Teológica do Clero, que deve acontecer entre os dias 13 a 16 de fevereiro do próximo ano, na cidade de Aparecida, para ser votado, além de abrir para suges tões de outros temas. Quase que

unanimemente os padres da região três aprovaram os temas propostos por Monsenhor Valdir: Sinodalidade, Conversão Pasto ral e Comunicação.

Todas as regiões receberam a visita do bispo eleito. Sobre isto, Monsenhor Valdir revelou que este primeiro contato é importante para conhecer o clero com quem vai trabalhar.

Entre fotos, cumprimentos e desejos de boas vindas a reunião foi encerrada com um almoço servido pela paróquia a todos os presentes.

Conhecendo o território Depois do almoço, Mons. Valdir, acompanhado do anfitrião da reunião, Mons. Parede, percorreram o território da forania M’Boi Mirim e Mirim Guaçu com uma passagem rápida pelos arredores das paróquias.

8 Dezembro de 2022 www.dcl.org.br
` 10º
Andrea Rodrigues Jornalista O Jornal Diocese em Ação, que nasceu a pedido de Dom Luiz Antônio Guedes, chega aos 10 anos com 74 edições, milhares de notícias da diocese e da Igreja do Brasil e do mundo, colunas formativas e duas reformulações gráficas completas, a última há quase um ano.
24 | Nov / Dez de 2016 Edição 49 | Setembro de 2019 Edição 46 | Junho de 2019 Edição 52 | Dez 2019 / Jan de 2020 Edição 65 | Março de 2022
Jornal Diocesano tem a importante missão de fazer diocesanos conhecerem as ações evangelizadoras de todas as partes | Foto: Andrea Rodrigues
Edição
Já são 74 edições e dois projetos gráfico diferentes A história do jornal é contata através das coberturas das notícias da diocese mas também, da Igreja do Brasil e do mundo.
Clero da Região Episcopal 3, M’Boi Mirim e Mirim-Guaçu, se reúnem com o ainda Mons. Valdir no início do mês de novembro | Foto: Andrea Rodrigues
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