Revista Documento Reservado

Page 1

POLÍTICA

ECONOMIA

EDUCAÇÃO

Caçando marginais Polícia Militar e Civil e Forças Armadas deflagram guerra ao crime no Rio, com prisão de traficantes e apreensão de drogas

AGRONEGÓCIO

TURISMO

SAÚDE

SEGURANÇA

TECNOLOGIA

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 31 - NOVEMBRO/2010 - R$ 5,00 www.documentoreservado.com.br

Advogado da pesada O criminalista Cláudio Dalledone Júnior assumiu a defesa do ex-goleiro Bruno, a quem espera tirar da cadeia em breve

Como Beto Richa governará o Paraná?

A maioria da população paranaense apostou em Beto Richa que agora terá o desafio de arrumar za sinali e s n e a o Estado: um novo ciclo de governo somado à ansiedade de um povo descrente o paran telism clien ativo Legisl o fim do com




editorial expediente Jornalista responsável e editor-chefe Pedro Ribeiro Coordenação Geral e Edição Silvio Oricolli Redação Norma Corrêa, Pedro Ribeiro, Silvio Oricolli e Lucian Haro Revisão Nilza Batista Ferreira Fotos Shutterstock Ilustrações Davidson Projeto Gráfico e Diagramação Graf Digital Impressão Ajir Gráfica Tiragem 10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo) Endereço Rua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR Telefones (41) 3322-5531 / 3203-5531 E-mail editor@documentoreservado.com.br

REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 31 - NOVEMBRO/2010

H

Cerco ao narcotráfico

á muitos anos o Brasil não via uma mobilização militar como a ocorrida no final de novembro no Rio de Janeiro e que resultou na tomada do morro do Complexo do Alemão, reduto da criminalidade ligada ao narcotráfico e ao crime organizado. Foi uma resposta à força paralela, comandada de dentro das penitenciárias de segurança máxima, pelos chefões do tráfico. Dias e noites de horror, com tiros, mortes, correrias, carros, motos e ônibus incendiados, criminosos presos e um arsenal de armas apreendidas, além de mais de 40 toneladas de maconha, 200 quilos de cocaína, 10 quilos de crack e uma grande quantidade de drogas sintéticas. A população aplaudiu a operação que envolveu 2.700 homens da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, do Exército, Marinha e Aeronáutica. A presença das Forças de Segurança Nacional foi decisiva para que a nação e o mundo pudessem ver a Bandeira do Brasil fincada no morro do Complexo do Alemão. Essa guerra, no entanto, não pode sofrer solução de continuidade, caso contrário, o crime organizado volta a se mobilizar e a reassumir o controle. Existem outros pontos críticos no Rio de Janeiro e em outros estados onde se exige a presença maciça da inteligência e das Forças Armadas do País. Esperamos que essa conquista, essa vitória, sirva de exemplo às demais polícias dos outros estados que sofrem com a criminalidade ligada ao narcotráfico e que possam também, tomar a frente em uma batalha igual a esta. É preciso desinfetar. É preciso fazer uma limpeza, a começar pelas fronteiras tidas como rotas do tráfico. É de conhecimento de todos que fronteiras com a Bolívia, Paraguai, Peru e mais acima, a Colômbia, são pontos críticos no tráfico de armas e principalmente drogas. Nesta edição, Documento Reservado faz, também, um balanço sobre o que o governador eleito, Beto Richa (PSDB) enfrentará já no início de sua administração, revela as principais medidas que o novo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB) adotará para sanear o Legislativo. Ainda: o advogado paranaense, Cláudio Dalledone, afirma que vai tirar da cadeia o goleiro Bruno, do Flamengo. Pedro Ribeiro

4 Documento Reservado / Novembro 2010


índice 08

44

MAIS EMBAIXO Equipe de transiçăo do governador que assume no dia 1ş de janeiro faz minucioso levantamento das contas da atual administraçăo e conclui que Beto Richa herdará um quadro desolador em quase todas as áreas. O déficit nas contas públicas está em torno de R$ 1,5 bilhăo

PELA AUTOSSUFICIĘNCIA Para se livrar da dependęncia da importaçăo de insumos agrícolas, consorcio de empresas e cooperativas se articulam para viabilizar a instalaçăo de uma fábrica de uréia no Estado, com capital chinęs. O investimento supera os US$ 300 milhőes

26 FIM DA TOLERÂNCIA O Estado, enfim, decidiu agir e mobilizou seu poderio, representado pelas Forças Armadas e polícias Federal, Militar e Civil, para desbancar os chefőes do tráfico no Rio de Janeiro, por fim ao poder paralelo que “desmandava” na cidade há anos e garantir um pouco de paz ŕ populaçăo

30 10 QUESTĂO DE ESTILO O governador eleito Beto Richa (PSDB) optou por montar aos poucos o seu quadro de auxiliares. Por isso, năo tem tido pressa em anunciar os nomes de seus secretários, pois quer ter uma equipe afinada em “competęncia técnica, integridade pessoal e capacidade para o diálogo”

DATA VENIA Reconhecido como incisivo e provocador, e com sucessos importantes na carreira, o criminalista Cláudio Dalledone Júnior se anima com o caso do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, que, em sua avaliaçăo, tem tudo para ganhar a liberdade em breve

22 ALÍVIO URBANO Enumerando investimentos acima de R$ 2 bilhőes, a execuçăo de mais de 5 mil obras, sem contar as intervençőes em infraestrutura nos 399 municípios do Paraná ao longo de oito anos, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Wilson Bley Lipski, admite que ainda há muito o que fazer

FESTA E EMOÇĂO Para se transformar na Capital do Natal, Curitiba preparou uma longa e variada programaçăo, com muitos espetáculos, apresentaçăo de corais, manifestaçőes religiosas, feiras livres, com guloseimas da época e exposiçőes. É para agradar todos os tipos de público

52 SABOR NOSTALGIA A lendária banda norte-americana Creedence passou por Curitiba com a bagagem recheada com os grandes sucessos que embalaram multidőes de făs na década de 1970. E com o show Creedence Clearwater Revisited, o grupo mostrou que ainda mantém a “forma”

54

14 SEM REMENDOS Decidido a garantir a presidęncia da Assembleia Legislativa, o deputado Valdir Rossoni (PSDB), após assegurar acordos fieis, agora procede com cautela a uma costura política com os partidos mais reticentes a ocupar cargos na mesa executiva da Casa

48

36 IMPASSE NO AR Engenheiro e ex-controlador de voo do Afonso Pena aposta que as reformas no aeroporto para a Copa năo sai do papel, além de descartar a construçăo da terceira pista; o Governo Federal avisa que tem dinheiro para isso, mas está esperando que o Estado faça a sua parte

40 NATAL GORDO Comerciantes esperam que as vendas para as festas deste final de ano superem os 16% em relaçăo ao ano passado, segundo pesquisa ACP/Datacensus. De modo geral, os lojistas estăo animados com os rumos da economia, mas esperam uma “măozinha” do clima

BOM CAMINHO Publicaçăo “Caderno Intec – Valoraçăo de empresas inovadoras” destaca temas que contribuem para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, a partir de informaçőes sobre os aspectos envolvidos na avaliaçăo de empresas inovadoras

58 PERFIL DE SUCESSO Aos 65 anos de idade e dono de 62 empreendimentos, o megaempresário Joel Malucelli năo esconde de amigos e parentes que pretende diminuir o ritmo de trabalho em 2012. Os mais chegados năo acreditam nisso. Nem mesmo que ele vá abrir măo das partidas pelo Malutrom Master

5 Documento Reservado / Novembro 2010


Lugar ao sol

O deputado Reinhold Stephanes Junior (PMDB) já sinalizou que aceitaria uma secretaria no Governo Beto Richa (PSDB). Desde que năo seja a secretaria da Administraçăo, avisou. Outro deputado que também está de olho em uma secretaria é o parceiro de Beto, Mauro Moraes.

Auditoria no governo

O governador eleito, Beto Richa (PSDB), já avisou a sua equipe de transiçăo que a partir do primeiro dia de sua posse pedirá uma auditoria em cada secretaria e cada órgăo da administraçăo estadual. Richa disse que os números que lhe passaram năo săo bons e que há muita sujeira por debaixo do tapete. Para fazer o trabalho de consultoria, o novo governador deverá contratar a Fundaçăo Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, nos informou uma fonte da transiçăo.

Briga pela mesa

O futuro presidente da Assembléia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB) está com uma baita batata quente nas măos. Já escolheu como seu primeiro vice, o deputado Zuquinho, do qual năo abre măo. A porca torce o rabo na escolha da mesa, onde o PMDB de Luiz Cláudio Romanelli e Reinhold Junior brigam pela primeira secretaria e o DEM, de Elio Rush, também quer uma fatia do bolo.

Baixa no Malutrom

Sorriso de orelha

Quem está feliz da vida é o deputado Alexandre Curi. Além de ter tido uma expressiva votaçăo, será pai de gęmeos e deixará o pepino da primeira secretaria da Assembléia Legislativa. Já pensou em ter que demitir mais de 1.500 cargos em comissăo? Sai de retro.

6 Documento Reservado / Novembro 2010

O atacante Wilson de Lara está fora, temporariamente, dos campos do Malutrom Máster, no Barigui. Ele que, ao lado de Joel Malucelli, forma a dupla “Nem mar e Nem bom”, segundo o técnico Sergio Malucelli (Felipinho), acabou se contundindo ao tentar mais um gol em sua brilhante carreira. Fica tręs meses fora, para a alegria do Constantino e do próprio Joel. Waldemar também está fora. Problema de “esporăo”.


sintonia fina

Dante na APL

Eleiçăo no TC No Tribunal de Contas do Estado do Paraná, o conselheiro Fernando Guimarăes assumirá o cargo de presidente, em substituiçăo a Hermas Brandăo. O conselheiro Artagăo de Mattos Leăo será o vice-presidente. A eleiçăo acontecerá no dia 9 de dezembro e a posse, no dia 15 de janeiro de 2011. O corregedor deverá ser o conselheiro Caio Soares.

Dois belos discursos. Um do jornalista e publicitário, Hernani Buchmann, e outro do jornalista, diretor teatral e cartunista, Dante Mendonça. Foi na posse de Dante, que assumiu a cadeira número um na Academia Paranaense de Letras. Buchmann relatou a trajetória do catarinense Dante Mendonça em Curitiba e Mendonça fez um histórico do poeta e escritor Rocha Pombo. Buchmann: “Dante é o milagre da Madre Paulina.” Dante: “Năo tenho saudades do passado. Tenho do futuro.”

pelos De arrepiar cooosrdenad ores da campanha de

dos Fernando Eugęnio Ghignone, um ento sidęncia da Companhia de Saneam pre a rá umi ass Beto Richa ao Governo, com informaçőes obtidas pela do Paraná (Sanepar). De acordo as na os problemas financeiros e de obr revista Documento Reservado, lico qualquer administrador púb . companhia săo de tirar o sono de

Tráfico diminuirá?

O jornalista Gilberto Dimenstein escreve: “Foi um grande presente de fim de ano para toda a naçăo ver a polícia ocupar os morros cariocas, retomando territórios dos marginais. Mas há uma pergunta simples, que faz com que tenhamos cautela diante da euforia: o tráfico vai diminuir? Vai diminuir se o consumo diminuir. Mas o consumo está diminuindo? Năo há nenhuma evidęncia.” O que combate o tráfico, de fato, săo programas de educaçăo, emprego e saúde pública.

Ferro Velho

Este é o apelido dado pelo empresário Joel Malucelli ao seu novo escritório, no Edifício do Relógio, na rua Carlos de Carvalho, no Centro de Curitiba. Um belo espaço, de andar inteiro, com decoraçăo de Julio Pechmann, quadros do De Bonna, móveis modernos. Um luxo. Porém, o apelido de “ferro velho” é em funçăo dos parentes do chefe que estăo se aposentando e assumindo salas no novo escritório. O primeiro a chegar foi Waldemar Malucelli.

7 Documento Reservado / Novembro 2010


política

O bicho é mais feio do que parece P

ara a equipe de transição do governador eleito Beto Richa (PSDB), que assume o Executivo estadual no dia 1º de janeiro, o cenário é desolador, com problemas de gestão em praticamente todas as áreas. A começar com um déficit nas contas públicas do Estado que pode chegar a R$ 1,5 bilhão, no ano que vem. Carlos Homero Giacomini, coordenador do grupo que avalia o atual Governo, disse que a “situação é bastante delicada em todas as áreas, com destaque para saúde, educação, segurança e nas finanças do Estado. Cabe ao novo Governo o desafio de reverter essa situação e temos um planejamento para isso, com um choque de gestão”. A equipe de transição de Beto Richa encontrou uma série de inconsistências na proposta orçamentária encaminhada pelo Governo atual à Assembleia Legislativa do Paraná. Foi apresentado, por exemplo, um conjunto de propostas à Lei Orçamentária, com emendas aditivas no valor de R$ 202 milhões, para cobrir despesas em áreas como saúde, educação, agricultura, meio ambiente, trabalho e assistência social. Segundo Giacomini, o futuro Governo está preocupado, principalmente no que se refere ao descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), decorrente de decisões de gastos nos últimos meses de 2010 do Governo Orlando Pessuti. Essas medidas podem deixar o Estado sem recursos em caixa no Tesouro Pú-

8 Documento Reservado / Novembro 2010

Diagnóstico da equipe de transição do Governo Beto Richa mostra quadro desolador em praticamente todas as áreas da administração estadual, com destaque no déficit das contas públicas, que pode chegar a R$ 1,5 bilhão em 2O11 blico para cumprir compromissos a serem pagos já no início do próximo ano. Preocupam também atos (Leis, Decretos, Portarias, Resoluções etc.) de política tributária, administrativa e financeira que podem resultar em decréscimos (“renúncia fiscal”) ou antecipações de receitas, com respectivo impacto financeiro e as medidas necessárias para suas compensações. Foi observado, também, que os valores previstos na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do Estado do Paraná para 2011 são insuficientes para o cumprimento de custeio de pessoal, de contratos e compromissos vigentes para funções essenciais nas áreas de saúde, educação, segurança, agricultura e abastecimento, infraestrutura, entre outras.

Segundo a equipe de transição, há obras sociais concluídas ou por concluir ainda em 2010 para as quais não foram programados recursos orçamentários para a devida operacionalização (despesas com pessoal, com equipamentos, materiais de consumo etc.). A equipe também manifestou preocupação com a dificuldade do atual Governo para pagar o 13º salário do funcionalismo estadual. Os recursos não foram contingenciados ao longo do ano e o atual governo dá sinais de que, para obter os recursos, tentará antecipar receitas.

Diagnóstico Extrapolação do limite financeiro para a cobertura de serviços de saúde de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar no valor de R$ 4,5 milhões mensais; Recursos orçamentários insuficientes para cumprir a Constituição Federal na saúde. A Lei Orçamentária Anual de 2011 prevê recursos no montante de R$ 2,565 bilhões para o setor de saúde. Seriam necessários R$ 356 milhões a mais para cumprir a Emenda Constitucional nº. 29, que prevê o mínimo de 12% da Receita Corrente Líquida (RCL); Insuficiência do estoque de medicamentos da farmácia especial, que deve durar apenas até fevereiro de 2011, e não há previsão de empenho para os meses a partir de agosto de 2010; Falta de condições para atendimento


Da Redação em hospitais públicos: existência de dezenas de hospitais inaugurados semiacabados, com inadequações de ordem estrutural, insuficiência de equipamentos e precariedade de quadro de pessoal, da ordem de 4.000 profissionais de diversas categorias, que impossibilitam o adequado funcionamento no curto prazo; Salas de aula em número insuficiente: descumprimento da Lei com a abertura de 120 turmas em turno intermediário no ano letivo de 2010 e o planejamento da repetição do procedimento para 2011 (87 turmas previstas); Funcionamento de escolas em caráter precário: existência de inconformidades que impossibilitam a autorização de funcionamento em cerca de 1.500 escolas estaduais; Insuficiência de recursos do Estado para o transporte escolar: os recursos previstos na Lei Orçamentária Anual 2011 praticamente repetem os valores do exercício anterior (cerca de R$ 27 milhões); Professores em número insuficiente: foram autorizadas contratações de apenas 9.550 professores temporários para o início do próximo ano letivo;

Descumprimento de regras que podem afetar a merenda escolar: a atualização do funcionamento dos Conselhos de Alimentação Escolar se encontra pendente e a prestação de contas não está regularizada junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Atrasos no prazo de conclusão de obras na educação: existência de 333 obras em andamento na área da educação, num montante de R$ 136.809.534,96, com previsão de atraso nos prazos de conclusão em aproximadamente 280 delas; Descumprimento das obrigações governamentais com o Fundo Previdenciário dos servidores estaduais do Paraná: conforme o Tribunal de Contas do Estado, o referido Fundo necessita de medidas administrativas e financeiras que corrijam desequilíbrios e revertam o passivo que, em 30/06/2010, acumulava déficit de R$ 3,204 bilhões; Antecipação de utilização de receita: o Governo do Estado antecipou contrato com a Caixa Econômica Federal (CAIXA) (firmado em 18/11/2010) de gestão da folha de pagamentos dos beneficiários da ParanaPrevidência, refe-

rente ao período de 10/01/2011 a 10/01/2016, no valor de R$ 90 milhões, com apropriação imediata de 1/3 deste valor pelo tesouro estadual; Despesas com pessoal próximas do limite máximo (prudencial) da Lei de Responsabilidade Fiscal: os gastos com pagamento da folha de pessoal atingiram 45,03% das receitas correntes líquidas no segundo quadrimestre de 2010, próximos ao limite prudencial de Lei (que é de 46,55%) o que é preocupante e exige especial atenção a todos os procedimentos de evolução de salários, carreiras e quadro de pessoal, num primeiro momento; Dívida e incapacidade operacional preocupantes no setor de habitação: o valor da dívida do Estado do Paraná com o Governo Federal, por conta da renegociação dos débitos da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), é de R$ 450.731.877,53 e há necessidade de desembolso de aproximadamente R$ 12 milhões pela Cohapar junto à CAIXA para que se possa retomar o andamento das obras de 3.376 unidades habitacionais inacabadas em dezenas de municípios do Paraná.

Equipe de transição apresenta relatório sobre a atual situação do Estado

9 Documento Reservado / Novembro 2010


política

Composição do

Governo Richa Beto Richa anunciou, no último dia 3O, os nomes de mais seis secretários que se somarão ao vice-governador eleito, Flávio Arns, escolhido ainda durante a campanha, na composição de seu Governo

O

O governador eleito Beto Richa já avisou que até o dia 15 de dezembro anuncia todo o seu secretariado e que a divulgação será feita aos poucos

10 Documento Reservado / Novembro 2010

governador eleito Beto Richa (PSDB), está, aos poucos, montando sua equipe de governo. A divulgação dos nomes que vão compor o primeiro escalão do Governo aconteceu no dia 30 de novembro, quando o tucano anunciou os titulares de seis secretarias de Estado, que vão se somar ao vice-governador eleito, Flávio Arns (PSDB), anunciado como secretário de Educação, ainda durante a campanha eleitoral. Até então, tudo o que se falava sobre o assunto era especulação, o que acabava alimentando a imaginação e a cobiça de muita gente. Richa, porém, avisou que tem até o dia 15 de dezembro para anunciar todo o seu secretariado e que a divulgação não será em pacote fechado. Será aos poucos, à medida que for convocando e o convidado aceitar a missão.


Norma Corrêa

Os secretários de Beto Richa “São nomes que preenchem integralmente os critérios de competência técnica, integridade pessoal e capacidade para o diálogo, que estabelecemos para formação de nossa equipe de Governo”, afirmou Richa, ao explicar que a integração das secretarias de Transporte e Obras, que passará a ser chamada de Secretaria de Infraestrutura e Logística, porque “vai atender ao objetivo de dar mais eficiência à gestão pública”. Assessores próximos adiantaram que o tucano, além da escolha dos nomes de sua equipe, também tem estudado formas para promover o enxugamento da máquina administrativa, diminuindo o número de secretarias, que hoje somam 23 pastas, além de outras oito especiais. Os seis nomes anunciados no dia 30 foram: o deputado Durval Amaral (DEM) será o secretário-chefe da Casa Civil; Ivan Bonilha será o Procurador Geral do Estado; o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) será o secretário de Estado da Fazenda; Luiz Eduardo Sebastiani, secretário da Administração; Michele Caputo Neto será o Secretário da Saúde e José Richa Filho assumirá a nova Secretaria de Infraestrutura e Logística. Além dos nomes anunciados, as especulações no Centro Cívico, em torno do grupo que irá assumir a administração das várias áreas do Governo, continuam a todo vapor. Nos bastidores, é dada como certa a presença dos membros da equipe de transição, que já teriam postos garantidos no Governo. Dos cinco integrantes do grupo, dois já foram anunciados (Ivan Bonilha e Luiz Eduardo Sebastiani), faltando apenas Deonilson Roldo (cotado para ocupar a Secretaria de Comunicação), Norberto Anacleto Ortigara e Carlos Homero Giacomini, cujos postos ainda não estariam definidos. Os comentários dão conta, ainda, que o deputado federal Gusta-

Durval Amaral — CASA CIVIL Atual deputado eleito pelo DEM, Amaral é advogado e foi professor de Direito Público na Universidade Estadual de Londrina. Foi também vereador e vice-prefeito de Cambé; chefe de Gabinete da Secretaria de Estado da Fazenda; consultor Técnico da Secretaria de Estado da Fazenda; secretário de Estado do Trabalho e Açăo Social (1992 a 1994) e presidente do Conselho Estadual da Criança e Adolescente. Em 1990, foi eleito deputado estadual e, desde entăo, reeleito sucessivamente.

e presidente do Conselho de Administraçăo do Banco do Estado do Paraná. Em 1991, foi eleito deputado federal e, desde entăo, reeleito sucessivamente.

Flávio Arns — EDUCAÇĂO Vice-governador eleito, Flávio Arns é formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Letras pela UFPR e PhD em Lingüística, pela Universidade Northwestern, EUA. Foi eleito deputado federal em 1991, reelegeu-se em 1994 e 1998. Em 2002, elegeu-se senador e, no Senado, foi presidente da Comissăo de Educaçăo, Cultura e Esporte e da Subcomissăo da Pessoa com Deficięncia.

Michele Caputo Neto — SAÚDE Farmacęutico, servidor público da Secretaria de Estado da Saúde desde 1985. Foi chefe de gabinete da Fundaçăo Nacional de Saúde, chefe da Vigilância Sanitária Estadual, diretor geral do Centro de Medicamentos do Paraná e diretor dos Órgăos Produtores de Insumos e Imunobiológicos da Secretaria de Estado da Saúde. No Município de Curitiba, foi duas vezes Secretário Municipal de Saúde. É secretário de Assuntos Metropolitanos da Prefeitura de Curitiba.

Ivan Bonilha — PGE Advogado (UFPR - 1989), mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de Săo Paulo. Foi conselheiro estadual da OAB/PR e membro consultor da Comissăo de Assuntos Legislativos do Conselho Federal da OAB. Ex-Procurador Geral do Município de Curitiba, integrou o conselho do Instituto dos Advogados do Paraná e foi vicepresidente do Fórum dos Procuradores gerais das capitais. José Richa Filho — INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA Engenheiro civil formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e pós-graduado pela Sociedade Paranaense de Ensino e Informática. Foi diretor administrativo e financeiro do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e diretor administrativo-financeiro da Agęncia de Fomento do Paraná S.A. Foi secretário Municipal de Administraçăo da Prefeitura de Curitiba. Luiz Carlos Hauly — FAZENDA Formado em Economia e Educaçăo Física pela Universidade Estadual de Londrina, foi vereador e prefeito de Cambé, secretário de Estado da Fazenda (1987 a 1990)

Luiz Eduardo Sebastiani — ADMINISTRAÇĂO Economista graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPr), cursou mestrado em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi presidente do Conselho Regional de Economia do Paraná, representante do Paraná no Conselho Federal de Economia e diretor de Transporte da URBS. É secretário municipal de Finanças de Curitiba.

Fernando Ghignone - Sanepar Formado em Administraçăo de Empresas pela Faculdade de Administraçăo e Economia da Universidade Católica do Paraná. Foi Secretario da Cultura, Esporte e Turismo do Estado do Paraná (19831986), secretário de Atividades Sócio Culturais do Ministério da Cultura (1986). Presidente da Embrafilme S.A. (1987-1988) e secretário Municipal de Comunicaçăo Social de Curitiba (2005). É diretor de Transportes da URBS S.A., em Curitiba. Tem 60 anos. Lindolfo Zimmer - Copel Engenheiro mecânico e economista (UFPR), com pós-graduaçăo em administraçăo industrial, é servidor público concursado da Copel desde 1965. Foi diretor de Marketing (2000-2003), diretor de Operaçăo (1995-1999), diretor de Engenharia e Construçőes (1979-1982), presidente do Comitę de Gestăo da Copel Telecomunicaçőes e Copel Transmissăo, membro do Comitę de Gestăo da Copel Geraçăo e Copel Distribuiçăo, gerente da Divisăo de Manutençăo Mecânica da Diretoria de Operaçăo, gerente da Divisăo de Engenharia Mecânica da Diretoria de Engenharia e Construçăo, entre outros cargos de geręncia e direçăo na empresa. Natural de Canoinhas (SC), tem 68 anos. Mounir Chaowiche - Cohapar Administrador de empresas com especializaçăo em consultoria empresarial e gestăo pública. Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, onde foi gerente e superintendente em diversos municípios do Paraná. Presidiu a Companhia de Habitaçăo Popular de Curitiba (Cohab), de 2005 a 2010. Natural de Joaquim Távora (PR), tem 49 anos.

11 Documento Reservado / Novembro 2010


política

Atual estrutura do Estado Confira a atual composiçăo administrativa do Estado, com 23 secretarias – Casa Civil, Casa Militar, Procuradoria Geral do Estado tęm status de Secretaria – e órgăos da administraçăo direta. Secretaria de Comunicaçăo Pode ser ocupada pelo jornalista Deonilson Roldo Secretaria de Estado da Administraçăo e da Previdęncia Luiz Eduardo Sebastiani (Anunciado no dia 30 de novembro)

vo Fruet (PSDB) – que concorreu a uma das duas vagas ao Senado e não se elegeu – estaria certo na equipe e poderia ocupar a Secretaria de Justiça ou da Ciência e Tecnologia. O vereador Mario Celso (PSB), que ocupou a liderança do Governo na Câmara de Curitiba, ainda conforme comentários de bastidores, estaria cotado para ocupar a Secretaria da Copa, no Governo do Estado. Fala-se também que o governador eleito estaria disposto a convidar para compor o primeiro escalão do Governo, deputados do PMDB. A sugestão a Richa teria partido de deputados tucanos, que apostam na divisão da bancada peemedebista para garantir a maioria dos parlamentares na bancada governista. Na próxima legislatura, a bancada do PMDB será formada por 13 deputados, e tucanos asseguram que seis ou sete já se manifestaram favoráveis à composição com a base do Governo, e a nomeação de um peemedebista para a equipe de Beto Richa iria avalizar esse apoio. Esta engenharia já foi experimentada, com sucesso, pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), que tinha como secretário o deputado tucano Nelson Garcia. A estratégia de “dividir para governar” deu certo, tanto é que dos oito parlamentares do PSDB, apenas três mantiveram na oposição a Requião. Os demais sempre votaram com o Governo peemedebista. Fernando Ghignone foi convidado, e aceitou, para presidir a Sanepar. Também foram confirmados Lindolfo Zimmer, como diretorpresidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), e Mounir Chaowiche, diretor-presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar).

12 Documento Reservado / Novembro 2010

Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento CEASA CODAPAR EMATER IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) Secretaria de Estado da Cięncia, Tecnologia e Ensino Superior Secretaria de Estado da Criança e da Juventude

Secretaria de Estado dos Transportes / DER – Passará a ser Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística - José “Pepe” Richa Administraçăo dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA Secretaria de Estado do Turismo Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenaçăo Geral Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoçăo Social Secretaria de Estado do Turismo Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos Secretaria Especial da Corregedoria e Ouvidoria Geral

Secretaria de Estado da Cultura Biblioteca Pública do Paraná Museu Oscar Niemeyer Teatro Guaíra

Secretaria Especial de Relaçőes com a Comunidade

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano

Secretário Especial para Assuntos da Copa do Mundo de 2014

Secretaria de Estado da Educaçăo Flávio Arns (Anunciado durante a campanha eleitoral)

Secretário Especial de Controle Interno

Paraná Esporte

Secretário Especial da Chefia de Gabinete do Governador

Secretaria de Estado do Emprego, Trabalho e Promoçăo Social

Secretário Especial para Assessoramento ao Governador

Secretaria de Estado da Fazenda e Receita Estadual Luiz Carlos Hauly (Anunciado no dia 30 de novembro)

Secretária Especial para Coordenaçăo do Museu Oscar Niemeyer

Agęncia de Fomento

Secretário Especial para a Coordenaçăo de Projetos Sociais

Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul Ipem

Casa Civil Durval Amaral (Anunciado no dia 30 de novembro)

Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania

Imprensa Oficial

Procon

Casa Militar

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Procuradoria Geral do Estado Ivan Bonilha (Anunciado no dia 30 de novembro)

Secretaria de Estado de Obras Públicas Foi incorporada ŕ Secretaria de Transportes

Provopar

Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenaçăo Geral Ipardes Secretaria de Estado da Saúde Michele Caputo Neto (Anunciado no dia 30 de novembro) Secretaria de Estado da Segurança Pública (Fala-se em Fernando Francischini, deputado federal eleito e que já ocupou a Secretaria Antidrogas da Prefeitura de Curitiba) Polícia Civil Polícia Militar Detran

Celepar Cohapar Mounir Chaowiche Copel Lindolfo Zimmer Compagás Sanepar Fernando Ghignone BRDE


13 Documento Reservado / Novembro 2010


política

Fotos: Divulgação

Em busca da força Embora a decisão de lançar candidato único para a presidência da Assembleia Legislativa, para agregar unidade e força entre os deputados, a chapa encabeçada por Valdir Rossoni enfrenta dificuldades na indicação de nomes para ocupar postos na mesa executiva. A disputa mais acirrada é pela primeira-secretaria, o segundo cargo mais importante na direção do Legislativo paranaense

14 Documento Reservado / Novembro 2010


Norma Corrêa

e da unidade Q

uando fevereiro chegar, junto com a nova formação de parlamentares, a Assembleia Legislativa deverá aclamar outra mesa diretora, que tem como candidato único à presidência Valdir Rossoni (PSDB), da base do futuro Governo do tucano Beto Richa. Ele garante que está trabalhando para formar uma chapa forte e com representatividade de todos os partidos. Segundo suas contas, ele já teria garantido hoje o apoio de 34 parlamentares de 12 partidos (A Casa tem 54 deputados e 13 legendas), o que lhe permitiria ser eleito sem o apoio do PMDB, que se debate na escolha do nome para compor a chapa e pode perder espaço para o DEM. Na articulação que está sendo feita para o preenchimento dos nove cargos existentes na direção, o tucano está tomando todo o cuidado para não melindrar nenhum parlamentar ou partido. Por isso, os nomes que vão compor a chapa estão sendo guardados a sete chaves, sob a justificativa de não contrariar interesses de quem foi preterido, embora todos os partidos devam ser contemplados. Certeza, até agora, é Valdir Rossoni na presidência, e Augustinho Zucchi (PDT), na primeira vice-presidência. O pedetista, que é vicepresidente estadual do partido, foi o primeiro

15 Documento Reservado / Novembro 2010


política

nome confirmado, e Rossoni justificou a escolha, ao dizer que o atual 2º vice-presidente da mesa tem a experiência necessária para exercer a função e é de sua confiança. Embora pertença ao núcleo central do senador Osmar Dias (PDT), derrotado por Beto Richa (PSDB) na disputa ao Governo do Estado, Zucchi foi uma escolha “natural” conforme o tucano, que lembra que o pedetista foi cotado para ser o vice na chapa de Richa, na eleição deste ano. “Se o Zucchi servia para ser vice do Beto, por que não pode ser meu vice?”, questiona. Mas, além disso, comentários sobre nomes, neste momento, é pura especulação, já que a composição da mesa executiva é mantida em sigilo para evitar “surpresas” e desistências em razão da exposição antecipada de nomes e partidos. Compreensível, uma vez que, além da composição da direção da mesa executiva, estaria em jogo a formação da bancada que dará sustentabilidade para o Governo Richa. E, pelo que tudo indica, o governador tucano terá uma bancada forte no Legislativo paranaense.

O assunto sobre a sucessão de Nelson Justus (DEM), que manifestou desinteresse em concorrer novamente à presidência da AL, começou a ser discutido tão logo encerrou a eleição, em outubro, quatro meses antes da escolha da nova mesa diretora, marcada para 1º de fevereiro. A princípio, eram dois os pretendentes ao comando do legislativo paranaense: Durval Amaral (DEM) e Rossoni. Eles colocaram seus nomes como pré-candidatos e poderiam protagonizar situação constrangedora ao novo Governo, já que ambos pertencem à futura bancada governista. Mas, o batechapa, que há 11 anos não ocorre na Assembleia Legislativa, foi descartado, em defesa da composição de apenas uma candidatura forte para presidir a Casa. Coincidência ou não, o último bate-chapa aconteceu em 1999, quando o então presidente Anibal Khury faleceu e foi necessária uma nova eleição, e o deputado Nelson Justus (DEM) concorreu e derrotou o também candidato ao cargo Valdir Rossoni (PSDB). “Não haverá disputa entre nós, porque uma disputa entre líderes poderá expor

Luiz Cláudio Romanelli enfrentaria resistência de alguns parlamentares da futura base governista, por “lembrar muito o estilo Requião”

16 16 DocumentoReservado Reservado//Novembro Novembro2010 2010 Documento

Stephanes Júnior diz que tem apoio da maioria da bancada do PMDB e do governador eleito Beto Richa para ocupar a primeira-secretaria

desnecessariamente o governador Beto Richa, além de não criar um ambiente saudável na Casa, entre os deputados”, defende Rossoni, sugerindo uma chapa única, fortalecida com apoio da base do Governo e do governador eleito. A saída para essa situação foi encontrada por Richa, que nomeou Durval Amaral para a Casa Civil. Nas especulações em torno da chapa que está sendo formada, é possível antever que, além da futura base governista, com o PSDB, DEM, PTB, PP, PSB, PPS, PSL e PMN, a mesa deverá contar com representantes, possivelmente do PMDB, do PT e do PV. Pelo menos é essa a intenção manifestada por Rossoni. “Estamos conversando com a oposição para formar uma chapa forte, contemplando partidos como o PMDB e o PT com um bom espaço na mesa diretora”, disse Rossoni, que ainda espera contar com apoio ou participação na chapa com o PDT e o PSC, que estavam na aliança


que defendeu a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao Governo do Paraná.

Queda de braço Dos cargos em disputa para a composição da mesa executiva da Assembleia Legislativa, a primeira secretaria é considerada o segundo cargo mais importante, atrás apenas da presidência. Pois esta jóia da coroa é disputada pelo PMDB e pelo DEM. E é aí que as articulações para a formação da chapa de Rossoni emperram. Os peemedebistas alegam que são o maior número na Casa (13 deputados eleitos) e não podem ficar de fora da direção. Mas, internamente, nem eles se entendem, porque o racha está estabelecido e entre os três nomes que disputam o cargo de primeirosecretário – Stephanes Júnior, Luiz Cláudio Romanelli e Artagão Júnior – não há uma definição e cada um deles faz a sua própria campanha para ocupar o cargo. No DEM, a justificativa para ocupar a posição na mesa foi a desistência de Amaral da disputa pela presidência, deixando o caminho livre para Valdir Rossoni. “O DEM já tinha a presidência certa com o Durval. Se ele abriu mão do cargo mais importante, é natural que o partido fique com a primeira-secretaria”, argumentou Élio Rus-

Valdir Rossoni, único candidato à presidência da AL, faz certo mistério em torno das propostas para a sua gestão e sobre a composição da mesa

ch (DEM). O impasse está estabelecido, porque nem O PMDB e nem O DEM estão dispostos a abrir mão do posto. Rossoni, por sua vez, disse que se não houver acordo, a primeira-secretaria deve ficar mesmo para um deputado do DEM, que já foi escolhido: Plauto Miró Guimarães, de Ponta Grossa. Atualmente, a primeira-secretaria é comandada pelo deputado Alexandre Curi (PMDB). A justificativa de Rossoni para optar pelo DEM, caso o impasse conti-

Augustinho Zucchi foi o único parlamentar que já foi anunciado como primeiro vicepresidente na chapa de Rossoni

nue, está no fato de o partido ter sido o primeiro a apoiá-lo em sua intenção de concorrer à presidência, embora o mesmo ocorra com metade da bancada peemedebista, independente do cargo que ocuparia na mesa executiva. No entanto, o deputado admitiu a dificuldade quanto à ocupação da primeira-secretaria, mas afirma que defende um acordo entre os dois partidos. “A escolha do nome para o cargo é a questão mais difícil para ser solucionada. Vamos sentar e discutir para ver qual a melhor saída. Vai ter um momento que os partidos precisarão compreender que dois deputados não podem ocupar o mesmo cargo”, argumenta, ao assegurar que não tem intenção de isolar o PMDB e deixar o partido fora da chapa. “Não tenho nenhuma intenção de isolar o PMDB, mas é preciso entrar em acordo para solucionar o problema”, avisa. Mas Romanelli insiste que o PMDB só vai participar da chapa se puder indicar o primeiro-secretário. “Só aceitamos participar de uma chapa de consenso se for na primeirasecretaria. Não aceitamos nenhuma outra

17 17 DocumentoReservado Reservado//Novembro Novembro2010 2010 Documento


política

posição”, disse, ao reafirmar que o cargo é “inegociável”. O DEM, por sua vez, também não tem a menor intenção de abrir mão do cargo para os peemedebistas. “O DEM fechou questão pela primeira-secretaria e vamos até o fim”, assegura Miró. Nos bastidores, comenta-se que o PMDB, se insistir na indicação de Romanelli para a primeira-secretaria, seria prejudicado, uma vez que o deputado, que foi líder do governador Roberto Requião (PMDB) na AL, enfrentaria resistência de alguns parlamentares da futura base governista, por “lembrar muito o estilo Requião”. A saída, então, seria a escolha entre Stephanes Júnior, que diz contar com apoio de Richa para ocupar o cargo, e Artagão Júnior. Mas, até o final de novembro, nada ainda havia sido decidido no partido. Porém, não é só o cargo na primeira-secretaria que estaria sendo disputado na chapa de Rossoni. Ele contou que entre os aliados outras posições na mesa executiva também são alvo de disputas. A exceção do PDT, que reivindicou a primeira vice-presidência e foi

18 18 DocumentoReservado Reservado//Novembro Novembro2010 2010 Documento

atendido, com a indicação de Augustinho Zucchi, outros partidos também procuram espaço. O bloco PSB/PSC/PRB quer a segunda-secretaria; e o PPS, a segunda vice-presidência. E Rossoni garante que será possível acomodar a todos, “com boa vontade”.

Divergências e convergências Com a determinação de que a sua chapa pretende dar lugar para todos os partidos,

Rossoni também está conversando com o PT, partido que está dividido quanto à possibilidade de ocupar um cargo na mesa executiva, ao lado do PSDB. Metade dos seis deputados petistas eleitos em outubro – José Lemos, Péricles de Mello e Toninho – defende a participação na chapa do tucano. Contra eles estão os deputados Tadeu Veneri e Luciana Rafagnin, que pregam que o partido não deve compor com os tucanos. O presidente do partido, Ênio Verri, ainda não tomou uma posição. Ele defende que, para compor, Rossoni deve aceitar todas as cláusulas do projeto da transparência que foi apresentado na Casa, que prevê, entre outras questões, a não reeleição da mesa diretora. O petista se refere à Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que impedia a reeleição para todos os nove cargos da mesa executiva. A PEC foi arquivada, a pedido da própria bancada do PT, depois que o relator da Comissão Especial, Ademar Traiano (PSDB), alterou vários itens do texto, restabelecendo a reeleição e rejeitando a representação proporcional na mesa. “Desconfigurou completamente o projeto”, justificaram os petistas para retirar a PEC de votação. Verri esclarece que foi

Nelson Justus, depois das eleições, anunciou que não pretendia concorrer à reeleição, deixando aberto caminho para outras propostas para o cargo


Alexandre Curi, o atual primeiro-secretário, assiste à disputa acirrada pelo seu cargo entre quatro pretendentes

exatamente a posição dos tucanos em relação à PEC que está dificultando um acordo com o PT para compor a chapa de Rossoni. “Se estamos discutindo um projeto de aumento da transparência, teríamos que ter a proporcionalidade. Porque isso define a essência da modernização”, afirma o petista, acrescentar que tudo será feito para acabar com a divisão e que haja apenas uma única posição da bancada. O dirigente petista, porém, diz que existem divergências e convergência entre o PT e o PSDB. A convergência, segundo ele, está em ações para avançar no processo de modernização e transparência da Casa. A divergência se acentua quando se trata da eleição para o comando do legislativo. Verri diz que o PT defende que a presidência da AL seja preenchida de acordo com a proporcionalidade das bancadas, nos moldes do Congresso Nacional, onde os partidos com as maiores bancadas ocupam a presidência do Senado e da Câmara Federal. Sobre esse assunto, Rossoni garante que há mais pontos convergentes do que divergentes, mas se não tiver apoio do PT, a decisão será uma questão política, uma vez que, no cenário nacional, PSDB é oposição ao PT e é

possível que os petistas não votem num deputado do PSDB para a presidência da AL. Isto porque, o entendimento da cúpula estadual do PT é pela preferência de a bancada estadual fique fora da mesa executiva, porque já está pensando nas eleições de 2012 e 2014. Pelo menos foi o que deram a entender deputados federais, deputados estaduais, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e a senadora eleita Gleisi Hoffmann que, reunidos, decidiram que a posição majoritária é de manter distância da chapa tucana, para que a bancada não tenha impedimentos para fazer oposição ao Governo de Beto Richa. Os petistas alegam que o partido não poderia apoiar uma chapa encabeçada pelo presidente estadual do PSDB, o principal partido de oposição ao Governo Federal.

Plauto Miró é o nome do DEM para ocupar a primeira-secretaria na mesa executiva da Assembleia Legislativa

Novo modelo Valdir Rossoni, como único candidato à presidência da AL, fez também certo mistério em torno de suas propostas. Disse apenas que vai imprimir novo modelo administrativo. “Jamais aceitaria essa missão de

Ênio Verri quer a unidade do PT sobre a composição da mesa executiva, mas a tendência é de que o partido não indique nenhum nome para a chapa de Rossoni

ser presidente da Assembleia Legislativa, se não puder implantar o meu sistema de administrar a Casa. Teremos a oportunidade de colocar a Assembleia no seu devido lugar, como um poder independente, onde os parlamentares poderão se sentir bem e serão respeitados pela sociedade”, assegura. Segundo o deputado, uma das grandes medidas a serem tomadas será o resgate da credibilidade da AL e, para isso, diz que pretende tomar atitudes contundentes, sem especificar quais são elas. Ele se refere às denúncias de corrupção que assolou o Legislativo paranaense, comprometendo a sua credibilidade junto à opinião pública. “Parte desse trabalho já foi iniciado, mas eu não tenho dúvida que a próxima mesa diretora terá um papel decisivo para reorganizar e colocar a Assembleia Legislativa, realmente, como um dos três poderes do Estado. Se eu for presidente, tomaremos atitudes duras, firmes e determinadas. É isso que a sociedade espera e os deputados sabem disso”, acrescenta Rossoni, que parece não ter medo de mexer no vespeiro.

19 19 DocumentoReservado Reservado//Novembro Novembro2010 2010 Documento


20 Documento Reservado / Novembro 2010


21 Documento Reservado / Novembro 2010


cidades

Gargalos

sufocam as grandes cidades Depois de afirmar que o Governo do Estado investiu mais de R$ 2 bilhões em obras e ações de infraestrutura, secretário Lipski, diz que agora é preciso centrar nas obras estruturantes

P

arceria estreita com os municípios. Esta é uma espécie de código operacional e palavra de ordem no gabinete do secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná, Wilson Bley Lipski, 40 anos. As portas de sua sala estão sempre abertas e o seu principal interlocutor, Isaias Tecker (Zazá), entra a cada minuto levando, literalmente de mãos dadas, um prefeito para conversar com o chefe. Neste entra e sai, milhões de reais são despejados em formas de obras nos municípios paranaenses. Uma creche, um hospital, uma escola, recapeamento de rua, um ícone em uma praça, quadras de esporte... “Investimos, em oito anos, R$ 2,30 bilhões de recursos na realização de mais de 5.100 obras e ações de infraestrutura urbana em todos os 399 municípios do Estado, independentemente de política partidária”, afirma Lipski.

22 Documento Reservado / Novembro 2010

Aqui o prefeito terá um sim ou um não. Entendo e aprendi com meu pai, que uma conversa franca faz bons amigos. Wilson Bley Lipski


Pedro Ribeiro

Hospital regional de Ponta Grossa

Mesmo com este investimento, que resultou na redução das desigualdades regionais e promoção do desenvolvimento econômico sustentável, Lipski, que passou de Diretor Geral para secretário de Desenvolvimento Urbano em maio desse ano, sustenta que ainda há muito a fazer e o foco está em obras estruturantes. Existe saturação nas estruturas de entrada e saída das principais cidades do Estado, o que vem dificultando o fluxo de veículos e pessoas e entravando o desenvolvimento. Esses gargalos precisam de reparos urgentes, diz, ao explicar que uma dessas obras é a do Anel Viário, de 25 quilômetros, no entorno da região central da capital. “Com a onda verde, que é a sincronização dos semáforos nos trechos do Anel Viário, teremos uma fluidez do trânsito e poderemos atingir uma velocidade média de 60 quilômetros, o que facilitará o deslocamento entre os bairros e a cidade”,

prevê. Lipski também detecta problemas em municípios como Mandaguari, uma vez que todo o tráfego de veículos da capital em direção ao Norte e Noroeste do Estado passa dentro daquela cidade. “É preciso fazer um desvio ou um contorno para tirar o tráfego, principalmente o pesado, de caminhões e ônibus, de dentro da cidade”, diz. Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel também estão precisando de contornos, desvios e trincheiras, afirma. Para que essas obras saiam do papel, o secretário defende uma ampla discussão entre governos estadual e municipal e a própria comunidade. Tudo tem que ser feito de forma organizada, com planejamento conjunto, para atender às demandas.

Causas públicas Embora esteja de saída no dia 1º de janei-

ro de 2011, Lipski confessa que tem sangue político nas veias e se dedicará à função de advogado, sem no entanto, perder o foco da administração pública, principalmente em relação à sua cidade, a Lapa. Com a experiência de oito anos no governo, em sua secretaria de desenvolvimento urbano, acredita que poderá contribuir para que não haja solução de continuidade. “O meu futuro político está centrado nas causas públicas e jamais vou abandoná-las”, garante. No dia 23 de novembro, quando a reportagem da revista Documento Reservado esteve falando com o secretário, ele atendeu 25 prefeitos e havia outros 20 na agenda do dia. Na nossa frente estava o prefeito de Lunardelli, Célio Pinto de Carvalho, que deixou o gabinete satisfeito com a promessa da construção de um Centro de Referência e Assistência Social, além de alguns quilômetros de recape nas ruas

23 Documento Reservado / Novembro 2010


cidades

da cidade. “Aqui o prefeito terá um sim ou não, pois entendo e aprendi com meu pai que uma conversa franca faz bons amigos. Não gosto de enrolar”, fulmina. Lipski faz questão de ressaltar a importância das parcerias com os órgãos públicos federais e estaduais, com a população e os municípios para a concretização de qualquer cenário. “Foi por meio dos parceiros que conseguimos avançar na construção do Paraná que sonhamos”, destaca. Atualmente, lembrou, 389 municípios paranaenses, portanto, mais de 97% do Estado, estão com os seus planos diretores em andamento ou concluídos. Em 2003, apenas 28 deles tinham esta ferramenta de planejamento urbano atualizado. “Isto proporciona a organização e o planejamento das obras e ações de interesse da comunidade, e não apenas dos dirigentes ou de pequenos grupos. Até o fim deste ano, esperamos que todos os municípios tenham seus planos

Revitalização em Foz do Iguaçu

Trincheira em São José dos Pinhais

24 Documento Reservado / Novembro 2010

Quadra de esportes em Figueira

diretores”, revela, ao afirmar que 208 destes planos foram financiados pelo Paranacidade, com investimentos de cerca de R$ 10 milhões. A melhoria da Centro de Saúde da mulher e da criança em Planalto prestação do serviço público também foi apontada por Lipski como uma das principais ações realizadas pela Secretaria do Desenvolvimento Urbano. O Programa Líderes Públicos teve a Barracão Industrial em Palmas participação de 6.380 gestores municipais, além disso, o Estado está investindo na qualificação dos servidores municipais, num trabalho conjunto entre a Sedu, o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Escola de Governo. “Financiamos a pavimentação de quase três mil quilômetros de vias urbanas, com investimento de R$ 722 milhões, bem como a construção de 187 barracões industriais, de 70 creches, 35 postos de saúde, 60 escolas municipais, 8 hospitais (entre eles o Regional de Ponta Grossa), 87 praças, 31 rodoviárias, 37 paços e câmaras municipais, 14 centros culturais, 23 centros comunitários e 50 ginásios de esportes”, enumera. Lipski ressalta ainda o financiamento de 904 máquinas e equipamentos rodoviários no valor de R$ 178 milhões. E anuncia que, em dezembro, começarão as obras de implantação do anel viário de Curitiba (25,38 quilômetros), no valor de R$ 27,3 milhões, dos quais R$ 18,6 milhões financiados à Prefeitura.


25 Documento Reservado / Novembro 2010


segurança

Abusados são

pela força

Fotos: Divulgação

Forças Armadas colocam traficantes e criminosos para correrem e reconquistam territórios infectados pelo tráfico no Rio de Janeiro

26 Documento Reservado / Novembro 2010


Da Redação

rechaçados

militar nacional A

guerra contra o poder paralelo no Rio de Janeiro está apenas começando. Depois da operação envolvendo 2.700 homens da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, que possibilitou à Segurança Nacional dominar o “Morro do Alemão” e fincar a Bandeira do Brasil, como sinal de vitória, o passo seguinte é manter o local desinfetado de marginais. Para isso é preciso a presença do efetivo militar na região, o que foi confirmado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), ao anunciar a presença da força em 2011. Os territórios da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão serão vigiados dia e noite, até que seja possível instalar duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades. Com o apoio das Forças Armadas, a polícia ocupou o Complexo do Alemão praticamente sem resistência dos traficantes na manhã de domingo (28), após uma série de atentados ocorridos na cidade desde o dia 21, com 106 veículos queimados, atribuídos justamente a uma resistência dos criminosos à instalação de UPPs em 13 favelas cariocas. Na quinta-feira (25), policiais já tinham entrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha ao complexo. A previsão é que as duas UPPs mobilizem entre 2 mil e 3 mil policiais militares,

27 Documento Reservado / Novembro 2010


segurança

a serem escolhidos entre os 7 mil novos policiais que se formarão em 2011. A função do Exército, diz Cabral, será “um policiamento ofensivo permanente” na fase de transição até a implantação das UPPs. Em outras comunidades já pacificadas, essa tarefa coube ao Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (Bope). Cabral afirmou que após esta batalha, “não podemos dormir nos louros das conquistas. Nós acordamos desde cedo com os desafios de hoje e dos próximos dias, semanas e meses que é a reconquista dos territórios ainda ocupados pelo poder paralelo. Esses próximos passos passam por essa integração com o Ministério da Defesa e com a Polícia Federal, tanto em ações pontuais de inteligência, quanto em ações mais ostensivas, no caso da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que dará todo o apoio necessário para a permanência das Forças Armadas no Rio de Janeiro, o mesmo acontecendo com o Congresso Nacional que já sinalizou com recursos financeiros para manter a ordem e a paz no Rio. Moradores do Complexo do Alemão aplaudiram a ação militar e a imprensa de grande parte do mundo elogiou a guerra brasileira no combate ao narcotráfico e ao crime organizado.

28 Documento Reservado / Novembro 2010


DOMINGO (21) 2 veículos săo incendiados e 1 carro da Aeronáutica é metralhado na Linha Vermelha por homens armados com fuzis Outros dois ataques ocorrem na Pavuna e em Laranjeiras

Mapa da violência no Rio SEGUNDA-FEIRA (22) 4 veículos incendiados 1 ataque a cabine blindada da PM no Irajá, na zona norte do Rio

TERÇA-FEIRA (23) Na madrugada, quatro homens săo flagrados em Copacabana colocando bombas em carros PM inicia operaçőes em 18 favelas em toda a cidade Dezenas de veículos săo queimados ŕ noite

QUARTA-FEIRA (24) 31 veículos incendiados, a maior parte na zona norte do Rio 50 homens do Bope entram na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha

SEXTA-FEIRA (26)

QUINTA-FEIRA (25) 37 veículos incendiados 1 ataque a posto de polícia em Mesquita Operaçăo conjunta do Bope, das polícias Militar e Civil, com apoio logístico da Marinha, expulsa o tráfico da Vila Cruzeiro Debandada dos traficantes para o vizinho Complexo do Alemăo é transmitida ao vivo pelas TVs

9 veículos queimados 800 homens da Brigada Paraquedista do Exército entram na guerra contra o tráfico e iniciam cerco ao Complexo do Alemăo

SÁBADO (27) 4 veículos incendiados em dois pontos diferentes de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense

DOMINGO (28) cerca de 20 presos 40 toneladas de maconha apreendidas cerca de 50 fuzis apreendidos 10 mil muniçőes apreendidas mais de 50 coletes ŕ prova de bala apreendidos

29 Documento Reservado / Novembro 2010


justiça

Nas pegadas U

m mural despretensiosamente colocado em uma parede, atrás da porta, numa das salas do confortável escritório, dá a dimensão da trajetória profissional do advogado criminalista, Cláudio Dalledone Júnior. Ali estão colados recortes de jornais sobre os casos vitoriosos em que atuou, a maioria de grande repercussão nacional. Além de avivar a memória, o mural serve também para “dar um rumo” a outros trabalhos, incentivando a investigação. E foi num cenário como esse, que mais parece ter saído das telas de cinema, nos melhores filmes policiais com forte apelo para o suspense, que o criminalista recebeu a reportagem da revista Documento Reservado para contar, em capítulos, sobre a defesa de seu mais recente cliente: o ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, acusado pelo desaparecimento da namorada Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento de Eliza. O goleiro Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente quali-

30 Documento Reservado / Novembro 2010

ficado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responde por dois crimes: por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos negam o crime. Dalledone substitui no processo, que corre na Justiça de Minas Gerais, o advogado Ércio Quaresma, que anunciou publicamente ser dependente de crack. O paranaense que era advogado de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do jogador, informou que agora defende apenas Bruno. O atleta está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG). Com “certeza absoluta” na inocência de Bruno, Dalledone diz que a maior aposta para o sucesso neste caso está na sua equipe, “composta por profissionais que podem enfrentar tudo o que o Estado tem para fazer com que uma condenação prevaleça”, para reverter a situação do goleiro. “Eu tenho profissionais tão aptos, ou mais preparados, para fazer frente ao Estado, quando se enxerga uma injustiça iminente”, acrescenta, orgulhoso. Com a preocupação de quem tem a responsabilidade de uma vida livre em suas mãos, o criminalista conta que foi “convocado” para fazer a defesa de Bruno, mas diz que “por dever ético”, não revela ques-

tões sobre quem o chamou, quanto cobrou, e quanto vai custar todo o trabalho. “Tomamos esse cuidado para que o assunto não seja indevidamente explorado na imprensa. Isto porque, o que você disser, a imprensa inteira vai para cima de você, vão querer explorar. E eu prefiro preservar determinados temas, porque temos grande responsabilidade nisso”, explica. E o seu trabalho na defesa de Bruno, segundo ele, vai a todo vapor, alimentado na certeza de que “vou vencer mais esta”. De acordo com o advogado, no dia 24 de outubro, ele protocolou um habeas corpus para paralisar o processo. Mas, Dalledone quer, também, que o Tribunal reconheça o cerceamento de defesa, pela não inquirição dos três delegados responsáveis pela investigação. Para ele, esse é um suposto homicídio, sem corpo, com repercussão internacional, e que para dar uma resposta à sociedade, a polícia se precipitou. “O processo apresenta vários procedimentos irregulares. Um deles, por exemplo, é o que a juíza não permitiu que os delegados do caso fossem ouvidos, daí o cerceamento de defesa”, conta. Sobre o menor, o primo de Bruno, que contou pelo menos três versões sobre o caso, Dalledone diz que o jovem sofre de mitomania – tendência patológica mais ou me-


Norma Corrêa

da lei nos voluntária e consciente para a mentira. Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, mas podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves. “Isso pode ser comparado à dependência química. É uma doença. O rapaz estava sob forte pressão e disse tudo aquilo para acusar o Bruno”, diz o advogado, ao reforçar a sua “plena convicção” na inocência do cliente. Segundo ele, os órgãos competentes para desvendar esse crime, que considera virtual já que não foi encontrado o corpo, que são o Ministério Público e a Polícia, elegeram os culpados. “A partir daí passaram a buscar provas para incrimi-

Criminalista reconhecido por ser incisivo e provocador, Cláudio Dalledone Júnior fala sobre os casos que defendeu e que tiveram grande repercussão. Ele diz que comemorou muitas vitórias e aprendeu muito com as derrotas. A sua mais nova luta é a defesa do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes 31 Documento Reservado / Novembro 2010


justiça

“ nar esses culpados por eles eleitos. Essas autoridades não procuraram elucidar um possível homicídio. Se você me perguntar: a Elisa Samudio está viva? Eu te respondo que morta ela não está. Em nenhum momento houve uma descrição de como Elisa teria sido morta. Não existem provas, porque Elisa não foi morta”, garante. Dalledone diz que acompanhou integralmente as 11 horas de exaustivo interrogatório a que Bruno se submeteu. “O depoimento foi transcrito e também filmado. E, nestas 11 horas, tudo o que diz respeito a ele (Bruno), à Elisa Samudio e ao pequeno Bruninho, Bruno esclareceu. Por isso vou continuar na tese de negativa do crime”, informa, ao afirmar que acha que Bruno tem todos os requisitos necessários para responder o processo em liberdade. “Ele tem ficha penal cristalina, emprego certo, domicílio, arrimo de família e, pela exposição a que foi submetido, a possibilidade de fugir não existe”, assegura. O criminalista acredita que o motivo de Bruno ainda estar preso, mesmo sem que o corpo de Elisa tenha sido encontrado, é a voz das ruas, causada por uma opinião publicada, que não foi trabalhada. “Isso faz o Poder Judiciário tomar decisões acovardadas.

32 Documento Reservado / Novembro 2010

Estão sendo induzidos pela opinião publicada. A voz das ruas está retraindo o Poder Judiciário. Bruno tem todas as condições e preenche todos os requisitos para responder o processo em liberdade”, afirma.

Trabalho artesanal Ao afirmar que trabalha de forma artesanal, o criminalista conta, orgulhoso, que não é advogado de muitas causas, mas as selecionadas, na maioria das vezes, ganham grande repercussão. “Sou um advogado de poucas causas, mas muito complexas”, diz. E, para enfrentar essa “complexidade” ele dá a receita: trabalhar com apoio fiel e compromissado de uma equipe formada por pessoas habilitadas, que vai desde a secretária, passando, pela assessoria de imprensa, ao perito criminal, médico legista, investigador, até aos seus sócios. “O meu maior patrimônio, hoje, é a minha equipe, que está intacta há 10 anos. São os meus sócios, meus conselheiros, meus amigos”, afirma. No seu currículo estão casos como o do estudante Rafael Rodrigo Zanella, de 20 anos, assassinado em uma operação policial desastrosa, em 1997, em Santa Felicidade, o bairro

Se você me perguntar: morta ela não está. Em Elisa teria sido morta. “italiano” de Curitiba. Um dos acusados de envolvimento na morte do rapaz, o investigador da Polícia Civil, Airton Adonski Júnior, foi defendido por Dalledone. Segundo a acusação, na noite de 28 de maio de 1997, Zanella e outros três rapazes tiveram o carro cercado por três policiais – Airton Adonski, Reinaldo Siduvoski e Jorge Élcio Bressan –, pelo estudante de Direito Guilherme Vieira Doni e por Almiro Deni Schmidt. Eles estavam de tocaia na frente de uma casa que suspeitavam que morava um traficante. Doni e Schmidt não eram policiais, mas prestavam serviços de forma irregular no 12° Distrito. E foi Schmidt, que portava arma e distintivo, quem deu o tiro na cabeça do estudante, tão logo o carro parou. Adonski, Siduvoski e Schmidt foram condenados pelos crimes de denunciação caluniosa e fraude processual. O criminalista também atou, desta vez na acusação ao lado do promotor Cássio Chastalo, conseguindo a condenação de Otaviano Sérgio Carvalho Macedo, 48 anos, o Serginho, acusado da morte do bicheiro Almir José Hladkyi Solarewcz, em 20 de setembro de 2000. Durante o julgamento, a surpresa: o caso escancarou uma rede de contravenção atuante


a Elisa Samudio está viva? Eu te respondo que nenhum momento houve uma descrição de como Não existem provas, porque Elisa não foi morta. ” Criminalista Cláudio Dalledone Júnior

em Curitiba, com ramificações no Rio de Janeiro e envolvimento de policiais. Duas testemunhas da acusação confirmaram o envolvimento de Almir com a cooperativa do jogo do bicho, que estaria por trás do assassinato. “Nós estamos colocando no banco dos réus, o crime organizado. Pela primeira vez isso acontece no Paraná. A morte de Almir não é um fato isolado. Foi um crime premeditado, encomendado e que ocorreu por causa de dinheiro, de muito dinheiro”, disse Dalledone, na época. E, embora não tenham sido apresentadas provas materiais, as testemunhas promoveram a condenação de Sérgio, golpeando duramente a máfia do jogo do bicho que opera no Paraná. O juiz Ronaldo Sansone Guerra anunciou a sentença: 19 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado, por crime hediondo, sem o benefício de apelar em liberdade, além do pagamento das multas processuais. Ou, ainda, o caso da suposta vidente, Valentina Andrade, líder da seita LUS (Lineamento Universal Superior). Aos 73 anos, ela foi a júri popular em Belém (PA) para responder pela acusação de autoria intelectual do assassinato e castração de 9 meninos, de 8 a 14 anos, em Altamira, no Pará, entre 1989 e 1993.

Segundo a acusação, as vítimas eram atraídas para densos matagais e tinham os órgãos genitais cortados para serem usados em rituais de magia negra. Embora a acusação de sacrifício humano em rituais satânicos tenha ganhado as ruas e gerado comoção social, Dalledone conseguiu a absolvição de Valentina, depois de 17 dias de julgamento, convencendo seis jurados da inocência, contra apenas um que votou pela condenação da mulher. Para absolver Valentina, o advogado conta que fez conexão entre os crimes do Pará e do Maranhão, onde o mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, de 39 anos, foi preso e confessou ter atacado 41 meninos (30 foram mortos no Maranhão e 11 em Altamira, se contar as três vítimas que sobreviveram, a soma dos crimes pula para 44). Considerado o maior assassino em série do País, Francisco, que demonstra ter distúrbios mentais, alegou que uma voz comandava os seus atos, especialmente na hora de cortar os órgãos genitais das crianças. Em suas declarações, o mecânico inocentou as pessoas que estavam presas, acusadas dos crimes. Entre elas, além de Valentina, estava o médico Césio Flávio Caldas Brandão, que já havia sido julgado e conde-

nado a 57 anos de prisão. “Alguém falou que os cortes (emasculação nos meninos) tinham precisão cirúrgica e resolveram apontar um médico, no caso eu. Precisão cirúrgica com um facão? Não sei como seria possível”, reagiu, na época, o médico que procurou o atendimento profissional de Cláudio Dalledone. Césio disse que as acusações que pesaram contra ele foram armação das autoridades do Pará, que precisavam dar uma resposta à população sobre os meninos mutilados.

Sorte ou inteligência? A atração por grandes casos seria uma ação da sorte fortuita, ou a resposta pelo trabalho inteligente e competente? Cláudio Dalledone, humilde, prefere dar nome às pessoas que o transformaram num profissional bem sucedido: o desembargador João Kopytowski e o tio, Ricardo Lacerda. O tio, por parte de mãe, foi assassinado aos 37 anos, por causa de uma briga de trânsito. “Ele ouvia som alto no carro e um motorista, ao invés do diálogo, preferiu matar o meu tio. E ele acabou sendo o artífice de eu ter procurado a advocacia, como profissão. Eu queria ver o assassino do meu tio na cadeia”, recorda.

33 Documento Reservado / Novembro 2010


justiça

Mas, segundo ele, a sua carreira porém, começou de forma curiosa. Em 1994, o então estudante de Direito sentia-se fascinado pelos debates em plenário no Tribunal do Júri. Foi a partir dessa paixão pelo júri, que o jovem passou a pedir para ajudar nos julgamentos. “E quem foi determinante para o rumo da minha carreira foi o então juiz João Kopytowski, hoje desembargador. Ele me deu oportunidade de participar de julgamentos, porque eu já havia feito dois júris simulados, e tinha ido muito bem. Kopytowski permitiu que eu fizesse um júri, defendendo pessoas de rua, uma vez que não havia advogado para defender aquelas pessoas. Participei junto com um advogado e dividi o tempo”, conta. De acordo com Dalledone, isso aconteceu em 1995 e, a partir dali, ele começou a participar com maior frequência desses tipos de julgamentos, sempre acompanhado de advogados, mas, na verdade, era Dalledone quem ocupava grande parte do tempo fazendo a defesa. “Ele (Kopytowski) confiou a mim essa forma de advogar. Então, eu devo ao desembargador João Kopytowski, a minha carreira. Ele me deu a oportunidade de participar de um julgamento. Porém, não me deu o peixe; me deu a linha e o anzol e eu aprendi a pescar. Se eu tenho que agradecer a alguém, hoje, as causas que o Brasil inteiro me entrega para defesa, em crimes contra a vida, eu tenho que agradecer ao doutor João Kopytowski e ao plenário do Júri de Curitiba”, confessa. Entre as histórias que tem para contar, sobre as dezenas de júris que fez, ele fala sobre um momento desagradável quando atuava no caso de Valentina de Andrade, dos emasculados de Altamira (Pará). Segundo ele, era uma acusação de sacrifício humano em rituais satânicos, “e a imprensa tentou fazer com que esse rótulo ficasse marcado em mim. Imedia-

34 Documento Reservado / Novembro 2010

tamente recusei, porque sou um homem cristão, temente a Deus”, diz, ao voltar-se para uma mesa lateral, onde estava uma Bíblia aberta e colocar a mão sobre o Livro Sagrado, numa expressão de fé em Deus. “Eu jamais iria admitir um rótulo tão pesado como esse, que foi levado pela voz das ruas. As pessoas me criticavam porque eu defendia aquela que era tida e havida como um demônio. Essa situação aconteceu num Estado (Pará) que tem a maior manifestação católica do mundo, que é o Círio de Nazaré. Então, era inevitável que as pessoas aliassem as situações e me ligassem com os supostos rituais satânicos. Tentaram, mas não pegou. Sou tido e havido como um advogado incisivo, combativo, mas a minha crença em Deus é inabalável”, acrescenta. Os casos, apesar de não serem muitos, mas de grande repercussão, foram suficientes para notabilizar este criminalista que é reconhecido, ainda, como o maior defensor de policiais, que dão a Dalledone a condição de considerar a sua trajetória profissional de sucesso, em apenas 12 anos de profissão. “Sou um incorrigível admirador do trabalho policial. Porém, ressalte-se: do bom trabalho po-

licial. Tanto é assim que a maioria dos policiais civis e militares me procura para defendêlos, quando são acusados de crimes contra a vida. Tenho dezenas e dezenas de casos que foram a júri ou ainda estão em julgamento, envolvendo policiais civis e militares. Para mim, é uma honra muito grande ter a confiança dessas duas corporações. Sou o maior defensor da polícia que o Paraná já teve notícia”, afirma. Mas, ele não nega que quer mais e diz que está trabalhando para se notabilizar em causas de Tribunal do Júri, que é a sua especialidade, dos crimes contra a vida, os chamados crimes de sangue. De bem com a vida e sempre de bom humor, Dalledone procura encarar o trabalho com otimismo, mas diz que não se furta a “comprar briga”, com pessoas que ele considera “maus acusadores” e explica: “São pessoas que esquecem o dever constitucional que deveriam defender e passam a fazer de uma acusação um vedetismo ou procuram alavancar a carreira em cima de acusações. Esses eu combato com toda a veemência e com toda a força que possa buscar na lei e na Constituição”, avisa.


35 Documento Reservado / Novembro 2010


infraestrutura

Decola ou não? Engenheiro não acredita que reforma do Afonso Pena saia antes da Copa; Governo diz que sai e há dinheiro para isso

“E

stão brincando de aviãozinho com a gente.” É assim, utilizando de uma boa dose de ironia, que o engenheiro civil aposentado do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) do Paraná, Meron Kovalchuk, situa a demora no início da execução das tão anunciadas readequações – incluindo ampliações e a construção da terceira pista – do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, que faz parte do projeto de infraestrutura necessário para preparar Curitiba para a realização da Copa do Mundo de 2014. E afirma que o valor dos recursos anunciados pelo Governo Federal – cerca de R$ 300 milhões – é suficiente apenas para a ampliação da pista em 475 metros. “Isso, sim, é possível realizar em dois anos para o terminal cumprir as exigências da Fifa e poder atender à demanda que será gerada com a realização da Copa”, avalia. Mesmo assim Kovalchuk, que foi controlador de voo no Afonso Pena entre março de 1961 e fevereiro de 1971, mas começou a se interessar por aviões já aos três anos de idade, por intermédio do tio, Paulo Kovalchuk, que recebia a revista norte-americana Em Guarda, com propaganda da guerra e “recheada de aviões”, diz que não acredita que o “dinheiro seja liberado e a obra realizada a tempo” para que o aeroporto passe a ter o perfil exigido pela Fifa. Primeiro, porque o projeto não está andando, e segundo, por retaliação política. Ele acredita que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT), que perdeu para José Serra (PSDB) no Sul do Brasil na campanha para a

36 Documento Reservado / Novembro 2010

Presidência da República, vai ignorar a região. “Vão nos tratar a pão seco e mofado, ou seja, o dinheiro não virá. Eu acho que a Dilma vai dizer: ‘essa polacaida que vá trabalhar. Eu não mando nada para eles’. Por isso, não espero que os recursos sejam liberados para o Afonso Pena”, avalia.

Sem retaliação No entanto, Gleisi Hoffmann (PT), eleita com 3.196.468 votos para o Senado nas eleições de 3 de outubro, discorda frontalmente da opinião do engenheiro Kovalchuk, ao lembrar que “o presidente Lula sempre perdeu aqui e os investimentos que promoveu nas mais diversas áreas demonstram o contrário, nunca houve qualquer tipo de retaliação contra o Paraná. E isso vai continuar ocorrendo com a Dilma na Presidência”. Além disso,

afirma que o Governo Federal não tem um projeto específico para o Paraná porque visa ao desenvolvimento global do Brasil, sem privilégios eleitorais ou partidários. “Todos os investimentos estruturantes são direcionados para o desenvolvimento do País, ou seja, para que o Brasil avance é preciso investir em todos os estados. Este é o projeto do Governo e o que tem sido feito e continuará a ser feito. Portanto, supor retaliação do Governo Dilma ao Paraná é, no mínimo, um pensamento insustentável, até mesmo pela importância política e econômica do Estado no cenário nacional”, argumenta. Gleisi sustenta ainda que o Brasil se empenhou para sediar a Copa do Mundo de 2014 e, por isso, fará de tudo para corresponder além da expectativa dos promotores do torneio, das seleções que participarão das disputas e das


Sílvio Oricolli

torcidas que virão ao País assistir aos jogos. Salienta, porém, que não se deve pensar em investimentos em infraestrutura motivada pelo evento esportivo. “Não há projetos voltados apenas para a Copa, pois ela está inserida no programa de investimentos do Governo Federal, que é muito mais amplo. Tanto que a previsão dos investimentos nos aeroportos, incluindo o Afonso Pena, é anterior à questão da Copa”, acrescenta. Gleisi sustenta que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inclusive com dotação orçamentária, prevê investir R$ 300 milhões para o Aeroporto Afonso Pena. “O dinheiro ainda não veio para cá, porque não se resolveu a questão das desapropriações de residências para fazer a ampliação da pista. E isso é responsabilidade do Governo do Estado, não da União”, esclarece.

História antiga Na redação da revista Documento Reservado, Kovalchuk, que se aposentou com quase 40 anos de serviços prestados ao DER e atualmente, aos 70 anos, permanece na “ativa”

Gleisi: “o dinheiro ainda não veio para cá, porque não se resolveu a questão das desapropriações”

como integrante do Banco de Ideias do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), lembra que o terminal há muito tempo necessita de reformas e ampliações, incluindo a construção de uma terceira pista. Segundo ele, o Afonso Pena foi construído, como base aérea, no início da década de 1940, quando os norteamericanos fizeram a pista para receber o avião cargueiro DC-3, mas já pensando na possibilidade de precisar utilizá-la, em caso de guerra, para as operações com os bombardeiros B-17 e B-29 dos Estados Unidos. Por isso, foi usada como base aérea da FAB, que posteriormente se transferiu para o Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. Em 1946, o Afonso Pena foi destinado ao transporte aéreo comercial. No entanto, só em 1957 foram feitas novas cabeceiras na pista, o pátio e a estação de passageiros. A inauguração, no entanto, ocorreu no dia 5 de fevereiro de 1959, durante o Governo Moysés Lupion. Kovalchuk ainda recorda que um pouco antes da “revolução de 1964”, quando os militares tomaram o poder no País, além do recape, a pista de 1,8 mil metros foi ampliada para 2.215 metros. Mas foi uma obra incompleta. “A pista de táxi para a cabeceira não existe até hoje”, diz, ao lembrar que esta é uma reclamação unânime dos pilotos. “Temos batido muito nisso: o avião quando chega na cabeceira Kovalchuk: “vão nos tratar a pão seco e mofado, ou seja, o dinheiro não virá”

da pista 11, se houver uma aeronave, pousando terá de esperar que esta operação seja concluída. Conclusão: considerando que o gasto é de 50 litros de combustível por minuto, a espera significará que 240 litros de querosene serão jogados fora, sem contar que essa demora na decolagem representa perda de tempo para os passageiros”, acrescenta. Na avaliação do engenheiro, o que será preciso fazer com urgência e visando à Copa de 2014 é aumentar a pista em mais 375 metros, com pista de táxi, ampliar a cabeceira 33 e mais 100 metros na cabeceira 15, para comportar a decolagem de grandes aeronaves; “São obras que demandam R$ 300 milhões e podem ser feitas a tempo de atender as necessidades da Copa”, sinaliza. A terceira pista, no entanto, para ele, apesar de necessária jamais ficaria pronta em tão pouco tempo, além de exigir investimento superior a R$ 2 bilhões. “É uma obra que ficaria pronta em 2018, a começar pelas suas implicações ambientais, uma vez que na área há três nascentes de rios, como também devido à complexidade de sua construção”, acentua. Gleisi, por sua vez, pontua que o recurso reservado para o Aeroporto Afonso Pena contempla investimentos na terceira pista. “É o que ficou acordado com a equipe técnica da Infraero, ou seja, está tudo embasado em projetos e estudos técnicos”, afirma.

37 Documento Reservado / Novembro 2010


Tamandaré inaugura sistema de vigil No último dia 12, a Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré inaugurou o Núcleo de Proteçăo e Vigilância Municipal (NPVM), que fará a guarda e vigilância de todos os prédios públicos municipais durante 24 horas. Estiveram presentes ŕ solenidade de instalaçăo do NPVM, o Prefeito Vilson Goinski, a VicePrefeita Dete Pavoni, o Secretário (ao qual o Núcleo estará diretamente subordinado), Gerson Colodel, e demais secretários municipais, funcionários e convidados. O secretário Municipal de Administraçăo e Previdęncia, Gerson Colodel, falou sobre as atividades do Núcleo de Proteçăo. “Quarenta Agentes de Segurança foram treinados e capacitados para atuar na área de segurança e proteçăo, com o objetivo de prestar um serviço especializado em todos os prédios públicos municipais, com ronda e monitoramento ininterruptos (24 Horas)”, disse Gerson. Uma central de monitoramento, localizada

ao lado do Centro Administrativo da Cachoeira, equipada com modernos sistemas de controle, faz o trabalho de observaçăo de alarmes, instalados em todas as Escolas Municipais, (CMEIS), Unidades de Saúde e outros prédios públicos. Além disso, os Agentes fazem as rondas em veículos e motocicletas, cobrindo todo o perímetro do Município, enquanto estăo em contato via rádio com a Central. O Prefeito Vilson Goinski destacou a importância do projeto: “Essa é uma açăo que pensamos desde o início da nossa gestăo, mas que só agora pode ser implantada, devido ŕs dificuldades financeiras que passam todos os municípios e também o nosso. Mas, com esforço, conseguimos implantar esse sistema que deverá coibir a açăo de ladrőes que invadem os prédios públicos em busca de equipamentos de informática, merenda escolar, medicamentos, equipamentos eletrônicos, etc, além da açăo de vândalos que depredam o patrimônio público”, disse Goinski.

Tamandaré dá exemplo de reciclagem de pneus Pneus usados transformaram-se num grande problema para o ambiente em todos os lugares, em todas as cidades e em Almirante Tamandaré năo é diferente. Existem atualmente no Município aproximadamente cinquenta empresas atuantes no ramo de pneus (borracharias e revenda de pneus) que năo possuíam uma forma adequada de descarte dos inservíveis. Buscando evitar danos ao meio ambiente e obedecer ŕ normatizaçăo do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), que aborda

38 Documento Reservado / Novembro 2010

o tema através da Resoluçăo nş. 416/2009 que “Dispőe sobre a prevençăo ŕ degradaçăo ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinaçăo ambientalmente adequada, e dá outras providęncias” ou seja, obriga as empresas produtoras de pneus a coletar e dar destino aos pneus inservíveis, a Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente firmou uma parceria com a Empresa XIBIU Reciclagem LTDA, que providencia a

correta destinaçăo dos pneus coletados no Município. Para isso, a Empresa instalou um posto de coleta de pneus inservíveis no Km 16 da Rodovia dos Minérios (ao lado do Posto Pedra Branca), onde os estabelecimentos depositam os pneus descartados. Deste local, a Empresa XIBIU Reciclagem encaminha os pneus ŕ Empresa Votoram localizada no Município vizinho de Rio Branco do Sul, onde os pneus săo incinerados e co-processados em fornos controlados e licenciados pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná. De acordo com o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Wilson Muraro, “A parceria que firmamos foi a melhor soluçăo encontrada para o descarte de pneus que vinha ocorrendo de forma errada, prejudicando sobremaneira o ambiente”, disse o Secretário. Já no início da parceria, que ocorreu no início de agosto deste ano, a Coordenaçăo de Fiscalizaçăo Ambiental da Prefeitura Municipal visitou todos os estabelecimentos (borracharias e revendas de pneus) levando orientaçőes sobre a forma de coleta e a localizaçăo do posto (Rodovia dos Minérios). De acordo com um levantamento efetuado pela Coordenaçăo, em pouco mais de um męs de instalaçăo do Posto de Coleta, foram recolhidos cerca de 10 toneladas de pneus.


ância 24 horas nos prédios públicos

Mortalidade Infantil diminui significativamente em Almirante Tamandaré – uma das metas do Milęnio Muito tem sido feito nos últimos anos no Brasil para a promoçăo da Saúde da Criança e a reduçăo da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milęnio, compromisso assumido pela ONU (Organizaçăo das Naçőes Unidas) no ano 2000. Mortes infantis săo mortes precoces e, em sua maioria, consideradas evitáveis, conseqüęncia de uma combinaçăo de fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas do sistema de saúde. A TMI (Taxa de Mortalidade Infantil) vem caindo no Brasil, porém a velocidade de queda e o padrăo de distribuiçăo no país estăo aquém do desejado. Os níveis atuais săo incompatíveis com o nível de desenvolvimento econômico e tecnológico do país e essas mortes precoces se concentram nas populaçőes mais vulneráveis, refletindo as desigualdades socioeconômicas e étnico-raciais. Através da análise da Tabela abaixo, notamos que desde o ano de 2002 o histórico da Mortalidade Infantil no Município de Almirante

Tamandaré vem apresentando um decréscimo significativo. Sendo que nos últimos anos (2008 e 2009) foi de 35,4%. Sabendo que esta é uma das prioridades estabelecidas pelo Pacto da Saúde, podemos concluir que certas açőes realizadas no Município vęm apresentando resultados. Alguns fatores contribuíram com isso: aumento da cobertura do Pré- Natal segundo Programa de Humanizaçăo no Pré-natal e Nascimento (PHPN), Grupos de Gestantes, com uma Equipe Multiprofissional que aborda assuntos relacionados ao Pré-Natal e que enfatiza o Aleitamento Materno. Este encontro acontece mensalmente em parceria com APMI (Associaçăo de Proteçăo a Maternidade e a Infância) e Pastoral da Criança, com a entrega de Kits Gestantes segundo critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde – Saúde da Mulher, e a implantaçăo do Comitę de Prevençăo a Mortalidade Materno-Infantil a qual analisa os óbitos, identifica os problemas relacionados com os óbitos, consolida periodicamente

Índice de Mortalidade Infantil por nascidos vivos no Município de Almirante Tamandaré nos anos de 2002 ŕ 2009 2002 17,9

2003 14,9

2004 15,5

2005 17,2

2006 15,3

2007 16,4

2008 14,7

2009 9.5 Fonte: SIM /SINASC

os dados de investigaçăo para envio ao Comitę Regional/Estadual e elabora propostas para a construçăo de políticas municipais dirigidas ŕ reduçăo da mortalidade materna/infantil. Outro fator muito importante é a implantaçăo da Puericultura nas Unidades de Saúde e a exemplo disto temos este trabalho sendo realizado na Unidade de Saúde Săo Joăo Batista, há 02 anos, pela Técnica de Enfermagem Rita e pela Enfermeira Nanci. Este trabalho visa a avaliaçăo das crianças menores de 01 ano, mensalmente. Observa-se o peso, altura, perímetro cefálico, perímetro torácico, desenvolvimento neurológico, orientaçőes quanto a higiene, aleitamento materno e introduçăo de alimentos, cuidados com os bebęs, desenvolvimento motor. As crianças que săo acompanhadas neste programa, devido ŕs orientaçőes que as măes recebem, năo necessitam de constantes avaliaçőes médicas e adoecem menos, assim como năo desenvolvem quadros de desnutriçăo. Até agora, desde a sua implantaçăo, já foram atendidas 96 crianças. A administraçăo municipal fará a implantaçăo dos serviços de Puericultura em todas as Unidades de Saúde pois este trabalho é muito importante para diminuiçăo dos índices de mortalidade infantil e para que as crianças tenham um melhor acompanhamento.

39

Documento Reservado / Novembro 2010


economia

Comércio

espera vendas 16,5% maiores

C

om o Natal se aproximando e a chegada de uma “grana” extra para ajudar nas despesas de final de ano, não há quem resista aos apelos do comércio. As lojas de rua e os shoppings capricharam na decoração e se preparam para atender o consumidor até mais tarde, abrindo a temporada de promoções e facilidades no pagamento das compras. A data mais importante do calendário comercial deste ano tem animado os lojistas de Curitiba, que esperam movimento até 16,5% maior que os negócios realizados em igual período de 2009, de acordo com pesquisa da Associação Comercial do Paraná (ACP) e Instituto Datacenso realizada com 200 comerciantes de Curitiba, dos quais 40,7% manifestaram otimismo com o

período, que deve resultar em comercialização superior à da época do ano passado. O empresário Camilo Turmina, vice-presidente da ACP, cita que esse otimismo decorre do “aumento da renda, resultado do ganho real de salários que várias categorias tiveram, níveis de prazo maiores, estabilidade dos juros e a taxa cambial que deixou grande parte dos produtos mais baratos em comparação ao ano passado”. E Cláudio Shimoyama, do Instituto Datacenso, adiantou que a maioria dos comerciantes acredita que o pagamento das compras será feito à vista, em cartão de crédito ou dinheiro, seguido do parcelamento no carnê, com cartão de crédito, à vista com cartão de débito, parcelado no cheque e à vista

Uma renda extra e que deve ser bem utilizada. Cid Cordeiro

40 Documento Reservado / Novembro 2010

no cheque. Para alavancar as vendas, 35,2% dos lojistas pretendem fazer algum tipo de promoção ou campanha de Natal, com descontos para o pagamento à vista, distribuição de brindes, prêmios ou promoção do tipo “pague 1, leve 2”. Por sua vez, o economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ponderou que a entrada do 13º salário na economia nesse período, o que ajuda a incrementar o movimento no comércio, não será totalmente utilizado nas compras, ao estimar que cerca de 40% do benefício será usado pelos consumidores para quitar dívidas antigas. No entanto, este procedimento, indiretamente, também sinaliza para o consumo, pois os inadimplentes pagam as contas em atraso com o objetivo de recuperar o crédito e poderem retornar às compras. “A previsão é de que quase metade do 13º dos trabalhadores seja destinada ao pagamento de contas pendentes, para que eles possam recuperar o crédito e comprar de novo,” disse o economista. Segundo Cordeiro, a outra parte do dinheiro será usada nas sonhadas compras dos presentes de Natal, despesas com viagens e lazer. E ainda há uns poucos que aproveitarão o dinheiro extra para “engordar” a poupança.


Lucian Haro

Salário extra vai injetar mais de R$ 5 bilhões na economia do Paraná neste final de ano, animando o consumidor a ir às compras

Cordeiro afirmou também que a boa fase do mercado de trabalho e a geração de novos empregos ao longo do ano, colaboraram para um aumento de 20% no total nacional do 13º, em relação ao que foi pago aos trabalhadores em 2009. A estimativa do Dieese é que, no Brasil, 74 milhões de pessoas recebam o benefício, num total de R$ 102 bilhões. No Paraná, o salário extra representará a entrada de R$ 5,44 bilhões na economia, o que significa aumento de 21% em relação ao valor do período anterior. Em Curitiba, a economia deve ser aquecida com R$ 1,7 bilhão. A recomendação do economista para os consumidores, no entanto, é que seja feito um planejamento das despesas do final de ano, já prevendo as contas que vão chegar depois do réveillon. “O consumidor precisa entender que o 13º é uma renda extra e que deve ser bem utilizada. Lembrando que, no período de dezembro até fevereiro, novas cobranças chegam, como a matrícula na escola das crian-

41 Documento Reservado / Novembro 2010


ças, compra do material escolar, os impostos da casa, do carro, a fatura das compras parceladas. O consumidor tem de estar preparado para tudo isso”, alertou.

Recuperação de crédito

Turmina: “ninguém quer ficar sem crédito para gastar no mercado”

lor do benefício,” explicou, ao acrescentar que “sem falar, que com as facilidades de financiamento e compra disponíveis hoje, ninguém quer ficar sem crédito para gastar no mercado”. Mesmo tendo aumentado em 100% a procura dos devedores que querem quitar as dívidas, o vice-presidente da ACP afirmou que ainda existem muitas pessoas com o nome “sujo” no mercado, em Curitiba. “A estimativa é de que em Curitiba e Região Metropolitana, exis-

Foto: Divulgação ACP

Já que os consumidores inadimplentes não querem ficar de fora da temporada de compras, o que aumenta também, nesta época do ano, é a negociação para “limpar” o nome dos devedores junto aos órgãos de proteção de crédito. Segundo Turmina, a procura daqueles que querem recuperar o crédito, dobrou desde o começo de outubro. “A média até agosto, era de 700 a 800 solicitações por dia, mas depois de outubro, esse número passou para 1.500 procuras por dia”, afirmou. Para Turmina, o aumento na demanda é reflexo da aproximação das compras de Natal - onde invariavelmente as pessoas precisam ter dinheiro ou crédito para comprar presentes - e por conta da chegada do 13º salário, que incrementa a renda familiar. “Com a chegada do final de ano, os consumidores precisam dispor de recursos extras para a compra de presentes e despesas em geral. Mesmo com a entrada do 13º, alguns ainda necessitam ter crédito para adquirir produtos ou serviços que ultrapassem o va-

Foto: Divulgação ACP

economia

tam cerca de um milhão de pessoas com alguma pendência no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC)”, informou. Segundo ele, mesmo atendendo as 1.500 solicitações diárias, isso não representa nem 15% do total de devedores, que continuam com o nome sujo no mercado. Para recuperar o crédito, o devedor deve entrar em contato com a ACP, que fará um acordo com a empresa credora para acertar a situação. No caso de parcelamento da dívida, o nome do consumidor será retirado do registro do sistema de proteção ao crédito assim que efetuar o pagamento da primeira prestação, determinado pela negociação. Por exemplo, se o consumidor tem uma dívida de R$ 1.000 e faz acordo para pagá-la em cinco vezes, no momento em que a loja receber a primeira parcela, o consumidor já recupera o direito de novamente poder comprar a crédito.

Mercado de consumo

Machado: “as vendas aumentam bastante com a chegada do verão”

42 Documento Reservado / Novembro 2010

Os reflexos da entrada do 13º salário já estão sendo sentidos em diversos setores do comércio varejista. No ramo infantil, por exemplo, as vendas devem ter um incremento de 15% em relação ao ano passado, segundo previsão da comerciante e sócia-proprietária da


Foto: Divulgação ACP

Nádia: “estamos bem otimistas quanto a essa temporada de vendas”

empresário e coordenador da Câmara Setorial de Confecções da ACP, Rui Machado, a expectativa é de que as vendas superem o movimento de 2009. “O ramo das confecções também estará aquecido durante a temporada de Natal deste ano, e esperamos que o faturamento seja até 10% melhor que foi no ano passado”, afirmou. Disse também que 2010 tem sido, de uma maneira geral, positivo para os negócios e a tendência é que a situação melhore mais, de acordo com a elevação da temperatura. “O

Foto: Divulgação ACP

Xiquita Moda Infantil, Nádia Uthman Majid Aguiar. Segundo ela, o movimento está intenso nas lojas, mas deve aumentar ainda mais em função da chegada do dinheiro extra. “A entrada do 13º favorece as compras de final de ano e estamos bem otimistas quanto a essa temporada de vendas”, disse, ao adiantar que a maior procura dos consumidores tem sido por brinquedos. No setor de confecções, o quadro também é favorável ao comércio. De acordo com o

Espolador: “não esperamos grande aumento nas vendas”

clima é um fator importante para nós e as vendas aumentam bastante com a chegada do verão”, esclareceu. As peças que mais estão saindo, segundo ele, são as femininas - pelo fato das mulheres sempre estarem “antenadas” na moda e fazerem questão de comprar novidades - e as da seção infantil, por uma questão simples de explicar. “Geralmente quando começa a esquentar, as mães tiram do armário as roupas que as crianças usaram no verão passado e percebem que as peças já não servem mais. E aí, elas têm de comprar roupas novas”, explicou. No ramo dos calçados, no entanto, a expectativa de vendas não é tão otimista. Segundo o empresário Antônio Espolador Neto, que é sócio das lojas Planeta Pé e Scarpinni Calçados, a previsão é de que o volume de vendas seja apenas 5% maior em relação a 2009. Espolador afirmou, ainda, que o movimento de final de ano ainda não se intensificou nas lojas e ficará difícil bater as vendas do ano passado. “O ano de 2009 foi muito bom para o setor, com boas vendas. Neste ano, porém, já percebemos uma fase falha desde o segundo semestre e não esperamos grande aumento nas vendas”, afirmou. Ainda segundo o empresário, os produtos mais procurados nas lojas são as sandálias e os tênis.

43 Documento Reservado / Novembro 2010


economia

Para quebrar a dependência

Consórcio articula a instalação de fábrica de ureia para tornar o Paraná autossuficiente e se preparar para o aumento da demanda do insumo 44 Documento Reservado / Novembro 2010


Sílvio Oricolli

C

onsiderado o País mais promissor no setor agropecuário e que pode responder, em dez anos, pela exportação mundial de aproximadamente 20% da carne suína e 60% da carne bovina, sem falar no papel que desempenha atualmente na produção de grãos, o Brasil pode ter esse potencial comprometido devido à sua alta dependência à importação de insumos para o setor, especialmente de fertilizantes. A constatação de todos que atuam na atividade foi avalizada pelo senador Neuto de Conto (PMDB-SC) no início de novembro no Plenário do Senado, quando, em discurso, pediu ao Governo Federal empenho para reverter esse quadro. Segundo ele, a agropecuária nacional importa cerca de 75% de todos os insumos que utiliza, apesar de existir no País jazidas de fosfato e potássio capazes de abastecer as necessidades nacionais. “Seremos o País que abastecerá parte do mundo em alimentos, mas, para isso, é preciso planejar e investir. A Petrobras deve participar deste esforço da agropecuária brasileira”, recomendou, ao afirmar que a estatal tem condições de aumentar a produção de fertilizantes nitrogenados, outro insumo importado em larga escala. No Paraná, o principal produtor nacional de grãos, os produtores rurais mostram-se há algum tempo preocupados com a questão dos fertilizantes. Por isso as cooperativas do setor agropecuário têm pensado em projetos que, além de reduzir a dependência, contribuam para a redução do custo de produção e, com isso, melhorem a rentabilidade no campo. E uma dessas propostas, a de aumento da produção de ureia, começou a tomar corpo no dia 20 de setembro deste ano, com a união da Cooperativa Nacional Agroindustrial (Coonagro), que congrega 21 cooperativas paranaenses, com as empresas Macrofértil, Península e

Unisoft S.A. dando origem ao Consórcio Azoto Paraná (Conapar), que visa garantir ao Estado a autossuficiência na produção de ureia, em um projeto que prevê investimentos de US$ 300 milhões, com capacidade de produzir 300 mil toneladas por ano do produto e geração de 300 empregos diretos. Se tudo der certo, é provável que o empreendimento, com participação de chineses, entre em operação até 2013. E dispor de uma empresa que irá contribuir para praticamente zerar a necessidade de importar este insumo é muito importante para o setor rural, pois contribuirá para a redução de custos, por exemplo. De acordo com dados do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), os fertili-

Garantir a autossuficiência do Paraná. João Paulo Koslovski

45

Documento Reservado / Novembro 2010


economia

Garantir parte da demanda do insumo no Estado. Flávio Turra

zantes – ureia, fósforo e potássio – representam impacto de 11,5% no custeio da soja e de 24% no gasto com as lavouras de milho. E qualquer iniciativa que contribuir para a redução dos custos será muito bem vinda para os agricultores, na análise do presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, que se mostrou otimista com a possibilidade de o Estado ter outra fábrica de ureia: “A dependência internacional em relação a nitrogenados, que chega a 75% do total da demanda do País, justifica a realização desse consórcio. A instalação de uma indústria pode nos dar segurança e garantir a autossuficiência do Paraná. Será uma fábrica importante para o agronegócio e a economia paranaense.” O gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, considera o projeto ureia animador: além da tecnologia chinesa, incluindo a planta industrial modular, que será construída na China, o empreendimento será instalado em um município próximo de Curitiba, e irá se localizar em uma região que faci-

46 Documento Reservado / Novembro 2010

litará o escoamento do insumo até o interior do Estado, por trem. Ele ainda destacou que, com a garantia de consumo da produção e a participação do Conapar nas negociações com o Governo Federal e, sobretudo, com a Petrobras, para assegurar o fornecimento contínuo e o fornecimento com preço competitivo de gás natural à fábrica, será possível “garantir parte da demanda do insumo no Estado a um preço diferenciado”. De acordo com Turra o Paraná utiliza entre 700 e 800 mil toneladas de ureia por ano. Atualmente, parte desse volume é produzido por uma empresa local, a Ultrafértil. O insumo é utilizado na adubação de cobertura das culturas de milho, trigo, nas lavouras perenes e em adubo formulado. A fábrica terá investimentos da empresa de engenharia chinesa

Precisamos buscar aliadas no Governo Federal. Marcio Freitas

Chengda, gigante mundial na área de plantas químicas e plataformas de petróleo, e da Sichuan, maior fabricante de ureia e de produtos agroquímicos na China. O senador Conto, no discurso proferido no Plenário da Casa, deixou claro que o Governo Federal não pode esquecer que a agropecuária contribui com 33% na composição do Produto Interno Bruto (PIB) e responde por 34% das exportações nacionais. “Além disso, o campo oferece hoje 37% de todos os empregos do País”, afirmou.

Garantia de matéria-prima o diretor executivo da Coonagro, Daniel Fontes Dias, relembrou que o Brasil atualmente depende da importação de 70% do nitrogênio que demanda. E lembrou que o Paraná tem uma fábrica que opera por apenas alguns meses do ano, utilizando resíduos asfálticos como fonte de energia. A nova fábrica vai utilizar gás natural, pois a intenção é ter uma empresa que produza o ano todo e reduza a dependência da importação do produto”, disse. Para ele, isso é estratégico, uma vez que reduz a pressão das internacionais sobre o mercado, além de se preparar para o aumento do consumo da ureia no Brasil já a partir de 2012, quando os veículos movidos a diesel terão de utilizar catalisadores à base deste insumo para reduzir a emissão de poluentes. “Mas para isso, é necessário a garantia por parte do Governo Federal de fornecimento de gás natural a um preço competitivo, que torne o produto nacional mais barato que o importado, uma vez que o gás representa 70% do custo do insumo. E isso é essencial porque a ureia, o elemento mais importante da nutrição vegetal, nada mais é que ‘gás ensacado’”, esclareceu Dias, ao acrescentar que a Coonagro decidiu arregaçar as mangas e participar do projeto, até como articuladora, para se livrar, aos poucos, do domínio das multinacio-


nais, que lucram muito com a situação atual. “Basta ver que as empresas internacionais ganham, por exemplo, em logística, pois o mesmo navio que traz o fertilizante que precisamos para a agricultura retorna carregado com a nossa matéria-prima. Daí a importância de incentivar o investimento na planta de ureia, pois representa o meio de buscar o nosso acesso à produção de grãos no mercado internacional, afinal o Brasil ainda é um País virgem neste setor de insumos, tanto que a cada dia se descobrem novas reservas que acentuam nossa potencialidade no setor de fertilizantes”, destacou.

Definir uma estratégia para o setor. Marcio Freitas

Além disso, ele lembrou que o mercado de consumo da ureia tem expansão garantida em outros setores, pois, desde janeiro de 2010, em várias partes do mundo todos os motores movidos a diesel são obrigados, por lei, a usar este insumo como catalisador, proporcionando a emissão de gás limpo. No Brasil, a exigência passa a vigorar a partir de 2012. “Portanto, haverá aumento de demanda muito grande de ureia no mundo todo. E é estratégico para o País produzir este insumo para fazer frente ao seu consumo, bem como fornecer a outros mercados”, destacou Dias. Para multiplicar os efeitos da articulação das empresas nacionais e provocar eco nas várias instâncias do Governo Federal, é necessário o engajamento dos políticos paranaenses à causa. Por isso, a manifestação do exministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no dia 16 de novembro, em reunião no Ministério de Minas e Energia, quando defendeu o fornecimento de gás natural para viabilizar o projeto da fábrica de ureia no Paraná, liderado pelo Conapar, teve boa repercussão no setor. Ao enfocar que “o Brasil precisa definir uma estratégia para o setor, um marco regulatório, já que a questão tende a se agravar”, Stephanes argumentou que os preços agrícolas vão continuar em alta e, ao mesmo tempo, a demanda por fertilizantes crescerá nos próximos anos. Atualmente, o impacto do uso de fertilizantes na produção agrícola é de 25% sobre os custos e 50% dos insumos utilizados pelos produtores são

distribuídos por cooperativas, acrescentou. Neste sentido, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcio Freitas, acrescentou que é importante encontrar um caminho para o que chamou de “fértil dependência” no sentido de reverter o risco estratégico que o País corre. Ele lembrou que o Brasil tem 1.615 cooperativas e todas são dependentes da importação de insumos. “Um milhão de famílias está ligada às cooperativas, por isso, precisamos buscar aliados no Governo Federal”, concluiu. (Com Agência Brasil e Agência Senado)

A Petrobras deve participar deste esforço. Neuto de Conto

” 47

Documento Reservado / Novembro 2010


especial

Capital do Natal A

Curitiba já se aprontou para comemorar a maior festa do calendário cristão, com variada programação

Curitiba Capital do Natal

48 Documento Reservado / Novembro 2010

programação natalina de Curitiba deve atrair, neste ano, mais de 350 mil pessoas. A estimativa é do Instituto Municipal de Turismo (IMT), da Prefeitura da cidade, e representa um aumento de 16% em relação ao número de pessoas que visitaram a capital no ano passado. Em 2010, as atividades da campanha “Curitiba Capital do Natal” são as mais variadas e incluem espetáculos, apresentação de corais, manifestações religiosas, feiras livres e exposições para agradar todos os tipos de público. Em 2009, aproximadamente 300 mil turistas prestigiaram as atrações da época na capital. Segundo o IMT, a maioria dos visitantes veio de outras cidades do próprio Estado (35%), seguido por moradores de São Paulo (20%) e de Santa Catarina (16%). Mais do que participação nos eventos da cidade, a pesquisa reali-

zada pelo Instituto, revelou também que os visitantes gastam em média, R$ 202,00 por dia na cidade, incluindo gastos com hospedagem, alimentação, transporte, lazer e compras. Para a presidente do IMT, Juliana Vosnika, o crescimento no número de visitantes é reflexo das ações promovidas pela administração pública e pelos comerciantes, no decorrer dos últimos anos. “O Natal é uma grande oportunidade para o fortalecimento das atividades turísticas em Curitiba. Devido ao calendário e às ações desenvolvidas nos anos anteriores, cada vez mais visitantes estão procurando nossa capital nesta época do ano”, afirmou. O tradicional espetáculo de Natal do HSBC terá neste ano, o tema “Unidos por Um Mundo Melhor”. Nas janelas do Palácio Avenida, o coral formado por crianças de instituições sociais irá se apresentar sempre às sextas-fei-

Natal HSBC


Lucian Haro

ras, aos sábados e domingos, às 20h30, até o dia 19 de dezembro. Outros pontos estratégicos do Centro da cidade também ganharam um colorido todo especial. Estão iluminados o prédio da Prefeitura, a Praça da Espanha, o Calçadão da Rua XV, a Avenida Cândido de Abreu, a Riachuelo, o portal do Passeio Público, a imagem de Nossa Senhora da Luz (atrás da Catedral) e o pinheiro do marco zero, na Praça Tiradentes. Nas praças Osório e Santos Andrade, o público pode comprar produtos típicos da época e saborear a gastronomia de vários países nas Feiras Livres de Natal, que funcionarão até o dia 23. Auto de Natal na Regional Pinheirinho

Na RMC Na vizinha São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a atração mais esperada é a Casa do Papai Noel, que ficará aberta até o dia 23 de dezembro. O espaço tem oficinas de bolachas artesanais e feira de artesanato, com produtos natalinos e rurais, além de praça de alimentação. Haverá também apresentações de corais, grupos folclóricos, trenó do Papai Noel e exposição de presépios em tamanho real.

49 Documento Reservado / Novembro 2010


especial

Programação de Natal em Curitiba 12 de dezembro

Natal das Etnias - Natal das Naçőes do Bosque do Papa Comemoraçőes alusivas ao Natal entre diversas etnias. Horário: o dia todo Local: Bosque Joăo Paulo II – Bosque do Papa Rua Wellington Oliveira Vianna, s/nş - Centro Cívico Telefone: (41) 3313-7194 Entrada: franca - Site: www.fccdigital.com.br

Dias 13 e 14

3ş Concerto de Natal da Universidade Positivo Horário: ŕs 20h30 Local: Teatro Positivo – Grande Auditório Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Campo Comprido Telefone: (41) 3317-3107 - Entrada: 1 quilo de alimento năo perecível

De 15 a 20

Musical de Natal - Botas Vermelhas Data: 15, 17, 18,19, 20 Horário: ŕs 20 horas. No dia 19, ŕs 9 e ŕs 19 horas Local: Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular R. Alberto Folloni 143 - Juvevę Telefone: (41) 3252-7215 Entrada: 2 quilos de alimento năo perecível Site: www.primeiraieq.com.br

De 16 a 22

Bosque de Jesus Celebraçőes de Natal com passeios no bosque iluminado, presépio, mensagens e apresentaçőes de corais. Data: 16, 17 e 22 de dezembro Horário: ŕs 20 horas - Local: Bosque de Jesus Rua Joăo Guariza, 135 – Săo Lourenço Telefone: (41) 3254-6730 - Entrada: franca

Até o dia 18

O Quebra Nozes - Ballet Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná Data: 11, 12, 16, 17, 18 Horário: quinta a sábado ŕs 20h30; domingo, ŕs 18 horas

50 Documento Reservado / Novembro 2010

Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto Guairăo - Endereço: Praça Santos Andrade, s/n° – Centro - Telefone: (41) 3304-7982 Entrada: antecipada – R$ 20, 1ş e 2ş balcăo R$ 10. No dia do espetáculo – R$ 30 e R$ 20 Site: www.teatroguaira.pr.gov.br

Dia 19

Teatro Para o Povo - O Quebra Nozes - Ballet Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná Data: 19 de dezembro Horário: ŕs 11 horas Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto Guairăo - Endereço: Praça Santos Andrade, s/n° – Centro - Telefone: (41) 3304-7982 Entrada: franca Site: www.teatroguaira.pr.gov.br

Até o dia 19

Natal HSBC - Unidos Por Um Mundo Melhor Data: 25, 26, 27 e 28 de novembro, 3, 4, 5,10, 11, 12, 17,18 e 19 de dezembro Horário: ŕs 20h30 Local: Palácio Avenida - HSBC Rua das Flores, s/nş - Entrada: franca Site: www.hsbc.com.br

Até o dia 19

Fábrica do Papai Noel História fantástica do desaparecimento do Papai Noel e do risco de o Natal acabar. Muito humor e alegria numa aventura inesquecível. Do dia 1ş a 19 Horário: ŕs 20h30 - Praça Santos Andrade Entrada: franca Site: www.teatroguaira.pr.gov.br

Até o dia 23

Natal de Luz - Um Natal Diferente, Um Natal Para Iluminar a Vida da Gente


Lucian Haro Data: 11 a 23 de dezembro Dias: 11, 12, 17, 18, 19: apresentaçăo cęnica natalina e um espetáculo de luzes próprias do Natal; outros dias aberto somente para visitaçăo. Horário: 20h30 - Local: Bosque Nossa Senhora da Salette - Rua Lange de Morretes, 889 - Jardim Social - Telefone: (41) 3262-3132 Entrada: R$ 3,00 ou 1 quilo de alimento năo perecível

Até o dia 23

Auto de Natal Bisbilhoteca Apresentaçőes Cia. Girolę Data: 7 a 23 Horário: terças e quintas, ŕs 18h30 Local: Bisbilhoteca - Rua Carlos De Carvalho, 166A - Telefone: (41) 3223-3038 Entrada: franca

Até o dia 23

Natal no Paço - Envolvimento das Pessoas Por Meio das Músicas Data: de 7 a 23 de dezembro Horário: diversos - Local: Paço da Liberdade Praça Generoso Marques, 189 - Centro Telefone: (41) 3234-4224 - Entrada: franca

EXPOSIÇŐES Todo o męs de dezembro

Natal Mais Iluminado de Pinhais Decoraçăo Natalina nas ruas da cidade – Iluminaçăo e ornamentaçăo com garrafas PET Data: de 1ş a 31 de dezembro

Em Curitiba:

Árvore de Cristal Árvore de Cristal, toda iluminada e decorada com materiais reciclados - 4.000 garrafas PET. Data: a partir do dia 9 Local: Rua XV de Novembro esquina com Rua Monsenhor Celso

Até o dia 22

Árvore Encantada – Hotel Radisson Datas: 3, 10, 17 e 22 Horário: ŕs 21 horas Local: Radisson Hotel Curitiba Avenida Sete de Setembro, 5.190 – Batel Telefone: (41) 3351-2222 - Entrada: franca

Até o dia 23

Săo José dos Pinhais Casa do Papai Noel Data: 26 de novembro a 23 de dezembro Horário: das 18h ŕs 22h30 Rua Almirante Alexandrino, 1410 (esquina com Rua Tavares de Lyra) - Telefone: (41) 3381-5812 Entrada: R$ 5 (menores de 12 anos e maiores de 65 anos năo pagam) - Site: www.sjp.pr.gov.br

FEIRAS FEIRAS Até o dia 23

Feira Especial de Natal Praça Osório Data: 20 de novembro a 23 de dezembro Horário: Segundas a sábados, das 10 ŕs 22 horas e aos domingos, das 14 ŕs 20 horas. Local: Praça Osório Telefone: (41) 3250-7763/3250-7746 Entrada: franca

Até o dia 23

Feira Especial de Natal Praça Santos Andrade Data: 20 de novembro a 23 de dezembro Horário: Todos os dias das 10 ŕs 21 horas Local: Praça Santos Andrade Telefone: (41) 3250-7763/3250-7746 Entrada: franca

PRESÉPIOS PRESÉPIOS Até o dia 22

Bosque de Jesus Celebraçőes de Natal com passeios no bosque iluminado, presépio, mensagens e apresentaçőes de corais. Data: 16, 17 e 22 de dezembro Horário: ŕs 20 horas Local: Bosque de Jesus Rua Joăo Guariza, 135 – Săo Lourenço Telefone: (41) 3254-6730 - Entrada: franca

Até 5 de janeiro

Presépio do Bairro Novo Data: 22 de novembro a 5 de janeiro Local: Rua da Cidadania Bairro Novo Entrada: franca

Até 6 de janeiro

Exposiçăo do II Concurso de Presépios Natalinos Comunidade Escola Presépios confeccionados por crianças ou jovens de 8 a 14 anos. Data: 13 de dezembro a 6 de janeiro Horário: a confirmar - Local: Espaços Públicos Municipais - Entrada: franca

MANIFESTAÇŐES MANIFESTAÇŐES RELIGIOSAS RELIGIOSAS

De 20 a 25 de dezembro

Nataleluia 2010 - De Volta Para Casa 1Ş Igreja Batista de Curitiba Data: 20, 21, 22, 23 e 25 Horário: ŕs 20 horas Local: Primeira Igreja Batista de Curitiba Avenida Bento Viana, 1.200 - Batel Telefone: (41) 3091-4308 Entrada: 2 quilos de alimentos Site: www.nataleluia.com.br

No dia 24

Missa do Galo - Catedral Basílica de Curitiba Missa natalina da Catedral Basílica de Curitiba. Horário: a confirmar Local:Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dos Pinhais - Praça Tiradentes - Entrada: franca Missa de Natal do Asilo Săo Vicente de Paulo Missa natalina do Asilo Săo Vicente de Paulo. Horário: a confirmar Local: Asilo Săo Vicente de Paulo R. Săo Vicente, 100 - Juvevę Telefone: (41) 3313-5353 Entrada: franca - aceita-se doaçăo de leite Site: www.asilosaovicente.org.br Paróquia Nossa Senhora da Salete Missa natalina da Paróquia Nossa Senhora da Salete. Horário: ŕs 20 horas Local: Rua Lange de Morretes, 19 - Jardim Social Telefone: (41) 3256-3625 - Entrada: franca Santuário Nossa Senhora do Carmo Missa natalina do Santuário Nossa Senhora do Carmo. Horário: a confirmar Local: Santuário Nossa Senhora do Carmo R. Marechal Floriano Peixoto, 8.520 – Boqueirăo Telefone: (41)3276-1936 Entrada: franca

Até 31 de janeiro

29Ş Exposiçăo de Presépios Poloneses Data: 1ş de dezembro a 31 de janeiro Horário: o dia todo Local: Bosque Joăo Paulo II – Bosque do Papa Rua Wellington Oliveira Vianna, s/nş - Centro Cívico Telefone: (41) 3313-7194 - Entrada: franca Site: www.fccdigital.com.br

Informações: www.curitibacapitaldonatal.com.br 51 Documento Reservado / Novembro 2010


cultura

Creedence revisitada O

inesquecível refrão “I want to know, have you ever seen the rain?” (Eu que ro saber, você alguma vez viu a chuva?) da lendária banda de rock americana Creedence Clearwater Revival, foi cantado por mais de 3 mil curitibanos, que lotaram o Curitiba Master Hall, no dia 13 de novembro. Depois de passar quatro anos sem vir ao Brasil, a banda retornou à América do Sul, na versão Creedence Clearwater Revisited para relembrar as canções que “estouraram” na década de 70. Antes do show, os músicos da primeira formação da banda, Stu Cook (baterista) e Doug Clifford (baixista), falaram sobre os novos projetos do Creedence e sobre os shows que eles farão no Brasil. Antes, porém, Stu enalteceu primeiramente o País e disse que espera que a turnê deste ano seja boa como foi a de 2006. “O Brasil está crescendo como País e se tornando cada vez mais importante no mundo em que nós vivemos. Espero que seja maior e melhor. Estivemos aí pela última vez em 2006 e fizemos uma ótima turnê. Estamos todos ansiosos por isso de novo. Ótimos shows para todos os nossos fãs”, disse o baterista. Doug igualmente declarou a paixão pelos países sul-americanos e disse que eles gostam de vir para cá, porque as pessoas são mais animadas. “Nós amamos a América do Sul e o Brasil. Nós achamos que os sul-americanos são os mais animados e os que mais gritam. Gostamos de voltar porque a música é uma grande parte da cultura e nós nos sentimos

52 Documento Reservado / Novembro 2010


Lucian Haro

honrados em fazer parte dessa cultura,” afirmou. Quando questionado sobre o lançamento de novas músicas ou projetos da banda, Stu desanimou os fãs, ao dizer que a intenção deles, agora, é apenas tocar as músicas que já são conhecidas. “Nós não vamos fazer nada novo, o propósito, neste ano, é só tocar músi-

cas do Creedence, ao vivo para os fãs”, disse o baterista, que completou: “ Não tenho tempo, nem interesse em sentar e compor. Nós somos pessoas mais velhas agora. (risos) Temos coisas melhores para fazer com a nossas vidas agora. Então, nós não podemos… E não queremos confundir o que estamos fazendo, com coisas novas”, enfatizou o músico. Doug já foi

Na bagagem da banda norte-americana, em visita ao Brasil, sucessos que embalaram multidões na década de 197O

mais categórico na resposta e afirmou que eles apenas estão fazendo a vontade do público. “Na verdade, nós fazemos o que o público quer, e eles querem Creedence. Nós pensamos sobre isso, mas ficamos muito na estrada. Então quando estamos em casa, queremos passar tempo com as nossas famílias. Não queremos ficar num estúdio, gravando músicas que o púbico não conhece,” disse. O recado final para os fãs foi dado pelo baixista Doug Clifford: “Se você gosta de Creedence, venha nos ver e nós faremos uma festa juntos. Nós gostamos de tocar nossas músicas pra vocês e gostamos da reação que vocês têm com a nossa música. Let’s make some noise!” ( Vamos fazer barulho!)

História Quem acompanha a trajetória da banda, lembra que o quarteto, formado por John Forgety (guitarra e vocal), Tom Forgety (guitarra) Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria) se separou em 1972. O vocalista John foi o único que conseguiu fazer sucesso ao seguir carreira solo, mas a vontade de tocar ficou mais fraca quando o irmão dele, Tom Forgety, morreu de AIDS, em 1990. Depois de 25 anos de silêncio, as batidas “rock in roll” do Creedence voltaram a ser ouvidas pelos fãs quando Stu e Doug reuniram-se com o Steve Gunner (multi-instrumentista), Tal Morris (guitarrista) e John Tristão (vocalista/guitarrista) para criar o Creedence Clearwater Revisited, uma versão genérica da banda original, formada para relembrar os sucessos. Desde então, a performance da atual formação da banda vem embalando pessoas em todo o mundo. Depois de viajar pela América do Norte, Nova Zelândia, Europa, Ásia e agora América do Sul, incluindo o Brasil, a Creedence Revisited também se apresentou em Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Brasília (DF).

53 Documento Reservado / Novembro 2010


mídia

Inovação e valor Publicação da Intec destaca temas que contribuem para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas

P

roduzido com recursos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), por meio do projeto Encontro Técnico Valor de Mercado de Empresas Inovadoras, e reunindo pareceres e informações sobre os aspectos envolvidos na avaliação de empresas inovadoras, foi lançado no dia 18 deste mês, na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Curitiba, o Ca-

derno Intec – Valoração de empresas inovadoras. A publicação é resultado das discussões do I Encontro Intec: Valoração de Empresas Inovadoras, promovido, em agosto, pela Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e pela Agência Paranaense de Propriedade Intelectual (APPI). Segundo o diretor técnico do Tecpar, Bill

Jorge Costa, a obra tem como objetivo realçar temas importantes para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas. “Nesse caderno foram reunidos pareceres emitidos durante o encontro realizado em nosso instituto, que contribuem para o estabelecimento de valor dos ativos intangíveis”, ressaltou. Por sua vez, o gerente em exercício da Intec, Jorge Takeda, disse que “nós reunimos informações que as empresas incubadas ao longo dos 20 anos da Intec nos trouxeram diante da necessidade de valoração. Esperamos que esse caderno possa ser útil também para as empresas que estão entrando no concorrido mercado empreendedor”.

Estímulo

Costa: “estabelecimento de valor dos ativos intangíveis”

54 Documento Reservado / Novembro 2010

O lançamento do caderno fez parte das ações organizadas pelo Instituto Superior de Administração e Economia (Isae) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV ) durante a Semana Global do Empreendedorismo, promovida pelo Instituto Empreender Endeavor, cujo


Da Redação

objetivo é estimular as atitudes empreendedoras e a divulgação e discussão de temas e práticas do empreendedorismo. Para Rubens Mazzali, coordenador do Escritório de Sustentabilidade da Isae/FGV, o Caderno Intec vai suprir uma carência na divulgação da importância da valoração dos ativos intangíveis. “Os assuntos abordados no caderno são fundamentais para que o pequeno empreendedor veja sua própria importância dentro do contexto das grandes empresas, que vão valorizar os ativos intangíveis, o que atualmente ainda é pouco conhecido. Assim, é fundamental divulgar esse assunto”, destacou. O coordenador das atividades do Sebrae/PR com a Intec, Rainer Junges, parabenizou a Intec “pela iniciativa de fazer um caderno envolvendo informações sobre esse tema, que ainda é novo, e também pelo movimento da incubadora, que contribui para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas”.

Mazzali: “importância dentro do contexto das grandes empresas”

Junges: “desenvolvimento de micro e pequenas empresas”

Takeda: “entrando no concorrido mercado empreendedor”

55 Documento Reservado / Novembro 2010


agenda Eventos

Congresso de Matemática

Será realizado, em Curitiba, de 6 a 10 de dezembro, o II Congresso “Matemática e suas aplicaçőes”, do Sistema da Federaçăo das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). O evento será na sede da Fiep (Avenida Comendador Franco, 1.341) e a entrada é franca. Informaçőes pelo (41) 3361-3709.

Sucesso em vendas

A Câmara Brasil Alemanha promove, nos dias 7 e 8 de dezembro, o curso “Sucesso em vendas”. O evento será conduzido pelo palestrante Alan Sant´Anna, que abordará temas como marketing pessoal e as características de um vendedor de sucesso. O curso será realizado na sede AHK Curitiba das 18h30 ŕs 22h30. Informaçőes: (41)3323-5958 ou ahkcuritiba@ahkbrasil.com.

Arrancadăo

A 17Ş ediçăo do Festival Brasileiro de Arrancada, versăo Curitiba, será realizada de 10 a 12 de dezembro no Autódromo Internacional de Pinhais. A organizaçăo do evento é por conta da Força Livre Motorsport. Informaçăo: (41) 3667-3636 ou www.forcalivre.com.br

Para Bateristas

Nos dias 15 e 16, das 20 ŕs 22 horas, tem o Workshop de bateria com Cuca Teixeira e Northon Vanalli, no auditório do Teatro Universitário de Curitiba (TUC). Os ingressos custam R$ 12.

Conservatório de MPB

Todo final de semestre o Conservatório de MPB realiza o Afina-se. Nas apresentaçőes, o público pode acompanhar o trabalho e a revelaçăo de talentos dos alunos matriculados nos cursos de instrumentos, canto e práticas de conjunto. As apresentaçőes văo até o dia 18 de dezembro, principalmente nos Teatros da Fundaçăo Cultural e no Auditório Nhô Belarmino do Conservatório de MPB, além de espaços alternativos. Informaçőes: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Exposições

Universidade Sem Fronteiras

A coordenaçăo do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) promove, até o dia 17 de dezembro, no Palácio das Araucárias, a Mostra de Fotografias “Terra Sem Males”, produzida pelo fotógrafo Joka Madruga. A mostra é composta por cem fotografias, impressas em papel reciclado originado de bagaço de cana-de-açúcar, retratando o cotidiano dos bolsistas e beneficiários, assim como o cenário dos projetos. Informaçőes: (41) 3281-7338.

Impressőes Brasileiras

O Quintana Café & Restaurante promove, até o dia 20 de dezembro, a exposiçăo de desenhos “Impressőes Brasileiras”, do artista plástico, Marc Breyer. Săo 15 desenhos feitos com lapis carbon sobre papel que retratam diversos locais do Brasil - como a Serra Gaúcha, a Chapada Diamantina e a Ilha do Mel - além de imagens de pontos turísticos tradicionais de Curitiba, como o Passeio Público. Informaçőes: (41) 3078-6044.

Vertedor: homenagem a Miguel Hernández

Até o dia 31 de dezembro é possível ver no Instituto Cervantes de Curitiba a exposiçăo ”Vertedor: homenagem a Miguel Hernández”, 27 pinturas do artista plástico José Vertedor Rodriguéz, que comemora os 100 anos de nascimento do poeta espanhol Miguel Hernandez, conhecido mundialmente como “Poeta do Povo”. Informaçőes: (41) 3362-7320.

“Fronteiras: uma jornada pelas Américas”

Fica aberta, até o dia 13 de fevereiro, no Museu da Gravura de Curitiba, a mostra em fotografias e vídeos da percepçăo do artista Cleverson Antunes de Oliveira sobre uma viagem pelo Estado do Texas (EUA), passando pelo México e América Central, até chegar ao Brasil. A entrada é gratuita e horários de visitas săo de terça a sexta-feira, das 9h ŕs 12h e das 13h ŕs 18h. Sábados, domingos e feriados, das 12h ŕs 18h.

Pequenos Formatos

Exposiçăo coletiva composta por gravuras, desenhos, fotografias, pequenos objetos, publicaçőes, catálogos e muito mais, na Loja da Gravura - Solar do Barăo. O evento é gratuito e fica aberto para visitaçăo até o dia 13 de fevereiro, de segunda a sexta-feira das 9 ŕs 12horas e das 13 ŕs 18horas.

“ Eussoutro Soumos” – Museu da Gravura de Curitiba

56

A exposiçăo reúne artistas que investigam o fluxo que dá origem e mantém em permanente movimento imagens relacionadas ao indivíduo contemporâneo, com curadoria de Ana González. Artistas: Alex Cabral, Daniel Duda, Lailana, Dach, Clovis Cunha, Denise Roman, Jucimarley Totti, Luiz Rodolfo Annes, Maikel da Maia, Pierre Lapalu, Ricardo Humberto e Rui Werneck. A entrada é franca e as visitas podem ser feitas de terça a sexta-feira das 9 ŕs 12 horas e das 13 ŕs 18horas / sábados, domingos e feriados das 12 ŕs 18horas. Até 13 de fevereiro. Informaçőes: (41)3321-3275

Documento Reservado / Novembro 2010


Espetáculos

“A Arca de Noé”

Destinado ŕ crianças, o espetáculo “Show do Menestrel em a Arca de Noé”, no teatro de Bonecos Dr. Botica, diverte enquanto alerta o público sobre a responsabilidade de cada um dos cidadăos, na soluçăo dos problemas que atingem a saúde e o equilíbrio do meio ambiente. As apresentaçőes săo de 9 a 12 de dezembro com duraçăo de 50 minutos e os ingressos custam R$ 5 e R$10.

Antes do Fim

Até o dia 12 de dezembro, o público pode conferir o espetáculo “Antes do Fim”, no teatro Novelas Curitibanas. A peça dialoga tanto com a tradiçăo por meio da mitologia clássica, quanto com as estratégias mais influentes da dramaturgia contemporânea, para falar do mundo atual. O enredo trata de uma longa espera, permeada pelas confissőes, remorsos e discórdias de uma família que aguarda o retorno da filha mais velha. Os ingressos custam R$ 5 e R$ 10 e as apresentaçőes săo de quinta a domingo, ŕs 20 horas.

3ş Concerto de Natal da Universidade Positivo

Nos dias 13 e 14, será realizado o 3ş Concerto de Natal promovido pela Universidade Positivo. O repertório deste ano vai resgatar e valorizar as cançőes natalinas brasileiras, sem deixar de lado as tradicionais. Sob a regęncia e direçăo artística do Maestro Norton Morozowicz e direçăo geral de Hélio Brandăo, o Concerto contará com a participaçăo do Coral Infantil Curumim, de um coro adulto com 40 vozes e de uma orquestra com 50 músicos curitibanos. A grande atraçăo é a participaçăo do cantor Pery Ribeiro. Entrada: 1 quilo de alimento năo perecível. Os ingressos deverăo ser retirados até o dia 8 de dezembro e o quilo de alimento entregue no dia do evento. Os ingressos săo limitados ŕ disponibilidade de lugares. Informaçőes: (41) 3317- 3446 ou cultura@up.com.br

“Labirinto do Mundo”

Fica em cartaz até o dia 19 de dezembro, no Teatro Piá, a peça “Labirinto do Mundo”. Na montagem, a atriz Alessandra Flores faz o papel de mestra de cerimônias que tece o fio narrativo de uma pequena fábula na criaçăo de imagens e personagens inesquecíveis. Com uma técnica de manipulaçăo expressiva e sensível, os bonecos e demais objetos do espetáculo criam empatia e ganham vida ao serem utilizados de maneira inusitada e criativa. A entrada é gratuita e as apresentaçőes săo sempre ŕs 11 horas.

Bem ou mal terapia de casal

Inspirado na obra de Robert Stevenson, “O Médico e o Monstro”, o espetáculo conta um pouco sobre o cotidiano da maioria dos casais. O casal Ebenézer e Patrícia passa por uma crise no casamento, que já tem 10 anos. Ele (Ebenézer) só tem olhos para o futebol e sua TV LCD 42 polegadas. Ela (Patricia) reclama que ele năo faz nada. Depois de muitas brigas, eles decidem procurar um terapeuta de casais. Uma revolucionária técnica de hipnose promete ser a salvaçăo para este casamento. Estaria tudo bem, se o tratamento năo fosse parar nas măos de um estagiário. As apresentaçőes văo até o dia 19 de dezembro, de quinta a sábado, ŕs 21horas e aos domingos, ŕs 19 horas e os ingressos custam R$20.

Shows

Pitty

Bom Gosto e Convidados

No dia 10 de dezembro, a rockeira Pitty faz única apresentaçăo no Curitiba Master Hall. O show faz parte da turnę de divulgaçăo do mais recente álbum da cantora, “Chiaroscuro”. Informaçőes: (41) 3315-0808.

No dia 17, o grupo de samba Bom Gosto se apresenta no Curitiba Master Hall para o lançamento do DVD “Roda de Samba do Bom Gosto”. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Marcelo D2

Monobloco

No dia 11, o rapper carioca Marcelo D2 faz única apresentaçăo no Curitiba Master Hall. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Curitiba Reggae Festival

No dia 11, a Arena Expotrade Pinhais sedia o Curitiba Reggae Festival, que receberá as bandas Natiruts, Armandinho, Planta e Raíz e Maskavo. Ingressos a venda pelo Disk Ingressos. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Canja de Viola no TUC

Um dos mais tradicionais programas de música sertaneja da cidade, mantido pela Fundaçăo Cultural de Curitiba, o programa “Canja de Viola” transformou o TUC, na Galeria Júlio Moreira (Setor Histórico), numa referęncia da cultura popular. Com mais de 20 anos de existęncia, o espetáculo sempre teve casa cheia e revelou talentos da nossa música de raiz. As apresentaçőes serăo nos dias 12 e 15, ŕs 15 horas e os ingressos custam R$2.

O Monobloco, um dos mais conhecidos blocos carnavalescos do Brasil retorna ao Paraná no dia 1ş de janeiro e se apresenta no Hyddra Lounge Caiobá, em Matinhos. Ingressos ŕ venda pelo Disk Ingressos. Informaçőes: (41) 3315-0808.

Exaltasamba

No dia 28, o grupo de pagode Exaltasamba realiza show no Hyddra Lounge Caiobá, em Matinhos. Ingressos ŕ venda pelo Disk Ingressos. Informaçőes: (41) 3315-0808.

57 Documento Reservado / Novembro 2010


perfil

No Ferro Velho D

ono de 62 empresas, o empresário Joel Malucelli, 65 anos, afirma, a amigos e parentes, que vai tirar o pé do acelerador em 2012. Em seu lugar, na presidência do Grupo J. Malucelli, assumirá o filho, Alexandre Malucelli, 40 anos, atual presidente da seguradora do complexo formado por empresas nas áreas de energia, construção pesada, comércio, turismo, agropecuária, consultoria, mídia e time de futebol. Do terceiro andar do Edifício do Relógio, na rua Carlos de Carvalho, no Centro de Curitiba, Jota, como é chamado, inclusive pelos filhos, comanda todo o grupo que hoje fatura R$ 1,6 bilhão por ano. São 45 reuniões por mês e três terapias por semana nos gramados do campo do Barigui e de Morretes, onde ainda encontra tempo para pedalar a bicicleta e jogar tênis. Aos domingos, pela manhã, são 90 minutos de teimosia lidando com a bola.

Empresário simples, Joel Malucelli ainda encontra um tempinho em sua agenda para atender a dezenas de pedidos, principalmente de amigos que fazem parte da confraria do Malutrom Master, time de futebol que viaja todos os anos para a Europa em busca de vitórias ou de lazer. Neste ano o grupo foi para o Canadá e já está agendado para a Itália em setembro de 2011.

58 Documento Reservado / Novembro 2010

Nunca vi o Joel bravo. Sempre sorrindo e de bem com a vida. Quando o assunto não lhe interessa, faz uma piada e foge. A chegada de um “mala” na roda também não o incomoda, o que, aliás, é motivo para gozação e mais risadas. Pai exemplar, curte os fins de semana com o filho mais novo Gabriel, sempre de olho na filha, também mais nova, Julia. Embora sustente que vai desacelerar, os amigos mais chegados não acreditam. No famoso “Ferro Velho”, onde está instalado, ao lado do primo Waldemar Malucelli, existem outras salas para futuros “aposentados” que se negam a pendurar as chuteiras. Acreditamos, no entanto, que Joel estará ainda no comando do grupo por muitos anos tendo, na retaguarda, os filhos Alexandre, Cristiano e Paola. Da mesma forma não acreditamos que vá pendurar as chuteiras no Malutrom onde, ainda, consegue fazer seus gols que já somam, no total da carreira, 6.787. Quem não acredita é só conferir, ou contar. Por Pedro Ribeiro


59 Documento Reservado / Novembro 2010


60 Documento Reservado / Novembro 2010


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.