Tribo Skate Edição 210

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das antigas // perfil pro

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omo o skate cruzou seu caminho? Em 1986 estava em uma banca de jornal e dei de cara com a revista Yeah!. Quando abri vi um anúncio com o Sergio Negão dando um fs air. Desacreditei no que vi! Já havia tido contato com skate antes, mas nunca imaginei que pudesse voar com aquilo. No mesmo ano ganhei meu primeiro skate, um HProl (nem rolamento tinha, eram as temíveis bilhas!) e comecei a andar nas ruas perto de onde morava, Higienópolis, Perdizes... Os primeiros ollies, boneless. E desde então nunca mais parei de andar. Em 87 me mudei para Sorocaba e de cara conheci, no Colégio Salesiano, alguns caras que estavam começando também a andar (Sheo, Ota, Gais...) e também toda a velha guarda do skate sorocabano: Dado, Ronie, Rochinha, Nal... Os caras foram locais do Mirante em Jundiaí, fizeram as suas próprias rampas nos anos 80, andaram no Wave Park, no Wave Cat. O Ronie tinha um arsenal das antigas Skateboarder, as primeiras Thrasher... Eu ficava pirando nas revistas e nas histórias deles. E foi aí, então, que o skate entrou de vez na veia e nunca mais saiu. Qual sua relação com a cena local? Sempre fui bastante participativo na cena local, já fiz diversos campeonatos, organizei muitos eventos. Mas infelizmente Sorocaba passa por um período bem ruim onde, por exemplo, o prefeito anterior prometeu 20 pistas de skate e fez um monte de miniquadras com rampas minúsculas, péssimas. A pista do Parque das Águas, que era a melhor que tínhamos, agora está cheia de infiltrações, alagamentos constantes, toda destruída e esburacada... Isso é bastante desanimador. E mesmo assim tem surgido uma geração de grandes skatistas que estão despontando no cenário. Minha última contribuição foi ajudar no projeto e na construção do bowlzinho da Vila Haro. Ficou menor do

Definitivamente, a Kako’s Pool não é um lugar docinho pra se andar. A piscininha feita por Gui em homenagem ao seu irmão Leo Kakinho é rápida e traiçoeira. Fs grind, Vert In Roça, Guaratinguetá.

que eu queria mas muitos já vieram de fora pra andar e gostaram bastante. E devido a isso estou vendo uma molecada que está andando muito nas curvas, linhas fluídas de bowl, é muito bom ver isso por aqui! Agora estamos nos mobilizando para montar uma associação, o Alexandre Franja está correndo com isso e me pediu ajuda para tentarmos melhorar a cena local. A paixão pelo design também veio cedo? Sim, surgiu cedo justamente vendo revistas de skate. Eu pirava nos gráficos dos shapes, principalmente aquele famoso do Gonz, nos anúncios com as artes do Jim Phillips, nas capas das revistas. Gostava de customizar capas de caderno com anúncio de skate e encartes de discos. Até hoje me arrependo de ter passado a tesoura no encarte do álbum branco dos Dead Kennedys, só pra ter um visual de caderno mais decente! Outro cara que me inspirou muito no design foi David Carson, ele foi diretor de arte da Transworld e da Surfer e trouxe uma linguagem muito agressiva e moderna para o mundo do design gráfico. Qual foi o primeiro trampo de publicidade no skate, aquele que você pensou: “Agora vai”? O primeiro de todos que eu me lembre foi para a loja Action Now do Éder Botelho, em Campinas. Eu fazia cartazes de campeonatos e algumas estampas para os shapes da marca. Creio que meu primeiro site de skate foi o dele também. Mas quando fechei pra fazer o site da marca californiana Pocket Pistols e o site brasileiro da Vans percebi que o canal tinha se aberto de vez, que eu estava no caminho certo e realmente pensei “agora vai!”. Não posso deixar de citar a Balboa Boards, a Devotion, a Wave Boys, a Gardhenal e a Drop Dead (e sua Drop Family) que há 3 anos venho desenvolvendo um trabalho no site deles com atualizações, layouts e banners. 2013/abril TRIBO SKATE | 41


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