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CRISES HÍDRICAS CRIARÃO REFUGIADOS DA ÁGUA CartaCapital-171006 http://goo.gl/f1cVrV BRASILEIRA CRIA SISTEMA DE DESSALINIZAÇÃO COM GRAFENO 170227 http://bit.ly/2mmXGWu

AMBIOTECH BRASIL 180215 ESPECIAL: ÁGUA E SANEAMENTO SP E OUTRAS METRÓPOLES QUE FICARÃO SEM ÁGUA 180211 http://bbc.in/2nZkCKP 81% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS DESPEJA ESGOTO NOS RIOS 170924 http://bbc.in/2xCKT80 CRISE HÍDRICA AFETA O CERRADO, BERÇO DAS ÁGUAS BRASILEIRAS BdF 170804 http://bit.ly/2gIk212

PENEIRA DE GRAFENO TORNA POTÁVEL A ÁGUA DO MAR / 170403 http://bbc.in/2oSlkID HONG KONG USA ÁGUA DO MAR NAS DESCARGAS / BBC-170322 http://bbc.in/2nBMVAB METANO APODRECE LAGOS NA AMAZÔNIA Fábricas de metano: Amazônia apodrece em lagos das novas hidrelétricas / ReporterBrasil 150730 http://bit.ly/1KCM9Xd Seleção e edição das matérias: Peterson Ruiz. Para ver os conteúdos originais, com mais fotos, ferramentas, comentários, etc, clique nos links azuis. Este 'clipping' é um projeto gráfico e editorial de caráter experimental e sem fins lucrativos. Curta a página no facebook: https://www.facebook.com/Ambiotech-Brasil-177756419450228


81% dos municípios brasileiros despejam esgoto nos rios BBC170924 http://bbc.in/2xCKT80 Camilla Costa - @_camillacosta Da BBC Brasil em São Paulo 24 setembro 2017

Se você vive em um bairro de classe média ou alta de alguma grande cidade brasileira, é quase certo que a sua casa possui coleta de esgoto. É muito provável também que haja nas proximidades um rio urbano, com seu persistente mau cheiro. Alguma chance de aquele fedor e o seu esgoto estarem ligados? Em quatro de cada cinco municípios brasileiros, a resposta é sim. Essa é uma das conclusões do Atlas Esgotos - Despoluição de Bacias Hidrográficas, divulgado na noite deste domingo pela Agência Nacional de Águas (ANA, órgão ligado ao Ministério das Cidades). O estudo mostra que 81% - 4.490 de 5.570 - dos municípios despejam pelo menos 50% do esgoto que produzem diretamente em cursos d'água próximos, sem submetê-los a qualquer trabalho de limpeza. "As deficiências na coleta e no tratamento de esgoto no Brasil não são novas. Mas pela primeira vez conseguimos estimar o impacto da falta de saneamento nos cursos d'água, e quanto custaria para que todo o país tivesse o mínimo de tratamento previsto por lei", disse à BBC Brasil Sergio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA e um dos autores do estudo. Na verdade, considerando a lei brasileira, o

índice é ainda pior: quase 90% das cidades do país trata menos de 60% do esgoto - o mínimo para que se possa lançá-lo nos rios, segundo a resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente, ligado ao Ministério do Meio Ambiente). Apenas 769 cidades (entre as 5.570 que existem no Brasil), a maioria delas no Sudeste, fazem mais do que isso. Entre os Estados, só São Paulo, Paraná e o Distrito Federal removem mais de 60% da carga orgânica dos esgotos produzidos em seu território. Quase 70% dos municípios não possui nenhuma estação de tratamento. "Analisamos os 5.570 municípios do país, que têm realidades diferentes. Mas mesmo considerando as 100 maiores cidades brasileiras, a 'elite' seria reprovada", diz o pesquisador. "E praticamente nenhuma região é uma exceção à regra, ao contrário de outros indicadores, em que as diferenças regionais são acentuadas. Nesse ponto, tá ruim para todo mundo." É possível conferir a situação de cada um dos municípios brasileiros neste link: http://atlasesgotos.ana.gov.br/ 2 mil piscinas de esgoto por dia A carga de esgoto é medida em Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - que corresponde à matéria orgânica presente nele. Quanto maior a quantidade de DBO, pior a qualidade do esgoto. O Brasil produz, todos os dias, 9,1 mil toneladas de DBO, das quais somente 39% são tratadas. "Isso significa que mais de 5,5 mil toneladas do que produzimos em casa são jogadas sem nenhum tipo de tratamento, diariamente, em rios que são usados pela população", explica Ayrimoraes. Por causa do material sólido, é difícil estimar corretamente o volume de 5,5 mil toneladas de esgoto. Se fosse só água, ele encheria cerca de 2 mil piscinas olímpicas.


De acordo com o Conama, os rios brasileiros são classificados em uma escala de 0 a 4 em termos de poluição. Um rio de classe 0, ou especial, é aquele de onde se pode beber água com a simples adição de cloro. Já um 4 é tão sujo que serve, na melhor das hipóteses, para navegação. Segundo a ANA, o país tem atualmente cerca de 83 mil km de rios na classe 4, considerados "rios mortos" - o que equivale à extensão combinada dos 17 maiores rios do mundo. "Isso corresponde a 4,5% do total de bacias hidrográficas do país. Pode parecer pouco. Mas temos que levar em consideração que esses rios mais comprometidos são justamente os mais próximos dos centros urbanos. Isso é muito significativo", disse Sergio Ayrimoraes.

considerado morto diminuiu no último ano, mas ainda é de 130 km de extensão. Até o último mês de março, só 2% dos pontos de coleta de monitoramento da qualidade da água o rio tiveram resultado bom. Quase 40% foi considerado "ruim ou péssimo". "A função dos rios não deve ser ficar diluindo esgotos", disse à BBC Brasil Célio Pereira, especialista em recursos hídricos da ANA e um dos autores do estudo. "As ações de despoluição no Tietê não melhoraram a qualidade do rio dentro de São Paulo, mas reduziram a mancha de poluição do rio. Mas queremos alcançar a qualidade de água necessária para realmente usarmos os nossos rios. E desse jeito, parece que não vamos conseguir."

Questionado, o Ministério das Cidades, órgão responsável or implementar soluções urbanas para esse tipo de problema, disse que só se manifestaria sobre o relatório na terça-feira, quando ele será lançado oficialmente.

Para Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, a despoluição dos rios também depende de uma mudança de legislação. "A lei de recursos hídricos no Brasil estabelece que se deve garantir o uso múltiplo e sustentável da água. Mas por que existe uma classe de rio que só pode ser usado para navegação?", indaga. Segundo ela, os parâmetros de limpeza da água usados no Brasil foram importados dos Estados Unidos, no anos 1970. À época, fazia sentido classificar os rios de 0 a 4, em termos de despoluição. O enquadramento em diferentes categorias é utilizado para que se possa definir quais trechos de rios devem ser mantidos em níveis mais altos de limpeza e quais, se for necessário, podem ter um grau menor. "A classe 4 não pode ser uma meta de qualidade. É uma norma que mantém o Brasil num estágio medieval de saneamento.", diz Ribeiro. Ayrimoraes, da ANA, admite que a divisão não é ideal e que nenhuma cidade deve estar satisfeita com um rio de categoria 4. "Existem casos em que mesmo no limite da tecnologia e da eficiência de tratamento de esgoto, não se consegue evitar a classe 4 em um trecho de rio - mas isso tem que ser exceção, e não regra."

Quanto esgoto as 5 maiores capitais brasileiras deixam de tratar?* *Informações referentes a 2014 e fornecidas pelos prestadores de serviços das cidades 1 São Paulo - 32,8% do total 2 Rio de Janeiro - 29,6% do total 3 Brasília - 8,6% do total 4 Salvador - 0% do total 5 Fortaleza - 2,2% do total A meta é ter um rio morto? A bacia do rio Tietê, em São Paulo, é considerada referência em poluição no Brasil. Cerca de 70% dos rios ligados ao Tietê são considerados de classe 4, segundo um levantamento da ONG SOS Mata Atlântica. De acordo com o estudo, o trecho do Tietê


Saneamento é 'cachorro sem dono' no poder público No relatório, a ANA estima que o investimento necessário para regularizar a situação de coleta e tratamento de esgoto em todas as cidades do país até 2035 é de cerca de R$ 150 bilhões - pouco menos do que o rombo das contas federais estimado pelo governo para 2017, de R$ 159 bi. O ano de 2035 consta no Plano Nacional de Saneamento (Plansab), estabelecido em 2013, como o prazo autoimputado pelo Brasil para universalizar o tratamento de água e de esgoto. Mas só dinheiro não bastaria: seria necessário criar inteligência para lidar com o sistema e coordenação entre os municípios. Em quase dois terços das cidades brasileiras, segundo Ayrimoraes, a situação do esgotamento sanitário não está bem resolvida. "Ou não tem quem faça ou o ente responsável precisa ser mais capacitado", afirma. Ayrimoraes explica que, desde os anos 1970, o setor do saneamento básico foi estruturado principalmente em torno das companhias estaduais, que tinham um foco maior em fazer com que a água encanada chegasse a um número maior de pessoas. Os municípios, por sua vez, deveriam recolher o esgoto e entregá-lo novamente nas mãos do Estado, para o tratamento. Desde então, a "bola dividida" deixa o esgotamento sanitário em um limbo - e os rios urbanos cada vez piores. "A cidade recebe água da companhia estadual, mas não faz as ligações das casas na rede de esgoto. Aí a companhia estadual diz que não pode fazer as ligações e o município diz que não tem condições de estruturar o esgoto", diz o engenheiro. "Por isso é que, muitas vezes, há partes da rede de esgoto de uma cidade que ficam simplesmente ociosas. As casas poderiam estar conectadas à rede e não estão." Parte dos lugares não atendidos pelo saneamento são as favelas e ocupações

irregulares - mesmo que estabelecidas há décadas. "Nossa legislação proíbe que se faça saneamento em áreas irregulares. Imagine numa cidade como o Rio de Janeiro, em que 70% das ocupações são informais. Elas não têm coleta de esgoto, mas têm luz, água, e geram esgoto. A lei faz com que exista uma massa de cidadãos invisíveis para o saneamento, mas super visíveis na qualidade de água dos rios", diz Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica. Outro problema continua sendo o fato de que muitos cidadãos não querem ligar suas casas à rede de saneamento - já que sua conta de água aumentaria. "O poder público precisa dar condições financeiras adequadas para que as pessoas consigam ter acesso à rede de esgoto em suas residência. São Paulo, por exemplo, fez um projeto que paga a famílias que ganham até 3 salários mínimos o custo dessa ligação. Isso aumentou muito o número das ligações no Estado." Os outros "Tietês" do Brasil Bacias hidrográficas com altos índices de poluição por esgoto doméstico Rio Ipojuca - PE Rio das Velhas - MG Rio Meia Ponte - GO Rio Paraíba do Sul - MG, SP e RJ Rio Iguaçu - PR Rio dos Sinos - RG Até hoje, continua Ribeiro, também é mais barato para os municípios poluir os rios do que pagar por estações de tratamento de esgotos. E mesmo quando um dos municípios de uma região melhora sua eficiência no tratamento, outros, próximos, podem continuar


despejando cada vez mais dejetos no rio que serve a todos. "Se começarmos a cobrar pelo lançamento ou diluição de efluentes na água, poluir fica mais caro do que tratar. Na Alemanha, por exemplo, a lei determina que um município só pode captar água para seu uso abaixo do nível do rio em que lança seus esgotos. Ou seja, eles precisam estar bem tratados, para que a água seja reutilizada. Aqui, até há algum controle em relação à indústria, mas somos muito permissivos com o poder público", defende Malu Ribeiro.

oceanos do planeta sem tratamento. Como consequência, um terço dos cursos d'água no mundo, principalmente na África, Ásia e América Latina, estão completamente poluídos. Aqui, no entanto, a situação avança rápido, diz Ribeiro. "Já temos praticamente um Tietê em cada Estado."

SP e outras cidades do mundo que podem ficar sem água http://bbc.in/2nZkCKP SP e outras 10 cidades do mundo que podem ficar sem água como a Cidade do Cabo / 11 fevereiro 2018 Um quarto das principais cidades do mundo enfrentará problemas hídricos

Brasil tem o equivalente a extensão dos 17 rios mais longos do mundo combinados impossibilitados para o uso por causa da poluição O Brasil não está sozinho no descaso com o esgotamento sanitário. O relatório mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos diz que mais de 80% das águas residuais (que sofrem interferência de esgoto doméstico ou industrial) vão parar nos rios e

A Cidade do Cabo enfrenta uma situação nada invejável como a primeira grande cidade da era moderna a ficar sem água potável. No entanto, esse é apenas um exemplo extremo de um problema sobre o qual especialistas vêm alertando há muito tempo: a escassez de água. Apesar de cobrir 70% da superfície do planeta, a água doce, especialmente a potável, não é tão abundante assim: responde por só 3%. Mais de 1 bilhão de pessoas enfrentam problemas de acesso a ela, e, para 2,7 bilhões, ela falta ao menos um mês por ano. Uma


pesquisa com as 500 maiores cidades do mundo, publicada em 2014, estima que uma em cada quatro estão em uma situação de "estresse hídrico", como define a Organização das Nações Unidas (ONU) quando o abastecimento anual cai abaixo de 1,7 mil m³ por pessoa. De acordo com projeções chanceladas pela ONU, a demanda por água doce vai superar o abastecimento em 40% em 2030, graças a uma combinação entre as mudanças climáticas, a ação humana e o crescimento populacional. Não é uma surpresa, portanto, que a situação na Cidade do Cabo seja apenas a ponta do iceberg. Em todos os continentes, grandes centros urbanos enfrentam essa escassez e correm contra o tempo em busca de uma solução. Conheça a seguir outras 11 cidades que podem ficar sem água. São Paulo A capital paulista passou por uma situação dramática em 2014 e 2015, quando seu principal conjunto de reservatórios, o sistema Cantareira, atingiu seu menor nível da história. A Sabesp, companhia paulista de abastecimento, passou a puxar a água que ficava abaixo dos canos de captação, no chamado "volume morto", e reduziu a pressão nas bombas - o que fez com que partes da cidade ficassem desabastecidas. Também houve campanhas para a redução do consumo. No auge da última seca, a paisagem nos reservatórios de São Paulo era desoladora. Em dezembro de 2015, com a volta das chuvas, o Cantareira saiu finalmente do "volume morto". O governo paulista atribuiu a crise à forte seca que atingiu a região, mas uma missão da ONU criticou as autoridades estaduais por "falta de investimentos e planejamento adequados". Nos últimos anos, a situação das represas melhorou, mas especialistas afirmam que a possibilidade de uma nova crise segue presente.

Bangalore Autoridades da cidade indiana tiveram problemas para lidar com a expansão imobiliária após Bangalore tornar-se um centro de tecnologia e enfrentam dificuldades para cuidar dos sistemas hídrico e de saneamento. O encanamento antigo precisa de uma reforma urgente: um relatório do governo federal revelou que a cidade desperdiça metade de sua água potável. Como a China, a Índia tem sérios problemas de poluição em seus cursos d'água, e Bangalore não é diferente: um inventário dos lagos da cidade revelou que 85% tinham água que poderia ser usada apenas para irrigação e resfriamento industrial. Nenhum tinha água potável ou adequada para banho. Pequim O Banco Mundial classifica como situação de escassez hídrica quando moradores de uma determinada localidade recebem menos de 1 mil m³ de água por pessoa. Em 2014, os mais de 20 milhões de habitantes de Pequim receberam apenas 145 m³. As secas deixaram os leitos de curso d'água visíveis nos arredores de Pequim A China abriga 20% da população mundial, mas tem apenas 7% da água doce do mundo. Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) estima que as reservas do país caíram 13% entre 2000 e 2009. Também há a questão da poluição: dados oficiais de 2015 mostram que 40% da água de superfície de Pequim estava poluída a ponto de não poder ser usada nem para a agricultura nem pela indústria. Autoridades chinesas tentaram lidar com o problema com projetos de desvio de cursos d'água e programas educacionais. Também aumentaram os preços para indústrias com grande demanda hídrica. Cairo Crucial para o desenvolvimento de uma das grandes civilizações do


passado, o rio Nilo está enfrentando problemas nos dias de hoje. É a fonte de 97% da água do Egito, mas também o destino de uma quantidade crescente de resíduos agrícolas e residenciais sem tratamento. O Nilo atende 97% da demanda por água do Egito. A Organização Mundial da Saúde aponta que o Egito é o oitavo país do mundo em mortes ligadas à poluição hídrica entre os países com renda de nível médio-baixa (quando a renda nacional bruta per capita fica entre o equivalente a R$ 3.335 e R$ 13.113). A ONU estima que o país sofrerá com crises hídricas graves em 2025.

Istambul Dados do governo turco mostram que o país vive tecnicamente uma situação de estresse hídrico, porque o abastecimento per capital caiu abaixo de 1,7 mil m³ em 2016. Especialistas locais alertam que a situação pode piorar até 2030. Nos últimos anos, áreas muito populosas como Istambul (14 milhões de habitantes) passaram a enfrentar períodos de falta d'água nos meses mais secos. Os níveis dos reservatórios caíram abaixo de 30% da capacidade no início de 2014.

Jacarta Como muitas cidades costeiras, a capital da Indonésia enfrenta a ameaça da elevação do oceano – cerca de 40% da cidade agora está abaixo do nível do mar, segundo o Banco Mundial. A perfuração ilegal de poços tem deixado a capital da Indonésia mais vulnerável a inundações. Mas, em Jacarta, o problema piorou com a ação humana: com mais da metade dos 10 milhões de habitantes sem acesso a água encanada, a perfuração ilegal de poços prolifera e esvazia as reservas subterrâneas. A situação é agravada pelo fato de os aquíferos não serem reabastecidos pelas fortes chuvas, porque o concreto e o asfalto impedem que a água seja absorvida pelo solo.

Cidade do México Faltar água não é uma novidade para os 21 milhões de habitantes da capital do México. Para um a cada cinco, as torneiras só funcionam por algumas horas por semana, e, para 20%, só há abastecimento em parte do dia. A falta de acesso à água corrente é um problema comum para quem mora na capital do México. A cidade importa cerca de 40% da sua água de fontes distantes, mas não tem nenhuma operação de larga escala para reciclar água que já foi utilizada. Perdas por problemas na rede são estimadas em 40%.

Moscou Um quarto das reservas de água doce do mundo estão na Rússia, mas o país enfrenta sérios problemas de poluição por conta do legado industrial da era soviética. Isso é especialmente preocupante para a capital, Moscou, onde 70% do abastecimento vem de reservas de superfície. Órgãos regulatórios afirmam que entre 35% e 60% de todas as reservas de água potável do país não atendem os padrões sanitários mínimos.

Londres De todas as cidades do mundo, a capital do Reino Unido, Londres, não é a primeira que viria à mente quando se fala de escassez hídrica. Com uma precipitação anual de 600 milímetros, menos do que a média de Paris e cerca de metade da média de Nova York, Londres atende 80% da demanda com seus rios. Na capital do Reino Unido, o índice de desperdício de água é de 25%. Segundo a prefeitura local, a cidade está próxima do limite de sua capacidade e deve enfrentar problemas de abastecimento em 2025 e crises sérias em 2040.


Tóquio A capital do Japão, Tóquio, tem níveis de precipitação semelhantes aos de Seattle, apelidada de Cidade Chuvosa pelos americanos. As chuvas estão, no entanto, concentradas em apenas quatro meses do ano. A água precisa ser coletada e armazenada, já que pode haver secas no restante do ano. Esta arena de sumô é um dos muitos locais que reutilizam água da chuva Autoridades locais fizeram justamente isso: ao menos 750 edifícios públicos e privados têm sistemas de coleta e reuso de água da chuva. Com mais de 30 milhões de habitantes, Tóquio depende de reservas de superfície (rios, lagos e neve) para 70% de seu abastecimento. Investimentos recentes na rede têm como meta reduzir o desperdício para 3%.

Crise Hídrica afeta o Cerrado, berço das águas brasileiras Brasil de Fato 170804 / http://bit.ly/2gIk212 Crise hídrica afeta o cerrado, berço das águas brasileiras Em poucas décadas, rios desapareceram, diminuíram sua vazão ou estão morrendo / Eduardo Sá / Brasil de Fato | Chapada dos Veadeiros (GO) , 4 de Agosto de 2017 às 09:13

Miami O Estado da Flórida, nos Estados Unidos, está entre os cinco mais chuvosos todos os anos. Mas está anunciando uma crise em sua cidade mais famosa, Miami. Um resultado não previsto para o projeto de drenagem de seus pântanos é que a água do Oceano Atlântico contaminou o aquífero Biscayne, a principal fonte de água da cidade. A contaminação por água do mar é uma ameaça às reservas hídricas de Miami. Ainda que o problema tenha sido detectado nos anos 1930, a água do mar ainda se infiltra, especialmente porque a cidade americana tem sido vítima de uma elevação do nível do mar cada vez mais acelerada, superando as barreiras subterrâneas instaladas nas últimas décadas. Cidades vizinhas também enfrentam o mesmo problema – Hallande Beach, a alguns quilômetros ao norte, teve de fechar seis de seus oito poços por causa da invasão da água salgada. No ritmo de desmatamento, as águas desaparecerão num período muito mais curto e a esfera magnética que nos protege já está sofrendo mutações - Créditos: Marcelo Santos Braga/Brasil de Fato


Pela primeira vez na história, o governo de Brasília (DF) decretou um racionamento de água por tempo indeterminado na capital federal e cidades satélites no entorno. O mais alarmante é que a crise hídrica ocorre exatamente no bioma cerrado, o mesmo que é considerado o berço das águas brasileiras. Nele estão os três principais aquíferos da América do Sul: Guarani, Bambuí e Urucuia. Nessa região estão as principais nascentes que abastecem grandes rios no Brasil, inclusive oito das doze regiões hidrográficas no país. O segundo maior bioma nacional, que abrange doze estados, por outro lado, teve quase metade da sua vegetação nativa devastada nos últimos cinquenta anos. Na última década perdeu territórios que equivalem ao estado do Rio de Janeiro. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o nordeste goiano está no mapa mundial das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas. Nesse cenário, a expansão da soja está em marcha com o projeto chamado Matopiba (áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). E é dessa região que vem o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ex-governador do Mato Grosso, também conhecido por Rei da Soja, um dos maiores expoentes do agronegócio no Brasil. Tudo isso em meio a uma imensa biodiversidade com mais de 13 mil espécies de plantas e centenas de aves e mamíferos. De acordo com o professor Altair Salles Barbosa, do Instituto Trópico Sub-ÚmidoGO, o rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasíla e a cidade de São Paulo precisará conviver com racionamentos.

O arqueólogo e antropólogo baiano estuda há quase 50 anos o papel do cerrado na regulação dos rios da América do Sul. Segundo ele, a predatória destruição do bioma está afetando a rede de raízes que alimentam os aquíferos que levam água para todas as regiões do país. ―Os dados oficiais mostram que o Cerrado tem 54% de área preservada. No entanto, o método de avaliação é baseado em censoreamento remoto, que só fotografa a copa das plantas. Já os gramíneos, típicos da região, não aparecem. São eles que protegem o solo, pois absorvem a água da chuva, alimentam os lençóis, aquíferos, nascentes e rios. Em poucas décadas rios desapareceram, diminuíram sua vazão ou estão morrendo". Tudo isso em função das grandes corporações mundiais, que mandam no Estado Brasileiro, na opinião do professor Salles Barbosa. Com a extinção da vegetação nativa, que tinha um sistema esponjoso capaz de manter o equilíbrio da água no solo, os territórios estão muito mais vulneráveis ao efeito estufa devido às mudanças climáticas naturais e promovidas pelo homem. Nesse ritmo de desmatamento, as águas desaparecerão num período muito mais curto e a esfera magnética que nos protege já está sofrendo mutações. O intelectual defende o modelo organizacional e econômico dos indígenas e ribeirinhos. ―Os indígenas fundaram um exemplo de sociedade com equilíbrio ao mundo moderno, que sabia se relacionar com a caça e cultivar determinadas espécies vegetais. A forma mais perfeita de organização humana é a tribal ou clânica desses povos‖.


―Esses territórios se configuram como ilhas de vegetação conservando a biodiversidade no Brasil no meio de extensas áreas desmatadas. Precisamos quantificar e perceber a importância desses territórios para a conservação da água‖. O território da etnia Krahô, por exemplo, no nordeste do Tocantins, é um importante fornecedor de água limpa na região. São 302 mil hectares extremamente conservados. Já os territórios indígenas do Parque Nacional do Xingu, que é o maior do Cerrado, enfrentam muitas dificuldades com a contaminação das águas pois suas nascentes estão fora da área demarcada.

Foto: Marcelo Santos Braga/Brasil de Fato O papel do indígena na preservação

Essas discussões culminaram na construção do Plano Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas, que foi pressionado pela bancada ruralista e sofreu algumas perdas, como a questão das faixas livres de transgênicos no entorno tomado pelo monocultivo de soja com agrotóxicos.

É fundamental atentarmos para a capacidade de produção e conservação das águas realizada pelos povos indígenas, já que muitas das nascentes do cerrado que desembocam em importantes rios estão em seus territórios. Quem explica é Terezinha Dias, pesquisadora da Embrapa do departamento de Recursos Genéticos e Biotecnologia, que desenvolve trabalhos relacionados a sementes crioulas junto aos indígenas.

―Esses povos têm uma relação muito forte com os elementos da água. O governo, a própria ciência e pesquisa, além da política, não está atentando para a importância desses territórios em termos de conservação de água, que é um bem importantíssimo. Escorre água dos territórios indígenas conservados para servir vários agricultores não indígenas no entorno. São territórios bioculturais, cuja forma de vida tradicional mantém a agrobiodiversidade, produz, conserva e fornece água para o entorno‖, conclui.

Segundo ela, essas comunidades prestam um serviço à humanidade por conta da sua relação harmônica com as florestas.

Reflorestamento para o futuro Ao ressaltar que a situação do cerrado está bastante crítica, Thomaz Enlazador, do Instituto Biorregional do Cerrado (IBC), reforçou que é


preciso tomar decisões para além da ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. ―É importante garantir a conservação dos 240 mil hectares e os corredores ecológicos. Mas sem impedir o avanço descontrolado da agricultura e dos grandes conglomerados, não surtirá o efeito esperado no longo prazo. Se não for possível recuperar de alguma forma o cerrado, pelo menos tentar impedir essa monocultura, que está afetando toda a biodiversidade da Chapada", sustenta o ambientalista. Edição: Daniela Stefano

A Bacia Amazônica e o Aquífero Guarani aguardam a chegada do advogado, escritor e ativista norte-americano Seth M. Siegel, que estará no Brasil no dia 16 para lançar, nos preparativos para a 1ª Festa Literária da PUC-SP, o livro Faça-Se a Água - A solução de Israel para um mundo com sede de água. O evento acontece entre 23 e 25 de outubro em São Paulo, no campus da universidade em Perdizes. Em entrevista, Seth Siegel comenta contrastes entre a governança bem-sucedida de Israel para a água e as crises hídricas daqui. "A população de São Paulo tem sorte de certa forma. Recebeu uma segunda chance. Estes dias de melhor abastecimento de água quase certamente não durarão muito", analisa. Confira a entrevista:

Crises hídricas globais podem criar 'refugiados da água' CartaCapital 171006 http://goo.gl/f1cVrV Crises hídricas globais podem criar 'refugiados da água', diz ativista por Pedro Alexandre Sanches — publicado 06/10/2017 00h30, última modificação 05/10/2017 16h06 Autor de "Faça-se a Água", norte-americano Seth M. Siegel expõe crise global e relata bom exemplo de Israel no tema

Vagner Campos/ A2 FOTOGRAFIA/Fotos Públicas Sistema Cantareira durante a crise hídrica em 2014


"População de São Paulo teve sorte", diz Siegel. Na foto, responsável pelo abastecimento da capital, sistema Cantareira chegou a níveis críticos em 2014 CartaCapital: Seu livro "Faça-se a Água" trata da proximidade de uma crise global da água. Como descreveria o estágio atual dessa crise? Seth Siegel: O governo dos Estados Unidos acredita que, até o ano 2025, 60% da massa terrestre mundial será afetada pela escassez de água. As mudanças climáticas, o crescimento da população, o aumento dos padrões de vida e a deficiência de infra-estrutura da água serão os principais impulsionadores desse problema. Isso levará a instabilidade em muitos lugares. Muitos países já estão sendo vítimas de escassez de água. O problema piora a cada ano. CC: Que caminho acredita que o mundo está tomando no que diz respeito a isso? Há mais razão para esperança ou para pessimismo? SS: Não há uma única resposta correta. Problemas de água são um indicativo de má governança. Nos países com boa governança, os problemas da água estão em grande parte controlados. Onde o governo não consegue olhar para a frente, haverá um problema, que pode crescer em uma crise. CC: Por que seu livro elege Israel como exemplo de combate à crise da água? Como uma região tão conflagrada conseguiu obter sucesso num aspecto tão essencial da vida humana? SS: Selecionei Israel porque tem o gerenciamento de água, a governança e a tecnologia mais sofisticados do mundo. Embora Israel esteja na região mais seca e tenha uma das populações de mais rápido crescimento do mundo, é notavelmente abundante em água. Gostaria de pensar que todos têm algo a aprender com o

exemplo de Israel, e é por isso que decidi me concentrar no exemplo de Israel. Quanto à região, é verdade que o Oriente Médio está em chamas e no caos. Mas Israel foi devidamente chamado de vila em uma selva. O país goza de paz e prosperidade. É ainda mais notável que seja capaz de conseguir isso no meio de guerra, terror e anarquia. CC: Qual sua expectativa em relação à vinda ao Brasil? Como vê o país, que vive um momento político dramático e altamente conflagrado, no enfrentamento às crises ambientais e à escassez de água? SS: Uma das melhores maneiras de um governo construir confiança é que desempenhe a governança básica, com segurança nas ruas, água saudável e disponível, escolas e assim por diante. Espero que eu tenha a oportunidade de discutir a política da água com funcionários do governo, professores, estudantes, mídia e líderes empresariais. Mas também espero que minha filosofia de governança também possa ajudar na recuperação de confiança das pessoas no processo democrático e em líderes eleitos em processos justos. CC: Temos aqui reservas do porte da Bacia Amazônica e do Aquífero Guarani. Que papel acredita que essas riquezas brasileiras poderiam vir a desempenhar nesse enfrentamento? Elas simbolizam também temas de soberania para nosso país, como seria possível equacionar politicamente eventuais conflitos de interesses globais e regionais? SS: Uma das tragédias de fontes de água em massa, como a Amazônia, é que a água às vezes está disponível onde não é mais necessária, e onde é necessário a escassez é sentida. O Canadá tem uma enorme quantidade de água doce, mas é principalmente no Círculo Ártico e na Baía de Hudson. Poucas pessoas vivem nesses lugares. Não é prático construir um encanamento da Amazônia para


São Paulo e outros grandes centros populacionais. É por isso que outras formas de tecnologia e governança são tão importantes. Os lugares secos precisam usar outras técnicas. CC: O estado de São Paulo, no qual está a maior cidade da América do Sul, enfrentou recentemente uma grave crise hídrica. Pesquisadores alertam que as mudanças apontam para mais escassez nos próximos anos. Como vê essa situação? No futuro próximo do mundo poderemos vivenciar uma situação mais dramática, de êxodo em massa de grandes cidades? SS: A população de São Paulo tem sorte de certa forma. Recebeu uma segunda chance. Estes dias de melhor abastecimento de água quase certamente não durarão muito. Este período deve ser usado para se preparar para a próxima seca, para que, quando houver, haja menos prejuízo para a economia e a vida das pessoas. Ninguém quer ver refugiados de água, pessoas que fogem de onde moram simplesmente por causa da falta de água para viver suas vidas.

Brasileira vence competição internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno / Por Any Karolyne Galdino - 27 de Fevereiro de 2017

Foto: Global Graphene Challenge Competition

Brasileira vence competição internacional ao criar sistema de dessalinização de água com grafeno

Um dos materiais mais inovadores atualmente é o grafeno, sua facilidade de manuseio irá permitir que ele seja aplicado em quase todos os setores da indústria. ―A quantidade de aplicações é extraordinária. Só é limitada pela criatividade dos cientistas‖, falou o físico Antônio Hélio de Castro Neves, diretor do Centro de Pesquisa em Grafeno da Universidade Nacional de Cingapura. O grafeno é um derivado do carbono, extremamente fino, flexível, transparente e resistente (200 vezes mais forte do que o aço). Ele é considerado excelente condutor de eletricidade, é usado para a produção de células fotoelétricas, peças para aeronaves, celulares, etc.

Engenharia E 170227 http://bit.ly/2mmXGWu

Por ser considerado um dos materiais mais promissores do futuro, ele foi escolhido como tema do Global Graphene Challenge


Competition 2016, uma competição internacional promovida pela empresa sueca Sandvik, que busca soluções sustentáveis e inovadoras ao redor do mundo. E a grande vencedora deste desafio foi a brasileira Nadia Ayad, recém-formada em engenharia de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), do Rio de Janeiro. Seu projeto concorreu com outros nove trabalhos finalistas. Nadia criou um sistema de dessalinização e filtragem de água, usando o grafeno. Com esta invenção, seria possível garantir o acesso à água potável para milhões de pessoas, além de reduzir os gastos com energia e a pressão sobre as fontes hídricas. ―Com a crescente urbanização e globalização no mundo e a ameaça das mudanças climáticas, a previsão é de que num futuro não muito distante, quase metade da população do planeta viva em áreas com pouquíssimo acesso à água. Há uma necessidade real de métodos eficientes de tratamento de água e dessalinização. Pensei que a natureza única do grafeno e suas propriedades, incluindo seu potencial como uma membrana de dessalinização e suas propriedades de peneiração superiores, poderiam ser parte da solução‖, disse Nadia. A estudante brasileira ganhou uma viagem até a sede da Sandvik, na Suécia, como prêmio por vencer o desafio. Lá ela encontrará pesquisadores e conhecerá de perto algumas das inovações e tecnologias de ponta sendo empregadas pela empresa. Ela visitará ainda o Graphene Centre da Chalmers University.

Cientistas desenvolvem 'peneira' de grafeno que torna potável a água do mar bbc 170403 http://bbc.in/2oSlkID Cientistas desenvolvem 'peneira' de grafeno que transforma água do mar em potável Paul Rincon / Editor de ciência da BBC News / 3 abril 2017

Direito de imagem UNIVERSIDADE DE MANCHESTER Image caption Ilustração feita por pesquisadores do Reino Unido mostra como membrana de óxido de grafeno por separar o sal da água


Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, criou uma "peneira" de grafeno que consegue remover o sal da água do mar. A invenção tem o potencial de ajudar milhões de pessoas sem acesso direto a água potável. O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, como o diamante e o grafite. A peneira criada pelos cientistas é feita usando um derivado químico, o óxido de grafeno, e pode ser altamente eficiente na filtragem do sal. Ela agora será testada em comparação a membranas de dessalinização já existentes. Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação científica Nature Nanotechnology. Facilidade O grafeno foi descoberto em 1962, mas foi pouco estudado até ser redescoberto, isolado e caracterizado por pesquisadores da Universidade de Manchester em 2004. Ele consiste em uma camada fina de átomos de carbono organizada em uma espécie de treliça hexagonal. Suas propriedades incomuns, como sua força elástica e condutividade elétrica, o tornaram um dos metais mais promissores para futuras aplicações. Mas até o momento, era difícil e caro produzir barreiras de grafeno em escala industrial com os métodos existentes. Rahul Nair, que liderou a pesquisa, revela, no entanto, que o óxido de grafeno pode ser feito facilmente em laboratório. "Em forma de solução ou tinta, podemos aplicá-lo em um material poroso e usá-lo como membrana. Em termos de custo do material e produção em escala, ele tem mais vantagens em potencial do que o grafeno em uma camada."

"Para tornar a camada normal de grafeno permeável, é preciso fazer pequenos buracos nela, mas se esses buracos forem maiores que um nanômetro, os sais escapam por eles. Seria preciso fazer uma membrana com um buraco muito uniforme com menos de um nanômetro para que ela possa ser usada na dessalinização. É muito difícil." As membranas feitas de óxido de grafeno provaram ser capazes de filtrar nanopartículas, moléculas orgânicas e até sais de cristais maiores. Mas até agora, elas não conseguiam ser usadas para filtrar sais comuns, que requerem peneiras ainda maiores. Trabalhos anteriores mostravam que as membranas de óxido de grafeno ficavam levemente inchadas quando imersas em água, o que permitia que sais menores passassem por seus poros juntamente com moléculas de água. Agora, Nair e seus colegas demonstraram que colocar paredes feitas de resina epóxi em cada lado da membrana de grafeno é suficiente para frear este inchaço. Isso também permitiu aos cientistas ajustar as propriedades da membrana, deixando passar mais ou menos sal, por exemplo. Promessa Até 2025, a ONU estima que 14% da população mundial enfrentará escassez de água. Enquanto os efeitos da mudança climática continuam a reduzir os reservatórios que abastecem as cidades, países mais ricos investem também em tecnologias de dessalinização como alternativa. Atualmente, usinas de dessalinização ao redor do mundo usam membranas feitas com polímeros. "Nosso próximo passo é comparar as membranas de óxido de grafeno com o material mais sofisticado disponível no mercado", diz Rahul Nair.


Mas em um artigo que acompanhava a pesquisa na revista Nature Nanotechnology, o cientista Ram Devanathan, do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico, nos EUA, disse que seria preciso mais estudo para conseguir, de fato, produzir membranas de óxido de grafeno a baixo custo e em escala industrial. Segundo ele, a equipe britânica ainda precisa demonstrar a durabilidade da membrana durante o contato prolongado com a água do mar e garantir que ela é resistente ao acúmulo de sais e de material biológico - o fenômeno requer que as barreiras de dessalinização existentes hoje sejam limpas ou substituídas periodicamente.

Hong Kong usa água do mar nas descargas

neste sentido está em curso há mais de cinco décadas em Hong Kong, onde um sistema é usado para captar água do mar e usá-la nas descargas dos banheiros. Uma enorme quantidade de água doce é usada para este fim. Os modelos de descarga mais recentes - e eficientes - empregam sete litros cada vez que são acionados, mas esse volume pode triplicar com versões mais antigas. Esse uso representa cerca de 30% do consumo hídrico doméstico, segundo a ONG britânica Waterwise, e até 70% do uso em edifícios comerciais. Hong Kong ameniza isso ao fazer com que 80% dos seus 7,2 milhões de habitantes tenham suas descargas abastecidas com água salgada, uma prática que começou justamente por causa da falta crônica do recurso ali. Uma média de 762,5 mil metros cúbicos por dia são usados em média com esse propósito, segundo os dados mais recentes. É o suficiente para encher 305 piscinas olímpicas.

BBC 170322 / http://bbc.in/2nBMVAB Com água do mar na descarga, Hong Kong economiza milhões de litros por ano / Rafael Barifouse / Da BBC Brasil em São Paulo / 22 março 2017 Uso de água do mar em descarga poupa não apenas o recurso hídrico, mas também energia, apontam especialistas Hoje é o Dia Mundial da Água, mas há pouco o que comemorar: mais de meio bilhão de pessoas ao redor do mundo não têm acesso a água limpa, segundo a ONG Water Aid. Essa data foi instituída em 1993 pelas Nações Unidas para conscientizar sobre o recurso natural e promover ações para tornar seu uso mais eficiente. Uma iniciativa

GETTY IMAGES Crise hídrica levou Hong Kong a adotar sistema


"É uma solução que preserva a água tratada para uso mais nobres e ajuda a garantir a oferta para o consumo humano", avalia Pedro Luiz Côrtes, especialista em gestão ambiental da USP (Universidade de São Paulo). Glauco Kimura, coordenador do Programa Água para a Vida da ONG WWF-Brasil, acha que é "um absurdo ainda usarmos água limpa em descargas". "Isso provavelmente ainda não mudou porque não tínhamos enfrentado uma crise, mas deveríamos importar esta tecnologia de Hong Kong." Solução premiada A água do mar começou a ser usada em descargas de Hong Kong em 1958, quando a ilha já se deparava com a perspectiva de falta d'água. Não existem reservas hídricas subterrâneas expressivas em seu solo rochoso, e as chuvas atendem a apenas um quarto da demanda. O restante é importado da China por meio de dutos submarinos ou trazido do mar. Segundo o órgão responsável pelo abastecimento da ilha, o "uso extensivo de água do mar tem ajudado a reduzir a demanda por água potável em descargas". Cerca de 5,75 milhões de pessoas usam água do mar na descarga, com a ajuda de uma infraestrutura composta por 35 estações de transmissão e 1,5 mil km de tubulações. A água potável é subsidiada pelo governo de Hong Kong, e seus preços estão congelados desde 1995. Já a água do mar é fornecida gratuitamente. O Departamento de Fornecimento de Água de Hong Kong esclarece que a água do mar não recebe o mesmo padrão de tratamento da água doce. Mas a empresa diz que ainda assim "cumpre diretrizes" para evitar eventos adversos. Primeiro, a água é filtrada para retirar grandes partículas de impurezas. Depois, é desinfetada com cloro ou hipoclorito de sódio antes de ser levada a reservatórios, de onde é

distribuída à população. A ilha tem dois sistemas de encanamento, um para água doce e outro para a salgada. Depois de usada, a água salgada é descartada na rede de esgoto usada para a água doce e recebe o mesmo tratamento. Cerca de 25% do esgoto em Hong Kong é composto por água do mar. O programa da ilha foi premiado em 2001 pelo Chartered Institution of Water and Environmental Management, entidade britânica que reúne profissionais, cientistas e empresários dedicados a questões ambientais. "Usar água do mar em descargas economiza não só água, mas também energia. Requer a metade da energia usada na produção de água potável, dez vezes menos do que no tratamento de água de esgoto e cem vezes menos do que o processo de dessalinização", disse Chen Guanghao, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, em um artigo para o The Standard, diário em inglês local. "Além disso, a água salgada requer de 35% a 50% menos energia para ser resfriada, o que permite ainda mais economia se a usarmos em sistemas de ar condicionado." Expansão Hong Kong é até hoje a única cidade do mundo a usar água do mar nessa escala. Há outros exemplos menores, como o de Avalon, cidade na ilha de Catalina, na Califórnia (EUA), com 3,5 mil habitantes, e as ilhas Marshall, também no oceano Pacífico. Côrtes, da USP, acredita que essa alternativa poderia ser aplicada em cidades na costa brasileira. "Poderia começar em áreas urbanas que estão se expandindo, com a criação de novos bairros já com esta infraestrutura", afirma Côrtes. "Seria necessário que os novos edifícios tivessem duas linhas de transmissão de água. No entanto,


se isso já estiver previsto no projeto, não gera quase nenhum custo a mais para a construtora." Mas, para abastecer esses edifícios, primeiro seria preciso criar uma nova infraestrutura de tubulação, como a de Hong Kong. E o custo de construção e manutenção de uma segunda tubulação é um dos desafios desse tipo de abastecimento, de acordo com Daniel Cheng, vice-presidente de conselho da Federação de Indústrias de Hong Kong. Isso inclui usar dutos mais resistentes à corrosão provocada pelo sal presente na água. "O custo não é tão alto. Bastaria haver um incentivo governamental, por meio de incentivos fiscais à infraestrutura necessária", afirma Kimura, da WWF. Outra forma de viabilizar a nova infraestrutura seria por meio de parcerias, defende Côrtes: "Grandes consumidores, como shoppings e universidades, poderiam compartilhar o custo da construção dessas novas linhas de distribuição".

Metano apodrece lagos na Amazônia ReporterBrasil 150730 http://bit.ly/1KCM9Xd Amazônia apodrece em lagos de novas hidrelétricas Piero Locatelli | 30/07/15 Usina de Teles Pires descumpriu plano ambiental e alagou o reservatório com árvores dentro. Decomposição deve emitir grande quantidade de metano, gás do efeito estufa

Madeira desmatada antes do alagamento não foi removida corretamente e ficou dentro do lago da usina. Floresta em pé também foi alagada Foto: Ibama A hidrelétrica de Teles Pires deve começar a gerar energia com árvores apodrecendo dentro do seu reservatório, construído na divisa entre o Mato Grosso e o Pará, na floresta Amazônica. Boiando sobre o lago criado pela usina, o entulho pode ser visto de longe. São galhos, lenhas e toras de madeira, entre elas castanheiras e árvores de mogno. O apodrecimento dessa vegetação deve levar à morte de peixes e ao aumento da emissão do gás metano, pelo menos vinte vezes mais nocivo ao efeito estufa do que o gás carbônico. Impacto desastroso para um empreendimento que se apresenta como ―fonte [de energia] limpa, renovável e ambientalmente correta.‖


As fotos publicadas nesta reportagem revelam que a usina não cumpriu uma regra obrigatória para o seu funcionamento: a retirada das árvores da área a ser alagada conforme previsto no seu Plano de Desmatamento. Além da geração de metano, outra consequência é o desperdício de madeira. Oito pátios com toras foram alagados pelo reservatório da usina, e a madeira que deveria ter sido vendida ou utilizada na obra acabou apodrecendo no rio. A companhia também manteve árvores onde deveria ter desmatado totalmente, como as margens do rio Paranaíta. Além disso, a usina não retirou a vegetação necessária nas ilhas e na beira do rio Teles Pires. O responsável direto pela barbeiragem ambiental é a Companhia Hidrelétrica Teles Pires, consórcio formado pelas empresas Neoenergia (50,1%), Eletrobras Furnas (24,5%), Eletrobras Eletrosul (24,5%) e Odebrecht (0,9%). A usina faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal. http://www.pac.gov.br/obra/8421 Como órgão fiscalizador, o Ibama deveria ter detectado o problema, mas os técnicos chegaram tarde. O Ibama só constatou que o plano não tinha sido cumprido em fevereiro de 2015, quase três meses após autorizar o funcionamento da hidrelétrica em novembro de 2014. Segundo relatório assinado por técnicos do órgão, ―as atividades de limpeza da bacia de acumulação foram realizadas de forma pouco criteriosa e até mesmo negligente.‖ Antes da fiscalização do Ibama, os erros da usina já haviam sido diagnosticados pelo Instituto Centro de Vida, organização que monitora os impactos de Teles Pires. O instituto revelou que a usina não havia retirado nem metade da vegetação do local em outubro do ano passado, há menos de um mês dela receber a autorização para encher o reservatório. Desta forma, 6,2 mil hectares devem ter

sido alagados com vegetação – mais de mil hectares acima do que deveria ter sido retirado pela empresa, segundo o seu Plano de Desmatamento. (Clique aqui para baixar o mapa elaborado pelo ICV). http://bit.ly/2EpyTaz

Floresta dentro do lago de Teles Pires http://reporterbrasil.org.br/wpcontent/uploads/2015/07/reservatorioicvtelespires1.png Questionada pela Repórter Brasil, a assessoria de imprensa da Companhia Hidrelétrica Teles Pires respondeu que está tomando as ―providências adicionais necessárias ou requisitadas pelos órgãos ambientais, incluindo a limpeza do reservatório.‖ (Leia a íntegra das respostas da usina) http://bit.ly/2EwSeLh . Questionado sobre a demora na fiscalização, o Ibama afirmou que elas foram feitas dentro do tempo ―usual‖. (Leia a íntegra da reposta do Ibama) http://bit.ly/2EtXNda Madeira jogada fora Os erros cometidos pelo consórcio não afetarão só a vida no rio e o aquecimento global, mas também a floresta Amazônica e a economia da região. Isso porque a madeira que boia sobre o lago


deveria ter sido explorada por serrarias certificadas e vendida legalmente, diminuindo a demanda pela derrubada de mais árvores. Com o desperdício, a madeira necessária na região, inclusive nas obras da usina, terá que sair de outro lugar. Região de expansão da soja, o norte do Mato Grosso está entre os locais com mais desmatamento no país. O município onde fica a maior parte do lago, Paranaíta (MT), está na chamada ―lista negra‖ do Ministério do Meio Ambiente, o ranking das cidades que mais desmatam. Por isso, a população da cidade sofre restrições de acesso a algumas políticas públicas, como o crédito a produtores rurais. Em e-mail à reportagem, o consórcio de Teles Pires alega ainda que ―realocou e removeu‖ as toras de valor comercial que estavam nos pátios alagados. Questionada, a empresa não respondeu as perguntas sobre como esta madeira foi comercializada.

Projeto tinha problemas Mesmo que seguido à risca, o Plano de Desmatamento da usina não teria sido suficiente para conter os impactos ao meio ambiente. Este plano , que é elaborado pelo consórcio e aprovado pelo Ibama, estabeleceu que apenas 58% da vegetação deveria ser retirada dos 10,7 mil hectares alagados. Segundo especialistas ouvidos pela Repórter Brasil, o percentual contrasta com o plano de outras hidrelétricas licenciadas recentemente que fixam como meta a retirada total da vegetação. ―Não há rigor científico nos 58%. O Ibama discutiu diferentes cenários com o empreendedor, e chegaram ao que era mais econômico para a empresa,‖ diz Brent Millikan, diretor do programa para a Amazônia da International Rivers, ONG que acompanha o impacto de hidrelétricas em todo mundo. ―Não há um processo aberto de debate com a comunidade científica, é um processo entre o Ibama e a empresa. E o Ibama não está imune a pressões políticas.‖ Vegetação retirada da área do reservatório Os pontos em amarelo mostram o desmatamento em ilhas e na beira do rio Teles Pires http://www.globalforestwatch.org/

Desmatamento é alto na região As manchas em cor rosa indicam desmatamento na área da usina (ponto em amarelo) http://www.globalforestwatch.org/

Não foram só os cientistas que não foram ouvidos sobre os detalhes do plano ambiental da hidrelétrica, mas também a população local afetada pela obra. ―A discussão chegou ao local na hora em que já estava pronto, ninguém sabia de nada [sobre como seria o desmatamento],‖ diz João Andrade, coordenador do Programa Governança Florestal do Instituto Centro de Vida.


Usina de metano A principal consequência da série de erros cometidos pela usina será o aumento da emissão de metano. O gás é gerado quando uma substância orgânica se decompõe sem oxigênio, como no fundo do reservatório da hidrelétrica. Desta forma, as folhas, galhos e árvores deixados na área alagada vão se decompor e emitirão o gás metano em abundância. Este fenômeno é estudado de perto no Brasil pelo biólogo Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Ele chama as hidrelétricas em países tropicais de ―fábricas de metano‖, já que emitem o gás de forma constante ao longo dos anos. O problema é comum a todas as hidrelétricas no Brasil, mas foi agravado em Teles Pires devido à grande quantidade de árvores e entulhos deixados no reservatório. Fearnside chama a atenção para outra fonte de metano em Teles Pires: o mato que cresce em locais abandonados, conhecido como juquira. Como a maior parte da vegetação do reservatório foi retirada seis meses antes do seu enchimento, a juquira cresceu nos locais de onde saíram as árvores. Inundada, a vegetação baixa se transformará toda em metano. O mesmo problema vai se repetir devido ao ciclo natural de seca e cheia dos rios. A vegetação das margens do reservatório não está adaptada a ficar abaixo da água em parte do ano. Assim, ela vai apodrecer e gerar o gás tóxico anualmente. ―Toda vez que rebaixar o nível da água, vai se expor um lamaçal em volta do lago. Ali crescem ervas e gramíneas, e tudo aquilo morre quando a água vem. A vegetação fica no fundo, onde não tem oxigênio, e isso vira

metano,‖ explica Fearnside. A hidrelétrica não respondeu à reportagem sobre a emissão do gás tóxico. Histórico repetido Teles Pires não será a primeira hidrelétrica a virar uma ―fábrica de metano‖. O mesmo problema foi flagrado na construção da usina de Santo Antônio, em Rondônia. As imagens abaixo foram registradas em fevereiro de 2012, quando o reservatório começava a ser alagado. ―Todo mundo sabia que isso estava acontecendo, bastava andar de barco pelos lagos. O problema é que o Ibama não fiscaliza‖, diz Artur Moret, físico da Universidade Federal de Rondônia. ―A empresa só retira a madeira que tem valor de mercado. Se não tem valor, eles deixam lá mesmo‖. Segundo Moret, esse é um problema geral na construção de hidrelétricas no Brasil. Construída há 25 anos, a usina de Balbina é o maior exemplo do problema. Ao norte de Manaus, foi alagada com a maior parte das árvores em pé dentro do lago. Quinze anos após ser construída, em 2005, a usina emitia dez vezes mais metano do que geraria uma termoelétrica movida a carvão com o mesmo potencial energético, segundo estudo do Inpa. http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/2007/XIIISBSR_67136720_gleyci.pdf O desastre de Balbina não deve acontecer na mesma escala por que a área do reservatório de Teles Pires é menor e suas turbinas são mais eficientes, e desta forma a água fica menos retida no local. A nova usina, porém, já gera problemas ambientais antes mesmo de suas cinco turbinas funcionarem. A geração de energia está atrasada


em mais de seis meses por que a linha de transmissão que vai liga-la ao Sistema Interligado Nacional ainda não está pronta. O Ministério de Minas e Energia e a usina não souberam informar quando o problema estará solucionado. Hoje, Teles Pires é uma hidrelétrica que não gera energia, apenas gás metano.

Em 2012, a usina de Santo Antônio cometeu o mesmo erro: a vegetação do rio Madeira não foi retirada da área alagada

3 Comentários Walmor Salton no 31 de julho de 2015 a partir do 9:05 O Ibama não multa esta usina, pq o superintendente do ibama no MT usa ela de base para operação de fiscalizar nas pousada de pesca. Eles fica com os helicóptero lá na usina, dorme e come lá.

Ve a coisa do alto e não faz nada e só persegue os turista que vem pesca e deixar dinheiro na região. Todo mundo aqui sabe do acordo do tal Marcos Quenis do Ibama com o povo da usina.

James Prado no 31 de julho de 2015 a partir do 12:39 O Brasil não muda , não toma jeito e anda para trás. Somos cada vez mais 5º Mundo e piorando ! Já vímos este filme de horror há mais de 30 anos com o Reservatório de Tucuruí, entre outros, enterrando tesouros incalculáveis em arvores/madeiras nobres além da criminosa eutrofização das águas. Se precisarem detalhes, histórico, depoimento, disponham. James Prado

Rodrigo De Filippo no 3 de agosto de 2015 a partir do 19:26 Não sei dizer se houve ou não erro no desmatamento, mas a sua função é evitar que os peixes morram e que ocorra deterioração da qualidade da água. Se isto não ocorrer nos 12 meses seguintes à conclusão do enchimento, não há o que questionar. Modelagens possuem margem de erro que deve ser avaliada pelo monitoramento. O desmatamento excessivo é prejudicial aos peixes e à pesca, porque acelera o processo de estabilização e torna o reservatório pobre em nutrientes que sustentariam a cadeia ecológica. Água limpa demais não sustenta a pesca. O reservatório de Teles Pires se renova rapidamente, por isso tem a tendência de se tornar oligotrófico mais rapidamente. Nesse caso, afogar mais árvores é melhor para o ambiente, por mais estranho que possa parecer a um leigo. Quanto ao metano, ele é produzido em ambiente sem oxigênio. Quem rouba o oxigênio da água é a matéria orgânica lábil, não os troncos e galhos grossos. Teles Pires é um reservatório que tem pouca profundidade em boa parte de sua extensão, portanto terá oxigenação plena quase toda a sua extensão. Em relação à retirada da madeira, poucos sabem que a maior parte da madeira retirada não tem valor comercial, e que o restante não necessariamente é de interesse de comerciantes. Não são todas as espécies que se prestam para a construção de móveis ou habitações. Essa maioria deveria ser queimada no local, mas os órgãos ambientais e os ambientalistas refutam essa proposta sem qualquer argumentação técnica, apenas pelo dogma insensato da emissão de gases de efeito estufa. Ora, se tivessem queimado a madeira, seria emitido gás carbônico, não metano. A usina de Teles Pires opera em regime de fio d’água, sem flutuação de nível, além disso, as berbáceas não crescem em toda a área exposta de um reservatório de regulação de vazão. E é necessário que este solo permaneça exposto por longo tempo até que se forme uma quantidade significativa de biomassa. Tomem o Cantareira como exemplo.


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