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agronegócio

Mesmo com a produção 2011/2012 comprometida, exportações de soja foram responsáveis pelo aumento de 26% nos embarques pelo Porto de Paranaguá

A

Sem muitas PERDAS

o final do mês de março, os grandes produtores de grãos do Paraná não tinham do que se queixar. Mesmo ainda sob os reflexos da estiagem, que afetou o estado desde o final do ano passado até meados de fevereiro, eles viram as exportações de soja pelo Porto de Paranaguá aumentar em 26% só no primeiro bimestre do ano. Esta foi a primeira vez, desde 2006, que a venda de grãos cresceu em ritmo superior ao das importações, saltando de US$ 2,38 bilhões para US$ 3,03 bilhões entre janeiro e fevereiro. O indicativo também é de uma boa safra de verão, com perdas 2% menores que a da primeira previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). De acordo com a economista Gilda Bozza, do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), os principais responsáveis por esse aumento nos embarques foram o bom preço da soja no mercado e o dólar um pouco mais alto, “que

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por si só favorece as negociações”. Já o engenheiro agrônomo Nilson Hanke Camargo, também da Faep, revela que o crescimento das exportações foi de forma disseminada. Segundo ele, dos 91 grupos monitorados pelo Ministério do Desenvolvimento, 57 faturaram mais neste começo de ano.”A expansão, no entanto, não teria sido a mesma sem a soja”, ponderou Camargo, afirmando que mesmo com a quebra da safra estadual – que deve ser 21% menor nesta temporada– os embarques do grão foram multiplicados por dez em relação aos registrados nos dois primeiros meses do

ano passado, atingindo 735 mil toneladas. “Sem a soja, as exportações do estado teriam crescido somente 10%”, completou o engenheiro. A explicação para o fenômeno também está relacionada ao crescimento da demanda externa, que elevou preços e “prêmios” da soja, estimulando os produtores locais a vender mais cedo sua produção. Segundo algumas corretoras, nos últimos dias os importadores têm oferecido “extras” de mais de US$ 0,60 por bushel (27,2 kg) para o grão embarcado por Paranaguá, algo incomum em época de colheita. Esse prêmio equivale a quase


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