Jornal 22

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jornal UEG Jornal da Universidade Estadual de Goiás I Ano 5 - Nº 22 | março-abril / 2017

DA GRADUAÇÃO AO DOUTORADO SEM SAIR DO INTERIOR A UEG é a Instituição com maior oferta de cursos de especialização e pós-graduação no interior do Estado. Dessa forma, garante a ampliação do campo científico também para pessoas que fazem parte de seu principal público-alvo: estudantes oriundos de escolas públicas

UEG em Contexto

UEG na vanguarda da reprodução animal pág. 3

Com o Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal (Biotec), no Câmpus São Luís de Montes Belos, UEG produzirá pesquisa de ponta em reprodução animal.

Gestão

Na maioridade, mais responsabilidades pág. 4

A UEG está completando 18 anos. Tanto quanto comemorar, é momento também de assumir novas responsabilidades, traçadas nos projetos para 2017/2020.

Entrevista

“Bolsa permanência mantém aluno na Universidade pág.8

Em entrevista ao Jornal UEG, o coordenador de Assuntos Estudantis, professor Thyago Madeira França, destaca as principais medidas de fixar o aluno na Universidade.


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EDITORIAL

Anápolis, março-abril de 2017

Compromissos com a emancipação do conhecimento Por José Carlos Araújo

O ano de 2017 tem significância especial para a Universidade Estadual de Goiás (UEG), ao completar 18 anos de existência como instituição universitária. No entanto, essa “maioridade” simbólica está muito aquém da emancipação. É sabido que uma Universidade com 18 anos de existência nada mais é que, metaforicamente, um “recém-nascido”, em relação a tantas outras instituições brasileiras e, sobretudo, de outros países. No entanto, as diversas conquistas realizadas nesse curto período gabaritam a UEG como uma das mais importantes Universidades do Centro-Oeste brasileiro, sobretudo por sua capilaridade – a UEG está presente em todo o Estado de Goiás. São 41 câmpus, espalhados em 39 municípios. Dessa forma, a Instituição vem alcançando, com louvor, os objetivos definidos em sua política de oferecer amplo acesso, a todos os goianos, ao ensino superior público, gratuito e de qualidade. Quem tem mais de 40 anos deve ter vivenciado, ou testemunhado, o drama de concluir o ensino médio no interior e se deparar com o dilema: mudar-se de sua cidade ou encerrar os estudos. Com a UEG, essa realidade é cada vez menos presente nas cidades goianas, incluindo os municípios mais distantes de Goiânia, para onde convergiam praticamente todos os que buscavam o ensino superior. Trata-se de enorme conquista dos goianos. Com os novos desafios impostos por um mercado cada vez mais exigente e competitivo, um diploma de graduação, por mais nobre e indispensável que seja, já não é mais a suficiente garantia de uma carreira profissional de sucesso. Hoje, torna-se premente a necessidade de ampliar conhecimento, e a pós-graduação passa a ser quase que uma exigência indispensável. Atenta a essa necessidade contemporânea, a UEG se transformou na maior ofertante de cursos de pósgraduação no interior de Goiás. São 52 especializações, 11 mestrados e 2 doutorados. Com tais números, a UEG atende a uma das diretrizes do Plano Nacional de Pós-Graduação 2010-2011, desenvolvido pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que é a descentralização dos programas de pós-graduação – vista como fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do País. A interiorização da pós-graduação é também consequência do grande número de egressos da graduação e que buscam continuar seu aperfeiçoamento profissional e científico, por meio da pesquisa. Tanto quanto formar bons profissionais, o papel da universidade é também o de produzir pesquisas científicas, que garantam a qualidade da produção intelectual e produzam tecnologia e inovação. Com sua forte presença na graduação e na pósgraduação, a UEG protagoniza um papel exclusivo no Ensino Superior em Goiás, que é o de possibilitar a formação de um currículo acadêmico completo ao aluno do interior. É o caso do professor Rafael Batista Ferreira. Egresso da escola pública e sem tem de seguir para Goiânia, Rafael fez graduação e mestrado na UEG da cidade em que vive, Anápolis, onde agora também realiza o sonho de conquistar o título de doutor (leia na página 10). Manter, fortalecer e ampliar sua presença no interior goiano, na graduação e na pós-graduação, é a meta incansável da UEG, e que norteia também os trabalhos da atual gestão para o período 2017/2020. Trata-se de oito compromissos, a serem trabalhados no período (leia na página 4). Entre eles, está a manutenção e ampliação da qualidade acadêmica com a inclusão social e inovação. Trata-se de objetivo-chave para a UEG, materializada no acesso ao ensino público de qualidade a todos os goianos, sem distinção de raça, cor, religião ou classe social. Com esses compromissos, firmados perante a comunidade acadêmica e toda a sociedade goiana, a UEG pode comemorar com muito orgulho seus 18 anos de existência, com a certeza de que caminha com passos firmes e determinados, para sua emancipação.

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EXPEDIENTE

jornal UEG Anápolis - Goiás, março-abril de 2017 Ano 5, Nº 22

CENTRO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

REITOR Haroldo Reimer

DIRETOR DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Marcelo Costa

CHEFE DE GABINETE Juliana Oliveira Almada PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Maria Olinda Barreto PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Ivano Alessandro Devilla

EDITOR José Carlos Araújo REDAÇÃO Bruna Mastrella Fernando Matos José Carlos Araújo Stephani Echalar

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS Marcos Antônio Cunha Torres

REVISÃO Wesley Luis Carvalhaes

PRÓ-REITOR DE GESTÃO E FINANÇAS Lacerda Martins Ferreira

DIAGRAMAÇÃO E ARTE Alyne Lugon Camila Morais Graziano Magalhães João Henrique Pacheco

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Christiano de Oliveira e Silva

FOTOGRAFIA Fernando Matos João Henrique Pacheco Layse Portil Nabyla Carneiro DISTRIBUIÇÃO Jacqueline Pires Universidade Estadual de Goiás CeCom - Reitoria da UEG Rod. BR-153, Quadra Área, Km 99 CEP: 75.132-903 / Anápolis - GO Tel. geral: (62) 3328-1403 www.ueg.br Impressão: Gráfica UEG Tiragem: 3.000 exemplares Universidade Estadual de Goiás Coordenação de Jornalismo Tel: +55 62 3328-1403 E-mail: jornalismo.ueg@gmail.com

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UEG EM CONTEXTO

Anápolis, março-abril de 2017

UEG a caminho de se tornar referência em reprodução animal Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal (Biotec) alia pesquisa de ponta, apoio ao produtor local e capacitação de estudantes

Inauguração do Laboratório Biotec ,UEG, Câmpus São Luís de Montes Belos

O Arranjo Produtivo Local (APL) Lácteo da microrregião de São Luís de Montes Belos acaba de ganhar forte propulsor de desenvolvimento. Inaugurado em fevereiro deste ano, na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal (Biotec) tem como objetivo se firmar como centro de pesquisa de ponta em reprodução animal, o que trará ganhos tanto para a pecuária de leite quanto de corte no Estado. A principal função do Biotec é processar sêmen de bovinos da região. Isso envolve a coleta, seleção e armazenamento do material para inseminação artificial e fertilização in vitro, para produzir embriões de alta

Fotos: João Henrique Pacheco

Por Bruna Mastrella O sêmen processado será coletado nas propriedades locais. Além de incremento da produção leiteira, a melhoria genética dos animais propiciará aumento das taxas de fertilidade e maior geração de renda. O coordenador destaca que será ofertada aos produtores que aderirem ao projeto assistência técnica mensal, feita por estudantes da UEG. A participação deles será viabilizada por meio de projeto de extensão que vai garantir convênio com as prefeituras dos 21 municípios integrantes do APL Lácteo. Como contrapartida, o município custeará parte das despesas dessa transferência de tecnologia.

Pioneirismo Com investimento de R$ 2 milhões em estrutura e equipamentos, o Biotec foi construído pela UEG em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento (SED) e o APL Lácteo. Segundo o professor Klayto Santos, poucas instituições realizam pesquisa parecida. “Em Goiás, somos pioneiros em transferência de tecnologia no formato de central de coleta de sêmen com foco na melhoria genética do rebanho de uma propriedade”. Parte desse avanço pode ser atribuído à estrutura da unidade – equipada com modernos aparelhos. Em termos de reprodução animal, garante o professor, o Biotec é o melhor laboratório do Centro-Oeste. A estimativa é que se processe material genético de 60 mil animais anualmente. A estrutura também permite congelar o equivalente a US$ 150 mil em sêmen por ano.

Ensino

Klayto Santos, Coordenador do Biotec

qualidade. Os animais provenientes desse processo terão maior capacidade de produzir leite e carne. Coordenador do Biotec e professor do curso de Medicina Veterinária e Zootecnia, Klayto Santos acrescenta que a unidade será um centro de transferência de tecnologia para produtores rurais, de conhecimento para profissionais da região e de capacitação de estudantes.

A concretização do Biotec beneficia diretamente os estudantes dos cursos de Ciências Agrárias do Câmpus São Luís de Montes Belos da UEG, ao prover suporte ao ensino, pesquisa e extensão voltados à reprodução animal. A mestranda em Desenvolvimento Rural Sustentável Camila da Silva Castro já aproveita o local. Egressa do curso de Zootecnia, ela pesquisa reprodução equina, o que inclui coleta e congelamento de sêmen para preservar a genética de animais de elite. A mestranda Raiany Soares de Paula é exemplo do potencial a ser explorado pelo Biotec. Prestes a defender sua dissertação, com o tema “Qualidade da carne e carcaça de ovinos imunocastrados”, a estudante já pensa no tema do doutorado: reprodução para melhoria genética e qualidade da carne de ovinos, e acredita que o Biotec será essencial para os experimentos.

Raiany Soares de Paula e Camila da Silva Castro, mestrandas em Desenvolvimento Rural Sustentável

Convênio com Universidade de Liège beneficiará pecuária de corte O Biotec será decisivo no convênio firmado entre a UEG e a Universidade de Liége, na Bélgica. O acordo garante à UEG a transferência de sêmen do gado belga Branco-azul, que tem alto teor de carne magra. O material será usado no cruzamento com o gado nelore brasileiro, menos suscetível ao calor. “Teremos um gado resistente ao clima brasileiro, mas com carne com menos gordura”, resume o vice-reitor da Universidade de Liège, Leroy Pascal. Inicialmente, planeja-se a inseminação em 120 fêmeas. A meta é verificar o desempenho dos novos animais, problemas sanitários e reprodutivos. “Essa fase será decisiva. Há uma pesquisa semelhante na Bahia, com resultados promissores. Se tudo correr bem, vamos incentivar a criação desse animal”, planeja o professor Klayto Santos. O cruzamento vai proporcionar, ainda, um gado com maior capacidade de ganhar peso e rendimento de carcaça.

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GESTÃO

Anápolis, março-abril de 2017

Oito compromissos rumo à excelência Ao comemorar os 18 anos da UEG, a gestão da Universidade lança uma robusta agenda de trabalhos a ser executada nos próximos anos. O objetivo é colocar a UEG no horizonte das melhores universidades brasileiras Por Fernando Matos A Universidade Estadual de Goiás (UEG) lança um conjunto de oito compromissos de convergência de seus trabalhos Institucionais. Eles dão base a metas a serem realizadas no decorrer dos próximos quatro anos e projetarão um cenário de consolidação da universidade no médio e longo prazo. Esses oitos compromissos, desdobrados em metas, compõem o Plano de Trabalho Anual da UEG, que foi apresentado aos diretores dos câmpus da Instituição no dia 5 de março. O plano apresentado observa as boas práticas da gestão pública, que aliam governabilidade financeira, agilidade em seus processos internos e o trabalho conjunto entre os diferentes setores da UEG. “A UEG passou nos últimos quatro anos por um importante processo de reconstrução de sua imagem, o que teve como desdobramento o seu reposicionamento no cenário do ensino superior. Isso não seria possível sem o trabalho comprometido de nossas equipes técnicas”, observou o reitor da UEG, professor Haroldo Reimer.

Convergência Para o ano de 2017 o Plano prevê 143 metas, integrando todos os departamentos da Instituição na execução de suas ações. Para Haroldo Reimer, a efetiva participação e engajamento da comunidade acadêmica é fundamental para alcançar êxito.

8.1 Desenvolvimento de programas e projetos corporativos de interesse social e público. 8.2 Projeção e prospecção de novas frentes de atuação da UEG com vistas a atender seus objetivos científicos e acadêmicos. 8.3 Fomento à criação de soluções para demandas de diversos setores do Estado de Goiás.

Avanço na participação em políticas de desenvolviment regional e na prestação de serviços de interesse social e público 7.1. Fortalecimento das ações e programas acadêmicos da UEG com foco no desenvolvimento regional de Goiás com inclusão social e equilíbrio bioecológico. 7.2 Consolidação das ações que valorizem, garantam, efetivem o respeito à diversidade, os direitos humanos e a acessibilidade. 7.3 Fomento de ações com foco no empreendedorismo e inovação. 7.4 Implementação de políticas de sustentabilidade, acessibilidade e eficiência energética na UEG em diálogo com os poderes públicos.

Promoção da vida sustentável, do respeito à diversidade e dos direitos humanos

Planejamento, execução e monitoramento das metas são as etapas fundamentais do Plano, que detalha passo-a-passo o desenvolvimento das ações previstas no planejamento das equipes. A intenção é que no próximo ano seja instituído um Programa de Gestão da UEG, também ancorado nos oito compromissos.

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O desenvolvimento de um Programa será um importante passo para a Instituição. Se o plano anual detalha as ações e um calendário para as suas execuções, o Programa vai além, especificando as estratégias para alcance do cenário pretendido, o orçamento e as fontes de recursos para a sua execução. Essa nova perspectiva de trabalho tem como meta colocar a UEG entre as 100 melhores instituições de ensino superior do país e as cinco melhores do Centro-Oeste e entre as duas primeiras colocações em Goiás. “São metas possíveis. Mas para que sejam efetivadas é preciso o engajamento de todas as pessoas que fazem a UEG. É a soma dos nossos trabalhos que irá garantir a excelência de nossa Universidade”, analisa Haroldo Reimer.

6.1 Ampliar o diálogo entre a Universidade, os diferentes setores da sociedade e os poderes públicos, com a realização do Fórum Social da UEG. 6.2 Avanço na relação qualificada com instituições da sociedade civil, movimentos sociais e setores produtivos. 6.3 Contribuir na consolidação e estabelecer parcerias com o Inova Goiás e programas federais. 6.4 Manter presença da UEG em conselhos paritários, setoriais de políticas públicas e fóruns e similares estaduais e nacionais.

Interação e parceria com poder público, a sociedade e o setor produtivo


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Anápolis, março-abril de 2017

1.1 Valorização do estudante como sujeito do processo educativo. 1.2 Consolidação da política de acesso (Vestibular, SAS, SISU, ENEM, Cotas, etc.). 1.3 Política de permanência e participação do estudante na Universidade com êxito em sua trajetória acadêmica, Programas de bolsas e tutoria, Iniciação científica, NAASLU, Mobilidade estudantil e EaD. 1.4 Avanço na realização de atividades culturais, esportivas que contribuam na construção da identidade dos estudantes da Instituição. 1.5 Fomento e apoio às entidades representativas dos estudantes. 1.6 Consolidação das Colações de grau unificadas e gratuitas. 2.1 Efetivar a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão. 2.2 Consolidação do Desenvolvimento Curricular: qualificação de bibliotecas, laboratórios, políticas e normas acadêmicas, estágio curricular. 2.3 Garantia da formação continuada de docentes e técnicos administrativos.

Acesso, permanência e participação discente na universidade com êxito

2.4 Fortalecimento dos colegiados acadêmicos, especialmente NDE’s e coordenações de curso. 2.5 Avanço na inovação das práticas pedagógicas e política de avaliação. 2.5 Implementação e consolidação das tecnologias da informação: EaD, matrículas online e sistemas acadêmicos.

Qualidade acadêmica com inclusão social e inovação

m to e

2.6 Estruturação, avaliação e acompanhamento do quadro docente para garantir a qualidade. 2.7 Fomento à pesquisa, extensão, pós-graduação e inovação com a consolidação de programas próprios.

3.1 Gestão democrática com eficiência dos gastos públicos. 3.2 Redesenho institucional. 3.3 Valorização e qualificação dos servidores. 3.4 Sistemas de gestão e de processos gerenciais: regularização de terrenos, descentralização e desconcentração financeira e orçamentária. 3.5 Comunicação eficiente entre câmpus, comunidade universitária e a administração central.

Boa governabilidade, cultura participativa e modernização da gestão universitária

3.6 Aquisição de serviços e equipamentos acessíveis e sustentáveis.

3.1 Gestão democrática com eficiência dos gastos públicos. 3.2 Redesenho institucional. 3.3 Valorização e qualificação dos servidores.

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Infraestrutura, logística e tecnologia eficientes

3.4 Sistemas de gestão e de processos gerenciais: regularização de terrenos, descentralização e desconcentração financeira e orçamentária. 3.5 Comunicação eficiente entre câmpus, comunidade universitária e a administração central. 3.6 Aquisição de serviços e equipamentos acessíveis e sustentáveis.

Captação de recursos e diversificação de fontes de receita

5.1 Expansão de parcerias com órgãos públicos. 5.2 Expansão da participação de recursos privados – empresas e investidores – na agenda acadêmica da UEG. 5.3 Dinamização da execução de convênios – acadêmicos e gerais. 5.4 Implantação do Comitê de Captação de Recursos e fortalecimento das instâncias universitárias de captação de recursos.

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UNIVERSIDADE

EM MOSAICO

Anápolis, março-abril de 2017

Pesquisa e pós-graduação ao alcance de todos UEG é instituição com maior oferta de cursos de especialização, mestrado e doutorado no interior e garante a ampliação do campo científico em Goiás Por Fernando Matos A expansão da pós-graduação é vista hoje como primordial para o desenvolvimento socioeconômico nacional. Um dos pontos elencados para o estabelecimento das metas propostas no Plano Nacional de Pós-graduação 2011-2020, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), é a descentralização dos programas de pós-graduação. Segundo o Plano, a distribuição dos programas de pósgraduação no País é reflexo do mapa econômico nacional, que leva à concentração dos programas nas grandes cidades das Regiões Sul e Sudeste – mesmo que, nos últimos anos, o Brasil tenha experimentado um processo de ampliação universitária. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Estadual de Goiás (PrP|UEG), professor Ivano Devilla, enxerga, na ampliação da pós-graduação, a saída para a qualificação do campo científico nacional. “O investimento em pesquisa garante a qualidade da produção intelectual no País, além de representar possibilidades no campo de tecnologia e inovação. Entretanto, não é possível pensar o fortalecimento do campo científico a partir apenas dos grandes centros”, pondera. A assessora executiva da PrP, professora Divina Aparecida Leonel, analisa que a estrutura multicâmpus e a interiorização da UEG são aspectos que a colocam em posição favorável para realização dessa extensão. “Entre os desdobramentos da interiorização da UEG está o fortalecimento da graduação no interior, e uma graduação forte é o primeiro passo para o desenvolvimento da pesquisa e da pós-graduação”, analisa.

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Os reflexos do bom desempenho das graduações no interior tornaram possível também a oferta de cursos de Stricto e Lato Sensu e transformaram a UEG na maior ofertante de cursos de pós-graduação no interior de Goiás, com 52 cursos de especialização, 11 mestrados e 2 doutorados.

Foto: Fernando Matos

“A PÓS-GRADUAÇÃO FAZ DIFERENÇA NO DIA A DIA PROFISSIONAL. VOCÊ CONSEGUE ENXERGAR QUESTÕES E BUSCAR SOLUÇÕES MAIS PRÁTICAS.

Debborah Gonçalves Bezerra, graduada em Farmácia, mestra no Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac), no qual cursa o doutorado.

Foto: Fernando Matos

Fortalecimento da pesquisa no interior “A expansão dos cursos de pós-graduação Stricto Sensu da UEG destaca o potencial da instituição e de seus pesquisadores e discentes. A UEG se beneficia das particularidades e potenciais das regiões em que os câmpus se encontram, por meio das características locais e relações com as afinidades das áreas de pesquisa”, aponta o professor Everton Tizo Pedroso, coordenador dos programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UEG. A possibilidade de desenvolver suas atividades com mais qualidade foi o que levou Debborah Gonçalves Bezerra a optar pela pós-graduação. Graduada em Farmácia no Câmpus Henrique Santillo, em Anápolis, ela obteve o título de mestra no Programa de Pósgraduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac), no qual cursa atualmente o doutorado. “A pós-graduação torna o profissional mais maduro, além de ampliar o seu campo de atuação”, analisa a doutoranda. Ela enxerga, na pós-graduação, um caminho para a formação de profissionais mais aptos a desempenharem mais satisfatoriamente suas funções. “Faz diferença no dia a dia profissional. Você consegue enxergar questões e buscar soluções mais práticas. Além disso, contribui para o desenvolvimento das áreas, tanto profissional, quanto intelectualmente”, percebe.

Referência Estadual Em relação aos cursos Lato Sensu, os números da UEG também são animadores. Segundo a professora Cristhyan Martins Castro Milazzo, coordenadora do programa na Instituição, 34 municípios são beneficiados diretamente pelos cursos, sem levar em conta cidades vizinhas, que também são atendidas. “Nós somos referência em Goiás. Temos uma ampla oferta de cursos nas diversas áreas de conhecimento, todos gratuitos e de qualidade. Hoje, nós atendemos uma média de 2 mil estudantes em nossos cursos Lato Sensu”, afirma. As especializações, segundo a professora Cristhyan, garantem oportunidade de qualificação profissional. “Sob o ponto de vista social, a Universidade garante a inserção de profissionais qualificados nos seus campos de atuação. Isso transforma essas comunidades em que esse profissional está inserido”, analisa. A professora chama atenção ainda para o fato de a UEG fazer uma oferta de serviço direta ao Estado, ao garantir cursos em parceria com as Secretarias de Saúde e de Segurança Pública. “Hoje nós trabalhamos diretamente na qualificação estratégica dos profissionais do Estado. Quer dizer, isso mostra a força e o amadurecimento da UEG no cenário do ensino superior estadual”, observa.

“NÃO HÁ DÚVIDAS SOBRE A IMENSA CONTRIBUIÇÃO DA UEG PARA O CAMPO CIENTÍFICO E PARA A EXPANSÃO DA PRODUÇÃO INTELECTUAL EM GOIÁS” Professor Ivano Devilla, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação


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Anápolis, março-abril de 2017

Debborah, a doutoranda no Renac, também observa com bons olhos a estruturação das pós-graduações na UEG. “Mostra o potencial de formação da Instituição, não apenas no oferecimento de mão de obra qualificada, mas também no escopo da produção científica e intelectual”, diz. “A ampliação na oferta e diversificação de cursos ressalta a seriedade e o envolvimento dos grupos de pesquisas e

da instituição que, por meio de suas produções científicas, estabelecem destaque em contexto regional e nacional”, acrescenta o coordenador de Stricto Sensu, Everton. Para o professor Ivano Devilla, os 11 cursos de mestrado e os 2 de doutorado oferecidos pela UEG têm colaborado com a democratização do acesso à pós-graduação. “Não há dúvidas sobre a imensa contribuição da UEG para o campo científico goiano”, afirma.

Os programas da UEG estão presentes em todo o Estado

Para o professor, esse cenário é fruto da maturidade alcançada pela UEG e pelo competente trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade, que, nos últimos anos, passa por importante processo de qualificação. “Nós vamos buscar cada vez mais ampliar e refinar as nossas ofertas em pós-graduação, buscando atingir cada vez mais pessoas e contribuindo para o fazer científico em Goiás”, acrescenta.

Os programas e cursos buscam se aproximar das capacidades instaladas nas cidades em que são oferecidos. Nesse sentido, a UEG se baseia no plano regional de desenvolvimento do governo de Goiás, que elenca, entre outros pontos, as estratégias do programa Inova Goiás. “Esse é um aspecto muito importante, quando pensamos a oferta de pós-graduações, para que possamos atender com qualidade as demandas e assim alavancar tanto social quanto economicamente essas regiões e seus entornos”, analisa o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Ivano Devilla.

Doutorados Mestrados Câmpus Anápolis - CET Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde Ciências Moleculares Engenharia Agrícola Ensino de Ciências Recursos Naturais do Cerrado (RENAC)

Câmpus Anápolis - CET Recursos Naturais do Cerrado (RENAC)

Interinstitucional Química

Câmpus Anápolis - CSEH Educação, Linguagem e Tecnologias Territórios e Expressões Culturais no Cerrado

Câmpus Cora Coralina Língua, Literatura e Interculturalidade

Câmpus Ipameri Produção Vegetal

Câmpus Morrinhos Ambiente e Sociedade

Câmpus São Luís de Montes Belos Desenvolvimento Sustentável

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ENTREVISTA ESTUDANTIL ASSISTÊNCIA

Anápolis, março-abril de 2017

Bolsa permanência: em busca de aperfeiçoamento

Em entrevista ao Jornal UEG, o Coordenador de Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás, professor Thyago Madeira França, destaca as medidas adotadas para melhorar o programa. Por Bruna Mastrella Integrante das políticas de assistência estudantil da Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Bolsa Permanência é destinada a alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Refinar seus critérios de seleção e melhorar a percepção da comunidade acadêmica sobre os benefícios proporcionados estão entre os desafios para 2017. A UEG consegue mensurar a eficiência da Bolsa Permanência e o cumprimento de sua finalidade? A construção de um diagnóstico sobre a eficiência é complexa, pois envolve o cruzamento de dados do Sistema Veritas com os questionários de perfil socioeconômico dos alunos. Ainda estamos trabalhando esses números. Porém, podemos dizer com segurança que a diminuição da evasão é clara. Notamos também a melhoria das notas dos alunos após se tornarem bolsistas. A bolsa é um estímulo para que o aluno não somente se mantenha na universidade, mas também contribua financeiramente em casa. Isso gera, entre alguns contemplados, uma gratidão pessoal para com os tutores e a universidade. Muitos relatam que, se não fosse a bolsa, não concluiriam o curso. Portanto, ela cumpre, sim, o objetivo de fixar o aluno na universidade. É possível que quem não atenda às exigências conquiste o benefício? Grande parte de quem tenta obter a bolsa tem uma situação financeira complicada. Vem de família com três ou mais membros vivendo com um salário mínimo. São exceções pontuais, mas que emergem como um diagnóstico de desempenho da bolsa, o que não é verdade. Infelizmente, o marketing negativo acaba descaracterizando sua real importância. Posso afirmar que fraudes são exceções.

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Que medidas a UEG vai adotar para evitar tais desvios? Fortalecer os editais. Agora incluímos, como última etapa do processo, uma entrevista presencial feita pelo comitê local de bolsas, composto, prioritariamente, por diretores, coordenadores pedagógicos e coordenadores de curso. Será uma etapa eliminatória e que pode servir como critério de desempate. A entrevista vai esclarecer aspectos que não ficaram claros apenas com a documentação entregue pelo candidato. Ela será conduzida com princípios éticos, respeitandose o sigilo das informações prestadas e não visará à mera comparação entre acadêmicos. É um processo de refinamento. Sabemos que problemas podem acontecer, então vamos observar os resultados. Não queremos afastar os candidatos, principalmente os que mais precisam. Se o resultado não for satisfatório, podemos repensar. Também vamos ampliar o fórum de acompanhamento nos câmpus, para monitorar melhor os bolsistas e o processo de tutoria, conhecer as atividades que eles estão exercendo para cumprir a carga horária exigida. Conseguimos, ainda, estabelecer que os tutores dos bolsistas sejam, preferencialmente, professores que desenvolvam projetos de pesquisa, extensão e ensino.

Em números 600

alunos atendidos em 2017

80%

alunos bolsistas são também cotistas

O candidato deve ter renda per capita de até meio salário mínimo por pessoa ou renda mensal familiar total de até três salários mínimos; Bolsistas devem dedicar 32 horas mensais para o cumprimento do plano de atividades

Há outros desafios? Infelizmente, não conseguimos atender toda a demanda reprimida, que atualmente é de mil bolsas. Por outro lado, depois que criamos um cadastro local, notamos que há bolsas sobrando em alguns câmpus. Isso não significa que os alunos não precisam do benefício, mas que aquela unidade precisa melhorar a divulgação. É comum estudantes sem histórico de vivência acadêmica na família e que, portanto, não têm a cultura de ler editais de seleção. Com certeza, ele nunca leu um edital na vida. Muitos não têm tempo; precisam trabalhar. Então, um

grande desafio é estimular os câmpus a melhorarem o processo de divulgação e orientação sobre o programa. Outra frente de atuação é estimular a maturidade acadêmica dos estudantes, incentivá-los a acessar o site da UEG em busca de novidades, de oportunidades. Isso tudo serve de parâmetro para o programa, pois exige que reforcemos seu papel social. Queremos, ainda, melhorar o processo de tutoria e acompanhamento das bolsas. Em maio, faremos, pela primeira vez, um treinamento com todos os comitês locais para refinar a função da bolsa com foco na tutoria. Isso mostra que a Bolsa Permanência ultrapassa o papel assistencial? Com toda certeza. Infelizmente nos últimos anos a palavra assistencial foi se esvaziando de seu sentido original, isso quando não é usada num tom pejorativo. Sim, a bolsa tem um aspecto de assistência social, mas quando bem balizada por um tutor, ela transcende – há uma construção cultural, social, intelectual e científica.

Foto: Layse Portil

Thyago Madeira França, Coordenador de Assuntos Estudantis da UEG


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Anápolis, março-abril de 2017

A NOVA MARCA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS TRADUZIR A MISSÃO, A VISÃO E OS VALORES DA UEG A UEG se mobiliza para construir um futuro em que todos tenham acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade. Para cumprir esse objetivo estamos em constante transformação, passando por reformas em nossa gestão, ensino, pesquisa e extensão. A proposta de uma nova marca vai ao encontro dessas mudanças que vêm ocorrendo na universidade e é uma estratégia de consolidação da nossa história e uma perspectiva do futuro que projetamos. A marca é a representação visual da instituição. É a ela que o público associa suas impressões, portanto, é importante que traduza corretamente a realidade e a proposta da universidade. A nova marca é moderna, profissional e simboliza esse momento de mudanças na UEG, ao passo que atende às singularidades que envolvem a instituição. Para a criação da nova marca nós resgatamos a nossa história e reafirmamos o nosso papel social. Para tanto, a marca resgata a missão, a visão e os valores da universidade:

quisa científica e tecnológica e da socialização dos seus benefícios; h) Defesa da paz, da democracia, dos direitos humanos e dos compromissos ambientais; i) Obediência à legislação vigente, bem como aos princípios que norteiam a Administração pública. A identidade visual deve transmitir significados e valores. Por isso, o caminho percorrido no processo criativo é transformar os conceitos abstratos, que são importantes para a universidade, em símbolos. Assim, as formas e a cor da nova marca da instituição foram pensadas para simbolizar a Universidade e gerar identificação com nosso público.

A MARCA A UEG cumpre seu papel de universidade quando transforma a sociedade em que está inserida a partir da expansão do conhecimento produzido. A UEG se torna única quando possibilita o acesso ao ensino superior no interior do Estado de Goiás. Essa singularidade da UEG deu origem e forma a nova marca da universidade.

O processo de construção e escolha da nova marca foi democrático e contou com a participação de toda a comunidade acadêmica: professores, servidores e alunos, que puderam escolher, por meio de votação, a nova marca, que passa a representar a Universidade.

SÍMBOLO

MISSÃO O símbolo da marca é composto por três elementos: “Produzir e socializar o conhecimento científico e o saber, desenvolver a cultura e a formação integral de profissionais e indivíduos capazes de se inserirem criticamente na sociedade e promoverem a transformação da realidade socioeconômica do Estado de Goiás e do Brasil.”

VISÃO “A Universidade Estadual de Goiás será uma instituição de referência nacional, pela sua consolidação como universidade pública de excelência e pela sua grande importância como instrumento de transformação socioeconômica do Estado de Goiás e do Brasil.”

VALORES a) Respeito à liberdade de pensamento e de expressão, sem discriminação de qualquer natureza; b) Universalidade do conhecimento; c) Igualdade de oportunidade no acesso, na participação e na permanência nas atividades de ensino, pesquisa e extensão; d) Pluralidade ideológica e acadêmica; e) Indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão; f) Democracia e transparência na gestão; g) Democratização da educação, da cultura, da pes-

TOCHA: a tocha é usada há séculos por universidades para simbolizar o conhecimento, representando a luz que abre caminhos. Também simboliza vida e poder regenerador. SETAS: a seta é um símbolo gráfico usado para apontar, indicar uma direção, um novo caminho. As setas indicando para todos os lados remetem à ideia de algo que está se expandindo, saindo do centro para fora, e também apontando novas direções. G: o G representa o Estado de Goiás, evidenciando o compromisso da Universidade com o desenvolvimento local.

9 TIPOGRAMA: A tipografia usada para o nome da Universidade foi desenhada a partir da fonte Kelson, que é a fonte usada para as assinaturas da logo. Porém para a logo a fonte sofreu alterações, foram feitos ajustes em cada letra para tornar a fonte mais fluida e dinâmica.

CMYK - C100 M90 Y0 K40 RGB - R29 G35 B98 Hexadecimal - #1D2362 HSB - H234º S70% B38%

COR: A cor oficial da marca é a azul. A cor remete a cor da antiga marca da Universidade. O recurso visa resgatar, no novo desenho, elementos da história da Instituição.


jornal UEG

OPINIÃO

Anápolis, março-abril de 2017

Do ensino público ao doutorado, sem precisar ir para a capital “Egresso de escola pública, consegui fazer a graduação, o mestrado e participo de um curso de doutorado de alta qualidade em uma mesma instituição de ensino pública” Por Rafael Batista Ferreira

A cota de escola pública foi suficiente para eu passar em último lugar no curso de Engenharia Agrícola do Câmpus Henrique Santillo, em Anápolis, mas eu sabia que daí para frente minha vida não seria a mesma. Logo percebi o quanto eu teria de estudar. Ademais, na época (2006/2), eu trabalhava na biblioteca da UEG. Era desgastante, porém as noites em claro estudando me trouxeram um fascínio pela ciência que até então eu não tinha. Finalizei os cinco anos de estudo em uma universidade pública. Esse foi um privilégio que só foi possível devido à democratização da graduação, ou seja, todos tendo acesso a ela, incluindo grupos especiais (cotistas).

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Deve-se levar em consideração que estamos vivendo em uma época em que se preza o conhecimento acima de todas as qualidades. Não existe mais uma data prevista para encerrar os estudos, como há alguns anos. Sempre estaremos estudando, pois, parar de estudar definitivamente não é a escolha correta para quem quer ter espaço nas organizações contemporâneas. Nesse sentido, a pós-graduação não pode mais ser vista como um diferencial a ser conquistado, quando de fato ela tem sido o mínimo esperado. Entendi isso no decorrer da graduação, e logo me envolvi com pesquisa em iniciação científica que, após o término do curso, foi primordial na realização do objetivo que tinha na época: aprovação no mestrado em Engenharia Agrícola. Programas de pós-graduação, em especial na modalidade Stricto Sensu (mestrado e doutorado), têm como objetivo formar profissionais aprimorados na pesquisa científica. Esta, por sua vez, é a principal forma de trazer conhecimento ao ser humano e, consequentemente,

sua evolução. O desenvolvimento na tecnologia, na medicina, na educação, entre outras áreas, tem origem em pesquisas científicas realizadas em programas de pós-graduação. Ao cursar o mestrado, pude contemplar a real importância da pesquisa científica e seu papel na sociedade. Ao mesmo tempo, nascia ali o desejo de ser professor. Dessa forma, o mestrado foi primordial para a definição da minha carreira. Eu ainda tinha uma bolsa de estudo, ou seja, eu estava sendo remunerado por um investimento feito em minha vida, quando na maioria das vezes se paga para isso.

“O DESENVOLVIMENTO NA TECNOLOGIA, NA MEDICINA, NA EDUCAÇÃO, ENTRE OUTRAS ÁREAS, TEM ORIGEM EM PESQUISAS CIENTÍFICAS REALIZADAS EM PROGRAMAS DE PÓSGRADUAÇÃO.” Foto: José Carlos Araújo

Egresso do ensino médio em escola pública, meu ingresso na UEG se deu via cota. É sabido que, na maioria das vezes, o aluno oriundo de escola pública conta com uma formação no ciclo básico que não lhe permite concorrer em condições de igualdade nos vestibulares com alunos advindos da escola privada.

Com o término do mestrado, fui aprovado em um concurso para docente em outra instituição pública, porém não fui nomeado. Isso não me impediu de prosseguir, e logo me encontrei tendo de escolher o local no qual iria trabalhar, devido à quantidade de oferta de emprego recebida. Optei pela docência em duas instituições de nível superior anapolinas, o que evidencia a importância de realizar os meus estudos em minha cidade natal. Anápolis colhe os frutos da interiorização da pós-graduação. Tive a oportunidade de cursar uma graduação e posteriormente uma pós-graduação, sem sair de uma cidade do interior para a capital. Todo o Estado de Goiás ganha com isso. Um bom exemplo é o primeiro programa de doutorado da UEG, o Recursos Naturais do Cerrado (Renac), oferecido também no Câmpus Henrique Santillo. Pela importância dos recursos naturais do Cerrado na economia e na cultura goiana, esse doutorado tende a trazer melhoria para todo o Estado. Posso concluir que sou exemplo da importância e da eficiência dos processos de democratização da graduação e interiorização da pós-graduação. Pois, mesmo egresso de escola pública, conseguir fazer a graduação, o mestrado, e participo de um curso de doutorado de alta qualidade. Tudo em uma mesma instituição de ensino pública. Sem sair de perto de minha casa, sem precisar seguir para a capital.

Rafael Batista Ferreira fez graduação e mestrado na UEG, onde faz também o doutorado em Recursos Naturais do Cerrado (Renac). É professor na Faculdade Metropolitana de Anápolis (Fama).


jornal UEG UEG jornal Anápolis, fevereiro-março de 2016

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Anápolis, março-abril de 2017

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FOCO

Anápolis, março-abril de 2017

Por Fernando Matos

Representante da UEG no Forpibid O coordenador institucional do Pibid na Universidade Estadual de Goiás (UEG), professor João Roberto Resende Ferreira, do Câmpus de Ciências Socioeconômicas e Humanas, integra a atual gestão do Fórum Nacional dos Coordenadores do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Forpibid). A nova diretoria foi eleita em dezembro passado e conduzirá os trabalhos do Fórum no biênio 2017-2018. “Ser indicado à coordenação da Regional Centro-Oeste, pelos colegas, é um reconhecimento do trabalho que todos nós da equipe do Pibid/UEG desenvolvemos ao longo destes quase cinco anos de atividades”, analisa o professor.

Com um estilo intencionalmente cru, o romance apresenta um narrador em primeira pessoa bem elaborado, impregnado de obsessão e lascívia e pudor, que diz “em tudo sou organizado e coerente”, que ao mesmo tempo em que descontrói a personagem do título, Sofia, constrói para si um mundo complexo, doentio e solitário.

Desconstruindo Sofia Desconstruindo Sofia

Esferas, triângulos, um matemático excêntrico, uma mulher misteriosa, prostitutas e um proxeneta exótico se misturam numa urbe labiríntica e onírica. A personagem principal desse romance, um professor de matemática renomado e egoísta, não encontra um lugar para sua esposa nesse universo caótico e destrói gradativamente a imagem que possui de sua amada tornando-a uma criatura repulsiva.Tudo acontece enquanto um crime é investigado.

Solemar Oliveira

“Desenhei triângulos retângulos, isósceles, equiláteros e escalenos. Observei as figuras como um bom matemático e no torpor daquela madrugada densa e demorada, tive uma revelação. Percebi que a minha meretriz é um triângulo escaleno.”

Desconstruindo Sofia

Solemar Oliveira é Anapolino. É Doutor em Física Básica pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutor em Físico-Química na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É professor efetivo na Universidade Estadual de Goiás (UEG). Publicou os livros de contos Fúnebre Sinfonia para Prometeu Ateu e Rosa de Vênus (ganhador da bolsa de publicações João Luiz de Oliveira – categoria prosa), o livro de poemas Amor: entropia e organizou a Coletânea Anapolina de Contos. É membro da Academia Anapolina de Letras (ANALE), cadeira número 05. Escreveu o romance Confraria dos homens invisíveis (O livro da mitologia dos seres deselegantemente arbitrários), que recebeu uma Menção Honrosa no Prêmio Mark Wertz, categoria romance. O livro Desconstruindo Sofia recebeu Menção Honrosa no Concurso Bolsa Literária Hugo de Carvalho Ramos de 2015 da União Brasileira de Escritores, seção de Goiás (UBE-GO).

Solemar Oliveira

“A personagem principal desse romance, um professor de matemática renomado e egoísta, não encontra um lugar para sua esposa nesse universo caótico e destrói gradativamente a imagem que possui de sua amada, tornando-a uma criatura repulsiva”. Assim é descrito o novo romance do professor Solemar Oliveira, do Câmpus Henrique Santillo, Desconstruindo Sofia, lançado no dia 24 de março. Membro da Academia Anapolina de Letras, onde ocupa a cadeira de número 5, o professor possui outros livros publicados. Em Desconstruindo Sofia, o leitor acompanha a frenética e obsessiva busca de um matemático por sua ex-esposa pelas zonas de prostituição da cidade. Em meio a essa busca, o personagem se torna o principal suspeito pela morte de uma prostituta. O livro recebeu Menção Honrosa no concurso Hugo de Carvalho Ramos, a mais antiga do País e concedida pela União Brasileira de Escritores – Seção Goiás. A obra é uma publicação do Cegraf, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Foto: arquivo pessoal

Livro

Homenagem

Foto: arquivo pessoal

No dia 23 de fevereiro, o Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac), prestou homenagem à professora Mirza Seabra Toschi. A data marcou a defesa do último orientando da professora no programa, além da aposentadoria de Mirza na instituição. Ela atuava na área de Educação, com foco em educação ambiental, educação e tecnologia e educação a distância, e esteve no quadro da Instituição nos últimos 16 anos. Professora do Câmpus de Ciências Socioeconômicas e Humanas, a professora fazia parte do Renac desde o ano de 2013. A homenagem foi uma iniciativa da professora Hélida Ferreira Cunha, coordenadora do Renac.

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Transparência: 98,7% de satisfação Os investimentos em campanhas e no aperfeiçoamento dos canais de informações da UEG tiveram como resultado o aumento da nota da Instituição no ranking que mede a qualidade dos serviços de transparência e informação dos órgãos de Goiás. Segundo a avaliação, divulgada em dezembro passado, a UEG alcançou índice de satisfação de 98,7%. Para a professora Edna Duarte, ouvidora da Universidade, o resultado é bastante positivo, e prova a seriedade e o comprometimento da Instituição em oferecer serviços de qualidade. “Hoje a UEG se consolida por meio da qualidade na transparência de seus serviços. Quer dizer, nós não apenas dizemos o que fizemos, mas como fazemos e o grau de eficiência”, afirma.

Ao ter em minhas mãos o romance Desconstruindo Sofia, de Solemar Oliveira, um bloco ainda em espiral, e dar início à leitura, a empolgação tomou conta de mim. O livro é um bem elaborado mosaico sobre a degradação psicológica de um homem obcecado por uma mulher. Enquanto eu o lia fui sendo invadido por uma vontade absurda de reler a Lolita, do Nabokov; Presença de Anita, do Donato; Corpo presente, de João Paulo Cuenca; Silêncio no bordel de tia Chininha, de Eliziário Goulart Rocha. E de ouvir canções do Chico Buarque, coisas como Folhetim, O meu amor, Geni e etc. E também Gilberto Gil com seu clássico Se eu quiser falar com Deus. Por quê? Porque Desconstruindo Sofia tem esse poder de acordar dentro da gente a vontade de ressaborear os amargos tratados doce ou luciferinamente na música brasileira ou na Literatura universal, uma vez que traz uma lucidez embriagada de linguagem viva, tenaz, corajosa, lírica, sobretudo invadida por uma sequidão fluida e amarga aos modos de Camus. Rondinelli Linhares de Oliveira


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