Cem anos de solidão, o Amadis na américa

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Cem anos de solidão, o Amadis na América



Cem anos de solidĂŁo, o Amadis na AmĂŠrica Vargas Llosa





Em janeiro de 1967, o primeiro número de Amaru, revista de Letras e Ciências da Universidade Nacional de Engenharia, dirigida por Emilio Adolfo Westphalen, apresentou um fragmento de Cem anos de solidão. Esta publicação foi parte de uma extensa campanha de divulgação do trabalho do romancista colombiano, apoiada por uma rede de revistas e vozes críticas alternativas ao universo oficial. Mas não ficou aí. No terceiro número de Amaru, correspondente a junho-agosto de 1967, Mario Vargas Llosa escreveu um extenso e elogioso comentário sobre o romance. Este artigo é uma das primeiras marcas dos primeiros leitores de uma obra magistral que nos contagia e fascina.



Cem anos de solidão, o Amadis na américa

A aparição de Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, constitui um acontecimento literário excepcional: com sua presença luciferina este romance que tem o mérito pouco comum de ser, simultaneamente, tradicional e moderno, americano e universal, volatiliza as lúgubres afirmações segundo as quais o romance é um gênero esgotado e em processo de extinção. Além de escrever um livro admirável, García Márquez – sem se propor, talvez sem saber – conseguiu restaurar uma filiação narrativa interrompida há séculos, ressuscitar a noção grandiosa, generosa e magnífica do realismo literário que tiveram os fundadores do gênero romanesco na Idade Média. Graças a Cem anos de solidão se consolida mais firmemente o prestígio alcançado pelo romance americano nos últimos anos e este ascende, todavia, a um lugar mais elevado.


Um colombiano viandante Quem é o autor desta façanha? Um colombiano de trinta e nove anos, nascido em Aracataca, um povoado do litoral que conheceu no início do século a febre, o auge da cultura da banana e logo o colapso econômico, o êxodo de seus habitantes, a morte lenta e sufocante das aldeias do trópico. Quando criança, García Márquez ouviu, dos lábios de sua avó, as lendas, as fábulas, as prestigiosas mentiras com que a imaginação popular evocava o antigo esplendor da região, e reviveu, junto com seu avô, um veterano das guerras civis, os episódios mais explosivos e sangrentos da violência colombiana. O avô morreu quando ele tinha 8 anos. “Desde então não aconteceu comigo nada mais interessante”, declarou há pouco a um jornalista. Ocorreram-lhe muitas, entretanto: foi jornalista em Bogotá; em 1954, El Espectador o enviou à Itália para cobertura da morte de Pio XII, e como esta morte durou vários anos, se interessou em estudar cinema em Roma e viajar por toda Europa. Um dia ficou preso em Paris, sem trabalho e sem dinheiro; ali, num pequeno hotel do Bairro Latino, onde morava de fiado, escreveu onze vezes uma obra breve e mestra: Ninguém escreve ao coronel. Antes havia terminando um romance que esteve esquecido no fundo de uma mala, presa com um laço de cores, maturando-se, até que alguns amigos descobriram e levaram para impressão. Em 1956 regressou rapidamente a Colômbia para casar-se com uma bela mulher de traços egípcios chamada Mercedes e logo foi para a Venezuela onde viveu dois anos trabalhando em revistas e jornais. Em 1959 abriu o escritório da Imprensa Latina em


Bogotá, e no ano seguinte foi correspondente em Nova York por esta agência cubana. Em 1960 realizou uma viagem homérica pelo Deep South, com os livros de Faulkner debaixo do braço. “Voltar a ouvir falar espanhol e a comida quente nos decidiram a ficarmos no México”. Desde então, até este ano, vive na capital mexicana escrevendo roteiros para o cinema. Seu terceiro e quarto livros, Os funerais da Mamãe Grande e A má hora apareceram em 1962, ao mesmo tempo em que a editora Julliard lançava em Paris em a versão francesa de Ninguém escreve ao coronel. Um dia de 1965, quando viajava da Cidade do México a Acapulco, García Márquez “viu”, de uma vez, o romance que vinha trabalhando mentalmente desde quando era adolescente. “Tinha tão amadurecida que poderia ditar ali mesmo o primeiro capítulo, palavra por palavra, a uma datilógrafa”, confessou. Trancou-se então em seu escritório, abastecido de grandes reservas de papel e cigarros e ordenou que não fosse atrapalhado com nenhuma questão durante seis meses. Na verdade, esteve 18 meses preso neste cômodo de sua casa. Quando saiu dali, eufórico, intoxicado de nicotina, à beira de um colapso físico, tinha um manuscrito de 1.300 folhas (e uma dívida de 10 mil dólares). No cesto de papéis repousavam unas cinco mil folhas descartadas. Havia trabalhado durante um ano e meio, ao ritmo de oito horas por dia. Quando Cem anos de solidão apareceu publicado, alguns meses mais tarde, um público voraz esgotou os vinte mil exemplares em poucas semanas e uma crítica unanimemente entusiasta confirmaram o que haviam proclamado os primeiros leitores do manuscrito:


que a mais alta criação literária dos últimos anos acabava de nascer. A emancipação dos demônios

Cem anos de solidão prolonga e magnifica o mundo imaginário erigido pelos quatro primeiros livros de García Márquez, mas significa também uma ruptura, uma mudança qualitativa dessa realidade seca e áspera, asfixiante, onde transcorrem as histórias de A revoada, Ninguém escreve ao coronel, O veneno da madrugada, Os funerais da Mamãe Grande. No primeiro romance, este mundo aparecia descrito como pura subjetividade, através dos monólogos torturados e fúnebres de algumas personagens sonâmbulas perseguidas por uma negra fatalidade, incomunicável e culmina na tragédia. Macondo era assim, como o condado de Yoknapatawpha de Faulkner, como o porto de Santa María de Onetti, um território mental, uma projeção da consciência culpada do homem, uma pátria metafísica. Nos livros seguintes, este mundo descende das nebulosas alturas abstratas do espírito, a geografia e a história. Ninguém escreve... o dota de sangue, músculos e ossos; isto é, de uma paisagem, de um povoado, de usos e costumes, de uma tradição, onde, inesperadamente, se reconhecem os motivos mais recorrentes do costumbrismo e criollismo americanos, mas utilizados num sentido radicalmente novo: não como valores mas como desvalores, não como pretextos para exaltar a “cor local”, mas como símbolos de frustração, de ruindade e miséria. O famoso galo da índia que atravessa, esplêndido e encrespado, a pior literatura latino-americana como apoteose


folclórica, cruza metaforicamente as páginas que descrevem a agonia moral do coronel que aguarde a impossível separação, encarnado a sordidez provinciana e o suave horror cotidiano da América. Em Os funerais da Mamãe Grande e O veneno da madrugada, Macondo (ou seu alterego, “o povoado”) adquire uma nova dimensão: a mágica. Além de ser um recinto dominado pelo mal, os mosquitos, o calor, a violência e a preguiça vegetal, este mundo é cenário de situações inexplicáveis e estranhos: chovem pássaros; misteriosas cerimonias de feitiçaria são realizadas no interior das casas de palha; a morte de uma velha centenária aglomera em Macondo personagens vindas dos quatro cantos cardeais do planeta; um padre como se um judeu errante vagueando pelas ruas de Macondo em conversa com ele próprio. Este mundo, apesar de sua coerência, sua vitalidade, sua significação simbólica, padecia de uma limitação que agora descobrimos, retrospectivamente, graças a Cem anos de solidão: homens, coisas, sentimentos e sonhos sugeriam mais do que mostravam, porque uma camisa de força verbal prendia seus movimentos, limitava suas aparições, os sufocava e apagava na mesma ocasião que pareciam a ponto de sair de si próprios e explodir numa fantasmagoria incontrolável e alucinante. Os críticos (e tinham razão) elogiavam a precisão, a economia, a perfeita eficácia da prosa de García Márquez, a que nunca sobrara uma palavra, a que tudo estava dito com uma compacta terrível sensibilidade; aplaudiam a limpa, cingida construção de suas histórias, seu assombroso poder de síntese, a tranquila escassez de seus diálogos, a diabólica facilidade que


lhe permite amar uma tragédia com uma exclamação, tratar uma personagem com uma frase, resolver uma situação com um simples adjetivo. Tudo isto era verdade e era admirável e mostrava um escritor original, perfeitamente consciente de seus recursos expressivos, de quem havia domesticado seus demônios e os governava com seus caprichos. Que pôde dizer a García Márquez, esta tarde já distante entre Acapulco e México, a abrir as jaulas desses demônios, a entregar-se a eles para que o arrastassem a uma das mais loucas e temerárias aventuras destes tempos? A criação é sempre enigmática e suas raízes se perdem numa região obscura do homem que não podemos ter acesso por uma estrita razão: nunca saberemos que misterioso impulso, que ambição escondida tomou García Márquez nesta empresa gigantesca e arriscada que se propunha construir um muro de tijolos numa muralha da China, transformar a apertada, concreta aldeia de Macondo num universo, numa Brocelândia de inesgotáveis maravilhas. Mas sabemos, e isso nos basta, que venceu sua incrível pretensão. Uma imaginação temerária e verdadeira Em Cem anos de solidão assistimos, ante tudo, um prodigioso enriquecimento. A prosa matemática, contida e funcional se converteu num estilo de respiração vulcânica, num rio poderoso e cintilante capaz de comunicar o movimento, a graça, a vida das mais criaturas mais audaciosas da imaginação. Macondo, deste modo, alarga seus limites físicos, históricos e oníricos até um extremo que era difícil prever com


apenas a leitura dos livros anteriores de García Márquez, uma vez que espiritual e simbolicamente alcança uma profundidade, uma complexidade, uma variedade de matizes e significados que o convertem num dos mais vastos e duradouros mundos literários forjados por um criador de nosso tempo. A imaginação, aqui, rompe todas suas amarras e galopa, desbocada, febril, vertiginosa, autorizando-se todos os excessos, arrasando com todas as convenções do realismo naturalista, do romance psicológico ou romântico, até delinear no espaço e tempo, com o fogo da palavra, a vida de Macondo, desde seu nascimento até sua morte, sem omitir nenhuma das ordens ou níveis da realidade em que se inscreve: o individual e o coletivo, o lendário e o histórico, o social e o psicológico, o cotidiano e o mítico. Desde que Cervantes – como ensinam os professores de literatura – cravou um punhal nas novelas de cavalaria e as matou, os romancistas haviam aprendido a renegar sua fantasia, a eleger a zona da realidade como lugar para suas fábulas com exclusão das outras, a ser modestos e comedidos com suas criações. E aqui um colombiano viandante, agressivamente simpático, como uma risonha cara de turco, levanta seus ombros desdenhosos, manda a passeio quatro séculos de pudor narrativo, e faz seu o ambicioso desígnio dos anônimos bruxos medievais que fundaram o gênero: competir com a realidade de igual para igual, incorporar ao romance tudo quanto existe no comportamento, na memória, na fantasia ou nos pesadelos dos homens, fazer da narrativa um objeto verbal que reflita o mundo tal como é: múltiplo e oceânico.



À ronda das maravilhas Como nos territórios encantados onde cavalgaram Amadis, o Tirante, o Cavaleiro Cifar, o Espliandán e Florisel de Nisea, em Macondo voaram em pedaços as fronteiras mesquinhas que separam a realidade e a irrealidade, o possível e o impossível. Tudo pode acontecer aqui: a desmura e o excesso constituem a norma cotidiana; a maravilha e o milagre alimentam a vida humana e são tão verdadeiras e carnais como a guerra e a fome. Há tapetes voadores levam as crianças às alturas da cidade; imãs gigantes que, ao passar pela rua, arrebatam as panelas, os talheres, as jarras e os pregos das casas; barcos encalhados no matagal, a doze quilômetros do mar; uma peste da insônia e do esquecimento que obriga os habitantes a marcar cada objeto com seu respectivo nome (na rua principal um letreiro recorda: “Deus existe”); ciganos que conhecem a morte mas regressam à vida porque “não podem suportar a solidão”; mulheres que levitam e ascendem ao céu em corpo e alma; casais cujas transas formidáveis propagam ao seu redor sua fecundidade animal e a ferocidade vegetal; e um herói inspirado diretamente nos dos livros de cavalaria que promove trinta e duas guerras, tem dezessete filhos homens e dezessete mulheres que são exterminados numa só noite, escapa a catorze atentados, a setenta e três emboscadas e um pelotão de fuzilamento, sobrevive a uma quantidade de estricnina que seria suficiente para matar um cavalo, não permite jamais que o fotografe e termina seus dias, tranquilo e nonagenário, fabricando peixinhos de ouro num lugar de sua casa. Assim como García Márquez rende homenagem pública em seu livro a


três grandes criadores americanos com Macondo, discretamente, personagens seus (Víctor Hugues de Alejo Carpentier, Lorenzo Gavilán de Carlos Fuentes e Rocamadour de Julio Cortázar), num dos episódios mais fascinantes de Cem anos de solidão – a relação dos levantes armados do coronel Aureliano Buendía –, destila uma palavra luminosa, que é ao mesmo tempo uma chave e uma reparação ao caluniado Amadia: Neerlândia. Uma magia e simbolismo americanos Mas, atenção, é preciso que ninguém se engane: Macondo é Brocelândia e não é, o coronel Aureliano Buendía se parece com Amadis, mas é memorável porque não é. A imaginação desenfreada de García Márquez, sua cavalgada pelos reinos do delírio, a alucinação e o insólito, não o levam a construir castelos no ar, espelhismos sem raízes numa zona específica, temporal e concreta da realidade. A grandeza maior de seu livro reside, justamente, no fato de que tudo nele – as ações e os cenários, mas também os símbolos, as visões, as feitiçarias, os presságios e os mitos – está profundamente ancorado na realidade da América Latina, se nutre dela e, transfigurando-a, a reflete de maneira verdadeira e implacável. Nada foi omitido nem dissimulado. Nas paisagens de Macondo, esta aldeia entre as serras abruptas e pântanos esfumaçados, desfila toa a natureza americana, com suas neves eternas, suas cordilheiras, seus desertos amarelos, suas chuvas e seus terremotos. Um interesse pelas plantações de bananeira infesta o ar do lugar e atrai, primeiro os aventureiros e


traficantes sem escrúpulos; logo, os rapazes emissários do império. Em poucas páginas e uma personagem menor, Mister Brown, que se desloca num ostentoso vagão de vidro, bastam a García Márquez para descrever a exploração colonial na América e as injustiças, a sujeira que engendra. Nem tudo é magia, sonho, fantasia e festa erótica em Macondo; um fragor de hostilidades surdas entre poderosos e miseráveis ressona constantemente por trás dessas labaredas, uma pugna que as vezes (como num episódio atroz, baseado em fatos reais, a matança de trabalhadores grevistas na estação de trem) vidro, estoura numa orgia de sangue. E há, além disso, nos desfiladeiros e nos ermos da serra, esses exércitos que buscam e morrem interminavelmente na guerra feroz que dizima os homens do país e malogra seu destino, como ocorreu (como ocorre ainda) na história da Colômbia. Na crônica de Macondo aparece, refratada, como um raio de luz no espectro, a cruel massificação do heroísmo, a sabotagem das vitórias liberais alcançadas por guerrilheiros como Aureliano Buendía e Gerineldo Márquez por obra de políticos corruptos que, na remota capital, negociam estes triunfos e os convertem em derrotas. Uns encarquilhados homenzinhos chegam de vez em quando a Macondo, cheios de ridículo, a inaugurar estátuas e distribuir medalhas: são os representantes do poder, as pequenas imposturas animadas que gera uma grande impostura institucional. García Márquez os descreve com um humor caricatural e sarcástico que chega, inclusive, à crueldade. Mas em Cem anos de solidão não existe apenas uma transposição comovedora do rosto físico, da condição social e da mitologia da América; há, ainda, e isto era muito mais difícil


de transpor para a ficção, uma representação exemplarmente lúcida e feliz do desemparo moral do homem americano, um retrato definitivo da alienação que corrói a vida individual, familiar e coletiva em nossas terras. A bíblica tribo dos Buendía, essa estirpe obsessiva onde os Aurelianos sucedem aos Aurelianos e os Arcadios aos Arcadios, num jogo de espelhos inquietante e esmagador – tão parecido, de outro lado, ao dos Amadises e Palmerines –, se reproduz e se expande num espaço e tempo condenados. Seu escudo de armas, seus brasões, ostentam uma mancha fatídica: a solidão. Todos eles lutam, amam, se jogam inteiros em empreendimentos descabelados ou admiráveis. O resultado é sempre o mesmo: a frustração, a infelicidade. Todos são, cedo ou tarde, burlados, humilhados, vencidos nas atitudes que tomam. Desde o fundador da dinastia, que nunca encontra o caminho do mar, até o último Buendía, que voa com Macondo, arrebatado pelo vento, no instante mesmo que descobre o santo e a senha da sabedoria, todos nascem e morrem sem alcançar, apesar de suas titânicas atitudes, suas proezas desmesuradas, a mais simples e elementar das ambições humanas: a alegria. Em Macondo, essa terra onde tudo é possível, não existem, sem dúvidas, a solidariedade nem a comunicação entre os homens. Uma tristeza tenaz domina as ações e os sonhos, um sentimento contínuo de fracasso e de catástrofe. O que ocorre? Na terra de maravilhas tudo está regulado por leis secretas, invisíveis, fatídicas, que escapam ao controle dos homens de Macondo, que os movem e decidem por eles: ninguém é livre. Inclusive em seus bacanais, quando comem e bebem pantagruelicamente ou estupram como coelhos insaciáveis,


não se encontram a si mesmos, nem gozam de verdade: cumprem um rito cerimonial cujo sentido se mostra hermético. Não é este o destino trágico em que se traduz, em escala individual, o drama da América Latina? Os grandes flagelos que assolam nossas terras – a sujeição a uma metrópole estrangeira, a prepotência das castas locais, a ignorância, o atraso – não significam por acaso essa mutilação da pessoa moral, essa falta de identidade, esse sonambulismo hipnótico que envilece todas as manifestações da vida americana? Como qualquer dos Buendía, os homens que nascem na América, hoje em dia, são condenados a viver a solidão e gerar fios com rabo de porco, isto é, monstros de vida inumana e irrisória, que morreram sem realizar-se plenamente, cumprindo um destino que não foi escolhido por eles. Nos últimos anos, apareceu em diferentes lugares da América, uma série de livros que imprimem à ficção uma dignidade, uma altura, uma originalidade que põe nossa literatura num plano de igualdade com as melhores do mundo. Cem anos de solidão é, entre esses livros, um dos mais deslumbrantes e belos.




Imagem da capa: Lilly Pulitzer Imagens internas: Gabriel García Márquez fotografado por Rodrigo García Márquez, 1972; fotocópia da página de rosto da primeira versão corrigida de Cem anos de solidão; ilustração para material promocional de Cem anos de solidão , edição Jonathan Cape. Arquivo Harry Ranson Center. Tradução do texto: Pedro Fernandes de O. Neto Letras in.verso e re.verso




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