Edição de Maio 2015

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A boa música em primeiro lugar ENTREVISTAS COLUNAS PARTITURAS VÍDEOS TRANSCRIÇÕES E MAIS

A SEC ENTREVISTA

O contrabaixista ENÉIAS XAVIER

levando seus ritmos mundo afora !!!

Nº 16 MAI2015

www.somemcampo.com

CÉSAR MACHADO Depoimento de mestre

COLUNISTAS Adriano Giffoni Bernardo Fabris César Machado Lulu Martin Yovannis Roque Zazu Zarzur


17 Capa Nessa edição, a SEC (Som em Campo), traz a entrevista com o percursionista Marco Lobo.

05

COLUNAS & MATÉRIAS

Discurso de Mestre

Na coluna Discurso de Mestre dessa edição, depoimento do renomado baterista César Machado.

07

Adriano Giffoni – Áudio e partitura de Natureza

10

Bernardo Fabris – Exercícios de aquecimento.

13

10

Bernardo Fabris

Exercícios de aquecimentos

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Brasil na Bateria

Na coluna Brasil na Bateria! César Machado

Yovannis Roque Lulu Martin - Posições Drops-Continuação Zazu Zarzur – Desestimulo. ENTREVISTA

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O Contrabaixista– Enéias Xavier

SOM EM CAMPO RECOMENDA

28 Zazu Zazur DESESTÍMULO MUSICAL EM MEIO A CARREIRA

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O que tem pra hoje? – CD’s César Machado.


La Bella e Som em Campo

Parceiros na difusĂŁo da mĂşsica instrumental!


Já caímos em campo. . .

A caminho do nosso 1º Festival de Música Instrumental ! AGUARDEM


DEPOIMENTO DE MESTRE César Machado

Olá pessoal, conheci o Zazu Zarzur pessoalmente não faz muitos tempo, mas parece que já o conhecia a vários anos. Além de grande artista eu percebi que ele é verdadeiramente apaixonado pela boa música e respeita muito os músicos que dão o sangue se dedicando ao máximo ao ofício. O projeto Som em Campo já é uma realidade inicialmente através da revista no meio musical, e eu humildemente recomendo que nos juntemos para ajudar e apoiar no que for preciso porque é tudo em prol de nós mesmos que lutamos uma vida inteira para que a nossa música e os nossos músicos sejam mais bem pagos e principalmente respeitados nesse país. O meu abraço forte para esse novo e grande amigo e vida longa para o SOM EM CAMPO !!! César Machado – Baterista, arranjador e produtor musical.


ADRIANO GIFFONI E ZAZU ZARZUR REPRESENTAM A EMPRESA NHURESON (S.P), BAIXOS ACÚSTICOS DE ALTO NÍVEL.


ADRIANO GIFFONI Link テ「dio - Natureza

Por Adriano Giffoni



O Estúdio Acústico é parceiro do

Som em Campo

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BERNARDO FABRIS saxofonista - Professor Adjunto UFOP

Por Bernardo Fabris

EXERCÍCIO DE AQUECIMENTO #2 – ARPEJOS DIMINUTOS Uma boa maneira de se iniciar uma rotina de estudos em instrumentos de sopro – e particularmente no saxofone – é o de executar exercícios com notas longas e que contemplem toda a extensão do instrumento, agregando aspectos de sonoridade (timbre), afinação, digitação e articulação. O exercício a seguir pode ser realizado tanto para este fim, se tocado em andamento mais lento tendo como enfoque os aspectos de timbre e afinação, bem como um exercício mecânico, ao se aumentar o tempo e torna-lo mais desafiador do ponto de vista da digitação e da articulação. Quanto à estrutura de arpejos diminutos, estes se mostram de grande auxílio ao músico improvisador, já que a tétrade em questão serve como um importante “coringa” para uso em acordes com função de dominante, podendo ser utilizado sobre o acorde diminuto da mesma fundamental ou 1 tom acima ou ½ abaixo dele, por exemplo: Fdim sobre Ebdim ou Fdim sobre F#dim, assim como se utilizado como acorde antípoda sobre acordes de dominante, ex: Bdim sobre G7 (o acorde passa a ter b9). Indica-se estudar o padrão com uma variedade de tipos de articulação, sendo que em um primeiro momento é fundamental que se estude com todas as notas ligadas (sem uso de língua), de maneira contínua e com metrônomo, para se “limpar” as digitações. A partir daí, o músico pode inferir diversos enfoques articulatórios, como os exemplos à seguir:


Além disso, outra proposta, mais desafiadora, mas muito produtiva, é a de aplicar acentuações típicas da síncope e do tresillo ao estudo, objetivando sua utilização como padrões para sessões de improviso na música brasileira. É bom lembrar que para os saxofonistas, é importante utilizar as digitações alternativas para as notas F# (tf) e Bb/A# (p / ta) quando necessário.


BERNARDO FABRIS


YOVANNIS ROQUE Por Yovannis Roque Coming from a classical background i was introduced to the legendary double bass players like bottesini, Zimandl, Eu vim de uma raiz classica e fui introduzido para contra baixistas acusticos legendarios como Bottesini, Zimandl, Gary Karr antes que eu soubesse sobre Jaco ou Stanley Clark. A musica classica deveria ser em minha opiniao a primeira perna da longa estrada para se tornar um baixista profissional de sucesso e sem duvida o melhor recurso para desenvolver uma tecnica solida e um entendimento em como liberar uma performance inteligente e bem equilibrada. Mas hoje eu quero compartilhar a estoria de um dos maiores e mais respeitados contra baixistas acusticos na historia de nosso instrumento, Serge Koussevitzky. Alem de ser um dos melhores performancista de seu tempo, sua estoria e tambem muito inspiradora, pois ele nasceu emu ma familia Judia muito pobre na Russia em 1874. Gary Karr way before i even knew about Jaco or Stanley Clark. The classical music should be in my opinion the first leg of the long road to become a successful professional bass player and without a doubt the best source for developing a solid technique and a broader understanding on how to deliver an intelligent and well balance performance, but today i want to share the story of one of the greatest and most respected double bass players in the history of our instrument, Serge Koussevitzky, besides being one of the best performers of his time, his story is also a very inspirational one, born into a poor Jewish family in russia in 1874. His parents were professional musicians who taught him violin, cello, and piano. Seus pais eram musicos profissionais que ensinaram a ele violino, cello e piano. Ele tambem aprendeu trompete, ele foi batizado ao 14 anos, quando os Judeus nao eram permitidos viverem em Moscou e ele tinha recebido uma bolsa de estudos para o Instituto de Musica Dramatica da Sociedade Filarmonica de Moscou onde ele estudou contra baixo acustico com baixista legendario Rambusek.


YOVANNIS ROQUE He also learned trumpet, He was baptized at the age of fourteen, since Jews were not allowed to live in Moscow and he had received a scholarship to the Musico-Dramatic Institute of the Moscow Philharmonic Society where he studied double bass with legendary bassist Rambusek. He excelled at the bass, joining the Bolshoi Theatre orchestra at the age of twenty in 1894, and succeeded his teacher, Rambusek, as the principal bassist in Ele sobressaiu no baixo, participou da orquestra do Teatro Bolshoi com vinte anos de idade em 1894 e sucedeu seu professor Rambusek, como o principal baixista em 1901. Naquele mesmo ano, ele fez sua estreia como um solista em Moscou. Mais tarde ele venceu a aclamcao da critica com seu primeiro recital em Berlim em 1903. Tambem em 1903, com a ajuda de Reinhold Gliere, ele escreveu sua obra-prima para o contra baixo acustico, na qual ele estreou em Moscou em 1905 e tornouse mesmo em seus dias um imperativo no repertorio internacional de contra baixo acustico, uma casa de concerto poderosa que puxaria seus recursos como uma performance muito limitada.Depois de mudar para Berlim, ele continuou dando recitais de contra baixo acustico, e depois de dois anos praticando, conduziu em sua propria casa com um estudante da orquestra, ele contratou a Filarmonica de Berlim e fez sua estreia profissional como um condutor em 1908. O concerto incluiu o Concerto de Piano numero 2 de Sergei Rachmaninoff, tocado pelo proprio mestre Rachmaninoff. No ano seguinte ele e sua esposa retornaram para Russia, onde ele fundou sua propria orquestra em Moscou e ramificou para os negocios, formando sua propria firma, Edicoes Russas de Musica, e comprou os catalogos dos maiores compositors da epoca. 1901. That same year, he made his début as a soloist in Moscow.He later won critical acclaim with his first recital in Berlin in 1903. Also in 1903, with Reinhold Glière's help, he wrote his masterpiece concerto for the double bass, which he premiered in Moscow in 1905 and became even to this days a ‘’must’ in the international double bass repertoire, a power house of a concerto that would push your resources as a performer to the very limit. After moving to berlin he continued to give double bass recitals and, after two years practicing conducting in his own home with a student orchestra, he hired the Berlin Philharmonic and made his professional début as a conductor in 1908. The concert included Sergei Rachmaninoff's Piano Concerto No. 2, played by Mr. Rachmaninoff himself,The next year he and his wife returned to Russia, where he founded his own orchestra in


YOVANNIS ROQUE Moscow and branched out into the publishing business, forming his own firm, Éditions Russes de Musique, and buying the catalogues of many of the greatest composers of the age,In 1922, Koussevitzky commissioned Maurice Ravel's arrangement of Modest Mussorgsky's 1874 suite for piano, Pictures at an Exhibition, which was premiered on 19 October that year and quickly became the most famous and celebrated orchestration of the work. Em 1922, Koussevitzky comissionou o arranjo do Modesto Mussorgsky de 1874 de Maurice Ravel para piano. Fotos em uma Exibicao, o qual foi premiado em 19 de outubro daquele ano e rapidamente se tornou a mais famosa e celebrada orquestracao da obra. Koussevitzky segurou os direitos desta versao por muitos anos. Koussevitzky held the rights to this version for many years. Pictures at an Exhibition later became a pivotal piece in the career of contemporary artists like Itsao Tomita and Emerson, Lake and Palmer. Fotos em uma Exibicao mais tarde se tornou a pedaco primordial da carreira de artistas comtemporaneos como Itsao Tomita e Emerson, Lake e Palmer. In 1924 Koussevitzky is appointed as conductor of the Boston Symphony, marking the beginning of a golden era for the ensemble that would continue until 1949. Em 1924 Koussevitzky e indicado como conductor da Sinfonia de Boston, marcando o comeco de uma era de ouro pelo conjunto que continuaria ate 1949. Over that 25-year period, he built the ensemble's reputation into that of a leading American orchestra. Serge Koussevitzky died in Boston in 1951 leaving behind a vast legacy as a great artist and becoming an inspiration for future generations. His hard work and dedication made this poor jew russian boy become one of the greatest man of his time.


YOVANNIS ROQUE Durante esse periodo de 25 anos, ele construiu uma reputacao liderando a orquestra Americana. Serge Koussevitzky morreu em Boston em 1951 deixando para tras um vasto legado como um grande artista e tornou-se uma inspiracao para as futures geracoes. Seu trabalho duro e sua dedicacao fez deste pobre Judeu Russo tornar-se um dos maiores homens de sua epoca. Mais tarde Olga Koussevitzky, apresentou o legendario contra baixista Gary Karr com seu contra baixo acustico, uma vez acreditou-se ter sido feito em 1911 pelos irmaos Antonio e Girolamo Amati. O instrumento agora carrega os nomes de ambos Karr e Koussevitzky, e tem sido tocado pelo baixista Scott Pingel e pela Orquestra Academica de Sao Francisco.Eu tive a honra de estudar com um dos seguidores de Koussevitzky , o senhor Orestes Urfe, um garoto negro cubano, muito humilde, que tornou-se o primeiro contra baixista acustico da Sinfonia de Boston, mas esta e uma estoria para outra hora, ate a proxima vez……. Later Olga Koussevitzky, presented legendary double-bassist Gary Karr with his double bass, once believed to have been made in 1611 by brothers Antonio and Girolamo Amati. The instrument now bears the names of both Karr and Koussevitzky, and has been played by bassist Scott Pingel and the San Francisco Academy Orchestra. I had the honor of studying with one of Koussevitzky’s proteges, Mr. Orestes Urfe, a very humble cuban black boy who became the first double-bass of the Boston Symphony, but that’s a story for another time, so for now, until next time………..


MARCO LOBO

SEC: Você é natural de qual cidade e estado? ML: Salvador / Bahia. SEC: Tem formação acadêmica, é autodidata, estudou com professores particulares? ML: Sou autodidata, mas estudei 1 ano na escola de música da Bahia com o prof Fernando Santos. SEC: Em sua geração já havia facilidades como as de hoje para se ter alcance a materiais didáticos de estudos e acesso a bons instrumentos? ML: Não, aproveitávamos cada grupo que chegava a Salvador para tentar fazer workshop com os percussionistas e conseguir algum material de estudo e muitas vezes eles vendiam alguns instrumentos importados. SEC: Até que ponto você acha realmente necessário que um percussionista tenha um conhecimento de harmonia, e saiba trabalhar com outros instrumentos?


ML: Acho que tudo é relativo, conheço muitos percussionistas que não tocam um instrumento de harmonia, mas que sempre escutaram muito e usaram a sensibilidade para se colocar na música. No meu caso, é assim que funciona, mas adoraria tocar outros instrumentos, acho que isso só acrescenta ao músico. SEC: Para você, qual a importância da música brasileira no cenário musical mundial? ML: A música brasileira é única, conseguimos passear por vários estilos com muita facilidade e as possibilidades rítmicas são inúmeras. O mundo sempre recebe a música brasileira de uma forma muito positiva e com muita atenção e respeito. SEC: Como foi seu início de carreira? ML: Em Salvador, tocando nos bares (MPB) com pequenas formações e também em trios elétricos.

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SEC: Conte – nos sobre seus trabalhos instrumentais, se tem facilidade para compor, e como este processo acontece?

Sololo Percussão em BH https://www.youtube.com/watch? v=-hU2oB7wNRw

ML: Fiz o meu primeiro show instrumental com Armandinho Macêdo na década de 80, ainda em Salvador. Em 1994 comecei a trabalhar com o Léo Gandelman. Conheci o Billy Cobham em 2006 e desde então venho participando das tours e também gravando os seus últimos 3 Cds. Em 2013 comecei um Duo com o pianista Rafael Vernet.Em 2007 lancei Aláfia, o meu primeiro CD instrumental solo. Em 2010 e 2011 lancei o CD Marco Lobo no Brasil e o CD Bahia na Alemanha e desde então venho realizando shows com o meu projeto solo, oficinas e workshop pelo mundo.As composições são intuitivas, geralmente faço a melodia e penso no rítmo junto com alguns parceiros, como o baixista e produtor Gastão Villeroy.


SEC: Quais suas influências musicais , e músicos que te influenciaram, Cite alguns nomes! ML: Gosto muito do Milton Nascimento e do grupo Weather Report. Alguns percussionistas como Naná Vasconcelos, Papete, Airto Moreira e Trilok Gurtu foram grandes inspirações. SEC: Com quais artistas já trabalhou ? ML: Armandinho e Trio elétrico Dodô e Osmar, Margareth Menezes, Luiz Caldas, Virginia Rodrigues, Elba Ramalho, Marisa Monte, Maria Bethânia, Lenine, Titãs, Vanessa da Mata, Ana Carolina,João Bosco, Ivan Lins e Milton Nascimento, dentre outros. SEC: Qual sua visão sobre a nova geração de percussionistas brasileiros? ML: Sabe-se que nos dias atuais e bem comum o uso da tecnologia na performance musical, o que vc acha dessa ferramenta, tanto no processo de gravação, como na performance ao vivo?Gosto da nova geração, são interessados na cultura brasileira e bastante técnicos. Acho a tecnologia sempre bem vinda, mas é como tocar, vc precisa ter bom gosto!! SEC: Como você vê o cenário da Música Instrumental Brasileira, dentro do Brasil? De que forma ela ainda poderia ser mais popularizada, para que mais pessoas possam ter acesso? ML: Sinto falta de mais espaços para shows instrumentais, principalmente gratuitos, assim possibilitando que este tipo de música chegue a grandes públicos, assim popularizando-a. SEC: A SEC agradece sua entrevista. Deixe uma mensagem final para os novos músicos que estão surgindo e para os leitores da revista Som em Campo. ML: Desejo ao novos músicos que possam transformar energia positiva em boa música!Muito obrigado a todos pela atenção.Contato para Showsmarquinholobo@gmail.com


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BRASIL NA BATERIA Por César Machado


BRASIL NA BATERIA

Por CĂŠsar Machado

CONTATOS ATUAIS: 55 21 4107 9355 / 99911 1102 Site: cesarmachado.com.br Skype: cesarmachado52 cmachadodrummer@gmail.com ENDORSER : Vic Firth, Incorporated Boston/Dedham Commerce Park 65 Sprague Street Boston, MA 02136 U.S.A. Telephone: 617-364-6869 Baterias Odery: http://www.odery.com.br/



LULU MARTIN Por Lulu Martin DROP é uma técnica de arranjo musical, onde os acordes tem suas notas distribuidas dentro de 2 oitavas, de forma que se tenha sonoridades diferentes para o mesmo acorde. DROP significa cair. Um acorde lido na partitura fica na posição vertical. Assim, determinada nota, do agudo para o grave cai uma oitava. Os drops são, a segunda nota (do agudo para o grave); a terceira nota; e a segunda junta com a quarta nota( drop 2, drop 3, drop 2+4). Essa é a riqueza das possibilidades da harmonia, extrair sonoridades diferentes dos mesmos acordes. Existem poucas notas musicais e poucos tipos de acordes. A combinação das notas e seu uso é a chave para tanta diversidade que a música oferece. Essa técnica é muito usada pelos pianistas americanos de jazz. Inversões são uma ampliação dos sons dos acordes. A nossa harmonia do piano é isso, tocar acordes e experimentar suas inversões.

lulumartinbr@yahoo.com.br


Link テ「dio - Acorde m7 na segunda inversテ」o, em drop 2

lulumartinbr@yahoo.com.br


Apresenta


ZAZU ZAZUR

DESESTÍMULO MUSICAL EM MEIO A CARREIRA

Por Zazu Zazur

Nesta segunda edição resolvi abordar um assunto que acho muito relevante para nós músicos. Antes de abordar o assunto em questão, gostaria de agradecer aos leitores que me enviaram e-mail’s e mensagens me felicitando pelo assunto abordado em edições anteriores. Como todos sabemos, o “trabalhar” com a música , ou tirar sua sobrevivência do tocar, não é nada fácil. Porém, não apenas o lado financeiro é complexo, mas também o lado da motivação, o desestímulo que muitas vezes pode acontecer durante a carreira de um músico pode ser ocasionado por vários motivos, não necessariamente o financeiro, até porque muitos músicos não vivenciam essa situação, pela contradição social que é muito grande no Brasil. Bom , a questão do desestímulo pode ser ocasionada por vários motivos, não sou formado em psicologia, mas vou citar alguns termos\situações que acho interessantes e talvez alguns dos leitores possam até estar passando por alguma dessas situações no momento ou já passou e podem se identificar. Vivemos atualmente num mundo “fast food” onde as coisas acontecem de forma muito rápida, por exemplo,as cobranças são muito maiores em alguns sentidos do que a alguns anos atrás. Isso pode ocasionar um certo “stress” porque nem todos funcionam no mesmo ritmo. Também é interessante colocar em pauta a visão que é imposta pela mídia, a ideia do que é ter sucesso como músico. Na larga maioria das vezes, este conceito está ligado ao fato de tal músico ser bem sucedido porquê toca com uma banda específica, ou acompanha tal artista, e isso não é uma verdade. Quantos grandes talentos existem no nosso país que são desconhecidos da mídia totalmente e quantos outros menos talentosos estão na mídia praticamente em tempo integral? Fatos assim também podem gerar certa desmotivação para muitos músicos em determinado momento da sua carreira.


ZAZU ZAZUR Outra questão também bastante importante é a maneira como produtores e empresários lidam com os músicos, claro que muitos músicos não agem de forma correta também, e diante disso, essas trocas malfazejas geram para outros músicos situações de cobrança exacerbada por parte dos primeiros. Isso também gera um enorme stress que pode levar um músico a desmotivação momentânea. Um elemento imprescindível é saber como lidar com o “trabalhar” com outros artistas e fazer seu trabalho solo, autoral, sem que uma coisa atrapalhe a outra. Quando digo “atrapalhar”, falo no sentido de organizar o tempo para que ambas as coisas fluam de forma positiva, porque no desenrolar destes trabalhos, existem muitas cobranças dos artistas e produtores em relação ao músico. Na maioria das vezes, os cachês não são bons, o trabalho não suscita um “fazer artístico” com o qual o músico realmente sente prazer em tocar, mas é necessário fazer pela sobrevivência, e isso tem que ser bem definido na mente do músico que precisa atuar profissionalmente neste tipo de situação, para que mais uma vez, o stress e a desmotivação não se façam presente no caminhar do artista. Para finalizar , gostaria de colocar também uma situação que vejo acontecer muito, “o criar expectativas”, vejo como desnecessária esta situação. O músico deve ter os pés no chão e fazer sua música e seu trabalho sem se preocupar, ou melhor dizendo, sem criar expectativas além das “típicas” vivenciadas por qualquer ser humano, porque caso contrário, pode acontecer a frustração devido a essas expectativas que muitas vezes não condizem com a realidade. Mais uma vez, obrigado aos leitores da revista e até a próxima edição.

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Nhureson (S.P) tem o prazer de ter no seu plantel de endorser de Baixo acĂşstico Adriano Giffoni e Zazu Zarzur, parceria perfeita, grandes mĂşsicos usam instrumentos de alto nĂ­vel.

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ENÉIAS XAVIER

SEC: Você é natural de qual cidade e estado? EX: Belo Horizonte MG. SEC: Tem formação acadêmica, é auto didáta, estudou com professores particulares? EX: Estudei piano na FUMA, contrabaixo acústico na fundação Clovis Salgado e aulas particulares com Fausto Boren e Alvimar Liberato que foi meu grande mestre. SEC:Em sua geração já havia facilidades como as de hoje para se ter alcance a materiais didáticos de estudos e acesso a bons instrumentos? EX: De jeito nenhum! Conseguia meus discos de vinil vasculhando as promoções em loja de discos no centro da cidade. Os Metodos também não eram facéis. Consegui 1 xerox do ominibook do Parker por exemplo em Eb e não dava pra ver muita coisa. SEC: Até que ponto você acha realmente necessário que um baixista tenha um grande conhecimento de harmonia, e saiba tocar outros instrumentos? EX:Eu acho imprescindível! Fica mais fácil acompanhar a musica que você está tocando, improvisar e também é onde podemos compor com mais fluência.


SEC: Qual a importância da música brasileira para você? EX: Apos muitas viagem ao exterior, sei que pro musico brasileiro a nossa musica é o cartão de visita. Entao, tudo que já foi gravado e feito pelos músicos antes de nós, deveria ser sempre mais tocado do que se costuma. A gente se liga nos standars de jazz e isso não tem como fugir, porque o mundo do jazz é muito mais abrangente pro instrumentista do que a musica brasileira, mas podemos incorporar um pouco do que a gente aprende com o Coltrane ou Miles na nossa musica sim. SEC: Como foi seu início ? EX:Fazendo recepção de casamentos e pra minha felicidade total, essa era uma banda de Jazz, com o meu mestre, Alvimar Liberato, na guitarra. SEC: Conte – nos sobre seus trabalhos instrumentais, se tem facilidade para compor, e como este processo acontece? EX: Já foi mais fácil rss.. ultimamente a agenda de shows e gravações não me deixam muito tempo livre pra trabalhar esse lado super importante. Mas se eu sentar com tempo, sempre sai alguma coisa interessante. Meu primeiro disco principalmente, Jamba, é muito inspirado. Tem muitas composições que receberam uma ótima critica e foram regravadas mundo afora.


SEC: Quais suas influências musicais , e baixistas , músicos que o influenciarão, Cite alguns nomes. EX: João Alexandre Silveira, Milton Nasimento, Miles Davis e John Coltrane pra falar alguns.E os baixistas... os grandes: Jaco Pastorius, Marcus Miller, Arismar do Espirito Santo, John Patitucci, Ron Carter e Dave Holland. SEC: Com quais artistas já trabalhou ? EX:Chris Potter, Milton Nascimento, Maria Scheneider, Simon Spang Hanssen, Nene, Vander Lee e Chico Amaral. SEC: Qual sua visão sobre a nova geração , e as facilidades que a tecnologia permite atualmente? EX: Acho lindo! Eu ainda não me acostumei. É comum pra mim começar a assistir um vídeo e depois de vários links, ja se passaram varias horas e ainda estou com a sensação que não vi nada. SEC: Quais os futuros projetos e deixe uma mensagem final para os leitores da revista Som em Campo. EX: Gravar um próximo disco diferente dos últimos 3. Jamba, Peregrino e Novo Tempo. É um grande desafio.Estou sempre produzindo e gravando e isso me dá uma sensação boa de produtividade. Tambem trabalho na área da educação dando aulas na Universidade Popular de Musica – Bituca. Quero formar bons profissionais ali. Isso já acontece a 8 anos. Mensagem: Se você gosta de musica basta ouvir, ir aos shows, comprar cds e faixas no itunes. Isso é muito prazeroso. Mas se você é musico, tem que estudar, praticar, suar, se machucar, ter experiências e ter o objetivo bem claro do que você quer fazer com sua arte.


ENÉIAS XAVIER

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ENÉIAS XAVIER

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ENÉIAS XAVIER

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