Revista Documento Reservado

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Futebol Americano Página 30

# 46 FEV/2O12 Ano 3 www.documentoreservado.com.br

R$ 1O,OO

Guerra surda

Policiais civis de Curitiba continuam enfrentando o comando geral, fazendo operações padrões em vários pontos da cidade. Cassinos clandestinos são os alvos

Rica memória

Curitiba possui um grande número de museus históricos e um acervo de fazer inveja mas, infelizmente, são poucos frequentados. Conheça um pouco dessa rica memória

Carros e imóveis um rico negócio

os ição óveis d e im sta e ne óveis e h n a p om Acom de aut s rno cade






editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação Norma Corrêa, Pedro Ribeiro e Lucian Haro Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

Documento Reservado com carros, imóveis e esportes

D

ois novos cadernos - Automóveis e Imobiliário - passam a fazer parte da revista Documento Reservado a partir desta edição. Entendemos que são dois segmentos em ampla evolução, com farto material jornalístico a ser explorado. Os jornalistas Ed Carlos Rocha e Julio Cesar Lima passam, portanto, a fazer parte da nossa equipe. Rocha cuidará da área de veículos, onde brindará o leitor com reportagens sobre mercado de carros e utilitários - compra e venda - além de lançamentos, acessórios, peças e orientação ao usuário. Lima será o responsável pelo material enfocando o setor imobiliário. Nesta edição já nos traz reportagens sobre financiamentos de imóveis novos e usados, comportamento do mercado, orientação ao comprador e notas curiosas. Estamos também iniciando na área esportiva com duas reportagens: uma sobre a presença das mulheres nas arquibancadas e seus gritos de guerra e outra sobre o futebol americano que começa a cair no gosto dos brasileiros. Nesta edição temos ainda reportagens especiais sobre os bastidores da Polícia Civil, onde policiais ligados aos sindicatos da categoria, enfrentaram o poder maior, fechando casas de jogos e prostituição em Curitiba, numa espécie de operação padrão que não tem prazo para acabar. Matéria especial sobre as greves que pipocam no País, as chuvas de março, que deverão voltar a castigar o litoral paranaense, Camerata Antiqua de Curitiba, Festival de Teatro e os museus paranaenses. Boa leitura!

Pedro Ribeiro REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 46 - FEVEREIRO/2012

Circulação Março/2012

6 Documento Reservado / Fevereiro 2012


índice 08 SINTONIA FINA 48 AGENDA CULTURAL 54 PERFIL

Anésio Ribeiro

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TEMPO CHUVOSO Estamos no męs de março e lembramos do que aconteceu no mesmo período do ano passado, no litoral paranaense, com as enchentes. Nossa reportagem foi ao local para ver as açőes do governo e o que foi feito para prevenir um possível novo desastre.

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GUERRA FRIA Continua, nos bastidores, a guerra fria entre setores da Polícia Civil e o Governo do Estado. Tudo começou porque policiais fecharam um cassino e casa de prostituiçăo no Bairro Parolin, em Curitiba. O comando da Polícia Civil disse que năo tinha autorizado a operaçăo.

MUSEUS DE CURITIBA É lamentável que o rico acervo nos museus paranaenses năo tenha uma grande visitaçăo. Uma grande história pouco conhecida.

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BEATLES X CAMERATA A Camerata Antiqua de Curitiba ataca agora de Beatles e vem interpretando o grupo inglęs em suas apresentaçőes.

CARNIVAL Mais uma vez as bandas malucas arrasaram no Psycho Carnival de Curitiba com direito a passeio de zumbis.

MULHER NO ESTÁDIO Uma outra reportagem sobre esporte mostra a presença feminina nos estádios de futebol. A mulher está cada vez mais torcendo por seu time do coraçăo e, como qualquer homem, grita, xinga, diz palavrőes e enfrenta o perigo.

ANTES DA HORA Pequenos municípios do Estado agora tęm que se preocupar com a rede de energia elétrica. Uma determinaçăo da Aneel prevę que as prefeituras assumam, a partir de setembro deste ano, as despesas com iluminaçăo pública.

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VOLTA DAS GREVES Depois de um período de calmaria, as greves voltaram a pipocar no País. Bancários, vigilantes, policiais, trabalhadores na área da saúde e professores. Acompanhe nesta reportagem os principais movimentos reivindicatórios.

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FUTEBOL AMERICANO Na área esportiva, mostramos matéria especial sobre o futebol americano que vem, aos poucos, caindo no gosto dos brasileiros. O Paraná já tem vários times e até liga profissional.

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NU NO PALCO No Festival de Teatro de Curitiba, um grupo de jovens atores chama a atençăo ao se apresentarem nus no palco.

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sintonia fina

Xô jornais Pelo que circula, nos bastidores do Palácio Iguaçu e fora dele, o governador Beto Richa (PSDB), está irritado com algumas críticas feitas pela grande imprensa paranaense que, segundo ele, sequer procura a versăo dos fatos, como manda a regra ou ensina a cartilha do bom jornalismo. Beto diz que, na maioria das vezes, săo denúncias veladas e a serviço da oposiçăo. Năo lę mais jornais. Pelo menos os que possuem linha editorial dirigida.

Beija mão De quem será o carro oficial que, sempre cercado de seguranças, estaciona quase que diariamente em frente a uma editora de livros no Bairro do Boavista, em Curitiba? O dono da editora, um competentíssimo jornalista especializado em política partidária, passa horas a conversar com o distinto homem público que deve pedir opiniőes sobre política e principalmente como lidar com políticos, já que essa é uma das especialidades do escritor e jornalista.

Ferida aberta Pelos menos dois deputados tucanos, Mauro Moraes, estadual, e Fernando Francischini, federal, sabiam, com antecedęncia, de toda operaçăo da Polícia Civil que “estourou” a casa de jogatina e prostituiçăo no bairro do Parolim. Como os policiais levaram um sabăo, por terem agido sem autorizaçăo superior, foram reclamar no sindicato, onde tiveram total apoio. A operaçăo vai continuar, avisam.

Mágica na estrada A concessionária Auto Pista Litoral Sul, que explora o pedágio entre Curitiba e Florianópolis, conseguiu fazer uma mágica que, até entăo, só era possível com David Cooperfield. Os espertos “engenheiros” fizeram desaparecer 18 km da estrada no projeto de construçăo do Contorno da capital catarinense. Além do sumiço do trecho, técnicos do TCU também encontraram falhas e atrasos em obras obrigatórias, além da má qualidade do asfalto. As irregularidades apontadas somam cerca de R$ 800 milhőes arrecadados de forma indevida pela concessionária. 8 Documento Reservado / Fevereiro 2012

Mau cheiro Um sinal de que já existe uma “operaçăo padrăo” dentro da Polícia Civil foi observado durante o processo em que um cidadăo acabou assassinando um jovem em frente a um shopping no bairro do Água Verde, em Curitiba. Na entrevista do delegado, ficaram dúvidas no ar, principalmente em relaçăo ŕ data do assassinato, o pedido de prisăo e até mesmo o depoimento e a soltura do envolvido.

Abusada A operadora de telefonia, TIM, continua barbarizando na cidade. Além de um péssimo sinal, onde se houve... este número năo existe...sua ligaçăo vai para a caixa de mensagem...telefone fora da área de serviço... indisponível... etc., cobra R$ 0,25 por ligaçăo que, geralmente năo é completada, năo tem qualidade na internet e ainda ameaça os usuários que atrasam dois dias o pagamento. Năo é momento de intervençăo da agęncia reguladora. Ou năo temos quem controle essa abusada empresa?


PEDRO RIBEIRO

Calor da eleição O anúncio de aumento da tarifa de água da Sanepar em 16,5%, foi um prato cheio para os petistas em campanha ŕ Prefeitura de Curitiba. Precisou a intervençăo do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), para acalmar os nervos da rapaziada. Os ataques foram feitos pelo líder da oposiçăo na Assembleia, deputado Elton Welter (PT). “O realinhamento de 16,5% aplicado pela Sanepar se fez necessário porque os valores ficaram estagnados durante anos”, rebateu Traiano.

Durval e Ghignone Se Fernando Ghignone deixar a presidęncia da Sanepar para coordenar a campanha de Luciano Ducci ŕ Prefeitura de Curitiba, e o deputado Durval Amaral, a Casa Civil, para assumir a vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas, no lugar de Heinz Herwig, Ghignone poderá ser o secretáriochefe da Casa Civil. É esperar para ver.

Saia justíssima

A competente Jornalista Tati Ribeiro está em um a baita saia justa. Assessora de imprensa do Clube Atletico Paran aense, a profissional é obrigada a barrar jorna listas a frequentar o CT do clube por determinaçăo do chefe. A vít ima agora é o radialista Osmar Antonio, da Banda B, que năo cons egue credencial para co bri r os jogos. Difícil para uma profissional do calibre da Tati dizer nă o a um colega. No mínimo é contra a ética e os princípios da liberd ade de expressăo, que aprendeu nos banc os escolares.

Vereador preso O assunto ficou praticamente em segredo até terça-feira (28), quando a Rádio Band B contou que o vereador curitibano, Emerson Prado (PSDB), foi preso na madrugada de domingo (26), por desacato aos policiais do 20° Batalhăo Policial. Aos repórteres o vereador assegurou que a notícia năo existe, mas a reportagem teve acesso ao Termo Circunstanciado nș2012/176901, registrado no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadăo (Ciac-Sul). De acordo com o documento, Prado foi flagrado por PMs dentro do carro na rua Mauricio Fruet, no Cajuru, discutindo com a ex-mulher e reagiu ao ser abordado.

Socorro! O termo diz que ŕs 1h40 da madrugada do dia 26, policiais do 20°Batalhăo foram abordados pelo vigia do Terminal do Capăo da Imbuia informando que havia um casal brigando com tapas dentro de um Gol, placa ASL 3824, na rua Mauricio Fruet, em frente ao número 254. Segundo o vigia, a mulher gritava por socorro. Os policiais abordaram o veículo e, segundo a versăo deles, o vereador reagiu dizendo: “Seus policiais f.d.p., sou vereador, vocęs estăo pensando o quę? Vou te transferir para Fęnix (município do interior do Paraná)”, diz o termo.

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segurança

Mocinhos e bandidos

17 de janeiro de 2012 Policiais civis atenderam convocação de assembleia geral feita pelo Sindicato da Classe Policial (Sinclapol), para discutir que medidas tomariam para “sensibilizar” o Governo a atender a reivindicação da categoria, que pedem melhorias salariais. Na presença dos deputados tucanos Mauro Moraes (estadual) e Fernando Francischini (federal), os policiais decidiram, por unanimidade, pela realização 10 Documento Reservado / Fevereiro 2012

de operações padrão. Mas, para que as ações dessem certo, um dos deputados sugeriu a “prisão de gente e abordar lugares estratégicos”. Este seria, então, o primeiro passo que iria expor, para uma sociedade que assistiu atônita, o desenrolar de uma crise sem precedentes na Polícia Civil, provocando um racha que já vinha sendo desenhado há quase um ano – em 2011, um numeroso grupo de polici-

ais descontentes com o sistema de “coronelismo” ainda existente na instituição se rebelou e fundou o Sindicato dos Investigadores de Polícia, o Sipol. “Aos poucos, estamos quebrando o paradigma de que a polícia tem dono. Não somos contra à hierarquia, pelo contrário, somos favoráveis à hierarquia e à disciplina, mas não somos capangas. Queremos parar de ser a polícia dos três “Ps” – que só prende preto,


NORMA CORRÊA

prostituta e pobre. Este é o nosso grito de independência”, disse o presidente do Sipol, o investigador Roberto Ramires Pereira. O desenrolar da aparição do fracionamento policial teve uma ordem cronológica e que, a cada incursão demonstrava incertezas e os questionamentos pairavam no ar. 25 de janeiro de 2012 Novamente reunidos em assembleia na Subdivisão de Transporte e Manutenção da Polícia Civil, no centro de Curitiba, os policiais decidiram desencadear uma ação contra a pirataria, que aconteceria num shopping popular no centro (Shopping das Fábricas). Na ação, que foi acompanhada de uma equipe de plantão do dia no Cope, foi feita apreensão de grande quantidade de produtos piratas e que foram encaminhados à Delcon (Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor). Já nessa operação, o grupo de policiais sentiu resistência de outros colegas que se recusaram em fazer o flagrante do produto das apreensões. Mas, depois de muita insistência, a medida legal foi tomada. No dia seguinte, três policiais que atuaram no flagrante contra a pirataria foram transferidos para outras delegacias, medida que, segundo a investigadora Ana Moro, vice-presidente do Sipol, teria sido tomada como “retaliação” pela ação desencadeada no dia anterior. “Os atos administrativos tinham como intuito a retaliação à operação contra a pirataria

no centro de Curitiba”, disse Ana, adiantando que o Sipol tomou as medidas judiciais em defesa dos policiais e, pouco tempo depois, as portarias números 0145, 0146 e 0147, publicadas na edição 8.462, de 31 de janeiro de 2012, do Diário Oficial do Estado, e que determinavam a remoção dos três investigadores, foram revogadas. 26 de janeiro de 2012 No entanto, a ação mais contundente e de maior repercussão foi desencadeada no dia 26 de janeiro de 2012, e que se tornaria emblemática em razão de tornar claro o fracionamento na corporação. Naquele dia, pouco antes de iniciar a Operação Cassino, como foi batizada, os policiais comunicaram ao presidente do Sinclapol, André Gutierrez, sobre a decisão que haviam tomado e o que pretendiam fazer. “Medida, aliás, que foi aceita e incentivada por Gutierrez”, contou um policial que participou da operação, mas que preferiu o anonimato. Às 23h30, os policiais receberam uma informação anônima sobre uma casa de jogos ilegais e prostituição que funcionava no bairro Parolin, em Curitiba. Às 24 horas, cerca de 30 policiais se reuniram em frente à Escola Superior de Polícia Civil para dar início à operação, que foi acompanhada por uma equipe de uma televisão local. Uso do aríete Por causa da resistência oferecida, os poli-

Uma operação que teve origem em uma denúncia anônima foi o estopim que trouxe à tona uma crise, sem precedentes, na Polícia Civil do Paraná. Para forçar reajuste nos salários, policiais decidem, em assembleia, pela operação padrão, mas o que ficou evidente foi o racha na corporação

Mansão no Parolin. Fotos comprovam luxo no local onde os jogos de azar aconteciam há algum tempo

ciais forçaram a entrada na mansão usando um aríete (uma antiga máquina de guerra constituída por um forte tronco de freixo ou árvore de madeira resistente, com uma testa de ferro ou de bronze). Lá dentro, os policiais deram de frente com um investigador que tentava obstruir a entrada, uma vez que tinha o controle remoto do portão. Este policial teria parentesco com figuras carimbadas da corporação, segundo informou um dos integrantes do Sipol. E, mesmo tendo sido orientado a acompanhar as demais pessoas que estavam lá, o policial deixou o local. Os frequentadores do cassino clandestino foram reunidos em um dos salões para identificação e qualificação. De acordo com relatos dos policiais, no primeiro andar da mansão, havia cerca de 40 máquinas caça-níqueis, todas ligadas e operando. Várias pessoas estavam jogando no momento da batida policial. Havia ainda um bar, cozinha, banheiro e uma sala de estar com sofás e cadeiras, onde foram reunidas as pessoas. No segundo andar, havia diversas suítes em que foram encontrados preservativos usados e outros ainda embalados colocados em cima das camas.

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segurança

Máquinas caça-níquel apreendidas na mansão do Parolin, onde funcionava um cassino clandestino

Às 2 horas da madrugada do dia 27, os policiais ainda estavam na mansão fazendo minucioso levantamento do que havia no local. Ali, todas as suítes eram luxuosas, com camas king size e banheiros revestidos em mármore. Havia, também, vários DVDs com conteúdo pornográfico. No ático, abria espaço para um grande salão onde estava uma mesa de sinuca, sofás e um balcão com muitos documentos reunidos, como cardápios, contatos de mulheres, agendas, pastas que demonstravam movimentação de dinheiro, carimbos com nomes, RGs e contas bancárias, livro de funcionários (cada ficha de funcionário trazia foto e detalhamento de identificação). “A partir daí, teve início a uma verdadeira cruzada em busca de uma autoridade policial. Contatado, o COPE se negou ao pedido de apoio, sob o argumento que não estariam autorizados a prestar ajuda. No CIAC Sul (Travessa da Lapa) uma policial informou que o Delegado de plantão não estava e pediu para esperarmos o retorno da ligação e, ao retornar disse que o delegado não compareceria ao local e que era para o flagrante ser apresentado no CIAC. E assim foi, até que fizemos contato com o plantão do Tribunal de Justiça e também não fomos atendidos”, detalha Ramires, ao contar que, em razão da demora de um delegado em atender a ocorrência, os policiais estavam “cientes” que poderiam penalizar os frequentadores da casa. “Assim, os poli12 Documento Reservado / Fevereiro 2012

ciais passaram a identificar e qualificar cada uma daquelas pessoas, para posterior intimação, no caso de que a autoridade policial entendesse necessário. E, pouco depois, essas pessoas foram liberadas, ficando no local apenas três homens, apontados como funcionários. O gerente da casa, identificado como Samuel, vulgo “Samuca”, um dos detidos, seria cunhado do investigador que tentou impedir a ação dos policiais”, explica. Abandono Esgotadas todas as possibilidades de contar com apoio de uma autoridade da Policia Civil, um investigador entrou em contato com o promotor de Justiça, Leonil Battisti, que atua no GAECO (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado, um braço do Ministério Público), e que determinou que as apreensões feitas na mansão fossem removidas para local seguro. Somente por volta das 6 horas da manhã do dia 27 de janeiro, é que apenas um delegado se prontificou a atender aos policiais. Tudo o que foi apreendido foi entregue no 2º Distrito da Capital. Ali, foram deixados alvarás de funcionamento, máquinas de cartão de crédito e débito, carimbos, agendas, livros contábeis, e documentos diversos. “Eram tantos os documentos, que foram necessários dois sacos grandes de lixo para comportar todo o material”, acrescentou o investigador, lamentando que, apesar da gravidade da situação, o

Samuca, gerente do cassino, recebeu de volta tudo o que havia sido apreendido em seu poder, ou na casa, como os celulares; o dinheiro SAMUCA (R$ 740,00 em dinheiro e pouco mais de R$ 500,00 em cheques) que estava numa pochete em uma das mesas da mansão e a chave das máquinas caça níqueis. “Além do mais, as máquinas caça-níqueis não foram abertas pelos policiais que fizeram o flagrante, mas pela imprensa e soubemos que o montante recolhido fora depositado em conta de um dos detidos”, explicou Ramires. O policial também lamentou a atitude do presidente do Sinclapol que, segundo os agen-

Deputados Mauro Moraes e Fernando Francischini sabiam de toda a operação tes que participaram da operação, teria “abandonado” o grupo. “O presidente da Sinclapol, André Gutierrez, esteve na mansão, onde garantiu que faria gestões para que o flagrante fosse recepcionado no CIAC Sul e que uma autoridade de plantão compareceria para dar apoio aos policiais. Ele disse também, que estava saindo para providenciar água e alimentos para os agentes. Porém, ele saiu e não apareceu mais”, contou o investigador. Ramires também estranhou uma declaração de André Gutierrez, à uma rede de televisão, onde ele “afirma que a operação policial desencadeada teria conteúdo político e estaria sendo arquitetada por pessoas com o objetivo de desestabilizar a instituição e o Sindicato (Sinclapol), praticamente se eximindo de culpa”. Irritação Segundo o investigador, a operação poli-


cial, que acabou com a prisão de três pessoas e apreensão de 40 máquinas caça-níqueis, em uma mansão no bairro Parolin, onde funcionava uma casa de jogos e prostituição de alto luxo, irritou algumas pessoas. O delegado geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Micheloto, foi incisivo na reação à operação, demonstrando indignação com os policiais, “mas não com a licenciosidade de alto nível que ocorria no local. Em uma entrevista, o delegado chamou os participantes da operação de “milicianos” e disse que “agiram como bandidos”, além de outras expressões que ferem a moral destes trabalhadores que tão dignamente exerceram a sua função”. Ramires contou, ainda, que o delegado Luiz Carlos de Oliveira, chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio, chamou de “canalhas, idiotas e sem vergonhas”, os policiais que participaram da operação. “O Delegado Divisional entristeceu imensamente as categorias de base da Polícia Civil. Injuriou, difamou e caluniou os policiais que desmantelaram a casa de prostituição e jogatina. Ele deixou todos perplexos por criticar os policiais, os adjetivos vergonhosos que usou para classificar uma operação dita legal pelo Ministério Público e aplaudida por toda a sociedade paranaense”, acrescentou Ramires. Segundo ele, as máquinas caça-níqueis apreendidas tinham um sofisticado software, que estava programado para não haver, nunca, um ganhador. “Além disso, a devolução de agendas, celulares, máquinas de cartões, livros caixas, para o infrator, na minha opinião, se transformou no maior estelionato que já tive conhecimento, sob a proteção do Estado”, lamenta. Julgamento Para Ana Moro, aquela foi uma operação sem precedentes na história da Polícia Civil do Paraná. “Aquela foi uma operação policial

de sucesso, a maior operação com resultados positivos nos últimos 12 meses”, disse. No entanto, apesar disso, Ramires teme pelo que possa acontecer aos policiais, na Corregedoria, para onde o caso foi levado. “Acontece que pode não haver isenção no julgamento desses policiais, uma vez que tanto Micheloto, quanto Luiz Carlos de Oliveira, fazem parte do Conselho da Polícia Civil, órgão deliberativo que julga os policiais. Será que veremos aqui a isenção necessária para eventuais julgamentos relativos às pessoas e ao caso da operação cassino?”, questiona. O caso foi tão grave que o Gaeco, sob o comando do promotor Leonir Battisti, já iniciou as investigações. O promotor quer esclarecer detalhes sobre as apreensões feitas e sobre as pessoas que foram encaminhadas ao 2º Distrito Policial (DP) depois da operação. Ramires contou que todo o material apreendido “sumiu” do 2º DP e até mesmo a devolução dos celulares, e as dezenas de fotos do suposto responsável pela mansão ao lado de políticos de expressão no Estado, será investigada p e l o Gaeco. “Até porque tudo o que sumiu

“Não somos capangas e queremos deixar de ser a polícia dos três Ps, que só prende pobre, prostituta e preto” eram as provas do crime e os celulares foram devolvidos sem serem periciados, pois poderiam conter provas que levassem ao verdadeiro proprietário do cassino clandestino. No entanto, agora, com a investigação a cargo do Ministério Público, é certo que o assunto não vai cair no esquecimento e que realmente o caso poderá ser esclarecido”, disse Ramires. O promotor Leonil Battisti, procurado pela reportagem da Documento Reservado,, preferiu não se pronunciar sobre o caso, para não atrapalhar as investigações, já que ele já começou a ouvir os envolvidos. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, uma das funções do órgão é o controle externo da atividade policial e, também, em função de pedido de providências protocolado pelo Sindicato dos Investigadores, o Gaeco passou a investigar o caso da operação realizada na mansão do Parolim. “O Gaeco informa que ouvirá os investigadores que participaram da operação. Mais detalhes não serão divulgados para não atrapalhar os trabalhos de apuração”, disse. Também foram procurados, o presidente do Sinclapol e o delegado geral, Marcus Vinícius Micheloto que, segundo a sua assessoria, ele não falaria mais sobre este assunto, porque tudo o que tinha a dizer já havia dito. No Governo também não é diferente. O governador Beto Richa (PSDB) garantiu que os policiais que participaram

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segurança

da operação cassino não seriam punidos. No início dos trabalhos na Assembleia Legislativa, Richa disse que isso não existe (punição). “A polícia tem o rigor de sua disciplina, que deve ser observada, mas, os acordos com os sindicatos e associações são de livre e democrática negociação”, disse.

Presidente do Sincaplol saiu para comprar lanche e desapareceu “Apesar do silêncio reinante, esperamos que o Ministério Público identifique o real proprietário do cassino, e os motivos de nenhum delegado querer acompanhar o flagrante. Prova disso é que os policiais aguardaram por mais de 8 horas a chegada de um delegado, mas ninguém apareceu. Sendo, então, necessária a intervenção de um promotor do GAECO autorizando a condução dos detidos e do material apreendido ao 2º distrito policial para que os procedimentos fossem tomados pelo delegado do local”, diz Ana Moro. E conforme Ramires, a posição do SIPOL é pelo “apoio incondicional” aos policiais civis que participaram do flagrante. Carreira única Roberto Ramires disse ainda que o fato de haver uma tentativa de unificar as carreiras de investigador e escrivão também tem irritado os policiais. De acordo com o presidente do Sipol, a unificação dessas carreiras “é nefasta, arbitrária e até ditatorial”, porque contraria a vontade dos integrantes das carreiras e “em nada vai contribuir para a melhoria da Segu14 14 Documento Documento Reservado Reservado // Fevereiro Fevereiro 2012 2012

rança Pública no Estado”. Segundo ele, se realmente, os deputados validarem, por meio de projeto de lei, quem será penalizado será o contribuinte. “Os investigadores de Polícia, ao ingressarem na Polícia Civil, prestaram concurso com regras específicas para o cargo, com perfil “psico-profissiográfico” para atender as atribuições que o cargo exige. Agora, sem a anuência das categorias e em flagrante desrespeito aqueles que, à época, optaram por escolher essa ou aquela carreira, obrigá-los a uma nova profissão, incerta e sem um projeto científico ou estudos que a convalide. Por isso, o Sipol repudia essa atitude, que impede a participação efetiva da categoria dos investigadores na elaboração/revisão do Estatuto que regerá as carreiras dos ocupantes desses cargos”, completa Ramires. Operação Padrão 15 de fevereiro de 2012 Ao contrário do que muitos esperavam, depois da polêmica gerada em torno da operação na mansão do Parolin, a operação padrão de policiais civis continuou. Policiais do Cope descobrem dois cassinos clandestinos em Curitiba. Um no bairro Batel e outro nas Mercês. O flagrante foi na noite do dia 15 de fevereiro de 2012, quando os policiais estouraram os dois cassinos clandestinos, e apreenderam máquinas caça-níqueis. Nas Mercês, conforme informações da polícia, os investigadores também chegaram aos locais por meio de denúncia anônima. De acordo com o delegado Kleudson Moreira Tavares, que chefiou as operações, um dos cassinos fica na Rua Coronel João Guilherme, 42, próximo à Rua

Manoel Ribas. Ali, os policiais apreenderam 33 máquinas caça-níquel em funcionamento. No momento da abordagem, sete clientes jogavam no local. Três funcionários do cassino foram detidos e levados à sede do Cope. “A casa funcionava com todo tipo de jogo. Apreendemos até máquinas de cartão de crédito. Os clientes podiam pagar com dinheiro ou cartão”, disse o delegado, ao acrescentar que o local é tranquilo e o imóvel de aparência “residencial” não levantou nenhuma suspeita. “Somente pelas denúncias pudemos chegar ao local. E as pessoas que souberem de outros locais que denunciem, para nos ajudar a acabar com esse ilícito. Jogo de azar é crime, mas as pessoas continuam jogando”, disse. No Batel, conforme o delegado, o flagrante foi de outra equipe do Cope, também por meio da denúncia feita no dia anterior. A polícia invadiu uma casa de jogo, na Rua Desembargador Costa Carvalho, 53, esquina com a Rua Bispo Dom José, nos fundos do Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos). O delegado contou que, por causa de um sistema de monitoramento por câmeras, existente no local, nenhum cliente ou funcionário foi encontrado no cassino, mas 21 máquinas caça-níquel foram apreendidas e levadas à sede do Cope. “O sistema de monitoramento nos atrapalhou, porque possibilitou a fuga dos responsáveis e dos jogadores. Mas conseguimos apreender as máquinas e fechar o cassino”, disse Kleudson, em entrevista à rádio Banda B. “Era mais um local bem camuflado. Uma fachada de residência, ninguém poderia suspeitar o que havia no interior”, concluiu.

Operação padrão continua e estouraram cassinos nas Mercês e Batel


energia

LUCIAN HARO

A FORTE COPEL

pressiona os fracos A

Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) começou o ano metida em um impasse regimental que, como sempre, ameaça afetar o lado mais fraco envolvido na história. Desta vez, a empresa é acusada de não seguir determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de estar antecipando a transferência do gerenciamento de iluminação pública a pequenos municípios do Paraná – medida prevista para entrar em vigor em setembro deste ano, mas que pode ser prorrogada até julho do ano que vem. Quem sustenta a denúncia é o deputado federal João Arruda (PMDB-PR), que diz ter depoimentos de prefeitos do interior do Estado comprovando a pressão feita pela energética para agilizar o repasse dos ativos. É dele, inclusive, a autoria do inquérito ingressado no Ministério Público do Estado (MP) para apurar o caso. Segundo disse o deputado, a Resolução Normativa 414/2010 da Aneel, prorrogada em 2011, tira dos Estados e transfere aos municípios a responsabilidade de administrar os pontos de energia elétrica locais (postes de iluminação pública), o que deve aumentar em pelo menos 30% as receitas das prefeituras – que precisarão comprar cabos, lâmpadas, contratar técnicos e terceirizar serviços, por exemplo. Valendo-se disso, sustenta Arruda, a Copel já teria iniciado o trabalho de transferência de função, no início do ano, sem esperar o parecer final da Aneel sobre o 15 Documento Reservado / Fevereiro 2012


energia

acordo feito com a Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados, estendendo para julho de 2013 o início do vigor da medida. “Tenho relato de prefeituras que foram procuradas pela companhia e pressionadas a assumir as redes antes do tempo acordado com a Aneel (1º de julho de 2013)”, assegurou o parlamentar. Ele também enfatizou que, além de entrar com pedido de vistas no MP, comunicou a indisciplina da Copel à Aneel e ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. O deputado continuou as investidas e ainda qualificou como “anti-municipalista” a atitude da Copel e do Governo do Estado, afirmando que os pequenos municípios do Paraná estão se vendo em sérios apuros para cumprir as exigências. “Não tem motivo nem justificativa para essa transferência. A Copel tem fechado constantemente as contas com superávit. Em 2010, a empresa registrou lucro líquido superior a R$ 1,01 bilhão. De janeiro a setembro de 2011, no entanto, a arrecadação já tinha chegado aos R$ 988 milhões”, sustentou. Nossa reportagem entrou em contato com alguns prefeitos que teriam sido “assediados” pela Copel e um deles, que pediu para não ser identificado, afirmou que desde 1º de janeiro a prefeitura é quem está fazendo a manutenção dos postes da cidade. “Fomos pro-

João Arruda: “Pequenos municípios do Estado estão se vendo em sérios apuros para cumprir as exigências antes da hora”

curados pela companhia e logo tivemos que adaptar um caminhão para fazer a troca das lâmpadas, contratar pessoas para fazer o serviço e comprar uniformes. Gastos elevados que não estavam em nosso planejamento”, afirmou. Ainda segundo o prefeito, o custo para manutenção de cada poste de luz é, em média, de R$ 90 e a Copel estaria repassando menos da metade desse valor às prefeituras, ficando o restante a cargo das administrações municipais pagarem. O outro lado Pelo que divulgou recentemente a Copel, no entanto, e ao contrário do que afirma o deputado João Arruda, a companhia estaria, na verdade, auxiliando os municípios a cum-

prirem a determinação dentro do prazo. Oficialmente, alega a energética, a resolução 414 começa a valer em setembro deste ano, pois a Aneel ainda não emitiu parecer final ao pedido de prorrogação do prazo até o ano que vem. “Dos 396 municípios em que a Copel atua, 262 já assumiram os sistemas de iluminação pública seguindo a nova medida. Restam ainda 134, que, de acordo com a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) terão que absorver os impactos operacionais e financeiros e, por isso, necessitam de mais prazo”, disse a empresa em nota. O presidente da companhia, Lindolfo Zimmer, comprometeu-se, inclusive, a encaminhar à Aneel o ofício em que a AMP relata as dificuldades que a transferência acarretará aos municípios. Segundo ele, a preocupação é garantir que o repasse dos acervos de iluminação pública ocorra da maneira mais transparente e tecnicamente adequada para todas as partes envolvidas. “A Copel deve observância à regulamentação do setor elétrico, sob pena de sofrer sanções e multas em caso de atrasos, mas certamente não tem interesse em prejudicar os municípios”, afirmou. Impacto negativo Na visão do presidente da AMP e também

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prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, o Gabão, os prefeitos respeitarão a medida e irão cumpri-la, mas há preocupação com os aumentos de custos que terão que enfrentar para se enquadrarem na nova legislação. Por este motivo, na avaliação de Gabão, a Resolução 414 significará mais um duro golpe às já combalidas finanças dos municípios, que estão atingindo seu limite máximo de contratação de pessoal no Executivo (54%, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal). “Além disso, os municípios foram obrigados a assumir grandes encargos em outras áreas vitais para a população, como a manutenção da rede básica de saúde e a Educação. O problema é agravado pelo fato de que, neste ano, as prefeituras terão que aumentar em 22% o piso salarial dos professores”, apontou o presidente.

Gabão: “O cumprimento desta legislação deverá aumentar os gastos com a administração dos pontos de energia elétrica em cerca de 30%”

Quanto mais mexe... A Copel também terá que se explicar sobre o rombo de quase R$ 60 milhőes em seus cofres, no ano de 2003, que pode ter relaçăo com um esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Federal e pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRTRJ). A ligaçăo só veio ŕ tona, no męs passado, quando a PF prendeu Rogério Figueiredo Vieira, ex-servidor do Tribunal carioca, acusado de comandar movimentaçőes milionárias que somaram um prejuízo de R$ 283 milhőes ŕquele Estado. Vieira já foi preso em Curitiba, em 2004, durante as investigaçőes que deram conta da fraude nos recursos da energética paranaense. De acordo com o ex-relator da subcomissăo dos créditos tributários da Comissăo Parlamentar de Inquérito (CPI) que levantou as denúncias na época, o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), o Ministério Público do Paraná tem a chance de, nove anos depois do ocorrido, mostrar ŕ populaçăo os verdadeiros culpados

pelo desvio e puni-los. Em 2003, Veneri chegou a ir até a capital carioca para interrogar Figueiredo Vieira, por meio de cartas precatórias. Naquele ano, o ex-servidor do TRT-RJ foi preso na mesma operaçăo em que caíram o ex-secretário da Fazenda e expresidente da Copel, Ingo Hübert, o ex-secretário de governo, José Cid Campęlo Filho, e dois exdiretores da Copel, César Antônio Bordin e Sérgio Luiz Mollinari. Todos foram liberados em menos de 24 horas após a prisăo e o caso mantinha-se engavetado na esfera judicial desde entăo.

Tadeu Veneri: “Nove anos depois do ocorrido, temos a chance de mostrar à população os verdadeiros culpados e puni-los”.

Agora, com os novos fatos, Tadeu Veneri espera que as irregularidades sejam esclarecidas e que o comando do inquérito seja mantido no Paraná. “Temos que assegurar que medidas serăo tomadas e que o processo năo prescreva no Tribunal de Justiça”, disse ele.

Fraude Conforme o relatório elaborado pela CPI da Copel, em 2003, duas operaçőes fraudulentas da companhia foram averiguadas. Uma delas foi a compra de créditos de ICMS da empresa declarada falida Olvepar, no valor de R$ 39,6 milhőes, e a outra foi o contrato, sem licitaçăo, firmado com a Adifea (Associaçăo dos Diplomados das Faculdades de Economia e Administraçăo da Universidade de Săo Paulo). O desvio consistiu, de acordo com as investigaçőes, no pagamento de R$ 16,8 milhőes feito pela Copel, em setembro de 2002, ŕ Adifea por uma suposta consultoria. A CPI concluiu que o trabalho atribuído ŕ Adifea já tinha sido realizado por técnicos da Copel.

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infraestrutura

Chaga aberta Desastre natural na região litorânea do Paraná ainda tem suas marcas bem visíveis

“D

epois da tempestade vem a bonança”, diz o ditado popular. E talvez seja essa a única esperança de algumas famílias do litoral paranaense que, um ano após as fortes chuvas e deslizamentos que devastaram a região, ainda vivem em abrigos e moradias improvisados pelas prefeituras. A situação deve durar, no mínimo, mais sete meses, conforme estima a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, já que boa parte das casas não começou a ser reconstruída. 20 Documento Reservado / Fevereiro 2012

Das cidades mais afetadas, está Antonina. Além das ruas e terrenos alagados, o bairro Laranjeiras foi literalmente engolido pela enxurrada de árvores e lama que desceu dos morros, por isso o bairro nem voltará a existir. Os cerca de 100 moradores do local tiveram que deixar suas casas às pressas e não tiveram tempo de salvar nada. De olho nas encostas, eles ainda visitam o local, quase que diariamente, tentando encontrar pertences que possam ter resistido à tragédia. Foi lá

que encontramos o pescador Carlos Alberto Novaes, de 40 anos. Ele conseguiu sair de casa com a filha de 8 anos antes que os deslizamentos destruíssem tudo. Depois de 20 dias abrigados numa igreja, Novaes e a filha foram encaminhados para a Cooperativa dos Pescadores de Antonina, junto com mais sete pessoas da família. A expectativa, agora, é por um novo lar. “Não temos para onde ir”, disse ele. Segundo informou a assessoria de comu-


LUCIAN HARO

nicação do município, cerca de dez famílias ainda estão sem moradia e permanecem alojadas em casas de parentes, alugadas ou em abrigos oferecidos pela prefeitura. Um terreno estaria sendo preparado para receber as casas que vão atender os desabrigados, mas os recursos públicos disponibilizados pelo governo até agora, só permitiram a construção de 53 das quase 90 moradias previstas. Dos R$ 9,3 milhões prometidos pelo Governo do Estado, Antonina recebeu R$ 4,5 milhões. Em Morretes, as chuvas são, até hoje, motivo de apreensão principalmente para os moradores das comunidades rurais do município. Em Floresta, pedaços inteiros de vegetação, pedras e terras desceram dos morros sobre casas e terrenos das cerca de 200 famílias que viviam no local. “Teve gente que perdeu tudo, inclusive as embalagens utilizadas para transportar as frutas e verduras que vendiam em Paranaguá”, lembra o secretário de Governo, Marcy Alves Pinto Jr. De acordo com ele, a permanência dos agricultores em Floresta depende de um laudo conclusivo da Mineropar, em parceria com a Defesa Civil, sobre a estabilidade do solo dos morros da região. Mais do que casas, ruas e estradas, as fortes chuvas dizimaram, também, a economia dessas cidades, que vem sendo reconstruídas pouco a pouco. Áreas rurais usadas para agricultura, pecuária e ecoturismo foram arrasadas, visto que as águas as atingiram com maior intensidade. As atividades do turismo de aventura, grande vocação de Antonina e Morretes, que são pobres em indústrias, foram comprometidas pelo bloqueio da BR-277. Em Paranaguá, o pátio de triagem do porto também foi afetado pela interdição da rodovia e chegou a receber apenas 2% da demanda de caminhões que costumam circular por lá em períodos normais.

Relembre a tragédia A temporada de fortes chuvas que castigou o litoral do Estado, em março do ano passado, provocou enxurradas e uma série de deslizamentos que arrastaram casas, invadiram terrenos e bloquearam os principais acessos rodoviários à região. Pelo menos 32 mil pessoas ficaram desabrigadas e quatro morreram. Os locais mais afetados pela força das águas foram Paranaguá, Guaratuba, Morretes e Antonina. Segundo a Defesa Civil, num primeiro momento, a maior preocupação era prestar atendimento às vítimas trabalho feito de maneira incansável por milhares de voluntários. Eles arrecadaram mantimentos, cozinharam, acolheram e transportaram os desabrigados. Na época, inclusive, o desastre foi considerado como sendo similar ao da região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, a maior catástrofe natural já assistida pelo País. As áreas ambientais devastadas podem demorar até 40 anos para se recuperar, afirmam especialistas.

Anti – desastres A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (Cedec-PR) mantém um programa permanente de prevenção a novas tragédias. Recentemente a pasta lançou um mapeamento de riscos de desastres no Paraná, disponível no site www.defesacivil.pr.gov.br. A iniciativa é uma das maneiras de prever o surgimento de precipitações que possam gerar novos estragos. No levantamento foram cruzadas informações referentes aos acidentes ocorridos ao longo dos últimos 30 anos – período que compreende o banco de dados existente no sistema informatizado da Cedec. 21 Documento Reservado / Fevereiro 2012


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greve

É proibido fazer

GREVE

Greves de diversas categorias pipocam no País nos primeiros meses de 2012, levando a paz dos milhares de brasileiros que viram os seus direitos “pisoteados” pelos servidores, que também têm o direito a reivindicar melhores salários. Impasse. E para tentar resolver esse problema, o Congresso Nacional voltou a discutir a regulamentação da greve no serviço público 24 Documento Reservado / Fevereiro 2012


NORMA CORRÊA

S

e a maioria da população brasileira pudesse impedir a deflagração de greves e, como a maior prejudicada numa mobilização paredista, certamente o País não teria convivido nestes primeiros meses de 2012 com tantas paralisações. Alegando a necessidade de cruzar os braços para forçar os patrões a ceder por reajustes salariais, que consideram compatíveis com as suas profissões, a Bahia viveu o caos na segurança pública, com a greve dos policiais militares; no Paraná, a paralisação dos vigilantes de transportes de valores criou confusão nos bancos que ficaram sem dinheiro para os usuários; a adesão de 100% de motoristas e cobradores do transporte coletivo parou Curitiba por dois longos dias. Isso sem contar com as greves de aeroviários e de aeronautas, de metroviários e de operadores do sistema de transporte, dos trabalhadores nos Correios, na área da saúde na Capital paranaense. Enfim, greves e mais greves que ainda podem eclodir, como professores das universidades estaduais que prometem paralisar no dia 14 de março, entre tantos outros profissionais que se julgam no direito de parar para reivindicar. Porém, a grande polêmica em torno do direito desses trabalhadores é quanto ao direito da população em ter acesso a serviços pelos quais paga. “Onde fica, então, a velha máxima que diz: o meu direito termina onde começa o direito do próximo? Os meus direitos não podem sobrepor-se aos direitos alheios. Mas, parece que os grevistas não estão muito preocupados com o próximo. Dizem, por atos, que ‘a população que se lixe, eu quero ganhar mais’. Isso não está certo”, desabafou Ana Carolina Gonçalves Pereira, irritada no dia 14 de fevereiro, quando esperava por um ônibus em um dos terminais de Curitiba. Situação vivida por Carolina se repetiu dezenas de vezes, entre milhares de pessoas, que iam ao banco, mas não conseguiam sacar nos caixas eletrônicos, por causa da greve dos vigilantes; deixaram de pagar as contas

Enfim, greves e mais greves que ainda podem eclodir, como professores das universidades estaduais que prometem paralisar no dia 14 de março, entre tantos outros profissionais que se julgam no direito de parar para reivindicar. Porém, a grande polêmica em torno do direito desses trabalhadores é quanto ao direito da população em ter acesso a serviços pelos quais paga. porque os carteiros não entregaram as correspondências por causa da greve. E assim foi o dia a dia de brasileiros que, não são contra a reivindicação de melhores salários e condições de trabalho, desde que não prejudique a população. Recentemente, durante a greve dos policiais militares na Bahia – que pediam a aprovação da PEC 300 (que aumenta o salário e unifica os pisos dos salários dos policiais no País) –, surgiu a possibilidade de as paralisações dos PMs atingirem, pelo menos, oito estados do Brasil. Para evitar o que já estava sendo chamado de “epidemia de greve”, a presidente Dilma Rousseff (PT) desengavetou um projeto de lei que disciplina o direito de greve de servidores públicos. A proposta prevê a exigência de que haja comunicação antecipada da greve ao Governo, no mínimo em 71 horas, das atividades consideradas “inadiáveis de interesse público”. Do outro lado, porém, o presidente da Câmara, Marco

Maia (PT-RS), apesar das mobilizações, disse que o Congresso está disposto a rediscutir o direito de greve, e reiterou que não vai pôr em votação a PEC 300. O projeto “desengavetado” por Dilma, que restringe o direito à greve, foi elaborado pela Advocacia-Geral da União, em 2007, mas foi para a gaveta da Casa Civil, na época comandada por Dilma Rousseff, que não viu interesse em levar a proposta adiante. O presidente da Câmara alertou que a PEC 300, da forma como foi apresentada, representaria, caso aprovada pelo Congresso, um “impacto brutal” nas contas dos estados. “Então, não vejo hoje nenhuma condição política para que se trate de uma matéria como essa, com esse grau de exclusividade, dentro da Câmara, desrespeitando a autonomia dos estados”, avisa. Regulamentação de greve O ministro João Oreste Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST)

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Ministro João Oreste Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, defende a imediata regulamentação da greve no serviço público

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greve

Curitiba viveu um verdadeiro caos em meados de fevereiro com a adesão de 100% de motoristas e cobradores em greve, que durou dois dias

defende a necessidade de regulamentação da greve no serviço público. Em recente entrevista à Rádio Jovem Pan, ele disse que, no caso de policiais e bombeiros, embora a Constituição proíba a greve, é preciso que se criem canais de diálogo para evitar impasses como os verificados na Bahia e no Rio de Janeiro. “É preciso esclarecer que a greve na atividade privada já é regulamentada. Do que o Brasil se ressente, e muito, é de uma regulamentação da greve no setor público. A Constituição Federal diz que os servidores públicos têm direito à greve, mas na forma que for especificada em lei – e essa lei não existe. Essa regulamentação é importante, em primeiro lugar, para institucionalizar e fomentar um canal de negociação coletiva entre os servidores públicos e o poder público. Em segundo lugar, para estabelecer a forma do exercício do direito de greve, pelos servidores públicos, como a exigência de uma comunicação prévia da deflagração da greve, ou a exigência de

Policiais militares e o direito de greve O artigo 9º, parágrafos 1º e 2º da Constituição, garante o direito de greve a todos os trabalhadores, com restrições aos serviços e atividades consideradas essenciais, sendo proibida aos militares. O artigo 42 considera os bombeiros e os policiais militares como militares dos Estados e com os mesmos direitos e deveres dos militares das Forças Armadas, que são diferenciados dos demais servidores públicos por ser categoria de trabalhadores que têm a obrigação de seguir rigorosamente os princípios da hierarquia e da disciplina. O artigo144, parágrafo 6º, diz que tanto os bombeiros quanto os policiais militares são forças auxiliares e reserva do Exército, as-

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sim, dentro da hierarquia militar, um general determina ordem aos coronéis e aos soldados, quando autorizados pelo governador, em acordo com a Presidência da República. “Mas em momentos de crise, a União pode intervir nas Unidades da Federação, já que o interesse nacional está acima das autonomias das partes (Estados, Distrito Federal e municípios). Entretanto, a proibição de greve aos militares não significa que estejam impedidos de se manifestar pacificamente, direito este garantido a todos os brasileiros. Portanto, os trabalhadores militares não podem ser tratados como ‘coisas’. Pelo contrário, esses trabalhadores devem ser tratados como seres humanos e assistidos pelo Estado,

por exemplo, com serviços de saúde psicológica, formação continuada, condições de trabalho e salários dignos. Já as chantagens aos governadores por interesses políticos, a baderna e a manifestação armada devem ser consideradas motim, sujeito às penas do Código Penal Militar (oito a 20 anos de prisão)”, disse o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-SP), mestre e doutor em Direito Constitucional pela PUC/SP. Segundo ele, quem tem o dever de proteger, deve agir nos limites da autoridade para ser respeitado. “Assim, compete aos governadores exercer os seus poderes-deveres em quaisquer circunstâncias, legitimados pela soberania popular para não permitirem motim e chantagem. Caso os governadores não


um percentual mínimo de servidores para atendimento às necessidades inadiáveis da sociedade, ou a disciplina do corte de vencimento pela participação em greve. Muitas vezes, o que se vê hoje são servidores participando de greves que, pela falta de desconto de salários, se transformam num período de férias, o que é absolutamente intolerável”, pondera, ao acrescentar que há necessidade de que essa nova lei disponha sobre a punição para os que cometam eventuais abusos no exercício desse direito, e assim por diante. “Agora, é preciso também ficar claro que a proibição de greve, em determinadas carreiras decorre da interpretação e da aplicação da Constituição Federal. É o caso dos policiais militares. É o caso também dos militares que integram as Forças Armadas. E, no meu entender, o exercício de greve é incompatível, por exemplo, com o exercício da magistratura ou com a condição de diplomata, etc. Ou seja, em relação às carreiras de Estado, a lei deveria explici- >>

No Rio de Janeiro, Bombeiros consideraram insuficiente o aumento de salário oferecido pelo governo e decretaram greve

exerçam as suas atribuições, compete à União exercê-las na forma constitucional e fazer a intervenção urgente com o devido bom senso, pois a segurança da população, a manutenção da ordem pública e os direitos fundamentais das pessoas são obrigações do poder público, já que o Estado existe para cumprir, essencialmente, a função de garantir a segurança das pessoas. Dessa forma, para cumprir esse direito à sociedade, é preciso que o Estado valorize os trabalhadores policiais”, completa. Na Bahia, os policiais militares deflagraram greve, apesar de a Constituição proibir tal manifestação

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greve

Em greve por melhores salários e condições de trabalho, vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana fazem passeata no centro de Curitiba

A regulamentação do direito de greve dos servidores da iniciativa privada foi feita um ano depois da promulgação da Constituição, por meio da Lei 7.783/89, mas o direito de greve dos servidores públicos continua indefinido. De acordo com Ferreira, enquanto o direito de greve do servidor público não for regulamentado, a questão continuará sendo resolvida na Justiça, com base em jurisprudência criada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em outubro de 2007. Naquele ano, os ministros, ao apreciar a legalidade de movimento grevista de servidores do Ministério da Educação à época, entenderam que, na falta de regulamentação do direito de greve do servidor público, deveria ser aplicada a legislação mais pertinente, que era a lei do direito de greve para o setor privado. tar a proibição do exercício do direito de greve – aliás, como se observa em muitos países, se formos examinar o direito comparado”, avalia, ao informar, ainda, que não basta o reconhecimento de que a Constituição proíbe aos militares o direito de parar. “É preciso que se estabeleça uma forma de diálogo – elevado, construtivo –, e isso quase não acontece. Resulta daí um impasse que pode evidentemente, em situações extremas, conduzir à paralisação das atividades, deixando muitas vezes a população refém dos grevistas por uma inabilidade, às vezes, daqueles que exercem o poder público e, também, pela falta de mecanismo de diálogos construtivos”, disse. No Senado No Senado, a regulamentação do direito de greve começa a ser discutido entre os senadores membros da Comissão de Constituição e Justiça, conforme determina o artigo 37 da Constituição de 1988. O projeto de lei 710/11, é de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e já foi lido na CCJ. Segundo o senador paulista, a sua ideia é eliminar um 28 Documento Reservado / Fevereiro 2012

vácuo de mais de 23 anos desde a promulgação da Constituição, que mandou regulamentar direitos de greve para servidores públicos e a iniciativa privada.

No esporte Enquanto a regulamentação da greve no setor público não é efetivada, algumas movi-

História da greve É de origem francesa a palavra “greve”. É derivada de “grevè”, que quer dizer “não trabalho”, por causa de paralisação determinada por trabalhadores em luta por melhores condições de trabalho e salário. A greve é um fenômeno social, condicionada por fatores sociais, políticos e econômicos, e quase sempre se caracteriza como um meio de pressão contra o empregador para obter uma reivindicação de interesse coletivo. O conceito de greve é amplo e ao que se tem notícia, data no início de 650 a.C. No Brasil, as primeiras greves aconteceram entre os anos 1602 e 1644, com rebeliões de escravos nos vários estados do país, especial-

mente na Bahia, Minas Gerais e Alagoas, com os quilombos e os mocambos. No Mato Grosso, o Quilombo da Carlota paralisou com a “Balaiada” em 1837; e o Quilombo de Jabaquara, em São Paulo, na Serra do Cubatão, próximo a Santos, em 1888, às vésperas da abolição do cativeiro, com o apoio de abolicionistas, como Antônio Bento, Luiz Gama, Silva Jardim e outros. A Constituição de 1946 reconhecia o direito de greve, porém, previa que a sua deflagração dependeria de regulamentação posterior, o que aconteceu depois de 18 anos, por meio da Lei nº 4.330, de 01 de junho de 1964. Antes da Constituição de


mentações no Congresso Nacional pretendem garantir a ausência de greves durante o Mundial de 2014, por meio de um projeto de lei que restringe as paralisações durante a Copa do Mundo. A matéria tramita paralelamente à Lei Geral da Copa e também é considerada fundamental para o sucesso Mundial, pelos três senadores que a apresentaram: Marcelo Crivella (PRB-RJ), Ana Amélia (PP-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA), todos da base aliada do Governo Federal. Os três propõem aumentar os serviços considerados essenciais à população e que, por isso, têm de ser mantidos mesmo em casos de greve. Querem também impor mais regras para que sindicatos não possam deflagrar paralisações na Copa de 2014 e também na Copa das Confederações, em 2013. Polícia Civil Depois de desencadear a operação padrão e de fazer vigília em frente ao Palácio Iguaçu,

reivindicando melhores salários, os policiais civis do Paraná decidiram pela deflagração de greve durante o Carnaval. No entanto, o presidente do Tribunal de Justiça, Miguel Kfouri Neto, ao analisar ação proposta pelo Governo do Estado, decidiu pela proibição da greve e estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil, em caso de descumprimento da decisão. “Além da ilegalidade, pela falta de regulamentação da greve de servidores públicos, é evidente o risco à segurança da população paranaense, principalmente no feriado de Carnaval”, disse o desembargador em seu despacho. Segundo ele, do ponto de vista jurídico, o direito de greve do servidor público, embora previsto na Constituição da República, ainda não está regulamentado. “Nesse contexto, deve-se observar que a segurança pública é direito de todos e, consequentemente, o serviço público de polícia constitui atividade essencial que não admitiria paralisação em função de greve da categoria de servidores”, avalia, ao acrescen-

tar que seria ilegal a greve deflagrada pelos policiais civis, considerando, inclusive, o que já decidiu o STF sobre a matéria. “Por último, sustenta-se que a paralisação proposta pelos policiais civis se revela desproporcional em face das reivindicações da categoria, impondo-se a negociação, prevalecendo o caráter político do ato”, disse. O Sindicato das Classes Policiais (Sinclapol) já recorreu da decisão. Na mesma trincheira, o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Michelotto, também estaria insatisfeito com a primeira tabela de reajustes de salários proposta pelo Governo. Ele pediu a união dos servidores e disse estar solidário com os policiais de base. “Nunca tivemos uma união tão evidente de todas as classes. Por isso, é importante que esta união continue pautando em todas as decisões, porque o Governo do Estado não fechou as portas para as negociações, nas quais confiamos em um desfecho positivo”, disse.

1.946, estava em vigor o Decreto Lei nº 9.070, de 15 de março de 1946 – que abria as portas para o exercício do direito de greve em plena vigência da Constituição de 1937, que proibia essa manifestação. Mais, recentemente, a Constituição de 1967 e a Emenda Constitucional de 1969, limitaram o exercício da greve somente às atividades privadas e não essenciais, proibindo a paralisação nos serviços públicos. Depois, veio o Decreto Lei nº 1.632, de 04 de agosto de 1978, e, finalmente a Constituição de 1988, estabelecendo as disposições que passaram a garantir o direito de greve e a coibir o abuso desse direito.

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esporte

Futebol americano no gosto dos brasileiros O

futebol americano começa a despertar a curiosidade dos brasileiros, embora tenha sido praticado em pequena escala no país há 20 anos. Esse jogo maluco, onde homens grandalhões, com pesos superiores a 150 quilos, dão encontrões em busca de uma bola em forma oval, correm feitos loucos de um lado a outro do campo, como se estivessem em uma guerra, promete ter destaque nos esportes brasileiros. Ao contrário da leveza com que nossos craques tratam a bola de futebol, esporte que veio da Inglaterra, o futebol americano exige a força bruta dos jogadores que se empurram, bloqueiam e perseguem uns aos outros, tentando fazer avançar uma bola em território inimigo durante uma hora de tempo de jogo, que se transforma em três ou quatro de tempo real.

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CAROL SAGAZ Wyllian Dom Soppa

No Brasil, esse esporte começou a ganhar popularidade no final dos anos 90, quando redes de televisão passaram a transmitir campeonatos americanos. As primeiras transmissões foram feitas pela Rede Bandeirantes entre 1994 a 1998. Hoje os canais ESPN e BandSports transmitem os jogos da temporada do National Football League (NFL) e vem obtendo sucesso de audiência. Fundada em 2000, a Associação de Futebol Americanos do Brasil (AFAB) é entidade máxima do futebol americano no país e responsável pelo desenvolvimento e regulamentação do esporte, sendo reconhecida pelo Ministério dos Esportes e possui 12 entidades filiadas, representando os Estados do RS, SC, PR, SP, RJ, MG, ES, DF, MT, PB, AM e CE. No estado do Paraná, existe a Federação Paranaense de Futebol Americano (FPFA) que atualmente conta com cinco associados: Coritiba Crocodiles, Curitiba Brown Spiders, Curitiba Hurricanes, Foz do Iguaçu Black Sharks e Ponta Grossa Phantoms. O atleta do Brown Spiders,, Wyllian Dom Soppa, disse à revista Documento Reservado que a mídia paranaense ainda deixa a desejar na cobertura do esporte, mas há uma evolução. Ele lembra, no entanto, que o futebol americano é o esporte que mais evoluiu no Brasil nos últimos anos. De 2009 para cá, evoluiu na base da independência financeira e de divulgação. “Mais de 90% do crescimento do futebol americano em terras brasileiras é hoje graças ao esforço de atletas e dirigentes de equipes”, afirma Soppa, que joga futebol desde 2009. Acompanhe a entrevista:

DR - Por que você se interessou por este esporte? Wylliam Dom Soppa – Eu sempre curti o futebol americano, mas até 2007/2008 o contato que eu tinha era apenas nos filmes e desenhos animados. Nesta temporada da liga americana comecei a acompanhar alguns jogos e daí o futebol americano ultrapassou todos os outros esportes na minha preferencia.

DR - Como são os treinos, já que muitos atletas têm outras profissões? >> 31 Documento Reservado / Fevereiro 2012


esporte

WDP – Posso dizer que ninguém no Brasil vive de futebol americano, tirando uma renda disso (pelo menos os atletas). Nossos treinos são baseados na escala do trabalho. Em geral, o pessoal sai do trabalho e vai para as academias e dedica os fins de semana aos treinos com a equipe. No Brown Spiders temos treinos coletivos as quartas, das 22h às 1h30, e aos sábados, das 13h às 18h. Fora esses coletivos, cada atleta faz seu preparo individual durante a semana e é bem puxado.

DR - Qual o local dos treinamentos? WDP – Nós treinamos no Parque do Peladeiro aos sábados e em uma cancha fechada nas quartas. A maioria dos times no Brasil treina em parques e praças públicas, alguns formam parcerias com times de futebol ou com prefeituras para ter um espaço mais adequa-

do. Os treinos sempre acontecem em campos de futebol mesmo.

DR - Há algum tipo de incentivo, patrocinadores? WDP – O Brown Spiders está negociando com alguns possíveis investidores, porém não há nada concretizado oficialmente. Outros times já contam com um ou outro patrocínio mas, em geral, são pequenas ajudas. A grande maioria se vira na base da colaboração financeira dos próprios atletas. No Brown Spiders, rachamos todos os custos.

DR - O que precisaria para expandir o esporte pelo estado? WDP – Com a entrada do Coritiba Football Club no futebol americano, a divulgação

Guilherme de Almeida Bida O atleta Guilherme de Almeida Bida, que joga futebol americano há dois anos e meio, depois que um amigo chamou para fazer um teste no time. Atualmente joga no Curitiba Hurricanes, que treina em São José dos Pinhais, no antigo Parque do Iguaçu,hoje Parque Municipal de São José dos Pinhais. Para ele a falta de patrocínio é o que dificulta para o esporte crescer ainda mais. “Não temos patrocínios, apenas alguns colaboradores, que contribuem quando podem. Talvez falte apenas isso para que o esporte realmente alavanque”. Bida também fala sobre sua convocação à Seleção Brasileira de Futebol Americano.

DR - Como o time se mantém?

Guilherme de Almeida Bida

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Guilherme de Almeida Bida – Nosso time se mantém, assim como os demais, com mensalidade dos atletas. Esse dinheiro já tem destino certo, compramos material para treino, aluguel de campo para jogo, viagens, inscri-


no Paraná aumentou um pouco. Tivemos, inclusive, a final da Liga Brasileira entre os times do Coritiba e do Fluminense, dentro do Couto Pereira que contou com o maior público de futebol americano do Brasil, com quase oito mil pessoas nas arquibancadas. O grande problema aqui, para a divulgação, é a resistência da mídia em abrir um espaço que não sirva apenas para dizer “é futebol, mas se joga com as mãos; tem bola, mas é oval; tem juiz, mas não tem faltas”. Todo mundo diz que a mídia não se especializa porque o esporte não tem demanda de público nos veículos de imprensa, mas será que não é o contrário? Será que o público não busca por falta de informações? No surgimento do futebol, a popularização aconteceu após a mídia ajudar e divulgar. Também foi assim com basquete, vôlei, tênis, MMA.

ções de torneios e todo gasto que diz respeito ao time.

DR - Como é o futebol no estado do Paraná? GAB – O estado do Paraná, hoje, é referência para o esporte. Quando falamos em organização, planejamento e logística com certeza está na frente dos outros estados. O que falta para realmente sermos vistos como profissionais do futebol americano, além de salários, é claro, são patrocínios. Este ano, com certeza, já estamos na vanguarda do Futebol Americano brasileiro, pois será construído o Centro de Referência de Futebol Americano, com a criação de um campo com as medidas oficiais para a pratica do nosso esporte, onde serão realizados todos os jogos dos times da capital

DR - Como o esporte é visto pelo público?

Acho que falta um amadurecimento da mídia quanto a essa divulgação.

DR - Não falta, então, maior divulgação dentro das ligas? WDP – Recentemente foi divulgada uma parceria entre a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude e a Federação Paranaense de Futebol Americano, que criará o Centro de Excelência em Futebol Americano onde hoje existe o Parque Peladeiro. Teremos o primeiro estádio específico para a modalidade no Brasil, e será municipal, o que é um grande passo para o fortalecimento do esporte aqui. Estou muito feliz de fazer parte dessa fase do futebol americano.

DR - Ainda há preconceito com o esporte. Por quê?

GAB – Hoje o esporte já é visto com outros olhos pelo público paranaense, já não olham mais com preconceito e sim com curiosidade, o que atrai expectadores para os jogos. Muitos acham que é um esporte que incentiva a violência, talvez por essa razão muitos não vão aos jogos. Mas onde as pessoas que não conhecem o esporte veem violência, nós atletas, vemos técnica e muita força física. Treinamos muito para jogar, pois o jogo é muito mais mental do que físico. Estudamos as jogadas que iremos executar baseadas em pontos fracos dos adversários.

DR - Você foi convocado para a Seleção Brasileira? GAB – A convocação para a seleção brasileira, para mim, foi o reconhecimento de toda minha dedicação e tempo que eu gastei com esse esporte. Todos os atletas, independente da nacionalidade, sonha em determi-

WDP – Sim, e muito. O povo brasileiro é muito fechado no futebol e muito dependente de “grandes heróis” para valorizar outras modalidades. A Formula 1 só virou febre aqui graças aos grandes pilotos de décadas passadas. O basquete do time do Oscar e da Hortência, o vôlei do Giba, o tênis do Guga, o próprio futsal que explodiu depois da geração do Manoel Tobias. Parte da responsabilidade por esse preconceito também é da mídia e das falhas nessa divulgação das notícias. Outra causa do preconceito é o próprio nome do esporte. Por ser “ futebol americano”, os brasileiros acham que não deve ser jogado aqui. Quando ouço isso, brinco que se fosse assim, deveríamos só jogar capoeira, futsal e futebol de praia, porque, de resto, todos os esportes são de origem estrangeira.

nado período de sua vida em poder, um dia, representar seu país. Em um primeiro momento foram convocados 90 atletas, dos principais times do país. Nos reunimos então, em São Paulo, para um treino. Dois dias de pura intensidade e tentando mostrar aos treinadores tudo o que poderíamos oferecer para a seleção. Treinamos um final de semana inteiro, dois períodos, sábado e domingo, até nos desgastarmos completamente. Foi um exemplo de organização. Os treinadores eram muito experientes e contribuíram, com certeza, para o desenvolvimento de cada atleta. Dos 90 jogadores apenas 45 foram convocados para o amistoso contra o Chile, em Foz do Iguaçu. Tive a sorte de estar entre eles e me emocionei muito quando o hino tocou. Vai ficar pra sempre guardado na memória e com certeza vou contar para meus filhos e netos que eu fiz parte da história do futebol americano no Brasil. 33 Documento Reservado / Fevereiro 2012


esporte

Mulheres nas arquibancadas A

os 19 anos, a estudante de Direito, Cláudia Nogueira trabalha como manicure em um sofisticado salão de beleza de Curitiba e chama a atenção por sua cor, parda, e sua beleza exótica, realçada pelos longos cabelos encaracolados. Por baixo do uniforme de trabalho, de cor branca, usa uma camisa do seu time de futebol do coração. Não abre mão de usar, diariamente, alguma vestimenta ou símbolo que represente o Coritiba. Sua peruca verde é vista nas arquibancadas do Couto Pereira, da Arena da Baixada, no Paraná Clube, em Paranaguá, Ponta Grossa e outros estádios onde seu time joga. “Sou doida, sim, pelo Coxa e não perco um jogo. Vou sozinha, enfrento ônibus lotado de atleticanos e não tenho medo”, afirma a jovem. “Xingo o juiz, a torcida adversária, os jogadores sem raça e digo palavrões de deixar roxo de vergonha qualquer cidadão ou cidadã”, conta Cláudia que, inclusive, já brigou em estádios e apanhou como gente grande. Ela é tão fanática pelo Coxa que, quando toma o ônibus para o trabalho, fica na parte do sanfonão - cor neutra- para não sentar em bancos vermelhos e pretos do famoso expressão de Curitiba que, literalmente, representaria as cores do arqui-inimigo Atlético Paranaense. No contraponto encontramos a jornalista Márcia Magalhães, a Marcinha, que já foi musa do Furacão. Uma apaixonada pelo time e também faz viagens malucas para ver seu time jogar. Odeia coxas, mas é polida e sabe o 34 Documento Reservado / Fevereiro 2012


CAROLINA SAGAZ

momento e a hora certa de torcer. No ano passado mais chorou que torceu, devido ao desempenho pífio de seu time. Cláudia de um lado do campo, Márcia do outro e, junto a elas, um exército de mulheres guerreiras que adoram futebol e frequentam os estádios. As mulheres estão presentes nos campos de futebol há muitos anos. Basta vermos imagens das copas do Mundo de 1950 para observarmos o grande número de senhoras e senhoritas, com chapéus e vestidos longos, torcendo para suas equipes ou seleções. As mulheres estão indo cada vez mais aos estádios e vão porque gostam e porque querem estar ali torcendo e incentivando o seu time do coração. Também afirmaram que estão ali porque gostam de futebol e para se divertirem, aliviando as tensões do dia a dia. Palavrões O depoimento é pessoal, meu. Gosto de futebol e aprendi com minha mãe que também não perde um jogo do seu e do meu time do coração. Para fazer essa reportagem à revista Documento Reservado, deixei o meu time de lado e comecei a observar o comportamento das torcedoras. O que me chamou muita a atenção é o fato de as mulheres - e me incluo - de poder falar palavrão no estádio. Sim, o estádio parece se transformar em um local no qual se permite expressões e atitudes que são possíves neste ambiente, como é o caso de mandar o juiz para aquele lugar e até mesmo os hinos provocadores das torcidas adversárias, em especial o que ironiza, pelos atleticanos, a torcida coxa. “Vou porque gosto mesmo. Eu gosto de xingar, porque não faço isso em casa. É um lugar que parece que a gente desabafa. Eu gosto de ver a torcida”, comenta Silvana Migliaccio, torcedora do Palmeiras. Em um país em que o esporte é tipicamente masculino, a

A cada dia cresce o número de mulheres que frequentam estádios de futebol e brigam como gente grande pelo seu time do coração. Além de embelezar as arquibancadas, essas mulheres estão dando um show à parte em conhecimento esportivo

Elas vão para o estádio, torcem para seu time, xingam, dizem palavrões, cantam, riem e choram

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esporte

cada dia as mulheres ganham espaço nas arquibancadas. Alguns preconceituosos de plantão acham que lugar de mulher é na cozinha e que elas não entendem de futebol. Mas, não adianta, o esporte é o mais popular do mundo e caiu na roda das conversas femininas. A cada dia cresce a presença de mulheres nos estádios. E elas entendem de futebol, sabem o nome dos jogadores e técnico, acompanham os campeonatos, sabem regras, xingam , gritam e usam a camisa do time como se fosse um manto sagrado. E, como ninguém é de ferro, às vezes a pauta da conversa é um jogador bonito e suas pernas, mas nada que fuja do real assunto: o futebol como paixão. Roendo unhas Tarde de domingo em Curitiba, seja no Estádio Couto Pereira, na Arena da Baixada ou na Vila Capanema, as arquibancadas estão repletas de mulheres, mostrando sua beleza, vibrando e torcendo para seus times. No cantinho da arquibancada, roendo as unhas, a torcedora do Coritiba, Marieli Castioni, é um exemplo desse novo perfil feminino. Ela sempre gostou de futebol, mas não costumava ir aos jogos. Mas, com um “empurrãozinho” ela

se apaixonou pelo futebol e pelo Coritiba. “Nunca tinha ido ao estádio. Minha amiga me chamou para ver um Atletiba (maior clássico do estado), eu nem tinha noção do que era, comprei o ingresso e fui. Ao chegar ao Couto Pereira, foi amor à primeira vista. Eu amei a torcida, o gramado, o jogo. Agora, minha semana só é completa quando vou ao jogo do Verdão.” Antigamente, a mulher escolhia torcer para o time que o marido ou namorado torcia. Isso é passado. A torcedora do Atlético Paranaense, Paula Senff, mostra que as mulheres têm

Nos bastidores Para ilustrar a presença de mulheres no futebol, podemos observar o grande número de jornalistas mulheres que, hoje, estăo trabalhando na área esportiva, em especial junto ao futebol. Săo repórteres de rádio e televisăo que acompanham diariamente os clubes. Elas analisam jogos, dăo palpites e mostram, na maioria das vezes, que estăo entendendo mais de futebol que muitos especialistas do setor.

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personalidade para escolher o time que vão torcer, sem influência dos homens. “Meu namorado é paranista. Conheceu-me atleticana, nunca vou mudar de time para agradá-lo.” O futebol é uma paixão nacional, que encanta e empolga tanto homens como mulheres. Seja no grito da torcida, seja na batida acelerada do coração, o que temos é amor, indiferente de sexo, raça ou cor. As mulheres tem provado que futebol é linguagem mundial, que não importa onde ou quem está torcendo, o que importa é entender o significado desse amor verdadeiro.


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cultura

Os Beatles interpretados pela Camerata Antiqua de Curitiba

São quase 40 anos de história com a música erudita

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LORERNA MALUCELLI PELANDA

The Beatles ganham destaque em programa previsto para 2012

A

o som dos instrumentos de corda, em especial violinos, a Camerata Antiqua de Curitiba inicia a programação de 2012 com muitas novidades. O grupo, formado há 38 anos, começa as apresentações em março, em comemoração aos 319 anos da capital paranaense. São 40 músicos, sendo que 20 integram a orquestra e os outros fazem parte do coro da camerata. A equipe trabalha diariamente para mostrar obras diferentes, principalmente do estilo barroco, com o objetivo de emocionar a plateia que acompanha os shows. “É um grupo bastante dinâmico. Há trabalho individual, entre os músicos da orquestra, por exemplo, e também os grandes momentos em que as apresentações são completas, com todos os integrantes”, explica a coordenadora de música erudita, da Fundação Cultural de Curitiba, Janete Andrade. Os músicos são funcionários públicos e a companhia é a única do país que faz parte de uma instituição governamental. A seleção dos integrantes é feita através de um edital lançado em todo Brasil e isso faz com que músicos de outros estados se juntem aos paranaenses e também enriqueçam o conhecimento artístico da camerata. Mas nem tudo é comemoração, já que a função de músico muitas vezes não é valori-

zada financeiramente. O violinista e representante da orquestra, Francisco Freitas Junior, está há 26 anos na Camerata e diz que a valorização ainda não é a ideal. "As dificuldades são gerais de um grupo de música erudita. Espero que as autoridades se sensibilizem e isso mude", comenta o músico. Em relação ao público, Francisco define como seleto. "Promovemos um concerto e ensinamos a plateia sobre os compositores. Há diversas ramificações, jovens, mais velhos, enfim, é um público muito eclético", finaliza. Neste ano, além de apresentar música barroca, a camerata prepara um programa com canções contemporâneas, algumas brasileiras e outras só feitas exclusivamente para o grupo. A ideia é trazer mais novidades ao público, que tem um papel especial para os integrantes. “Temos um público cativo, que nos cobra sempre”, garante Janete, que afirma que o trabalho de preparação começa meses antes dos shows. Em comemoração aos 50 anos dos The Beatles, a Camerata Antiqua promete uma homenagem aos fãs e aos garotos de Liverpool. Essa apresentação é o destaque para 2012, que também vai resgatar à tradição da música na Inglaterra dos séculos XVI a XVII.

A apresentação da Camerata Antiqua de Curitiba em homenagem aos The Beatles e Shakespeare será nos dias 11 e 12 de maio, na Capela Santa Maria Espaço Cultural. Outras informações pelo site www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

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cultura

Nu no teatro Atores sem roupa chamam a atenção no Festival de Curitiba. Uma mostra direcionada ao público adulto é a novidade da edição 2012

33 atores nus apresentam a peça do diretor curitibano Edson Bueno

A

sexualidade e a nudez terão um destaque especial no Festival de Curitiba em 2012. O evento está na vigésima primeira edição e neste ano inova mais uma vez ao fazer uma mostra dedicada só ao público maior de 18 anos. A Mostra XXX vai contar com três espetáculos temáticos ao público adulto, que prometem ser sucesso de bilheteria. Peças em que a nudez é só mais um elemento para contar histórias de amor, sexo e sedução. As montagens são produções de Edson Bueno, Gilberto Gawronski e Rodolfo García Vásquez. O diretor curitibano Edson Bueno é vete40 Documento Reservado / Fevereiro 2012

rano e participa da programação desde a primeira edição do festival. Neste ano ele traz uma proposta diferente ao palco, que é mostrar a obra escrita pelo romano Petrônio, no espetáculo Satyricon Delírio. São 33 atores que encenam a história de um triângulo amoroso homossexual. “É um dos romances mais escandalosos da história. Tem muito conteúdo erótico e polêmico. Ele retrata a Roma antiga com excessos de comida, política e é claro, sexo, fazendo uma conexão ao nosso tempo. Passaram dois mil anos e nada mudou”, explica Bueno.

Obra de arte A ousadia pode assustar o público, mas Edson Bueno garante que a ideia é divertir a plateia e inovar. “A primeira coisa que vem na cabeça da gente é pornografia, na verdade é uma obra de arte e tem um objetivo artístico. Tem muita nudez em cena, em 70% delas, os atores estão sem roupa. É uma montagem para maiores de 18 anos e para os corajosos. Vai ser de arrepiar e uma inovação em se fazer teatro em Curitiba. A montagem é muito alegre e muita gente vai sair feliz do espetáculo”, garante o diretor, que teve que fazer uma oficina direcionada


LORERNA MALUCELLI PELANDA

ao assunto para escolher os melhores encima do palco. Essa novidade também está presente na peça da companhia Os Satyros, que tem direção de Rodolfo Garcia Vázquez, chamada de Satyricon. O grupo produz o mesmo texto de Petrônio e divide em três fases: “Trincha”, instalação cênica inspirada no Império do Século XXI; “Satyricon”, a peça em si, criada a partir do romance de Petrônio e de depoimentos de michês de São Paulo e “Suburra” na qual acontece uma festa rave, trecho inspirado na Roma antiga onde se concentravam tabernas e prostitutas. A Mostra XXX terá ainda um monólogo do diretor e ator gaúcho Gilberto Gawronski. A montagem Ato de comunhão é baseada em uma história real, ocorrida na Alemanha, em 2001, em que o homem praticou canibalismo em outro homem, com a permissão do segundo. Ela é ambientada em três momentos marcantes na vida de um homem: sua festa de 8 anos, a morte de sua mãe e um encontro combinado pela Internet, no qual uma das partes é canibalizada pelo parceiro. “É um espetáculo que traz uma reflexão sobre o comportamento humano na atualidade. Mostra dois homens homossexuais que tem como fetiche o canibalismo”, comenta o ator. Vários estilos e gostos O Festival de Curitiba vai até o dia 08 de abril. São mais de 300 espetáculos, cerca de 20 da Mostra Oficial, que são encenados em vários espaços e até mesmo lugares inusitados, como penitenciária. Segundo a coordenadora executiva do evento, Ana Hufper, são 368 espetáculos do Fringe, vindos de 18 estados brasileiros. Um

Ato de Comunhão aborda o canibalismo encima dos palcos

Edson Bueno

deles é a montagem O desvio, que percorre a cidade com um carro e tem o objetivo de abordar temas como as escolhas pessoais, como por exemplo, a própria decisão de entrar no

carro e ser desviado do trajeto já traçado. “A diversidade é o segredo do sucesso das peças do Fringe, são espetáculos de todos os gêneros, para todas as idades e gostos”, garante.

e. ateia e DeRepent Mash, Palco e Pl ish M a, ib rit Gu r. mix, Risorama, decuritiba.com.b ramação: Gastrono site: www.festival no el ív on sp di Completam a prog tá es mpleta do Festival A programação co Os ingressos custam até R$ 50.

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cultura

Uma grande história pouco conhecida

“N

o passado está a história do futuro”. A citação é antiga e de autoria do filósofo e escritor espanhol Jean Donoso Cortés. Ele, como tantos outros pensadores, buscou mostrar que muitas das respostas procuradas podem ser encontradas em tempos antigos. Mais que isso, propôs um olhar “retrógrado” para pensar em perspectivas futuras. Mas o passado parece sempre tão distante, tão longe, tão difícil de tocar. Mas, nem sempre. Alguns espaços fazem o favor de reunir diversas épocas, pensamentos e civilizações em um só lugar. Os museus conseguem levar os visitantes a uma viagem fascinante e surpreendente. E quem tem o costume de realizar essas visitas, ou pelo menos já deu uma passadinha em um desses lugares, sabe que a história é verdadeira. O que muitos desconhecem é que essa riqueza histórica, às vezes, pode estar guardada tão perto! Só na capital paranaense são 11 espaços permanentes que são gerenciados exclusivamente pelos governos municipal e estadual. Sem contar os centros de exposição e as instituições privadas – aí os números aumentam para quase 20. Pouco visitado E o estado é também referência nacional. Em Curitiba está o terceiro museu mais antigo do país. O Museu Paranaense, inaugurado em 25 de setembro de 1876, só é mais novo que o Museu Nacional Quinta da Boa Vista (1818), que fica no Rio de Janeiro, e o Museu Emílio Goeldi (1871), localizado no Pará. Mas, apesar de estar entre os mais antigos, o Museu Paranaense ainda é pouco visitado. De

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IARA MAGGIONI

O terceiro museu mais antigo do paĂ­s fica na capital paranaense, conta com um acervo de 400 mil itens, mas ĂŠ desconhecido para muitos curitibanos

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cultura

Confira os demais museus de Curitiba MUSEU ANDERSON ANDERSEN Museu em homenagem ao artista norueguęs que dá nome ao espaço. No local estăo expostas obras de autoria de Andersen. Além disso, o espaço também oferece cursos e exposiçőes de artes. Anderson Andersen é considerado o primeiro artista plástico a atuar no Paraná e a incentivar o ensino das artes no estado. Rua Mateus Leme, 336 – Centro Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 9h ŕs 18h - Sábados e domingos, das 10 ŕs 16h - Entrada gratuita MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PARANÁ - MAC Abriga vasto acervo sobre a arte e as poéticas contemporâneas. Além disso, estimula o debate e a crítica por meio de cursos oferecidos. Desde 1944, o MAC promove o tradicional Salăo Paranaense. Rua Desembargador Westphalen, 16 – Centro Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 10h ŕs 19h - Sábados e domingos, das 10 ŕs 16h - Entrada gratuita MUSEU DO EXPEDICIONÁRIO Acervo que traz ao público a história da participaçăo dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Possui fotografias, filmes, mapas, livros e outros materiais sobre a temática. Praça do Expedicionário s/n ș – Alto da XV Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 10h ŕs 12h; das 13h ŕs 17h - Sábados e domingos, das 13h ŕs 17h - Entrada gratuita MUSEU DA IMAGEM E DO SOM Visa ŕ preservaçăo da memória audiovisual do estado do Paraná. É o segundo espaço do país a trabalhar com essa temática. Possui discos, fitas de áudio, filmes e fotografias. Rua Barăo do Rio Branco, 395 – Centro Horário de visitaçăo: Segunda a sexta-feira, das 9h ŕs 17h - Entrada gratuita MUSEU OSCAR NIEMEYER Composto por, aproximadamente, 3 mil peças, o espaço conta com obras de artistas como Alfredo Andersen, Guido Viaro, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, entre outros. Recebe exposiçőes de artistas de todas as partes do mundo. Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico Horário de visitaçăo: Terça a domingo, das 10h ŕs 18h - Valores: R$ 4,00 – inteira R$ 2,00 – meia-entrada (para estudantes, idosos, professores com identificaçăo, menores de 12 anos) MUSEU DA FOTOGRAFIA CIDADE DE CURITIBA Primeiro do gęnero no Brasil e segundo na América Latina. Possui aproximadamente 3 mil imagens e abriga mostras de fotógrafos brasileiros e estrangeiros. Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Centro Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12; das 13h ŕs 18h - Sábados e domingos, das 12h ŕs 18h MUSEU DA GRAVURA CIDADE DE CURITIBA Possui mais de 5 mil obras de artistas brasileiros e estrangeiros, como Picasso, Calasans Neto, Almicar de Castro, Luiz Carlos de Andrade Lima, Poty Lazzarotto, entre outros. Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Centro Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12; das 13h ŕs 18h - Sábados e domingos, das 12h ŕs 18h MUSEU DE ARTE SACRA DA CIDADE DE CURITIBA O museu fica anexo ŕ Igreja da Terceira Ordem de Săo Francisco, a mais antiga de Curitiba. No local há mais de 800 esculturas, imagens e objetos que contam um pouco da história da Igreja Católica. Rua Claudino dos Santos, s/n ș - Largo da Ordem Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12; das 13h ŕs 18h - Sábados e domingos, das 9h ŕs 14h MUSEU DO CARTAZ É o primeiro museu do gęnero no país. Possui uma coleçăo de mais de 10 mil cartazes de várias temáticas. Há trabalhos brasileiros e outros de diversos países diferentes. Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Centro Horário de visitaçăo: Terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12; das 13h ŕs 18h - Sábados e domingos, das 12h ŕs 18h

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acordo com o balanço da Secretaria Estadual de Cultura, no ano passado 21,6 mil pessoas visitaram o espaço, uma média mensal de 1,8 mil visitantes. O número de visitantes é quase 10 vezes inferior ao registrado no Museu Oscar Niemeyer, por exemplo, que tem um público mensal de aproximadamente 16.500 pessoas. O motivo da pequena frequência de visitantes pode ser a falta de informação e conhecimento. A estudante Mireli Oncken apenas soube do espaço porque frequentemente passa em frente ao casarão. “Me surpreendi ao visitar o museu. Por ser pouco divulgado a gente acaba nem dando muito valor e quando vem visitar acaba vendo o quanto tudo isso é bonito”, diz. E, às vezes, até quem vem fazer turismo em Curitiba acaba se surpreendendo. O cozinheiro Gabriel Gutierres, de Uruguaiana (RS), encontrou o museu por acaso. “A gente estava andando pela feirinha do Largo da Ordem, vimos o casarão e resolvemos entrar. Não imaginava que o lugar era tão rico em termos de história e cultura”. Volta ao tempo O Museu Paranaense possui uma área de 4.700 m², sendo, por isso, capaz de abrigar o

maior acervo de todo Paraná. Atualmente o espaço possui, aproximadamente, 400 mil itens. E a variedade é o que mais impressiona. A história dos índios que viveram no Paraná – contada por fotografia, objetos pessoais, artefatos para caça; recordações de guerras no estado – com roupas dos militares, armamento utilizado e retratos dos principais generais; a Curitiba de ontem e de hoje – com uma grande maquete que mostra as principais ruas da capital em 1876 e coloca os nomes correspondentes à atualidade; um pouco sobre a colonização no Brasil – com miniaturas das embarcações do período das Grandes Navegações, objetos utilizados para prender e torturar os escravos. Enfim, são tantos períodos históricos presentes que fica difícil até citar. A dica é visitar o espaço e presenciar um verdadeiro “aulão” de história geral, do Brasil e do Paraná. SERVIÇO Museu Paranaense Rua Kellers , 289 – Alto São Francisco Horário de visitação: Terça a sexta-feira, das 9h às 17h Sábado e domingo, das 11h às 15h Entrada gratuita


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cultura

CURITIBA SE RENDE AO

PSYCHO CARNIVAL Wreck Kings (Alemanha)

Drunk Demons (Belo Horizonte/MG)

T Ovos Presley (Curitiba)

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opetudos, uni-vos!!! O encontro dos garotos com topetes levantados, costeletas afiadas e lindas garotas pin-ups tatuadas amantes do psychobilly aconteceu recentemente em Curitiba, durante o Psycho Carnival 2012 (já na 13° edição), entre os dias 16 e 21 de fevereiro. O festival reuniu no Largo da Ordem 40 bandas nacionais e internacionais, além de eventos paralelos como o Rockabilly Motors Kustom Show, com carros envenenados das décadas de 50, 60 e 70, e o Zombie Walk, que arrastou aproximadamente 5 mil pessoas fan-


EDDIE ROCK

O que rolou no Psycho Carnival 2012 Three Bop Pills (Curitiba) Motorgrass (Săo Paulo) Hillbilly Rawhide (Curitiba) The Mullet Monster Mafia (Piracicaba/SP) Chernobillies (Curitiba) Cwbillys (Curitiba) Feras do Caos (Curitiba) Batmobile (Holanda) Big Trep (Rio de Janeiro) Krappulas (Curitiba)

Batmobile (Holanda)

Wreck Kings (Alemanha)

tasiadas de zumbis e outras criaturas horrendas pelas ruas do centro histórico da capital paranaense. Os shows no Espaço Cult, com capacidade para mil pessoas, lotaram todas as noites.Vlad Urban, organizador do Psycho Carnival, que teve apoio da Fundação Cultural de Curitiba , destacou que boa

parte do orçamento é do próprio festival. “Mandamos pedido de atenção para diversos órgãos reguladores e não tivemos problemas, mas é preciso pensar o quanto o evento é interessante para a cidade. Talvez chegue o momento de uma atenção maior (no Zombie Walk), com escolta policial, banheiros químicos e melhor infraestrutura de palco”.

Os Degolados (Săo Paulo) Os Dinamites (Brasília) Mary Lee & The Sideburn Brothers (Londrina/PR) Rádio Cadaver (Curitiba) Cry Baby (Cordeirópolis/SP) Los Wolfmen (Argentina) Ovos Presley (Curitiba) Sick Sick Sinners (Curitiba) The Working Horse Irons (Austrália)

Psychobilly. Que bicho é esse? Psychobilly é um gênero musical descrito como uma mistura entre o punk do final dos anos 70 e o rockabilly norte-americano dos anos 50. O gênero também é caracterizado pelas referências à filmes de terror e assuntos como violência, sexualidade não convencional e outros temas polêmicos, apresentados geralmente de forma cômica. O termo “psychobilly” foi usado pela primeira vez por Johnny Cash em sua canção “One Piece at Time”, em 1976. Passaria a ser usado para definir o gênero alguns anos depois, quando o The Cramps descreveu sua música como “psychobilly” e “voodoo rockabilly”. Além do Cramps, Screamin’ Jay Hawkins e Meteors são considerados os precursores do movimento. Por nunca ter sido um estilo muito popular, seus fãs frequentemente organizam “Finais de Semana Psychobilly” em que várias bandas tocam juntas para conseguir atrair bastante público. Os primeiros finais de semana foram organizados no Reino Unido em meados dos anos 80. A moda psychobilly é caracterizada por um penteado chamado “quiff ”, um tipo de moicano rockabilly, enquanto as roupas combinam o estilo punk (cabelo tingido, trajes surrados e rasgados e jaquetas de couro), com a moda inicial do rockabilly (estampas com figuras de animais).

The Rocker Covers (Inglaterra) Jinetes Fantasmas (Argentina) Drunk Demons (Belo Horizonte/MG) Mistery Trio (Curitiba) Annie & The Malagueta Boys (Curitiba) Tributo ao Gene Vincent (Rio de Janeiro) Lenon z & the Sick boy trio (Sapucaia do Sul/RS) Soda Billy (Manaus/AM) Coffin Nails (Inglaterra) As Diabatz (Curitiba) The Brown Vampire Catz (Londrina/PR) Bad Luck Gamblers (Săo Paulo) Bad Motors (Sorocaba/SP) 99 Nose Again (Curitiba) No Milk Today (Curitiba) Evil Idols (Curitiba) Dersertor (Curitiba) S.O.S Chaos (Curitiba)

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agenda

Exposições Salăo Paranaense: uma retrospectiva

O Museu Oscar Niemayer (MON) abriga até 18 de março a exposiçăo “Salăo Paranaense: uma retrospectiva – Desejo de Salăo”. A mostra faz uma retrospectiva da história do salăo que é realizado no Paraná desde 1944. Entre os artistas com obras na atraçăo estăo Alfredo Andersen, Guido Viaro, Roberto Leal e Eliane Prolik. Informaçőes: (41) 3350-4400.

IN-VERSOS

Até 23 de março, a exposiçăo da fotógrafa Kristiane Foltran, fica em cartaz do Espaço de Arte. A mostra traz 17 trabalhos de dupla exposiçăo digital, sem manipulaçăo, que desconstroem as paisagens naturais e levam o espectador a um mundo visual e poético. Informaçőes: (41) 3015-6320.

Antanas Sutkus: um olhar livre

A exposiçăo “Antanas Sutkus: um olhar livre” fica cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON) até o dia 20 de maio. A mostra exibe 120 imagens do fotógrafo lituano Antanas Sutkus, nascido em 1939 e dono de um acervo de mais de 1 milhăo de negativos. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Sob a Luz de Henri Cartier-Bresson

A exposiçăo “Sob a Luz de Henri Cartier-Bresson” fica em cartaz na Galeria da Escola Portfólio até 27 de março. A mostra composta por 18 imagens do fotógrafo Marcelo Buainain é inspirada no estilo do fotógrafo francęs Henri Cartier-Bresson. Informaçőes: (41) 3252-2540.

Os Caprichos

O Museu Oscar Niemayer (MON) abriga até 26 de abril a exposiçăo “Os Caprichos”. A mostra apresenta 80 gravuras do artista espanhol Francisco de Goya (1746-1828), mais conhecido pelas suas pinturas. As gravuras dispostas em sequęncia numerada de 1 a 80 trazem a crítica e o misticismo de Goya, em temas como prostituiçăo, vida em sociedade, aristocracia espanhola e supertiçőes, entre outros. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Săo Francisco de Assis – O Paradigma da Humanidade

Até 29 de abril, o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba abriga a exposiçăo “Săo Francisco de Assis – O Paradigma da Humanidade”. A mostra é composta por nove obras inéditas da artista plástica Lúcia Calluf, que tem como tema a figura de Săo Francisco de Assis. Obras em madeira, colagem e pintura sobre superfícies rústicas săo as técnicas utilizadas. Informaçőes: (41) 3321-3265.

Joăo Baptista Groff – Caçador de Imagens

A Casa Romário Martins abriga até novembro a exposiçăo “Joăo Baptista Groff – Caçador de Imagens”. A mostra é composta por imagens de Curitiba nas décadas de 1920 e 1930, feitas pelo fotógrafo Joăo Baptista Groff (1897-1970). Informaçőes: (41) 3321-3255.

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PROGRAMAÇÃO FESTIVAL Los Pájaros Muertos

28 de março, no Bebedouro do Largo da Ordem. O espetáculo de dança se ambienta na época em que viveu Pablo Picasso. As pessoas que o cercavam e seus destinos săo mostrados pelas coreografias de Marcos Morau. Informaçőes: (41) 3352-8000.

Ah, a Humanidade! E Outras Exclamaçőes

28 e 29 de março, no SESC da Esquina. A peça apresenta um universo construído com personagens solitários em busca de comunicaçăo. A narrativa é dividida em cinco histórias. Os atores vivenciam condiçőes como uma gravaçăo de um vídeo para uma agęncia de encontros, uma coletiva de imprensa ou uma reconstituiçăo de foto de guerra. Informaçőes: (41) 3304-2222.

A Peça do Casamento

28 e 29 de março, no Teatro da Reitoria. O espetáculo acompanha o conflito entre Jack e Gillian, casados há 30 anos. Ele anuncia que quer deixá-la. A partir daí, os atores começam um jogo cęnico, em que lembram como foi a relaçăo dos personagens durante o casamento. Informaçőes: (41) 3360-5066.

Escravas do Amor

28 e 29 de março, no Teatro Guaíra. O espetáculo é uma adaptaçăo da obra de Suzana Flag, um dos pseudônimos do dramaturgo Nelson Rodrigues. A narrativa delirante, acompanha um grupo de mulheres e suas relaçőes amorosas. Informaçőes: (41) 3304-7900.

De Verdade

28 e 29 de março, no Guairinha. A montagem conta a trajetória de uma mulher destinada ŕ felicidade. Inteligente e famosa, ela acaba casada com um predestinado ao fracasso. No palco, os personagens apresentam diferentes pontos de vista sobre um mesmo casamento. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Baraka

28, 30 e 31 de março e 1ș de abril, na Casa Hoffmann. O espetáculo é inspirado em rituais de diversas culturas que tem um ponto em comum: a presença feminina como fonte de inspiraçăo. Informaçőes: (41) 3321-3228.

O Idiota – Uma Novela Teatral

28 de março a 2 de abril, no Centro de Exposiçőes Horácio Sabino Coimbra - CIETEP. O espetáculo é uma adaptaçăo da obra homônima de Dostoiévski. A trama tem como protagonista o príncipe Míchkin, que retorna ŕ sua cidade natal, na Rússia, e a encontra corrompida pela ganância e pelo individualismo. Informaçőes: (41) 3271-7719

Deus é um DJ

29 e 30 de março, no Teatro da Reitoria. A montagem acompanha um casal de videoartistas que decide morar numa galeria de arte. Os dois transformam suas vidas em uma performance, aproveitando o tempo livre para trabalhar num revolucionário projeto audiovisual. Informaçőes: (41) 3360-5066

Fausto ComPacto

29 e 30 de março, no Teatro Paiol. A peça é baseada na obra de Christopher Marlowe. Na trama, um médico erudito busca na magia negra, a soluçăo para seus dilemas e curiosidades. Para alcançar o objetivo, ele promete sua alma a Lúcifer. Informaçőes: (41) 3213-1340.

Nem Um Dia Se Passa Sem Notícias Suas

29 e 30 de março, no Teatro Bom Jesus. A peça acompanha um cirurgiăo bem sucedido que, aos cinquenta anos de idade, acabou de perder o pai. Ele precisa se livrar das coisas que pertenciam ao falecido, como discos, a casa e outras lembranças. Em sua companhia está o irmăo caçula. Informaçőes: (41) 2105-4034.

Satyros’ Satyricon

29, 30 e 31 de março, no Espaço Cęnico. A peça do grupo Os Satyros é um fragmento de um projeto sobre a obra romana de Petrônio. O espetáculo, adaptado para os dias de hoje, mostra parte da realidade de garotos de programa do submundo de Săo Paulo. Para a montagem, a companhia utilizou relatos reais de jovens que vivem nessas condiçőes. Informaçőes: (41) 3338-0450.

Lançamento CD O Chefe da Casa

29 e 31 de março, no Canal da Música. Lançamento do CD da banda O Chefe da Casa. Informaçőes: (41) 3331-7513.

A Moça Mais Bonita do Rio de Janeiro

29 de março a 1ș de abril, na Casa Hoffmann. Fadinha é uma jovem que trabalha em um prostíbulo brasileiro do século retrasado. Seus sonhos de amor săo destruídos por causa de sua beleza. Informaçőes: (41) 3321-3228.

49 Documento Reservado / Fevereiro 2012


agenda Risorama

29 de março a 3 de abril, no ParkCultural. A mostra de stand up comedy é comandada pelos comediantes Diogo Portugal e Nany People. Informaçőes: (41) 3317-6600.

Obituário Ideal

30 e 31 de março, no SESC da Esquina. O espetáculo acompanha um jovem casal que frequenta enterros de desconhecidos para chorar. A narrativa retrata a banalizaçăo da violęncia e a busca por sentimentos plenos. Informaçőes: (41) 3304-2222.

O Casamento

30 e 31 de março, no Teatro Guaíra. A montagem é baseada na obra homônima de Nelson Rodrigues. Na trama, um dia antes de um casamento o pai da noiva recebe a notícia que o futuro genro foi flagrado em um incidente homossexual. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Fome de Vida

31 de março, no Canal da Música. A banda Nuvens divulga seu segundo álbum “Fome de Vida”.

Rosa

31 de março e 1ș de abril, no Teatro Paiol. A peça acompanha uma senhora judia que relembra da infância em Yultishka, pequena cidade no meio da Ucrânia durante seu luto. O espetáculo mescla períodos marcantes de sua vida como a mudança para Varsóvia, a invasăo da Polônia pelos nazistas e o sonho de viver na Palestina. Informaçőes: (41) 3213-1340.

Palácio do Fim

31 de março e 1ș de abril, no Teatro Bom Jesus. O espetáculo é baseado em narrativas verídicas sobre o período anterior e posterior ŕ invasăo no Iraque por tropas americanas em 2003. O enredo da montagem evidencia como lados opostos de um conflito podem afetar e entrelaçar vidas. A peça é uma alusăo ŕ Antiga sede da câmara de tortura de Saddam Hussein. Informaçőes: (41) 2105-4034.

A Criança Mais Velha do Mundo

31 de março e 1ș de abril, no Teatro Marista. A peça é uma fábula musical que conta a história de Magnólia. A personagem se prepara para uma viagem com o pai, enquanto uma senhora se arruma para suas festividades de 90 anos. Informaçőes: (41) 3074-2531.

Carnivale

31 de março, 2, 4 e 7 de abril, no Auditório Bento Mossurunga (Colégio Estadual do Paraná). Uma menina encontra por acaso um depósito cheio de equipamentos e roupas que pertenceram a uma trupe de circo. Ela acaba adormecendo e os artistas voltam em seus sonhos para realizar uma última performance. Informaçőes: (41) 3304-8975.

Memórias de Garagem

31 de março, 1ș, 7 e 8 de abril, no Teatro Cena Hum. Bernardo, Cinara, Isabela, Alana, Cadú e Felipe săo seis adolescentes que estăo em fase de transiçăo. O grupo estreita os laços em uma festa e descobrem a importância dessa afinidade. Informaçőes: (41) 3333-0975.

WII Previsto e Nos Outros

1ș e 2 de abril, no Teatro Guaíra. O espetáculo da companhia Balé da Cidade de Săo Paulo conta com duas coreografias diferentes. A primeira mescla diferentes linguagens para fazer um exercício de percepçăo de realidade. Na segunda, a peça explora a ideia de acumulaçăo ao longo da vida. O movimento dos atores retrata nossos aprendizados e relacionamentos com o outro. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Luis Antônio – Gabriela

1ș e 2 de abril, no SESC da Esquina. O espetáculo acompanha a trajetória de um travesti que se torna famosa no exterior sob o codinome de Gabriela. A trama da montagem é fragmentada. Momentos como o abuso sexual do irmăo caçula, a busca da irmă mais velha e a descoberta da homossexualidade constroem uma só história do personagem. Informaçőes: (41) 3304-2222.

Gargólios

1ș e 2 de abril, no Guairinha. A peça apresenta uma leitura sobre o mundo pós-11 de setembro. Em uma narrativa năo linear, o diretor Gerald Thomas retrata algumas de suas próprias experięncias, já que viu a queda do World Trade Center de seu apartamento em Nova York. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Ecos de Uma Civilizaçăo

1ș e 2 de abril, no Teatro José Maria Santos. Espetáculo coreográfico que procura mostrar através dos movimentos do corpo a história da cultura negra. Informaçőes: (41) 3322-7150.

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O Ato da Comunhăo

2 e 3 de abril, no Espaço Cęnico. O espetáculo acompanha um personagem em tręs momentos de sua vida: o aniversário de oito anos, o enterro da măe na juventude e o encontro, quando adulto, com alguém da internet. O fim da peça é inspirado em um caso real, em que um homem praticou canibalismo consentido em outro homem. Informaçőes: (41) 3338-0450.

O Libertino

3 e 4 de abril, no Teatro Bom Jesus. A peça é uma comédia que funciona como uma introduçăo ao pensamento filosófico. A trama tem como base a obra do francęs Denis Diderot, famoso na França no século XVIII. Descansando em uma zona afastada de Paris, o filósofo é convocado para escrever o verbete “Moral” para “A Enciclopédia”. Informaçőes: (41) 2105-4034.

Equus

3 e 4 de abril, no SESC da Esquina. O espetáculo narra a história de um psiquiatra que investiga o que leva um jovem a cegar seis cavalos. O paciente é filho único de um casal de religiosos. Durante o tratamento, o próprio médico enfrenta seus medos. Informaçőes: (41) 3304-2222.

Estamira – Beira do Mundo

3 e 4 de abril, no Teatro Paiol. A peça conta a história real de Estamira, uma catadora de lixo com uma percepçăo do mundo surpreendente e devastadora. A montagem apresenta o depoimento pessoal de Dani Barros, que reconheceu na personagem sua própria măe. Informaçőes: (41) 3213-1340.

Licht+Licht

4 e 5 de abril, no Guairinha. A peça acompanha o escritor alemăo Goethe em seu leito de morte. As últimas palavras dele săo “Licht, mehr Licht” (Luz, mais Luz). Enquanto morre, o autor encara os personagens que criou em versőes diferentes da que criou. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Muita Mulher Pra Pouco Musical

4 e 5 de abril, no Teatro José Maria Santos. A peça é inspirada nas histórias da Broadway e conta as pressőes diárias das pessoas que vivem nesse meio. Informaçőes: (41) 3322-7150.

Enquanto Tecemos

4 e 5 de abril, no Teatro José Maria Santos. O espetáculo é construído através da dança, poemas e desenhos. É inspirado na Odisséia de Homero e na experięncia humana. Informaçőes: (41) 3322-7150.

O Menino Que Vendia Palavras

4 e 5 de abril, no Teatro Marista. O texto, inspirado na obra de Ignácio de Loyola Brandăo, um grupo de crianças sempre recorre ao pai de um deles para descobrir o significado das palavras. Um dia eles percebem que podem negociar o conhecimento como mercadoria. Informaçőes: (41) 3074-2531.

Aquilo Que Meu Olhar Guardou Para Vocę

5 e 6 de abril, no Teatro Paiol. A peça explora o homem contemporâneo e suas contradiçőes e sentimentos. A plateia tem um papel ativo na durante a encenaçăo. A narrativa traz reflexőes sobre a sociedade em que vivemos. Informaçőes: (41) 3213-1340.

Judy Garland – O Fim do Arco Íris

5 e 6 de abril, no Teatro Guaíra. O musical conta a história da atriz Judy Garland, mais conhecida por seu papel como Dorothy, no filme “O Mágico de Oz”. A personagem teve uma vida tumultuada por drogas e grandes romances. Informaçőes: (41) 3304-7900.

O Jardim

5, 6 e 7 de abril. O espetáculo é dividido em tręs linhas temporais. Passado, presente e futuro de uma mesma família se misturam na peça que năo tem rigidez no formato. A peça provoca reflexăo no público sobre a reconstituiçăo da memória. Informaçőes: (41) 3271-7719.

Caravana – Memórias de um Picadeiro

1ș a 8 de abril, no Teatro Positivo. A peça do Circo Roda conta a história de Caturrăo, um velho palhaço que faz sua despedida dos picadeiros em uma turnę circense pelos estados brasileiros. Uma pequena fă o visita em seu camarim e escuta as lembranças do palhaço, histórias das passagens pelas cidades do qual ele fez durante sua carreira. Informaçőes: (41) 3317-3107.

Essa Febre Que Năo Passa

6 e 7 de abril, no SESC da Esquina. A peça é baseada na obra da jornalista Luce Pereira e explora o universo feminino contemporâneo. A trama utiliza personagens de cinco contos diferentes, interpretados por seis atrizes que inserem fragmentos de suas próprias histórias. Informaçőes: (41) 3304-2222.

Eclipse

6, 7 e 8 de abril, no Teatro da Reitoria. O espetáculo acompanha cinco personagens que esperam pelo fim de um eclipse solar. Enquanto aguardam, eles discutem assuntos que văo da existęncia e a condiçăo humana ŕ obra de Anton Tchékhov. Conforme o tempo passa, as diferentes visőes de mundo geram situaçőes absurdas. Informaçőes: (41) 3360-5066.

51

Documento Reservado / Fevereiro 2012


agenda

Satyricon Delírio

6, 7 e 8 de abril, no Espaço Cęnico. O espetáculo é uma adaptaçăo do romance romano de Petrônio. Na trama, tręs malandros vivem em uma relaçăo amorosa e carnal. O trio vive em uma cidade repleta de orgias, embriaguez e confusőes determinadas pelos deuses. Informaçőes: (41) 3338-0450

Namíbia, Năo!

7 e 8 de abril, no Guairinha. O espetáculo é ambientado num futuro paralelo. Em 2016, uma Medida Provisória decreta que todos os afrodescendentes precisam retornar imediatamente ao continente africano. André e Antônio decidem burlar a regra e passam os dias trancados em um apartamento. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Julia

7 e 8 de abril, no Teatro Bom Jesus. O espetáculo é uma livre adaptaçăo da obra “Senhorita Julia”, de August Strindberg. A montagem tem elementos audiovisuais que circulam pelo palco. Na trama, a filha de um rico empresário se envolve com o chofer da família. Informaçőes: (41) 2105-4034

Hécuba

7 e 8 de abril, no Teatro Guaíra. O texto clássico de Eurípedes acompanha o destino dos gregos após a queda de Tróia. Os personagens tentam voltar ŕ sua terra, acompanhados do fantasma de Aquiles. A peça trabalha com temas como ganância, dor e vingança. Informaçőes: (41) 3304-7900

Cante com Peixonauta – O Show

7 e 8 de abril, no Teatro Marista. A peça leva ao palco os personagens da animaçăo homônima brasileira. Peixonauta, Zico e Marina interpretam 14 cançőes. Informaçőes: (41) 3074-2531

Shows Creedence Clearwater Revisited

No dia 14 de março, o grupo Creedence Clearwater Revisited realiza única apresentaçăo no Teatro Positivo. A banda tem a participaçăo do baixista e do baterista originais do Creedence Clearwater Revival. Informaçőes: (41) 33150808.

Roupa Nova

O grupo Roupa Nova realiza única apresentaçăo dia 17 de março, no Teatro Positivo. Atualmente eles promovem o DVD “Roupa Nova 30 anos”, gravado durante a turnę de 2011. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Roberta Sá

A cantora Roberta Sá realiza única apresenta-

52 52 Documento Reservado Reservado // Fevereiro Fevereiro 2012 2012 Documento

çăo no Teatro Guaíra no dia 17 de março. O show faz parte da turnę de lançamento do álbum “Segunda Pele”, mas năo ficam de fora do repertório os sucessos dos trabalhos anteriores da cantora. Informaçőes: (41) 3304-7900.

Frederico, Cesar Menotti & Fabiano e Fernando & Sorocaba. A atraçăo conta com a participaçăo especial do grupo Edo Krause & Orquestra, que anima o público com música eletrônica e intrumentos de sopro e cordas. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Marcelo Camelo

Camerata Antiqua de Curitiba – A Paixăo de Bach

No dia 24 de março, o cantor e compositor Marcelo Camelo se apresenta no Canal da Música. O músico traz o espetáculo “Camelo Voz & Violăo”, que além de Marcelo Camelo tem a participaçăo de Thomas Rohrer tocando rabeca. Informaçőes: (41) 3331-7513.

Nos dias 30 e 31 de março, a Camerata Antiqua de Curitiba abre a temporada 2012 na Capela Santa Maria, com a apresentaçăo da Paixăo Segundo Săo Joăo (BWV-245), de Bach. Informaçőes: (41) 3321-2840.

Iced Earth

Thrash Maniacs Festival

A banda norte-americana de power/thrash metal Iced Earth realiza única apresentaçăo no Curitiba Master Hall no dia 24 de março. O grupo atualmente promove o álbum Dystopia, lançado em 2011. Informaçőes: (41) 3315-0808

Curitiba Country Festival

Também no dia 24, acontece na Arena Expotrade, em Pinhais, o Curitiba Country Festival, um dos maiores eventos sertanejos do país. O evento contará com a presença do cantor Michel Teló, da cantora Paula Fernandes e das duplas Joăo Neto &

No dia 6 de abril, acontece no Music Hall o Trash Maniacs Festival, que terá como atraçăo principal da noite, a banda alemă Sodom. As bandas se apresentam Terrorscream, Rhestus e Juggernaut também se apresentam no mesmo dia. Informaçőes: (41) 3026-5050.

Ponto de Equilíbrio

O grupo de reggae Ponto de Equilíbrio se apresenta no dia 7 de abril, no Curitiba Master Hall. Também participam do show as bandas paranaenses Namastę e Djambi. Informaçőes: (41) 3315-0808.


53 Documento Reservado / Fevereiro 2012


perfil

Velho Anésio

Velho Anésio

Q

uero render uma homenagem a um grande homem, chamado Anésio Ribeiro, que nos deixou no dia quatro de janeiro de 2012, aos 81 anos de idade. Foi ao encontro da Dona Nair Tosti Ribeiro. Procedente de Arapongas e pioneiro na querida Alto Paraná, onde desembarcou em 1954, Anésio Ribeiro, desbravou matos e trabalhou como motorista de caminhão, onde, por mais de 40 anos, deixou seu rastro e sua marca nas estradas deste imenso País.

Carinhosamente chamado de "mineirinho", no interior do Estado, de biso pelos bisnetos, de Vô Nésio pelos netos e Ribeiro pelos amigos do Malutrom, em Morretes, deixa saudades. Ao entrar na Ilha, em Porto de Cima, sempre olho para o banquinho do lago, onde jogava seu anzol em busca de uma tilápia ou taraíra. Passou seus últimos 20 anos, apreciando a natureza de nossa Morretes, fazendo

54 Documento Documento Reservado Reservado // Fevereiro Fevereiro 2012 2012

hortas e curtindo passarinhos que tratava pela manhã e a tarde. Um dia, ao seu lado, cheguei a contar 56 canários em volta a um amontoado de quireras que ele postava com carinho. Aos 80 anos pedalava sua bike, tomava uma cachacinha no Tadachi e era marrento em uma canastra (buraco). Truco, quando jogava de parceiro com um dos netos, Jonas ou André, era imbatível, pois só ele conseguia fazer maços à moda antiga. Sabia com quem estavam as cartas. Pois bem. Seu Anésio, meu querido pai, nos deixou. Sua morte foi tranquila, o que nos confortou - eu, minhas irmãs, a Lola, os netos e bisnetos - em parte. Seguiu seu novo rumo nas desconhecidas estradas pós-vida. Esperamos que esteja bem e que reencontre seus entes queridos, porque nós, com aperto no coração, vamos sempre nos lembrar do alegre e sorridente Véio Anésio. Pedro Ribeiro


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56 Documento Reservado / Fevereiro 2012


#www.documentoreservado.com.br O1- FEV/2O12

Tudo novo na S10 2012 Tradicional picape da Chevrolet renasce totalmente modificada.

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Seu carro bebe muito? Veja dicas de como economizar combustível

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editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação RT Press Comunicação Ed Carlos Rocha Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Divulgação Ford, Divulgação Chevrolet, Divulgação Peugeot, Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora

Mercado de carros

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partir desta edição, a Revista Documento Reservado trará todo mês o suplemento de carros. É um suplemento que aborda o mundo dos automóveis, trazendo informações sobre lançamentos, novidades, comportamento ao volante, manutenção de veículos, segurança, entre outros assuntos deste fascinante segmento econômico. A nossa intenção é manter o leitor atualizado sobre o setor, mas, principalmente, trazer informações que o ajudem a cuidar melhor do seu veículo, a melhorar a sua forma de condução no dia a dia, a andar com mais segurança e a desfrutar melhor o prazer de dirigir. Nossas pautas serão sempre pensadas neste sentido, mas também estaremos abertos a receber sugestões de temas e/ou comentários sobre as matérias publicadas. Mande suas críticas e/ou sugestões para rocha@rtpress.com.br, aos cuidados de Ed Carlos Rocha. Boa leitura!

Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO ENCARTE ESPECIAL AUTOMÓVEIS # 01 - FEVEREIRO/2012

Pedro Ribeiro

índice 05

08

NOTAS Serve para quę? Tá no código

TUDO NOVO NA S10 2012 Lançamento da Chevrolet: nova referęncia

06

MANUTENÇĂO Seu carro está “bebendo” muito?

11

10

GIRO CARRO Proteçăo para mulheres grávidas Nova fábrica GM Recall para Frontier

ECOSPORT Design marca novo Ford EcoSport

4 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


notas

Fale com as montadoras

Serve para quê?

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Chevrolet GM 0800 702 4200

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O papel das velas é produzir faíscas elétricas geradas pelos eletrodos dispostos em suas extremidades. Estas faíscas são as responsáveis pela queima da mistura oxigênio-combustível, que gera a energia necessária para o trabalho do motor e, conseqüentemente, para a movimentação do veículo. Dificuldades na partida, falhas nas acelerações e retomadas, aumento do consumo de combustível e perda de potência podem ser alguns dos sintomas que indicam que é hora de trocar o conjunto de velas de ignição. Vários fatores podem contribuir para o desgaste das velas. Os mais comuns são os combustíveis de procedência duvidosa ou adulterados, que encurtam a vida útil destes componentes e podem provocar, entre outros problemas, superaquecimento das peças e carbonização dos eletrodos. Informações: Bosch - SAC – 0800 704 5446

Citroën

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Atendimento a motos: 0800 055 2221 Atendimento a carros: 0800 017 1213

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0800 7032424

Fique atento aos itens do Código de Trânsito Brasileiro para evitar multas e pontos na carteira Art. 180: Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível: Infração: média; Penalidade: multa de R$ 85,13 e 4 pontos na carteira de habilitação Medida administrativa: remoção do veículo.

Porsche

(11) 5644-6700

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Seat (Volkswagen) 0800 19 5775

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Toyota

0800 703 0206

Volkswagen

0800 019 5775

Volvo

0800 41 1050

5 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


manutenção

Seu carro está “bebendo” muito?

Consumo exagerado de combustível quase sempre está relacionado à falta de manutenção. Veja o que pode estar acontecendo

U

ma das preocupações para a maioria das pessoas que adquire um automóvel é saber sobre o consumo de combustível. A famosa pergunta “quanto faz com um litro?” sempre está no repertório de interesse do comprador quando negocia com o vendedor. Saber o consumo médio é uma forma de controlar os gastos com combustível, mas também

de verificar se algo de errado está acontecendo no funcionamento do veículo. Carro “beberrão” é sinal de problema, que, se não consertado, pode trazer sérios prejuízos. Claro que a forma de condução pode acarretar maior consumo. Acelerações desnecessárias e esticadas na marcha, por exemplo, aumentam o gasto. Mas existem fatores mecâ-

6 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS

nicos que levam um automóvel a consumir combustível acima da média. “Normalmente o problema está na regulagem do motor, velas desgastadas, bicos injetores sujos e filtros de ar e de combustível velhos”, aponta Demerson Fernandes de Souza, mecânico da Exata Centro Automotivo, de Curitiba. Segundo ele, nos carros modernos, com


injeção eletrônica, o uso do computador pode ajudar no diagnóstico preciso. “A gente passa o escaner no sistema e ele vai dando os parâmetros de funcionamento, emissão de CO2, rotação do motor, temperatura do ar, entre outros quesitos, que ajudam a chegar no real problema”. Geralmente, segundo o mecânico, o problema acontece nos carros com falta de manutenção preventiva. Por isso, alerta, é preciso manter em ordem as revisões. “As velas, por exemplo, têm que ser trocadas em média a cada 25 mil quilômetros, e os filtros de ar e de combustível a cada dez mil quilômetros. Além disso, é importante manter o óleo em dia e ficar atento aos barulhos do motor. Se notar algo estranho, leve imediatamente ao um mecânico”. Para Moacir Frankiewicz, diretor da Auto Frank, algumas medidas simples podem reduzir, e muito, o consumo. Veja as dicas dele: Pneus descalibrados fazem o carro consumir 30% a mais. Calibre-os toda semana. Escolha rota para ir ao trabalho evitando subidas e trânsito pesado, o que pode gerar economia de até 20%. Acelerar pouco às vezes gasta mais. Um motor tem seu momento de força, sempre tente andar com rotação condizente com a marcha na qual se está e não tenha preguiça de trocar marchas. Exemplo: quando chegar à uma subida, não espere o motor apanhar para depois trocar de marcha. Carros flex. Se você andar muito tempo com um carro flex no mesmo combustível ele acaba viciando e tornando gastador. A cada cinco abastecidas completas, mude o combustível. (Dica: para o carro flex não pifar após a mudança de combustível é necessário que se faça o seguinte: o computador de injeção leva um tempo para reconhecer a mudança de combustível. Este tempo é aproximadamente uns 20 km. Quando for fazer a mudança de álcool p/ gasolina ou vice-versa, abas-

teça e ande mais de 20 km, assim o computador terá tempo de fazer os cálculos e se adaptar ao novo combustível. Se abastecer e logo estacionar, pode haver problemas de funcionamento do motor).

Amaciamento de motor: quando comprar um carro zero km, é bom fazer um amaciamento no motor ( siga o manual do proprietário). Motor mal amaciado se torna gastador e terá consumo de óleo.

É melhor prevenir Pneus Veja dicas de componentes do veículo que precisam de manutençăo preventiva para evitar danos maiores

Pressăo do ar A pressăo de ar é um dos fatores críticos que afetam o desgaste do pneu e, consequentemente, sua vida útil. Aqui vocę fica sabendo como a pressăo alta ou baixa pode afetar diretamente um pneu e quando ela deve ser verificada.

Baixa pressăo Um pneu com baixa pressăo terá sua área de contato com o solo alterado, o que provocará um desgaste acelerado e irregular da banda de rodagem na área dos ombros, reduzindo assim a sua durabilidade e aumentando o consumo de combustível. Outras consequęncias que podem advir da baixa pressăo: superaquecimento, quebras e separaçőes dos componentes da estrutura do pneu.

Alta pressăo Da mesma forma que a baixa pressăo, a alta pressăo altera a área de contato do pneu com o solo, ocasionando um desgaste acelerado no centro da banda de rodagem, acarretando perda de milhares de quilômetros. Devido ao supertensionamento da carcaça, o pneu fica mais suscetível a cortes e impactos, além de reduzir o conforto ao dirigir.

Verificaçăo das pressőes As pressőes de ar devem ser verificadas semanalmente ou, no máximo, a cada 15 dias; Antes de empreender longas viagens, faça uma checagem das pressőes. Se o seu veículo for viajar carregado, vocę pode incrementar a pressăo de ar de 2 a 4 libras/pol2, desde que este aumento năo ultrapasse a máxima recomendada; A checagem da pressăo de ar deve ser efetuada sempre com os pneus frios. De preferęncia, faça-a ao sair pela manhă. Um pneu de automóvel, dependendo do percurso percorrido e da velocidade a que foi submetido, demora entre 1 e 2 horas para esfriar; Nunca “sangre” um pneu (sangrar é o ato de retirar ar quente do pneu); Utilize a pressăo de ar especificada pelo fabricante do veículo no Manual do Proprietário; Por ocasiăo da checagem das pressőes, examine as válvulas. Certifique-se de que năo apresentam vazamentos. Verifique se todas estăo com suas respectivas tampas.

Informações: Goodyear - SAC: 0800 725 7638 7 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL AUTOMÓVEIS


nova S10

Tudo novo na S10 2012 Lançamento da Chevrolet chega para ser nova referência em picapes médias

U

m dos principais ícones na história da Chevrolet no Brasil está de cara nova. De cara, corpo e alma. A Chevrolet S10, projetada e engenheirada pelo Centro de Desenvolvimento da GM do Brasil, localizado em São Caetano do Sul, vem confirmar a tradição da marca, para ser uma nova referência no segmento de picapes médias. A nova S10 é fruto de um desenvolvimento global da Chevrolet com extensa participação das áreas de design, engenharia e powertrain da General Motors do Brasil. Além da fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, a nova S10 já é produzida na Tailândia e em breve terá outras unidades da GM no mundo fabricando a picape. Baseada na arquitetura global da GM de picapes body-on-frame (carroceria e chassi), a nova S10 foi desenhada, desenvolvida e executada para entregar a melhor aparência, performance, versatilidade e refinamento. “O desenvolvimento da S10 foi muito além do mercado brasileiro. Criamos um veículo global, para rodar em qualquer canto do mun-

Nova S10 pode ser usada de forma igual para o trabalho e para o lazer Interior se destaca pelo acabamento e belo grande espaço

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do”, afirma Grace Lieblein, presidente da General Motors do Brasil A Chevrolet S10 será produzida na fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, para atender ao mercado Brasileiro e de outros países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, e também na fábrica de Rayong, na Tailândia para suprir a demanda daquele país e países nos continentes asiáticos e australiano. Além destes, outros paí-

Preços da linha S10 2.4 Flexpower – Versăo LS – Cabine Simples – 4x2 – R$ 58.868,00 Versăo LT – Cabine Simples – 4x2 – R$ 61.890,00 Versăo LS – Cabine Dupla – 4x2 – R$ 66.350,00 Versăo LT – Cabine Dupla – 4x2 – R$ 72.490,00 Versăo LTZ – Cabine Dupla – 4x2 – R$ 84.400,00 2.8 Turbodiesel CTDI - Versăo LS – Cabine Simples – 4x4 – R$ 85.400,00 Versăo LT – Cabine Dupla – 4x2 – R$ 98.900,00 Versăo LT – Cabine Dupla – Transmissăo automática - 4x2 – R$ 103.900,00 Versăo LT – Cabine Dupla – 4x4 – R$ 109.500,00 Versăo LT – Cabine Dupla – Transmissăo automática - 4x4 – R$ 113.400,00 Versăo LTZ – Cabine Dupla – Transmissăo automática - 4x2 – R$ 117.400,00 Versăo LTZ – Cabine Dupla – Transmissăo automática - 4x4 – R$ 135.250,00

ses ainda estudam a produção e comercialização da nova Chevrolet S10 Sofisticação, força e tradição em um mesmo design Em relação ao estilo, a nova S10 é imponente. Seu tamanho a faz ser facilmente confundida com uma picape de um segmento superior. Suas linhas têm o DNA marcante da Chevrolet, mas conseguem entregar toda a ousadia e a robustez que se espera de uma picape desta categoria. Com um painel de linhas fluidas, integrado com o console central e o conceito de Dual Cockpit, marca registrada da Chevrolet, o interior da nova S10 combina características de design encontradas em um carro com a ousadia e a robustez esperadas em uma picape deste porte. O painel de instrumentos incorpora linhas contínuas, que se estendem até as portas, criando um efeito dinâmico, que pode ser batizado de “asa flutuante”, uma solução que enfatiza o Dual Cockpit e que torna o interior mais aconchegante e acolhedor. Com bom espaço para os ombros e para a cabeça, a nova S10 está no topo do segmento quando o assunto é espaço interno. A boa altura dos assentos dianteiros ainda permite excelente visibilidade e comandos sempre à mão. Na versão cabine dupla da nova S10, o espaço também é referência. A picape oferece os melhores números em termos de espaço para os ombros, espaço para as pernas e a distância entre os joelhos dos passageiros e as “costas” dos bancos dianteiros. Na versão cabine simples, impressiona é o espaço para a carga. A caçamba tem 2,32 metros de comprimento, 1,53 metro de largura e 0,44 metro de altura, totalizando um volume de 1.570 litros e com a maior capacidade de carga da categoria, de 1.303 kg. .A nova Chevrolet S10 tem qualidades para ser uma picape forte para o trabalho, mas, segundo a montadora, é gostosa de dirigir por conta de um rodar bem calibrado. O sistema

de direção é pinhão e cremalheira e conta com assistência hidráulica em todas as versões. Outro item relevante é o sistema de freio, que utiliza discos ventilados na dianteira e tambor na traseira. Todas as versões trazem de série ABS com EBD e CBC. A versão LTZ ainda conta com controles de tração e estabilidade e ROP (Roll Over Prevention). Novas transmissões, mais robustez e conforto A nova Chevrolet S10 apresenta novidades também na transmissão. São novas caixas de câmbio manuais de cinco marchas, FSO2505 e a FSO2105 (para motores Diesel e Flex), desenvolvidas para a nova S10 e uma inédita e exclusiva transmissão automática de seis marchas. A tração 4x4 da Chevrolet S10 também é nova. Conta com acionamento eletrônico, por meio de um seletor no console central. É mais intuitivo e prático, já que permite o acionamento com o carro em movimento e dispensa o uso de alavancas. Além disso, as versões LT e LTZ contam com a inédita e exclusiva transmissão automática de seis marchas. A nova S10 chega para atender a todos os gostos. São 12 configurações da picape, que se dividem entre motores diesel e Flex, cabine duplas e simples, tração 4x2 e 4x4 e ainda três níveis de acabamento e equipamentos: LS, LT e LTZ, respeitando a nova nomenclatura aplicada a todos os veículos Chevrolet. As versões equipadas com o motor 2.4 Flexpower serão vendidas em cinco diferentes configurações, todas 4x2. São duas opções de cabine simples, a LS e a LT e três na cabine dupla, LS, LT e LTZ. Inicialmente, as versões equipadas com motor 2.8 Chevrolet Turbodiesel serão vendidas em sete diferentes versões. A versão de cabine simples só será comercializada no pacote LS e com tração 4x4. A versão Turbodiesel com cabine dupla terão os pacotes LT e LTZ, com a tração 4x2 e 4x4, sendo que ainda há a opção do câmbio automático de seis marchas como opcional. 9

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giro carro

Proteção para mulheres grávidas A Ford projetou uma roupa especial que permite aos seus engenheiros simular o corpo, o peso e o formato da barriga de uma mulher grávida e, a partir dela, desenvolveu uma série de orientações para as futuras mamães aumentarem a sua segurança ao dirigir. O uso dessa roupa permitiu aos especialistas da Ford simular tecnicamente algumas das limitações que as mulheres enfrentam ao dirigir quando estão grávidas, como o desconforto ao movimentar o corpo, mudanças posturais, alteração do centro de gravidade e dificuldades de alcance. O estudo levou a Ford a divulgar algumas “dicas” importantes com orientações de segurança, especialmente sobre o uso do cinto de segurança pelas mulheres grávidas ao dirigir. O acesso aos pedais tem de ser bastante cômodo, com a máxima distância possível entre a barriga e o volante. O cinto de segurança deve ficar o mais próximo possível do corpo. Roupas volumosas podem prejudicar nesse sentido. A alça inferior (pélvica) do cinto de segurança não deve ficar sobre a barriga, mas abaixo dela, do modo mais plano possível, mantendo-a presa e ajustada. O ideal é que a alça superior do cinto de segurança seja colocada sobre o tórax, entre os seios, bem ajustada. O cinto de segurança nunca deve ser posicionado debaixo do braço, ou por trás das costas.

Nova fábrica GM A General Motors do Brasil anunciou que irá investir R$ 710 milhões para construir uma nova fábrica de transmissões de veículos em Joinville (SC). A nova fábrica, que será construída no complexo onde hoje estão sendo finalizadas as obras civis da fábrica de motores, iniciará operações em 2014 e terá uma capacidade de produção de 150 mil transmissões por ano, em sua primeira fase de instalação. Trata-se de uma transmissão “state of art” de seis marchas, com alta eficiência e maior capacidade de torque, para cobrir uma gama de aplicações. Metade da produção terá como destino o mercado local, substituindo importações, e a outra metade será exportada para a Europa. A implantação da nova fábrica vai gerar 350 empregos na primeira fase. Ela terá uma área construída de 50 mil m2 e a previsão de faturamento é de R$ 200 milhões por ano.

Recall para Frontier A Nissan do Brasil anunciou a convocação de 35.280 proprietários da picape Frontier. O objetivo é inspecionar o torque do parafuso da junta da coluna de direção e também dos parafusos da trava do capô. As unidades convocadas foram produzidas a partir de 2007 e têm chassi entre 94DVDUD409J030319 e 94DVCUD40CJ991448, de 94DVDUD409J030319 a 94DVCUD40CJ877692 e de MNTVCUD4086000002 e MNTVCUD4086004932. Recentemente foi detectado um mau funcionamento na junção da coluna e da caixa de direção, que pode levar ao desgaste do encaixe estriado e, assim, diminuir a sua durabilidade com o uso em condições severas. Em casos raros, pode ocorrer uma falha mecânica da direção, podendo ocorrer a perda do controle do veículo e eventual acidente. Após a inspeção, a Nissan trocará a junta da coluna e, se necessário, a caixa de direção. Em relação ao parafuso da trava do capô, a Nissan identificou que não houve a aplicação do torque necessário em algumas unidades o que, em alguns casos, pode ocasionar a abertura do capô com o veículo em movimento podendo causar acidente. A inspeção irá verificar se há necessidade de aplicação do torque correto ou se os parafusos deverão ser substituídos. As inspeções e trocas das peças serão realizadas sem nenhum custo, e o serviço deve ser agendado na concessionária Nissan de preferência do cliente. Mais informações poderão ser obtidas por meio do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), no telefone 0800 011 1090 ou ainda pelo site www.nissan.com.br.

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EcoSport

Design marca novo Ford EcoSport

O

design é um dos destaques do novo Ford EcoSport, que deverá chegar ao mercado brasileiro em junho. O carro teve pré-lançamento no início do ano em Brasília e no Salão de Nova Déli, na India. O veículo é totalmente novo em relação ao modelo atual. No entanto, ainda não foram divulgadas informações técnicas, mas sabe-se que terá os motores 1.6 Sigma e 2.0 Duratec. O novo EcoSport traz linhas contemporâneas.. Ele reúne os elementos principais que definem um utilitário esportivo, como postura robusta, direção em posição de comando e estepe montado na tampa traseira do portamalas, com abertura lateral. O novo veículo da Ford, que será vendido em cerca de 100 mercados ao redor do mundo, aparenta ser um carro de segmento maior. Ele tem um tamanho compacto para rodar na cidade, mas ao mesmo tempo é forte e robusto para viagens à praia ou ao campo. O novo EcoSport é o primeiro produto global One Ford criado e desenvolvido na América do Sul e serve para mostrar a importância crescente da região dentro do sistema global de desenvolvimento do produto da Ford. A criatividade existente por trás do EcoSport nasceu no Brasil, mercado que é liderado pelo segmento de carros compactos e se tornou um dos maiores do mundo, dentro dos chamados países emergentes. O centro de design de Camaçari, na Bahia, agora faz parte de uma rede global de estúdios de criação da Ford que trabalham conjuntamente no desenvolvimento de novos produtos. A Ford acredita que essa combinação única de atributos tornará o novo EcoSport tão atraente para mercados emergentes, como Brasil, Índia e outros, assim como o modelo

Veículo deverá chegar ao mercado brasileiro ainda no primeiro semestre

Visual é totalmente novo em relação ao modelo anterior

da primeira geração foi na América do Sul na época do seu lançamento, em 2003. O novo EcoSport traz formas modernas, nada quadradas, que seguem a nova linguagem de design global da Ford, com aerodinâmica aprimorada para economizar combustível, capô curto inclinado e perfil exclusivo. Ele combina a agilidade e praticidade de um carro compacto com altura elevada do solo, direção em posição de comando e proteção na parte inferior da car-

roceria para aumentar a robustez. O seu capô largo avança para as laterais da carroceria desenhando formas esculturais, com uma linguagem de superfície refinada que sugere força e um espírito dinâmico de energia em movimento. Os faróis modernos, de formato oblíquo, complementam a grade trapezoidal elevada, que dá ao veículo um porte robusto com a assinatura visual Ford. Os pilares B com acabamento em preto dão aos vidros laterais um visual contínuo e elegante. Junto com o para-brisa fortemente inclinado, eles criam um perfil limpo e moderno, que teve suas formas aprimoradas em túnel de vento para aumentar a eficiência aerodinâmica. A traseira do veículo exibe um vidro amplo que avança pelas laterais, alinhado com as lanternas. O estepe montado na porta traseira é uma assinatura que sinaliza a praticidade e o espírito de aventura do EcoSport. O design externo é o primeiro aspecto do novo EcoSport a ser apresentado pela Ford. 11

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#www.documentoreservado.com.br O1- FEV/2O12

Parceria

Caixa amplia parceria com governo do Paranรก

Pesquisa

Perfil do comprador de imรณveis em Curitiba

Mercado de imรณveis deverรก crescer 100%

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editorial EXPEDIENTE Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação Pedro Ribeiro e Júlio César Lima Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Divulgação e Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO ENCARTE ESPECIAL IMÓVEIS # 01 - FEVEREIRO/2012

Mercado imobiliário

O

rico e próspero setor imobiliário passa a fazer parte do conteúdo editorial da revista Documento Reservado a partir desta edição. A indústria da construção civil, como mola mestra da alavancagem econômica do Brasil, o mercado de compra e venda de imóveis, os trâmites para financiamento e o gosto e os direitos do comprador estão nas páginas deste encarte especial. A principal reportagem trata dos investimentos da caixa Econômica Federal no setor da habitação no Paraná onde já foram aplicados mais de R$ 6 bilhões através do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. A parceria entre os governos federal, estadual e municipal tem se constituído em importante fonte para transformar em realidade o sonho dos paranaenses em ter a casa própria. O jornalista Julio Cesar Lima fez uma entrevista com o presidente da Ademi Paraná, Gustavo Selig, que revelou as perspectivas do mercado de imóveis novos para este ano que sinalizam para dobrar as vendas. Na mesma edição, uma pesquisa sobre o comportamento do comprador curitibano. Acompanhe também a festa da Apolar e as dicas do Sinduscon, além do alerta da Prefeitura de Curitiba sobre o grande número de denúncias de moradores vizinhos que se sentem lesados referente as obras. Boa leitura! Pedro Ribeiro

índice 05

NOTAS Compra de imóveis usados requer cuidados especiais Financiamento para construçăo atingem número recorde

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INVESTIMENTO Investimentos da Caixa em Habitaçăo no Paraná superam os R$ 6 bilhőes

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ENTREVISTA Entrevista com Gustavo Selig, presidente da Associaçăo dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR)

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PESQUISA Preferęncia do Curitibano pelo imóvel

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GIRO IMÓVEIS Construçăo civil atenta a açőes Otimismo no setor em 2012 Măo de obra e a reforma tributária Contęineres para plantăo de vendas

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VENDAS Apolar comemora vendas de R$ 30 mi


notas FINANCIAMENTO COMPRA DE IMÓVEIS

Compra de imóveis usados requer cuidados especiais

Financiamentos para construção atingem número recorde

A compra de um imóvel exige alguns cuidados especiais e também atenção dos compradores. Caso o imóvel seja usado, essa atenção deve ser redobrada, principalmente se tudo for tratado com o proprietário sem o intermédio da imobiliária. Segundo especialistas a estrutura do imóvel e a checagem da documentação são itens principais para evitar problemas. Abaixo, seguem algumas orientações que podem prevenir o comprador de algum problema futuro: Estrutura Deve-se observar se não há manchas de umidade ou bolor no teto ou nas paredes, pois isso pode indicar problemas de vazamento e infiltração. Caso existam trincas e rachaduras o indicado é a contratação de um engenheiro ou arquiteto para avaliar a gravidade da situação. As instalações elétricas e hidráulicas do imóvel merecem atenção especial. Documentações Certidão de Registro de Imóveis: pedida no cartório da região no qual o imóvel se localiza, mostra se o vendedor consta de fato como proprietário do imóvel. Segundo a advogada, o ideal é que a certidão não tenha mais do que 30 dias. Certidão Negativa da Justiça Federal, Certidão de Distribuidor Cível, Certidão de Distribuidor Trabalhista: todas servem para demonstrar que o proprietário não possui dívidas ou processos que podem levar o imóvel a ser penhorado. Certidão de débito do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano): tirada na prefeitura, serve para mostrar que o IPTU está em dia. Certidão de débito do condomínio: expedida pela administradora do condomínio ou pelo síndico para demonstrar que não há dívidas desta natureza. Certidão Negativa de Débitos Previdenciários e Trabalhistas: deve ser pedida quando o imóvel vendido tem menos de cinco anos e diz respeito à construtora e não ao dono do imóvel.

Segundo especialistas a estrutura do imóvel e a checagem da documentação são itens principais para evitar problemas.

Os financiamentos para a construção e a compra de imóveis, no ano passado, atingiram R$ 79,9 bilhões, um recorde para o setor. Foram emprestados R$ 23,7 bilhões a mais do que em 2010, o que representou um crescimento de 42%. O número de unidades financiadas chegou a 493 mil – 17% acima do ano anterior. Os números foram anunciados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octávio de Lazari. Segundo o presidente, a previsão é manter o crédito imobiliário em alta neste ano de 2012, mas o ritmo de crescimento deverá ser um pouco mais lento com um aumento em torno de 30%. Na avaliação de Lazari, mesmo prevendo uma taxa menor, esse avanço esperado será muito expressivo, devendo alcançar R$ 103,9 bilhões. No ano passado, a captação líquida da poupança atingiu R$ 9,4 bilhões e o saldo das cadernetas de poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) aumentou 10% sobre 2010 totalizando R$ 330,6 bilhões. 5

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investimentos

Investimentos da Caixa

superam

O

superintendente da Caixa Econômica Federal na região de Maringá, Roberto Luiz Backmann, revelou que a instituição já investiu R$ 1,04 bilhão em programas habitacionais na região noroeste do Estado. Ele credita esse volume de recursos, que gera empregos e receitas, à sinergia entre os governos federal, estadual e municipal, que entenderam a necessidade de priorizar a área social, proporcionando às famílias brasileiras o grande sonho da casa própria. A secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, disse que os investimentos do Governo Federal na habitação no Paraná já ultrapassaram os R$ 6 bilhões. “Isso cria um círculo virtuoso em que se geram empregos e promove a movimentação da economia”. A secretária afirmou que, para “criarmos um Brasil rico, é necessário, primeiramente, acabar com a pobreza. E um dos preceitos básicos para que isso seja feito é investir em habitação”. Backmann fez a declaração no Cine Teatro de Marialva, na presença de 500 pessoas que participaram da assinatura de contratos para a construção de 140 casas do programa Minha

Casa Minha Vida, do Governo Federal, em parceria com a Companhia de Habitação do Paraná - Cohapar. “Cada um de vocês tem uma história de vida e cada uma dessas histórias é importante para nós, porque a maioria delas canaliza para o sonho da casa própria, o que também nos emociona”, disse. Fugindo do aluguel A Caixa Econômica Federal e o Governo do Estado, através da Cohapar, assinaram contratos com 140 familias, no município de Marialva, para a construção de moradias à famílias com rendas de um a três salários mínimos. Os investimentos somam R$ 7,4 milhões. Backmann destacou a participação do secretário e presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, funcionário de carreira da Caixa Econômica, que vem dinamizando a área habitacional no Estado do Paraná. O presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, disse que o

“Já investimosmais de R$ 1 bi em habitação nonoroeste do Paraná.” (Roberto Luiz Backmann)

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governo Lula e da presidenta Dilma, vem transformando a vida das pessoas neste país, com atenção especial à pessoas menos favorecidas, destacando os programas Fome Zero, PAC e Minha Casa Minha Vida. Para o prefeito de Marialva, Edgard Silvestre (PSB), a construção de 140 casas vai tirar muitas famílias do aluguel que é muito caro em nossa cidade, comentou, observando que a demanda ainda é alta no município: mais de mil casas. Chaowiche, que já foi superintendente da Caixa Econômica, lembrou das longas caminhadas junto com Beckmann em busca de metas. “Hoje, no entanto, a habitação para a Caixa Econômica não é pela meta, mas pelo sentimento, pela satisfação e emoção de proporcionar este grande sonho que é o da casa própria com qualidade”. Segundo ele, o Para-


PEDRO RIBEIRO

em habitação no Paraná

os R$ 6 bilhões ná é recorde em parceria com a Caixa Econômica e hoje são 320 municípios que participam desta política habitacional. Longa data Em Curitiba, o governador Beto Richa e a secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, assinaram convênios para a construção de mais 11 mil unidades habitacionais em todo Paraná. Os empreendimentos terão investimentos superiores a R$ 430 milhões e atenderão mais de 150 municípios. Além dos convênios para construção de unidades rurais e urbanas pelo programa Morar Bem Paraná, em parceria com o programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, a secretária Inês Magalhães assinou com o go-

“Os avanços na parceria governo estadual e federal se devem à prioridade nas questões sociais.” (Governador Richa)

vernador Beto Richa o termo de adesão do Paraná ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que se destina a atender famílias com renda de até 3 salários mínimos. Beto Richa ressaltou a importância das parcerias para a área da habitação no Estado. “O Governo Federal, o Ministério das Cidades e a Caixa têm sido parceiras de longa data. Os avanços que conquistamos na habitação se devem a esse compromisso de priorizar os investimentos públicos nas áreas sociais, principalmente na habitação”, afirmou.

Para o Presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, as metas só foram cumpridas devido às alianças firmadas ao longo deste ano. “O envolvimento de todos os órgãos do Governo, do Governo Federal e a Caixa, através do programa Minha Casa Minha Vida, municípios e lideranças comunitárias, que aderiram a causa da habitação, nós conseguimos transformar papel em tijolo e devolver dignidade às famílias, por meio de uma moradia”, pontuou. Representando a Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal, o gerente regional da Caixa, Arielson Bittencourt, reforçou a parceria com o Paraná para o próximo ano. “Em 2012 pretendemos atender mais 30 mil famílias, aumentando a qualidade de vida dos paranaenses.” 7

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entrevista

JULIO CESAR DE LIMA E REDAÇÃO

Número de imóveis novos deve crescer 100% em 2012 A s perspectivas divulgadas pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) para o segmento de imóveis novos, em Curitiba, estão otimistas. A estimativa da entidade é que o número de unidades entregues duplique em 2012, em relação ao ano anterior, chegando a 7.354 apartamentos, além da crescente valorização desses imóveis. O pico deve acontecer no próximo ano, quando serão entregues quase 11 mil unidades na cidade. Segundo o presidente da associação, Gustavo Selig, o crescimento é um reflexo da grande quantidade de empreendimentos lançados em 2008. “Vale lembrar que próximo a 90% do

montante total está vendido e que boa parte não estará disponível no mercado”, analisa. Os apartamentos econômicos, em condomínios clubes, com três dormitórios devem ser os mais entregues até 2013. Selig acredita que isto não vai desestabilizar o setor, visto que muitas pessoas que adquiriram o imóvel na planta para investimento o fizeram com a finalidade de locação. Ele não prevê alguma concorrência entre apartamentos novos e prontos para morar. “A flexibilidade de pagamento é maior para um imóvel na planta, em que a percentagem do valor do imóvel referente à poupança pode ser parcelada durante o período de construção”, explica.

Documento Reservado: Mesmo com número elevado de unidades a serem entregues, há previsăo de pico em 2013. Quais seriam as causas? Gustavo Selig: Os números de unidades a serem entregues neste ano e no próximo săo elevados devido ŕ grande quantidade de lançamentos imobiliários ocorridos entre 2008 e 2010, cujos empreendimentos serăo concluídos em 2012 e 2013. Grande parte dessas unidades já está comercializada e atende a demanda reprimida da cidade de Curitiba. Acreditamos que o impacto no mercado será pequeno, pois, a maioria destes imóveis será para moradia, e năo para revenda. DR: Os valores que vęm crescendo năo podem estancar essa projeçăo, deixar o mercado mais tímido? Gustavo Selig: Acreditamos que năo. O mercado continuará crescendo, em um ritmo um pouco menor, mas com valorizaçăo, entre 12% e 15% ao ano. Năo podemos esquecer que, além da valorizaçăo do mercado, temos também diversos fatores que influenciam nos preços dos imóveis, como o aumento dos valores dos insumos, da măo de obra, dos terrenos e da carga tributária.

8 Documento Documento Reservado Reservado // Fevereiro Fevereiro 2012 2012 // ESPECIAL ESPECIAL IMÓVEIS IMÓVEIS

Na opinião da entidade, os lançamentos devem valorizar entre 12 e 15% ao ano. “Este aumento se deve não apenas à questão da valorização, mas também por conta do aumento dos custos de construção, especialmente mão de obra e terreno. Por isso, não há como baixar o preço do imóvel”, explica. Selig afirma que construtoras e incorporadoras estão investido pesado na inteligência de mercado, atuando com mais força em nichos e apostando em projetos diferenciados. “A tendência é atender perfis de compradores cada vez mais específicos e oferecer ainda mais personalização na área de acabamento”, prevê.

DR: Quais segmentos – classes A, B, ou C – devem ser os maiores compradores? Gustavo Selig: As classes B e C serăo as mais favorecidas devido ŕ facilidade de acesso ŕs linhas de crédito imobiliário. DR: O perfil é o da pessoa que deseja a casa própria ou apenas investidores? Gustavo Selig: O perfil do mercado imobiliário hoje é bem heterogęneo, mas, a compra para moradia predomina. Segundo o Perfil Imobiliário 2011, realizado pela Ademi/PR, apenas 17% dos entrevistados sobre a intençăo de compra do imóvel nos próximos 24 meses, em Curitiba, afirmaram que văo o fazer para investimento. Destes, 82% disseram que văo destiná-lo para locaçăo e apenas 18% para revenda. DR: Existe um limite para que os reajustes de preços que tem ocorridos possam parar? Gustavo Selig: É muito difícil medir esse limite, pois, isto depende de fatores como a estabilidade econômica do país, a geraçăo de emprego e renda, o controle inflacionário, a variaçăo do preço dos insumos e a oferta de crédito, bem como da relaçăo entre a oferta e demanda.

Gustavo Selig, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR)


pesquisa

DA REDAÇÃO

Preferência do curitibano

P

esquisa realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi) e divulgada no Perfil Imobiliário, revela que a preferência de imóvel ideal para o comprador curitibano é de um apartamento para moradia, com dois ou três dormitórios, com no mínimo dois banheiros, duas vagas de garagem e área de lazer enxuta, com valor entre R$ 120 mil e R$ 300 mil. Gustavo Selig, presidente da Ademi Paraná explica que ainda é possível encontrar imóveis novos com estas características, e nesta faixa de preço, mas em regiões mais afastadas do centro da cidade. “Existem oportunidades em boas regiões, porém, agora é hora de comprar e fazer um bom negócio porque os imóveis vão valorizar e bastante, especialmente em função do aumento dos custos da construção civil, como terrenos, mão de obra e insumos”, alerta. De acordo com o levantamento, o bairro Água Verde continua sendo o mais procurado pelos compradores (9%), assim como Portão (8%), Bigorrilho e Campo Comprido (5% cada). “Estas são regiões com boa infraestrutura de comércio, serviços e acesso facilitado ao transporte coletivo o que fazem com que o aquecimento imobiliário seja ainda maior. Além disso, as linhas de metrô vão passar próximo destes locais”, explica Selig. A principal motivação para a aquisição é trocar a atual residência por uma mais nova ou maior (30%), sinalizando claramente a demanda por um upgrade. Outros 23% pretendem fazê-lo para sair do aluguel e 16% porque irão casar.

pelo imóvel

Em relação aos quesitos de escolha, segurança (99%) e preço (98%) são considerados os fatores mais relevantes. A questão da localização está interligada a estes itens. “Os melhores bairros são os mais seguros, com apartamentos de padrão mais elevado e, consequentemente, com preço maior”, observa Selig. O apartamento está atrelado à segurança, tanto que 58% dos entrevistados que procuram um imóvel residencial optam por este tipo de habitação. O estudo mostrou que a renda familiar dos entrevistados concentra-se na faixa de

até R$ 6 mil (60%). A maioria (27%) está disposta e poderia pagar de R$ 601,00 a R$ 1 mil de parcela, por mês, e 26% estariam interessados em dar um valor de entrada acima de R$ 75 mil, demonstrando uma boa poupança. “Quanto mais o cliente puder pagar antes das chaves, maior será a economia, pois, o dinheiro dele não vai render na mesma proporção em que está sendo corrigida a parcela do apartamento. O custo está subindo e os índices que corrigem os contratos vão acompanhar a alta”, orienta Selig.

Segurança e preço são considerados os fatores mais relevantes na hora da escolha 9 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL IMÓVEIS


giro imóveis

Construção civil atenta a ações

Mão de obra e a reforma tributária

Os empresários da construção civil, em especial os engenheiros que administram as obras, principalmente prédios na região central de Curitiba, terão que ter cuidados redobrados em relação a ações movidas por proprietários de imóveis que se sentem atingidos pelas obras. A Prefeitura de Curitiba vem recebendo inúmeras denúncias sobre as obras de construção de prédios que afetam residências nas proximidades. Como há denúncias, os técnicos fazem a leitura do acontecimento e apenas indicam a necessidade ou não de reparos. Como existe grande número de denúncias, os próprios técnicos da Prefeitura de Curitiba estão orientando os responsáveis pelas obras para que evitem ações judiciais que possam, inclusive, vir a paralisar as construções. Outro fato que alertam é que os usuários lesados estão procurando respaldo na mídia, o que não é bom para o setor da construção civil. Somente no ano passado houve aproximadamente três mil denúncias na Prefeitura de Curitiba.

O Instituto Brasileiro de Direito da Construção (IBDiC), criado em setembro de 2011, alavancará o debate sobre temas que priorizem a produtividade na construção civil. Trata-se de um fórum permanente dos diversos segmentos que compõem o universo da construção, explica seu presidente, Fernando Marcondes, afirmando que os dois primeiros grupos de estudo do novo organismo estão debruçados sobre assuntos que têm gerado discussões acaloradas: a norma de desempenho NBR 1557 e a falta de qualificação de mão de obra. “Pretendemos promover um encontro aberto para discutir esses temas”, diz. Para o IBDiC é prioridade discutir a questão da mão de obra. “É uma preocupação do setor, sob pena de enfrentarmos sérios problemas de qualidade em um futuro próximo”, diz. Outro ponto a ser atacado, segundo o presidente do IBDiC, é a carga tributária. “Esse é também um sério problema. Se o Estado quer mesmo incentivar o setor, como alardeia, a maior contribuição que pode dar é reduzir o peso dos impostos. Não basta um incentivo temporário, apenas para aquecer o mercado por um tempo.

Otimismo no setor em 2012 Sondagem da Indústria da Construção divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a atividade da construção civil voltou à média dos 50 pontos em janeiro. O resultado é 1,2 ponto acima do registrado em dezembro do ano passado e 1,4 ponto abaixo do índice de janeiro de 2011. O índice vai de 0 a 100 pontos, e valores acima de 50 indicam aumento da atividade. Em janeiro, o índice que mede a evolução da atividade da construção civil ficou estável em comparação com dezembro, ficando na faixa dos 47 pontos. O mesmo valor foi registrado em janeiro de 2011. A evolução do número de empregados aumentou em janeiro em comparação com o de dezembro. Passou de 47 para 49 pontos em janeiro. Os empresários estão otimistas quanto à evolução da atividade da construção civil em fevereiro. O índice de expectativa para fevereiro é 62,2 pontos, sendo que em janeiro a expectativa era 58,6 pontos. Os empresários também estão otimistas quanto a novos empreendimentos. O índice de expectativa nesse quesito é 62,2 pontos, 4,1 pontos acima do registrado em janeiro. As expectativas quanto ao número de empregados e de compra de insumos também são positivas. 10 Documento Reservado / Fevereiro 2012 / ESPECIAL IMÓVEIS

Contêineres para plantão de vendas Os contêineres usados para o transporte marítimo de carga estão se tornando uma importante matéria prima também para a construção civil. Em Curitiba, o material foi usado para a implantação do plantão de vendas do New Residence, novo empreendimento da Baú Construtora e da Brasil Brokers Galvão, no Capão Raso. De acordo com o proprietário da construtora, Normando Baú, a estrutura – usada para a construção de imóveis residenciais em países como o Japão – foi a melhor opção para conciliar sustentabilidade e flexibilidade. Para a execução da edificação de aproximadamente 200 metros quadrados, a construtora adquiriu três contêineres em aço, que passaram por uma completa reforma e adaptação à nova finalidade, e também por um tratamento para evitar os desgastes do tempo, o que garante a sua resistência à corrosão. Via de regra, os contêineres são descartados, no máximo, dez anos após o uso e são destinados para o mercado secundário.


vendas

DA REDAÇÃO

Apolar comemora vendas de R$ 30 mi U

ma bateria de fogos, em frente a um restaurante, no bairro Cristo Rei, em Curitiba, chamou a atenção das pessoas que passavam pelo local. A festa, para corretores de imóveis, foi para comemorar R$ 30 milhões de vendas de lançamentos da Apolar Imóveis em parceria com a MRV Engenharia. As premiações envolveram R$ 45 mil em dinheiro, um apartamento, televisores e computadores. O Resultado é considerado pelas diretorias das duas empresas como uma das melhores entre as campanhas realizadas pela incorporadora nacional para com suas empresas parceiras em todo o Brasil. Foram mais de R$ 30 milhões comercializados em apenas 30 dias, batendo meta planejada na Campanha de Fim de Ano da construtora MRV Engenharia. O evento de premiação aconteceu na Costelaria Fontana. A Apolar Imóveis e a MRV são parceiras há 12 anos, atuando no estado do Paraná e tam-

Corretora da Apolar Imóveis, Zilda Ribas, recebendo um prêmio com o Marcelo Alves e Helio Alves Nery (Diretor de Lançamentos da Apolar)

A Apolar Imóveis e a MRV são parceiras há 12 anos, atuando no estado do Paranáe também em algumas cidades de Santa Catarina

Marcelo Alves (Superintendente Regional Sul da MRV) e DanielGaliano (Diretor de Vendas da Apolar)

bém em algumas cidades de Santa Catarina. Em Curitiba, a Apolar possui exclusividade na comercialização dos empreendimentos MRV e uma equipe de corretores focada unicamente para os lançamentos da empresa. Com 42 anos de experiência, a Apolar conta com cerca de 800 corretores autônomos que atuam nas mais de 70 franquias no Paraná e Santa Catarina e ainda nas conexões com São Paulo, Miami (EUA) e Paris (França). Seu portal na Internet conta com mais de 10 mil acessos únicos por dia, sendo um dos mais procurados pelos curitibanos quando o assunto é alugar, vender ou comprar. Fundada em 1979, em Belo Horizonte, a MRV Engenharia é líder nacional no segmento de imóveis econômicose e está presente hoje em 108 cidades de 18 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Em 32 anos de atividades já comercializou mais de 140 mil unidades. 11

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www.documentoreservado.com.br O jornal on-line Documento Reservado entrou no ar em abril de 2003. É um informativo eletrônico denso, com grande volume de informaçőes sobre política (paranaense e nacional), economia, cidades, educaçăo, cultura, saúde e segurança, além de colunas de opiniăo, comentários e análise de fatos palpitantes do dia-a-dia. Săo mais de 12 mil acessos diários, num universo de 50 mil endereços que recebem o site diariamente, através de newsletter. A revista mensal Documento Reservado começou a circular em março de 2008. Com tiragem de 10 mil exemplares, venda em bancas e circulaçăo dirigida, a publicaçăo traz em suas páginas reportagens sobre política, economia, com ęnfase ao agronegócio, segurança, saúde, cultura, cidades, turismo, tecnologia, enfim assuntos de interesse de seus leitores.

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