Jornal UEG - Edição 27

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Jornal da Universidade Estadual de Goiás I Ano 6 - Nº 27 | outubro-dezembro / 2018

2018 UM ANO DE Programa Próprio de Bolsas, UEG em Rede, cursos de Medicina, Direito e Psicologia, Faculdade do Esporte Eseffego, Qualificação da Infraestrutura Física. Em 2018 a UEG deu passos firmes e decisivos na direção de se consolidar entre as principais universidades do país.

UEG em contexto Acesso ao conhecimento num clique

UEG em Contexto A quem pertence espaço urbano?

Gestão Avaliação do desempenho acadêmico

UEG unifica a forma de acesso a plataformas digitais para facilitar o contato com acervos bibliográficos e a comunicação no ambiente acadêmico.

Entenda como a divisão simbólica da cidade a tem transformado em um lugar apenas de passagem e não de vivência.

Envolvimento da comunidade universitária é chave para uma boa performance da UEG no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). A avaliação aponta índices de qualidade de ensino e está atrelada a financiamentos externos, bolsas e também à credibilidade da instituição perante à sociedade.

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EDITORIAL

Um olhar retrospectivo sobre 2018 Por Adriana Rodrigues

Começamos o ano declarando que “o melhor de 2018 vai ser você”. Você, que no dia a dia - com suas ações, ideias, diversidade cultural - constrói o que chamamos de universidade. Foi por isso que em abril homenageamos estudantes e servidores nos 19 anos da UEG, pois foram as pessoas, com suas trajetórias, que escreveram a história da Universidade.

cidade, transformando-a em um lugar menos ocupado e menos favorável às relações. Conforme o professor Vinicius Polzin Druciaki, coordenador do curso de Geografia do Câmpus Cora Coralina, mobilidade no espaço urbano é reflexo da sociedade e condição de direito e acesso às cidades. É o que discute a reportagem Para quem é a cidade?.

Aliás, este ano tivemos muito o que comemorar. Por isso, nesta edição, vamos abordar os principais avanços da Universidade em 2018, como o lançamento da UEG Faculdade do Esporte Eseffego, a criação dos cursos de Medicina, Direito e Psicologia, do Programa UEG em Rede, do Centro de Empreendedorismo e Inovação (Inova Centro), do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento de Tecnologias Aplicadas (Gedetec) e o convênio assinado com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) - passos firmes e decisivos que mostram que a UEG está no caminho certo rumo à sua consolidação.

Tecnologia, comunicação e conhecimento

O processo de fortalecimento de uma universidade também passa pelo reconhecimento de sua qualidade de ensino. Nesse sentido, nada é mais elementar para se manter ou elevar o padrão do que instrumentos avaliativos, como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Na matéria Enade: um dos caminhos para a excelência, o jornalista Weber Witt desmistifica a avaliação, explicando seu funcionamento e importância e ainda aponta que, para resultados positivos, é necessário o envolvimento de toda a comunidade acadêmica. Discussões sobre respeito à diversidade perpassaram a rotina e as atividades dentro e fora da Universidade durante o ano inteiro. É por isso que nessa edição você vai conhecer a Kamila Santos, uma estudante surda do curso de Engenharia Civil, que nos leva a refletir sobre como não estamos tão preparados assim para lidar com o diferente e conviver em um ambiente plural. A reportagem do jornalista Fernando Matos reforça que o direito ao respeito ainda é um tema caro a ser debatido.

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E por falar em direito, como você tem usufruído o direito à cidade? Sem que nos demos conta, a demarcação simbólica dos espaços urbanos tem limitado quem vai e para onde vai no cotidiano da

As plataformas online têm facilitado cada vez mais a comunicação e o acesso à informação no ambiente acadêmico e a UEG não está alheia a esses avanços. Nesse ano, a Universidade unificou as formas de acesso aos periódicos da Capes, à ferramenta de videoconferência da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e ao Minha Biblioteca. Em Plataformas online facilitam o acesso ao conhecimento. A jornalista Anna Carolina Mendes mostra como qualquer pessoa da comunidade acadêmica da UEG, estando em qualquer lugar, pode acessar as ferramentas online. A reportagem também aponta que é preciso aprender todas as possibilidades de uso dessas inovações tecnológicas. O valor do trabalho no campo Em 2018, a UEG sediou a realização da 16ª Feira Agro Centro-Oeste Familiar. No mês de maio, o Câmpus São Luis de Montes de Belos recebeu 4,3 mil pessoas, entre estudantes, pesquisadores e produtores familiares para discutir a produção de alimentos saudáveis. É assim que o acadêmico Ari Santana do curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do Câmpus Campos Belos, discorre em Agricultura familiar, instrumento de fixação do homem no campo sobre como esse segmento da economia tem garantido, tanto em quantidade como em qualidade, o direito à alimentação digna. O artigo de Santana ainda chama atenção para a necessidade urgente de valorização do agricultor familiar, que diante dos poucos incentivos que o fixe no campo, tem desistido da lida e de sua relação com a terra para, infelizmente, aumentar as estatísticas do êxodo rural. Boa leitura!

EXPEDIENTE

jornal UEG Anápolis - Goiás, outubro-dezembro de 2018 Ano 6, Nº 27

CENTRO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

DISTRIBUIÇÃO Raniery Miranda

REITOR Haroldo Reimer

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Núbia Rodrigues

Universidade Estadual de Goiás CeCom - Reitoria da UEG

EDITOR Adriana Rodrigues

Rod. BR-153, Quadra Área, Km 99 CEP: 75.132-903 / Anápolis - GO Tel. geral: (62) 3328-1403

CHEFE DE GABINETE Juliana Oliveira Almada PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Maria Olinda Barreto PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Ivano Alessandro Devilla PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS Marcos Antônio Cunha Torres PRÓ-REITOR DE GESTÃO E FINANÇAS Lacerda Martins Ferreira PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Márcio Dourado Rocha

REDAÇÃO Adriana Rodrigues Anna Carolina Mendes Fernando Matos Núbia Rodrigues Weber Witt REVISÃO Olira Rodrigues DIAGRAMAÇÃO E ARTE Alyne Lugon Camila Morais Lucas Gomes Graziano Magalhães

www.ueg.br Impressão: Tiragem: 11.000 exemplares Universidade Estadual de Goiás Coordenação de Jornalismo Tel: +55 62 3328-1403 E-mail: jornalismo@ueg.br

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UEG EM CONTEXTO

Anápolis, outubro-dezembro de 2018

Plataformas online facilitam

o acesso ao conhecimento Bases virtuais possibilitam que comunidade acadêmica entre em contato com acervos bibliográficos e ferramentas de interação online Por Anna Carolina Mendes VIDEOCONFERÊNCIA Educação e tecnologia caminham cada vez mais juntas e, nesse trajeto, os aplicativos têm facilitado a comunicação e o acesso à informação no ambiente acadêmico, permitindo maior contato das pessoas com livros, revistas e também com outras pessoas.

possam motivá-los a utilizar esse instrumento, que é fundamental para criar uma cultura de leitura dos títulos disponíveis”, denota a professora.

MINHA BIBLIOTECA

Com a facilidade de aquisição de livros online no Minha Biblioteca, a pró-reitora Maria Olinda acredita que a ferramenta anda junto com a nova forma que os alunos têm de relacionar-se com o conhecimento: “Essa geração é muito conectada e pode realizar as leituras de onde estiver”, propôs. Os resultados positivos da implementação da plataforma são visíveis com a boa avaliação que recebeu do Conselho Estadual de Educação e da adesão, cada vez maior, de alunos que têm contato com os títulos disponíveis.

PERÍODICOS DA CAPES

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Acesse o site:

O acesso remoto aos periódicos da Capes, a ferramenta de videoconferência e o Minha Biblioteca são exemplos www.conferenciaweb.rnp.br de como a Universidade Estadual de Goiás (UEG) www.ueg.br está unificando e facilitando a forma de acesso a livros e periódicos, totalmente online. Os serviços de www.periodicos.capes.gov.br armazenamento de arquivos em nuvem oferecem a 2 possibilidade de compartilhamento de um número muito Vá à galeria 2 Conheça a UEG, maior de exemplares de livros e, também, acesso a títulos Clique no link no fim da página antes pouco acessíveis nos meios tradicionais. “Acesso café” no topo da página Um serviço que já era oferecido para a comunidade 2 acadêmica, a Plataforma de Periódicos da Capes, ficou Clique no muito mais fácil de ser utilizado. Antes, professores, Capacitação botão “entrar” novaacessar possibilidade alunos e servidores da UEG uma só podiam as bases científicas da Capes de dentro da instituição. Agora, Um passo importante para ser dado depois da qualquer pessoa da comunidade acadêmica pode acessar implementação dasdenovas ferramentas é a capacitação Pela Rede CAFe, a comunidade acadêmica também tem a possibilidade realizar o portal de qualquer lugar, por seuosnúmero de de reunião de pessoal e professores para que videoconferências, quemeio tem do todos benefícios de equipe, apresentação deutilizem as plataformas, 3 3 CPF e senha utilizados no sistema ADMS da Universidade. incentivem a comunidade acadêmica e a oriente para Selecione a Clique em dissertações e teses, capacitações presenciais e ensino a distância. Algumas salas Instituição de “Bibliotecas” O login é departamentais feito por meio também da Rede conseguem CAFe - Comunidade o melhor aproveitamento. “A ferramenta é simples, realizar gravações por meio da ferramenta. “Em Ensino: UEG Acadêmica Federada, que unificouque os precisa serviços.reunir muita gente masem existem detalhes queo precisam ser trabalhados em reuniões administrativas, um mesmo lugar, custo conjunto com os professores. Não tem muito segredo, com transporte pode ser diminuído usando a ferramenta de videoconferência”, Disponibilizado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa mas uma boa ideia é criar alguns propagadores para exemplificou Roberto Jaime. 4 (RNP), a nova plataforma uniformizou a forma de facilitar que o professor e quem for usar a plataforma 4 4 No menu lateral, Clique em Clique em identificação do usuário. “A partir do momento que aprenda todas as suas possibilidades de uso”, afirma o clique em Prosseguir Enviar a gente conseguiu essa novidade, a primeira fase coordenador Roberto. Biblioteca Virtual foi estabelecer a conexão de todos os câmpus com o serviço da RNP, estabelecendo a infraestrutura e a Vantagens telecomunicação”, explica o coordenador da Assessoria 5 de Projetos de Informática da Gerência de Inovação Para Roberto, o principal benefício das novas plataformas Informe o login e a senha, Tecnológica da UEG (GIT), Roberto Jaime. de acesso aos acervos é a popularização de conhecimento cadastrados no ADMS da UEG científico que desenvolve mais ciência. Outra vantagem, agora para a própria instituição, é o baixo custo das 6 ferramentas. Se fosse em um meio físico, exigiria muita 6 Clique em Acessar Clique em Login Acervo digital infraestrutura e capacidade de recursos humanos. “No nosso cenário atual, isso não seria possível, então é uma O Portal de Periódicos da Capes disponibiliza mais de vantagem muito grande. É um serviço que sai, basicamente, 38 mil publicações periódicas, tanto nacionais como sem custo para a instituição”, indica o coordenador. internacionais, com textos que abrangem todas as áreas do conhecimento. Na esteira do conhecimento compartilhado em nuvem, a plataforma digital Minha Biblioteca é uma ferramenta que disponibiliza mais de 8 mil títulos totalmente online, que podem ser obtidos de qualquer aparelho com acesso à internet. “É uma ferramenta importantíssima para que os alunos tenham uma nova possibilidade acesso a um universo de literatura que, dificilmente, nós conseguiríamos ter em cada biblioteca, de cada câmpus”, afirma a pró-reitora de Graduação da UEG, professora Pela Rede CAFe, a comunidade acadêmica também tem a possibilidade de realizar Maria Olinda Barreto. videoconferências, que tem todos os benefícios de reunião de equipe, apresentação de

VIDEOCONFERÊNCIA

VIDEOCONFERÊNCIA

De acordo com a Pró-Reitora, os estudantes têm maior facilidade para utilizar ferramentas digitais, mas é necessário orientação específica, porque eles têm contato com uma grande quantidade de informações, o que difere do conteúdo de livros, que possuem conhecimento elaborado. “Nesse sentido, a gente tem duas tarefas: informar ao aluno sobre a existência da plataforma, mas, igualmente, que os professores

dissertações e teses, capacitações presenciais e ensino a distância. Algumas salas departamentais também conseguem realizar gravações por meio da ferramenta. “Em reuniões administrativas, que precisa reunir muita gente em um mesmo lugar, o custo com transporte pode ser diminuído usando a ferramenta de videoconferência”, exemplificou Roberto Jaime.

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MOSAICO

Anápolis, outubro-dezembro 2018

Leia o texto e descubra o significado

Por Fernando Matos - Mas eu não falo Libras! Foi a única coisa que consegui responder quando descobri que entrevistaria uma estudante surda. Passado o susto inicial, veio a constatação: não estou preparado para lidar com as diferenças como imaginava - algo que tinha ignorado até esse momento. “Deveria ser algo do qual não precisaríamos mais falar hoje. Mas que continua a ser um tema urgente a ser debatido”, analisa a professora Maria Olinda Barreto, pró-reitora de Graduação da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Kamila Santos Castro, surda, 18 anos, estudante do curso de Engenharia Civil do Câmpus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), sabe exatamente como é a questão. Ela e a irmã são as duas únicas pessoas surdas da família. “A minha mãe fala um pouco de Libras”, conta, referindo-se à Língua Brasileira de Sinais. Tímida, a estudante explica que dos cinco aos catorze anos fez terapia com fonoaudiologia, mas que, apesar de oralizar, nem sempre se sente confortável. “Eu tenho vergonha quando não sou acostumada”. As diferenças estão postas, isso é um fato. Não apenas no campo da linguagem, como no caso da comunidade surda, mas também de ordem social, econômica, racial, de gênero, sexualidade, origem e de tantas outras que, em alguma medida, marcam sujeitos e os colocam fora do espectro da dita “normalidade”. E como incluir esse diferente? Essa é uma pergunta cuja resposta é a todo momento buscada na UEG. “A Universidade precisa manter as discussões e ampliar as suas ações no sentido de quebrar preconceitos históricos arraigados na sociedade”, afirma a professora Maria Olinda, para quem o espaço universitário também é um campo de disputas sociais.

O que somos, quem formamos e a sociedade que queremos Esse entendimento é primordial para entender os mecanismos que a Instituição tem implantado nos

últimos anos em busca de um ambiente mais acolhedor e solidário. É o caso da disciplina Diversidade, Cidadania e Direitos, obrigatória a todos os cursos e que discute as relações estabelecidas pelas diferenças na sociedade. Regina Maria Silva, 29, técnica administrativa no Câmpus Anápolis de Ciências Socioeconômicas e Humanas (CSEH), sabe bem a importância dessa discussão no ambiente acadêmico. A mineira passou a infância em um orfanato, o qual ela chama de casa, e durante muito tempo teve problemas com autoaceitação. “Eu não me reconhecia em pessoas negras. Eu me sentia rejeitada. Só na universidade que eu vim me entender como negra. Apesar de ainda enfrentar alguns problemas pontuais, a UEG é um ambiente acolhedor”, afirma. A professora Maria Olinda é categórica ao afirmar o papel transformador de uma educação que contempla as diferenças. Para ela, se trata, sobretudo, da construção das bases de uma sociedade mais justa e igualitária. “A formação de uma cultura de paz é fundamental para que seja feita uma curva à barbárie. E é disso que se trata: cultura! O nosso trabalho é em função dessa transformação”, pondera.

Barreiras transponíveis Nesse sentido, a inclusão não é apenas uma resposta, mas um projeto que caracteriza a própria Universidade. “Quando assumimos essa posição nós dizemos: ‘buscamos superar as assimetrias sociais via educação superior, uma vez que a universidade é um local privilegiado para o pensamento crítico e de produção de conhecimentos que transformam a sociedade’. E é esse o nosso papel”, atesta o reitor, professor Haroldo Reimer. “A Universidade tem crescido nesse sentindo e criado oportunidades para pautar a questão. O grande salto foi a inclusão dessa disciplina, desde 2015. Quando nós abrimos essa porta, as pessoas passaram a ter oportunidade de se colocar no espaço público”, analisa o professor Flávio Alves Barbosa, coordenador pedagógico do CCET.

“Ninguém aprende sendo infeliz e não sendo quem é” avalia o pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, professor Marcos Torres, que completa: “um ambiente plural caracteriza o mundo e, portanto, a própria Universidade”. Se você, leitor, chegou até aqui, deve estar curioso sobre o significado do título dessa matéria. Ele quer dizer: as diferenças se encontram na UEG! E se você ficou incomodado com o formato que demos ao título, é mais uma prova de que a discussão sobre as diferenças é urgente.

ESTUDANTES QUE ATENDEMOS NA UNIVERSIDADE

11 SURDEZ 1 SÍNDROME DE DOWN TRANSTORNOS E SÍNDROMES 13 OUTROS 23 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA INTE38 DEFICIÊNCIA LECTUAL/MENTAL 99 DEFICIÊNCIA FÍSICA 24 DEFICIÊNCIA AUDITIVA 8 CEGUEIRA VISÃO/ 42 BAIXA VISÃO SUBNORMAL 2 AUTISMO HABILIDADES/ 1ALTAS SUPERDOTAÇÃO Fonte: Coordenação de Direitos Humanos e Diversidade da UEG

4 Como ser surda dentro na universidade Eu sou Kamila Santos Castro, surda, tenho 18 anos de idade, passei no vestibular, curso de Engenharia Civil, quando eu tinha 17 anos de idade. A UEG me recebeu, mas não tinha intérprete na instituição e após três semanas a UEG contratou. A universidade é importante, tem surdos acadêmicos para ter um bom profissional no futuro, também nós podemos escolher os cursos diferentes e não só LETRAS LIBRAS. Nós não somos diferentes de vocês ouvintes, somos iguais, mas a vivência dos surdos dentro na universidade é difícil, há muitas barreiras, precisamos enfrentar todas as dificuldades, tem alguns professores que não têm conhecimento como ser professores para os alunos diversidades. Nós queremos ter acessibilidade e respeitar as línguas diferentes. Tenho sonho todas universidades saber sua segunda língua oficial no Brasil

é LIBRAS, para os surdos tem desejo ir na universidade todo dia até formar. A formação dos surdos é um grande vitória para comunidade surda. A UEG no câmpus Henrique Santillo, é a primeira vez tem pessoas surdas e aos poucos melhorando a qualidade acessibilidade. Mas a UEG precisava ter valor na área interprete de LIBRAS, às vezes os surdos sentem insegurança. Qualquer momento intérprete pode ter problema de saúde e não pode estar presente na sala de aula, então eles sentem prejudicados, precisamos lutar a ter as reservas dos intérpretes antes receber os novos surdos acadêmicos e os eventos. Os professores precisam adaptar para melhorar método da sala de aula quando tiver aluno surdo, isso significa é a INCLUSÃO.

Mantivemos a escrita original da estudante. Informamos que há diferenças entre a forma de escrita da língua portuguesa da população surda e da população ouvinte. Não se trata, portanto, de erros gramaticais, mas de diferenças linguísticas.


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UEG EM CONTEXTO

Anápolis,outubro-dezembro outubro-dezembrode2018 Anápolis, 2018

Para quem é a cidade? O dia-a-dia transforma as cidades em centros cada vez menos ocupados e coletivos. Faltam encontros nas cidades. Mas será que há pessoas dispostas a se encontrarem? Por Fernando Matos No corre-corre diário, as ruas sempre estão cheias de pessoas indo e vindo para algum lugar. Deslocamentos feitos das mais diversas maneiras: a pé, de carro, por moto ou transporte coletivo. O vai e vem frenético, a disputa por espaço e a ideia que cada um faz de que seus compromissos são os mais inadiáveis. “Um elemento que está na pauta de discussão do espaço urbano é a estigmatização dos espaços”, atesta o César Simoni Santos, professor do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Ele esteve em Goiânia para participar do 5º Fórum Goiano de Mobilidade Urbana e Trânsito, que aconteceu em setembro. Segundo suas análises, a estigmatização dos espaços atende às estratégias de mercado, que irá definir os movimentos nas cidades, inclusive, quem pode ou não estar nesses espaços. “Há uma divisão simbólica dos espaços, que vai definir trajetos no contexto urbano”, afirma. “A mobilidade é reflexo da sociedade e condição de direito e acesso às cidades”, assegura o professor Vinicius Polzin Druciaki, coordenador do curso de Geografia do Câmpus Cora Coralina, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e do Grupo de Estudos em Geografia, Transportes e Mobilidade (Geomobilidade), que vem desenvolvendo pesquisa sobre o tema na Cidade de Goiás. “Mesmo em cidades pequenas, estão se configurando problemas de mobilidade urbana, estão segregando determinadas classes a bairros mais periféricos. E isso tem afetado de modo muito sério determinadas pessoas a terem acesso ao lazer, cultura e serviços públicos”, atesta. Um jogo de quem importa e não importa, que cria zonas de exclusão e determina quem vai e para onde vai no cotidiano da cidade, que pouco é percebida. Uma cidade cada vez mais sobrecarregada de veículos motores e paradoxalmente um espaço urbano cada vez menos ocupado, em que as cidades são lugares apenas de passagens para as pessoas que nelas vivem.

O vai e vem da cidade: a correria diária impede que a cidade seja vivida.

A cidade que resiste São contingentes populacionais que não importam para a economia das cidades e que, em geral, sofrem os efeitos nefastos da exclusão. É o caso, por exemplo, de pessoas em situação de rua e profissionais do sexo, que habitam regiões em que as suas presenças, que não são bem-vindas, passam a determinar a valorização do local. “É lamentável que somente quem sofre essa violência de forma explícita e brutal esteja na condição de poder reconhecer o teor de violência a partir do qual os espaços são produzidos e com o qual eles são produzidos e manipulados”, explica o professor César. Enquanto alguns são empurrados para a margem. Outros passam a se deslocar para os points, aqueles locais próprios, cuja entrada é também uma posição de poder e, segundo a professora de Arquitetura e

“A NÃO OCUPAÇÃO DAS CIDADES É O MAIS TERRÍVEL SINTOMA DE CIDADES QUE NÃO SÃO PLANEJADAS PARA AS PESSOAS” Hugo Paraguassu, coordenador do Programa Educando e Valorizando à Vida da UEG (EVV)

Urbanismo da USP Raquel Rolnik - que também participou do Fórum, resultado dos interesses das grandes empreiteiras, mercado imobiliário e empresas de transportes públicos. “O fato de termos cidades em que a menor parte delas possui qualidades para ser vivida e uma parte maior não dá essas condições, compromete o direito à cidade”, observa. Os professores são enfáticos: nesse sistema, a própria segurança pública é manipulada. Ela precisa ser administrada para garantir os interesses de quem lucra com a cidade. E a cidade deixa de ser um ponto em que as pessoas se encontram. A perda das relações é um marco desse sistema. “As pessoas acham que quando se fala em violência no contexto de mobilidade urbana, a questão fica resumida ao trânsito. E não é. A não ocupação das cidades é o mais terrível sintoma de cidades que não são planejadas para as pessoas”, afirma categórico Hugo Paraguassu, coordenador do Programa Educando e Valorizando à Vida da UEG (EVV). Entender esses mecanismos é de grande importância para que a cidade volte a ser ocupada.

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GESTÃO

Anápolis,outubro-dezembro 2018

Passos firmes rumo à consolidação

Importantes decisões, parcerias firmadas, além de significativos avanços e novas realizações em 2018, fizeram a UEG prosseguir se fortalecendo com uma das melhores instituições de ensino superior do Centro-Oeste. Por Adriana Rodrigues

Consolidação foi a palavra da Universidade Estadual de Goiás em 2018. Nesse ano, a Universidade concretizou a implantação de diversas políticas e ações institucionais planejadas em anos anteriores e concluiu importantes ciclos de investimento e desenvolvimento.

Novos cursos

Na visão da pró-reitora de Graduação, professora Maria Olinda Barreto, a UEG vive há algum tempo uma fase de crescimento e é perceptível que algumas ações têm ganhado solidez. São exemplos disso o processo de formação dos professores da disciplina Direitos Humanos e Diversidade e o avanço no acompanhamento de alunos com deficiência. Hoje, a UEG conta com 51 profissionais de apoio.

Os câmpus de Palmeiras de Goiás, Aparecida de Goiânia, Uruaçu, Morrinhos, Pires do Rio e Iporá passaram a ofertar o curso de Direito e o Câmpus Inhumas ganhou o curso de Psicologia. Já o Câmpus Itumbiara lançou o curso de Medicina, se tornando agora o principal polo de formação de profissionais da área de Saúde da Universidade, já que oferece as graduações de Enfermagem, Farmácia e Educação Física.

Maria Olinda ainda menciona como progressos, a criação do Grupo de Estudo, Pesquisa e Acompanhamento de Currículo (Gepac) e a implantação da Matrícula Online. “Estamos num caminho de consolidação de políticas muito importantes para o ensino superior em Goiás, na perspectiva da inclusão, da diversidade e de um currículo flexível”, assegurou.

Além disso, o município de Valparaíso de Goiás recebeu o curso superior de Tecnologia em Logística na estrutura modular e o município de Bela Vista de Goiás foi atendido com o curso de Administração na estrutura “em rede”.

Em 2018, a UEG ampliou a oferta de cursos de graduação e as oportunidades de acesso dos goianos ao ensino superior.

UEG além das fronteiras 6

O reitor da UEG, professor Haroldo Reimer, assumiu uma importante posição nacional em 2018 - a presidência da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem). Para o reitor, ser presidente da Abruem projeta Goiás e a UEG para além das fronteiras estaduais e dos diversos cenários no território nacional. Haroldo Reimer exercerá o mandato no biênio 2018-2020, juntamente com o reitor da Universidade Estadual da Paraíba, Rangel Júnior, o vice-presidente. As eleições ocorreram em maio deste ano durante o 62º Fórum Nacional da Abruem.

Os novos cursos são resultado de demandas qualificadas e amadurecidas ao longo do tempo e foram passos seguros dados pela gestão, rumo à consolidação definitiva da UEG.

Programa UEG em Rede E por falar em possibilidades, a UEG implementou em 2018 um programa que expande a atuação da Universidade na Educaçãoa a Distância e, consequentemente, promove a universalização do ensino superior público em Goiás, o Programa UEG em Rede. Já no primeiro processo seletivo do Programa, realizado em outubro, foram ofertadas 3.500 vagas para os cursos EaD de Bacharelado em Administração, Tecnologia em Gestão Pública e Pedagogia. Ao todo, 45 municípios goianos foram contemplados. Com o Programa UEG em Rede e os novos cursos presenciais, a UEG ofertou um total de 8.606 vagas na graduação em 2018.

Faculdade do Esporte Esse também foi um ano de marcantes mudanças na UEG, como a transferência, em junho, do Câmpus Goiânia Eseffego para o Centro de Excelência do Esporte Eurico Godói. O câmpus também mudou de nome e passou a se chamar UEG Faculdade do Esporte Eseffego. O local reúne as potencialidades cientifico-tecnológicas e o legado da antiga Eseffego com a estrutura física de ponta do Centro de Excelência. No novo espaço, a UEG tem todas as condições para dar maior qualidade aos cursos, atividades e serviços já oferecidos e de desenvolver o projeto de formação de atletas profissionais em múltiplas modalidades esportivas. Este foi um outro passo decisivo no fortalecimento da UEG e para tornar Goiás um estado referência no esporte de alto rendimento.

Parcerias fechadas Para impulsionar o crescimento e a qualidade, a UEG sempre busca parcerias com instituições conceituadas e em neste ano não foi diferente. No mês de junho, foi assinado o Termo de Cooperação com a Agência Brasil Central (ABC) para o desenvolvimento conjunto de ações de comunicação. Ainda nesse mês, a UEG renovou o convênio com o Canal Futura, o qual prevê


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Anápolis, outubro-dezembro de 2018

Inovação, pesquisa, extensão e bolsas As áreas de inovação, pesquisa, extensão e bolsas da UEG também deram grandes passos em 2018. Confira as principais novidades:

Criação do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento de Tecnologias Aplicadas da UEG - Gedetec

1ª edição do Festival de Cultura da UEG, realizado em Pirenópolis

Criação de 15 cursos de pós-graduação Lato Sensu

Implantação do Portal do Egresso

Consolidação do Programa Próprio de Bolsas, com a oferta de 1.375 bolsas, só em 2018

Criação do Centro de Empreendedorismo e Inovação da UEG - Inova Centro

o intercâmbio na área acadêmica e no compartilhamento de conteúdo científico, educativo e cultural. Já em agosto, a UEG firmou um Acordo de Cooperação com a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). A parceria promoverá a interação entre o setor produtivo e a academia e estimulará o desenvolvimento científico tecnológico, especialmente no contexto da implantação do Polo da Indústria de Defesa em Anápolis. Também em agosto foi assinado o convênio entre a UEG e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O primeiro resultado do acordo é a oferta do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia, Gestão e Tecnologias, cuja criação já está em andamento.

Investimentos

Criação da Bolsa de Incentivo à Docência e Acompanhamento ao Discente (Bidad) e da Bolsa Permanência Estrangeiro Realização da 16ª edição da Feira Agro Centro-Oeste Familiar, em São Luis de Montes Belos

à locação de veículos, que gerou uma economia de R$ 2 milhões por ano. Houve ainda a otimização dos espaços na Administração Central para acomodar alguns departamentos, eliminando gastos com aluguéis de prédios e pagamento de guardas externos. “Estamos fazendo uma política de requalificação dos gastos. Em 2018, olhamos com maior atenção para dentro da nossa estrutura e enxugamos para ganhar eficiência e otimizar o gasto dos cidadãos com seus tributos”, analisa Márcio Dourado.

Novo Portal Institucional Em 2018, o site da UEG recebeu um upgrade para garantir melhor navegabilidade aos usuários. Todo reformulado, o Portal conta com um layout que valoriza a organização dos conteúdos e a facilidade de acesso.

A UEG foi contemplada em dois editais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na área de formação de docentes: Pibid 216 bolsas e Programa Residência Pedagógica 96 bolsas.

Outra novidade do Portal é a ferramenta de acessibilidade Rybená, que traduz textos do português para voz e para a Lingua Brasileira de Sinais (Libras), auxiliando usuários cegos, surdos, idosos e disléxicos no acesso às informações publicadas. O novo Portal é resultado do trabalho da Gerência de Inovação Tecnológica (GIT), o Centro de Comunicação Institucional (CeCom), a Reitoria e às Pró-Reitorias.

UEG TV Para consolidar de vez a comunicação institucional da Universidade, foi lançada, em outubro, durante o V Cepe, a UEG TV. A emissora está no ar pela web no endereço: www.tv.ueg.br.

A consolidação do ciclo de investimentos, principalmente na qualificação da infraestrutura física da Universidade, foi uma marca do ano de 2018. São destaques as seguintes aplicações: R$ 2,5 milhões em insumos e equipamentos para manutenção dos 274 laboratórios da UEG; mais de R$ 1,25 milhão em melhorias nos 42 câmpus (ar condicionados, bebedouros e iluminação); quase R$ 500 mil em aquisições bibliográficas para as bibliotecas dos câmpus; cerca de R$ 2 milhões na continuidade da construção do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação (CPPG) e do Centro de Pesquisa e Educação Científica (Cepec), ambos no Câmpus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET). Outro passo importante da Universidade foi a aquisição da Fazenda Patrimônio, que será incorporada ao Câmpus Ipameri, com investimento de R$ 4,5 milhões. Muitos desses investimentos foram realizados a partir dos recursos do Termo de Ajuste de Gestão (TAG), que se encerra ao fim do ano. Foram disponibilizados R$ 16 milhões para aplicação em áreas estruturantes da Universidade, como a execução de obras e serviços de engenharia e a aquisição de materiais permanentes e equipamentos.

Qualificação de Gastos Conforme o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PrDI), Márcio Dourado, nesse ano também se implementou ações de otimização do gasto público. Um exemplo foi a mudança relativa

Processos otimizados Uma ação conjunta da Coordenação de Compras e da Gerência de Apoio Logístico e Suprimentos resultou em maior agilidade no processo de aquisição de material de expediente, gêneros alimentícios, copa e cozinha e produtos de limpeza. O levantamento das demandas dos câmpus era feito via e-mail, mas muitas solicitações chegavam fora do prazo e com itens que não constavam da lista fornecida. “Além disso, era difícil tratar tantas informações, tornando os processos lentos”, explica Valter Ferreira da Silva Júnior, gerente de Apoio Logístico e Suprimentos.

Após diversas reuniões, foi definido que o Google Forms seria a ferramenta utilizada no levantamento. Agora, no período estabelecido, o sistema é disponibilizado na internet e o formulário preenchido conforme a lista dos produtos disponíveis e a demanda do câmpus. E com a planilha gerada no Google Forms, a Coordenação de Compras tem apenas que anexar o documento no processo. “Com a adoção da ferramenta, temos um controle maior na captação das informações e, principalmente, agilizou o serviço de uma maneira extraordinária. Por e-mail demoravam dez meses, agora, em um mês e meio nós conseguimos instruir o processo todo e finalizar”, comemora Lauro.


jornal UEG Anápolis,outubro-dezembro 2018

Enade: um dos caminhos

para a excelência

A avaliação existe para analisar e acompanhar o processo de aprendizagem e o desempenho acadêmico em relação aos conteúdos previstos no curso Por Weber Witt

“INSTRUMENTOS AVALIATIVOS SÃO IMPORTANTES E POSSUI PAPEL FUNDAMENTAL NO SENTIDO DE MANTER UM PADRÃO DE QUALIDADE NO ENSINO”.

Antes do fim da graduação, o sentimento de alívio se mistura com questões que preocupam os alunos. Estágio, carreira profissional, atividades extracurriculares e o temido trabalho de conclusão de curso são algumas delas. Em ano de Enade, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, a tensão aumenta. O curso inteiro fazendo provas e no último período ter de encarar mais uma? Quando se fala em prova, é comum haver certa resistência porque, geralmente, a palavra está associada a processos de seleção, entre ser aprovado ou não. Mas o Enade não se trata de nada disso. A gerente de Avaliação Institucional da Universidade Estadual de Goiás (UEG), professora Joana Corrêa Goulart, explica que o Enade é um dos exames que compõem o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). “O Ministério da Educação (MEC) não tem a pretensão de avaliar o aluno em si, mas a performance do curso que ele faz”, garante. Segundo ela, a prova serve para verificar a qualidade da educação do ensino superior e está atrelada ao recebimento de recursos externos. “Quanto melhor o conceito, de uma escala que vai de 1 a 5, maior a possibilidade de financiamentos de projetos e bolsas”, afirma.

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Conceitos do Enade

5 Excelência

4 3 1e2

Satisfatório

Maila Moniel, graduanda do curso de Ciências Contábeis do Câmpus Anápolis de Ciências Socioeconômicas e Humanas (CCSEH), será uma das estudantes que fará o Enade neste ano.

“QUANTO MELHOR O CONCEITO, DE UMA ESCALA QUE VAI DE 1 A 5, MAIOR A POSSIBILIDADE DE FINANCIAMENTOS DE PROJETOS E BOLSAS”. Joana Corrêa Goulart, gerente de Avaliação Institucional.

Insatisfatório

Outros pontos também são analisados, como as condições de infraestrutura e organização didáticopedagógica. “No relatório aparece ainda se a deficiência é na disciplina, na formação do professor, nas modalidades de avaliação em sala de aula, se a universidade incentiva à leitura e à pesquisa científica”, acrescenta Joana. Embora a nota não apareça no histórico escolar, o estudante pode ter acesso ao boletim individual. A estudante Maila Moniel, do último período de Ciências Contábeis do Câmpus Anápolis de Ciências Socioeconômicas e Humanas (CCSEH), estava com a expectativa de que a turma dela não seria contemplada neste ano. Porém, ela reconhece que obter bom desempenho garante uma visão positiva do curso e da Instituição. “Instrumentos avaliativos são importantes

e possuem papel fundamental no sentido de manter um padrão de qualidade no ensino”, reforça, acrescentando que o resultado passa credibilidade para a sociedade e para o profissional que busca boa colocação no mercado de trabalho.

Preparação para a prova O ciclo do Enade por curso ocorre trienalmente. Neste ano, o exame será aplicado no dia 25 de novembro. Dentre as áreas do conhecimento que serão avaliadas, estão Administração, Direito, Psicologia e Tecnologia em Gastronomia. Maila, no entanto, aponta alguns motivos que dificultam a preparação para a prova. “Trabalhar em tempo integral e estudar é desgastante. Isso impossibilita o aluno de se dedicar e atender às expectativas da Instituição”, afirma a estudante.

Para que isso não aconteça, a gerente de avaliação Joana Goulart esclarece que o corpo docente deve preparar os alunos desde o primeiro ano da graduação. “Professores e coordenadores precisam discutir as provas anteriores com os estudantes a fim de familiarizá-los ao estilo de questão, porque é diferente das provas do dia a dia de sala de aula”, explica. Como os conteúdos são interdisciplinares, são cobradas habilidades e competências, por exemplo se o aluno consegue ler e interpretar. “Todos precisam se envolver para que haja um bom desempenho no Enade”, recomenda.

Casos de sucesso Foi exatamente isso que o Câmpus de Aparecida de Goiânia fez antes de os cursos de Ciências Contábeis e Administração serem avaliados com conceito 4 e 5, respectivamente, no Enade de 2015. A coordenadora de Ciências Contábeis, professora Antônia Elisangela Vaz, conta que, para o curso receber o conceito 4, promoveram diálogo entre coordenação e estudantes. “Realizamos atividades integradoras, que são os simulados, revisão de conteúdos específicos. Conscientizamos os estudantes, acompanhamos o cadastro deles no tempo previsto e o preenchimento do questionário de inscrição, de acordo com o cronograma do Enade”, explica. Em maio deste ano, o câmpus realizou um evento reconhecendo o bom desempenho dos estudantes na avaliação. “Os alunos, juntamente com os familiares, foram convidados e no ato da cerimônia receberam uma placa de homenagem”, relembra Antônia, considerando que esta é umas das formas de motivar o discente. A coordenadora do curso de Administração, professora Fabiana Custódio, conta que até grupos de WhatsApp foram criados para trocar informações sobre o


GESTÃO

jornal UEG Anápolis, outubro-dezembro de 2018

uma boa classificação”, explica. Neste ano, o curso passará pela segunda avaliação. “Estamos na torcida por outro 5”, diz otimista. No Câmpus Formosa, as ações motivacionais desenvolvidas começaram após o decréscimo de conceito de cinco cursos em 2014, com exceção de História que manteve a nota 4. O professor Francisco Souza, coordenador acadêmico-pedagógico do câmpus e especialista em avaliação de desempenho, explica que o motivo foi a falta de percepção sobre a importância da avaliação. “Desde então, ocorrem intervenções articuladas pela Coordenação Acadêmica, realizando palestras de sensibilização e de esclarecimento sobre o significado, a metodologia e a relevância do Enade”, afirma o professor, reiterando que é preciso evitar pressões desnecessárias. Mas, segundo ele, a motivação é relativa. “Os estudantes realmente entusiasmados perceberam a magnitude da avaliação para seu próprio currículo”, conta.

Aluna Ivana Xavier do curso de Administração recebe prêmio por melhor desempenho do Centro-Oeste no Enade 2015

assunto. “Desde o início do ano estamos realizando acompanhamento com professores e alunos, como também reuniões para contextualizar o Enade com a empregabilidade”, afirma. Mais que palavras, a coordenação trabalha com exemplos práticos. “Buscamos relatos de pessoas que conseguiram boas colocações no mercado de trabalho em decorrência de

“TODOS PRECISAM SE ENVOLVER PARA QUE HAJA UM BOM DESEMPENHO NO ENADE. OS INDICADORES SERVEM TAMBÉM PARA DESENVOLVER POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR”. Joana Corrêa Goulart, gerente de Avaliação Institucional.

Perceber essa importância é entender que avaliações em geral ocorrem todos os dias na vida das pessoas e frequentemente está ligada a ações de melhorias de um produto ou serviço. Prova disso são as redes sociais que se enchem de análises críticas de alvos cada vez mais diversos. No Enade, o produto mensurado é o ensino e o estudante é o termômetro da qualidade que norteia a formação de novos alunos. É decisiva, não se trata de mais uma prova depois de tantas outras. Trata-se de futuro.

Mais do que elevar números, os índices avaliativos garantem vantagens à UEG em programas de financiamentos externos e bolsas. Pensando nesses benefícios, a Universidade lançou em 2018 o Programa UEG5, que prevê a implantação de políticas, diretrizes e estratégias para alcançar a excelência. O Programa será executado em diversas áreas da UEG de modo a elevar os índices avaliativos internos e externos da Universidade, como o Enade, o Conceito Preliminar do Curso (CPC), o Índice Geral de Cursos (IGC) e a Avaliação Institucional. Juntos, esses índices institucionais permitem conhecer a qualidade dos cursos e da instituição.

CPC Conceito Preliminar do Curso Indicador de qualidade que se baseia na avaliação de desempenho de estudantes - corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos.

IGC Índice Geral de Cursos O IGC considera o CPC dos cursos avaliados no ano do cálculo e nos dois anos anteriores, compreendendo todas as áreas avaliadas previstas no Ciclo Avaliativo do Enade. O índice é resultado das médias do Enade e do CPC.

Avaliação Institucional Processo de pesquisa e comunicação em que docentes, gestores, estudantes e técnicos administrativos avaliam a atuação da universidade em diferentes aspectos.


jornal UEG

OPINIÃO

Anápolis, outubro-dezembro 2018

Agricultura familiar, instrumento de fixação do homem no campo

Por Ari Santana Responsável maior pelo sustento da nação brasileira, a agricultura familiar se configura como um segmento muito especial da economia. E, ao me referir à palavra “sustento”, falo literalmente do direito ligado a uma das necessidades básicas do ser humano, que é o de se alimentar dignamente. É a agricultura familiar que garante esse direito, tanto em quantidade como em qualidade. E, certamente, não é por falta do esforço e da capacidade dos trabalhadores desse segmento que constantemente nos horrorizamos com dados estatísticos sobre a fome no país em reportagens nos meios de comunicação. A despeito do pouco incentivo (e também da falta de informação sobre os incentivos que existem) aos marginalizados do campo - que vivem à mercê de uma renda miserável para sobreviver com sua família - a agricultura familiar resiste, com muita força, numa luta que começa nas primeiras horas do dia. Em regra, o agricultor se levanta da cama antes de o sol nascer, seguindo rigorosamente o ditado popular, segundo o qual “Deus ajuda quem cedo madruga”. Ele faz o café, come a farofa ou o beiju e segue para a plantação, com a fé e a esperança de que seu papel será cumprido e que o resultado de seu trabalho trará felicidade e bemestar para muitas pessoas.

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Essa lida diária é pautada pelo respeito ao meio ambiente, onde o agricultor faz uso adequado do solo, preservando nascentes e cursos d´água e demais recursos naturais. Pois, o agricultor familiar sabe que precisa desses recursos para continuar sobrevivendo. Assim, ao semear a semente no campo, ele gera alimento para que todos possam viver mais e melhor. Ao mesmo tempo, exerce importante função social, gerando emprego e renda, pois o excedente de sua produção acaba vendido, em geral, nas feiras, nos mercados, nas ruas e nas casas das regiões onde vive. O agricultor familiar sabe que na roça há fartura e dificilmente alguém vai passar fome, quando se tem vontade de trabalhar. E todos dão as mãos uns aos outros. Ao cultivar a união e a divisão justa do trabalho, esse trabalhador propicia a socialização da produção e o escambo, ao trocar milho por arroz, farinha por feijão, queijo por rapadura e muito mais. Ou seja, o comércio não é realizado somente com o dinheiro, mas também à base de trocas – até mesmo na mão de obra existe essa tradição. Bem diferente do grande agricultor brasileiro – que também tem seu valor, mas produz para exportação – o agricultor familiar reserva o fruto do seu trabalho à alimentação do brasileiro. Lembro-me que, no Distrito Prata, município de Monte Alegre de Goiás, quando o governo federal incentivava as roças comunitárias, os agricultores plantavam e, após a colheita, dividiam o lucro com o dono da terra. Era gratificante chegar à época da colheita, repassar a parte ao dono da terra e ainda ficar com 14 sacos de arroz de 60 kg. Por que esses incentivos acabaram?

Quero, ao citar o exemplo, enfatizar quanta felicidade traz ao lavrador ter em sua despensa muitos sacos de arroz, feijão e farinha, rapadura, queijo, algumas dezenas de abóboras, entre outras. Essa é a garantia de que o pai de família terá condições básicas para alimentar seu grupo durante algum tempo, inclusive quando “invernar” (tempo de chuva), e não tiver condições de trabalhar ou realizar qualquer tipo de serviço.

“MUITOS PRODUTORES NÃO TÊM O CONHECIMENTO DE QUE EXISTEM PROGRAMAS COMO O PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR (PRONAF), QUE OS AUXILIA COM CRÉDITO AGRÍCOLA” Os resultados poderiam ser ainda muito mais ricos se os pequenos proprietários rurais tivessem maior acesso aos incentivos públicos. Talvez por falhas nas atividades de extensão rural, que poderiam levar esclarecimentos à população rural, muitos produtores não têm o conhecimento de que existem programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que os auxilia com crédito agrícola. E aqueles que não têm essa informação e que desistem da lida no campo acabam aumentando as estatísticas do êxodo rural. Muitas pessoas, principalmente jovens, por falta de oportunidades, migram para a cidade em busca de emprego e renda. Porém, o sucesso é controverso. Posso relatar o que sempre acontece no Distrito Prata. O destino da maioria das pessoas que terminam o ensino médio no distrito é ir embora, principalmente para Brasília ou Goiânia. Mas 90% dos que saem retornam depois de três ou quatro anos, sem ter conseguido sequer comprar uma moto. Enquanto aquele seu irmão que ficou na lida do campo conseguiu comprar moto e carro. Ou seja, os incentivos para fixar o trabalhador no campo existem. Mas, como disse acima, falta muita informação.

“MUITAS PESSOAS, PRINCIPALMENTE JOVENS, POR FALTA DE OPORTUNIDADES, MIGRAM PARA A CIDADE EM BUSCA DE EMPREGO E RENDA”

Pedir a essa pessoa que deixe a vida no campo é a mesma coisa de pedir a um indígena que vive na floresta que deixe de pescar e caçar. E, apesar das transformações que o mundo vem sofrendo, para muitos, a agricultura familiar ainda hoje representa tudo, inclusive a garantia de viver bem sem deixar o campo. Se houver planejamento, é possível alcançar bons resultados. É possível viver da terra. No campo, não há muitos dos gastos que o retirante fará na cidade grande, como aluguel, transporte e, principalmente, alimentação. E, para quem nasceu e cresceu no campo, transmitindo de geração a geração seus saberes - cuidar da terra, plantar a semente, sente-se feliz quando a chuva cai e agradecem a Deus, pois é grande a certeza da colheita. Além do mais, a agricultura exerce um sentimento de harmonia entre o núcleo familiar. O que a torna extraordinária não é a necessidade daqueles que a têm nas veias, mas o amor que é empregado no manejo, desde o plantio até a colheita, a qualidade dos alimentos, o respeito mútuo, garantindo o equilíbrio e a integridade do meio, do qual depende a nossa sobrevivência: a natureza.


jornal UEG Anápolis, outubro-dezembro de 2018

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jornal UEG

UEG EM FOCO

Anápolis, outubro-dezembro 2018

Por Adriana Rodrigues

Evento internacional no Câmpus Inhumas

Foto: Acervo do Câmpus

O Câmpus Inhumas realizou, entre os dias 23 e 25 de agosto, o já tradicional Encontro de Formação de Professores de Língua Estrangeira (ENFOPLE). Com o tema Diálogos entre a universidade e a escola na transformação de professores de línguas, a décima quarta edição do evento contou com palestrantes de instituições de ensino do Brasil e também do Canadá e Estados Unidos. Além das atividades acadêmico-científica, a programação do XIV ENFOPLE incluiu ações do II Programa de Imersão em Língua Inglesa para Professores. Também houve oficinas para professores de francês, russo e espanhol. “O evento possibilitou a interação e a colaboração entre professores pesquisadores, professores em formação e professores da educação básica e, igualmente, a troca de experiências profissionais e linguísticas com professores de outros países, ampliando as ações de internacionalização da universidade”, enfatizou Carla Conti, diretora do Câmpus Inhumas.

Celebrando a educação em museus

Foto: Jonathas Alves

No Câmpus Itapuranga a estação das flores iniciou com uma importante reflexão sobre a preservação do patrimônio histórico. Na 12ª edição da Primavera dos Museus, a comunidade pôde participar de palestras, visitas guiadas ao museu, rodas de conversas, exibição de filmes e ainda apreciar a exposição temporária Museu Nacional: a história em cinzas. “Os três dias de atividades com a temática “Educação em Museus” resultou em uma inter-relação entre a universidade, as escolas e a comunidade, possibilitando a crianças, adolescentes, jovens e adultos, conhecerem, interagirem e ‘celebrarem a educação em museus’, comemorou a Damiana Antonia Coelho, professora do curso de História do Câmpus Itapuranga e organizadora do evento. A 12ª Primavera dos Museus foi realizada entre os dias 19 e 21 de setembro, em parceria com as escolas da rede municipal e estadual do município de Itapuranga.

Teste em sementes de soja em Posse Foto: Raquel Alves de Ataíde

Com o tema Difundindo o conhecimento e contribuindo com o desenvolvimento do campo, as coordenações dos cursos de Agronomia e Superior de Tecnologia em Produção de Grãos do Câmpus Posse, promoveram, entre os dias 10 a 15 de setembro, a VII Semana Acadêmica de Ciências Agrárias. Foram realizadas palestras, mesas redondas e diversos minicursos destinados aos estudantes e profissionais da área. Em destaque, o minicurso Teste de Tetrazólio e Patologia de Sementes de Soja ministrado pelos estudantes de Tecnologia em Produção de Grãos e funcionários da CiaSeeds Sementes, Francisco Leandro da Silva e Weliton Ferreira dos Santos. A atividade foi realizada no Laboratório multidisciplinar de Ciências Agrárias do Câmpus Posse.

I Fórum Estadual de Profissões Pensando em oferecer elementos para que os jovens escolham sua carreira profissional de forma consciente, o Câmpus Caldas Novas realizou, no dia 20 de setembro, o I Fórum Estadual de Profissões. A programação contou com mesas temáticas, rodas de conversa e atividades culturais com a Orquestra Instituto Reger e com os Uegênios. Durante o evento, profissionais experientes, inclusive egressos da UEG, relataram o cotidiano e as possibilidades de carreira do mercado atual. Os participantes ainda puderam conhecer um pouco mais sobre os cursos da UEG oferecidos em Caldas Novas. “A UEG está com esse olhar voltado para o jovem, fornecendo ferramentas para que ele se sinta responsável nesse processo educativo e de crescimento pessoal”, afirmou a diretora do Câmpus Caldas Novas, Rosa Maria Ferreira Chapadense. O Fórum Estadual de Profissões foi realizado, no Centro de Convenções do Privé Riviera Park Hotel.

Foto: : Renata Manzano

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La Casa de Papel na UEG

Jaraguá organiza Feira do Escambo

Os acadêmicos do curso de Administração do Câmpus Luziânia organizaram, entre os dias 3 e 5 de setembro, a 10ª Semana do Administrador. Com a proposta de discutir o Futuro da Administração: perspectivas no mundo em transformação, o evento contou com diversas palestras. Uma das que mais chamou a atenção do público foi As lições de estratégias de La Casa de Papel, ministrada pelo professor Demontier Camelo. Apresentações culturais de música e de balé também fizeram parte da programação da Semana.

A comunidade acadêmica do Câmpus Jaraguá se reuniu no dia 04 de setembro para trocar experiências e objetos. Foi a IV Feira do Escambo, realizada com o objetivo de incentivar novas formas de empreendedorismo, economia solidária, reaproveitamento e consciência ambiental. Os participantes puderam cambiar livros, roupas, artigos decorativos, eletrônicos e esportivos. A feira foi organizada pela turma do 2º Período do curso de Ciências Contábeis do Câmpus.


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