Documento Reservado

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Cirque du Soleil

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# 5O JUN/2O12 Ano 4

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R$ 1O,OO

Carta marcada na Assembleia Volta à tona o crime eleitoral Campanha já está nas ruas

O preço da

VAIDADE

Brasileiros são vaidosos e há quem gaste mais em produtos de ia gânc o r r beleza do que com a própria comida. A venda de "técnicas milagrosas" aea as ênci strutor t o p n Pre das co para o rejuvenescimento é a mina de dinheiro.






editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação Norma Corrêa, Pedro Ribeiro e Lucian Haro Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Fotos de Capa: Saymun Susuky Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 50 - JUNHO/2012

Rubens Bueno acelera o passso rumo à Prefeitura

O

deputado federal, Rubens Bueno (PPS), dá mais um grande passo para chegar à Prefeitura de Curitiba, onde já foi candidato ao cargo por duas vezes. Ao ser escolhido pelo governador Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB) para compor a vice na chapa de Ducci, Bueno está mais perto do Palácio 29 de Março. Com a confirmação do PPS, são 15 partidos que apoiam a reeleição do prefeito Luciano Ducci: PSB, PTB, PSL, PTC, PSD, PSB, PSDB, DEM, PP, PHS, PRP, PRB, PSDC, PMN e PTN. Segundo o candidato, esta “é a frente da coerência, de partidos unidos pela eliminação da miséria e pobreza em Curitiba. É a frente da cidade que tem a melhor renda média, que vive em pleno emprego, que tem melhor educação e que vai avançar ainda mais nos próximos quatro anos”, observa Luciano Ducci. A revista Documento Reservado traz, nesta edição, um pequeno perfil de cada candidato, bem como seus planos de governo para administrar a prefeitura da capital. Ducci quer eliminar a pobreza, Gustavo Fruet (PDT) pretende dar um novo rumo aos serviços de terceirização e ampliar as ações na área de sustentabilidade. O candidato peemedebista, Rafael Greca insiste na melhoria do ensino de primeiro e segundo grau. “Queremos para Curitiba o ensino praticado na Finlândia”, diz. Ratinho Junior, do PSC, acha que a cidade está estagnada e que falta um planejamento a longo prazo, a exemplo das cidades da Ásia. Ainda nesta edição, o caderno especial de automóveis que traz os lançamentos do ano, a disputa pela Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, onde o atual presidente, Valdir Rossoni quer permanecer no cargo, as denúncias de compra de voto do deputado federal Fernando Francischini e uma ampla matéria sobre os vices. A reportagem de capa é sobre a vaidade. São cirurgias plásticas e técnicas de rejuvenescimento, aliado à uma mina de dinheiro e picaretagem, ou seja, a participação cada vez maior de falsos médicos da medicina estética. Boa leitura!

Pedro Ribeiro

Circulação Julho/2012

6 Documento Reservado / Junho 2012


08 SINTONIA FINA 60 COLUNA SOCIAL

Por Lisley Chiquini

62 AGENDA CULTURAL 66 PERFIL

Coronel Malucelli

10 CADEIRA COBIÇADA

Em nome da solidariedade, o governador Beto Richa (PSDB) explica porque apoia Luciano Ducci (PSB) ŕ Prefeitura de Curitiba. Gustavo Fruet (PDT) quer realizar o sonho de ser prefeito; Rafael Greca (PMDB) luta contra tudo e todos e Ratinho Junior (PSC) quer chegar ao Palácio 29 de Março para subir a rampa do Palácio Iguaçu. Acompanhe a corrida para a Prefeitura de Curitiba.

16 PARA QUE SERVE?

Muito se questiona, para que serve um candidato a vice, a năo ser para cobrir viagens e férias do titular. Candidatos a prefeito de Curitiba escolhem seus vices mais por critérios técnicos do que por dono de eleitorado. Em muitos casos, săo ilustres desconhecidos, mas fiéis aos partidos.

34 O PERIGO MORA AO LADO

Diante do “boom” imobiliário que tomou conta do país nos últimos anos, construçőes que desafiam os limites humanos e da natureza, surgem do dia para a noite, ameaçando a segurança de quem vive próximo aos canteiros de obras.

38 CARTAS NA MANGA

A presidenta Dilma Rousseff bate firme na mesa e manda recado aos especuladores: temos alternativas para evitar problemas na economia brasileira.

42 VIOLĘNCIA E DIREITOS

31 MENOS JUROS Ŕ CASA

A China é a maior parceira do agronegócio brasileiro. De um faturamento de US$ 10,2 bilhőes, a China é a responsável pela compra de US$ 3,4 bilhőes.

A reportagem da revista Documento Reservado foi a campo para descobrir como anda a vaidade dos brasileiros. Tem aumentando consideravelmente o número de cirurgias plásticas e as “vendas de técnicas” para rejuvenescimento. Uma mina de dinheiro e muita picaretagem.

Em Pinhais, o prefeito Luiz Goulart, o professor Luizăo do PT, vem transformando a vida dos moradores do município, com novos equipamentos para lazer, ampliaçăo do número de escolas e conquistando novos empreendedores. Para ele, a educaçăo é a senha do futuro.

Já em Piraquara, o prefeito Gabriel Samaha (Gabăo, do PPS), conseguiu aprovar e receber a primeira parcela pela “venda” da água para a Sanepar. Um faturamento extra de R$ 160 mil por męs pela produçăo de água.

36 AGRONEGÓCIO FATURA

48 MATÉRIA DE CAPA

28 LUIZĂO DO PT ACELERA

30 CUSTO DA ÁGUA

O governo federal ampliou os prazos e reduziu ainda mais os juros para a compra da casa própria pela Caixa Econômica Federal. Trata-se de mais um incentivo para a aquisiçăo de unidades habitacionais.

índice

Veja nesta ediçăo como foi realizada a pesquisa sobre normas culturais e atitudes em relaçăo ŕ violęncia dos direitos humanos.

24 FACA NO PESCOÇO

O deputado federal, Fernando Francischini (PSDB) continua infernizando a vida dos petistas. Agora prova, com fotos, a compra de votos pelo PT em Guaraqueçaba, no que se caracteriza crime eleitoral. Segundo o “delegado”, a compra de votos beneficiou diretamente a entăo candidata e hoje presidente, Dilma Rousseff.

22

CUIDADO, CĂO BRAVO! Na corrida pela reeleiçăo vale tudo, certo? Pelo menos para alguns parlamentares, vale. Até Deus duvida do que eles săo capazes para permanecer no poder. Descubra, nas próximas páginas, o que há por trás da antecipaçăo da eleiçăo ŕ nova Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Estado e porque o atual presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), năo quer largar o osso.

52 BOM E RUIM

Estamos em pleno inverno. Com ele, além do frio, as doenças típicas que preocupam as autoridades da área da saúde. Pelo lado bom, tem a gastronomia, que inova a cada estaçăo.

56 VARIKAI, O SHOW 59 SAMBATOM 32 BIBINHO CONTRA-ATACA

Já está tramitando no Tribunal de Contas do Estado farta documentaçăo onde o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa, Abib Miguel (Bibinho) faz uma série de denúncias contra a atual mesa diretora comandada pelos deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Plauto Miró (DEM).

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sintonia fina

Meu pai, pai... O deputado federal, Rubens Bueno (PPS) é o vice de Luciano Ducci (PSB) na campanha ŕ Prefeitura de Curitiba. Depois da trapalhada da filha, a vereadora Renata Bueno, que chegou a dizer que seu pai era o único que poderia salvar a candidatura de Ducci, vieram os bombeiros de plantăo e tudo voltou ŕ normalidade. Com isso, o candidato ŕ reeleiçăo amplia seu tempo na televisăo e rádio.

Rejeição

Para o caixão Bem humorado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem comentado nos quatro cantos do país sobre sua doença e seu tratamento. Lula disse que ainda tem dificuldade para falar e para engolir. Quando fala muito, a garganta dói. Quando toma água, dói, quando mastiga, dói, quando come carne dói, quando come păo também dói, queixou-se. “Eu brinquei com o Ratinho e disse que eu comprei esse terno quando estava no hospital, preparando para usar no caixăo”, afirmou.

Salve, mãe O prefeito Luciano Ducci ainda comemora o sucesso do programa Măe Curitibana que venceu a etapa latino-americana do concurso internacional de boas práticas para maternidade segura – o pręmio é promovido pela Opas e OMS. O programa ficou entre as tręs melhores e é o único, nessa categoria, a representar o Brasil. Os demais premiados săo de Imbabura (Equador) e Guarjila (El Salvador).

Delírio O pré-candidato a prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMDB-PR) foi ousado demais ao afirmar, em entrevista ŕ Rede Massa, que pretende implantar modelo similar da educaçăo básica estabelecida na Finlândia, na Europa. “Vamos basear nosso modelo ŕ escola ŕ Finlandesa”. Segundo Greca, naquele país a criança ingressa aos tręs anos de idade na escola. Aos seis anos, diz Greca, ela sabe ler, escrever e contar. Esperamos que o candidato tenha, pelo menos, conscięncia do que está prometendo.

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PEDRO RIBEIRO

Fim da miséria Em resposta ao candidato Rafael Greca, o prefeito Luciano Ducci disse que sua campanha de reeleiçăo vai propor acabar com a pobreza e a miséria em Curitiba. “Nós teremos uma frente ampla e faremos em conjunto com os partidos uma campanha que tęm um grande carro chefe: uma cidade sustentável é uma cidade sem pobreza e sem miséria. Nós já estamos trabalhando e vamos trabalhar ainda mais para tirar as famílias que ainda moram em barracos nas beiras de rios e dar moradia digna”.

No limbo 1 Márcio Antônio do Nascimento é um dos mais de 40 funcionários da Assembleia Legislativa, que fazem parte do famigerado “limbo” – servidores efetivos considerados pela mesa executiva da Casa como sem funçăo ou com baixa qualificaçăo para continuar trabalhando. É exatamente quanto a essa justificativa que Nascimento, formado em Administraçăo de Empresas, se revolta, porque, diz que trabalhou por mais de 36 anos na Assembleia, na diretoria geral, no setor de tomada de contas e, finalmente, na área de fiscalizaçăo, e năo acha que tenha baixa qualificaçăo.

Saindo do armário Em Săo José dos Pinhais, onde dois candidatos, Ivan Rodrigues e Luiz Carlos Setim, já colocaram seus nomes como candidatos ŕ prefeitura, agora surge uma terceira via: Rodrigo da Rocha Loures. O industrial e ex-presidente da Federaçăo das Indústrias do Estado do Paraná coloca seu nome para aprovaçăo do partido, o PMDB, e sustenta que participará do pleito. Deverá contar com o apoio do senador Roberto Requiăo.

No limbo 2 Em nome da Civil O delegado geral da Polícia Civil, Marcos Vinicius Michelotto fez um apelo aos policiais civis, durante o primeiro curso oferecido pela Escola Superior de Polícia Civil (ESPC), realizado em Pato Branco. “Sintam sempre orgulho em saber que fazem parte de um grupo especial, de uma minoria, que pode ostentar com altivez o escudo da gloriosa Polícia Civil do Paraná. Por isso, sempre representem a classe da melhor forma possível”, disse.

“A história năo é nova, mas também năo envelhece. O presidente (Rossoni), quando assumiu, em fevereiro de 2011 e se intitulou paladino da moralidade. O que ele fez foi perseguir pessoas, coagi-las para que aceitassem trabalhar no Estado sem ganhar a mais por isso. Algumas pessoas aceitaram, em razăo do constrangimento a que foram submetidas”, conta Nascimento, ao explicar que, para “parecer” ético, Rossoni procurou desqualificar os servidores. “Năo agüentei a pressăo e, desde 15 de maio deste ano estou em casa, recebendo sem trabalhar”, lamenta.

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política

Beto mostra lealdade e E

m futebol e política existe uma espécie de hierar quia, onde os participantes do cenário têm que esperar a sua vez. Tentar atropelar os fatos é uma quebra na hierarquia. Mantê-la é sinônimo de lealdade e união do grupo. Luciano Ducci (PSB) vai ser candidato à Prefeitura de Curitiba com uma aliança de mais de uma dúzia de partidos, que optaram por manter a lealdade ao ex-vice-prefeito e atual prefeito de Curitiba. O símbolo maior dessa corrente é o governador Beto Richa (PSDB), que segurou as pontas no ninho tucano para bancar a candidatura de seu ex-vice, que assumiu a Prefeitura da capital quando Beto saiu para concorrer ao governo do Estado em 2010. Há dois anos, essa lealdade de Beto e seu grupo a Ducci chegou a estremecer o partido tucano, culminando com a saída de Gustavo Fruet do ninho. Hoje, o trabalho de Luciano Ducci na Prefeitura de Curitiba

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DA REDAÇÃO

banca Luciano Ducci é considerado uma prova de que sua candidatura tem poder de fogo. Ducci manteve o ritmo de obras que foi marca da gestão de Beto Richa. A capital paranaense está recheada de grandes obras. E calhou de ser a assinatura de Luciano Ducci no projeto do metrô, uma obra de R$ 2,3 bilhões, o maior investimento na história de Curitiba em um só projeto. Beto e Luciano iniciaram as tratativas para o metrô, pleiteando recursos do governo federal. Redução da miséria O prefeito, cujo PSB é da base do governo de Dilma Rousseff, tocou o projeto adiante e saiu-se bem. Somente do governo federal, a cidade terá R$ 1 bilhão a fundo perdido para o metrô. O governo de Beto Richa vai entrar com R$ 300 milhões, mais R$ 500 milhões vêm da iniciativa privada por meio de uma PPP. A presidente Dilma disse que o projeto do Metrô Curitiba era o melhor apresentado no PAC. Disse isso ao lado de Beto Richa e Luciano Ducci, em outubro do ano passado, em solenidade no Parque Barigui. O metrô, mais o Hospital do Idoso, 600 km de asfalto, as obras da Copa em andamento, os bons índices em educação e saúde e a redução da miséria são os trunfos de Luciano Ducci, que assim conquistou a confiança no próprio grupo. No fim de semana de 23 e 24 de junho, as convenções foram realizadas e Luciano Ducci já tinha garantido o apoio do PTB, PSL, PTC, PSD, PSB, PSDB, DEM, PP, PHS, PRP, PRB, PSDC, PMN e PTN.

“Nós teremos uma frente ampla e faremos em conjunto com os partidos uma campanha que têm um grande carro chefe: uma cidade sustentável é uma cidade sem pobreza e sem miséria. Nós já estamos trabalhando e vamos trabalhar ainda mais para tirar as famílias que ainda moram em barracos nas beiras de rios e dar uma moradia digna”, disse Luciano Ducci. Luciano Ducci disse que Curitiba tem que continuar neste grande avanço. “É assim que tem que ser: uma cidade igual a todas, onde os pais podem cuidar bem de seus filhos, educá-los em escola boa e morar com conforto e qualidade. Só desse jeito que se cons-

Ducci deverá contar com um batalhão de mais de 800 candidatos a vereador trói uma cidade melhor e mais justa”, completou o prefeito. 15 minutos na TV Formalizadas as alianças, Luciano Ducci deverá contar com um batalhão de mais de 800 candidatos a vereador. O prefeito também terá o maior tempo no programa eleitoral de rádio e TV que começa no dia 21 de agosto. O

tempo de Luciano Ducci pode passar dos 15 minutos. Gustavo Fruet (PDT/PT/PV ) espera ainda o PRTB e seu tempo deve ficar em seis minutos. Ratinho Júnior (PSC/PCdoB/PR/PTdoB) terá quatro minutos. E Rafael Greca (PMDB), três minutos. O restante dos 30 minutos serão divididos entre os candidatos à prefeito do PSTU, PCB, PSol, PCO e PPL. Luciano Ducci disse que conta com a boa avaliação da administração e com o apoio do governador Beto Richa para deixar a condição de terceiro colocado nas pesquisas eleitorais na cidade. E acrescenta também como trunfo sua boa relação com o governo federal, de onde trouxe recursos bilionários para obras. O governador Beto Richa faz coro ao pupilo e afirmou que o PSDB abriria mão da vice em favor de outras legendas. “O PSDB abre mão de indicar o vice de Ducci, para darmos espaço a outros partidos que integram a chapa. Quando deixei a prefeitura para me candidatar ao Governo do Estado, fui tranquilo porque sabia o homem que eu deixaria para assumir a prefeitura. Luciano Ducci tem as mãos limpas e seguras. A cada dia sua administração me dá mais orgulho”, disse Richa. “Os números não mentem. Temos a maior nota nacional do Ideb, a menor taxa de mortalidade infantil e Curitiba reduziu a miséria em 65%. Nunca teremos uma cidade pronta e acabada, por isso queremos mais quatro anos para continuar esta parceria”, completou o governador. 11 Documento Reservado / Junho 2012


polĂ­tica

Fruet alimenta o sonho

de ser prefeito

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P

ara ver um sonho realizado - o de ser prefeito de Curitiba - o ex-deputado fe deral, Gustavo Fruet, rompeu com o PSDB do governador Beto Richa, filiou-se ao PDT de Osmar Dias e aliou-se ao PT de Gleisi Hoffmann. Aos 49 anos de idade, Fruet comemora a marca de 10 mil seguidores no miniblog da rede social e sua performance nas pesquisas, onde figura em primeiro lugar, seguido de Luciano Ducci e Ratinho Junior. O candidato pedetista garante que o imbróglio de sua radical mudança, onde aliouse ao PT de Luiz Inacio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o qual foi opositor na Câmara Federal, está resolvido e sustenta que a população curitibana soube entender isso porque quer mudanças. “Sempre fui bem votado em Curitiba, com aumento do número de votos em cada pleito. Foi assim como deputado federal e ao Senado”, observou o canditado. As mudanças a qual Fruet se refere estão no crescimento da capital sem um acompanhamento nas inovações e nos equipamentos de infraestrutura. Houve uma estagnação nos últimos anos, disse. Para ele, é fundamental fortalecer o Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba - Ippuc - considerado o cérebro da cidade. No seu entender, o que foi feito até agora, foram apenas medidas momentâneas ligadas a pressões do que a resultados. Fruet disse que Curitiba precisa criar uma identidade popular e que está preparado para que isso se torne realidade. Na sua opinião, é

importante criar uma boa identidade com o servidor público. O candidato afirma que é preciso maior fiscalização nos contratos de terceirização, principalmente dentro do Instituto Curitiba de Informática (ICI), que terá uma verba de R$ 1 bilhão. Sustentabilidade Entre os principais pontos de seu programa de governo, o candidato pedetista sinaliza com a necessidade de desconcentração do que chama de crescimento policêntrico, que poderá ser implantado com incentivos fiscais em algumas regiões da cidade. Para isso, diz ele, é preciso alterar a lei de zoneamento. A partir daí, “teremos maior mobilidade para investimentos em habitações e geração de empregos”. Fruet destaca também a importância do conceito de sustentabilidade, de economia

verde e vai propor a transformação da Secretaria do Meio Ambiente na Secretaria do Saneamento Ambiental. Para ele, é preciso ter uma fiscalização rigorosa junto com a Sanepar sobre a qualidade do sistema de saneamento básico da cidade. No seu programa de governo, Fruet destaca três pontos prioritários: segurança, saúde e mobilidade. Segundo ele, o prefeito tem que assumir a responsabilidade pela segurança pública do município. Entre as ações, está o aumento do efetivo da Guarda Municipal. “Nós temos um efetivo de 1,7 mil guardas municipais e seria necessário o dobro”. O candidato prevê uma eleição dura e cara. “No meu caso, não tenho ninguém no governo e muito menos estrutura econômica e de comunicação. O que me sustenta é a vontade de mudanças e o apoio que sempre tive dos curitibanos”, disse.

Ao prever uma campanha cara, Fruet diz que não tem ninguém no governo e muito menos estrutura econômica e de comunicação

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política

Greca, ousado e abusado

V

ou lutar para devolver a prefeitura aos seus moradores. Candidato puro do PMDB à Prefeitura de Curitiba, o ex-prefeito da capital, Rafael Greca, é corajoso, ousado e passa como um trator por cima de quem o subestime. Na convenção do partido, obteve 69 votos contra 38 de Reinhold Stephanes Junior. Durante a convenção, também foi confirmada a enfermeira e militante histórica do PMDB de Curitiba, Marinalva Gonçalves da Silva, para vice de Rafael Greca. A escolha por Marinalva atende a um pedido do senador Roberto Requião, presidente municipal do partido. Greca disse que a campanha do PMDB será pautada por ideias inovadoras e “para devolver a Prefeitura de Curitiba à população”.”Vou lutar para devolver a prefeitura aos seus moradores, brigar contra a terceirização e privatização da cidade e trabalhar para implantar projetos inovadores na área social, pela cultura, resgatando o urbanismo”. “Minha candidatura acontece graças aos verdadeiros peemedebistas, que de14 14 Documento Documento Reservado Reservado // Junho Junho 2012 2012

fendem um PMDB forte, unido, sem nenhuma aliança espúria ou dissonante às diretrizes do PMDB nacional. Agradeço, ainda, imensamente, o apoio do senador Roberto Requião, que acreditou em mim”. O resultado mostrou a força política do senador Roberto Requião, presidente municipal do partido, que bancou a candidatura de Greca, enquanto vários outros membros do diretório, inclusive 11 dos 12 deputados estaduais da legenda, defenderam, inicialmente, a coligação com o prefeito Luciano Ducci (PSB) e, depois, a candidatura de Stephanes. Apesar da disputa interna dura no partido, e a preferência declarada de vários peemedebistas à reeleição de Luciano Ducci, Greca disse contar com todo o partido em sua campanha. “Estou estendendo a mão a todos eles. Agora, a disputa foi encerrada e as palavras pesadas, que sejam jogadas fora como facas sujas de sangue. E que brilhe a luz desse partido para devolver luz à prefeitura de Curitiba”, disse. O senador Requião disse que a convenção mostrou o poder do partido. “Mostrou que o PMDB tem um núcleo forte e, daqui para a frente a campanha é comum, com o melhor candidato, a melhor vice e a melhor proposta para Curitiba. O Rafael é extraordinariamente superior a seus adversários. E o PMDB mostrou respeito a Curitiba com essa convenção”, disse, alertando que poderá enquadrar peemedebistas que trabalharem por outro candidato. “O PMDB tem candidato e seus filiados serão cobrados a trabalhar por esse candidato”, disse. Requião também ironizou o fato de ter as máquinas federal, estadual e municipal como adversárias nesta campanha. “Vamos colocar com clareza as propostas, o programa. Quem vota é o curitibano, não a máquina. A máquina não vai servir para nada. A máquina deles vai se revelar uma verdadeira Singer de pedal, uma máquina velha de costura”, provocou. “Vamos com chapa pura contra as ‘pornocoligações’ que andam por aí”, concluiu.

“Vou lutar para devolver a prefeitura aos seus moradores.” (Rafael Greca)


Da Prefeitura ao Palácio Iguaçu

N

ão foram poucas as tentativas no sentido de desestimular o deputado federal Ratinho Junior (PSC) para desistir da pré-candidatura à Prefeitura de Curitiba. Bombeiros de plantão do grupo do governador Beto Richa (PSDB) e do próprio prefeito de Curitiba e candidato à reeleição, Luciano Ducci (PSB), fizeram várias inserções oferecendo, inclusive, a vice de Ducci ao jovem parlamentar que bate e não arreda o pé. “Sou candidato a prefeito de Curitiba e não tem conversa. Pelo menos no primeiro turno”, avisa. Os mesmos interlocutores foram falar com o patriarca da família, Carlos Massa, o apresentador Ratinho, para que ele convencesse o filho a desistir da intenção. Não teve jeito. “Está difícil tirar isso da cabeça do moleque e ele tem um compromisso com os eleitores de Curitiba que o transformaram em deputado federal”, desconversa o pai. Até o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no programa do Ratinho para falar sobre política e tentar o apoio de Junior ao PT paranaense. Bem nas pesquisas, Ratinho Junior sustenta sua campanha e já contratou experientes políticos para fazer parte de sua equipe como os históricos peemedebistas, Renato Adur e Marcelo Almeida. A campanha está nas ruas. A pergunta que se faz e nem os cientistas políticos conseguem responder é se os tradicionais curitibanos votam no PT ou em um candidato com o nome de “Rato?”. Ratinho Junior não pensa dessa forma. Acredita que houve uma mudança de comportamento ao longo dos últimos anos e prova disso é sua própria carreira política. Em 2002, aos 21 anos, foi eleito o deputado estadual mais votado pelo PPS no Paraná. Em 2006, foi eleito o segundo deputado federal mais votado no Paraná. Em 2010 reelegeu-se deputado federal, obtendo a maior votação no Paraná e a sexta maior do Brasil. Agora, aos 31 anos, quer ser prefeito da ca-

pital paranaense. É um passo para chegar ao Palácio Iguaçu, disse. O deputado federal poderá ser a surpresa do período pré-campanha. As primeiras pesquisas eleitorais o colocaram em segundo lugar na preferência do eleitorado, atrás de Gustavo Fruet (PDT) e à frente do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). E o jovem já fala com propriedade sobre planejamento e urbanismo. Segundo ele, perdeu seu histórico padrão de gestão e de planejamento. Pensam apenas em seus mandatos e eu faço parte de uma nova safra de políticos que pensa na frente, a exemplo dos asiáticos, que fazem um planejamento a longo prazo.

Questionado sobre sua experiência como administrador público, o jovem candidato diz que experiência se constrói com uma boa equipe. O prefeito tem que ser um bom gestor de talentos, de equipes, e ser um líder que saiba se posicionar e tomar as melhores decisões para atender as demandas da cidade. A experiência na política tem que ser muito bem analisada, porque muitas vezes é sinônimo de safadeza, de ladroagem, de picaretagem. Hoje, a política precisa muito mais de caráter, de honradez, transparência, comprometimento com os desafios, com aquilo que a população precisa do que de qualquer tipo de experiência.

Ratinho Juniorquer chegar ao governo do Estado.

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política

Vice é tudo... Ao contrário do que dizia o jargão do personagem do humorista Jô Soares, no Programa da Globo “Faça Humor, não faça Guerra”, que “vice não é nada, vice é vice”. Em Curitiba, “vice é tudo”. Tanto é assim, que não são poucos os candidatos a candidatos a vice. A disputa é acirrada porque existe a “maldição” de que, quem é vice, acaba virando prefeito

O

humorista Jô Soares, nos bons tempos do programa “Faça Humor não Faça Guerra”, na Rede Globo, tinha uma personagem que dizia que “vice não é nada, vice é vice”. Era uma brincadeira, na época, em que ser vice não representava absolutamente nada no cenário político. Não tinha poder sobre nada. No entanto, se o Brasil é um País de ex, como dizem os especialistas, Curitiba é a terra dos vices. E não é à toa que, desde a eleição de Jaime Lerner, em 1988, que um representante deste grupo político é eleito para a Prefeitura de Curitiba, e se mantém no comando da cidade desde então. É essa a razão para que a

disputa pela vaga de vice-prefeito, de Luciano Ducci (PSB), para as eleições deste ano, está acirrada. Não há político que não queira o cargo. E a explicação é bem simples: quem é vice-prefeito, fatalmente, vira prefeito num futuro bem próximo. E os candidatos para esse futuro não faltam. É uma guerra surda, de bastidores, mas que fatalmente terá que haver apenas um escolhido entre todos os postulantes ao cargo. E não é para menos. Cassio Taniguchi, foi vice de Jaime Lerner; Beto Richa foi vice de Cássio; e, agora, Luciano Ducci foi vice de Beto. A história se repete há algum tempo...

Ao longo dos anos, Curitiba deu muitos passos à frente em todos os setores, graças à iniciativa administrativa dos seus muitos prefeitos, independente de sigla partidária

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NORMA CORRÊA

“Vice é uma peça importante na campanha, não só para alinhavar apoio do grupo político, mas também acrescentar preciosos minutos de tempo de TV para a propaganda política. Quanto maior o número de partidos gravitando em torno de uma candidatura, maior será o potencial da chapa para vencer uma eleição”, disse o cientista político, Luiz Domingos da Costa, professor da Uninter. Para ele, essa questão da disputa por ocupar o cargo de vice-prefeito de Ducci, não é desproposital. “A partir de Greca (Rafael, prefeito de Curitiba entre 1993 a 1996 – que renunciou ao cargo para assumir o Ministério do Turismo, no Governo de Fernando Henrique Cardoso), o grupo de Jaime Lerner vem se revezando no Poder. Tudo por conta de um trabalho orientado, com forte padrão em torno das necessidades da cidade que tem levado essas pessoas à vitória. Além do mais, também permitir que vice assuma o comando de Curitiba por um determinado tempo, também contribuir para elevar a imagem de quem pretende ser prefeito na sequência”, explica, ao assegurar que esta prática (de assumir vice ou alguém do mesmo grupo) também é comum no Governo do Estado. “Por exemplo, Beto Richa pode se candidatar à Presidência da República, certamente, o seu vice, poderá ser um nome à sua sucessão na administração pública paranaense. Daí a oferta excessiva de vices, cujo recrutamento é feito num espaço restrito, para aqueles que têm a intenção de buscar cargos majoritários”, conta. Até agora, o PMDB, o PSD, DEM e o PSDB mantém disputa acirrada pela vaga de vice na chapa de Ducci, que vai à reeleição. No PMDB criou-se um racha, em razão de um grupo defender que o partido deve se aliar a Luciano Ducci, a chamada ala “Pró Ducci”, e já indicaram a escolha “técnica” do deputado Stephanes Júnior para ser o vice-prefeito. “Stephanes Jr., >>

Vice-prefeito

É o segundo em exercício no cargo do Executivo municipal. No Brasil, esse representante é eleito por meio de voto direto, de quatro em quatro anos, juntamente com o prefeito, de modo vinculado (Constituiçăo Federal Artigo 29, I e II). O vice-prefeito é o substituto do prefeito municipal em caso de ausęncia por licença ou outro impedimento. Pode e deve exercer funçăo dentro da administraçăo municipal.

Relaçăo dos prefeitos de Curitiba José Borges de Macedo Cândido Ferreira de Abreu Guilherme Xavier de Miranda Cyro P. Veloso Jorge Hermano Meyer Cícero Gonçalves Marques Ignácio de Paula França Manoel José Gonçalves Cícero Gonçalves Marques Arthur de Souza Ferreira Luiz Antonio Xavier Antonio Rodrigues da Costa Joaquim Pereira de Macedo Joăo Antonio Xavier Cândido Ferreira de Abreu Joăo Antonio Xavier Claudino R. F. dos Santos Joăo Antonio Xavier Percy Withers Joăo Moreira Garcez Joăo Moreira Garcez Eurides da Cunha Joaquim Pereira de Macedo Avelino Lopes Joăo Lothário Meissner Nicolau Mader Junior Aluizio França Carlos Heller Oscar Borges Joăo Moreira Garcez Angelo Lopes Rozaldo Gomes de Mello Leităo Alexandre Beltrăo Arnaldo Izidoro Beckert Joăo Macedo Souza Alô Guimarăes Algacyr Munhoz Maeder Joăo Macedo Souza Angelo Lopes Raul de Azevedo Macedo

1835 a 1838 1892 a 1894 1894 1895 1896 1896 1897 1897 a 1898 1897 a 1900 1900 1900 a 1907 1907 a 1908 1908 a 1912 1912 1913 a 1916 1916 1916 1917 a 1920 1920 1920 a 1924 1924 a 1928 1928 a 1930 1930 a 1932 1932 1932 a 1937 1937 1937 1937 a 1938 1938 1938 a 1940 1940 1940 1943 a 1944 1944 1945 1945 1945 1946 1947 1947

1° Prefeito de Curitiba

Interino Interino Vice Presidente da Câmara

Outubro/1930 a Janeiro de/1932 Substituto Janeiro/Março Fevereiro/1932 a junho de 1937 Substituto Junho/1937 Junho/1937 a Setembro/1937 Setembro/1937 a Janeiro/1938 Fevereiro/1938 a Abril/1938 Maio/1938 a Julho/1940 Setembro/1940 Resp. Expediente Resp. Expediente

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política

Joăo Kracik Netto Joăo Macedo Souza Joăo Kracik Netto Ney Leprevost Lineu do Amaral Amâncio Moro Ernani Santiago de Oliveira Wallace Tadeu de Mello e Silva Erasto Gaertner Mario Afonso Alves de Camargo Joăo Stival Milton Anselmo da Silva Dr. José Luis Guerra Ręgo Ernani Santiago de Oliveira Ney Amintas de Barros Braga Aristides Simăo Elias Karam

1947 1947 1948 1948 1949 a 1951 1951 1951 1951 1951 a 1953 1952 1952 1953 1953 a 1954 1954 1954 a 1958 1958 1958

Edmundo Leinig Saporski 2ș Vice Presidente da Câmara Elias Karam

1958

Iberę de Mattos Aristides Athayde Junior

1958 a 1961 1961

Erondy Sivério Erondy Sivério Ivo Arzua Pereira Erondy Sivério Ivo Arzua Pereira Acyr Haffez José

1961 1962 1962 a 1966 1966 1966 a 1967 1967

Omar Sabbag Edgar Dantas Pimentel Jaime Lerner Donato Gulin Saul Raiz Jaime Lerner Maurício Fruet Roberto Requiăo de Mello e Silva Jaime Lerner Rafael Greca de Macedo Cassio Taniguchi

1967-1971 1971 1971 a 1974 1974 1975 a 1979 1979 a 1983 1983 a 1985 1986 a 1988 1989 a 1992 1993 a 1996 1997 a 2000 2001-2004 2005-2008 2009-2010 2010

Beto Richa Luciano Ducci

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1958

Resp. Expediente Resp. Expediente Resp. Expediente

Resp. Expediente Resp. Expediente Resp. Expediente 15/11/54 a 15/11/58 Fev-1958 - Presidente da Câmara Julho/Agosto Vice Presidente da Câmara Agosto a Outubro – Setembro a Outubro – Vice Presidente da Câmara 15/11/58 a 15/11/61 20 a 23 Janeiro Presidente da Câmara 20/Fevereiro a 11/Março 28/Agosto a 08/Outubro 15/11/62 a 16/11/66 16/11/66 a 01/12/66 01/12/66 a 14/03/67 14/03/67 a 22/03/67 – Presidente da Câmara 22/03/67 a 15/03/71 16/03 a 21/03 - Substituto

além de uma opção política, também é uma opção técnica oferecida pelo PMDB para a composição da aliança. O deputado é economista formado pela Universidade Federal do Paraná e tem experiência em administração pública internacional: fez especializações no Instituto Friderick Malman, na Alemanha e em Harward, nos Estados Unidos, depois de cursar um MBA em Administração, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A candidatura de Stephanes é muito importante para o PMDB pelo que representa não apenas politicamente, mas também na área da administração pública”, reforça Altino Loureiro, secretário adjunto do PMDB de Curitiba e militante histórico do partido. Outros peemedebistas, porém, defendem a candidatura própria com o ex-deputado, ex-ministro e ex-prefeito Rafael Greca. No ninho tucano,, porém, há quem entenda que é o partido que deve ocupar a vaga de vice na chapa de Ducci. “O PSDB não pode abrir mão da vice na chapa, uma vez que já deixou de lançar candidatura própria quando optou pelo apoio à reeleição do atual prefeito”, disse o secretário geral do PSDB de Curitiba, deputado Mauro Moraes. Embora defenda a indicação de um tucano para a vice de Duc-

Presidente da Câmara

1ș Prefeito Eleito

Reeleito em 2001 Eleito em 2004 Afastamento do Prefeito Beto Richa para candidatura ao Governo do Estado Ex-deputado, ex-ministro e ex-prefeito Rafael Greca briga, dentro do próprio partido, para ser candidato à Prefeitura de Curitiba


Luciano Ducci toma posse no dia 30 de março de 2010, como prefeito de Curitiba

Luciano Ducci e Beto Richa, já foram deputados estaduais e vice-prefeito

ci, Moraes afirma categoricamente que não “Qualquer erro pode ser fatal em uma eleição Bertoldi (DEM) e Mauro Moraes (PSDB). Rutem interesse na vaga. Segundo ele, nomes disputada por candidatos fortes”, alerta. A vaga, bens Bueno, por enquanto, nega que queira o fortes, como do deputado federal Fernando contudo, já tem “olho grande” de cinco depu- cargo, justificando que o PPS tem uma préFrancischini, que demonstra grande interesse tados. Os deputados federais Fernando Fran- candidata à Prefeitura de Curitiba, que é a sua filha, a vereaem ocupar o posto, dora Renata podem colaborar com Até agora, o PMDB, o PSD, DEM e o PSDB mantém disputa acirrada Bueno. A defio projeto de reeleição pela vaga vice na chapa de Ducci, que vai à reeleição. No PMDB criounição, porém, do prefeito, “etapa imse um racha, em razão de um grupo defender que o partido deve se aliar terá definição, portante para as eleia Luciano Ducci, a chamada ala “Pró Ducci”, e já indicaram a escolha até porque a “técnica” do deputado Stephanes Júnior para ser o vice-prefeito. ções de 2014”, diz. O legislação eleideputado, porém, toral exige, em acredita que o partido não pode cometer erros em uma eleição que cischini (PSDB) e Rubens Bueno (PPS), além meados de julho, quando os grupos se lançam possivelmente será decidida em dois turnos. dos estaduais Ney Leprevost (PSD), Osmar para a campanha eleitoral.

Deputado estadual, Ley Leprevost, do PSD, Deputado Stephanes Júnior briga, dentro do próprio partido, é cotado para a vice de Ducci pelo apoio do PMDB a Luciano Ducci

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política

Biografia e realizações dos Maurício Fruet

(1983 a 1985) Foi o último prefeito eleito por indicaçăo em Curitiba. Seu partido, o PMDB venceu a eleiçăo para o Governo do Estado, com José Richa. A lei eleitoral da época pregava que o governador é quem deveria indicar o prefeito da Capital. Mauricio foi um radialista que tinha sido eleito deputado federal com 142 mil votos. A sua administraçăo ficou conhecida como participativa, porque passou a ter reuniőes periódicas com a populaçăo, principalmente nos bairros discutindo as prioridades da regiăo. Foi criado o telefone 153, para receber as sugestőes e críticas da comunidade. Pediu recursos do Projeto Cura ao Banco Nacional de Habitaçăo e investiu na área social, apoiado por técnicos da Organizaçăo Mundial de Saúde (OMS), foram criados mais 16 postos de saúde, as creches municipais passaram a ter nutricionista, assistęncia médica e odontológica. Investiu na infra-estrutura dos bairros mais afastados, asfaltou ruas, aumentou a rede elétrica, a água encanada e a captaçăo de esgoto. Na educaçăo, foram estipuladas eleiçőes diretas nas escolas municipais, pais de alunos, professores e servidores passaram a eleger os diretores. Ao concluir seu mandato, Mauricio Fruet reassumiu sua vaga de Deputado Federal.

Roberto Requiăo

(1985 a 1989) Primeiro prefeito eleito depois do fim do regime militar 1964/ 85. Na sua administraçăo a prioridade foi a área social. No transporte coletivo criou a maior frota de ônibus, aumentou os terminais e baixou a passagem de ônibus, na época foi considerada a mais baixa do País. A Prefeitura, que é dona das

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linhas de transporte coletivo e cede o direito a empresas particulares, estipulou o pagamento por quilômetro rodado, exigiu ônibus novos e reposiçăo dos ônibus com vida útil vencida, a jornada de trabalho dos motoristas e cobradores foram reduzidas para 6 horas diárias, foi criada a linha madrugueiro e o vale transporte. Criou o Parque das Cięncias, implantou 09 escolas integrais, o Centro Cultural do bairro Portăo e o Museu Municipal, criou o telefone 200-1616 para receber denuncias de agressőes ao meio ambiente e implantou um moderno sistema de coleta de lixo hospitalar. O sistema de saúde foi ampliado com a contrataçăo de clínicos gerais, pediatras, ginecologistas e dentistas, e o atendimento passou a ser dia e noite. Foram criadas mais creches municipais, nos bairros, quilômetros de valetas foram fechadas. Para ouvir a populaçăo, a Prefeitura nomeou um Ouvidor Geral, o segundo na historia da cidade, o primeiro foi em 1718, quando a cidade tinha 1.000 habitantes. Ao deixar a Prefeitura, Roberto Requiăo foi considerado o melhor prefeito entre as capitais do País. Em 1990 foi eleito governador do Paraná, senador em 1994 e voltou a governar o Paraná em dois mandatos consecutivos.

Jaime Lerner (1989 a 1992) Depois de perder a eleiçăo para a Prefeitura de Curitiba, em 1985, por 10 mil votos de diferença para Roberto Requiăo, Jaime Lerner voltou a administrar a Prefeitura pela terceira vez, ao ganhar as eleiçőes de 1988. Administrou a cidade em 1971/75 e 1979/83. Nesta eleiçăo, Jaime Lerner quase teve sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, por causa do prazo de transferęncia de seu titulo de eleitor do Rio de Janeiro para Curitiba. A Justiça Eleitoral lhe deu permissăo para concorrer ŕs vésperas da eleiçăo, que ficou famosa como a “Campanha dos 12 dias”, Curitiba foi coberta por coraçőes vermelhos, símbolos da candidatura de Lerner. Apesar do pouco tempo para

divulgar sua campanha, foi eleito com 49% dos votos. Na terceira gestăo foi criado o Programa lixo que năo é lixo, a coleta seletiva separando o lixo orgânico do material reciclável como: papel, papelăo, vidro, latas e plásticos; o Câmbio Verde, que trocava material reciclável por cadernos escolares, frutas, verduras, doces e brinquedos, um caminhăo da prefeitura ia diariamente a um ponto determinado em um bairro da cidade para realizar a troca. Foi inaugurada a Universidade livre do Meio Ambiente (Unilivre), no bairro Pilarzinho, logo se transformando num dos pontos turísticos da cidade, na inauguraçăo estava presente o Oceanógrafo francęs Jacques Cousteau. O sistema de transporte mais uma vez foi aprimorado, com a criaçăo da linha de ônibus ligeirinho e as estaçőes tubo, aumentou as linhas expressas com a implantaçăo dos primeiros ônibus bi articulados. O prefeito Jaime Lerner tinha por hábito anotar todas as suas idéias em um caderninho, de onde saíram várias obras que mudaram a cara da cidade, como o Jardim Botânico, a Opera de Arame, a Pedreira Paulo Leminski e a Rua 24 Horas. Também surgiram várias áreas verdes para lazer da populaçăo como os bosques Reinhard Maack, Gutierrez e Zaninelli e o Parque Municipal do Passauna, na área de entorno da barragem do rio Passauna que garante o abastecimento de água de parte da populaçăo. Na área de saúde surgiram os Postos de Saúde 24 horas e o Laboratório de Analises Clinicas. Quando encerrou seu mandato, contava com o apoio da maioria da populaçăo, que ajudou a eleger o seu sucessor e mais tarde se elegeu Governador do Estado.

Rafael Greca de Macedo (1993 a 1996) O Engenheiro Rafael Greca de Macedo nasceu em Curitiba no dia 17 de março de 1956. Na sua gestăo investiu na educaçăo e cultura, criou as Liçőes Curitibanas, uma coleçăo de 12 livros didáticos distribuídos para os alunos de 1Ș a 4Ș séries, os


prefeitos de Curitiba Faróis do Saber e Farol da Cidade. Criou a Orquestra de Musica Popular Brasileira, o Conservatório de Musica Popular Brasileira de Curitiba, o Teatro Novelas Curitibanas, o Museu Theodoro De Bona, a Casa Vermelha e o Museu Metropolitano de Arte, uma fusăo do museu Municipal de Arte e do Centro Cultural do Portăo. Construiu uma serie de locais temáticos ligados ŕ imigraçăo como o Bosque Alemăo, O Memorial da Imigraçăo Japonesa, o Parque Tingui e seu memorial Ucraniano, a Fonte de Jerusalém, o Parque dos Tropeiros, o Bosque de Portugal e reformou o Bosque Săo Cristóvăo, que ganhou a denominaçăo de Parque Italiano. Também foram inaugurados o Bosque da Fazendinha e os Parques Caiuá, Diadema e Tanguá, e a linha de ônibus Turismo que percorre os principais parques, bosques, museus e bairros da cidade, lançou os novos ônibus bi articulados com capacidade para 270 passageiros e sistema de som para orientar os pontos de parada. Para guardar a Historia e a Cultura de Curitiba, foi construído o Memorial da Cidade, a catedral foi restaurada e ascendeu a condiçăo de Basílica Menor, as Ruínas de Săo Francisco foram revitalizadas, a Praça Generoso Marques e o seu casario em volta e o paço Municipal foram recuperados através do projeto Cores da Cidade em parceria com a Fundaçăo Roberto Marinho e as Tintas Ypiranga. O Passeio Publico foi revitalizado e o Cemitério Săo Francisco de Paula ganhou uma nova fachada. Na saúde, ampliou para 97 o número de postos de saúde, criou a Farmácia Curitibana com 62 medicamentos distribuídos gratuitamente e reequipou o Laboratório de Analises Clínicas do Município. Na regiăo da rua Vicente Machado ampliou a canalizaçăo do rio Ivo, reformou o viaduto do Capanema e construiu as Ruas da Cidadania ao lado dos terminais, que oferece serviços da Prefeitura, Sanepar, Copel e outros serviços municipais.

Cássio Taniguchi

(1997 a 2004) O Engenheiro Eletrônico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) Cássio Taniguchi, filho de imigrantes

que chegaram no Brasil em 1930, é natural de Paraguaçu Paulista, interior de Săo Paulo, onde nasceu no dia 15 de outubro de 1941 e cresceu em meio a plantaçőes de café, em 1965 veio morar em Curitiba. Foi eleito prefeito de Curitiba no dia 03 de outubro de 1996, mas já fazia parte da administraçăo do município. Teve importante participaçăo no Planejamento Urbano do Município desde o inicio da década de 1970, tendo atuado na área durante tręs gestőes de Jaime Lerner. No inicio dos anos 70, Cássio colocou em operaçăo a nova Rodoferroviaria da cidade que foi considerada uma obra modelo no Brasil, o fato aproximou o engenheiro Cássio do prefeito Jaime Lerner. Entre 1972/75 foi diretor-presidente da URBS – Urbanizaçăo de Curitiba S.A., empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba, foi presidente do Instituto de pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC, entre 1979/ 83 e 1989/92, foi também um dos responsáveis pela criaçăo e implantaçăo da Cidade Industrial de Curitiba - CIC. Entre 1995/96 foi Secretário de Planejamento, Indústria e Comércio do Estado do Paraná.

Beto Richa (2005 a 2010)

Em 2004, aos 39 anos, Carlos Alberto Richa, Beto Richa, derrotou o candidato do PT, Ângelo Vanhoni, na eleiçăo municipal de Curitiba, elegendo-se prefeito com 494.440 votos, 54,78% do total. Em sua primeira gestăo, quando assumiu a frente executiva da Prefeitura, Beto aprofundou o acervo de políticas públicas da cidade, orientado pelo planejamento ambiental, e instaurou uma nova agenda, pautada na construçăo de convergęncias estruturais nas relaçőes sociais, econômicas e culturais. Ainda na primeira gestăo, criou a Secretaria Antidrogas, que atua na prevençăo e conscientizaçăo contra o tráfico e o consumo de drogas, através de programas dirigidos a jovens e

adolescentes residentes nos bairros socialmente mais vulneráveis. Em 2008, com a elevada aprovaçăo dos curitibanos e com o apoio de lideranças importantes do Paraná, Beto Richa foi reeleito, ainda no primeiro turno, prefeito de Curitiba, com mandato até 2012, com 778.514 votos, que equivale a 77,27% dos votos válidos, derrotando a candidata do PT, Gleisi Hoffmann, que ficou com a segunda colocaçăo com 18,17 % dos votos. Essa administraçăo fica marcada pelo desenvolvimento sustentável, que determinou uma série de investimentos em infra-estrutura social e urbana. Ŕs regiőes com os menores indicadores de desenvolvimento humano foram direcionados 70% dos recursos orçamentários, destacadamente nas áreas de educaçăo, saúde, moradia popular, segurança alimentar, proteçăo social, transporte público e estrutura viária. A prioridade no combate ŕ exclusăo foi harmonizada com o desenvolvimento econômico, assim como na preservaçăo ambiental. Beto Richa intensificou o diálogo com a populaçăo, promovendo, em quatro anos, 245 audięncias públicas – realizadas em todos os 75 bairros de Curitiba -, nas quais as comunidades organizadas puderam participar diretamente da definiçăo do orçamento e dos programas e políticas públicas municipais. Richa concluiu a primeira etapa da Linha Verde, obra viária de 9,2 quilômetros de extensăo que integra a cidade, instituiu o sexto corredor de transporte público e estimula a criaçăo de um novo eixo de desenvolvimento econômico. A obra, planejada por governos anteriores, foi executada por Beto Richa. Em 30 de março de 2010, renunciou o seu mandato na Prefeitura de Curitiba para poder concorrer ao Governo do Paraná e em 3 de outubro de 2010 foi eleito governador do Estado, no primeiro turno.

Fonte: RedeCeape.org (Rede Integrada de Recursos Humanos e Centro de Apoio Educacional) e Wikipedia (Enciclopédia livre, na internet)

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política

Cartas marcadas

Na eleição à nova Mesa Executiva da Assembleia, sucessor de Rossoni pode ser ele mesmo 22 Documento Reservado / Junho 2012

S

e o clima é de tensão para dezenas de vereadores e prefeitos do Paraná que tentarão a reeleição neste ano, na Assembleia Legislativa do Estado (AL) não é diferente. Com o fim anunciado de mais uma gestão, tem gente por lá disposta a tudo para permanecer no cargo por mais um mandato. Estamos falando, aqui, de estratégias baixas de campanha que vão desde a promessa de apoio partidário nos pleitos municipais de outubro, até o pagamento de “vales - reeleição” milionários, disfarçados de verbas de gabinete. Tudo isso patrocinado, claro, com dinheiro público.


LUCIAN HARO

É importante deixar registrado, no entanto, que Rossoni enfrentou um duro calvário para conseguir convencer os colegas de plenário a compactuar com seus planos. Ele precisou procurar, por diversas vezes, as bancadas partidárias da Casa, a fim de tentar evitar a formação de uma chapa adversária que ameaçasse sua candidatura. A diferença de menos de 60 dias para o processo pode até parecer insignificante, mas é suficiente para que ele se aproveite do fato de ainda estar no comando do diretório estadual do PSDB para persuadir os outros deputados a votarem nele. Como se daria isso? Fácil. Primeiro, com a promessa de apoio político a quem vai correr nas eleições municipais e, depois, com “agradinhos” parlamentares como o que aumentou em 30% as verbas de gabinete para cada deputado. Nos bastidores, fala-se, inclusive, que Rossoni teria começado a “amarrar” a antecipação da eleição depois que um grupo de deputados, insatisfeitos com a forma como ele tem administrado a Casa, iniciou um movimento para apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proibisse a reeleição à presidência da Assembleia. Segundo fontes da AL, a PEC já teria recebido as assinaturas de 32 dos 54 parlamentares e estaria apenas à espera do momento certo para ser apresentada. Embora todos esses aspirantes à permanência no poder tenham suas táticas próprias para angariar votos, nenhum parece ser tão astuto quanto o atual presidente do Legislativo, o deputado Valdir Rossoni (PSDB). Ele nunca escondeu de quem quer que fosse, a vontade de permanecer no cargo por mais dois anos - como permite o Regimento Interno da Assembleia. Por esta, talvez, ninguém esperasse: o tucano conseguiu alterar o estatuto da Casa e aprovar, em plenário, a antecipação do pleito à Mesa Executiva em dois meses (de dezembro para outubro).

Manobra Um dos episódios que mais irritou os deputados foi, sem sombra de dúvidas, a decisão do presidente de extinguir, ainda no final do ano passado, o pagamento de dois salários extras anuais a título de convocação e desconvocação que eles recebiam – os chamados 14º e 15º salários. Mais do que a perda da verba de R$ 40 mil/ano, os parlamentares reclamam em especial da forma como o tucano tomou a medida, sem consultar os líderes ou, sequer, os próprios integrantes da Mesa Executiva. Na avaliação dos desconten-

tes com o corte do benefício, Rossoni capitalizou sozinho a manobra perante a opinião pública, expondo os demais deputados ao constrangimento de ficarem com a pecha de defensores do privilégio. Quando questionado sobre os reais objetivos da antecipação da eleição, o tucano, claro, escorrega pela tangente. Ele justificou apenas que a medida é uma maneira de permitir uma transição mais tranquila entre quem entra e quem sai do poder. “Quem vier a ser o presidente da Assembleia tem que ter uma boa transição para que entenda e compreenda a parte administrativa da Casa para fazer um bom trabalho”, alegou. Ele ainda sustenta que, desta vez, a decisão foi tomada em consenso com as lideranças da Casa. É importante deixar registrado, no entanto, que Rossoni enfrentou um duro calvário para conseguir convencer os colegas de plenário a compactuarem com seus planos. Ele precisou procurar, por diversas vezes, as bancadas partidárias da Casa, a fim de tentar evitar a formação de uma chapa adversária que ameaçasse sua candidatura. Oportunismo Para o cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Oliveira, a manobra de Rossoni nada mais é do que a tentativa de manter um posicionamento estratégico para as eleições municipais deste ano. “A Mesa diretora da Assembleia tem muita força política e exerce muita influência sobre todas as prerrogativas do poder estadual paranaense. Por isso tanta vontade de permanecer

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política

Crime eleitoral Deputado Fernando Francischini apresenta provas de crime eleitoral e irregularidades em alguns procedimentos tomados pelo então superintendente da Pesca e Aquicultura no Paraná, José Wigineski, que foi substituído por José Antônio Faria de Brito, em 31 de maio

O

deputado federal Fernando Francischini (PSDB) não perdeu o gosto pela investigação. Com a experiência de delegado da Polícia Federal, ele conseguiu troca no comando da Superintendência da Pesca e Aquicultura, no Paraná. Em maio, ele encaminhou ofício com as denúncias contra o superintendente da Pasta, José Wigineski, à ministra das Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, e ao Ministério Público Federal de Paranaguá. No documento, Francischini diz que Wigineski havia cometido crime eleitoral, além de identificar procedimento irregular. Entre as provas, o tucano apresentou fotos tiradas durante a campanha eleitoral de 2010, e que mostram o então supe-

rintendente da Pesca e Aquicultura do Paraná, José Wigineski, entregando carteiras de pescadores, que servem para receber seguro defeso, junto com material de campanha eleitoral da presidente da República, Dilma Roussef (PT). Diante das provas, não restou outro caminho a não ser a substituição no comando do braço do Ministério da Pesca, no Paraná. No dia 31 de maio, José Antônio Faria de Brito, assumiu a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura no Estado. Além das fotos, o deputado acumulou outras provas contra Wigineski, como por exemplo, o pedido de ressarcimento de despesas de hospedagem para Caroline Gualberto, funcionária da Agil Serviços Especiais Ltda.,

José Wigineski, no alto da escada (de boné), mostra a carteira aos pescadores

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e a justificativa para o pagamento é que “a mesma deverá ocupar cargo de chefe de Divisão desta SEPA”. “Existe, ainda, a questão de notas fiscais, que têm fortes indícios de serem frias ou calçadas”, adianta, ao contar sobre um contrato assinado entre a União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado do Paraná, a Unicafes (de Francisco Beltrão), e Valdecir Miester (de Cascavel), “para a contratação de horas técnicas para assessoria e acompanhamento da cadeia de peixe no Paraná”. “Aconteceu que o contrato não especifica o tipo de serviço e nem quem vai executá-lo, apenas estabelece o valor de R$ 19.148,80 como pagamento pelo serviço prestado”, observa Francischini, ao adiantar que,

Nesta foto fica claro o crime eleitoral: Wigineski e os pescadores mostram as carteiras e a propaganda eleitoral da então candidata Dilma Rousseff


NORMA CORRÊA

as notas fiscais apresentadas, porém, ultrapassam em mais de R$ 7 mil, o valor estipulado inicialmente. O valor total das notas é de R$ 26.881,07. Isso tudo, conforme o deputado, deve ser minuciosamente investigado. Para chegar a este desfecho, Francischini contou que, primeiro, fez a denúncia para a ministra Ideli Salvati, durante uma audiência pública, que aconteceu na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara Federal, convocada em razão de denúncias de irregularidades na compra de 28 lanchas, pelo Ministério da Pesca. Naquela oportunidade, o deputado tucano pediu, ainda, que fossem esclarecidas as denúncias sobre a empresa Intech Boating, que teria sido beneficiada pelo contrato milionário de R$ 31 milhões. Essa

Deputado Fernando Francischini não perdeu a “mania” de investigar e encontrou diversas irregularidades na Superintendência da Pesca e Aquicultura no Paraná

mesma empresa, segundo Francischini, teria feito uma doação de R$ 150 mil ao comitê do PT, que teria bancado parte da campanha eleitoral de Ideli, que concorria ao Governo de Santa Catarina, em 2010. De acordo com o

Wigineski e os pescadores mostrando as carteiras de pesca e a propaganda eleitoral de Dilma Rousseff

tucano, a auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), realizada entre junho e outubro do ano passado, apontou que houve desperdício de dinheiro público, quando da compra das lanchas.

Wigineski, sentado, troca com o pescador, a propaganda de Dilma Rousseff pela carteira da pesca

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política

no cargo”, disse o especialista. Ainda segundo Oliveira, o tucano gastador quer manter seu cargo para poder resolver problemas familiares e de aliados, como o do filho dele, Rodrigo Rossoni - prefeito de Bituruna, que foi cassado recentemente -, por exemplo. Rodrigo teve seu mandato interrompido por abuso de poder econômico e ficará inelegível pelos próximos oito anos. Para a Justiça Eleitoral, que acatou ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), o abuso está no fato de ele ter contratado 528 cabos eleitorais na campanha num município com apenas 12.073 eleitores. Ainda sobre a indicação de mudança no comando da Casa com a eleição que se encaminha, o professor da UFPR é categórico ao afirmar que, “o corporativismo ainda é o maior partido presente na Assembleia”, indicando que pouca coisa deve ser mexida. Proporcionalidade A insatisfação com o atual método usado para eleição da Mesa Executiva da Assembleia Legislativa não é de hoje. Várias tentativas para mudar o processo já foram levadas à apreciação dos deputados, mas sem sucesso. Em 2010, por exemplo, o deputado Tadeu Veneri (PT), apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que sugeria o fim da possibilidade de reeleição para qualquer vaga e a indicação individual dos parlamentares aos cargos, como ocorre na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Pelo sistema proposto, a eleição deveria seguir a proporcionalidade das bancadas da Casa na indicação de deputados à Mesa. ‘’O partido ou bloco com maior número de deputados teria direito de escolher o presidente, e assim por diante’’, explicou Veneri. ‘’A Constituição Estadual já respeitava esse princípio, mas foi modificada por uma PEC em 2003, que tornou possível a reeleição’’, contou. Se a sugestão da ala petista fosse aceita, a bancada do PMDB, maior partido em plenário 26 Documento Reservado / Junho 2012

atualmente, seria a responsável por escolher o novo “manda-chuva” do Legislativo. E se dependesse deles, a indicação já estaria feita: o atual 1º vice-presidente, Artagão de Mattos Leão Junior (PMDB), segundo indicou o deputado Stephanes Junior. Ainda na base do governo, há adeptos da

candidatura do 1º secretário, Plauto Miró Guimarães Filho (DEM), que teria apoio no grupo para substituir Rossoni. O deputado também teria a simpatia do Palácio Iguaçu que, oficialmente, não interfere na eleição, mas cuja posição é determinante para o resultado eleitoral.

A Mesa Diretora do Legislativo é o órgão responsável pela direção dos trabalhos na Casa. É composta por um presidente, 1º, 2º e 3º vice-presidentes, 1º, 2º, 3º, 4º e 5º secretários. O mandato de seus membros tem duração de dois anos. Veja quem está atualmente no poder:

Presidente Valdir Rossoni (PSDB)

1ș vice-presidente Artagăo de Mattos Leăo Jr (PMDB)

2ș vice-presidente Augustinho Zucchi (PDT)

3ș vice-presidente Douglas Fabrício (PPS)

1ș secretário Plauto Miró uimarăes Filho (DEM)

2ș secretário Reni Pereira (PSB)

3ș secretário Stephanes Junior (PMDB)

4ș secretário Gilson de Souza (PSC)


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cidades

Pinhais descortina C

onsciente de que a educação é a senha para o futuro, que a escola deve ser uma causa ampla, generosa e democrática, e que a saúde representa, acima de tudo, qualidade de vida, o professor Luiz Goulart, prefeito do município de Pinhais, tem pautado sua administração nestes dois elos de ligação entre os desejos e expectativas da população por uma vida melhor. Neste sentido, ao oferecer, como governante, programas de educação e saúde mais eficientes, Luizão diz que seus objetivos são encorajar as pessoas a adotar e manter padrões de vidas sadios, tomar suas próprias decisões, tanto individual como coletivamente, sempre procurando melhorar suas condições de saúde, seus conhecimentos e as condições do meio ambiente. Dentro desses princípios de governo, Lui-

Luiz Goulart: ”estamos entre as 100 melhores cidades brasileiras para se fazer negócios”

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para novos

zão vem formando uma vasta constelação de benfeitorias no município e transformando o ritmo de vida dos moradores de Pinhais. Mais escolas, postos de saúde e hospital, guarda municipal, equipamentos para lazer e incentivos para novos empreendimentos, ampliando a teia de ações de infraestrutura na cidade e elevando o município no ranking dos melhores para se morar e viver do País. “Hoje, como menor município em área territorial e uma população de aproximadamente 118 mil habitantes, estamos entre as 100 melhores cidades brasileiras para se fazer negócios”, comemora o prefeito.

Como grande potencial econômico da região metropolitana de Curitiba, Pinhais participa da economia paranaense como a décima maior economia do Estado e a terceira da região metropolitana. Para o prefeito Luizão, estas conquistas, somado ao destaque da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) que apontou o município como a segunda melhor colocação do Paraná e a décima oitava do Brasil em gestão fiscal, são frutos de uma administração voltada para a coletividade, sem distinção de burguesia ou plebe. “O palco do nosso sucesso é de todos”, afirma o prefeito.


PEDRO RIBEIRO

horizontes

ste na Prefeito Luizão inve ligência te in ra a p o ã ç a c u d e

e de vida e saúde à qualidad

empreendedores população”, diz o prefeito ao explicar o atingimento das principais metas propostas pelo governo petista em termos de desenvolvimento, principalmente o humano, onde o município figura como o décimo quarto na lista de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos 399 municípios paranaenses. Luizão aponta a expansão de obras em toda a cidade, em especial para antigos pro-

blemas como o combate às constantes enchentes que tiravam o sono dos habitantes. Esta ação, segundo o prefeito, foi encarada como prioridade na administração, e realizou obras de drenagem e pavimentação em vários pontos de risco, além da dragagem dos rios que cortam a cidade. O resultado já foi visível com as últimas chuvas, onde as obras sustentaram as fortes enchentes e enxurradas.

Sustentabilidade

Menos violência Com a criação da Guarda Municipal e investimentos na área de segurança, Pinhais reduziu a onda de violência que assusta e amedronta municípios de regiões metropolitanas. “Pinhais é vista agora pelos moradores como uma cidade boa para se viver porque oferece infraestrutura necessária a uma boa qualidade de vida e atrai novos empreendedores ao seu grande campo de oportunidades”, observa Luizão. A atual realidade do município de Pinhais “nos desafia e nos encoraja a aumentar ainda mais nossas responsabilidades para com a

O prefeito Luizăo, que administra seu município ouvindo a comunidade e com o apoio do governo federal, tem dispensado atençăo especial ao meio ambiente e ŕ preservaçăo dos mananciais de água depositados em sua área. Entende que desenvolvimento sustentável é necessário, principalmente para atender ŕs demandas da sociedade. Antes, os cidadăos de Pinhais reclamavam que năo tinham equipamentos adequados para o lazer e até mesmo para diversăo. Hoje a realidade é outra, diz Luizăo. “Além das novas opçőes comerciais que passaram a ser oferecidas, com a chegada de grandes empresas como a Havan, Mc Donalds, Condor, aliadas ao Autódromo e ao Centro de Convençőes - Expotrade - temos lugares como o Centro de Convivęncia do Idoso, os Centros de Referęncia em Assistęncia Social, Centro de Formaçăo dos Profissionais da Educaçăo, que fornecem serviços ŕ sociedade. Mas foi a implantaçăo do Bosque Municipal que chamou ainda mais a atençăo da comunidade. Com isso, Pinhais ganhou mais um cartăo postal e a aprovaçăo dos moradores. Em breve, será inaugurado mais um bosque na regiăo do Alto Tarumă, anunciou o prefeito.

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PEDRO RIBEIRO

cidades

Governo paga pela produção de água Município de Piraquara passa a receber R$ 2 milhões por ano por ser dono do manancial abastecedor de água

O

município de Piraquara ampliará em R$ 2 milhões por ano (R$ 160 mil por mês) seus recursos para investir na preservação dos mananciais que abastecem de água Curitiba e região metropolitana. A partir de julho, o Governo do Estado, através da Companhia de Saneamento de Água e Esgoto, Sanepar, iniciará o repasse do dinheiro a Piraquara e outros 11 municípios da região metropolitana de Curitiba, em forma de compensação pela produção de água. Gabriel Samaha, prefeito de Piraquara, explica que a decisão é inédita no País e a conquista veio através da Assembleia Legislativa, com a PEC dos Mananciais. O município é o maior responsável pela produção da água e todo o dinheiro será investido na preservação dos mananciais, na rede de água, na coleta e tratamento do lixo e na qualidade de vida dos moradores da região.

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Gabão: o dinheiro será investido na preservação do manancial Somente em habitação, através do PAC, o município de Piraquara está construindo 800 unidades habitacionais no bairro Guarituba, justamente para preservar e não impactar a água que passa pelo canal extravasor localizado na região que tem mais de 50 mil habitantes. “É seguramente o maior projeto de urbanização do Paraná, com saneamento, rede de água e luz, pavimentação, transporte e regularização fundiária”, comemora o prefeito. Os investimentos do PAC Piraquara so-

mam R$ 92 milhões, sendo R$ 6 milhões do município, R$ 25 milhões do Governo do Estado, através da Cohapar e R$ 61 milhões do governo federal. Gabão, como é conhecido o prefeito que também preside a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) está em seu segundo mandato e não pensa em continuar na política. Pelo menos por enquanto. Disse à revista Documento Reservado que não tem interesse na Assembléia Legislativa, instituição que considera desgastada e falida, sem oposição.


habitação

DA REDAÇÃO

Mais prazo e menos juros à casa da Caixa J

á está em pleno vigor as novas regras da Caixa Econômica Federal para financiamentos habitacionais. A partir de agora, os mutuários terão mais cinco anos para quitar os empréstimos. A Caixa ampliou o prazo do crédito habitacional de 30 anos para 35. Os empréstimos serão feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Os financiamentos do SBPE beneficiam apenas os mutuários que ganham mais de R$ 5,4 mil por mês ou que adquirirem imóveis de mais de R$ 170 mil. A Caixa também reduziu as taxas de juros para essas modalidades. Para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), as taxas caíram de 9% para 8,85% ao ano. Para os imóveis fora do SFH, os juros passaram de 10% para 9,9% ao ano. A instituição também ampliou o prazo dos financiamentos para a construção de casas e apartamentos com recursos da poupança. A partir desta semana, as construtoras e incorporadoras terão 36 meses para pagar os empréstimos. Antes, o prazo correspondia a 24 meses. Os juros dessas linhas também foram reduzidos de 11,5% para 10,3% ao ano. Para a construção de imóveis comerciais, os juros efetivos caíram de 14% para 13% ao ano. Nas operações de financiamento para a construção e aquisição de imóvel para uso próprio, a empresa pagará taxa de 12,5% ao ano, ante 13,5% cobrados atualmente.

Em todos os casos, o mutuário também pagará a Taxa Referencial (TR), juros variáveis cobrados nos financiamentos imobiliários. No entanto, as taxas efetivas podem ficar ainda menores se o mutuário for correntista da Caixa. As mudanças não valem para financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que inclui o Programa Minha Casa, Minha Vida. Para essas modalidades de financiamento, o prazo continua 30 anos. O vice-presidente de Governo e Habita-

ção da Caixa, José Urbano Duarte, disse que o aumento do prazo dessas linhas de crédito depende de aprovação do Conselho Curador do FGTS. “A Caixa já pediu autorização ao Conselho Curador para aumentar o prazo.” De acordo com o vice-presidente, a Caixa estima em R$ 96 bilhões a concessão de financiamentos habitacionais para este ano, ante R$ 80 bilhões do ano passado. Até maio, a instituição havia emprestado R$ 36,7 bilhões, contra R$ 25 bilhões nos cinco primeiros meses do ano passado.

Para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), as taxas caíram de 9% para 8,85% ao ano. Para os imóveis fora do SFH, os juros passaram de 10% para 9,9% ao ano. 31 Documento Reservado / Junho 2012


política

Bibinho faz denúncias no TCE

O

Advogado de Abib Miguel, Joe Copp, protocola reclamação, com pedido de providências, no Tribunal de Contas do Estado, sobre a nova administração da Assembleia Legislativa

documento denúncia encaminhado pelo ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa, Abib Miguel, aos deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Plauto Miró (DEM), presidente e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, e divulgado com exclusividade pela revista Documento Reservado, tramita agora no Tribunal de Contas do Estado. No relatório, Bibinho reforça os pedidos de explicações sobre a suposta economia financeira que a mesa executiva da Casa diz que está fazendo, entre outras ações que considera ilícitas. O pedido de providências foi protocolado no dia 11 de junho no Tribunal de Contas, pelo advogado Joe Robson Coppi, que representa o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa, Abib Miguel. No documento, o denunciante pede para que a Mesa diretora explique as “economias” que afirmaram ter feito e que, segundo eles, ultrapassa R$ 100 milhões. Para o advogado,”tal economia é fantasiosa, fruto de um delírio. É mais um mecanismo eleitoreiro para antecipação de campanha, e faz com que as ilegalidades floresçam a cada passo da empreitada”. Coppi denuncia também irregularidades na contratação da empresa de segurança Embrasil, na reforma do telhado da Casa, no asfalto colocado na área de estacionamento do prédio do Legislativo, e na campanha publicitária para divulgar essa economia.

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Ex-diretor geral da Assembleia Legislativa, Abib Miguel é autor de várias ações na Justiça, questionando a conduta da atual diretoria da AL

Adianta ainda que corre na Justiça do Estado uma ação de reparo de danos trabalhistas que pode chegar a R$ 4 bilhões, o que deverá ser, certamente, a maior ação de indenização da história do País. De acordo com o advogado, o contrato de terceirização da segurança da AL, com a Embrasil – Empresa Brasileira de Segurança Ltda –, precisa ser explicado. Esse contrato

com a empresa de segurança, que foi assinado em dezembro de 2010, com validade para dois anos, estava superfaturado, denuncia Bibinho. “O contrato originário era para dois postos de trabalho, a um custo unitário de R$ 3.300,00. Mas, a atual gestão firmou um aditivo contratual e aumentou para 19 postos, elevando (em fevereiro), também o custo unitário em cerca de 260%, ou seja, R$ 8.566,24”, conta. Além desse processo que corre no TCE, o advogado assina outra ação popular, desta vez no Tribunal de Justiça, questionando um possível privilégio no repasse de informações do Ministério Público do Estado, ao jornal Gazeta do Povo. Esta ação, já teve um parecer da juíza Vanessa Camargo, que extinguiu o processo alegando que não haveria danos patrimoniais aparentes aos envolvidos no caso. Telhado de ouro Em fevereiro deste ano, o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Plauto Miró, divulgou notícia de que o telhado da Assembleia Legislativa precisava de reparos urgentes. De acordo com o deputado, além de rachaduras, telhas quebradas, falta de pintura, janelas enferrujadas e outros problemas estavam comprometendo os três prédios que compõem o Poder Legislativo. Por isso, o presidente da casa determinou em caráter emer-


NORMA CORRÊA

gencial a manutenção e os reparos nas coberturas. O trabalho foi feito e, para isso, a mesa executiva pagou R$ 271 mil. No entanto, o advogado de Bibinho, Joe Coppi, assegura que esta é mais uma irregularidade. Segundo ele, apenas algumas “coisas” foram trocadas, como madeirame e duas ou três telhas, o que não justificaria o gasto. “O telhado foi apenas lavado e há imagens gravadas disso. Outro agravante, é que uma reforma já havia sido feita, no mesmo local. Neste caso, por se tratar de um órgão público, todo e qualquer serviço prestado tem garantia legal de cinco anos. Então, a direção da Assembleia deveria ter acionado a empresa que fez o serviço de reparo e ter cobrado a garantia, e não pagaria nada a mais por isso”, disse, contando que, a empresa que fez o trabalho deve acionar, na Justiça, a mesa executiva da AL, porque o empresário alega que teve imagem denegrida. “Não acionaram a garantia e espalharam que o trabalho foi mal feito. Isso é afronta, porque o empresário está tendo dificuldades em explicar essa situação”, acrescenta. Na mesma linha, Coppi conta que também deverão ser dadas explicações sobre as

Em Ponta Grossa, vários outdoors agradeciam apenas ao deputado Plauto Miró a economia de R$ 90 milhões

De acordo com o advogado, o contrato de terceirização da segurança da AL, com a Embrasil – Empresa Brasileira de Segurança Ltda. –, precisa ser explicado

Os deputados Plauto Miró e Valdir Rossoni são alvos de ações de autoria do ex-diretor da Casa, Abib Miguel

obras de pavimentação asfáltica num pequeno trecho do estacionamento da Assembleia. De acordo com o advogado, para esta “obra” foram pagos R$ 391 mil para colocação de nova manta que, segundo ele, custaria muito menos que R$ 80 mil. “Também neste caso é visível o superfaturamento”, assegura. Ainda conforme o advogado, como se não bastasse o “desperdício de dinheiro público”, toda a “manobra” foi feita como marketing político, inclusive o pagamento de mais de R$ 94 mil em outdoors, alguns em Curitiba, e maior parte em Ponta Grossa (base eleitoral do primeiro-secretário, Plauto Miró), falando sobre a suposta economia de R$ 90 milhões. “Isso tudo, aliado ao aumento de verba de gabinete, em quase R$ 20 mil para cada um dos 54 deputados, faz parte da campanha de reeleição dessa mesa executiva da Assembleia”, disse. Concluiu ainda, que a ilegalidade que está sendo cometida na AL está materializada por várias provas, que fazem parte da peça processual. 33 Documento Reservado / Junho 2012


construção civil

GIGANTES URBANOS Com eles ninguém pode Quem não se lembra da imensa cratera que se abriu num canteiro de obras, durante a madrugada, assustando moradores da região e deixando o trânsito complicado naquele trecho da via por vários dias?

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FOTO: FELIPE ROSA

s dias de trabalho da vendedora Daiane de Souza não são mais os mesmos. A loja de roupas íntimas em que ela trabalha fica ao lado de uma grande construção, numa das mais movimentadas quadras da Avenida João Gualberto, no bairro Juvevê, em Curitiba. Não bastasse o incômodo pelo bate-estaca constante, o local ficou conhecido por protagonizar um drama em meados de junho do ano passado. Quem não se lembra da imensa cratera que se abriu num canteiro de obras, durante a madrugada, assustando moradores da região e deixando o trânsito complicado naquele trecho da via por vários dias? Pois bem, até hoje o assunto não foi completamente esclarecido, muito menos as reais causas do acidente divulgadas. Uma combinação de fatores teria ocasionado o surgimento do buraco, segundo afirmou a empreiteira responsável pelo projeto, que chegou a culpar a Sanepar pelos transtornos. Problemas de infiltração no subsolo da avenida aparecem como a principal causa da rachadura, tendo sido possivelmente agravada pelas condições na estrutura da obra. Um ano depois do acontecido, a enorme cratera de 30 metros de comprimento, 5 metros de largura e quase 6 metros de profundidade já não está mais lá. No seu lugar, um grande e imponente prédio comercial de 20 andares - o que não quer dizer que o perigo acabou. “Ouço muitos barulhos e as rachaduras não param de aparecer nas paredes da loja”, disse a vendedora. Pelo que revelou a locatária do espaço, que pediu para não ser identificada, a Defesa Civil inspecionou o local depois do acidente e liberou a loja para funcionar, pois não haveria mais riscos. Ela prefere não falar mais sobre o assunto, mas deixou escapar que “caso algo aconteça, os responsáveis serão eles (a Defesa Civil)”. A poucos metros dali, no terreno que fica atrás de onde o

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LUCIAN HARO

buraco se abriu, o susto também foi grande. O zelador de um prédio residencial, José Manoel, conta que foram poucos os danos causados à estrutura da edificação, mas que alguns moradores precisaram deixar o local às pressas por precaução. “Agora já está tudo resolvido, mas foi bem complicado. Temos muitos idosos morando aqui”, disse ele. Manoel ainda lembrou que a construção tem cerca de uma década e ficou parada por quatro anos. “Nunca tinha dado problema”, completou o zelador. E não são apenas os moradores do Juvevê que sofrem por vizinhar com grandes edificações, não. Existem, atualmente, na cidade, mais de 3.100 grandes obras sendo tocadas, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR). O que representa centenas de outras pessoas passando pelos

Suspeitas de irregularidades em construções devem ser informadas pelo número 156 da prefeitura. Durante o ano passado inteiro, a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) recebeu cerca de 500 chamados. Destes, cerca de 10% foram para essa questão de obras que geraram algum problema, como o caso da João Gualberto. Neste ano, a central já recebeu 50 denúncias desse tipo. mesmos problemas. Mais do que rachaduras nas paredes e buracos na rua, queremos tratar, aqui, de outro problema bem mais grave, escondido em meio aos tapumes e sacos de cimento que vemos entrar e sair desses terrenos em centros urbanos. Estamos falando da construção indiscriminada de prédios imensos em espaços onde os olhos humanos diriam que caberia, no máximo, uma boa casa confortável. Basta andar pelas ruas da cidade e perceber que pequenos terrenos são usados para a construção de monstruosas edificações, que, claro, ficam esmagadas em meio a um lugar que não seria para elas, e desafiam os limites humanos e da natureza. São muito raras, para não dizer nulas, as empresas que se preocupam também com o bem estar dos moradores que há anos ocupam a

vizinhança. Dão valor apenas à conquista de novos inquilinos e novas unidades vendidas. Motivo de espanto, também, é o fato de a prefeitura da cidade não fazer nenhum tipo de fiscalização espontânea durante a construção de prédios e edifícios. Apenas no caso de denúncia, é que uma equipe de técnicos da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) vai vistoriar os canteiros de obras. Antes de começar a operar as máquinas, no entanto, a empreiteira precisa solicitar à secretaria de Urbanismo um alvará para realizar a construção. Essa liberação pode incluir restrições ao tamanho ou ao tipo do empreendimento, conforme o zoneamento urbano. Somente ao fim dos trabalhos, a secretaria e a Cosedi verificam se o edifício foi construído conforme as especificações técnicas do alvará.

Prepotência da Thá e Rossi Na Avenida Iguaçu, esquina com a rua Bento Vianna, a Thá e a paulista Rossi erguem um edifício. Alí, a bronca é grande e o pior de tudo é que os empreiteiros, engenheiros e advogados, estão pouco se lixando com os moradores de residências e prédios localizados nas imediações e que estão sofrendo danos com as escavações. Apenas dizem que vão realizar os consertos, mas ignoram a extensão dos mesmos. Rachaduras, canos de água e esgoto estourados, moradores que já tiveram que arcar com reparos e não foram ressarcidos. Se acham os donos do mundo e parece que a Prefeitura de Curitiba está do lado deles. Infelizmente.

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agricultura

Agronegócio fatura US$ 10,2 bilhões em exportações

O

agronegócio brasileiro está franco crescimento. Em maio, as vendas ao exterior somaram US$ 10,26 bilhões, resultado 21,2% maior que o alcançado de maio ano passado e superior ao recorde anterior, de agosto de 2011, com exportações de US$ 9,84 bilhões. Com a redução de 14,1% nas importações, que ficaram em US$ 1,34 bilhão, o saldo comercial do setor fechou maio em US$ 8,92 bilhões. Dados do Ministério da Agricultura mostram que no acumulado dos últimos 12 meses, as exportações brasileiras do agronegócio cresceram 17,9%, chegando a US$ 97,4 bilhões. As importações aumentaram 13,9% e fecharam em US$ 17,4 bilhões, resultando em saldo comercial, entre junho de 2011 e maio deste ano, US$ 80 bilhões. Segundo relatório produzido pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, “o recorde das exportações do agronegócio em maio foi obtido, principalmente, em função da ampliação das exportações do complexo soja”, que aumentou suas vendas em US$ 1,52 bilhão e

respondeu por cerca de 90% do incremento total das exportações do agronegócio, que foi US$ 1,79 bilhões. Sozinho, o complexo soja exportou US$ 4,9 bilhões, equivalente a 47,7% dos embarques feitos em maio. O segundo setor que mais vendeu para o exterior foi o de carnes, com US$ 1,45 bilhão;

seguido pelo complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), com US$ 1,08 bilhão; produtos florestais, com US$ 771 milhões; e café, com US$ 495 milhões. Juntos, os cinco produtos mais vendidos tiveram participação de 84,7% no valor total das vendas do agronegócio. Os dois últimos apresentaram redução nas ven-

Maior comprador do Brasil é a China, com US$ 3,4 bi

Desafio do século Assegurar o acesso mundial à alimentação, face ao impacto das mudanças climáticas, deve ser um dos maiores desafios desse século. Atualmente 850 milhões de pessoas passam fome no mundo. Dessas, 820 milhões vivem em países em desenvolvimento, que também serão os mais afetados pela mudança no clima. Governos, organizações internacionais, sociedade civil, setor privado e outros atores devem trabalhar juntos para enfrentar esses desafios e desenvolver estratégias apropriadas de combate. 36 Documento Reservado / Junho 2012


DA REDAÇÃO

das em relação a maio de 2011, de 8,6% e 30,6%, respectivamente. Só a China, maior compradora dos produtos do agronegócio brasileiro, aumentou suas compras em 57,8% na comparação de maio de 2011 com o mesmo mês deste ano, com US$ 3,4 bilhões em compras. Em seguida, mas com valores bem menores, aparecem os Países Baixos (US$ 537,6 milhões), Estados Unidos (US$ 530,8 milhões) e a Rússia (US$ 419,9 milhões). Agricultura familiar Para incentivar a agricultura familiar brasileira, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, afirmou, após reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff e representantes do Grito da Terra Brasil 2012, que o governo vai liberar R$ 22 bilhões para ações de apoio à agricultura familiar. Deste total, R$ 18 bilhões serão destinados para o crédito no âmbito do Plano Safra 2012/2013. Segundo Pepe Vargas, o limite de crédito para o agricultor familiar vai passar de R$ 50 mil para R$ 80 mil. Serão destinados ainda R$ 1,2 bilhão para o Programa de Aquisição de Alimentos, R$ 1,1 bilhão para a compra de alimentos para escolas e R$ 542 milhões para a assistência técnica. Pepe Vargas anunciou que o programa Minha Casa, Minha Vida também vai incluir as moradias nos assentamentos. “É um novo modelo, nós estamos colocando o Minha Casa, Minha Vida na reforma agrária”, explicou. O ministro acrescentou que os recursos para a obtenção de terras para a reforma agrária não serão contingenciados. “Em relação à questão agrária, não há nenhum contingenciamento dos recursos previstos no orçamento de 2012 no que tange à obtenção de terras para fins de assentamentos agrários. Nós temos um orçamento de R$ 706,5 milhões que não sofrerá nenhum contingenciamento”.

ARTIGO

Ágide Meneguette *

O risco de crescer A seca pegou valendo a safra do Paraná e os prejuízos foram grandes- acima dos R$ 5 bilhões em valor da produção. Não foram maiores – até mesmo em relação a outros estados – porque além da alta dos preços internacionais, os produtores do Paraná foram os que mais se utilizaram do seguro (37,25% dos contratos de todo o país, em 2011). Mesmo assim esta segurança foi insuficiente porque o sistema ainda não está firmemente implantado. Quando da votação do orçamento no Congresso, os recursos propostos pelo Governo para subsídio do prêmio foram cortados, como em anos anteriores, afastando seguradoras. Elas também não contam ainda com o “fundo de catástrofe” para prevenir quebras de empresas em caso de violentos desastres ambientais, conforme estabelecido em lei. Alem da seca, que é esporádica, contribui igualmente para redução de nossa renda no meio rural. as delongas infindáveis para solução de nossos problemas de logística, que incidem de forma perversa na formação dos preços pagos aos produtores. Não é apenas o porto de Paranaguá, nossa saída para as exportações com filas de navios cobrando sobre-estadias (demurrage) em diárias de dezenas de milhares de dólares. Toda a malha rodoviária que cobra pedágios escorchantes e ainda assim não duplicada, e as ferrovias defasadas no tempo cujas tarifas são maiores que as cobradas pelos caminhoneiros. Tudo isso conspira contra as oportunidades que podem se abrir ao nosso estado no mercado internacional, ávido por grãos e carnes. Oportunidades que, a curto prazo, estão ameaçadas também pela crise internacional.

O maior mercado para produtos brasileiros, a China, está estrategicamente desacelerando o seu crescimento para evitar que o passo maior do que as pernas inviabilize o seu modelo econômico. Portanto, os chineses devem reduzir a sua demanda por grãos, especialmente, soja e carnes. A União Europeia a cada dia revela uma má notícia e o seu encolhimento econômico também implica na redução da demanda. E a União Europeia é também grande cliente de nossos produtos. Isso revela o grande dilema do produtor rural: crescer ou não crescer. Os preços – tanto interno como externos - ainda estão muito interessantes para desestimular uma freada na produção, mesmo com a alta dos preços dos insumos, notadamente os fertilizantes. Mas, e o futuro próximo, a próxima safra de verão com toda esta conjuntura desfavorável internacionalmente e com a economia brasileira dando efetivos sinais de estagnação? Cada vez mais o produtor rural precisa perscrutar o que indica o mercado futuro. Talvez não seja o momento de lançar-se desabridamente para um crescimento da sua produção sem a certeza de colocação de seu produto. A situação do mundo e do Brasil exige certa cautela para contornar uma possível queda de preços influenciada pela crise que, ao invés de dar sinais de arrefecer, mostra que pode se agravar. * Ágide Meneguette é presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná - FAEP

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economia

DA REDAÇÃO

Alerta a especuladores P

reocupada com boatos sobre crise econômica, a presidenta Dilma Rousseff sustentou que quem quiser tirar proveito da crise econômica internacional vai perder. “O governo possui um arsenal de medidas que podem ser utilizadas quando for necessário para combater os efeitos da crise”, garantiu. “Quem aposta na crise, como alguns apostaram há quatro anos atrás, vai perder de novo. Enfrentaremos novas dificuldades com transparência, sem esconder os problemas, mas com metódica e cuidadosa ação governamental (…) O Brasil vai se manter no rumo, as medidas necessárias estão sendo tomadas e ainda temos um arsenal de providências que serão adotadas quando necessário”, disse a presidenta. Segundo Dilma, o Brasil vai enfrentar a segunda onda da crise internacional com mais sabedoria e melhores instrumentos. A presidenta afirmou que, sistematicamente, serão adotadas medidas para expandir o investimenSegundo a presidenta Dilma Rousseff, o Brasil vai enfrentar a segunda onda da crise internacional com mais sabedoria e melhores instrumentos

A projeção deste ano para inflação oficial (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) também caiu, passando de 5,17%, na semana passada, para 5,15%

to público e estimular o investimento privado e o consumo das famílias. Dilma afirmou ainda que a crise econômica internacional não pode servir de pretexto para interromper a proteção ao meio ambiente. “Nós sabemos que é possível enfrentar essa crise e continuar defendendo o desenvolvimento sustentável. A crise não pode ser um argumento para que se interrompam as medidas de proteção ao meio ambiente, como não pode ser um argumento para que se interrompam as políticas de inclusão social”. PIB enfraquece O mercado vem reduzindo a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto).A projeção para o PIB (a soma de todas as riquezas produzidas por um país) de 2012 foi reduzida de 2,99%, para 2,72% hoje. Para 2013, a estimativa foi mantida em 4,50%. O otimismo com relação à economia per-

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de força mais uma vez após divulgação do resultado do PIB no primeiro trimestre, que cresceu apenas 0,2% na relação com o quarto trimestre e subiu 0,8% com o mesmo período de 2011. A projeção deste ano para inflação oficial (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) também caiu, passando de 5,17%, na semana passada, para 5,15%. Para 2013, a previsão ficou em 5,60%. O centro da meta do governo para este ano é de 4,5% e o teto, 6,5%. Já a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, neste ano, foi mantida em 8% (a mínima histórica foi de 8,75% em 2009), pela terceira semana seguida. Para 2013, foi reduzida de 9,5%, na semana passada, para 9,38% hoje. A projeção para o valor do dólar em 2012 se manteve em R$ 1,90. Para 2013, foi elevada de R$ 1,85, na semana passada, para R$ 1,87 hoje.


saúde

DA REDAÇÃO

Camisinhas femininas O

Ministério da Saúde vai distribuir 2,2 milhões de preservativos femininos para os estados e o Distrito Federal. É o primeiro lote, do total de 20 milhões de unidades que serão distribuídas este ano. Terão prioridade as profissionais do sexo, mulheres que convivem com doenças sexualmente transmissíveis, usuárias de drogas e pessoas atendidas pelo sistema prisional. Essa camisinha também pode ser uma opção para mulheres que tenham dificuldade de negociar o uso do preservativo masculino com o parceiro. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, com a camisinha feminina, a mulher passa a decidir sobre o uso do preservativo, não deixando a escolha apenas com o homem. “É uma estratégia que faz parte da política brasileira de ampliar as opções de proteção às doenças sexualmente transmissíveis”. Desde 1997, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização da camisinha feminina no Brasil, o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 16 milhões de unidades em todo o país. A meta para este ano é 25% maior do que o total já adquirido pela pasta. A distribuição de preservativos masculinos atingiu a marca de 493 milhões de unidades no ano passado, 45% a mais do que em 2010.

o de Vigilância em De acordo com o secretári com a camisinha feminina, Saúde, Jarbas Barbosa, ivo, sobre o uso do preservat a mulher passa a decidir nas com o homem não deixando a escolha ape

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comportamento

Violação de direitos humanos e violência O

Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), acaba de lançar a “Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar sobre Atitudes, Normas Culturais e Valores em Relação à Violação de Direitos Humanos e Violência”. O estudo foi feito em 11 Capitais de Estado”. O objetivo desta pesquisa é examinar as relações entre ser vítima de violência (quer por testemunhar, quer por ser vítima direta) e atitudes, normas e valores em relação à violência e aos direitos humanos e às instituições encarregadas de garantir a segurança dos cidadãos. Além de monitorar o impacto que a contínua exposição à violência tem sobre a percepção, atitudes e valores, esta pesqui-

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sa pode auxiliar na identificação e desenvolvimento de programas de prevenção à violência e de campanhas educativas para minimizar os efeitos/riscos da violência, sensibilizar os encarregados da aplicação das leis para a percepção que a população tem do desempenho de suas instituições e o impacto desta percepção sobre a credibilidade delas, e apontar fatores, até então subestimados, na reprodução da violência. Os dados coletados podem também auxiliar na disseminação de temas presentes no Programa Nacional dos Direitos Humanos e na implementação de programas educacionais voltados aos direitos humanos. Este Survey foi originalmente aplicado em 1999, em 10 capitais de estados brasileiros - Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia. Em 2001, uma versão ampliada do questionário foi aplicada aos moradores da ci-

dade de São Paulo. Este questionário passou a ser o questionário padrão e foi novamente utilizado em 2003, 2006, 2008. Em 2010, foi aplicado em 11 capitais de estados brasileiros - as dez capitais citadas anteriormente, tendo sido incluída a cidade de Fortaleza -, o que permitiu que se traçassem comparações com os dados de 1999. Foram realizadas em 2010, 4025 entrevistas domiciliares com pessoas residentes nestas capitais, com 16 anos ou mais, selecionados segundo o perfil demográfico dos respectivos setores censitários. Para a seleção destes setores foi utilizada a técnica probabilística. Graves violações Nos últimos 15 anos o país vivenciou um período de intenso esforço em direção à universalização do acesso aos direitos humanos e à superação das graves violações. Quer através da formulação de Programas Nacionais de Direitos Humanos, quer pela criação da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, pelas Secretarias dedicadas a temas específicos (da Mulher, da Integração Racial, entre outras) ou através de programas especiais voltados para problemas específicos: erradicação do trabalho infantil, do trabalho escravo, da tortura, da exploração sexual, do tráfico de seres humanos etc. Neste período, entretanto, a violência e a insegurança que ela provoca, permaneceram como problemas a consumir recursos das diferentes esferas de governo e da so-


DA REDAÇÃO

cresceu (passando de 5,4% para 18,9%) e de que a violência diminuiu (passando de 1,21 para 8,3%).Estas diferenças são estatisticamente significantes.

ciedade. Ao longo dos últimos 20 anos, a violência urbana cresceu em quase todas as capitais do Brasil, em particular nas regiões metropolitanas e, apesar de ter diminuído sensivelmente em algumas, em outras ocorreu fenômeno oposto. O estudo das relações entre o contato com a violência e as atitudes, valores e normas culturais em relação aos direitos humanos visa monitorar o impacto da violência sobre estas atitudes e informar tanto o planejamento de programas, que tem como objetivo ampliar o acesso aos direitos, como a comunicação com a sociedade, pois o apoio desta é vital para que se atinjam esses objetivo. Como a pesquisa é extensa, mais de 400 páginas, a revista Documento Reservado faz um resumo dos principais temas visando orientar o leitor. Como abertura dessa síntese, escolhemos o tema violência e as vítimas. Acompanhe, pela pesquisa, a avaliação da evolução da violência: Violência A violência tem sido apontada como um dos principais problemas do país em diferentes pesquisas de opinião, ao longo dos últimos vinte anos. O tema da violência sempre

Homicídios A queda na percepção de crescimento da violência ocorreu em todas as faixas etárias, sendo mais acentuada no grupo mais jovem (abaixo de 19 anos). Entre as capitais estudadas houve maior variabilidade do que entre aparece entre os 5 principais problemas, jun- grupos etários, sugerindo que há padrões loto à saúde, educação, desemprego, corrupção cais que afetam esta percepção. etc. No entanto, a posição que o tema violênEm Salvador, a percepção do crescimento cia ocupa nesses rankings de problemas naci- da violência permanece bastante alta e isto onais tem variado ao longo dos anos. talvez esteja relacionado com o crescimento Na última décado número de hoda, o país testemumicídios que, nesnhou uma reversão ta cidade ao longo Em Recife, as taxas de homicídios na tendência de dos anos 2000, aucaíram de 65,7 (1999) para crescimento das tamentou de 6,3 42,7 (2010) e em São Paulo xas de homicídios, (1999) para 57,3 de violência como crescente sobretudo em al(2010) por 100 mil, era 95% (1999) e caiu para 60,2% guns dos estados ainda que não se (2010) e, em São Paulo, passou mais populosos possa imputar sode 95,2% (1999) para 69% (2010) como São Paulo. mente a este fenôContudo, a obsermeno a percepção vação mais atenta dos dados mostra que esta de crescimento da violência. queda varia em intensidade, ou seja, não há um A percepção de crescimento, estabilidade padrão de queda generalizado. O que há é uma ou declínio da violência depende de múltiqueda significativa em alguns estados e cida- plos fatores. Contudo, duas das cidades pesdes, permanecendo a média nacional pratica- quisadas onde houve considerável queda de mente estável. Isto pode ser observado referen- homicídios foram também as que apresentate às taxas de homicídios (mortes por agres- ram maior queda na percepção de crescimensão), nas capitais pesquisadas no período entre to da violência, Recife e São Paulo. Em Recife, 1996 e 2010. as taxas de homicídios caíram de 65,7 (1999) A queda da taxa dos homicídios pode para 42,7 (2010) e em São Paulo de violência ter sido um dos motivos que levou à queda como crescente era 95% (1999) e caiu para no consenso sobre o crescimento da violên- 60,2% (2010) e, em São Paulo, passou de 95,2% cia. Se, em 1999, era quase unânime (93%) a (1999) para 69% (2010). sensação de que a violência vinha crescenSalvador, Goiânia, Porto Alegre, e Belém do, em 2010, esta sensação, ainda que predo- são as cidades que apresentam as menores minante (73%), é moderada pelos crescimen- quedas na percepção decrescimento da viotos das percepções de que a violência não lência entre 1999 e 2010 e são também aquelas

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comportamento

Observou se, em relação a 1999, um crescimento da exposição às drogas em 7 das capitais pesquisadas. As menções a contatos com drogas caíram apenas em três capitais: Recife, Goiânia e Belo Horizonte onde mais também cresceu a taxa de mortes por homicídios ao longo do período. Em Porto Alegre, esta taxa começa a cair apenas a partir de 2009. Exposição às drogas Observou se, em relação a 1999, um crescimento da exposição às drogas em 7 das capitais pesquisadas. As menções a contatos com drogas caíram apenas em três capitais: Recife, Goiânia e Belo Horizonte. Em Belém houve forte crescimento na vitimização grave. Nesta cidade também cresceram o roubo com arma de fogo, a exposição às drogas, o número de casos de parente próximo assassinado ou sequestrado, agressão por policiais e de ameaças à integridade física. O roubo com arma de fogo cresceu também no Rio de Janeiro, em Manaus, Salvador e Belo Horizonte e apresentou alta freqüência em Fortaleza (comparativamente às outras cidades). Manaus se destaca ainda pelo crescimento de ameaças, de casos de parente próximo seqüestrado e exposição às drogas. 44 Documento Reservado / Junho 2012

Extorsões por policiais No Rio de Janeiro também aumentaram as menções a situações de extorsão por policiais, exposição às drogas e casos de parente sequestrado .Os indicadores de melhora no perfil da vitimização são expressos pelas seguintes quedas: (1) de menções aparente próximo assassinado em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo; (2) das ameaças à integridade física, queda esta que ocorreu na maioria das cidades pesquisadas (oito): Belo Horizonte, Goiânia, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo; (3) nas menções a ferimentos por arma de fogo, que caíram em: Belo Horizonte, Manaus, Porto Velho, Goiânia, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo; (4) nos roubos com arma de fogo em: Porto Alegre, Recife, São Paulo e Porto Velho; e (5) nas menções a agressões/extorsão por policiais ou autoridades em: Belo Horizonte, Manaus, Porto Velho, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. Uso de armas

Comprar uma arma poderia ser uma estratégia de autodefesa? O que os entrevistados pensam sobre o papel das armas na autoproteção? Três perguntas buscam identificar suas atitudes em relação às armas: ‘ Ter uma arma em casa torna a casa mais segura? Carregar uma arma faz com que a pessoa esteja mais segura? As pessoas usam armas por diferentes motivos. Vou lhe apresentar alguns desses motivos e gostaria que você dissesse, na sua opinião, qual o principal motivo para as pessoas usarem armas. As duas primeiras frases exploram as crenças que as pessoas têm sobre o efeito das armas. O que se espera é que, se elas não acreditam na eficácia das armas para a proteção de si ou de seus familiares, discordem totalmente das duas frases. Comparando se os dados de 1999 com 2010, observa se uma queda na discordância em relação às duas frases. Em 1999, 79,8% das pessoas entrevistadas nas 10 capitais discordaram totalmente da frase “carregar uma arma faz com que a pessoa se sinta mais segura” e 74% discordaram da frase “ter uma arma em casa torna a casa mais segura”. Estas percentagens caíram, em 2010, para 67,5% e 63,2%, respectivamente. Esta queda ocorreu em função do aumento de pessoas que discordam, mas, apenas em parte, da frase. Ou seja, discordam de modo menos enfático que aqueles entrevistados de 1999. Não houve aumento da aprovação às frases, o que sinalizaria uma maior crença na eficiência das mesmas para a autoproteção. Dentre os poucos que expressam concordância com as frases, os mais jovens aparecem com maior freqüência, 14,7% concordam totalmente que uma arma em casa a deixa mais segura e 11,6% concordam que carregar uma arma faz com que a pessoa esteja mais segura. O mesmo padrão apareceu em 1999, quando entre 18,8% e 14,2% daqueles com menos de 19 anos concordavam totalmente com as duas frases. A queda nestes percentuais, ainda


que pequena, é um sinal positivo, porém, a continuidade da aprovação, ainda que pouca, reitera o que a literatura enfatiza sobre risco de violência: os jovens são mais vulneráveis a crer nesta eficiência das armas. Eficiência das armas Os resultados nas capitais são positivos quando comparados com os de outros países, principalmente com o dos Estados Unidos, onde, com maior freqüência, são realizados levantamentos de opinião pública sobre a eficiência das armas. Segundo Howard, Webster e Vernick (1999), em pesquisa nacional nos EUA, as armas tornam uma casa mais segura para 29% de seus entrevistados, sendo que, apenas 40% dos entrevistados discordavam que ter uma arma em casa a tornava mais segura. Outro estudo sobre as crenças em relação a armas de Kellermann (2000), utilizando uma questão bastante semelhante, “uma casa com uma arma é menos segura que uma casa sem arma”, verificou que 55,5% dos entrevistados 4 concordavam com a frase. Porém, alterando a formulação da pergunta, a rejeição às armas caia para 30,7%. Os dados coletados, quer em 1999 quer em 2010, apresentam um panorama menos sombrio para as capitais pesquisadas, mas sugerem que não se pode abandonar os esforços em prol da educação do público, em particular do público mais jovem, sobre os riscos que armas apresentam. Quanto às capitais, a tendência majoritária é de rejeitar o uso de armas, porém, em algumas cidades, há um apoio não desprezível às armas de fogo. Isto ocorreu em Porto Alegre, Manaus e Porto Velho onde cerca de 1/3 dos entrevistados concorda totalmente ou em parte com estas frases. Isto representa alguma mudança em relação a 1999, quando Porto Alegre não se destacava por maior apoio às frases, mas sim Recife e Goiânia. Em 2010, nestas duas últimas cidades houve um forte declínio da concordância tanto

com opção de se ter armas em casa como com carregar uma arma. Crenças em relação ao uso de armas. O que leva as pessoas a usarem armas? Ao responderem esta questão, os entrevistados estão revelando atribuições que dão ao comportamento de outros como também às crenças que possuem em como as armas poderiam influenciar estes comportamentos. As alternativas apresentadas não são mutuamente excludentes e a pergunta é repetida várias vezes, dando ao entrevistado a oportunidade de dar até 3 motivos para as pessoas usarem armas. Aqui, são apresentadas as respostas à primeira pergunta feita, por meio da qual se presume que represente aquilo que se crê ser o principal motivo ou aquele ao qual os entrevistados atribuem o maior peso. Força e poder Em 2010, o motivo mais freqüente para se usar armas é “se sentir forte” (27,8%), seguido de “se sentir importante” (20,2%). Já em 1999,

o motivo mais apontado era “se proteger” (34,8%), seguido de “se sentir forte” (22,6%). Os motivos variam por faixa etária e por cidade. Em 1999, entre os mais idosos as armas, além de servirem para proteger (44%), também seriam usadas para “impressionar”. Em 2010, entre os mais jovens, os motivos mais citados são “se sentir forte” e “impressionar os colegas”, sendo que quase dobraram as menções a “resolver disputas” que, em 1999, era um dos motivos menos mencionados. Entre os mais jovens, o principal motivo para se usar arma era, em 1999, “se proteger”, seguido de se “sentir forte”. Já entre os mais idosos, predomina, em 2010, além do se “sentir forte” (24,6%), “se sentir importante” (22,5%). Ou seja, o uso de armas teria muito a ver com imagem social que quem usa a arma pretende construir, manter ou passar aos outros. Em 1999, o principal motivo mencionado pelos entrevistados com mais de 60 anos era “se proteger” (44 %).

Em 2010, o motivo mais freqüente para se usar armas é “se sentir forte” (27,8%), seguido de “se sentir importante” (20,2%). Já em 1999, o motivo mais apontado era “se proteger” (34,8%), seguido de “se sentir forte” (22,6%)

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comportamento A queda das frequências de respostas associando o uso da arma à proteção sugere que, no período, poderia ter caído a crença na eficácia do uso de armas, mas a associação entre armas e aspectos como “impressionar colegas” ou ainda “se sentir importante” sugere outrosproblemas: poderia estar em curso uma associação positiva entre usar armas e auto imagem. Assim, o gerenciamento da imagem social poderia estar sendo um forte motivador ao uso de armas para alguns grupos, em particular junto aos jovens. Neste grupo etário poderia estar crescendo, uma certa percepção de funcionalidade no uso de arma como, por exemplo, “resolver disputas”. Há que se ter cuidado com esta combinação de imagens. Há indícios de que os mais os jovens não estejam tão imunes a alguns destes elementos. Como eles são, com maior freqüência, vítimas de armas de fogo, a sobrevivência destas crenças é preocupante. Em relação a 1999, o uso de armas para “se sentir forte” cresceu em Belo Horizonte, Recife, Manaus, cidades onde quase 1/3 dos entrevistados apontaram este como o principal motivo para se usar armas. Em 2010, “se sentir importante” foi a segunda categoria mais mencionada em relação ao uso de armas em São Paulo, Porto Velho e Salvador. Como proteção O terceiro motivo mais freqüentemente citado foi o uso de armas “para se proteger”, sendo este mais comum nas cidades de Goiânia, Porto Velho e Porto Alegre, representando nestas três cidades a opinião de quase 1/3 dos entrevistados locais. Este padrão de resposta difere um pouco de 1999, quando algumas capitais também se destacavam por apresentar freqüências superiores à média em relação ao uso de armas. Naquele ano, 51% dos entrevistados de Belém 40,2% dos de Salvador citaram “se pro46 Documento Reservado / Junho 2012

teger” como o principal motivo pelo qual as pessoas usariam armas. Ser jovem tem especificidades que precisam ser consideradas para se compreender as

causas da sua maior exposição à violência. De forma geral, é possível dizer que essa é uma fase da vida caracterizada por uma forte indeterminação social e de identidade, que traz para aqueles que a vivenciam diferentes desafios. Na modernidade, ser jovem representa um momento crítico onde as condutas de risco tornam se emblemáticas e passam a ser intensamente adotadas (Le Breton, 2000). Isso ocorre devido à própria indeterminação que também é característica desse momento histórico no qual vivemos. Verifica se, desse modo, uma ausência de referências sólidas capazes de orientar e simbolizar a transição para a vida adulta. E é nesse momento que as condutas de risco ganham um valor essencial, por meio das quais os jovens buscam achar um sentido que justifique suas vidas. O risco conforma se, assim, como um elemento central na construção da identidade e busca de reconhecimento social entre os jovens (Le Breton, 2000; Peralva, 2000). Na construção da identidade, não só as experiências do risco são relevantes, como também a ne-

cessidade de autorealização, esta última expressa por novos padrões de consumo que passam a figurar como aspecto fundamental de reconhecimento social desses jovens. Nesse sentido, observa se a centralidade que, como veremos a seguir, “ter muito dinheiro” e “vestir se com roupas de marca” adquire entre os jovens. Ademais, ser jovem também varia de acordo com o contexto social mais específico. Desta maneira, em determinados locais, somados a essa indeterminação contemporânea, tem se e alguns problemas, como as desigualdades sociais e a intensa capilarização do mercado de drogas ilícitas, bem como a debilidade dos quadros institucionais capazes de reconhecer e garantir direitos mínimos, como o direito à vida, o que acaba transformando alguns jovens em sujeitos mais vulneráveis à vitimização e envolvimento em situações de violência (Peralva, 2000). Nesses contextos, como estratégia de sobrevivência, alguns jovens acabam por engajar se em certas modalidades de risco seja como forma de proteção, auto realização ou reconhecimento social. As questões abordadas a seguir fornecem alguns indicativos dessa necessidade de assumir riscos entre os jovens, especialmente na tentativa de aceitação entre os pares. Além disso, indicam um crescimento de jovens que têm amigos vitimados ou envolvidos em situações de violência. Aqui são tratados os dados relativos aos jovens na faixa etária de 16 a 19 anos (correspondendo a 7,8% da amostra). Especificamente para esse grupo, foi apresentada uma série de questões que tentam identificar o risco de exposição à violência a partir do grupo de pares, as expectativas em relação ao futuro, bem como valores importantes na condução de sua trajetória e construção de sua identidade. As questões estão divididas em três subgrupos: I) exposição à violência via grupo de pares; II) expectativa de vida (chance de estar vivo aos 25 anos); III) jovens e valores.


ARTIGO

Mendonça Prado *

Um milhão de homicídios em trinta anos

O

mapa da violência 2012 é uma espécie de retrato do Brasil atual, interpretando a dinâmica da selvageria nos últimos anos. O número de homicídios é tão aterrorizante que nos faz imaginar um verdadeiro campo de batalha. Em 30 anos, pasmem!, deste crime no país, um milhão de vítimas foram registradas. Os números revelam que de 2003 em diante houve uma redução nos índices de homicídios, graças à eficiência das políticas públicas adotadas em alguns estados populosos, a exemplo São Paulo. Lastimavelmente, em direção oposta, outras unidades da federação permitiram o acréscimo desse tipo penal, impedindo uma redução efetiva. Até 2003, os índices de homicídios majoravam na ordem de 4, 4% ao ano. A partir dessa data, até 2010, os indicadores cresceram em média 1, 4 % ao ano, constatando-se, a partir de 2005, oscilações ano a ano, alternando aumento e arrefecimento do crime. Neste importante estudo, que tem como pesquisador o competente sociólogo Júlio Jacobo, está evidente a interiorização do delito. Os grandes centros, através de ações eficazes, passaram a obter bons resultados no enfrentamento da criminalidade. Contudo, por falta de estrutura das forças de segurança no interior, as pequenas cidades tornaram-se o destino preferencial das práticas criminosas, registrando-se uma impressionante migração. Outra questão importante, que deve ser exteriorizada neste texto, é que, em comparação com países como Paquistão e Índia, o Brasil confirma o elevado grau de atrocida-

de, pois mesmo com números de habitantes semelhantes ou inferiores, nota-se, aqui, uma maior quantidade de mortes. Deste modo, a grande população não pode ser considerada o motivo para os algarismos alarmantes. Ademais, no Brasil, não há disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, conflitos religiosos, raciais ou étnicos. Segundo o estudo de Jacobo, em 1980 foram registrados 13.910 homicídios no Brasil; em 2010, foram 49.932. Assim, o aumento foi de 259 % nestes 30 anos. Já a população era, em 1980, de 119 milhões de habitantes, e em 2010, 190, 7 milhões. Neste caso, o aumento foi de 60, 3 % no período. Isso significa dizer que os registros de homicídios, em termos percentuais, desenvolveram-se mais rapidamente do que a contagem dos habitantes. Se considerarmos os casos de mortes por 100.000 habitantes, encontraremos o seguinte resultado: em 1980, contabilizamos 11, 7 vítimas de homicídio por 100.000. Já em 2010, 26, 2. A ampliação observada dessa maneira, nesses 30 anos, foi de 124 %. Portanto, são informações que apontam o Brasil como um dos países mais violentos do planeta, posto que, para a Organização Mundial da Saúde - OMS , o limite é de 10 por 100.000. O estado de São Paulo tem dado um show de competência nesse aspecto: a redução dos homicídios no período de 2000 a 2010 foi de 63, 2%, sendo que na capital a diminuição foi de 80 %. O Rio de Janeiro anotou um abaixamento de 52, 9 %, e na capital carioca a queda foi de 57 %. Em contrapartida, Alagoas tornou-se o estado mais violento do Brasil no final da déca-

da. Ele, que era o 11.º, passou para o 1.º lugar no ranking nacional. O Pará passou do 21.º para o 3.º, e a Bahia que era o 23.º mais violento passou a ser o 7.º. As capitais, Natal, Salvador e São Luis triplicaram os números de homicídios na década. Já Belém, João Pessoa Curitiba e Florianópolis mais que duplicaram. Além destes aspectos, comprovam-se as capitais que mais se destacam com números que ratificam a redução: Recife, Cuiabá, Rio de janeiro e as cidades de Petrolina, Juazeiro, Campinas e a Baixada Santista. A boa informação é que em 41, 1 % dos municípios brasileiros, não foram historiados homicídios em 2010. Isso, indiscutivelmente, representa uma luz no fim do túnel. Destarte, está de parabéns o Instituto Sangari por essa publicação. Os dados são relevantes para que as autoridades possam formatar políticas públicas capazes de reduzir a criminalidade, e propiciar a paz tão almejada a todos os cidadãos. É bom rememorar que o governo federal não dispõe de um banco de dados completo, o que prejudica sobremaneira o planejamento das autoridades policiais. O que existe são duas propostas em apreciação no Congresso, uma oriunda do Poder Executivo, e outra de minha autoria. * Mendonça Prado é advogado, deputado federal por Sergipe, vice-presidente nacional do Democratas e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado

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saúde

Custos e riscos do “rejuvenescimento” A

vaidade é o componente de estímulo à proliferação de pessoas que vendem o “rejuvenescimento” ou o “antienvelhecimento”. No Paraná, como em todo o País, profissionais de saúde - médicos sobretudo - e os chamados esteticistas acabam convencendo os pacientes sobre milagrosas “técnicas e medicamentos” que transformam as pessoas da noite para o dia. São tratamentos com nomes científicos que acabam envolvendo as pessoas. São os chamados anti-aging, cosmiatria, ultrassonografia, laser, ortomolecular etc. Não se pode generalizar, uma vez que existem médicos, profissionais, com especialização, mas a grande maioria desse pessoal que “vende beleza” é constituída por falsos médicos, os autênticos picaretas da medicina. São parasitas que alardeiam algumas técnicas antienvelhecimento, muitos deles até respondendo a sindicâncias ou processos éticos no Conselho Regional de Medicina do Paraná. Trata-se de um comércio que envolve muito dinheiro. Aliás, uma mina de dinheiro. Recente pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revela que somente três técnicas têm eficácia científica comprovada contra rugas. São o uso dos cremes de retinol, as injeções de ácido hialurônico e as aplicações de laser de gás carbônico. Todos estimulam a formação e a renovação do colágeno, ou seja, uma fibra muito importante que existe em grande quantidade na pele. 48 Documento Reservado / Junho 2012

É como se fosse um cimento que dá sustentação à pele, dá o tônus da pele”, explica a dermatologista Denise Steiner, em entrevista ao site do Fantástico, com o aval do também dermatologista Alexandre Felippo. “Cada método tem a sua característica e ajuda de uma forma diferente e eles se somam, com certeza”, diz Denise Steiner. O colágeno fica numa faixa entre a epiderme - que é a parte externa da pele - e a derme,

que é a camada mais profunda. A partir dos 25, 30 anos, sua produção começa a diminuir e ele perde qualidade. É nessa faixa etária que começam a surgir as primeiras rugas e os sinas de envelhecimento da pele. A exposição excessiva ao sol, o cigarro, o álcool, a má alimentação e a vida sedentária ajudam a acelerar esse processo. Dos três tratamentos apontados, o laser de gás carbônico é o mais radical. Ele é uma técnica extremamente agressiva, pois rompe as camadas mais superficiais da pele e gera um calor muito grande. Esse calor excessivo além de estimular a produção do colágeno provoca queimadura das camadas mais externas e um forte descamamento. Resultado: surge uma nova pele. A aplicação do retinol é o mais simples dos três tratamentos e serve para prevenir ou tratar rugas não muito profundas. Mas os resultados só aparecem a médio prazo. “O retinol e seus derivados, como o ácido retinóico, renino aldeido, têm essa capacidade quando


PEDRO RIBEIRO E ELINE CARRANO

passados na pele na forma de creme. Eles agem na superfície da pele, melhorando a troca, fazendo com que sejam regeneradas essas células. Ou seja, ele melhora a irrigação e melhora o colágeno”, explica Denise Steiner. A injeção de ácido hialurônico é o que tem efeito mais imediato. Logo após a aplicação já dá para ver o resultado. É uma espécie de preenchedor de rugas e não é definitivo. Dura de 8 a 12 meses. É ideal para atenuar a ruga de expressão que sai do nariz e as ruguinhas que ficam na área acima do lábio superior. Falso ou verdadeiro? A terapia antienvelhecimento, ou antiaging, que se popularizou no Brasil nos últimos anos, vem dividindo a opinião da classe médica. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), passou a questionar a falta de comprovações científicas para a reposição hormonal e a suplementação. No entanto, profissionais adeptos à prática garantem os resultados aos tratamentos e lembram que as críticas são o reflexo da desatualização de colegas. Em recente entrevista, o médico José Luiz Verde dos Santos, de Curitiba, que vem tratando seus pacientes com a terapia anti-aging disse que considera mentirosas as acusações divulgadas na mídia nacional e adianta que, em breve, haverá um posicionamento oficial quanto ao assunto. “Já estamos preparando uma resposta à altura”, afirmou. De qualquer forma, vale lembrar, os brasileiros são muito vaidosos. Um estudo do IBGE revelou que há quem gaste mais com a beleza do que com a comida. De acordo com a pesquisa, o brasileiro gasta 1,3% do que ganha mensalmente para cuidar dos cabelos e das unhas. É quase o dobro da despesa com arroz e feijão (0,68%). O gasto mensal com xampu, condicionador e maquiagem (1,46% do salário) chega a ser quase a mesma coisa que se gasta com carne (1,73%). Algumas pessoas chegam a gastar ainda mais de R$ 300 por mês em salões de beleza para cuidar do cabelo, das unhas e da pele. >> 49 Documento Reservado / Junho 2012


saúde

Os cuidados que os pacientes devem tomar com os picaretas que “vendem beleza”

Atualmente a venda de produtos que prometem rejuvenescimento ou atenuação dos danos causados pela idade são muito comuns. No Brasil, segundo dados do Pyxis Consumo, cerca de R$ 36,2 bilhões são gerados a partir das vendas de produtos voltados à estética. As cirurgias plásticas também se tornaram uma alternativa muito procurada. No Brasil um estudo feito pelo IBOPE indica que cada cirurgião plástico brasileiro faz cerca de 148 cirurgias reparadoras por ano, esses dados não incluem implante de silicone e nem procedimentos não cirúrgicos. Dentro destes números, 69% foram cirurgias com fins exclusivamente estéticos e apenas 39% foram com intenções reparadoras. A pesquisa também apontou que dentre os pacientes que procuram esse tipo de método 82% são mulheres e apenas 18% são homens. O que importa 50 Documento Reservado / Junho 2012

A exploração do ramo estético tem sido alta e visível, mas a questão principal é que existe um público grande interessado, motivado pela mídia e por padrões que nem sempre são realmente dignos de serem classificados como belo. É importante lembrar que os pontos principais abordados pelos médicos se resumem em cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos e evitar o uso de determinadas substâncias. “É importante estar bem consigo para poder estar bem para o exterior, não adianta não ter nenhuma ruga no rosto e ser mal resolvido interiormente”, afirma a psicóloga Priscila. Este é o foco, estar bem com o espelho é importante mas não é essencial. Primeiro, um grande susto, depois, aos poucos, o alívio “Após entrar na sala de recuperação do pós-cirúrgico, fiquei assustado com o que vi. Na cama, toda enfaixada e com enormes hematomas, estava minha esposa. Parecia um monstro. A princípio, quis sair do quarto, mas a curiosidade em saber como seria a recuperação me levou a permanecer no local. Depois, foram mais de dois meses para que os hematomas diminuíssem da simples cirurgia de papas que ela se submeteu”. O depoimento é de Antonio Seleto Cordeiro, empresário e marido de uma paciente de Curitiba que realizou cirurgia plástica e que preferiu não se identificar. Ela afirma não pretender repetir o procedimento. “Jamais vou me submeter a uma cirurgia dessas. Parece muito simples, mas corremos dois riscos: a dúvida de sair como a gente queria e a expectativa de não dar certo.” A doutora Fabiane afirma que hoje em dia as cirurgias plásticas são menos agressivas. “É preferível fazer vários procedimentos que levem à um resultado, do que apenas um que acabe mudando as características naturais do paciente. Antigamente as cirurgias plásticas eram muito mais radicais, hoje em dia os

métodos são mais simples para preservar os traços da pessoa evitando grandes transformações,” afirma a dermatologista. A importância da capacitação dos profissionais para efetuar esse tipo de procedimento estético é um dos pontos que as entrevistadas ressaltaram. É importante verificar junto ao Conselho Regional de Medicina se ele é um dos membros cadastrados e qual a sua real especialidade. Outra situação alarmante é o fato de muitos adolescentes procurarem os métodos cirúrgicos estéticos. Sobre este ponto, a Dra. Lenise ressalta que “A cirurgia plástica por uma deformidade funcional ou algo que cause transtorno ao paciente, e este tendo condições cirúrgicas, pode ser indicada na adolescência e até infância dependendo do caso. Quando por fins estéticos deve ser avaliada e discutida com o adolescente, pais e cirurgião individualmente.” A médica também afirma que é necessário médicos plantonistas nas clínicas que efetuam procedimentos cirúrgicos de grande porte.

“Entreguei minha mulher na clínica e me devolveram um monstro”


PEDRO RIBEIRO E ELINE CARRANO

A vaidade sempre esteve presente no ser humano, o caso acima é apenas um exemplo do transtorno que a busca pela beleza pode gerar. Os preços pagos para alcançar objetivos variados que vão de reparação de danos causados por acidentes até técnicas de antienvelhecimento são altos na maioria das vezes. É possível dar exemplos variados de pessoas que já recorreram às cirurgias plásticas ou investiram dinheiro em produtos que prometiam milagres estéticos e tiveram seus rostos deformados. Alguns exemplos são encontrados na ala das celebridades, nomes como Joan Van Ark, conhecida no Brasil por ter atuado no seriado “Dallas”, ficou quase irreconhecível após passar por cirurgias drásticas e tratamentos de pele que fizeram com que seu rosto perdesse a naturalidade. Na opinião da médica Fabiane Mulinari Benner, qualquer tipo de tratamento estético tem seus riscos. Cicatrizes, problemas de pósoperatório ou até mesmo alergias causadas por hidratantes são sintomas que podem acontecer à qualquer pessoa. “A questão é que a capacitação dos profissionais faz toda a diferença, um médico capacitado pode alertar e solucionar os problemas que possam ocorrer devido aos tratamentos.” Ela explica também que existem três tipos de produtos estéticos. Os cosméticos, que são os hidratantes que podem ser comprados nas farmácias, batons que hidratam os lábios, entre outros. Eles possuem testes de segurança, mas seus efeitos são mínimos. “Há uma melhora na pele, uma maior hidratação, mas quando a gente coloca essa pele sob o microscópio a diferença que eles fazem é mínima”, diz Fabiane. O segundo tipo de produto que existe são os intermediários chamados de Cosmecêuticos. Eles possuem comprovação de eficácia pequena, são os cremes comprados em catálogos que possuem uma fórmula mais elaborada para o tratamento da pele. E por fim

existem os remédios voltados para a estética, que exigem prescrição médica para seu uso e que são elaborados por uma medicina baseada em evidência. “Esses produtos possuem uma eficácia verdadeira, porém deixam a pele muito sensível ao sol, o que faz com que o uso do protetor solar seja indispensável.” A médica Fabiane alerta que os efeitos colaterais dos remédios podem ser tão fortes que alguns exigem que a paciente não engravide durante o período do tratamento. “Todo tratamento tem seu risco, por isso o médico deve alertar seu paciente. Um médico que não expõe os possíveis efeitos colaterais e riscos dos procedimentos deve ser questionado, nenhum tratamento é 100% seguro.” Envelhecer com saúde, é a regra Na opinião da médica Lenise Luz, o importante é envelhecer com saúde e boa estima. “Deve-se estar bem para sua faixa etária, não é natural ter 70 anos e querer parecer 20 anos! Mas pode-se ter 70 anos e estar com a aparência jovem e saudável para esta idade.” Ela também afirma que não existem milagres, “O que existe são tratamentos que auxiliam no retardo do envelhecimento.” Os procedimentos de cirurgia plástica também são muito procurados. O Brasil realiza cerca de 629 mil cirurgias por ano, segundo pesquisa do Datafolha. Um dos responsáveis por essa busca desenfreada pelo rejuvenescimento e pela beleza, segundo a opinião da psicóloga Dra. Priscila Grizafis, pode ser o mercado de trabalho. “Hoje em dia a aparência conta muito para alguns ramos profissionais, por isso a gente vê tantos casos de exageros nas cirurgias, algumas pessoas que ganham a vida com a sua aparência acabam tendo um conflito muito grande ao se deparar com a idade e perceber que o corpinho de 18 já não é mais o mesmo.” Ela também afirma que os distúrbios ali-

mentares são gerados à partir da mesma essência, “a sociedade impõe um padrão de beleza algumas vezes impossível de ser alcançado por algumas pessoas. Se o corpo da menina tem por natureza um quadril mais largo ela começa a se achar feia e recorre à métodos artificiais para alcançar os objetivos, por isso é preciso o acompanhamento da família desde criança para que não haja essa exigência pessoal à partir do próprio jovem”, afirma a Dra. Priscila. Também existem outros fatores citados pela psicóloga, como pressão familiar, efeitos midiáticos e outros traumas. “O importante é que os médicos também tenham consciência do que é necessário, do que é exagero e exponha os fatos para o paciente. Essa preocupação com a beleza é algo que existe no ser humano por essência, mas em excesso se torna algo doentio e prejudicial à saúde.”

Há quem gaste mais com beleza do que com a alimentação

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inverno

Frio, doenças, solidariedad O frio exige algumas precauções. A brusca mudança de temperatura faz com que as defesas do corpo funcionem com menos eficiência, o que causa as doenças mais comuns nesta época do ano, como resfriado, gripe, rinite, sinusite e pneumonia.

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inverno começou e com ele o tradicional frio e as ondas de chuvas. A pre visão para os meses de julho, agosto e setembro, é de temperaturas até mais baixas que o normal no Sul do País. Já para as outras regiões, apesar de haver algumas variações, as temperaturas devem ficar acima da média, com menor volume de chuva e temporadas mais secas. De acordo com meteorologistas do Simepar, o Sul deverá ter bastante chuva nos próximos meses, especialmente em agosto e setembro. Os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que geralmente registram as temperaturas mais baixas do País nesta época do ano, devem ter frio até mais forte que o normal. O mês de julho começou frio, mas logo esquentou. Porém, uma massa

de ar frio causa declínio acentuado de temperatura na maior parte do País, principalmente no fim do mês, com geada e neve nas regiões serranas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Em agosto, a maior parte das frentes frias atua apenas no Sul do Brasil. Apenas dois sistemas chegam ao Sudeste nos primeiros e nos últimos dias do mês. As frentes frias e seus ciclones extratropicais associados devem provocar bastante chuva no Rio Grande do Sul. Em setembro, o sistema de alta pressão predomina na primeira quinzena do mês e dificulta a formação de nuvens de chuva. A região Centro-Oeste registra baixos índices de umidade. As frentes frias são fracas. Na segunda quinzena três sistemas chegam ao Sudeste. As massas polares já não são mais intensas o suficiente para provocar resfriamento significativo. Chove mais que o normal no Paraná com a permanência de frentes frias. Doenças típicas O frio exige algumas precauções. A brusca mudança de temperatura faz com que as defesas do corpo funcionem com menos eficiência, o que causa as doenças mais comuns nesta época do ano, como resfriado, gripe, rinite, sinusite e pneumonia. O sinal vermelho já acendeu nos órgãos governamentais da área da saúde, principalmente com a possibili-

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LISLEY CHIQUINI

de e gastronomia dade de uma nova onda de gripe, como a Influenza A. Hospitais e postos de saúde ampliaram os estoques de vacinas e há uma consciência geral da população da necessidade de cuidados, principalmente com as crianças. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, desde o início do ano, já contabiliza cinco mortes por gripe A (H1N1) no Paraná. Em alerta, devido aos 64 casos confirmados no mês de junho, a secretaria de saúde recomenda que a população fique em ambientes mais arejados, com bom fluxo de ar, evitando a circulação do vírus. A secretaria prepara ainda materiais educativos sobre as principais formas de prevenção e orientações quanto aos casos suspeitos de gripe. O material será distribuído para todos os municípios do Estado. A Fundação de Ação Social (FAS), em parceria com o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), promove há oito anos a Campanha do Agasalho da Prefeitura de Curitiba 2012 - Doe Calor, atendendo milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social, tendo sempre início no segundo trimestre do ano, até o dia 31 de agosto. A Campanha que faz arrecadações de roupas, agasalhos, calçados e cobertores, conta com doações que são entregues em postos de coleta instalados nos estabelecimentos comerciais participantes e também em órgãos da Prefeitura espalhados por toda a cidade. Doando calor Com o objetivo de levar mais conforto e proteção na estação mais fria do ano às famílias

beneficiadas, a “Doe Calor” tem como meta atender 350 mil pessoas do município. “Antes de chegar ao fim das arrecadações, já foram entregues mais de 50 mil cobertores novos e 80 mil peças de roupas e calçados”, afirmou Sérgio Luiz Zacarias, assessor de informações da IPCC. Os beneficiados são famílias atendidas pelos programas da prefeitura e instituições instaladas em comunidades da cidade que estão inscritas pela FAS. Já para os moradores de rua, desde que aceitem o acolhimento, podem receber abrigos pela Fundação Social, ganhando roupas, cobertores e alimentação, incluindo assistência médica. Toda ação para deixar o inverno curitibano mais quentinho, principalmente para atender pessoas em fragilidade social, contribui com muito aconchego para a temporada. Ainda assim, o inverno não traz apenas aspectos negativos, existem muitas coisas interessantes nesta época para serem aproveitadas e desfrutadas com muito prazer. Os Curitibanos acostumados com a estação, já sabem o que podem fazer para curtir o frio da melhor forma, e começam tirando do armário casacos, botas e cobertores quentes. A expectativa de vendas no comércio nesta temporada fria, conforme um levantamento encomendado pela Associação Comercial do Paraná (ACP), mostra que os lojistas apostam em um aumento significativo nas vendas deste ano. Gastronomia Não são apenas as roupas de inverno,

que aquecem nas baixas temperaturas. Para aproveitar a estação, nada melhor do que um cardápio recheado de opções quentes e apetitosas. Contrariando as regras, ao invés dos salgados, os doces foram os primeiros a serem apreciados por essa reportagem. Apesar de ser um sucesso durante o ano todo, as opções com chocolate continuam agradando clientes de todos os gostos. Em um dos estabelecimentos visitados pela nossa reportagem, o Restaurante Château de Gazon, que funciona há 20 anos em Gramado, Rio Grande do Sul, e há 10 anos em Curitiba, oferece o famoso Fondue à La Carte, o principal é o mais pedido na casa. A receita leva chocolate branco, preto, sorvete, toblerone, tiramissú, derretidos, acompanhados de marshmallow e variedades em frutas. “É o mais procurado por clientes nos dias de frio”, informa a proprietária Carla Fioreze. Além do chocolate derretido, a guloseima é servida com ingredientes optativos, como frutas da estação, chantilly, wafles ou marshmallow. Ótima opção para brindar, já que o estabelecimento tem uma ótima carta de vinhos. O Le Duc Café possui uma variedade de pratos que são elaborados com alta qualidade e produtos de primeira. Localizado no centro cívico, além de um cardápio muito recomendado incluindo massas, carnes, saladas, vinhos e cafés, o restaurante e cafeteria oferece excelência em doces. A novidade da Torta de Brownie e Capuccino Frozen tem atraído muitos clientes ao Le Duc. “Durante todo o dia muito

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inverno

conta ela. Todas as noites um cardápio diversificado, com muitas opções deliciosas de sabores no Restaurante Origens do Radisson Hotel Curitiba, no centro. Para cada dia da semana, três opções de sopas são preparadas com os mais selecionados ingredientes, que ressaltam os produtos da culinária regional. As receitas são servidas no legítimo pão italiano gratinado com queijo parmesão. O diferencial vai além do menu variado e do Buffet nas quartas-feiras, pois ao degustar qualquer opção de sopa salgada, todas as noites, o cliente ganha a cortesia de uma cumbuca da Sopa de Chocolate, uma receita exclusiva da chef Cleuza Reis e do Origens. A saborosa sopa do Restaurante Origens é servida com muita gentileza pelos garçons, e o melhor de tudo, com um valor super acessível. Vale a pena conferir esta delícia e aquecer a sua noite.

Luciane Barrichello, nutricionista

movimento na cafeteria e em dias mais frios, a preferência dos produtos fica para o famoso chocolate, que tem destaque nos doces oferecidos pela casa”, informa Sergio Lange, proprietário do local. Caldos e sopas Um dos pratos quentes mais requisitados nos restaurantes da cidade nos dias de frio são os caldos verdes, que levam em sua receita ingredientes básicos como batata, couve, temperos com ervas e lingüiça. Os Cremes como mandioquinha, abóbora com camarões, ervilhas, espinafre, entre outras opções e as tradicionais sopas dos mais variados sabores. Alguns dos restaurantes visitados já estão preparados com o cardápio completo para as seleções de pratos focados no inverno. Segundo a supervisora de receitas e marketing da rede Atlantica Hotels Internacional, Michelle Cirqueira, “estamos com a maior variedade de sopas e cremes para a temporada de inverno”, 54 Documento Reservado / Junho 2012

Sopa, um bom pedido para o frio

Sopa de chocolate: sabor que combina com o inverno


Outra opção para os dias frios é o Restaurante Dona Ambrosina, um tradicional restaurante aberto desde 1997, que serve oito tipos de sopas todas as noites, além de massas como pizzas, lasanhas e calzones. Com um ambiente aconchegante, bastante freqüentado pelos curitibanos nas noites frias, o restaurante fica localizado no Jardim Social. As variedades de sopas são alternadas a cada noite, mesmo assim, três tipos são fixos na casa: canja, eslava e milho, além de uma deliciosa canjica, que pode ser acompanhada com amendoim, farofa e coco ralado. Calorias Conforme a nutricionista Luciane Barrichello, nas estações mais frias do ano, o consumo de alimentos calóricos ricos em gordura e açúcar tende a aumentar por conta da maior quan-

tidade de energia que o corpo gasta para manter-se aquecido. De acordo com ela, no inverno o corpo humano gasta cerca de 5% a mais de energia para manter a temperatura corpórea ideal, que varia entre 36 e 37 graus. “Os alimentos que produzem mais energia, como gorduras e carboidratos, ajudam a manter a temperatura, sendo que os açúcares e amidos estão incluídos nos carboidratos. Os carboidratos são de rápida digestão produzindo assim energia com mais rapidez e conseqüentemente calor rápido, já as gorduras fornecem maior quantidade de energia e calor, mas de forma mais lenta.” Entretanto, segundo Luciane, é preciso cuidado para não transformar essas refeições leves em

Fondue de chocolate

Capuccino

Torta brownie

“bombas calóricas”, que não fazem bem à saúde. “Deve-se evitar o “acréscimo”, por exemplo, um Capuccino é ótimo, e com chantilly melhor ainda, mas ele pode ser facilmente substituído por um café com leite. Com as massas, procure os molhos mais simples como o pomodoro, ou a base de ervas que são mais naturais e menos calóricos, evitando os muito calóricos, como a base de queijo”, indica a nutricionista, que ressalta a importância de se consumir apenas o necessário. Os exercícios físicos, que além de aquecer o corpo também queimam as gorduras, é outra orientação básica para quem abusa das delícias do inverno. “Evite os exageros, porque o organismo se acostuma e depois que o frio passa, a queima calórica diminui e a tendência em manter os hábitos adquiridos faz o sobrepeso aparecer. Mantenha seus exercícios físicos e não esqueça que mesmo no inverno seu organismo necessita de hidratação”, conclui a nutricionista. 55 Documento Reservado / Junho 2012


entretenimento

Varekai, nome do espetáculo que o Cirque du Soleil trouxe para o Brasil este ano, significa “onde quer que seja”. Originado da linguagem dos ciganos (os eternos viajantes), Varekai , segundo contam os produtores do espetáculo, é uma homenagem à alma nômade, ao espírito e à arte da tradição circense e a todos aqueles que desafiam com infinita paixão os longos caminhos que levam à cultura

Missão social do Cirque du Soleil é mostrada em cada espetáculo

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PEDRO RIBEIRO

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asa cheia, como sempre. É só desembarcar no Brasil e anunciar os nomes das cidades onde vai se apresentar que começa a mobilização da sociedade e a consequente busca pelos ingressos. É assim desde quando se apresentou, pela primeira vez no País, que o canadense, Cirque du Soleil reacende a mágica do circo na vida das pessoas. Dia 15 de junho, quando estreiou o espetáculo Varekai, em Curitiba, não foi diferente. Arena completamente lotada e uma plateia entusiasmada que aplaudia a cada cena até chegar ao épico, com cinco mil pessoas em pé ovacionando os atores de mais um show único no Brasil. Varekai, nome do espetáculo que o Cirque du Soleil trouxe para o Brasil este ano, significa “onde quer que seja”. Originado da linguagem dos ciganos (os eternos viajantes), Varekai , segundo contam os produtores do espetáculo, é uma homenagem à alma nômade, ao espírito e à arte da tradição circense e a todos aqueles que desafiam com infinita paixão os longos caminhos que levam à cultura. Os produtores e diretores sustentam ainda que Varekai está diretamente ligada à filosofia de vida do grupo de artistas que trabalham na companhia . O espetáculo, com duração de pouco mais de 150 minutos com 30 minutos de intervalo, começa numa floresta escura, onde supostamente o destino se agarra a seus pés. Acima, um vaga-lume voa em zigue-zague até que o céu se abre e um sopro de vento chega para dar início ao que chamam de “deixa levar”. Num piscar de olhos, criaturas de outro mundo bailam em um abismo. São seres errantes e místicos, porém, inofensivos. É mais de uma hora de pura emoção. A cada segundo, um ato diferente, que leva o público ao delírio, desde a criança, ajustada

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entretenimento

na cadeira com uma almofada extra, até os mais idosos da plateia. “É tudo muito mágico”, disse o ex-governador paranaense, Jaime Lerner, que assistiu a estreia nas primeiras filas. O jornalista e escritor, Eduardo Sganzerla, ao lado da jornalista Martha Feldenrs, também saiu da tenda entusiasmado com o espetáculo. Apesar de moderno, o Cirque du Soleil busca sua inspiração através do espírito que move os artistas itinerantes desde o início. Desde que a companhia adquiriu os meios de ir em busca de seus sonhos e entreter pessoas de todo o mundo, escolheu envolver-se com a comuni58 Documento Reservado / Junho 2012

dade e, em particular, com jovens em risco. Através de um trabalho de parceria, o Cirque está envolvido em 80 comunidades no mundo todo, em 20 países de cinco continentes. Para inspirar indivíduos e as companhias em seu redor, o Cirque du Soleil decidiu compartilhar o seu comprometimento com a participação social. Tem, como foco, a luta contra a pobreza, usando a inspiração e energia dos seus espetáculos para tornar mais um sonho em realidade: melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer que elas vivam. Profundamente dentro de uma floresta, no cume de um vulcão, existe um mundo

extraordinário - um mundo onde outra coisa é possível. Um mundo chamado Varekai. Do céu cai um homem solitário jovem, e a história de Varekai começa. Pára-quedas para as sombras de uma floresta mágica, um mundo caleidoscópico habitado por criaturas fantásticas, o jovem embarca em uma aventura absurda e extraordinária. Neste dia, na orla do tempo, neste lugar de todas as possibilidades, começa um encantamento inspirado à vida redescoberta. A palavra Varekai significa “onde quer”, na língua romani dos ciganosos errantes universais. Esta produção presta homenagem à alma nómada, ao espírito e arte da tradição circense e à paixão infinita daqueles cuja busca os leva ao longo do caminho que leva a Varekai.


música e gastronomia

Distinto Sambatom Foto: Antonio Costa (Gazeta do Povo)

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PEDRO RIBEIRO

bar Ao Distinto Cavalheiro, localizado no centro de Curitiba, na esquina das ruas Visconde do Rio Branco com Saldanha Marinho, já pode ser considerado o point do happy hour dos curitibanos. Bateu 18 horas, vão chegando um a um e logo o pequeno estabelecimento, todo decorado com peças e objetos musicais antigos, vai ficando apertado, mas aconchegante aos frequentadores. Do lado de dentro do balcão, o arquiteto Carlos e o professor Wella, proprietários da casa. Com os cotovelos encravados no balcão podemos encontrar quase que diariamente, o O Ao Distinto Cavalheiro é um bar com alma. A começar por estar em uma esquina e bar tem que ser de esquina.

Grupo Sambatom

jornalista e escritor Dante Mendonça, o histórico Henrique (vitamina), os chargistas e cartunistas, Thiago Rechia (Três Inimigos), Solda, Paixão, Jacobsen, entre publicitários, jornalistas e estudantes. Com meia dúzia de mesas e totens instalados do lado de fora, bem ao estilo dos pubs ingleses e irlandeses, o Ao Distinto Cavalheiro é um bar com alma. A começar por estar em uma esquina e bar tem que ser de esquina. O chopp é do melhor, uma boa seleção de cachaças mineiras enchem os olhos do bom apreciador. Tem vinho e petiscos. O carro-chefe é a costelinha de carne de porco. Também tem bolinhos de carne, de bacalhau, empadinhas e, é claro, o ovo cozido, que dá o tom de glamour no “boteco”. O caldinho de feijão é o que a rapaziada mais jovem chama de “esquenta”. Agora, o Distinho está bombando com o grupo Sambatom. Todas as segundas-feiras, quatro belas jovens arrebentam no pandeiro, no surdo, teclado e soltam a voz. Cantam apenas samba de raíz e chorinho. São elas: Cris Loureiro (teclado e percussão), Gabriela Bruez (percussão), Mariana Souza (voz, flauta e percussão) e Luciana Worms (voz e percussão). Além do Distinto, o grupo, formado por iniciativa do professor Wella, dá canja no Beto Batata e Jokers. 59 Documento Reservado / Junho 2012


social

CASA COR A MARCA DO BOM GOSTO Casa Cor Paraná 2012 chega ŕ sua 19Ș ediçăo apresentando o que existe de mais moderno, criativo e ousado no mundo da arquitetura e decoraçăo. Realizada na Casa Cultural Uniăo Juventus, localizada no Bairro Batel, no Quadrilátero da Decoraçăo da capital paranaense, o evento tem em vista retratar a moda, estilo e tecnologia. Sob o tema “Retrofit”, expressăo que significa “colocar o antigo em forma”, Casa Cor Paraná foi aberta para visitaçăo em Junho e permanecerá até o dia 11 de Julho, retratando as tendęncias do universo fashion, cada vez mais presentes nos projetos de decoraçăo.

VAREKAI, UM SHOW DE TIRAR O FÔLEGO

NOVO COMPLEXO PARQUE BARIGUI Governador Beto Richa participa da inauguraçăo do Centro de Eventos Expo Renault Barigui. Da esquerda para a direita: arquiteto Manoel Coelho; presidente do Conselho de Administraçăo do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarăes; presidente da Renault Brasil, Olivier Murguet; presidente do grupo Malucelli, Joel Malucelli; governador Beto Richa; prefeito de Curitiba, Luciano Dutti e o presidente do Grupo Positivo, Hélio Rotemberg. 60 Documento Reservado / Junho 2012

Foto: José Gomercindo / ANPr

Dividido em 14 atos com acrobacias, contorcionismos, palhaços, malabares, coreografias e trapézios, o Cirque Du Soleil foi, mais uma vez, sucesso de público em Curitiba. Criado e dirigido por Dominic Champagne, o espetáculo Varekai que significa “onde quer que seja” na linguagem cigana, faz uma homenagem ŕ alma nômade, ao espírito e arte da tradiçăo circense e a todos aqueles que desafiam com infinita paixăo os longos caminhos. O espetáculo nasce da explosiva fusăo do teatro com a acrobacia. A trilha sonora original é tocada ao vivo por uma banda com maestro, tecladista, baterista, percussionista, baixista, violinista, cantores e um músico que comanda os instrumentos de sopro. Os cenários săo perfeitamente harmonizados com fantásticas coreografias que “falam” a universal linguagem do movimento. O novo espetáculo do Soleil teve sua estréia em Curitiba no dia 15 de junho.


por LISLEY CHIQUINI lisley@documentoreservado.com.br

CITROËN PROVENCE AGORA EM CURITIBA A primeira concessionária CITROËN, do Grupo Provence, de Ponta Grossa, acaba de se instalar em Curitiba, na rua Mateus Leme. O grupo é o maior da rede de concessionárias da marca no Paraná e a novidade da inauguraçăo foi o lançamento do DS3, que chegou para concorrer com o MINI Cooper e o Audi A1. O investimento foi de R$ 8 milhőes e a previsăo de vendas para este ano é de 720 veículos novos e 400 seminovos. A loja ocupa um terreno de 11.000 m2, com 4.800 m2 de área construída.

MARISA MONTE EM VERDADE UMA ILUSÃO A cantora Marisa Monte resgatou antigos sucessos, reuniu músicos excepcionais, inovou no cenário e encantou as centenas de pessoas que lotaram o Teatro Guaíra no início do męs de junho com o espetáculo “Verdade uma Ilusăo”. Foram destaques no show, as músicas “O Que Vocę Quer Saber de Verdade” e “Descalço no Parque”, que foram projetadas em uma tela semi transparente que criava uma ilusăo de ótica. No show, a cantora estava descontraída e até arriscou alguns passos de dança, como no clipe de “Ainda bem”, uma das músicas do repertório. Entre as músicas do set list, Marisa cantou “De mais ninguém”, relembrando Cássia Eller, e o hit da cantora Mina Mazzini, interpretada em italiano, “Sono Come Tu me Vuoi”. Uma das músicas mais aplaudidas do show foram “Năo Vá embora” e “Velha Infância”.

MEGAEXPOSIÇÃO MICHELANGELO Curitiba recebeu, pela primeira vez, no dia 22 de junho, a megaexposiçăo Michelângelo, que reuniu obras do renomado artista renascentista italiano. A mostra, que conta com 25 esculturas em gesso, esboços e fotos artísticas, retratando de forma didática e educativa todo o percurso desenvolvido pelo artista, foi realizada no novo pavilhăo de exposiçőes do Parque Barigui, onde ocupa mais de tręs mil metros quadrados. Em curta temporada em Curitiba, a produçăo da 360ș Eventos, em parceria com o Museu a Céu Aberto (MCA), já está em cartaz no país desde 2008, passando por Săo Paulo, onde foi vista por mais de 70 mil pessoas, e Recife, com mais de 45 mil visitaçőes. O grande número de visitaçőes explica-se pela importância do artista italiano nascido em Caprese. 61 Documento Reservado / Junho 2012


agenda

Exposições Percurso Escultórico

A exposiçăo fica em cartaz de 12 de abril a 29 de julho, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. A mostra reúne 46 obras do artista Sergio Camargo das décadas de 1960 e 1970. Entrada: R$4

Michelangelo

A mostra que traz 25 esculturas em gesso, esboços e fotos artísticas do artista renascentista Michelangelo, fica em cartaz até dia 15 de julho, no Pavilhăo de Exposiçăo do Parque Barigui. Horário: Segunda a sexta: 16h ŕs 21h, sábado e domingo: 10h ŕs 21h. Entrada: R$ 20.

A Cor do Brasil

As 22 imagens da VI Maratona Fotográfica de Curitiba ficarăo em cartaz até 16 de julho de 2012, na Galeria da Escola Portfólio. O concurso fotográfico foi promovido em novembro de 2011 pela escola cujo tema era dar nome ao evento. Entrada Gratuita. Endereço: R. Alberto Folloni, 634 A, Ahú.

“1968”

A exposiçăo “1968 Tempos Incômodos” fica em cartaz até 12 de agosto de 2012, na Galeria da Caixa, em Curitiba. Săo 43 imagens em preto e branco, pelas lentes do fotógrafo alemăo Michael Ruetz, que retratam os anos 60.

Cinema O Espetacular Homem-Aranha

É a história de Peter Parker, um estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda criança, sendo entăo criado por seu Tio Ben e pela Tia May. Como muitos adolescentes, Peter tenta descobrir como ele se tornou a pessoa que é. Peter também está começando uma história com sua primeira paixăo, Gwen Stacy e juntos eles lidam com amor, compromissos e segredos. Quando Peter descobre uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai, ele começa uma jornada para entender o desaparecimento de seus pais – o que o leva diretamente ŕ Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors, antigo sócio de seu pai. Procurando por respostas e uma conexăo, Peter comete um erro que o coloca em rota de colisăo com o Alter ego do Dr. Connors, O Lagarto. Como Homem-Aranha, Peter tem que tomar decisőes que podem alterar vidas, para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói. Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Martin Sheen, Rhys Ifans, Sally Field, Denis Leary, Chris Zylka, C. Thomas Howell, Campbell Scott, Julianne Nicholson, Annie Parisse, Irrfan Khan, Stan Lee, Amber Stevens. Direçăo: Marc Webber. Estreia: 6 de julho.

Até a eternidade

Mesmo após um evento traumático um grupo de amigos decide manter as férias anuais na praia. Porém, a culpa e a amizade serăo levadas até as ultimas conseqüęncias, fazendo com que eles confessem mentiras que tem contado uns para os outros. Elenco: Marion Cotillard, François Cluzet, Benoît Magimel, Gilles Lellouché, Jean Dujardin, Laurent Lafitte. Direçăo: Guillaume Canet. Estreia: 6 de julho.

Bem amadas

De Paris, nos anos 60, até Londres, nos nossos dias: Madeleine e a filha Vera vagam pelas suas vidas e pelas dos homens que amam. Mas o amor pode ser luminoso e amargo, feliz e doloroso. E será capaz de resistir ŕ passagem do tempo? Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Ludivine Sagnier, Louis Garrel, Milos Forman, Paul Schneider, Radivoje Bukvic. Direçăo: Christophe Honoré. Estreia: 13 de julho. 62 Documento Reservado / Junho 2012


Chernobyl

É uma trama de terror em que um grupo de seis jovens que decide passar suas férias na cidade de Pripyat, onde moravam operários que trabalhavam na usina nuclear de Chernobyl - famosa pelo acidente nuclear ocorrido em 1986, que deixou, pelas contas do entăo governo soviético, cerca de 15 mil mortos. Elenco: Jesse McCartney, Ingrid Bolso Berdal, Jonathan Sadowski, Olivia Dudley, Nathan Phillips, Devin Kelley, Pasha D. Lychnikoff. Direçăo: Bradley Parker. Estreia: 13 de julho.

Na Estrada

Nos ritmos do jazz, do sexo, das drogas e da busca pelo desconhecido, conta a história de um escritor aspirante de 18 anos de idade chamado Sal Paradise, cuja vida é energizada e, finalmente, redefinida pela chegada de Dean Moriarty, um espírito livre, destemido, que passou boa parte de sua vida dentro e fora da cadeia. Entre eles, uma paixăo: uma garota precoce e libertária de 16 anos chamada Marylou. Juntos, Sal e Dean atravessam a América em busca de diversăo de alta voltagem, inspiraçăo e da última fronteira do país. Ao longo da jornada eles transcendem todas as barreiras sociais e geográficas em busca da derradeira experięncia de transcendęncia física e sensorial. Elenco: Kristen Stewart, Amy Adams, Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Elisabeth Moss, Steve Buscemi, Garrett Hedlund, Alice Braga, Terrence Howard, Sam Riley. Direçăo: Walter Salles. Estreia: 13 de julho.

Valente

A princesa Merida vive na Escócia do século 10, e é uma menina selvagem que prefere viver numa casa nas montanhas, em vez do castelo da família. Merida é um pouco alienada de sua família: Rei Fergus, a rainha Eleanor e seus irmăos trigęmeos mais jovens. Elenco: Vozes no Original de: Kelly Macdonald, Emma Thompson, Kevin McKidd, Julie Walters, Billy Connolly. Direçăo: Brenda Chapman e Mark Andrews. Estreia: 20 de julho.

Aqui é meu lugar

Sean Penn vive um desmotivado ex-astro do rock cinquentăo que está a procura de seu pai, um ex-nazista criminoso de guerra que é refugiado nos Estados Unidos. Elenco: Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch, Eve Hewson, Kerry Condon,Harry Dean Stanton, Joyce Van Patten, David Byrne, Olwen Fouere, Shea Whigham, Liron Levo. Direçăo: Paolo Sorrentino.

As mil palavras

Homem descobre que tem somente mais mil palavras para falar antes de morrer. Elenco: Clark Duke, Eddie Murphy, Cliff Curtis, Allison Janney, Kerry Washington, Ariel Winter, John Witherspoon. Direçăo: Brian Robbins. Estreia: 27 de julho.

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agenda

Eventos

51ș FESTIVAL FOLCLÓRICO E DE ETNIAS DO PARANÁ

Local e data: Teatro Guaíra. Dias 03/07/2012 - 14/07/2012 Endereço: Rua XV de Novembro 971 - Centro Telefone: (41) 3304-7900 / 3304-7999 Informaçőes: Associaçăo Interétnica do Paraná Site: www.aintepar.com.br/contato.html Contato: Rogério Berbeki Figueiredo – Presidente Tel: (41) 9187 4914 / 3336 9037 / 3022 8510

3Ș ETAPA DO CAMPEONATO PARANAENSE DE ARRANCADA

Abertura: 6Ș ŕs 18h com entrada franca até ŕs 19h e distribuiçăo gratuita de polenta com molho. Dias: 06 e 07 de julho. Sábado ŕs 10h e domingo ŕs 8h com a Missa Italiana. Local: Bosque Săo Cristóvăo - Memorial Italiano Endereço: R. Margarida Angela Zardo Miranda s/nș. - Santa Felicidade Informaçőes: ACISF Endereço: R. Manoel Ribas, 5480 - Santa Felicidade Fone: (41) 3273-4605 /3372-9908 Site: www.acisf.com.br E-mail: acisf@brturbo.com.br

FESTIVAL DE FÉRIAS - INVERNO CURITIBA

Atividades recreativas e esportivas desenvolvidas nas tardes de 2 semanas nas férias escolares para crianças de 06 a 12 anos, acontece em locais diferenciados atingindo as nove regionais da cidade. De 09/07/2012 a 13/07/2012 Locais: 09 regionais da Cidade Endereço: diversos Fone: (41) 3350 -3714 Informaçőes: Secretaria Municipal do Esporte Lazer e Juventude Endereço: Rua Desembargador Westphalen,1566 Fone: (41) 3350 -3714/ 3350-3715 Site: www.curitiba.pr.gov.br

CSBC -XXXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇĂO Dia : 16 ou 19 de julho (data a definir) Local: Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná Endereço: R. Cel. Francisco Heráclito dos Santos, Jardim das Américas Informaçőes: Departamento de Informática da Federal Site: csbc2012@ufpr.br Dias: 07 e 08 de julho Local: Autódromo Internacional de Curitiba Endereço: R. Iraí,16 - Pinhais Fone: (41) 3667-3636 Informaçőes: Autódromo Internacional de Curitiba Endereço: R. Iraí,16 - Pinhais Fone: (41) 3667-3636 Site: www.autodromodecuritiba.com.br

30Ș FESTA DO FRANGO, POLENTA E VINHO Alegria, música, frango e muitos outros pratos típicos săo motivos para comemorar a boa safra do vinho e a recordaçăo das festas da distante Itália. 64 Documento Reservado / Junho 2012

XIII FEIRA SABORES DO PARANÁ As delícias produzidas em várias regiőes do Paraná. Público estimado de 30.000 pessoas. De 18 a 22 de julho Horário: 4Ș das 16h ŕs 22h , 5Ș e 6Ș das 14h ŕs 22h, sábado das 12h ŕs 22h e domingo das 12h ŕs 21h Ingresso: R$5 Local: Pavilhăo de Exposiçőes de Curitiba Endereço: Rodovia do Café KM 0 - BR 277 - Parque Barigui Telefone: (41) 3335-7592 Informaçőes: SEAB - Sec de Estado Agr. Abastecimento Endereço: R. dos Funcionários, 1551 - Cabral Fone: (41) 3313-4009 Site: www.fabricadoagricultor.pr.gov.br e www.pr.gov.br/seab


WTCC -CAMPEONATO MUNDIAL CATEGORIA TURISMO WTCC E BRASILEIRO DE MARCAS Um dos maiores eventos de automobilismo do mundo pela 7Ș vez em Curitiba. Data: 22 de julho Local: Autódromo Internacional de Curitiba Endereço:Av. Iraí, 16 - Jd. Weisópolis Fone: (41) 3667-3636 Site: www.autodromodecuritiba.com.br

10ș FESTIVAL INTERNACIONAL DE HIP HOP Data: 21 e 22 de julho Local: Teatro Positivo Endereço: Fone: (41) Informaçőes: Dance & Concept Fone: (41) 3079 -8130 Site: www.festivalhiphop.com.br E-mail: contato@festivalhiphop.com.br

X CONGRESSO DE TERAPIA FAMILIAR CURITIBA

Data (25 de julho – 28 de julho) Local: Expo Unimed Curitiba Endereço: R. Prof. Pedro V. Parigot de Souza, 5700 Fone: (41) 3317-3107 Informaçőes: Idealiza Eventos Fone: (41)3362-7822 Site: http://www.abratef.org.br/congresso2012/ E-mail: eventos@idealiza.com.br

CORRIDA DE REVEZAMENTO DAS NASCENTES DO IGUAÇU Data: 29 de julho Local: ruas da cidade Informaçőes: Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude Endereço: R. Desembargador Westphalen, 1566 - Rebouças Fone: (41) 3350-3715 Fax: 3333-9494 Site: www.curitiba.pr.gov.br E-mail: smelj@smelj.curitiba.pr.gov.br

Shows Pouca Vogal

Os músicos gaúchos Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii) e Duca Leindecker (Cidadăo Quem) se unem para formar o projeto Pouca Vogal, que se apresenta no Teatro Positivo, em Curitiba, no dia 7 de julho. O repertório inclui cançőes do Pouca Vogal e das bandas Engenheiros do Hawaii e Cidadăo Quem, presentes no DVD “Pouca Vogal Ao Vivo em Porto Alegre”, lançado em 2009. Ingressos: Platéia inferior: R$ 110 (˝ entrada: R$ 55) e Platéia superior: R$ 90 (˝ entrada: R$ 45).

Revelaçăo

O Grupo Revelaçăo se apresenta dia 6 de julho no Curitiba Master Hall. O conjunto traz ŕ capital paranaense a turnę de divulgaçăo do DVD “Ao vivo no Morro da Urca II”. Ingressos: a partir de R$ 60. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Tităs

A banda realiza única apresentaçăo na capital paranaense dia 21 de julho, no Curitiba Master Hall. Atualmente o grupo realiza a turnę “Cabeça Dinossauro”, em comemoraçăo ao aniversário de 30 anos da formaçăo. No repertório do conjunto estăo as cançőes “Polícia”, “Sonífera Ilha” e “Homem Primata”. O preço dos ingressos varia entre R$ 60 e R$ 70.

Leonardo

O cantor Leonardo se apresenta em Curitiba, no dia 13 de julho. Com sua nova turnę “Nada Mudou”, o cantor traz cançőes inéditas, sucessos antigos. Ingressos: Platéia inferior: R$ 290 e Platéia superior: R$ 250. Mais informaçőes: (41) 3317-3107. 65 Documento Reservado / Junho 2012


perfil

Coronel Malucelli, eterno comandante M

ilitar linha dura quando comandou as ações da Polícia Militar na capital, o coronel Sergio Malucelli acompanha diariamente, com olhos e ouvidos bem abertos, os acontecimentos na área de segurança pública do Estado e confessa que não gosta do que vê. Continua fazendo palestras a estudantes e militares, onde leva seus conhecimentos das corporações da Polícia Rodoviária, do Corpo de Bombeiros, e de dezenas de cursos que fez no exterior e no comando da capital.

Hoje na reserva e prestando serviços como diretor-executivo da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná, Malucelli acaba de ser agraciado com a Medalha de Mérito JK pela sua atuação na área dos transportes. Alegre, brincalhão e mestre em dar apelidos a colegas no Malutrom, o coronel só se transforma e fica sizudo quando a piada ou apelido reverte contra si. Técnico do Malutrom Master, Felipinho, como é chamado, acabou absorvendo a paci-

66 Documento Documento Reservado Reservado // Junho Junho 2012 2012

ência que Deus deu ao seu primo e comandante geral, Joel Malucelli. Pelo menos na hora de escalar o time para os jogos de Morretes e das excursões ao exterior. Pode ter 30 ou 40 atletas que ele dá um jeito para que todos joguem. Embora fique bravo com algumas cacacas, no final, perde ou ganha, lá vem ele com uma piada e tudo fica bem. Para escalar o time, sua estratégia é simples: primeiro joga a camisa nove para o Joel, a dez para o Walde, a seis para o Heinz, a oito para o Costantino, a onze para o Luiz Henrique, a dois para o André Malucelli e a cinco para o Abdo. Este é o time base (ou da casa). As demais camisas é por sorteio ou a pedido do Joel e do Walde. Assim funciona o nosso técnico que, há mais de um ano, deixou de me dar a camisa sete. Desisti. Numa boa. Pedro Ribeiro


67 Documento Reservado / Junho 2012


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#www.documentoreservado.com.br O5- JUN/2O12

Tecnologia

Audi A6 Avant: mais conforto, elegância e tecnologia

Novidades

Modelos da Fiat na linha 2013 com novidades em estética e conteúdo

Kia Mohave chega ao Brasil com nova motorização Também apresenta transmissão automática de oito velocidades e kit multimídia

I EC

AL

IS E E ÓV T 2 AR OM /201 C N EN UT JU A P ES


editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação RT Press Comunicação Ed Carlos Rocha Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Divulgação Ford, Divulgação Chevrolet, Divulgação Peugeot, Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora

Redução do IPI e as promoções A

redução do IPI e as promoções que as montadoras vêm fazendo ajudaram a melhorar as vendas no último mês no mercado de automóveis, que andava “meio parado” desde o início do ano. No entanto, além de reduzir preços, as fabricantes tratam de apresentar cada vez mais novidades para atrair o público. Mostramos neste mês as novas tacadas de empresas como Mistubishi, Audi, Kia e Fiat para fazer o consumidor ficar tentado a levar um dos seus modelos para casa. Se os carros por aqui ainda são caros em relação a outros países, o bom é que variedade é o que não falta. Como mostramos nesta edição, de picape a SUV para sete lugares, tem modelo com novidade para todo o gosto e bolso. A dica é sempre pesquisar, fazer test drive e avaliar pós e contra antes de fechar negócio. Boa leitura!

Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

Pedro Ribeiro

índice 71

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FIAT Novidades na linha 2013 da Fiat REVISTA DOCUMENTO RESERVADO ENCARTE ESPECIAL AUTOMÓVEIS # 05 - JUNHO/2012

AUDI Audi A6 Avant: mais conforto, elegância e tecnologia

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KIA Kia Mohave chega ao Brasil com nova motorizaçăo

70 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS

MITSUBISHI Mitsubishi L200 Triton 2013 vem recheada de tecnologia

GIRO CARRO Ka 2013 BMW valiosa Tá no código

79

HYUNDAI Hyundai faz prévia do luxuoso Equus


fiat

Novidades na linha 2013 da Fiat Destaque é o Linea, que conta agora com câmbio Dualogic Plus

V

ários modelos da Fiat na linha 2013 estão chegando ao mercado com novidades em estética, acabamento e conteúdo. O objetivo é tornar os carros mais atraentes para o consumidor. Exemplo é o Fiat Linea 2013, que ganhou o novo câmbio Dualogic Plus. Ele torna a troca de marcha mais confortável e traz junto as novas tecnologias “Creeping” e “AutoUp Shift Abort”, que proporcionam retomadas com mais torque. O modelo traz agora nova grafia do quadro de instrumentos com display de LCD branco. A versão Essence ganhou opcionais como novas rodas de 16 polegadas e comando de câmbio no volante tipo borboleta para a versão Dualogic. Já na Absolute, comando de câmbio tipo borboleta, assim como os parafusos anti-furto e tapete em carpete preto são de série. Já o Fiat Idea 2013 chega com um interior renovado, começando pelo novo rádio, com design moderno, na cor preta para as versões Attractive e Essence, e Cinza para a versão Adventure. Com o novo rádio, os botões das funções Locker e My Car passam a ser abaixo dele, enquanto o botão de travamento das portas fica agora abaixo das saídas de ar centrais. A nova picape Strada - líder de mercado há 12 anos consecutivos em seu segmento – agrega novidades como a nova motorização E-torQ 1.6 16V, que se soma às Fire 1.4 e EtorQ 1.8 16V, e passa a oferecer a Cabine Dupla em todas as versões. Já o novo Palio Weekend está disponível em quatro versões, que tem à sua disposição três motorizações: Fire 1.4, E-torQ 1.6 16V e E-torQ 1.8 16V. Enquanto que o sedã Siena EL vem com uma lista de

equipamentos completa e opções de motores Fire 1.0 e 1.4. A versão Adventure dos Fiat Palio Weekend e Strada também está disponível com o câmbio Dualogic® e o bloqueio de diferencial Locker – a Fiat é a primeira montadora do mundo a oferecer um veículo com diferencial blocante na tração dianteira. Já em termos de segurança, o conceito HSD (High Safety Drive), composto por air bag duplo e freio ABS com EBD, compõe a lista de equipamentos de série dos novos modelos 2013. Novos desenhos A frente dos Fiat Palio Weekend, Strada e Siena apresenta um visual renovado, em harmonia com a lateral e a traseira. O para-choque mais volumoso e de linhas limpas traz uma nova grade superior com desenho em colméias e uma barra horizontal cromada. Na

parte inferior do para-choque, destaque-se o novo design que aumenta o dinamismo da área dos faróis de neblina e da grade inferior, alargando e abaixando o carro. O interior dos modelos recebeu tecidos mais nobres nas forrações, novo volante, quadro de instrumentos com novas grafias que melhoraram a leitura e a assimilação das informações transmitidas, além de inúmeros itens de conveniência como porta-copos, objetos e revistas. A soma de todos esses elementos resultou em um ambiente interno mais agradável, harmônico e funcional. Novo câmbio do Linea troca as marchas de forma mais confortável Apesar de toda esportividade, motor apresenta redução de combustível em 10%

Modelos ganharam atualizações de acabamento e conteúdo 71 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


audi

Audi A6 Avant: mais conforto,

A

elegância e tecnologia

Audi está trazendo para o Brasil a A6 tra leve, graças à mistura inteligente de materi- na, cuja localização tradicional na entrada Avant, nova perua da marca alemã que ais; direção assistida eletromecânica; e o siste- de ar recebeu sensores do radar do ACC chega com tecnologias de ponta utilizadas nas ma Audi Drive Select. A Audi oferece também, (Adaptive Cruise Control) com função famílias A7 e A8. A A6 Avant 3.0 TFSI quattro é como opcional na nova A6 Avant, faróis Full Stop&Go. Seu alcance é de 60 metros - quauma opção mais rápida, esportiva e dinâmica LEDs. Em relação ao consumo, a nova perua é tro vezes maior do que luzes de nevoeiro para os consumidores que querem carros gran- 21% mais econômica do que a versão anterior convencionais, além de utilizar menos enerdes e familiares. Acelera de 0 a 100 km/h em e faz, na média cidade/estrada, 12,2 km/litro gia. Em combinação com o xenon plus e os faróis LED, a Audi também oferece luzes traapenas 5,6 segundos. Além da performance, de combustível. seiras com tecnologia LED, dando um efeito oferece sistemas de auxílio ao motorista inotridimensional ao conjunto. vadores, como o Audi Night Vision, que detecDesign A carroceria, extremamente leve, possui ta e alerta para a presença de pessoas e aniA sétima geração do Audi A6 oferece um mais até 300 metros à frente do veículo quan- modelo com visual elegante e sofisticação significativa porção de componentes de aludo escurece; o ACC (Adaptative Cruise Con- dos equipamentos. Medindo 4,92 metros de mínio – mais de 20% do conjunto. A estrutura trol), um controle de cruzeiro adaptativo que comprimento, 1,87 metro de largura e 1,46 de baixo peso é ao mesmo tempo rígida e regula automaticamente a distância e veloci- metro de altura, a perua oferece bastante es- segura, em uma composição com diversos eledade dos veículos à frente; e o Audi Pre Sense paço interno e conforto aos passageiros, prin- mentos em alumínio e aço de alta resistência, Plus, que proporciona maior segurança por cipalmente para quem viaja no banco trasei- que reduziram o peso em até 70 quilos em antecipar uma situação de emergência, antes ro, graças a maior distância entre-eixos, que comparação ao modelo anterior. O porta-malas tem capacidade de 565 lida percepção do motorista e, automaticamen- cresceu para 2,91 metros. te, acionar o sistema de freios, modificar o A iluminação para todos os tipos de con- tros, que pode chegar até 1.680 litros com os posicionamento dos assentos e fechar total- dições climáticas substitui os faróis de nebli- bancos rebaixados, e possui porta-traseira com abertura e fechamento elétrimente os vidros e o teto cos. A novidade é que a tamsolar. Outro equipamento pa do porta-malas também de ponta é o head-up dispode ser aberta com o pé. play que projeta as princiQuando está com as mãos pais informações sobre o carregadas, por exemplo, o pára-brisa em forma de usuário do veículo pode abrir símbolos e dígitos. a porta com um ligeiro moviA nova Audi A6 Avant mento embaixo do pára-chofoi lançada recentemente que (semelhante a um chute), no mercado europeu e tem onde um sensor capta o moforte apelo de design e esvimento da perna e abre auportividade. O modelo Mesmo grande, veículo tomaticamente a tampa. A vem equipado de série acelera de 0 a 100 km/h Avant também vem equipada com diversos sistemas de em 5,6 segundos com spoiler traseiro e rodas segurança, idênticos aos inde liga leve de 18 polegadas, corporados ao modelo Audi A6 Avant: Mais conforto, elegância e tecnologia com pneus 245/45 R18. sedã, como carroceria ul72 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


73 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMテ天EIS


kia

Kia Mohave s Com muitos iten to, de sテゥrie e confor SUV tem lugar s para sete pessoa

ao Brasil com

74 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMテ天EIS


chega

Também apresenta transmissão automática de oito velocidades e kit multimídia

nova motorização A

s concessionárias da Kia Motors do Brasil de todo o país começaram a receber as primeiras unidades do Kia Mohave com nova transmissão automática de oito velocidades, kit multimídia – que inclui GPS, DVD player e Bluetooth – e novo motor 3.0 diesel, que atende às exigências do Proconve L6, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, responsável por determinar limites máximos de emissão de poluentes nos veículos comerciais leves a diesel. O SUV mais potente da Kia agora está disponível em duas versões, H.570 e H.670. A versão H.570 possui motor diesel 3.0 litros V6 DOHC de 24 válvulas EVGT, com 256 cv e transmissão automática de oito velocidades com opção de troca sequencial. A versão comercializada anteriormente apresentava 6 cv a menos de potência e transmissão de 6 velocidades. Já a versão H.670 contempla motor a gasolina 3.8 litros V6 DOHC de 24 válvulas CVVT, com 275 cv de potência. A transmissão é automática de cinco marchas, também com opção de troca sequencial. Os preços públicos sugeridos são, respectivamente, R$ 189,9 mil e R$ 169,9 mil. Com tração 4x4, o Mohave apresenta 4.880 mm de comprimento, 1.915 mm de largura e 1.810 mm de altura, com distância entre-eixos de 2.895 mm. O veículo foi desenvolvido para acomodar bem sete pessoas. O Mohave continua a oferecer de série o mesmo nível elevado de itens de conforto e segurança visto em toda a linha Kia. Entre eles,

Smart Key; computador de bordo; memória integrada para banco do motorista, retrovisores externos e volante; ar-condicionado digital com controle independente frontal e traseiro; air bags frontais, laterais e de cortina com sensor de capotamento; câmera de ré; freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD e os sistemas HAC, DBC, TCS e ESP. Sorento e Sportage com GPS A Kia tem mais novidades. O SUV Sportage passa a contar agora com um kit multimídia em sua versão topo de linha. O sistema possui GPS integrado ao sistema de som, CD/MP3 com entrada USB e para iPod, Bluetooth com controle de chamada no volante, câmera de ré com visor no sistema multimídia, tela sensível ao toque, calculadora e conversor de unidades. O Sportage disponível no Brasil com o sistema de navegação apresenta motorização flex de 2.0 litros, capaz de gerar 169 cv se abastecido com gasolina e 178 cv com etanol. A transmissão é automática de seis velocidades com opção de troca sequencial e tração 4x2. O preço público sugerido da versão é de R$ 115.900,00. Outro modelo da marca que ganha o kit multimídia é o Kia Sorento. O Sorento com o sistema de navegação possui motor 3.5 litros gasolina V6, capaz de gerar 278 cv a 6.300 rpm. Conta com tração 4x4, transmissão automática de seis velocidades e bancos para sete ocupantes. O preço público sugerido da versão é de R$ 130,9 mil. 75

Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


mitsubishi

Mitsubishi L200 Triton 2013 A

vem recheada

Mitsubishi Motors está apresentando a linha 2013 das picapes L200 Triton com as versões HPE, Savana, GLS, GLX e GL. Para a cidade, os modelos têm um amplo espaço interno e levam a família e amigos com conforto e segurança. No campo, o sistema de tração 4x4 Easy Select 4WD, faz a L200 Triton circular facilmente entre fazendas, estradas e riachos, com a praticidade de transportar grandes volumes. Toda a família L200 Triton está equipada com novidades na linha 2013: o Full Displacement e o SDS. A Mitsubishi Motors é a primeira no país a implantar em toda sua linha de picapes os amortecedores Full Displacement, uma nova tecnologia que permite uma resposta dinâmica mais rápida que a dos amortecedores tradicionais, proporcionando ainda mais estabilidade e agilidade, e aumentando o conforto do veículo em todas as situações. Como as picapes são para uso misto, ou seja, podem estar transportando grande quantidade de carga ou estarem vazias, o Full Displacement compensa essa diferença, deixando o veículo com o conforto e a performance para todas as ocasiões. Todo o conjunto de suspensão foi redimensionado e passou a contar com o sistema SDS (Sport Dynamic Suspension), um conjunto de melhorias que reduz o movimento da carroceria e deixa o veículo ainda mais estável, tanto no asfalto, como no uso off-road. Força e tração A L200 Triton HPE 2013 está disponível com motores flex ou diesel. A versão flex é equipada com motor 3.5L V6 MPI, 24 válvulas, SOHC, desenvolvendo potência de 205 cv a 5.000 rpm com etanol e 200 cv a 5.000 rpm com gasolina. O torque chega a 33,5 kgf.m a 3.500 rpm (etanol) e 31,5 kgf.m a 3.500 rpm (gasolina. O motor diesel é um 3.2 litros, 16 válvulas, DOHC com injeção eletrônica direta Common-Rail, turbocompressor e intercooler, resultando em eficiência, baixos 76 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS

índices de vibração e ruído, além de menor emissão de poluentes. A potência é de 170 cv a 3.500 rpm e o torque é de 35 kgf.m a 2.000 rpm. A versão a diesel tem dois tipos de transmissão, automática ou manual. Outra grande novidade da marca no segmento off-road é o lançamento da nova L200 Triton Savana. A carroceria reforçada em seis pontos garante ainda mais segurança e versatilidade para este off-road. Com motor diesel 3.2 litros, 16 válvulas, DOHC com injeção eletrônica direta Common-Rail, turbocompressor e intercooler, a L200 Triton Savana é equipada com snorkel, que permite atravessar trechos alagados com até 800mm de profundidade, rack de teto, ideal para o transporte de grandes objetos sobre a cabine, prancha, que auxilia em situações extremas de baixa aderência, e duas caixas para acessórios na caçamba. Linha L200 Triton Além da L200 Triton HPE e L200 Triton Savana, a Mitsubishi oferece uma linha completa de cabines dupla. Lançadas no início deste ano, a L200 Triton GLS, L200 Triton GLX e a L200 Triton GL (exclusiva para frotistas), são veículos para quem procura confiabilidade, custo benefício e praticidade para o dia a dia, já que a caçamba tem maior capacidade de carga. Todas as versões são equipadas com ar condicionado, retrovisores com ajuste elétrico e a nova grade frontal. Em toda a linha L200 Triton o sistema de freios tem a tecnologia 4-ABS com EBD, que distribui eletronicamente a força de frenagem em cada roda, mantendo o veículo em uma trajetória correta e segura mesmo em situações limites de utilização dos freios. de Os valores partem ) GL n ito Tr R$ 83.990 (L200 n 200 Trito a R$ 121.490 (L HPE Diesel AT).


Interior espaçoso e confortável contribui para uso na cidade e em viagens

Uma das novidades é o sistema de amortecedor que deixa veículo mais estável e ágil

de tecnologia Com carroceria reforçada, versão Savana é ideal para off-road

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giro carro

Ka 2013 A mesmo tempo em que promoveu a redução de preços com o novo IPI, a Ford iniciou as vendas da linha 2013 do Ka. O carro chega ao mercado trazendo valores em média 10% menores e propiciando maior valorização para o cliente na hora da revenda devido à mudança para o ano-modelo 2013. O automóvel está a venda por R$ 21.240. A linha 2013 mantém a oferta dos modelos Flex 1.0 e 1.6. As pesquisas da Ford indicam que o Ka tem os melhores índices de aceitação da categoria entre os seus proprietários.

BMW valiosa Com importantes lançamentos e um desempenho de vendas recorde em todas as regiões, a BMW se tornou a marca mais valiosa do mundo no setor automotivo, ultrapassando a atual líder Toyota. Segundo pesquisa divulgada pela Millward Brown, a estratégia à longo prazo e o desenvolvimento crescente em mercados competitivos, como nos países do BRIC, aliado ao investimento em tecnologia e qualidade de produtos, levaram a marca a atingir a posição no Braz Top 100 Most Valuable Brand, na categoria automóveis. Com resultados expressivos, o BMW Group deve chegar à marca de 2 milhões de carros vendidos antes de 2016. Durante o ano contábil de 2011, o BMW Group vendeu aproximadamente 1,67 milhões de veículos e mais de 113.000 motos em todo o mundo.

Tá no código Art. 195 - Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de seus agentes: Infração - grave; Penalidade – multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação. 78 Documento Reservado / Junho 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


hyundai

Hyundai faz prévia do luxuoso Equus A

Modelo, que chega ao Brasil nas próximas semanas, está exposto em Festival de Inverno em Campos do Jordão (SP)

Hyundai deu uma prévia aos clientes sobre o novo lançamento da marca, o luxuoso Equus 4.6 l, que chegará ao mercado nacional nas próximas semanas. O veículos está exposto no 43° Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, realizado até 31 de julho, Campos do Jordão (SP). O Equus chega para concorrer com carros de categorias de alto luxo e vem equipado com itens premium que exploram ao máximo conforto, segurança, desempenho, além de requinte e exclusividade. O veículo possui o potente motor Tau V8 4.6 l DOHC que gera 366 cv a 6.500 rpm, acoplado ao câmbio automático Shiftronic de oito velocidades.

Entre os itens de conforto destaque para direção elétrica progressiva com sensor de torque, console traseiro com frigobar, assento vip com sistema de massagem, controle de clima dos bancos, sistema de áudio Lexicon LOGIC 7.1, além do sistema Smart Cruise Control (SCC) também presente no Genesis que funciona como um piloto automático inteligente de última geração, que mantém uma velocidade constante da forma mais segura e mais econômica possível. Genesis Outro modelo exposto foi o Genesis, recém-lançado no Brasil. O modelo foi projeta-

do para desempenhar alta performance com a máxima economia de combustível. O motor Lambda II 3.8 l V6 foi desenvolvido para o futuro e está em perfeita harmonia com o câmbio automático de oito velocidades com comando manual Shiftronic. . O modelo vem equipado com um painel de instrumento super vision 3D, DIS (sistema de informação para o motorista) com rotação mais 8 vias de rolagem e função Multimídia de entretenimento Premium, rádio integrado com leitor de CD, DVD e MP3 com entrada para iPOD/USB/ auxiliares e comandos no volante e sistema de som Lexicon LOGIC 7.1. O Genesis está à venda no valor de R$ 230 mil.

Equus chega para concorrer no segmento de alto luxo

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