Crescer On-line - fevereiro de 2020

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nº 126 Fevereiro de 2020

QUARESMA 2020 "O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, pedra angular da vida cristã pessoal e comunitária. " (Papa Francisco)


CATEQUESES DO PAPA FRANCISCO SOBRE O BATISMO (II) 1. Hoje gostaria de ressaltar um fruto muito importante deste Sacramento: ele leva-nos a ser membros do Corpo de Cristo e do Povo de Deus. S. Tomás de Aquino afirma que quantos recebem o Batismo são incorporados a Cristo, quase como seus próprios membros, e agregados à comunidade dos fiéis ou seja, ao Povo de Deus. Hoje dizemos que o Batismo nos faz entrar no Povo de Deus, levando-nos a ser membros de um Povo a caminho, um Povo peregrino na história. Com efeito, assim como a vida se transmite de geração em geração, também de geração em geração, através do renascimento na pia batismal, é transmitida a graça, e com esta graça o Povo cristão caminha no tempo como um rio que irriga a terra e propaga no mundo a bênção de Deus. Desde que Jesus disse o que ouvimos do Evangelho, os discípulos partiram para batizar; e desde aquela época até hoje há uma cadeia na transmissão da fé mediante o Batismo. E cada um de nós é um elo daquela corrente: um passo em frente, sempre; como um rio que irriga. Assim é a graça de Deus, assim é a nossa fé, que devemos transmitir aos nossos filhos, às crianças, para que elas, quando forem adultas, possam transmiti-la aos seus filhos. Assim é o batismo. Porquê? Porque o batismo faz-nos entrar neste Povo de Deus, que transmite a fé. Isto é deveras importante. Um Povo de Deus que caminha e transmite a fé. 2. Em virtude do Batismo nós tornamo-nos discípulos missionários, chamados a levar o Evangelho ao mundo. «Cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de evangelização... A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo» da parte de todos, de todo o Povo de Deus, um novo protagonismo de cada batizado. O Povo de Deus é um Povo discípulo — porque recebe a fé — e missionário — porque transmite a fé. É isto que o Batismo faz entre nós: confere-nos a Graça, transmite-nos a Fé. Crescer on-line - Fevereiro de 2020 - Página nº 1


Todos na Igreja somos discípulos, e somo-lo sempre, a vida inteira; e todos nós somos missionários, cada qual no lugar que o Senhor lhe confiou. Todos: até o mais pequenino é missionário; e aquele que parece maior é discípulo. Mas algum de vós dirá: «Os Bispos não são discípulos, eles sabem tudo; o Papa sabe tudo, e não é discípulo». Não! Até os bispos e o Papa devem ser discípulos, pois se não forem discípulos não farão o bem, não poderão ser missionários nem transmitir a fé. Todos nós somos discípulos e missionários. 3. Ninguém se salva sozinho. Somos uma comunidade de fiéis, somos Povo de Deus e nesta comunidade experimentamos a beleza de compartilhar a experiência de um amor que nos precede a todos, mas que ao mesmo tempo nos pede para ser «canais» da graça uns para os outros, apesar dos nossos limites e pecados. A dimensão comunitária não é apenas uma «moldura», um «contorno», mas constitui uma parte integrante da vida cristã, do testemunho e da evangelização. A fé cristã nasce e vive na Igreja, e no Batismo as famílias e as paróquias celebram a incorporação de um novo membro a Cristo e ao seu corpo, que é a Igreja. A propósito da importância do Batismo para o Povo de Deus, é exemplar a história da comunidade cristã no Japão. Ela padeceu uma perseguição árdua no início do século XVII. Houve numerosos mártires, os membros do clero foram expulsos e milhares de fiéis foram assassinados. No Japão não permaneceu nem sequer um sacerdote, todos foram expulsos. Então, a comunidade retirou-se na clandestinidade, conservando a fé e a oração no escondimento. E quando nascia um filho, o pai ou a mãe batizavam-no, pois todos os fiéis podem batizar em circunstâncias particulares. Quando, depois de cerca de dois séculos e meio, 250 anos mais tarde, os missionários voltaram para o Japão, milhares de cristãos saíram do escondimento e a Igreja conseguiu reflorescer. Sobreviveram com a graça do seu Batismo! Isto é grande: o Povo de Deus transmite a fé, batiza os seus filhos e vai em frente. E apesar do segredo, mantiveram um vigoroso espírito comunitário, porque o Batismo os tinha levado a constituir um único corpo em Cristo: viviam isolados e escondidos, mas eram sempre membros do Povo de Deus, membros da Igreja. Podemos aprender muito desta história! (Praça de São Pedro Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2014)

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Exortação Apostólica Pós-Sinodal "Christus vivit" Do Papa Francisco Dirigida aos jovens e a todo o Povo de Deus Nono capítulo: «O discernimento»

O Papa recorda que «sem a sabedoria do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências do momento» (279). «Uma expressão do discernimento é o esforço por reconhecer a própria vocação. É um trabalho que requer espaços de solidão e silêncio, porque se trata de uma decisão muito pessoal que mais ninguém pode tomar no nosso lugar» (283). «O dom da vocação será, sem dúvida, um dom exigente. Os dons de Deus são interativos e, para os desfrutar, é preciso pôr-me em campo, arriscar» (289). A quem ajuda os jovens no discernimento pedem-se três sensibilidades ou atenções. A primeira é a atenção à pessoa: «trata-se de escutar o outro, que se nos dá com as suas palavras» (292). A segunda consiste no discernir, isto é «trata-se de individuar o ponto certo onde se discerne o que é a graça e o que é tentação» (293). A terceira consiste em «escutar os impulsos “para a frente” que o outro experimenta. É a escuta profunda do ponto «para onde o outro quer verdadeiramente ir» (294). «Quando alguém escuta a outro desta maneira, a dado momento deve desaparecer para o deixar seguir o caminho que ele descobriu. Desaparecer como desaparece o Senhor da vista dos seus discípulos» (296). Devemos «suscitar e acompanhar processos, não impor percursos. Trata-se de processos de pessoas, que sempre são únicas e livres. Por isso é difícil elaborar livros de receitas» (297). A exortação conclui-se com um desejo do Papa Francisco: «Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na Sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão sofredor. A Igreja precisa do vosso entusiasmo, das vossas intuições, da vossa fé. Fazeis-nos falta! E quando chegardes onde nós ainda não chegamos, tende paciência para esperar por nós» (299). Crescer on-line - Fevereiro de 2020 - Página nº 3


Movimento Oásis em Portugal (1958 – 2018) 60 ANOS - 60 TESTEMUNHOS Serviço por Amor A minha história no Oásis começou quando eu era apenas uma pequena amiga de Jesus e não fazia a mínima noção do que o futuro me reservava naquele Movimento. Lembro-me ainda do quão ansiosa e contente ficava por lá ir passar mais um fim-de-semana; ia fazer amigos novos e divertir-me imenso com os jogos que os animadores preparavam e que eu tanto os admirava por isso, sonhando que queria ser como eles. Na minha paróquia, com a ajuda da Antónia, reuníamos ao sábado de tarde para viver o Oásis “fora de Ermesinde”. O tempo foi passando e eu fui crescendo na fé, o Oásis deixou de ser um sítio onde fazia jogos engraçados para ser um lugar onde me encontrava verdadeiramente com Deus, onde O sentia tão perto de mim sempre que entrava na capela. Fiz amizades mesmo verdadeiras, com pessoas que, desde então, caminham comigo. Comecei a pensar nos pontos da Espiritualidade e a pô-los, realmente, em prática. Inseri-me no grupo “Nós por Ti” com o qual tenho os melhores encontros; mesmo acontecendo apenas uma vez por mês, são suficientes para debates de ideias, discussões e gargalhadas entre as quais nem damos pelo tempo passar. Hoje o Oásis faz realmente parte da minha vida e, por isso mesmo, procuro sempre dar aos outros aquilo que me foi dado, para que assim tenham a melhor experiência da vida deles tal como eu tive a minha. Assim sendo, vivo o Serviço por Amor ajudando a animar os encontros, na cozinha ou até mesmo em outros contributos por mínimos que sejam. O Oásis transmite-me uma energia tão boa! Está repleto de pessoas cheias de amor para dar. Aquilo que sinto ao estar lá é inexplicável! Por mais anos que passem, sempre que lá vou, saio de lá com coisas novas aprendidas e com o meu coração ainda mais cheio. É a este Movimento e a todas as pessoas que o desenvolvem, todos os dias, que tenho que agradecer a presença e todas as coisas boas que trouxe para a minha vida. Espero, do fundo do coração, que o SIM continue a chegar às pessoas e que as mesmas fiquem contagiadas por todo o amor presente neste Movimento. Milene Nunes

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Palavra do Fundador No acto do baptismo, fostes despojados do homem velho e das suas obras. O que estava em nós, o que éramos, não existe mais, não deve existir mais. No baptismo, o pecado foi crucificado (Rom. 6, 6): está morto; perdeu a sua vitalidade; fomos libertados dele. Mas, o baptismo não é apenas algo de negativo, não consiste apenas em "despojar-se". De facto, "revestimo-nos do novo homem", do homem "renascido" - como disse Jesus a Nicodemos - do homem que veio novamente para luz, porque envolvida na "nova Luz", que é Cristo: com a Sua doutrina, os Seus exemplos, a Sua graça. Naturalmente, há algo que sempre nos coloca em risco de perder esta "novidade de vida". Então, devemos renovar-nos sempre, buscando um conhecimento, cada vez maior, de Deus e dos Seus mistérios, para que a imagem d’Ele se realize sempre mais em nós. Esta "novidade de vida", de condição, faz com que, então, não haja mais diferença entre os homens; não existe mais, diante de Cristo, "nem grego, nem judeu, nem cita, nem servo, nem livre". De facto, Cristo está em todos e em tudo; em todas as coisas "Revesti-vos" - diz São Paulo - "como eleitos de Cristo, escolhidos por Deus, como santos, pertencentes ao povo de Deus, consagrados, dilectos, isto é, amados por Deus; revesti-vos daqueles 'ternos sentimentos' que são: a misericórdia , a bondade, a doçura, a longanimidade: suportando-vos uns aos outros, perdoando-vos mutuamente quando alguém tem razão de queixa contra o outro". (Col 3, 12-15) (Cartas simples, vol 7 - Carta de 5 de fevereiro de 1970) Crescer on-line - Fevereiro de 2020 - Página nº 5


Desce daí… Praticamente um ano depois (no fim-de-semana de 25 e 26 de Janeiro), gostaríamos de voltar a partilhar convosco o que foi (o que acreditamos que continua a estar a ser…) a experiência de estar em retiro, no Centro de Espiritualidade Oásis! Desta vez, mais uma vez, sempre a primeira vez, o nosso encontro na montanha teve como ponto de partida o também encontro entre Jesus e Zaqueu… E, ao longo do retiro, é como se tudo à nossa volta se transfigurasse e nos encontrássemos no cenário desse momento verdadeiramente especial… Também nós, «cobradores de impostos» do quotidiano, “Zaqueus” baixinhos do mundo dito moderno e “wireless”, a dada altura, sentimos este apelo inexplicável de sair para a rua, trepar desajeitadamente aquela figueira ao pé do caminho e tentar ver o Homem de quem tanto se fala e de quem tanto, ainda hoje, se espera. Então, em pleno domingo de manhã, Ele pára no meio do caminho e da multidão e diz-nos de caras: «Desce daí!» e, antes que nós, ovelhas perdidas, digamos seja o que for, deixa claro que, «hoje», é em nossa casa, no conforto da nossa casa, no aconchego da nossa casa, na refeição feita Eucaristia… E o desafio é definitivo, a medo, a pergunta em voz alta, a resposta posta em cima da mesa e Zaqueu (e nós, faríamos o mesmo?... Temos feito o mesmo, na loucura do dia-a-dia?...) fez a sua profissão de fé e quer refazer a sua vida, como homem novo, como sujeito do verdadeiro projecto de Deus: o Amor… Casal Ana Elvira e Zé Manel

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Fim de semana no/em Oásis Olá! Somos alguns elementos do grupo do 7º ano da paróquia de Fajões! Nos dias 14, 15 e 16 de Fevereiro de 2020 tivemos oportunidade de participar num retiro, em Ermesinde, na casa do Movimento Oásis, pela primeira vez. Ao aceitarmos e ao dizermos SIM às nossas catequistas, aquando do convite para participar, não imaginávamos a experiência que iríamos viver: divertida e sobretudo cheia de emoções que transformaram a nossa vida. Neste fim de semana fomos chamados a refletir acerca do Batismo. Com este sacramento ficamos a pertencer à Igreja, na qual somos todos importantes. Temos assim, uma missão enquanto vivemos: a de Servir por Amor - Tal como fez Jesus Cristo. Descobrimos também que, com a reconciliação podemos sempre recomeçar a viver uma vida nova. Experienciámos ainda algumas dinâmicas e jogos com diferentes pessoas com as quais construímos novas amizades. Cada um de nós, pôde conhecer e pôr em prática ao longo do encontro os 5 pontos da espiritualidade do Movimento Oásis, propostos pelo seu fundador o Pe Rotondi: conhecer e desenvolver as capacidades físicas, intelectuais e afetivas, olhar atentamente Deus e o mundo, ser humilde, dizer Sim a Cristo e dizer Sim ao Outro. Estes 5 pontos levam-nos à felicidade – o nosso principal sonho. Do levantar, passando pelas refeições, até ao deitar consideramos que cada momento foi muito especial (e já estamos com saudades)! Concluindo, podemos dizer que esta experiência será certamente para repetir. Saímos com a certeza que como filhos de Deus, somos missão neste mundo, podendo transformá-lo dia-a-dia.

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Retiro 21/22/23 de Fevereiro

Nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro tivemos a oportunidade de estarmos mais uma vez na Casa do Movimento Oásis. Uma casa que começa a ser cada vez mais um local de encontro com Deus nosso Pai e com Jesus nosso Irmão, uma casa que passa a ser um pouco de quem lá passa, um abrigo, um local de aconchego e amor. Neste fim de semana fomos convidados a refletir acerca do Batismo, do nosso próprio Batismo. E interrogamo-nos: Quantos de nós sabem a data do nosso Batismo? Quantos de nós continua a fazer do nosso Batismo instrumento de alegria e de amor? O melhor presente do nosso batismo é a fé que Deus colocou no coração de cada um de nós. Este grupo de 9º e 10º ano, que estão a construir um caminho de fé de modo a prepararem-se para o Crisma, foram convidados a pensar e a refletir sobre a forma como trabalham a sua fé no seu dia a dia. Para isso tiveram a oportunidade de assistirem a vários testemunhos de pessoas que expressam a fé do seu batismo no seu quotidiano, quer dentro ou fora da paróquia. A comunidade precisa de nós, jovens atentos e em crescimento, ativos no trabalho e no serviço por amor. Que saibamos também nós ser testemunhas da nossa fé e que façamos dela o nosso maior tesouro. O Batismo não foi, mas é todos os dias da nossa vida um grande acontecimento que temos de fazer com que dê grande fruto. A nossa caminhada enquanto Cristãos inicia no dia do Batismo, com este primeiro sacramento que nos torna filhos de Deus. Somos nós agora, frutos desta Igreja que nos acolhe, a dar continuidade a esta grande caminhada em comunidade. Grupo de Catequese do 9º e 10º ano da Paróquia de São Migue de Bairros (Castelo de Paiva)

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FESTA OÁSIS 25/25 25 de Abril de 2020 - 25 anos de Sacerdócio Caros amigos e amigas, é com grande alegria que anunciamos a Festa Oásis 25/25. No dia 25 de Abril deste ano, celebraremos os 25 anos do nosso querido Pe. Adélio, que desde jovem seminarista, tem dado um contributo precioso ao movimento Oásis. Eis o programa: 10:00h – Acolhimento e café 10:30h – Palavra de abertura e palavras que fazem história... 11:30h – Preparação da Eucaristia 11:45h – Eucaristia 13:00h – Almoço partilhado 14:30h – Cinema, convidados especiais e muitas surpresas Participação dos grupos Palavra de encerramento O melhor presente é estar presente. Venham todos e tragam a vossa alegria.

Movimento Oásis Centro de Espiritualidade Rua Mirante de Sonhos, 105 4445-511 Ermesinde - tel. 229712935 http://www.movimentooasis.com Contactos : padrearaujo@sapo.pt / oasis@movimentooasis.com Crescer on-line - Maiol de 2019 - Página nº 1


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