Jornal UEG - Edição 26

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jornal UEG Jornal da Universidade Estadual de Goiás I Ano 6 - Nº 26 | janeiro-março / 2018

EM REDE Pública, gratuita e de qualidade. Mais que um lema, essas três palavras definem a essência da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Outro adjetivo inerente à história da Instituição é integração, que define o relacionamento da comunidade acadêmica e da UEG com Instituições representativas – como Abruem, Sebrae, Fieg e Funtec – e que influencia decisivamente na construção de uma rede de conexões para o desenvolvimento de Goiás.

Com o compromisso de garantir à sociedade a transparência de suas atividades, a UEG conta com seu Centro de Comunicação Institucional (CeCom), que reúne atividades de jornalismo, audiovisual, publicidade e relações públicas.

Em sintonia com o setor empresarial, representado por Instituições como Sebrae e Fieg, o Programa de Incubadoras da UEG tem como uma das propostas incentivar o desenvolvimento de ideias e soluções inovadoras

Com ferramentas tecnológicas, o Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede da UEG abre caminho entre estudantes e o sonho da formação no ensino superior, conectando os goianos por meio do ensino a distância (EaD).


jornal UEG

EDITORIAL

Anápolis, janeiro-março 2018

Sintonia com a instituições

representativas Por José Carlos Araújo Poucos hábitos têm marcado tanto os dias atuais quanto o de estar “conectado”. Com a licença devida ao teórico canadense Marshall MacLuhan, vivemos, como nunca, uma “aldeia global”, graças ao maravilhoso mundo novo da comunicação digital. Não poderia ser diferente na Universidade Estadual de Goiás (UEG), que, no entanto, vai muito além da simples utilização da tecnologia. Estruturada nos valores humanos e sintonizada com seu tempo, a UEG é uma Instituição na qual predomina o diálogo que leva à integração da comunidade interna e desta com a sociedade goiana, na qual se incluem entidades dos mais representativos setores. Com instituições sociais e também entidades da esfera pública, a UEG entende serem os relacionamentos e as parcerias fundamentais para a manutenção e ampliação da prestação do importante trabalho de educação e formação profissional e sociocultural dos jovens goianos. Com esse foco, a Universidade utiliza, por exemplo, ferramentas para fomentar a cultura de autonomia estudantil, propiciando ambientes que conduzam ao empreendedorismo e à inovação, em harmonia com a produção acadêmica. Nesse aspecto, destaca-se a atuação do Programa de Incubadoras (Proin.UEG), com 13 empresas vinculadas, 68 cursos realizados e mais de 2,8 mil estudantes da UEG e profissionais beneficiados por suas ações. Tudo isso apenas no ano de 2017, conforme mostra reportagem “Parceria empreendedora”, de Fernando Matos, nesta edição do Jornal UEG.

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A reportagem também destaca o outro lado dessa integração, que são as parcerias do Proin.UEG com entidades como Fieg, Sebrae e Funtec. São instituições que se destacam como promotoras do desenvolvimento regional e que ressaltam o papel da UEG também como fomentadora de empreendedorismo. “As academias são e serão parceiras importantes das indústrias para a inovação de processos e produtos, especialmente das micro, pequenas e médias indústrias”, afirma, na mesma reportagem, Nelson Anibal Lesme Orué, assessor técnico da Fieg. “O trabalho em rede com parceiros estratégicos é fundamental para um desenvolvimento mais rápido rumo àquilo que acreditamos ser a excelência”, avalia também o reitor da UEG, professor Haroldo Reimer, em entrevista à jornalista Núbia Rodrigues.

No entanto, uma universidade não se isola em microcosmo. É o que entende a UEG, ao participar ativamente de discussões econômicas, sociais e políticas além-muro, em conselhos, fóruns, comitês e comissões educacionais, socioeconômicos e políticos, onde conta com representantes. Neles, a Universidade intensifica sua integração com as diversas facetas sociais, democratizado o conhecimento acadêmico e atestando seu compromisso com os destinos do Estado e do País. Saiba quais são os representantes da UEG nessas entidades e qual sua atuação, na reportagem da jornalista Adriana Rodrigues, também nesta edição. Outra importante forma de integrar academia e comunidade externa são os projetos de extensão promovidos pelos professores e colaboradores Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (Cear), órgão executivo responsável pela execução da política de ensino a distância (EaD) da UEG e também pelos programas e projetos relacionados ao ensino e à aprendizagem em rede. Reportagem assinada por Anna Carolina Mendes, mostra a consolidação desse trabalho, que alcança alunos que não teriam acesso ao ensino superior. Ao unir tecnologia e saberes, o Cear registrou, de 2015 a 2017, crescimento de 300% no número de alunos dos cursos de graduação, além de preparar 1.500 novos alunos para esta modalidade, no mesmo período. Todo esse trabalho poderia passar despercebido ao grande público, se a UEG não dispusesse de uma estrutura própria de comunicação, que interliga todos os seus públicos, numa “teia comunicativa”, por meio do Centro de Comunicação Institucional (CeCom). Trata-se de um setor fundamental para que a Universidade amplie a visibilidade de suas ações, o intercâmbio de informações e o bom diálogo com seus públicos. Conforme mostra a reportagem Teia comunicativa, da jornalista Adriana Rodrigues, ao reunir no CeCom os setores de Jornalismo, Publicidade, Audiovisual e Relações Públicas, a UEG solidifica a transparência de suas ações e reafirma sua responsabilidade de Instituição pública que oferece ensino gratuito e de qualidade. Boa leitura!

EXPEDIENTE

jornal UEG Anápolis - Goiás, janeiro a março de 2018 Ano 6, Nº 26

CENTRO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

REITOR Haroldo Reimer

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Núbia Rodrigues

CHEFE DE GABINETE Juliana Oliveira Almada PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Maria Olinda Barreto PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Ivano Alessandro Devilla

EDITOR José Carlos Araújo REDAÇÃO Adriana Rodrigues Fernando Matos Núbia Rodrigues

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS Marcos Antônio Cunha Torres

REVISÃO Olira Rodrigues

PRÓ-REITOR DE GESTÃO E FINANÇAS Lacerda Martins Ferreira

DIAGRAMAÇÃO E ARTE Alyne Lugon Camila Morais Lucas Gomes Graziano Magalhães

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Christiano de Oliveira e Silva

FOTOGRAFIA Fernando Matos Marcos Rogério Nabyla Carneiro DISTRIBUIÇÃO Jacqueline Pires Universidade Estadual de Goiás CeCom - Reitoria da UEG Rod. BR-153, Quadra Área, Km 99 CEP: 75.132-903 / Anápolis - GO Tel. geral: (62) 3328-1403 www.ueg.br Impressão: Tiragem: 3.000 exemplares Universidade Estadual de Goiás Coordenação de Jornalismo Tel: +55 62 3328-1403 E-mail: jornalismo.ueg@gmail.com

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jornal UEG

MOSAICO

Anápolis, janeiro-março de 2018

Educação sem barreiras

Por meio de ferramentas tecnológicas, o Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede da UEG encurta ainda mais as distâncias entre estudantes e o sonho da formação no ensino superior Por Anna Carolina Mendes Na esteira do conhecimento multidisciplinar e colaborativo, o Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede da Universidade Estadual de Goiás (Cear|UEG) vem se consolidando por alcançar alunos que não teriam acesso ao ensino superior, público e de qualidade. Órgão executivo, o Cear é o responsável pela execução da política de ensino a distância (EaD), pelos programas e projetos relacionados ao ensino e à aprendizagem em rede, que o credencia também como protagonista do tripé ensino, pesquisa e extensão. O bom desempenho dessa política pode ser constatado em números, que acompanham também o avanço da educação em rede no Estado e no País. Com o aprimoramento das políticas EaD e a ação colaborativa com a Universidade, o Cear registra crescimento de 300%, em números absolutos, entre os discentes de cursos de graduação, desde 2015. No mesmo período, o curso de formação para a educação a distância preparou 1.500 novos alunos para esta modalidade. A estrutura criada pela equipe do Desenho Educacional integra todas as equipes do Cear, na medida em que promove a ação coordenada e continuada de professores e estudantes no ambiente on-line Moodle. A adição dessa equipe ao Cear foi de extrema importância para alavancar ainda mais a integração da equipe com o trabalho realizado na plataforma. O grupo, formado por professores e colaboradores, auxilia na montagem, produção e formatação das disciplinas que serão postadas no ambiente de aprendizagem.

disciplinas em EaD para estudantes de nível médio que envolvem formação humanística e tecnológica. Com as redes estadual e municipal de Educação de Anápolis, o Cear dispõe de vagas, prioritariamente na área de Educação, para a comunidade externa. “Nós temos como princípio oferecer todos os cursos e minicursos com o intuito de capacitar para a educação a distância”, disse o professor.

Pesquisa e Extensão Uma das formas de integrar academia e comunidade externa são os projetos de extensão promovidos pelos professores e colaboradores do Cear. Um exemplo é o grupo de pesquisa, que tem por base o levantamento de dados em rede para uso e aplicação de tecnologias na educação e nos processos de aprendizagem, visando, principalmente, atividades mediadas por computador.

Ao trabalhar em quatro grandes eixos, a atuação do Cear pode ser apreendida nos seguintes programas: semipresencialidade, cursos de graduação e pósgraduação, disciplinas isoladas (Pear) e formação continuada de professores e sua capacitação (PACC). Com a semipresencialidade, o aluno da UEG consegue, por meio do Cear, ser atendido por professores da modalidade em rede em disciplinas no ambiente virtual e pode cursar até 20% das disciplinas em EaD. Em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (PrG), o Centro oferece disciplinas no Moodle, buscando integrar os 41 câmpus da UEG na modalidade em rede. Entre 2010 e 2017, o Programa de Capacitação Continuada capacitou 4.373 profissionais para atuação na educação em rede. “Nós temos a seguinte filosofia: contribuir com a formação de um profissional, seja na formação inicial ou continuada, que tenha competência na sua área de atuação, de conhecimento, mas também competência pedagógica tecnológica”, afirmou o diretor. Além de atender a comunidade interna, o Cear também busca acolher a comunidade externa. É o caso do MedioTec, programa cuja parceria com a Pró-Reitoria de Cultura e Assuntos Estudantis (PrE) oferece 20% das

O crescimento no número de alunos, disciplinas e cursos a partir de 2015 comprovam os resultados positivos dos esforços do Cear pela evolução da educação não presencial Curso de preparo para o modelo de educação a distância

O trabalho colaborativo entre professores, coordenações, pró-reitorias e suporte técnico pessoal faz do Cear um órgão que cresce a cada ano em quantidade de alunos e qualidade de ensino, desconstruindo a ideia de educação em rede desumanizada, mas sim preocupada com a formação humanística, científica e cidadã de seus discentes. “Nós temos uma universidade que vem caminhando, amadurecendo como instituição universitária acadêmica. Acho que esse é o caminho”, apontou Valter.

Atalhos inteligentes e produtivos com o Moodle Plataforma on-line gratuita, o ambiente virtual Moodle propicia -- de forma didática e de fácil acesso -- atalhos que ajudam docentes e estudantes na educação a distância. Por meio da internet, o aluno cadastrado no ambiente virtual tem a possibilidade de realizar seus estudos de várias formas: por arquivos, apresentações e planilhas eletrônicas, além de links para áudios, vídeos e imagens. Os materiais de leitura são divididos em boxes por ícones com o título que especifica a leitura em questão. Outro recurso permite o recebimento de notificações de tarefas e mensagens importantes com o Telegram – semelhante ao Whatsapp. Já os fóruns de discussão oferecem ao aluno um aprendizado colaborativo, pois o insere nos debates sobre os temas tratados nas aulas. A plataforma também dispõe de aplicativo próprio disponível para sistemas operacionais Android e iOS. Essas ferramentas aumentam o engajamento do estudante com as disciplinas, professores e também com outros alunos, promovendo uma reação em cadeia de aprendizado colaborativo e interdisciplinar.

Formação em EaD

Lato Sensu

2.226 alunos

1.568

concluintes

de 2010 a 2018**

de 2014 a 2017

PACC

Graduação Graduação

4.373

300% 300% alunos ++alunos

alunos

capacitados

de2009 2009aa2021* 2021* de

de 2010 a 2017

alunos 792 2150 2150alunos 792

Programa de capacitação continuada

Semi presencialidade 4000

3000

Disciplinas

ofertadas

2430

97

100

2500

80

2000 1500 1000

* Projeção da conclusão dos cursos iniciados dentro do período analisado; ** Períodos parciais: não compreende o ano letivo completo;

3625

alunos

3500

Programas em rede Para o professor Valter Gomes Campos, diretor do Cear, é de extrema importância que o trabalho seja executado de forma colaborativa entre o professor formador, o desenhista que acompanha esse professor, o coordenador de curso, a coordenação pedagógica e a equipe tecnológica. “Nós temos alguém junto, nesse processo, que vai pensando na disciplina e em como ela vai ficar quando for postada no ambiente”, explicou.

CEAR

em Números

521

1073

40 20

500 2015/2

2016/1

2016/2

67

60

1025

2017/1

44 23 2015/2

2016/1

32 2016/2

2017/1

2017/2

2017/2

Mecanismo didático-pedagógico que considera os novos jeitos de ensinar e aprender contemporâneos, levando em conta a construção de conhecimento a partir do contato com o universo virtual. Os alunos da UEG podem cursar até 20% das disciplinas em EaD no Cear.

Moodle de Apoio aos Cursos Presenciais

403

Disciplinas

250

223

200

138

150

3

100 50 0

PEAR

2105 Alunos

* Períodos

parciais: não compostos pelos 2 semestres letivos

42

2015

2016

2017

1500 1200 900 600 300

Em parceria com a PrE, o Cear oferece 20% das disciplinas do MedioTec em EaD.

0

2013*

2014*

2015*

2016

2017

803 alunos 28 cursos 17polos


jornal UEG

UEG EM CONTEXTO

Anápolis, janeiro-março 2018

Em diálogo com a sociedade UEG é presença marcante nos debates e nas decisões de grandes repercussões socioeconômicas e políticas realizados pelos fóruns, conselhos, comitês e comissões representativas Por Adriana Rodrigues O comprometimento institucional de uma universidade passa pelas relações que envolvem o tecido do sistema educacional, da pesquisa, do setor público e da sociedade civil. Logo, conhecer as formas de vinculação que se estabelecem entre a universidade e seu entorno mostra a estrutura que a sustenta e emerge a importante reflexão sobre o quanto ela tem sido capaz de responder às demandas externas. Os conselhos estaduais, fóruns, comitês e comissões são espaços fundamentais para que a universidade mantenha o diálogo com a sociedade e não se isole das transformações e problemáticas econômicas, sociais e políticas. Atenta a essa exigência, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem diversos representantes nessas instituições, intensificando sua integração com a sociedade, democratizando o conhecimento acadêmico e atestando seu compromisso social. Representante da UEG no Comitê Nacional do Pacto Universitário para promoção de Direitos Humanos e Cultura de Paz e na Comissão de Inclusão e Acessibilidade das Instituições de Ensino Públicas Superiores de Goiás, o professor Rezende Bruno de Avelar afirma que essa participação é importante para a garantia das políticas públicas desse perfil, para a troca de experiências e para visibilidade externa da Universidade. “A gente é respeitado por cuidar de um direito do discente. Isso é bom para a imagem da UEG lá fora!”, destaca. Além disso, segundo Rezende, ser signatário do Pacto Universitário, por exemplo, garante a participação da UEG em editais do Ministério da Justiça e do Ministério da Educação para captação de verba, promoção de ações e realização de pesquisas.

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Ademário Neto, coordenador de Cultura da PróReitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PrE), relata que a representação da UEG no Conselho Estadual da Juventude em 2017 levou à criação de um edital para que os jovens goianos possam propor projetos no Fundo Estadual de Cultura. Ademário também explica que “ter um representante no Conselho ajuda a levar informações sobre os diversos grupos de jovens de Goiás e assim a propor políticas, pois a UEG está presente nos quatro cantos do Estado e a juventude é o grande público da Universidade”. Significativa também é a representação da UEG no Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Consulp|Fapeg), por meio dos professores Ivano Devilla, pró-reitor de Pesquisa e PósGraduação; e Haroldo Reimer, reitor da UEG – também representante da Universidade no Conselho de Gestão da Emater. O Consulp é responsável por apreciar e aprovar as ações desenvolvidas no Estado pela Fundação, como os editais e as políticas de fomento à pesquisa e inovação e o auxílio a programas de pósgraduação. “O Consulp é quem dá o tom para pesquisa em Goiás”, enfatiza Ivano Devilla. O professor Marcos Torres, pró-reitor da PrE e presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação, observa que toda a comunidade universitária e não somente a gestão, precisa compreender o valor da relação dialógica com a sociedade, pois a Universidade “contribui fundamentalmente com diferentes aspectos do desenvolvimento econômico e social, mas os grupos

sociais também detêm saberes que colaboram com a formação de indivíduos profissionais e cidadãos”. Heloisa Massoccante, representante da UEG nos comitês intersetoriais de Política Estadual para Migração e de Acompanhamento e Monitoramento de Política para População em Situação de Rua de Goiás, reforça o entendimento de que o fluxo Universidade-sociedade torna possível a troca de saberes sistematizados e fortalece o aprendizado resultante do confronto com a realidade. “Mais que instituição produtora de conhecimento, a UEG é agente de transformação, assim, é crucial que ela esteja nas instâncias de discussão, somando esforços para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e solidária”, afirma Heloisa.

O que são os conselhos estaduais? Os conselhos estaduais são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos que integram as práticas administrativas. São instrumento de debate, fiscalização, controle e gestão de políticas públicas, com representantes da sociedade civil e do poder público. Os fóruns, comitês e comissões também são espaços públicos de participação que acolhem demandas sociais, geram proposições e acompanham projetos, ações e políticas públicas, visando ao fortalecimento da cidadania. Esse mecanismo, porém, nem sempre está instituído por lei.

Outros representantes da UEG em espaços de participação

CONSELHO ESTADUAL DA EDUCAÇÃO

CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS

Maria Olinda Barreto PrG Mirza S. Toschi Professor Marcos Torres PrE

Juliana Martins Bianchi Peres PrE

CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO TECNÓPOLIS (FUNTEC)

COMITÊ ESTADUAL DA RESERVA DA BIOSFERA DO CERRADO

Cassius Dunck Dalosto Servidor

Patrick Tomás Professor

CONSELHO FISCAL DA REDE GOIANA DE INOVAÇÃO

CONSELHO ESTADUAL DA MULHER

Bruno Alencar Pereira Proin.UEG

Angela Esteu Café Professora Juliana Oliveira Almada Chefe de Gabinete da Reitoria

CONSELHO DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E COMBATE À CORRUPÇÃO Jeomar Barbosa Vaz PrG Nário Mota de Almeida Servidor

FÓRUM PERMANENTE DO MEIO AMBIENTE/COMISSÃO ESTADUAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS Hélida Ferreira da Cunha Professora

COMITÊ ESTADUAL DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Maria Joselma de Moraes Professora Antonio Cruvinel Borges Professor


jornal UEG

UEG EM CONTEXTO

Anápolis,janeiro-março janeiro-marçode2018 Anápolis, 2018

Lídia Alla Silva e Márcia Ramos

Aprendendo a empreender

Auxiliar no desenvolvimento de ideias e soluções inovadoras é uma das propostas do Programa de Incubadoras da UEG, que mantém sintonia direta com setor produtivo Por Fernando Matos

números do

Proin.UEG *Dados de 2017

Ao pensar o sujeito como personagem ativo na condução de sua formação, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) privilegia e incentiva em sua matriz curricular a autonomia de seus estudantes. Na prática, isso significa que a UEG tem pensado uma série de ferramentas para que os estudantes se organizem de acordo com as suas expectativas. Entre os muitos mecanismos desenvolvidos para fomentar a cultura de autonomia estudantil, ganhou destaque nos últimos anos a criação de um ambiente favorável ao empreendedorismo e à inovação, em harmonia com a produção acadêmica. Isso é possível graças aos trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Incubadoras (Proin.UEG), que têm promovido entre estudantes as bases para que no futuro eles possam reconhecer as oportunidades em suas áreas de formação, inclusive, aquelas cujo potencial ainda é pouco explorado. “O Proin desenvolve um trabalho diferenciado ao ofertar cursos de formação aos alunos da UEG que querem estar se preparando para colocar suas ideias em ação, transformando ideias em projetos inovadores”, explica Pedro Oliveira, diretor de Tecnologia da Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec), uma das principais parceiras do Programa.

Perfil empreendedor Bruno Alencar, coordenador do Programa, explica que na UEG o empreendedorismo é entendido sob uma ótica mais ampla, para além da ideia de abertura de novos negócios. “Nós entendemos (empreendedorismo) como processo de realização e desenvolvimento de projetos e ideias, que geram melhorias nos processos de serviço e produtos de diversas áreas”, diz.

Por isso, continua, o formato que o Proin tomou nos últimos anos passou a dar prioridade ao perfil empreendedor. “Focávamos, principalmente, na incubação, mas percebemos que, para atingir nossos estudantes, o fortalecimento do perfil empreendedor era o caminho mais acertado”, pontua. Foi o que ocorreu com Lídia Alla Silva, do sétimo período do Curso de Engenharia Civil, do Câmpus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo. Ela participa do Programa desde agosto de 2017. O projeto de Lídia está em fase de pré-incubação. “Estou na fase de desenvolvimento da ideia: viabilidade, custos, desenvolvimento de um plano de trabalho e toda a base, para que ela se transforme em um negócio”, explica a estudante, que pretende desenvolver um projeto de resfriamento de habitações a partir de placas.

Da ideia ao negócio Aliado a esse trabalho, o Proin mantém os processos de incubação de empresas, o que tem garantido ao programa um lugar de destaque no cenário da inovação e tecnologia no Estado. “A aproximação das empresas com a academia, especialmente com a área de pesquisa, é imprescindível para o desenvolvimento regional e nacional. As universidades são responsáveis pela formação e desenvolvimento do principal recurso de um país, as pessoas”, afirma Nelson Anibal Lesme Orué, assessor técnico da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). É o caso de Márcia Ramos e de seus sócios na Casa da Minhoca, empresa focada no desenvolvimento de produtos de minhocultura. Há mais de 10 anos no

“AS ACADEMIAS SÃO E SERÃO PARCEIRAS IMPORTANTES DAS INDÚSTRIAS PARA A INOVAÇÃO DE PROCESSOS E PRODUTOS, ESPECIALMENTE DAS MICRO, PEQUENAS E MEDIAS INDÚSTRIAS” Nelson Anibal Lesme Orué, assessor técnico da Fieg.

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empresas vinculadas cursos realizados

68 2.814

pessoas beneficiadas pelas ações do programa

mercado, a empresária, cujo empreendimento está incubado há dois anos no Proin, explica que o ingresso no Programa trouxe nova visão sobre o negócio. “Um dos principais diferenciais foi a visão de negócio. Aprendemos como fazer um plano e a importância de nos estruturarmos como empresa. Isso é importante para nosso crescimento e fortalecimento”, observa a empresária. Márcia pontua a importância da penetração do Programa na rede de inovação e tecnologia de Goiás. “É inegável a abertura de portas. Hoje, nós estamos inseridos em um ambiente de desenvolvimento que permite o diálogo com a estrutura estadual”, afirma.

Fortalecimento em rede As parcerias firmadas com importantes instituições, como a Funtec, Fieg e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás fortalecem o Programa e o ambiente de inovação do Estado. “Os acordos e convênios entre o Sebrae Goiás e a UEG nas ações de educação empreendedora e incubação de empresas lideradas pelo Proin, face ao comprometimento das equipes, garante o alcance de resultados significativos de capacitação de alunos e professores no tema empreendedorismo e no apoio às empresas vinculadas diretamente à incubadora”, analisa Igor Montenegro, diretor superintendente do Sebrae-GO. Para o Proin, as parcerias são fundamentais. “Esses parceiros têm possibilitado o crescimento de nossa atuação, além do fortalecimento do Proin como ambiente inovador e de destaque em Goiás”, confirma Bruno Alencar.

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GESTÃO

jornal UEG Anápolis, janeiro-março 2018

Teia comunicativa Setor de conexão, o Centro de Comunicação Institucional (CeCom) interliga a UEG e os seus públicos, por meio de uma comunicação integrada e humanizada Por Adriana Rodrigues

Toda instituição que almeja reconhecimento trabalha a comunicação como ferramenta estratégica, fundamental para a visibilidade de suas ações, o intercâmbio de informações e o bom diálogo com seus públicos prioritários e os vários setores sociais. A comunicação, então, se destaca como uma política institucional, especialmente em uma universidade pública que, por sua natureza, missão e objetivos, tem o compromisso de garantir à sociedade o conhecimento das atividades realizadas intramuros. Atenta a isso, a gestão da Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem dado condições para que o Centro de Comunicação Institucional (CeCom) se desenvolva e seja capaz de gerar veículos qualificados para criar conexões de discurso, traduzir as vozes da Instituição para fora dela e consolidar sua imagem. Os bons resultados do atual projeto de comunicação estão ancorados na reformulação da postura institucional da UEG, que foi acompanhada pelo CeCom. A nova marca, com traçados diferentes e valores modernos, traduz o reposicionamento da Instituição. A mudança da marca simboliza a própria mudança da Universidade. “Percebemos que a marca já é bem aceita. Atualmente, quase todos os materiais institucionais já saem com ela. Logo mais, todas as fachadas de câmpus terão a nova marca. Isso dá continuidade a outra etapa na história da UEG”, analisa, satisfeito, Graziano Magalhães, coordenador da Publicidade Institucional do CeCom.

Interatividade Com páginas no Facebook e no Twitter, a Universidade divulga, por meio de textos curtos, imagens, gifs e vídeos, o que acontece nos câmpus e também conteúdos informativos e culturais relacionados ao universo estudantil.

O chat e as mensagens on-line tornam essa interação ainda mais eficiente, pois as dúvidas são respondidas quase que instantaneamente e de um jeito mais informal, já que a grande maioria do pú vestibulandos e alunos da graduação e

Em 2017, as publicações no Facebook alcança pessoas, e os vídeos no YouTube e no Face 80.790 visualizações, aponta Nabyla Carneiro d de Audiovisual e Relacionamento Online do Ce sociais garantem uma comunicação mais ágil pessoas e acabam convergindo em acessos ao

Muito mais que formalidade 6

Uma conquista que também reflete a nova roupagem da Universidade e reafirma seu caráter inclusivo é a Política de Colação de Grau Unificada e Gratuita. Com ela, os estudantes da UEG não precisam mais custear as despesas das cerimônias. Conforme a equipe de Relações Públicas do CeCom, desde 2015, foram realizadas 181 colações gratuitas em todo o Estado, beneficiando quase 9 mil formandos. Além disso, mais de 100 mil pessoas participaram das solenidades. Isso significa que, para além de uma política de assistência e de um rito acadêmico, a colação de grau unificada é uma ferramenta de relacionamento da UEG com a sociedade. Nesses eventos, os formandos, suas famílias e seus convidados são acolhidos com respeito, há o contato entre pais e professores, há oportunidade de as pessoas ouvirem o reitor e o diretor do câmpus falarem das potencialidades e dos avanços da Universidade. É uma forma mais intensa de a UEG se fazer presente nas comunidades goianas. E por falar em interação com a sociedade, o CeCom tem cumprido o papel de elo entre a UEG e o público interno e externo por meio de seus produtos e veículos. Com notícias e reportagens, o Jornal UEG, a revista UEG Viva e o Portal Institucional são os principais canais de divulgação de informações, eventos, e, sobretudo, de socialização da produção científica e sociocultural da Universidade. Para se ter uma ideia do alcance do Portal Institucional, por exemplo, em 2017, as páginas foram acessadas por mais de 1,3 milhão de pessoas, gerando mais de 10 milhões de visualizações, entre notícias e demais serviços. A abordagem que dá prioridade ao cotidiano da comunidade universitária, as constantes atualizações de conteúdo, a escrita mais dinâmica e, agora, a ferramenta de acessibilidade têm potencializado o Portal como instrumento primordial de comunicação da UEG. E ele ainda vai melhorar...


UEG aprimora comunicação na internet Anápolis, janeiro-março de 2018 Em 2018, a comunidade acadêmica da UEG vai receber um novo Portal Institucional. Além de novidades no layout, o site está sendo reformulado, principalmente, quanto à organização dos conteúdos e à facilidade de acesso, a fim de garantir melhor navegabilidade aos usuários. No novo Portal, o público interno da Universidade encontrará as informações de que necessita, como serviços, editais, eventos e procedimentos administrativos, mais visíveis e melhor ordenados. Em contrapartida, sua nova configuração também permitirá apresentar a UEG de forma clara, objetiva e prática para o público externo, sejam pretensos alunos de graduação, pós-graduação ou pesquisa, seja a imprensa, parceiros, seja qualquer pessoa da sociedade interessada em conhecer a Instituição. O novo portal é resultado de quase dois anos de trabalho, envolvendo a Gerência de Inovação Tecnológica (GIT), o CeCom e os setores ligados à Reitoria e às Pró-Reitorias.

r s us os so

UEG em áudio e vídeo Lançada em 2017 pelo CeCom, a Rádio UEG Educativa é mais um importante canal entre a Universidade e seus públicos. Com uma programação diversificada, composta por conteúdos próprios e compartilhados por meio de parcerias, a emissora é espaço de entretenimento, informação, educação e difusão do conhecimento científico. Ouça a Rádio UEG Educativa pelo site www.radio.ueg.br.

nam nte, uase jeito a do público são jovens ão e pós-graduação.

Outra forte conquista da Universidade na área da comunicação foi a assinatura do termo de cooperação técnica e institucional com a Agência Brasil Central (ABC), o qual viabilizará a implantação da UEG TV em breve. A TV universitária expandirá os horizontes da relação entre a UEG, comunidade acadêmica e sociedade em geral, tornando-se instrumento da popularização da ciência e tecnologia e da promoção da educação, cultura, informação e da cidadania de uma maneira diferente.

alcançaram 2.507.060 no Facebook atingiram rneiro da Coordenação e do CeCom. As redes ais ágil, impactam as sos ao site da UEG.

Diálogo com imprensa Comunicação humanizada A estratégia basilar da comunicação realizada na UEG tem sido a narrativa. Segundo o professor Marcelo Costa, diretor do CeCom de novembro de 2013 – quando o projeto de comunicação foi implantado na Universidade – a fevereiro de 2018, buscou-se permear as narrativas (jornalísticas, publicitárias, audiovisuais e cerimoniais) com as histórias, a subjetividade e a diversidade da comunidade universitária, trazendo as pessoas para o centro da discussão. “São os alunos, os professores, os servidores que fazem a UEG acontecer. Então, sempre houve a preocupação de que, nas campanhas publicitárias, nas matérias jornalísticas e nos eventos, o papel desses atores fosse evidenciado, para que eles se enxergassem nos conteúdos e, de fato, tomassem posse da Instituição”, acentua Marcelo. Trazer as pessoas para as narrativas de comunicação gerou outra relação com a Universidade. É nítido que há mais afetividade da comunidade acadêmica para com a UEG, que há maior adesão dos gestores e diretores de câmpus aos lemas propostos pelo CeCom, que há crescimento no engajamento nas redes sociais e na formação de uma unidade de discurso. Marcelo Costa completa que “a comunicação institucional, dentro do seu espectro de atuação, nessa perspectiva humanizada, fez as pessoas sentirem a UEG muito mais próxima delas e despertou a consciência de que a Universidade é construída por todos!”

O bom relacionamento com veículos e profissionais da imprensa também é fundamental para fortalecer a imagem institucional da Universidade, já que é inegável a influência dos meios de comunicação nas diversas esferas sociais, na pauta de temas da agenda pública e na formação da opinião popular. Nesse sentido, para ampliar os espaços de participação da UEG na mídia, o CeCom tem estreitado a relação com a imprensa por meio de sua assessoria. O sucesso desse relacionamento é observado pelo clipping jornalístico, que permite monitorar a publicação e repercussão de matérias a respeito da Universidade nos veículos de comunicação. Essas atividades, juntamente com o ciclo de mudanças e redesenho institucional, permitiram o aumento do desempenho positivo da UEG na mídia. Em 2013, o porcentual de notícias negativas sobre a UEG era de 46,6%. Em 2017 esse número caiu para 6,6%. Já o índice de notícias positivas subiu de 26,4% em 2013 para 49% em 2017, totalizando R$6,5 milhões de reais em mídia espontânea* ao longo dos últimos quatro anos.

*Notícias positivas e neutras publicadas gratuitamente em veículos de imprensa.


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"Trabalho em rede é fundamental para a UEG chegar à excelência"

Anápolis, janeiro-março 2018

Por Núbia Rodrigues Em um mundo cada vez mais complexo e diverso, trabalhar isoladamente tem se tornado inconcebível, tendo em vista que o trabalho em rede garante melhores chances de resultados positivos. A Universidade Estadual de Goiás (UEG) está inserida em várias redes, tanto internas quanto externas. São redes com outras Universidades, com instituições de ciência e tecnologia, com órgãos governamentais ou mesmo redes entre departamentos ou câmpus da Universidade. “A ideia de se atuar em rede é contemporânea e procuramos trazê-la para dentro da Universidade”, destaca o reitor da UEG, professor Haroldo Reimer. De acordo com ele, a própria noção de trabalho em rede é fundamental para alavancar qualidade dentro da Universidade. No entanto, acrescenta, é preciso perceber que a UEG possui capacidade instalada de ponta, mas, pelo histórico de fragmentação de duas décadas, ainda não consegue mostrar sua real potência ou capacidade. Em entrevista ao Jornal UEG, o reitor destaca quais as principais iniciativas da Universidade nesse trabalho em rede, e como sociedade e setor produtivo têm sido aliados para o crescimento da Instituição. No cenário da Ciência, Tecnologia e Inovação conseguimos perceber que, cada vez mais, os temas e assuntos de discussões passam a ser globais. Dessa forma, qual a importância da internacionalização da UEG e como a Universidade tem trabalhado a questão?

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Atualmente, sou presidente da Câmara de Internacionalização e Mobilidade da Abruem, que tem como principal meta a concretização do networking entre as universidades filiadas e a ampliação desses contatos em nível internacional. Hoje, na UEG, temos convênios assinados com mais de dez universidades no exterior e esse processo é fundamental. Inclusive, é preceito de indicador de avaliação externa das universidades, aferirem os seus graus de internacionalização, os tipos de ações que elas têm em andamento no sentido de fomentar a presença internacional da universidade. Disso decorre que, se você conseguir trabalhar em rede, as chances de chegar a um resultado positivo são muito maiores. Esse cenário também se replica quando se pensa em publicações conjuntas entre pesquisadores de países distintos? Um professor publicar sua pesquisa sozinho ou em parceria com um outro, sobretudo de outro país, tem fatores de impactos distintos. Em geral, quando a pesquisa é publicada em conjunto, existe um processo de crítica que tende a majorar a qualidade e o impacto da publicação em geral, sobretudo se a publicação for feita em inglês. Isso possibilita que os resultados obtidos em conjunto cheguem em diferentes lugares do mundo, aumentando o fator de impacto da respectiva produção intelectual. Em geral, essas publicações são fruto do trabalho em equipe ou em rede.

“OS RELATÓRIOS DE ATIVIDADE DOCENTE TÊM MOSTRADO UMA PERFORMANCE MELHORADA DE ANO PARA ANO, NO QUE TANGE À PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES DA UEG EM PRODUÇÕES INTELECTUAIS E TAMBÉM NA DIFUSÃO DESSAS PRODUÇÕES.” A Universidade também trabalha em parceria com outros órgãos do governo estadual. Esse tipo de parceria é importante em que sentido? Nós somos uma instituição pública mantida pelo governo do Estado de Goiás e o trabalho em rede com os órgãos da administração direta também é importante. Temos parcerias com a Fapeg, com

a Secretaria de Segurança Pública, Secretaria da Educação, Secretaria de Saúde, Detran, entre outros. Acredito que cada uma dessas parcerias tem várias interfaces e quanto mais conseguimos juntar esforços, melhores resultados temos. Que tipo de parceria a Universidade tem com a Secretaria de Segurança Pública? Há vários anos temos parcerias como a Secretaria de Segurança Pública, especialmente na oferta de cursos de especialização. Boa parte das atividades é desenvolvida pela Academia da Polícia e uma parte pela Universidade. O fato de a especialização estar vinculada à UEG garante que os alunos terão certificação expedida por uma universidade e com validade em todo território nacional. E a parceria com o Detran... Há mais de dez anos a UEG tem uma parceria com o Detran, por meio do programa Educando e Valorizando a Vida, o EVV. A partir do Programa, um conjunto de professores da Universidade atua como examinador das provas teóricas e práticas do Detran, dois momentos


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ENTREVISTA

Anápolis, janeiro-março de 2018

Primeiro Encontro de Gestores da UEG

específicos dentro do processo de obtenção da CNH. Essa parceria trouxe muita credibilidade para essas fases do processo, que antes era muito suscetível a críticas e a questionamentos. A UEG tem aumentado consideravelmente, nos últimos anos, o número de parceiros do setor produtivo. Como o senhor enxerga esse processo? O trabalho em rede com parceiros estratégicos é fundamental para um desenvolvimento mais rápido rumo àquilo que acreditamos ser a excelência. A interlocução da universidade com o setor produtivo tem que ser intencionalmente construída. Isso porque, no Brasil, ela não é um hábito cultural. Aqui, Academia e indústria, em geral, caminham paralelamente, sem muita comunicação entre si. Isso tem a ver com limitações legais e, no meu entender, com a realidade e o imaginário de integração do Brasil em contexto colonial. Temos empresas brasileiras que preferem contratar serviços de pesquisas no exterior do que apoiar núcleos de pesquisas no País. A pesquisa no Brasil é feita pelas instituições públicas com aporte de recursos públicos, mas deveria haver participação muito maior dos setores produtivos. A Universidade tem vencido esse impasse? Nós poderíamos estar em um patamar muito superior se o diálogo entre indústria e Academia fosse mais frutífero. Conceitualmente, na nossa gestão, procuramos construir uma interface com os setores produtivos, por exemplo, oferecendo cursos e capacitações no âmbito dos arranjos produtivos locais. A UEG também tem tentado se aproximar das empresas para expor os ativos intelectuais da Universidade e perceber quais são as demandas deles e apresentar

“HOJE, PRATICAMENTE QUINTUPLICAMOS O MONTANTE FINANCEIRO CAPTADO, QUANDO COMPARADO COM CINCO ANOS ATRÁS. COM ISSO, PASSAMOS A NÃO DEPENDER ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DO DINHEIRO DO ESTADO EM VÁRIOS PROJETOS.”

soluções tecnológicas. Temos também um programa de incubação de empresas muito bem conceituado, um núcleo de inovação e transferência de tecnologia, ainda em fase incipiente, e, em breve, vamos criar um centro de empreendedorismo e inovação tecnológica. Esse processo todo acaba por trazer para a Universidade outras fontes de recursos... Nós melhoramos enormemente a nossa performance na captação de recursos externos de toda ordem. Temos, por exemplo, no Câmpus de São Luís de Montes Belos, o Biotec, nosso projeto de biotecnologia em reprodução animal. A partir dele, temos convênios assinados com prefeituras e cooperativas da região que pagam e vão pagar ao laboratório para produzir sêmen de qualidade e também embriões, para que os produtores associados a cooperativas ou apoiados pelas prefeituras possam ter material genético de qualidade superior num prazo muito mais curto e por um preço acessível. Isso acaba sendo um excelente nicho de pesquisa e prestação de serviços pela Universidade. Como a UEG tem sido vista pelo setor produtivo? A Universidade está sendo vista crescentemente como um celeiro de capacidades instaladas que podem ajudar a propor soluções, mas ainda somos muito tímidos em relação a isso. Nós precisamos nos posicionar melhor como atores capazes de promover diálogos de qualidade com quem demanda determinados serviços especializados, e, para isso acontecer, precisamos da disposição proativa de não ficar focado somente no mundo acadêmico, mas perceber que a Academia precisa dialogar com a sociedade, com a região, e com o Estado. Essa sinergia possibilita passos mais rápidos à consolidação. Somos financiados com uma parte dos tributos que o cidadão paga e precisamos cada vez mais dar respostas aos nossos parceiros na sociedade. Acho que estamos em um bom caminho, já com os passos e resultados significativos em níveis distintos. Quando pensamos em trabalho em rede, a extensão é uma das pontas que liga Academia à sociedade. Na UEG, existem inúmeros projetos de extensão espalhados em todos os câmpus. Para o senhor, qual a importância desse trabalho de extensão? Os trabalhos de extensão universitária são o canal pelo qual a sociedade e núcleos da sociedade nos percebem de uma forma mais concreta e há exemplos belíssimos na UEG. Muitos deles são nichos de

excelência que fomentam a independência financeira e uma maior autonomia nas pessoas – embora institucionalmente ainda haja muito o que fazer. E como tem sido o trabalho em rede entre os setores da própria Universidade? Ao longo dos anos, pude perceber que quanto mais um setor trabalha focado em si mesmo, mais problemas surgem, por ele não conseguir perceber a realidade, a dinâmica e as demandas do setor ao lado. Temos muitos exemplos de equipes que funcionam integradamente e muito bem na UEG, mas também temos casos que precisamos enfrentar para minimizar os entraves que dificultam a dinâmica e circulação dos processos na Universidade. No fundo, todos nós somos muito humanos, e, como tais, ficamos presos ao nosso microcosmo, e à microfísica do poder exerce uma influência muito grande sobre nós. Há que se avançar corporativamente na realização cada vez mais qualitativa das tarefas de gestão universitária. A UEG é associada à Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), uma das mais importantes entidades do ensino superior brasileiro e da América Latina. Em que sentido a Abruem auxilia e fomenta esse trabalho em rede? A Abruem cria canais de diálogo e fortalece as chances de negociações entre as Universidades representadas por ela e agências federais ou Ministérios do governo. Levar, em bloco, uma demanda de diversas universidades estaduais ou municipais a um ministro ou a uma agência confere muito mais força à questão. Mas não é apenas isso, as discussões fomentadas internamente oportunizam trocas de experiências e parcerias entre as Universidades. Um exemplo disso é que, na UEG, tínhamos um histórico de quase 20% de vagas remanescentes no vestibular de final de ano e, com algumas medidas internas, que derivaram das discussões da Câmara de Graduação da Abruem, nós conseguimos, no ano passado, chegar a quase 98% de preenchimento das vagas oferecidas pela Universidade.


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OPINIÃO

Anápolis, janeiro-março 2018

Universidade, desenvolvimento e

sociedade Por Claudio Stacheira Qual é o papel da universidade no desenvolvimento e na sociedade? Essa é uma reflexão central e cada vez mais presente no cotidiano acadêmico, diante da intensidade dos desafios contemporâneos. O conhecimento e a tecnologia são atualmente os principais vetores de transformações socioeconômicas, ambientais e culturais no planeta. Se por um lado a ideia de progresso humano é baseada na capacidade do homem concebê-los e aplicá-los para manter e melhorar sua qualidade de vida, por outro, a vida na Terra depende de alternativas teóricas e práticas que respondam à escassez dos recursos naturais e assegurem o autocuidado humano e o cuidado entre pares, ameaçados pelo modelo de desenvolvimento vigente.

“A UNIVERSIDADE TAMBÉM DEVE ENGAJAR-SE EM AGENDAS DE INTERESSE DA COMUNIDADE, SERVINDO À SOCIEDADE COMO CAMPO EXPERIMENTAL DAS ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS” tecnológico.

A universidade e seus agentes desempenham papel fundamental na geração de alternativas possíveis a esse contexto. Um exemplo vem do professor Manfred Max-Neef, economista chileno que, com a ousada abordagem teórica do Desenvolvimento à Escala Humana, propõe ressignificar a concepção de desenvolvimento debatendo a visão de necessidades humanas como centro do processo. Para o autor, desde os primórdios da história humana até hoje, essas necessidades das pessoas são as mesmas, enquanto que seus desejos alteraram-se de acordo com respectivo modelo de desenvolvimento.

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Assumindo a evidência desses desafios e a urgência em enfrentá-los, como parte do sistema-mundo, a universidade é convocada a agir e interagir com a sociedade em busca de alternativas. Para exercer esse papel no cenário de alta complexidade em que está inserida, a universidade necessita desmaterializar os muros físicos e simbólicos que a distanciam da sociedade, estabelecendo a recíproca como energia reconciliadora e propulsora de um movimento de sintonia entre academia, setor produtivo, Estado e população. Animando a práxis acadêmica pela interface entre ciência, tecnologia e sabedoria popular, esse processo deve trazer à universidade maior diligência para problematizar o conceito de desenvolvimento. Com discernimento nesse campo, a universidade também deve engajar-se em agendas de interesse da comunidade, servindo à sociedade como campo experimental das alternativas sustentáveis ora referidas. Na era das organizações exponenciais, da computação quântica, da engenharia genética e das relações em redes, construir um cenário com tais atributos é um processo que extrapola as fronteiras disciplinares convencionais da academia. A disrupção necessária convoca a universidade a exercer com maior diligência seu papel crítico e sua função prospectiva, animando seu ecossistema com a energia de renovação que lhe é própria e fundamentando a pesquisa, o ensino e a extensão na dinâmica de desenvolvimento científico e

O mesmo paradigma que cunha a inovação como artefatochave do desenvolvimento e da sociedade atuais também expõe a universidade brasileira ao desafio de ressignificar seu papel diante da realidade. No centro desse processo, encontra-se, talvez, o principal dilema atual da universidade como instituição humana: ser indutora do desenvolvimento ou induzida por ele. A resposta a esse caminho passa pela reconciliação entre tais extremos. Vivemos em uma aldeia global, sendo a sociedade resultado da visão e da ação histórica de seus membros. O desenvolvimento é seu processo. A participação da universidade nele é inevitável, mas seu engajamento na prospecção do projeto de vida sustentável necessário à civilização é uma escolha de cada indivíduo que faz parte da comunidade acadêmica, assim como da própria universidade enquanto organização. A opção é livre. No entanto, o impacto desta escolha é sempre impresso como legado estruturante do projeto, expresso em nós, hoje, e/ou nas gerações do futuro.

Claudio Stacheira, professor do Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo e coordenador da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UEG

“O PARADIGMA QUE CUNHA A INOVAÇÃO COMO ARTEFATOCHAVE DO DESENVOLVIMENTO E DA SOCIEDADE ATUAIS TAMBÉM EXPÕE A UNIVERSIDADE BRASILEIRA AO DESAFIO DE RESSIGNIFICAR SEU PAPEL DIANTE DA REALIDADE.”


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UEG EM FOCO

Anápolis, janeiro-março 2018

Por José Carlos Araújo

Parceria com Agrodefesa Foto: Raniery Nogueira

Gestores da Agrodefesa visitaram, no dia 6 de fevereiro, o Câmpus São Luís de Montes Belos, para discutir parceria com a UEG. Recebidos pelo diretor do câmpus, professor Jarbas de Paula Machado, os representantes da Agrodefesa conheceram a estrutura do Cepav, o Biotec e o Laticínio Escola, onde viram as principais atividades desenvolvidas em seus laboratórios. Para o professor Jarbas Machado, a cooperação entre as duas instituições trará benefícios ao ensino, à pesquisa e extensão. “Esta aliança será uma oportunidade de aprendizagem mútua, desenvolvimento de tecnologias e capacitação profissional para ambas as instituições”, confirmou Maria Roselene Cruvinel, assessora da Agrodefesa.

Recepção em Mineiros

Visita a Brasília

Calouros dos cursos de Administração e Tecnologia em Agronegócio e veteranos dos Cursos de Ciências Econômicas, Produção Sucroalcooleira e Agronegócio foram calorosamente recepcionados no dia 19 de fevereiro no Câmpus Mineiros. Quem deu as boas-vindas foram a diretora do câmpus, Giselle de Lima Paixão e Silva, e coordenadores de cursos, que promoveram atividades para integrar e conectar os alunos, para “quebrar o gelo” da timidez típica do início das aulas para calouros. “O evento atendeu às expectativas, com muitos alunos que participaram efetivamente de todas as programações, ninguém foi embora antes do horário programado”, comemorou.

Visita técnica a Brasília, em dezembro, marcou o encerramento do ano letivo de 2017 dos estudantes do sexto período do curso de Pedagogia e do quarto período de Geografia do Câmpus Pires do Rio. A viagem, organizada pelo professor Marajá Filho, contou com o desenvolvimento de atividades em temáticas como políticas educacionais, sociologia da educação, identidades culturais e as múltiplas relações escalares. Os estudantes visitaram, por exemplo, a Esplanada dos Ministérios, o Palácio do Planalto, Palácio da Justiça e o Congresso Nacional (na Praça dos Três Poderes), além da Universidade de Brasília (UnB) e o Memorial Juscelino Kubitschek.

Biblioteca enriquecida Ação da professora Júlia Mariano, do curso de Cinema e Audiovisual, e do servidor Saulo Vilanova, resultou na aquisição de mais de 120 obras literárias, para a Biblioteca da UEG Câmpus Goiânia-Laranjeiras. Os livros foram doados por instituições como Caixa Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Santander Cultural e Itaú Cultural. Entre as obras, estão títulos da autoria de Jorge Furtado, Michael Haneke, José Mojica, Clint Eastwood, Douglas Sirk, Fritz Lang, e Vladmir Carvalho. Também há livros sobre cinema e mostras de diversos países, além de obras relacionadas às artes visuais. A partir de março, as obras estarão disponíveis a alunos, professores, servidores e à comunidade em geral. Os títulos foram catalogados pela equipe coordenada pela bibliotecária Vanessa Guimarães.

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