Eximbr 01 português

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NESTA EDIÇÃO

TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

LOGÍSTICA BRASILEIRA: ENTRAVES E SOLUÇÕES

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ROBERTO STUCKERT FILHO / PR

O COMÉRCIO EXTERIOR NO NOVO GOVERNO DILMA

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ENTREVISTA: PAULO FERNANDO MARCONDEZ FERRAZ, PRESIDENTE DA FCCE AS FACILIDADES DO EXPORTA FÁCIL

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OS 103 ANOS DA CÂMARA PORTUGUESA

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AVC: 100 MIL MORTES POR ANO NO BRASIL

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ARTIGO: JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES

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GUIA BONI E AMARAL O RIO É UMA FESTA

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VEÍCULO A HIDROGÊNIO

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CÂMARAS AFILIADAS


EDITORIAL LEVAREMOS INFORMAÇÕES DO BRASIL AO MUNDO Você está lendo a primeira edição da revista EXIMBR. Trata-se de um antigo sonho da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE). Nosso maior objetivo é levar informação brasileira ao mundo, aos países que, eventualmente, tenham interesse em vir ao Brasil para importar ou exportar. Assim, poderemos ajudá-los no desenvolvimento dos seus negócios. Com uma proposta inovadora, inicialmente nossa revista será inteiramente digital, sem edição impressa, pensando na sustentabilidade e também no alcance global. Ela poderá ser lida em tablets de diversos sistemas e também em nosso portal e nas redes sociais. Apresentaremos sempre uma versão em português e outra em inglês, com recursos de interatividade. Neste início de 2015, tivemos a posse da presidente reeleita Dilma Rousseff. Com ela, e sua nova equipe econômica, chegam os desafios para reaquecer a economia brasileira – e eles são detalhados na nossa mate´ria de capa. Além disso, temos muitas outras atrações na revista. Boa leitura! ■

PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ PRESIDENTE DA FCCE


EXIMBR PUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR (FCCE)

EXPEDIENTE Editor Thell de Castro Mtb 41364/SP thell@newsprime.com.br Redação Daniel Smith Jonas Gonçalves Jônatas Mesquita Produção Igor Quirino Revisão Bianca Montagnana Diagramação Roberta Furukawa Bartholomeu Coordenação Editorial

NewsPrime

são paulo - rio de janeiro www.newsprime.com.br contato@newsprime.com.br Os artigos assinados não representam, necessariamente, o pensamento da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores

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DIRETORIA 2014-2017

Conselho Fiscal

Presidente Paulo Fernando Marcondes Ferraz

Titulares Bruno Silva da Motta Darke Resende Bhering de Mattos Marcelo Ignácio de Pinheiro Macêdo

1º Vice-Presidente Marco Polo Moreira Leite Vice-Presidentes Cláudio do Carmo Chaves Luiz Carlos Correa mauro laviola Sohaku Raimundo Cesar Bastos Ricardo Vieira Ferreira Martins Diretores Alexander Zhebit Augusto Tasso Fragoso Pires Carlos Jund Cesar Moreira Charles Tang Claudine Bichara Eliana Ovalle Georges Ramez Hage Gil Vicente Gama Gilberto Ferreira Ramos Glorisabel g. Thompson Flores Gustavo Brigagâo Jayme Blay Jonathan Speier Jovelino Gomes Pires Luiz Oswaldo Aranha Marco Aurélio Kühner de Oliveira Mauro de Lima Câmara Nelson Mufarrej Filho Pietro Petraglia Ricardo Coelho Ricardo Sirotsky Roberto Katan Arita Roberto Prisco Paraíso Ramos

Suplentes Luiz Octavio B. Burnier Mônica Oliveira Bendia Vice-Presidente “Europa” Paolo Franco Vittorio Arrigoni Vice-Presidente “Leste Europeu” Ruy Antonio Reis Alves Vice-Presidente “oriente médio” Nagi Naoufal Vice-Presidente “Região Sul” Arno Gleisner Vice-Presidente “Região Nordeste” Roberto de Arruda Nóbrega Vice-Presidente “Região Norte” Cleymisse Coelho da Silva Morais

Diretor Ceará e Piauí Rômulo Alexandre Soares Conselho Superior Membros Vitalícios Presidente José Botafogo Gonçalves Vice-Presidente Paulo Pires do Rio Antonio Delfim Netto Benedicto Fonseca Moreira Bernardo Cabral Carlos Geraldo Langoni Carlos Tavares Ernane Galvêas Joaquim Ferreira Mângia José Carlos Fragoso Pires Laerte Setúbal Filho LAURO MOREIRA Marcus Vinicius P. de Moraes Milton Cabral Paulo D’Arrigo Vellinho Paulo Tarso Flexa de Lima Philippe T. de Saxe Coburgo e Bragança Entre em contato com a fcce

Vice-Presidente “SÃO PAULO” Rubens Medrano Diretor Rio Grande do Sul Mauro Stomorvski Diretor Paraná Rui Lemes Diretor Rio Grande do Norte Joham Alves Xavier

secretário executivo eduardo treinta Avenida General Justo, 307 6º andar - Cep: 20021-130 Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 3804 9289 Fax: (21) 2524 1624 Email: fcce@cnc.org.br Site: www.fcce.org.br

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ENTREVISTA

JÔNATAS MESQUITA

PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ, PRESIDENTE DA FCCE

Paulo Fernando Marcondes Ferraz Paulo Fernando Marcondes Ferraz possui vasta experiência em comércio exterior, tendo presidido e sido sócio de grandes empresas do setor e atuado como consultor e representante de companhias internacionais no Brasil. Também foi diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Grécia, entre outras atribuições. Em mais de três décadas, ele participou e chefiou missões empresariais para os mais diversos países, muitas das quais resultaram em negócios de ponta tanto para o Brasil como para o país visitado. Desde 2011, Ferraz é presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), que em 2015 completa 65 anos de existência, sendo a mais antiga associação de classe do Brasil exclusivamente dedicada ao comércio exterior.

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ENTREVISTA Como é o trabalho da FCCE? A Federação é, basicamente, das câmaras bilaterais. No Rio de Janeiro temos, aproximadamente, 50 câmaras, e pelo resto do Brasil, aproximadamente, mais 20 câmaras. Temos feito um trabalho de apoio e incentivo a essas elas. Inclusive, para alguns países que não têm departamento comercial nas suas embaixadas, incentivamos a criação das câmaras bilaterais para ajudar no comércio com o Brasil. Temos hoje uma relação bastante próxima com as autoridades chinesas e procuramos, de alguma forma, apoiar as câmaras existentes na ajuda das informações, sempre com o objetivo de melhorar a balança comercial desses países com o Brasil. A FCCE recebe governamental?

todas as regiões do Brasil é que temos feito acordos com as federações de comércio de diferentes Estados. Já firmamos um grande número de acordos, por exemplo, em São Paulo, que é praticamente um país. Então temos um vice-presidente em São Paulo que é diretor da Fecomércio. Com isso, estamos desenvolvendo um trabalho grande junto com eles. Se há um problema no Sul ou no Norte, temos um representante para apoiá-los e ajudá-los. Em Manaus, atualmente, temos uma sala com secretária disponível para qualquer associado nosso ou qualquer uma das câmaras bilaterais que tenham interesse em algum negócio. Cedemos apoio e estamos lá com o vice-presidente apoiando qualquer necessidade que exista das câmaras associadas.

“No Brasil temos 80 câmaras bilaterais, então estamos sempre apoiando todos os pedidos que vêm de informação, de melhoria, de possibilidade de negócios com os outros países”

apoio

Quais são os principais países exterior brasileiro, ajudar a balança que mantêm relações de comercial através das câmaras bilaterais, que representam o Temos recebido um apoio muito comércio com o Brasil? comércio e os interesses dos países grande, principalmente do Ministério das Relações Exteriores, O Brasil mantém relações de no Brasil. que nos auxilia de diversas formas. comércio com o mundo inteiro, mas Por exemplo: quando temos hoje temos como grande parceiro Quais são as perspectivas para necessidade de algum país onde a China, que já até ultrapassou o comércio exterior brasileiro temos um embaixador, o Itamaraty em números os Estados Unidos, em 2015? intermedia o contato direto com que continuam sendo grandes o governo brasileiro através das parceiros. Mas a China tem feito Este ano será de importantes embaixadas no exterior. um trabalho extremamente bem reajustes na economia. Fatores como organizado e bem feito. No Brasil, as eleições presidenciais, risco de Fale um pouco sobre o temos 80 câmaras bilaterais, então recessão econômica e atual cenário crescimento do trabalho da estamos sempre apoiando todos inflacionário, bem como a retração FCCE em outras regiões do os pedidos que vêm de informação, dos negócios na indústria e o saldo Brasil. de melhoria, de possibilidade de comercial do primeiro semestre de negócios com os outros países. 2014 trazem um desafio ainda maior A ideia de levar a Federação para Nosso objetivo é ajudar o comércio para comércio exterior brasileiro. A

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ENTREVISTA projeção de crescimento desse setor da economia em 2015 é de 4%. Se compararmos a nossa participação no comércio mundial em 2011, que era de apenas 1,41%, poderá ser ainda menor, com previsão de queda para 1,15%. Quais são os principais entraves para o comércio internacional brasileiro? Precisamos transpor importantes questões relacionadas ao comércio internacional. O primeiro passo é romper com o chamado “Custo Brasil” e seus problemas estruturais, burocráticos e econômicos, que comprometem a competitividade, dificultando o comércio exterior. É preciso que haja mais investimentos em preparo de mão de obra e, principalmente, inovação tecnológica. Essas resoluções só são alcançadas por meio de acordos mais amplos com outros países e de parcerias entre governos e empresários. Contudo, não são poucas as dificuldades para transpor estas barreiras. Em um cenário internacional menos favorável, urge a necessidade de iniciativas como as da FCCE, de realizar parceiras e seminários de olho em novos mercados. Em 2014, realizamos mais de 15 rodadas de negócios com 10 países diferentes, incentivando a ampliação do comércio bilateral. Para 2015, estamos em negociação para rodadas de negócios tanto no Brasil quanto no exterior.

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“É preciso que haja mais investimentos em preparo de mão de obra e, principalmente, inovação tecnológica. Essas resoluções só são alcançadas por meio de acordos mais amplos com outros países e de parcerias entre governos e empresários”

Quando comparamos 2014 com 2013, as exportações e as importações brasileiras sofreram queda. A que se atribui essa redução? A acirrada concorrência externa e a falta de competitividade da economia brasileira se destacam como fatores relevantes para

a redução das exportações de produtos industrializados. Em relação às exportações de produtos primários, a principal causa de redução foi a queda de preços das commodities exportadas pelo Brasil, aliada à desaceleração da economia chinesa. Quando a China desacelera, o mundo vai junto. Não é culpa apenas do Brasil. Além disso, o baixo crescimento da União Europeia afetou diretamente países exportadores da América Latina, como o Brasil. Nesse aspecto, vale ressaltar que 19% das exportações brasileiras vão para a UE. E a alta do dólar, prejudica o cenário? A alta do dólar acarreta aumento do custo de produção e, em longo prazo, além de estimular a competitividade, se mostra positiva às exportações, estimulando, principalmente, a produção de matéria-prima nacional. É paradoxal, mas, no fim, para o exportador, o dólar assim ajuda no recebimento de divisas. A desvalorização do real influencia a receita de venda dos exportadores, que, observando a tendência apontada em relação ao comportamento da moeda americana, já amplia as estratégias de exportação para 2015. Contudo, em movimento contrário, a disparada do dólar faz com que o consumidor deixe de comprar produtos importados, trazendo preocupação aos donos de importadoras, com


ROGÉRIO SANTANA / GOVERNO DO ESTADO RJ

ENTREVISTA

Aeroporto Santos Dumont

previsão de diminuição nas vendas. Lógico que é preciso incentivar a competitividade para que não seja preciso um dólar nas alturas para o comércio exterior se beneficiar, pois acaba causando problemas para os setores ligados a investimentos. Qual a prioridade para o crescimento do comércio exterior?

abertura comercial, é claramente preciso melhorar os serviços de infraestrutura, o que vai diretamente resultar em um efeito positivo sobre os ganhos de comércio. Além disso, o Brasil precisa considerar uma inequívoca inovação tecnológica, visando diversificar sua pauta de exportação e proporcionando a venda de produtos de alto valor agregado.

Em um cenário de ampliação da Além

do

agronegócio

minérios, quais produtos têm maior potencial para serem exportados?

A China é um país de dimensões continentais. Não há dúvidas de que continuaremos sendo fazendas para os chineses. Manteremos a exportação de soja a carne por muitas décadas, mas precisamos abrir caminho para que vestuários, produtos químicos, tecnologia e ligada a etanol, fármacos, tecnologia

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ENTREVISTA tecnologia. Só em 2012, o acordo entre os dois países alcançou cerca de US$ 75 bilhões. Com os acordos, a expectativa é de mais investimentos chineses que possibilitem avanços na Quais as novas oportunidades infraestrutura brasileira. Em relação para fortalecer o comércio às exportações, com a suspensão entre Brasil e China? do embargo a produtos brasileiros, podemos aumentar principalmente A parceria entre os dois países poderá o comércio de carne, avançando trazer grandes investimentos para o para US$ 1,2 bilhão em 2015. Brasil. A China está disposta a investir para além dos setores de minério, Para finalizar, qual o principal soja e petróleo, expandindo para objetivo do lançamento da setores industriais, automóveis e alta revista EXIMBR?

REPRODUÇÃO / WORLD PROPERTY JOURNAL

aeronáutica e determinados segmentos de máquinas e equipamentos brasileiros ganhem espaço no mercado chinês.

Pequim

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A EXIMBR será divulgada nas embaixadas e consulados no Brasil e no exterior, levando informações sobre o comércio exterior brasileiro. A maior razão é levar informação brasileira ao mundo, aos países que, eventualmente, tenham interesse em vir para nosso país para importar ou exportar, para que possamos ajudá-los no desenvolvimento dos seus negócios. ■


RADAR FCCE FCCE APRESENTA VICE-PRESIDENTE PARA O ORIENTE MÉDIO A Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), prosseguindo em sua estratégia de expandir sua representação internacional, apresentou em dezembro o executivo Nagi Naoufal (foto) como seu vice-presidente para o Oriente Médio. Libanês com cidadania canadense, Naoufal atuou como vice-presidente de operações da rede de hotéis Sofitel na América Latina e, recentemente, assumiu o cargo de presidente da Câmara de Comércio Brasil Líbano do Rio de Janeiro.

COQUETEL COMEMORATIVO DO DIA NACIONAL DA FINLÂNDIA

No dia 01 de dezembro foi realizado na sede da CNC (Confederação Nacional do Comércio) um coquetel comemorativo referente ao Dia Nacional da Finlândia. O evento contou com a presença do Embaixador da Finlândia, Markuu Virri, diversos membros de consulados e da comunidade finlandesa no Rio de Janeiro. Houve apresentação de dança de um grupo finlandês de Penedo (RJ). O presidente da FCCE, Paulo Fernando Marcondes Ferraz, também participou do evento.

EMPRESÁRIOS ADOTARÃO OTIMISMO COM CAUTELA EM 2015, APONTA FECOMERCIOSP Empresários da capital paulista parecem acreditar que este novo ano será o início da retomada para investir e se preparar para crescer. No entanto, 66% dos entrevistados manifestaram que pretendem adotar uma postura de cautela gerencial. Essa percepção consta em pesquisa realizada pela FecomercioSP com cem empresários da capital paulista, entre os dias 1 e 3 de dezembro, para verificar suas expectativas para 2015. Para 48% dos empresários, os investimentos vão crescer (em média 16%) em 2015 e apenas 21% acreditam que vão cair (queda média estimada de 14%). A maioria dos empresários deve contar com aumento de produtividade para crescer, já que 61% dos entrevistados pretendem manter o atual quadro de funcionários.

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RADAR FCCE SECEX APRESENTOU NOVIDADES DO PORTAL ÚNICO DO COMÉRCIO EXTERIOR Em reunião no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, diretores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apresentaram as novidades do Portal Único de Comércio Exterior. As principais entregas foram o projeto de anexação de documentos digitalizados e o Sistema de Drawback Isenção Web. Com o novo sistema, serão automatizados os procedimentos, desde a comprovação das operações já realizadas, envolvendo as aquisições de insumos, importados ou adquiridos no mercado nacional, as exportações ou vendas equivalentes das mercadorias produzidas, até o controle da reposição dos estoques com a isenção de tributos.

ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO COM CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS A FCCE realizou no dia 16 de dezembro um almoço de confraternização entre a diretoria e as câmaras de comércio filiadas. Houve a presença dos embaixadores José Botafogo Gonçalves e Paulo Pires do Rio, além do cônsul honorário do Sri Lanka, Sohaku Bastos, do cônsul honorário de Moçambique, Augusto Tasso Fragoso Pires, do cônsul comercial dos EUA no Rio de Janeiro, Mark Russel, do deputado Lelo Coimbra e do subsecretário de relações internacionais do governo do Rio de Janeiro, Pedro Spadale. O encontro contou com um discurso de agradecimento do presidente da FCCE, Paulo Fernando Marcondes Ferraz, que explicitou ainda os êxitos da Entidade em 2014 e as projeções para 2015. Confira as fotos do evento abaixo e na próxima página.

José Botafogo Gonçalves (presidente do Conselho Superior da FCCE), Paulo Fernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE) e José Papa Jr. (ex-presidente da Fecomércio SP)

Discurso de Jovelino Pires (diretor da FCCE e da Ass. Brasileira de Comércio Exterior)

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RADAR FCCE FCCE E ESTÁCIO PROMOVEM DOIS CURSOS SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR Discurso de Paulo Fernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE)

Gilberto Ramos (presidente da Câmara de Comércio Brasil Rússia e diretor da FCCE), Patrick Kitelo (presidente da Câmara de Comércio Brasil República Democrática do Congo), Mauro de Lima Câmara (diretor da FCCE), João Pedro de Sabóia (presidente da Câmara de Comércio Brasil San Marino) e Alexander Zhebit (presidente da Câmara de Comércio Brasil Belarus e diretor da FCCE)

Paulo Pires do Rio (vice-presidente Cons. Sup. FCCE), Luiz Oswaldo Aranha (presidente Câmara de Comércio Brasil Honduras e diretor FCCE) e Mauro Laviola (vicepresidente Assoc. Bras. de Com. Exterior)

Paulo Fernando Marcondes Ferraz (presidente da FCCE) e Pietro Petraglia (presidente da Câmara Ítalo Brasileira do Rio de Janeiro e diretor da FCCE)

Ricardo Sirotsky, diretor da FCCE A FCCE e a Universidade Estácio de Sá firmaram acordo de cooperação técnica na área de ensino com foco em cursos e eventos do tema comércio exterior. Já são oferecidos os cursos Doing Business In Brazil (presencial) e Opportunity Brazil (EAD), informa o diretor da FCCE para as áreas de Inovação, Capacitação e Educação, Ricardo Sirotsky. Mais informações você confere em reportagem especial na próxima edição da EXIMBR.

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RADAR FCCE FRASES

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

“A linha mestra de atuação do Itamaraty será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos” Mauro Vieira, novo chanceler brasileiro, no evento de transmissão do cargo no Itamaraty

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

“Acho que é justamente buscar esse reequilíbrio macroeconômico, garantir a retomada da economia e criar condições para que se possa promover um avanço na agenda de reformas do país. E situo a reforma política também como um ponto importante. Acho que o grande vetor do crescimento do país serão as exportações” Armando Monteiro Neto, novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na posse de Dilma Rousseff

DIVULGAÇÃO

“A América Latina tem um desafio pendente de aumentar seu comércio inter-regional. Há espaço de colaboração e uma conexão logística para desenvolver esse comércio internacional que permite a todos sair fortalecidos. O Mercosul tem um espaço de colaboração, que pode ser fortalecido conjuntamente para gerar maior integração econômica para os nossos países. É uma matéria positiva, de futuro construtivo, e os países estão trabalhando nisso”. Luis Felipe Céspedes, ministro da Economia do Chile, na revista Istoé Dinheiro de 24/12/14

RENATA MELLO/RIO NEGÓCIOS

“Durante todo o ano, a AmCham Rio buscou consolidar setores vistos como estratégicos para o empresariado brasileiro e do Rio de Janeiro. Aprofundamos o compromisso público de desenvolver iniciativas que proporcionem saltos de competitividade, uma agenda sustentada em seis bandeiras estratégicas: energia, entretenimento, logística e infraestrutura, seguros e resseguros, sustentabilidade e turismo”.

Roberto Ramos, presidente da AmCham Rio, em balanço de 2014 na revista Brazilian Business

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ESPECIAL

LOGÍSTICA BRASILEIRA: ENTRAVES E SOLUÇÕES EXIMBR destaca quais são os principais entraves do setor de transportes e quais seriam as possíveis soluções, a curto prazo, para mudar este panorama. Por THELL DE CASTRO

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ESPECIAL Falta de investimentos em rodovias, ferrovias e portos; custo-Brasil; burocracia; infraestrutura ineficaz. Quando montamos uma lista dos problemas de logística que dificultam a obtenção de melhores resultados no comércio exterior, existem vários itens que brigam entre si para pleitear prioridade. Quais são os principais entraves do setor de transportes? E quais seriam as possíveis soluções, principalmente a curto prazo, para mudar este panorama? EBC

Rodovia dos Bandeirantes

Para se ter uma ideia, pesquisa recente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostrou que, na década de 1970, o governo federal destinava 1,7% do PIB nacional para a área de transportes e logística. Em 2013, esta área recebeu apenas 0,3%.

Brasil aos Estados Unidos. Os norteamericanos aplicam 7,7% do seu PIB em transportes. Esta discrepância nos coloca em situação desfavorável em relação à competitividade frente aos demais países. Em 2013, apenas 34% do total previsto para o setor de transportes foi efetivamente Já um ranking elaborado pelo aplicado”, ressalta. Fórum Econômico Mundial sobre a qualidade da infraestrutura “A falta de investimentos robustos de transportes, com 144 países, e o atraso nos cronogramas de posicionou as ferrovias brasileiras políticas públicas para a melhoria na posição 95, o transporte aéreo da infraestrutura de transportes em 113, as rodovias no 122, além dos no país são grandes entraves ao portos, que também estão em 122. progresso, uma vez que impactam diretamente na cadeia produtiva, Esta falta de investimentos é no frete e nos prazos de entrega constatada pelo presidente da de mercadorias”, destaca Edésio de Federação das Câmaras de Comércio Campos Horbylon Neto, diretorExterior (FCCE), Paulo Fernando superintendente da 3T Systems, do Marcondes Ferraz. Para ele, o Brasil Grupo José Alves. investe menos do que deveria em logística. “O baixo investimento A já citada pesquisa da CNT também nesse setor se torna latente ao apurou o montante mínimo para compararmos, por exemplo, o a adequação da infraestrutura

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de transportes no País – seriam necessários quase R$ 1 trilhão em investimentos, a fim de eliminar os gargalos enfrentados pelo setor. São, ao todo, 2.045 intervenções elencadas pela Entidade. As iniciativas compreendem, por exemplo, modernização e ampliação de rodovias, aeroportos, portos, hidrovias, ferrovias e terminais de cargas e passageiros. Os dados estão na quinta edição do Plano CNT de Transporte e Logística, lançado em agosto do ano passado. “Isso exigirá da presidente Dilma e da sua equipe um grande esforço de gestão e de mobilização de recursos públicos, além da consolidação das parcerias público-privadas, que ainda não saíram do papel e precisam de uma atenção especial para viabilização de obras de maneira mais ágil”, enfatiza Neto. Ferraz também é a favor das parcerias público-privadas. “As


ESPECIAL parcerias com o setor privado favorecem o investimento em infraestrutura de transportes, na medida em que o poder público não possui total capacidade de oferecer todo o investimento que hoje se torna necessário para mudar a realidade logística brasileira”, afirma. “Essa relação tem reflexo positivo no desenvolvimento do comércio exterior, pois o governo não dispõe de todos os recursos necessários para mudar a realidade logística brasileira. As parcerias fornecem mais possibilidade de investimentos, em menor prazo. Desta forma, ao melhorar as condições de transporte, diminui-se o tempo e os gastos com translado dos produtos, tornando o País mais atrativo neste setor”, completa.

citou que um dos principais problemas brasileiros é o predomínio do modal rodoviário. “São 200 mil quilômetros de rodovias ante a 30 mil em ferrovias, enquanto outros países continentais, como China, Estados Unidos, Canadá e Rússia, estão conectados por trens”, diz.

“Nas contas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), que representa as concessionárias, um total de 5.400 vagões e locomotivas não foi arrendado no processo de privatização e, portanto, trata-se de material que precisa ser removido. Outras 7.400 unidades entraram Comprovando o que disse o nos pacotes de concessão, mas já especialista, reportagem de André estão em fase de devolução, por Borges, publicada no jornal O conta do fim de vida útil”, também Estado de S. Paulo, mostrou que destacou a matéria. um “cemitério logístico” trava os investimentos em ferrovias. “O Nos portos, houve quebra de governo anunciou recentemente recordes em 2014. As estimativas planos de construir 11 mil da Codesp (Companhia Docas quilômetros de ferrovias e erguer do Estado de São Paulo) indicam mais de 800 aeroportos regionais, que a movimentação de cargas mas há anos não consegue executar conteinerizadas pelo Porto de Santos uma tarefa básica: limpar os trilhos (SP) cresceu 8%, confirmando e os aeroportos que já existem”, recorde nesta modalidade – o conclui. movimento geral de cargas, no

Cemitério logístico

Na mesma matéria, o pesquisador José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP),

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Em reportagem no DCI (Diário Comércio Indústria & Serviços), a jornalista Verónica Goyzueta contou que a “dificuldade para escoar a produção de grãos de Mato Grosso por Santos, por exemplo, faz com que o custo de exportação do Brasil para a China seja quatro vezes maior do que dos Estados Unidos, reduzindo muito a competitividade dos brasileiros em relação aos seus concorrentes norte-americanos”.

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entanto, caiu. Já no Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (PR), também foi registrado um novo recorde no último mês do ano. Foi o melhor dezembro da história do complexo. Em 30 dias, foram exportadas mais de 982,7 mil toneladas de grãos. O volume é 31% maior que o recorde anterior, de 749 mil toneladas, em dezembro de 2012, e 47,5% maior que o volume registrado em 2013, 665,8 mil toneladas. Contudo, a situação dos portos brasileiros está longe de ser a ideal. “Os portos enfrentam o problema de falta de infraestrutura e de barreiras alfandegárias. Em 2013, foi realizada uma alteração na legislação portuária, com o objetivo de modernizar os terminais, ampliando os investimentos privados e facilitando a construção dos portos. Contudo, deve-se ter consciência de que é necessário planejar logísticas eficientes, que reduzam os custos de transporte e que atendam às demandas do comércio”, destaca Ferraz. O presidente da FCCE cita que a burocracia é um fato que trava o comércio exterior. “Se compararmos o Brasil aos Estados Unidos, o outro extremo da ponta, em relação ao tempo de liberação de mercadorias, por exemplo, os norte-americanos levam até 24 horas, enquanto, aqui, leva-se, em média, sete dias. A redução da burocracia diminuiria o tempo de trânsito das mercadorias

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TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

ESPECIAL

e cairia o preço do produto final”, Desenvolvimento transporte multimodal explica. O mesmo, de acordo com o dirigente, acontece nos aeroportos. “No Brasil, aproximadamente 1% das mercadorias segue por aviões. Infelizmente, a burocracia faz com que a liberação demore mais de uma semana para ocorrer. Em aeroportos dos Estados Unidos, por exemplo, essa espera cai para apenas seis horas”, ressalta. E qual seria a solução? De acordo com Ferraz, “seria aumentar o horário de funcionamento das autoridades que liberam esses produtos, já que, atualmente, alguns departamentos trabalham apenas seis horas por dia. Se essas adequações fossem feitas, o preço do produto final cairia, bem como as horas gastas e as eventuais perdas. Consequentemente, o comércio exterior seria beneficiado”, afirma.

do

“É preciso que o novo governo deixe de lado as manobras contáveis e faça um programa que inclua, entre suas prioridades, a ampliação do número de empresas exportadoras, porque só assim o País poderá diversificar sua pauta. Entre esses gargalos que compõem o chamado custo-Brasil, estão alguns que são sobejamente conhecidos, como a tributação excessiva, a deficiência de infraestrutura portuária e de transporte, a complexidade da legislação, a burocracia e a dificuldade de acesso a recursos financeiros que limitam a atuação das empresas exportadoras e daquelas que pretendem entrar ou voltar a atuar na área”, exemplifica Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas


ESPECIAL e Logística do Estado de São Paulo e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística.

maior for o investimento em infraestrutura, menores serão os custos de transporte e mais fácil será propor a integração entre os diferentes meios de locomoção”, Paulo Fernando Marcondes Ferraz define. conclui dizendo que a integração entre os modos rodoviário, Dilma promete que logística ferroviário e hidroviário acarretaria será prioridade no PAC 3 no menor custo de transporte e na redução do tempo de trânsito dos Em seu discurso de posse, no produtos, proporcionando melhores primeiro dia de 2015, a presidente serviços, sem muitos prejuízos. reeleita Dilma Rousseff afirmou “Entretanto, o desenvolvimento que irá lançar a terceira edição do transporte multimodal ainda do PAC (Programa de Aceleração enfrenta problemas no País, do Crescimento) tendo como principalmente em relação à prioridade o setor de logística, legislação e à tributação. Quanto principalmente no que diz

respeito ao transporte, energia e infraestrutura urbana. A presidente também afirmou que o governo federal lançará o PIL 2 (Programa de Investimento em Logística). “Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação de uma nova carteira de investimentos em logística, energia, infraestrutura social e urbana, combinando investimentos públicos e parcerias privadas”, destacou. Até o fechamento desta edição, no entanto, Dilma ainda não detalhou as iniciativas e nem esclareceu os valores que serão disponibilizados para os projetos.

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Em cerimônia realizada no dia 5 de janeiro, em Brasília (DF), o novo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, garantiu que dará continuidade às obras prioritárias e às concessões de estradas. “Os investimentos em ferrovias e rodovias, que pretendo manter e ampliar, deram grande melhoria à logística de transporte de cargas do país e ofereceram melhores condições para distribuição da produção nacional. Além de derrubar os custos aos mercados, tem diversificado e integrado a malha de transporte brasileira”, enfatizou.

Obras no Rio de Janeiro (RJ)

Estas são as promessas. Espera-se, a partir de agora, que os integrantes do novo governo federal coloquem a mão na massa, pois há muito o que ser feito. ■

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ESPECIAL

PERFIL: NA CERIMÔNIA DE POSSE, ANTONIO CARLOS RODRIGUES DESTACOU QUE SEMPRE ACOMPANHOU AS QUESTÕES DE TRANSPORTES Antonio Carlos Rodrigues é advogado e empresário. Nascido na capital paulista, é casado e tem três filhos e quatro netos.

senador pelo estado de São Paulo, tive a possibilidade de acompanhar de perto questões relacionadas ao Ministério dos Transportes. Sei o quanto esta área é importante e espero poder ampliar esse trabalho que tem conseguido alçar o Brasil a um novo patamar logístico”, afirmou.

Administrativo da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), foi Secretário Adjunto da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, diretor-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) e Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Guarulhos, de onde se afastou para se Na década de 1990, integrou o Conselho candidatar a vereador em São Paulo. ■

Começou sua vida pública em 1978, aos 28 anos, como assistente de diretoria na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nos anos seguintes, exerceu os cargos de Procurador, Secretário Parlamentar, Assessor Parlamentar e Chefe de Gabinete da Presidência na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Em seu primeiro discurso como ministro, Antonio Carlos Rodrigues destacou que, em sua vida profissional e política sempre acompanhou as questões de transportes. “Recentemente, nos dois anos como

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Foi eleito vereador no ano de 2000, sendo reeleito por três vezes consecutivas, em 2004, 2008 e 2012. Fato inédito na história da Câmara Municipal de São Paulo, foi o único vereador a ocupar por quatro vezes consecutivas a Presidência da Casa. Nesse período, chegou a ocupar por quatro vezes o cargo de prefeito da capital paulista. Suplente da senadora Marta Suplicy, assumiu o mandato no Senado de outubro de 2012 a novembro de 2014. Atualmente, é secretário-geral da Direção Nacional do Partido da República (PR).

Antonio Carlos Rodrigues, ministro dos Transportes


MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

MATÉRIA DE CAPA

Presidente Dilma Rousseff

O COMÉRCIO EXTERIOR NO NOVO GOVERNO Conciliação pela competitividade: governo promete incentivos ao comércio exterior e setor produtivo reivindica profundas mudanças para recuperar confiança no País. Por JONAS GONÇALVES

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MATÉRIA DE CAPA O início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff deverá ser marcado por ajustes estruturais, tanto por parte do Governo Federal quanto dos setores produtivos, diretamente interessados em medidas que busquem resgatar a competitividade da economia brasileira, como a tão reivindicada reforma tributária.

dos negócios na indústria e o saldo comercial do primeiro semestre de 2014 trazem um desafio ainda maior para o comércio exterior brasileiro.

A projeção de crescimento desse setor da economia em 2015 é de 4%. Se compararmos a participação brasileira no comércio mundial em 2011, que era de apenas 1,41%, em 2015, poderá ser ainda menor, com De acordo com o presidente previsão de queda para 1,15%”, da Federação das Câmaras de aponta. Comércio Exterior (FCCE), Paulo Marcondes Ferraz, o cenário tende A análise de Ferraz ainda considera a ser permeado por desafios a redução das exportações e importações brasileiras em 2014 crescentes. no comparativo com 2013. No ano “Fatores como as eleições passado, as exportações totalizaram presidenciais, risco de recessão US$ 225,101 bilhões, com retração econômica e atual cenário de 7% em relação a 2013, enquanto inflacionário, bem como a retração as importações somaram US$

229,031 bilhões, com queda anual de 4,4%. “A acirrada concorrência externa e a falta de competitividade da economia brasileira se destacam como fatores relevantes para a redução das exportações de produtos industrializados”, salienta. Em relação às exportações de produtos primários, o presidente da FCCE afirma que a principal causa de redução foi a queda de preços das commodities exportadas pelo Brasil, aliada à desaceleração da economia chinesa. “Quando a China desacelera, o mundo desacelera. Não é culpa apenas do Brasil. Além disso, o baixo crescimento da União Europeia afetou diretamente países exportadores da América Latina, como o Brasil”, diz. Ele ressalta que 19% das exportações brasileiras vão para a União Europeia. Os desafios do atual panorama do comércio exterior podem ser constatados a partir dos números mais recentes da balança comercial brasileira, relativos a 2014, anunciados em janeiro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Pela primeira vez desde 2000, houve déficit (US$ 3,93 bilhões), o maior desde 1998 (US$ 6,623 bilhões). Já em 2013, apesar do superávit de US$ 2,6 bilhões, houve uma queda de 86,8% em relação a 2012, quando o saldo foi positivo em US$ 19,4 bilhões.

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TÂNIA MEINERZ ADVB/RS

MATÉRIA DE CAPA

José Augusto de Castro, presidente da AEB

Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Marteleto Godinho, revelou que a pasta irá anunciar medidas para buscar um resultado positivo neste ano via aumento das exportações. “Trabalhamos com a expectativa de um saldo comercial positivo em 2015. No entanto, julgamos que ainda é cedo para algum exercício numérico”, disse.

considera favorável às exportações. A taxa média em 2014 foi R$ 2,35. Godinho ressalvou, contudo, que a crise na Argentina e o baixo crescimento da União Europeia “não empolgam”.

(US$ 27,1 bilhões), Argentina (US$ 14,3 bilhões), Países Baixos (US$ 13 bilhões) e Japão (US$ 6,7 bilhões). Previsões

A primeira revisão feita pela Os principais países de origem das Associação de Comércio Exterior do importações foram China (US$ 37,3 Brasil (AEB) para a balança comercial bilhões), Estados Unidos (US$ 35,3 em 2015 aponta queda para as bilhões), Argentina (US$ 14,1 bilhões), exportações e importações. Alemanha (US$ 13,8 bilhões) e No cenário internacional, a Nigéria (US$ 9,5 bilhões. Os números estimados são US$ expectativa de crescimento dos 215,360 bilhões para as vendas Estados Unidos poderá favorecer Já os destinos mais frequentes brasileiras no exterior (ante US$ o resultado da balança, além da das exportações brasileiras no 225,101 bilhões em 2014) e US$ previsão de um câmbio de R$ 2,69 acumulado de 2014 foram China 207,220 bilhões para as importações para 2015, taxa que o secretário (US$ 40,6 bilhões), Estados Unidos (foram US$ 229,031 bilhões no ano

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MATÉRIA DE CAPA

O presidente da Entidade disse também que os preços das três principais commodities – minério de ferro, petróleo e soja – continuarão caindo em 2015. “O que muda um pouco é que não há queda no volume exportado”, destacou. No caso do petróleo, em particular, a perspectiva é de que o volume exportado suba em torno de 31%. Castro ressaltou que a queda

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EVERTON AMARO/FIESP

passado). Com isso, a associação de preço internacional é muito estima um superávit de US$ 8,140 acentuada. “Teremos redução da bilhões para a balança. receita desses três produtos. Por isso, no conjunto, as commodities vão ter O presidente da AEB, José Augusto uma queda de 10,2% na receita de de Castro, declarou que a elevação exportação”. Já os manufaturados da taxa de câmbio tornará os subirão um pouco em função da produtos nacionais exportados taxa de câmbio. mais caros, reduzindo a demanda. O mercado espera que haja elevação da Todos esses fatores acentuarão a taxa básica de juros (Selic), definida tendência de queda na participação pelo Comitê de Política Monetária do Brasil nas exportações mundiais, (Copom) do Banco Central e da Taxa depois de alta de 1,41%, em 2011, de Juros de Longo Prazo (TJLP), considerada a maior posição adotada pelo Banco Nacional de nos últimos 50 anos, diz a AEB. Desenvolvimento Econômico e A projeção da associação é que Social (BNDES) em suas operações. essa participação possa ser de, no máximo, 1,15% em 2015. A AEB espera, também, corte de gastos e a suspensão de recursos Reforço para os bancos públicos. “Tudo isso vai significar contração da economia A Câmara de Comércio Exterior e menor demanda”, explicou. Com (Camex), que integra o MDIC, isso, deverá haver uma queda forte necessita de mais investimentos das importações, que vai gerar um por parte do Governo Federal para superávit na balança qualificado melhor defender os interesses das por Castro como negativo, porque empresas brasileiras no âmbito é obtido não por aumento de exportações, mas por queda de importações.

Embaixador Rubens Barbosa

internacional. A posição foi manifestada durante encontro no dia 6 de janeiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que teve a participação da CNI. Na visão do setor industrial, o reforço institucional da Camex poderia evitar medidas contrárias aos interesses do comércio exterior brasileiro nas questões tributária e cambial, que interferem na competitividade. Também foi criticado o fato de que as áreas de transporte e logística não têm assento na Câmara. Um dos efeitos da atual situação é a perda de participação da indústria no PIB, hoje em 15% - o equivalente ao nível de 1947, em parte pela redução da capacidade exportadora da indústria nacional. Segundo o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho


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Diplomacia O Ministério das Relações Exteriores também é parte interessada nas questões comerciais. O novo chanceler do Brasil, Mauro Vieira, anunciou ao assumir o cargo que a atuação da pasta irá se basear na busca por uma ampliação do espaço brasileiro no cenário internacional. “A linha mestra de atuação do Itamaraty (...) será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for possível a captar investimentos”, afirmou. Apesar de reconhecer “permanentes desafios materiais” dos postos brasileiros no exterior, o chanceler cobrou uma diplomacia de resultados, “que se mede com números e se obtém com consciência da missão, ação e engajamento”.

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, uma das sugestões já apresentadas ao Governo é promover a Camex, dando ao órgão o status de ministério ligado ao gabinete da Presidência da República e desvinculando-a do MDIC que, segundo ele, não teria força suficiente para implementar mudanças que alterem a situação atual do comércio exterior brasileiro.

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores Contudo, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, o novo chanceler terá a difícil missão de estabelecer uma boa comunicação com a presidente e aumentar a importância da política externa.

comercial e nós continuamos com uma diplomacia diplomática. As chancelarias do mundo deixaram de cuidar apenas da parte institucional do país para também cuidar da parte comercial, pois tudo hoje são acordos, sejam bilaterais ou Após ganhar prestígio e se expandir multilaterais”, afirma. durante o governo Lula (2003-2010), o ministério teria sido colocado Análises de lado no primeiro mandato de Dilma, perdendo relevância política Em artigos publicados na edição e orçamentária. “O Itamaraty está de novembro/dezembro de 2014 marginalizado no momento. Está da revista Brazilian Business, da subutilizado e muito enfraquecido”, Câmara Americana de Comércio do avalia Oliver Stuenkel, professor de Rio de Janeiro (Amcham Brasil RJRelações Internacionais da Fundação ES), o presidente do Sistema Firjan Getulio Vargas. (Federação das Indústrias do Estado Já o presidente da Associação de do Rio de Janeiro), Eduardo Eugenio Comércio Exterior do Brasil, José Gouvêa Vieira, e o vice-presidente da Augusto de Castro, defende um Confederação Nacional da Indústria Itamaraty mais voltado para o (CNI), Marcos Guerra, traçaram comércio. “Nós sentimos que o perspectivas para o futuro. Ambos mundo hoje tem uma diplomacia relacionaram diversas demandas na

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MATÉRIA DE CAPA pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Balança Comercial Brasileira - Dezembro de 2014 US$ milhões FOB Período

Dias Úteis

EXPORTAÇÃO

IMPORTAÇÃO

Valor

Valor

Média p/dia útil

Média

CORR. COMÉRCIO Valor

p/dia útil

Janeiro

22

16.026

728,5

20.085

913,0

Fevereiro

20

15.934

796,7

18.062

903,1

36.111

SALDO

Média

Valor Média

p/dia útil

p/dia útil

1.641,4 -4.059 -184,5

33.996 1.699,8

-2.128 -106,4

Março

19

17.628

927,8

17.514

921,8

35.142 1.849,6

114

6,0

Abril

20

19.724

986,2

19.215

960,8

38.939

1.947,0

509

25,5

Maio

21

20.752

988,2

20.037

954,1

40.789

1.942,3

715

34,0

Junho

20

20.467 1.023,4

18.107

905,4

38.574

1.928,7

2.360

118,0

Julho

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23.024 1.001,0

21.452

932,7

44.476

1.933,7

1.572

68,3

Agosto

21

20.463

974,4

19.301

919,1

39.764

1.893,5

1.162

55,3

Setembro

22

19.616

891,6

20.557

934,4

40.173 1.826,0

-941

-42,8

Outubro

23

18.330

797,0

19.507

848,1

37.837

1.645,1

-1.177

-51,2

Novembro

20

15.646

782,3

17.996

899,8

33.642

1.682,1 -2.350

-117,5

Dezembro

22

17.491

795,0

17.198

781,7

34.689

1.576,8

Acumulado no ano

253 225.101

889,7 229.031

293

13,3

905,3 454.132 1.795,0 -3.930

-15,5

Fonte: SECEX/MDIC

área de infraestrutura, notadamente “O Panorama Político-Econômico nos segmentos de transporte, no Cenário Pós-Eleitoral”, logística, energia e comunicações. promovido no dia 18 de novembro pela mesma Entidade. Durante o Para Vieira, além de resolver evento, representantes do setor problemas estruturais, o País privado e acadêmicos apresentaram também precisa fortalecer a incertezas e desconfianças para qualificação da mão de obra. Já 2015. Guerra manifestou expectativas sobre o planejamento e a gestão “Está claro que o aprofundamento do Governo Federal. “É tempo de da atual política econômica é realizar reformas e desburocratizar um erro. Essa política chamada as ultrapassadas normas que travam desenvolvimentista gerou pouco o desenvolvimento econômico”, crescimento e inflação no teto. pontuou. Temos um cenário de pleno emprego, mas esse quadro vai Na mesma edição da revista, foi piorar daqui pra frente”, projetou publicado um resumo do debate Fernando de Holanda Barbosa Filho,

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O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, destacou a queda contínua do Índice de Confiança do Empresário Industrial. “Há uma determinada insegurança no meio empresarial. E a pouca previsibilidade sobre a política econômica do governo gera uma baixa confiança e também reduz os investimentos”, afirmou. Prioridades Quando foi eleita pela primeira vez para a Presidência da República, em 2010, Dilma Rousseff definiu como uma de suas principais metas o incentivo ao comércio exterior. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que o Brasil devia assumir um papel de protagonista no contexto internacional. Em termos de política externa, a opção tanto de Lula quanto de Dilma foi privilegiar a relação com os países que integram o Mercosul e também com outras regiões do planeta fora do eixo “EUA-União Europeia”, em especial a África. O contraponto foi apresentado pelo senador Aécio Neves (PSDB), que foi candidato à Presidência em 2014 e disputou o segundo turno contra Dilma. Para ele, que defendeu um


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR

MATÉRIA DE CAPA

Líderes dos BRICS estreitamento das relações com norte-americanos e europeus, o Mercosul deveria ser mais flexível e funcionar “em duas velocidades”, permitindo que o Brasil pudesse estabelecer acordos bilaterais e regionais sem a necessidade da anuência dos parceiros de Mercosul.

que a política externa foi relegada a segundo plano nos primeiros quatro anos do governo de Dilma. Para ele, houve um “deslocamento para uma diplomacia econômica, com maior intensidade em relação ao governo Lula”. Brics

Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo no último mês de outubro, o assessor internacional da Presidência nas gestões de Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia, rejeitou a ideia de flexibilização do Mercosul, dizendo que não se pode querer a dissolução de uma política de integração regional devido a crises, referindo-se principalmente à atual situação econômica da Argentina.

O bloco formado pelos principais países emergentes da atualidade – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – conhecido pela sigla “Brics”, teve o encontro de cúpula mais recente promovido em julho de 2014, na cidade de Fortaleza (CE). Houve avanço na constituição do Banco de Desenvolvimento dos Brics, que terá sede em Xangai (China) e, como presidente, um Garcia também repudiou a tese de representante indiano.

Porém, turbulências provenientes da crise econômica mundial de 2008, ainda não totalmente solucionadas, podem atrapalhar os planos do bloco. Outras questões, como problemas políticos e instabilidade da moeda russa (o rublo), também são consideradas obstáculos relevantes. Professor de Ciências Sociais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Francisco Américo Cassano acredita que, devido ao novo cenário mundial, com a crise da Rússia e a mudança de postura dos Estados Unidos em relação a Cuba, ainda é cedo para avaliar se o banco do Brics deslanchará no curto prazo. “Algumas variáveis aconteceram nesse intervalo de tempo, entre a criação do banco e o encerramento

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MATÉRIA DE CAPA do ano. O fato de os Estados Unidos ter se aproximado de Cuba e a economia brasileira ter apresentado sinais decepcionantes pode significar que as coisas nesse sentido devem ficar um pouco acomodadas”, disse, em entrevista.

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Cassano defende uma revisão na política externa brasileira ante a nova realidade. Para ele, o Brasil deve ter uma melhor relação com os países desenvolvidos e ser menos dependente do comércio com a China e nações menos desenvolvidas. No entanto, quando defende a mudança, diz que esta não Joaquim Levy, ministro da Fazenda significaria uma ruptura com os países do Mercosul. Ao mesmo da Escola de Administração tempo, acredita que o Brasil terá de se aproximar mais da União de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (EAESP/ Europeia. FGV). Em artigo publicado no último mês de dezembro pelo Novos tempos jornal Valor Econômico, ele prevê Com uma equipe econômica que os próximos dois anos serão renovada, agora liderada pelos fundamentais para que, em 2017, ministros Joaquim Levy (Fazenda) o Brasil possa ter a economia e Nelson Barbosa (Planejamento), reequilibrada. além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (BC), Segundo reportagem assinada Dilma deverá priorizar a correção por Assis Moreira, publicada em de erros cometidos no primeiro dezembro de 2014 pelo mesmo mandato, visando principalmente jornal, a expectativa por mudanças ajustar a política fiscal e manter a na política comercial brasileira com as alterações no ministério em setoresinflação controlada. chave – a exemplo da Agricultura, Esta é a síntese da análise feita pasta agora liderada pela senadora por Ernesto Lozardo, professor Kátia Abreu (PMDB-TO), ligada ao

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agronegócio, é considerada animadora por muitos que acompanham e analisam o cenário econômico. O texto ressalta que alterações de rumo são reivindicadas tanto pelo setor privado quanto pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que veem o Brasil cada vez mais distante das cadeias globais de valor, responsáveis pelo aumento da produtividade graças à transferência de tecnologia e de conhecimento, o que resulta em mais exportações com valor agregado. Dois representantes da Confederação Nacional da Indústria, Diego Bonomo (gerente executivo de comércio exterior) e Constanza Negri Biasutti (assessora sênior), atestaram em outro artigo publicado em dezembro, também no Valor, que o Brasil precisa passar por três mudanças imediatas: de visão, passando a adotar uma política comercial voltada para as empresas; de instituições, com uma reforma da organização institucional do comércio exterior brasileiro; e de postura em negociações internacionais, abandonando uma visão “soberanista” em relação aos acordos comerciais, sendo mais flexível para viabilizar a inserção da produção do País no mercado internacional. ■


MATÉRIA DE CAPA

PERFIL: ARMANDO MONTEIRO NETO, NOVO MINISTRO DO MDIC, TEM APROVAÇÃO DO SETOR PRIVADO O novo titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro Neto, é senador pelo PTB de Pernambuco.

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Antes de chegar ao Senado, exerceu três mandatos como deputado federal, tendo sido eleito pela primeira vez em 1998 pelo PMDB. Os dois mandatos seguintes, conquistados nas disputas eleitorais de 2002 e 2006, foram exercidos pelo PTB, partido ao qual o parlamentar se filiou

em 2003. Nas eleições de 2010, foi eleito em chapa liderada pelo então governador reeleito Eduardo Campos (PSB). Além disso, foi candidato a governador de Pernambuco nas eleições de 2014 pelo PTB e obteve o segundo lugar na disputa, com 1.373.237 votos – o equivalente a 31,07%.

a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 2002 e 2010 e dirigiu também o conselho de administração do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Antes de chegar à CNI, Monteiro Neto foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e diretor regional do Senai e Sesi, além de Administrador de empresas e ter comandado o Sindicato das Indústrias advogado de 62 anos, o parlamentar é Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais empresário do setor industrial. Presidiu Elétricos de Pernambuco (Simmepe).

Armando Monteiro Neto, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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MATÉRIA DE CAPA O ministro nasceu em Recife, em 1952. É filho do empresário e ex-ministro da Agricultura Armando de Queiroz Monteiro Filho e neto de Agamenon Magalhães, que foi governador de Pernambuco, deputado federal e ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo de Getulio Vargas. É casado com Mônica Guimarães e pai de quatro filhos.

ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL

Ao tomar posse no início do ano como novo titular do MDIC, Monteiro apresentou os pilares da política que irá conduzir à frente da pasta. “Construir um ambiente econômico e institucional alinhado com as melhores referências internacionais é fundamental para Robson Braga de Andrade, presidente da CNI que possamos nos expor e competir em uma economia mundial cada vez mais integrada”, destacou. sistema tributário complexo e oneroso, uma interlocução fácil com o Congresso. deficiências na capacitação do capital É um senador respeitado pelos seus pares Segundo Monteiro, “o desafio central humano e na qualidade da infraestrutura, e certamente poderá contribuir com a é promover a competitividade, o que além de um excesso de regulamentações presidente Dilma Rousseff”, disse. significa reduzir custos sistêmicos e elevar e procedimentos burocráticos que a produtividade”. desestimulam o desenvolvimento da A aprovação é compartilhada pelo presidente da Associação Brasileira da atividade produtiva. Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), O novo ministro resumiu suas políticas em Humberto Barbato. Para ele, o novo cinco eixos: reformas microeconômicas Respaldo ministro, como ex-presidente da CNI, tem com baixo impacto fiscal; política de comércio exterior mais ativa que produza A Confederação Nacional da Indústria profundo conhecimento das dificuldades a ampliação dos acordos comerciais com (CNI) elogiou a indicação de Armando que a indústria enfrenta e as causas que parceiros estratégicos e que permita Monteiro Neto para o MDIC. Por meio têm levado o País para um quadro crítico maior inserção nas cadeias globais de de nota, a entidade avaliou que a escolha de desindustrialização. valor; incentivo ao investimento e à vai fortalecer o diálogo do setor produtivo Barbato destaca ainda que, em renovação do parque fabril; arranjo com o governo. suas primeiras declarações, o novo institucional que favoreça e estimule a inovação; e aperfeiçoamento do sistema Para o presidente da confederação, ministro já sinaliza para a busca em de governança que irá gerir a agenda da Robson Braga de Andrade, “o senador solucionar problemas sensíveis como a competitividade. conhece muito bem a indústria brasileira complexidade tributária, como forma de e os setores de serviços e comércio. Tem um destravar investimentos e as exportações. Por outro lado, Monteiro lembrou que o bom conhecimento do desenvolvimento e “Ele está sintonizado com a agenda de Brasil ainda possui elevados custos, um das necessidades dos setores produtivos e competitividade da indústria”, diz. ■

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SERVIÇOS

AS FACILIDADES DO EXPORTA FÁCIL Para facilitar o acesso de empresas de pequeno, médio e grande portes ao mercado externo, os Correios oferecem o Exporta Fácil, um serviço de remessa internacional que envia mercadorias para 215 países até o limite de US$ 50 mil.

DIVULGAÇÃO

“O Exporta Fácil, como o seu próprio nome indica, caracteriza-se por facilitar o envio de remessas postais ao exterior. O serviço é resultado de uma parceria entre os Correios, Ricardo Mota da Costa, a Receita Federal, o Banco Central, dos Correios o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e outros órgãos do setor”, explica disponham de autoridades Ricardo Mota da Costa, gerente alfandegárias para liberar as de Operações e Negócios remessas. Internacionais dos Correios. “Com o Exporta Fácil, o cliente Todo o processo é feito com base contrata a logística postal de sua na Declaração Simplificada de mercadoria até o país de destino e Exportação (DSE), criada pelo os Correios cuidam do registro da governo em 1999, para incentivar operação no Sistema de Comércio o pequeno exportador e abrir as Exterior (SISCOMEX), da Receita portas do mercado internacional Federal. Os clientes que utilizam para novas empresas.

o serviço não precisam obter, antecipadamente, o registro de Importador / Exportador, nem aguardar a emissão da DSE. Todos esses serviços são oferecidos sem custos adicionais ou burocracia, possibilitando ao exportador se preocupar, principalmente, da negociação comercial com o seu comprador e o preenchimento de documentos básicos que acompanham a mercadoria”, exemplifica o gerente. Não há restrições de quantidade de pacotes, desde que, individualmente, não ultrapassem 30 quilos. Basta preencher um único formulário de exportação, disponível, inclusive na internet, e entregar o documento em uma das 4.400 agências habilitadas em todo o Brasil. Segundo Mota, desde a criação do serviço, em 2000, mais de 11 mil empresas se utilizaram do Exporta Fácil para exportar e vender cerca

Os Correios cuidam de do desembaraço alfandegário no Brasil, com a emissão do Certificado de Exportação, que retorna ao exportador em qualquer lugar do País, ou seja, ele não precisa se deslocar até as cidades que

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SERVIÇOS

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de 2,5 milhões de encomendas, no e outros produtos das indústrias valor de US$ 2,4 bilhões. gráficas; produtos farmacêuticos; instrumentos musicais; brinquedos, “Cabe destacar que o Exporta jogos e artigos esportivos e Fácil tem incentivado e facilitado mobiliário médico-cirúrgicos, entre às micro e pequenas empresas o outros. ingresso no comércio exterior, dada a simplicidade, preços acessíveis e Para 2015, os Correios têm capilaridade dos Correios”, ressalta. expectativa de crescimento nas exportações através do serviço. Em 2014, por exemplo, foram “Os Correios intensificarão as importados instrumentos de óptica, ações do Exporta Fácil junto às de fotografia, de medidas, médicos- micro e pequenas, com o objetivo cirúrgicos; vestuários e acessórios; de aumentar a participação desse artefatos de joalherias, metais segmento no mercado exportador”, preciosos e bijuterias; livros, jornais conta Mota.

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Parceria com a FCCE A Federação das Câmaras de Comércio Exterior, inclusive, é parceira dos Correios. “A parceria tem como objetivo potencializar o conhecimento e o incremento às exportações brasileiras, auxiliando a identificação de mercados importadores de produtos brasileiros e disponibilizando o suporte por meio de consultoria técnica em comércio exterior dos Correios”, finaliza Mota. Confira mais informações no site dos Correios: www.correios.com.br. ■


CÂMARA EM DESTAQUE

OS 103 ANOS DA CÂMARA PORTUGUESA Criada em 11 de setembro de 1911, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro é a mais antiga representação de Portugal no mundo, sendo a primeira instituição do gênero fora do país. Presidida pelo advogado Ricardo E. Vieira Coelho, a Entidade tem em sua diretoria gestores reconhecidos de grandes companhias luso-brasileiras.

DIVULGAÇÃO

Com a função de auxiliar no estreitamento das relações econômicas entre Portugal e o Rio de Janeiro, o órgão, um dos mais antigos filiados da FCCE, se apoia nos fatores que aproximam os dois povos, como o idioma, a cultura e a própria histórica.

Ricardo E. Vieira Coelho, presidente da Câmara

econômicas, políticas e sociais, o Brasil ganha uma posição ascendente na economia mundial e Portugal reavalia o relacionamento com o parceiro de sempre, hoje mais poderoso, mais moderno e exigente. Na esteira das mudanças que sacodem economias mundo afora, a Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro vem ganhando contornos que refletem a diferença do perfil dos negócios atuais e do passado”, A Câmara Portuguesa, destaca Coelho. associação civil, sem fins lucrativos “Pretendemos produzir e traçar e de direito privado, desígnios comuns, uma plataforma apoia a realização de de cooperação de modernização negócios internacionais, do que é o novo Portugal, um aproximando empresas Portugal moderno, que clama que buscam uma por uma inserção competitiva no inserção competitiva no cenário mundial, junto a um Brasil mundo global. “Neste mais competitivo, mais poderoso século de globalização, e com um destaque enorme no de transformações crescimento global”, completa.

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DIVULGAÇÃO

CÂMARA EM DESTAQUE

Luiz Fernando Pezão (governador do Rio), Nuno Bello (cônsul de Portugal) e Ricardo Coelho

Em setembro, a Câmara Portuguesa comemorou seus 103 anos de fundação com um jantar para empresários, personalidades e autoridades no Palácio São Clemente, em Botafogo. A noite contou com um bloco de homenagens promovidas pela Câmara a empresários e personalidades que se destacaram no incremento das relações bilaterais em 2013. Foram distinguidos o Grupo Rui Costa, como empresa do ano, assim como a Martifer, a Domingues e Pinho Contadores, a Arte Convencional e o evento Rio Vinhos Portugal. Além de participar ativamente dos negócios entre Brasil e Portugal,

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a Câmara Portuguesa também comércio entre Portugal e o Brasil promove eventos, palestras e ações terminou 2014 acima da marca de culturais. US$ 2 bilhões, ultrapassando o valor de US$ 1,94 bilhão obtido no ano Uma delas já está se tornando anterior. tradição: trata-se do concurso O Melhor Bolo-Rei do Rio de Janeiro. O melhor ano no comércio lusobrasileiro foi 2011, com trocas no A quarta edição, promovida em valor de US$ 2,9 bilhões. dezembro, teve uma acirrada disputa, vencida pela confeitaria Presente na posse da presidente Doces do Eurico. O evento tem apoio Dilma Rousseff, o vice-primeirodo Consulado Geral de Portugal no ministro de Portugal, Paulo Portas, Rio de Janeiro, da Confeitaria Deli também foi recebido pelo viceDelícia e da Humaitá Louças. presidente brasileiro, Michel Temer. No encontro, ambos falaram das Fortalecimento das relações relações comerciais e da cooperação entre os dois países. “O ano de 2015 De acordo com dados do Ministério será bom para fortalecer ainda mais do Desenvolvimento, Indústria as relações Brasil-Portugal”, declarou e Comércio Exterior (MDIC), o Portas. ■


CÂMARA EM DESTAQUE

CÂMARA ITALIANA: MAIS UM AN0 DE DESTAQUE Fundada em 1950 e oficialmente reconhecida pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico Italiano, a Câmara Italiana do Rio de Janeiro é um ente privado sem fins lucrativos, cujas atividades dependem da estrutura dos próprios associados e da qualidade dos serviços oferecidos.

da Itália e 75 (assocamerestero) presentes em 50 países. Desde 2000, a Câmara é certificada ISO 9001 – inclusive foi a primeira fora da Europa a obter tal certificação. Em 2009, foi recertificada na ISO 9001 – 2008.

A sede da Câmara Italiana do Rio de Janeiro tem sede no centro da cidade A Câmara faz parte de uma grande do Rio de Janeiro, no moderno rede de câmaras italianas no mundo, prédio da Federação das Indústrias sendo 105 (unioncamere) dentro do Rio de Janeiro (FIRJAN), no CIN

(Centro Internacional de Negócios), projeto conjunto da própria FIRJAN e do SEBRAE-RJ. O escritório da Câmara usufrui uma localização privilegiada, que lhe proporciona um significativo intercâmbio de dados e facilita a participação conjunta em projetos e eventos. “A nossa missão é ser a instituiçãoponte entre Brasil e Itália, a interface para entrar no mercado brasileiro, conhecer as numerosas possibilidades de investimento e de negócios e promover o negócio e o intercâmbio comercial entre ambos os países”, destaca o presidente da Câmara, Pietro Domenica Petraglia.

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Entre as atividades da Câmara está a promoção da exportação de produtos brasileiros na Itália e a importação de produtos italianos no Brasil, apoio nos procedimentos de importação, cálculo de impostos e obrigações aduaneiras.

Pietro Domenico Petraglia, presidente da Câmara

Elaboração de pesquisas de mercado para identificar as melhores oportunidades setoriais, apoio a participação em concorrências e licitações internacionais, informações financeiras sobre empresas e sociedades, além de serviços de intérprete e tradução.

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CÂMARA EM DESTAQUE Confraternização No dia 18 de dezembro foi realizado o jantar de confraternização de fim de ano da Câmara, no restaurante Gabbiano al Mare, localizado no Hotel Sol Ipanema.

A Câmara também identifica potenciais parceiros para a formação de joint-ventures, intercâmbio tecnológico, de know-how e dos mais diversos acordos de cooperação comercial e organização de agendas de encontros comerciais in loco. Participação nas mais importantes feiras e manifestações no Brasil e na Itália, e organização de missões

comerciais e institucionais em ambos os países, bem como organização de encontros B2B. E a realização de atividades promocionais, eventos, workshops e encontros para sócios e clientes, dando a eles a oportunidade de estabelecer contatos com a comunidade de negócios internacionais no Rio de Janeiro.

O chef Romano Fontanive assinou o cardápio 100% italiano e o jantar contou com o patrocínio da TheWine.com, que apresentou o Dolcetto Piemonte DOC Ricossa para o brinde de comemoração a mais um ano de atividades bem sucedidas em prol da aproximação comercial entre Brasil e Itália. O jantar contou com a presença de mais de 60 convidados, dentre eles o Subsecretário de Relações Internacionais da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Pedro Spadale, o Cônsul Geral da Itália no Rio de Janeiro, Mario Panaro, o Presidente da Câmara, Pietro Petraglia, os VicePresidentes, Alessandro Barillà e Raffaele Di Luca, demais associados e membros da Câmara.

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O jantar foi o momento para relembrar importantes parcerias realizadas no ano de 2014 e o apoio à Expo Milano 2015, por meio do Italian Quality Experience, um projeto institucional idealizado pelas Câmaras de Comércio para apresentar, de modo eficaz, a excelência italiana em nível internacional. ■ Jantar de confraternização

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ARTIGO

COMÉRCIO EXTERIOR E DESENVOLVIMENTO POR EMBAIXADOR JOSÉ BOTAFOGO GONÇALVES Dentro da lógica mercantilista, que há séculos predomina no Brasil como princípio básico do comércio exterior, as exportações brasileiras são importantes na medida em que

elas promovem saldos na balança comercial, com os quais o país financia seus projetos internos, seja de investimentos, seja de consumo. Saldos na balança comercial implicam aritmeticamente que as exportações tenham que ter, em valor, superado as importações.

Lógica simples e aparentemente irretocável. Infelizmente, a busca pura e simples de saldos comerciais negligencia ou ignora outros elementos da estrutura exportadora, cuja natureza e alcance ultrapassam o objetivo aritmético simples de acumular saldos. Refiro-me a questões como eficiência produtiva, cadeias globais e agregação de valor, logística eficiente, encargos tributários, burocráticos e trabalhistas que oneram o produto final. Em outras palavras, a simples acumulação de saldos não garante a obtenção de competitividade internacional dos produtos brasileiros.

EBC

Outra grave questão, não abordada pelo simplismo mercantilista, é o de ignorar a proporção do comércio exterior brasileiro com o comércio mundial. Nos seus melhores anos, o comércio exterior brasileiro não ultrapassava a marca de 1,3% a 1,4% do comércio mundial.

EmbaixadorJosé Botafogo Gonçalves é presidente do Conselho Superior da FCCE

Se projetarmos dobrar a participação do Brasil para 2,6% do comércio mundial, meta exequível e até modesta, o Brasil ganhará

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ARTIGO mais flexibilidade na fixação de e consequentemente, no comércio suas metas de acumular saldos na e na tecnologia, o único modo de balança comercial. recuperar esse atraso secular é o de proceder a um ambicioso programa Façamos uma simulação simples. de importação de bens e serviços de Dentro de um comércio exterior conteúdo científico e tecnológico global de 500 bilhões de dólares, superior ao do que hoje se obtém se o país acumular 250 bilhões de de fontes internas. saldo, este valor corresponde a 50% do comércio total. Não é tarefa fácil. Claro está, que nada justifica a Já com um comércio global de 1 não adoção de rigoroso programa trilhão, acumular um saldo de 300 de criação autóctone de ciência bilhões, ou seja 20% maior, este valor e tecnologia. Infelizmente, os só representará 33% do comércio resultados tardam a chegar. No global, situação mais politicamente entretempo, é necessário encontrar palatável para os nossos principais atalhos institucionais que acelerem o parceiros comerciais. componente de ciência e tecnologia na produção nacional, seja a de bens A minha sugestão é que se mude industriais e agrícolas, como a de o enfoque cultural com relação às serviços. importações. Gregos e troianos, direitistas e esquerdistas, ortodoxos Fica evidente de que o melhor e heterodoxos, funcionários caminho é o de negociar com os públicos e empresários, sempre nossos parceiros mais dinâmicos, consideraram as importações como acordos comerciais pelos quais, um mal necessário. em troca de melhor acesso ao nosso mercado de bens e serviços, Protecionismo, ganancia fiscal, tenhamos, em contrapartida, acesso desenvolvimentismo nacionalista – aos mercados consumidores de como se o Brasil não fizesse parte nossos produtos tradicionais de do mundo –, todos, ou quase importação. A política seria a de todos, víamos as importações como garantir acesso ao produto de maior ameaças ao emprego, à indústria, valor agregado a fim de que o Brasil à agricultura e até mesmo à deixe de ser apenas um dinâmico soberania nacional, com frequência exportador de “commodities”, confundida com o dúbio conceito sejam agrícolas como minerais. de autarquia. Ao contrário do que se pensa, as importações têm um Deixo, para o final, a afirmação valor altamente revolucionário e que certamente será vista como modernizador. Em um país que contraditória ou falsa, embora, acumulou, por séculos, atrasos na verdade, seja absolutamente quase irrecuperáveis na educação correta. Aumentar a percentagem

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das importações no comércio exterior global do Brasil terá, como consequência, uma geração adicional relevante de empregos no país, tanto na área produtiva como na área de serviços. As importações barateiam a cadeia produtiva brasileira, tornam o produto brasileiro menos caro do que o importado e desestimula os gastos de brasileiros nas suas viagens ao exterior. Creio que em 2014, os brasileiros gastaram 24 bilhões de dólares em suas viagens ao exterior Todos nós sabemos que boa parte dessas despesas se refere à compra de roupas e produtos eletrônicos que, hoje no Brasil são tão caros, que as compras em Miami, New York ou Paris acabam se tornando um bom negócio financeiro. Paradoxalmente, o Brasil é um grande criador de empregos na Flórida ou em New York! Concluo este texto dando meus parabéns à Federação da Câmara de Comércio Exterior do Brasil, que está promovendo a criação, no Congresso Brasileiro, de uma bancada de comércio exterior. É imprescindível que o Congresso Brasileiro se debruce sobre este assunto e promova uma modernização da legislação brasileira na área de comércio exterior. É preciso acabar com a grotesca distorção de definir o Brasil como gigante emergente na economia mundial e anão raquítico no comércio exterior. ■


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ESTILO DE VIDA // GASTRONOMIA

A ESCALADA DAS CERVEJAS ARTESANAIS Atualmente existem centenas de marcas à disposição do público brasileiro, de diferentes tipos, desde leves e suaves até aquelas com intenso amargor. Por THELL DE CASTRO

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Cervejas artesanais – também conhecidas como gourmets ou especiais. Se você ainda não experimentou, deverá conhecê-las em breve. E, se gosta de cervejas diferenciadas, vai adorar. Ao contrário do que acontecia até pouco tempo atrás, atualmente existem centenas de marcas à disposição do público brasileiro, de diferentes tipos, desde leves e suaves até aquelas com intenso amargor. Primeiro surgiram marcas como DaDo Bier, Baden Baden e Eisenbahn. Agora, além destas consagradas, o público está cada vez mais familiarizado com nomes como Colorado, Bamberg, Backer e Amazon Beer, entre muitas outras, além das inúmeras marcas estrangeiras que chegam a cada dia. De acordo com dados da Associação Brasileira das Microcervejarias, são estimados entre 300 e 350 produtores nacionais, que, anualmente, produzem 200 milhões de litros e faturam mais de R$ 2 bilhões.

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Este número ainda é pequeno se comparado ao que acontece nos Estados Unidos. Populares por lá desde a década de 1980, atualmente são cerca de 3.200 fabricantes, com estimativa de chegar a 5.000 até o final de 2015. O faturamento estimado foi de US$ 14,3 bilhões em 2014. Mas as microcervejarias brasileiras crescem a cada dia. A Cervejaria Colorado, do carioca Marcelo Carneiro da Rocha, é um bom exemplo disso. Em 1995, ele montou sua própria empresa na capital do chope – leia-se Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde produz, desde então, quatro tipos de chopes e cervejas gourmet, todos com toques marcantes de brasilidade, como mandioca, mel, rapadura e café. O empresário explica que as pequenas cervejarias podem mais facilmente se devotar a estilos clássicos, bem como também à invenção de novos estilos de cervejas. “Enquanto as populares assemelham-se em sabor, aroma e cor, as especiais diferenciamse por sua liberdade de estilo,


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Rodrigo Silveira, da Invicta receita personalizada e qualidade das matérias-primas”. Fora os ingredientes da receita básica da cerveja, que leva malte, levedura, lúpulo e água, as microcervejarias arriscam saborosas combinações com ervas, frutas, outros cereais e especiarias, além de poderem diferenciar-se em tempo de cozimento, nível de fermentação e produção de um alimento mais natural, sem conservantes. Também de Ribeirão Preto vem a Invicta, cujo sócio proprietário e mestre-cervejeiro é Rodrigo Silveira, que, antes da empreitada, passou mais de 13 anos ganhando

experiência em renomadas cervejarias do interior do Estado. “Em agosto de 2011, junto com meu sócio Ismael Silva, resolvemos investir os conhecimentos em algo meu, criando a Invicta”, explica. Silveira também é vice-presidente da América Latina na Associação Global dos Cervejeiros Artesanais e está promovendo cursos na área, como sommelier e mestrecervejeiro, entre outros. “Buscamos sempre inovar em nossas receitas, trazendo ingredientes incomuns ou mesmo utilizando outros de forma inusitada, que podem dar uma nova característica ao estilo. A recém-lançada Damiana, por exemplo, utiliza uma flor com características afrodisíacas. A ideia é realmente mostrar que existem várias formas de se produzir e degustar cerveja”, explica. Direto do Pará Bons exemplos chegam de todo o Brasil. A Amazon Beer foi fundada em 2000, em Belém (PA), e é dirigida por Caio Guimarães. Atualmente vende cerca de 30 mil litros por

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mês. Em junho de 2011, lançou sua linha de cervejas em garrafa, sempre focando em produtos com ingredientes selvagens da Amazônia.

desafio está em atingirmos preços competitivos dentro e fora do País. Existe demanda externa, mas faltam incentivos internos”, resume Franzini.

A Amazon Beer já foi eleita a cervejaria do ano pela revista Prazeres da Mesa e suas marcas já ganharam diversos prêmios, inclusive de melhor cerveja do Brasil (Stout Açaí). Atualmente, produz sete estilos diferentes, com ingredientes como bacuri, taperebá, priprioca, cumaru e açaí, entre outros. “Criamos cervejas com identidade própria, sempre utilizando ingredientes selvagens da floresta amazônica. O resultado são produtos únicos, que aguçam o paladar dos nossos apreciadores”, explica Guimarães.

A Amazon Beer está se movimentando. “Ainda não exportamos, mas licenciamos a marca para a produção de nossas cervejas na Inglaterra, visando maior competitividade no mercado europeu. Acreditamos que nosso nome gere interesse mundial pelas cervejas, principalmente pelo foco na matéria-prima selvagem. Nosso plano é expandir negócios para, além da Europa, o Japão e os EUA”, conta. ■

O comércio exterior também está na pauta das microcervejarias. Desde 2013, a Colorado exporta várias de suas cervejas para a França, Estados Unidos, Nova Zelândia e Canadá. “Os principais rótulos vendidos para o exterior são Vixnu, Berthô e Guanabara. Nosso maior

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Mercado externo

Caio Guimarães, da Amazon


ESTILO DE VIDA // VEÍCULOS

LANÇADO VEÍCULO MOVIDO A HIDROGÊNIO A Toyota lançou recentemente o Mirai no mercado japonês. Trata-se do primeiro veículo híbrido movido a hidrogênio produzido em larga escala. O veículo marca o início de uma nova era, trazendo um carro com zero emissão de gases poluentes na atmosfera, como o CO2, liberando apenas água ou vapor d’água. Utiliza hidrogênio como combustível para gerar energia elétrica ao motor.

a gasolina, tecnologia embarcada de última geração, alto nível de segurança e ainda pode servir como gerador em causa de falta ou corte de energia. Funcionamento

O veículo capta o oxigênio da atmosfera através de sua entrada de ar frontal e o leva até esta estação, para onde o hidrogênio contido nos dois tanques também é direcionado. Dentro dela, a célula combustível divide o hidrogênio em duas moléculas, gerando uma carga elétrica. Ao mesmo tempo, o oxigênio se une às células de hidrogênio, formando água. A

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O Mirai possui um motor elétrico, uma bateria, dois tanques de hidrogênio de alta pressão, com capacidade máxima de 70 Mpa, um conversor elevador de tensão, O mais novo veículo híbrido da uma central de comando e a célula Toyota apresenta design moderno, combustível a hidrogênio – uma performance de um carro movido estação localizada no centro do

assoalho do veículo. É dentro desta estação onde ocorre a reação química para colocá-lo em movimento.

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ESTILO DE VIDA // VEÍCULOS

energia elétrica é direcionada ao conversor, que alimenta o motor do Mirai, e a água é expelida pela válvula de escape. O motor também é alimentado diretamente pela bateria, recarregada por energia cinética gerada pela desaceleração e frenagem do automóvel. Possui dois tanques de hidrogênio com autonomia para rodar 650 quilômetros sem necessidade de reabastecimento. Desempenho e design A alta aceleração da célula combustível da Toyota, combinado a um controle de energia da bateria, acionam o motor elétrico e garantem uma capacidade de resposta poderosa em todas as

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velocidades. Isso proporciona um gradeados à esquerda e à direita aumento imediato de torque na que forçam para dentro o ar para primeira pisada no acelerador. a obtenção de oxigênio e para a refrigeração do sistema de células A estabilidade e o conforto de combustíveis. condução são destacados por conta do posicionamento da célula O perfil elegante da lateral evoca a combustível e dos tanques de forma fluida de uma gota d’água hidrogênio de alta pressão sob o para expressar a característica do assoalho, atingindo um baixo centro veículo de aspirar o ar e devolver de gravidade, com distribuição água. Os trilhos laterais do teto e o de peso superior na traseira e capô parecem saltar do corpo do frente do veículo. A aerodinâmica veículo, para criar a impressão de um da carroceria ajuda a reduzir a carro rebaixado e, ao mesmo tempo, resistência do vento, contribuindo comunicar uma sensação futurista. para a melhoria da eficiência de A traseira do veículo apresenta combustível e estabilidade de um perfil arrojado. O formato condução. trapezoidal se estende da guarnição da placa até a parte inferior dos Uma nova técnica foi empregada cantos do parachoque e segue em no design frontal para enfatizar os direção às rodas. ■


ESTILO DE VIDA // SAÚDE AVC: 100 MIL MORTES POR ANO NO BRASIL

O AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, pode se caracterizar pelo surgimento de um quadro neurológico súbito causado por um entupimento ou pela interrupção do fluxo do sangue nas artérias do sistema nervoso central, podendo ser provocada pela formação de um coágulo. Esse, o mais comum, é chamado de isquêmico e representa 85% dos casos.

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As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 300 mil óbitos por ano no Brasil – esse número representa uma morte a cada dois minutos. Dentre as mais frequentes estão o infarto e o AVC, sendo este segundo responsável por 100 mil mortes anualmente, de acordo com estatísticas do Ministério da Saúde.

físicas regularmente, optar por uma alimentação balanceada, controlar o peso, não fumar e evitar o consumo excessivo de bebidas alcóolicas ajuda a se manter saudável e longe do AVC”, alerta o especialista. Sinais, causas e tratamento

consegue levantar os dois braços, e, finalmente, pedir para repetir uma frase e identificar se há alguma diferença na fala, se está enrolada ou arrastada. Caso alguns desses sinais sejam notados, a orientação é que se deve procurar um médico imediatamente.

Outro tipo, menos frequente, é o hemorrágico, que acontece devido ao rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo. A falta ou restrição de sangue pode provocar lesão ou morte celular, assim como danos nas funções neurológicas.

O AVC pode apresentar alguns sinais de alerta, como fraqueza ou formigamento de um lado do corpo, na face, braço ou perna, confusão ou variação na fala ou compreensão, alteração de equilíbrio e coordenação e dor de cabeça súbita, sem causa aparente.

Além de hábitos como tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e sedentarismo, as principais causas para o desenvolvimento de um AVC são a hipertensão arterial e a fibrilação atrial (mais conhecida como arritmia).

O supervisor do setor de cardiologia clínica do Hospital do Coração (HCor), Dr. Ricardo Pavanello, afirma que a doença é a principal causa de incapacidade no mundo e que a incidência do AVC é maior que a do infarto em populações menos favorecidas. “Praticar atividades

Para saber se uma pessoa está sofrendo um AVC, a World Stroke Organization (WSO), Organização Mundial de Derrame, recomenda uma avaliação que consiste em três passos simples e rápidos: basta pedir para a pessoa sorrir e observar se o sorriso está torto, depois verificar se

Para tratar a arritmia, uma das recomendações médicas é a cardioversão (por meio de remédios ou choque) e, para a prevenção da formação de coágulos, uma das terapias que pode auxiliar o paciente é o uso do anticoagulante rivaroxabana. ■

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ESTILO DE VIDA // LIVROS

PAULO DE DEUS/DIVULGAÇÃO

GUIA BONI & AMARAL - O RIO É UMA FESTA! Depois de uma volta ao mundo com o Guia dos guias, agora a conversa é nas mesas dos bares e restaurantes do Rio de Janeiro. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) e Ricardo Amaral batem um papo sobre o que mais os encantam na gastronomia carioca ao dar uma visão que ninguém tem: da intimidade com a cidade, a de quem viu a evolução de nossa culinária e seu paralelo com o que acontece lá fora. E também a de quem acompanha, passo a passo (e garfo a garfo), o surgimento de todos esses restaurantes, suas tradições e suas tendências.

Ricardo Amaral e Boni

REINVENTANDO O CAPITALISMO DE ESTADO (Portfolio Penguin, Aldo Musacchio e Sergio G. Lazzarini) A onda de liberalização que varreu os mercados nas décadas de 1980 e 1990 afetou as maneiras como os governos gerenciam as suas economias. Dentro desse contexto, o livro analisa a ascensão de uma nova espécie de capitalismo de Estado em que os governos interagem com os investidores privados e,

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muitas vezes, usam sua influência para auxiliar setores ou empresas de olho em dividendos políticos. Entre os exemplos estudados estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras e a Vale. A ECONOMIA DA DESIGUALIDADE (Intrínseca, Thomas Piketty) A desigualdade é consequência da concentração do capital? O sistema tributário moderno é capaz de promover a redistribuição de renda ou é preciso uma grande reforma? O livro A Economia

da Desigualdade demonstra que o antagonismo esquerda/ direita do debate político não discorda necessariamente em suas noções de justiça social, mas sim nos mecanismos econômicos que produzem a desigualdade e em como minorá-la. Em edição atualizada, incluindo gráficos e tabelas, o livro é mais uma aula de Piketty sobre a natureza da distribuição de renda e o cenário econômico mundial.


CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS À FCCE Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Vicente Guilhermelli Rua da Assembléia, 77, 3 e 8 andares, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20011-001 Fone: 55 (21) 2242-3131 Fax: 55 (21) 2242-5535 E-mails: secretaria@caerj.org.br comercioexterior@caerj.org.br falecom@caerj.org.br Site: www.caerj.org.br ÁFRICA Câmara de Comércio Afro-Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Rui Mucaje Rua XV de Novembro, 200, 11 andar, Conj. C São Paulo - SP Cep: 01013-000 Fone: 55 (11) 3101-8162 / 3104-3449 Fax: 55 (11) 3106-6156 E-mails: afrochamber@uol.com.br afrochamber@afrochamber.org Site: www.afrochamber.org Câmara de Comércio do Brasil e República Democrática do Congo Ilmo. Sr. Presidente Patrick Kitelo Fone: 55 (21) 4107-6588 E-mail: contato@brasilrdc.com.br Site: www.brasilrdc.com.br Câmara Empresarial de Comércio da Indústria e Agricultura do Congo Ilmo. Sr. Presidente Vilton Juarez Garça Lima Estrada do Galeão, 1035 / 217, Jd. Guanabara Rio de Janeiro - RJ Cep: 21931-383 Fone: 55 (21) 3367-4494 E-mail: contato@ccbrasilcongo.org.br Site: www.ccbrasilcongo.org.br

Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Turismo Brasil Marrocos Ilmo Sr. Presidente José Francisco Gouvea Vieira Fone: 55 (21) 3594-8639 E-mail: contact@camarabrasilmarrocos.org Site: http://camarabrasilmarrocos.org AMÉRICAS Estados Unidos Câmara de Comércio Americana Ilmo. Sr. Presidente Roberto Prisco Paraíso Ramos Diretor Executivo: Rafael Lourenço Praça Pio X, 15, 5 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20040-020 Fone: 55 (21) 3213-9207 / 3213-9200 Fax: 55 (21) 3213-9201 E-mail: amchamrio@amchamrio.com Site: www.amchamrio.com Brazilian-American Chamber of Commerce of the Southeast, Inc. Ilma. Sra. Presidente Lucia M. Jennings Diretora Executiva: Fabiana Di Pietro Xavier P.O. Box: 93411 Atlanta, GA, 30377 Fone: (404) 790-8932 / 880-1551 E-mail: president@bacc-ga.com Site: www.bacc-se.org Câmara Texana de Comércio no Brasil Ilmo. Sr. Presidente Max Paul Praia de Botafogo, 300, 5 andar, ala A, Botafogo Rio de Janeiro - RJ Cep: 22250-040 Fone: 55 (21) 2158-1118 E-mails: contato@betchamber.org max@betchamber.org Site: www.betchamber.org

Fone: 55 (21) 3804-9289 Fax: 55 (21) 2524-1624 E-mail: correa@ffce.org.br Bolívia Câmara de Comércio Brasil-Bolívia Ilmo. Sr. Presidente Jorge Vaca Pereira Velasco Av. Nossa Senhora de Copacabana, 583, sl 602, Copacabana Rio de Janeiro - RJ Cep: 22050-001 Fone: 55 (21) 2255-1134 Fax: 55 (21) 2255-1287 E-mail: jorge.sandel@gmail.com Site: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-decomercio-brasil-boliviaChile Câmara de Comércio Brasil-Chile Ilmo. Sr. Presidente Carlos Morales Rua da Candelária, 9, 11 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Fone: 55 (21) 2259-8414 Fax: 55 (21) 2514-1246 E-mail: camaras@acrj.org.br Site: www.bras-chile.com.br Colômbia Câmara de Comércio Brasil-Colômbia Ilmo. Sr. Presidente Carlos Alberto de Andrade Pinto Rua da Candelária, 9, 11 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20091-020 Fone: 55 (21) 2547-1276 / 75 Fax: 55 (21) 2549-4032 E-mails: camaras@acrj.org.br caapinto@hotmail.com Site: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-decomercio-brasil-colombia

Argentina Consulado da República de Moçambique no Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Augusto Tasso Fragoso Pires Rua da Assembleia, 98, 16 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20011-000 Fone: 55 (21) 2122-3860 E-mail: mccuel@pamar.com.br Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique Ilmo. Sr. Presidente Honorário Murade Isaac Murargy Gerente Geral: Srta. Liz de Abreu Lacerda Avenida Alameda da Serra, 119, sl 1202, Vila da Serra Belo Horizonte - MG Cep: 34.000-000 Fone: 55 (31) 3243-3012 E-mail: contato@cciabm.com Site: www.cciabm.co

Equador Câmara Brasil-Argentina de Comércio, Indústria e Turismo do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Pedro Alberto Moreira Leite Diretor Executivo: Luiz M. Quintella Ed. Argentina, Praia de Botafogo, 228, sl 303, Botafogo Rio de Janeiro - RJ Cep: 22350-145 Fone: 55 (21) 3497-5990 Fax: 55 (21) 3497-5591 E-mails: presidente@camrio.org peter@gtcaconsult.com silvana@gtcaconsult.com Site: www.camrio.org Aruba Câmara de Comércio e Turismo Brasil-Aruba Ilmo. Sr. Presidente Luiz Carlos Corrêa Av. General Justo, 307, sl 600, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20021-130

Câmara de Comércio Brasil-Equador Ilmo. Sr. Presidente Rubens Botteri Rua da Candelária, 9, 11 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20010-120 Fone: 55 (21) 3559-990 E-mail: botteri@botteri.com.br Site: http://www.acrj.org.br/camaras/camara-decomercio-brasil-equador Honduras Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Honduras Ilmo. Sr. Presidente Luiz Oswaldo Aranha Rua da Alfândega, 81-A, sl 502, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20070-001 Fone: 55 (21) 2242-8063 / 2242-8451 E-mail: loa@veloxmail.com.br

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CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS À FCCE Panamá

ÁSIA

Índia

Câmara de Comércio Brasil-Panamá Ilma. Sra. Presidente Maria Cristina Novaes Rodrigues Sede social: Rua Teixeira da Silva, 560, Paraíso São Paulo - SP Cep: 04002-032 Sede administrativa: Av. Queiroz Filho, 1700, sl 908, torre E, Vila Hamburguesa São Paulo - SP Fone: 55 (11) 3527-5026 E-mail: cristinanovaes@camarabrasilpanama.com.br Site: www.camarabrasilpanama.com.br

China

Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Índia-Brasil Ilmo. Sr. Presidente Elson de Barros Gomes Coordenadora Geral: Nathália Gomide Rua Paraíba, 523, Funcionários Belo Horizonte – MG Cep: 30130-140 Fones: 55 (31) 3264-5444 / 3055-3836 E-mails: inteligencia@indiabrazilchamber.org india@indiabrazilchamber.org Site: www.indiabrazilchamber.org

Paraguai Câmara de Comércio Brasil-Paraguai Ilmo. Sr. Presidente Luiz Fernando Marchese Rua da Candelária, 9, 11 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20091-020 Fone: 55 (21) 2514-1276 E-mails: camara.brasilparaguai@gmail.com lfmarchese2@gmail.com Site: www.federasur.org.br Peru Câmara de Comércio Brasil-Peru Ilmo. Sr. Presidente Cesar Augusto Maia Rua da Candelária, 9, sl 803, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20091-020 Fones: 55 (21) 2263-2585 / 2253-2261 / 2263-6004 E-mail: cesar.maia@polotech.org.br Site: www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comerciobrasil-peru República Dominicana Câmara Oficial de Comércio Brasil-República Dominicana Ilmo. Sr. Presidente José Manoel Dias Avelino Rua Figueiredo Magalhães, 286, sl 314, Copacabana Rio de Janeiro - RJ Cep: 22031-010 Fone: 55 (21) 2332-8392 E-mails: jmanuel@desenvolvimento.rj.gov.br lucialima@desenvolvimento.rj.gov.br Venezuela Câmara de Comércio Brasil-Venezuela Ilmo. Sr. Presidente Darc Antonio Costa Largo do Machado, 54, sl 606, Catete Rio de Janeiro - RJ Cep: 22221-020 Fone: 55 (21) 3235-6802 Fax: 55 (21) 2265-8643 E-mails: secretaria@camarabv.org darc@federasur.org.br / secretaria@federasur.org.br Site: www.camarabv.org

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Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China Ilmo. Sr. Presidente Charles Andrew T’ang Rua Senador Dantas, 71, 12 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20031-202 Fone: 55 (21) 2532-5877 Fax: 55 (21) 2240-8648 E-mails: catang1@gmail.com / uta@ccibc.com Site: www.camarabrasilchina.com.br Câmara Chinesa de Comércio do Brasil Ilmo. Sr. Presidente Daniel Manucci Diretor: Fernando Mourad Rua Felipe dos Santos, 521, 8 andar, Lourdes Belo Horizonte - MG Cep: 30180-160 Fone: (31) 2552-7414 E-mail: camarachinesa@camarachinesa.com Site: www.camarachinesa.com.br

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Índia no Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Carlos Henrique de Souza Jund Rua Alcindo Guanabara, 25, 11 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Fone: 55 (21) 2262-7033 Site: www.brazilindia.com.br

Hong Kong Invest Hong Kong Consultora Executiva: Marina Barros Rua Cel. Xavier de Toledo, 316, 1 andar, cj 10A São Paulo – SP Cep: 01048-000 Fone: 55 (11) 3159-0765 Fax: 55 (11) 3159-0778 Site: www.investhk.gov.hk

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque Ilmo. Sr. Presidente Nawfal Alssabak Vice-Presidente: Jalal Jamel Dawwod Chaya Alameda Santos, 771, cj 31, 3 andar, Cerqueira César São Paulo - SP Cep: 01419-001 Fones: 55 (11) 3253-2620 / 3253-2075 Fax: 55 (11) 3253-9812 E-mail: brasiliraq@brasiliraq.com.br Site: www.brasiliraq.com.br

Indonésia

Israel

Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Indonésia Ilmo. Sr. Presidente Ricardo Stern Av. Ataulfo de Paiva, 1240/203, Leblon Rio de Janeiro - RJ Cep: 22440-035 Fone: 55 (21) 2259-8756 E-mails: consulado.indonesia@indonesia.org.br charlaine@viasete.com.br

Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria Ilmo. Sr. Presidente Jayme Blay Av. Brigadeiro Faria Lima, 1713, cj 61 São Paulo - SP Cep: 01452-001 Fone: 55 (11) 3060-9333 Fax: 55 (11) 3063-4424 E-mails: cambici@cambici.org.br trade@cambici.org.br Site: www.cambici.org.br

Câmara de Comércio e Indústria Islâmica Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Nawfal Alssabak Vice-Presidente: Jalal Jamel Dawwod Chaya Alameda Santos, 771, cj 31, 3 andar, Cerqueira César São Paulo - SP Cep: 01419-001 Fones: 55 (11) 3253-2620 / 3253-2075 Fax: 55 (11) 3253-9812 E-mail: brasiliraq@brasiliraq.com.br Site: www.brasiliraq.com.br

Iraque

Japão Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Naoki Kobayashi Rua Senador Dantas 80, sl 1401, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20031-201 Fone: 55 (21) 2524-7361 Fax: 55 (21) 2524-7366 E-mail: secretaria@ccijr.org.br Site: www.ccijr.org.br


CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS À FCCE Líbano

Taipei

Bélgica / Luxemburgo

Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura Líbano-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Paulo Cezar Assed Av. Franklin Roosevelt, 39, sls 702/706 Rio de Janeiro – RJ Cep: 20021-120 Fone: 55 (21) 2210-1419 Fax: 55 (21) 2210-1420 E-mails: presidencia@cclbrj.com arquivisual@uol.com.br Site: www.cclbrj.com

Escritório Econômico e Cultural de Taipei no Brasil Ilmo. Sr. Ricardo Hsu SHIS QI 9, cj 16, casa 23, Lago Sul Brasília - DF Cep: 71625-160 Fones: 55 (61) 3364-0231 / 3364-4125 Fax: 55 (61) 3364-0239 E-mail: divisaoeconomica@uol.com.br Site: www.taiwanembassy.org/BR/mp.asp?mp=347

Câmara de Comércio e Indústria BelgoLuxemburguesa-Brasileira no Brasil Ilmo Sr. Presidente Daniel Kedzierski Av. Paulista 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, Sls 1113/1114 São Paulo - SP Cep: 01311-300 Fone: 55 (11) 3284-9557 Fax: 55 (11) 3283-3601 E-mail: belgalux@belgalux.com.br Site: www.belgalux.com.br Facebook: facebook.com/belgalux

Turquia Câmara de Comércio Brasil-Líbano – CCBL Ilmo. Sr. Presidente Alfredo Cotait Neto Av. Paulista, 688, 16 andar, São Paulo – SP Cep: 01310-909 Fone: 55 (11) 3262-1610 Fax: 55 (11) 3262-4548 E-mail: info@ccbl.com.br Site: www.ccbl.com.br Federação das Entidades Líbano-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente Nelson Mufarrej Filho Rua Sete de Setembro, 55, grupo 2603, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20050-004 Fone: 55 (21) 2509-8211 E-mail: mufarrej@mls.com.br Câmara de Comércio Líbano-Brasileira de Minas Gerais Ilmo. Sr. Presidente Charles Lofti Rua Tomás Gonzaga, 802, 9 andar, Lourdes Belo Horizonte - MG Cep: 30180-140 Fone: 55 (31) 3071-3900 Fax: 55 (31) 3071-3922 E-mails: cclbmg@yahoo.com.br cclbmg@cclbmg.com.br Site: www.cclbmg.com.br Câmara de Investimento, Comércio e Indústria Brasil-Arábia Saudita Ilmo. Sr. Salman Mohammed Abdullatif Alnaaim Rua Olimpíadas, 205, 4 andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP Cep: 04551-000 Fone: 55 (11) 3728-9298 E-mail: info@cicibas.org Site: www.cicibas.org

Câmara de Comércio e Indústria Turco Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Güray Sírkecioglu Av. Brigadeiro Luis Antonio, 2729, cj 709, Jardim Paulista São Paulo - SP Cep: 01401-000 Fone: 55 (11) 4305-1453 Cel: 55 (11) 97955-2586 E-mail: ismet@ccitb.org.br Site: www.ccitb.org.br

Dinamarca

EUROPA

Câmara Britânica de Comércio no Brasil Ilmo. Sr. Presidente Fabio Caldas Av. Graça Aranha, 1, 6 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20030-002 Fones: 55 (21) 2240-1058 / 2262-5926 Fax: 55 (21) 2240-1058 E-mails: akanhan@britcham.com.br rj@britcham.com.br riodejaneiro@britcham.com.br Site: www.britcham.com.br

Alemanha Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlemanha Ilmo. Sr. Presidente Sergio Boanada Diretor Executivo: Hanno Erwes Av. Graça Aranha, 1, 6 andar, Castelo Rio de Janeiro - RJ Cep: 20030-002 Fone: 55 (21) 2224-2123 Fax: 55 (21) 2252-7758 E-mail: info@ahk.com.br www.ahkbusiness.com.br Câmara de Comércio e Indústria BrasilAlemanha Ilmo. Sr. Presidente Everson Oppermann Rua Castro Alves, 600 Porto Alegre, RS - Cep: 90430-130 Fone: 55 (51) 3222-5766 Fax: 55 (51) 3222-5556 E-mails: ahkpoa@ahkpoa.com.br associativo@ahkpoa.com.br Site: www.ahkpoa.com.br

Sri Lanka Belarus Consulado-Geral Honorário da República Democrática Socialista do Sri Lanka no Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Sohaku R. C. Bastos Av. N. S. de Copacabana, 817, 12 andar, Copacabana Rio de Janeiro - RJ Cep: 22050-002 Fone: 55 (21) 2205-8116 Fax: 55 (21) 2240-5381 E-mail: sohaku@consulanka.org.br Site: www.consulanka.org.br

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Belarus Ilmo. Sr. Presidente Alexander Zhebit Av. General Justo, 307, sl 600, Castelo Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20021-130 Fone: 55 (21) 3804-9289 Fax: 55 (21) 2524-1624 E-mail: diretoria@brasil-belarus.org.br Sites: www.belarus.com.br www.brasil-belarus.org.br

Câmara de Comércio Dinamarquês-Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Jan Lomholdt Rua Professor Álvaro Rodrigues, 352, 13 andar, Botafogo Rio de Janeiro - RJ Cep: 22280-040 Fone: 55 (21) 99249-5249 Site: www.danchamb.com.br Reino Unido

Eslováquia Câmara de Comércio e Indústria BrasilEslováquia Ilmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira Mangia Av. Rio Branco, 123, sl 1701, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20040-005 Fone: 55 (21) 2532-7404 Fax: 55 (21) 2532-7412 E-mail: aviabras@aviabras.com.br Espanha Escritório Comercial da Espanha Sr. Cônsul Ángel Funes Rivas Conselheira Econômica: Ana Raquel Garcia Rubio Praça Gen. Gentil Falcão, 108, cj 82 São Paulo - SP Cep: 04571-150 Fone: 55 (11) 5105-4378 Fax: 55 (11) 5105-4382 E-mail: saopaulo@comercio.mityc.es Sites: www.icex.es / www.spainbusiness.com.br

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CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS À FCCE França

Hungria

Câmara de Comércio França-Brasil Ilmo. Sr. Presidente Benoit d’Iribane Alameda Itu, 852, 19 andar, Jardim Paulista São Paulo - SP Cep: 01421-001 Fone: 55 (11) 3088-2290 Fax: 55 (11) 3061-1553 E-mail: secretaria-sp@ccfb.com.br Sites: www.ccfb.com.br http://saopaulo.ccfb.com.br

Câmara de Comércio e Indústria BrasilHungria Ilmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira Mangia Av. Rio Branco, 123, sl 1701, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20040-005 Fone: 55 (21) 2532-7404 Fax: 55 (21) 2532-7412 E-mail: aviabras@aviabras.com.br Itália

Câmara de Comércio França-Brasil Ilma. Sra. Presidente Claudine Bichara de Oliveira Av. Presidente Antonio Carlos, 58, 10 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20020-010 Fone: 55 (21) 2220-1015 Fax: 55 (21) 2533-3925 E-mails: diretoriarj@ccfb.com.br secretariarj@ccfb.com.br Sites: www.ccfb.com.br http://rio.ccfb.com.br Grécia Câmara de Comércio Brasil-Grécia Ilmo Sr. Presidente Fabiano Niederauer Av. General Guedes da Fontoura, 674, Barra da Tijuca Rio de Janeiro - RJ Cep: 22621-242 Fone: 55 (21) 2246-9055 E-mails: fabiano@ccbg.com.br contato@ccbg.com.br Site: www.ccbg.com.br Holanda Câmara de comércio Holando-Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Ronald Eikelenboom Diretor Executivo: Hans Mulder Rua Marquês de Itu, 503, cj 62, Vila Buarque São Paulo - SP Cep: 01223-001 Fone: 55 (11) 3221-5899 Fax: 55 (11) 3221-9242 E-mail: info@dutcham.com.br Site: www.dutcham.com.br Câmara de Comércio Brasil-Holanda Ilmo. Sr. Maarten de Haan Rua da Candelária, 9, sl 1101, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20091-904 Fone: 55 (21) 99154-5071 E-mail: info@hbcc.com.br Site: www.hbcc.com.br

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Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria Ilmo. Sr. Presidente Pietro Petraglia Secretário Geral: Giorgio Luigi Rossi Av. Graça Aranha, 1, 6 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20030-002 Fone: 55 (21) 2262-9141 Fax: 55 (21) 2262-2998 E-mail: info@camaraitaliana.com.br Sites: www.portalitalia.com.br www.camaraitaliana.com.br Noruega Câmara de Comércio Noruega-Brasil Ilmo. Sr. Presidente Halvard Idland Gerente Executiva: Glorisabel Garrido Thompson Flôres Rua Lauro Müller 116, sl 2401, Botafogo Rio de Janeiro - RJ Cep: 22290-160 Fone: 55 (21) 3544-0047 Fax: 55 (21) 3544-0044 E-mail: info@nbcc.com.br Site: www.nbcc.com.br Portugal Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil Ilmo. Sr. Presidente: Fernando Meira Ribeiro Dias Avenida do Contorno, 4520, 7 andar, Funcionários Belo Horizonte - MG Fone: 55 (31) 3213 1557 E-mail: secretaria@camarabrasilportugal.com.br Site: www.brasilportugal.org.br Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil– Bahia Ilmo. Sr. Presidente: Antônio Coradinho Rua Fonte do Boi, 216, loja F. Hotel Pestana, Rio Vermelho Salvador - BA Cep: 41940-360 Fone: 55 (71) 2103-8073 E-mail: diretoriaba@brasilportugal.org.br

Câmara Brasil-Portugal – Ceará Ilmo. Sr. Presidente: Jorge Duarte Chaskelmann Av. Barão de Studart, 1980, 2 andar, Ed. Casa da Indústria (FIEC), Aldeota Fortaleza - CE Cep: 60120-901 Fone: 55 (85) 3261-7423 E-mail: jorge.chaskelmann@aquiraz.com Câmara Brasil-Portugal – Distrito Federal (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Fernando Pedro de Brites SCLS 302, bloco B, lj 22 Brasília - DF Cep: 70338-520 Fone: 55 (61) 3225-6630 E-mails: diretoria@futuramoveis.com.br futura@futuramoveis.com.br Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Minas Gerais Ilmo. Sr. Presidente: Fernando M. Ribeiro Dias Av. do Contorno, 4520, 7 andar, Funcionários Belo Horizonte - MG Cep: 30110-916 Fone: 55 (31) 3213-1557 E-mail: presidente@camarabrasilportugal.com.br secretaria@camarabrasilportugal.com.br Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Pará Ilmo. Sr. Presidente: Reginaldo Ferreira Trav. Quintino Bocaiúva, 1588, Ed. FIEPA, bloco A, 2 andar Belém - PA Cep: 66035-190 Fone: 55 (91) 3250-1085 E-mails: camaraportuguesa-pa@acp.com.br reginaldoferreira@veloxmail.com.br Câmara Brasil-Portugal – Paraíba (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Antônio Manoel Soares de Almeida Av. João Machado, 310, sl 102, Ed. Empresarial Monte Carlo, Jaguaribe João Pessoa - PB Cep: 58013-520 E-mails: almeida-almeida@bol.com.br camarabrptdoestadodaparaiba@gmail.com Câmara de Comércio Brasil-Portugal – Paraná Ilmo. Sr. Presidente: Antônio Francisco Corrêa Athayde Presidente Honorário: José Martins Brandão Coelho Rua Dr. Faivre, 123, Centro Curitiba - PR Cep: 80060-140 Fone: 55 (41) 3027-3303 E-mails: camarabrptparana@gmail.com sec.cpcpr@gmail.com


CÂMARAS DE COMÉRCIO FILIADAS À FCCE Câmara Brasil-Portugal – Pernambuco (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Armênio Ferreira Diogo Rua da Aurora, 1225, 1 andar, Santo Amaro Recife - PE Cep: 50040-090 Fones: 55 (81) 3221-8571/ 3223-8802 E-mail: faleconosco.pe@brasilportugal.org.br Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro Ilmo. Sr. Presidente: Ricardo Coelho Av. Graça Aranha, 1, 6 andar, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20030-002 Fone: 55 (21) 2533-4189 E-mail: atendimento@camaraportuguesa-rj.com.br Câmara Brasil-Portugal – Rio Grande do Norte (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Sílvio de Araújo Bezerra Rua Raimundo Chaves, 2182, sl 101, Empresarial Candelária, Candelária Natal – RN Cep: 59064-390 Fone: 55 (84) 3206-5362 E-mail: silvio@ecocil.com.br Câmara Brasil-Portugal – Rio Grande do Sul (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Joaquim Firmino Rua Andrade Neves, 155, cj 134 Porto Alegre - RS Cep: 90010-210 Fone: 55 (51) 3221-1274 E-mails: presidencia@ccbp-rs.org.br secretaria@ccbp-rs.org.br

República Tcheca

Suécia

Câmara de Comércio e Indústria Brasil – República Tcheca Ilmo. Sr. Presidente Joaquim Ferreira Mangia Av. Rio Branco, 123, sl 1701, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20040-005 Fone: 55 (21) 2532-7404 Fax: 55 (21) 2532-7412 E-mail: aviabras@aviabras.com.br

Câmara de Comércio Sueco-Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Nils Erik Gunnarsson Grafström Diretor Executivo: Jonas Lindström Rua Oscar Freire, 379, 12 andar, cj 121, Cerqueira César São Paulo – SP Cep: 01426-001 Fone: 55 (11) 3066-2550 Fax: 55 (11) 3066-2598 E-mail: brazil@swedcham.com.br Site: www.swedcham.com.br

Romênia Ucrânia Câmara de Comércio Brasil-Romênia Ilmo. Sr. Presidente Roberto Burgos Gonçalves Rua Zamenhof 62, sl 402, Estácio Rio de Janeiro - RJ Cep: 20250-070 Fone: 55 (21) 3150-5550 E-mail: burgos@ccbrpa.com Site: www.acrj.org.br/camaras/camara-de-comerciobrasil-romenia Rússia OCEANIA Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Rússia Ilmo. Sr. Presidente Gilberto Ferreira Ramos Rua Álvaro Alvim, 24/704, Centro Rio de Janeiro - RJ Cep: 20031-010 Fone: 55 (21) 3255-5090 Fax: 55 (21) 3255-5090 E-mail: camara@Brasil-russia.org.br Site: www.brasil-russia.org.br San Marino

Câmara Brasil-Portugal – Santa Catarina (Comércio / Indústria / Turismo) Ilmo. Sr. Presidente: Cristiano Braga Presidente Honorário: Maurício Aristóteles Freitas Rod. SC 401, 8600, Sto. Ant° de Lisboa, Corporate Park, bl 2, sl 1 Florianópolis - SC Cep: 88.050-000 Fones: 55 (48) 3365 8600 / 55 (51) 3279-3568 E-mails: cristianopbraga@gmail.com mauricio@ponto-brasil.com Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – São Paulo Ilmo. Sr. Presidente: Manuel R.T. de Almeida Filho Av. Liberdade, 602, 2 andar São Paulo - SP Cep: 01502-001 Fone: 55 (11) 3340-3333 E-mail: mfilho@camaraportuguesa.com.br

Câmara Brasil-Ucrânia de Comércio, Indústria e Turismo Ilmo. Sr. Presidente Orlando Pereira de Lima Arruda Rua Japeri, 62, Rio Comprido Rio de Janeiro – RJ Cep: 02261-080 Fone: 55 (21) 2502-1897 Fax: 55 (21) 2502-2081 E-mail: interciex@interciex.com.br

Austrália Câmara de Comércio e Indústria BrasilAustrália Diretor-Presidente Ezequiel de Melo Campos Neto Rua Espírito Santo, 2.727, 8 andar, Lourdes Belo Horizonte - MG Cep: 30160-032 Fone: 55 (31) 2532-9645 E-mail: belohorizonte@australia.org.br Site: www.australia.org.br

Câmara de Comércio, Indústria, Turismo e Cultura Brasil-San Marino Ilmo. Sr. Presidente João Pedro de Sabóia Bandeira de Melo Filho Vice Presidente: Mauro Pereira de Lima Câmara Av. General Justo, 307, sl 600, Centro Rio de Janeiro - RJ Fone: 55 (21) 3804-9289 Fax: 55 (21) 2524-1624 Site: www.brasil-sanmarino.org.br Suíça Câmara de Comércio Suíço-Brasileira Ilmo. Sr. Presidente Emanuel Baltis Av. das Nações Unidas, 18.001 São Paulo – SP Cep: 04795-900 Fones: 55 (11) 5683-7447 / 41 (44) 586-3741 Fax: 55 (11) 5641 3306 E-mail: swisscam@swisscam.com.br Site: www.swisscam.com.br

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