A Criança, a Igreja e a Missão

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A criança, a igreja e a missão



Dan Brewster

A criança, a igreja e a missão Tradução

Daniela Cabral Elsie Gilbert Paula Mazzini Valéria Lamim D. Fernandes


A CRIANÇA, A IGREJA E A MISSÃO Categoria: Igreja / Liderança / Missão

Copyright © 2011 Dan Brewster e Compassion International Publicado originalmente por Compassion International Título original em inglês: Child, Church and Mission Primeira edição: Junho de 2015 Coordenação editorial: Bernadete Ribeiro Tradução: Daniela Cabral, Elsie Gilbert, Paula Mazzini e Valéria Lamim Delgado Fernandes Preparação e revisão: Natália Superbi Projeto gráfico e diagramação: Bruno Menezes Capa: Thiago Leon Marti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Brewster, Dan A criança, a Igreja e a missão / Dan Brewster. — Viçosa, MG : Editora Ultimato, 2015. ISBN 978-85-7779-125-5 Título original: Child, Church and mission. Vários tradutores. 1. Crianças pobres 2. Igreja - Trabalho com crianças 3. Missão da Igreja I. Título. 15-03515

CDD-259.22

Índices para catálogo sistemático: 1. Ministério com crianças : Cristianismo

259.22

Publicado no Brasil com autorização e com todos os direitos reservados Editora Ultimato Ltda Caixa Postal 43 36570-000 Viçosa, MG Telefone: 31 3611-8500 Fax: 31 3891-1557 www.ultimato.com.br

A marca FSC é a garantia de que a madeira utilizada na fabricação do papel deste livro provém de florestas que foram gerenciadas de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, além de outras fontes de origem controlada.


Sumário

Prefácio

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Parte um | A criança na perspectiva bíblica

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1. Por que a criança?

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2. O que a Bíblia diz sobre as crianças 3. O ministério de desenvolvimento da criança 4. A compreensão espiritual da pobreza

27 45 69

Parte dois | A criança e a igreja

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5. O papel da igreja 6. Por que cuidar da criança é responsabilidade específica da igreja

93 111

Parte três | A criança na igreja

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7. O desenvolvimento da fé na criança 8. Características de uma igreja amiga da criança 9. Protegendo a criança nos ambientes da igreja

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Parte quatro | A criança e a missão

173

10. Missão – o que a igreja é chamada a fazer 11. Questões práticas sobre missão e a criança

175 193

Parte cinco | Vias de defesa

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12. Defesa sem confronto 13. A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança

211 221

14. Networking em favor da criança

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Conclusão

243

Notas Referências Agradecimentos

247 263 269


prefácio

O material deste livro foi originalmente preparado para o curso intitulado A Criança, a Igreja e a Missão, que faz parte do programa de mestrado em Desenvolvimento Integral da Criança do Seminário Teológico Batista da Malásia, em Penang, na Malásia. Foi criado para ajudar os alunos a desenvolverem sua compreensão do significado e da natureza das relações entre criança, igreja e missão. Por uma perspectiva bíblica, ele nos oferece uma visão geral da criança, da pobreza e do desenvolvimento integral da criança e reflexões sobre as relações entre o desenvolvimento integral da criança e os ministérios da igreja. O livro original A Criança, a Igreja e a Missão foi extensivamente revisado em 2010 e publicado pela Compassion, nos Estados Unidos, com o título Future Impact [Impacto futuro]. Um guia de estudo de duzentas páginas acompanhava o livro. Como o manuseio de um livro em dois volumes parecia um pouco complicado para mim, elaborei, então, esta versão – principalmente para o público de língua latina, africana e asiática. Esta versão é, basicamente, uma combinação do livro Future Impact e do Guia de Estudo em um mesmo volume.


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E, uma vez que o título original A Criança, a Igreja e a Missão foi bem aceito, e este livro, traduzido para vários idiomas, pareceu-me uma boa ideia voltar ao título original nesta nova edição. A Criança, a Igreja e a Missão pode ser usado como curso em seminários ou faculdades teológicas. Esperamos que sirva também como ferramenta para a capacitação de outros grupos e em outras atividades, como o treinamento de pessoas para o ministério infantil e para o ministério com crianças em situação de vulnerabilidade social (grupos especializados) e o treinamento realizado por redes cristãs de desenvolvimento da criança. Para mais informações sobre o curso, entre em contato com:

Susete Cardoso Compassion Brasil E-mail: scardoso@br.ci.org Tel.: 19 3731-5899


Parte um

A criança na perspectiva bíblica

Há quase 2 bilhões de crianças no mundo hoje – um terço da população mundial. Poderia se dizer que todas essas crianças enfrentam riscos. Muitas estão em perigo por causa da pobreza que as coloca em situações de sofrimento, correndo o risco de exploração, negligência e maus-tratos e até de morte. De acordo com o Unicef, cerca de 9,7 milhões de crianças morreram antes de completar 5 anos – uma média de mais de 24 mil por dia – vítimas de doenças que poderiam ter sido facilmente evitadas ou tratadas.1 Ao mesmo tempo, milhões de crianças correm riscos devido à prosperidade. A mentalidade pós-moderna e o materialismo moderno deixam centenas de milhões de crianças numa situação em que elas “têm tudo com o que viver, mas não têm algo pelo qual viver”. Examinaremos os problemas, obstáculos e desafios enfrentados pelas crianças, tanto ricas quanto pobres, no capítulo 1. No entanto, nem as necessidades das crianças nem o potencial e a promessa que elas representam são assunto novo. Na verdade, a Bíblia tem muito a dizer sobre as crianças – muito mais do que a maioria das pessoas imagina. No capítulo 2, veremos a criança sob a perspectiva bíblica. Descobriremos que a Bíblia não está muda, e o que aprendemos sobre a atitude de Deus em relação às crianças deve, com certeza, determinar nossa forma de enxergá-las também.


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A expectativa de Deus é que todas as crianças se desenvolvam de forma integral como Jesus fez, conforme registrado em Lucas 2.52: “Em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. Entretanto, muitas crianças não têm a oportunidade de se desenvolverem de forma tão completa. Como os cristãos deveriam promover o desenvolvimento integral da criança? No capítulo 3, veremos algumas perspectivas bíblicas sobre desenvolvimento e examinaremos o que queremos dizer e o que não queremos dizer com o termo desenvolvimento integral da criança. Recordaremos também o importante tema da autoconfiança como um componente do desenvolvimento humano e introduziremos uma abordagem fundamental no campo do desenvolvimento social. A ênfase principal deste livro está nas crianças que vivem na pobreza. O capítulo 4 examina novamente a questão da pobreza, agora a partir de uma visão bíblica. A ideia-chave é que a pobreza não é fruto tão somente da falta de recursos ou da privação destes. Pelo contrário, a pobreza é fundamentalmente um problema espiritual. Deus e Satanás têm planos muito diferentes para as crianças. A intenção de Deus é que todos os seus filhos prosperem – que tenham vida com abundância. Satanás, o ladrão, é mentiroso e quer roubar, matar e destruir essa vida abundante. Os que se apegam às mentiras de Satanás não desfrutarão da vida abundante que Deus deseja para nós. As crenças das pessoas e a forma como agem têm implicações importantes para o seu bem-estar físico e espiritual. Aquilo em quê acreditamos tem consequências. Examinaremos essas questões de forma mais ampla, mas com especial atenção à criança e ao desenvolvimento. Assim como Jesus fez com seus discípulos séculos atrás, colocaremos a criança no centro da nossa discussão e veremos se nossas perspectivas hão de virar de “ponta-cabeça”.


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Por que a criança? Contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez. Ele decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos. Então eles porão a confiança em Deus; não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos.

– Salmos 78.4-7

A Igreja hoje pode não estar procurando as crianças e os jovens, mas não teria de ir muito longe para encontrá-los. As crianças não são um povo obscuro ou remoto. Elas estão em todo lugar: – Em todos os países, em todas as categorias socioeconômicas e entre pessoas de todas as culturas; – Em todas as comunidades: nas famílias, nas escolas, no comércio, nos parques e praças; – Em áreas menos acessíveis ao evangelho;

– Em subculturas marginalizadas: crianças com necessidades especiais, crianças nas prisões; – Em situações de risco onde as circunstâncias aumentam a probabilidade de elas jamais ouvirem o evangelho; – Em situações adversas relacionadas à religião: crianças machucadas ou negligenciadas por aqueles que representam a fé cristã. A Igreja precisa, no mínimo, notar que as crianças nos cercam – e que a maioria dessas crianças enfrentam algum tipo de risco.


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Nunca houve na história um tempo com tantas crianças, e nunca houve um tempo no qual tantas dessas crianças estivessem tão vulneráveis. Crianças e adolescentes de 15 anos para baixo representam um terço dos 6 bilhões de pessoas no mundo. Em muitos países em desenvolvimento, crianças compõem quase metade da população. Outros 26%1 são compostos por adolescentes e jovens de 15 a 29 anos de idade. Outro 1 bilhão de crianças pode nascer na próxima década, muitas em pobreza extrema. Um dos nossos melhores porta-vozes Considere as estatísticas em relação às crianças, Patrick McDonald, preocupantes sobre as crianças e fundador da Rede Viva, destaca a imporadolescentes do mundo hoje: tância das crianças e a responsabilidade – Estima-se que 1 milhão de crianças ingressam para o mundo especial da igreja de cuidar delas.2 do sexo comercial todos os anos. Crianças são prioridade para o Rei – Mais de 91 milhões de crianças e seu reino: elas são muitas, são estramenores de 5 anos crescem num tégicas, estão sofrendo e salta aos olhos contexto de fome debilitante. nas páginas das Escrituras o mandato – 134 milhões de crianças não têm acesso algum à escola. inequívoco de Deus para que as de– 15 milhões de crianças são órfãs fendamos de forma urgente. Elas são em decorrência da aids. extremamente importantes na Grande – 246 milhões de crianças Comissão e são uma expressão essencial trabalham e, destas, 171 milhões estão envolvidas nas piores do Grande Mandamento. A resposta formas de trabalho infantil. cristã em relação às crianças está hoje, – 265 milhões de crianças não em muitos aspectos, num momento estão vacinadas contra qualquer crucial. A maioria das crianças na virada tipo de doença. do século são “crianças em risco” ou – Mais de um terço das crianças vivem em habitações com mais crianças para as quais ações se fazem nede cinco pessoas por quarto. cessárias, não apenas em palavras, para – Mais de meio bilhão de crianças que o amor de Deus seja demonstrado vivem sem nenhuma instalação sanitária. a elas. São crianças famintas, crianças – Quase meio bilhão de crianças desabrigadas, crianças feridas. Diante vivem sem acesso a publicações da necessidade urgente de cuidar dessas de qualquer espécie. crianças e protegê-las, muitos cristãos – 376 milhões de crianças caminham mais de quinze respondem com compaixão, até mesmo minutos para buscar água ou com sacrifícios, mas a maioria tem difiusam fontes de água inadequadas culdade de se envolver de forma efetiva para o consumo. e consistente. A necessidade crescente


por que a criança?

de padrões profissionais no trabalho com crianças é um desafio decisivo para a igreja. Uma razão imperativa para que a Igreja concentre sua atenção nas crianças é que estas sofrem mais do que qualquer outro segmento da humanidade. De certo modo, elas pagam pelos pecados dos adultos. Todos os anos dezenas de milhões de crianças são vítimas de exploração, violência e abuso. Hoje, mais de 37% das crianças no mundo vivem em pobreza absoluta – um total de 674 milhões de crianças.3 Um grande número de crianças vive em completa privação, enfrentando a falta de renda, fome e desnutrição, doenças, falta de acesso à educação ou uma educação muito limitada, ausência de outros serviços básicos, moradia inadequada ou inexistente, ambientes inseguros, discriminação e exclusão social. Milhões de crianças sofrem com a pobreza... Em muitas partes do mundo, as crianças correm grandes riscos em virtude da pobreza. Com o aumento do custo de vida aliado aos cortes nos subsídios para alimentação, saúde e educação, as crianças se tornam o grupo mais vulnerável. Quando as economias locais se abrem para as forças do mercado global sem o investimento ou a provisão de garantias adequadas para os mais pobres, as crianças sofrem das seguintes maneiras: – Crianças de rua. Podemos encontrá-las dormindo nos cantos escuros das cidades, debaixo das marquises das lojas e nas plataformas ferroviárias. Elas sobrevivem pedindo esmolas, revirando o lixo ou vendendo doces. – Exploração do trabalho infantil. A exploração do trabalho da criança afeta o seu desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e moral. Quando as crianças começam a trabalhar muito cedo, elas ficam mais vulneráveis às formas extremas de violência e abuso, isto sem falar da infância roubada pelo trabalho forçado! Em países pobres, crianças trabalhadoras são vistas numa grande variedade de situações: em olarias, plantações de borracha, plantações de arroz, barcos de pesca, confecções, oficinas mecânicas, postos de gasolina e restaurantes. Trabalham em serviços domésticos nas casas dos ricos. Todas as manhãs, nas periferias de muitas cidades, crianças podem ser vistas correndo atrás de caminhões de lixo tentando coletar qualquer coisa que possa ser reciclada entre as montanhas de detrito em decomposição. Centenas de crianças perambulam pelas ruas se oferecendo para engraxar sapatos, vendendo jornais, amendoins ou frutas, enquanto outras pedem dinheiro aos turistas ou estrangeiros. – Tráfico humano. Crianças são comercializadas em tipos diferentes de exploração; no comércio e escravidão sexuais, na pornografia, no trabalho forçado, na guerra e até mesmo no transplante de órgãos.

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– Exploração sexual comercial de crianças, pornografia infantil e tráfico humano. Pedófilos e turistas sexuais causam grandes danos a crianças inocentes. Jesus recomendou a punição sem dó de se colocar uma pedra de moinho amarrada no pescoço e se atirar para a parte mais funda do mar (Mt 18.6). – As crianças afetadas pelas guerras refletem uma mudança no cenário dos conflitos armados atuais, que se caracterizam por uma maior porcentagem de mortes entre a população civil. Mais de vinte conflitos armados são travados diariamente no mundo, a maioria em países pobres. Apenas na última década, mais de 2 milhões de crianças foram mortas, e outros tantos milhões, feridas ou mutiladas permanentemente em conflitos armados. Ao contrário das guerras no passado, estima-se hoje que entre 80 e 90% das pessoas que morrem ou são feridas em conflitos são civis – em geral são crianças e suas mães.

Porém, nem tudo está perdido. Como mencionado, morreram por dia em 2008 quase 24 mil crianças com idade abaixo de 5 anos. Ainda assim, essa estatística é bem menor do que as 40 mil mortes de uma década atrás. Entre o início dos anos 90 e o começo da década seguinte, a taxa de mortalidade para os menores de 5 anos diminuiu 11%, e a morte de crianças por diarreia, a maior causa de morte infantil no início dos anos 90, caiu pela metade – salvando cerca de 1 milhão de crianças. Entretanto, a verdade desconcertante é que mais de 1 bilhão de crianças (56%) no mundo vivem em contexto de grande privação. São muitos e complexos os riscos e os danos enfrentados pelas crianças. Alguns são muito evidentes, como o simples fato de as crianças não terem o que comer. É possível que 30% das crianças abaixo dos 5 anos no mundo sofram com desnutrição severa ou moderada. E, mesmo nos países mais ricos, muitas crianças são criadas em famílias que vivem abaixo do limiar da pobreza. Apesar da existência de vacinas e outras medidas que protegem as crianças no mundo industrializado, milhões de crianças ainda morrem anualmente vítimas de doenças que poderiam ter sido evitadas. Apesar de um consenso quase universal sobre a importância da educação na promoção da vida, as meninas ainda estão atrás dos meninos na taxa total de matrículas para o ensino médio, com 52% dos matriculados composto por meninos e 48%, por meninas, no período de 2005 a 2009. A desvantagem das meninas é mais elevada na África subsaariana e sul da Ásia. Transtornos mentais entre os adolescentes têm aumentado nos últimos trinta anos devido


por que a criança?

a perturbações na estrutura familiar, ao aumento do desemprego entre os jovens e às pressões dos pais que nutrem aspirações irreais para a educação e carreira profissional de seus filhos. Cerca de 20% dos adolescentes no mundo têm algum problema na área de saúde mental ou algum distúrbio comportamental – porcentagem relativa às pessoas com idade entre 15 e 19 anos. Como resultado, o suicídio é uma das três principais causas de mortalidade entre pessoas com idade entre 15 e 35 anos. Mundialmente, cerca de 71 mil adolescentes cometem suicídio anualmente, ao passo que o número dos que tentam se suicidar é até quarenta vezes maior.4 O casamento de crianças, praticado em alguns países subdesenvolvidos, aumenta o risco de infecções por DSTs e de gravidez indesejada. Um estudo demonstrou que em Orellana, uma província do Equador na bacia amazônica, quase 40% das adolescentes entre 15 e 19 anos estavam ou já tinham estado grávidas, e que estas gestações tinham a ver com abuso sexual, negligência por parte dos pais ou pobreza. Meio milhão de mães morrem anualmente durante o parto, deixando os bebês extremamente vulneráveis. Uma em dezessete mulheres pode vir a morrer durante ou após o parto na África Oriental e África Central.5 Além disso, na última década, cerca de 2 milhões de crianças foram mortas e mais de 6 milhões ficaram feridas ou mutiladas em conflitos armados. Dezenas de milhares foram mutiladas por minas terrestres e milhares sofreram em conflitos alimentados pela ganância por terras, pedras preciosas e petróleo.6 Hoje em dia fala-se muito sobre a globalização. Seus efeitos não são todos ruins, porém os piores efeitos geralmente afetam os mais pobres de forma mais perniciosa. A oferta de alimento, por exemplo, pode diminuir à medida que o uso da terra e as práticas comerciais priorizam os mercados nacionais e menosprezam a oferta adequada de alimentos para grupos humanos marginalizados. Nos centros urbanos, em todo o mundo, a pobreza tende a aumentar o número de crianças de rua. O trabalho infantil expõe as crianças a grandes riscos como lesão corporal, abusos, analfabetismo e muitas outras ameaças, sem falar da perda da própria infância. A exploração sexual e o tráfico humano aprisionam crianças em um submundo tenebroso que torna a tarefa de localizá-las muito difícil e o trabalho de libertá-las ainda mais difícil. O conflito armado tem como alvo perverso as crianças socialmente vulneráveis e suas famílias.

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