Matemáticofobia e o teste Quando não se gosta de Matemática o que se pode fazer? Bem, esta é a história de um miúdo cujo maior medo é a Matemática. Desde os seus 7 anos de idade, ou seja, desde o 1º ano escolar que nunca percebeu nada de Matemática, então ganhou “matemáticofobia”. Este rapaz era completamente normal, tirava boas notas e por incrível que pareça, ele adorava a palavra “Matemática”. Sempre que ouvia essa palavra rapidamente se misturavam sentimentos de medo mas também de alegria. O nome dele era Duarte. O Duarte ia sempre às aulas de Matemática mas que adiantava? Ele não conseguia perceber! Porém, de repente, o professor começou a falar de Matemática na vida e nele despertou a curiosidade instantânea. Escutou atentamente as palavras do professor. O professor falou dos sólidos, das multiplicações, das divisões, somas e subtracções, notação científica, dízimas, números naturais e muitas outras coisas. O Duarte olhou para as fichas informativas de toda a matéria que já tinha dado e decidiu esforçar-se. Arranjou um centro de explicações, aulas de apoio com os professores de Matemática e pediu ajuda aos seus amigos. Passaram-se dias, até mesmo semanas, e o dia do teste chegou. O Duarte estava receoso, porque esta era a primeira vez que ele se estava a sentir preparado para o teste de Matemática, sentia-se assustado. Até ele pousar a caneta no teste para largar o 1º número, ele tremeu tanto que até parecia o terramoto no Haiti. A primeira pergunta era sobre notação científica, ele sabia da utilidade desta notação para representar números muito grandes ou muitos pequenos. As potências de dez eram fundamentais para resolver a questão. Um pouco de raciocínio e Duarte escreveu o número quatrocentos e oitenta e seis milhões em notação científica: 468000000 = 4,68 × 10 8 Estava correcto! A primeira pergunta já tinha passado. Foi para a segunda. A segunda pergunta era sobre dízimas, ele sabia mas tinha dificuldades em fazer as divisões. O Duarte tinha de transformar o número racional apresentar todos os cálculos.
7 (sete meios) numa dízima e 2
Pegou no sete e escreveu-o no dividendo, colocou o dois no divisor e foi transcrevendo para o papel o seu pensamento: “7 a dividir por dois dá… 3, 3 vezes 2 é igual a 6, 6 para 7… 1, baixo 0 (zero), fica 10, 10 a dividir por 2 é 5, 2 vezes 5 é 10, para 10, nada.” No quociente ficou o número 3,5 e no resto ficou o zero. Faltava classificar a dízima. Duarte estava estupefacto com a sua sabedoria, escreveu e classificou a dízima: “3,5 é uma dízima finita”. O teste estava a correr bem, prosseguiu até à última questão. Uma enorme
11 8 expressão numérica para simplificar:
−4
4
−5
11 1 × + 8 4 3 2 ÷ 3 −2
7 ÷ 2 − 4
−6
Duarte recordou as regras das potências e rapidamente começou com os seus cálculos: “O produto de onze oitavos elevado a menos quatro por onze oitavos elevado a quatro é igual a onze oitavos elevado a zero. Dois menos sete quartos dá um quarto. Um quarto elevado a menos cinco a dividir por um quarto elevado a menos seis é igual a um quarto elevado a um. Onze oitavos elevado a zero é um… mais uuum quartoooo dá cinco quartos. Três ao quadrado a dividir por… trêeees elevado a meeenos dois é igual a …. Três elevado a quatro. Três elevado a quatro dá oitenta e uuum. Cinco quartos a diiviidiiir por oitenta e um é igual a ……cinco trezentos e vinte e quatro avos. Finalmente, chegou ao fim. Ao entregar o teste ao professor, este deu-lhe os parabéns, porque foi das primeiras vezes que o Duarte não deixou nenhuma pergunta por fazer. Passaram-se alguns dias. Duarte só pensava no teste, até chegou a sonhar com o professor de Matemática. Na semana seguinte, o Duarte chegou à aula e o professor entregou os testes. Todos ficaram surpreendidos com a nota do Duarte. Foi a melhor nota da turma. Teve 95,5%. O professor ficou muito contente e o Duarte também. A partir daí, o Duarte ficou a adorar Matemática e ficou curado do seu medo. Mariana Monteiro, 8º A