Crescer On-line - abril de 2017

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nº 94 Abril de 2017

FESTA DA FAMÍLIA OÁSIS A Alegria de Servir por Amor


PALAVRA DO FUNDADOR Empenhar-se para que, na massa, haja bom fermento O Evangelista Lucas conta: ‘Jesus seguiu para diante, em direcção a Jerusalém. Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto do chamado Monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, dizendo: «Ide à aldeia em frente e, ao entrardes nela, encontrareis um jumentinho preso, que ninguém montou ainda; soltai-o e trazei-mo. E se alguém vos perguntar: 'Porque o soltais?', respondereis assim: 'O Senhor precisa dele’. Quando estavam a soltar o jumentinho, os donos disseram-lhes: «Porque soltais o jumentinho?» Responderam-lhes: «Porque o Senhor precisa dele.» Levaram-no a Jesus e, deitando as capas sobre o jumentinho, ajudaram Jesus a montar. Enquanto caminhava, estendiam as capas no caminho. Estando já próximo da descida do Monte das Oliveiras, o grupo dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus, em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. E diziam: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas Alturas!» Alguns fariseus disseram-lhe, do meio da multidão: «Mestre, repreende os teus discípulos.» Jesus retorquiu: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras.» (cf. Luc. 19, 28-40) A cena do triunfo de Jesus – um triunfo sem nenhuma grandeza mundana; sem qualquer indício de querer ascender ao poder: triunfo religioso de Jesus humilde, sereno e recolhido – está carregada, como nenhuma outra cena, de ensinamentos, para que cada um a contemple e a medite. Mas, uma coisa continua a ressoar na minha alma: ‘Quem é que pôs em movimento aquele entusiasmo? O grupo dos fariseus, irritados pela presença de tal multidão que O aclamava, chegou tarde. Só tiverem tempo de resmungar: ‘Não conseguimos nada? Toda a gente O segue!...’. E dizem a Jesus: ‘Manda calar esta gente!’ Na verdade, era uma estranha pretensão: quem poderá conhecer as raízes tenebrosas da alma corrompida pela inveja, pelo ciúme e pela raiva? Jesus, todavia, queria aceitar aquelas expressões de amor e de alegria. E, por isso, respondeu: ‘Se eles se calarem, gritarão as pedras’. (cf. Marcos 15, 9-14) (…) Precisamos empenhar-nos para que na multidão – na massa – esteja o bom fermento. Só assim se tornará bom pão e nunca se transformará numa massa azedada. As fábricas do bom fermento são uma realidade que se tornou cada vez mais temerosa e mais difícil de encontrar e sempre menos eficiente. E, pelo contrário, não é difícil contar as fontes de inquinamento. Não digo da água – que, não obstante, é um problema grave – mas, das almas, especialmente das dos jovens, que é delito moral inacreditável, mesmo que não punido. (in Ascolta, si fa sera, pág. 92) Crescer on-line - Abril de 2017 - Página nº 2


A minha experiência em Oásis A partir de uma certa idade, começam a surgir as dúvidas a qualquer cristão: "Porque é que sou cristão?"; "Quais são as minhas convicções?" Como sempre vivemos num ambiente cristão, nos primeiros anos não nos surgem dúvidas; mas, quando nos colocamos estas questões, temos de perceber e decidir se queremos ou não ser cristãos. Quando passei por essa fase, procurei estar mais atenta à Eucaristia. Aos poucos, percebi que a mensagem proposta por Cristo é a que eu quero seguir. Então, surgiu a possibilidade de participar neste retiro. De início, estava um pouco receosa, mas acabei por dizer SIM e pude fazer esta excelente experiência. Devido à Via-sacra, da minha paróquia não pode participar nas actividades iniciais; mas, pelo que os meus colegas me disseram, falaram da mensagem da história do Bambu que ajudou a compreender as atitudes que se deveriam assumir durante o encontro. No primeiro dia, a primeira coisa que fizemos foi a oração da manhã, na capela, onde pudemos estar em contacto com Deus; fizemos reflexões e cantamos. Depois, participamos em alguns jogos que nos permitiram ir conhecendo os jovens de outras paróquias. Um dos momentos de que mais gostei que foi a apresentação da vida de Jesus, de uma maneira resumida, feita pelo Padre André, pároco da minha freguesia. Fizemos trabalho de grupo que consistiu em responder a algumas questões, baseando-nos num vídeo que tínhamos visto. Tive o prazer de ser porta-voz do meu grupo. Isso deixou-me muito feliz e mais integrada no grupo. De tarde, tivemos novamente uma reflexão e alguns trabalhos de grupo, a Via-sacra e as confissões. Depois do jantar, participámos nalguns momentos lúdicos e fizemos o ensaio de alguns cânticos para a Vigília. O momento de oração, na Capela, agradou-me muito porque tive a oportunidade de participar activamente. No fim do primeiro dia, tive a sensação de que tinha aproveitado o dia da melhor forma e essa é uma das melhores sensações que se pode ter. No segundo dia, depois da oração da manhã, escutamos alguns pedaços de vida de comunhão com Deus, partilhados por algumas pessoas que vivem a Espiritualidade do “Serviço por Amor”. De tarde, preparamos a eucaristia em que participaram, também, os nossos pais. Foi um dos momentos em que me senti mais unida a Deus. Este retiro/encontro ajudou-me a encontrar resposta para algumas das minhas perguntas iniciais. Ajudou-me a dizer "SIM" a Deus e a perceber que os princípios cristãos são muito mais do que princípios religiosos que nos permitem acolhermo-nos uns aos outros e sermos felizes. Deixo uma palavra de agradecimento a todas as pessoas que, com carinho e servindo por amor, prepararam excelentes refeições. É bom ir ao Oásis e viver uma experiência destas. Maria Inês Andrade

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A caminho da Cristificação No passado dia 11 de Abril cerca de 70 jovens, provenientes de quatro paróquias da diocese do Porto (Santa Cruz do Douro, Avintes, Senhora da Conceição do Porto e Ermesinde), estiveram reunidos em retiro no Centro de Espiritualidade Oásis com o objetivo de se prepararem para a receção do Sacramento da Confirmação. Os jovens do nosso tempo encontram-se imergidos num mundo repleto de propostas aliciantes e atrativas (por exemplo as tecnologias ou a internet). Não sendo este o espaço para a discussão acerca da importância e efeitos, positivos ou negativos, de tudo o que nos é “oferecido” pelo feroz marketing dos mercados, apraz-nos todavia dizer que todo o cristão tem de travar o bom combate da fé contra os espíritos (egoísmo, consumismo, etc.) que nos desviam do verdadeiro Espírito do Senhor – Espírito de comunhão plenificante do Homem. A Igreja, que está no mundo e ao mesmo tempo não é do mundo, realiza-se nos diferentes caminhos do homem contemporâneo. Neste sentido, a proposta do verdadeiro e único Espírito é a missão de ontem, de hoje e dos tempos vindouros da Igreja. Mas, como fazer com que os jovens acreditem no Espírito Santo e nos seus efeitos objetivos e palpáveis? Como transmitir aos jovens a fé num Espírito santificante que humaniza e diviniza o Homem? O retiro com os crismandos iniciou-se pelas 9 horas com um acolhimento, onde houve espaço para alguns jogos e cânticos com intuito de promover a capacidade de relacionamento entre todos. Pelas 9h30 iniciaram-se os trabalhos de reflexão acerca dos sete dons do Espírito Santo: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e temor de Deus. Depois de constituídos os sete grupos de trabalho, cada grupo refletiu acerca de um dos dons. Este período de reflexão incluía a análise bíblica de uma perícope relaciona com o dom; a resposta pessoal a algumas perguntas orientadoras e partilha das mesmas em grupo; a construção de uma cruz pessoal em pau de videira; redação de uma frase acerca do dom que sintetizasse a reflexão efetuada em grupo, numa cartolina em forma de língua de fogo. Depois deste trabalho, e porque as energias de um jovem precisam de ser constantemente recarregadas, realizou-se um pequeno mas significante lanche, onde se comeram bolachas e beberam sumos. Depois iniciou-se um período de apresentação dos diferentes trabalhos, que se prolongou pela tarde: cada trabalho de grupo foi entremeado pelo testemunho de um cristão mais maduro na fé, no intuito de ajudar a aprofundar o conhecimento e vivencia de cada um dos sete dons do Espírito Santo. Pelas 13h – já a barriga dava horas – deu-se início ao almoço convívio, antecedido pela bênção dos alimentos e das pessoas que cozinharam. Mais do que restabelecer as energias, o almoço foi muito importante para a construção de relações entre os jovens das diferentes paróquias: diálogo, partilha de tarefas colocação dos alimentos nas mesas e posterior limpeza; varrer o chão. Concluído o saboroso repasto houve, antes do reinício dos trabalhos, um período de descontração, onde a partilha continuou de forma alegre e genuína. Em seguida, foi concluído trabalho de reflexão em grupo. Terminadas as apresentações e dados os testemunhos, ficou concluída a construção de uma cruz grande, feita com molhos de vides que cada grupo juntou, amarrou e foi colocando no chão. Após o lanche da tarde, o retiro conclui-se que uma vigília de oração que privilegiou os tempos de silêncios intercalados com cânticos e partilha dos grupos. A disponibilidade, o interesse, a criatividade dos jovens revelou, ao contrário dos que hoje acusam a juventude de desinteressada, descomprometida e desorientada, que a mensagem da Igreja é atrativa e dinâmica no conteúdo e na forma, e que o Espírito Santo com os seus dons está presente e age em todos. Por tudo o que foi experienciado neste dia intensamente vivido, deve dizer-se que o Espírito Santo é quem nos acompanha no caminho do amadurecimento da fé pessoal e comunitária, e nos coloca no Caminho da Cristificação – sermos mais de cristo e mais da Igreja. Só assim entendemos as palavras de S. Agostinho, no seu sermão 272, sobre o sentido do Sacramento da Confirmação: “na conformação somos unidos-assados no fogo” . Vasco Soeiro

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Testemunho Nos dias 25 e 26 de março de 2017, sobre o tema “Renovados na alegria: o testemunho que transforma a vida”, decorreu, nas instalações do OASIS em Ermesinde, um retiro para casais, aberto a outras pessoas que, não sendo casais, mostraram interesse em ouvir e discutir a temática a abordar. Como oradores convidados e que ocuparam as manhãs de sábado e domingo e a tarde de sábado, estiveram o Padre Eleutério, o Irmão Alberto (Congregação dos Maristas) e a Dr.a Rosa que com a sua entrega e experiência pessoal, conseguiram agitar a consciência de cada um dos participantes, motivando-os a, de uma forma desinibida e fiel ao que sentiam, pronunciar-se sobre os temas tratados sem receio de qualquer recriminação. Na noite de sábado, realizou-se uma Vigília, a qual, pelos textos para reflexão e recolhimento pessoais, constitui, provavelmente, o momento mais alto do Retiro, potenciado pelo Crucifixo oferecido para recordar, na casa de cada um, o momento vivido de grande significado espiritual. A Santa Eucaristia celebrada na tarde de domingo, constituiu também um riquíssimo momento de espiritualidade, participada por todos e com a intervenção cuidadosamente pensada de alguns, com destaque para a concelebração da responsabilidade do Padre Eleutério e do Padre Dinis. Sem embargo de alguns dos participantes não se conhecerem, foi notório, no momento da despedida, o espírito de família que esteve subjacente à vivência em comum ao longo dos dois dias. Será de inteira justiça agradecer a quem, atrás do palco, preparou, com gosto e muito amor, as refeições partilhadas e que deixariam muitos chefes de culinária de boca aberta. Impõe-se também um agradecimento muito sentido a quem, com muito trabalho e dedicação, garantiu que tudo corresse sem falhas e a contento de todos, pelo que, do fundo do coração, deixamos, aqui e agora, um obrigado à Ana, à Linda, à Marta à Antónia, ao Padre Adélio e ao Padre Eleutério.

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Olhares de Esperança Recentemente, participei num Seminário da Santa Casa da Misericórdia, com um legado de quase cinco séculos, e cuja temática abordava “ A sustentabilidade no terceiro sector”. Que presente vivemos? Que futuro construímos? E como será o idoso do futuro? O idoso do I-PAD e do I-PHONE? Que cuidados prestar às pessoas com demências? Perante a demência, os conhecimentos adquiridos tornam-se absoletos com grande rapidez, sem que existam estruturas nem instituições adequadas para ampliar os conhecimentos ou adquirir outros totalmente novos. É um problema entre os mais debatidos e espinhosos. Existe uma estratégia comum da Igreja para responder a tal avanço? Em face da mobilidade atual das estruturas sociais não é possível fazer previsões que alcancem larga projeção no tempo, mas penso que o futuro é sinónimo de esperança. As exigências são cada vez maiores quanto a conhecimentos sobre gerontologia. É preciso repensar novas estruturas e funções que permitam corresponder efetivamente às necessidades das pessoas que dificilmente se realizam isoladas ou perdidas num macro-sistema-social. Tenho esperança que serão melhorados os sistemas de segurança social para as vicissitudes da vida, como a doença e a velhice, e que outras respostas surgirão para as pessoas que se encontrem em situação de risco ou perda de autonomia. Neste sentido, o apoio à família e o seu fortalecimento como primeira comunidade básica da solidariedade são tarefas importantes. Por isso, a Doutrina Social da Igreja institui sempre o bem comum, alertando os Cristãos para a capacidade de se adaptarem aos desafios do devir, honrando a prática das “Obras de Misericórdia”, com a certeza de que Deus é um Pai que ama por igual a todos os seus filhos. Neste momento, dou por mim a desfiar memórias que se esvaem e que perduram…. Lembro as visitas que fazia com a minha mãe a velhinhos da minha aldeia, no Asilo, quando ainda era menina e que fizeram emergir todo o meu entusiasmo e alegria quando ouço, com ternura, os idosos transmitirem ao Futuro os melhores valores do passado. Recordo o contributo inestimável de uma velhinha que, mesmo muito doente, de andarilho e muito curvadinha , nunca desanima nem descura os arranjos florais da capelinha do seu lar. Recordo, ainda, a impressionante imagem de João Paulo II. Apoiando-se no báculo de Pedro durante uma cerimónia de beatificação na Eslovénia, em Setembro de 1999, identificando-se com a Cruz de Cristo, levando a cruz do sofrimento com dignidade, resignação e profunda entrega a Deus. Ainda me marca muito a imagem de Sua Santidade, com uma vela acesa na janela do seu apartamento privado do Vaticano, no Natal, o último da sua vida, assumindo a dor, oferecendo-a, por sua vez, a Deus para a salvação do mundo. Um olhar de esperança. Natália Rosa

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FESTA DA FAMÍLIA OÁSIS 25 de Abril 2017 Mais uma vez se congregou no Centro de Espiritualidade, a família Oásis, para fazer festa, para rever amigos da “primeira” e da “última” hora, para renovar a alegria de dizer “Sim”, para testemunhar que vale a pena o Serviço por Amor! Foi, na verdade, um dia de Alegria e de Festa! Começou, como habitualmente, com o caloroso acolhimento, ao som de guitarras, cânticos, de abraços e gestos de quem se quer bem e faz festa quando se encontra. A primeira parte da manhã, foi chamada de “Pedaços de Vida”. Foi uma espécie de “mesa redonda” com a presença de ilustres convidados: a Maria, vinda de Roma, falou-nos de Pe Rotondi, que ela conheceu bem e com quem conviveu. De Milão, esteve a Mariella, que nos falou do que é um Instituto Secular. Os restantes convidados, eram já nossos conhecidos: o Pe Eleutério que nos falou do Ramo Sacerdotal do “Ancilla Domini”, e o casal Luz/Tózé que nos falaram do Ramo “Conjugal”. (continua na página 8)

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(continuação da página 7)

A manhã terminou da melhor maneira: com a celebração festiva da Eucaristia. Depois da Eucaristia, foi tempo de retemperar energias com o almoço partilhado. A tarde seguiu com uma partilha feita pela Ana Maria do que tem sido a vida na Casa do Movimento Oásis: os encontros que se têm realizado, a alegria e entusiasmo que todos que por lá passam testemunham, o acolhimento a tantos que ali bebem “das fontes da Salvação”… Seguiu-se o “Regresso às Raízes”, ou seja, a partilha do que cada grupo preparou para apresentar a todos: música, canções, power points, testemunhos… que mostraram a caminhada e a vida que se vive nos grupos. Uns com longos anos de vida, outros a dar os primeiros passos… desde as crianças, adolescentes, jovens, casais, todos testemunharam a alegria de ser família Oásis e de fazer da vida um serviço. Assim foi, um dia de emoções fortes! Alegria, Festa, Gratidão… pelo SIM que queremos continuar a dar e pelo serviço por Amor, a Deus, aos Outros, à Igreja!

Movimento Oásis Centro de Espiritualidade Rua Mirante de Sonhos, 105 4445-511 Ermesinde - tel. 229712935 http://www.movimentooasis.com Contactos : padrearaujo@sapo.pt / oasis@movimentooasis.com Crescer on-line - Julho de 2015 - Página nº 2


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