Revista reviver 21ªedição

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Bimestral | Edição nº21 |Setembro 2016 | Gratuita

REVIVER A velhice não passa de um estado de espírito

Faça você mesmo Vasos de barro reciclados e o seu primeiro Bonsai

Cabelos Brancos Saiba como assumi-los e continuar na moda

O Bom Cuidador Conheça os atributos que deve ter um cuidador informal

Mindfulness As vantagens de uma vida sem stress

Animais de Estimação A Merial Portuguesa explica-lhe os cuidados a ter com o seu gatinho

Na Esplanada com...

Irene Cruz


REVISTA REVIVER Sumário Setembro de 2016 REVIVER n.º 21

14 Editorial

36 Anti-inflamatórios Naturais

50 Mindfulness

03 “A geração perdida do envelhecimento Ativo”por António Ramos

tos e as receitas que precisa saber.

Separador

A moda dos Cabelos Brancos Desporto Sénior

04 Cada dia é uma vida. Uma

frase de Lúcio Séneca para si

28 Saiba como assumir os seus cabelos brancos de forma natural

50 Conheça os 5 melhores desportos para seniores

Faça você mesmo

Animais de Estimação

Sabia que...

24 Descubra quais são estes alimen- 46 Saiba os benefícios que

pode trazer aos seniores

06 Vasos de barro reciclados para a 33 A Merial explica-lhe como deve

sua casa, varanda ou jardim.

55 Existem curiosidades que cuidar do seu gato no 1º ano de vida nos enriquecem culturalmente.

O meu primeiro Bonsai

Receitas da Terra

Breves

10 Saiba tudo o que precisa para 34 Helena Ramos apresenta-lhe duas 56 Saiba quais são as breves

cuidar bem do seu primeiro bonsai. receitas saborosas e simples de fazer.

do momento e inspire-se.

O Bom Cuidador

Fotorreportagem:

Na Esplanada com...

14 Descubra que tipo de atributos 36 Irene Cruz. Aos 73 anos continua Guten Tag Berlim!

deve ter um cuidador informal.

no ativo e a dirigir o Teatro Aberto.

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Contos para avós

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Quem foi...?

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Envelhecimento Ativo

Separador

18 - Saiba o que falta fazer e mudar

40 A satisfação de vencer. Uma

no Envelhecimento Ativo.

frase de Marcus Cícero para si.

Agenda Cultural

66

Separador

Das Maçãs ao Cabo

Passatempos

42 Acompanhe-nos num passeio

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22 Compete-nos a nós viver bem.

Uma frase para si de Voltaire.

encantador pela costa de Sintra.

Ficha Técnica

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editorial A geração perdida do Envelhecimento Ativo Desde miúdo que uso uma expressão que assinala a condição humana de muitas pessoas, e que sempre me marcou. Para mim funciona como um lembrete do sortudo que sou, mesmo nos dias em que o ego me faz pensar ser a pessoa mais azarada do Mundo. Todos nós passamos por isso, mas essa expressão serve sempre para me trazer de volta à realidade. A expressão é “potencial desperdiçado”. Selectiva é algo que esta condição humana não é. Qualquer pessoa de qualquer etnia, idade, nacionalidade, religião ou condição social está sujeita a ser vitima de viver uma vida onde todo o seu potencial é negligenciado, menosprezado e, por fim, desperdiçado. Claro que o facto de não ser selectiva não implica que não tenha as suas inclinações, e normalmente as pessoas mais pobres são sempre as mais suscetíveis a viver nesta condição. Como qualquer outra pessoa, conheço quem assim seja. Aquele que se perdeu nas drogas, ou que se tenha conformado com um trabalho que não lhe dá prazeres nem alegrias, quem levou uma rasteira da vida, quem foi possuído pela loucura, aquele que, por mais talentoso que seja, não tem confiança própria nem auto-estima suficiente para acreditar que é capaz, ou até quem afoga no álcool a sua própria infelicidade. Aquela pessoa cheia de potencial mas que morreu demasiado nova, ou aquela que encontrou no crime o seu sustento, e chama à prisão a sua primeira casa. Com todas essas pessoas eu lamento, e com todas elas eu aprendo. E é por isso que cada vez que testemunhamos a humanidade no seu melhor, emocionamos-nos com aquilo que vemos, seja pela auto-superação de um atleta olímpico ou pelo gesto carinhoso e altruísta de alguém que se arrisca para salvar um animal. Qualquer coisa que nos orgulhe no Ser humano, enche-nos de esperança de que um dia, talvez todos nós possamos viver no máximo das nossas capacidades, com a garra e a auto-superação de um atleta, e a humildade de quem não acha a sua vida mais valiosa do que a de qualquer outra pessoa. Mas o que é que terá isto a ver com envelhecimento ativo? Mais do que acreditar, eu tenho a certeza que ainda não percebemos o quão sortudos somos por hoje em dia existir a noção de envelhecimento ativo. Inclusive tenho a certeza absoluta de que ainda não fomos capazes de transmitir ao certo no que consiste o envelhecimento ativo, e em demonstrar a sua importância. Mas como eu disse anteriormente, o “potencial desperdiçado” não é selectivo, e todas essas pessoas eu lamento e com elas aprendo. Há uns anos atrás, antes de existirem quaisquer opiniões formadas sobre envelhecimento ativo, as pessoas ficavam à mercê do destino. Após a reforma, mantinha-se ativo quem tinha o inconformismo nos genes, que se entediava com o próprio tédio e arranjava sempre coisas para fazer. Mas quando vejo com os meus próprios olhos a debilidade e vulnerabilidade daquelas pessoas a quem o envelhecimento não sorriu, tenho por elas carinho e vejo nelas uma grande lição. Sei que muitas delas tiveram uma vida dura, que muitas delas começaram desde novas com trabalhos pesados que hoje são feitos por máquinas e que pior, quando chegaram à idade da reforma, nada as preparou. A norma não era manter-se saudável, era sim esperar o menos de doenças possíveis. Aqueles que, em tempos foram homens e mulheres fortes e capazes, foram apanhados na rede de um envelhecimento desperdiçado. Toda uma geração inteira cheia de saber e valor que espera pela hora em que já nada pode fazer perante a dor e a doença. São essas pessoas que nos dão alento para continuarmos a nossa missão na REVIVER, para continuarmos a promover o envelhecimento ativo, porque elas merecem. Que as suas debilidades sejam um exemplo para nós, assim como foram as suas forças. Elas são a geração desperdiçada pelo envelhecimento ativo, os mártires do envelhecimento ativo, nós, os ainda capazes, devemos dignificá-las e viver a nossa vida ao máximo, não desperdiçar o nosso potencial. António Ramos


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“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.”

Lúcio Aneu Séneca


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Faça você mesmo Vasos de barro reciclados

Em Portugal a maioria das pessoas tem pelo menos um vaso para plantas no seu lar. Os vasos de barro são bastante acessíveis mas nem sempre combinam com a nossa decoração. Embora este seja um objecto decorativo tradicional nas habitações portuguesas existe a tendência de comprar vasos mais modernos. O preço dos vasos tem aumentado nos últimos anos, principalmente os mais estéticos e coloridos. Por isso, a REVIVER decidiu nesta edição apresentar-lhe algumas ideias de como reciclar os seus vasos de barro, deixando-os originais e modernos, poupando algum dinheiro.

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Vasos de Barro reciclados com tinta Esta sem dúvida é a maneira mais simples de reciclar um vaso de barro, dando-lhe uma nova vida. Pode pintá-los com apenas uma cor, com duas ou mais, ou fazer listas e formas geométricas. Para conseguir um bom resultado deve ter atenção aos materiais que vai usar. A Reviver recomenda: - Tinta (primário): A utilização do primário tem como objectivo permitir o melhor acabamento possível. Se quiser que as cores finais permaneçam e agarrem na perfeição, o uso é essencial. - Fita crepe adesiva: Esta é a fita usada pelos pintores para isolar as zonas que não querem pintadas. Se está a pensar em pintar o seu vaso de duas cores, fazer desenhos geométricos, então vai ter que usar esta fita. Ela só deve ser colocada em cima de tinta já completamente seca, ou no caso de coloca-la primeiro só deve ser retirada quando a tinta estiver quase seca na totalidade. Não deixe secar demais antes de removê-la, por vezes a tinta acaba por vir atrás deixando as linhas imperfeitas. - Tinta em Spray: Para pintar vaso de uma ou duas cores. Pintar com tinta de spray é rápido e não requer habilidade. O importante é isolar a zona que vai pintar com jornais e proteger as suas mãos com luvas e se possível utilizar máscara e óculos. Consoante a tinta escolhida, pode ter que dar mais que duas de mão. Deixe secar bem antes de voltar a dar mais uma mão de tinta. Não se esqueça de manter uma distância de pelo menos 30 cm entre a lata de spray e o objecto. - Tinta Acrílica e pincel: Para pintar desenhos ou pormenores. Alguns desenhos requerem alguma prática para ficarem perfeitos. Por isso pense bem na prática que tem e na destreza com o pincel. Pode pintar pormenores mais simples. Lembre-se de deixar sempre secar bem a tinta que está na base e só depois começar a pintar com a tinta acrílica. - Verniz Acrílico: Este é o remate final do seu vaso para conservar a sua pintura, principalmente se os vasos forem colocados no exterior. Para além disso o vaso ganha mais brilho. O verniz não tem que ser sempre aplicado, este é opcional.


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Vasos de Barro forrado com tecido Os vasos forrados com tecido tornam-se num pormenor delicioso no seu lar. Para além de proporcionarem um gigante leque de opções não requerem grande técnica. Para reciclar o seu vaso de barro com tecido irá precisar dos seguintes materiais: 1 Vaso de Barro ; Tecido à escolha que cubra na totalidade o vaso; Cola branca e pincel; 1 Tesoura; Spray impermeabilizante para tecidos

Passo a Passo de como forrar um vaso de barro com tecido 1º Passo: Envolva o vaso com o tecido escolhido para perceber se é suficiente ou até se é demais. Convém que a altura do tecido seja um pouco maior que o vaso para tapar o fundo do mesmo. Se o tecido estiver claramente a mais corte-o antes para que seja mais fácil na altura de colar. Com o pincel, cubra toda a superfície do vaso com uma boa camada de cola. 2º Passo: Agora é hora de começar a colocar o tecido. Agarre numa das pontas e comece a aplicação. Mantenha o tecido bem esticado e liso para não ficar com ar ou relevos. Quando o tecido tiver dado a volta completa ao vaso, deixe mais uns centímetros de tecido, para uma pequena e fina dobra. Essa irá permitir um melhor acabamento. Quanto ao tecido que ficou no fundo do vaso é altura de cortá-lo. Não corte junto à superfície do vaso, deixa que o tecido tape uns bons centímetros do seu interior. Para não se ver a cor do barro depois. 3º Passo: Depois de estar tudo colado, deixe secar pelo menos umas horas. Só depois aplique o spray impermeabilizante de tecidos. Agite bem a lata e mantenha a uma distância de pelo menos 20 cm entre o vaso e a lata. Pulverize de forma uniforme todo o vaso. E deixe a secar durante 24 horas. Este irá proteger o seu tecido da água quando regar o seu vaso. Mas não se esqueça que mesmo aplicando este spray este vaso é para o interior da casa ou para estar numa zona protegida no exterior.

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Outras ideias para reciclar os seus vasos Vasos de barro forrados com rendas: Para ter os seus vasos de barro forrados com renda é muito simples. Basta limpar a superfície do seu vaso se este não for novo, recortar as suas rendas com o formato que deseja e passar cola em toda a superfície do seu vaso e aplica-las. Depois passe mais uma camada de cola em toda a superfície (incluindo em cima das rendas) e deixe secar durante pelo menos 24 horas. E está pronto para ser utilizado por si. Vasos de barro com corda: Em edições anteriores já ensinámos a reciclar qualquer tipo de objecto com corda. Basta ver a 19ªedição da Revista Reviver. O processo também é simples mas em vez de cola branca deve usar cola quente e aplicar a corda em círculos. No final pode deixar ficar a cor original ou pintar com a cor que desejar em spray. Não tem jeito para pintar use um stencil à sua escolha. Hoje em dia são muito fáceis de comprar ou até pode fazer num cartão um desenho simples e recortar depois. Para aplicar o desenho do stencil no vaso, encoste o stencil (comprado ou feito por si) onde deseja ver aquele desenho e aplique a tinta de forma a cobrir todo o seu stencil. Assim não corre o risco de não passar uma parte do desenho para o seu vaso. Nem todas as pessoas têm jeito para pintar, no entanto são muito poucas as coisas que não têm solução hoje em dia. Existem diversas formas de reciclar os seus vasos de barro, tudo o que precisa é de usar a sua criatividade. Nem todas as pessoas usam os vasos de barro para colocar plantas, utilizam-nos também para construir peças decorativas criando novas formas e objectos decorativos. Recicle os seus vasos de barro e divirta-se a renovar a sua decoração. Deixe a sua criatividade fluir e desfrute do resultado final.

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O meu primeiro Bonsai É difícil não nos encantarmos com a beleza de um bonsai. Aquela pequena árvore tão perfeita num vaso com poucos centímetros. Quantos de nós não a desejámos ter mas excluímos a hipótese quando ouvimos que dá muito trabalho, é preciso tempo e bastante conhecimento. Embora muitos sites digam que isso não é verdade, basta ter paciência, no entanto isso não é bem assim. A verdade é que embora não seja o bicho de sete cabeças que muitos apresentam, convém saber os princípios básicos para criarmos o nosso tão desejado bonsai. Se gosta de desafios, talvez esteja na hora de criar o seu primeiro Bonsai. A REVIVER apresenta-lhe algumas sugestões para conseguir manter a sua pequena árvore durante muitos anos.

Introdução ao Bonsai O Bonsai é uma arte japonesa que procura conseguir reproduzir num pequeno vaso, de forma realista, qualquer árvore que se encontre na natureza. Qualquer espécie de árvore pode ser utilizada num bonsai, o que difere é o grau de dificuldade. Para criar um bonsai precisa perceber que a sua árvore vai crescer, irá precisar de ser conduzida, modelada e podada. Os bonsais não têm uma altura padrão, podem ter poucos centímetros ou mais de um metro de altura. Essa escolha será sua. O que precisa perceber é que a beleza de um bonsai está em reproduzir um ambiente o mais natural possível. Percebendo o conceito básico agora só precisa escolher qual será o seu bonsai.

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Como escolher o seu primeiro Bonsai? Em primeiro lugar deve decidir se deseja um bonsai de exterior ou interior. Como é natural, existem diversas opções para quem quer um bonsai para o seu jardim, quintal ou varanda. Para aqueles que desejam um bonsai dentro de casa as escolhas diminuem e os cuidados são maiores. Visto este ser o seu primeiro bonsai, a Reviver sugere um bonsai de exterior, visto existirem espécies mais fáceis de cuidar. Informe-se de todas as espécies de exterior que existem. Em segundo lugar precisa saber como vai obter o seu bonsai. Existem diversas opções, seja a partir das sementes (o processo mais demorado), a partir de enxertos, retirado da natureza, comprado num viveiro ou através de uma loja da especialidade. Para começar os processos mais demorados são mais complicados e levará alguns anos até começar a trabalhar a sério no seu bonsai. Por isso recomendamos comprar o seu bonsai num viveiro ou através de uma loja da especialidade. No viveiro pode escolher a espécie que irá transformar no seu bonsai. Se optar por um bom viveiro a probabilidade da árvore escolhida estar com um bom formato e saudável irá ajudar a formar o seu bonsai mais rápido. Tem a pequena desvantagem de ter que eliminar alguns ramos, o que pode deixar cicatrizes que irão demorar a sarar no seu bonsai. Desta forma na hora de escolher opte por mudas entre os 15 a 20 cm, com um tronco robusto e forte, evite ao máximo as mudas com ramificações na base e veja bem se existem vestígios de doenças ou ferimentos. A sua escolha deve ser feita a pensar na forma que deseja para o seu bonsai, por isso escolha bem a espécie e a muda. Se comprar numa loja da especialidade existem várias coisas que não vai ter que se preocupar. Normalmente existem os kits para principiantes, onde apenas vai ter que cuidar do seu bonsai e torná-lo aos poucos naquilo que idealizou. Dica: O primeiro bonsai serve para compreendermos como devemos cuidá-lo e como aplicar as técnicas. Não se preocupe extremamente com a sua aparência!

Como plantar um Bonsai ou trocá-lo de vaso? Se comprou a muda e não o kit de principiante vai ter que plantar o seu bonsai. Mas esta informação também é essencial para quem comprou o kit pois mais tarde ou mais cedo irá ter que mudar o seu bonsai para um vaso mais pequeno. Por isso deixamos aqui algumas dicas de como plantar um bonsai. Não se esqueça que o transplante deve ser feito quando as raízes ocuparem o vaso na sua totalidade. 1º- Escolha o seu vaso: Normalmente os vasos para bonsais são largos e rasos, mas o mais importante é terem os buracos próprios para a drenagem. Escolha o que mais se adequa à espécie que escolheu. Mas inicialmente não escolha um vaso muito caro, pois este vai ser mudado com alguma frequência. Cada coisa a seu tempo. 2º Que substrato deve ser usado?: Esta é uma pergunta frequente e a resposta também difere de espécie para espécie, mas depende essencialmente do clima na sua zona. Há quem use uma mistura de areia, com argila e húmus; há quem prefira pedriscos, com tijolo moído e carvão vegetal. Não existe um substrato ideal para qualquer bonsai. Por isso aconselhamos que se informe numa loja da especialidade para a sua espécie, abordando o clima em que vive. Certamente encontrarão a melhor solução para o seu bonsai.


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3º Cuidados a ter antes de colocar o seu bonsai num vaso: Antes de começar este processo a sua planta deve estar bem hidratada para suportar o stress do transplante. O seu primeiro passo para iniciar o transplante é passar dois arames pelos buracos de drenagem do vaso e fixá-los. De seguida coloque uma pequena camada de pedrinhas no fundo do vaso para ajudar na drenagem, no entanto não tape os buracos da drenagem. Agora pode retirá-lo do seu vaso antigo. Remova toda a terra presa nas raízes e verifique se estas estão saudáveis, se existirem danos remova essas raízes. De seguida pegue numa tesoura limpa e corte dois terços das raízes. Com o novo tamanho, espalhe as raízes que ficaram no fundo do vaso e prenda com os arames o tronco para fixar o seu bonsai ao solo. Por fim preencha o vaso até ao início do tronco com o substrato que escolheu. 4º Após o transplante é hora de regar o seu bonsai: Regue lentamente para deixar a terra na sua totalidade húmida. Nesta fase a rega deve ser mais frequente pois existem poucas raízes e solo. Deixe o seu bonsai na primeira semana após o transplante num local com pouca luz mas nunca no escuro. Leve-o gradualmente para o local definitivo.

Os principais cuidados a ter ao cuidar de um Bonsai Um bonsai não é um objecto decorativo, é um ser vivo que precisa dos cuidados básicos de qualquer planta, (rega, luminosidade e adubo) no entanto não exagere nos cuidados. Normalmente as principais causas da morte de um bonsai são a falta de luz e o excesso de água. Por isso se acertar nas três regras essenciais de como cuidar de uma planta, poderá ter um bonsai saudável por muitos anos. Dicas de rega: Regue o seu bonsai pela manhã ou no fim do dia. Se não sabe com que frequência deve regá-lo pense no seguinte, o solo deve estar sempre húmido, quando o solo estiver quase seco é altura de regá-lo. Nos dias mais quentes deve ter mais atenção ao solo. É preferível água a menos do que a mais, nunca encharque o solo. Não coloque água nos pratos dos vasos, ela pode apodrecer as raízes do seu bonsai. Dicas para uma boa luminosidade:Como já referimos anteriormente, grande parte das espécies dos bonsais são de exterior. Mas no entanto o seu bonsai não pode estar exposto o dia todo ao sol. Cada espécie tem uma necessidade de luz diferente e pode ir mudando o local até encontrar um definitivo. Analise as folhas, se estas estiverem amareladas existe excesso de luz, se estas estiverem muito escuras existe escassez. O que importa é encontrar um local onde ela estabilize e esteja saudável. Dicas para adubar: Adubar o seu bonsai é muito importante pois o substrato no vaso não chega para suprimir as necessidades da sua planta. Quando começar a utilizar o adubo opte por um orgânico em pó, só mais tarde é que deve começar a adicionar outro tipo de adubo. Nunca use o adubo em excesso, este mata mais rápido um bonsai do que a falta do mesmo.


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O que saber sobre modelar e podar um Bonsai Esta é parte artística do bonsai. É a moldar e a podar que irá conseguir dar uma forma única à sua planta. Estas duas técnicas exigem paciência e cuidado. As suas decisões irão influenciar o aspecto final do seu bonsai.

Modelagem: Antes de começar a modelar o seu bonsai é necessário que este esteja bem adaptado ao ambiente onde está. Nesta técnica não existem regras padrão, o objectivo é representar uma árvore na natureza e para tal tem que direcionar os ramos a assumirem as direcções e posicionamento que pretende através da moldagem. Veja imagens reais da sua espécie na natureza e inspire-se. Quanto há técnica de modelar a mais comum é utilizar o fio de cobre para não deixar cicatrizes na sua planta. Os galhos da base devem ficar na horizontal. Quando os ramos que estão a ser modelados estiverem estáveis devem ser retirados os fios para permitir o resto do desenvolvimento. Podar: Os pequenos ramos indesejados devem ser removidos de início, todavia a poda deve ser feita apenas quando a sua planta tiver minimamente desenvolvida. Esta deve ser feita com cautela e paciência, não realize a poda sem antes planejar o que quer fazer. Nunca se guie por outros bonsais e sim pelas árvores na natureza. Remova o excesso de galhos, torne o tronco visível, limpando a copa removendo o excesso de folhas nessa zona, na base opte por poucos e grandes galhos pois é no topo que deve ter mais ramificações. Use a sua imaginação e tenha paciência, o bonsai é uma escultura viva não se esqueça. Em caso de dúvidas existem diversas lojas e sites especializados, informação nunca é demais. Informe-se e peça ajuda se precisar mas acima de tudo divirta-se a cuidar do seu bonsai.

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Como ser um bom cuidador? Saiba quais os atributos que deve ter um cuidador informal Quando passamos a ser responsáveis pelos cuidados de um familiar, seja por doença crónica ou simplesmente pela recuperação de uma cirurgia, deixamos de ser apenas a filha ou o filho preocupado. Passamos a ser cuidadores, com todas as responsabilidades implícitas do cargo. O bem estar daquela pessoa que tanto amamos é agora o nosso foco principal, e de certeza que queremos cuidar dela da melhor maneira possível. Mas se cada caso é um caso e se cada pessoa necessita de cuidados diferentes, o que define um bom cuidador? Quais são os atributos comuns que os caracterizam? Foi isso que quisemos saber.

Cuidados em Família Ao olharmos para o contexto dos cuidadores informais, apercebemo-nos que providenciar os cuidados necessários a um membro da família é um acto de amor e lealdade. Conforme a esperança média de vida aumenta e a medicina avança, cada vez mais pessoas vão viver mais tempo com doenças crónicas ou problemas funcionais, o que significa que cada vez mais pessoas vão participar no processo de cuidar. Mas face a estas novas responsabilidades, para as quais normalmente não estamos preparados nem antecipamos, ser cuidador informal pode ser um desafio, intimidador, opressivo e extenuante. Por um lado queremos dar os melhores cuidados possíveis, mas por outro não temos a certeza se seremos capazes. A vida dá uma reviravolta, a rotina diária desregula-se e não é fácil gerirmos a nossa própria vida enquanto somos responsáveis pelos cuidados e o bem estar de quem precisa de nós. A boa notícia é que não precisa ser nem santa(o) nem enfermeir(o) para ser uma excelente cuidador.

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Cuidador Informal: 5 Conselhos de Um Mundo Novo Se tem a seu cargo um familiar dependente e é tudo novo para si nesta fase da vida, deixa-mos-lhe estes 5 conselhos que o podem ajudar nesta nova etapa:

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Aprenda o Máximo que Puder: Eduque-se e aprenda tudo sobre o seu familiar e o seu diagnóstico, a doença ou debilidade que o afecta e as melhores formas de cuidar dele. Quanto mais souber mais eficaz será e sentir-se-á melhor na pele de cuidador.

Confie Nos Seus Instintos: Não ignore o que os médicos e especialistas dizem, mas você é quem conhece melhor o seu familiar. Confie também nos seus instintos.

Promova a Independência: Muitas pessoas no papel de cuidador, não conseguem pôr de parte o lado paternalista. Cuidar de uma pessoa não significa fazer-lhe tudo. Incentive o seu familiar a ser o mais independente possível, e mantenha-se receptiva(o) a estratégias ou tecnologias que permitam essa independência. Partilhe dúvidas e experiências Ajuda saber que somos compreendidos e ter apoio de pessoas que sabem realmente aquilo que estamos a passar. Sentirmos-nos sozinhos e impotentes é das piores sensações, por isso procure grupos de apoio com quem possa conversar, partilhar experiências e sugestões e várias outras formas de darem apoio nesta fase dificil.

Conheça os seus limites Este é um dos pontos mais importantes. Costumamos dizer que para cuidar bem é preciso estar bem, por isso seja realista quanto aos seus limites, quanta dedicação e tempo pode dar de si próprio. Comunique esses limites aos médicos, a membros da família e a outras pessoas envolvidas.

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O que define um bom cuidador? Para cuidarmos bem de quem quer que seja uma coisa é essencial; preocupação genuína. Todos nós somos capazes de cuidar se nos preocuparmos com a pessoa de quem cuidamos. Mas apesar de ser essencial, a preocupação não é suficiente para que possamos ser bons cuidadores, existem outros atributos igualmente importantes. As características comuns nos bons cuidadores são:

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Empatia: A ligação afectiva é determinante, mas a capacidade de criar empatia com a pessoa estende-se também à capacidade de compreender aquilo pelo que o doente está a passar. Ao simpatizar com a pessoa e compreendê-la, permite ao cuidador colocar-se no lugar dela, identificar e suavizar os medos e as preocupações do familiar.

Paciência: Cuidar de pessoas mais velhas não é uma tarefa fácil por muitas razões e qualquer cuidador sabe disso. Vão estar em jogo personalidades, orgulhos, feitios e teimosias e por vezes a sua boa vontade em ajudar vai ser testada. Para conseguir ultrapassar esses momentos de maior frustração da forma mais positiva, a paciência e a determinação são imperativas. Lembre-se que, ao colocar-se nos "sapatos" do seu familiar verá que é uma situação muito delicada e igualmente frustrante para ele.

Flexibilidade: Como tudo na vida, a situação pode mudar de um dia para o outro, ou algo inesperado pode acontecer. Um bom cuidador reserva tempo para si próprio, mas sabe que tem de manter o seu horário flexível para poder dar o apoio e auxílio necessários ao seu familiar. Quem for muito rígido neste aspecto pode vir a encontrar dificuldades em lidar com os cuidados da melhor maneira.

Confiável: Um excelente cuidador é alguém com quem se pode contar. Aquilo com que se compromete é a sua palavra de honra, e se diz que vai estar lá "naquele dia, àquela hora" faz de tudo para cumprir. Quem está dependente precisa de confiar na ajuda do seu cuidador.


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Capacidade de Resposta: Este é um trabalho que exige atenção constante e capacidade de antecipar potenciais complicações ou eventos. Para isso um bom cuidador não só precisa de ser uma pessoa atenta e conhecer bem a pessoa de quem cuida, mas precisa também de ser uma pessoa com iniciativa e capacidade de dar uma resposta rápida à exigência das situações. Estão sempre conscientes das necessidades físicas e emocionais do doente.

Encorajador: Como referimos anteriormente um bom cuidador promove a inde-

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pendência e a funcionalidade da pessoa de quem cuida. Para isso deve identificar que tipo de apoio precisa de dar e quais são as verdadeiras necessidades da pessoa. É importante que seja encorajador para que incentive a pessoa a fazer mais do que aquilo que ela acha que consegue. Muitas das pessoas dependentes desistem de tentar por si só e perdem a confiança em si. Esse encorajamento faz toda a diferença.

Senso de Humor: Este é um bom indicador de que o cuidador é capaz de lidar e tolerar situações mais complicadas, o que é importante dado que cuidar envolve condições que a maioria das pessoas iria achar desafiadoras e complicadas. O sentido de humor também é importante para aligeirar o ambiente e deixar o doente mais confortável. Este facto ajuda o bem estar geral tanto do doente como do cuidador.

Força Emocional: Enquanto humanos é muito dificil não nos sentirmos afectados

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pelas condições de pessoas doentes, ainda mais para os cuidadores que formam uma ligação de outro nível e genuína com a pessoa. No entanto, esta ligação pode ser prejudicial quando as doenças se agravam ou a morte se aproxima. É importante que o cuidador mantenha uma atitude de força perante o seu sofrimento emocional, principalmente para benefício do doente.

Gestão Básica das Necessidades: É aqui que o cuidador precisa de ser um multifacetado. Para além de ser capaz de fazer pequenas tarefas domésticas, também é importante ter algumas capacidades medicinais, como fazer a medição e controlo dos sinais vitais, da pulsação, da respiração e da pressão sanguínea. Para além disso um bom cuidador é também capaz de gerir, identificar e quantificar a medicação necessária.

Encontra Ajuda: O bom cuidador é aquele que coloca as necessidades do seu familiar

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antes das suas. Responder às necessidades do familiar resume-se a providenciar-lhe toda a ajuda possível que está ao seu alcance. O bom cuidador sabe e reconhece que não pode fazer tudo e é por isso que encontra as soluções adequadas, na comunidade ou em serviços profissionais, que respondam às necessidades do seu familiar e contribuam para o seu bem estar e qualidade de vida.

Quem cuida quer cuidar bem, e para isso é preciso saber quais são os atributos e as ferramentes necessárias que permitam tornar-se no melhor cuidador possível. Não se esqueça que isso engloba ter a capacidade de cuidar de si próprio para poder estar em condições físicas, psicológicas e emocionais para poder contribuir com uma ajuda positiva para o seu familiar.

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O QUE FALTA FAZER PELO A Organização Mundial da Saúde define o envelhecimento saudável como o "Processo de desenvolvimento e manutenção da habilidade funcional que possibilita o bem estar numa idade mais avançada". A Directora Geral da OMS, Margaret Chan afirma que "envelhecimento saudável é mais do que a ausência de doença. Manter a habilidade funcional tem a maior importância", mas esta noção tarda em chegar a Portugal. Continuamos a trabalhar de modo a evitar ou diminuir a doença e não a promover a funcionalidade. Se analisarmos a vida como um todo, enquanto seres humanos, podemos concluir que o resultado mais favorável possível é o de construir, manter e viver até ao fim da vida uma independência funcional. Para isso são necessárias mudanças individuais, sociais e institucionais, todas elas importantes e correlacionadas se o objectivo é promover a saúde e o bem-estar durante toda a vida, e neste caso nos seniores.

#MUDANÇA DE MENTALIDADE INDIVIDUAL Referimos as mudanças individuais por uma razão óbvia, sem elas, todas as outras são em vão. Tem de existir uma vontade pessoal e íntrinseca de viver bem a vida toda. Se forem feitas as mudanças sociais e institucionais necessárias, mas mesmo assim as pessoas não tiverem esta vontade, de pouco vale. Como é costume dizer-se, não podemos ajudar alguém que não quer ser ajudado, ou pelo menos torna-se muito mais difícil. Esta noção aplica-se a quase tudo. Primeiro é necessária uma vontade inabalável de mudar de mentalidade. A ideia do "não sou capaz..." ou "já não tenho idade para..." são desculpas para ficarmos na zona de conforto, e terão repercurssões mais tarde.

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ENVELHECIMENTO ATIVO #MUDANÇA DE MENTALIDADE INSTITUCIONAL As instituições podem ser definidas como "organizações ou mecanismos sociais que controlam o funcionamento da sociedade" ou "organismos que cumprem uma função de utilidade pública". As pessoas representam-se através das instituições, porque através da maneira como estas pensam, agem e sentem, determinam valores e comportamentos que visam satisfazer as necessidades da sociedade, manter a democracia, a justiça os direitos humanos, a igualdade e a cidadania. São o espelho da nossa sociedade, mas ainda deixam muito a desejar no que diz respeito a promover o envelhecimento saudável. Com isto não queremos dizer que não existam instituições que cuidam bem dos idosos necessitados e que façam excelentes trabalhos de solidariedade. Mas no que diz respeito ao envelhecimento saudável ainda são demasiado conservadores. Há que alterar o conceito e difundi-lo verticalmente, desde as instituições mais pequenas e com menos responsabilidade às de maior poder e influência. A ideia de vida ativa e saudável deve começar na escola, assim como a promoção do envelhecimento funcional tem de ser implementado em todas as instituições, sejam sociais, políticas, religiosas, de caridade, educacionais, cientifícas, entre todas as outras.

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#MUDANÇA DE MENTALIDADE SOCIAL Por fim, é de extrema importância mudar a forma como encaramos socialmente o envelhecimento. Enquanto predominar o preconceito de que a vida piora drasticamente após os 65 anos, enquanto não se valorizarem as pessoas seniores pelas suas capacidades, em vez de apontarmos as incapacidades, enquanto houver medo de envelhecer, enquanto existirem problemas de assumir a idade com orgulho, enquanto estigmatizarmos as pessoas como "pobres velhinhos" há muito caminho a percorrer. As mudanças sociais devem ser na direcção de promover a saúde, a funcionalidade, a independência e a celebração da vida a qualquer idade, em vez de promovermos uma vida o menos doente possível, o consumo desregulado de comprimidos, a infantilização dos idosos e a iminência de uma vida dependente e assistida. Para muitos promover a saúde e promover o mínimo de doença possível pode ser semelhante, mas a diferença é enorme. Como já referimos, todas estas mudanças estão interligadas, cada uma influencia a outra. Uma mudança individual pode influenciar uma mudança institucional que por sua vez pode influenciar uma mudança social, e vice versa. Mas se as mudanças de mentalidade são necessárias, outro tipo de intervenções também são importantes.

ONDE INTERVIR? Se o foco principal é viver de forma saudável, funcional e independente, primeiro há que identificar quais são os factores de risco que levam as pessoas à incapacidade e à dependência. Esse deve ser o foco das acções de saúde pública direccionadas aos adultos e à população sénior. As intervenções devem incidir em factores de risco que sejam controláveis e possíveis de modificar e dar-lhes relevância segundo o nível de "proximidade": 1 - Factores de Risco Próximos: Aqueles que se relacionam com as doenças e as debilidades como é o caso da hipertensão, má nutrição e diabetes, humor, deficiências cognitivas, distúrbios músculo-esqueléticos, fragilidade e prescrições médicas inapropriadas. 2 – Factores de Risco Imtermédios: Relacionam-se com os hábitos de saúde e os comportamentos não saudáveis, como o consumo de tabaco, álcool e outros vícios, ou um estilo de vida sedentário e uma dieta pouco saudável. 3 – Factores de Risco Distantes: Mais difíceis de mudar, ainda assim não são impossíveis, os factores de risco mais distantes podem ser o contexto económico, a educação e determinantes socio-culturais, a poluição atmosférica ou a exposição ao barulho e ao Sol. 4 – Factores de Risco Não Controláveis: Representam os factores de risco impossíveis de mudar, pelo menos até à data, como é o caso da genética, etnia, género, Q.I ou contexto familiar. Visto que não são controláveis não devem ser o foco das intervenções de promoção da saúde ao longo da vida.

COMO INTERVIR NA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO NA IDADE ADULTA? Já por várias vezes a REVIVER defendeu a importância de promover o envelhecimento ativo e saudável o mais cedo possível, onde as instituições de ensino podem representar um papel essencial. Contudo, não menos importante é promovê-lo junto das pessoas que já estão na idade sénior ou próximas dela. Com base no artigo "Michel J-P, et al. Healthy ageing: Evidence that improvement is possible at every age. Eur Geriatr Med(2016)" referimos 4 tipos de intervenções que demonstram que hábitos e comportamentos saudáveis durante a "segunda fase" da vida podem melhorar a capacidade funcional mesmo em idades mais avançadas. 20 REVIVER


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#1 - INTERVENÇÕES FOCADAS EM HÁBITOS E COMPORTAMENTOS SAUDÁVEIS Desporto e exercício físico durante a "segunda parte" da vida têm vantagens comprovadas, e fazem uma diferença evidente na qualidade de vida. Uma dieta adaptada durante a idade adulta modifica bastante a saúde. A mais aconselhada é a dieta mediterrânica. Adultos não fumadores têm mais probabilidade de viver mais tempo e com mais saúde. O tabaco é responsável por milhões de mortes prematuras no Mundo. Contrariamente ao que alguns estudos fizeram crer, o consumo de alcoól moderado não aumenta a longevidade.

#2 - INTERVENÇÕES FOCADAS EM DOENÇAS QUE AUMENTAM A DEBILIDADE E MORTALIDADE Segundo Michael J-P, dois grupos de doenças crónicas devem ser identificados. As doenças mortais que em caso de sobrevivência causam debilidade e as doenças geriátricas clássicas que aumentam a debilidade. Também os efeitos adversos dos medicamentos mal prescritos devem ser abordados. Assim é sugerido: – Plano de Vacinação Para o Longo da Vida. Segundo a OMS mais de 2.3 milhões de mortes são prevenidas anualmente graças às vacinas, mas assinala uma disparidade enorme entre as crianças e os adultos, o que reflecte crenças e atitudes erradas perante a vacinação. – Intervenções nas doenças cardiovasculares, renais e neurológicas durante a meia idade. Cada uma delas pode ser responsável por uma maior dependência ou morte, e por isso é importante indentificá-las enquanto ainda são reversíveis e demonstrar que a prevenção é útil mesmo em fases mais avançadas da vida. – Prevenção da Diabetes. Assim como no ponto anterior, esta doença silenciosa precisa ser identificada enquanto pode ser reversível. – Prevenção de doenças respiratórias crónicas, como é o caso da asma.

#3- INTERVENÇÕES FOCADAS EM DOENÇAS CRÓNICAS QUE MAIS AUMENTAM A DEBILIDADE – Prevenção na meia-idade do declínio cognitivo e da demência. – Prevenção na meia-idade de doenças musculo-esqueléticas. – Prevenção na meia-idade de deficiências sensoriais relacionadas com a idade, como a visão, audição, olfacto e a função vestibular (equilibrio e noção de espaço). –Medicação e o seu potencial efeito negativo em dependências associadas à idade.

#4- INTERVENÇÕES FOCADAS NA FRAGILIDADE – A potencial reversibilidade espontânea da fragilidade. Esta pode ser caracterizada por perda de peso involuntário, exaustão, pouco consumo de energia física, marcha lenta e fraqueza de mãos e pulsos para apertar/agarrar. Mas pode ser reversível. – Factores de risco ou não associados à transição do estado de fragilidade, ex AVC's, cancro. –A mistura dos resultados de testes de controlo para reverter a fragilidade, como por exemplo suplementos de proteína-energéticos apenas, são menos eficazes que o exercício físico, mas os dois combinados são mais eficazes que qualquer um individualmente. O envelhecimento não começa aos 65 anos de idade, mas sim desde o momento em que somos concebidos. Por isso é importante termos estas intervenções e mudanças em conta. Todas elas podem ser úteis a qualquer idade, para podermos realmente promover o envelhecimento ativo. REVIVER 21


“Deus concedeu-nos o dom de viver; compete-nos a nós viver bem” Voltaire

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SEPARADOR


O poder dos anti-inflamatรณrios

NATURAIS


A PENSAR EM SI Com o acesso à informação nos dias que correm, as pessoas estão cada vez mais interessadas em melhorar a sua saúde de forma natural e saudável. Embora 38% da população portuguesa recorra a automedicação para resolver alguns problemas de saúde, não nos podemos esquecer que podemos estar a prejudicar gravemente alguns órgãos vitais do nosso corpo. A REVIVER decidiu esta edição apresentar algumas soluções naturais para ajudar a combater inflamações no nosso organismo. Estas soluções não só previnem futuras inflamações como ajudam a diminuir as mesmas no nosso corpo. Em primeiro lugar é importante referir que a inflamação é um processo necessário e natural do organismo. Esta é essencial para defender o nosso corpo e alertar possíveis problemas de saúde. O aumento e a continuidade das inflamações é que acaba por ser preocupante pois gera alterações no equilíbrio celular, podendo diminuir significativamente as defesas do organismo e originar alguns doenças graves, como é o caso do cancro, diabetes, alzheimer, doenças de coração, alergias, etc. Se vai optar por começar a levar uma alimentação mais saudável para combater inflamações e outros problemas, deve perceber primeiro que existem alimentos anti-inflamatórios (combatem as inflamações) e pró-inflamatórios (que causam inflamações). Em ambos os casos o consumo deve ser moderado, mas com esta informação deve aumentar na sua dieta alimentar o consumo de alimentos anti-inflamatórios e diminuir os pró-inflamatórios.

Alimentos anti-inflamatórios que deve acrescentar às suas refeições

Gengibre

Açafrão

Azeite Oliva E.V

Alho

chá verde

Abacaxi

Linhaça

Abacate

Aipo

Nozes

Tomate

Aveia

Alimentos pró-inflamatórios que deve reduzir rapidamente da sua dieta alimentar

Carne Vermelha

Leite e queijo amarelo

Refrigerantes b. alcoólicas

Fritos e Fast Food

Milho e derivados

Alimentos ricos em glúten

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RECEITAS ANTI-INFLAM

Infusão de Açafrão e Mel

Chá de gengibre e cravo-da-índia

Para eliminar dores articulares:

Para combater inflamações na garganta

Já falámos várias vezes dos benefícios que o açafrão tem para a saúde. As suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antioxidantes combatem diversos problemas no nosso organismo. Beber uma infusão de açafrão e mel é uma excelente opção antes de recorrer ao ibuprofeno. Para preparar esta infusão é necessário:

O chá de gengibre e cravo-da-índia é uma óptima opção para combater uma inflamação na garganta devido à sua ação anti-inflamatória, analgésica e antisséptica. Para preparar este chá é necessário: Ingredientes:

Ingredientes: - Uma colher pequena de açafrão (20 gr) - 3 copos de água (750 gr) - 3 colheres pequenas de mel (60 gr)

- 1 Xicara de água a ferver - 1gr ou 2 cravos-da-ínida - 1 cm de gengibre Preparação:

Preparação: Coloque o seu recipiente com a água ao lume. Quando esta estiver a ferver acrescente a colher de açafrão. Deixe a mesma continuar a ferver por mais 10 minutos e desligue o lume. Mantenha a mesma a repousar. Coe a sua infusão e adicione as três colheres de mel. E está pronta a sua infusão! Para sentir melhoras nas suas articulações deve ir bebendo com regularidade ao longo do dia.

Coloque a água ao lume e deixe-a ferver. Quando estiver a ferver acrescente os cravos-daíndia e o gengibre. Deixe repousar por 10 minutos, coe de seguida e está pronto. Deve beber o chá após ele estar pronto, e repetir o mesmo processo durante o resto do dia.


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ATÓRIAS N A T U R A I S

Compressa de Arnica

Sacos de chá verde

Anti-inflamatório muscular natural

Anti-inflamatório para a pele natural

Para ajudar a passar aquelas dores musculares é uma excelente opção usar uma compressa de arnica. A arnica é famosa por ser uma planta medicinal com acção anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana.

Quem nunca ouviu falar dos benefícios do chá verde. Mas nem todos sabem dos benefícios que este pode ter colocado em contacto directo com a pele. O chá verde é um excelente anti-inflamatório natural que consegue diminuir a vermelhidão e o inchaço na pele.

Para preparar esta compressa é necessário: Ingredientes: - 2 colheres (chá) com flores de arnica - 500 ml de água Preparação: Colocar a água ao lume e deixá-la ferver. Quando estiver fervida, adicione as flores de arnica. Deixe repousar durante 10 minutos, de seguida coe a infusão. Após este processo deve mergulhar a compressa e aplica-la ainda morna na região inflamada.

Pode aplicar o chá verde da seguinte forma: Preparação: Aqueça a água e coloque os 5 saquinhos de chá verde. Espere que estes fiquem mornos, para evitar queimadoras. Quando os sacos de chá estiverem mornos aplique na pele durante 10 minutos. Veja os resultados e repita se necessário o processo. Dica para ter em atenção: Não exagere nas doses de nenhum alimento aqui referido. E caso a situação persista procure o seu médico de família. As receitas são naturais, mas caso seja alérgico a qualquer ingrediente referido não deve optar por esse anti-inflamtório natural.

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A moda dos Cabelos Brancos Não é só assumi-los é preciso saber fazer a transição e cuidar deles.

Durante as últimas décadas a maioria das pessoas queriam esconder os seus cabelos brancos a todo o custo. Hoje a realidade é outra. As modas aparecem e desaparecem a uma velocidade que é difícil acompanhar, mas parece que assumir os cabelos brancos é uma tendência que está para ficar. Não só por diversas figuras públicas terem assumido os seus cabelos brancos mas também pela beleza natural ter ganho mais destaque nos dias que correm. No entanto, não pense que para ter um cabelo branco deslumbrante basta deixar de pintá-lo, é preciso saber cuidar dos seus fios brancos e conhecer como deve ser feita esta mudança. A REVIVER deixalhe várias sugestões de como pode assumir os seus cabelos brancos e como cuidar dos mesmos. Em primeiro lugar é preciso entender algumas coisas quando se fala em assumir os seus cabelos brancos. Não é uma questão de coragem e sim sentir-se bem e confiante com o seu cabelo como ele é de forma natural. Não adianta ter coragem e deixar de pintá-lo e depois não se sentir atraente com este. Existem diversas pessoas que dificilmente deixariam de pintar o cabelo, pois sentem que a sua imagem fica mais pesada e envelhecida. Para outras o cabelo branco é um processo natural do envelhecimento mas não sabem como deixar o seu visual deslumbrante com essa opção. E é a pensar em quem gostaria de assumir os seus brancos que decidimos informar sobre este processo e apresentar algumas soluções e dicas.

Assumir os brancos é um processo de transição 1º - Se pensa que o seu cabelo branco fica uniforme automaticamente, repense se está preparada para este processo a médio/longo prazo. É necessário que esteja mentalizada que este processo deve ser feito com calma, o que vai exigir alguma força de vontade para atingir o look que pretende. Não se esqueça que pintou o seu cabelo durante vários anos, a sua coloração não é uniforme, por isso é preciso deixá-lo crescer. Mentalize-se para este processo antes. 2º- É necessário perceber com que velocidade cresce o seu cabelo branco. O crescimento do cabelo difere de pessoa para pessoa. Por isso é necessário perceber quanto tempo leva o seu cabelo para atingir um certo tamanho. A melhor solução é deixar de pintá-lo durante pelo menos 2 meses. Assim irá ter consciência de quanto tempo levará o seu cabelo a crescer. 3º - Não recomendamos que este processo seja feito sem a ajuda de um profissional. O processo de transição do cabelo pintado para o natural pode ser um pouco demorado. Mas após realizar o seu objectivo as idas ao cabeleireiro vão diminuir significativamente. Por isso enquanto está a realizar este processo é importante que consulte um cabeleireiro profissional, pois consoante a cor com que pintou o seu cabelo em cima dos brancos existem diferentes soluções. Quem costuma pintar o cabelo de castanho ou tons escuros sobre o branco, irá necessitar de uma coloração dois tons a baixo. Ao contrário de quem pinta o cabelo de loiro por cima dos cabelos brancos, estas apenas precisam deixar crescer o cabelo natural. 28 REVIVER



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4º - Usar produtos indicados para esta fase de transformação. É sempre bom usar os produtos mais adequados nesta altura, um bom shampoo e amaciador que consiga nutrir os seus fios de cabelo, um spray que active o brilho e proteja a sua cor branca, para não ficar amarela com a poluição, fumo do tabaco, etc. Tente ao máximo escolher produtos naturais ou que a sua composição não seja demasiado agressiva e sintética. 5º - Aguardar e continuar a tratar do cabelo até ao final desta fase.

Que corte devo usar ao assumir o cabelo branco? Para quem usa o cabelo curto não terá dificuldade em adoptar um novo corte de cabelo que favoreça esta transição. Para quem gosta de um cabelo longo é aconselhado que faça uma mudança no seu visual, para o processo ser mais rápido. 1º - Corte muito curto: Para quem gosta de ter o cabelo bem curtinho é a melhor forma de ultrapassar rapidamente este processo de transição entre o cabelo pintado e o natural. Ao cortar o seu cabelo muito curto pode conseguir rapidamente a coloração branca natural do seu cabelo quando este começar a crescer. 2º - Corte a direito acima do maxilar: Este corte irá ajudar a acelerar a transição embora ainda precise de fazer alguns tratamentos no seu cabeleireiro. No entanto se o seu cabelo crescer com alguma velocidade não irá demorar muito tempo até ter o seu cabelo natural na totalidade. 3º - Corte a direito pelos ombros: É um corte que lhe dará um ar leve e moderno, principalmente se optar por uma franja. Este corte não é o mais indicado para esta fase, mas se continuar a tratar o seu cabelo no cabeleireiro, pode optar por ele embora demore mais alguns meses até o seu cabelo ficar na totalidade com o seu tom natural. Dica: Embora os cabelos compridos sejam muito apreciados pelas mulheres, nesta altura pode tornar-se um pouco pesado e irá demorar muito tempo até que este fique com a sua cor de forma uniforme. Mas não desespere, não quiser dizer que não voltará a usá-lo. Quando o seu cabelo estiver com a sua tonalidade natural pode voltar a deixar crescer, no entanto terá que ter mais cuidados na sua manutenção. 30 REVIVER


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Dicas para uma perfeita manutenção do seu cabelo 1º Hidratar: Esta deve ser sem dúvida a sua prioridade. Invista em boas máscaras para hidratar o cabelo, use um shampoo e amaciador que tragam uma boa hidratação aos seus fios brancos. Muitas vezes ao usar bons produtos, consegue obter um bom volume e um brilho extra mesmo sendo o principal foco a hidratação. 2º Não deixar o cabelo ficar com um tom amarelado: Já falámos destes produtos neste artigo. Mas a melhor opção sem dúvida que são os shampoos neutralizadores ou em algumas gamas os “silver” ou “grey”. Os resultados estão comprovados e normalmente em pouco tempo o amarelo do seu cabelo desaparece. Cuidado com o uso excessivo desse shampoo, veja se este é para uma utilização regular ou apenas para ser usado semanalmente ou quinzenalmente. 3º Volume extra: Em vários casos o cabelo branco fica mais pesado acabando por perder algum volume. Existem linhas de produtos específicas para recuperar o volume do seu cabelo, principalmente nas gamas antienvelhecimento. Se começar a notar que o seu cabelo está a perder o volume natural opte por um bom produto que dê mais volume. 4º Não deixar que o cabelo perca o seu brilho: Certamente já reparou em algumas pessoas com o seu cabelo branco sem brilho. Normalmente deve-se à falta de hidratação dos fios brancos. Mas existem sprays e óleos que reforçam o brilho do cabelo, principalmente os com óleo de abacate.

Estas são algumas sugestões e dicas para quem está a pensar assumir os seus cabelos brancos. Não se esqueça, mantenha o seu cabelo com o look moderno e cuidado e certamente não se irá arrepender da sua escolha. REVIVER 31


Consultar folheto informativo em: http://goo.gl/BB5wbQ


PUBLIREPORTAGEM

O primeiro ano do nosso gatinho (2ªparte) Principais conselhos para uma boa saúde Por Filipe Figueiredo (Coordenador de Sistemas de Informação Merial Portuguesa) Entre todos os cuidados responsáveis a ter com o nosso gatinho, a prevenção contra as doenças dos felinos é uma das preocupações essenciais que devemos ter.

VACINAS As vacinas felinas diminuem substancialmente, o risco de enfermidades muito perigosas que os gatos podem adquirir ao longo da vida. As principais vacinas aconselhadas para todos os gatos, são: ◗ Contra a panleucopénia felina. Vírus (Parvovirus felino) com causas gastrointestinais. ◗ Contra a herpesvirose (rinotraqueíte) felina. Vírus com causas no trato respiratório. ◗ Contra a calicivirose felina. Infecções respiratórias, afectação da região oral. Consoante a exposição do nosso gatinho ao meio em que vive, poderão ser recomendadas, outras vacinas muito importantes para a prevenção da leucemia felina, a clamidiose ou mesmo a raiva. Deixe que o seu médico veterinário ajude a definir quais as fundamentais, explicando-lhe de forma clara que ambiente ou ambientes o seu gato costuma partilhar. Procure sempre saber as fontes de origem destas doenças junto do veterinário. Quando se deve vacinar o nosso gatinho? No caso, dele ter sido amamentado pela mãe, garante uma certa imunidade através dos anticorpos do colostro (o 1º. aleitamento provindo da amamentação). Se assim for, o início da vacinação é só recomendável a partir das 8 ou 9 semanas da vida. A sequência vacinal varia entre 2 a 4 vacinas, que podem ser administradas com um intervalo aproximado de um mês entre elas. Uma pergunta comum!... Se é necessária a vacinação, mesmo quando o gatinho vive apenas em casa? Tenha sempre presente dois factores que devemos considerar. ◗ É fácil introduzirmos agentes infecciosos no nosso ambiente, seja no calçado, roupa, objectos ou outras exposições ao ambiente exterior. ◗ Ele próprio pode ser portador de alguma patologia não evidente, mas que numa situação de redução das suas defesas no organismo pode desenvolver infecções evolutivas.

DESPARASITAÇÃO Os animais são muito atreitos a infestações de parasitas, que podem ser externas ou internas. ◗ Parasitas internos: as chamadas lombrigas (helmintes) e alguns microorganismos (protozoários), instalam-se no aparelho digestivo e podem afectar tanto o seu gato como os próprios donos. ◗ Parasitas externos: as pulgas, mosquitos ou carraças alimentam-se de sangue, e os nossos animais podem ser as suas vítimas. Daí podem advir doenças muito perigosas. Este processo é muito simples de prevenir, pois aplicação de produtos adequados é fácil de utilizar (peça sempre aconselhamento do veterinário, ele ajudará quando o deve fazer, durante quanto tempo e como deve ser aplicado, tal como as medidas de higiene que devem ser tomadas em conta; deve-se seguir as recomendações).

ESTERILIZAÇÃO Sendo sempre uma questão que é sensível, e uma decisão difícil. Porém, tem vantagens que devemos considerar: ◗ Marcação territorial, na urina dos machos. ◗ Eliminação do cio da fêmea, faz com que os miados insistentes e o comportamento agitado mudem. ◗ Castração/Esterilização do macho, produz exactamente o mesmo efeito. ◗ Prevenção do aparecimento de tumores, da mama ou do útero. ◗ Reduz os riscos de transmissão de doenças infecciosas: leucemia felina, imunodeficiência e outras. ◗ Aumento da esperança de vida, do nosso gatinho. ◗ Controle do crescimento da população felina, diminuindo o número de animais abandonados. Procure informar-se com o seu médico veterinário, qual o melhor momento para ser feita esta cirurgia, como também deve procurar saber que tipo de alimentação o nosso gato é aconselhado a fazer após esterilização para não aumentar de peso excessivamente.

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Receitas de Helena Ramos

Receitas da Terra

Nesta edição Helena Ramos apresenta-lhe mais uma receita da terra. Receitas deliciosas, com uma excelente apresentação mas com o sabor da nossa terra. Para prato principal “Costeleta de Novilho à Serrana”e para sobremesa um Arroz doce branco com aroma de pêssego.

Costeleta de Novilho à Serrana

Doses para 1 pessoas / Tempo de confecção: 40 m / Dificuldade: Fácil Ingredientes: 1 costeleta por pessoa; Sal. Molho de salsa: Salsa q. b, 1 dente de alho, 1 pitada de sal, pimenta, Azeite, sumo de limão ou vinagre e um pouco de açúcar. Acompanhamentos:Puré de courgete e/ou Salada, arroz branco.

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PREPARAÇÃO DA ESMAGADA DE GRÃO E BACALHAU 1. - Leve um tacho ao lume com 800g de courgete limpa e cortada aos pedaços, tempere com sal e 2 cravinhos da índia. Deixe ferver por 15 m. Escorra bem e volte a colocar no tacho com um pouco de manteiga, noz- moscada, leite, pimenta e sumo de limão ou lima. Mexa bem e deixe cozinhar até estar no ponto. Retifique os temperos e junte um pouco de salsa ou coentros picados. 2.- Tempere as costeletas com um pouco de sal, deixe repousar por 10 m, e grelha - se normalmente. 3.- Para o molho de salsa: pica-se muito bem a salsa, o dente de alho, mistura-se tudo com o sal e pimenta, sumo do limão ou vinagre (se ficar muito ácido misture uma pitada de açúcar). Nota: Pode, enriquecer o prato com camarão cozido.

Arroz doce branco com aroma de pêssego Ingredientes 4 pessoas: 1,5 l de leite 1 pau de canela 1 casca de limão 180 g (ou uma medida, ex; chávena ou copo) de arroz carolino 2 dl de água (ou a o dobro da medida de arroz) 1 pitada de sal 150 g açúcar 40 g margarina Vaqueiro canela em pó

Calda aromática: Leve a lume brando um tacho com água q.b., com uma casca de limão e a casca de 1 pêssego (grande), uma pitada de sal e um pouco de açúcar. Deixe ferver até ficar um caldo ligeiramente grosso e aromático, aproximadamente 10m. Prove retifique os temperos e está pronto. Preparação: Leve o leite ao lume com o pau de canela e a casca de limão e deixe ferver. Deite o arroz num tacho, cubra com a água e tempere com uma pitadinha de sal e junte a manteiga. Leve a ferver sobre lume brando até evaporar a água. Sempre em lume muito brando vá adicionando o leite bem quente, a pouco- e- pouco, à medida que o arroz o for absorvendo. Mexa várias vezes, com uma colher de pau. Quando esgotar o leite e o arroz estiver bem cremoso, junte então duas a três colheres de sopa da calda e o açúcar, mexa e deixe ferver durante mais 2 ou 3 minutos. Retire do lume deite numa travessa funda ou em tacinhas individuais e deixe arrefecer. Enfeite com canela em pó.

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A actriz Irene Cruz Irene Cruz nasceu em Lisboa, a 6 de setembro de 1943. Sempre soube que queria ser actriz e aos 15 anos estreou-se no Teatro Nacional Dona Maria II. Fez televisão, cinema e dobragens, mas o Teatro sempre foi o seu grande amor. Fundou o Teatro Aberto e ainda hoje faz parte da sua direção. Continua a representar aos 73 anos e já conta com uma carreira de 58 anos e um currículo notório e invejável. Abriu as portas do Teatro Aberto para receber a Reviver e falar um pouco do seu percurso e da sua experiência de vida. - O que é que as pessoas não sabem sobre a Irene Cruz? Da minha vida particular não sabem nada porque eu não conto. O meu interior é mesmo só meu, as coisas mais desagradáveis eu não tenho que as partilhar, tento dar volta por dentro e limpar o que está errado e o que me fez sofrer. Depois existem coisas que me tiram do sério, as pessoas mal dizentes e as invejas, e eu pelas costas dos outros vejo as minhas. Eu sou o que sou há custa do meu trabalho e tento sempre melhorar. Nós nunca sabemos tudo, temos que ir por outros caminhos há procura de melhorar aquilo que já sabemos, os tempos são outros, as pessoas são outras, as fórmulas são outras, temos que modernizar o nosso interior e a nossa cabeça. No dia 6 de Setembro fiz 73 anos mas não sinto essa idade. Mas não ando por ai a dar conselhos aos mais novos, ninguém merece uma chata sempre a dar conselhos, se me pedirem claro que dou, mas não me imponho nada, só sei um pouco mais do que os mais novos. E eu sempre me dei muito bem com esta filosofia. Tive um pai e uma mãe que me souberam educar muito bem e me souberam mostrar os perigos da vida. O meu pai dizia tudo às claras, até claro demais, mesmo a nível sexual nunca quis que ficássemos frustradas, tinha uma mente muito à frente, falava de tudo connosco, até a minha mãe lhe dizia não digas isso às miúdas. Mas ele sempre quis que tivéssemos uma grande abertura de cabeça, para enfrentar a vida. A nível profissional talvez não saibam que uma vez parti o nariz em cena, cai no escuro, comecei a sangrar muito, mas segui o espetáculo e só depois fui para o hospital. - Que memórias guarda da menina de 7 anos que subia ao palco para ajudar o pai nos espetáculos de ilusionismo? Para ajudar e para fazer os meus próprios truques… O meu pai era Cabeleireiro e Barbeiro. Não vivia do ilusionismo profissionalmente. Mas lá em Sacavém, na altura do Natal e Carnaval, os patrões das fábricas da zona proporcionavam aos seus empregados festas nessas épocas, existiam bons patrões na altura. Então contratavam o meu pai, porque as pessoas pediam sempre o Cruz, pois atuava com as filhas e era um espetáculo mais completo. Eu enervava-me imenso com o ilusionismo, eu gostava era de estar no palco, mal sabia que a minha vida ia ser o palco. Um dos truques era com uma mala de porão, entrava eu e a minha irmã, primeiro estávamos lá as duas e rapidamente não estava lá ninguém. Esse era o grande sucesso do espetáculo do meu pai. - Na altura, a ida para o conservatório foi vista com naturalidade pelos seus pais? Sim, sim. A minha mãe teve mais receio por eu ter apenas 15 anos e o que as vizinhas iriam pensar por não acabar o liceu. Mas o meu pai disse: “as vizinhas são invejosas, sabes a educação que demos às miúdas, tens confiança nas tuas filhas, então deixa-as que elas sabem organizar-se bem”. Foi um grande voto de confiança do meu pai naquela época, os pais não eram assim. Ele realmente tinha uma mente muito aberta. Os meus pais não puderam estudar o que queriam, tinham era que ter uma profissão porque os pais deles assim o impunham. Mas comigo e com a minha irmã foi diferente. E o conservatório ensinou-me o que eu mais queria, que era ser actriz e logo nesse ano estreei-me no Teatro Nacional Dona Maria II. 36 REVIVER



NA ESPLANADA COM... - Disse uma vez que o teatro é arte, amor e sacrifício. Aos 15 anos quando pisou o palco pela primeira vez como actriz tinha noção disso ou isso só se aprende com a experiência? Aprende-se com a experiência. O palco para mim era como um Deus superior a mim própria e a todos nós. Nem sei explicar, mas quando vou para cima do palco é como se estivesse a purificar-me. Sempre levei a minha profissão muito a sério, mas com 15 anos não tinha a total noção disso. Mas entender na sua totalidade esta profissão só mais crescida, só quando vamos vendo, ouvindo e aprendendo é que podemos tirar lições da aprendizagem. Um bom exemplo de sacrifício, como já referi anteriormente, foi quando parti o nariz em cena. Os meus colegas pensavam que eu não ia continuar, por estar a perder tanto sangue e a engolir o mesmo. E ao cair também tinha torcido o pé para além de partir o nariz, as dores eram cada vez maiores e pedia baixinho aos meus colegas para acelerarem as falas. No final como já nem andar conseguia pedi a um colega que me pegasse ao colo e assim saí de cena à diva. Dali foi trocar de roupa e ir directamente para o hospital. Quanto ao amor é sem dúvida o que vem do público, sinto essa energia e de onde vem. E sentir esse amor da maioria dos espectadores é muito bom. - Sendo a Irene uma amante da liberdade, como é que se sentia quando não podiam realizar uma peça por todas as páginas estarem assinaladas com o famoso lápis azul? Tínhamos que ver, ouvir e calar. Tentámos romper essa barreira em muitos ensaios. Quando eles punham o risco nas páginas todas não havia nada a fazer, quando era numa página ou outra tentávamos dar a volta. Nós primeiro enviávamos os textos para eles lerem, depois recebíamos o texto de volta assinalado e riscado. Aí tínhamos que negociar as riscadelas e dizíamos que atenuávamos. Mas na peça “Insulta o Público” recebemos voz de prisão, só não fomos presos porque o Morais e Castro, pertencia à direcção, era advogado e conseguiu que não fosse adiante. Passámos por muito… Não havia nenhuma liberdade... em quase tudo na vida. - Ainda antes do 25 de Abril fundou o Teatro Aberto e ainda hoje faz parte da sua direcção. Como é que foram os primeiros tempos do Teatro Aberto podendo usufruir da liberdade de expressão que marcava essa época? Foi preciso muito trabalho com a Câmara para conseguirmos ter o primeiro Teatro Aberto. Depois tivemos que deixar o primeiro Teatro Aberto, pois a câmara quis o terreno de volta. Lutámos muito mas também contámos com a boa vontade do presidente da câmara na altura para termos este espaço, que era um pequeno morro, era só terra, e nós sem dinheiro conseguimos este edifício, ficámos a dever e fomos pagando. E já há alguns anos que está tudo pago. Em relação ao nosso trabalho pós 25 de Abril, foi o uso da liberdade na sua totalidade. A palavra liberdade nunca teve tanta verdade como nessa altura que podíamos ser como os outros países, usando a liberdade de expressão no Teatro. Fui a primeira pessoa a ter uma peça cheia de palavrões após o 25 de Abril, que era um texto tão engraçado e que interpretava quatro mulheres diferentes. As pessoas riam-se muito, chegavam a interagir com as minhas personagens, no entanto cheguei a ter que pôr um homem na rua, que insultou-me de tudo enquanto em estava a representar. - Com mais de 55 anos de carreira tem um currículo brilhante e muito extenso. Gostando a Irene de desafios, qual seria o melhor desafio nesta altura da sua carreira? O melhor é sempre o que vem a seguir. Quem escolhe o reportório é o João Lourenço e é um encenador de génio. Tenho uma admiração muito grande pelo profissional que é. Coloco o meu próximo desafio nas mãos do João sempre, e nas mãos dele eu sei que estou sempre bem. - A Irene valoriza muito uma comunicação perfeita e já deu aulas a diversos alunos. Atualmente quais são os principais problemas que encontra na comunicação nas pessoas? Na maioria uma má dicção. Eu faço exercícios e trabalhos de dicção quando estou no carro. Como professora sou muito chata, porque sou perfeccionista. As empresas não sabem que em uma semana ninguém vai saber falar melhor. Ninguém vai saber respirar pelo diafragma, muitos nem sabem o que é o diafragma, e é tão importante saber controlá-lo. As pessoas normalmente não se apercebem que têm problemas de dicção mas devem ter algum cuidado, principalmente quando estão ligadas à comunicação. 38 REVIVER


NA ESPLANADA COM...

- Continua a fazer pesquisas para o seu trabalho enquanto vai na rua? De vez em quando faço, mas agora é quando me dá na real gana. Mas quando faço as caminhadas é com a minha vizinha, que é mais velha que eu com 82 anos mas ainda tem uma boa pedalada, vamos na conversa e caminhamos ainda bastante. Paramos para um cafezinho e conversamos um pouco e depois regressamos. E depois tenho ali o mar, respiro um bom ar não sinto a poluição… sinto o cheiro a maresia. - A Irene é uma apaixonada por livros e defende que um livro é um amigo que deve ser amado. Sempre teve essa relação cuidadosa e sentimental com os livros? Sim, sim. Fui ensinada assim pelo meu pai e pela minha mãe. Mas faz-me confusão as pessoas dobrarem os livros, eles não devem ser tratados assim. Os meus pais liam bastante, eu sempre li muito, só que agora leio menos do que devia. - Alguma vez ponderou deixar de representar e reformar-se? Agora ultimamente tem-me vindo à cabeça esse facto. Mas não sei se sou capaz de o fazer. Às vezes apeteceme mas quando estou aqui, digo logo que não. Eu reformada oficialmente já estou, só que eu se vivesse da minha reforma provavelmente passava fome. E o pior é que há pessoas que ainda têm uma reforma menor que isto, e eu pergunto-me como é que se vive com estas reformas? Se me der uma travadinha eu não vou conseguir continuar, enquanto a travadinha não existir eu vou continuar a trabalhar. Não quero papéis grandes, não preciso ser protagonista, há sempre papéis para pessoas com a minha idade. - Com quase 73 anos o que é que ainda lhe falta fazer? Outras personagens que se encaixem em mim, que não sei quais são. Vivo para o teatro e para a família. - Se o mundo estivesse calado a ouvi-la, o que diria? Falem tudo o que vos vai na alma mas digam coisas bonitas. Ajudem os outros, às vezes podemos ajudar alguém que precisa de uma boa palavra, de um bom assunto, não as martirizem com palavras desagradáveis mas sim com palavras que vêm da alma, essas são sempre boas e podem dar um bom conselho para quem precisa de nós.

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“Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação." Marcus Tullius Cícero

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Das Maçãs ao Cabo Planeámos este passeio para o início do Verão, como uma forma de lhe dar as boas vindas. Quando pensamos em Verão, pensamos em calor e praia, e connosco não foi diferente, queríamos praia, muita praia, mas de uma outra maneira. O desafio era, percorrer a costa de Sintra, desde a Praia das Maçãs até ao Cabo da Roca. Um desafio simples, mas que exigia esforço que bastasse para ser feito. Por volta das 10h entrámos no carro e fomos consumidos por aquele bafo quente próprio dos carros que ficam ao Sol. Motor ligado, janelas abertas, e lá fomos nós. Para a Praia das Maçãs? Não sem antes tratar duma coisa chata mas essencial, meter gasolina. Essa sem dúvida é a actividade que quebra sempre a alegria do momento, quando está tudo pronto para ir à aventura até que nos apercebemos que temos de fazer o desvio para encher o depósito. Lá fomos nós, um pequeno desvio no caminho, que acabou por nos brindar com uma concentração de motas. Agora sim, prontos para partir, fomos finalmente em direcção ao nosso destino. Há uma coisa boa quando esse destino é em Sintra, a garantia de que o caminho até lá nunca é um tédio. Não queremos ser nacionalmente tendenciosos, mas a zona de Sintra deve ser das zonas mais bonitas do Mundo, e é seguramente das zonas mais bonitas de Portugal. É uma mistura perfeita de elementos, paisagens, artes e urbanismo, que criam aquele ambiente próprio que nos dizem que estamos em Sintra e em mais lado nenhum. A fusão das montanhas com os vales, da natureza com as cidades e as vilas, do moderno com o tradicional, é indescritível. Qualquer tentativa de descrever Sintra por palavras ficará sempre aquém da sua beleza, mesmo que sejam as palavras mais floreadas do melhor dos poetas. E nós seguimos caminho. O ponto de partida era a Praia das Maçãs, mas com uma condição, não chegaríamos tão longe. Ficávamos no topo do monte que separa a praia pequena da praia das maçãs, para nos dar a sensação que íamos de cabo a cabo. Foi o que fizemos, antes de chegarmos à praia pequena entrámos por um caminho de terra batida que nos levou até ao início da nossa jornada. No lado Norte, ficava a praia das maçãs, estreita mas extensa, intrometida entre duas falésias, aquela em que nós estávamos, e a que agregava a vila da Praia das Maçãs. O areal estava pintado pela cor de vários chapéus de sol, e nele as ondas rebentavam suavemente, contrastando com a raiva com que batiam nas rochas das falésias.

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Naquela paisagem, contrastava também o resort privado que roubava um pouco do areal para ele próprio e estragava a beleza da paisagem, mas quanto a isso nada podíamos fazer, é o preço do mundo moderno. A falésia onde estávamos, entre a praia das maçãs e a praia pequena, em Colares, viemos a saber tratar-se do Alto da Vigia. E esta informação chegou até nós da melhor forma, que nem há mais distraída das pessoas escaparia, ruínas de um santuário romano, que serviu de adoração ao Sol, à Lua e ao Oceano. Uma descoberta com a qual nós não contávamos e que enriqueceu o nosso dia. Fica sempre o vazio que deixa a história, da vontade que gostaríamos de ver a grandeza de tais monumentos que hoje não passam de ínfimas amostras daquilo que um dia foram. Pelo caminho até à Praia Pequena, na terra batida, entre o mar e os canaviais, víamos bancos de madeira com uma armação também em madeira, que podiam bem ser o sítio onde jovens casais deram o seu primeiro beijo. A Praia Pequena estava completamente vazia, excepto o grupo de surfistas que esperava pacientemente pela altura certa de rasgar o oceano em cima da prancha. No entanto a praia era linda e por lá ficámos uns minutos a observar a vastidão do mar e um areal com capacidade para centenas de pessoas mas que parece minúsculo perante tanto azul. Depois de absorvermos aquela imagem voltámos ao carro e descemos até à Praia Grande. Aqui sim, o movimento já era outro. Entre carros, comércio e muitas pessoas, não nos demorámos muito. A Praia Grande é claramente a mais movimentada e barulhenta. Apesar de ser agradável não nos demorámos muito porque é sem dúvida uma praia mais para ser frequentada por quem quer estender a toalha e relaxar, do que propriamente para aquele que era o nosso objectivo, uma bonita perspectiva visual. Nesse aspecto, a Praia Grande perde para a Pequena. De novo no carro, seguimos caminho. Desconhecíamos os acessos mas conhecíamos o sentido, e por isso não foi de difícil orientação. O que se opunha à nossa missão naquele momento era o facto de não haver estrada junto às praias, depois da Praia Grande. Foi por isso que mal vimos uma placa castanha que indicava o sentido do mar, não hesitámos em virar. Afinal a placa indicava um caminho para “pegadas de dinossauros”. E porque não? Caminhámos e caminhámos, pegadas nem vê-las. Mas quando já pensávamos em voltar para trás, porque o Sol já ia alto e o estômago já pedia aconchego de meio dia, vimos umas placas ao pé duma enorme escadaria. 44 REVIVER


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Temos de ser sinceros, não tivemos coragem de descer a escadaria e por isso não vimos quaisquer pegadas de dinossauros, mas não foi em vão. Lá em baixo ficava uma pequena praia, mas em cima, do local onde nós estávamos uma magnífica vista. Almoçámos num restaurante rústico, daqueles que não enganam que são portugueses. O calor e o estômago cheio fazem uma combinação terrível, que só os espanhóis sabem realmente como lidar. Mas nós resistimos à moleza e ao chamamento da sesta. Tínhamos ainda um cabo à nossa espera. Pelo caminho parámos numa das nossas praias favoritas, a Praia da Adraga, que tinha obviamente de fazer parte do nosso itinerário. Não nos vamos enrolar em palavras para descrever a Adraga, como tantos outros no Mundo, é daqueles locais que só vistos. E muita gente sofre, sem carro, para pisar aquela areia, porque o caminho de regresso a pé não é simpático. Até ao nosso destino não fizemos mais nenhuma paragem, seguimos pelo meio da Serra de Sintra, virámos para a Malveira da Serra e dali para o Cabo da Roca, sempre rodeados pela natureza. Ao fundo lá estava ele, o Farol do Cabo da Roca. Os autocarros chegavam e partiam, pessoas de todas as nacionalidades olhavam a imensidão do horizonte, naquele que é o ponto mais ocidental do Continente Europeu. Uns tiravam fotos, outros palmilhavam os caminhos mais incomuns. À vez algumas pessoas iam pousando no padrão de pedra com uma lápide que assinala o local e as suas características, com um verso de Camões que define bem aquilo que se vê.

“Eis aqui, quase cume da cabeça, Da Europa toda, o Reino Lusitano, Onde a terra se acaba e o mar se começa E onde o Febo repousa no Oceano” E de facto, azul como aquele não existe. Objectivo cumprido, contra o vento fomos até ao carro e do carro fomos até casa. Um dia voltaremos àquele cabo, onde a terra acaba e o mar começa.

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Mindfulness

Os benefícios para os seniores Nos dias actuais a humanidade debruça-se cada vez mais em temas como a longevidade, ou seja, o prolongamento da nossa esperança média de vida, mas também nas várias formas de tornar essa longevidade em qualidade de vida. Neste âmbito entram em cena os desenvolvimentos farmacêuticos e tecnológicos que potenciam a medicina convencional na sua busca por novas curas e novos medicamentos. Ainda assim, um tipo de medicina mais simplista tem vindo a ganhar mais espaço. Ao utilizarmos o termo simplista, fazemo-lo de forma positiva, porque a verdade é que esta medicina cada vez mais emergente não requer toda a instrumentalização da medicina convencional, tornando-a por isso mais simples. Dão-lhe variadíssimos nomes, mas aquele com o qual nós mais concordamos é “Medicina Complementar”. Nessa busca pela longevidade e qualidade de vida, estas práticas normalmente orientais, têm comprovado ser um óptimo complemento à medicina convencional, porventura funcionando de forma a prevenir os grandes males dos quais a medicina convencional se encarrega de combater. Nesta edição a REVIVER dá a conhecer o mindfulness, uma das práticas medicinais complementares que melhora significativamente a qualidade de vida de quem a prática.

O que é o Mindfulness? Mindfulness é uma prática budista com mais de 2000 anos. É uma forma de meditação designada para desenvolvermos a capacidade de prestar atenção às nossas experiências interiores e exteriores, com aceitação, paciência e compaixão. Podemos traduzir o termo “mindfulness” para português como atenção plena, ou seja, a capacidade de estarmos presentes, atentos e conscientes a cada momento das nossas vidas. 46 REVIVER


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O Centro para Mindfulness da Universidade da Califórnia, define-o como: “Mindfulness é a qualidade, a qual os seres humanos já possuem, mas que não são avisados que a têm, que é valiosa, ou que pode ser cultivada. Mindfulness é a consciência que, não é pensar, mas que é ter consciência do pensamento, assim como estar consciente de todas e quaisquer formas de experienciarmos o mundo sensorial, ou seja, ver, ouvir, saborear, cheirar, tocar. Mindfulness é nãocrítico, sincero, amigável, e convidativo ao que quer que surja na consciência. É cultivada ao prestar-se atenção de propósito, profundamente, sem julgar o que quer que surja no momento presente, seja exterior ou interiormente a nós próprios. Ao praticar intencionalmente mindfulness, prestar deliberadamente atenção a cada momento, as pessoas podem viver mais a sua vida e menos em “piloto automático”, assim sendo, estarem mais presentes nas suas próprias vidas”. Se prestarmos atenção à nossa mente podemos verificar que está quase sempre focada em momentos passados ou pensamentos futuros, e que raramente estamos no momento presente. Este movimento da mente retira-nos a atenção da experiência do momento presente, criando ansiedade, agitação, stress e desequilíbrios emocionais. O mindfulness é assim uma prática individual para o desenvolvimento de uma maior capacidade de viver o momento e para o desenvolvimento da consciência emocional de cada pessoa. Desta forma, permite-lhe identificar novas opções para responder e influenciar as várias circunstâncias da sua vida, sem perder o controlo e deixar-se levar pelo stress do dia-a-dia. Quando isso acontece, normalmente as pessoas entram em desequilíbrio emocional e deixam-se dominar pelo nervosismo, stress, tristeza, depressão, e angústia, o que pode mesmo levar a desequilíbrios físicos e degradação da saúde e qualidade de vida.

Porquê praticar diariamente? A prática diária de mindfulness contribui e promove o desenvolvimento de estabilidade, calma interior, e de uma mente não reactiva. Em contrapartida, permite-nos encarar e abraçar até os aspectos mais dolorosos e desagradáveis da vida. Ao desenvolver esta consciência simples e pura, desembaraçamo-nos dos nossos pensamentos, emoções e comportamentos habituais, conectando-nos às nossas experiências, a nós próprios e aos outros, duma forma mais saudável e mais profunda. REVIVER 47


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Como praticar o Mindfulness? No início, a forma mais fácil de iniciar a prática de mindfulness é através da consciencialização da respiração. A respiração é utilizada como um objecto em que nos focamos, seguindo as sensações físicas no corpo, enquanto o ar flui, para dentro e para fora do corpo, duma forma natural, sem ser controlado como é normal nos exercícios de respiração. Simplesmente mantemos a sensação de respirar no nosso campo de consciência. Das primeiras coisas que nos apercebemos é a facilidade com que a nossa mente se distrai, até nos exercícios mais básicos. Todo o tipo de pensamentos, sensações e emoções roubam-nos a atenção e apercebemo-nos de que nos esquecemos completamente da respiração. Quando se aperceber da distracção, deve simplesmente retomar a sua atenção para os exercícios, sem se chatear, julgar ou desapontar consigo própria(o). Com gentileza e paciência. Assim como se praticasse um instrumento musical, a prática de mindfulness regular leva à perfeição. Outro exercício é visualizar-se duma perspectiva exterior, como se estivesse a ver-se nos olhos de outra pessoa. Por exemplo, se estiver a andar na rua, visualize-se de que forma está a andar, como se fosse outra pessoa a olhar para si.

Mindfulness Nos Seniores Apesar do envelhecimento ser um processo natural da vida, este desencadeia várias mudanças, físicas, psicológicas, neurológicas, sociais, emocionais, e do ponto de vista existencial, até mudanças espirituais. Cada pessoa lida com estas mudanças à sua maneira, mas é comum experienciar-se stress, ansiedade, depressão, ou doenças e dores crónicas. Nesta fase particular da vida, o Mindfulness pode funcionar como uma intervenção complementar, ajudando os seniores a manterem o equilíbrio emocional e psicológico, e o bem-estar geral. Em 2012, Drª Carla Martins, psicóloga e especialista em Mindfulness, desenvolveu um estudo que avaliou os efeitos do “Programa de Redução de Stress e Desenvolvimento Emocional baseado em técnicas de Mindfulness” junto da população sénior portuguesa. Verificou que a aplicação de Mindfulness nos seniores foi particularmente benéfico em: - Bem-estar físico, redução de sintomas físicos e melhoria do sono e da energia física - Aumento do bem-estar psicológico, melhorias no humor, como por exemplo tristeza, ansiedade, depressão ou irritabilidade. - Melhoria de funções cognitivas; atenção, concentração e memória. - Aumento da capacidade de mindfulness, ou seja, de estar com atenção plena. - Melhorias nas relações interpessoais. - Bem-estar espiritual, e maior capacidade de identificar o propósito e os valores da vida. - Aumento da criatividade. - Melhorias na capacidade de lidar com a perda e a morte.

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Benefícios Gerais do Mindfulness: Adicionalmente a uma redução significativa de stress, a Meditação Mindfulness inclui também: - Melhoria das funções do sistema imunitário - Redução da frequência e duração de doenças - Melhorias na gestão da dor - Redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea - Melhorias no sono e na digestão - Aumento da energia - Melhorias nas funções mentais, inteligência e memória - Melhorias na habilidade de tomar decisões - Redução da irritabilidade, stress e ansiedade - Apoio nos esforços para deixar de fumar

Benefícios de Combater o Stress Para além dos benefícios gerais, a redução do stress é por si só um grande benefício. Vários problemas de saúde, podem estar ligados ao stress, sendo que um estudo de 20 anos da Universidade de Londres afirma que, reacções mal geridas ao stress podem ser factores de risco mais perigosos para desenvolver cancro ou doenças cardíacas, do que cigarros ou comida com colesterol. O stress crónico tem um efeito tão adverso no cérebro que pode mesmo alterar a sua estrutura, as células cerebrais e a própria função cerebral. Estudos demonstraram que, o stress mal gerido pode: - Diminuir a memória a curto e longo prazo - Inibir a formação de novas memórias - Diminuir a habilidade para aprender - Diminuir a habilidade para resolver problemas - Diminuir a habilidade de concentração Entre várias doenças a que está ligado, o stress crónico pode contribuir para problemas como: - Enxaquecas - Supressão do sistema imunitário - Artrite Reumatóide - Diabetes - Distúrbios de sono

Não demore mais, comece a praticar mindfulness diariamente e comprove por si própria(o) os benefícios que trará à sua vida. Viva mais calma(o) e feliz, aproveitando todos os momentos da sua vida.

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"O exercício é rei, a nutrição é rainha. Junte-os e terá um reino." Jack Lalanne – O Guru do Fitness

Os 5 Melhores Desportos para Seniores Alguma vez sentiu que a sua condição física não era a desejável e queria melhorá-la? Ou que os seus pais poderiam beneficiar de movimento, energia e alegria na sua vida mas não sabe o que sugerir? Em qualquer dos casos, seja para si ou para um familiar, o desporto é sempre a solução indicada. Seja que atividade física for, garante melhorar a sua vida quando a outra opção é a inactividade. Contudo, quando associamos o desporto e o avançar da idade, há sempre um dilema a ser colocado. Será que é o desporto indicado para a pessoa? A questão é que muitos desportos trazem imensos benefícios físicos mas são de alto impacto no corpo, como é por exemplo o caso do Judo. Como qualquer outra arte marcial, o Judo agrega varíadissimas vantagens para o corpo e para a mente, mas vive de força, agilidade e projecções de grande impacto. Ainda que todos os desportos sejam adaptáveis desde que os faça em segurança, se o objectivo é melhorar o seu bem-estar pessoal e qualidade de vida, há desportos mais aconselháveis e com menos impacto no corpo. O importante é movimentar a sua vida. Lembre-se que o exercício é uma peça chave para um envelhecimento saudável.

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Os 5 Melhores Desportos A variedade de exercícios que existem no Mundo é enorme, desde os mais simples aos mais complexos. De verão ou inverno, de exterior ou interior, no mar, em terra ou no ar, dá para todos os gostos e todas as vontades. Escolhemos aqueles que consideramos serem os 5 melhores exercícios (e menos chatos) para pessoas que não querem que a idade sirva de desculpa e querem manter-se activas e saudáveis.

#1 – Caminhar: As caminhadas são o óbvio nº 1 da nossa lista por várias razões. Vantagens: Para além de todos os benefícios inerentes à caminhada, tem uma vantagem principal que mais nenhuma outra actividade tem. É gratuíto! Para além de não gastar dinheiro, qualquer motivo serve para dar uma boa caminhada. Seja para ir às compras, para passear o cão, para visitar um amigo, ou simplesmente para dar um passeio a pé. Para além disso pode fazê-lo sozinha(o) mas é uma óptima actividade para se fazer acompanhar de um amigo ou amiga. Se é daquelas pessoas que perdeu o hábito de caminhar experimente dar um bom passeio a pé. Benefícios: Melhora a circulação, a saúde cardíaca e reduz a pressão arterial. Reforça os ossos e as articulações e previne a osteoporose. Melhora o humor, promove o bem estar e melhora o sono. Fortalece os músculos, promove a perda de peso e melhora a respiração. Reduz o declínio cognitivo e diminui o risco de desenvolver Alzheimer.

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Natação & Yoga #2 – Natação: Considerado aquele que pode ser o melhor exercício para pessoas mais velhas, a Natação é um desporto completo repleto de benefícios. Um estudo feito por investigadores Australianos refere que é o melhor desporto para prevenir quedas, sendo que os praticantes de natação têm menos 33% de probabilidade de cair quando comparados com pessoas que fazem outro tipo de desportos. Vantagens: A vantagem principal é o contacto com a água. Existe uma ligação mística entre o ser humano e a água. É inegável que a nossa mente e espírito cedem harmoniosamente quando estamos submersos na água da piscina ou do mar. Para além dessa paz de espírito, é um desporto de pouco impacto no corpo e relativamente acessível nas piscinas, ou gratuito para quem tem a sorte de viver perto do mar. Benefícios: Melhora a saúde cardiovascular, fortalecendo o coração. Gentil nas articulações e reduz o risco de osteoporose. Aumenta a flexibilidade, tonifica e fortalece os músculos. Potencia a saúde mental reduzindo o declínio cognitivo.

#3 – Yoga: Se existe uma verdadeira fonte da juventude é nesta prática hindu com mais de 5.000 anos de existência. São disciplinas e práticas físicas, mentais e espirituais que dão anos de vida e de juventude às pessoas. Se não acredita faça o seguinte, toque com os dedos das mãos nos dos pés, de pernas esticadas, sem as dobrar. Não consegue? Há pessoas com mais de 90 anos que o fazem com uma naturalidade e flexibilidade invejável. Vantagens: A combinação dos atributos físicos, mentais e espirituais é sem dúvida uma das grandes vantagens da praticar ioga. É uma prática que não só se foca no bem-estar físico como no bem-estar psiquíco e espiritual, dando a harmonia e estabilidade necessária aos seus praticantes. Pode inscrever-se em ginásios ou praticá-lo em casa gratuitamente. A internet está replecta de videos de instrução. Os níveis mais básicos são facilmente feitos em casa mas tenha em atenção o nível de a exigência de alguns exercícios para não se lesionar. Não se aventure se não for capaz. Benefícios: Reduz a ansiedade, o stress e riscos de depressão. Aumenta a capacidade respiratória e potencia a boa disposição. Aumenta a densidade óssea, previne a osteoporose e alivia as dores crónicas. Reduz a tensão muscular, melhora a flexibilidade e o equilibrio. Melhora a qualidade do sono, fortalece os músculos e estimula a mente.

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Remo & Ciclismo #4 – Remo: De novo um desporto que promove a ligação do ser humano com a água. Nós só temos a ganhar com o efeito relaxante desse contacto. Vantagens: Sem dúvida a ligação à água é uma grande vantagem, no entanto não é possível para todas as pessoas praticarem remo na água. Aí a solução passará por fazer o exercício na máquina de remo, encontrada na maioria dos ginásios. Outra das grandes vantagens deste desporto é o facto de poder ser praticado individual ou colectivamente, mas também por ser bastante completo. Para ser bem feito, os movimentos necessários exigem a participação de quase todos os músculos do corpo. Benefícios: Promove uma composição corporal saudável, ideal para queimar gordura. Melhora o sistema cardiorespiratório e aumenta a resistência e energia. Exercício de baixo impacto, com grandes resultados. Fortalece e tonifica. Reduz o stress, promove o equilibrio e a estabilidade. Melhora a fllexibilidade e a mobilidade das articulações e músculos.

#5 – Ciclismo: Entre tantos outros desportos, o ciclismo merece o lugar no nosso top. As razões para pedalar são imensas e as vantagens intermináveis. Precisa apenas de uma bicicleta e das devidas protecções e está pronto para correr mundo fora, ou no mínimo a sua cidade. Vantagens: Tantas que é dificil saber como começar. Desde o facto de ser um meio de transporte que permite uma rápida deslocação dentro da sua localidade, é também um desporto de muito baixo impacto e que trabalha todos os músculos do corpo. Quem aprende não esquece e por isso pode fazê-lo toda a vida, é uma forma de dar passeios e de desfrutar de uma sensação de liberdade e além disso, queima calorias. Benefícios: Fortalece e tonifica os músculos, protege as articulações. Aumenta a resistência e a energia, assim como a condição cardiovascular. Reduz o stress e promove a sensação de bemestar. Estimula a mente e a capacidade de atenção Melhora o equilibrio e a coordenação. Se realmente preocupa-se com o seu bem-estar e em viver uma vida ativa e saudável até aos seus últimos dias não pode descurar o desporto. Este Top 5 foi selecionado com base nos benefícios e vantagens gerais e no impacto directo no corpo e no esqueleto dos praticantes.

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Sabia que...

O Japão tem um feriado chamado “Dia do Respeito Pelos Idosos”? Todos os anos, na 3ª segunda-feira do mês de Setembro no Japão, existe um feriado nacional designado para honrar e mostrar apreço pelos seniores. Após partilharem uma refeição com os avós, é tradição oferecer-se presentes, num feriado que conta como um dia pago no trabalho. A tradição é levada tão a sério, que a vizinhança distribui voluntariamente “Obentos”, ou seja, caixas tradicionais japonesas onde o almoço é colocado em partições, pelos vizinhos idosos. Nas vilas mais pequenas, os mais jovens e as crianças dançam e entretêm os seniores, e a atitude é que a de nenhum sénior fica para trás, onde até os mais solitários recebem atenção.

Honrar a mãe e o pai é lei na China? Na China os pais idosos estão agora protegidos por lei, e podem processar os seus filhos adultos tanto por apoio financeiro como emocional. Na China, mais de 1000 pais processaram os seus filhos adultos, por não os visitarem regularmente, e as empresas são obrigadas a dar tempo livre aos seus trabalhadores para que estes possam visitar os pais, portanto, não é apenas o apoio financeiro que está em causa. Singapura vai mais longe, e filhos adultos que não apoiem financeiramente os seus pais podem levar uma pena de 6 meses de prisão.

Na Escócia os seniores são ouvidos? Em muitos países, como é o caso de Portugal, existe uma filosofia geral de que a opinião das pessoas mais idosas não é para ser respeitada nem levada em conta. Na Escócia isso não acontece. O governo escocês implementou o programa “Reshaping Care For Older People” que visa melhorar os serviços para a população sénior, focando mais financiamento e atenções num pensamento cultural de cuidados preventivos e não tanto nos cuidados de saúde, quando o mal já está feito. A ideia está em prevenir em vez de remediar, dando ênfase à adaptação das casas para que as pessoas possam envelhecer e continuar a morar nelas.

Na Grécia chamar “velho” não é ofensivo? Antes pelo contrário. Os abades são chamados de “Geronda” que significa “homem velho” e as abadessas de “Gerondissa”. Na maioria dos países esse é um termo pejorativo, mas na Grécia é uma forma de honrar as idades mais avançadas, identificando-as com a sabedoria e uma maior proximidade a Deus.

Fazer 60 anos é muito importante na Coreia? Na astrologia asiática, 60 anos corresponde a um ciclo completo. Os Coreanos, assim como outros países asiáticos, não só respeitam os seniores como também os celebram. Referimos o caso do Japão, com o feriado nacional, mas na Coreia, fazer 60 anos de idade é uma data muito importante, com direito a uma grande festa de família e banquetes. Assim como na cultura chinesa, na Coreia, os 60 anos de idade invertem os papéis, significando que são agora os filhos adultos responsáveis por cuidar dos pais e honrá-los.

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Faz sessão Fotográfica Surreal com a sua mãe de 92 anos

Tony Luciano é um pintor premiado, com exibições pelo mundo fora. Quando a mãe começou a

apresentar inicios de demência em 2014, Tony achou que ela tinha demasiada vida para uma residência assistida, então mudou-a para a sua casa/estúdio, onde cuida e convive com ela. Enquanto trabalha no estúdio, a mãe de 93 senta-se atrás dele. Tony Luciano por vezes utilizava esta oportunidade para fazer sketchs ou pintá-la. Até que um dia fez-se luz, na forma como a luz caía perfeitamente sobre a cara da sua mãe, enquanto ela lia um livro, sentada na cadeira. Então Tony Luciano decidiu arriscar noutro conceito. Pegou na máquina fotográfica e tornou a sua mãe numa modelo, que segundo o filho, tem um dom natural e adora representar. Sempre que se vestia para ser fotografada ganhava uma nova vida e divertia-se imenso em participar. Então Tony continua a fazê-lo e a sua mãe floresce com isso. Estas sessões fotográficas activam-lhe a mente e captam-lhe o espírito, enquanto que o amor do filho brilha através das obras de arte criadas a cada novo flash.

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Todas as fotografias pertencem a Tony Luciano

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Entrega no altar a filha do homem que lhe salvou a vida

Arthur Thomas estava às portas da morte, mas foi o coração de Michael Stepien que o salvou. Durante um assalto, Leslie Brown com 16 anos matou Michael a tiro. Tinha 50 anos, uma família que o amava e uma morte trágica, que acabou por salvar a vida de Arthur através de um transplante. 10 anos depois, Arthur recebe uma carta pouco comum. Pediam-lhe que, no dia seguinte, acompanhasse até ao altar uma pessoa que nunca tinha visto na vida, Jeni Stepien, filha do homem cuja morte o salvou. Conhecia a família há dez anos, mas nunca tinha conhecido Jeni. Arthur Thomas não hesitou e fez uma viagem de quase 6 horas, de New Jersey até Pittsburgh para entregar a noiva no altar e para que ela pudesse sentir uma vez mais o coração do pai bater, ainda que noutro homem. Desta forma, Jeni Stepien podia ter parte do seu pai presente no dia mais importante da sua vida. "É como se a família agora estivesse toda aqui" disse a noiva à CBS Pittsburgh. A irmã Michelle disse que o facto de ter abraçado Arthur foi como se a tivesse aproximado de novo do pai. "Neste dia foi perfeito, era o que eu precisava" afirma a irmã. Mas foi ao saber que Jeni Stepien não queria apenas que ele comparece-se no casamento, mas também que a levasse ao altar, que Arthur se sentiu realmente honrado. "Que honra maior podia uma pessoa ter do que entregar a filha do homem que lhe salvou a vida no altar? Eu não consigo imaginar uma honra maior" disse também à CBS. Ainda que não tenha lá estado físicamente, toda a família sentiu a presença espiritual de Michael num dia que foi sem dúvida especial para todos os que o viveram. o para mais de 365 mil pessoas que acompanham o seu dia a dia.

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Aos 77 anos o presidente do Perú dá o exemplo

O mundo da política e os seus intervenientes habituaram-nos a uma mão cheia de cerimónias e pouca espontaneadade.. Tudo muito sério e formal, orientados por protocolos enfadonhos e rigorosos. Mas novos tempos trazem novos políticos, mesmo com maior idade, preparados para se soltarem dessas amarras tradicionais e protocolos chatos e ao que parece as pessoas gostam.

Se José Mujica, ex-Presidente do Uruguai, tinha a admiração do Mundo pela sua humildade e "voto de pobreza", nos Estados Unidos já Barack Obama tinha chocado os mais conservadores com os seus comportamentos de pessoa normal, algo que parece entrar em conflicto com a política protocolar. Em Portugal foi Marcelo Rebelo de Sousa a dar uma reviravolta ao tradicionalismo português e até na Igreja Católica o Papa Francisco voltou a aproximar as pessoas da religião pelas suas intervenções inesperadas e marcadas pela informalidade. Agora a irreverência vem de Lima, capital do Perú. O presidente eleito Pedro Pablo Kuczynski, de 77 anos tem deixado o partido da oponente Keiko Fujimori sem palavras e não precisou de muito tempo para o fazer. Logo nas cerimóniais inaugurais da sua tomada de posse no congresso, normalmente tidas como um símbolo solene do cargo onde o recém-eleito presidente exibe uma faixa vermelha e branca ao ombro, bastaram para sacudir a formalidade política esperada. Em resposta ao Sol de inverno que lhe batia na cabeça durante a parada militar, Kuczynski respondeu com um lenço branco a tapar-lhe a careca. Esta atitude despertou automaticamente críticas da oposição mas alegrou a população, naquele que demonstrou ser o comportamento do seu novo presidente; espontaneo, informal e bem humorado. Desde que tomou posse que tem ficado conhecido pelo seu bom humor e é comum fazer piadas e implicar divertidamente com os seus ministros, exigindo deles um trabalho rigoroso e anti-corrupção. Pedro Pablo Kuczynski que ganhou a Keiko Fujimori apenas por 2 pontos, tem agora mais de 70% de aprovação do povo e a simpatia dos jornalistas. Outra das suas divertidas e cativantes intervenções foi quando quis encorajar o povo a fazer exercício físico, uma semana depois da tomada de posse. Antes da reunião com os ministros, o novo presidente e 10 dos seus ministros seguiram as instruções de dois personal trainers durante 30 minutos, em exercícios físicos públicos que divertiram os cidadãos e os jornalistas. No fim da sessão de exercícios Pedro Pablo Kuczynski disse que queria a nação inteira em forma, pronta para os Jogos Pan Americanos, que Lima vai receber em 2019. Alguns jornais do país referiram esta actividade como "um quebrar de todos os protocolos conhecidos". Quem será o próximo político a fazê-lo, a largar as formalidades e a aproximar-se das pessoas?

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FOTO-REPORTAGEM

GUTEN TA


G BERLIN!

FOTO-REPORTAGEM Por: Nuno Nunes


O meu primeiro diário Tenho saudades da vista da janela do meu quinto andar. Do sol a desaparecer no Rio Tejo. Mas posso garantir que é a única saudosa lembrança que guardo daquele apartamento e daquela rua. Já passou um ano desde que quebrei as correntes invisíveis que ali me aprisionavam, no entanto ainda não estou habituada a ser livre. Nunca pensei começar a escrever um diário aos 71 anos, contudo achei que seria uma boa forma de comemorar o primeiro ano da minha nova vida. Todavia não faria sentido iniciar um novo capítulo sem fechar definitivamente o anterior. Por isso esta será a última vez que irei escrever sobre o meu passado, porque a minha vida só começou aos 70. O meu nome é Idalina Soares e nasci em 1945 na freguesia da Asseiceira, concelho de Tomar. Tive uma educação muito rígida, embora a minha benevolente mãe tenha delicadamente incentivado o meu pai a deixarme estudar até há 4ªclasse. Após concluir os meus estudos, o meu pai, que era um homem pouco dado às pessoas, tratou rapidamente de traçar o meu destino com o futuro herdeiro de uma empresa que viria a ser uma das mais conceituadas do país após o 25 de abril. Casei-me no verão de 1960 com o rapaz que era desejado pela maioria das jovens da minha idade. O meu pai levou-me ao altar orgulhoso do seu acordo, enquanto os olhos da minha mãe inundavam-se de lágrimas por a sua única filha deixar o ninho. Quanto a mim, não vou mentir, estava deslumbrada com aquele rapaz lindo, moreno de olhos verdes, com o sorriso mais branco que já tinha visto na minha vida. Embora não fosse a mulher mais linda do mundo, sei que deixava muitos rapazes a suspirar por mim. O dia do meu casamento foi a última vez que vi o pai em vida, pois meses mais tarde foi para a Guerra do Ultramar onde acabou por falecer devido a um ferimento. Os três primeiros anos de casada foram bons, chegaram a parecer dignos de um conto de fadas. Um marido romântico, que elogiava as minhas tarefas domésticas e zelava pelo meu bem-estar constantemente. Nessa altura eu tinha tanto receio que ele fosse chamado para combater em África e nunca mais voltasse, porém o meu sogro nunca deixaria que tal acontecesse. Nunca percebi ao certo como é que tudo mudou drasticamente. Penso que terá começado por eu querer ir visitar a minha mãe à terra, pois nós já vivíamos em Lisboa há uns anos e nunca mais a tinha ido visitar desde o enterro do meu pai. Foi nesse mesmo dia que a máscara caiu-lhe. Começou por insultar-me e a chamar-me de oferecida, pois o meu intuito, a seu ver, seria encontrar-me com os homens que ali conheci. Obviamente que neguei, não havia homens no meu passado, ele foi o único homem na minha vida. Insisti, a minha mãe era importante para mim e sentia-me angustiada por ela estar só. Essa foi a primeira vez que ele levantou a sua mão em direcção há minha cara, e também a última vez que essa mesma mão não me tocou. Eu fiquei em choque durante umas horas. Depois pensei que ele tivesse um motivo para estar tão enervado e pedi-lhe desculpas, até hoje não sei do quê, para voltar tudo a ser como era antes. Como não consegui ir ver a minha mãe achei por bem escrever-lhe. Ao ficar em casa o dia todo, podia escrever calmamente e depois ir até ao posto dos correios. Enviei apenas uma carta e no dia seguinte o meu marido já tinha conhecimento do sucedido. Aparentemente tudo aquilo que eu fazia era controlado. A sua atitude perante o meu acto foi passar a trancar-me em casa com uma empregada. Só ela é que tinha acesso à chave para fazer as compras domésticas. Eu nunca mais poderia sair sem ser na presença dessa mulher ou na companhia dele. Comecei a ficar com receio daquele homem, que tipo de pessoa é que é capaz de camuflar a sua personalidade agressiva durante tanto tempo, certamente só alguém com problemas mentais. Os anos foram passando e eu ali estava, prisioneira na minha própria casa, vigiada por uma mulher que não falava. Com o tempo, o meu marido começou a não dormir em casa e a mulher deixara de aparecer com regularidade. Eu passava os dias a ouvir a rádio e a sonhar com vidas diferentes da minha. 62 REVIVER


contos para avós O dia que celebrei os meus 30 anos ficou guardado na minha memória até hoje. O meu marido comprou-me um vestido preto muito elegante, levou-me a jantar fora e quando chegámos a casa estava uma televisão na nossa sala. Tinha sido a melhor noite dos últimos 12 anos, ele estava muito romântico, ofereceu-me vinho enquanto ele já tinha bebido mais copos do que duas mãos podiam contar. Estávamos a ver televisão abraçados até que apareceu uma mãe com um bebé nos braços na imagem. Largou-me bruscamente, e começou a partir quase tudo em casa. Eu permaneci imóvel no sofá mas não escapei à sua ira. Ele veio na minha direcção e bateu-me até se cansar. Quando eu recuperei os sentidos, faltava 2 minutos para acabar o dia do meu aniversário. A recuperação física demorou cerca de 6 a 12 meses, quanto há ao resto… ainda estou em reabilitação. Com o tempo percebi que ele odiava-me por nunca ter-lhe dado um filho e que o amor que ele dizia sentir por mim era uma doença “degenerativa”. Fui envelhecendo com episódios que assustariam qualquer um, levei facadas nos braços, as marcas pelo corpo eram impossíveis de contabilizar, fui atirada das escadas, amordaçada, violada, e ameaçada diariamente de morte. Nessa altura era tudo o que eu queria, queria apenas que acabasse. Mas não. Os anos passavam e tudo permanecia igual. Até que ele com a idade começou a ficar mais descuidado, deixava a porta destrancada, as cartas em cima da mesa e ficava o dia fora de casa. O problema com o álcool tinha-se agravado com os anos, o que para mim até era uma bênção, pois deixava-me só por várias horas. Um dia encontrei na mesa da sala as cartas daquela semana toda. E talvez fosse Deus a dar-me um sinal, não sei o que terá sido, contudo foi a primeira vez que agarrei na correspondência e vi uma carta para mim. Era a carta de uma advogada, notificando-me para comparecer numa morada para reclamar a minha herança no prazo máximo de 15 dias. Olhei para a data e vi que só tinha mais 48 horas para tratar do assunto. Não consegui sentir nenhuma tristeza pela morte da minha mãe naquela altura. E sentia-me mal por isso. Que pessoa era eu se não chorasse a morte da minha bondosa mãe… Um monstro? Estava tão confusa, os pensamentos eram muitos, não conseguia acalmar o meu cérebro. Eu sabia que a minha salvação poderia ser aquela herança No dia seguinte quando o meu marido saiu, fui até ao cofre e retirei o maço de notas que ali estava. Sai apressadamente sempre com os olhos no chão até à praça de táxis. Pedi que me levasse até à morada da carta e quando dei por mim estava em Tomar. Parecia que respirava melhor e senti uma tranquilidade estranha. Paguei o táxi e ainda sobrou bastante dinheiro. Pelos visto devo ter trazido o dinheiro todo da reforma daquele mês. Falei com a advogada, a Drª Vera, e como é óbvio ela reparou nas marcas que eu tinha no rosto. Foi a primeira pessoa que eu contei que o meu marido me batia. Nunca me vou esquecer do seu olhar meigo. Ela calmamente disse para eu não me preocupar com nada que ela iria tratar de tudo, aconselhou-me a vender a casa dos meus pais pois já existiam interessados, e a comprar uma nova num sítio onde o meu marido não me encontrasse. Durante todo este processo fiquei na casa da Vera. Celebrei os meus 70 anos com ela e com a sua família. E é inacreditável a velocidade com que tudo se revolveu, não posso negar que parece que tive uma ajuda divina, tanto nos céus como na terra. Ela ajudou-me a procurar casa, a ver zonas do país que eu gostasse e que me pudessem ajudar. Quando eu era criança os meus pais iam algumas vezes a Coimbra, então decidi que seria lá a minha nova residência. A Vera começou a tratar dos papéis do meu divórcio, aconselhou-me a ir pedir ajuda à APAV, tratou de todas burocracias pendentes e ajudou-me a integrar-me novamente na sociedade. A Vera foi o meu anjo da guarda, sem ela eu teria morrido sem conhecer uma nova vida. Devo-lhe tudo e nunca vou conseguir retribuir-lhe aquilo que fez por mim. Há uns meses atrás tive conhecimento que o meu marido faleceu, e finalmente chorei a morte da minha mãe e todos os 55 anos que passei ao lado daquele homem. Finalmente podia fechar aquele capítulo e recomeçar uma nova vida por muito pouco que ela dure. Tenho um diário para preencher ,estas são apenas duas páginas do meu passado. Tudo o resto ainda está por ser escrito, e isso sim deixa-me feliz.

Natacha Figueiredo


QUEM FOI HUMPHREY BOGART? A Vida de Bogart 1899. 25 de Dezembro (incerto). Cidade de Nova Iorque, no estado de Nova York, nos E.U.A. Nasce Humphrey DeForest Bogart, filho mais velho (duas irmãs mais novas) de Belmont DeForest Bogart, um cirurgião presbiteriano e de Maud Humphrey, uma artista gráfica que professava a igreja anglicana clássica. Bogart foi criado no seio de uma família da classe alta, com uma estrutura financeira sólida, por uns pais ausentes focados somente nas suas carreiras. Apesar de ter sido iniciado na fé anglicana, depois de adulto nunca a seguiu como praticante. Tanto Bogart, como Pat e Kay cresceram sem grandes afectos, numa educação quase circunstancial e formal. Ele próprio comentaria sobre isso, como: uma educação sem sentimentalismos… onde um beijo era um acontecimento especial. Bogart, foi sempre um jovem irreverente. Mesmo tendo frequentado as melhores escolas e academias, nunca mostrou interesse na sua formação académica. Acabando expulso por rebeldia e mau comportamento. Como o mar era uma das suas grandes paixões, decidiu alistar-se na marinha americana durante a 1ª Guerra Mundial. São muitas as histórias que se contam desta fase, mas o acontecimento que vale apena reter é sem dúvida a do ferimento que lhe deixa a sua famosa cicatriz sobre os lábios, afectando em definitivo a sua dicção. Bogart foi casado 4 vezes. Primeiro com Helen Menken; durou um ano (1926 a 1927). O segundo com Mary Philips deu-se entre 1928 e 1937. Com Mayo Methot resistiu entre 1938 a 1945. Por fim, ainda neste ano veio o casamento que se poderia dizer “feliz”, com a actriz Lauren Bacall, de quem teve 2 filhos: Stephen e Leslie. Durou até à sua morte a 14 de Janeiro de 1957, em Los Angeles, Califórnia, com 57 anos, de um cancro no esófago… bebia muito e fumava 40 cigarros por dia.

O seu percurso O teatro foi uma das suas grandes atracções. Estreia-se em 1921, actuações que decorrem durante 20 anos com regularidade, a Broadway é o palco de referência. 1936 é o ano que marca definitivamente o seu futuro como actor; após invulgares performances nas peças “Invitation to a Murder” e “The Petrified Forest”, o grande actor Leslie Howard exige a sua contratação para adaptação desta última ao cinema. Em “A Floresta Petrificada” dá-nos a conhecer a partir dessa altura um tipo de representação no cinema inconfundível e talvez inimitável. Mas é no ano de 1942, com “Casablanca” que Bogart se transforma num dos maiores ícones da história do cinema. O American Film Institute elegi-o como a maior estrela masculina do cinema americano de todos os tempos, enquanto um dos grandes magazines de arte, o “Entretainment Weekly” defini-o como a maior lenda do cinema de todos os tempos. Ao longo da sua carreira de 30 anos, foi nomeado pela Academia de Artes por 3 vezes para o melhor actor, porém, ganhou apenas uma única vez, em a “A Rainha Africana” de 1951. O seu último filme, “A Queda de um Corpo” foi rodado em 1956, ano anterior a sua morte. Para todos aqueles que admiram este actor extraordinário, Humphrey Bogart será sempre BOGIE.

A sua Obra São perto de 80 obras marcantes para a história do cinema, onde o chamado “filme negro” atinge o seu apogeu mais empolgante… e mais sombrio. Bogart é constantemente, a personagem fria, sarcástica, cínica, honrada e corajosa. O duro, o gangster, o bandido, o solitário ou o forasteiro… em filmes inesquecíveis, para além dos que já mencionamos, como: “O Tesouro de Sierra Madre”, “O Falcão de Malta”, “Ter ou não Ter”, “Key Fargo”, “Anjos de Cara Negra”, “À Beira do Abismo”, “O Tesouro de África”… Uma lista que não cabe aqui! Por: Filipe Figueiredo


“Se toda a gente no mundo bebesse três copos, acabavam-se os problemas”


Agenda Cultural Setembro e Outubro de 2016 13 de Setembro

14 de Setembro

15 de Setembro

16 de Setembro

17 de Setembro

Teatro “Um picasso” Theatro circo – Braga

Cinema “Cartas da Guerra” –Teatro Sá da Bandeira- Santarém

Comédia “Uma nêspera no Coliseu” – Coliseu dos Recreios – Lisboa

Caminhada de Lua Cheia em Sintra – Serra de Sintra - Lisboa

Concerto – Ana Moura Feira de Ferreira do Alentejo

18 de Setembro

19 de Setembro

20 de Setembro

21 de Setembro

22 de Setembro

Navegando na Baía & Passeio Fotográfico Barreiro

Teatro – Cordel – Teatro Nacional São João - Porto

Terça em Fado – no Bartô em Lisboa

Cinema – AXILAS – Auditório Municipal de Gaia – Vila Nova de Gaia

Comédia – 5º ensaio (Stand Up Comedy) Cinema City Alvalade

23 de Setembro

24 de Setembro

25 de Setembro

26 de Setembro

27 de Setembro

Magia – Mário Daniel (Stand Up Magic) Casino Figueira da Foz

Dança – Cult Teatro Sá da Bandeira Santarém

Teatro – “Um diário de preces” de Miguel Loureiro – No CCB Lisboa

Festival Bang Awards Cinema – A canção de Cinema de Animação Lisboa – Auditórios Torres Vedras Municipais de Gaia – V.N.G

28 de Setembro

29 de Setembro

30 de Setembro

1 de Outubro

2 de Outubro

Dança – UNÍSSONO – São Luiz Teatro Municipal - Lisboa

Camané & Festival Literário Folio – Vila de Óbidos

Teatro - Rapariga com Brinco de Pérola – Casa da Escrita – Coimbra

5 de Outubro

6 de Outubro

7 de Outubro

Concerto – António Frederico Dinis e Vitor Zambujo e Miguel Joaquim / [re]interpretaAraújo ao Vivo – Coliseu tion – Jardim Botânico dos Recreios - Lisboa Universidade de Coimbra

3 de Outubro

4 de Outubro

Cinema: A Academia das Musas. De José Luis Guerin – TAGV Coimbra

Concerto: Ney Matogrosso – Atento aos Sinais – No casino do Estoril

8 de Outubro

9 de Outubro

10 de Outubro

11 de Outubro

12 de Outubro

Exposição: “Diário de Bordo” de Gabriel Garcia – Galeria Acervo Lisboa

Gala de Fado – 30 anos Rádio Festival Coliseu do Porto

Concerto: Moreno Veloso – São Luiz Teatro Municipal – Lisboa

Concerto : Jan Garbarek Group – CCB - Lisboa

Pedro Piaf – A Nu – CineTeatro António Lamoso Santa Maria da Feira

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Os improváveis: WWW Pintura: Violante casino de lisboa Saramago – Museu da Eletricidade Casa da Luz - Funchal

Concerto: Zélia Duncan & Zeca Baleiro - Porto Coliseu


Outubro e Novembro de 2016 13 de Outubro

14 de Outubro

15 de Outubro

16 de Outubro

17 de Outubro

Teatro: A Última Viagem de Lénine Teatro da Trindade Lisboa

2.ª Exposição Internacional de Orquídeas de Lisboa Estufa Fria – Lisboa

Visita Guiada ao Palácio de Belém + Museu da Presidência & Caminhada

Caminhando na Pia do Urso + Visita às Grutas da Moeda – São Mamede – Batalha

Cinema : Uma Pastelaria em Tóquio. De Naomi Kawase – TAGV- Coimbra

18 de Outubro

19 de Outubro

20 de Outubro

21 de Outubro

22 de Outubro

Literatura : Caça palavras – Biblioteca Municipal de Loulé Loulé

Concerto : Fados de Coimbra em Lisboa – Grupo de Fados Àcapella Teatro Tiivoli BBVA Lisboa

Feira Medieval de Évora Praça 1 de Maio Évora

Uma noite com Poesia e música em português Cine Incrível – Almada Entrada Livre

Um Inimigo do Povo Teatro Micaelense Ponta Delgada

23 de Outubro

24 de Outubro

25 de Outubro

26 de Outubro

27 de Outubro

Faça uma caminhada à beira-mar ou perto do rio

Públiarte 2016 – Biblioteca Municipal de Lagoa - Lagoa

Veja o pôr-do-sol num miradouro perto de si

28 de Outubro

29 de Outubro

30 de Outubro

Concerto: Ana Carolina & Concerto: Deolinda Seu Jorge – Meo Arena Centro Cultural – Viana Lisboa do Castelo

Serão de poesia: Eros – Noite de Música Jazz – Cinetratro António Cineteatro Alba Lamoso – Santa Albergaria-a-velha Maria da Feira

31 de Outubro

Cinema: 11 Minutos Visita Guiada ao Palácio De Jerzy Skolimowski – da Independência TAGV – Coimbra Lisboa

5 de Novembro

1 de Novembro Recriação da única exposição de Amadeo de Souza Cardoso - Museu Nacional Soares dos Reis -

6 de Novembro

2 de Novembro

3 de Novembro

4 de Novembro

RI – Festival Nacional de Comédia - Cineteatro António Lamoso – Santa Maria da Feira

Aproveite para fazer um passeio pelos melhores jardins da sua cidade

Concerto: Rodrigo Leão & Scott Matthew – Coliseu do Porto

Viagem ao coração da Caminhando entre Lápias India - Nova Acrópole + Visita ao Museu do Ar de Coimbra Maceira, Negrais - Sintra

7 de Novembro

8 de Novembro

9 de Novembro

10 de Novembro 11 de Novembro

The Gift 20 anos TAGV – Coimbra

Palestra: 15 anos da National Geographic em Portugal - CineTeatro Constantino

Combine um jantar com aqueles que mais gosta e aproveite a noite

Performance - LULLABY Cineteatro Alba Albergaria-a-Velha

O outro lado da serra do açor – Villa Pampilhosa Hotel – Pampilhosa da Serra

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Passatempos

Descubra as 6 diferenรงas

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Passatempos Sudoku Samurai Nível Médio

Anedotas PAI AOS 85 ANOS Um homem de 85 anos estava a fazer o seu checkup anual. O médico perguntou como ele se estava a sentir. – Nunca me senti tão bem – respondeu. – A minha nova mulher tem 18 anos e está grávida, à espera de um filho meu! Qual é a sua opinião a respeito disto, Sr. Dr.? O médico reflectiu por um momento e disse: – Deixeme contar-lhe uma história. Eu conheço um homem que era um caçador fanático. Nunca perdeu uma estação de caça. Mas, um dia, por engano, colocou o seu guarda-chuva na mochila em vez da arma. Quando estava na floresta, um urso repentinamente apareceu à sua frente. Ele sacou o guarda-chuva da mochila, apontou para o urso e este caiu morto. – HA!HA!HA!HA! Isto é impossível – disse o velhinho. – Algum outro caçador deve ter atirado no urso! – Exactamente…

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REVISTA REVIVER Setembro de 2016 . Edição nº21

Ficha Técnica Fundadores António Ramos Natacha Figueiredo Editor e Director Geral António Ramos Chefe de Redação e de Paginação Natacha Figueiredo Redacção António Ramos Natacha Figueiredo Colaborador Helena Ramos e Filipe Figueiredo Sede de Redacção Rua do Alto da Bela Vista Lote 4B 2715-268 Almargem do Bispo, Sintra Contactos geral@revistareviver.pt Telefone: 212169069 www.revistareviver.pt facebook e blog link: https://www.facebook.com/revistareviver www.revistareviver.blogspot.pt Comunicação e Publicidade dep.publicitario.reviver@gmail.com dpt.comunicacao.reviver@gmail.com

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Redacção info.reviver@gmail.com Distribuição Nacional Nota : Isenta de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 artigo 12º nº1 - A Locais de distribuição Gratuita Juntas de Freguesia Câmaras Municipais Centros de dia Centros de Convívio Universidades da Terceira Idade Associações de Reformados Associações recreativas Lares de idosos e Casas de repouso Bibliotecas Espaços Internet Santa Casa da Misericórdia Para particulares Devem efectuar o pedido através do email: geral.reviver@gmail.com Sugestões e participações Devem ser efectuadas para os contactos gerais da revista, ou através do nosso facebook e do site oficial.


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