Documento Reservado

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20 POLÍTICA

ECONOMIA

EDUCAÇÃO

AGRONEGÓCIO

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 44 - DEZEMBRO/2011 - R$ 10,00 www.documentoreservado.com.br

TURISMO

SAÚDE

SEGURANÇA

TECNOLOGIA

Etanol

Tudo sobre o combustível alternativo que vem despertando curiosidade no mundo

Goiabada

Todo mundo já sabia. A CPI da Câmara de Curitiba terminou mesmo em pizza

personalidades de um Estado pluralista, inquieto e em constante transformação

am a ch h n i mad Cha

adin

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editorial

expediente Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Redação Norma Corrêa, Pedro Ribeiro, e Lucian Haro Revisão Nilza Batista Ferreira Comercial Junior Ribas comercial@documentoreservado.com.br Fotos Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Idealiza Gráfica e Editora Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

P

Os mais influentes

assadas as comemorações de final de ano, é hora de botar os pés no chão e começar a por em prática as promessas de melhoria feitas para os novos 365 dias que virão. Independente do ramo que você atue, é sempre necessário “fazer a diferença” e contagiar o maior número de pessoas à sua volta com exemplos positivos. O sucesso, como todos sabem, nunca vem ao acaso - muito pelo contrário, em quase todas as vezes, só chega depois de muito esforço e dedicação. E é impossível falar de um futuro profícuo sem analisar o passado e o presente e arrumar bem a casa para que os sonhos se tornem realidade. Por isso, numa edição inédita, a Documento Reservado volta ao recente 2011 e apresenta as 20 personalidades paranaenses que mais se destacaram no Estado e que, com certeza, trarão novos frutos neste ano. São empresários, políticos, músicos, atletas, comunicadores e religiosos que, de alguma forma, influenciaram a opinião pública durante o ano que passou. A lista pode servir, também, como bússola para entender as mudanças que acontecerão em 2012 e antever os rumos de um Estado pluralista, inquieto e em constante transformação. Mais do que contar histórias de superação e exemplos de sucesso, queremos mostrar que, como nós, eles também precisam batalhar diariamente para se destacar no ramo que atuam. Os perfis que você verá aqui vão relatar desde a trajetória de um padre que saiu do interior do Paraná e ganhou o País com músicas de evangelização até o de um chefe de Poder que adotou medidas drásticas para moralizar o Legislativo. Ainda nesta edição, o aumento do número de homicídios em Curitiba, o imbróglio do Etanol e o agronegócios. Bem – vindo 2012!

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 44 - DEZEMBRO/2011

Pedro Ribeiro

Circulação Janeiro/2012

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índice 06 SINTONIA FINA 54 COLUNA DA GABI

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OBRAS NA CIDADE A Prefeitura de Curitiba transformou a cidade em um canteiro de obras e entregou, em 2011, mais de 1520 obras transformando a paisagem da capital.

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AGENDA CULTURAL

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PERSONALIDADES Os leitores da revista Documento Reservado e do jornal eletrônico Documento Reservado elegeram as 20 personalidades que se destacaram no Paraná em 2011 e prometem um ano ainda mais próspero em 2012.

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MAPA DO CRIME O governador Beto Richa sabe de cor o mapa da criminalidade no Paraná. Falta colocar policiamento no lugar certo para reduzir a onda de violęncia.

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VAIDADE Surgem novas técnicas para acabar de vez com aqueles pelinhos que incomodam principalmente as mulheres.

BIOCOMBUSTÍVEL A reportagem da revista Documento Reservado foi a campo ver o que está aconte4cendo com o combustível alternativo que vem despertando a atençăo do mundo.

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AGRONEGÓCIO O agronegócio paranaense passa por um momento de reflexăo. Veja reportagem completa feita pela equipe da Federaçăo da Agricultura do Paraná (FAEP).

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TUDO ACERTADO Mais uma vez a populaçăo viu terminar em pizza denúncias de mau uso do dinheiro público na Câmara de Vereadores de Curitiba. A CPI do Derosso foi arquivada.

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NOVA PROMESSA A cada final e início de ano surge uma nova promessa. Parece que a revitalizaçăo de uma das mais tradicionais praias do Paraná – Matinhos – sairá do papel em 2012.

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sintonia fina

Guerra civil Se levarmos ŕ risca o que recomenda a Organizaçăo das Naçőes Unidas (ONU) em relaçăo ao número de homicídios, a capital paranaense, Curitiba, está mergulhada numa guerra civil. Săo mais de 120 homicídios este ano e a previsăo é de chegar a 150. De acordo com a ONU, 10 homicídios por 100 mil habitantes săo considerados uma guerra civil. Portanto, estamos lá ou bem próximos.

Cavalaria O governador Beto Richa precisa dar uma ordem ao seu secretário de segurança pública e determinar intervençăo nas áreas de risco do tráfico de drogas e homicídios. Todos sabem onde mora o perigo. Portanto, năo adianta colocar soldados e cavalos patrulhando a Rua XV de Novembro e as principais praças do centro da cidade. É preciso estar presente no Parque dos Tropeiros, Vila Sabará, Vila Verde. É lá que estăo os traficantes e criminosos.

Recuos de Rossoni Pelo jeito a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná está sendo comandada pela imprensa. O que é muito bom. O jornal Gazeta do Povo escreve, o presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), acata. Uma sucessăo de recuos. Foi assim com seu salário extra, com o abono dos funcionários e agora, mais recente, com o 14ș e 15ș salários. Só falta cancelar o Aerossoni.

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Afiador de facas A figura do afiador de facas e tesouras, desaparecida há muito da face da terra, principalmente dos grandes centros, começa a ressurgir. Dia desses, em plena Rua XV de Novembro, coraçăo do centro de Curitiba, encontramos um desses heróis que ainda insiste em afiar facas e tesouras a R$ 2,00 a unidade. Seu Joăo Oliveira faz este trabalho há mais de 40 anos e foi com ele que criou os cinco filhos.

Segurança israelense Curitiba, que terá minúscula participaçăo na Copa do Mundo, prepara um forte esquema de segurança. Para isso, contratará uma empresa de segurança de Israel, cuja tecnologia, a mais avançada do mundo, é capaz de captar o rosto de uma pessoa e o calibre de armas a 25 quilômetros de distância. Ao término da competiçăo, o sistema poderá ser aproveitado pela cidade como legado da Copa ŕ Curitiba.


PEDRO RIBEIRO

Trabalhão A secretária nacional do Ministério das Cidades, Inęs Magalhăes, foi direto ao assunto: “esse Mounir nos dá um trabalhăo”. Quis se referir ŕ vitalidade, a energia e os compromissos que o presidente da Cohapar tem para com a missăo de proporcionar casas para 100 famílias nos quatro anos de governo Richa. A meta do primeiro ano já cumpriu com a assinatura de mais de 25 mil termos de compromisso.

Atrás do bonde O histórico e glorioso bonde elétrico voltará a circular pelas ruas centrais de Curitiba. Para isso, a prefeitura precisa de recursos da ordem de R$ 15 milhőes. A princípio, a linha do bonde terá 1.500 metros, saindo da Praça Eufrásio Correa, passando pela Avenida Silva Jardim até chegar ao Passeio Público. O objetivo é incentivar a circulaçăo dos turistas no centro de Curitiba, além de retomar um pouco dos hábitos da populaçăo do início do século vinte, que tinham o bonde como meio de transporte.

Coisas de turcos Durante solenidade de assinatura de contratos para casas populares, o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, revelou a uma platéia com mais de 150 prefeitos, que estava tendo todo o apoio do governador Beto Richa para resgatar a cidadania dos paranaenses com moradia e contou um segredo: o governador nem confere os recursos que repassa. Richa usou da palavra e disse que o colega turco estava enganado, porque confere tudo devido ao sangue árabe que corre nas veias.

Independência No dia 19 de dezembro, o deputado federal Ratinho Júnior, do PSC, abriu as portas de sua fazenda para receber 180 précandidatos a vereadores numa grande festa de confraternizaçăo. Embora tenha ouvido o canto da sereia do PT, para formalizar apoio ao candidato ungido por Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, Gustavo Fruet, que agora está no PDT, Ratinho Junior faz questăo de assegurar a sua disposiçăo de disputar a Prefeitura de Curitiba. Para isso, ele afirma que já estăo sacramentadas as alianças com o PR, o PTdoB, e há um bom diálogo com o PCdoB e com o PV.

Rasgando seda Quem apostava que o governador Beto Richa e o deputado federal, Fernando Francischini, năo estavam numa boa, errou. Em solenidade no auditório do Museu Oscar Neimayer, Richa rasgou seda para o parlamentar, elogiando sua atuaçăo na Câmara Federal, com conduta firme e ousada dentro dos propósitos de contribuir para o fim da corrupçăo no País. Sinal de que Francischini poderá vir a ser vice de Luciano Ducci na campanha para a Prefeitura de Curitiba.

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os 20 mais

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OS

mais E

ntender as mudanças pelas quais o Paraná vem passando e prever para onde elas poderão leválo não é tarefa fácil. Analisar o perfil das pessoas que vêm se destacando e influenciando a opinião pública, seja no exercício do poder, na construção de projetos, servindo de inspiração ou por mero talento, pode ajudar, no entanto, a compreender melhor os caminhos, as apostas e os desafios do Estado. Pois bem, nesta árdua tarefa de desvendar o seleto grupo de paranaenses que influenciou e, de alguma forma, ganhou notoriedade em 2011, abrimos um canal de interatividade com nossos leitores e conselheiros, para eleger os homens e mulheres que “ fizeram a diferença” nos ramos que atuaram durante o ano passado. Essas personagens foram divididas em sete grupos, – Religiosos, Esportistas, Músicos, Políticos, Promessas, Comunicadores e Empreendedores – que invariavelmente podem se sobrepor e interagir. Elas foram selecionadas por sua capacidade de superação, liderança, pioneirismo e, por que não, persuasão. É isso que as torna “as mais influentes”.

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LUCIAN HARO

RELIGIOSOS

Reginaldo Manzotti O padre das milhões de vozes

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le fez jus à fama de “sacerdote que arrasta multidões” e reuniu mais de 1,2 milhão de pessoas para gravar o CD e DVD Padre Reginaldo Manzotti - Milhões de Vozes, Ao Vivo, em Fortaleza. Devoto de Nossa Senhora do Carmo, o menino que ingressou no Seminário dos Frades Carmelitas aos 11 anos, influenciado pela religiosidade dos pais, não imaginava que tempos mais tarde sairia de Paraíso do Norte, interior do Paraná, congregando fiéis Brasil a fora por meio da comunicação. Aliás, foi essa a brecha encontrada pelo atual pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba, que o permitiu construir um verdadeiro império de evangelização. Fundada por ele em 2005, a Associação “Evangelizar é Preciso” busca despertar nos cristãos o interesse pela prática religiosa autêntica e conta, hoje, com um canal de televisão aberta, um portal na Internet que recebe 1 milhão de acessos/dia e uma rádio própria com programação 24 horas por dia, retransmitida por mil emissoras do País inteiro. Apaixonado pela música, padre Reginaldo estudou flauta durante sua formação e, ainda no seminário, compôs suas primeiras canções. Hoje, ele tem dois DVDs, seis CDs musicais e outros tantos de oração lançados, conquistando três discos de Ouro e um de Platina Duplo.

“Dou graças a Deus pela presença do Padre Reginaldo em nossa arquidiocese. A missão que ele vem desenvolvendo não só no Paraná, mas, em todo o País, reflete um forte testemunho de fidelidade com Deus por meio da evangelização. Ele tem demonstrado em sua vida missionária obediência e muita autenticidade”. Dom Moacyr José Vitti, arcebispo emérito de Curitiba

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ESPORTISTAS

Angélica Kvieczynski A ginasta que vale ouro

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omando fitas, bolas e arcos, ela faturou uma medalha inédita para o Brasil no Pan de Guadalajara. A toledana que ingressou na ginástica rítmica aos oito anos de idade, quando a modalidade ainda era uma ilustre desconhecida, mostrou neste ano, aos 20, que já é uma grande profissional e que sabe bem o que quer. Angélica Kvieczynski integrou a comitiva de atletas brasileiros que representou o País nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, e trouxe no peito um ouro inédito no individual geral da modalidade que compete. Ela ainda voltou ao pódio outras duas vezes para receber as medalhas de bronze conquistadas nas finais do arco e com a bola. Atuações espetaculares que, aliás, são as especialidades de Angélica. Ela compete profissionalmente desde os 10 anos de idade e acumula na bagagem muitas vitórias. Entre elas, a mais recente participação nos Jogos

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Sul-Americanos, na Colômbia, ano passado. Na ocasião, ela operou um verdadeiro arrastão e conquistou seis medalhas de ouro nas seis categorias disputadas. Repetiu esse desempenho no Campeonato brasileiro em Vitória, Espírito Santo. Para o futuro, a ginasta demonstra planos ousados e não tem medo do fim da carreira. Enquanto muitas atletas estão perto da aposentadoria aos 25 anos ela acha que pode chegar às Olimpíadas de 2016 no auge de sua carreira. Embora reconheça a grande distância entre o Brasil e as potências da modalidade (quase todas do Leste Europeu), Angélica se permite sonhar com uma medalha de ouro competindo em casa.

“Angélica é um exemplo de atleta que uniu muito esforço e dedicação para alcançar seus objetivos profissionais. Ela é motivo de orgulho para o Estado, porque começou e permanece treinando na cidade onde nasceu (Toledo), além de trazer uma medalha inédita para o País em sua modalidade.” Luis Antonio Costenaro, diretor de Esporte e Lazer da Secretaria Estadual do Esporte


ESPORTISTAS

Rafinha

Comandou a conquista do título de Maior Vitorioso do Mundo para o Coritiba

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meio-campista que já passou por times grandes como Grêmio,São Paulo e Goiás foi um dos principais responsáveis pela sequência de vitórias que colocou o Coxa no Livro dos Recordes. Como bem sabe, a torcida alviverde, nada vem fácil ao Coritiba. E no caso da homologação do título de Maior Vitorioso do Mundo, não poderia ser diferente - que o diga a equipe de pesquisadores do Memorial Coxa e do Grupo Helênicos -, foram dias revirando papéis e sites até juntar a documentação necessária para consolidar o recorde. Dentre os 22 jogadores responsáveis pela sequência ininterrupta de vitórias, um em especial merece destaque: o meia Rafinha. Oriundo de times de repercussão nacional, o ex-Grêmio e ex-São Paulo acumulou o melhor desempenho nas 24 partidas que renderam o título ao clube. A boa fase do Coxa começou em fevereiro de 2011, com a vitória por 5x0 para o Iraty, no Campeonato Paranaense, e terminou com a goleada de 6x0 encima do Palmeiras pela Copa do Brasil. Nesse período, o time marcou 74 gols e levou apenas 16. Após conquistar o recorde mundial, Rafinha afirmou ainda não ter acabado sua missão no Coritiba e que quer fazer história no time. Ele teria recusado, inclusive, convites para jogar no Japão em função da nova paixão pelo alviverde.

“Ao lado do zagueiro Emerson, ele foi um dos principais contribuidores para a boa sequência de vitórias do Coritiba em 2011. É um jogador rápido, de muita habilidade, e que deu os principais passes para os atacantes Bill, Leonardo e Aquino marcarem gols.” Jairo Silva, comentarista esportivo

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os 20 mais

ESPORTISTAS

Rosilete dos Santos A rainha dos ringues C

om golpes certeiros e mão pesada, ela chegou onde nenhuma boxeadora brasileira havia chegado antes. Rosilete tem 1,59 m, 52 quilos, mas um cruzado de esquerda de derrubar gigantes. Dona de dois títulos unificados, ela é a atual campeã mundial pela Associação Internacional de Boxe Feminino e pela Comissão Mundial de Pugilismo na categoria supermosca (até 52,2 kg), sendo considerada a atleta mais premiada da história do esporte nacional. Mas nem sempre o cinturão e o reconhecimento fizeram parte da vida da atleta. Assim como a personagem Maggie do filme “Menina de Ouro” (2004), Rosilete também é de origem simples. Ela começou a treinar há 10 anos, quando ainda morava em Castro, no interior do Paraná, e teve de enfrentar muitos rounds para se tornar uma vencedora. As semelhanças com a boxeadora das telonas, no entanto, não param por ai. A paranaense vai ganhar, inclusive, um documentário sobre a sua trajetória de vida, que ainda não tem data definida para sair.

“O diferencial da Rosilete é o carisma. Além de muito dedicada e uma excelente profissional, ela é mãe, esposa e muito humilde.” Macaris do Livramento, marido e ex-treinador de Rosilete

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MÚSICOS

A Banda Mais Bonita da Cidade Os seis minutos de fama, eles já têm

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les são os autores de um dos clipes musicais mais acessados do Youtube neste ano. A “Oração” dos curitibanos entrou no lar de milhões de brasileiros e, em pouco tempo, recheou a agenda de shows da banda. É difícil encontrar quem não tenha ao menos ouvido alguém cantarolar um pedacinho da música “Oração”, da Banda Mais Bonita da Cidade. Sucesso absoluto na Internet, o hit que era para ser apenas uma gravação descontraída entre amigos foi a chave para o sucesso do grupo. Com mais de 8,6 milhões de

acessos no Youtube, eles têm agenda cheia até o final de 2012. O clipe foi filmado sete vezes, depois de vários ensaios na casa de uma amiga dos integrantes da banda - que aparece tocando bandolim nas imagens -. “Oração” é o terceiro dos clipes promocionais, os outros são “Canção Para Não Voltar” e “A Boa Pessoa”, todas can-

ções inéditas. São só cinco integrantes: Uyara Torrente, Vinícius Nisi, Rodrigo Lemos, Diego Placa e Luís Bourscheidt e com exceção de Uyara, todos são formados em música ou produção musical pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Há dois anos eles mantêm a formação e, também, a independência. Todos tocam em outras bandas.

“A qualidade musical e a postura que eles apresentaram no vídeo foi o que rendeu os milhões de acessos. A canção também agradou os mais variados públicos, porque eles souberam usar a nova tendência de ‘virose musical’ na internet.” Dirceu Saggin, produtor musical

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PROMESSAS

Gabriel D’Espíndula O melhor do mundo

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estudante curitibano conquistou a premiação máxima durante o maior torneio internacional de educação profissional. Considerado um dos melhores do mundo no ramo que atua, a Eletrônica Industrial, o estudante Gabriel D’Espíndula, de 22 anos, conquistou para o Brasil o prêmio máximo no WorldSkills, maior torneio de formação profissional do Mundo. A competição foi realizada no mês de outubro, em Londres, e contou com a participação de quase mil jovens vindos de mais de 50 países. Ex-aluno do curso de Eletrônica Industrial, na modalidade Aprendizagem Industrial, Gabriel venceu, em 2009, a etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento do SENAI-PR e no ano seguinte conquistou o mesmo torneio em caráter nacional, no Rio de Janeiro. Depois disso, venceu as seletivas que definiriam o representante brasileiro na WorldSkills. Passou, ainda, por treinamentos e provas para confirmar seu índice. Os resultados alcançados em todas essas fases o credenciaram o estudante a disputar do torneio mundial.

“Esse menino representa o que temos de melhor no Estado. Temos que usar o exemplo dele para incentivar que cada vez mais alunos invistam em cursos de formação profissional. Queremos que os jovens percebam a importância da educação profissional e as oportunidades que existem no mercado de trabalho.” Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)

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POLÍTICOS

Álvaro Dias

O guerreiro da oposição

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nquanto denúncias de todas as ordens sacudiram o Planalto Central, ele arregaçou as mangas e lutou para impedir que a onda de impunidade se alastrasse pelo Legislativo Devido à sua postura crítica, especialmente no combate à corrupção no País, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), de oposição ao governo, se sobressaiu no Congresso Nacional, em 2011. Na opinião de especialistas, o parlamentar pode ser considerado um verdadeiro combatente diante de um mundo político em que há, de um lado, as leis de mercado e, do outro, as dos compadres. No Senado, Álvaro Dias lutou contra a

corrupção alastrada principalmente pelo PT, que paradoxalmente condenou essa prática ao longo de mais de 20 anos de governos da oposição. O senador paranaense afirma que a indignação entre os brasileiros exige muito

mais que uma bonita retórica sobre a dita faxina que a presidente Dilma pretende fazer. Para ele, o itinerário da corrupção no País é devastador e parece estar medindo a pressão das aspirações populares diferente da temperatura que alguns senadores vêm sentindo.

“Acredito que ele percebeu, ao longo de sua carreira como político profissional, que a massa brasileira tem identificado na atividade parlamentar um jogo fundamentalmente sujo, aonde existe tudo, menos ética e estão tentando mudar essa realidade. Não o vimos fazendo jogo duplo na política, nem entrando em esquemas em que os amigos e corregilionários honram apenas os compromissos relacionados com quem não tem comprometimento ético ou ideológico.” Norma Corrêa, jornalista e cientista política

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os 20 mais

POLÍTICOS

Beto Richa O governador que está arrumando a casa

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esponsabilizando (más) gestões anteriores, ele diz não ter o poder de mudar a realidade do Estado “da noite para o dia” e assume ter deixado a desejar principal mente em segurança pública, no ano de 2011. Algumas metas de governo foram cumpridas. “No primeiro ano, nunca é fácil. Tem que botar a casa em ordem”, disse o governador durante coletiva à imprensa para balanço de seu primeiro ano de gestão. Em que pesem as dificuldades financeiras, a reduzida capacidade de investimentos e a desorganização da estrutura administrativa, ele afirma ter alcançado resultados positivos para o Estado no ano que passou. Entre as conquistas, a readequação de algumas secretarias, uma economia de R$ 70 milhões nos gastos do Executivo e a promessa de melhorias no serviço público, via contratação de novos comissionados e organizações sociais (OSs). Ainda como méritos de sua gestão, Richa enfatizou a capacidade de diálogo com a classe política e a incessante busca por investimentos privados para o Paraná. Entre as frustrações, o governador destacou a segurança pública - um dos principais gargalos do Estado -, mas projeta um cenário melhor para 2012, com aumento de investimentos na área. Parte da mudança se dará pelo aumento de 271% nas taxas do Departamento de Trânsito (Detran), aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa (AL).

“Neste primeiro ano de gestão, Beto Richa aproveitou para fazer uma remodelagem no Governo no Estado, não só para firmar a oposição ao governo anterior, mas para mudar o jeito de administração pública mesmo. Leva-se um tempo até alcançar os objetivos de gestão e é muito cedo para dizer se será melhor ou pior que a era Requião e Pessuti.” Emerson Cervi, cientista político da UFPR

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POLÍTICOS

Gleisi Hoffmann A Dilma da Dilma

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m menos de cinco meses no Senado, ela foi escolhida para ser a “fiel escudeira” da presidente Dilma, assumindo forte ascendência sobre os demais colegas de Esplanada. O cafezinho no quarto andar do Palácio do Planalto – onde fica o gabinete da ministra-chefe da Casa Civil – já esteve frio, mas anda sendo servido bem mais quente. Anunciada como substituta de Antônio Palocci, afas-

“O ano de 2011 foi muito positivo para o PT do Paraná. E sem dúvidas um dos momentos mais importantes para o partido foi o convite da presidenta Dilma Rousseff para a senadora Gleisi Hoffmann assumir a Casa Civil. Em toda a história o Paraná nunca teve tanta força política como agora. O desempenho de Gleisi como ministra é extremamente positivo. Ela é uma pessoa de muita capacidade técnica, sensibilidade e, acima de tudo, comprometida com o desenvolvimento social do Brasil e do Paraná.”

tado depois de uma série de acusações de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, Gleisi Hoffmann chegou à Casa como uma escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff e não teve tempo de fazer corpo-mole. Ela foi apresentada ao País como sendo a “Dilma da Dilma”, numa irônica referência feita pela presidente sobre o tempo em que ela era a superministra do governo Lula. A trajetória da parlamentar, no entanto, é

mais longa do que se pensa. Nascida em Curitiba, Gleisi Hoffmann iniciou sua carreira política ainda na adolescência, quando ingressou no movimento estudantil Edson Luis de Lima Souto, do Colégio Nossa Senhora Medianeira. Depois passou a integrar a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas e Grêmio Estudantil do Cefet e em 1989 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Formada em Direito, ela é especialista em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira. Agora, a paranaense tem a responsabilidade de coordenar projetos e ser um ponto agregador do Governo Federal. Mudou de instância, mas não de caminho em defesa do Paraná.

Ênio Verri, deputado estadual e presidente do PT- PR

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os 20 mais

POLÍTICOS

Luciano Ducci

O perfil do prefeito socialista

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le chegou de fininho após a renúncia de Beto Richa, que seguiu rumo ao governo do Estado, e na Prefeitura de Curitiba desenvolve uma gestão muito profícua. Médico pediatra por formação, Luciano Ducci vive um momento diferente em sua carreira pública. Acostumado a sempre trabalhar nos bastidores do poder - já foi secretário estadual e municipal de saúde – colhe os louros de uma gestão muito tranquila à frente da Prefeitura de Curitiba. Entre os feitos de 2011, recebeu, inclusive, o prêmio nacional de “Prefeito Inovador 2011”, concedido pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) em reconhecimento à utilização de recursos da renovação digital na gestão pública. Quanto aos avanços conquistados aos curitibanos durante o ano, divulga a área habitacional, com a revitalização de antigas áreas invadidas, e conquistas nos setores de saúde e educação, com a menor taxa de mortalidade infantil do Brasil e a melhor educação fundamental pública do País. A trajetória de Ducci na política é ainda muito recente e começou depois que lideranças representativas do Estado, atraídas pelo seu histórico de experiências bem no Executivo, o convidaram para disputar sua primeira eleição em 2002, quando se tornou deputado estadual pelo PSB. Ainda na Secretaria Municipal de Saúde, criou o programa Mãe Curitibana, replicado em outras cidades brasileiras e até fora do País. Até agora, 150 mil gestantes da cidade foram atendidas.

“Luciano Ducci fez uma gestão tranquila em 2011, mas deixou a desejar no ramo que mais entende, a saúde. Com a chegada do PAC 2 para a Copa, ele terá a chance de mostrar a que veio e capitalizar melhores recursos para a cidade.” Edson Fonseca, jornalista responsável pelo site Jornale

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POLÍTICOS

Paulino Viapiana

O político cultural de 2011

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epois de cinco anos à frente da Fundação Cultural de Curitiba, ele assumiu, em janeiro de 2011, a Secretaria de Estado da Cultura e também a missão de gerir harmonicamente os espaços culturais do Paraná. Entre as realizações, a aprovação de um projeto de lei que destina mais recursos para os setores artísticos locais Responsável por desmistificar as críticas feitas aos governos anteriores a Beto Richa, que teriam privilegiado alguns equipamentos culturais do Paraná em detrimento de outros, o secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana, viabilizou o diálogo e a sintonia de ação entre, por exemplo, o Museu Oscar Niemeyer, o Teatro Guaíra e outras instituições representativas do Paraná. Com uma vasta experiência em planejamento estratégico, o jornalista, que já passou pelas redações da Revista Veja - sucursais de Curitiba e de Brasília - e Folha de São Paulo, também integrou a equipe que elaborou o plano de Comunicação e Marketing do Governo do Estado, responsável pela atração de importantes montadoras de automóveis (Renault, Chrysler e Audi/ Wolkswagen). No ano passado, à frente da secretaria, viajou por 14 cidades do Estado realizando audiências públicas para descobrir os principais anseios da população. Com o material levantado, criou um projeto de lei que institui o Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura e Fundo Estadual da Cultura (FEC), aprovado na Assembleia Legislativa recentemente. Se tudo der certo, o plano deve entrar em ação ainda neste ano.

“O secretário desenvolveu uma brilhante atuação à frente da pasta do Estado, no ano passado, e conseguiu congregar as principais necessidades da Cultura no Estado, indo até as pequenas comunidades para ouvir os anseios dos coordenadores artísticos e gestores culturais locais. As leis de incentivo e fundo estadual também são ganhos maravilhosos para o Paraná.” Marili Azim, diretora de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba

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POLÍTICOS

Renata Bueno

A voz dissonante na Câmara Municipal de Curitiba

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la ignorou as boas relações do PPS com o PSDB para bater de frente em Derosso e não pensou duas vezes antes de afirmar que tem “gentalhas” como colegas de Legislativo. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) montada na Câmara Municipal de Curitiba para apurar as denúncias de irregularidades envolvendo contratos de publicidade firmados na gestão do presidente licenciado João Cláudio Derosso (PSDB), só uma pessoa apareceu tanto quanto ou até mais que o próprio acusado: a vereadora Renata Bueno (PPS). Destemida e muito incisiva ela, que cumpre seu primeiro mandato público, e vem de uma família de políticos profissionais - filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS), esposa do também vereador Juliano Borghetti (PP) e consequentemente cunhada da deputada federal Cida Borghetti (PP) – mostrou não se importar com as relações firmadas pelo seu partido com os tucanos, para destruir um jogo de cartas marcadas e afastar Derosso do cargo. Renata também comandou um grande agito na Casa depois de acusar alguns colegas de participarem da “máfia” que protegia o presidente afastado, e classifica-los como “gentalhas”. Com a postura austera, a vereadora continua sendo o melhor nome do PPS para as eleições municipais do ano que vem.

“Renata apareceu como uma vereadora crítica e aguerrida na Câmara Municipal de Curitiba, em 2011. Uma das principais articuladoras no caso Derosso, ela sustentou acusações contra os próprios colegas e desfez a hegemonia do sólido esquema que existia na Casa.” Ricardo Oliveira, cientista político da UFPR

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POLÍTICOS

Valdir Rossoni

Comandou o fim da Babel Política no Paraná

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aldir Rossoni mexeu nas aposentadorias irregulares, domou os privilégios aos deputados e deu um choque de moralidade no Legislativo. “Quem não trabalhar não vai receber no final do mês”. Engrossando a voz e fazendo ameaças como essa, o deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) assumiu a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná com planos um tanto quanto ousados de moralizar e transformar o Legislativo na melhor Casa de Leis do País. A “faxina” começou logo nos primeiros dias de gestão, com a descoberta de um suposto esquema de espionagem que existiria no gabinete presidencial, e depois seguiu com implantação de um gabinete militar na Casa, Portal da Transparência, fim de aposentadorias irregulares, corte dos 14º e 15º salários dos deputados e, mais recentemente, a divulgação de uma economia de 90 milhões aos cofres públicos.

Há quem diga que as medidas adotadas por Rossoni foram muito corajosas e outros, mais incrédulos, que foram arriscadas. Preferindo dar de ombros aos comentários, ele usa a máxima que “é impossível agradar a todos” e que “toda mudança drástica invariavelmente gera descontentamento em alguns”. Para 2012, a promessa é continuar as sabatinas de austeridade no Legislativo, mas outras ambições podem entrar em jogo com a chegada das eleições municipais. Fala-se, inclusive, que Rossoni seria o nome mais cotado para vice de Luciano Ducci, que tenta reeleição.

“Ele é adepto da seguinte filosofia: É preciso mudar as coisas, para que elas permaneçam da mesma maneira que estão”. Ricardo Oliveira, cientista político da UFPR

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os 20 mais

EMPREENDEDORES

Carlos Antonio Gusso Revolucionou a entrega de “quentinhas”

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arlos Antonio Gusso descobriu um nicho de mercado muito promissor e transformou o setor de refeições coletivas no País. Há 36 anos, quando decidiu interromper sua promissora carreira de executivo do Citibank para apostar em um novo negócio, o empresário curitibano Carlos Gusso não imaginava aonde chegaria. Com visão empreendedora e muita força de vontade, ele transformou o velho restaurante da família em uma das maiores e mais conceituadas redes de refeições coletivas do Brasil: a Risotolândia. A fórmula do sucesso para o empresário talvez tenha sido a mistura da ousadia com as experiências adquiridas em 15 anos de trabalho na área de negócios e finanças, que o ajudou a modernizar seus serviços de Buffet para atender festas e eventos em geral. Atualmente a empresa cumpre 250 mil atendimentos diários em mais de 700 pontos na Região Metropolitana de Curitiba e conta com 2,5 mil colaboradores. O reconhecimento à contribuição de Gusso ao Paraná veio no final do mês passado, quando foi um dos escolhidos para receber a comanda “Ordem Estadual do Pinheiro”, maior honraria concedida pelo Governo do Estado a algum cidadão paranaense. Entre as personalidades que já receberam a condecoração, a médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e o presidente da Renault do Brasil, Jean-Michel Jalinier.

“Carlos Gusso foi um dos escolhidos para receber a honraria por ser uma figura ilustre ao Estado e por ter contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Paraná, por meio da Risotolândia.” Beto Richa, governador do Paraná

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EMPREENDEDORES

Dr. Constantini

O seu coração é a vida dele

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e um sonho ousado, ele criou o empreendimento que é hoje referência em atendimento cardíaco no País O sonho de combater, de forma rápida, eficiente e segura, as doenças do coração, e oferecer às pessoas um local que reunisse o melhor para o tratamento de cardiopatias, levou o médico Constantino Constantini a planejar um lugar ideal: O Hospital Constantini, hoje referência em análise, diagnóstico e tratamento de infarto agudo do coração. O empreendimento surgiu em 1998, ainda com a Clínica Cardiológica C. Constantini e já na concepção do projeto foram estabelecidos

pontos fundamentais, que guiam incondicionalmente a trajetória do Hospital. Uma equipe formada por profissionais especializados e dedicados e a filosofia de prestar um atendimento rápido, seguro e acima de tudo, humanizado, tem sido as palavras de ordem para trabalho no Constantini. O médico mantém, ainda, planos bem ousados para o futuro do empreendimento, tornar o Constantini uma organização de referência na sociedade, possuindo os melhores profissionais em todas as áreas (médica e de apoio), mantendo a sustentabilidade institucional.

“O Hospital Cardiológico Constantini sempre atuou dentro dos princípios éticos, profissionais e tecnológicos de seu fundador. Para os paranaenses, é uma tranquilade contar com um estabelecimento desse porte e modernidade no atendimento dos problemas de coração.” Renato Merolli, presidente da Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar)

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os 20 mais

EMPREENDEDORES

Joel Malucelli

Os sonhos de um milionário

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os 66 anos de idade e prestes a se aposentar, o empresário que ironicamente tem uma empresa para cada ano de vida ensaia uma estreia nas urnas em 2014. Administrar o conglomerado de 66 empresas, que faturou próximo de R$ 2 bilhões só no ano passado, já não é mais o bastante para Joel Malucelli. Com aposentadoria anunciada para o início deste ano, o empresário que é um dos mais bem-sucedidos do Paraná pretende, agora, dedicar-se a um outro sonho antigo: a política. Lançando candidatura a algum cargo público, ele acabaria de vez com as especulações de anos em que sempre aparece cotado como vice de outro político do Estado, seja para prefeito ou para governador. Filiado ao PSD, ele, que desde os nove anos de idade já mostrava perfil empreendedor vendendo revistas usadas em Curitiba, afirma que pretende estrear nas urnas em 2014, “se houver convites”. Sobre as chances de ser eleito, Malucelli manteve a simplicidade que é sua marca registrada e disse ainda ter dúvidas. Ele fala da necessidade de mudanças na administração pública e da dificuldade que teria para “fazer demagogia”. Contrariando os compadres do empresário, que afirmam que ele sempre gostou de trabalhar com parentes – em seu grupo estão mais de 50 - Malucelli afirma, no entanto, que na vida pública o nepotismo não terá vez.

“Joel tem como principal característica a lealdade. É um homem solidário, um excelente pai e amigo. Extremamente competente naquilo que se propõe a fazer, ele é muito dinâmico e sempre enxergou além de seu tempo. Na política, não será diferente. Ele tem carisma e preparo para sumir qualquer cargo.” Ney Leprevost, deputado estadual e presidente do PSD de Curitiba

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EMPREENDEDORES

Miguel Krigsner

O imperador dos cosméticos

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iguel Krignser criou uma das maiores companhias de cosméticos do Brasil usando potencial construtivo 100% nacional e permanece no Estado em que tudo começou, gerando empregos e oportunidades. Sempre à frente do seu tempo, quando abriu uma pequena farmácia de manipulação no Centro de Curitiba, há 30 anos, Miguel Krigsner parece já ter criado aquela que seria a essência de O Boticário. Empreendedor e visionário, ele transmitiu desde cedo às suas equipes a alma do seu negócio: um conjunto de crenças aprimoradas, que norteiam até hoje a rotina dos mais de 12 mil colaboradores que a empresa tem em todo o Brasil. Numa fórmula parecendo muito bem construída, O Boticário cresceu, e tornou-se uma rede de lojas de alcance mundial, relações éticas com a comunidade, além da prática constante da responsabilidade social. É, atualmente, a maior rede franqueadora em operação no País, tanto em faturamento quanto em número de lojas. Desde muito cedo o empreendedor buscou não apenas uma empresa industrial e comercial, mas uma empresa que beneficiasse milhares de pessoas por meio de seus programas culturais, sociais e educativos. Tanto que em 1990 foi criada a Fundação Boticário de Proteção à Natureza, justamente na intenção de garantir e promover ações de conservação ao meio ambiente. A política adotada destina até 1% da receita líquida em investimento social privado. O Boticário também é responsável pela criação de empregos direta e indiretamente no Paraná. Só a fábrica, localizada em São José dos Pinhais, é responsável pelo sustento de 1.200 famílias. O portfólio da empresa conta com cerca de 600 itens, divididos em cuidados com corpo, protetores solares, maquiagem, perfumes, desodorantes, sabonetes e shampoos. “O Paraná e a sua gente tem muito a agradecer ao O Boticário e ao seu fundador, Miguel Krigsner. São mais de três décadas marcadas por trabalho e empreendedorismo aliados a uma preocupação ambiental inovadora que consolidaram a empresa como referência no Brasil e no exterior”, Ricardo Barros, secretário Estadual de Indústria e Comércio

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os 20 mais

EMPRESÁRIOS DA NOITE

Rafael Ghignone Silva Ele trouxe um pedaço de Cuba para Curitiba D

ono da tabacaria mais famosa da cidade, o empresário conseguiu harmonizar charutos e bebidas num ambiente descolado. O consenso é um só: caipirinha tem que ser brasileira e charuto, cubano. Enquanto os caribenhos acendem seus populares Monte Cristo e Guantanamera em ruas e praças públicas, os brasileiros preferem degustar seus charutos em momentos tranquilos como um ritual, um passatempo. Na boca dos curitibanos, o melhor lugar para apreciar a iguaria é, sem duvida, a Tabacaria Tesouros de Cuba, do empresário Rafael Ghignone Silva, prestes a abrir uma nova filial na cidade. O ambiente, que inicialmente era para apreciadores, tornou-se aos poucos ponto de encontro para amigos e familiares, a fim de passar momentos de descontração em um lugar aconchegante e ao mesmo tempo moderno. O local também ganhou destaque como reduto para os fumantes da cidade, em época que se fez valer a lei antitabagismo, garantindo conforto e descrição para as pitadas do dia-a-dia.

“A Tabacaria conseguiu reunir um público especializado, principalmente em tempos onde se vale a lei antifumo. O ambiente é muito agradável e tornou-se reduto para descontração e consumo de produtos de qualidade.” Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrabar)

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COMUNICADORES

Gilmar Piolla

O mestre da comunicação

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ilmar Piollla mobilizou brasileiros e argentinos para eleger as Cataratas do Iguaçu como sendo uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza. Se para sonhar não é preciso estar necessariamente em sono profundo, novas conquistas exigem olhos muito bem abertos para as oportunidades. Oportunidades que, aliás, serão muitas para o Brasil e principalmente para as Cataratas do Iguaçu, ainda mais agora que foram eleitas uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza pela Fundação News Seven Wonders. Por trás de toda a fama que o ponto turístico vai ganhar com o título, dos milhões de votos que o elegeram e da mobilização criada em prol da eleição, uma única figura se destaca: a do jornalista e superintendente de Comunicação da Itaipu Binacional, Gilmar Piolla. Também presidente do Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu, ele foi um precursores da candidatura das cataratas no concurso, abraçando o sonho de muitos brasileiros e argentinos num árduo processo de convencimento. Primeiro foi preciso fazer com que a população refletisse e acreditasse na importância do título e, depois, criar um plano infalível de comunicação para ser inserido em todos os tipos de mídia. As redes sociais foram fundamentais para a coleta de indicações. A eleição representa um “up” na divulgação, tanto de Foz do Iguaçu como de Puerto Iguazú (ARG), inserindo definitivamente as Cataratas do Iguaçu no cenário turístico internacional. Por certo, haverá ganhos imensuráveis para todos que vivem na região.

“O Piolla é um profissional versátil, dinâmico e competente. Tem um apuradíssimo domínio sobre as áreas nas quais atua, combinando com maestria técnicas de comunicação e mobilização social. o Sucesso da campanha Vote Cataratas foi alcançado, em grande parte, graças a sua liderança agregadora e motivadora. Quando ele canaliza toda sua energia criativa numa causa, o êxito nunca tarda. É um gestor de mão cheia.” Jorge Miguel Samek, diretor regional brasileiro da Itaipu Binacional

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os 20 mais

COMUNICADORES

Bárbara, Débora e Julia Alcântara

As irmãs que ornam

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frente do blog de moda mais badalado da cidade, as irmãs falam de estilo, com portamento e beleza como ninguém Depois de chamar a atenção nas redes sociais pelo estilo próprio de se vestir, as meninas criaram, de forma despretensiosa, o Tudo Orna (www.tudoorna.com) para compartilhar dicas de looks e ensaios fotográficos que faziam. Não

esperavam elas tornar-se referência em bom gosto para homens e mulheres curitibanos, cada vez mais antenados nas tendências mundiais. O endereço eletrônico, que tem mais de um ano de vida, recebe mensalmente 28 mil acessos, comprovando que as irmãs sabem mesmo falar de moda com propriedade. Bárbara e Débora são formadas em Co-

municação, enquanto Julia estuda Design. O empenho e dedicação das meninas, no entanto, vai além dos conhecimentos técnicos e inclui muita criatividade. Em meio às dicas de roupas para festas, baladas e dia-a-dia, elas imprimem traços muito próprios e um jeitinho a mais de montar looks, característico das Alcântara.

“A ideia de criar um blog de moda adotada pelas meninas traduz de uma maneira mais informal aquelas dicas que vemos em revistas especializadas, por exemplo. É algo mais prático, onde as leitoras se identificam e passam a segui-las.” Larissa Jedyn, colunista de Moda da Gazeta do Povo

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cidades

Prefeitura faz conjuntos de obras sem precedentes na história de Curitiba

CURITIBA FECHA 2011 A

Prefeitura de Curitiba chega ao final de 2011 com 1.525 obras concluídas ou em andamento. São grandes obras viárias, como Linha Verde, trincheiras e revitalização de avenidas, além de obras de infraestrutura em todos os bairros, como 130 km de pavimentação em 186 ruas. “Realizamos e estamos fazendo um conjunto de obras sem precedentes na história de Curitiba. São obras de saúde, educação, habitação, abastecimento, iluminação e meio ambiente. Somente as obras viárias, de asfalto novo, de calçadas novas, iluminação nova, atendem mais de 600 mil moradores”, disse o prefeito Luciano Ducci. A capital do Paraná, segundo Ducci, abre um ciclo desenvolvimento econômico e social muito grande. A cidade já é o quarto PIB do país, segundo o IBGE, e a cidade de grande 30 Documento Reservado / Dezembro 2011

porte que mais reduziu a pobreza, atestada pela Fundação Getúlio Vargas. “Isso mostra que trabalhamos nas duas pontas, no desenvolvimento econômico, gerando riquezas, empregos de qualidade, e no combate à miséria, pobreza, com programas que fizeram que mais de 600 mil curitibanos subissem às classes C, B e A”, destaca. Corredores No campo das obras, Curitiba está ganhando grandes corredores viários, como o Eixo Oeste-Norte, pelas avenidas Fredolin Wolf e Toaldo Túlio, que formam 13 quilômetros. Outro eixo que está sendo formando entre as ruas Eduardo Pinto da Rocha e Desembargador Antônio de Paula, que interliga o Umbará ao Boqueirão. Também está em andamento o Anel Viário, com 25 quilô-

metros, que vai desafogar o trânsito do Centro e melhorar a vida dos pedestres com 50 quilômetros de calçadas. Um novo conjunto de binário foi criado entre o Água Verde e o Bigorrilho, formado pelos binários da Desembargador Costa de Carvalho e Euclides da Cunha, Julia da Costa e Princesa Isabel e Jerônimo Durski e Gastão Câmara. Outra ligação importante é a formada pelo Eixo Viário de Integração, que liga o Tatuquara à CIC, agilizando o acesso para 50 mil famílias. Também há a nova ligação da trincheira Bacacheri/Bairro Alto, que vai desafogar o trânsito na região da rua Fagundes Varela com a BR-476. Outra mudança que vai facilitar o trânsito é o binário da Chile/Guabirotuba, que atende 90 mil pessoas.


DA REDAÇÃO

COM 1.525 OBRAS Novo binário Ainda em dezembro, a Prefeitura entregou o novo binário formado pelas ruas Jerônimo Durski e Gastão Câmara, entre os bairros Batel e Campina do Siqueira. O novo binário vai se interligar a outros dois existentes formando uma nova ligação viária, entre o Água Verde e Bigorrilho, beneficiando mais de 50 mil pessoas que transitam pela região diariamente. A Prefeitura investiu R$ 3,5 milhões em obras de drenagem, construção de novos meio-fios, calçadas e rampas de acesso, além de paisagismo e iluminação. As novas calçadas são de blocos de concreto intertravado, antiderrapantes e com pista táctil. Ao longo do binário, foi plantado grama e colocados novos postes, com um sistema de iluminação diferenciado. O binário cria um novo sistema viário

que desafoga as avenidas Martim Afonso e Padre Agostinho, melhorando o fluxo de veículos, em especial do transporte coletivo. Além disso, as obras vão valorizar os imóveis da região e trarão mais segurança aos pedestres e motoristas. O novo binário se interliga aos binários formados pelas ruas Júlia da Costa e Princesa Izabel, e Euclides da Cunha e Desembargador Costa Carvalho. Os dois binários interligam os bairros Água Verde, Bigorrilho e Campina do Siqueira. 6 mil vagas Entre 2011 e 2012, Curitiba vai ganhar 6.264 novas vagas nas creches municipais. Foram inauguradas seis novas creches, 18 estão em construção e cinco, em ampliação. Neste ano, foram inauguradas as creches Fran-

cisco Cunha Pereira Filho (Uberaba), Fani Lerner (Tatuquara), Eraldo Kuster (Pinheirinho), Miguel Arraes (CIC) e Osni Camargo Carvalho (CIC) e Professora Clarice Rocha da Rosa, no Alto Boqueirão. Este ano, a Prefeitura conclui a Escola Dona Pompília, no Tatuquara, para 210 alunos. E a Escola Kó Yamawaki, no Bairro Alto, para 900 estudantes. Estão sendo construídas mais três escolas: Parolin (Portão), Corbélia (CIC) e a Vila Torres (Prado Velho). Elas representam mais três mil vagas. As escolas estão ganhando quadras poliesportivas cobertas. Em 2011, foram entregues 13 novas quadras. Já são 136 escolas municipais contam com o equipamento. Outras cinco quadras estão em construção e dez em processo de licitação. As quadras são usadas ainda pelos mo-

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cidades

radores em atividades do Comunidade Escola. O programa mantém abertas 92 escolas nos fins de semana com atividades culturais e de lazer. 400 km Em 2011, A Prefeitura pavimentou em 2011 mais de 130 quilômetros de asfalto novo em 186 ruas de Curitiba, com investimento de R$ 147 milhões. Deste total, 60 quilômetros foram feitos pelas duas recicladoras de asfalto, que reciclaram 96 ruas da cidade, por onde passam o transporte coletivo. A Prefeitura vai iniciar no ano que vem a um programa de 400 km de pavimentação de ruas. Outra ação será a ampliação das equipes de recuperação de asfalto (tapa-buraco), que terá 160 patrulhas. Nos últimos dois anos, foram feitos 250 km de pavimentação, com investimento de R$ 220 milhões

Casa nova O programa habitacional de Curitiba atendeu, nos anos de 2010 e 2011, um total de 4.290 famílias, com entrega de casas, sobrados e apartamentos. As novas moradias foram entregues para famílias que estavam inscritas na Cohab ou moravam áreas de risco. Do total de imóveis construídos, 2.414 casas e sobrados foram destinados ao reassentamento de famílias que viviam em situação de risco, a maioria delas originárias das margens de rios. E mais obras estão em andamento. São 5.317 novas unidades habitacionais. Além disso, estão sendo contratadas mais 2.541 unidades para reassentamento de famílias em situação de risco e mais 1.895 unidades para cadastrados da Cohab. Além dos imóveis novos, a Cohab regularizou o terreno de milhares de famílias. Em

A Prefeitura de Curitiba vai iniciar no ano que vem a um programa de 400 km de pavimentação de ruas

2010, foram beneficiadas 2.435 famílias em 2010 e, neste ano, são mais 4.475 famílias. Para 2012, a regularização será de mais 4.229 domicílios. Até o fim do próximo ano, serão atendidas 21.987 famílias, incluindo casas, reassentamentos e titulações.

Entre 2011 e 2012, Curitiba vai ganhar 6.264 novas vagas nas creches. Foram inauguradas 6 novas creches, 18 estão em construção e 5 em ampliação

67% de aprovação O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), é aprovado por 67% da populaçăo, conforme o Instituto Paraná Pesquisas. A pesquisa divulgada em dezembro também revela que o governador Beto Richa (PSDB) é aprovado por 71,1% dos curitibanos. O levantamento, realizada entre os dias 4 e 8 de dezembro, entrevistou 930 eleitores e sua margem de erro é de 3,5%. Ducci é aprovado pelos homens (64,8%) e mulheres (69%) e por todas as faixas de escolaridade. Entre os eleitores do ensino fundamental, o prefeito de Curitiba tem 70,9% de aprovaçăo, entre os do ensino médio – 65.1%, e no ensino superior, 62,4% aprovam a sua administraçăo ŕ frente da prefeitura de Curitiba. “Estou muito contente com a pesquisa porque ele reflete o empenho e o trabalho dos servidores da prefeitura no atendimento ŕ populaçăo e o conjunto de obras, sem precedentes, que estamos fazendo em Curitiba. Em todo canto que se anda, se vę obra da prefeitura”, disse Ducci.

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biocombustível

O vai e vem do etanol E

mbora os números do setor canavieiro impressionem, tanto na extensão da área cultivada, quanto na transformação da cana-de-açúcar, em açúcar e álcool, no Brasil, o setor ainda convive com as sucessivas crises durante a entressafra. E o resultado é sempre o mesmo: o preço do açúcar aumenta nas prateleiras dos supermercados e há falta de álcool nos postos de combustíveis, além da disparada do preço nas bombas. A propaganda em torno dos benefícios do uso do etanol como combustível, em razão da evidente redução da poluição atmosférica, não se traduziu no campo, em termos de incentivo aos produtores. Hoje, plantar cana-de-açúcar é muito vantajoso, mas para transformar em açúcar que, no mer-

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cado externo, o valor mais que dobrou nos últimos anos. Em 2007, por exemplo, a tonelada de açúcar era comercializada por US$ 270 e, hoje, o produto é vendido por US$ 540 a tonelada. No Paraná, que já foi o principal produtor de cana-de-açúcar – hoje é o terceiro colocado na produção de açúcar, e apenas o quinto de etanol – o setor está praticamente estabilizado. O Estado tem 645 milhões de hectares cultivados com cana-de-açúcar desde 2007. Porém, em termos de produção, ao invés de aumentar, desde 2008, quando o Paraná produziu 44 milhões de toneladas de cana-deaçúcar, não há alteração, para cima, no cultivo, conforme contou o coordenador do setor sucroalcooleiro da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), Divonei Vampieri. “Ao contrário, houve queda. Em 2011,

o Estado vai encerrar o ano com 41 milhões de toneladas. Isto porque, desde 2007, depois da grande crise no setor, houve pouco investimento no cultivo, não houve investimentos em canaviais, e, por isso, deve permanecer estável”, disse. E o resultado disso é evidente: hoje, não é mais vantajoso abastecer os veículos, com etanol em número cada vez mais crescente em circulação nas ruas. A situação não parece tão simples assim: na entressafra, há falta de produto, o preço sobe e depois, tudo volta à normalidade. Hoje, há falta de cana para suprir a demanda. Isso sem contar que muitos produtores desistiram da cultura. “Até 2007, o País conviveu no ufanismo, na empolgação do etanol como combustível, por causa dos incentivos do Governo ao setor. As ideias para uso do álcool se


NORMA CORRÊA

Mais carros nas ruas usando etanol e a entressafra estão entre as principais causas das sucessivas crises que a cultura da cana-de-açúcar enfrentam há décadas. Alternativas para a saída desta situação, conforme técnicos do setor, é a redução de impostos e estoque regular

multiplicaram. Até 2007 era grande o número de decisões para novos investimentos, tanto em usinas de beneficiamento, quanto em áreas para plantio. De lá para cá, praticamente sem incentivo, o setor vem se ajustando”, disse Vampieri, ao contar que o Paraná tem 29 usinas que beneficiam a cana-de-açúcar plantada em mais de 650 mil hectares de terra, principalmente, em Umuarama, Paranavaí e Maringá [as três principais produtoras], na região Noroeste do Estado, e que são responsáveis por dois terços da oferta paranaense do produto. Desse total, a área colhida é de 611 mil hectares, que se resumem em 41,5 milhões de toneladas, sendo 2,8 milhões de toneladas de açúcar, e 1,4 bilhões de litros de etanol. Segundo ele, o grande problema com o abastecimento de etanol começou na crise

de 2008, quando muitas empresas se endividaram, em razão da alta do dólar. Nessa época, houve uma crise entre o setor produtor e os fornecedores de cana, com atraso no pagamento e, por isso, muitos agricultores desistiram de plantar. Além disso, outra fonte de demanda por álcool é a alcoolquímica, que substitui a poluente petroquímica. No Brasil, o plantio da cana-de-açúcar, nas últimas décadas, tem determinado importantes mudanças no aspecto agroambiental. A cana-de-açúcar ocupa entre 6 a 6,5 milhões de ha de terras, o equivalente a 1,5 % dos solos cultivados no País. Um levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), sobre a oferta de cana-de-açúcar no mundo, no pe-

ríodo de 1990-2000, mostra a consolidação do Brasil e da Índia como líderes da produção. O País produz cerca de 370 milhões de toneladas de cana por ano, o que equivale a 27 % da produção mundial. Em cinco anos, depois desse estudo, o mercado cresceu seguidamente, 10 % ao ano, exigindo, dessa forma, planejamentos estratégicos e mudanças de tecnologia para garantir uma alta produtividade, competitividade e harmonia com as questões ambientais. Os números, porém, são mais expressivos quando em média, 55% da cana brasileira é convertida em álcool e 45 % em açúcar. As receitas em divisas variam entre US$ 1,5 a 1,8 bilhões por ano, representando cerca de 3,5 % do total das exportações brasileira. O estado de São Paulo é o maior produtor com uma área de aproximadamente 3 milhões de

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biocombustível

ha, envolvendo mais de 350 municípios canavieiros. Essa atividade empregou diretamente 235 mil trabalhadores, na safra 99/2000 e 80 mil na agroindústria do açúcar, álcool e aguardente, totalizando 315 mil pessoas ocupadas nessa atividade. Cultivo Cultivar cana-de-açúcar, segundo especialistas, é muito complexo. Num único plantio pode resultar em cinco a sete colheitas e, depois de cada ciclo, o produtor deve fazer ‘altos investimentos’ para renovação do canavial e, consequentemente, haja boa produtividade da colheita seguinte. Entre esses investimentos, está o custo com pesticidas para controle de insetos, pragas e ervas daninhas, que provocam sérios prejuízos à cultura. Hoje, para controlar esses organismos, existem inseticidas para os insetos e herbicidas para as ervas indesejáveis. Esses produtos, além de elevar o custo da cultura, têm duração prolongada no ambiente, podendo eliminar partes significativas de populações de organismos benéficos e, ainda, serem levados pelas águas das chuvas, pelo processo

Cana-deaçúcar

de lixiviação, para mananciais aquáticos, podendo contaminar peixes e outras espécies de seres vivos. Essa, no entanto, é uma preocupação que tem ocupado a comunidade científica, a sociedade civil e as autoridades, que estudam mecanismos para reverter a situação, em razão das questões ambientais e a preservação da vida no Planeta. A perspectiva do cultivo orgânico da cultura da cana-de-açúcar surge como uma alternativa viável e essa ideia tem levado os produtores a adequar a atividade agrícola, a uso de medidas ambientalmente corretas e economicamente viáveis, então, os métodos alternativos ao controle químico, abrindo grande oportunidade para a implementação de pesquisas com agentes de controle biológico. Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantios de leguminosas, como a soja, por exemplo, que recupera o solo pela fixação de nitrogênio. Outra questão é quanto aos problemas com a queima ‘controlada’ na época do corte, cuja situação está sendo encaminhada por meio de movimento em direção à mecanização da colheita, o que aumenta de ano para ano,além de rigorosos protocolos que prevêem o fim da queima até 2014. Nova crise Em janeiro desse ano, o setor apresentou os mesmos problemas de sempre com o eta-

nol. De nova, a entressafra chegou com estoques baixos e preços em alta. Na época, o litro do etanol anidro chegou a custar R$ 1,29 nas usinas, sem impostos, enquanto que o hidratado subiu mais de 16% em apenas 30 dias. Os técnicos dizem que isso aconteceu em razão do excesso de chuvas, da crise fi-

A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) originária da Ásia, é uma gramínea semiperene cujo caule chega a medir 6 metros de altura, rica em sacarose, amplamente utilizada na alimentaçăo humana (açúcar), animal (raçăo) e como matéria-prima para indústria. Utilizando-se tecnologia química e biotecnológica é possível obter desta gramínea, diversos derivados (atualmente săo comercializados mais de cem subprodutos da cana no mundo). Destaca-se também pela potencialidade de gerar energia em nível superior ŕ capacidade para obtę-la, além de ser detentora de elevada capacidade fotossintética e, portanto, contribuir para atenuar o efeito estufa. Colonizadores portugueses introduziram a cana no Brasil, no século XVI, cujo cultivo se tornou importante fonte de renda e deu origem ao ciclo econômico do açúcar no País. A princípio, o cultivo ocupou áreas do nordeste brasileiro e parte do litoral do sudeste. Por vários séculos foi um produto importante para a economia do Brasil, mesmo enfrentando diversas crises na produçăo influenciadas pela demanda internacional e pela concorręncia com outras regiőes produtoras. No século XX, com a crise do café, o açúcar ressurge como possibilidade econômica para os produtores do centro-sul. Depois das fases de avanço e recuo na produçăo, na década de 1930, o Governo interveio na reorganizaçăo da estrutura produtiva do setor agroindustrial canavieiro no Brasil. Em 1933, foi criado o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e o Governo passou a dominar praticamente toda a estrutura do setor, ficando responsável pelo ciclo de produçăo e comercializaçăo, inclusive fixaçăo de preços, cotas, exportaçăo e importaçăo. Segundo um histórico da UNICA (Uniăo da Indústria de cana-de-açúcar), a criaçăo do IAA se dá em um contexto em que o Governo considerava que a produçăo nacional de açúcar excedia as necessidades de consumo; que havia tendęncia mundial de limitaçăo da produçăo açucareira; que havia necessidade de assegurar o equilíbrio do mercado de açúcar; e que a produçăo de etanol seria uma alternativa viável para a indústria açucareira. Foi assim que foram definidas políticas de Governo voltadas para manter organizada e rentável a atividade. Em 1940, o Brasil tinha mais de 30 destilarias para a produçăo de álcool anidro, produzindo mais de 500 mil litros/dia e com perspectivas de expansăo para o centro-sul. Com o fim da Segunda Guerra e início da ‘Era Vargas’, houve aumento na demanda pelo produto que, somado a tendęncia de estimulaçăo ŕ produçăo industrial, criaram as condiçőes que os usineiros paulistas precisavam para se expandir para os estados vizinhos.

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zou uma linha de crédito específica para os usineiros montarem seus estoques. Porém, com os números abatidos por causa da crise, poucas usinas tiveram acesso aos financiamentos. No entanto, novas negociações estão em andamento, e podem diminuir, no médio prazo, a sazonalidade nos preços e na oferta de etanol. Uma das medidas adotadas no curto prazo, para evitar o desabastecimento, foi anunciada no início de janeiro pelo Governo, que foi a redução de 25% para 20% no percentual de etanol anidro na gasolina. Redução de impostos Técnicos do setor consideraram a última safra da cana-de-açúcar, como desastrosa. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, disse que há necessidade de maior competitividade ao etanol brasileiro. Para ele, a medida mais importante é a desoneração tributária do etanol, em especial do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Hoje, as usinas pagam 9,25% de PIS/Confins. “Estamos estimando que, em 2020, vamos produzir 1,2 bilhões de toneladas de cana e 40% dessa cana vão para a produção de etanol. E a grande questão é a competitividade. O mais importante é a re-

Proálcool

Apesar da experięncia na utilizaçăo de álcool combustível, desde início do século XX, foi somente em 1975, ainda sob efeito da crise do petróleo, que o Governo brasileiro criou o Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL), com vistas a criar mecanismos necessários para a expansăo da produçăo no País. O principal objetivo do Programa era atender as necessidades do mercado interno e externo, a partir de uma política de combustíveis automotivos. Para isso, o Governo previa a expansăo da produçăo por meio do estímulo ŕ modernizaçăo e ampliaçăo das destilarias existentes, instalaçăo de novas unidades produtoras, anexas a usinas ou autônomas, e a criaçăo de unidades armazenadoras. O Proálcool nasceu em razăo do forte impacto negativo na economia causado pela crise do petróleo, no período entre 1973 e 1978. Foi assim que, em razăo dos financiamentos e estímulos oferecidos pelo Proálcool, que a produçăo brasileira de etanol cresceu de 555 milhőes de litros, em 1975/76, para mais de 12 bilhőes de litros no início da década de 1990. Foi a implantaçăo do Proálcool que marcou a opçăo do álcool carburante, como alternativa ao uso da gasolina. E, apesar das sucessivas crises e dificuldades, o programa sobrevive até hoje como importante alternativa aos combustíveis fósseis.

nanceira que deixou usinas sem capital de giro, obrigando-as a desovar seus estoques por valores baixíssimos; e também por causa dução da Contribuição de Intervenção no da forte demanda no mercado externo por Domínio Econômico (Cide). “Entendemos que açúcar. A notícia ruim é que esses fatores vão o etanol tem que passar pelo mesmo procescontinuar prejudicando o setor sempre, uma so. Hoje, a tributação que incide sobre a gasovez que o etanol é lina está na faixa de 35% uma commodity agrído preço de bomba e a cola, ou seja, cuja Cultivar cana-de-açúcar, segundo especialistas, é muito do etanol, em 31%. Achaprodução depende complexo. Num único plantio pode resultar em cinco a sete mos que deveria também das condições climácolheitas e, depois de cada ciclo, o produtor deve fazer haver redução sobre o ticas, o que, em con‘altos investimentos’ para renovação do canavial e, etanol [para torná-lo sequência, determina consequentemente, haja boa produtividade da colheita seguinte. mais competitivo]”, avaos preços. Estão senlia, ao acrescentar que, do tomadas medidas, os estados também podedução dos tributos que são cobrados sobre o porém, como: o Governo colocar em prática riam reduzir o Imposto sobre Circulação de os estoques reguladores, que podem ser aci- etanol”, disse o representante dos usineiros. Mercadorias e Serviços (ICMS), assim como onados em situações de emergência, como a Segundo ele, o etanol deveria ter o mesmo ocorreu em São Paulo, que baixou de 25% entressafra. Em 2010, o Governo disponibili- tratamento da gasolina, beneficiada pela re- para 12,5% a alíquota do imposto.

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biocombustível

Álcool

Álcool etílico (etanol ou metilcarbinol) é um líquido incolor, transparente, volátil, de cheiro etéreo, sabor picante e miscível em água e em diferentes líquidos orgânicos. O produto é formado por dois átomos de carbono, cinco átomos de hidrogęnio e um grupo hidroxila. Ao contrário da gasolina, o etanol é uma substância pura, composta por um único tipo de molécula: C2H5OH.

Até novembro deste ano, a moagem da cana-de-açúcar atingiu 488,46 milhões de toneladas na Região Centro-Sul do País, uma queda de 10,23% em relação ao volume processado no mesmo período de 2010 (544,12 milhões de toneladas). Na segunda quinzena de novembro, foram moídas 9,11 milhões de

ível Uso do álcool combust O álcool etílico, ou etanol, é usado no Brasil, em larga escala, como combustível, por meio de dois programas distintos: como álcool hidratado, comercializado via bombas específicas nos postos de abastecimento, em veículos movidos exclusivamente a álcool e em veículos Flex Fuel, ou como álcool anidro em mistura obrigatória ŕ gasolina. A Lei nș 8.723, de 28 de outubro de 1993, dispőe que o Poder Executivo fixará o percentual da mistura de álcool anidro na gasolina no intervalo de 18% a 25%. Antes da publicaçăo da Lei nș 12.490 em 19/09/11, o limite mínimo de mistura era de 20%. A competęncia legal para definir o percentual de álcool anidro na gasolina é do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA). Desde 01/10/11 vigora a mistura de 20% de álcool anidro na gasolina, conforme definido na Resoluçăo CIMA nș 01 de 31/08/11. Os veículos Flex Fuel foram lançados comercialmente no mercado brasileiro em 2003. Atualmente dez montadoras (Peugeot-Citroen, Fiat, Ford, General Motors, Volkswagen, Renault, Mitsubishi, Toyota, Honda e Nissan) estăo fabricando e comercializando 114 modelos de veículos Flex Fuel no Brasil. A Kia Motors também comercializa no Brasil veículos Flex Fuel produzidos na Coréia do Sul. Os proprietários destes veículos podem escolher o combustível (qualquer proporçăo ou mistura de gasolina ou

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toneladas, menos da metade do que foi processado no mesmo período na safra passada. A produtividade da cana no período agrícola 2011/2012 foi a menor em 24 safras, lamenta Luiz Antonio Dias Paes, gerente de Produtos do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). “Essa safra foi um desastre total em termos de produtividade”, consequência do clima, com ocorrência de geadas e estiagens prolongada no inverno, e a menor renovação do canavial, resultado da crise econômica. Do que foi processado na segunda quinzena de novembro, 44,58% foi para a fabricação de açúcar (498,60 mil toneladas). A produção de etanol, por sua vez, somou 383,8 milhões de litros, sendo 99,6 milhões de litros de álcool anidro e 284,20 milhões de litros de hidratado. No acumulado da safra, até o fim de novembro, foram produzidos 20,38 bilhões de litros de etanol, sendo 7,89 bilhões de litros de álcool anidro e 12,49

bilhões de litros de hidratado. A produção de açúcar somou quase 31 milhões de toneladas. As vendas de etanol, entre abril e o dia 1º de dezembro, somaram 14,61 bilhões de litros, 17,95% abaixo do volume vendido na safra passada. Desse total, 13,08 bilhões de litros foram destinados ao mercado doméstico e 1,53 bilhão de litros à exportação. O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, estima que a safra de cana deve ultrapassar 490 milhões de toneladas. Para o mercado de etanol, ele estimou que as exportações devem ficar entre 1,65 bilhão de litros e 1,7 bilhão de litros. Até 2020, a expectativa dos usineiros é dobrar a produção, de 555 milhões de toneladas para 1,2 bilhão de toneladas. Para atingir esse resultado, o executivo calcula que serão necessárias 120 novas usinas. “Precisamos produzir muito mais cana para atender a todos os

álcool hidratado) a cada abastecimento conforme preço e disponibilidade dos combustíveis, desempenho e consumo. Desde o lançamento já foram comercializados 14,6 milhőes de veículos Flex Fuel. Em 2011 (até setembro) a participaçăo destes veículos no mercado brasileiro de veículos leves foi de 83,4 %.

Fabricantes brasileiros tęm trabalhado no desenvolvimento de motocicletas Flex Fuel cujo primeiro modelo (Honda CG 150 Titan MIX) foi lançado comercialmente em março de 2009.

Com o aumento significativo dos veículos Flex Fuel em circulaçăo, gerou expressivo consumo de álcool hidratado no Brasil: 4,3 bilhőes de litros em 2003 para 15 bilhőes de litros em 2010. Cabe destacar que nos EUA a frota deste tipo de veículo é superior a 7 milhőes de unidades que podem ser abastecidas com qualquer mistura de E-85 (85% de etanol e 15% de gasolina) e gasolina. Outros países como Suécia, Espanha, Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e Canadá estăo incentivando o uso de veículos Flex Fuel. Os veículos Flex Fuel e os movidos exclusivamente a álcool hidratado tęm alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) menores em relaçăo aos veículos a gasolina. O Decreto nș 4.317, de 31 de julho de 2002, fixou as alíquotas do IPI de veículos Flex Fuel (início do tratamento tributário destes veículos) e induziu o lançamento dos mesmos no ano seguinte. As atuais alíquotas do IPI para automóveis que atendam os requisitos previstos no Art. 2ș do Decreto nș 7.567, de 15 de setembro de 2011, de acordo com a cilindrada e o combustível, constam no item “Estatísticas e anexos”.

Desde 2005 a indústria aeronáutica Neiva, subsidiária da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), comercializa aviőes agrícolas movidos a álcool hidratado, usados para pulverizaçăo de lavouras. O modelo Ipanema foi a primeira aeronave de série no mundo a obter autorizaçăo para voar com álcool combustível. Para os proprietários de modelos Ipanema movidos a gasolina, existe a opçăo de realizar a conversăo do motor para utilizar álcool por meio de kits. Mais informaçőes em http:// www.aeroneiva.com.br/site/content/home/default.asp Em outubro de 2007 foi lançado o primeiro ônibus brasileiro movido a álcool, com o Projeto BEST - BioEthanol for Sustainable Transport. Trata-se de uma iniciativa da Uniăo Européia que tem como objetivo divulgar mundialmente o uso do álcool combustível, com o apelo ŕ reduçăo do uso de combustíveis fósseis e de emissőes de gases geradores de efeito estufa. O Projeto está sendo coordenado pelo Centro Nacional de Referęncia em Biomassa (CENBIO) da Universidade de Săo Paulo (USP). Os ônibus (chassis e motores) com motorizaçăo do ciclo diesel, movidos a álcool, serăo importados da Suécia e circularăo no corredor Jabaquara – Săo Matheus (Regiăo Metropolitana de Săo


mercados que a gente tem e, para isso, precisamos de políticas públicas e privadas também”. Consumo de combustíveis Apesar da crise, os técnicos do setor avaliam que o consumo de combustíveis no País deve crescer 5% este ano, em relação a 2010, mais que a variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, estimado em 3,5%. Pelo menos foi o que disse à Agência Brasil, o presidente da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto. Segundo ele, no ano passado, por exemplo, a alta foi aproximadamente 10%, ante crescimento de 7,5% da economia brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, este ano, além do crescimento menor do PIB, também influenciou no resultado o menor volume de combustíveis oferecido nas bombas, por causa da queda da safra da cana-de-açúcar e, consequentemente, da oferta de etanol. Com isso, caiu a oferta de álcool hidratado, que sai da bomba para o tanque do carro, enquanto a produção do etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, aumentou. “Há uma redução do volume [consumido], por dois motivos: O primeiro é o PIB, que está menor. O segundo é porque ocorreu um deslocamento do consumo de álcool para gasolina. Em termos de volume, é um pouco menor, mas, em termos de energia, é a mesma coisa”, observa. De acordo com Lima, a distância que um carro percorre com um litro de etanol é a mesma que com 700 mililitros de gasolina.

Paulo) para a realizaçăo de estudos de viabilidade comercial e avaliaçăo do desempenho deste tipo de ônibus em relaçăo aos ônibus convencionais.

Alcoolquímica No Brasil a alcoolquímica é anterior ŕ petroquímica. Só algumas décadas depois de a indústria alcoolquímica ter sido implantada é que chegou a petroquímica. Com a elevaçăo dos preços do petróleo, a indústria química procura sucedâneos e já duas novas indústrias foram anunciadas para produzir eteno a partir de etanol. O retorno da alcoolquímica abre grandes perspectivas para ampliaçăo de mercado para a agroindústria sucroalcooleira.

BNDES O BNDES possui programas para o financiamento de diversos elos da cadeia produtora de biocombustíveis, tais como: plantio da cana-de-açúcar e de oleaginosas; aquisiçăo de máquinas e equipamentos; desenvolvimento tecnológico; infra-estrutura para armazenagem, cogeraçăo de energia. O BNDES desembolsou em 2010 cerca de R$ 7,6 bilhőes para o setor sucroalcooleiro. Em 2009, o banco liberou R$ 6,5 bilhőes para o setor. Pode-se citar os seguintes programas de financiamento do BNDES para a cadeia sucroalcooleira: FINAME agrí-

No Paraná Historiadores contam que, até o final da década de 1960, a cana-de-açúcar no Paraná năo apresentava expressăo de cultura canavieira. O açúcar produzido destinava-se ao consumo interno. Além do mais, a aguardente produzida no Estado era também para atender necessidades locais. Em termos de produçăo de álcool e açúcar, destacam-se as usinas de Bandeirantes, no município de Bandeirantes; Central Paraná, no município de Porecatu; Jacarezinho, no município de Jacarezinho e Morretes no litoral norte do Estado. Até 1979, foi mantida essa estrutura produtiva e com poucas perspectivas de expansăo. A partir da década de 1980, essa realidade começou a mudar com a decadęncia da cafeicultura no Norte do Estado, surgindo a cana-deaçúcar, como alternativa para a crise que estava instalada há 10 anos; somase a isto a expansăo natural das lavouras de cana que atingiam a fronteira do Paraná a partir de Săo Paulo. Estes fatores ganharam impulso com a implantaçăo da segunda fase do Proálcool, que estimulou a produçăo de álcool hidratado e a expansăo das destilarias autônomas voltadas exclusivamente para a produçăo alcooleira. Com as novas perspectivas foram implantadas no Paraná 19 unidades produtoras, que absorveram boa parte dos recursos do Programa Federal. Dados do CENAL (Comissăo Executiva Nacional do Álcool), com o apoio do Governo, a área de cana colhida no Paraná passou de 57.990 ha em 1980, para 140.772 ha em 1986, e a participaçăo do Estado na produçăo total nacional passou de 2,2%, para mais de 5%. O Paraná tem hoje 29 unidades produtoras de açúcar e álcool, com impacto econômico sobre 130 municípios, onde geram 74 mil empregos diretos.

cola (financiamento para aquisiçăo de máquinas e equipamentos novos, de fabricaçăo nacional), FINEM (financiamento para a realizaçăo de projetos de implantaçăo, expansăo e modernizaçăo), MODERFROTA (financiamento para a aquisiçăo de tratores agrícolas e implementos associados e colheitadeiras), MODERMAQ (financiamento ŕ aquisiçăo de bens de capital), FUNTEC (apoiar financeiramente projetos que objetivam estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovaçăo de interesse estratégico para o país), PROINFA (investimentos em projetos de geraçăo de energia a partir de fontes alternativas). Destaca-se o FUNTEC (fundo tecnológico), por ser um programa destinado a investir em áreas consideradas de fronteira tecnológica, incluída os desenvolvimentos tecnológicos ligados ŕs energias renováveis provenientes da biomassa, capazes de assegurar, no longo prazo, a competitividade do Brasil nesta área.

Exportação e importa ção Em 2011 (até setembro) o Brasil exportou 1,264 bilhăo de litros de álcool, volume 4,7% inferior ao mesmo período de 2010. Em 2010 o Brasil exportou 1,9 bilhăo de litros de álcool, volume 42,4% inferior ao de 2009. As receitas obtidas com as exportaçőes de álcool em 2010 foram de US$ 1 bilhăo (reduçăo de 24% em relaçăo a 2009). Dados mais detalhados podem ser obtidos no item “Estatísticas e anexos”.

O Brasil exporta para países como EUA, Japăo, Jamaica, Nigéria, Coréia do Sul, Suécia, Países Baixos (Porto de Roterdam, Holanda), Costa Rica, El Salvador e México. Os EUA săo grandes importadores de álcool brasileiro (313 milhőes de litros importados diretamente em 2010), apesar do seu nível elevado de imposto de importaçăo (o álcool importado pelos EUA é tributado com a alíquota específica de US$ 0,14 por litro e a alíquota ad valorem de 2,5%). Empresas brasileiras também exportam para países da América Central e do Caribe etanol hidratado que é reindustrializado (desidratado e transformado em anidro) e reexportado para os EUA. Em 2009 o Brasil exportou para os referidos países cerca de 777 milhőes de litros. Os países da Uniăo Européia também importam volumes significativos do Brasil. Em 2009 importaram cerca de 876 milhőes de litros de álcool do Brasil. Na Uniăo Européia, o imposto que incide sobre o álcool brasileiro tem dois valores: US$ 0,24 por litro para o álcool etílico năo desnaturado e US$ 0,13 por litro para o álcool etílico e aguardentes, desnaturados. Em 2011 (até setembro) o Brasil importou 570 milhőes de litros de álcool, volume 922% superior ao mesmo período de 2010. (Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

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política

Pizza “À La Derosso” EMBORA O FIM DA CPI DO DEROSSO JÁ ESTIVESSE SENDO ESPERADO, O ARQUIVAMENTO DAS DENÚNCIAS CONTRA O PRESIDENTE LICENCIADO DA CÂMARA DE CURITIBA PROVOCOU INDIGNAÇÃO. O RELATÓRIO DO VEREADOR DENÍLSON PIRES ISENTA DEROSSO DAS ACUSAÇÕES DE IRREGULARIDADES NOS CONTRATOS DE PUBLICIDADE, ASSINADOS ENTRE A CÂMARA, A EMPRESA DE SUA ESPOSA E DUAS AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE

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grande maioria dos vereadores que compõe a Câmara de Curitiba aprovou o relatório apresentado pelo vereador Denilson Pires (DEM), relator da CPI, instalada na Casa para investigar supostas irregularidades em contratos de publicidade envolvendo o presidente licenciado, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), no período entre 2006 e 2010. Na papelada apresentada na tarde de terçafeira (20), Pires isenta o tucano de qualquer responsabilidade pelos gastos de mais de R$ 31 milhões em publicidade e, ainda, não recomenda nenhum tipo de punição ao presidente licenciado. O relator diz que o documento traz indícios de equívocos, “que são imorais, mas não ilegais”, e aponta “soluções” para que as falhas não aconteçam novamente. Pior, o vereador parecia convictos de que não existem provas de que Derosso tenha agido de má fé ou com intenções de obter benefícios nos contratos de publicidade. E, por isso, o resultado da CPI não chegou a surpreender, mas causou indignação, porque muita gente ainda tinha um “fiozinho” de esperança de que a Comissão e seus membros pudessem trabalhar com seriedade. O que acabou não acon40 Documento Reservado / Dezembro 2011

tecendo e a pizza “À La Derosso” foi servida por ele mesmo, o que demonstra a influência que o vereador tucano exerce nos demais parlamentes, pelo menos, a 27 deles. Aliás, situação que foi se fortalecendo ao longo de 16 anos em que Derosso ficou à frente da presidente da Câmara da Capital. No relatório, Pires concluiu que a qualidade das informações acumuladas durante a investigação justificam o procedimento (arquivo). “O relatório final possui oito volumes e perto de três mil páginas. Não chegamos a provas concretas, mas levantamos indícios que ajudarão os órgãos de fiscalização. Também fazemos recomendações ao plenário da Câmara Municipal, para melhorar a administração interna”, diz Pires. A decisão de enviar toda a documentação ao Ministério Público (MP) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi apoiada pelos vereadores Emerson Prado (PSDB), Paulo Frote (PSDB), Nely Almeida (PSDB), Zezinho do Sabará (PSB) e Zé Maria (PPS). O posicionamento do vereador Zé Maria, favorável ao relatório aprovado pela CPI da Câmara Municipal, pode lhe render o afastamento do partido. Pelo menos é o que preten-

de o secretário-geral do PPS do Paraná, Rubico Camargo, que entrou com representação no Conselho de Ética do diretório estadual, pedindo o afastamento liminar do parlamentar de todas as funções partidárias. Atualmente, o Zé Maria é o primeiro vice-presidente do PPS de Curitiba. Rubico quer também que Zé Maria deixe a liderança do partido na Câmara, por entender que, ao aprovar o relatório que isentou Derosso das denúncias, o vereador não seguiu a linha de pensamento do PPS. “Desde que as irregularidades da Câmara de Vereadores se tornaram públicas, o partido pediu rigorosas investigações e, inclusive, o afastamento de Derosso da presidência da Casa. O posicionamento de Zé Maria é contrário a todo o trabalho do PPS neste ano, a favor da transparência e da busca por esclarecimentos. O PPS tem convicção das irregularidades praticadas pelo presidente licenciado. O partido

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NORMA CORRÊA

analisou os documentos e pediu a saída do favorecimento da empresa da esposa de De- res Pedro Paulo (PT) e Paulo Salamuni (PV) então presidente do cargo. O PPS não tolera rosso, a jornalista Cláudia Queiroz, em licita- apresentaram relatório paralelo, e pedem a que um representante esteja na linha de defe- ções e o pagamento ilegal de aditivos. Apesar responsabilização do presidente licenciado da sa do grupo que mergulhou o legislativo mu- de ter isentado de culpa o vereador Derosso, Câmara, além de, também, fazerem recomennicipal em sua maior crise. Pediremos o afas- Denilson Pires fez, ainda, uma série de reco- dações adicionais ao plenário. A proposta retamento do Zé Maria das funções partidárias e mendações. Diz ele que, a partir da retomada cebeu o apoio de Tito Zeglin (PDT). O presida liderança da bancada”, informa Rubico, ao das sessões plenárias, em fevereiro de 2012, o dente da CPI, Emerson Prado, disse que parte acrescentar, ainda que, ao ser membro da CPI, plenário da Câmara Municipal vai avaliar as das indicações contidas no segundo relatório, Zé Maria representou o partido nos trabalhos sugestões contidas no relatório, que reforçam poderiam ter sido incorporadas ao original, e, por isso, defende que o para enriquecê-lo. “Nós fiPPS não dê legenda ao verezemos a nossa parte, levanOs vereadores Pedro Paulo (PT) e Paulo Salamuni (PV) ador para a próxima eleição. tando informações que ajuapresentaram relatório paralelo, e pedem a “O PPS não concorda com o darão o MP e TCE nas suas relatório. Se houve indício apurações. Não poderia ser responsabilização do presidente licenciado da Câmara. de irregularidades, o presidiferente disso, uma vez dente licenciado não podeque conduzimos o procesria ser isento de qualquer responsabilidade a figura do gestor de contratos e propõe a so com responsabilidade”, garante o presidente no caso”, afirmou. definição porcentual de valores em procedi- da CPI. Salamuni e Pedro Paulo discutiram o Ainda sobre o relatório, Denilson Pires mentos licitatórios. O relatório de Denílson resultado, afirmando que a Câmara deixou de atesta que o jornal “Câmara em Ação” – que Pires pede a criação de uma Comissão Perma- se posicionar publicamente diante do caso. os vereadores da bancada de oposição na Casa nente de Supervisão de Contratos em Execu- “Nós temos conclusões diferentes, por isso, afirmam ser “fantasma” – que o material foi ção, cuja atribuição seria certificar a lisura da apresentamos um relatório paralelo. Vamos impresso e distribuído em Curitiba. Segundo administração do Legislativo. O relator tam- entregar o nosso trabalho diretamente ao Miele, há 99% de chance deste material ter sido bém se refere ao regimento interno, pedindo nistério Público”, disse Pedro Paulo. Além dos feito. E culpa a “metodologia utilizada pelas a sua revisão, e a criação de um sistema online vereadores já citados, acompanharam a reugráficas”, que venceram a licitação, para di- onde os vereadores tenham acesso às licita- nião final da comissão de inquérito os parlavulgar as atividades da Casa. “Poucas pessoas ções, contratos e acompanhamento da execu- mentares Noemia Rocha (PMDB), Algaci Tulio lembravam ter recebido, mas isso não quer ção dos serviços contratados pela Câmara. (PMDB), Professora Josete (PT), Jonny Stica dizer que não tenham recebido”, afirma. SoDo outro lado da trincheira, os vereado- (PT) e Professor Galdino (PSDB). bre a participação de Cláudia Queiroz, esposa de Derosso e proprietária da Oficina da NotíVereador Denílson Pires, relator da CPI do Derosso, cia, nas licitações da Câmara, Pires repete a diz que as ações foram imorais, mas legais história de que Derosso e a jornalista não eram casados quando a empresa venceu a licitação, o que, para ele, legitima a concorrência públiVereador Pedro Paulo, da bancada de oposição, ca. Isso sem contar com as suspeitas de pagafez parte da produção de um relatório paralelo mento de aditivos, cujo “negócio” entre a Câmara e a Oficina da Notícia, conforme informa o Tribunal de Contas, teria sido de R$ 5,2 milhões por ano. “Os aditivos, nós podemos Vereador Paulo Salamuni, da oposição, quer dar outro fim à dizer que são imorais, mas não ilegais já que a CPI do Derosso e assinou também o relatório paralelo empresa venceu a licitação”, defende Denilson Pires. A CPI foi criada na Câmara para investigar várias denúncias de supostas irreguVereador Zé Maria pode ser punido pelo diretório estadual do laridades nos contratos de publicidade da PPS por ter apoiado a aprovação do relatório da CPI do Derosso Câmara de Curitiba e, entre elas, o possível 41 Documento Reservado / Dezembro 2011


segurança

Richa sabe onde

mora o crime e só a intervenção do Estado resolverá

O

governador Beto Richa (PSDB), sabe onde mora o perigo. Tem, em suas mãos, todo o mapa do tráfico de drogas e crimes do Estado, principalmente de Curitiba. E somente o governador poderá colocar um basta na violência, determinando a intervenção nesses locais. Não adianta, portanto, colocar todo o Regimento Coronel Dulcídio para passeios nas principais avenidas e praças da cidade. A cavalaria tem que estar presente nos pontos críticos. Tem que acampar, por exemplo, no Parque dos Tropeiros, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), pois é lá que moram os traficantes e os homens mais perigosos do Estado. É no Jardim Sabará, na CIC, ao lado do Caique, nas imediações do Parque dos Tropeiros e na Vila Verde, que estão concentrados o maior volume de traficantes de drogas e maior número de homicídios da capital. Hoje, Curitiba e região metropolitana registram um histórico número de 120 homicídios neste ano e poderá chegar à triste marca de

150 homicídios à bala. É importante lembrar, neste caso, que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes, uma guerra civil. De acordo com informações da própria Polícia Civil do Estado, o segundo bairro com maior número de tráfico de drogas e homicídios é o Xaxim, seguido do Alto Boqueirão e Boqueirão. Na região metropolitana, o Alto Maracanã, em Colombo, é o campeão absoluto, com criminalidade próximos de cidades como Foz do Iguaçu e até mesmo o Rio de Janeiro. No Alto Maracanã residem 218 mil pessoas com apenas uma delegacia e é ali que se concentram, também, os desmanches de carros e é para lá que são levadas pessoas vítimas de seqüestro relâmpago na capital. Vaporzinhos Além dessas regiões, somam-se ainda Campina Grande do Sul, Vila Zumbi, Trindade e Cajuru. O tráfico de drogas no Parque dos Tropeiros, Caique, Sabará e Vila Verde começa às 11 horas e a entrega da maconha e principalmente craque é feita de táxis e motos. A Vila Sabará e Vila Verde concentram, juntas, Governador tem que determinar intervenção nas áreas de risco

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60 mil pessoas. O aviso da chegada do carregamento de drogas é feito através de assovios e a polícia é recebida com fogos de artifícios para avisar os traficantes. Mais sério é no Xaxim que, de acordo com uma fonte da própria polícia civil, a chegada das pedras de crack e da maconha é anunciada com tiros de revólver. O tráfico é feito por crianças e adolescentes – de oito a 17 anos – e, este ano, dois vaporzinhos, um de oito anos e outro de 11, foram mortos na Vila Verde. Embora existam 32 associações na Vila Sabará, não existe nenhum conselho comunitário de segurança. A ordem do tráfico é curta e grossa: se fundarem a entidade vão morrer. Vítimas de armas de fogo Dados do Ministério da Saúde indicam que 35.233 brasileiros morreram, em 2010, vítimas de armas de fogo. O número corresponde a 70,5% dos 49.932 assassinatos cometidos no país, no ano passado. Se forem considerados os suicídios, os acidentes e mortes de intenção indeterminada, as armas de fogo foram os instrumentos responsáveis pela morte de mais de 38 mil pessoas. O levantamento faz parte do Sistema de Informações de Mortalidade publicado regularmente pelo ministério em seu site.


PEDRO RIBEIRO

Os números, que ainda são preliminares, são inferiores aos registrados em 2009 (39,6 mil mortes violentas, sendo 36,6 mil homicídios provocados por armas de fogo), mas segundo o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as taxas de 2010 ainda são consideradas “altas taxas”, mesmo se levando em conta que as comparações devem ser feitas com cuidado pelo fato de os dados serem preliminares. Barreto comentou o levantamento do Ministério da Saúde no Seminário de Desarmamento, Controle de Armas e Prevenção à Violência, promovido pela representação das Nações Unidas no Brasil em parceria com a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Várias políticas de segurança pública têm sido levadas a cabo pelo Ministério da Justiça, mas, todos os dias, vemos casos de pessoas que sofrem aci-

dentes domésticos com armas de fogo, de uma pessoa que se envolve em briga de bar e mata a outra por estar com uma arma de fogo, brigas de trânsito, brigas de vizinhos. São pessoas que não eram criminosas e passam a ser por estar com uma arma de fogo em suas mãos”, disse. Segundo Barreto, para reverter esse quadro, é preciso reduzir o número de armas de fogo nas mãos de civis. Entre as políticas voltadas para esse objetivo estão as campanhas de desarmamento. A campanha mais bem sucedida foi a realizada entre os anos de 2004 e 2005, logo após a aprovação do Estatuto do Desarmamento em 2003, quando mais de 500 mil armas foram entregues voluntariamente por cidadãos ao Estado e, posteriormente, destruídas. Dados do Ministério da Saúde mostram que as mortes por armas de fogo caíram de 39,3 mil, em 2003, para 37,1 mil, em 2004, e 36 mil, em 2005. Na campanha deste ano, que começou há sete meses e se encerra no dia 31, já foram recolhidas 35 mil armas. O coordenador das ações de desarmamento da organização não governamental Viva Rio, Antônio Rangel Bandeira, no entanto, cobra uma melhor fiscalização das autoridades governamentais sobre a venda de armas no país. “O que precisamos, de fato, é aplicar a lei [Estatuto do Desarmamento]. A lei existe e é boa. O Estatuto do Desarmamento está sendo copiado por oito países no momento, como uma das leis mais avançadas do mundo. Mas o Brasil legal não tem nada a ver com o Brasil real”, disse Bandeira. Bandeira cita, como exemplo, a facilidade para se comprar armas de fogo nas lojas do Rio de Janeiro. Já Barreto diz que há, sim, um controle efetivo realizado pela Polícia Federal e pelo Exército, que vai desde a fabricação da arma até a venda ao cidadão. “A arma tem um controle desde a indústria, com numeração, código de série, vendedor, comprador. No Brasil, tudo isso é rastreado. O que acontece é que, muitas vezes a arma que o cidadão tem em casa, é roubada”, afirma. 43 Documento Reservado / Dezembro 2011


agronegócios

DENTRO E FORA

DA PORTEIRA Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) realiza estudos sobre logística para contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado

E

studos analíticos para contribuir com o desenvolvimento do Estado do Paraná foram apresentados, dia 21 de novembro, pela federação da Agricultura do estado do Paraná ( FAEP) durante o “Fórum de Logística do Agronegócio Paranaense”, realizado no Hotel Radisson, em Curitiba. Trata-se das “Perspectivas de exportação de granéis sólidos pelo Porto de Paranaguá”, realizado pelo economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, e “Analise das tarifas ferroviárias e rodoviárias do Agronegócio do Paraná”, da ESALQ-LOG/USP. O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, explicou que “dentro da porteira a economia demonstra pujança, fora dela temos muitos problemas”. Segundo ele, “nossa intenção com esses estudos é demonstrar o que estrangula o desenvolvimento do agronegócio e por conseqüência do Estado, num momento de grandes oportunidades”. Anualmente cerca de 35 milhões de toneladas de produtos agrícolas (soja, milho, açúcar, etc.) circulam pelas rodovias e ferrovias no território paranaense. “Apesar da perspectivas de crescimento mundial menos nos próximos anos, a demanda de alimentos continuara forte. Os países emergentes, em especial a Ásia, continuarão a crescer a taxa elevada (7% a 8%), diz Mendonça de Barros. O evento da FAEP contou com a presença dos secretários Noberto Ortigara, da Agricultura; Cássio Taniguchi, do Planejamento, José Richa Filho, da Infraestrutura e Logística, o secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato; o superintendente da Appa, Airton Vidal Maron e o diretor Empresarial (DIREMP), Lourenço Fregonese, o diretor presidente da Ferroeste, Mauricio Querino Theodoro; o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES, Gilmar Mendes Lourenço; o diretos do centro de Pesquisa, Julio Takeshi Suzuki Júnior; Darci Piana , presidente do sistema Fecomercio; Paulo Scalco, diretor do porto de 44 Documento Reservado / Dezembro 2011


Cerca de 35 milhĂľes de toneladas de produtos agrĂ­colas circulam pelas rodovias e ferrovias paranaenses

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agronegócios

Antonina; Nelson Costa, superintendente da Ocepar; Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar; ex ministro Euclides Scalco representantes de cooperativas e empresas multinacionais ligadas ao agronegócio, lideranças sindicai de todo Paraná e produtores.

expansão das exportações de soja, milho, farinha de soja e açúcar ao longo dos próximos 5 as 10 anos.

Alem disso, o transporte ferroviário apresenta outros problemas: elevado “transit time” de carga ( que demora mais dias para chegar ao porto quando comprada ao modal rodoviFrete caro ário) o grande número de operações a serem Os gastos no frete rodo-ferroviario deve- realizadas (frete de ponta, transbordo e frete riam ser menores do que o preço do ferro- ferroviário), enquanto que para o frente rodoTerra e mar viário direito de uma origem para o Porto, viário direto é necessário apenas uma operaA ESALQ-LOG instituiu o Projeto “Jamai- tornando o preço do frente intermodal com- ção ( contratação do frete rodoviário) . ca” para analisar as tarifas ferroviárias e ro- petitivo. E isso não ocorre, demonstra o esO estudo mostra que “o preço do frete doviárias do Estado do Paraná de diversos tudo da ESALQ-LOG. Uma carga de açúcar, rodo-ferroviario representa, em média, 103% produtos do agronegócio nacional (soja, por exemplo, que saia de uma cidade no do frete rodoviário direto. Em outras palamilho, farelo de soja, açúcar, vras, a alternativa intermoetanol, calcário, fertilizantes, dal torna-se inviável ecoParticiparam do projeto “Jamaica” 22 empresas do carnes e derivados), apresennomicamente ao se analiagronegócio paranaense separadas em dois grandes tando a inter-relação entre os sar todo o conjunto de gasgrupos, levando em consideração sua principal usuários do serviço ferroviátos necessários”. atividade agrícola: 8 empresas do setor sucroalcoleiro rio ( empresas envolvidas no Foi possível notar que projeto), as concessionárias os preços de frete ferroviáe as demais são empresas de grãos. das ferrovias presentes no esrios praticados pelas emtado e a Agencia Nacional de presas do agronegócio paTransporte Terrestre ( ANTT). Já a MB Asso- Centro Norte paranaense, dirige-se até o ter- ranaense correspondem a aproximadamente ciados avaliou que, mesmo considerando minal de Maringá onde é carregada por fer- 71% do preço determinado pela tarifa teto da que o consumo interno de grãos no Paraná rovia até o Porto de Paranaguá. Esse trajeto ANTT. Conforme o esperado, este indicador ser elevado, o Porto de Paranaguá precisara intermodal citado deve custar menos do que mostra claramente que o atual calculo de tarirealizar investimentos para suportar a de- levar diretamente o produto entre a cidade fa teto pela ANTT não corresponde a um limimanda adicional de embarque resultante da de origem e o Porto, por rodovia. te coerente dentro das expectativas dos usuários do transporte ferroviário. O estudo aponta ainda que as “tarifas teto” estipulada pela ANTT devem ser revistas, estabelecendo-se realidades mais próximas dos usuários do transporte ferroviário, garantindo adequada prestação do serviço de transporte (como a própria missão da ANTT sugere ).

Um dos problemas no transporte rodoviário é a deficiência na infraestrutura e elevados tempos de carga

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A cadeia logística Participaram do projeto “Jamaica” 22 empresas do agronegócio paranaense separadas em dois grandes grupos, levando em consideração sua principal atividade agrícola: 8 empresas do setor sucroalcoleiro e as demais são empresas de grãos. O motivo é que cadeia logística agroindustrial dessas empresas segue um


caminho bastante semelhante entre a produção e o destino. O projeto estudou a logística de aproximadamente 97% do total de açúcar produzido pelo estado do Paraná e 75% dos grãos. A maior parte destas infraestruturas logísticas são compartilhadas entre diversos estados dos pais, entre eles o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Por isso, a utilização da malha viária disponível é feita por estados muito competentes na produção agrícola nacional o que indica que qualquer melhoria que venha a ser realizada neste setor beneficiara não só o estado do Paraná mas diversos outros estados produtores do Brasil, garantindo a competitividade agrícola dos produtos nacionais mundo afora. No transporte ferroviário foram avaliadas a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A (Ferrooeste) que escoa anualmente pelos seus 248,6km cerca de 1,5 milhões de toneladas, principalmente grãos (soja, milho e trigo), farelos e contêineres, com destino ao Porto de Paranaguá, no litoral do estado. No sentido importação, a ferroviária transporta principalmente adubos, fertilizantes, cimento e combustíveis. E a ALL que detém aproximadamente 16 mil quilômetros de trilhos, na região sul do pais. No Paraná atua em todas as regiões, com terminais ferroviários em Maringá, Araucária, além de outras unidades no Estado. Na área rodoviária foram avaliadas no estudo da ESALQLOG a BR 277 Foz do Iguaçu - Paranaguá); BR 376 (Apucarana- Curitiba-BR 277); BR 369 (Londrina - Cambará) e BR 116 (São Paulo-Curitiba). Gargalos logísticos Em relação ao modal ferroviário, o estudo da ESALQ-LOG foram apontados falta de vagões disponibilizados para o serviço de transporte; quebras de contrato, recebimento de vagões sujos, elevado “transit time”; elevado preço de frente; ineficiência e má organização dos transbordos; falta de investimento em

OS ESTUDOS MOSTRAM O QUE ESTRANGULA O DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIOS. Agide Meneguette

material rodante; perda de vagão durante o transporte; extravio de documentação atrasos, erros de informações; rompimento do lacre dos vagões e roubos de cabos para refrigeração de contêineres. Além disso, há a constatação bastante evidente que neste modal existe a falta de acesso dos pequenos agentes de mercado gerando uma utilização seletiva da ferrovia para o transporte de cargas agrícolas no estado. Problemas no transporte rodoviário Fiscalização por eixo, difícil de ser obtido nas unidades de carregamento e é fiscalizado nas estradas; deficiência na infraestrutura e elevados tempos de carga; grande sazonalidade na procura por serviço de transporte e elevado preço de frete; elevados preços de pedágio; demora na descarga portuária; prática de sobrepeso; infidelidade entre transportador e embarcador; frota antiga e falta de profissionalismo dos motoristas também foram destacados.

Parceria no esforço O estudo da ESALQ-LOG indica que para o aumento da produtividade logística do estado é desejável o esforço das empresas do setor (investimentos próprios em infraestruturas) e do Governo. Este, de forma direta, através de incentivos fiscais e tributários e em parcerias publica-privadas. “O governo também é um agente importante nesse processo de melhoria, podendo investir de forma direta no setor, ou através de incentivos (fiscais, tributários, entre outros) governamentais, viabilizando, eventualmente, parcerias público-privadas”, relata o estudo da ESALQ-LOG. O estudo realizado pela MB Associados mostra que nos países emergentes o crescimento econômico e por conseqüência da renda tem se traduzido em forte aumento do consumo de alimentos nos países emergentes. “As mudanças no padrão de consumo da população, decorrentes da urbanização acelerada levará ao crescimento da demanda mundial de grãos”, diz o estudo da MB Associados. Parale47 Documento Reservado / Dezembro 2011


agronegócios

O volume de carga adicional para Paranaguá poderia chegar a mais de 10 milhões de toneladas de 2021

lamente, haverá limitações na expansão da produção de grandes consumidores, como a China, aponta Mendonça de Barros, e a ampliação de novos mercados de produtos agrícolas como bio combustíveis, plásticos e outros produtos químicos. Assim, o Brasil deve aumentar importância no comercio mundial com novas oportunidades diante de algumas condições existentes no país, entre elas: Abundância de recursos naturais e a elevada competitividade da agricultura nacional; alto grau de competitividade, sem subsídios, da nossa agricultura e necessidade de elevar a eficiência econômica; contínuo e importante investimento do setor publico e do setor privado em tecnologia e pesquisa. O trabalho prevê preços dos alimentos em alta, em função de problemas de oferta. “Ao contrario da Argentina que teve reduzido seu rebanho na ultima década e da Austrália com crescimento pífio no mesmo período, o rebanho brasileiro aumentou em mais de 23%. Advinhem quem será o grande fornecedor mundial de carne?”. Diz Mendonça de Barros. No caso das carnes brasileiras, o principal problema a ser superado são as limitações devido à sanidade animal. 48 Documento Reservado / Dezembro 2011

Sua previsão é a de que 2021, a China deverá importar anualmente em média 4 milhões de toneladas de carnes de 15 milhões de milho; A maior parte desta demanda deverá ser atendida pelos EUA. Entretanto, o Brasil também deverá ser positivamente afetado, exportando 2 milhões de toneladas adicionais por ano de milho e 5 milhões de soja por conta desta nova demanda, diz Mendonça de Barros. Porto de Paranaguá “Se de fato houver investimentos para melhorar a infraestrutura de acesso ao Porto e sua efeciência, o volume de carga adicional para Paranaguá poderia chegar a mais de 10 milhões de toneladas de 2021”, afirma o estudo de Mendonça de Barros. Há, por exemplo, investimentos em andamento no setor sucroalcooleiro. Estão previstos investimentos em otimização e aquisição de novo shiploader o que elevará a capacidade anual de embarque para 5,5 milhões de toneladas; cnstrução de nova moega para descarga de açúcar, com capacidade de movimentação de 30 mil ton. m3/dia; com isso, o porto seria capaz de absorver o volume

adicional de exportações de açúcar previstos sem competição com os demais granéis. A movimentação de açúcar granel, em 2010, foi de 2,493,030 toneladas, com previsão de 3,141,658 para 2016 e 3,385,235 em 2021. A variação na década (2010/21) seria da orde de 892,205 toneladas, segundo o estudo. A partir de 2012 haverá recuperação das exportações de soja paraguaia por Paranaguá com previsão de exportação de 1 milhão de toneladas de soja . O Porto, porem, encontra-se atualmente bastante saturado e precisará realizar investimentos adicionais para que seja capaz de suportar o volume adicional de cargas estimado para os próximos anos. Os principais gargalos são infraestrutura terrestre de acesso ao Porto; problemas de profundidade dos berços e dos cais, que impedem o aproveitamento de cargas em navios maiores e baixa produtividade de Porto que impede maior movimentação de cargas e resultam em filas de caminhões e navios no Porto. O plano nacional O secretário de Política Nacional de Transportes, do Ministério dos Transportes (MT), Marcelo Perrrupato, apresentou no fórum de Logística do Agronegócio o “Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT)”. Segundo ele, o país precisa crescer de forma sustentada e a taxas superiores ás registradas nas ultimas décadas. “Temos que pensar em voo de águia”, avaliou. A previsão é que os investimentos públicos em transporte somem R$ 23 bilhões e 970 mil em 2011. Até 2025, R$ 300 bilhões. O valor significa R$30 bilhões por ano, em torno de 0,6% do PIB, o que é baixo investimento na comparação com os países dos BRICS (China, Rússia e Índia) que investem na faixa de 4 a 6% em logística. *Material produzido pela equipe do Boletim FAEP


cidades

DA REDAÇÃO

Prefeito Luizão tem 84 % de aprovação dos pinhaienses Estudo do Instituto Paraná Pesquisas foi realizado no início do mês de outubro O mandato do prefeito Luizão Goulart (PT) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, tem 84% de aprovação da população do município. É o que aponta um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado no início do mês de outubro. A pesquisa avaliou, também, a aceitação dos pinhaienses quanto ao governo de Beto Richa (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT). Ambos tiveram parecer favorável. Durante os primeiros cinco dias de outubro, 678 moradores da cidade, todos maiores de 16 anos, foram consultados individualmente a respeito de suas opiniões sobre as administrações municipal, estadual e federal. De acordo com o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, "tal amostra representativa do município de Pinhais atinge um grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de 4%". Luizão alcançou 84,96% de aprovação dos pinhaienes, sendo que a popularidade dele é maior entre as pessoas com mais de 60 anos. Já no caso do governador Beto Richa, a aprovação foi de 70,35%, com percepção mais positiva entre os jovens de 16 a 24 anos. A presidente Dilma, por sua vez, apresenta menos popularidade entre os moradores de Pinhais, ficando com apenas 57,08% de aprovação, conquistada principalmente entre quem tem mais de 60 anos.

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infraestrutura

Promessa antiga A revitalização da orla de Matinhos pode sair do papel em 2012

D

epois de 20 anos de reivindicações dos moradores e também turistas de Matinhos, no litoral paranaense, a engorda da praia pode finalmente começar no ano que vem. O governador Beto Richa liberou pouco mais de um milhão de reais para que o projeto executivo fosse elaborado. Em seguida será realizada uma licitação para contratar uma empresa especializada em executar o serviço. O projeto prevê a recuperação de um trecho de 6,5 quilômetros, entre Caiobá e o balneário Flórida. A ideia da engorda é impedir que a erosão marinha não destrua ainda mais a orla do município. A ampliação para conter o avanço do mar será feita com areia que virá do oceano, de um local conhecido como “plataforma interna”, a seis quilômetros da costa. Os recursos para elaboração do projeto executivo serão colocados no orçamento de 2012 do Instituto das Águas do Paraná, que ficará responsável pela obra. De acordo com o prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora, depois de tanto tempo só no projeto, desta vez a ampliação tem que sair. A previsão, segundo ele, é que já na próxima temporada de verão a população e os veranistas possam usufruir das melhorias. “Acredito que em novembro de 2012 as obras estarão finalizadas. Será um novo litoral para o povo paranaense, uma reivindicação que depois de muito tempo será atendida”, comenta o prefeito. A cada temporada, o litoral do Paraná se Revitalização da orla de Matinhos é antiga

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LORENA MALUCELLI PELANDA

Eduardo Dalmora, prefeito de Matinhos, garante que a orla estará revitalizada até o fim de 2012

prepara para receber os turistas. Melhorias que podem ser percebidas em vários setores. “Nesta época do ano a segurança e a saúde são melhores. Para evitar enchentes dragamos todos os rios. A nossa estrutura é boa e ficará completa com o engordamento da praia”, garante Dalmora. Mas com tantas promessas, muitos moradores não estão tão confiantes com o começo das obras, já que o projeto existe há muito tempo, porém sem ser executado. Um deles é o presidente da Associação Comercial de Matinhos, Adauto Mendes, que lamenta os prejuízos causados com os problemas na praia, como o afastamento de turistas. “Com tanto tempo só de promessa, não acreditamos que algo vai mudar rapidamente. Os danos ficam para os moradores, que não podem utilizar de um bom lugar que merecem. Só esperar, quem sabe em 2012. Matinhos já foi considerado um ‘point’, um bom lugar para curtir o verão”, afirma Adauto. Uma obra com esse porte é inédita no estado, mas muito comum em outros países. O projeto é semelhante ao usado frequentemente no Japão e também na Espanha. Santa Catarina para paranaenses Os freqüentes problemas no litoral do Paraná durante a temporada de verão têm feito com que muitos veranistas desçam a serra rumo às praias catarinenses. A mudan-

ça não é nova, mas tem prejudicado muito a economia do Paraná, que deixa de movimentar até R$ 400 milhões por temporada. Entre as reclamações dos moradores e também visitantes estão as péssimas condições dos balneários, principalmente em relação à saúde, qualidade da água do mar e falta de infraestrutura para atender toda a demanda de visitantes durante os dias mais quentes do ano. Uma dessas pessoas que deixou de frequentar as praias do estado é o jornalista Kelson Henrique. Mensalmente ele tenta passar alguns dias em Florianópolis ou São Francisco do Sul. Kelson explica que o estado vizinho é mais atraente, principalmente em relação à prestação de serviços. “O atendimento é um fator que chama atenção. Os catarinenses são mais solícitos, mais atenciosos e dominam mais o turismo de verão que os paranaenses. É preciso associar qualidade na prestação de serviços, com infraestrutura que ofereça o >>

O paranaense ainda prefere Santa Catarina. O prejuízo é de R$ 400 milhões em cada temporada, lamenta o presidente da Assindilitoral, José Carlos

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infraestrutura

Os veranistas improvisam para aproveitar o restante da areia que sobrou em Matinhos

Há 20 anos a erosão marinha destrói a orla do município

A ampliação para conter o avanço do mar será feita com areia que virá do oceano

mínimo de conforto e segurança”, lamenta o pedágio é muito caro. Santa Catarina também reajustou os preços um pouco acima do que é jornalista. tem problemas, como os estragos causados de costume. A locação este ano vai sair entre Mesmo com as dificuldades, a fisiotera- pelas chuvas, porém tem gente que prefere ir 20 e 30% mais cara que no ano passado. O peuta Anna Stubert não deixa de aproveitar para lá”, comenta Chicarelli. principal motivo apontado pelo setor é o taCaiobá, praia que frequenta desde pequena. 80% das pessoas que visitam o litoral são manho da temporada, que vai ser mais curta “Não troco Caiobá por nenhuma outra. Quem de Curitiba e Região Metropolitana, e segundo que nos outros anos. Os aluguéis subiram, já conhece, volta. Nossas praimas a procura continua as estão cada vez mais limpas grande, inclusive para o a cada temporada e mais carnaval. Os imóveis que Os aluguéis de imóveis no litoral do Paraná subiram seguras. Muitas vezes dá para têm mais procura são as até 30% para a temporada de 2011/2012. A maioria das imobiliárias das praias reajustou notar que os turistas, aqueles casas ou sobrados que têm que colocam dinheiro para capacidade para, entre 4 os preços um pouco acima do que é de costume. circular nas cidades, são visa 6 pessoas. As diárias vatos com maus olhos, como se riam de R$ 150 a R$ 700, estivessem ali só para atrapalhar, raros os luga- o presidente do sindicato dos estabelecimen- dependendo da localização, do número de res que você vai e é bem recebido. É preciso tos, a maioria está satisfeita. “Falta valorização hóspedes e dos itens de conforto como: TV a mudar a cultura do nosso litoral para receber o do paranaense, para que conheça e ajude o cabo, internet e piscina, por exemplo. Os balturista e conseguir explorar a beleza que ele nos estado a se desenvolver. As chuvas do começo neários mais concorridos são, como sempre, reserva”, recomenda a fisioterapeuta. de 2011 motivaram os turistas a conhecerem os que ficam em Guaratuba e Matinhos. Segundo o presidente da Associação de as praias. É possível atrair novamente os visiHotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares, Casas tantes, mas é preciso apoio, não só financeiro, Noturnas e Similares do Litoral Paranaense, para o nosso turismo”, diz Chicarelli. José Carlos Chicarelli, a preferência para SanA expectativa é que o faturamento nesta ta Catarina diminuiu nos últimos anos, mas temporada de verão nas praias paranaenses ainda falta apoio ao turismo, tanto do gover- seja de um bilhão de reais. Em média, cada no como da população. “As coisas já foram pessoa deve gastar R$50 por dia. bem piores. Pontal do Paraná, por exemplo, Valorização imobiliária está em condição precária. A população cresce e as melhorias para atender os turistas fiOs aluguéis de imóveis no litoral do Paracam de lado. Não há bom saneamento, que é ná subiram até 30% para a temporada de 2011/ alvo de muita crítica. Sem falar que o nosso 2012. A maioria das imobiliárias das praias 52 Documento Reservado / Dezembro 2011

O jornalista Kelson Henrique trocou o litoral do Paraná pelas praias do estado vizinho


saúde

LORENA MALUCELLI PELANDA

Pelos? Nunca mais! V

erão, muito calor, roupas curtas. Com a mento no crescimento, não é ausência”, expli- ano todo. A melhor época para se começar é chegada do período mais quente do ano ca a fisioterapeuta Paula Abrão. em março, onde o clima já está mais friozinho muita gente se prepara em academias, faz dietas As formas do tratamento também interfe- e não tem muito efeito do sol”, orienta. Antes e depilação! Para muitos, os pelos são indeseja- rem no resultado: tem a depilação a laser e a de começar os trabalhos, é preciso que o intedos nessa época e a forma mais eficaz e procu- luz pulsada, que não tem a mesma capacidade ressado pare de arrancar os pelos e de tomar rada de eliminá-los é a depilação definitiva. de destruição da raiz do pelo como o poder sol. Porém, nenhum Laser consegue eliminar Não é apenas uma preocupação estética, do laser. “Cada vez mais as pessoas querem os pelos brancos, já que todos os equipameneles também interferem psicologicamente na ficar sem pelos. Ele veio para ficar. Os equipa- tos de luz ou laser orientam-se pela melanina vida das pessoas, tanto que alguns evitam ir à mentos de laser mais modernos são caros e a (pigmento que dá cor à pele e ao pelo). O praia ou sentem vergonha de se despir na frente maioria é importada. Não estou falando de pelo é utilizado como “pára-raio”, ou seja, de alguém. Muitos buscam uma absorve toda a energia do forma de eliminação rápida e laser até o bulbo capilar, cauNos últimos anos surgiu uma técnica mais eficaz, que promete com efeitos duráveis. Os meisando a cauterização do buleliminar boa arte dos pelos: a Depilação a Laser. O método é o os mais comuns de retirar os bo e impedindo a geração que tem de mais recente para acabar de vez com o incômodo que pode ser até semanalmente, dependendo do caso. pelos são a depilação com cera dos pelos. quente, a lâmina e a pinça. Nos últimos anos surgiu uma técnica mais Luz Intensa Pulsada que é um tratamento mais Para elas e para eles eficaz, que promete eliminar boa arte dos pe- barato para a depilação e não muito eficaz. O público do sexo masculino também los: a Depilação a Laser. O método é o que Quando surgiu a febre da ‘depilação definiti- vem procurando a depilação a laser. De acortem de mais recente para acabar de vez com o va’ vieram também as franquias de fotodepila- do com a médica, os homens procuram a incômodo que pode ser até semanalmente, ção onde se abriu um leque maior de pessoas depilação, mas o ranking ainda é das mulhedependendo do caso. que poderiam se beneficiar com o tratamen- res. “As áreas mais procuradas pelos homens São necessárias pelo menos oito sessões, to. Lembrando que laserterapia e fotodepila- são a barba e as costas”, comenta a médica. que devem ser feitas em até 45 dias. A necessi- ção são coisas distintas”, afirma Abrão. O procedimento aplicado neles é mais trabadade de intensidade e número de procediA advogada Gabriela Franco fez depilação lhoso e o grande diferencial é que o sexo mentos dependem de cada caso e também da definitiva na axila e só tem o que comemorar. masculino exige mais sessões no tratamento região escolhida. “A redução permanente é de- “Valeu muito a pena, pois diminuiu muito a por conta dos hormônios e da densidade finida como uma diminuição significativa no quantidade de pelo. Na hora dói um pouco, do pelo. número de pelos, estável por pelo menos 8 mas nem se compara com a dor da remoção Os preços para depilação meses após a aplicação. A depilação é feita em com cera ou pinça. É um investimento, que a laser variam de R$ 200 a sessões de 30 dias ou mais para que o folículo deixa a pele macia e faz com que a gente se R$ 2.000 dependendo do tenha um tempo para cicatrizar da lesão pro- livre de um grande incômodo”, comenta a tamanho da área a ser vocada pelo disparo do laser e reinicie um advogada. depilada e da novo ciclo de crescimento normal, recebenA história de que não se pode começar quantidade de do uma nova sessão e ficando cada vez mais um tratamento a laser no verão é mito. Segun- sessões. fraco. A depilação definitiva refere-se à ausên- do a fisioterapeuta, o tratamento pode comecia total, o que é muito difícil de conseguir. O çar agora, mas é preciso mais cuidado com mais normal é uma redução grande dos pelos, relação ao sol do que se começasse em outra geralmente seguida por uma depilação parci- época do ano. “ Os tratamentos são a longo al, ou seja, é uma redução e um prolonga- prazo, tem tratamento de laser que dura o 53 Documento Reservado / Dezembro 2011


social

Foto: Gerson Lima

o Diretor Superintendente da Servopa, Darli Antonio Borin, e o Diretor Geral do Hospital Evangélico, Pastor Odair Braun

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PARCERIA SOLIDÁRIA (ARQUIVO: SERVOPA / FOTO: DIVULGAÇÃO) O Grupo Servopa apoia novamente o Hospital Evangélico com a doaçăo de um carro para o projeto Banco de Pele, destinado a crianças e adultos da ala de queimados do Evangélico. O carro será usado para transportar o material que ajudará na recuperaçăo destes pacientes. Desde 2009, o Grupo Servopa disponibilizou um carro para a coleta de leite humano. Para se ter uma ideia, em 2010, foram realizadas 3.466 visitas domiciliares, com acompanhamento de um profissional de enfermagem, que coletaram 2.000,60 litros de leite humano, destinado ao atendimento de 1.086 bebęs internados na UTI Neo Natal. As arquitetas Sony Luczyszyn (ŕ esq.) e Cristiane Maciel (ŕ dir.) vencedoras da promoçăo “Sábado Criativo de Natal”, realizado pela Garimpo Inove.

Foto: Diogo Alexandre

Foto: Divulgaçăo

COLEÇÃO VIDA TODESCHINI A loja Todeschini Augusto Stresser traz em seu showroom a última coleçăo da marca, intitulada Vida. Os seis amplos ambientes projetados na nova unidade – duas cozinhas, quarto do casal com closet, quarto kids, biblioteca e área de trabalho – mostram o conceito da coleçăo, inspirada no design escandinavo, que vem com a proposta de materializar o bem viver, permitindo a composiçăo de espaços sofisticados e ao mesmo tempo acolhedores e despojados. A ideia é a humanizaçăo do design, baseado no bem-estar e nas sensaçőes provocadas nos ambientes.

Foto: Gerson Lima

O governador Beto Richa, o senador de Minas Gerais Aécio Neves e o secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba, Marcello Richa

RECONHECIMENTO O senador mineiro Aécio Neves foi um dos 46 homenageados com a Ordem Estadual do Pinheiro, no último dia 19 de dezembro de 2011 – dia que foi comemorado 158 anos da emancipaçăo política do Paraná. Neves foi condecorado com o título de Gră-Cruz, e agradeceu o governador Beto Richa, que a homenagem é dedicada a todo o povo mineiro, que tem história similar com o Paraná. “Estou extremamente honrado. Fico feliz em ser lembrado por Richa para receber esse pręmio. O Paraná tem uma grande história política e social”, disse o senador, que destacou a contribuiçăo do ex-governador José Richa na democratizaçăo e elaboraçăo da Constituiçăo brasileira.

Os diretores da Ademilar Consórcio de Imóveis, Raul Schuchovsky Neto e Tatiana Schuchovsky Reichmann, com o gerente comercial da empresa, Claudir Santos, em jantar do grupo no restaurante Madalosso.


por GABI GATTI gabigatti@documentoreservado.com.br

Foto: Gerson Lima

NOVO BOSSA O Bossa Nova, um dos bares mais cariocas do Brasil, vai ganhar novo layout. Com reabertura no dia 12 de janeiro a casa abre as portas e apresenta o Lounge Ipanema, novo palco, mais moderno e bem posicionado, com sistemas de áudio e iluminaçăo mais atuais. E as novidades năo param por aí. O ponto de encontro da boemia carioca e brasilidade passa a abrir também ŕs quintas-feiras, com muito mais samba rock, samba soul e samba funk para animar as noites. Vale a pena conhecer o novo espaço que traz um pedacinho do Rio de Janeiro e todo o seu astral único para Curitiba. ELEMENTOS-FOGO l, totalmenda loja do Shopping Crysta Para celebrar a inauguraçăo entos – çou a Coleçăo 2012 “Elem te revitalizada, a Geara lan as apareres fortes e ousadas, as peç Fogo”. Inspirada em mulhe labaredas e o e pelas linhas sinuosas de cem pontuadas pelo colorid is. tos de brincos, colares e ané pássaros de fogo, em conjun

AU-AU NA PRAIA As duas lojas do Au-Au no litoral do Paraná – em Caiob á e Guaratuba – já estăo funcionan do. Até o final da temporada de verăo, elas atendem ao público de segunda a segunda, a par tir das 11h até a madrugada, com os cardápios completos.

Elizabeth Bianco, da Ideally Iluminaçăo, com a arquiteta Daniela Barranco que também foi premiada na comemoraçăo encerrou a Campanha de Fidelizaçăo de 2011.

Foto: Divulgaçăo

CLIENTES VENCEDORAS Os tradicionais sorteios de Natal e final de ano dos shoppings centers movimentam as compras e empolgam consumidores e lojistas da capital. Os diversos estabelecimentos divulgaram, no final do męs de dezembro, seus vencedores. A ganhadora do automóvel BMW série 5 GT oferecido pelo ParkShoppingBarigüi foi a cliente Elissandra Ganzert. Já no shopping Crystal, Maria do Carmo Carvalho Mussi vai viajar para Milăo, na Itália, com um acompanhante. A cliente vai participar da Semana de Moda de Milăo, com direito a assistir aos desfiles das marcas mundiais, ficará hospedada no Ho-tel Bulgari Milano e além de um motorista particular, terá cinco mil Euros para gastar nas lojas e restaurantes de Milăo.

O FÉRIAS EM DOBR a promolança neste męs de janeiro s téi Ho de A Rede Slavieiro sobre a garante desconto de 50% çăo “Férias em Dobro”, que o dia 26 es. A promoçăo é válida até tarifa balcăo para os hósped Estados 19 unidades da Rede - nos de fevereiro para todas as . , Săo Paulo e Espírito Santo do Paraná, Santa Catarina CÃES NO SHOPPING Permitir a entrada de anima is de estimaçăo em lugare s privados é, sem dúvida, uma tendęn cia mundial. O Shopping Cry stal aderiu a esta proposta e liberou a circulaçăo de căes nos cor redores e em lojas. A liberaçăo é par a cachorros com coleira e guia, sempre acompanhados de seus don os. Os căes que pesam ma is de 20 kg também devem estar com focinheira – conforme det erminaçăo da lei municipal.

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agenda

Exposições Coleçăo Brasiliana Itaú Até 29 de janeiro, o Museu Oscar Niemayer abriga a exposiçăo “Coleçăo Brasiliana Itaú”, uma das mais complexas coleçőes relacionadas ŕ cultura brasileira. Quase 300 itens estarăo distribuídos nos mil metros quadrados das salas Tarsila do Amaral e Guignard. A coleçăo é resultado do interesse de Olavo Setúbal (1923-2008), executivo do Itaú, pelas manifestaçőes culturais do país. A mostra está dividida em sete núcleos que contemplam os conteúdos do século 16 até o século 20. Săo desenhos, gravuras, primeiras ediçőes de obras literárias, manuscritos, objetos e entre as curiosidades há uma luneta que pertenceu a Santos Dumont. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Anita Malfatti O Museu Oscar Niemayer abriga até 29 de janeiro a exposiçăo “Anita Malfatti”, que reúne cerca de 100 obras da artista, na sala Miguel Bakun. Informaçőes: (41) 3350-4400

Imersăo na Cor O Museu Alfredo Andersen abriga até 5 de fevereiro a exposiçăo “Imersăo na Cor”, que comemora os 151 anos do nascimento do artista norueguęs Alfredo Andersen. Francis Rodrigues, Leila Valebona, Marise Hauser e Miriam Fischer assinam cerca de 30 obras que fazem releituras dos trabalhos de Andersen. Informaçőes: (41) 3323-5139.

Sem Limites A SIM Galeria abriga até 14 de fevereiro a exposiçăo “Sem Limites”, que reúne obras dos artistas Alexandre Mazza, Cleverson Oliveira, Eliane Prolik, Gustavo Speridiăo, Juliana Stein, Paulo Almeida, Pjota, Rafael Alonso, Romy Pocztaruk e Tony Camargo. Entre os trabalhos estăo fotografias, vídeos, pinturas e esculturas, entre outras. Informaçőes: (41) 3322-1818.

Histórias de Nanquim Até 19 de fevereiro, a Gibiteca do Centro Cultural Solar do Barăo abriga a exposiçăo “Histórias de Nanquim”. A mostra reúne os trabalhos do desenhista André Caliman – que mistura linguagem de quadrinhos com pinturas em nanquim. As imagens da exposiçăo săo páginas originais da H.Q. “E.L.F”, publicada nos Estados Unidos. Informaçőes: (41) 3321-3240.

Séries Autobiográficas – Louise Bourgeois Até 19 de fevereiro, o Centro Cultural Solar do Barăo abriga a exposiçăo “Séries Autobiográficas – Louise Bourgeois”, composta por obras da artista que fazem parte do acervo municipal da capital paranaense. Informaçőes: (41) 3321-3240.

Interiores O Memorial de Curitiba abriga até 26 de fevereiro a exposiçăo “Interiores”, da artista plástica Annette Kesselring. Em suas obras, a desenhista utiliza giz pastel sobre papel, dando ęnfase nos aspectos da natureza – representando elementos como folhas, flores, frutos e pequenos animais. Informaçőes: (41) 3321-3313.

Translúcido – Imagens e Movimentos Até 26 de fevereiro, o Museu Oscar Niemayer abriga a exposiçăo “Translúcido – Imagens e Movimentos”, composta por obras de videoarte e videoinstalaçăo dos artistas Arthur Tuoto e Joăo Krefer. A atraçăo é promovida pelo Museu da Imagem e do Som do Paraná e tem curadoria do cineasta Fernando Severo e do crítico de arte Fernando Bini. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Outras Formas Até 29 de fevereiro, o Centro Cultural Sistema Fiep abriga a exposiçăo “Outras Formas”, que exibe trabalhos de artistas que mantém um diálogo entre design e artes. A mostra traz obras que foram concebidas enquanto projeto ou executadas por terceiros. Estăo expostos trabalhos de Amilcar de Castro, Arnaldo Antunes, Emanuel Nassar e Alex Cabral, entre outros. Informaçőes: 0800 6480-088. Amilcar de Castro

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Técnicas da Imaginaçăo A Sala do Artista Popular (SAP) abriga até 2 de março a exposiçăo “Técnicas da Imaginaçăo”, mostra que reúne esculturas de diversos artistas paranaenses. As obras săo caracterizadas por reaproveitarem materiais recicláveis, como massa corrida, madeira de demoliçăo, raiz de árvores derrubadas e cerâmica. Informaçőes: (41) 3321-4743.

De Valentim a Valentim A exposiçăo “De Valentim a Valentim” fica em cartaz no Museu Oscar Niemayer até 4 de março de 2012. A mostra reúne obras de célebres escultores brasileiros como Valentim da Fonseca e Silva, Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret e Rubem Valentim, entre outros. A exposiçăo apresenta um panorama da história da escultura nacional entre os séculos XVIII e XX. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Arcangelo Ianelli O Museu Oscar Niemayer abriga por tempo indeterminado a exposiçăo “Arcangelo Ianelli”, que reúne 19 obras que representam fases distintas do trabalho do artista. As obras pertencem ao acervo do MON e foram doadas pela família do artista, que expressou este desejo em testamento. Informaçőes: (41) 3350-4400.

Espetáculos Mulheres com X Nos dias 28 e 29 de janeiro, o Teatro Regina Vogue recebe o espetáculo “Mulheres com X”, apresentado pelo grupo As Olívias. As atrizes revisitam seus melhores esquetes cômicos, utilizando um humor rápido e inteligente e sempre com muita improvisaçăo. As cenas mostram o lado mais divertido do universo feminino, com situaçőes que exploram a TPM, a maternidade, a mente inquieta e criativa das mulheres e, como năo poderia deixar de ser, a relaçăo com os homens. Entre os destaques do espetáculo, um divertido momento de bate-papo entre as atrizes, com temas sugeridos pela plateia, além de um workshop que ensina os homens a se comportarem no fatídico “dia seguinte” ao primeiro encontro. Informaçőes: (41) 2101-8292.

Só Ria - Stand Up Comedy Nos dias 11, 18 e 25 de fevereiro, um dos principais representantes do gęnero no país, Marco Zeni volta ao Teatro Regina Vogue com seu solo de Stand Up Comedy falando sobre fatos do cotidiano, como: casamento, namoro, músicas, filmes entre outros assuntos. Informaçőes: (41) 2101-8292.

Santo Improviso De 11 a 26 de fevereiro, o Teatro Regina Vogue recebe novamente o espetáculo “Santo Improviso”. Marco Zenni, Lucas Cahet e Vitor Hugo văo tirar risos da plateia, com a espontaneidade e ironia dos jogos de improvisaçăo e pequenas apresentaçőes de Stand-up. Informaçőes: (41) 2101-8292.

Shows Monobloco

Joăo Neto e Frederico

Fernandinho

A banda Monobloco se apresenta no Café Curaçao, em Guaratuba, no dia 21 de janeiro. Informaçőes: (41) 3315-0808.

No dia 18 de fevereiro, a dupla sertaneja Joăo Neto e Frederico se apresenta no Hyddra Lounge Bar, em Caiobá. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Também no dia 11, o cantor de rock gospel Fernandinho se apresenta no Marumby Expo Center. Informaçőes: (41) 3333-1221

Claudia Leitte

Paralamas do Sucesso

A cantora Claudia Leitte se apresenta no Café Curaçao, em Guaratuba, no dia 28 de janeiro. Informaçőes: (41) 3315-0808.

No dia 19 de fevereiro, a banda Paralamas do Sucesso se apresenta no Café Curaçao, em Guaratuba. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Rosa de Saron No dia 11 de fevereiro, a banda de rock cristă Rosa de Saron realiza única apresentaçăo no Curitiba Master Hall. Informaçőes: (41) 3315-0808.

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25 25 Documento Documento Reservado Reservado // Novembro Novembro 2011 2011


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