MURAL 85

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HUBCG COLOCA FLORIPA EM DESTAQUE NO SETOR DOS GAMES JURERÊ INTERNACIONAL 2050, UM NOVO CONCEITO “OUTUBRO MÍSTICO” NO CALENDÁRIO OFICIAL DA ILHA FORMIGA RADICAL NA EXPEDIÇÃO JALAPÃO DE VOO LIVRE


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FOI NUM PISCAR DE OLHOS... Q

foto LAURA SACCHETTI

EDITORIAL

6

... E 2021 JÁ ESTÁ INDO EMBORA!

ue se vá, porque dele queremos guardar as coisas muito boas e deixar para lá tudo o que de ruim – ou mais ou menos – aconteceu! E entre as coisas muito boas vai ficar esta edição de no 85 que estamos entregando para você, leitor amigo e parceiro da Mural. Estrela da capa, nossa colunista Mariana Barbato – que lá nas últimas páginas, em sua tradicional coluna, apresenta os tratamentos para encontrar o verão de braços abertos – fala sobre carreira, família e projetos (são vários e muito legais!). Linda, Mariana é empreendedora e não para. E, o melhor, dá conta de tudo! Este é o ritmo que a gente segue e gosta de mostrar nas páginas da Mural. Bem por isso, trazemos uma matéria sobre o hubCG, projeto que o empresário Fernando Marcondes de Mattos está implementando com o objetivo de colocar Floripa no topo do universo dos games. E mais um projeto, confira: o Jurerê Internacional 2050, desenvolvido pelo Grupo Habitasul, que traz um conceito vanguardista de “conviver e viver bem”, mantendo sempre o foco na preservação ambiental. Você sabia que agora o “Outubro Místico” faz parte do calendário oficial da Ilha da Magia? Parabéns para o grupo que colocou o Baile Místico nas ruas, chamou atenção novamente para a tradição mitomágica de nossa Ilha e divulga artistas que compõem esse universo tão lindo e valioso. Meyer Filho (que está na edição 84 da Mural) foi homenageado. Aliás, você já viu o painel na parede do edifício Comasa? Aplausos para Rodrigo Rizo e equipe! Artista da edição, o pintor Hugo Rubilar fala sobre a carreira, as obras e o amor por Floripa e pela Lagoa da Conceição. E conta como, há 30 anos, o nosso editor, Marco Cezar, deu um empurrãozinho para que ele ficasse conhecido por aqui. Hugo é figura, e Hugo te ama! Temos uma nova coluna – Papo de Fotografia – assinada pelo parceiro das lentes, Cláudio Brandão, pela Monique Vandresen e pela Amanda Vizenteiner. Legal falar sobre o papel da fotografia na cultura e na sociedade. Sejam bem-vindos! Foi nas ondas da Mole que a galera começou a ver passar a onda da pandemia. Na primeira quinzena de novembro, depois de seis anos sem receber oficialmente os grandes nomes do surfe, a Ilha sediou o LayBack Pro, que reuniu 176 surfistas de nove países. E a catarinense Laura Raupp, de 15 aninhos, subiu ao lugar mais alto do pódio entre as mulheres. Nosso repórter radical, o Formiga, foi voar no Jalapão. É um lugar lindo, de difícil acesso, onde estão protegidos rios de águas cristalinas, fervedouros, cachoeiras, paisagens do cerrado e montanhas de tirar o fôlego. Pois então... Formiga esteve lá, voou com lágrimas nos olhos e conta tudo para a gente.

O Formiga, aliás, está também na matéria sobre os cervejeiros da Ilha, onde apresentamos uma turma apaixonada pela bebida, que não se cansa de experimentar e transformar. E claro, de beber. Voltando aos esportes, Gabriel Lott transformou seu traje de wingsuit num “tapete mágico” e deu carona para duas amigas, tão radicais quanto ele: Raissa Lagares e Gabrielli Diniz. As imagens são de encher os olhos! Confere lá! Falando um pouquinho das coisas que encantam o paladar, explorando os caminhos que o Dario Lins conhece muito bem, fomos encontrar os famosos cogumelos Porcini na Serra Catarinense (tem até receita para experimentar!), e na sequência partimos para o mundo doce da Valentina Groth Becker, que vive um novo – e cheio de sucesso – momento na sua “Doces da Valen”. O olhar atento e sensível da Juliana Wosgraus trouxe para esta edição um texto muito legal sobre a eterna ‘Sabrina’, Audrey Hepburn, uma mulher que soube fazer a diferença e foi estrela também nas causas humanitárias. De Portugal, Daniele Maia nos apresenta o Hotel Albatroz, destino de luxo para quem busca cultura e requinte. Um tesouro na Costa da Lisboa! E Ike Gevaerd, o homen das rotas cênicas, vem nesta edição com uma viagem para lá de especial: o Triângulo Daliniano. Dalí dizia: ‘Não se preocupe com a perfeição. Você nunca vai alcançá-la”. Mas o Ike – e a Mural também – acredita que não custa viajar em busca, certo? No espaço dos nossos colunistas, além da Mariana Barbato, temos a Ana Carolina Abreu falando sobre o valor dos frutos do mar e sobre o que influencia a qualidade de nosso sono, a Laura Sacchetti analisando o uso cada vez maior da fotografia na odontologia, e a Roberta Ruiz, explicando a ‘bexiga caída’, uma disfunção que tem aparecido com muita frequência nos consultórios dos especialistas. Para dar água na boca e fazer bem para os olhos, as experiências gastronômicas do grupo Novo Brasil. Qualidade e exclusividade, sempre! E para fazer bem para o coração, a sexta edição do evento promovido pelo Dr. Alexandre Buffon em prol do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Desta vez, somente com o leilão beneficente, foram arrecadados R$ 75 mil. E encerramos a edição com a festa do Outubro Rosa, promovida pela empresária Lu Schmitt. Mais de 70 mulheres vestiram a camiseta rosa e aproveitaram uma tarde animada e solidária. A edição ficou linda, e só podemos desejar que você tenha uma boa leitura. No mais, que venha o verão, que venha 2022 e com eles muita saúde, amor, amigos por perto e trabalho. É isso que desejamos, hoje e sempre!



EXPEDIENTE

8 DIREÇÃO MARCO CEZAR EDITOR-CHEFE MARCO CEZAR

HUB COSTÃO GAMES NOSSA ILHA NO TOPO DO MUNDO DOS GAMES

10

URBANISMO E SUSTENTABILIDADE JURERÊ INTERNACIONAL 2050, NOVO CONCEITO EM FLORIPA

24

OUTUBRO MÍSTICO CULTURA DA ILHA EM ALTA NO BAILE MÍSTICO

30

PAPO DE FOTOGRAFIA UMA CONVERSA SOBRE FOTOGRAFIA

36

ARTES PLÁSTICAS HUGO AMA FLORIPA

40

SURFE PARA (COMEÇAR A) MATAR A SAUDADE!

46

FORMIGA RADICAL EXPEDIÇÃO JALAPÃO DE VOO LIVRE

52

AS AVENTURAS DE LOTT TAL QUAL UM TAPETE MÁGICO?!

60

ECO TRILHAS SIM, NOSSA SERRA TEM COGUMELOS! E DOS BONS...

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EMPREENDEDORISMO OS DOCES CAMINHOS DE VALENTINA

74

JORNALISTA RESPONSÁVEL MARCOS HEISE (MTb-SC 0932 JP) REPÓRTER ESPECIAL LU ZUÊ PLANEJAMENTO GRÁFICO AYRTON CRUZ COLABORARAM NESTA EDIÇÃO AMANDA VIZENTAINER ANA CAROLINA ABREU CAIO CEZAR CAIO VERSOLATO CHICO SANTOS CLÁUDIO BRANDÃO DANIELE MAIA DARIO LINS FERNANDA SOUZA FLÁVIO JORDÃO GABRIEL LOTT GUILHERME SCHAEFER IKE GEVAERD JOHNATAN LASTRI JULIANA WOSGRAUS LAURA SACCHETTI LUÍS ROBERTO FORMIGA LUIZA FILIPPO MÁRCIO DAVID MARIANA TREMEL BARBATO MONIQUE VANDRESEN ROBERTA RUIZ RODRIGO BAREJA RUAN LADWIG SABIÁ SBRETONS IMPRESSÃO Maxigráfica | Curitiba/PR As opiniões expressas pelos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Revista Mural.

5 muralmarcocezar.com.br 0 contato@muralmarcocezar.com.br 1 48 3025-1551


80

CERVEJEIROS DA ILHA UNIDOS PELA CERVEJA

88

JULIANA WOSGRAUS AUDREY HEPBURN

94

PELO MUNDO HOTEL ALBATROZ

98

TURISMO VIAJAR SEMPRE!

106

NUTRIÇÃO FRUTOS DO MAR SONO

110

SAÚDE BUCAL FOTOGRAFIA NA ODONTOLOGIA

112

FISIOTERAPIA BEXIGA CAÍDA?

114

SAÚDE VEM CHEGANDO O VERÃO...

116

MURAL GNB GASTRONOMIA E BONS MOMENTOS

ÍNDICE

9

CAPA MARIANA BARBATO

120

LEILÃO BENEFICENTE DISPOSIÇÃO PARA O BEM

LOCAÇÃO PARQUE DA LUZ FOTOS MARCO CEZAR

124

OUTUBRO ROSA JUNTAS (SEMPRE) E CADA VEZ MAIS FORTES!

CABELOS EVANDRO ROSSI MAQUIAGEM VANESSA VIDAL

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HUB COSTÃO GAMES

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NOSSA ILHA NO TOPO DO

MUNDO

Criação do hubCG coloca Florianópolis em posição de destaque no setor de games

S E M A G

DOS


HUB COSTÃO GAMES

11

HALL CENTRAL

texto LU ZUÊ fotos COSTÃO DO SANTINHO RESORT/HUBCG

H

á 30 anos, quando inaugurou o Costão do Santinho, o empresário Fernando Marcondes de Mattos inseriu Florianópolis na lista dos destinos turísticos de padrão internacional. E deu muito certo, porque desde então o resort vem construindo uma história de sucesso. Agora, no ano de 2021, com o mesmo espírito visionário e empreendedor, ele surpreende novamente e anuncia o lançamento do hubCG (Hub Costão Game), um ecossistema de inovação que irá posicionar Florianópolis como player importante na transformação digital dedicada ao universo dos jogos. O objetivo é formar profissionais nas diversas áreas envolvidas no processo, fortalecer empresas do setor, desenvolver games e promover eventos e competições.

A transformação digital veio para revolucionar nossa forma de interagir no mundo e a gamificação é uma das ferramentas mais poderosas. Trata-se de uma nova fase do mercado de entretenimento, em que um simples passatempo torna-se peça chave para o desenvolvimento social e econômico. “Acreditamos que estamos à frente de um espaço ideal para que todos os gamers do País possam se encontrar, seja para jogar, competir ou desenvolver games”, explica o fundador do Costão do Santinho e idealizador do hubCG. O projeto começa a operar já em 2022, em etapas. Inicialmente numa área de quatro mil m² (o espaço “Tuguá”, que vem sediando shows e eventos nos últimos anos, e será cedido pelo resort) onde começa a nascer o “Mundo dos Games”. Ali serão instalados uma arena de e-sports, área de coworking e incubação, laboratórios e estúdios de gravação e filmagem.


HUB COSTÃO GAMES

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ARENA DE ESPORTES


HUB COSTÃO GAMES

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CRIAÇÃO DE GAMES

As quatro frentes de

CG

trabalho do Hub

O projeto contempla quatro frentes sinérgicas de atuação. A frente de educação – para formação de jogadores –, que dará corpo ao Instituto Gaming & Leadership, com cursos de especialização, desafios de inovação, cursos profissionalizantes, pesquisas e cursos técnicos, superiores e de especialização. A frente de desenvolvimento, que contará com laboratórios especializados e infraestrutura computacional, assessoria para games, engenharia, plataformas toolbox. A frente de fortalecimento das empresas, com estrutura de coworking, publishing de games, fundo de investimento, assessoria empresarial e networking corporativo. Por último, mas não menos importante, a frente de prática de games, que terá centro de treinamento, arena studio, formação de times de alto desempenho, gaming office para hospedagem de times e arena integrada ao complexo do resort. ESPAÇO DE DESENVOLVEDORES

ESTAÇÕES DE TRABALHO


HUB COSTÃO GAMES

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ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA foto MARCO CEZAR

Escolhas

certeiras

Para liderar o projeto, o convidado foi o professor Carlos Alberto Schneider – profissional que teve fundamental importância para que Florianópolis ficasse conhecida como polo tecnológico. Criador da Fundação Certi, Schneider abraçou a ideia com entusiasmo, mesmo não tendo a real dimensão do setor. De cara, idealizador e expert ficaram impactados com a dinâmica e o potencial de desenvolvimento humano e de negócios. “Em cinco anos o empreendimento espera contar com mais de 600 colaboradores. É mesmo um projeto audacioso. Queremos crescer exponencialmente”, aposta o professor Carlos Alberto Schneider. “Vamos começar forte e acelerar”, resume Fernando Marcondes, criador do hubCG.

ARVOREDO SKATE

FERNANDO MARCONDES E CARLOS ALBERTO SCHNEIDER

ARVOREDO BASQUETE


HUB COSTÃO GAMES

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Ecossistema de Inovação de Florianópolis

Sapiens Parque /ACATE / UFSC / CERTI

Costão do Santinho Resort/ hubCG Sede ParqTecAlfa CELTA / CERTI UFSC Design Lab MOCAP

Aeroporto Internacional

CCTs (Centros de Capacitação de Talentos)

O empreendimento chega para ampliar e potencializar um robusto ecossistema de tecnologia já instalado na Capital. Reconhecida como local fértil para Pesquisa & Desenvolvimento universitário, institucional e empresarial, na Ilha foram criados e prosperaram Centros de Capacitação de Talentos (CCTs). Isso tudo graças a uma base empresarial já existente (fortalecida por mecanismos e programas de empreendedorismo inovador), a um grande número de profissionais das áreas de computação, mecatrônica e automação – tanto aqui formados quanto os atraídos à cidade pelo potencial no segmento – e à qualidade de vida local. A natureza exuberante e um bem estruturado projeto fazem do Costão do Santinho o universo ideal para o hubCG.


CAPA

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ÉTICA NA ESTÉTICA Em uma fase harmoniosa entre carreira profissional e vida pessoal, o trabalho da dermatologista Mariana Barbato se destaca pelo atendimento personalizado


CAPA

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texto LU ZUÊ fotos MARCO CEZAR

O

corpo humano é o nosso lar, residência oficial que nos acompanha por toda a vida. Para morar bem consigo mesmo, é necessário cuidar de todas as estruturas e camadas que compõem esta morada, e a pele – além de ser o maior órgão do corpo humano – também atua tal qual revestimento protetor. A dermatologia é a especialidade médica responsável por cuidar da pele, cabelos e unhas, seja na prevenção de doenças ou por meio de procedimentos estéticos, e nesse universo que se amplia cada vez mais, a Dra. Mariana Barbato ocupa lugar de referência por desenvolver um trabalho personalizado que mantém o corpo (lar) saudável e esteticamente em harmonia. Desde sua graduação na medicina, Mariana completou a especialização, um mestrado e um doutorado em dermatologia, além de participar de novos cursos para se manter sempre atualizada com o que há de mais moderno na área. “Ainda no começo da faculdade a dermatologia me chamou a atenção. Quando abri minha clínica, somei ao meu trabalho e conhecimento o interesse que sempre mantive por novas tecnologias. Assim, invisto frequentemente em equipamentos que ajudam muito nesse atendimento personalizado”, explica. Nestes quinze anos de experiência em dermatologia, os clientes passam dos milhares, incluindo muitos que se mantêm fiéis e realizam acompanhamento ao longo de todos esses anos. Há casos, inclusive, em que a avó, a mãe e a neta de uma mesma família são clientes da clínica.


CAPA

foto FERNANDA SOUZA

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“Hoje, os pacientes procuram as clínicas de dermatologia muito mais cedo, buscando tratamentos que previnem o envelhecimento e cada vez menos invasivos. Acredito que estão percebendo que não é necessário fazer tudo de uma vez, mas sim fundamental manter a constância com os cuidados. Procuro realizar um plano de tratamento, e assim o atendimento clínico acontece de forma associada ao uso de cremes cosméticos e procedimentos que aumentam a autoestima. O exame completo da pele evita doenças que podem se agravar sem um diagnóstico precoce, e é importante aliar saúde e beleza”, salienta a médica. Segundo Mariana, nesse processo de mudança de costumes – que se pode chamar de evolução aliada a uma boa dose de conscientização – as redes sociais também se apresentaram como uma importante ferramenta tanto para o público quanto para os profissionais da saúde. “A internet ajuda a promover o nosso trabalho enquanto as redes sociais funcionam como um tipo de filtro. Ao descobrirem o perfil da minha clínica e o modo como eu me apresento profissionalmente, por exemplo, os pacientes já percebem como é o meu trabalho, e se buscam algo mais natural e sem exageros criam uma identificação imediata”, avalia. Responsável, cautelosa e profunda conhecedora da profissão que escolheu e à qual sempre se dedicou com paixão, Mariana lembra que sua atividade tem uma exigência muito grande de ética, fundamental para conseguir analisar o perfil de cada pessoa e tomar decisões assertivas, sempre em busca da melhor versão da paciente. “Vejo como a autoestima faz diferença na vida cotidiana, mas faço questão de explicar aos clientes os benefícios dos procedimentos e alinhar as alternativas às expectativas de cada um. Tudo pode ser feito sem exagero, sem precisar correr riscos”, completa, destacando que sempre busca o entendimento a partir de uma conversa franca.

Um grande aliado nesse processo é um programa que permite a visualização – em uma foto da cliente –, das mudanças ou intervenções desejadas. Com suporte visual, Mariana consegue demonstrar resultados projetados e, amparada na técnica, conhecimento e experiência, justificar suas recomendações. Vantagens que a tecnologia permite!


CAPA

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Laços médicos e familiares A família da dermatologista tem relações estreitas com a medicina. O pai, Jorge Barbato – com quem divide a Clínica Barbato –, é neuropediatra. A mãe, Ingrid Tremel Barbato, é bióloga e tem um laboratório de genética humana. O marido, Rodrigo Barreto, é cardiologista intervencionista, também vem de uma família de médicos e sempre a estimulou na busca de conhecimentos e novidades para a clínica.


CAPA

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Os filhos do casal, Carolina – de oito anos – e Miguel – de quatro –, ainda são pequenos demais para pensar se vão seguir a medicina. Pensando bem, nem tão pequenos assim, uma vez que as visitas que fazia na infância ao hospital em que o pai trabalhava, despertaram na então pequena Mariana o interesse pela profissão. A escolha pela medicina foi uma consequência natural. “Nunca houve pressão por parte de ninguém, mas o relacionamento com os pacientes e a satisfação de fazer diferença na vida das pessoas sempre me encantaram. Na escola, a professora não entendia os meus rabiscos, mas eu estava desenhando um eletroencefalograma, um exame que meu pai laudava e no qual eu já prestava atenção”, revela, sorrindo.

Na família, o único a “escapar” da área da saúde foi Jorge Barbato Neto, irmão de Mariana. Formado em Economia e CEO da JB3 Investimentos, Jorge até poderia parecer “desconectado” das escolhas familiares, mas no fundo essa decisão só fez somar ao sucesso das carreiras. Com uma visão mais voltada aos números, ele se tornou um ótimo consultor/assessor para os negócios de cada um. A própria Mariana afirma que teve seu lado empresarial despertado graças ao irmão: “Para comprar um equipamento novo, por exemplo, eu avalio os aspectos científicos e conto com a ajuda dele para medir os aspectos financeiros, o retorno desses investimentos. É muito bom trabalhar em parceria, e acredito que quando amamos o que fazemos, os resultados aparecem”, justifica.


CAPA

foto FERNANDA SOUZA

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Projetos em curso Além do trabalho na clínica, Mariana também possui experiência na área acadêmica. Depois que completou o doutorado, ministrou aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como professora substituta e foi preceptora da residência de dermatologia no HU. Foi um período bastante produtivo, interrompido apenas com a chegada dos filhos – de quem Mariana faz questão de estar sempre perto, apesar da agenda corrida. Ainda assim, o desejo de continuar lecionando permaneceu forte. Por isso, a dermatologista está finalizando a elaboração de um curso prático-teórico que será realizado no início de 2022 – “Cosmiatria sem segredos” – voltado para médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos. Com um número de vagas reduzido, o plano é promover uma imersão em conteúdos detalhados de Cosmiatria (ciência médica que estuda e trata a beleza humana em todos os seus aspectos e concepções), aliada à prática na realização de procedimentos como toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores e fios de sustentação. Outro tópico a ser explorado durante o curso é a experiência diária na gestão clínica. “Essa questão da gestão é muito importante, porque não aprendemos isso na universidade, e faz muita falta no dia a dia do empreendedor. Já no caso da Cosmiatria, tenho uma preocupação grande e crescente com a banalização dos procedimentos estéticos e essa invasão de ‘profissionais’ não-médicos que executam procedimentos de forma indiscriminada, muitas vezes sem a formação necessária. Temos uma infinidade de procedimentos disponíveis, e sempre há alguns em alta (veja quadro), que se disseminam rapidamente. Várias pacientes me procuram para corrigir problemas causados por procedimentos realizados por pessoas sem qualificação ou experiência, e até por conta disso, acabam carregando uma

impressão errada ligada ao exagero – como é o caso da harmonização facial, por exemplo –, quando de fato podem ser grandes aliados na conquista ou recuperação da autoestima, desde que utilizados com moderação. Quero ensinar, com segurança, tudo o que aprendi ao longo destes quinze anos”, destaca. Com harmonia na vida pessoal e profissional, Mariana mira o futuro: “Eu ainda pretendo empreender bastante. Vou continuar investindo na minha clínica e, ao mesmo tempo, quero aproveitar as oportunidades para novas experiências. Existem alguns projetos, ainda em fase de estruturação de ideias, mas garanto que serão feitos com a mesma ética e a dedicação que me trouxeram até aqui”, finaliza.


CAPA

foto FERNANDA SOUZA

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foto FERNANDA SOUZA

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DRA. MARIANA BARBATO

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CLÍNICA BARBATO

Dra. especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Mestrado em Ciências Médicas pela UFRGS, Doutora em Dermatologia pela FMUSP, Preceptora da Residência Médica em Dermatologia do HU-UFSC. Instagram: @dramarianabarbato

Site: www.marianabarbato.com.br Endereço: Rua Ferreira Lima, 238, Florianópolis/SC

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Contatos: (48) 3223-6891 ou 99933-7000 | (48) 3037-4992 ou whatsapp +55 48 99829-4645 Horário de atendimento: segunda a sexta-feira, 8h30 às 19h30.



URBANISMO E SUSTENTABILIDADE

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JURERÊ INTERNACIONAL 2050, NOVO CONCEITO EM FLORIPA

O New York Times sentenciou em 2009: Jurerê Internacional é “the place to be”, ou seja, o lugar para ser ou estar, no Brasil e no Planeta


URBANISMO E SUSTENTABILIDADE

25

texto LU ZUÊ fotos DIVULGAÇÃO GRUPO HABITASUL

E

ssa é a fama que corre o mundo há 41 anos, quando o Grupo Habitasul apresentou algo que então era pouco conhecido no Brasil, um masterplan, com um projeto que revolucionaria a concepção de bairro-balneário, aberto e integrante da cidade, e que é considerado modelo de preservação ambiental, sustentabilidade, urbanismo e arquitetura, saneamento e segurança, no Brasil e no exterior. Nessas quatro décadas – e com três novos masterplans –, Jurerê Internacional se transformou num ícone para algumas gerações, como destino ideal para morar, viajar, trocar experiências, praticar esportes, se divertir... Enfim, unir natureza e qualidade de vida num só lugar. Agora, todos esses conceitos que foram revolucionários desde 1980 se renovam. O Grupo Habitasul se prepara para duplicar o espaço de Jurerê Internacional até 2050, mantendo o foco na preservação ambiental e trazendo um conceito vanguardista de “conviver e viver bem”. Essa nova etapa – com edifícios sustentáveis –, tem valor geral de vendas (VGV) estimado de R$ 1,5 bilhão, e deverá ser implantada até 2035. O diretor de Negócios do Grupo Habitasul, José Roberto Mateus Júnior, explica que, após os licenciamentos e aprovações junto aos órgãos públicos, serão ocupados cerca de 11% da área de 310 hectares, com a maior parte sendo preservada.


26 URBANISMO E SUSTENTABILIDADE

* IMAGENS ILUSTRATIVAS DE PROJETOS EM ESTUDO

Segundo a arquiteta e urbanista Lorena Babot, responsável pelo projeto, hoje o bairro conta com 7.700 moradores fixos e pode comportar um total de 21 mil. A urbanização será vertical, com apartamentos grandes e menores, além de espaços comerciais. O projeto está em discussão com a prefeitura. Já nas áreas aprovadas estão sendo projetados dois empreendimentos a serem lançados até 2024. “Jurerê Internacional 2050 será um lugar conectado e que conecta pessoas. Um lugar aberto, em meio à natureza exuberante e bem cuidada. A maior riqueza é a vida, e a vida saudável é nossa prioridade. E, mais do que nunca, Jurerê Internacional será um lugar para os moradores de Florianópolis e também para os turistas”, afirma José Mateus. Em entrevista que você lê na página 28, Mateus aborda esse ponto fundamental: a integração do empreendimento com a cidade. “Jurerê Internacional 2050 vai prosseguir e ampliar sua conexão com o futuro de Florianópolis, como o Grupo Habitasul faz desde a década de 1970, antes mesmo do início do empreendimento no Norte da Ilha. Nosso compromisso é com a cidade e com seus moradores”, garante ele.

* IMAGENS ILUSTRATIVAS DE PROJETOS EM ESTUDO

Há muitas novidades: entre as novas áreas para convivência de moradores, população local e turistas, haverá um Parque Central com mais de 150 mil m² e mais de 10 quilômetros de novas ciclovias ao longo do bairro, áreas de preservação com cerca de 324 hectares de áreas verdes e áreas preservadas por meio de Parques e Reservas Naturais, protegendo a fauna e a flora locais. Quem vê o projeto do Parque Central fica encantado: tem tudo para se transformar no novo ‘xodó’ de Floripa.

* IMAGENS ILUSTRATIVAS DE PROJETOS EM ESTUDO


27 URBANISMO E SUSTENTABILIDADE

* IMAGENS ILUSTRATIVAS DE PROJETOS EM ESTUDO

Presentes para a cidade e o Estado E esse novo ponto de encontro da cidade vai se juntar a outro, que já cumpre essa função há muito tempo. O Jurerê Open Shopping, primeiro mall a céu aberto de Santa Catarina, que terá 4 mil m² de lojas, praça de alimentação e espaços de contemplação e lazer. Um lugar especialmente para famílias. Para Santa Catarina e Florianópolis, Jurerê 2050 também é a renovação do compromisso do Grupo Habitasul para com o Estado e a Capital. A empresa, fundada em 1967, é reconhecida no mercado brasileiro, com atuação em setores essenciais para o desenvolvimento da economia do País. Entre eles o industrial, com

a Irani Papel e Embalagem, uma das principais indústrias de papel e papelão ondulado do Brasil, fundada em 1941 em Vargem Bonita, no Meio Oeste de Santa Catarina. O Grupo Habitasul atua também nos segmentos de turismo e hotelaria. Em Florianópolis, com o Il Campanario Villaggio Resort e o Jurerê Beach Village. E, recentemente, a empresa firmou parceria com a famosa rede alemã de hotéis de luxo Kempinski, que vai fazer seu primeiro investimento no Brasil – R$ 540 milhões no hotel Laje de Pedra, com 250 apartamentos –, cravado nos canyons da Serra Gaúcha.

* IMAGENS ILUSTRATIVAS DE PROJETOS EM ESTUDO


URBANISMO E SUSTENTABILIDADE

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“Nosso compromisso é com a cidade” Entrevista | José Mateus, diretor de Negócios do Grupo Habitasul Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC e com MBA Executivo Internacional pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP/São Paulo, José Mateus é atualmente o responsável pela operação imobiliária, gestão hoteleira, ativos de renda e serviços de água e esgoto de Jurerê Internacional. Foi gerente das áreas de Estratégia, Marketing, Inovação e Melhoria Contínua na Irani Papel e Embalagem e, antes disso, esteve por seis anos à frente da área industrial de uma das suas unidades de papelão ondulado. Apesar de jovem, tem muita experiência na condução de planejamento estratégico, desdobramento de metas, construção de parcerias de inovação com startups, universidades e centros tecnológicos. A Mural conversou com José Mateus sobre o que é Jurerê 2050.

Revista Mural | Os planos para essa expansão mostram um investimento extraordinário do Grupo Habitasul, duplicando o espaço de Jurerê Internacional. Qual é a principal visão da empresa sobre essa expansão? José Mateus | São muitos números e projeções, mas certamente o fundamental é aquele que representa o foco de todo o planejamento: transformar o empreendimento em experiências de bem viver, viver bem e conviver, trazendo a natureza para mais perto da moradia. Por isso, dos 310 hectares que representam a expansão, apenas 11% serão ocupados após os licenciamentos e aprovações junto aos órgãos públicos. Ou seja, teremos 89% da área preservada. Acredito que este é o ponto fundamental, que é pilar de todo o conceito do empreendimento. RM | Que conceito é este? José Mateus | Jurerê Internacional 2050 será um lugar conectado e que conecta pessoas. Um lugar aberto, em meio à natureza exuberante e bem cuidada. A vida saudável é nossa prioridade e, mais do que nunca, Jurerê Internacional será um lugar para os moradores de Florianópolis e também para os turistas. Poderia enumerar aqui muitas das atrações de convivência, lazer, cultura e entretenimento que a cidade vai ganhar, mas vou destacar o Parque Central, que será o coração do bairro, a conexão principal entre a mata e o oceano. Serão mais de 150 mil m2 de vida e contemplação, com estruturas para esportes, trabalho ao ar livre, passeios e relaxamento com a família. Aliás, este é outro foco de Jurerê 2050: a família, protagonista de todo esse imenso cenário verde da vegetação e azul do mar.

RM | Um dos ícones de Jurerê Internacional é o Jurerê Open Shopping, primeiro mall a céu aberto de Santa Catarina. O que vai acontecer ali? José Mateus | Ele vai ser duplicado também. Nos últimos anos, o Jurerê Open Shopping foi revitalizado e ganhou um novo mix de lojas e comércio. A prioridade será para gastronomia e serviços, com expansão em etapas e prazo de conclusão em aproximadamente cinco anos – e continuará a ser sempre a vanguarda da inovação nesse segmento. Neste momento de arrefecimento da pandemia, está apresentando movimento recorde, o que é a natural, porque cada vez mais nós procuramos a segurança dos espaços ao ar livre para comer, comprar, interagir, se divertir. RM | A conexão do Grupo Habitasul com Santa Catarina e Florianópolis vem de muito antes do empreendimento, em 1980. Esta conexão permanece? José Mateus | Vamos ampliar esta conexão, especialmente com o futuro de Florianópolis. Nosso compromisso é com a cidade e com seus moradores, atuando na preservação ambiental e oferecendo soluções para problemas como o saneamento, por exemplo. Desde o início da década de 80, mantemos o SAE, o serviço de água e esgoto considerado referência para balneários no Brasil e até fora dele. Esse compromisso com a cidade também se faz com participação atuante no Floripa Sustentável, junto com as 45 entidades que buscam construir um futuro de qualidade para a Capital. Nossa bandeira é “transformar lugares em experiências de bem viver, viver bem e conviver”. Florianópolis e Santa Catarina impulsionam nossa estratégia.



Os mitos e personagens da cultura da Ilha ganharam as ruas em 2019. Ficaram (um pouco) escondidos por dois anos, mas em 2022 eles vão voltar, mais fortes do que nunca

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CULTURA DA ILHA EM ALTA NO BAILE MÍSTICO

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inguém esquece aquele 4 de outubro de 2019, quando Floripa viveu seu primeiro Baile Místico, evento que encantou a cidade e soltou pelas ruas do centro histórico da Capital as bruxas, personagens do folclore e da mitologia e todos os seres que se deixaram encantar por esses mitos tão vivos e presentes na cultura local. Dá saudades mesmo, porque por dois anos seguidos a pandemia deu rasteiras na organização do evento – que tem como gestores o Museu da Escola Catarinense (MESC/UDESC) e a Associação FloripAmanhã –, impedindo a realização da programação sonhada para a segunda edição. Mesmo assim, embalado pela esperança, o “Conselho Místico” (um generoso, ativo e acolhedor coletivo de artistas, professores e empresários que organizam o evento) deu seus ‘jeitinhos’ para manter vivas a proposta e a lembrança Baile.

Em 2020 lançou duas publicações sobre o 1o Grande Baile Místico, e anunciou a segunda edição para este ano, desta vez homenageando os 100 anos de Meyer Filho. Quis a pandemia que novamente não fosse possível realizar o desfile pelas ruas, mas houve avanços estruturais significativos e Florianópolis ganhou presentes valiosos: em maio a Câmara de Vereadores da Capital aprovou o Projeto de Lei que instituiu o “Outubro Místico” no Calendário Oficial do município de Florianópolis – e a programação será aberta pelo Baile Místico! –, e o grupo trabalhou com ‘produtos’ alternativos, para divulgar Meyer Filho e sua arte: um grande mural pintado pelo artista Rodrigo Rizo na região central da Capital, e a criação de bordados inspirados no trabalho do pintor. Já vamos falar sobre isso, mas é bom lembrar que o movimento Outubro Místico nasceu da inquietação de um grupo de pessoas com o desconhecimento da história e falta de apego das pessoas pela cultura local. Professora do Centro de Artes da Udesc e diretora do Museu da Escola Catarinense (MESC), Sandra Makowiecky, explica que a proposta do Grande Baile Místico é oferecer contraponto às ideias importadas e realizar, todo ano, uma Festa da Magia na Ilha valorizando a mitologia local. Segundo ela, a cada ano um artista local, ligado a essa tradição mitomágica de Florianópolis será homenageado. Em 2022 será a vez de Vera Sabino! Em 2019, Peninha foi o escolhido. Historiador, uma verdadeira ‘biblioteca ambulante’, Peninha é fonte inesgotável de conhecimentos sobre a Ilha e um dos principais responsáveis pela preservação das figuras criadas pelo folclorista “bruxo” Franklin Cascaes. No dia da produção das fotos do Conselho Místico que ilustram esta matéria, estava radiante. “Orgulho demais por ter sido homenageado e por ver essa ideia ir adiante. Foi um ponta pé inicial, mas vai firme, e enquanto lá fora outubro é mês de Halloween, aqui será o mês das bruxas de Franklin”, aposta Peninha (para quem não sabe, Gelci José Coelho, que será sempre o Peninha).


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DIRETORIA DO BAILE MÍSTICO

A proposta ganha corpo Com a instituição do Outubro Místico a ideia é ir muito além, envolvendo toda a comunidade nesse processo de resgate. “Queremos criar uma anima – uma alma para nossa cidade – que é na verdade um traço de cultura que a distingue das demais cidades. Florianópolis é uma cidade cosmopolita, mas que mantém um ‘q’ de província. A ideia aqui é ressaltar essas diferenças e criar essa convivência, que na verdade é o que se procura quando se vai a uma cidade: um traço que a distingue. Florianópolis é multifacetada, e o Outubro Místico é para mostrar isso”, explica a professora Sandra. É mais ou menos assim: quando se fala em Gramado, por exemplo, não há quem não pense no Natal Luz, um evento que envolve a cidade toda – poder público, cidadãos, empresários, lojistas etc. – criando uma atmosfera única, que encanta moradores e visitantes. “Imagine aqui na nossa Ilha da Magia, onde temos nossa cultura tão rica, repleta de mitos, magias e personagens. Seria maravilhoso ver essas manifestações acesas em cada canto e recanto da cidade: decoração das vitrines das lojas, restaurantes oferecendo um ‘Cardápio Mísitco”, com pratos da comida típica da tradição açoriana, feiras com produtos místicos, teatros apresentando produções relacionadas ao nosso universo mitomágico... é a cultura sendo respeitada, divulgada e preservada, estabelecendo ainda um atrativo de distinção para a cidade. E sempre com o Baile abrindo a programação”, conta, animada, a jornalista Isabel Orofino, a Bebel, que integra o grupo responsável pela realização do Baile Místico.


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ISABEL OROFINO

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SILVIA LENZI foto LUIZA FILIPPO

SANDRA MAKOWIECKY

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Membro do Conselho Místico, a arquiteta e urbanista Silvia Lenzi destaca a importância da preservação da cultura da cidade no processo de desenvolvimento local. Ela explica que uma cidade não é só ruas: ela tem alma, espírito, personalidade, DNA. “A Ilha de Santa Catarina possui uma riqueza cultural imensa, e na medida em que você resgata essa história e mitologia, cria uma oportunidade de se olhar realmente para esses valores e isso passa a ser uma referência até mesmo para o desenvolvimento da cidade”, afirma, explicando que há inúmeras formas de se fazer isso. Citando como exemplo as programações deste ano que tem Meyer Filho como homenageado, e ainda sob as limitações dos decretos da pandemia, a arquiteta fala sobre o projeto das bordadeiras que rendeu um rico diálogo entre as manifestações. “Chamamos um grupo de 29 bordadeiras e a professora, e trouxemos a Sandra Meyer para contar a história do pai, a Bebel para fala sobre o Baile Místico, mostramos o trabalho e publicações do Meyer Filho, tudo com o objetivo de apresentar o artista e despertar a curiosidade em relação a ele. A partir daí elas produziram livremente seus trabalhos”, conta, entusiasmada com o resultado do trabalho, colorido e livre como é a obra do homenageado. “É fácil dialogar! ´Se existe a intenção convergente e uma relação de confiança, o resultado é sempre o melhor possível’”, acrescenta. Os bordados serão expostos no hall do MESC, a partir do dia 4 de março. “Será o primeiro evento aberto do museu após a pandemia”, comemora a professora Sandra Makowiecky.

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Meyer Filho pairando sobre o Centro de pessoas que viveram em outra época, que se identificaram com o trabalho dele e agora vão poder ver algo que de certa forma concretiza um sonho dele”, afirma Rizo. Isso porque, segundo o artista, em uma conversa prévia com Sandra Meyer, ela confirmou que a produção de um grande mural era um desejo do pai. Segundo Rizo – que tem como pintora assistente a esposa, Tuane Ferreira, que também tem um consistente trabalho autoral –, o trabalho do Meyer Filho dialoga muito bem com a street art: colorido e com contornos marcados, ele carrega consigo características do grafite no cenário urbano, uma vez que se trata de uma arte que tem que competir com diversos outros elementos visuais. “É uma iconografia bem difundida, e com essas características conseguimos ter uma visualização rápida e marcante. Não é exatamente a minha linguagem, porque trabalho mais com gradientes do que com cores sólidas, mas é um grande e prazeroso exercício promover esse diálogo”, finaliza. foto MARCO CEZAR

Um presente para a cidade. É assim que os organizadores do Baile Místico definem o painel produzido para homenagear o artista Meyer Filho, personagem do Baile Místico neste ano de 2021. “Foi uma batalha encontrar uma parede disponível e conseguir as autorizações na região central, mas o Centro vai ganhar mais um painel lindo e alegre, conectado com a cultura local”, explica Sandra Makowiecky, destacando a importância do edifício Comasa para a cidade. É um prédio icônico, famoso, tradicional. De acordo com o responsável pela produção do painel, Victor Moraes Heyde, buscar uma parede adequada para a produção de uma obra de grandes dimensões é bem trabalhoso. “Além de Floripa ter uma certa limitação em relação a paredes disponíveis, há muito trabalho e pessoas envolvidas no processo, que demanda autorizações, aprovações, conversas e adaptação. Felizmente, conseguimos uma das melhores paredes da cidade”, conta, reforçando o fundamental apoio do síndico do edifício (Sérgio dos Reis) e da administração da loja que fica no prédio vizinho (Renner), que facilitou muito o acesso da equipe para a projeção do desenho e marcação dos traços – inclusive no período noturno, fora do horário comercial. “É preciso agradecer. É graças a ações como essas que depois de cinco anos produzindo painéis, estamos cada vez mais chegando ao coração da cidade”, comemora, destacando que a base da proposta é transformar o Centro em uma galeria a céu aberto, promovendo a cultura e movimentando o turismo e a economia locais. Difícil definir o local? Sim, mas quanto ao artista convidado para realizar a obra, nenhuma dúvida. Depois dos muitos painéis produzidos na região central da cidade, Rodrigo Rizo mergulhou nas cores e traços de Meyer Filho para criar uma grande (em todos os sentidos, pois afinal são 7,5 x 33 metros) e vistosa obra. “Foi uma honra receber o convite de reproduzir alguns trabalhos do Meyer Filho, dialogando com a minha composição. É muito interessante representar um artista tão relevante para o cenário catarinense das artes e atingir uma escala muito ampla

RODRIGO RIZO E TUANE FERREIRA


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A transformação do Outubro Místico em Lei O projeto, dirigido ao prefeito Gean Loureiro e apresentado pela superintendência da Fundação Franklin Cascaes, foi aprovado pela Câmara em maio deste ano. Ele foi concebido por um conselho curador que tem entre seus membros Zena Becker, presidente do Conselho da FloripAmanhã, envolvida desde a criação do Baile Místico, junto com as professoras da Udesc: Vera Collaço, Sandra Meyer Nunes, Sandra Ramalho e Sandra Makowiecky, além de outros nomes da cultura local, como Peninha, Sílvia Lenzi, Bebel Orofino, Roseli Pereira, Laudelino José Sardá e Roberto Costa. Presidente do Movimento Floripa Sustentável, Zena Becker, acredita que o Outubro Místico deve produzir um efeito multiplicador no embalo de resgate e enriquecimento cultural, e aposta que as iniciativas vão ajudar muito a atrair mais turistas e a repensar o futuro da cidade. “Não se admitem estratégias turísticas divorciadas da cultura, ainda mais Floripa, rica em folclore”, observa. foto LUIZA FILIPPO

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Cláudio Brandão, Monique Vandresen e Amanda Vizentainer discutem o papel da fotografia na cultura e na sociedade

UMA CONVERSA SOBRE FOTOGRAFIA

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E por aqui?

textos CLÁUDIO BRANDÃO, MONIQUE VANDRESEN E AMANDA VIZENTAINER

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o mês de agosto a fotografia completou 182 anos desde a sua apresentação para os intelectuais e cientistas de Paris, em 1839. Por volta de 1850, havia na cidade francesa de Marselha no máximo cinco pintores de miniatura (uma espécie de 3x4 em pintura), dos quais talvez apenas dois conquistaram algum prestígio que lhes garantia uma produção anual de cerca de quinze retratos. Pouco tempo depois, havia na mesma cidade cerca de quinze fotógrafos que, juntos, produziam por ano uma média de 1.200 fotografias.

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Quando os primeiros fotógrafos chegaram a Florianópolis, ainda Desterro, em 1859, as demandas da sociedade eram os retratos na forma da “carte de visite” – depois “carte de cabinet” – uma fotografia colada em um cartão e com o verso ornado com vinhetas contendo o nome do estúdio (Foto 1). Esses cartões eram impressos em pequenas tiragens, de 10 a 12 peças, e a prática da época era distribuir esses retratos aos amigos e colecionar as imagens recebidas. Pode-se dizer que é primeira circulação das fotografias, que anteriormente eram peças únicas guardadas em casa pelas famílias. O fato das “cartes” serem múltiplas barateava o produto e tornava mais acessível seu consumo a uma pequena burguesia, ávida por novidades e por possuir um retrato próprio. A pose seguia o modelo europeu, já consagrado pelas pinturas. Provavelmente os primeiros fotógrafos que aqui se estabeleceram – anteriormente eram itinerantes – foram Porfírio Joaquim Vieira Machado (Foto 2), em 1890, na rua da Palma, depois chamada de Álvaro de Carvalho; e José Ruhland, (Foto 3), proveniente de Ponta Grossa (PR), cujo ateliê denominado Instituto Photographico Novo Mundo, ficava na rua Correa. (Dados obtidos no Dicionário Histórico – Fotográfico Brasileiro de Boris Kossoy).


foto CAIO CEZAR

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Uma conta de Instagram que virou texto de revista Um pouco antes da pandemia, começamos a usar a conta do Estúdio Brandão Fotografias (@brandaofotografias) para falar de fotografia. Grandes fotógrafos que fizeram história, gente que está despontando agora, exposições, concursos. A iniciativa acabou tendo um resultado inesperado, o número de seguidores subiu e recebemos o convite para usar um espaço na Revista Mural para trazer um pouco daquela conversa para cá. Verdade é que até hoje se discute o papel da fotografia na cultura e na sociedade; seria um espelho da realidade, seria a própria realidade retratada ou apenas uma ilusão especular, conforme Arlindo Machado? Por aqui, vamos conversar um pouco sobre fotografia e memória!

Cláudio Brandão é fotógrafo há mais de quatro décadas. Ele e Monique Vandresen (que é jornalista desde 1988) são professores do Centro de Artes da UDESC. Amanda Vizentainer é aluna do curso de Bacharelado em Moda da UDESC, e é estagiária do projeto que deu origem a estas páginas.



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Artista desde sempre, Hugo Rubilar vive da pintura há 40 anos, e é uma FI-GU-RA! Cabelos descoloridos e os óculos estilosos são sua marca registrada


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texto LU ZUÊ foto MARCO CEZAR

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as o que chama ainda mais atenção em Hugo é a energia, evidente na fala rápida, nos gestual agitado, e na intensidade de sua obra. Ele é chileno de nascimento, mas nos últimos 30 dos seus atuais 60 anos escolheu viver em Floripa (pelo sotaque parece que chegou ontem!), onde integra o grupo de artistas reconhecidos pela expressividade e estilo. Para chegar até este momento e reconhecimento, a viagem foi longa, mas fundamental para a construção de seu trabalho. “A melhor escola para tudo é a vida! Eu descobri a arte ainda na infância, levado especialmente pelo meu pai, que me proporcionava isso com muita naturalidade. A vida foi me abastecendo com informações e impressões que sempre projetei em meu trabalho, hoje muito colorido e feliz”, conta, destacando que o amor à pintura é uma das mais antigas lembranças que tem. “O que lembro lá dos meus cinco anos, é Hugo chorando, Hugo pintando e ganhando concursos de arte. Eu comecei a ser pintor antes de qualquer outra coisa, e ainda hoje é a sensação mais visceral que eu sinto”, reforça. Filho de professores, Hugo Rubilar nasceu em Santiago. Estudou comunicação na Escola de Artes e Comunicação do Chile, e aos 20 anos, quando o país vivia uma situação caótica imposta pela ditadura de Augusto Pinochet, decidiu partir para a Europa. “Naquele período era muito perigoso viver no Chile, especialmente para pessoas que como eu trabalhavam com arte e comunicação. Fugi da repressão e fui em busca de novas referências”, explica. Passou pela Espanha e chegou à França. Escolheu Paris, onde vivenciou uma realidade muito diferente daquela que conhecia no país de origem. “Vivi em Paris em uma época em que havia muito incentivo à arte, e isso atraia pessoas de toda parte do mundo. Lá eu vivi intensamente e redescobri a pintura. Era diferente da que faço hoje, mas foi muito importante”, relembra.

Depois de 10 anos trabalhando muito e participando de movimentos culturais – que incluíram a ocupação de imóveis abandonados para transformá-los em espaços artísticos – Hugo achou que era hora de voltar. Além da vontade de conhecer mais lugares e pessoas, ele fez uma escolha pela sobrevivência, segundo suas próprias palavras. “Acabei mergulhando em uma vida de excessos e uso de drogas ilícitas, principalmente a heroína. E aí foi preciso escolher. Decidi pela vida”, sentencia. Voltou para o Chile e para a família. Recuperou energias e decidiu sair para uma viagem pela América Latina. Passou pela Bolívia, Peru e Uruguai antes de chegar ao Brasil – mais especificamente em Florianópolis, mas isso é uma outra história!


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Reconhecimento

Quando chegou a Florianópolis, Hugo Rubilar estava A partir daí, Hugo (que já tinha seu trabalho reconhecido na “enamorado” por uma brasileira, mas descobriu aqui um novo Europa e em diversos países da América Latina) ficou conhecido amor. “A primeira vez que cheguei no alto do Morro da Lagoa também no Brasil. Suas obras enriquecem paredes das casas de ‘mirei’ aquilo tudo e pensei: Este é o meu lugar. É aqui que vou famílias tradicionais da Ilha e de personalidades como a modelo viver e morrer”, conta, expressando de forma natural seu amor e apresentadora Fernanda Lima e a cantora Rita Lee, por exemplo. pela Ilha e pela Lagoa da Conceição. “Há algo bruto, mágico... me O trabalho de Hugo Rubilar já foi, inclusive, destacado de forma encantei e fiquei. Estou aqui há 30 anos, todo mundo me conhece sensível e carinhosa pelo artista plástico Luciano Martins. “Eu nem era e conhece meu trabalho”, complementa. Hugo ama a Ilha desde artista quando vi seus primeiros trabalhos na Lagoa da Conceição, que aqui chegou. o lugar mais “moderninho” que Hugo, que já morou em Paris, escolheu O artista conta que logo ao chegar conheceu nosso editor, para contar a sua história em cores. Ele foi também o primeiro que eu Marco Cezar. “Marco tirou uma foto muito louca: eu estava de conheço que vive somente da arte e tem orgulho disso”, comentou capacete, com meu cabelo descolorido e em cima de uma moto. Luciano quando apresentou uma exposição de Hugo. A foto saiu na coluna do Cacau Menezes com uma legenda mais ou menos assim: ‘Bad boy. Chico Mano curtindo a noite de Florianópolis’. Foi o que bastou para que eu ficasse conhecido. Eu fui num mercado e uma senhora me disse: ‘Ei, você está no jornal’. Eu não tinha visto ainda, mas aquela foi minha primeira aparição em HUGO RUBILAR DURANTE O SHOW DE LANÇAMENTO DO CD “AFINAR AS REZAS”, DA BANDA DAZARANHA, NO TEATRO DO CIC Florianópolis”, relembra, rindo muito.

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Um novo caso de amor


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A vida (e arte) na Lagoa A Lagoa, aliás, foi – e é – muito importante na vida do artista, que destaca a evolução de seu trabalho em terras manezinhas. “Lá na Europa vivi uma experiência muito louca. Minha pintura era mais agressiva. Aqui em Florianópolis eu vivi e vivo um momento diferente. Com certeza meu trabalho amadureceu, e me converti em um pintor mais profundo, porém mais simples”, explica. O endereço de Hugo Rubilar na Lagoa sempre foi conhecido. Ele não mora mais lá, mas ainda hoje o ateliê fica na Osni Ortiga, no 993, lugar que ficou conhecido como a “casa” de Hugo, e que já foi palco de muitas festas e encontros animados e bem frequentados. “De certa forma, esta casa tem vida própria. Cheguei aqui quando o acesso ainda era uma trilha, e antes de mim, um tatuador viveu nesta casa. As portas sempre estiveram abertas e me sinto sempre muito seguro e protegido aqui dentro”, confessa, lembrando que já houve ocasiões em que entre 400 e 500 pessoas compartilharam o espaço. “Eram festas loucas e intensas, e fazem parte de minha história”, conta, acrescentando que a casa tem “muitos fantasmas”, que contribuem para deixar a energia do local ainda mais especial. A energia – que se mistura com a calma evidente – e a luz (que passa pelas aberturas das janelas e do forro (que não mais existem) justificam o apego pelo lugar. Todos os dias, Hugo e a companheira – também pintora – Kuke estão lá logo cedo. “Embora possa parecer difícil acreditar, sou muito disciplinado. Pelo menos com a pintura. Eu começo a pintar logo cedo, com a alma e as ideias limpas. Às vezes sonho e venho para cá com a ideia pronta. Esse é o meu processo criativo”, explica, acrescentando que, normalmente, quando cria uma obra imagina em qual local ela ficará. Algo como: “Este funciona bem em um quarto, este vai para um escritório, este criei para um espaço infantil...”. Mas depois de prontas são de quem as levar. “Meu maior compromisso é com a arte. E ela provoca impressões diferentes em cada pessoa”, afirma.


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Atravessar a ponte Durante todo o mês de setembro, o trabalho de Hugo Rubilar esteve em exposição na galeria Itaguaçu+Arte, sob a curadoria de Chris Ribeiro. Foi uma experiência diferente para o artista acostumado a expor pelo mundo. A exposição “Hugo te ama” (tomamos emprestado parte do nome para apresentar esta matéria) reuniu trabalhos inéditos do artista em um espaço totalmente novo para Hugo. “Florianópolis tem vários ‘guetos’. Existe o povo da Lagoa, o povo de Santo Antônio, o povo dali e de cá. Para mim, cruzar a ponte e expor no shopping mais antigo da região foi muito especial. Era o mesmo lugar e, ao mesmo tempo, um lugar totalmente diferente, com um público novo e diferentes expectativas. Achei muito interessante”, conta.

contatos

@hugorubilarpintor facebook.com/Hugoatelier hugorubilarpintor@gmail.com +55 48 97400-2713

Para abrir a exposição, Hugo Rubilar criou uma obra especial. “É meu autorretrato. Sei que não está parecido comigo, mas é assim que vejo. Eu sempre compro roupas de tamanho menor e coloquei isso nessa pintura. Então é o Hugo! E Hugo te ama”, finaliza. Simples assim!


A S D E L Í C IA S DA I L HA N O M E L H O R LU G A R

C A NA L DA BA R R A

TERÇA A DOMINGO: 11 ÀS 18H C ONT AMO C OM UM SE S RV I Ç O E XC L D E L E U S I VO VA E VO C Ê T R A Z D L ANC E HA !

RUA L AU RI N D O JOSÉ DE SOUZ A , 291, FLORIA NÓP OLIS/ SC

fedocadocanal

(4 8) 3234- 4954

fedocadocanal


PARA (COMEÇAR A) MATAR A SAUDADE! Entre os dias 10 e 14 de novembro, a Praia Mole sediou o Layback Floripa Pro, etapa classificatória para o Mundial de Surfe, que reuniu 176 surfistas de 9 países

foto RUAN LADWIG

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fotos MÁRCIO DAVID

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cidade, as ondas, a areia e a gente, claro... todos morrendo de saudades de ver de perto um evento esportivo daqueles que tem tudo a ver com Floripa! Valendo pontos para os primeiros rankings regionais de 2021/2022, essa etapa brasileira do WSL (World Surf League) QS (Qualifying Series) tinha mesmo que acontecer aqui: cidade brasileira que mais recebeu eventos do WSL QS (entre as 140 etapas já realizadas em águas brasileiras, o Layback Pro foi o 28o evento realizado na Ilha), havia seis anos que a Capital de Santa Catarina não recebia oficialmente os grandes nomes do surfe. A Mole mesmo, não recebia esse evento internacional há 11 anos. Tinha como não gostar? De jeito nenhum! Ainda mais com catarinense no pódio (já vamos falar sobre isso!).

A etapa que aconteceu em Floripa foi a primeira realizada pela WSL no Brasil após o início da pandemia de Covid-19 – a última antes da pandemia aconteceu em Fernando de Noronha (PE), em fevereiro de 2020 –, e havia mesmo muito o que comemorar. “Ficamos felizes em poder retomar as competições de surfe no Brasil por Florianópolis, que é uma cidade tradicional de grandes eventos ao longo dos anos. E, especialmente na Praia Mole, que ficou marcada pela primeira vitória do nosso tricampeão Gabriel Medina no Circuito Mundial”, contou Ivan Martinho, CEO da WSL Latin America. Martinho destacou o momento especial vivido pelo surfe brasileiro a partir da medalha de ouro conquistada por Ítalo Ferreira nas Olimpíadas de Tóquio e pelo tricampeonato mundial do Gabriel Medina. “Foi a segunda decisão de título consecutiva entre brasileiros, e agora, é a chance de novos talentos mostrarem seu valor para fazerem parte desta história”, acrescentou.


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E como mostraram seu valor Entre as mulheres, com apenas 15 aninhos, a catarinense Laura Raupp derrotou a peruana Melanie Giunta, 24, e na sequência, foi a vez do paulista Eduardo Motta, de 19 anos, superar o cearense Michael Rodrigues. Brasil no pódio, Santa Catarina no degrau mais alto do time feminino. A catarinense, aliás, igualou o feito de Gabriel Medina – hoje tricampeão mundial de surfe – que há 12 anos, nas mesmas ondas da Praia Mole, se tornou o surfista mais jovem a vencer um evento da WSL. Medina tinha, então, 15 anos! “Nossa, estou tão feliz que não consigo nem falar. A torcida na praia foi irada. Esse foi o meu primeiro QS e já venci”, foram as primeiras palavras da campeã. Laura comemorou e a gente aplaudiu! “Não tem coisa melhor do que surfar meu primeiro QS em casa, num evento do meu patrocinador, a LayBack. Então, estou muito feliz por ter vencido”, completou.


foto RODRIGO BAREJA

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Criada pelo medalhista olímpico de skate park, Pedro Barros, a LayBack Beer é uma marca de cerveja antenada com o espírito livre e original do skate e do surfe. Além de incentivar e investir na construção de pistas de skate no País, a marca já está presente em grandes cidades do Brasil e patrocina um significativo número de skatistas e surfistas. “O surfe sempre fez parte da nossa vida aqui em Florianópolis, e poder fazer um evento desse porte para Floripa voltar ao calendário mundial, é um sonho sendo realizado não só para nós, mas, principalmente, para todos os moradores, a comunidade do surfe catarinense e o comércio local”, destacou André Barros, pai do Pedro e sócio fundador da LayBack Beer. Ao patrocinar a etapa Floripa da WSL, a LayBack Beer contribuiu com a viabilização de um evento que trouxe para a Ilha uma medalhista olímpica e outros seis atletas que competiram nos Jogos de Tóquio. Falamos da britânica Sky Brown, que foi bronze no skate park no Japão. Além de skatista, Sky é surfista e está focada em conquistar vaga para as Olimpíadas de Paris 2024, não apenas nas pistas, mas também nas ondas francesas. Com 13 aninhos, Sky foi eliminada na primeira fase e terminou na 25a colocação. Mas segue firme no sonho de competir nas duas modalidades em Paris.

foto RUAN LADWIG

A etapa com cores e vitórias catarinas


fotos MÁRCIO DAVID

E no ranking... O Layback Pro abriu os rankings regionais de 2021/2022 da WSL Latin America, responsável pela classificação dos surfistas de nosso continente. Eduardo Motta largou com 3 mil pontos, e a catarinense Laura Raupp, com 1 mil. Confira o povo que saiu sorrindo das águas da Mole:

SAIBA MAIS

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TOP-10 DO RANKING REGIONAL TOP-10 DO RANKING REGIONAL DA WSL LATIN AMERICA: DA WSL LATIN AMERICA: 1o Eduardo Motta (BRA) – 3.000 pontos

1a Laura Raupp (BRA) – 1.000 pontos

2o Michael Rodrigues (BRA) – 2.400

2a Melanie Giunta (PER) – 800

3o Yago Dora (BRA) – 1.950

3a Summer Macedo (BRA) – 650

3 Willian Cardoso (BRA) – 1.950

3a Arena Rodriguez Vargas (PER) – 650

5o Samuel Pupo (BRA) – 1.500

5a Daniella Rosas (PER) – 500

5o Robson Santos (BRA) – 1.500

5a Sol Aguirre (PER) – 500

5o Raoni Monteiro (BRA) – 1.500

5a Sophia Medina (BRA) – 500

5o José Francisco (BRA) – 1.500

5a Isabelle Nalu (BRA) – 500

9 Alex Ribeiro (BRA) – 1.050

9a Dominic Barona (ECU) – 350

9o Victor Bernardo (BRA) – 1.050

9a Karol Ribeiro (BRA) – 350

9o Renan Pulga (BRA) – 1.050

9a Tainá Hinckel (BRA) – 350

9o Wesley Leite (BRA) – 1.050

9a Monik Santos (BRA) – 350

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7 mil km rodados em 25 dias de pura aventura

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texto LUÍS ROBERTO FORMIGA fotos FORMIGA, CHICO SANTOS e SABIÁ

O Jalapão é bruto

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Sem dúvida, o que mantém esse lugar tão especial é a dificuldade de acesso. Chegar e transitar lá exige mais do que um carro 4x4: tem que “olhar a vida sem pressa”, “baixar a bola” e entrar na frequência daquele lugar. Lá, as distâncias aumentam, tudo é longe, demorado e trabalhoso para chegar, os acessos aos lugares especiais são em estradas de terra e de pedra com areões. Mais um motivo para curtir o lugar e restartar a mente. Quem vai para o Jalapão tem grandes chances de voltar para casa diferente, pois o lugar exercita o desapego, a busca pela tranquilidade e nos convida a mudar a nossa relação tempo/espaço para os modos contemplativo e sensitivo, abrindo as portas da percepção. O Jalapão é louco demais!

Jalapão, no estado do Tocantins, é um destino turístico para quem quer sair do convencional, respirar natureza, deixar a comodidade e o conforto das cidades grandes de lado. Depois da novela da TV Globo, “O outro lado do Paraíso”, em 2017, esse lugar começou a ser visitado por turistas que se deslocam de muito longe para curtir as belezas e a simplicidade diferenciada desse paraíso intocado, onde águas cristalinas, fervedouros, cachoeiras, paisagens de cerrado selvagem e montanhas belíssimas, são de arrancar lágrimas dos olhos.


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Uma expedição inédita Voar onde ninguém nunca voou de asa delta foi a isca para atrair um grupo de pilotos de asa para essa empreitada histórica e ultracasca-grossa. No início eram apenas alguns poucos pilotos que estavam na lista do Chico Santos, manager desse projeto. Chico é figura carimbada na organização de eventos de voo livre e também da Revista Mural, onde já mencionamos o empreendedorismo desse cara que além de muitas coisas, é o produtor e responsável pela tirolesa do Rock’n Rio. Nosso manager convidou alguns, mas o boca a boca no meio dos pilotos de parapente e asa-delta, atraiu mais de 50 pessoas dos quatro cantos do Brasil. Saímos de Florianópolis e 3 mil km de estradas nos esperavam. A primeira parada seria em Brasília (DF) para encontrar parte da equipe e seguir para Luís Eduardo Magalhães, ou LEM, como também é conhecida a cidade, símbolo mundial na produção de soja, sorgo, milho e algodão. No aeroporto particular da cidade, nossa comitiva foi super bem recebida. O lugar era perfeito para testarmos os equipamentos e iniciar um grande encontro de voo de asa-delta e parapente rebocado por ultraleve e por carro, em uma pista asfaltada para aviões executivos, com 2 mil metros de comprimento.


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Várias equipes de diferentes lugares, só pilotos cascasgrossa, todo mundo focado na troca de informação, aprendizado e aperfeiçoamento das técnicas de decolagem iniciando no plano, longe das rampas e das montanhas. LEM é uma cidade localizada em uma área totalmente plana: parece uma mesa de bilhar. Também conhecida como polígono da soja, essa região foi escolhida para iniciar o famoso Rally dos Sertões, evento que acompanharíamos até o final de nossa expedição. A ideia era integrar, em eventos paralelos, o voo livre ao movimento dos carros de rally. A ideia foi muito bem aceita pelos organizadores desse, que é um dos principais rallies do mundo. Não podia faltar a interação máxima desses esportes com o famoso paraquedista Sabiá, saltando da asa-delta motorizada com Wingsuit (o macacão com asas), e pousando dentro da área de preparação e largada do evento de carros. Tudo deu super certo, inclusive meu projeto: a Fly Charrete com a Torre Eiffel, um sistema de reboque de asa e parapente com características únicas no mundo, idealizado para facilitar as decolagens em menor tempo possível com performance e segurança. Outra forma de decolagem espetacular foi o voo rebocado por uma asa-delta com motor. A equipe profissional Viva ao Vento, baseada em Bonito, no Mato Grosso do Sul, orquestrou com muita técnica e conhecimento essa operação, que levou as primeiras asas a voarem nesse lugar, meca do voo a vela e de planadores. Partimos para Jalapão. A camionete 4x4 e um caminhão seguiram por quase 300 km de estradas de terra até chegarmos em Mateiros (TO). A cidadezinha é muito simples e as pousadas também. Mas apesar da pandemia, quase todas estavam lotadas.

Há muitos lugares que para serem visitados precisam do acompanhamento de guias. O ideal é contratar as empresas de turismo local que fazem o translado de Palmas – aeroporto mais próximo para aviões comerciais – para São Felix do Tocantins ou Mateiros, as duas cidadezinhas desse lugar enigmático e cheio de atrações naturais. Porém, a maioria dessas atrações tem tempo cronometrado para se curtir. Isso mesmo, vinte minutos é o tempo máximo para se ficar na maioria dos fervedouros em dias de movimento. Eles são um símbolo do Jalapão, e por isso o tempo e o número de pessoas em cada lugar é rigorosamente controlado. Estamos falando de um Parque Estadual, e as regras de proteção da fauna e flora são cumpridas de forma enérgica e muito bem controladas pela comunidade, que se profissionalizou. Mais do que guias, eles são conscientes protetores do meio ambiente. Esse esquema tira um pouco da “vibe”, afinal esperar numa fila para se refrescar pode ser obrigatório para conhecer realmente uma das águas mais transparentes do planeta.


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O voo pioneiro de uma asa-delta no Jalapão. Mas não fui só eu que chorei Éramos em muitas pessoas, mas o primeiro deslocamento dentro do Parque Estadual do Jalapão “meteu pressão” na galera. Apenas 80 km separam Mateiros de São Felix, e nossa camionete super carregada demorou cinco horas para transpor os areões, as lajes de pedras e as costelas de vaca – que são ondulações na estrada de terra –, que limitam demais a velocidade. Parecia que o painel da camionete ia cair no colo de tanta vibração. Muito bom para olhar para o cerrado, para as paisagens, montanhas avermelhadas e para o céu. Chegando lá em São Felix do Tocantins, fomos direto para uma pequena pista de aviões e sem titubear montamos a usina de voo Formiga Air Lines: uma camionete, um guincho e um sistema desenvolvido por mim, com uma torre para liberar o cabo de reboque que faz as asas decolarem e ganharem mais altura e, é claro, a Fly Charrete – a estrela desse projeto. É uma espécie de carretinha desmontável, que sustenta a asa no processo que antecede a decolagem propriamente dita. Depois de decolar o parapente de Guerreiro, um piloto corinthiano roxo (rsrsrs), chegou minha hora de estrear o voo de asa-delta no Jalapão. A decolagem foi perfeita. Apesar de estar bastante adrenado e concentrado, eu contava com um experiente parceiro de projeto: o Luquinha, da Top Fly Guinchos. Como a pista era curta, subi a apenas 100 metros de altura e desconectei o cabo de reboque. Rapidamente entrei em uma corrente ascendente que me levou a 2.500 metros de altitude. Foi uma festa no céu: em um momento desse voo, três parapentes e minha asa na mesma térmica. Foi simplesmente emocionante, um voo muito diferente também pela dificuldade em estar lá. Foram meses de projeto que consagraram naquele momento minha “usina de voo”, que promoveu uma festa no céu do Jalapão. Poucas estradas, o visual do serrado intocado e o horizonte selvagem são de arrepiar. Muito louco estar nessa vida pendurado em uma asa-delta curtindo esse visual. Girando em círculos e subindo com os amigos foi só gritaria e emoção, aquele primeiro voo encheu nossos olhos de lágrimas, o que confidenciamos uns aos outros no bate-papo após o voo, no pouso.


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Um Jalapão jamais visto a partir desse ponto de vista Para fechar com chave de ouro, novamente o sistema Formiga Air Lines proporcionou o primeiro voo decolando em Mateiros em um outro pequeno aeroporto. Parecia impraticável decolar com o auxílio das asas-deltas motorizadas na modalidade aerotow. Saímos decolando parapentes e com a Fly Charrete... me preparei e decolei. Repetindo o feito do voo anterior, mais uma vez desengatei muito baixo o cabo de reboque. Na mesma altura – mais ou menos 100 metros –, pequei a térmica e subi novamente a 2.500 metros de altitude. Porém, dessa vez o objetivo era sobrevoar uma área sem bons pousos, transpor 30 km em linha reta e pousar no GOAL, no Recanto das Dunas (um ponto de parada obrigatório para quem vai ao Jalapão), no pé da Serra do Espírito Santo, ao lado das Dunas do Jalapão. Nesse projeto era questão de honra pousar naquele lugar e, é claro, fazer a foto na Árvore dos Desejos, onde se toma uma cerveja gelada, se saboreia coisas gostosas e se pode até sentir o tremor na boca bebendo uma cachacinha com jambu, erva usada na culinária do norte do País.

Por que voar nesse lugar seria tão diferente? Primeiro, por ser o visual mais exótico, especial, inédito e diferenciado do Brasil. Realizar e registrar esse voo era o objetivo de toda essa expedição. Eu tinha que chegar lá! Apesar da condição meteorológica estar muito boa, como voamos sem motor, não se pode ter a certeza de pousar onde se deseja. A região é hostil, e no cerrado as árvores retorcidas não permitem o pouso de forma segura. Mesmo assim, nem pensei nisso. Fui voando em direção ao morro, que tem um platô cheio de recortes. Coisa mais linda. Minha asa chegou a subir 8,6 metros por segundo. Essa velocidade vertical é muito grande, a térmica era um absurdo de forte, porém estável e consistente, sem a turbulência comum em condições extremas como essa. Quando avistei a erosão que forma as dunas do Jalapão tive a sensação de onipotência, a certeza de que deuses existem e de que eu era um privilegiado por estar vivendo aquele momento. Em 40 anos voando de asa delta nunca me emocionei tanto. Estar voando sobre uma obra da natureza sagrada... Chorei de verdade, foi muita emoção, foi diferente!


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Um pouso para ficar para sempre na memória Depois de sobrevoar as dunas, ver de cima cada detalhe, as águas cristalinas correndo por entre a areia vermelha, as cores intensas da Serra do Espírito Santo contrastando com infinitos tons de verde da flora, o azul do céu profundo e o branco das nuvens compondo um cenário divino. Mas eu não era um anjo no céu. Era hora de pousar em frente ao Recanto das Dunas e a manobra seria seríssima. Lá de cima não visualizei nenhuma possibilidade de pouso, a não ser na estreita estrada que corta o Jalapão. Eu tinha que ser preciso, não errar... Havia a rede elétrica perigosa, e qualquer toque de ponta de asa na vegetação seria um final que não combinaria com a poesia daquele momento. Encaixei a asa certinho sobre a estrada. O vento forte e amistoso, bem alinhado

com a estradinha de terra vermelha, me proporcionou um pouso na mosca! E abraçar o anfitrião-mor dessa expedição, o Igor, segundos após tocar o chão, foi mais uma explosão de emoção. O registro do primeiro voo de uma asa-delta sobre a serra do Espírito Santo e as dunas do Jalapão valeram os 7 mil km rodados em 25 dias de expedição. Agradeço ao Chico Santos, Igor @recantodasdunas_jalapao, aos meus parceiros de equipe, Teteu @matheusasadelta, Lucas @topflybrasil, @oceanpacificbr, @spyeyewear e @offshocks amortecedores especiais pela parceria. E, principalmente, à minha filha Victória @viamoras, que me proporcionou a emoção de estar ao meu lado. Te amo filha, dedico esse voo a você!


Fotos Geremia Photography

Um novo espaço nasceu com o pôr do sol do Guaíba, no CAIS EMBARCADERO: o KIOSKE DO PIRATA. Em clima de food park, os frequentadores e turistas podem embarcar e logo sentir o clima alegre e descontraído que fez sucesso na Praia Brava. Com um cardápio de petiscos e pizzas artesanais da Salvia, que prioriza sabor e saúde, tem uma carta de primeira linha de vinhos e espumantes. Além das cervejas e chopes, conta com as famosas batidas e caipirinhas que consagraram o Kioske, por dois anos seguidos, como “o melhor bar de praia do Brasil”. No próximo ano, o KIOSKE DO PIRATA completará 30 anos de muita alegria e com o prazer de servir o melhor para seus clientes amigos.

ABERTO DE TERÇA A DOMINGO, DAS 10 ÀS 22 HORAS. Avenida Mauá, 1050, Armazém A7 – Centro Histórico – Porto Alegre – RS


TAL QUAL UM TAPETE MÁGICO?!

Algumas pessoas dão uma folga para a adrenalina depois de realizar uma grande aventura. Mas o Gabriel Lott, não... ele sai de uma já prontinho para outra

foto FLÁVIO JORDÃO/FLY BROTHERS

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texto LU ZUÊ fotos GABRIEL LOTT

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a edição 84 da Mural mostramos o incrível salto dele de um helicóptero para atravessar a Pedra Furada a mais de 200 km por hora, usando um traje de wingsuit. Não faz tanto tempo assim que isso aconteceu, mas desde então ele já fez muitos outros saltos, experimentou novas emoções e mostra tudo nas redes sociais, que nós seguimos e curtimos muito. No início de novembro, Gabriel postou um salto diferente, partindo de um avião com uma carona nas costas. Aliás: no mesmo dia foram dois saltos, com duas parceiras diferentes, que renderam lindas e incríveis imagens e grandes emoções. De onde veio a ideia Gabriel? “Busco sempre sair da zona de conforto, e quando os projetos dão certo, a sensação é incrível demais. Inexplicável!”, contou. Quando conversou com a Mural em junho, após o feito na Serra Catarinense, Lott contou que adora desafios, especialmente aqueles que a maioria das pessoas diz ser impossível de se realizar. No caso, esses saltos em dupla significaram a efetivação de algo que já havia tentado, sem sucesso, em 2015. “Na época eu tinha

pouca informação e não deu certo no primeiro salto. Aí não tentei mais. Desta vez foi diferente, pois contei com dicas de um amigo, o Flávio Jordão, que já havia feito um salto semelhante, e deu tudo muito certo”, explicou. É complexo, com certeza, e demanda muita confiança e responsabilidade. “Treinamos no chão para fazermos as manobras corretamente no céu. A responsabilidade é grande para os dois envolvidos, pois eu preciso confiar em quem está pegando a carona comigo, e a pessoa também precisa fazer a sua parte e confiar em mim”, afirma Gabriel, destacando que a parte mais crítica é a saída do avião. “Mas manter a asa voando com alguém nas minhas costas não é fácil. Se a pessoa pesa para trás a asa tende a perder velocidade, o que é ruim. Se ela pesa para o lado eu entro em curva. Resumindo, é um voo de compensação constante”, complementou. Bem por isso, o tamanho do carona faz muita diferença. Conforme explica Lott, quanto menor e mais leve o companheiro de aventura, mais fácil fica. No “Uber áereo” – como brincou Gabriel ao apresentar o salto nas redes sociais – o atleta de wingsuit salta com o parceiro nas costas, que fica “acomodado” (será possível?) sobre o traje inflado durante o período de voo, e depois a dupla se separa, cada um com seu paraquedas. As “passageiras” foram a militar e cardiologista Raissa Lagares, e Gabrielli Diniz, atriz e modelo, ambas apaixonadas por esportes radicais, que conversaram também com a Mural.


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foto JOHNATAN LASTRI

Unidas pelo esporte Tenente do Exército Brasileiro, cardiologista e amante das práticas esportivas, Raissa Lagares sempre curtiu a sensação de experimentar novas modalidades. Kitesurf, wakeboard, esqui.... são inúmeras práticas, todas registradas nas redes sociais, comprovando o gosto pela aventura. Ela guardou na memória a sensação especial de três saltos duplos de paraquedas – o primeiro aos 15 anos, na Nova Zelândia, o segundo, aos 28, em Dubai, e depois aos 30, nos Lençóis Maranhenses –, e a feliz experiência fez com que sentisse a necessidade de saltar sozinha. Então, foi atrás do sonho, e agora podemos acrescentar ‘Paraquedista’ ao currículo da médica militar. Em agosto de 2020 Raissa fez o curso de paraquedismo em Boituva (SP), e depois disso nunca mais parou. “Atualmente estou com 200 saltos individuais. Salto praticamente todo final de semana, mas nunca menos de duas vezes ao mês”, contabiliza. Durante o curso Raissa conheceu a modelo e atriz Gabrielli Diniz (veja matéria), e de desconhecidas com um interesse em comum, se transformaram em amigas, que planejam e põem em prática novos desafios em parceria. “A gente até brinca que temos personalidades diferentes, vidas e cotidiano diferentes, mas o esporte uniu muito a gente, e fortaleceu essa amizade”, conta a (também) paraquedista. Uniu mesmo, porque foi em uma conversa com o Gabriel Lott que as duas tiveram a ideia de realizar o salto em dupla. “É um tipo de salto que já acontece, e nas conversas sempre falávamos sobre a adrenalina dessa experiência diferente, mas prezamos muito pela segurança na prática do esporte. Gabriel e Jordão (Flávio) são amigos nossos, muito experientes, e aí surgiu a chance de fazermos com eles”, explica Raissa.

Conversas, observações, planejamento e treino em terra, ajustes, e... hora de saltar. As duas fizeram o salto em parceria com Gabriel Lott no dia 15 de novembro, tudo devidamente registrado pela equipe Fly Brothers. E para quem deseja saber se para Raissa a experiência foi válida, fica a declaração final: “Sou apaixonada por esportes em geral, especialmente os radicais. O que me move é isso: esporte e adrenalina!”.


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fotos CAIO VERSOLATO

O paraquedismo como “terapia” Atriz premiada e modelo fotográfica requisitada, Gabrielli Diniz atua na área da arte há 12 anos e sempre foi ligada em esportes e experiências radicais. Ela vinha num ritmo frenético de trabalho e conquistas até 2020, e como muitas outras pessoas, teve que vivenciar as limitações e medos provocados pela pandemia. “Eu havia acabado de ganhar um prêmio como melhor atriz de comédia romântica no Peru, e logo após fui chamada para participar de uma novela na Rede Record. Veio a pandemia, entrei em depressão profunda e para sair daquela situação percebi que o auto desafio seria meu processo de libertação. Tomei a decisão de me curar por meio do paraquedismo. Estou há um ano nesse processo de autoconhecimento e cura”, contou. A atriz, modelo e esportista começou a praticar o esporte em outubro de 2020, e desde o início viu crescer a vontade de se tornar base jumper. Normal que o nome de Gabriel Lott chamasse sua atenção pelas realizações e conquistas no esporte, e quando se conheceram por acaso, em uma reunião, Gabrielli pediu para acompanhá-lo nos saltos para absorver mais informações e conhecimentos sobre o esporte. “A ideia do salto surgiu em uma conversa entre mim, Gabriel e a Raissa Lagares, e logo nos organizamos para executar na primeira oportunidade possível”, conta. Segundo ela, foi uma experiência bem diferente daquelas com as quais estava acostumada. “É preciso ter muita atenção e consciência na hora da saída do avião. Reforçamos bastante o briefing um dia antes e no dia do salto e, assim, pudemos realizar o salto com segurança e confiança”, acrescenta. Gabrielli não considera esse salto sua maior aventura, mas afirma que está “entre as maiores”, especialmente pela responsabilidade adicional de ter que cuidar muito da execução

para não errar, o que poderia machucar e prejudicar o outro atleta. Se ela tem medo? Com certeza, mas a exemplo do que diz Gabriel Lott, a zona de conforto é um incômodo, e o mais importante é saber lidar com o medo e usá-lo como estímulo. E quanto à experiência de voar no ‘tapete mágico’? “Entramos todos em êxtase. Foi incrível!”, concluiu.


foto FLÁVIO JORDÃO/FLY BROTHERS

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Acompanhe as aventuras

@lott_gabriel @flyjordao @flybrotherswingsuit @gabriellidinizoficial @raissa_lagares



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SIM, NOSSA SERRA TEM

COGUMELOS! E DOS BONS...

É isso mesmo: nem só o frio, a neve e os lindos campos atraem visitantes para a Serra Catarinense


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texto LU ZUÊ fotos DARIO LINS

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cada nova edição da Mural, Dario Lins encanta os leitores com as histórias, segredos, lindas paisagens e trilhas que conduzem aventureiros a locais pitorescos, alguns quase nunca visitados, e outros, destino certo e comum especialmente no inverno. Desta vez o personagem principal que vem da Serra Catarinense não é um rio, um cânion ou uma cachoeira, é uma iguaria – que aliás nem é originária da região – que encanta pelo sabor, pelo aroma, pelas inúmeras propriedades (é um alimento quase completo) e chama ainda mais atenção pelo período relativamente curto em que fica disponível: o cogumelo Porcini (ou Funghi Porcini, o preferido dos italianos).

O curioso disso tudo é que ele é mesmo um forasteiro. Trata-se de uma espécie de cogumelo selvagem originária no Hemisfério Norte, muito apreciada pela culinária italiana (por lá ele é o queridinho!) e francesa, e que até pouco tempo só chegava às terras brasileiras de forma desidratada. Acontece que o inverno frio de nossa serra, associado à umidade também característica da região, reproduz as condições necessárias para que ele brote também por aqui. Como o Porcini é um cogumelo silvestre que se ampara numa espécie de simbiose e dependência com outras espécies, e isso explica porque ele é encontrado justamente junto aos pés das árvores, e porque o cultivo é extremamente difícil. Se na Europa ele se desenvolve no solo das florestas, principalmente de castanheiras e carvalhos, aqui, ele encontrou abrigo debaixo dos pinus – que deixam o chão coberto com seus galhos secos – e colocou um ponto de interrogação na crença de que na base deles, nada cresce! Como os cogumelos são selvagens e gostam de tempo mais “fresco” a colheita é realizada na época de eclosão natural dos fungos, ou seja, no período entre o outono e o inverno. Profundo conhecedor da Serra Catarinense e de seus mistérios e segredos, nosso colunista Dario Lins não deixou passar em branco esse presente da natureza e incorporou o passeio para “Caça ao Porcini” à lista de passeios guiados da Eco Trilhas Serra Catarinense. Segundo ele, é pura mágica! “Já pensou em realizar um passeio daqueles, tipo ‘mundo imaginário’, no qual você entra numa floresta encantada e vai colher cogumelos comestíveis? Então... é esse!”, explica Dario Lins. E fica a dica muito importante: jamais colha ou coma cogumelos sem o devido conhecimento, pois existem diversas espécies que são tóxicas.


SAIBA MAIS

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INFORMAÇÕES SOBRE O PASSEIO • Classificação do percurso: Fácil, nível 2. • Distância total do percurso: 2 km. • Tempo médio de caminhada: 2 horas. • Características do terreno: Floresta, folhas secas, estrada.

O “Rei dos Cogumelos” Com base grossa e “chapéu” largo, os cogumelos Porcini são conhecidos exatamente assim: os “reis” dos cogumelos. De acordo com os especialistas, os cogumelos produzidos em Santa Catarina têm a mesma textura carnuda dos europeus, com um aroma um pouco mais “leve” (por questões da composição do terreno onde brotam), mas nada que comprometa a qualidade. Sua “carne” é branca e suculenta, com sabor amadeirado. Ficam deliciosos se fatiados e grelhados, fritos, cozidos no alho ou crus, fatiados em salada junto a lascas de queijo parmesão e azeite de oliva extra virgem. Além disso são ótimos para acompanhar carnes e um ingrediente perfeito para massas e risotos. E é justamente de um risoto a receita que deixamos aqui para quem deseja experimentar o frescor dos cogumelos da Serra Catarinense.


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Risoto de Cogumelos Porcini Frescos

PREPARO • Lave bem os cogumelos e lamine em fatias finas. • Em uma panela, aqueça um fio de oliva e refogue o alho e a cebola em fogo baixo. Assim que murcharem, acrescente os cogumelos fatiados e depois de refogados, junte o arroz arbóreo e regue com o vinho branco. • Aumente o fogo para o álcool evaporar, e comece a adicionar o caldo, concha a concha, cuidando para que os ingredientes continuem encharcados durante todo o preparo, que leva de 20 a 25 minutos. Ao final, o arroz deve estar “al dente”. • Tempere com sal e pimenta. • Desligue o fogo, junte a manteiga e o queijo, misturando com uma colher de pau. Tampe a panela e deixe o risoto descansar por 2 ou 3 minutos. • Sirva decorado com um ramo de alecrim ou tomilho fresco. E um detalhe: Na opinião do chef francês Érick Jacquin, os cogumelos podem ser acrescentados ao risoto lá no início do processo (conforme a receita que demos) ou quando 1/3 do caldo já tiver sido acrescentado ao arroz. Segundo ele, o cogumelo fica mais firme e com o gosto mais marcante. Que tal experimentar uma vez de cada forma para comparar e decidir?

SAIBA MAIS

INGREDIENTES (para 4 pessoas) • 300g cogumelos porcini frescos • 2 xícaras de arroz arbóreo • 50g de manteiga • 150 ml de vinho branco seco • 1 dente de alho picadinho • Meia cebola picadinha • 100g de queijo parmesão grana padano, ralado na hora • 500 ml de caldo de frango ou de legumes. • Azeite de oliva extra virgem • Sal e pimenta do reino moída na hora

Interessados em fazer a caçada ao cogumelo Porcini podem contactar a:

I @eco_trilhas_serra_catarinense D www.ecotrilhasserracatarinense.com W +55 49 99801-6193




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Em algumas carreiras os caminhos são bem mais doces do que em outras. Principalmente quando se escolhe o segmento da confeitaria

OS DOCES CAMINHOS DE VALENTINA


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texto LU ZUÊ fotos MARCO CEZAR

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este é o caso da empresária e cake designer Valentina Groth Becker, de 22 anos, que deixou para trás as faculdades de Economia e Engenharia quando descobriu na cozinha de casa uma oportunidade de negócios. Foi ao acaso que a sua relação profissional com os doces teve início: um bombom gigante de morango encomendado por uma amiga no terceiro ano do ensino médio. Um pedido levou ao outro e Valentina não tardou a perceber que vender bolos, docinhos e bombons para amigos e familiares poderia se tornar uma atividade lucrativa. Assim surgiu a Confeitaria Personalizada Doces da Valen. A empresária, que está no último semestre do curso de Gastronomia, explicou como ocorreu esta transição: “Comecei em casa, mas sempre contei com o apoio da família. Minha mãe e minha irmã ajudavam na cozinha, enquanto meu pai fazia as entregas. Só que os pedidos aumentaram muito e encontrar uma sala comercial para continuar esse projeto foi inevitável”. Era 30 de novembro de 2020 quando uma feliz Valentina postou no Instagram uma foto de um bombom de morango gigante – em uma referência à forma como tudo começou – para comemorar a chegada ao novo ateliê. Junto com o aviso, um agradecimento especial ao pai, Rodrigo Becker, “que carregou a obra nas costas para fazer tudo do jeitinho que eu sempre quis”, escreveu na postagem. E a obra deu trabalho: uma sala comum foi completamente remodelada e adaptada para se transformar numa cozinha moderna e prática. “Sempre investi muito em bons equipamentos, que são fundamentais tanto na agilidade para concluir os pedidos no prazo quanto no modo de personalizar os itens do cardápio”, ressaltou a empresária. Para atender a demanda sempre crescente, a confeitaria conta hoje com outros dois funcionários – “Como é bom ter ajuda”, conta – e uma segunda sala que guarda o estoque dos produtos utilizados nas deliciosas receitas. “Assim, tudo fica muito mais organizado. Manter a disciplina é indispensável dentro de uma cozinha profissional.”


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Internet e redes sociais Desde o começo, as redes sociais ampliaram o alcance da confeitaria. “Eu mesma administro meu perfil no Instagram (@docesdavalen), faço as fotos, sigo e cito referências de profissionais que acompanho. Procuro sempre postar fotos divertidas, que trazem bastante engajamento do público e também ajudam a apresentar várias possibilidades de decoração. O trabalho personalizado é uma característica que trago em tudo o que faço”, destaca, citando criações que fazem muito sucesso, como os bolos de bolacha em formato de coração, de letras e números. Os pedidos são todos feitos pelo WhatsApp. “Guardo todos os números que entraram em contato comigo desde que comecei. Nesses três anos, já conversei com mais 2.600 pessoas diferentes. E muitos se tornaram clientes constantes.”


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Massa amanteigada e datas especiais Além dos itens personalizados, outra marca da confeitaria é a massa amanteigada, o que é um diferencial e aumenta ainda mais a qualidade de seus doces. Toda semana entre 50 e 60 bolos deixam a confeitaria. Um produto que atualmente tem se destacado é o Bentô Cake (mini bolinhos de até 300 gramas embalados em caixinha de lanche, que vêm acompanhados de colher de madeira e mini vela). “São bolinhos ideais para presentear alguém por qualquer motivo. Eles têm muito apelo porque acabam sendo bastante divertidos, além de saborosos, é claro.” Já as tradicionais datas festivas que se repetem anualmente como Páscoa, Dia das Mães, Natal etc., também trazem produtos especiais para o cardápio, conquistam clientes e incrementam a produção. Para se ter uma ideia, de 2020 para 2021, os ovos de Páscoa artesanais aumentaram de 400 para 750 unidades vendidas.


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Experiências gastronômicas passadas e futuras Valentina comemora o fato de que a própria experiência profissional servirá de estágio para concluir o curso de Gastronomia, o que está perto de acontecer. Enquanto isso o negócio segue crescendo: as vendas ampliaram 400% ao longo dos anos, e os números impressionam, principalmente porque os dois últimos anos foram marcados pela pandemia do Coronavírus, que afetou a economia em todo o planeta. Já para o futuro Valentina planeja se inserir ainda mais no mercado de festas. Para isso, já começou a fazer bolos de casamento, doces finos e conta que já fez sua primeira festa de formatura, com 3 bolos e 750 docinhos. “É muito gratificante fazer parte desses momentos especiais das pessoas”, confessa. Mais à frente tem o desejo de cursar marketing e abrir uma empresa do ramo direcionada para o segmento confeiteiro. Os projetos param por aí? Nada disso. O desejo de ensinar outras pessoas também lhe instiga: “Quero mostrar para as pessoas que o trabalho com doces pode ser feito de muitas formas, das receitas mais simples até a culinária mais refinada. Vou conquistando mais clientes e ganhando mais experiência a cada dia. Por isso, em algum momento passar todo este conhecimento adiante me soa bastante atrativo”, concluiu. Independente do que Valentina escolher para os próximos anos, uma coisa é certa: os doces vão lhe fazer companhia.

@callebautchocolate +55 48 98852-4330 https://linktr.ee/docesdavalen



CERVEJEIROS DA ILHA

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UNIDOS PELA CERVEJA

Uma das bebidas mais consumidas no mundo desponta em Florianópolis com a produção artesanal


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texto LU ZUÊ fotos MARCO CEZAR E LUÍS FORMIGA

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a Antiguidade e na Idade Média, a alquimia misturava diversas práticas científicas (e outras nem tanto) para transformar os elementos naturais. Alguns dos grandes desejos dos alquimistas eram transformar metais não preciosos em ouro e produzir um elixir para a vida eterna. Se os grandes sonhos dos alquimistas não se realizaram, alguns de seus herdeiros combinaram elementos na produção de líquidos que – sem dúvidas – mexem com os sentidos. No mundo contemporâneo, os mestres cervejeiros ocuparam o lugar os alquimistas – e a Ilha da Magia se tornou um cenário ideal para contar mais essa história. O consumo de cervejas artesanais vem aumentando de forma bastante substancial em todo o País. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2020 o Brasil contava com 1.383 cervejarias registradas, significando um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior. Apenas em Santa Catarina eram 175, sendo o estado com maior número de cervejarias por habitante. Com tanta cerveja disponível, o interesse de alguns na produção da bebida acabou se espalhando para outros, principalmente com as vidas cada vez mais ligadas em redes. O empresário, esportista radical e produtor multimídia, Luís Roberto Formiga, tornou-se um exemplo de sucesso também ao investir numa marca própria de cerveja artesanal: a For Fly. E os amigos o acompanharam. Segundo Formiga, o interesse veio pelo trabalho com o esporte: “Gosto muito de tudo relacionado ao ambiente esportivo e percebi que a bebida mais consumida pelos praticantes é a cerveja. Após uma atividade física – seja um jogo ou um treinamento –, a grande maioria das pessoas procura uma sensação de prazer líquido. Assim, comecei a me interessar mais pelos processos de produção e, com a chegada da pandemia da Covid-19, identifiquei uma oportunidade de negócio”. O trabalho começou no início deste ano, com boa parte dos materiais e dos equipamentos adquiridos junto à Insumos da Ilha Brew Shop, do amigo Leonardo Giovane Cé (tem matéria na sequência). Atualmente Formiga produz e distribui cerca de 250 litros da For Fly, principalmente para consumo entre amigos. E todos curtem!

“Eu sou um aprendiz de feiticeiro e a palavra-chave é a transformação. Assim, estou sempre buscando aprender. E para tudo funcionar da melhor maneira é preciso utilizar os equipamentos certos, conhecer bastante do assunto e contar com amizades nesse meio, como o Doutor e o Químico”, destaca Formiga. A referência é para dois amigos cervejeiros, o advogado Leonardo Gianotti de Nonohay (o Doutor) e o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luís Otávio de Brito Benetoli (o Químico, com quem a Mural também conversou). Com onze anos de experiência no ramo cervejeiro, Leonardo revela que nunca deixou de fazer sua própria bebida, mesmo que tenha se afastado um pouco da elaboração e do controle de novas receitas: “Esta é uma herança que vem diretamente da alquimia, o que chamamos atualmente de química. Transformar os elementos é sempre um aprendizado”. O advogado já produziu cervejas especiais para eventos de amigos e festas de família, inclusive batizando uma receita com o nome da netinha. “O que eu mais gosto é que existe uma parte bastante afetiva em tudo isso. Acredito que por isso temos uma comunidade unida, onde um não visa o insucesso do outro. Queremos que todos cresçam em conjunto. Não por acaso, anos atrás me tornei sócio de uma cervejaria que se originou na comunidade do skate, onde essa torcida pelos outros é uma característica bem estabelecida”, completa Nonohay.


CERVEJEIROS DA ILHA

82 Já para a produção cotidiana da For Fly, desde o início Formiga conta com o apoio do cunhado Felipe Rodrigues, um dos “pilares” da marca. “Eu ganhei de presente umas cinco cervejas do Formiga. Depois, começamos a conversar sobre o trabalho e logo me tornei um parceiro da empreitada. Às vezes, essas relações profissionais surgem a partir de ideias em comum, mas também de situações do acaso. O importante é que todos curtimos muito trabalhar na produção de nossas próprias cervejas”, explica Rodrigues.

“A cerveja artesanal é uma arte. Quando começamos a estudar, percebemos a diferença entre gosto e sabor. O gosto pode ser amargo, salgado, azedo, doce e umami (ainda que não seja muito difundido na cultura popular, o gosto umami foi reconhecido oficialmente pela comunidade científica nos anos 2000). Já o sabor é quando cruzamos as informações do olfato, do paladar e do tato dentro da boca. Essa é a mágica que realizamos”, define Formiga. E completa com um brinde: “Desde a primeira vez que eu fiz cerveja, eu experimentei todas”.

Nicho de mercado para apreciadores do sabor Proprietário da Insumos da Ilha Brew Shop, Leonardo Giovane Cé, iniciou no segmento cervejeiro como um hobby. Ao identificar a dificuldade em se conseguir equipamentos especializados e insumos, Leonardo abriu sua loja no Campeche em setembro de 2017. A grande maioria dos suprimentos – como o malte, o lúpulo e o fermento – são importados. Já os acessórios de cozinha menores são produzidos no Brasil. Nos últimos anos, mesmo com a pandemia, o mercado local só fez crescer. “Ainda é um segmento novo, que mistura o interesse profissional e amador. Por isso, a demanda aumenta significativamente anos após ano. Praticamente todos os dias surge um novo cliente”, revela. Somente na região sul da capital catarinense, a Insumos da Ilha atende cerca de 250 cervejeiros caseiros. E qual o segredo para fabricar uma cerveja de qualidade? A resposta vai além da alta qualidade dos produtos que vende: “É preciso fazer com carinho e vontade. Se a obrigação falar mais alto, dificilmente o produto ficará saboroso. Quem busca uma cerveja artesanal procura sensações diferentes, fora do lugar comum. Logo, a produção da bebida também tem que ser harmoniosa”, define Leonardo.


CERVEJEIROS DA ILHA

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Química e arte na produção cervejeira Professor e doutor em química pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luís Otávio de Brito Benetoli começou a fazer cerveja há 13 anos. Sempre manteve essa atividade como hobby, produzindo para consumo próprio ou para presentear amigos e familiares. No entanto, o interesse pessoal também se cruzou com a área profissional a partir do projeto de extensão “Divulgando a Química por Meio da Cerveja Artesanal”, promovido pelo Departamento de Química da UFSC. A pandemia obrigou a paralisação momentânea do projeto, que oferece conhecimentos teóricos e práticos em cursos gratuitos abertos à comunidade. A ideia é retomar as atividades assim que seja possível e seguro. Quanto às motivações pessoais, evidentemente o fato de ser químico contribuiu para aumentar o interesse em fabricar as cervejas artesanais, algumas das quais premiadas em concursos de associações de cervejeiros caseiros. “Minhas primeiras motivações foram o gosto pessoal e a possibilidade de unir arte e ciência. Depois,

veio o desafio de entender os processos na fabricação. Por fim, claro, também a oportunidade de minimizar os custos. Afinal, fazer a cerveja em casa é muito mais em conta”, salienta o professor. Mensalmente, Luís Otávio produz entre 120 e 160 litros de cerveja, o que considera bastante para um produtor caseiro. Realiza tudo com bastante antecedência, pois as bebidas variam de um/dois meses a dois/três anos para alcançarem o ponto ideal. “Eu concordo com o Formiga quando ele afirma que a palavrachave é transformação. A química é, por excelência, a ciência da transformação. E o fato de eu ter formação acadêmica técnica na química ajuda muito. Fazer cerveja é realizar uma série de reações químicas. Claro, há arte também. Mas para produzir algo de excelência há muita ciência envolvida. E por mais que um cozinheiro possa se dar bem produzindo uma cerveja, ele só poderá melhorar seu produto se entender a ciência e a química que estão por trás”, finaliza o químico cervejeiro.


CERVEJEIROS DA ILHA

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Experiência para lá de espacial! estabelece uma conexão entre público e marca, já anunciando as boas surpresas contidas nas latas, que sempre trazem belas ilustrações e uma atraente mistura – melhor dizendo, combinação – de cores. “Fizemos questão de colocar em prática o plano de oferecer os rótulos enlatados por ser uma opção mais sustentável e que mantém a qualidade das cervejas, demonstrando a essência amigável e sustentável da nossa marca. As cores retratam isso e as ilustrações são exclusivas para cada rótulo”, comenta Gabriela. Combinar e experimentar são a tônica das cervejas que levam a assinatura Fermi. Se a água do mar e as algas surpreendem, o que dizer das frutas cítricas, da flor de sal, coco branco, toques de avelã, canela... É como diz o Fermi: “Beber cerveja é uma experiência multissensorial e intergaláctica!”. A marca lança novos rótulos praticamente todos os meses (nos dois últimos de 2021, pelo menos cinco novas cervejas aumentam a família Fermi), está presente em quase todos os estados brasileiros, e em outubro lançou a Spring Lab, uma cerveja colaborativa com o cervejeiro Scott Janish, da cervejaria americana Sapwood Cellars Brewery, conhecida mundialmente. Ou seja: não há fronteiras para a (e para o) Fermi!

SAIBA MAIS

Inquieto e criativo, Caio Forigo contou com a parceria da esposa, Gabriela Flemming, para criar uma cervejaria muito diferente. Oceanógrafos por formação, ambos são amantes da natureza, preocupados com a preservação ambiental e carregam o mar (literalmente) para tudo o que fazem. Não por acaso, água do mar e algas também foram ingredientes de cervejas lançadas pela dupla. A Fermi Cervejas Espaciais (muito especiais também) foi fundada no final de 2018, e desde então já foram dezenas de rótulos criados e premiados, num processo que envolve muito compartilhamento de conhecimento, técnica e camaradagem. “Já no primeiro ano, conquistamos o título de ‘Melhor cerveja por voto popular’ no Craft Beer 2018 com a Bellatrix. Em 2019, no Festival Brasileiro da Cerveja fomos medalhas de ouro e prata com a Halley Hops e Zenith, respectivamente, e assim tem sido desde então. Isso é resultado da paixão e entrega na produção”, explica Caio. Estranhou os nomes das cervejas? A criatividade para batizar cada lançamento é apenas um dos diferenciais da Fermi. Aliás, Fermi é um personagem (alienígena), que adora a Terra e obviamente ama cerveja, “conversa” com as pessoas, apresenta as cervejas, troca ideias e, de forma bem humorada e com um linguajar todo próprio,

FOR FLY BEER Instagram: @ forflybeer

INSUMOS DA ILHA BREW SHOP Endereço: Rodovia SC-405, 3839, Campeche, Florianópolis/SC Instagram: @insumosdailha Site: www.insumosdailha.com.br/

CERVEJA COM CIÊNCIA Instagram: @cervejacomciencia Site www.cervejacomciencia.paginas.ufsc.br

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JULIANA WOSGRAUS

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JULIANA WOSGRAUS

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texto JULIANA WOSGRAUS fotos DIVULGAÇÃO

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ma estrela do cinema que se dedicou de corpo e alma à causa humanitária. Essa era Audrey Hepburn, uma das 17 pessoas do mundo consideradas EGOT, termo que representa artistas que ganharam todas as premiações do cinema, música e teatro: Emmy (E), Grammy (G), Oscar (O) e Tony (T). O Emmy venceu postumamente por “Gardens of the World” com Audrey Hepburn (1993), no Grammy idem, pelo disco de histórias infantis “Audrey Hepburn’s Enchanted Tales (1994); no Oscar ganhou a estatueta de Melhor Atriz por “A Princesa e o Plebeu” (1953), além de mais quatro indicações, e o Tony pela peça “Ondine” (1954). Neste ano completam-se seis décadas do filme “Breakfast at Tiffany’s” – Bonequinha de Luxo, no Brasil –, no qual interpretou a garota de programa Holly. Mas Audrey Hepburn era mais do que uma grande atriz, ícone de beleza e elegância. Sua parceria com Hubert Givenchy também foi imortal. Para fazer o figurino de Sabrina, em 1954, ele esperava pela norteamericana Katherine Hepburn, quando entrou em seu ateliê aquela jovem magrinha e delicada. Não queria vesti-la, mas depois de um jantar ficou encantado e nunca mais se separaram. Ela encarnou “a mulher Givenchy” para sempre, uma inspiração para o estilista e milhões de mulheres até hoje. Com tudo isso, a face que mostra a elegância, beleza e grandeza de Audrey era sua generosidade com ações efetivas. Ela foi embaixadora da UNICEF (United Nations International Children’s

Emergency Fund) e iniciou seu trabalho humanitário global a partir de 1987. Viajou por países da África, Ásia e América Latina, levando carinho, comida e remédios, em especial antibióticos e vacinas para as populações mais pobres de países como Bangladesh, Kenya, Vietnam, Somália, Etiópia, Sudão, El Salvador, Equador, Venezuela, entre outros. Dedicou boa parte da vida às crianças do mundo. Nestes tempos em que tanto se precisa de vacinas – e não só para a Covid-19 –, quando algumas doenças que estavam erradicadas voltaram a assombrar o planeta, que regrediu aos índices de vacinação da década de 1980, ela ganha mais relevância ainda. Audrey Hepburn fez seu papel de cidadã global como poucos.


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E foi nesta atuação que deixou também depoimentos como este que são repetidos até nas redes sociais dos nossos dias, às vezes sem a noção da profundidade do que ela disse:

“Para ter lábios atraentes, diga palavras doces; para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas; para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos; para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia; para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho; pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo; a beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.”


JULIANA WOSGRAUS

91 Outra reflexão dela que vale lembrar:

“Posso testemunhar da importância do significado UNICEF para as crianças, porque eu estava entre os que receberam alimentos e assistência médica logo após a Segunda Guerra Mundial. Eu tenho uma gratidão duradoura e de confiança pelo que a UNICEF fez... Alguém me disse outro dia: ‘Você sabe, é realmente sem sentido, o que está fazendo. Sempre houve sofrimento, e sempre haverá, e você está apenas prolongando o sofrimento dessas crianças’. Minha resposta foi: ‘Ok, então, vamos começar com o seu neto. Não compre antibióticos se ele ficar com pneumonia. Não leve ao hospital, se sofrer um acidente’. É contra a vida – contra a humanidade – pensar dessa forma.”

Nasceu em maio de 1929, na Bélgica, batizada como Audrey Kathleen Ruston. Filha de mãe holandesa e pai inglês, foi criada na Inglaterra. Tinha sangue nobre, mas passou fome na infância e sentiu na pele os horrores da Segunda Guerra Mundial. A atriz foi casada duas vezes, primeiro com o ator Mel Ferrer, depois com o psiquiatra italiano Andrea Dotti, e teve um filho com cada um. Aos 49 anos conheceu Rob Wolders com quem viveu até o fim da vida e dizia que com ele passou os seus melhores momentos. Morreu de câncer, na Suíça, aos 63 anos. Sua presença no mundo fez a diferença!


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HOTEL ALBATROZ Um tesouro na Costa de Lisboa


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texto DANIELE MAIA @DMHLUXURY fotos DIVULGAÇÃO

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Hotel Albatroz, localizado na baía de Cascais, é um tesouro hoteleiro. Com classificação 5 estrelas, é recomendado pelo conceituado guia dos melhores hotéis do mundo, Condé Nast Johansens. Esse espaço foi construído em 1873 como a primeira casa de luxo para a família real portuguesa, e hoje é um hotel com um DNA repleto de histórias. Conceitualmente renovado, o projeto foi idealizado com linhas modernas, com a melhor das paisagens ao seu redor, mantendo a arquitetura histórica e refinada do hotel com o ambiente de uma casa de praia requintada e, ao mesmo tempo, acolhedora. Entre tons neutros e elementos marinhos, os principais espaços são uma combinação perfeita de uma atmosfera luxuosa com detalhes vintage, enfatizando o estilo da nobreza portuguesa que inspirou a propriedade original. A recepção e o lobby foram modernizados e seu concorrido barrestaurante incorporou características que prestam homenagem às vistas panorâmicas do mar. A piscina do hotel também tem essa vista privilegiada e é muito bem localizada. É onde os hóspedes podem aproveitar ao máximo a luz do sol. Sem nenhuma sombra de dúvidas, o Hotel Albatroz é um destino de luxo para viajantes em busca de cultura e requinte. Sua localização é bem no centro da charmosa Cascais e ao lado da praia da Conceição, e outro ponto importante é a praticidade – por estar a apenas 20 minutos de carro de Lisboa.


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Um pouco da sua história Construído em 1873 e habitado por diversas famílias, o Palácio dos Duques de Loulé – então conhecido por “Caixinha de Amêndoas” –, abriu suas portas ao turismo na década de 60, com o nome de Estalagem Albatroz. Tinha então onze quartos, uma sala de restaurante, um bar e um bonito terraço, mais tarde substituído por uma piscina. Adquirido pelo Grupo Albatroz em 1982, e após um período de 18 meses de trabalhos de remodelação e ampliação, o Palácio dos Duques de Loulé, recebeu a designação de hotel com a construção de uma ala nova, adicionando aos onze quartos existentes, 29 novos quartos, contemplando até hoje uma oferta total de 40 quartos. O Palácio Albatroz (em frente), foi adquirido no ano de 2000. Inicialmente denominada Casa de D. António de Lancastre (nome do seu edificador), essa casa data do início do século XX e caracteriza-se pela sua arquitetura italiana. Conhecida por muita gente como “a casa do telhado amarelo”, possui uma linda varanda com arcos e colunas debruçados ao mar. Essa parte foi adquirida em 2004 e ficou pronta no verão de 2005. A “Casa Branca” foi a mais recente aquisição do grupo. Conservando a fachada de um verdadeiro “chalet de praia”, a casa integrou-se com muita harmonia ao DNA histórico do hotel. O solário natural e o jardim foram ampliados proporcionando vistas panorâmicas ainda mais amplas, em especial a vista espetacular da suíte duplex, que fica no topo do edifício.


PELO MUNDO

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Restaurante Albatroz O restaurante do hotel oferece uma vista panorâmica de tirar o fôlego sobre o mar e a Baía do Estoril. O Restaurante Albatroz promove uma experiência “gourmet” na simbiose tradicional de seus pratos emblemáticos e na inovação da cozinha de fusão mediterrânea, onde peixes e frutos do mar são essenciais. A cozinha é muito bem orquestrada pelo premiado chef de origem francesa, Frederic Breitenbucher, que tem como paixões, a gastronomia, o mar e as viagens. Breitenbucher vive em Cascais há 20 anos, e o Hotel Albatroz sempre foi uma referência, um espaço privilegiado que conjuga a proximidade ao mar com os produtos de extrema qualidade e sempre frescos, todos os elementos que são essenciais para desenvolver seu menu cheio de inspiração com assinatura própria, nascida da fusão entre as gastronomias portuguesa e francesa. O renomado chef visiona evolução, criatividade, luxo e elegância. O restaurante conta com dois espaços únicos com uma vista panorâmica deslumbrante sobre a Baía de Cascais. No interior, está o restaurante que se divide em duas salas. No seu terraço pode-se escolher uma refeição mais leve, desfrutando a inigualável vista para o mar. O Hotel Albatroz é o tipo de lugar onde nos sentimos em casa e não temos vontade de ir embora. O serviço é acolhedor e a localização, privilegiada. Um aconchegante oásis bem pertinho de Lisboa!


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Conhecer, aprender e guardar experiências. Quanta coisa uma Rota Cênica pode nos proporcionar

VIAJAR SEMPRE!


TURISMO

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texto e fotos IKE GEVAERD

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ocê gosta de viajar? Eu, sim! E muito! Pesquisas comprovam que novas experiências são práticas que nos fazem mais felizes. E o melhor de tudo é que essa felicidade não é passageira: ela se repete ao longo do tempo, em cada uma das vezes em que falamos sobre o que aconteceu, recordamos a sensação, revemos imagens. E viajar tem tudo a ver com experiências. Ainda mais quando nos proporciona ver o que ainda não foi visto, conhecer o que é novo, vivenciar descobertas pessoais. Experimente ver fotos antigas e me diga se não é assim! As Rotas Cênicas, independentemente de onde forem, cumprem esse papel de proporcionar momentos e criar lembranças, e fazer com que os cenários de nosso trajeto não sejam apenas formas de contemplação, mas sim como um caminho, parte da viagem e do destino. De forma natural, fiz isso muitas vezes, e resgatando experiências quero compartilhar uma viagem que realizei pelas “viagens” de Salvador Dalí, focada em três locais – Figueres, Port Lligat e Pubol –, na Catalunha. São três dos lugares mais importantes da vida desse artista fantástico, onde ficam as construções que criam um roteiro especial, o Triângulo Daliniano: o castelo Gala-Dalí em Puból, o Museu Teatro Dalí, em Figueres, e a casa de Dalí e Gala em Port Lligat (Cadaqués). Era junho de 2008, e passei cinco dias cumprindo um roteiro ímpar e conhecendo um pouco da vida exótica e erótica desse gênio da arte surrealista. Para chegar a esse “roteiro geométrico” e curtir o trajeto é preciso chegar a Barcelona ou Girona. De lá, usando carro você vai encontrar estradas bem sinalizadas e quase sempre tranquilas para dirigir, e – apesar de uma serra linda, porém repleta de curvas (entre Roses e Cadaqués) – chegar em Cadaqués vai compensar mesmo aqueles que não curtem passear de carro. Partindo de carro de Barcelona, são 172 km até Cadaqués. Indo a partir de Girona, a distância total é de 75 km.

O TRIÂNGULO DALINIANO, UMA ROTA SURREALISTA

Não se preocupe com a perfeição – você nunca irá consegui-la. DISTÂNCIA PUBÒL/FIGUERES/PORTLLIGAT = 78 KM, DE BARCELONA A FIGUERES = 140 KM

Salvador Dalí


Port Lligat

Casa museu Salvador Dalí

Fácil entender porque Dalí escolheu essa linda vila para morar. Lá, o pintor viveu boa parte da sua vida, e a partir da morte de sua esposa, Gala, Salvador Dalí partiu para Puból.

A essência de Dalí está na casa museu de PortLligat, uma pequena praia perto de Cadaqués, no litoral mediterrâneo da Espanha, quase fronteira com a França. Ali encontramos o seu ateliê preferido e também o seu principal local de inspiração, concentração, refúgio e trabalho. Dalí definia a casa de Port Lligat como o local onde aprendeu a empobrecer, a limitar e limiar seus pensamentos, para ter a eficácia do corte certeiro de um machado.

“EL PATIO”, INSPIRADOR – MUITAS OBRAS FORAM CRIADAS A PARTIR DESTE LUGAR

foto IKE GEVAERD

foto IKE GEVAERD

TURISMO

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101 TURISMO

A casa na praia mediterrânea de Port Lligat Quando cheguei, e fotografei o pequeno porto, tive a sensação de estar entrando em uma obra de Dalí. Uma mulher nua na praia jogando frescobol, um carro flutuando e a morada do casal ao fundo.

Púbol Púbol é uma pequena cidade localizada no município de La Pera. Era a “casa” de Gala, grande amor do pintor. Dalí só a visitava quando ela permitia, mas com a morte da amada (que foi enterrada na propriedade), Dalí mudou-se para o Castelo.

LOCAL DE TRABALHO NA PRAIA. SEU ATELIER PREFERIDO FRENTE AO MEDITERRÂNEO. UM ESPETÁCULO DIÁRIO

Casa museu Castell Gala Dalí e imprevisível. Em Puból, Gala estava livre num espaço que lhe serviu para reflexões sobre a vida e a morte, a saúde e a enfermidade. Lá está sua lápide, a de Dalí está em Figueres.

foto IKE GEVAERD

foto IKE GEVAERD

O castelo fortaleza, refúgio que Dalí deu de presente para Gala, sua mulher-musa, foi palco das inúmeras, excêntricas e apaixonadas homenagens que um Dalí mais maduro fez a sua amante visível

PUEBLO DE PÚBOL, NO ÁRIDO INTERIOR DE EMPORDÁ/CATALUNHA

OS JARDINS DO CASTELO – ESCULTURAS DE DALÍ COMPÕE OS RECANTOS DO JARDIM DE GALA

NO INTERIOR, MOMENTO DOS DOIS, PINTADO POR DALÍ


foto IKE GEVAERD

Figueres Cidade natal de Salvador Dalí. Com pouco menos de 50 mil habitantes, Figueres é famosa principalmente pelo Teatro Museu Dalí, que foi projetado pelo próprio artista. Dalí definiu assim sua obra: “Este museu não pode ser considerado como um museu, é um gigantesco objeto surrealista, tudo nele é coerente e não há nada que escape das redes do meu entendimento”. É o tipo de museu que até mesmo quem não curte muito a arte vai gostar de conhecer. Em um anexo ficam as joias produzidas por Dalí.

Teatre Museu Dalí

UM PRÉDIO ABANDONADO VIROU UM MAGNÍFICO CENTRO DE ARTE

O Teatro Museu Dalí de Figueres, como bem definiu Montse Teixidor, diretora do Centro de Estudos Dalinianos, é o acúmulo, a plenitude, o todo. É o teatro da memória, cheio de alusões à vida e à obra de um artista ultra local e universal no tempo.

foto IKE GEVAERD

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ESPETACULAR EM SEUS DETALHES

SUAS OBRAS REUNIDAS SÃO ADMIRADAS POR MILHARES DE PESSOAS ANUALMENTE

EXPOSIÇÃO: OBRAS, VERDADEIRAS JOIAS ARTÍSTICAS

Em viagem tive a certeza de estar certo em admirar Dalí, desde que o vi e conheci sua obra em 1980, na Tate Gallery em Londres. Se o assunto interessa, consulte também: www.salvador-dali.org


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FRUTOS DO MAR E chegou a vez deles! Moramos em uma ilha e nada mais justo do que falar dos peixes e frutos do mar textos ANA CAROLINA ABREU fotos DIVULGAÇÃO

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mesmo morando em um local com tantas opções, o que percebo na prática clínica é que o consumo de frutos do mar ainda é muito baixo quando comparado com as carnes e aves. Então, agora quero te convencer a incluir um pouquinho mais dessas belezuras na sua rotina. Quando pensamos em uma dieta rica e variada, com certeza podemos elegê-los como queridinhos, tanto como fonte de vitaminas e minerais, como também de proteínas de boa qualidade e gorduras excelentes para a saúde.

Escolhi alguns para falar aqui, já que há uma infinidade de opções. Vou começar com as queridinhas da nossa região: as ostras! Para quem não sabe, Floripa é responsável por mais de 90% da produção nacional, e as ostras saem daqui para chegar às mesas dos melhores restaurantes do País. O que faz dela tão especial? Além de ser uma fonte de boas proteínas e de baixa caloria, possui Ômega 3 e ainda é rica em vitaminas A e do complexo B, minerais como cálcio e magnésio. Mas o principal destaque diz respeito ao teor de zinco. Se você tem manchinhas brancas nas unhas (sim, é falta de zinco) ou quer dar uma turbinada na imunidade, pode incluir as ostras na sua dieta. Para quem torce o nariz para as ostras, com valor nutricional bem parecido, ainda temos os mariscos, as vieiras e os mexilhões. E para quem não sabe, a lula e o polvo também fazem parte do grupo dos moluscos, apesar do sabor e textura bem diferentes. Mas quando falamos em valor nutricional, eles são um pouco diferentes. A lula sai na frente quando comparamos o teor de proteínas, gorduras (especialmente as poli-insaturadas) e micronutrientes. Também é rica em vitaminas do complexo B, como a B12 e a B3. Mas se a sua preocupação for caloria, fique com o polvo.


Já na classe dos crustáceos, temos as lagostas, caranguejos, siris e camarões, que também ganham quando falamos em uma dieta com proteínas de alta qualidade, boas fontes de gordura e variedade de vitaminas e minerais e poucas calorias. O que não vale é consumir o camarão frito ou à milanesa. O que acho importante pontuar – já que em qualidade nutricional os frutos do mar são indiscutíveis –, é sobre o teor de metais pesados, como o arsênico e o mercúrio, hoje presentes nesses alimentos. Os peixes acabam apresentando um teor maior de mercúrio, devido ao tamanho. Na cadeia alimentar, os maiores peixes apresentam uma maior concentração de mercúrio. Como infelizmente as águas hoje estão muito contaminadas, precisamos optar por manter uma dieta variada e, quando possível, saber de onde vem o alimento. Outra questão importante a ser avaliada são as alergias! Vejo muita gente chegando no consultório dizendo que tem alergia a camarão. Sim, as alergias a frutos do mar são muito comuns, mas sugiro fazer um exame de sangue para avaliar. Digo isso pois hoje é muito comum as pessoas apresentarem reações alérgicas não pela proteína em si, mas pelo teor de sulfitos (conservantes) cada vez maior nos alimentos comercializados. Nesse caso, o importante é buscar o alimento fresco e local. E por último, vale ressaltar sobre as purinas. Muitas pessoas deixam de comer frutos do mar porque têm o ácido úrico elevado (a famosa gota). Sim, as purinas desses alimentos podem agravar as crises, mas o que vejo na prática é que a melhor solução não é retirar esses alimentos tão ricos da dieta, mas sim reduzir o consumo e aumentar a ingestão de frutas, vegetais e fibras, que podem alcalinizar mais o organismo e melhorar os sintomas.

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Sei que pareceu repetitivo, mas sim, os frutos do mar são parecidos quando falamos de nutrientes. Então, minha dica é: varie nas opções, inclua semanalmente na sua rotina, e de preferência prepare crus, no vapor, cozidos ou assados, sempre acompanhando com vegetais e muitos temperos frescos. Assim, você obtém o melhor desses alimentos tão especiais e que temos em abundância por aqui. É um privilégio!

Frutos do mar ao leite de coco Ingredientes • 200g de camarões • 100g de lulas • 10 ostras • 50g de alho poro cortado em rodelas • 50g de cebola cortada em rodelas • 2 tomates cortados em cubos • 250 ml de leite de coco • ½ pimenta dedo de moça picada • Coentro a gosto • 1 colher (sopa) de azeite de dendê • Suco de ½ limão • Sal Modo de preparo • Em uma panela, refogue no azeite de dendê, o alho poró e a cebola. Acrescente os tomates, o leite de coco, o suco de limão, a pimenta e o coentro. Deixe ferver por 20 minutos; acrescente o camarão, a lula e as ostras e deixe cozinhar por mais 5 minutos. Por último, acrescente o sal. Consuma como um consomê ou acompanhe com arroz basmati e espaguete de pupunha.


NUTRIÇÃO

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Sabia que seu peso e sua saúde dependem dele? texto ANA CAROLINA ABREU fotos DIVULGAÇÃO

Q

uem nunca teve uma noite mal dormida, que atire a primeira pedra. Sim, é muito comum por problemas pontuais termos uma noite de sono ruim, mas quando isso se torna um hábito e mais da metade das suas noites na semana são com dificuldade para pegar no sono, insônia ou sensação de nem ter dormido, é sinal de que você precisa buscar ajuda! Este é um assunto que me encanta e que vejo o quanto é importante abordar. Vejo muitas pessoas aceitando que têm um sono ruim como se isso fosse parte da genética, e um problema que não tem salvação. Hoje, na minha prática clínica, diria que no mínimo 60% dos pacientes que chegam ao consultório têm problemas com o sono. E como o sono influencia na longevidade, na perda de peso, na memória e na imunidade, quero te mostrar como a nutrição pode ajudar a melhorar suas noites.

E você sabia que ao menos 30% do seu peso é influenciado pelo seu sono? Então se você se mata na academia e quer ganhar massa muscular não adianta dormir mal, pois acaba colocando todo seu esforço por água abaixo. Claro que quando falamos de sono existem várias vertentes que podem influenciar, e quem sofre de problemas para dormir geralmente já tentou ou faz uso de algum remédio. Mas será que antes de usar algum medicamento, não deveríamos avaliar a causa? Quando falamos em ritmo circadiano e produção de neurotransmissores estamos falando em nutrição, tanto do corpo quanto da mente. Um intestino inflamado e estressado vai aumentar a produção de cortisol e comprometer a produção de GABA e serotonina, importantes na qualidade do sono. Se sua memória está ruim ou se você está dependendo de cafeína para focar no trabalho ou se manter acordado, é sinal de que seu ciclo circadiano já está afetado.


E quando se trata especialmente da dificuldade em pegar no sono, saiba que os níveis de magnésio, vitamina B6 e triptofano podem influenciar diretamente. E como esses nutrientes são fundamentais para a produção de serotonina, saiba que a produção de melatonina também depende deles. O uso de probióticos e glutamina também pode auxiliar na melhora da microbiota e absorção de nutrientes, consequentemente melhorando a produção de neurotransmissores e a qualidade do sono. E mais: um estudo recente da Universidade do Colorado, demonstrou que o consumo de prebióticos, (fibras que servem como alimento para as boas bactérias dentro do intestino) também podem ajudar, melhorando o sono e reduzindo os impactos fisiológicos do estresse. Eles podem melhorar o sono não-REM, assim como o sono REM após um evento estressante. E além dos alimentos e suplementos, podemos lançar mão dos fitoterápicos. Atualmente, temos muitas plantas que podem ser utilizadas na forma de extrato seco, tinturas, chás ou óleos essenciais e são excelentes coadjuvantes no tratamento. Para citar algumas opções: Erythrina mulungu, Passiflora incarnata, Melissa officinalis, Humuluslupulus, Valeriana officinalis, Avena sativa. O que é importante ressaltar é que cada uma tem uma função no organismo, e por isso é fundamental avaliar individualmente cada caso e entender as disfunções do sono para saber quais alimentos e suplementos podem ajudar. Claro que tudo isso precisa ser aliado a uma rotina, higiene do sono, mudança nos horários de refeição, escolha dos alimentos antes de dormir e atividade física. Meditar, fazer escalda-pés e preparar seu ambiente de sono também são ótimos recursos. E se você está acima do peso, saiba que isto também influencia diretamente na qualidade do seu sono, especialmente de você tem apneias durante a noite. Como já falei anteriormente, o sono – como

qualquer outra área –, deve ser avaliado de forma individualizada e holística, pois só assim conseguimos tratar de forma eficiente a causa. Busque por profissionais capacitados e não foque em resolver o problema e sim em entender as causas. Claro que exige dedicação e mudanças de hábitos, mas como sempre brinco, cada um tem seu tempo e evolução na busca por mais saúde e qualidade de vida. O importante é termos as informações para fazermos boas escolhas.

Algumas dicas que podem ajudar • Prepare chás como melissa, cidreira, camomila, chá verde descafeinado e maracujá, até 2 horas antes de dormir; • Consuma sementes, aveia e oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas); • Inclua feijões, lentilhas, quinoa e grão de bico na sua rotina; • Evite a cafeína (chás, cafés, energéticos e refrigerantes) após as 16 horas; • Evite bebidas alcoólicas (muitas pessoas acreditam que elas auxiliam na indução do sono, mas elas alteram a qualidade do sono); • Aumente a ingestão de frutas vermelhas (especialmente a cereja) e kiwi, pois são fontes de melatonina; • Ovos, peixes e carnes também são boas fontes.

NUTRIÇÃO

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SAÚDE BUCAL

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A importância de uma boa imagem em todos os sentidos

FOTOGRAFIA NA ODONTOLOGIA texto LAURA SACCHETTI (CRO-SC 12391) fotos BANCO DE IMAGENS

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rovavelmente você já se deparou com um estúdio fotográfico montado dentro de uma clínica ou consultório odontológico. Isso porque está cada dia mais comum dentistas investirem em equipamentos fotográficos para capturar os detalhes de seus casos. Mas por que a fotografia está em alta nos consultórios? Podemos dizer que, basicamente, existem dois tipos de fotos que são trabalhadas: fotos para diagnóstico e fotos para comunicação visual. Quando falamos da foto para diagnóstico, são fotos feitas para comunicação com laboratório de prótese por exemplo, a fim de capturar detalhes como: cor, formato e tamanho do dente. Para isso padrões devem ser seguidos evitando distorções no momento do clique. Normalmente quando se fala em fotografia na odontologia, o pensamento já leva para os casos de estética, mas dentro das fotos de diagnósticos as de lesão de boca também são de extrema importância, portanto uma foto bem definida facilita a comunicação entre os profissionais. Da mesma forma, dentro das fotos para comunicação visual ou fotos artísticas, ou até mesmo para marketing, que têm como objetivo a comunicação com o paciente para mostrar como está

e como pode ficar o caso a partir dos planejamentos digitais. Ou para mostrar a foto inicial e a foto final do procedimento. Enfim, são diversas as formas de aplicar a fotografia na odontologia. Mas isso não quer dizer que você precise ter um estúdio completo montado. Podemos ter bons resultados com a câmera do celular, tanto que hoje existem cursos que ensinam dentistas a fotografar com máquinas profissionais e também com celulares. LAURA SACCHETTI

Centro Executivo Maxim’s, Av. Rio Branco, 354, 6.o andar, sala 602 – Centro – Florianópolis/SC. 1 (48) 3225-1082 / 99130-2077 0 laurasacchetti.implante@gmail.com C @dralaurasacchetti



FISIOTERAPIA

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BEXIGA CAÍDA? Você já deve ter ouvido falar! texto ROBERTA RUIZ foto DIVULGAÇÃO

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em época que no consultório aparecem muitos casos da mesma disfunção, e nos últimos meses muitas queixas de prolapso têm aparecido por aqui. Sim, a famosa bexiga caída chama-se prolapso, e não é só a bexiga que sofre não: vamos ter alteração em várias estruturas pélvicas. Por definição, prolapso é a queda ou saída de um órgão da posição normal. Essa condição se refere à protrusão ou herniação de um ou mais órgãos pélvicos dentro ou fora da vagina. São considerados órgãos pélvicos o útero, a vagina, o intestino e a bexiga. O prolapso ocorre quando enfraquecem os músculos, ligamentos e fáscias (uma rede de tecidos de suporte) que mantêm os órgãos nas suas posições corretas. Os prolapsos dificilmente ocorrem isoladamente. Temos que lembrar que uma rede de suporte foi alterada, e com isso todos os órgãos irão sofrer alteração na sua posição. Porém, pode haver alterações maiores em um ou outro órgão.

Os principais tipos de prolapso • Prolapso de bexiga – cistocele: ocorre quando a bexiga (que armazena a urina), desliza para baixo e pressiona a parte frontal da vagina. • Prolapso retal – retocele: ocorre quando o reto forma uma saliência na parte de trás da vagina. • Prolapso de uretra: ocorre quando a uretra, que transporta a urina da bexiga para fora do corpo, desliza e pressiona a parte inferior da região frontal da vagina. • Prolapso de cúpula vaginal: ocorre quando a parte superior da vagina cai sobre si mesma. Isso só acontece se uma mulher foi submetida a histerectomia (cirurgia para remover o útero). • Prolapso de intestino delgado: ocorre quando o intestino delgado cai entre a parte de trás da vagina e o reto. Isso pode ocorrer simultaneamente ao prolapso de útero ou reto. • Prolapso de útero: ocorre quando o útero desliza para dentro da vagina.


FISIOTERAPIA

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NORMAL

PROLAPSO DE BEXIGA

As principais causas • Gravidez e parto. • Envelhecimento e menopausa. • Obesidade. • Tumores fibroides ou pélvicos. • Tosse de longa duração (crônica). • Constipação de longa duração (crônica). • Levantamento de objetos pesados. • Certas condições genéticas. • Cirurgia pélvica prévia. • Algumas condições neurológicas ou lesões na medula espinhal. Em alguns casos ocorre a soma de vários fatores. Por exemplo, uma paciente constipada crônica, que faz esporte de alto impacto, ou uma paciente que teve várias gestações e é obesa. O tratamento irá depender do estágio do prolapso, e o que os principais guidelines preconizam é que sempre se comece a abordagem da forma menos invasiva para mais invasiva. Temos como tratamento a fisioterapia, uso de pessário e cirurgia. Nos prolapsos a fisioterapia tem importante papel na prevenção da evolução do prolapso, na adaptação e orientação ao uso do pessário, e no pré e pós-cirúrgico. Hoje, a fisioterapia é considerada pelas principais organizações de uroginecologia, como fundamental para o sucesso do procedimento cirúrgico, quando ele é necessário.

PROLAPSO DE RETO

PROLAPSO DE ÚTERO

A abordagem fisioterapêutica inclui • Exercícios de assoalho pélvico. • Exercícios respiratórios. • Reabilitação da cinta abdominal para estabilizar a pressão intra-abdominal. • Reorganização postural. • Eletroterapia. • Laser. • Radiofrequência. • Gameterapia. O prolapso gera uma grande insatisfação na mulher e diminui muito sua qualidade de vida. Com o avanço dos estudos, cada vez mais temos ferramentas para conseguir ajudar esta mulher a ser mais feliz com seu próprio corpo e ter uma plena saúde. ROBERTA RUIZ Fisioterapeuta – Crefito 38.482. Pós-graduada pela USP em Fisioterapia Respiratória. Instrutora de Pilates pela Physio Pilates Polestar (USA). Pós-graduada em Fisioterapia Pélvica – Uroginecológica Funcional (Inspirar). Formação em RPG e Terapias Manuais-Maitland (AUS). Formação em podoposturologia (palmilhas posturais). Proprietária do Espaço Integrata – www.integratafisio.com.br. Integrata Pilates e Fisioterapia Pélvica F Rua Gravata, 75 – Campeche – Florianópolis/SC C @integratafisio 1 (48) 99140-1810 0 roruizfisio@gmail.com


SAÚDE

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Seu corpo e seu rosto merecem cuidados especiais

VEM CHEGANDO O VERÃO...

texto DR.A MARIANA TREMEL BARBATO (CRM/SC: 10877/RQE: 6741) fotos DIVULGAÇÃO

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verão está aí! E existem vários tratamentos que você pode realizar nessa época do ano para valorizar sua imagem. Ainda mais neste ano em que estamos cheios de expectativas, com possibilidades de encontros, eventos e momentos especiais depois de um período tão delicado. Selecionei procedimentos não invasivos e de resultado rápido, para que você possa chegar à estação mais quente do ano na sua melhor versão.

Rosto Além de tratar as manchas, poros dilatados e linhas de expressão com uma rotina de skincare adequada, também temos a opção do uso de tecnologias e procedimentos injetáveis. O Fotona 4D é um laser que trata todas as camadas da pele. É aplicado em toda face – incluindo área dos olhos – para firmar as pálpebras e região em torno dos lábios para melhorar o “código de barras”. Por ser um laser moderno e não machucar muito a superfície da pele, o pós procedimento é muito tranquilo e pode ser realizado em qualquer tipo de pele. Você gostaria de modificar algo no seu rosto? Podemos avaliar e simular a resposta por meio da sua foto 3D. Assim, paciente e médico dermatologista definem juntos o melhor tratamento a ser realizado. O preenchimento de alguma área específica, colocação de fios, volumização de região do rosto e melhora do contorno facial serão feitos de uma forma muito assertiva, buscando sempre a naturalidade e individualidade de cada paciente.


SAÚDE

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Corpo Dispomos de uma variedade de tratamentos corporais, o que possibilita tratarmos a flacidez, a gordura e a musculatura com tecnologias não invasivas. GORDURA LOCALIZADA O coolsculpting é uma criolipólise que faz congelamento de gordura e redução do tecido adiposo em uma única sessão. Temos orgulho de oferecer essa tecnologia na clínica há 10 anos, com excelentes resultados e segurança. Flancos, gordura das costas, abdome e interno de coxas são algumas das áreas que podem ser tratadas com o coolsculpting e o melhor deste procedimento é que o resultado alcançado é duradouro. FLACIDEZ O Vênus Legacy une radiofrequência e vácuo para tratar o aspecto “casca de laranja”. Além da melhora da flacidez pela melhora do colágeno, também age melhorando a gordura.

O ultrassom microfocado e macrofocado também trata braços e abdome (umbigo “triste”) com objetivo de “grudar” a pele dessa região. As ondas do ultrassom conseguem atingir e aquecer as camadas mais profundas da pele até a fáscia muscular, gerando pontos de coagulação térmica, desnaturação e posterior contração das fibras colágenas, com um pouco de quebra de gordura. CELULITE Z wave (ondas de choque): é o “martelinho de ouro” que melhora a fibrose e celulite, permitindo a melhora dos furinhos e do aspecto “casca de laranja”. MÚSCULO O Tesla Former é um tratamento muscular que trabalha aquela musculatura que muitas vezes é difícil de tratar na academia. As ondas eletromagnéticas da FMS (Estimulação Magnética Funcional) presentes no aparelho, induzem à contração involuntária dos músculos, agindo como um exercício de alta intensidade. Além dessas tecnologias listadas acima, não podemos esquecer de citar os bioestimuladores que podem ser usados na face e no corpo para melhorar a flacidez, fazendo uma “poupança” de colágeno no local injetado. Com isso, evitamos o tão temido “derretimento” da pele que ocorre com o envelhecimento. Vamos chegar no verão com a autoestima renovada, preparados para a possível retirada das máscaras e com o corpo na sua melhor forma para essa retomada. MARIANA TREMEL BARBATO Rua Ferreira Lima, 238, 6.o andar, Florianópolis Z (48) 3223-6891 W +55 48 99933-7000 I dramarianabarbato


MURAL GNB

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GASTRONOMIA E BONS MOMENTOS

EDUARDA MANSUR

Grupo Novo Brasil com todo o sabor da gastronomia exclusiva fotos DIVULGAÇÃO

A

s casas do Grupo Novo Brasil trazem todo sabor da gastronomia dos chefs peruanos Hugo Olaechea e Sara Sanchez para Jurerê Internacional com o Acqua, Ammo Beach e Donna, e no centro da Capital com o Art’s Gastronomia e Música. Os restaurantes apresentam uma experiência gastronômica com exclusividade, sofisticação e lifestyle nos spots mais badalados da cidade.

EDUARDO COSTA E GIBÃO

ADRIANO SANDRINI E DEBORAH VIEGAS

BEATRIZ MOREIRA E BRENDA SANTOS


MURAL GNB

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ALEXIA NOVGORODCEV

LUANA LODDI

SARAH ELISA

MANOELA SIQUEIRA

MAYARA CASTILHO

JOÃO BOSSLE

CAMYLLA VITÓRIO LIBRIZZI

BRUNA REIS

JÚLIA LARA

YASMIN LEAL

ANDRÉ SANTOS E FRANCIELLY OURIQUES

DAVI BRAGA E THIAGO AMORIM

MARCELO ROGELIN E ALINE SCHIAVO


PELO MUNDO

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THAÍS LENTZ

VANESSA MARTINELLI

JENNIFER HOFFMANN MACHADO E LETÍCIA WIEMMES

VERIDIANA FREITAS

MATHEUZINHO

DÉIA BUSATTO

GABRIELA BASTOS

BEATRIZ BITTENCOURT, GABRIELLA VANTI E ISABEL

MARIA CLAUDIA ORLANDI

DANIELE E DANIEL MENACACCI

RUY E MELISSA CARRAVETTA

THIAGO MESSIAS E MORGANA FLEURY

MARINA TASSO



LEILÃO BENEFICENTE

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DISPOSIÇÃO PARA O BEM

Com empenho das madrinhas e apoio de artistas e empresários, Dr. Alexandre Buffon promoveu a VI Festa Beneficente pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão fotos MARCO CEZAR

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isposição para fazer o bem é o que não falta. Anestesista e responsável pelo setor de anestesiologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, há seis anos – com ou sem pandemia – o Dr. Alexandre Buffon promove o evento, que com a venda de ingressos e leilão de obras de arte, arrecada valores para destinados a obras, compras de equipamento e/ou manutenção do da instituição. Neste ano, mais uma vez a festa aconteceu no Donna, em Jurerê Internacional, no dia 25 de novembro, sob as bênçãos de Santa Catarina de Alexandria, padroeira de nosso Estado! Apoiada por empresas locais, a festa foi animada pelo Dj Henrique Fernandes, e reuniu 215 convidados, respeitando os protocolos de saúde. Com a venda de ingressos e o leilão das peças de arte doadas por colecionadores e galeristas locais, foram arrecadados cerca de R$ 90 mil (só com o leilão, R$ 75 mil foram garantidos para a causa). A renda será totalmente revertida ao Hospital Infantil. Parcerias para fazer o bem!


LEILÃO BENEFICENTE

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LEILÃO BENEFICENTE

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F I PONTADAAGULHA PONTADAAGULHACOSTELARIA.COM.BR SC-401

RIO TAVARES

ALVES DE BRITO BAL. CAMBORIÚ

0 costelariasc401@gmail.com Rodovia SC-401, 7626 Santo Antônio de Lisboa Florianópolis/SC | CEP 88050-000

0 costelariariotavares@gmail.com Rod. Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, 3339 – Rio Tavares Florianópolis/SC | CEP 88048-301

0 costelariaalvesdebrito@gmail.com Rua Alves de Brito, 161 Centro Florianópolis/SC | CEP 88015-440

0 costelariapedrabranca@gmail.com Rua 51, 51 Centro Balneário Camboriú/SC | CEP 88333-675

1 48 3338-2850

1 48 3207-5015

1 48 3085-0655

1 47 3311-0410

TER-SEX: 11h30 às 23h SÁB-DOM: 11h30 às 17h

TER-SÁB: 11h30 às 22h DOM: 11h30 às 20h

TER: 11h30 às 16h | QUA-SÁB: 11h30 às 22h30 | DOM: 11h30 às 17h

TER-SEX: 11h30 às 23h SÁB-DOM: 11h30 às 17h


OUTUBRO ROSA

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JUNTAS (SEMPRE) E CADA VEZ MAIS FORTES! texto LU ZUÊ fotos MARCO CEZAR

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A edição 2021 do encontro Outubro Rosa, promovido pela empresária Luciana Schmitt Fernandes – a Lu Schmitt – foi especial em todos os sentidos

elo segundo ano Lu Schmitt mobiliza um grande grupo de mulheres para arrecadar fundos e doar o valor ao Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), referência no tratamento de câncer em Santa Catarina. O estímulo da campanha é o Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção e tratamento do câncer de mama e cuidado com a saúde geral da mulher. “O mais bonito desse encontro é a corrente de solidariedade que se forma em torno do bem comum. Esse grupo vem aqui para se divertir, sim, mas motivado pela disposição de ajudar uma causa nobre. O câncer de mama pode atingir até 66 mil mulheres por ano e é a principal causa de morte entre as brasileiras, muitas delas sem condições de acesso rápido aos exames e tratamento. Todos precisamos ajudar”, explica Lu. Depois de muitos meses de restrições devido à pandemia, mais de 70 mulheres atenderam ao chamado da empresária


OUTUBRO ROSA

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e literalmente vestiram a camiseta rosa, aproveitando uma tarde animada e solidária. Segundo a empresária, diferentemente do que aconteceu no primeiro ano, desta vez vários apoiadores se uniram para viabilizar o encontro. “Essa talvez tenha sido a diferença mais marcante desta edição em 2021, e faço questão de agradecer profundamente a todas as empresas que se deram as mãos e colocaram essa ideia em um patamar de ainda mais destaque. Depois de meses de pandemia, quando inclusive muitos exames deixaram de ser realizados, temos que juntar forças e ir atrás de melhores condições de atendimento”, conta Lu Schmitt, destacando o grande trabalho executado pelo Cepon nesse sentido. “Mas toda ajuda é bem-vinda e muito necessária”, acrescenta. Além do apoio de empresários locais, há uma outra diferença que fez do encontro deste ano uma comemoração especial para Luciana: ela própria enfrentou – e venceu – um câncer de mama em 2021. A experiência pessoal trouxe ainda mais proximidade com a causa. “Depois do diagnóstico, tive condições de ir atrás de tratamento rapidamente e resolver a questão em cerca de um mês. Mas quem não tem, fica como?”, pergunta. Com a iniciativa, Lu Schmitt está ajudando a dar respostas!


OUTUBRO ROSA

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Cuidado é tudo! A maior incidência de câncer de mama ocorre em mulheres na faixa entre 50 e 69 anos de idade, e a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização anual de mamografia a partir dos 40 anos, visando o diagnóstico e tratamento precoces. Mulheres que possuem risco aumentado, ou seja, pacientes com casos de câncer de mama antes dos 50 anos em parentes próximos – como mãe e/ou irmã ou com histórico familiar de câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino (sim, os homens também podem desenvolver câncer de mama) devem começar o acompanhamento médico a partir dos 30 anos de idade.

Os parceiros do Outubro Rosa da Lu Beco Castelo Construtora, Brasil Atacadista, Brüggemann Automóveis, Casas da Água, Compensados Fernandes, Fermaq Máquinas para Madeira, Globo Veículos, Jan Ribeiro Festas e Decoração, Janai Eventos, Terrines da Gi e Chef Gilson.






PÁTIO MILANO | FOOD HALL AV. MAURO RAMOS, 1512, CENTRO, FLORIANÓPOLIS/SC ESTACIONANMENTO COM ENTRADA PELA RUA ÂNGELO LA PORTA

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