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# 56 DEZ/2O12 Ano 4 www.documentoreservado.com.br

R$ 1O,OO

As 15 melhores

personalidades de um Estado pluralista, inquieto e em constante transformação

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editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação Norma Corrêa, Pedro Ribeiro e Lucian Haro Revisão Maria Aparecida de Souza Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Márcio Razero Fotos Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3019-6570 E-mail editor@documentoreservado.com.br

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 56 - DEZEMBRO/2012

Circulação Janeiro/2013

4 Documento Reservado / Dezembro 2012

Fruet na Prefeitura, Malucelli no Governo e patuscada de Requião

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ustavo Fruet (PDT) assume a Prefeitura de Curitiba apostando numa parceria com o governador Beto Richa (PSDB). Já tiveram uma conversa sobre investimentos na Capital e, ao que tudo indica, as rusgas políticas ficaram para trás. Com equipe nova, formada por economistas, administradores, professores, pedagogos e técnicos em áreas avançadas de tecnologia, Fruet promete um governo austero, sem interferência partidária, o que já demonstrou na escolha de seus principais assessores. Um fato novo surge na política paranaense. O deputado federal, Eduardo Sciarra (PSD), lançou o empresário Joel Malucelli ao Governo do Estado, pelo partido do qual é presidente no Paraná e líder na Câmara Federal. O meio político recebeu, com bons olhos, o nome de Malucelli, já que se trata de um empresário respeitado no Paraná e no País, e um nome novo na política. Embora ainda não tenha se decidido sobre o convite, Malucelli disse que estudará a proposta e há quem aposte que aceitará mais este desafio. E um fato negativo, neste final de ano, ficou por conta do senador paranaense, Roberto Requião (PMDB), que perdeu a eleição no diretório estadual do partido, para o deputado federal Osmar Serráglio, acabou destilando toda sua ira no governador Beto Richa e, consequentemente, atingindo todos os paranaenses. Numa medida de extrema irresponsabilidade, Requião bloqueou recursos de US$ 350 milhões para o Paraná e acabou liberando verbas gordas para outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Acompanhe também nesta edição, as 15 personalidades que se destacaram no Paraná em áreas como religião, empresarial, agricultura, política, saúde, educação e esportes. O levantamento foi feito pelos repórteres Lucian Haro e Paula Tomiak. Boa leitura! Pedro Ribeiro


índice 08 06 SINTONIA FINA 58

OS 15 MAIS Numa versăo mais enxuta – no ano passado foram apresentados 20 perfis – neste ano, săo 15 profissionais que, em suas mais diversas áreas de atuaçăo “fizeram a diferença” em 2012. Esses personagens estăo divididos em sete grupos: Religiosos, Esportistas, Músicos, Políticos, Empreendedores, Comunicadores e Líderes, que, invariavelmente, podem se contrapor e/ou interagir.

AGENDA CULTURAL

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AUTOSSUFICIENTE Governador Beto Richa projeta crescimento do PIB paranaense em 3% para 2013, acima da média nacional, de 1,5%.

ADOÇĂO E PRECONCEITO Na adoçăo, os casais priorizam as características genéticas, idade, sexo, cor e de saúde das crianças

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CIDADE DOS APELIDOS Antonina e Morretes, no Litoral do Estado, disputam o título de “Cidade dos Apelidos”

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RANKING DA CORRUPÇĂO O Brasil ocupa a 69Ș posiçăo no Ranking da Corrupçăo segundo Estudo Percepçőes da Corrupçăo Index 2012, divulgado pela ONG Transparęncia Internacional

SECRETARIADO DE FRUET Um dia antes da diplomaçăo, no dia 18 de dezembro, o prefeito eleito de Curitiba Gustavo Fruet anunciou a composiçăo de parte do seu secretariado.

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DEU “BOBEIRA” O cigarro pode apodrecer as veias que irrigam o cérebro e causar demęncia

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CANDIDATO AO GOVERNO O deputado federal, Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná, lança o nome do empresário Joel Malucelli, como candidato ao Governo do Estado, em 2014.

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ATLETAS DE VERĂO Atletas de verăo costumam abusar da carga nos aparelhos, e esquecem que o corpo precisa de tempo para se habituar ao novo ritmo

49 LUCIANA RAFAGNIN A lei é para todos!

50 ADRIANA FÓZ

As possibilidades e os limites do cérebro no desenvolvimento das crianças de zero a seis anos

52 HELENA SINGER O Julgamento e as Masmorras Modernas

A R T I G O S

54 LUIZ AUGUSTO JUK

Mirian Gonçalves, uma emergente liderança feminina? Por que, năo?... E pt saudaçőes

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sintonia fina

Anistia eleitoral Projeto de lei que prevę anistia de profissionais e grupos (empresas) de comunicaçăo que tenham sido multados pela Justiça Eleitoral, durante a campanha eleitoral, é a proposta do deputado federal Joăo Arruda, do PMDB paranaense.A proposta, que estabelece anistia retroativa as campanhas de 2008, 2010 e 2010, foi protocolada logo após as eleiçőes municipais de outubro. No texto estăo incluídos jornalistas, blogueiros, emissoras de rádio e tevę e portais de notícias.

Não ofende A turma do Palácio Iguaçu continua vendendo ilusőes ao governador Beto Richa. Dia desses, durante solenidade de assinatura de investimentos da AmBev no Paraná, ouvi o seguinte diálogo entre assessores: “vocę tinha que ver em Foz. Bombou! O homem năo conseguia andar. Todo mundo queria cumprimentá-lo”. Năo seria porque os prefeitos precisam de dinheiro e, portanto, babavam ovo?

Esqueceu o Luizão Quem pisou na jaca foi a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hofmann (PT), durante evento, no Expotrade de Pinhais. A ministra, candidata ao Governo do Estado em 2014, rasgou seda para todo mundo. Desde o guardador de carro, até a mulher do cafezinho. Aos deputados, só elogios. Cometeu uma gafe ao esquecer o anfitriăo, professor Luizăo, prefeito reeleito de Pinhais, que năo gostou de ser esquecido.

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PEDRO RIBEIRO

Plauto no TC Năo será surpresa se o próximo conselheiro do Tribunal de Contas, que assumirá a vaga a ser aberta, em abril, pelo conselheiro Hermas Brandăo, se chamar Plauto Miró Guimarăes. O primeiro-secretário da Assembléia Legislativa já negociou seu nome com o Palácio do Iguaçu. Aliás, é só o que sabe fazer: negociar.

Recadinho Gustavo Fruet que năo coloque muito as manguinhas de fora na Prefeitura de Curitiba. Velhas raposas da sala, cozinha e quarto do Executivo municipal estăo de olhos e ouvidos bem abertos com o que vem falando por aí o novo alcaide. Segundo uma dessas raposas, Fruet năo conhece nada da Prefeitura e que fique bonzinho. Lembrou que Ducci perdeu a eleiçăo dentro da própria Prefeitura.

Rua da amargura Mais de 13 milhőes de mulheres perderam o emprego com a crise econômica internacional, que ainda deixou um saldo de 29 milhőes de pessoas desempregadas no mundo. Estima-se que outras 2,5 milhőes deverăo entrar nessa situaçăo em 2013. É o que relata estudo feito pela Tendęncias Mundiais de Emprego das Mulheres 2012. No total, há cerca de 1,3 bilhăo de mulheres no mercado de trabalho, aproximadamente 39% das 3,3 bilhőes de pessoas trabalhando atualmente, segundo relatório da Organizaçăo Internacional do Trabalho (OIT).

Trágico Relatório sobre Índice de Homicídios na Adolescęncia (IHA) revela que tręs adolescentes, a cada grupo de mil, morrem no País antes de completar 19 anos. A taxa cresceu 14% de 2009 para 2010. A estimativa, se năo houver queda no índice nos próximos anos, é que 36.735 jovens de 12 a 18 anos sejam mortos, possivelmente por arma de fogo, até 2016. A maioria das vítimas é homem negro.

Bom de briga O professor Aroldo Murá, jornalista dos bons, năo se intimidou com a truculęncia do deputado federal, André Zacharow, que o desacatou durante um almoço de domingo, no restaurante Café Milano. “Chamou-me de representante da “imprensa marrom”. Pedia-me satisfaçőes sobre matérias jornalísticas que publiquei. Uma delas – na qual o nome dele jamais apareceu – sobre açăo da PF, num apartamento, em busca de dólares e documentos de supostas irregularidades em investigaçăo. Claro que reagi. Fui contido. Ele saiu, com o rabo no meio das pernas”, relatou o professor. 7 Documento Reservado / Dezembro 2012


os 15 mais

OS

15

MAIS

Já que o mundo não acabou e os doze meses passaram, literalmente, voando, quando vimos, já estava na hora de encarar, novamente, a difícil tarefa de apontar quais foram as personalidades paranaenses, que se destacaram em 2012 – claro, que contando com a sua preciosa ajuda, leitor. Numa versão mais enxuta (no ano passado apresentados 20 perfis), traremos, neste ano, 15 personagens, mas, sem deixar de lado o compromisso de destacar os profissionais que, em suas mais diversas áreas de atuação, “fizeram a diferença”, em 2012. Esses personagens estão divididos em sete grupos: Religiosos, Esportistas, Músicos, Políticos, Empreendedores, Comunicadores e Líderes, que, invariavelmente, podem se contrapor e/ou interagir. Vale lembrar, entretanto, que são figuras lembradas por sua capacidade de superação, pioneirismo, história de vida e, por que não, espírito de liderança. Afinal, é isso que as torna “as mais influentes”. 8 Documento Reservado / Dezembro 2012


LUCIAN HARO

RELIGIOSOS

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esponsável pela Paróquia Anjo da Guarda, no bairro da Cachoeira, município de Almirante Tamandaré, o padre Cleberson Evangelista é mestre na arte de arrastar fiéis e pregar os ensinamentos bíblicos. Ordenado há apenas quatro anos, e dono de uma voz profética, descobriu na música e nos versos uma nova forma de evangelizar pessoas. Lançou, em 2012, seu primeiro CD intitulado “Com Ele você pode vencer”, e sua primeira publicação, “Luz nas Trevas: um livro para você que sofre” - o que lhe rendeu reconhecimento na Pastoral de Comunicação da Região Metropolitana de Curitiba e muitos seguidores. Hoje, à frente do projeto de evangelização “Crescendo na Fé”, comanda um programa semanal de rádio, grava palestras, celebra missas e faz shows em paróquias dentro e fora do Estado. Desenvolve, ainda, um trabalho de recuperação de dependentes químicos, como diretor espiritual da comunidade Fonte de Misericórdia, localizada em Rio Branco do Sul, e que tem como princípio a retirada de jovens do mundo das drogas por meio da conversão. Como diferencial, apresenta um jeito próprio de cativar a assembleia e levá-la à oração, sem tentar copiar fórmulas que deram certo para outros padres-cantores. Afirma apenas deixar-se guiar pelo Espírito Santo, na tentativa de levar o nome de Jesus às pessoas. “Nosso objetivo é resgatar os católicos que ainda não conhecem a riqueza da Palavra de Deus”, afirma.

Resgatar católicos para Deus é a vocação dele

Padre Cleberson Evangelista

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os 15 mais

ESPORTISTAS

Natália Zilio Pereira A

ponteira, que hoje é destaque da seleção brasileira de Vôlei, nasceu em Loanda, interior do Paraná, em 4 de abril de 1989, mas, só foi registrada dias depois em Ponta Grossa. Filha de um exjogador de futebol, começou a despontar na carreira esportiva em Santa Catarina, atuando pela Associação Joaçabense de Voleibol. Com altura e talento, aos 16 anos, foi contratada pela equipe adulta do Osasco de São Paulo. No ano seguinte, participou da superliga e integrou a Seleção Brasileira Infanto- Juvenil e Juvenil, em dois mundiais, onde conquistou uma medalha de ouro, e foi eleita a melhor jogadora do campeonato. No entanto, como nem tudo na vida de um atleta são flores, em 2011, médicos descobriram um tumor benigno na canela de Natália. Com isso, o sonho de integrar a Seleção Brasileira, nas Olimpíadas de 2012, ficou mais distante, já que, depois da primeira cirurgia, a equipe médica verificou que o tumor havia voltado. Foi necessário mais uma intervenção cirúrgica. Mesmo com dolorosa e longa recuperação, Natália voltou a treinar. E a recompensa chegou com a “improvável” convocação para as Olimpíadas de Londres. Isso, porém, não bastava para consagrar a garra e luta da paranaense. Final do Voleibol Feminino nas Olimpíadas de 2012: Brasil contra Estados Unidos. O grito de “É ouro” ecoou, quando o Brasil fechou em 25×17, e cravou 3×1, numa partida histórica. Natália deixava marcado seu nome na história do esporte brasileiro, onde ainda tem muito para brilhar.

A Guerreira das quadras

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ESPORTISTAS

Anderson Silva N

ascido na capital paulista, com quatro anos mudou-se para Curitiba, onde passou a morar com os tios maternos. Aos sete anos, começou a lutar taekwondo, mas, na verdade, seu sonho era ser jogador de futebol. Chegou a fazer teste, até mesmo no Corinthians Paulista, abandonando a ideia por ser pequeno e franzino. A partir do taewondo, começou a se interessar pelas artes marciais. Aprendeu capoeira, jiu-jitsu, kung-fu e MuayThai. Com o mestre Noguchi, em Curitiba, conquistou a faixa preta em muaythai e começou a participar de alguns ventos. Em 2006, Silva passou a combater no Ultimate Fighting Championship, no evento Ultimate Fight Night 5, nos Estados Unidos. Na sua estreia, derrotou Chris Leben, em apenas 49 segundos. Tornou-se o maior vencedor no UFC, quando venceu o compatriota Thales Leites, em uma emocionante luta de cinco assaltos. Anderson Silva é o dono do maior número de defesas do cinturão na história do UFC. Depois de conquistar o título em 2006, defendeu seu feito com sucesso em todas as lutas decisivas. A origem do apelido “Spider”, se deve a dois motivos: quando lutava no Pride (evento de MMA realizado no Japão), seu jeito ágil de lutar e se mover, e pelo fato de ter usado uma camisa do personagem “Homem-aranha”, em uma das lutas. Atualmente, vive em Los Angeles.

The Spider

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os 15 mais

MÚSICOS

Blindagem F

undada no final dos anos 70, a Banda Blindagem pode ser considerada a cara paranaense do rock. Tornou-se a banda mais conhecida do Paraná, ao longo dos anos, e foi a primeira do Estado a conseguir destaque nacional. Os sucessos tocavam nas rádiosde todo País, faziam shows nos principais programas de televisão da época, e chegaram a divi-

dir o palco com grandes músicos como Cazuza, Kid Abelha e Titãs. Com linguagem e estilos próprios, a Banda conquistou fãs de várias gerações, que continuam prestigiando o grupo onde quer que toque. A Blindagem é formada pelo vocalista Rodrigo Vivazs, Paulo Teixeira (guitarra), Alberto Rodriguez (guitarra), Paulo Juk (baixo) e Rubén “Pato”

O rock paranaense de 34 anos

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Romero (bateria). O poeta curitibano Paulo Leminski não pode ser deixado de fora, compôs 11 músicas e até cantou com eles em 1990, a música Verdura. Blindagem é uma reunião de amigos, cheios de histórias curiosas e engraçadas a contar, no que eles chamam de “um casamento sem sexo”. Eles nunca se separaram e nunca pararam de tocar.


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os 15 mais

POLÍTICOS

Gustavo Fruet S

e houve o que marcou a eleição à Prefeitura de Curitiba, neste ano, sem dúvida foram as surpresas. Primeiro, por conta da chegada de Gustavo Fruet (PDT) ao segundo turno da disputa – ao lado de Ratinho Junior (PSC) –, no momento em que as pesquisas de intenções de voto apontavam o pedetista na terceira colocação, e, depois, pela queda do então prefeito, Luciano Ducci (PSB), apadrinhado que foi pelo governador Beto Richa (PSDB). A ascensão de Fruet, porém, ao Palácio 29 de Março, não foi simples como se imagina. Para chegar à Prefeitura, ele precisou, primeiro, romper relações com os tucanos, uma vez que Richa já havia se comprometido pelo apoio a Ducci na corrida eleitoral, e filiar-se ao PDT –, o que, à primeira vista, parecia mais ser um tiro no escuro. Revoada essa que lhe rendeu duras críticas durante a campanha política, por conta da coligação feita com o PT, partido que, enquanto deputado federal, Fruet não economizou nas críticas, reiteradas vezes, aos petistas, especialmente, no momento da explosão do escândalo do mensalão. Essa é a segunda vez, em pouco mais de 20 anos, que um pedetista ocupa a principal cadeira da cidade. O último conquistar isso foi Jaime Lerner, entre 1989 e 1993. Não muito longe disso, o pai de Gustavo, o peemedebista Maurício Fruet, já havia esquentado a cadeira de 1983 a 1986 – o que, para muitos, pode representar que seu futuro como prefeito já estava escrito nas estrelas.

597 mil motivos o fizeram ser a grande surpresa das eleições municipais 14 Documento Reservado / Dezembro 2012


POLÍTICOS

Ratinho Junior O

utro grande destaque do ano na política paranaense foi o jovem deputado federal, e que permaneceu na corrida eleitoral por Curitiba até o fim, Carlos Massa Junior (Ratinho Junior, do PSC). Ao longo dos anos, o parlamentar – que recebeu uma das maiores votações à Câmara Federal da história política do Estado –, vinha se preparando para tentar chegar ao Executivo da Capital paranaense. Reuniu nomes históricos e constitui uma equipe de primeira linha para enfrentar o prefeito e candidato, Luciano Ducci (PSB), contava com o apoio do governador Beto Richa (PSDB), e da máquina petista, liderada pelo ex-deputado federal, Gustavo Fruet (PDT).

Ratinho Junior, apesar de seus 33 anos, não se intimidou. Aprendeu a lição de casa e foi para as ruas. Liderou pesquisas no primeiro turno. Perdeu como gente grande e promete retornar, em 2014, como candidato ao Governo do Estado. Durante sua campanha, Ratinho Junior contou com o apoio do pai, o comunicador Ratinho, que contribuiu significativamente para que o jovem tivesse uma boa votação. Foram perto de 400 mil votos, o que o credencia a continuar suas pretensões políticas, com vistas ao Palácio Iguaçu.

Ele perdeu a eleição, mas mostrou como se levanta votos

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os 15 mais

POLÍTICOS

Osmar Serraglio R

ecém-eleito presidente do diretório estadual do PMDB, o deputado federal Osmar Serraglio já assume o posto com, pelos menos, duas duras missões pela frente: buscar a paz e “aparar as arestas”, dentro do próprio partido, para, depois, decidir o rumo que a legenda tomará na eleição para o Governo do Estado, em 2014. Quanto à candidatura de Roberto Requião ao cargo, Serraglio afirmou que ele (Requião) é um líder nato e que seu nome pode, sim, ser cogitado. Disse, porém, que o partido também tem pre-

tensões como, por exemplo, lançar o ex-governador Orlando Pessuti como candidato. “Todos percebemos que, nesta caminhada, Pessuti se tornou também um vitorioso, e que precisa ser valorizado”, completou. Serraglio prega, ainda, “convivência e parceria pacífica”, tanto com o Governo Beto Richa (PSDB), como com o Governo Dilma Rousseff (PT). “Isto não impede que, quem quiser ser candidato, desde logo, comece a construir internamente o seu nome, para que venha ser sagrado, vencedor, na convenção. Daí iremos, como um exército unido, para a vitória”, afirmou.

Ele pode definir o destino político de Requião em 2014

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os 15 mais

POLÍTICOS

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Reni Pereira

refeito eleito em Foz do Iguaçu, com pouco mais de 53% dos votos, o deputa do estadual Reni Pereira (PSB) anunciou, recentemente, que pretende fazer um governo com coalizão. Estratégia pela qual deve administrar o município com iniciativas próprias, ao mesmo tempo em que pretende dar continuidade às ações já iniciadas pelo ex-prefeito da cidade, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT). Reni Pereita se destacou, neste ano, depois de comandar, na Assembleia Legislativa do Pa-

raná, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para averiguar as pesquisas de intenção de voto, feitas pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) no Paraná, alegando desconformidade nos números divulgados. O deputado é paranaense, nascido em Santo Antonio do Sudoeste, filho de agricultores e, portanto, sabe o valor de plantar para colher. Persistência, resistência, competência e postura são marcas da trajetória de vida e política do deputado Reni.

Casado, funcionário público Federal e Estadual, licenciado atualmente do cargo de auditor fiscal, que ocupa desde 1996, cursou filosofia e, também, é advogado formado pela UNIFOZ, pós graduado em Direito nas Faculdades Integradas Curitiba. Iniciou sua vida pública como servidor concursado do Ministério da Justiça em 1993, na Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Foz do Iguaçu, cidade onde passou a residir. Em 2002, elege-se deputado estadual reelegendo-se em 2006. “Aqui, ninguém é mais, ou menos deputado. Estamos todos legitimados a representar os interesses dos paranaenses”, afirma constantemente.

Uma gestão com coalisão e propostas

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POLÍTICOS

Cleiton Kielse C

umprindo seu quinto mandato consecutivo como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado, o curitibano Cleiton Kielse (PEN) mostrou, este ano, que não tem medo de cara feia. Provocado pelo presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), ele apontou, sem dó nem piedade, os nomes de colegas de plenário, supostamente envolvidos com concessionárias e que estariam impedindo a implantação de uma CPI na Casa, para investigar as relações do Estado e de políticos com as concessionárias. Entre eles, o próprio presidente Rossoni e seu primeiro-secretário, Plauto Miró (DEM), além do líder governista, Ademar Traiano (PSDB) e Ney Leprevost (PSD). Tudo começou depois que ele fez um comentário durante entrevista a uma rádio da

cidade, afirmando que as investigações sobre o pedágio não iam para frente na Casa, porque “lá, há deputados comprados pelo pedágio e com a alma vendida ao diabo”. A cita-

ção, além de virar polêmica, ainda lhe rendeu um processo no Conselho de Ética do Legislativo, por suposta quebra de decoro parlamentar, ainda sem solução.

Uma coisa ele já provou: não tem medo de cara feia

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os 15 mais

POLÍTICOS

Eduardo Sciarra I

ndicado como novo líder do PSD na Câmara dos Deputados, o paranaense Eduardo Sciarra, presidente estadual da legenda, teve liderança reconhecida em 2012, por sua atuação no Congresso Nacional. Ele elaborou projetos e, principalmente, defendeu novos investimentos ao Paraná. Em relação ao pacote de medidas para ampliação e a modernização do sistema de portos brasileiros, com investimentos que somam R$ 54 bilhões, até 2017, com recursos públicos e privados, Sciarra disse que a inclusão do Porto de Paranaguá provocará uma explosão de investimentos, no que se refere à expansão e melhoria dos portos. “Para o Porto de Paranaguá, há uma estimativa de investimento público e privado, que totalizam R$ 4,3 bilhões para obras, sendo 1,08 bilhão reservado para o período de 2014 a 2015, e de 3,32 bilhões, entre 2016 e 2017, incluindo R$ 860 milhões para dragagens”, apontou. Sciarra entende que a nova legislação será positiva por modernizar o setor portuário e garantir a competitividade nacional. “O foco desse programa será ampliar a capacidade dos terminais nos portos brasileiros. Um dos pontos de destaque é que não haverá mais outorga, e as licitações terão, como critério, a maior movimentação com menor tarifa”, explicou.

O destaque na Câmara Federal

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POLÍTICOS

Michele Caputo Neto F

armacêutico do Norte Pioneiro do Estado, Michele Caputo Neto sempre se preocupou com a saúde dos cidadãos. Sua trajetória política é percebida em atuações em Curitiba, no Paraná e, com atuação nacional, principalmente na área clínica. Hoje, ele atua como Secretário da Saúde, e faz, o cuidar das pessoas, a sua vocação. O projeto “Mãe Paranaense”, lançado em maio deste ano, é exemplo disso. O projeto envolveu a capacitação de 1851 profissionais do SUS, e a formalização de convênios com 60 cidades, para a construção ou ampliação de unidades básicas de saúde, no valor de R$ 26,3 milhões. Durante o pré-natal são realizadas, no mínimo, sete consultas e 17 exames. Os jovens também recebem atenção especial com o projeto, “Crack, é possível vencer”. Este programa destina recursos para aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários de drogas, para enfrentar o tráfico e as organizações criminosas e ampliar atividades de prevenção.

O Secretário da Saúde comprometido com a população 21 Documento Reservado / Dezembro 2012


os 15 mais

EMPREENDEDORES

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ascido em 5 de junho de 1962, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Antonio Candido Prataviera Calcagnotto é graduado em Administração de Empresas, e em Direito, ambos pela Universidade de Caxias do Sul. Possui mestrado em Planejamento Estratégico (EAESP/FGV/SP) e MBA (Exchange), em Finanças e Marketing ( York University, no Canadá). Em sua trajetória profissional, Antonio Calcagnotto já ocupou posições de destaques em importantes empresas, entre elas: Marcopolo S.A., Navistar International Trucks, Supermercados Calcagnotto S.A., Sistema Unimed, Sicredi e Todeschini, além de ter integrado o quadro diretivo, como diretor/conselheiro das seguintes entidades: AMCHAM, CDL, CICS (Caxias do Sul), Sistema FIERGS (mecatrônica), Sindilojas, ANFAVEA, AEA e SICREDI. Desde setembro de 2008, no comando do Departamento de Relações Institucionais da Renault do Brasil, e da Nissan do Brasil, Antonio Calcagnotto é responsável pela estratégia de aproximação da marca com entidades e organismos públicos e privados, além de participar do trabalho transversal, realizado por várias áreas da empresa para elevar a notoriedade da marca Renault no Brasil. Atualmente, além de Diretor de Relações Institucionais da Renault do Brasil e da Nissan do Brasil, acumulando os cargos de vicepresidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e diretor da AEA (Associação de Engenharia Automotiva). Também leciona na área de gestão de negócios, Marketing e ética desde 1999, em universidades como: ESPM, Universidade de Caxias do Sul e IHACS/PUC.

“Como diretor da Renault, tem um papel importante nas relações institucionais e no crescimento da empresa no Paraná, o que resulta em benefícios para todo o Estado”. Luiz Carlos Hauly, Secretário de Estado da Fazenda

Antonio Calcagnotto 22 Documento Reservado / Dezembro 2012


EMPREENDEDORES

Alexandre Malucelli F

ilho primogênito do empresário Joel Malucelli, este ano, ele assumiu a presidência da empresa J.Malucelli Seguradora. Desde 1990, quando tinha 21 anos, ele atuou como vice-presidente da empresa e acompanhava todos os assuntos de perto. A empresa é um dos maiores conglomerados empresariais do Paraná, reunindo 62 empreendimentos. Alexandre Malucelli possui espírito empreendedor até nas horas de lazer. É fascinado por caça esportiva, e costuma fazer isso no Uruguai, onde tem uma fazenda. Ele aconselha, aos jovens, que estudem muito e não deixem as oportunidades escaparem, mas, que pensem longe, e a longo prazo. O sucesso virá.

O sucessor

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os 15 mais

LÍDERES

Luizão Goulart D

ono da votação mais expressiva do Estado nestas eleições – foram 68.802 votos válidos – e de uma das maiores aprovações já registrada no Brasil, o prefeito de Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), Luizão Goulart (PT), atribui o sucesso conquistado nas urnas ao bom momento que a cidade vive. O petista afirmou que, para seu próximo

mandato, pretende dar sequência ao trabalho desenvolvido em 2012, principalmente, no que diz respeito às melhorias nas áreas de Infraestrutura, Saúde, Segurança e Educação. Também arriscou desvendar a fórmula que o fez alcançar 93,7% da aceitação da população. “Não é um único item o responsável por isso. É um conjunto, uma soma de fatores”, revelou, citando o cumprimento do seu plano de governo, o bom relacionamento que teve com os partidos políticos da região e o diálogo com a população. Para se ter uma ideia da dimensão dos votos conquistados pelo prefeito, seu principal concorrente na disputa deste ano, o candidato tucano Flavio Borri, fez 3.596 votos, o equivalente a 5,37%

das indicações válidas. Com os números, Luizão também fez história na cidade. É o prefeito mais votado da jovem Pinhais. O terceiro colocado no bate-chapa, José Martins (PRB), fez 579 votos – 0,86% dos votos válidos. Luizão afirmou, ainda, que faz questão de receber os pinhaienses no próprio gabinete, para interceder diretamente pelos interesses da população. Uma das obras que mais se orgulha de ter concluído, segundo ele, é o Bosque Municipal, que serve, tanto como opção de lazer para as famílias, quanto para abrigar shows e grandes festas locais. Luizão também citou a reabertura do Hospital e Maternidade de Pinhais, que realiza cerca de 120 partos por mês, e a inauguração de um Centro da Juventude, voltado à capacitação dos jovens do município.

O prefeito mais votado do país

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LÍDERES

Ágide Meneguette E

m defesa do setor rural paranaense, Ágide Meneguette é o presidente reeleito do sistema da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). O engenheiro agrônomo preocupa-se com o agronegócio do Estado, por acreditar que esta é a base econômica do Paraná e o garantidor da balança comercial. Meneguette elogia o trabalhador rural e diz que o ganho do Brasil começa no campo. No esforço do produtor de plantar, de rezar pela chuva, de sofrer pelas oscilações de preços e de colher, muitas vezes, em condições adversas. E depois, ainda, ver parte substancial do resultado de seu trabalho ser tragado por fretes caros, estradas ruins, pedágios fora da realidade, ferrovias que cobram o olho da cara, e portos ineficientes. “Pode parecer piegas, mas o produtor rural é mesmo um herói, embora pouco compreendido por grande parte de nossa sociedade”, afirma, ao completar: “A intenção é proteger o produtor e apresentar a eles novas tecnologias de plantio, comercialização da produção, garantindo assim uma grande economia para o Brasil”.

Preocupa-se com o Agronegócio, pois o considera garantidor da balança do estado 25 Documento Reservado / Dezembro 2012


política

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Malucelli poderá disputar governo

deputado federal, Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná, e líder do partido na Câmara Federal, surpreendeu o meio político paranaense ao lançar o nome do empresário Joel Malucelli, como candidato ao Governo do Estado, em 2014. “Como é intenção nacional do partido em ter candidatura própria em todos os estados, consultamos a executiva estadual, que aprovou o nome do empresário Joel Malucelli”, explica Sciarra. Ao receber o convite, Malucelli disse que se sente honrado e que

vai avaliar todas as possibilidades para enfrentar mais este desafio. O PSD inicia, em 2013, uma ampla campanha nacional de filiações, comunicação e marketing, para fechar março de 2014, com nomes em todos os estados, revela Sciarra. Um dos maiores empresários do Estado do Paraná e respeitado em todo o País, por sua liderança e sucesso nos negócios, Joel Malucelli (67 anos), sempre esteve preparado para discutir o ambiente empresarial e político brasileiro. Ele se lançou do zero, há 48 anos, para

DR - O senhor aceitou o convite para majoritária pelo PSD de Eduardo Sciarra?

nhei em ser prefeito da cidade, porque considero uma das cidades mais modernas e boas para se viver do mundo.

Joel Malucelli – Para mim foi uma surpresa, e fiquei muito honrado com o convite. Estou avaliando da mesma forma como devem estar avaliando as lideranças do partido no Estado.

DR - O deputado Eduardo Sciarra disse que o partido está fechado com seu nome. O que ainda falta para que o senhor aceite este desafio? JM – Estou no final de um processo de sucessão nas minhas empresas e, tão logo meu filho, Alexandre Malucelli assuma a presidência do Grupo, poderei ficar mais tranquilo para avaliar o convite. Ainda estou envolvido nas 72 empresas do Grupo, e tenho que analisar os reflexos de quatro anos futuros na vida política.

DR- O senhor não esconde o gosto pela política e já manifestou interesse em disputar a Prefeitura de Curitiba. O senhor confirma? JM – Sim. Sempre acompanhei a política partidária e já recebei convites para o Legislativo estadual e federal, mas nunca aceitei. Em relação à Curitiba, sempre so26 Documento Reservado / Dezembro 2012

DR- O senhor acha que este é o momento certo para entrar na política? JM – Sim. Há um clamor por mudanças junto à sociedade, que está cada vez mais politizada e estamos carentes de novos nomes. Veja o que aconteceu com José Serra em São Paulo.

DR - Quando poderá ser o Dia D? JM – O Alexandre assume oficialmente a presidência do Grupo em janeiro. Com meu afastamento do dia a dia das empresas, vou reprogramar minha vida e pensar seriamente no assunto.

DR - Caso aceite o convite, o que o senhor espera da política e do futuro do Paraná? JM – Primeiro, preciso analisar os benefícios que eu e meu partido poderemos trazer para o nosso Estado. Não entrarei na política para fazer carreira. Não preciso disso, estou com minha vida pessoal resolvida. Agora, penso muito em meu Estado e o que posso fazer para seu crescimento e desenvolvimento.

erguer um império constituído, hoje, por 72 empresas. Do trabalho duro e experiência ao longo dessa jornada, tirou os ensinamentos repassados aos filhos, em especial ao primogênito, Alexandre Malucelli, que acaba de assumir o controle do Grupo J. Malucelli. Uma história de vida que o faz ser admirado pelo grande número de funcionários. Prefeitura de Curitiba Durante todo esse longo período, Joel

DR - O senhor é filiado a algum partido? JM – Sim. Ao PSD, que conta com nomes ilustres como do próprio Sciarra, Ney Leprevost, Reynhold Stephanes e Alceni Guerra, entre outros.

DR - Como o senhor avalia o quadro político no Paraná para as próximas eleições? JM – Vejo com extrema dificuldade e uma disputa acirrada. Os nomes que conhecemos são de pessoas preparadas, conceituadas, honestas e que vivem o dia a dia da política com objetivo de chegar ao Palácio Iguaçu.

DR- A derrota de Luciano Ducci à Prefeitura de Curitiba não enfraqueceu o governador Beto Richa? JM – Acredito que não. A derrota de Ducci, em minha opinião, foi uma injustiça, porque ele é um grande empreendedor e vem dando qualidade de vida aos curitibanos.

DR - Em relação à vitória de Gustavo Fruet, o que o senhor tem a opinar? JM – Fruet sempre esteve na frente nas pesquisas. Desde a primeira pesquisa, feita pela CBN, ele já pontuava. Portanto, sua vitória não me causou surpresa. A surpresa foi Ratinho Junior.


PEDRO RIBEIRO

Malucelli soube lidar com um mundo que muda cada vez mais rápido sem, jamais, se descuidar dos negócios, da família e das artimanhas políticas. Sangue político também ferve em suas veias, já que passou quase meio século lidando com a política e os políticos. Esse convívio lhe fez brotar um grande desejo: ser prefeito de Curitiba. Porém, como empresá-

“Beto Richa e Gleisi Hoffmann são dois nomes fortes para 2014. Se houver outros candidatos, teremos segundo turno”. (Joel Malucelli)

DR - Quem o senhor acha que disputará a majoritária em 2014? JM – Beto Richa, Gleisi Hoffmann, Roberto Requião ou Orlando Pessuti, Alvaro Dias, Osmar Dias e o próprio Ratinho Junior. São todos nomes fortes e com chances de assumir o Governo.

DR - E o senhor? JM – Hoje ainda me considero amador perto desse grande time.

DR - Dos nomes que o senhor citou, não tem nenhum empresário. O senhor não acha que um empresário, agora, teria chance? JM – Tomara que sim.

DR - Como empresário, como o senhor governaria do Paraná?

rio, protelou seus sonhos, porque, segundo ele, empresário não deve se alimentar de sonhos, mas vive de metas e resultados, senão, corre o risco do fracasso, e ir à falência. Agora, com a entrega do comando do grupo, “posso ficar mais à vontade e confortável para estudar essa ciência chamada política e da qual me interesso”. Em sua galeria de troféus, na sede do Clube Malutrom, localizada no Parque Barigui, Joel Malucelli expõe dezenas de camisas de jogos de futebol, todas as suas conquistas, como artilheiro do time, fotos das excursões feitas pelo exterior e no País e, em especial, fotografias ao lado de políticos. Figuram, ao seu lado, nos imensos paineis, nomes históricos como Ney Braga, Jayme Canet Junior, Roberto Requião, Alvaro Dias, José Richa, Jaime

Para Joel Malucelli, Estado tem que ser administrado como uma empresa, onde se avalia todos os riscos, sem desperdícios e com metas futuras Lerner, Fernando Henrique Cardoso, Yeda Crusios, Luiz Inácio Lula da Silva, João Saad, Johny Saad, Edson Arantes do Nascimento, e muitos outros que estiveram junto ao convívio do empresário. Conversamos com Joel Malucelli a respeito do lançamento de seu nome para o Governo do Estado, em 2014, pelo PSD.

de uma empresa. Administraria com mais tranquilidade, honestidade, seriedade e responsabilidade.

DR - Entre os candidatos que o senhor citou está o nome da petista Gleise Hoffmann. Ela é forte candidata ao Governo em 2014. JM – Sem dúvidas. Ela tem um histórico político, é excelente administradora, é mulher e conta com ma estrutura partidária forte. Hoje, a considero tão forte como o nosso governador Beto Richa e a eleição, com certeza, polarizará entre os dois. Se houver mais candidatos teremos segundo turno.

JM – Como Estado-empresa. Se puder ajudar, com minhas ideias, com uma forma diferente de fazer política. Colocaria o Estado como uma grande empresa e eliminaria desperdícios e investiria melhor o dinheiro público. Tenho consciência da dificuldade de se administrar um Estado como o Paraná, mas podem apostar que deixarei uma mensagem nova, porque avaliaria todos os riscos, como Joel Malucelli: “o convite é uma honra para mim. Agora vou avaliar com responsabilidade esse novo desafio”.

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política

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Um novo ciclo recente fornece vários exemplos disso”, afirmou o prefeito, referindo-se às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do mensalão. Aliás, Gustavo não se intimidou com a presença de petistas em sua posse, como o presidente da Itaipu, Jorge Samek, do deputado federal Dr. Rosinha, e da sua vice, Miriam Gonçalves, ao fazer referência sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e aproveitou para alertar os seus colaboradores: Não vai ser conivente com a corrupção e que terá, na transparência, a palavra de ordem na sua administração. O pedetista lembrou os desdobramentos do escândalo na Câmara de Vereadores, que culminou com o afastamento do então presidente da Casa, vereador Luiz Cláudio Derosso (PSDB), a quem é imputado inúmeras irregularidades no comando do Legislativo municipal. “Aqui mesmo, na Câmara, aconteceram episódios que ainda terão consequências. Que ninguém ignore as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal. Que ninguém deixe de dar ouvidos às recentes decisões do Supremo. E, como prefeito, não pode-

Foto: Andressa Katriny

uritiba inicia um novo ciclo político. Este foi o mote dos discursos de posse, tanto de vereadores, quanto do prefeito, Gustavo Fruet (PDT), realizado no primeiro dia do ano. Na sua fala, o vereador Tito Zeglin (PDT), que discursou em nome dos 38 vereadores para saudar o novo prefeito, sublinhou “a mudança” que, segundo ele, foi uma exigência das urnas. “Gustavo e Miriam representam a mudança. Foram 24 anos, 6 eleições consecutivas, no revezamento de um mesmo grupo político. Mas, 70% dos eleitores votaram pela mudança, porque os curitibanos perceberam que o problema não estava em Curitiba, mas na forma de comandar a cidade. Por isso, a cidade espera uma administração moderna, criativa e inovadora”, disse. Fruet, nas suas palavras, também citou a necessidade da “renovação” no comando da Prefeitura, ressaltando o “início do novo ciclo” na cidade. “Vinte e quatro anos depois, Curitiba vive um novo ciclo, porque é saudável alternância no comando da Prefeitura”, disse ele, ao acrescentar que a perpetuação no poder é combustível para a tirania, para a acomodação, e para o senso de impunidade. “A história

Gustavo Fruet faz o seu primeiro discurso como prefeito de Curitiba

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rei compactuar ou silenciar diante de acontecimentos semelhantes”, pontuou, para, em seguida afirmar que o seu estilo de gestão não vai agradar a todos. “Os desmandos não serão tolerados. E, os secretários que, ao cometerem erros, sejam humildes e coloquem o cargo à disposição”, avisou. E, como meta administrativa a ser alcançada nos próximos quatro anos, Gustavo citou setores como saúde, segurança, mobilidade urbana e educação, como prioridade no início de sua administração. Ele também pediu um prazo de 100 dias, para dizer “como estava” e como ficará a cidade, adiantando que, neste ano, vai trabalhar com orçamento já aprovado e elaborado pela administração anterior. Transporte coletivo Antes, porém, de tomar posse na “apertada” e concorrida Câmara de Curitiba, Gustavo Fruet fez questão de mostrar que está disposto a imprimir um novo estilo de governar. Ele não se importou em atender a imprensa, na calçada, em frente ao prédio do Legislativo. Ali, o pedetista não deu boas notícias. Respondendo a uma pergunta, Gustavo admitiu que a tarifa do transporte coletivo será reajustada nos primeiros meses do seu mandato, e indicou que essa discussão não será fácil, em razão de ter de enfrentar “interesses poderosos”. Ele disse, no entanto, que o aumento da passagem não será de R$ 3,10 como pretendem os empresários do setor, que alegam elevados custos para manter o sistema, e reclamam de uma grave crise econômico-financeira que estaria afetando o transporte coletivo de Curitiba, com um rombo nos cofres de dezenas de milhões de reais. O valor da passagem de ônibus, hoje, em Curitiba, é de R$ 2,60. E, para estudar o assunto, Fruet disse que formará uma comissão, em parceria com o


NORMA CORRÊA

para Curitiba nador foi prefeito de Curitiba por seis anos e, certamente, se manterá sensível às demandas da cidade”, completou.

O casal Fruet, Gustavo e Márcia, e o diploma de prefeito de Curitiba

mantenha o subsídio do Estado à tarifa do transporte coletivo. No ano passado, Prefeitura e Governo assinaram um convênio de R$ 26,3 milhões para cobrir os custos da crise no sistema. O prazo termina em abril. “O gover-

Foto: Anderson Tozato

Ministério Público, e será este colegiado que vai definir o novo valor da tarifa. O grupo, conforme o prefeito, vai avaliar a planilha de custos para verificar qual é o valor exato da tarifa técnica, e quanto deverá ser o aumento para a população. Para ele, a questão da tarifa é uma “bomba-relógio” e, por essa razão, pretende “abrir as contas”, para demonstrar “total clareza e transparência” à questão da tarifa. “É preciso parar de ficar falando em caixa-preta”, disse. Quanto a supostos “interesses poderosos arraigados há muito tempo” na administração municipal, Fruet fez questão de afirmar que não se trata de resistências, mas sim de situações que estão acomodadas há muito tempo. “São 24 anos de poder seguidos. A gente tem visto essa situação na questão de obras, de transporte e saúde. Não se trata de identificar adversário ou de caça às bruxas, é uma mudança de postura. Isso vai tirar a zona de conforto que muitos estavam”, afirmou, ao lembrar que pretende tornar oficial o pedido para que o governador Beto Richa (PSDB)

Promessa cumprida Depois da posse na Câmara, Fruet trocou o terno pela camiseta, subiu numa bicicleta e seguiu à Prefeitura, para a transmissão de cargo. Ele cumpriu com o que prometeu e foi seguido por dezenas de ciclistas que o acompanharam até o Palácio 29 de Março, no Centro Cívico. Ali, a cerimônia foi menos demorada. O novo prefeito praticamente repetiu o mesmo discurso feito na Câmara, destacando o item “corrupção”. O ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), sintetizou o seu sentimento, ao afirmar que, para ele, foi um orgulho administrar uma cidade como Curitiba. “Fizemos a nossa parte, pela qual sinto orgulho como curitibano. E, aqui, renovo os meus votos de sucesso para a nova gestão. É impossível ser curitibano sem querer o bem da nossa cidade. >> Muito obrigado, Curitiba!”, disse ele.

Cumprindo a promessa, Fruet seguiu de bicicleta até a Prefeitura, no Centro Cívico, para a transmissão do cargo

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política

Secretariado Um dia antes da diplomaçăo realizada no dia 18 de dezembro de 2012, o prefeito eleito Gustavo Fruet anunciou a composiçăo do seu secretariado e algumas medidas de reestruturaçăo da administraçăo municipal. “Anuncio hoje (17/12/12) parte do secretariado. Năo tenho a preocupaçăo de preencher todas as Pastas de imediato. Estamos priorizando aquelas com maior dotaçăo orçamentária e que săo responsáveis pelos serviços essenciais. Pelo bem de nossa cidade, estou montando uma equipe técnica, com capacidade de articulaçăo política, independente de preferęncias partidárias. Da mesma forma que estou tendo a confiança ao nomear, quero ter liberdade para agradecer e dispensar caso as necessidades da populaçăo năo sejam atendidas”, adiantou Fruet.

Confira o plano de governo que Gustavo Fruet preparou para Curitiba, por setor: Planejamento, Administraçăo e Finanças

As açőes das Secretarias de Administraçăo e Planejamento estăo sendo unificadas neste momento, sob a coordenaçăo do secretário de Planejamento, professor Fábio Scatolin, que terá ao seu lado, os economistas César Reinaldo Rissete e Wilhelm Milward Meiners. Estes dois técnicos ajudarăo na elaboraçăo dos projetos e no contato com Brasília para captaçăo de recursos federais. Na Secretaria de Finanças, Eleonora (Fruet) terá ao seu lado o economista José Carlos Marucci, também para ajudar na ordenaçăo de despesas e no contato com Brasília para captaçăo de recursos federais.

Guarda Municipal (GM)

As açőes das Secretarias de Defesa Social e Antidrogas serăo unificadas na estrutura da Defesa Social. Programas da Antidrogas, como Bola Cheia, Movimento Poty, Papo Legal, Căo Amigo e as operaçőes especiais serăo mantidos e ampliados. Em respeito ŕ corporaçăo, e confirmando o projeto de valorizaçăo da Guarda Municipal, o diretor, inspetor Frederico, foi anunciado antes mesmo do secretário de Defesa Social. “Fiz questăo de escolher um homem da tropa para demonstrar nossa disposiçăo de dialogar”.

Obras Públicas Algumas mudanças serăo adotadas na Secretaria de Obras, para garantir a melhor destinaçăo dos recursos públicos, e assegurar que nesta administraçăo as obras tenham início, meio e fim. Por exemplo: haverá critério no cadastro de fornecedores. Hoje, o cadastro é renovado apenas com base em documentos apresentados pelas empresas. A partir de agora, a cada renovaçăo, as empresas serăo vistoriadas para verificar a existęncia e a vida útil de suas instalaçőes e equipamentos. Se bem executadas, as obras de uma determinada empresa terăo influęncia na sua renovaçăo. Se mal executadas também. Será priorizada a área de custos e orçamentos para realizar a cotaçăo mensal dos insumos. Pelo menos, tręs cotaçőes para cada insumo. As tabelas referenciais serăo atualizadas anualmente. Hoje, as tabelas chegam a ficar defasadas por quatro anos. Também serăo definidas as vias de tráfego mais adequadas para o transporte de insumos com caminhőes pesados. Hoje, as licitaçőes acontecem sobre recursos fictícios e depois os ajustes văo sendo feitos através de mediçőes. Os contratos, no ato da contrataçăo, serăo empenhados como um todo para diminuir custos e riscos. Depois da eleiçăo, “estamos recebendo uma série de informaçőes sobre atrasos no pagamento de fornecedores. Vamos cumprir a lei. Ou seja, quem autorizou aquilo que năo está sendo cumprido será responsabilizado”. “Năo é possível mais tolerar tantos atrasos e prejuízos, com obras mal executadas. A má influęncia na fiscalizaçăo das obras e contratos será enfrentada”. Haverá um boletim de desempenho por obra, que será assinado pelo fiscal ou equipe de fiscalizaçăo. Uma das metas mais ousadas, é a diminuiçăo dos termos aditivos em obras públicas. Mais rigor na contrataçăo de projetos terceirizados. A longo prazo, o fortalecimento do quadro técnico do IPPUC ajudará neste processo, independente de concursos públicos que serăo realizados para projetos específicos.

SGM Descentralizaçăo das açőes da Secretaria de Governo. O vereador Caíque Ferrante, que encerra seu mandato, ficará responsável pelo contato com a Câmara Municipal.

ICI Mudança na relaçăo entre Prefeitura e ICI. Esperar reuniăo com membros do Conselho Administrativo antes de anunciar mudanças.

Urbanismo

Gustavo Fruet e 38 os vereadores foram diplomados em Curitiba. Antes, o novo prefeito anunciou parte de seu secretariado

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Implantaçăo de algumas medidas para reduzir prazos e desburocratizar aprovaçőes de projetos. Entre elas, estabelecer a Comissăo Técnica de Zoneamento, com a participaçăo de representantes dos órgăos de classe nas discussőes e proposiçőes quanto ao zoneamento e uso do solo. A médio prazo, eliminar os intermediários, tratando direto com proprietário, responsável pelo projeto ou responsável técnico pela obra. Dar transparęncia aos trâmites, prestando bom atendimento ao público e aos profissionais da área.


A equipe de Gustavo Fruet Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego – SMTE Mirian Gonçalves Chefe de Gabinete Itamar Abib Neves Secretaria Municipal de Planejamento e Gestăo – SEPLAN Fábio Dória Scatolin Assessores da Secretaria Municipal do Planejamento César Reinaldo Rissete Wilhelm Milward Meiners Secretaria Municipal de Finanças – SMF Eleonora Bonato Fruet Assessor da Secretaria Municipal de Finanças José Carlos Marucci Secretaria Municipal da Educaçăo – SME Roberlayne de Oliveira Borges Roballo Secretaria Municipal da Saúde – SMS Adriano Massuda Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA Renato Lima Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficięncia – SEDPD Ronaldo Vadson Schwantes Secretaria Municipal de Recursos Humanos – SMRH Meroujy Giacomassi Cavet Secretaria Municipal de Abastecimento Fernando Fernando Klein Nunes Secretaria Extraordinária de Relaçőes com a Comunidade – SERCOM Carlos Henrique Sá de Ferrante Procuradoria Geral do Município – PGM Joel Macedo Soares Pereira Neto

Diretor da Guarda Municipal Claudio Frederico de Carvalho Instituto Municipal de Administraçăo Pública – IMAP Liana Maria da Frota Carleial Fundaçăo Cultural de Curitiba – FCC Marcos Cordiolli URBS - Urbanizaçăo de Curitiba S. A. Roberto Gregorio da Silva Junior Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC Sérgio Póvoa Pires Fundaçăo de Açăo Social - FAS Márcia Oleskovicz Fruet Agęncia Curitiba de Desenvolvimento S.A e Companhia de Desenvolvimento de Curitiba - CURITIBA S.A. Gina Gulineli Paladino Instituto Curitiba de Sáude - ICS Dr. Wilson Michaelis Superintendente da Secretaria de Assuntos Metropolitanos Valfrido Eduardo Prado Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude - SMELJ Aluisio de Oliveira Dutra Junior Secretaria de Trânsito - SETRAN Joel Krüger Secretaria do Governo Municipal – SGM Ricardo Ghisi Mac Donald Secretaria de Urbanismo - SMU Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro Companhia de Habitaçăo Popular - COHAB Ubiraci Rodrigues >>

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política

Judas do Paraná o

governador Beto Richa (PSD) reagiu com indignação à postura do senador Roberto Requião (PMDB), que vetou empréstimo de US$ 350 milhões ao Paraná. Richa classificou a medida como uma atitude “inaceitável essa do senador e governador aposentado Roberto Requião, contra o Paraná. Na mesma noite em que traiu o Paraná, ele votou a favor de empréstimos para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará e Bahia. Só isso já mostra que ele é, sim, contra o Paraná”.

O senador Roberto Requião (PMDB) barrou a votação, no plenário do Senado, de um empréstimo de 350 milhões de dólares (R$ 731,5 milhões) do Banco Mundial (Bird) para o Paraná. O contrato é o maior de um pacote de cinco negociações internacionais conduzidas desde o ano passado pelo Governo Beto Richa (PSDB), que totalizam 635,7 milhões de dólares (R$ 1,329 bilhão). Requião falou que não aceitaria votar a proposta “no escuro”. “Eu quero me recusar a votar um empréstimo que vai sobrecarregar o

meu Estado. O Estado que represento, sem ter a menor ideia do destino desse recurso. Coloco minha objeção, ao mesmo tempo, tentarei obstruir isso”, disse o senador. R$ 4,2 bilhões é o valor total das dívidas que o Governo Beto Richa contraiu ou pretende contrair até aqui, dois anos depois do início da gestão. Com o posicionamento, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), retirou o texto da pauta. A manifestação foi feita logo depois da apreciação de empréstimos similares para Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Santa

Beto Richa: “Governador aposentado trai o Paraná e beneficia outros estados”

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DA REDAÇÃO

Catarina. Ao contestar a votação, Requião indagou o relator da proposta, senador Delcídio Amaral, (PT-MS) sobre o destino da verba. Amaral não soube explicar, mas disse que a negociação já havia sido analisada por vários órgãos de fiscalização do Governo Federal, como a Secretaria do Tesouro Nacional e o Ministério da Fazenda. Na manhã do dia 18 de dezembro, antes de ser remetida ao Senado, a documentação foi assinada pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Os recursos do Bird serão utilizados em projetos nas áreas de educação (Renova Escola), saúde (Mãe Paranaense e Rede de Urgência e Emergência), desenvolvimento rural sustentável, gestão ambiental e de riscos de desastres e em ações de qualificação e modernização do serviço público. A expectativa é que o projeto volte à pauta do plenário do Senado hoje – caso contrário, a aprovação do empréstimo ficará para 2013. Quem pediu o empréstimo? Em 2010, o então governador Roberto Requião (PMDB) deu início ao pedido de empréstimo que, em 2012, ele diz que não sabe para qual finalidade será o recurso. Foi em 2010 que o processo de pedido de empréstimo do Estado, junto ao Banco Mundial, começou. A era Requião e, agora, o ex-governador barrar no Senado a votação que autorizaria o Paraná a contrair o financiamento? Na época, para justificar o pedido, o então governador Requião diz que desde 2006, o Governo do Estado vem buscando entendimento para obter apoio financeiro internacional, para alavancar o programa Proterritório. Alguma coisa há de errado nisso. Dizem, nas rodas políticas, que a intenção do peemedebista é tão

somente desgastar a imagem de Beto Richa, porque Requião quer, porque quer, voltar ao Palácio Iguaçu e, certamente a grande e enorme pedra no sapato é o governador tucano. Seria o esforço, inútil, de atingir Beto Richa, nem que o grande prejudicado com isso seja o Paraná.

Senador Requião trai o Paraná barrando empréstimo de US$ 350 milhões

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economia

Paranรก, autossuficiente

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PEDRO RIBEIRO

em cerveja A

ento do im sc re c ta je ro p a Rich 3, acima 1 0 2 ra a p % 3 m PIB e l, de 1,5% da média naciona

projeção de um crescimento do PIB de 3%, em 2013, acima, portanto, das pífias previsões do Governo Federal, que não passam de amargos 1,5% do PIB, para a economia nacional, o Paraná dá mais um impulso rumo ao crescimento e desenvolvimento. A comemoração dos números foi feita no início do mês, pelo governador Beto Richa (PSDB), ao assinar protocolo de intenções para a construção de uma nova fábrica da AmBev, no Estado, com investimentos de R$ 580 milhões, e a geração de mil empregos, na primeira fase de implantação. “A AmBev está investimento no Paraná, porque encontrou, aqui, um ambiente propício, com segurança jurídica. Uma terra promissora e com gente qualificada”, disse o governador, ao justificar a vitória da longa queda de braço que teve com estados vizinhos, que também queriam a indústria. A AmBev será instalada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e os investimentos a serem realizados no Paraná fazem parte de uma linha, com plano de investir R$ 2,5 bilhões no Brasil, em 2012. O vice-presidente de Relações Corporativas da AmBev, Milton Seligman, disse que o investimento reforça a parceria com o Paraná, onde a companhia emprega mais de 15 mil colaboradores, entre diretos e indiretos, e já mantém duas unidades fabris, uma na Capital paranaense, e outra em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba. A capacidade inicial de produção da nova fábrica será de 7 milhões de hectolitros, e a unidade entrará em operação em 2014, para abastecer a demanda interna. Richa afirmou que os industriais tem um ambiente de tranquilidade para investir no Estado, e lembrou que o Paraná Competitivo já contabiliza mais de R$ 20 milhões em investimentos, e a geração de mais de 120 mil novos empregos. “Preparamos o nos-

so Estado para que a nossa gente tenha uma vida mais digna e feliz”, observou o governador ao destacar, também, a notícia de que o Ministério da Saúde acaba de informar, que o Paraná foi o que mais reduziu a taxa de mortalidade infantil, nos últimos dois anos. “Estamos, portanto, salvando mais vidas”, comemorou Richa. Para o secretário de Finanças do Estado, Luiz Carlos Hauly, “essa foi mais uma grande conquista para os paranaenses. Hoje, o Paraná importa 60% da cerveja que consome e, com esta nova fábrica, terá sua demanda suprida”. A nova unidade produzirá, a partir de 2014, cervejas e refrigerantes. Inicialmente, a capacidade de produção será de 700 milhões de litros de bebidas, para atender a demanda local e para exportação. Atualmente, a companhia mantém duas unidades no Estado, que respondem por cerca de 30% do consumo das marcas da empresa no Paraná. Richa atribui a atração da nova fábrica, à eficiência do programa Paraná Competitivo e ao resgate da confiança do setor industrial no Estado. “Recuperamos o bom ambiente para negócios com respeito, diálogo e segurança jurídica”, afirmou. Ele destacou que, em menos de dois anos, já foram confirmados R$ 20 bilhões em novos empreendimentos, com a criação de mais de 120 mil empregos. Segundo o vice-presidente de Relações Corporativas da AmBev, Milton Seligman, a instalação da unidade foi possível pelas boas condições que o Paraná oferece. Ele elogiou o programa Paraná Competitivo e o empenho do governador Beto Richa em defender os interesses do Estado. O executivo destacou que, ainda, as condições de logística e geográfica foram decisivas para a decisão do investimento. 35 Documento Reservado / Dezembro 2012


comportamento

Puro preconceito “Nasci da alma dela”. Resposta do pequeno Marcelo, de quase 6 anos, quando questionado se ele havia nascido da barriga de sua mãe

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arcelo, com quase 6 anos, e João Marcelo, que ainda não completou 1 ano, fazem parte da história de uma existência. Os meninos chegaram para “adoçar” a vida do casal Adriana e Marcelo Milczevski. Embora não tenham problemas para gerar filhos, os dois resolveram diminuir, nem que fosse um pouco, a fila de espera para adoção. O que

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chama a atenção, porém, é o fato de Adriana e Marcelo serem descendentes de poloneses, e o primeiro filho ter a “pele escura e cabelo enrolado”, como define a jornalista e vicepresidente do Grupo de Apoio à Adoção Consciente. O segundo, mais novo, é loirinho, de olhos azuis. Esse contraste, porém, não incomoda o casal, que optou pela adoção por uma

questão de consciência formada em torno do assunto. “Não escolhemos. Fomos escolhidos. Para nós, preconceito não existe, a não ser na cabeça de algumas pessoas”, diz Adriana, sobre os filhos, e comemora a nova lei sobre adoção, que estipula prazo de dois anos para todo o processo. “Na verdade, o processo de adoção não é demorado. A lentidão é quanto


NORMA CORRÊA

“Ficou comprovado que a história, em grande parcela, contribuiu para a geração de preconceitos com as crianças negras, e com os abandonados. Isso demonstra mais uma das inúmeras injustiças históricas e sociais que ocorreram e, evidentemente, continuam ocorrendo em nosso País”, diz a acadêmica.” Rossinéia de Oliveira

a ação de destituição da família, na Justiça. Quanto mais velha a criança, mais demorado é o processo”, diz. Segundo ela, o seu filho Marcelo é exemplo disso. Ele foi abrigado aos 8 meses de idade, mas, a Justiça demorou mais de três anos para fazer a destituição. Por causa da nova lei, o processo de adoção do segundo filho de Adriana levou apenas 40 dias. “Somos uma família feliz. Se vierem os filhos biológicos serão bem-vindos, mas sempre pensamos que, mesmo assim, adotaríamos crianças. A minha intenção sempre foi pela adoção tardia (crianças mais velhas), mas apenas o Marcelo foi assim. O João foi ainda bebê”, conta. De acordo com a jornalista, a questão da cor, aos poucos, vai sendo “resolvida” entre a família, conhecidos e amigos que, a princípio, estranharam e, agora no entanto, “já se acostumaram com a realidade”. O pequeno Marcelo, porém, é uma das exceções à regra. O preconceito fica evidente quando os casais brasileiros procuram adotar a criança mais jovem possível, ainda bebê, de preferência com traços europeus, de pele clara ou, no máximo, morena clara. Até mesmo os casais de pela negra preferem, na hora da adoção, crianças de pele clara, em razão do preconceito que eles mesmos carregam de suas origens. E é isso o que mostra a pesquisa “A influência do preconceito de cor no processo de adoção no Brasil”, feito pela acadêmica do curso de Direito da Estácio, Rossinéia de Oliveira, orientada pela professora e advogada, Cristiane Leamari Castro. Os dados mostram

que existe muito mais adotante, do que crianças disponíveis à adoção, e estas são selecionadas por suas características genéticas, idade, sexo, cor e de saúde. Esta seleção explica o baixo índice de crianças adotadas no Brasil. De acordo com a pesquisa, 37,94% dos pretendentes à adoção aceitam somente crianças brancas, conforme o Cadastro Nacional de Adoção. Esse percentual aumenta para 49,23% (10.583 pessoas) na Região Sul do País, superando a Região Sudeste, onde está a maioria dos possíveis futuros pais adotivos. Há, ainda, casos em que a futura família quer que a criança seja recém-nascida. De acordo com o levantamento, até maio de 2012, em Curitiba existiam 41 instituições de abrigo para menores, onde 875 crianças e adolescentes foram. O Paraná, conforme os dados, é o segundo Estado brasileiro com maior número de pretendentes à adoção. “Hoje, são 3.882 casais pretendentes à adoção e, 371 destes, estão em Curitiba, onde 304 crianças aguardam para serem adotadas”, explica a professora, citando como fonte, o Cadastro Nacional de Adoção e 2ª Vara da Infância e Juventude. Rossinéia acrescenta, dizendo ainda, que, também

no Paraná, os casais selecionam, além da cor, a idade da criança. “Dos 361 pretendentes à adotar em Curitiba, apenas 14,4% ( 52 pretendentes) aceitam crianças maiores de cinco anos”, revela. Dados como esses, segundo Rossinéia, descrevem as dificuldades sociais encontradas para que uma criança negra seja adotada no Brasil, hoje. “Ficou comprovado que a história, em grande parcela, contribuiu para a geração de preconceitos com as crianças negras, e com os abandonados. Isso demonstra mais uma das inúmeras injustiças históricas e sociais que ocorreram e, evidentemente, continuam ocorrendo em nosso País”, diz a acadêmica. A professora Cristiane, por sua vez, diz que a pesquisa mostra os empecilhos encontrados no momento da escolha de um filho, muitas vezes desencadeado pelas preferências físicas, entre elas, a cor da pele da criança. “Descrevemos o perfil e a classificação adotada no cadastro único de adoção e exploramos os motivos pelo quais os adotantes classificam as crianças no momento da escolha do futuro filho”, afirma. A pesquisa revela ainda, estatisticamente, números de

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“Dos 361 pretendentes à adotar em Curitiba, apenas 14,4% (52 pretendentes) aceitam crianças maiores de cinco anos.” Cristiane Leamari Castro Advogada e professora

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comportamento

crianças adotadas pela idade, sexo, cor, e os adotantes por renda, idade e estado civil. São apontadas, para complementar o estudo, as diversas legislações aplicadas em defesa das crianças abandonadas, excluídas, considerando a realidade social, econômica e cultural do País. Eliminando preconceito “As varas de Infância e Juventude de Curitiba buscam eliminar, no momento do cadastro de adoção, o item que indica as características físicas da criança. Na 2ª vara da Infância e da Juventude e Adoção, há um curso preparatório para adoção, no qual é abordado o tema da adoção tardia. Antes de 2007, até o final de 2010, era uma iniciativa apenas para os pretendentes que mostravam interesse em adotar crianças mais velhas. Em 2011, o curso se tornou obrigatório para todos os pretendentes”, explica a advogada. Cristiane e Rossinéia concluíram que os legisladores procuram, na edição de leis, diminuir as diferenças sociais encontradas no século XXI, com a influência do preconceito de cor no processo

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de adoção no Brasil. “É inegável a presença do preconceito como um elemento preponderante no processo de adoção no Brasil. Somos um País mestiço, porém, a pesquisa evidencia que ignoramos nossa identidade e o processo de adoção reflete esta realidade sociocultural, que, fatalmente, torna o processo de adoção muitas vezes frustrante”, avalia a professora. Cristiane e Rossineia vão mais além, para explicar a complicação dessa questão de adoção tardia e da escolha da cor da pele da criança. Segundo elas, o sentimento de rejeição não está presente apenas nas crianças mais velhas, mas são muito mais fortes nestas, porque, a cada dia que passa, é um dia a menos para serem adotadas. E, em relação aos adolescentes, professora e aluna concordam que a problemática é ainda mais grave, já que, praticamente, não há quem os adote nos dias de hoje. No entanto, a jornalista Adriana, ao afirmar que a adoção não deve ser um processo de piedade, mas para completar a família, diz que acredita que a tendência é de mudança nessa realidade. Ela assegura que, embora

ainda muito tímida, existem pessoas que “adotam por amor, deixando de lado o preconceito”. Ela conta que espera que, dentro de pouco tempo, não tenha que ouvir frases desagraveis, como estas: “De onde saiu esse cabelo (referência ao filho Marcelo)? É filho do primeiro casamento?”. Ou: “Ai que bom que você pegou uma criança bebê ainda, porque, assim, pode moldar do jeitinho que quer”. “É puro preconceito. E eu tenho certeza que, um dia, não teremos mais que ouvir absurdos como estes”, pontua a jornalista. Números suficientes “Para avaliar se o número de orfanatos é suficiente para atender a demanda, vai depender da estrutura física e do número de profissionais responsáveis na instituição. O ideal é considerar a relação entre o número de crianças e adolescentes abrigados, e o núme-ro de profissionais encarregados de cuidar deles. Considera-se como adequada a relação de um profissional responsável (pais sociais, educadores, monitores), para até 12 crianças e adolescente”, explica a advogada. Segundo ela, a preocupação é assemelhar os abrigos a uma residência comum. “Em pesquisa feita pelo IPEA, para avaliar se os abrigos eram semelhantes a residências comuns, o levantamento analisou dois aspectos: a estrutura física e o atendimento em pequenos grupos”, explica, informando ainda que, em relação à estrutura física, foram consideradas as características residenciais externas, com, pelo menos, uma edificação do tipo “casa”; existência de, no máximo, 6 dormitórios; acomodação de, no máximo, quatro crianças e adolescentes por dormitório; existência de espaços individuais para que eles possam guardar seus objetos pessoais; e, finalmente, existência de áreas exclusivas para serviços especializados (consultório médico, gabinete odontológico, salas de aula e oficinas profissionalizantes). “Consideran-


NORMA CORRÊA

do-se os dois aspectos (estrutura física e atendimento em pequenos grupos), para avaliar a semelhança dos abrigos com residências comuns, foi constatado que apenas 8% deles cumpriam simultaneamente esses requisitos”, disse, ao acrescentar que existem sugestões para amenizar a situação, e que elas são muitas. No entanto, a mais usada é o apadrinhamento afetivo. “O padrinho ou madrinha é alguém que quer auxiliar e acompanhar a vida de uma criança ou adolescente em situação de acolhimento institucional, que tem possibilidade remota de inserção em uma família substituta. É o apadrinhamento afetivo que origina a maioria das adoções tardias, porque, mesmo sem ter nenhum compromisso de adotar os chamados afilhados,

Adoção em Números

875

crianças e adolescentes acolhidos em Curitiba

304

(34,7%)

estão aptos para adoção

44 adoções nacionais e 5 internacionais feitas nos cinco primeiros meses de 2012

21

crianças, em média, nos orfanatos de Curitiba

27.715

candidatos a adotar no Brasil, até março de 2012

3.882 candidatos no Paraná, até maio de 2012

361

candidatos a adotar em Curitiba

os padrinhos e madrinhas afetivos acabam, por vezes, afeiçoando-se aos pupilos com quem convivem e decidem adotá-los”, diz. De acordo com a professora da Estácio, diante dessas escolhas, fica claro que a bagagem hereditária da criança pode atrapalhar no processo de educação, que será dada pelos novos pais, se não tiverem o convívio, quanto mais cedo com o adotando. “Mostra que existe a preocupação de que a criança tenha a aparência dos futuros pais, para que a sociedade não venha a questionar, mais tarde, o parentesco. No entanto, se todos os casais tivessem a certeza que seus filhos genéticos nasceriam perfeitos e saudáveis, não seria o problema no momento da adoção, mas eles querem crianças perfeitas para não se preocuparem futuramente”, lamenta Cristiane. Para ela, a sociedade impõe regras de estética, rotula as pessoas por serem magras, gordas, de cor negra, parda ou amarela, deficiente, buscando uma genética perfeita aos olhos humanos. “Os casais estrangeiros, por sua vez, aceitam crianças que não sejam brancas, ou que possuam algum tipo de deficiência possível de ser tratada”, conta, citando uma entrevista realizada pelo Juizado da Infância e Juventude de Curitiba, que revelou que, tanto nas adoções nacionais, quantos nas internacionais, a grande maioria das pessoas foi motivada para a adoção, por-

que não conseguiram ter filhos biológicos. Evidenciando, ainda, a adoção clássica (encontrar filhos para quem não os pode ter biologicamente ), em detrimento da adoção moderna (encontrar pais para crianças abandonadas ). “Enquanto os brasileiros ainda estão totalmente na era antiga ou clássica da adoção, do outro lado estão os estrangeiros, numa era pré-moderna. Ou seja, eles ainda são levados para a adoção, porque não podem ter filhos biológicos, mas tem consciência que existem no mundo milhares de crianças de cor, com mais idade, com problemas, sem família e transformam estas crianças em seus filhos”, completa. “Enquanto os brasileiros ainda estão totalmente na era antiga ou clássica da adoção, do outro lado estão os estrangeiros, numa era pré-moderna. Ou seja, eles ainda são levados para a adoção, porque não podem ter filhos biológicos, mas tem consciência que existem no mundo milhares de crianças de cor, com mais idade, com problemas, sem família e transformam estas crianças em seus filhos.” Cristiane Leamari Castro Advogada e professora

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comportamento

CIDADE DOS APELIDOS ANTONINA x MORRETES

P

“O porvinha é um cara legal, mas não dá para aguentar. Arde!”

induca! Peça ao Taínha Facão para levar camarão para o Tico Bocão e o Calafati, que estão pescando no meio dos veleiros. Os camarões estão no cesto do Sapatinho... Esse diálogo seria estranho se não tivesse acontecido no Clube Náutico de Antonina, onde poucas pessoas são conhecidas pelo nome próprio, mas sim, por apelidos. Antonina, no Litoral paranaense, é a cidade onde praticamente todos os moradores, tem apelidos. O Pinduca é o Odair, que ganhou esse apelido por fazer farinha (Farinha Pinduca), quando morava no Portinho e, hoje, é chefe dos marinheiros no Náutico. Rafael, marinheiro, é o Taínha Facão, Jorge, dono do restaurante do Náutico, o Calafati, Altamiro, o Sapatinho. No meio da conversa chega o Ninhada (Jair quatro ovos), e o Tatu (rei das pescarias). Não escapa ninguém, nem o próprio Comodoro, o Bigode. Foi no Clube Náutico que conhecemos a Tainá, um urubu fêmea, que convivia, domesticamente, com os marinheiros. Além do ape-

lido de Tainá, era conhecida também por cachaceira, já que, todas as tardes, tomava uns goles na “esquina do litro”, no Portinho, onde a rapaziada se reunia para jogar conversa fora. Foi num desses porres de fim de tarde, que Tainá acabou literalmente torrada em um fio de luz, próximo à sua casa, a residência de Dona Senhorinha e o Sargento. A urubu deixou saudades, não apenas no Náutico, onde passeava junto aos marinheiros, mas também, no mercado de peixes, onde era habitual frequentadora. Seu namorado, o Moreno, também teve morte trágica, quando, depois de uma saída de boteco, no Batel, foi atropelado por um ônibus da Graciosa. Candidatos e apelidos Grupo de intelectuais de Antonina já encaminhou à Câmara de Vereadores do município, documento pedindo para que a cidade seja reconhecida, também, como a “Cidade dos Apelidos”, a exemplo de Cidade Portuária

Na Gazeta, um Zoo Nos tempos de piá, em Alto Paraná, os apelidos rolavam soltos e as trocas de socos e pontapés eram diárias. Cada dia, um mais espirituoso, tratava de infernizar a vida da molecada, dando-lhes apelidos. Quanto mais bravo, mais pegava. Lembro-me do Gardin, cujo apelido era “Tunenca”, devido ao nariz aquilino, năo levava desaforo para casa. Chorava de raiva e partia pra porrada, e năo importava o tamanho do adversário. Eu também năo fiquei imune, e levei muitos cascudos quando me chamavam de “Lebrăo”. Na sala de aula, no Ginásio Agostinho Stefanello, conviviam o “Forfe” (diminutivo caipira de fósforo), Sirin, Tonho, Tusois (do verbo ser), Jeguinho, Toco de Amarrar Bode, Toninho Fio da Tonha, Hernani Banana, Plinio Deixa Que Eu Chuto, Zé Corote, e assim por diante. Na redaçăo da Gazeta do Povo, onde trabalhei durante 24 anos, me deparei com um autęntico zoológico humano: Touro, Sabiá, Mosquito, Ganso, Boi e outros, como Negăo, Babalu, Tatá, Buzanfa, Bambolę... Em todos os ambientes, quer de escola, trabalho, futebol ou mesmo em casa, os apelidos predominam.

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e Cidade das Paisagens. Nas últimas eleições para prefeito e vereadores, Antonina teve duas ou três dezenas de candidatos só conhecidos por apelidos. O artista plástico, Eduardo Nascimento, enumerou alguns deles: Cambeva, Bira, Miro da Penha, Macarrão, Zé Boiadeiro, Zé da Verdura, Cássio Seu Menino, Mario Malária, Celso Padeiro, Edna do Salgadinho, Tiba, Sabico, Ronaldo Canoa, Admir Barroca, Dirceu Batata, Gigi, Marquinhos da Quiboa, Jessé Papai Noel, Zé Preto... Quem gostava de falar sobre apelidos, era o saudoso Joca, do Caçarola do Joca. No Bar da Fátima, próximo à praça central, existe algumas personalidades folclóricas que frequentam, quase que diariamente, o estabelecimento comercial para uma cervejinha nos finais de tarde. Para começo de conversa, para entrar no bar é preciso pedir licença ao Bigode, um baita vira-latas de cor cinza que, deitado, toma conta de toda a porta da casa. Fica ali a espera da parceira, uma cadela criada pela dona do boteco, e de alguns ossinhos de galinha. O bar só se esvazia das animadas rodas, quando aparece o “Porvinha” – Marcos -, cidadão conhecedor do futebol brasileiro. O próprio apelido já diz tudo – espalha a roda. O jornalista Carlos Estevan nos contou sobre alguns apelidos, mas que consideramos impublicáveis. Um deles, no entanto, arriscamos: cara de cú com cãimbra. Em mais uma passada no Bar da Fátima, para novas pesquisas, encontramos o tal do Tico Bocão, cujo nome de registro é Ezoron. Ao seu lado, com um pingado na mão, estava


PEDRO RIBEIRO

Leocádio Cunha, formado em história e, também, interessado no assunto. Fala do Nilton Boqueca, que ganhou o apelido na estiva por levar, na marmita, moqueca de bagre para o almoço; o Garça, um senhor que mora em uma das ilhas e que, quando ia para a cidade, se vestia de branco e remava a canoa, em pé, para não amassar o linho. Tem ainda o Nilton Carne Moída, a família Polenta, Ataíde Jacaré, Dinho Cadela, Jorge Pentelho (imitador de pássaro preto), Rubens Biguá, Jorge Gato, Coelho do Cú Vermelho, Jorge Bode, Jorge Caramujo, Cristiano Mala, Família 115, Davi Baiacú, Luciano Cocera, Manoel Sebo, Maneco Seis Dedos e o André Caju. Morretes não fica atrás Além de Antonina, Morretes também é uma cidade, onde muita gente só é conhecida pelo apelido. Foi também em um jogo do Malutrom Master, comandado pelo empresário Joel Malucelli, contra o Ferroviário, do Burak Nhaska, que conhecemos muita gente por apelido. A começar pelo juiz, o Zé Carrapato, figura carimbada na cidade. Numa conversa com o “desconhecido” Wivelson, mais conhecido como Pete, arrancamos mais algumas preciosidades, como Aristeu Cocera, Beto Tatu, Paulo Piriquito, Leandro Piriquito cover, Lolo Vaca, Silvio Foca, Mauro Foco, Neto Macaco, Adriano Macaco, Renato Socó, Elizeu Galo, Eduardo Sete Pães, Julio Tateto, Neto Boca, João Boy, Luciano Seco, Luiz 120,

Antonina, no Litoral paranaense, é a cidade onde praticamente todos os moradores, tem apelidos

Calafati (Antonina)

Fátima (Antonina)

Luiz Bobo, Amilton Bacucu, André Tainha, Zé Calcinha, Augusto Panela, João Cará, Adilson Capivara, Janir Capivara, Marajá e muitos outros. Paranaguá também é conhecida como a cidade dos apelidos. Quem conta é o jornalista Francisco Camargo: “Consta que Paranaguá foi a capital dos apelidos. Ninguém escapava. Um morador, que gostava de tomar umas e outras, era o Garrafa N’Água. Garrafa n’água? – interessou-se o professor Afonsius. - Sim. Como andava com o pé redondo, balançando para todos os lados, era a imagem perfeita de uma garrafa boiando. A propósito, sabendo da fama

Pete (Morretes) Morretes também é uma cidade, onde muita gente só é conhecida pelo apelido

Pinduca (Antonina)

Tico Bocão (Antonina)

da cidade, um outro cidadão chegou a Paranaguá disposto a sair de lá, sem levar um apelido pelas costas. Hospedou-se em um hotel, na Praça Fernando Amaro, e lá passou três dias em clausura. Quase total. Mas, volta e meia, só para conferir o ambiente externo, entreabria cuidadosamente a janela do quarto e dava uma espiada na pedra – pedra era o ponto de encontro da turma da cidade. A Boca Maldita, no caso de Curitiba. As breves e pontuais aparições do rosto do visitante na janela, no entanto, tinham sido registradas. Quando ele seguiu para a estação, para ir embora, crente que não tinha sido carimbado com um apelido, alguém gritou:- Cuco! Cuco!”.

Capivara (Morretes)

Neto Macaco (Morretes)

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comportamento

Brasil ocupa 69ª posição no ranking de corrupção

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RENATA GIRALDI (Agência Brasil)

O

Estudo Percepções da Corrupção Index 2012, divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional (Tranparency Internacional), no qual analisa a situação em 176 países, mostra que o Brasil aparece em 69ª posição no ranking. Na América Latina, o País fica atrás apenas do Chile e do Uruguai, que estão na 20ª posição. Estão no topo da lista, com menos casos de corrupção, a Dinamarca, a Suécia e a Nova Zelândia. As piores posições no ranking da ONG são ocupadas pelo Afeganistão, pela Coreia do Norte e pela Somália. Nas Américas e no Caribe, as posições mais negativas são as do Haiti, em 165º lugar, e do Paraguai, em 150º. Em nota, a Transparência Internacional diz que os níveis de corrupção no mundo ainda são elevados, assim como casos de “abuso de poder e relações sigilosas”. Para a Organização, é necessário intensificar as ações em busca da transparência de dados e informações referentes aos órgãos públicos e sua atuação. A presidente da Transparency Internacional, Huguette Labelle, defendeu a integração de ações governamentais, em busca do combate à corrupção, além da concessão de mais espaço para a sociedade participar dos debates. Segundo ela, é fundamental estabelecer regras para o lobby e o financiamento para campanhas políticas, além da definição de normas transparentes para a contratação de serviços públicos. Labelle disse ainda, que a intenção do estudo é incentivar os governos a tomar uma decisão “mais dura contra o abuso de poder”. Ela disse que os casos considerados mais graves estão no Oriente Médio e na África, porque, em geral, os números indicam que houve uma estagnação, e até retrocesso em algumas situações.

A presidente da Transparency Internacional, Huguette Labelle, defendeu a integração de ações governamentais, em busca do combate à corrupção, além da concessão de mais espaço para a sociedade participar dos debates. Segundo ela, é fundamental estabelecer regras para o lobby e o financiamento para campanhas políticas, além da definição de normas transparentes para a contratação de serviços públicos.

No caso dos países que ocupam a primeira posição, destacando-se em relação aos demais, como Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, a organização considera o esforço público – associado ao acesso aos sistemas de informação e à definição de regras claras, que regem o comportamento dos que ocupam cargos públicos – preponderante para evitar casos de corrupção. Nas piores posições, nas quais estão Afeganistão, Coreia do Norte e Somália, a ONG diz que faltam líderes responsáveis e instituições públicas eficientes. Também estão em posições consideradas negativas, alguns países da zona do euro (17 países que adotam a moeda única), como Grécia, em 94ª

posição, e Itália, em 72ª, regiões que sofrem os impactos intensos da crise econômica internacional. O diretor da Transparência Internacional, Corbus de Swardt, disse que as principais economias do mundo devem dar exemplo de lisura, verificando a atuação das instituições públicas e cobrando responsabilidade dos gestores e líderes. “Isso é crucial. As instituições têm um papel significativo na prevenção da corrupção”, disse. Os países que estão em confrontos internos, como a Síria e o Egito, também aparecem entre os apontados com graves problemas de corrupção. A Síria ocupa a posição de 144 e o Egito a de 118. 43 Documento Reservado / Dezembro 2012


saúde

C

Cigarro pode

harme, poder, glamour, desejo, sensualidade e independência. Essas eram as características associadas às pessoas que fumavam, no século passado. O cigarro se tornou um acompanhante comum em festas, jantares e reuniões, principalmente masculinas. Um grande incentivador do vício foi o cinema, nos anos de 1930 até 1960, em produções hollywoodianas. As propagandas veiculadas em revistas, jornais, cartazes e televisão, geralmente feitas por uma celebridade, também ostentavam o cigarro. No final da década de 90, a história tomou um novo rumo. O cigarro perdeu o brilho e as pessoas passaram a repugnar o uso. Desde 2000, as propagandas foram proibidas na comunicação de massa e, hoje, no cinema, são raros os filmes em que os personagens aparecem fumando. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 5,6 milhões de pessoas morrem, por ano, em razão aos males do tabaco. Desses, 600 mil são fumantes passivos, aqueles que não fumam e ficam sujeitos à fumaça do cigarro dos que fumam. O pneumologista e coordenador da Câmara Técnica de Controle do Tabagismo do Conselho Federal de Medicina, Gerson Zafalon, conta que os riscos de pessoas não fumantes desenvolverem uma doença relacionada ao fumo, são grandes. Nas crianças, há maior probabilidade de desenvolverem asma. Ele aconselha a não expor os recém-nascidos, até o primeiro ano de vida, à fumaça do cigarro, porque a chance de adquirir infecções bronco-pulmonares é elevada.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), revela que o tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas, a cada ano, no Brasil. “O tabagismo, a longo prazo, pode causar demência vascular, diminuição das habili-

dades cognitivas e a doença de Alzheimer”, diz Zafalon. Além do mais, uma pesquisa divulgada pela Universidade King’s College London, ponta que o cigarro pode apodrecer o cérebro. “Este estudo mostra que o taba-

gismo prejudica a memória, o aprendizado e o raciocínio lógico. Além de ser um fator de risco para várias doenças”, completou.


PAULA TOMIAK

O cigarro pode apodrecer veias que irrigam o cérebro e causar demência

causar ‘bobeira’ Atualmente, cerca de 25 milhões de pessoas são fumantes no País, mas. este número está caindo. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde aponta que, de 2006 a 2011, o número de fumantes passou de 16,2% para 14,8% – menos da metade dos 34,8% de fumantes do ano 1989. Os homens ainda continuam sendo os maiores consumidores de cigarros, com 18,1%, enquanto 12% das mulheres são fumam. Perigo no ar O tabagismo causa doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquite crônica e enfisema, asma brônquica, doenças cardiovasculares como, aterosclerose, hipertensão arterial, doença coronariana, doenças cerebrovasculares (Acidente Vascular Cerebral, o AVC), além de ser a principal causa do câncer pulmonar. Também, causa cânceres extrapulmonares, que podem estar localizados na boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, cólon, reto, fígado e vias biliares, rins e bexiga. Na gestação, aumenta o risco de abortamento, de parto prematuro, perda fetal e mortalidade neonatal. Os fumantes passivos também correm risco de adquirir qualquer uma dessas doenças. As crianças estão mais propensas a desenvolverem asma e infecções bronco-pulmonares. A lei é não fumar A campanha antifumo começou a ser levada a sério no Brasil, em 1996. A primeira atitude do Governo Federal foi restringir a veiculação de propagandas na televisão e no rádio somente para o período noturno. O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sanci-

onou a lei, no dia 15 de julho de 1996, que proíbe o fumo em ambientes coletivos, públicos ou privados, a não ser quando existe uma área específica e arejada para esse fim. Até 1998, era permitido fumar em aviões! As marcas de cigarro perderam o direito de patrocinar eventos esportivos e culturais e, parte dos fabricantes, foi obrigado a estampar fotos de pessoas doentes, por conta do fumo. Em 2005, o Brasil se integrou à Convenção Quadro do Controle de Tabaco (CQCT), cujo objetivo é reduzir a demanda e a oferta do tabaco, proteger o meio ambiente e conscientizar a população dos perigos do cigarro. A presidente Dilma Rousseff, em dezembro de 2011, sancionou uma lei que estabelece o preço mínimo de R$ 3,00, por maço de cigarros, aumentado assim a carga tributária sobre o produto. Vetou a propaganda nos pontos de venda e proibiu o fumo em locais fechados, em todo o Brasil. Os fumódromos, sejam privados ou públicos, não são mais permitidos. No começo de 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a comercialização de cigarros com sabores como o mentol, cravo, cereja, morango e chocolate. Segundo os especialistas da Anvisa, os sabores são atrativos para novos dependentes, principalmente, o público mais jovem. Em Curitiba, a lei antifumo começou a valer em novembro de 2009, e determina o fim dos fumódromos e do consumo de cigarros em ambientes fechados. A regra libera o fumo somente em locais de cultos religiosos – em que faça parte do ritual -, em ruas, praças, espaços ao ar livre, residências e tabacarias.

Número de fumantes diminui no Brasil Os brasileiros estão fumando menos, e isso é motivo de comemoração. Pela primeira vez, o número de fumantes caiu para 14,8%. Curitiba segue com o título da segunda capital com mais fumantes, 20%. Antecede a Capital paranaense, Porto Alegre, com 23%, e em terceiro lugar, fica a grande São Paulo com 19% de fumantes. Deixar de fumar é um desafio. Provoca-se o próprio corpo e a mente, que segue condicionada ao velho hábito de tragar. Muitos fumam por pura distração, por nervosismo ou até para se ‘enturmar’. “Digo, com toda a certeza e clareza do mundo, maldito o dia que comecei a fumar, em 1975. E, bendito o dia que deixei o vício, em 1º de setembro de 2007”, desabafa Luiz Antonio Colombo, fumante por 32 anos. Ele agradece a Deus por não ter adquirido nenhuma doença relacionada ao tabaco, e diz que a batalha contra o fumo não é fácil, mas vale à pena. A maior diferença que Colombo notou, depois de deixar o vício, foi no sistema respiratório. “Antes, caminhava 100 metros, e me sentia ofegante e cansado. Hoje, caminho sete quilômetros e não tenho falta de ar. O olfato também melhorou e, agora, consigo distinguir os cheiros. Sem contar o paladar, que está mais aguçado”, avaliou. Colombo é mais um para aumentar a lista dos ex fumantes: 25% são homens e 19% mulheres, de acordo com a pesquisa feita pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2011, e divulgada pelo Ministério da Saúde. 45 Documento Reservado / Dezembro 2012


saúde

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stação do sol, praia, piscina, corpos à mostra. Peças de roupas menores, transparentes, decotes, tecidos mais leves e que delineiam o corpo. A estação da sedução, de corpos malhados e da cor do pecado. Sim, este é o verão. A época em que homens e mulheres procuram academias, para queimar as gordurinhas adquiridas durante o inverno ou, então, pretendem ganhar massa muscular e ficar sarados. Fazem dietas malucas que se dizem milagrosas, mas, esquecem que o corpo necessita de um processo de recondicionamento, tanto alimentar, quanto físico. Segundo a Associação Brasileira de Academias (Acad), o número de matrículas cresce cerca de 30% nesta época do ano. Durante 2012 foram contabilizados 6,7milhões de alunos matriculados nas 22.478 academias em todo o Brasil. O fato é que não se chega ao corpo perfeito em apenas dois ou três meses de malhação. O resultado vem com o tempo. Os atletas de verão costumam abusar da carga nos parelhos, e esquecem que o corpo precisa de um tempo para se habituar ao novo ritmo. “Frequento academia cinco vezes por semana, há dois anos. E, hoje, gosto do que vejo no espelho”, afirma Thaisa Westphal, 28 anos. Ela desejava um corpo com curvas, mas, logo após o período de amamentação, chegou a pesar 45Kg. Queria engordar com saúde, porém, não sabia como. Inicialmente, Thaisa se consultou com um médico cardiologista e um nutricionista. Com uma dieta balanceada e exercícios físicos adequados, ela começou a sentir diferença. “Divido meu treino por grupos musculares. Segunda e quinta-feira trabalho a parte anterior da coxa (quadríceps), terça e sexta a parte posterior e glúteos. E, na quarta, os membros superiores. Faço abdominais três vezes por semana, vale lembrar que o treino foi se intensificando conforme o meu corpo progredia”, explica Thaisa. Coração no ritmo Na prática de exercícios físicos, é natural que aconteça uma aceleração dos batimentos cardíacos, desde que esse aumento seja gradual. “O aumento súbito, imediato, de frequência cardíaca, seja em repouso, seja durante esforços, é uma indicação de avaliação médica”, constata o cardiologista Osni Moreira Filho. A questão é quanto o batimento cardíaco pode aumentar. Moreira Filho explica um cálculo simples, que revela o limite de batimentos cardíacos. Primeiro, subtrai a idade de 220. Do resultado obtido considere apenas 70%. Por exemplo, uma pessoa com 20 anos: Diminui 20 (idade) de 220, e o resultado será 200. Agora, considera-se apenas 70% de 200, que será igual a 140. Portanto, uma pessoa de 20 anos pode fazer atividade física até atingir uma frequência cardíaca de 140 batimentos por minuto, com riscos mínimos de problemas. Para saber se o batimento cardíaco está dentro do normal, basta medir o pulso por 15 segundos e multiplicar por 4. Para o condicionamento físico, a atividade deve ser num grau que estimule o coração. “Em geral, este grau traz algum cansaço, mas não é necessário e nem recomendável, que a atividade física seja exaustiva” completa Moreira Filho. Vale lembrar que, no verão, o corpo perde mais água e sais minerais durante a prática de exercícios, por isso, é importante estar acompanhado de uma garrafinha de água durante os treinos. Quem faz atividades ao ar livre não pode esquecer-se de passar protetor solar, principalmente às pessoas com a pele mais branca. “Não seja praticante de atividades esportivas somente no verão. Leve isso como estilo de vida. Seu corpo e mente agradecem”, recomenda Thaisa. 46 Documento Reservado / Dezembro 2012


PAULA TOMIAK

Sedentários de inverno e atletas de verão Os atletas de verão costumam abusar da carga nos aparelhos, e esquecem que o corpo precisa de um tempo para se habituar ao novo ritmo

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saúde

CAROLINE SAGAZ MADEIRO

Sol, inimigo da pele S

ol é vida. Os raios ultravioletas ajudam a absorver o cálcio, a manter o bom humor e aumentam a resistência contra doenças. Mas, a radiação ultravioleta é também a principal causadora do câncer de pele, responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Em razão da localização geográfica e o clima tropical, os índices de radiação solar variam muito de região para região. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que as regiões Sul e Sudeste reúnem a maioria dos casos da doença no Brasil. Dos 140 mil novos casos registrados em 2012, pelo menos 22, 4 mil estão na região Sul. Culturalmente, o Paraná, teve sua população formada por descendentes das etnias polonesa, italiana, alemã, ucraniana, holandesa e espanhola. Com isso, 77, 24% da população paranaense é de cor branca, segundo dados do IBGE. Essas pessoas sofrem muito mais com o sol e devem se proteger, com mais rigor, dos raios ultravioletas. As pessoas com o tom de pele clara, olhos claros e eventuais sardas, são o grupo que mais tem facilidade em desenvolver o câncer de pele. O câncer de pele é dividido em três tipos principais: o Carcinoma Basocelular, que é o mais frequente e menos agressivo. Ele é um pequeno nódulo de cor rósea que cresce lentamente, até virar uma ferida de difícil cicatrização. O outro é o Carcinoma Espinocelular, considerado o mais agressivo que o primeiro, porque cresce mais rápido, iniciando como uma crosta ou pequena ferida; e o Melanoma Maligno, o tipo mais grave, porém, o menos frequente, onde as lesões podem espalhar para outras partes do corpo, por meio do sangue e da linfa, atingindo órgãos vitais. 48 Documento Reservado / Dezembro 2012

Cuidados Gerais

Evite se expor ao sol entre 10h e 16h. Com o horário de verăo, é preciso se proteger entre 11h e 17h; A exposiçăo ao sol deve ser gradual, de acordo com cada tipo de pele; A aplicaçăo do protetor deve ser realizada de 20 a 30 minutos antes da exposiçăo ao sol, tempo mínimo considerado para o produto começar a fazer efeito, com reaplicaçăo a cada duas horas ou após intensa transpiraçăo; (năo se esqueça de pés, măos, costas, orelhas e pescoço). Mesmo em baixo do guarda-sol, é necessário o uso de protetor solar, uma vez que a areia funciona como uma espécie de refletor dos raios solares; A tecnologia vem ajudando na prevençăo do câncer da pele, com materiais com proteçăo UV em guarda-sóis, camisetas e bonés.


artigo

Luciana Rafagnin*

A lei é para todos! Artigo de opinião da deputada Luciana Rafagnin (PT) sobre a polêmica aposentadoria dosdeputados.

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m 1986, o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu seu primeiro deputado estadual no Paraná, Pedro Tonelli, que fez um mandato brilhante na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e se destacou, entre outras lutas, pela proposição que foi responsável por extinguir em 1990 a aposentadoria dos deputados estaduais, o antigo Fepa - Fundo Especial de Aposentadoria para Deputados. Na época, bastava possuir oito anos de contribuição (dois mandatos) para o parlamentar ter assegurado o direito à aposentadoria proporcional de 1/ 3 do salário. Com 16 anos, seriam 2/3 e com 24 anos de contribuição, garantiria-se

o salário cheio como soldo mensal à título de aposentadoria. Quando assumi mandato parlamentar nesta Casa, já não existia aposentadoria de deputados. Em muitos momentos, voltou à cena o debate em torno da aposentadoria e, em todas as vezes que isso aconteceu, posicionei-me contrária. Votei contra também a matéria, seguindo inclusive a orientação partidária, quando ela foi submetida à aprovação ou não em plenário pelo conjunto dos parlamentares. Assinei documento à Mesa Diretora da ALEP, que colocava de forma clara e transparente essa posição contrária à aposentadoria dos deputados.

Por isso, lendo as notícias que circulam na imprensa sobre o debate em torno da aposentadoria dos parlamentares, reforço minha posição totalmente contrária. Exercemos mandato público por uma representação temporária e não por força de carreira profissional. Defendo ainda que os políticos possam se aposentar dentro das mesmas regras do INSS em vigor para todo e qualquer trabalhador e que a complementação privada também fique a critério de cada um que queira assegurar o benefício no futuro, pagando por ele em separado. A lei é para todos! * Luciana Rafagnin é deputada estadual e líder da bancada do PT na ALEP.

“Defendo ainda que os políticos possam se aposentar dentro das mesmas regras do INSS em vigor para todo e qualquer trabalhador e que a complementação privada também fique a critério de cada um que queira assegurar o benefício no futuro, pagando por ele em separado. A lei é para todos!”

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artigo

Adriana Fóz*

As possibilidades e os limites do cérebro no desenvolvimento das crianças de zero a seis anos

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osso Governo, nas últimas décadas, tem priorizado a educação do ensino médio e do ensino fundamental, em detrimento dos primeiros anos de vida (0-6 anos). Porém, estudos neurocientíficos de relevância e consenso evidenciam que o investimento nos primeiros períodos de desenvolvimento do cérebro, é crucial. Ora, para ler e escrever, contamos com o cérebro, ambiente de estímulos, fatores sociais, físicos, psicológicos, neurocognitivos e educacionais. Fica simples, se usarmos a metáfora da construção de um prédio: se o solo não estiver firme e bem nutrido, e as estruturas não forem feitas com qualidade de material, mão

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de obra e planejamento apropriado, o resultado da construção não será competente. Remendos e “puxadinhos” não são competentes, nem na estética, função e muito menos em qualidade. Sabemos hoje, por meio das neurociências, que nascemos com quase 100 bilhões de neurônios, e que vamos perdendo ao longo da vida. Nos primeiros anos de vida, existem podas neuronais muitos significativas, e que são vitais para a exuberância do desenvolvimento cognitivo. Mas, por que perdemos neurônios? Para nos tornarmos inteligentes e competentes. A máxima “menos é mais” deve ter sido pensada a partir desta realidade cerebral, não é mesmo? Na fase das primeiras grandes podas, o cérebro se encontra apto para algumas funções, em detrimentos de outras. Por exemplo, entre zero e três anos, o cérebro pode aprender mais de uma língua, com muita facilidade e sem sotaque! Já, o mesmo cérebro não consegue colocar uma linha na agulha. Cada fase tem uma importância ímpar. A natureza, com suas regras e pré-condições, é tão complexa e incrível que chega a maravilhar qualquer um, mesmo quem não se interessa por cérebro. Estimular, criar oportunidades, aproveitar as

janelas de oportunidades, e promover o desenvolvimento saudável são de grande valia e prioridade. É importante ressaltar que, da mesma forma que o cérebro tem possibilidades, também tem limites. Somos seres humanos e, enquanto humanos, não podemos voar. Podemos, sim, criar formas de voar, desenvolver recursos, estratégias, etc. Inclusive, podemos voar com a imaginação, atividade bastante exclusiva, até então, de nossa espécie. Outro exemplo, até por volta dos três anos de idade, se a criança não for estimulada a ver, enxergar, ou melhor, se for privada dos estímulos visuais, mesmo se não tiver lesões na área da visão, não poderá “ver”, porque a janela de oportunidade da visão se fecha nos primeiros anos. Logo, a importância de se conhecer, estimular e prevenir, desde a primeira infância, é fundamental. *Adriana Fóz é Educadora (USP), pós-graduada em Psicologia da Educação (USP), especialista em Psicopedagogia (Instituto Sede Sapientiae) e Neuropsicologia (CDN-Unifesp). Atende, em consultório, pacientes adolescentes e adultos. Também atende para reabilitação neuropsicológica com parceria interdisciplinar. Coordenadora geral do Projeto Cuca Legal Programa de Prevenção em Saúde Mental nas Escolas (Psiquiatria/Unifesp). Pesquisadora CNPq em Neurociências na Educação. Consultora e autora de livros.


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artigo

Helena Singer*

O Julgamento e as Masmorras Modernas

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urante encontro com empresários, ocorrido no início de dezembro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, respondeu a uma pergunta sobre a pena de morte, afirmando que morrer seria preferível, a viver nas medievais prisões brasileiras. O comentário, embora não seja inverídico nem inédito, soou um tanto desconcertado, já que o Governo Federal é, em boa parte, responsável por este estado de coisas. Além disso, é difícil dissociar este comentário, do fato de ele ter sido proferido no dia seguinte à imposição, pelo Superior Tribunal Federal, de pena de prisão de 10 anos e 10 meses, em regime fechado, ao exministro da Casa Civil. Pena esta, que levou outro ministro, Dias Toffoli, do próprio STF, a também remeter à Idade Média, comparando-a ao que acontecia na inquisição espanhola do século XV. A referência dos ministros à época medieval nos lembra de que o sistema penal, tal

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como conhecemos, não tem duzentos anos. Antes dele, a forma predominante de punição era o suplício. Seguindo Foucault, notamos que esta mudança promoveu dois importantes deslocamentos: o julgamento, antes secreto, tornou-se público; em contrapartida, a punição, de pública, passou a ser privada. Nada mais público, que o julgamento do mensalão, transmitido em cadeia nacional, diariamente, há meses e, depois, repercutido exaustivamente na mídia impressa e redes sociais. Já a prisão, de tão fechada e oculta, nunca é priorizada nos debates públicos sobre as políticas de justiça e segurança. Talvez, o fato de que, pela primeira vez na história deste País, poderosos estejam sendo condenados à cadeia, e traga um pouco de luz a esta masmorra moderna. Este fato inédito, só foi possível porque, nas últimas décadas, em alguma medida, as forças progressistas – de onde saiu o ministro da Justiça – também foram cooptadas pela lógica penal, e passaram a reivindicar a tipificação de novos crimes, como o crime organizado, a lavagem de dinheiro, os atos de improbidade administrativa, o abuso do poder econômico, a corrupção. Estes atos, no entanto, estão intrinsecamente ligados à estrutura de gestão do Poder, o que torna virtualmente impossível sua integração com a lógica do Direito Penal, na qual é imprescindível encontrar responsáveis ou culpados pelos acontecimentos. Muitos afirmam que o julgamento no STF

está sendo político, não técnico. Mas, o sistema penal não se sustenta em tecnicalidades, o que remeteria sempre a uma suposta neutralidade, e cientificidade na coleta de provas. Desde o início, na investigação, a arbitrariedade e o moralismo estão plenamente presentes. Entre as obrigações dos policiais federais e civis, cabem investigar, espionar, interrogar, intimar, suspeitar, desconfiar, deduzir, inquirir, ocultar, silenciar, fazer falar, indiciar. São os responsáveis por distinguir os fatos das distorções, atribuir leviandade ou honestidade aos depoimentos. Se ultrapassarmos o nível meramente formal, observamos métodos como tortura, chantagem e ameaça, em pleno andamento, para obter a confissão, que é a pedra de toque para toda a engrenagem do sistema. Aos promotores ou ao procurador, são atribuídas tarefas semelhantes acrescidas do fato de que devem assumir um dos lados. Acusar é sua obrigação, mas, como em crimes do tipo organizado, acusar muitos, atribuindo responsabilidades individuais, é tarefa, na prática, impossível, precisam descobrir os mandantes, selecionar os culpados. Estando em situação de competição com a Defesa, precisam construir argumentações convincentes e veementes, para conquistar a condenação, transformando suspeitos em acusados, indícios em provas, conflitos em crimes, versões em libelos e denúncias. Na busca da veemência, devem encontrar agravantes


para o crime, atribuir qualificativos, determinar seus motivos. O objetivo é conseguir a pena máxima, quanto maior a pena conquistada, maior terá sido sua vitória. Aos defensores, cabe desconstruir as acusações e denúncias, desabonando as provas, desacreditando as testemunhas e, mesmo os encarregados da investigação, a fim de inverter as posições entre suspeitos e inocentes. Quando consideram difícil negar as provas, os defensores devem buscar atenuantes para a conduta, definindo outros motivos. Ao invés de compra de votos, desvios para pagamentos de dívidas de campanha, por exemplo. O juiz decide quem será o vencedor da disputa: se a Acusação ou a Defesa. Para isso, seleciona qual versão será transformada em fato, escolhe os qualificativos, que melhor definem os motivos que levaram ao crime, e emite uma sentença. Se condenatória, a sentença traduzirá a gravidade do crime cometido, em valor a ser pago por multa ou número de anos que o condenado deverá ficar na prisão. A dosimetria que se tornou palavra comum no vocabulário brasileiro hoje. No caso do STF, como são muitos os juízes, os debates por vezes inflamados evidenciaram, que a escolha sobre qual será o vencedor da disputa, é muito menos técnica do que se almeja. Ao serem incumbidos de determinar culpados e inocentes, os juízes são alçados a uma posição, nem técnica, nem política, mas sim divina. É na prisão, que a condenação da alma se torna uma função burocratizada, paga pelo contribuinte, exercida por funcionários públicos. Desde a entrada no sistema, quando os novos presos passam por um rígido processo de despersonalização, iniciam o aprendizado sobre a nova vida, com ameaças veladas e são distribuídos pelos pavilhões, de modo bem administrado, para garantir a dominação de muitos por poucos. A partir daí, entram em ação as estratégias

É na prisão, que a condenação da alma se torna uma função burocratizada, paga pelo contribuinte, exercida por funcionários públicos. Desde a entrada no sistema, quando os novos presos passam por um rígido processo de despersonalização, iniciam o aprendizado sobre a nova vida, com ameaças veladas e são distribuídos pelos pavilhões, de modo bem administrado, para garantir a dominação de muitos por poucos.

para formar e manter uma complexa rede de intrigas, propinas, desvios que, ao lado da repressão violenta, garantirão a ordem em um contexto de superpopulação, precariedade das condições físicas e sociais, escassez de alimentos e de vestuário, e disseminação de epidemias e conflitos violentos. Não é novidade que nasceu nas prisões, o Primeiro Comando da Capital Paulista, o PCC, que nos últimos meses, tem disputado as manchetes com o mensalão, em decorrência dos confrontos letais que vem travando com a polícia de São Paulo. A prisão, como ela de fato é, não como está descrita nos discursos autistas sobre ressocialização, mantém no século XXI o papel

desempenhado pelos castigos corporais, até duzentos anos atrás: o de causar sofrimento aos condenados, de aplacar o desejo de vingança das vítimas, sejam as vítimas de criminosos violentos, sejam as vítimas de poderosos gananciosos e inescrupulosos. Os desconcertos provocados pela inédita prisão de poderosos estão, finalmente, trazendo este debate à luz. Tomara que as forças progressistas, agora, consigam superar a lógica penal, e propor formas, efetivamente novas e democráticas, de lidar com os conflitos sociais. * Helena Singer, socióloga com pós-doutorado em Educação, é diretora pedagógica da Associação Cidade Escola Aprendiz.

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artigo

Luiz Augusto Juk*

Mirian Gonçalves, uma emergente liderança feminina?

Por que, não?... E pt saudações

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om certeza, o surgimento de uma nova liderança feminina terá início a partir de janeiro de 2013, depois da posse do Executivo municipal. E o nome é Mirian Gonçalves, que será a vice-prefeita de Gustavo Fruet. Pelos menos os ingredientes existem. Isso porque, independente daquilo que já vinha fazendo, seja pelo seu lado profissional, na advocacia ou na política, com a bandeira do PT, a exposição de Mirian na comunidade,como vice-prefeita, será grande, por força do cargo, somando-se a sua determinação, que foi demonstrada durante a campanha nas eleições municipais. Acrescente ainda que a eleição de Mirian representa dois fatos inéditos da política na Capital paranaense: Além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo, será a primeira vez que o Partido dos Trabalhadores (PT) estará em posição de comando na Prefeitura de Curitiba. E Mirian é militante do partido, de carteirinha, como disse Isabela. E com detalhe: ela tem todos os predicados para trilhar o caminho de uma liderança. É elegante, comunicativa, carismática e deixa transparecer competência se for observada a extensa ficha de realizações que conseguiu até agora, seja profissionalmente ou em sua atuação política. “Vamos trabalhar com muita responsabilidade e estamos conscientes que aliados ao trabalho da presidente Dilma faremos ações maravilhosas e Curitiba voltará a ser uma cidade inovadora”. Foram essas as primeiras palavras da advogada Mirian Gonçalves, logo depois do resultado das eleições que confirmaram a vitória de Fruet. Mas afinal quem é Mirian Gonçalves? Para quem não se interessou em saber quem estaria habilitado em assumir a Prefeitura de Curitiba se preciso for, aqui está um breve histórico. Ela é advogada trabalhista e militante do Partido dos Trabalhadores, o PT. Natural de Tupi Paulista, no interior de São Paulo, Mirian atua há vários anos na defesa do direito dos trabalhadores e na luta pelos direitos humanos. Na pri54 Documento Reservado / Dezembro 2012

meira disputa, rumo à Prefeitura de Curitiba, derrotou a vereadora Roseli Isidoro, depois de uma votação apertada nas nove regionais do PT da Capital. Já demonstrou força, uma vez que Roseli, que também tem peso dentro do partido (preside o partido regionalmente), é militante ferrenha dentro do PT e era uma das preferidas para disputar o cargo de vice. Foram 113 votos para Mirian, contra 100, para a presidente do PT de Curitiba, Roseli Isidoro. Depois desse primeiro embate, rumo à Prefeitura, que já começou dentro do próprio partido, Mirian, já fortalecida, comemorou politicamente na ocasião: “Todos ganhamos. Vamos sair unidos para uma campanha que há muito tempo não se via em Curitiba. Vamos fazer uma campanha nos bairros. Vamos amassar barro”. E deu certo. Acharam o caminho, limparam a lama, e vão entrar na Prefeitura. Mirian Gonçalves, apesar de não ter ocupado com mais intensidade a mídia, durante a campanha, (por óbvias razões), dentro do PT, e no meio político, ela é muito respeitada. E trabalhou muito na campanha, que a conduziu, agora, no importante cargo no Executivo municipal. Visitou bairros, esteve em carreatas, em “bandeiraços” (um novo ingrediente agora nas campanhas...), fez debates com a comunidade, fez corpo-a-corpo com santinho na mão, comícios, etc. No passado, ela lutou pela democratização do País junto aos movimentos populares durante o regime militar e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ao longo do tempo, atuando como advogada, Mirian virou sócia fundadora do Escritório de Advocacia e Defesa da Classe Trabalhadora, o Declatra. Atualmente, como vice-presidente do PT, em Curitiba, tem bom trânsito com a presidente Dilma Rousseff. Com 51 anos de idade, a advogada aprofundou sua formação acadêmica e especializou-se em Direitos Humanos, em Huelva, na Espanha, e adquiriu o título de mestre em Direitos das Relações Sociais na UFPR. Nos

últimos anos, Mirian assumiu a coordenação do programa de governo do PT em 2008 em Curitiba e foi a coordenadora do programa do partido nas eleições deste ano. Mostrou que entende do riscado. A jornalista Isabela França, em sua coluna na “Revista Idéias”, resume bem como é o estilo, a marca registrada, da vice curitibana. Diz a jornalista em certo trecho: “Não. Ela não é o bicho-papão. Mirian Gonçalves, vice-prefeita eleita na chapa de Gustavo Fruet, representa muito bem a classe média curitibana. Foi casada com o advogado e professor Wilson Ramos, o Xixo. É vaidosa, não faz o estereótipo da petista bicho grilo ou masculinizada pela política. Ao contrário, mantém longos cabelos loiros, bem cuidados pelos profissionais do melhor salão da cidade, unhas feitas e uma rotina intensa comum às mulheres bem-sucedidas de sua geração. Difícil acreditar que está na casa dos 50 anos. Sua aparência e estilo joviais dão-lhe um ar de 30 e poucos. Principalmente, no volante da Land Rover Discovery, com a qual circulou a cidade ao lado de Gustavo na campanha”, conclui a jornalista. Portanto, pela determinação que a advogada Mirian Gonçalves demonstrou durante a campanha, ora em atitudes despojadas com os jovens, ou simples com pessoas mais humildes, ou em situações que exigiam uma postura formal como diante de empresários, lideranças políticas e profissionais liberais, naturalmente, ela subirá ao topo como fazem aquelas mulheres, quando assumem um comando e impõem uma marca registrada de suas ações. Será, talvez, um “Estilo Mirian”... Para quem é atuante e inovadora como Mirian Gonçalves, a função de vice-prefeito ganhará,com certeza, uma nova importância a partir de agora. E com isso, mais um ponto positivo para as mulheres que vão ocupando cada vez mais importantes funções. Gostem ou não. ...e , pt saudações! * Luiz Augusto Juk, jornalista


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agenda

Cinema

Estreia 4 de janeiro Detona Ralph

Conta a história de um bandido de um jogo de fliperama determinado a provar que pode ser um mocinho. Ralph quer muito ser tăo adorado quanto seu adversário de jogo, o mocinho perfeito, Fix-It Felix .O problema é que ninguém gosta de bandidos. Mas todo mundo adora heróis… entăo quando surge um moderno jogo de tiro, que mostra a perspectiva do protagonista, apresentando o personagem durăo do Sargento Calhoun. Ralph encara o jogo como sua chance para o heroísmo e a felicidade. Ele invade o jogo com um plano simples - ganhar uma medalha, mas năo demora a arruinar tudo, libertando sem querer um inimigo mortal que pőe em risco todos os jogos do fliperama. Qual a única esperança de Ralph? Vanellope von Schweetz (voz no original de Sarah Silverman), uma jovem e encrenqueira “pane” de um jogo de corrida de carros com cobertura de bala que pode acabar sendo quem ensinará a Ralph o que significa ser um Mocinho. Mas será que ele vai perceber que é bom o bastante para se tornar um herói antes seja “Fim de Jogo” para todo o fliperama? Animaçăo. Elenco: Vozes na versăo dublada de Tiago Abravanel, Rafael Cortez e MariMoon. Vozes no original de John C. Reilly, Jane Lynch, David Hyde Pierce, Dave Foley, Sarah Silverman, Jack McBrayer, Teddy Newton, Jamie Elman.

Sete Psicopatas e um Shih Tzu

Um roteirista sem inspiraçăo para seu próximo filme, ‘Sete Psicopatas’, se envolve em um esquema de sequestro de căes organizado por dois amigos. Quando o animal de estimaçăo de um gângster (Harrelson) é raptado por eles, as coisas se complicam ainda mais. Elenco: Colin Farrell, Sam Rockwell, Christopher Walken, Woody Harrelson, Abbie Cornish, Olga Kurylenko, Brendan Sexton III, Gabourey Sidibe, Helena Mattsson, Jamie Noel, Joseph Lyle Taylor.

Estreia 11 de janeiro A viagem

Mistura história, cięncia, suspense, humor e seis narrativas separadas, mas vagamente relacionadas. Cada uma dessas narrativas ocorre em um tempo e lugar diferente, que é escrito em um estilo diferenciado de prosa, e cada um é interrompido em meados da açăo e tem sua conclusăo na segunda metade do livro. Elenco: Susan Sarandon, Tom Hanks, James McAvoy, Ian McKellen, Halle Berry, Natalie Portman, Hugo Weaving, Jim Broadbent, Jim Sturgess e Ben Whishaw.

Jack Reacher – O Último Tiro

Acompanha o misterioso ex-policial militar Jack Reacher é obrigado a interromper seu descanso numa praia de Miami, ao lado de uma belíssima norueguesa, e voltar a se meter em tramas tăo sujas e violentas que derrubariam até James Bond, MacGiver e Chuck Norris. Reacher, no entanto, permanece sempre de pé, armado... e bem vestido. Elenco: Tom Cruise, Rosamund Pike.

O Dobro ou Nada

Baseado no livro de memórias de Beth Raymer (vivida por Hall), a história conta como ela se envolve com um grupo de gęnios da matemática que desenvolveram um método para vencer na jogatina de Las Vegas. Elenco: Rebecca Hall, Bruce Willis, Catherine Zeta-Jones, Vince Vaughn, Joshua Jackson, Laura Prepon, Frank Grillo, Joel Murray, Corbin Bernsen, John Carroll Lynch.

Estreia 18 de janeiro Django Livre

Ambientado no sul dos Estados Unidos dois anos antes da Guerra Civil,Django Livre é estrelado pelo vencedor do Oscar, Jamie Foxx, como Django, um escravo cujo histórico brutal com seus ex-senhores o coloca cara a cara com o caçador de recompensas alemăo, Dr. King Schultz. Ele está no encalço dos sanguinários irmăos Brittle, e Django é o único que pode levá-lo ŕ sua recompensa. Heterodoxo, Schultz compra Django com a promessa de alforriá-lo assim que capturar os Brittle – mortos ou vivos. O sucesso leva Schultz a libertar Django, embora os dois optem por năo seguirem caminhos separados. Em vez disso, Schultz caça os criminosos mais perigosos do sul dos EUA tendo Django ao seu lado. Aperfeiçoando suas habilidades vitais de caça, Django permanece focado em um único objetivo: encontrar e resgatar Broomhilda, a esposa que ele havia perdido para o tráfico de escravos há muito tempo. Elenco: Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Christoph Walt, Keith Carradine, Franco Nero.

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O Último Desafio

Um xerife quase aposentado de uma cidadezinha próxima ŕ fronteira com o México terá uma grande missăo, afinal, a cidade será o último obstáculo para um líder do tráfico de drogas mexicano alcançar o outro lado da fronteira. A equipe do xerife será formada por ajudantes com nenhuma (ou quase nenhuma) experięncia para combater o mexicano. Elenco: Arnold Schwarzenegger, Johnny Knoxville, Rodrigo Santoro, Forest Whitaker, Jaimie Alexander, John Patrick, Chris Browning, Daniel Henney, David House, Eduardo Noriega, Genesis Rodriguez, Harry Dean Stanton, Luis Guzmán, Peter Stormare, Zach Gilford.

Estreia 25 de janeiro O Resgate

Will Montgomery, um ex-criminoso que tem apenas 12 horas para conseguir achar sua filha, mantida trancada no porta-malas de um táxi em Nova York por seu antigo parceiro no crime. Ele só vai entregá-la quando Will revelar o paradeiro dos 20 milhőes de dólares que ele escondeu de seu último roubo. Elenco: Nicolas Cage, Josh Lucas, Danny Huston, Malin Ĺkerman, Sami Gayle, Edrick Browne, Mark Valley, Barry Shabaka Henley, M.C. Gainey, J.D. Evermore, Garrett Hines, Kevin Foster.

O Mestre

A história de ‘O Mestre’ acompanha Lacaster Dodd, uma figura carismática e líder de uma organizaçăo religiosa nos anos 50, criada após ele ter testemunhado o horror na Segunda Guerra Mundial. Entre seus seguidores, que năo paravam de crescer, Freddie Sutton, um exalcoólatra que se torna seu mais fiel súdito, mas começa a questioná-lo quando o culto ganha proporçőes maiores. Elenco: Joaquin Phoenix, Amy Adams, Philip Seymour Hoffman, Jesse Plemons, Jillian Bell, Kevin J. O’Connor, Laura Dern, Lena Endre, Rami Malek, W. Earl Brown.

Moda Moda feminina verăo 2013 Vestidos

Vestidos deliciados, com cintura marcada e rodados vęm com tudo na estaçăo mais quente do ano. Ombros ŕ mostra, muitas cores e listras. Decote em “V” alonga a silhueta, entăo aposte nesse ícone. As cores rosa e lilás săo as cores do verăo. Vestidos com a estampa de lenço também săo ótimos pra estar bem vestido e confortável. O mullet (o modelo com a frente mais curta que a parte de trás) continua na moda para o verăo. Tanto em vestidos estampados como lisos. Tecidos leves com babados na barra. Para a noite, aposte em vestidos na cor preta com detalhes em dourado.

Blusas

Barriga de fora, a moda Cropped top (top curto). Decote profundo e muita transparęncia também apareceram nos desfiles de verăo das grifes internacionais. Camisas em tecidos finos e coloridos cai muito com shorts e saias.

Short

O estilo esportivo, com cores como o dourado e a prata dá elegância e conforto.

Calças

Calças coloridas, estampadas e com tecidos leves săo a pedida do verăo.

Acessórios

Invista no maxicolar e em cintos de todos os tipos. Nas bolsas, nada do preto ou marrom, procure por detalhes ousados em cores quentes como laranja e amarelo.

Moda masculina verăo 2013

Roupas com cores mais suaves, como o pastel invadem o guarda-roupa masculino. A cor verde menta cai muito bem em camisetas e bermudas. As regatas sempre dăo o que falar. Tem mulher que năo gosta. Mas porque o pânico? Se usados em lugares públicos e abertos ou em atividades físicas é valido. Usar regada, chinelo e bermuda na praia, por exemplo, é estiloso e confortável. Já para os pés, o sapatęnis pode ser usado em diversas ocasiőes. Tons terrosos săo uma ótima opçăo para quebrar as cores neutras. Camisa xadrez e bermuda também săo uma boa opçăo para andar na moda e confortável.

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agenda

Eventos Global Game Jam

Neste evento, artistas, programadores, músicos, designers, estudantes, professores e desenvolvedores de jogos em geral (amadores ou profissionais) reúnem-se em locais ao redor do mundo e formam equipes de desenvolvimento. No fim do evento, após colaboraram durante cerca de 40 horas de trabalho, cada equipe terá construído um jogo diferente a partir de um tema comum a todas. Qualquer tipo de jogo pode ser desenvolvido, principalmente jogos digitais e jogos de tabuleiro. Em Curitiba, o evento acontecerá no campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), nos dias 25 a 27 de janeiro. Mais informaçőes: http://www.ggjcwb.com/

Festival de férias de verăo

Começa no dia 14 de janeiro o Festival de Férias de Verăo 2013 da Prefeitura de Curitiba, que vai promover jogos recreativos, gincanas, oficinas e muita diversăo para crianças de 6 a 12 anos durante o período de férias escolares. As açőes acontecerăo em 16 unidades municipais, como Centros de Esporte e Lazer e Centro da Juventude, nas nove regionais administrativas da Prefeitura. A participaçăo é gratuita e mais informaçőes poderăo ser obtidas nas geręncias regionais da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude e no Departamento de Lazer/SMELJ por meio dos telefones: (41) 3350-3715.

Exposições Monstros

A exposiçăo “Monstros” está em cartaz no Museu Municipal de Arte de Curitiba (MuMA), até dia 13 de janeiro de 2013. A mostra reúne obras de grafite produzidas por dez artistas que desenvolvem propostas conjuntas desde 2008. Anthony Nathan, Deivid Heal, Jorge Galvao, Marciel Conrado, Paulo Auma, Paulo Pq, Silvio Rodolfo, Thiago Syen, Tri e Valdecimples expőem pinturas, impressos, objetos, relevos e instalaçőes. Entrada franca.

Salăo Paranaense

A 64ș ediçăo do Salăo Paranaense reúne 25 artistas brasileiros em uma exposiçăo no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC). Desde a violęncia até a relaçăo do homem com a natureza, diversos temas săo retratados em vídeo, instalaçőes, fotografia, pintura, desenho e gravura. A exposiçăo fica em cartas até 28 de abril de 2013. Entrada franca.

Espaço arte da Alemanha

A mostra “Espaço de Arte Alemanha” está até 7 de abril de 2013. Esta é a primeira mostra realizada transnacionalmente na esfera da política cultural exterior da Alemanha. Os trabalhos de artistas como a sul-africana Candice Breitz, o britânico Tony Cragg, a checa Magdalena Jetelová e o norte-americano Joseph Kosuth, entre outros, representam a pluralidade entre culturas. Onde: Casa Andrade Muricy. Entrada Gratuita.

Di Cavalcanti, Brasil e Modernismo

A mostra “Di Cavalcanti, Brasil e Modernismo” fica em cartaz até dia 17 de fevereiro de 2013, no Museu Oscar Niemeyer. A exposiçăo é uma retrospectiva da obra do artista, destaque entre os modernistas brasileiros que retratou o povo e a cultura do nosso país. Săo aproximadamente 80 obras, divididas entre trabalhos sobre tela, papel, desenhos e aquarelas, estăo na mostra e retratam a intimidade e a vertente lírica do pintor e desenhista carioca. Entrada: R$4.

Inside

A mostra “Inside”, do artista Fabrizio Andriani, até o dia 17 de fevereiro de 2013, no Centro Cultural Solar do Barăo, em Curitiba. A exposiçăo é composta por desenhos inspirados em histórias em quadrinhos, e faz parte da programaçăo especial do Museu da Gravura. Entrada franca.

Shows Munhoz e Mariano

Com direito a cenário high tech, alta tecnologia e efeitos visuais associados a um repertório que é sinônimo de sucesso, a dupla Munhoz & Mariano vai agitar e esquentar ainda mais a temporada do litoral paranaense no próximo dia 26 de janeiro, durante a programaçăo de verăo do Café Curaçao, em Guaratuba. A dupla vai mostrar as novas cançőes ”Casa Amarela”,” Grita Amor”, “Dois Mundos”, “A Bela e o Fera”,”Sorte que a gente tem a vida inteira” e, claro, “Camaro Amarelo”. Ingressos entre R$30 e R$115. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Fatboy Slim

Fatboy Slim é um dos DJs mais famosos e emblemáticos do mundo. No dia 4 de janeiro, no Café Curaçăo Guaratuba, ele promete sacudir a galera com seu repertório musical irreverente. Desta vez, Fatboy Slim promete exibir um set ainda mais eletrizante, como referęncia ao último Big Beach Boutique 5, realizado em Brighton, na Inglaterra. Completam o line-up, os dj´s Tite Clausi, Rodrigo Ferrari e Teclas. Ingressos entre R$65 e R$245. Informaçőes: (41) 3315-0808.

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O Rappa

O grupo se apresenta nas areias do Café Curaçăo Guaratuba, dia 5 de janeiro, a turnę que a banda batizou de Valeu a Pena Esperar. Hits como “Rodo Cotidiano”, ”Me Deixa”, “A feira”, “Minha alma (A paz que eu năo quero)” e covers explosivos como “Hey Joe” prometem fazer parte do set list que será apresentado ao público paranaense. Ingressos entre R$35 e R$125. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Jeann e Julio

A conceituada dupla paranaense Jeann & Julio desce a serra para apresentar em Guaratuba seu novo show que vai agitar o litoral no próximo dia 03 de janeiro, no Café Curaçăo Guaratuba. Com seis álbuns e uma carreira consistente, os músicos londrinenses prometem tocar sucessos, como ”Mistureira”, “Diz Aí” e ”Besteirinha”. Ingressos entre R$30 e R$55. Informaçőes: (41) 3315-0808.


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