Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação

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MARCOS BONTEMPO [ORG.]


REFEIÇÕES DIÁRIAS – CELEBRANDO A RECONCILIAÇÃO Categoria: Devocional / Espiritualidade / Vida cristã

Copyright © 2018 Editora Ultimato

Primeira edição: Novembro de 2018 Coordenação editorial: Bernadete Ribeiro Revisão: Claudete Agua de Melo Flávia Schiavo Lissânder Dias Lívea Araújo Natália Superbi

Colaboração: Délnia Bastos Supervisão de produção: Ivny Monteiro Diagramação: Bruno Menezes Capa: Ana Cláudia Nunes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Refeições diárias : celebrando a reconciliação / [organização Marcos Bontempo]. — Viçosa, MG : Ultimato, 2018. ISBN 978-85-7779-183-5 1. César, Elben M. Lenz, 1930-2016 2. Cristianismo 3. Devoções diárias 4. Meditação 5. Textos bíblicos - Coletâneas I. Bontempo, Marcos.

18-20429 Índices para catálogo sistemático: 1. Devoção diária : Reflexões : Conduta de vida : Cristianismo

CDD-242.2 242.2

PUBLICADO NO BRASIL COM TODOS OS DIREITOS RESERVADOS POR: EDITORA ULTIMATO LTDA Rua A, no 4 - Caixa Postal 43 36578-899 Viçosa, MG Telefone: 31 3611-8500 www.ultimato.com.br


SUMÁRIO Apresentação 7 Janeiro 9 Fevereiro 40 Março 68 Abril 99 Maio 129 Junho 160 Julho 190 Agosto 221 Setembro 252 Outubro 282 Novembro 313 Dezembro 343



Apresentação

REFEIÇÕES DIÁRIAS – Celebrando a Reconciliação encerra o ano em que completamos meio século de publicação ininterrupta da revista Ultimato, bem como celebra a vida e o legado do seu fundador e diretor-redator, o pastor Elben César (1930-2016). O devocionário da Editora Ultimato para 2019 é uma construção coletiva. Trata-se de uma preciosa coletânea de textos de mulheres e homens com os quais caminhamos ao longo dos anos. Alguns mais, outros menos conhecidos do leitor, agora reunidos para celebrar, a cada dia do ano, o conteúdo bíblico e a confiança do povo de Deus no único Senhor da história. Em Refeições Diárias – Celebrando a Reconciliação somos guiados pela orientação bíblica aplicada aos desafios do dia a dia: dos relacionamentos, da vocação, da igreja local, do trabalho, da enfermidade, do consumismo, das lutas emocionais e da incredulidade, das perdas e da incerteza sobre o futuro – enfim, demandas diárias e nos diferentes campos da cultura, entregues nas mãos daquele que “estava em Cristo reconciliando todas as coisas” (2Co 5.18-19). O nome “Refeições Diárias” se tornou uma marca ao longo dos anos para os que apreciam a leitura bíblica diária bem acompanhada. Tudo começou há dezenove anos, quando a Editora Ultimato anunciava o seu primeiro devocionário – Devocionais Para Todas as Estações –, que, assim como este que o leitor tem nas mãos, reunia dezenas de colaboradores. Logo depois, veio o primeiro de cinco devocionários chamados de “Refeições Diárias” – Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos –, todos de autoria do pastor Elben César. Ao longo dos anos, a ênfase na leitura bíblica diária e nas disciplinas devocionais ganhou novos aliados: J. I. Packer, John Stott, C. S. Lewis, Martim Lutero e Eugene Peterson.


Enfim, é preciso apresentar nossa gratidão ao leitor, do primeiro assinante da revista Ultimato, em 1968, até o leitor fugidio das redes sociais. Afinal, Ultimato é mais do que uma revista, mais do que livros, mais do que o Portal Ultimato e mais do que parcerias e ações ministeriais. Ultimato é ponto de encontro – de reflexão e de iniciativas. Por isso, nossa gratidão especial às quinze mulheres e aos quinze homens que participam desta obra conjunta. Somos gratos por compartilharem conosco sua caminhada e experiência cristã, e reafirmamos a boa nova que nunca fica velha: em Cristo, Deus está reconciliando todas as coisas. Marcos Bontempo Diretor editorial


1o de janeiro

Na hora exata Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. [2 Pedro 3.9]

NEM um minuto antes nem um minuto depois. Nem antes da hora nem depois da hora. Nem com adiantamento nem com atraso. Na ocasião certa, no tempo certo, no ano certo, no mês certo, no dia certo, na hora certa. Essa pontualidade é característica de Deus, e não dos seres humanos. O Salmo 107 conta que os cativos da Babilônia, depois de perder toda a esperança, no seu desespero, clamaram ao Eterno e “ele os livrou na hora exata” (v. 6). Na hora exata, Abraão viu um carneiro preso pelos chifres no meio de uma moita e o ofereceu em sacrifício no lugar de Isaque (Gn 22.13), prefigurando o que, no futuro, no tempo certo, seria o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Na hora exata, a filha de Faraó foi tomar banho no rio Nilo e viu a cesta na qual estava Moisés. Na hora exata, Miriam se encontrou com a princesa e ofereceu os préstimos de sua mãe para cuidar do menino (Êx 2.1-10). Tudo convergiu em favor do plano de Deus. Na hora exata, Deus abriu o mar Vermelho, enviou uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite, e começou a fazer chover maná todas as manhãs (Êx 14.19-31; 16.4), alimentando assim o seu povo com doses exatas de comida. Na hora exata, Deus enviou ao mundo pela primeira vez o seu Filho em forma humana (Gl 4.4), cumprindo assim os eternos propósitos do Pai e “derrubando a parede de separação que estava no meio, a inimizade” (Ef 2.14). Na “dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10), no dia e na hora exatos e não revelados, Deus o enviará pela segunda vez, com poder e muita glória (Mt 25.13), para concluir, em definitivo, a obra que ele começou desde a “fundação do mundo” (Ef 1.4). Senhor, que eu não seja dominado nem pela ansiedade nem pela passividade, mas sim pela segurança de que tudo acontece segundo o teu propósito.

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2 de janeiro

Haverá luz no fim do túnel? Nos últimos [tempos], [Deus] tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. [Isaías 9.1]

QUEM disse que o crente não passa às vezes por longo e escuro túnel? Quem disse que mesmo o crente não tem medo de tropeçar na escuridão do caminho? O grande segredo, porém, é que “a luz brilha na escuridão para aqueles que são corretos, para aqueles que são bondosos, misericordiosos e honestos” (Sl 112.4). Ou, como diz a versão da Nova Bíblia Viva, “quando ele estiver cercado pela escuridão, Deus iluminará o seu caminho”. A outra boca do túnel que parecia tão impossível ou distante, de repente, numa simples curva, aparece. Nenhum túnel é por demais extenso para o homem ou para a mulher tementes a Deus. Nenhum túnel tem uma boca só – a boca de entrada. Pelo menos para aqueles que confiam no Senhor, ele tem também a boca de saída. Até mesmo, e principalmente, o pavoroso túnel da morte: “Ainda que eu ande por um túnel escuro como a morte, não terei medo de nada, pois tu, ó Senhor, estás comigo; tu me proteges e me diriges”. O túnel da morte termina no paraíso, como aconteceu com o ladrão que se converteu no último instante da vida (Lc 23.43). Isso não deveria ser novidade para quem já leu Isaías 9.2 – “O povo que andava na escuridão viu uma forte luz”. O túnel nunca será longo e escuro demais para quem espera em Deus. Senhor, que a escuridão do caminho não me faça desistir de esperar pela luz no fim do túnel. Que eu confie no Guia Seguro até o fim da jornada.

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3 de janeiro

A mulher encurvada Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. [Salmos 23.3]

A POBRE mulher viveu encurvada por dezoito longos anos. De modo algum conseguia erguer-se, pôr-se a prumo, empertigar-se, andar ereta. Chamava a atenção de todo o mundo, era motivo tanto de riso como de piedade. Mas, num sábado, ela se encontrou com Jesus na sinagoga e ele a chamou, anunciando que seus dias de sofrimento e vergonha haviam acabado. Jesus a libertou de sua enfermidade. “Ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus” (Lc 13.13). Dessa história talvez nasça uma crescente esperança de cura para aquele que esconde o rosto, não consegue olhar para ninguém, acha-se tombado moralmente, não se levanta mais. Talvez surja uma luz no fim do túnel para quem ainda caminha tropegamente pelos becos sujos e escuros da vida. Sim, o milagre da cura virá pelo mesmo caminho: por meio de Jesus. A confissão de sua miséria, o arrependimento genuíno de quem, enfim, baixa as armas, as orações de súplica dirigidas com precisão a Deus, a busca religiosa por meio da leitura da Bíblia e da frequência ao templo, a perseverança do desejo de ver-se livre da tragédia e a confiança em Deus – hão de alterar o panorama de dez, vinte ou trinta anos de ridícula e triste curvatura! Apenas quem um dia caiu e foi erguido do chão sabe o que é graça. Apenas quem um dia se perdeu e foi achado sabe o que é salvação. Senhor, tua é a graça e teu é o poder de levantar o caído, de endireitar as veredas do confuso. Levanta-me e direciona-me pelo caminho eterno. Amém.

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4 de janeiro

O “quando” de Deus Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado. [Apocalipse 21.1]

SE não fosse por certas passagens a respeito do segundo advento de Jesus, a expressão “quando eu vencer”, atribuída ao Senhor, seria muito estranha (Sl 108.7). O mesmo advérbio “quando” aparece na boca de Jesus: “Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real [e] todos os povos da terra se reunirão diante dele” (Mt 25.31-32). Ao confrontar os seus discípulos quanto à falta de perseverança na oração, Jesus faz uma pergunta sem rodeios: “Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?” (Lc 18.8). Há muitas coisas programadas e prometidas que ainda não se cumpriram. São eventos absolutamente certos, com desfecho planejado por Deus. Ainda não é “o fim da história”, como quis diagnosticar Francis Fukuyama em um artigo publicado em 1989, intitulado O fim da história. A igreja está impacientemente à espera do que está por vir. Além do que está explicitamente prometido, como a ressurreição dos mortos e a transformação dos vivos, entre várias outras promessas, haverá muitas surpresas. Como dizem as Escrituras Sagradas, “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1Co 2.9). Na hora aprazada “todos os povos da terra chorarão e verão o Filho do Homem descendo nas nuvens, com poder e grande glória” (Mt 24.30)! Não é uma questão de “se”, mas sim de “quando”, porque o Senhor que rege o universo é o mesmo que guia os passos de cada um do seu povo. Senhor, feliz aquele que confia plenamente no caráter do Deus que desenlaça as tramas da história e guia carinhosamente os passos dos teus. Que eu sabia esperar pelas surpresas do Senhor.

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5 de janeiro

Achar Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. [Isaías 55.6]

ACHAR uma coisa que se perdeu, que foi esquecida ou que não se esperava. Este verbo é muito importante e geralmente traz consigo novas experiências de descoberta. “Achar” aparece 607 vezes na Bíblia, que, no sentido mais usual, significa “encontrar por acaso ou procurando”. Nas sintéticas parábolas do tesouro escondido e da pérola (Mt 13.44-46), o verbo aparece duas vezes. Certo homem acha um tesouro oculto no campo e, então, transbordante de alegria, abre mão de tudo o que tem para comprar aquele campo. O negociante de pérolas acha uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra. Na mais provável interpretação, Jesus não é tesouro nem pérola, mas o homem que os achou e, então, a si mesmo se esvaziou e se humilhou, indo até à morte e morte de cruz (Fp 2.5-8), para comprar “para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Nas três parábolas de Lucas 15, o verbo achar está presente: o pastor acha a ovelha perdida, a mulher acha a dracma perdida e o pai acha o filho perdido. Segue-se o transbordamento de alegria, na terra e no céu. Feliz o homem que é achado pela graça e a ela responde convenientemente. Bem-aventurado o homem que redescobre a Bíblia e acha nela uma porção de coisas de suma importância para a vida que agora é e para a que há de ser (1Tm 4.8). Todas as vezes que se acha a Palavra de Deus, segue-se um movimento de reforma e reavivamento, seja na esfera individual, familiar, eclesiástica ou nacional. “Achamos o Messias”, exclamou, de forma simples e direta, o discípulo André ao irmão Simão Pedro (Jo 1.41). Ora, não há maior notícia que esta: achar aquele que nos achou primeiro. Jesus é o Redentor que todos aguardam e de que todos necessitam secretamente, aquele que estava para vir e veio. Pai, releva-me tua presença, tua vontade e teu caráter. Permite-me achar tua Palavra, enquanto caminho à procura de ti. 13



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