Revista - O Semeador Internacional - Ed. Novembro

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FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

NOVEMBRO DE 2014 Nº 906

O SEMEADOR Internacional ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO FUNDADO EM 1º DE MARÇO DE 1944

www.feesp.org.br e-mail: divulgacao@feesp.org.br

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R$ 6,50

O público aplaudiu calorosamente os artistas do grande show na rua Maria Paula. A 10° Festa Kardec foi um sucesso!!


Sumário

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Editorial

Os padrões Evangélicos Tradução

A grande vitória Programação de Palestras Públicas

Palestras públicas na FEESP Elza Basile

Energia é vital João Demetrio Loricchio

Cesar Lombroso - o Homem, a Ciência e o Espiritismo

11 Laços de família 13 Somos verdades 15 Um conto matinal 16 Culpa e perdão a si mesmo 19 10ª Festa Leda Maria Flaborea

Roberto Vilmar Quaresma Renato Costa

Orson Peter Carrara Especial

Beneficente de Rua Típica Francesa

EXPEDIENTE Revista bimestral Assinatura anual: R$ 36,00 Fundado em 1º de março de 1944, por Marta Cajado de Oliveira (Diretora Responsável 1896/1989); Pedro Camargo “Vinícius” (Diretor Gerente - 1878/1966) e Cmte. Edgard Armond (Diretor Secretário - 1894/1982). Conselho Editorial Julieta Ignez Pacheco de Souza, presidente da FEESP, Maria Elizabete Baptista, vice presidente, Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia, diretora da Área de Divulgação, e demais membros da Diretoria Executiva da FEESP Editor: Altamirando Dantas de Assis Carneiro (MTb 13.704) E-mail: divulgacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento da Revista O Semeador Internacional, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação: Rua Maria Paula, 140, Edifício Allan Kardec, 3º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 Ramal 224 Administração: Rua Maria Paula, 140 – Edifício Allan Kardec, 8º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 – Fax.: (11) 3104-2344. Portal: www.feesp.org.br E-mail: divulgacao@feesp.org.br Registrado de acordo com os artigos 136131 do Decreto Federal 4.853 de 1939. CNPJ 61.669.966/0014-25 – Inscrição Estadual: 114.816.133.117 Assistência Social da FEESP: Casa Transitória Fabiano de Cristo, Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2797-2990 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: 3107-2023 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua França, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP Diretoria Executiva: Presidente: Julieta Ignez Pacheco de Souza Vice Presidente: Maria Elizabete Baptista Diretor da Área de Assistência e Serviço Social: Eli de Andrade Diretora da Área de Ensino: Zulmira Hassesian Diretora da Área de Assistência Espiritual: Maria de Cássia Anselmo Diretora da Área de Divulgação: Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia Diretora da Área de Infância, Juventude e Mocidade: Vera Lúcia Leite Diretora da Área Financeira: Guiomar Cisotto Bonfanti Diretora da Área Federativa: Nancy César Campos Raymundo Presidente do Conselho Deliberativo: Afonso Moreira Junior Editoração: TUTTO (11) 2468-3384 Impressão: Gráfica Brasil (11) 3266-4554


Editorial

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Os padrões Evangélicos

Q

uase tudo na Terra é regido por padrões. No campo da Física, da Química, da Mecânica, da Arquitetura, da Arte, os padrões são necessários, e, quando devidamente aplicados, resultam em segurança e em perfeição. Esses padrões são elaborados através de profundos trabalhos de pesquisa, e, de um modo geral, representam o esforço de grupos de estudo, que os estabelecem após experiências práticas e comprovadas. No que tange aos assuntos evangélicos, também existem padrões estabelecidos pelo Cristo, dos quais não podemos nos furtar, a menos que ocorra um desequilíbrio em nossa vida, ou que, pelo menos, retardemos a nossa caminhada para Deus. Em outras palavras, da exata aplicação desses padrões, resultam melhores ou piores consequências para a nossa alma, em seu processo de reajustamento para com a justiça divina. Os padrões estabelecidos pelo Cristo são normas que devem ser obedecidas em nossas provações terrenas. Da inobservância delas, surgem as expiações, muitas vezes danosas e as quais acarretam um retardamento sensível em nosso processo evolutivo. Jesus Cristo estabeleceu vários padrões e, para esclarecernos, ilustrou os Evangelhos com fatos ou parábolas que melhor conseguiram refletir esses parâmetros. O primeiro e principal padrão é o do amor a Deus sobre todas as coisas. Nesse particular, ele próprio nos ensejou o exemplo, enaltecendo sempre a paternidade de Deus e demonstrando a sua submissão em relação ao Pai. No colóquio com a Mulher Samaritana (João, 4:1-30), ele revelou o Deus verdadeiro, que quer ser venerado pelos verdadeiros adoradores, os quais executam a sua soberana vontade, demonstrando assim que o amam acima de todas as coisas. Outro padrão de suma importância é o do amor ao próximo como a si mesmo. Para nos ensinar como praticálo, nos legou a Parábola do Bom Samaritano (Lucas, 10:2537), na qual deparamos com um homem samaritano dando a mais insofismável demonstração de amor incondicional e irrestrito para com o seu próximo. Um outro padrão bastante significativo é o da prática do perdão. Nesse caso o Mestre apelou para a Parábola do Credor Incompassivo (Mateus, 18:23-35), onde 3 deparamos com um rei que deliberou perdoar os débitos de uma pessoa que lhe devia grande quantia e, a fim de consolidar melhor a fórmula adequada para a aplicação desse padrão, ele asseverou a Pedro que deveríamos perdoar o nosso irmão não sete vezes, mas setenta vezes sete. A fim de nos ensinar o padrão do resguardo da avareza e do egoísmo, ele nos ensinou a Parábola do Rico e de Lázaro, dando uma mostra das agruras que aguardam aqueles que não observam os padrões que regem a posse transitória dos bens terrenos e o mau uso das riquezas terrenas. Dentre os padrões estabelecidos pelo Cristo, existe um que diz respeito ao orgulho, e, para elucidá-lo melhor aos seus discípulos, ele relembrou a Parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas, 18:9-14), em cuja passagem evangélica o fariseu deixou transparecer todo o seu orgulho, e absoluta falta de tolerância para com o publicano arrependido. O padrão que diz respeito à necessidade de não

Silvia Cristina Puglia escondermos os benefícios recebidos do Alto, fazendo com que eles se tornem úteis apenas para nós, evitando que eles produzam frutos em abundância, nos é revelado na Parábola dos Talentos (Mateus, 25: 14-30). Muitos outros padrões foram estabelecidos pelo Cristo: — Para nos facultar uma compreensão sobre o padrão da fé, ele nos propiciou a descrição da cura do servo do Centurião de Cafarnaum (Lucas, 7:1-10). — Para entendermos o padrão da lealdade, o Mestre nos ensejou o episódio da traição, no qual Judas Escarlotes abandonou sua carreira apostólica a troco de trinta moedas de prata (Marcos. 14:43-51). — A fim de amealharmos um tesouro nos Céus, o Mestre ensejou-nos conhecer os padrões da responsabilidade, ensinando-nos a Parábola das Dez Virgens (Mateus, 25: 1-13) . Os que não seguem os padrões do Cristo são, obviamente, os que negligenciam com seus deveres na Terra, menosprezando os benefícios que os Céus, por excesso de misericórdia lhes concede. Entre estes últimos situam-se os que não usam de misericórdia, de fraternidade, de compreensão e de amor para com seus semelhantes; não se enquadram também nesses padrões os que são tardios na aplicação da justiça, os que tergiversam com os menores deveres de Humanidade e de tolerância para com seus semelhantes. Somente estão perfeitamente enquadrados nesses padrões os que conhecem a vontade de Deus e a executam. Alicerçando-se, pois, sobre a excelência dos ensinos do Meigo Rabi da Galiléia, “Os Padrões Evangélicos” representam mais uma tentativa no sentido de prestar um contributo, embora bastante singelo, na gigantesca tarefa de fazer com que os homens relembrem tudo aquilo que, há pouco menos de vinte séculos, foi espargido às margens do Lago de Genesaré, nos montes e nas planícies da velha Palestina, ensinos que até os dias presentes continuam a empolgar as almas de todos nós. Esse trecho foi retirado do livro “Padrões Evangélicos” o qual recomendamos a leitura. O livro das Edições FEESP é do autor Paulo Alves Godoy está a venda nas nossas livrarias.

O SEMEADOR Internacional

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Tradução

Livro: Coletânea do Além – Francisco Cândido Xavier Autor Augusto dos Anjos - página 59 Tradução feita por Izabel Pereira - Colaboradora / professora da União Cultural Brasil Estados Unidos

As bastardas paixões gritam em bando, Misturando-se ao coro da metralha, Tudo pavor e morte, sem que valha A voz da fé no vórtice nefando. Sobre as filosofias dos compêndios, Há misérias, canhões, trevas, incêndios, Desventuras que o homem não socorre!

THE AGREAT VICTORY

Mas o Cristo, que nunca desespera, Ama sempre e elabora a nova era Na vitória do bem que nunca morre.

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The fires of battle rekindle The miserable world cries out in anguish Cain goes by, again, subjugating The civilization which is lacerated… The degenerate passions roar in a pack Blending in the chorus of the blasts, All dread and death, with no consideration For the voice of faith in the nefarious vortex. Upon the compendium philosophies There’s misery, cannons, darkness, fires, Afflictions that man does not alleviate! But Christ, who never despairs, Always loves and shapes the new era In the victory of the good that never parishes.

A GRANDE VITÓRIA

Reacendem-se os fogos da batalha, Chora de angústia o mundo miserando, Caim passa, de novo, dominando A civilização que se estraçalha...


TODOS OS DOMINGOS NA FEESP FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ENTIDADE FEDERATIVA E ORIENTADORA DO ESPIRITISMO ESTADUAL

NOVEMBRO / 2014

02/11 10h SEMINÁRIO: SEMINÁRIO ABERTO 09/11 DEPENDÊNCIA QUÍMICA - PREVENÇÃO E TRATAMENTO

TEMA: RETORNO A PÁTRIA ESPIRITUAL PALESTRANTE: Jussara Morselli ATRAÇÃO MUSICAL: Denise Manzo e Julia Lorenzini (piano 4 mãos)

8h30 às 17h

SALÃO BEZERRA DE MENEZES SEDE MARIA PAULA

15 e JORNADA AME-SP INFORMAÇÕES 16/11 jornada2014.amesaopaulo.org BEZERRA DE MENEZES E A CARIDADE 23/11 TEMA: PALESTRANTE: Amilton Aparecido Rodrigues 10h ATRAÇÃO MUSICAL: Coral e Orquestra Carlos Gomes TEMA: DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS 30/11 PALESTRANTE: Maria José Candido Barroco 10h ATRAÇÃO MUSICAL: Marco Antonio e Thiago Sivila


ENERGIA é vital

S S

Elza Basile

egundo os hindus a energia vital chama-se PRANA; para os espiritualistas é o FLUIDO VITAL, para os chineses e japoneses é CHI ou KI, os antigos e sábios gregos este ki, enfim; é algo que preenche todo o universo. Todos os seres vivos possuem-na em menor ou maior grau e todos nós podemos absorvê-la através da alimentação, da respiração, pelos poros, fazendo alguma pratica de meditação, etc. Há muito, a Ciência descobriu que tudo no mundo é composto de átomos e este diferem entre si pelo numero de prótons, nêutrons e elétrons. Não nos cabe aqui um tratado de física nuclear, mas apenas para esclarecer que estes átomos estão em constante agitação e movimento, portanto a matéria chamada solida, seria apenas uma ilusão de nossos sentidos, visto que, cada corpo, objeto, vegetal, são na verdade feixes de energia concentrada. Albert Einstein afirmava que: “A matéria é energia concentrada e a energia é a matéria radiante”. Mas, pensando em termos práticos, energia para nós é tudo aquilo que move e impulsiona a civilização. Energia elétrica que produz o conforto em nossos lares, energia atômica e nuclear, usadas tanto para fins medicinais e de progresso em todos os sentidos, como também nas guerras... Energia do combustível que alimenta nossas indústrias e transportes. Energia que vem da pedra e da planta, que brota do coração do planeta, na forma de petróleo e álcool. Todas essas formas de energia que a natureza nos oferece, devem ser usadas com respeito e cuidado porque elas não são eternas. Desde

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sempre estamos ouvindo falar em crise de energia: elétrica, petróleo, agua... Todas essas crises acontecem porque nós, habitantes deste planeta chamado Terra, tratamos os recursos naturais com o mesmo descaso com que tratamos o lixo que produzimos e desenvolvemos à Natureza, sem a preocupação de estarmos poluindo, sujando o meio ambiente em que vivemos e, ao mesmo tempo desgastando os recursos naturais que aos poucos vão se esgotando. Além de todos esses tipos de energia, física, transcendental, cósmica; existe ainda a energia que emitimos de nossas mentes. Mentes estas, que estão constante e ininterruptamente produzindo pensamentos, e pensamento também é matéria portanto, ENERGIA. Procuremos imaginar o imenso oceano de pensamentos em que vivemos imersos e qual o teor desse aglomerado de matéria mental que não paramos de emitir. Pare e pense: “Qual a quantidade de pensamentos positivos que você tem ao longo do dia? E dos negativos? Se pudéssemos coloca-los numa balança, qual lado pesaria mais?” Nem é preciso comentar. Agora vejamos; se pensamento é matéria criadora, que espécie de energia criadora estamos fornecendo ao oceano de ideias no qual vivemos mergulhados? Há que se cuidar de uma boa higiene mental, fazendo uma verdadeira faxina em nossos padrões de pensamento, trocando ideias negativas por positivas urgentemente. Não temos o poder de mudar o mundo mas, temos a responsabilidade sobre tudo o que colocamos nele e, se já temos conhecimento da força de nossas


mentes, é importantíssimo que passemos a controla-la, não permitindo que o mal continue a imperar à nossa volta. Um filósofo disse: “Penso, logo existo.” Hoje, podemos dizer: Penso mal, logo estarei doente. Sim porque, todas as doenças do corpo tem origem na mente, por isso se você pensar saúde receberá saúde, se pensar alegria, bem estar, felicidade, progresso, prosperidade, tudo isto, você receberá de volta, pela Lei de Causa e Efeito, que rege o mundo, em compensação se pensar em doença, tristeza, violência... Sejamos inteligentes, procuremos elevar o padrão vibratório do nosso campo mental, levemos as pessoas que conosco convivem, o que tivermos de melhor, espalhemos otimismo e alto astral e logo percebemos as mudanças em todos os sentidos de nossas vidas. Sejamos os portadores das boas noticias, os que levam sempre uma palavra amiga, de consolo e de bom ânimo.

Vigiemos nossos pensamentos antes de nos preocuparmos com os alheios, façamos a nossa parte dentro de casa, com nossos familiares e amigos, no nosso prédio, condomínio, bairro, comunidade, enfim, forneçamos à Vida o nosso melhor, a nossa energia positiva, conectando-nos com as poderosas fontes geradoras do Bem, que emana do centro do universo e percebamos o quanto nossa vida receberá de bem estar e saúde, alegria e prosperidade. Emitamos pensamentos de paz e a paz se fará.

Elza Basile foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP de 2014. É expositora, palestrante e articulista espírita de revista e jornais.

Central de Doações da FEESP “a prestar quase 9 milhões de atendimentos anuais”

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CESAR LOMBROSO

O O

o Homem, a Ciência e o Espiritismo João Demétrio Loricchio

ilustre cientista italiano nasceu na cidade de Verona, em 06 de novembro de 1835, descendente, pelo lado paterno, de família judaica, de quem recebeu educação, ideias e crença respectiva. Sua primeira infância transcorreu tranquila e feliz, desfrutando a família de elevados recursos financeiros e boa situação na sociedade, porém, numa dessas reviravoltas da vida, tornou-se a família pobre, mas unida e honrada. No curso primário e secundário, demonstrou extraordinária aplicação e amor aos estudos, revelando uma inteligência precoce. Tornou-se amante da natureza e dos bons livros. Seu tio, Davis Levi, que ocupa lugar honroso na literatura italiana, influenciou-o na literatura, na poesia e na história. Com apenas seis anos de idade, já se deleitava ouvindo versos de Dante, Lucrécio, Tácito e Tito Lívio. Com doze anos escreveu uma obra clássica sobre a grandeza e a decadência de Roma. Uma passagem interessante foi aquela ocorrida em 1850, quando o ilustre médico, historiador e linguista, Dr. Paulo Marzolo, lançou o primeiro volume de um trabalho científico e gostou demais de uma crítica inteligente que leu em um periódico de Verona e desejou conhecê-lo. Preparou-se para receber um grande articulista, um senhor da ciência, mas apresentou-se como Cesar Lombroso um jovem de apenas quinze anos de idade, sendo inquirido se era filho ou parente do crítico, recebendo como resposta que era o próprio. Impressionado com a inteligência do jovem, dedicouse a orientá-lo nos estudos, no caminho da medicina, idêntico ao seu mentor, somando ao estudo da natureza e de várias línguas. Não obstante os caminhos seguidos, tinha grande inclinação para as letras e para o Direito, quando então, Dr. Marzolo, eminente cientista, inspirou -o também para o estudo da Antropologia. Já com 23 anos de idade, em 13 de março de 1858, formou-se em Medicina depois de frequentar universidades de Pávia, Pádua e Viena. Nesta última, aperfeiçoou-se em psiquiatria, ao lado de grandes mestres e em Pávia, com os mestres Dr. Alfredo de Maury e Dr. Paulo Mantegazza, aprofundou os estudos em Fisiologia. Ardente patriota, professou pelo Socialismo para abater a força do clero na sociedade e na política, pela tribuna e pela imprensa buscou ajudar as escolas e instituições no combate ao analfabetismo e os dogmatismos que eram freios do progresso e da liberdade. 8

Escreveu vários livros, trabalhos, ensaios e monografias sobre Socialismo Político, Fisiologismo, Psiquiatria, Medidas Higiênicas e sobre a praga que assolava a Europa, “pelagra” (tipo de tifo), sempre com fundamentos em suas próprias pesquisas. Foi ainda, colunista de jornais e revistas científicas. Em 1859, na Universidade de Gênova, obteve a láurea em cirurgia. Alistou-se no exército na guerra franco-italiana contra a Áustria, como médico do corpo de saúde militar. Em 1861, recebeu menção honrosa do supremo conselho militar pela sua participação e pelo utilíssimo escrito sobre ferimentos por arma de fogo. Em 1862, então na função de professor de universidade e de clínicas, ministrou, paralelamente, vários cursos gratuitos na área da Psiquiatria, Fisiologia e Antropologia. Em 1865, é condecorado com medalha comemorativa da guerra da independência e unificação da Itália. Em 1867, recebe distinção honorífica, como médico em tempo de guerra, pela coragem e abnegação demonstrada na cura durante epidemia de 1866. Em 1870, ganha concurso por obra apresentada sobre epidemia, do Instituto Lombardo, e foi agraciado com título de “Cavalheiro da Coroa da Itália”. Em 1871, assume direção do manicômio da província de Pesaro, onde intensifica seus estudos. Em 1872, inicia estudo sobre o “homem delinquente”, pelo método antropológico. Em 1873, expôs na cidade de Viena o aparelho que inventou denominado “Sitófero”, para ajuda na alimentação dos loucos. Em 1878, é eleito membro extraordinário do Conselho Sanitário da Província de Turim. Em 1880, juntamente com os gênios do Direito Penal, Henrique Ferri e Rafael Garófalo, lançou uma revista científica de Antropologia Criminal, tornada mundialmente famosa. Em 1881, foi nomeado médico sanitário das prisões de Turim e da própria província. De 1887 a 1891, lecionou na Universidade de Turim e na clínica de psiquiatria local. Em 1905, fundou o célebre museu de Antropologia Criminal, frequentado por alunos e professores de todo mundo. A última distinção recebida em vida foi o título de “doctor juris”, na Universidade Aberdeen, na Escócia,


em 1907. Durante sua iluminada caminhada realizou estudos entre soldados, entre presos e enfermos mentais e traz a lume, em 1876, a célebre obra “O homem delinquente”, livro que teve muitas edições e vertida em várias línguas. Classificou o criminoso em: A) criminoso nato; B) criminoso louco ou epiléptico; C) criminoso por paixão; D) criminoso por ocasião; E) criminoso de hábito (cleptomania). De acordo com a teoria que lançava, tanto o criminoso, como o próprio delito, são um produto atávico, isto é, herança da idade animal, da idade selvagem e até da própria infância. O delito é uma consequência da organização física e moral do criminoso. Criou, com ousadia, a doutrina do “criminoso nato”, ser humano incorrigível e irresponsável, predestinado necessariamente à pratica do crime, por um impulso “epiléptico congênito e profundo”, que se traduziria por certos caracteres morfológicos e funcionais. Dizia ele que o “criminoso nato”, traz em si, através de suas características físicas e fisionômicas, traços da delinquência. Por sua rigidez científica, persistiu por muito tempo na sua teoria de que todos os criminosos eram natos, mas com o passar do tempo mudou sua ideia. A própria ciência, atualmente, afirma que toda pessoa é um criminoso potencial, mas são imprescindíveis os contatos e direção de tendências para torná-la criminosa ou respeitadora da lei. Em livro de nossa autoria, intitulado “Criminologia Genética-Espiritual” (Editora Mundo Maior, SP, 2001), após trazermos estudos de várias ciências a respeito da criminalidade, concluímos com o Espiritismo, que na verdade Deus não cria ninguém predestinado a ser criminoso, mas admite, em muitos casos, que

certos Espíritos reencarnam trazendo estigmas, tendências ou predisposições para tornar-se um delinquente, dependendo da conquista ou não de “resistências”, em vidas pretéritas ou na presente, através da família, da educação e da religião. Em livro de nossa autoria, intitulado “Criminologia Genética-Espiritual” (Editora Mundo Maior. SP. 2001), após trazermos estudos de várias ciências a respeito da criminalidade, concluímos com o Espiritismo, que na verdade Deus não cria ninguém predestinado a ser criminoso, mas admite, em muitos casos, que certos espíritos reencarnam trazendo estigmas, tendências ou predisposições para tornar-se um delinquente, dependendo da conquista ou não de “resistências”, em vidas pretéritas ou na presente, através da família, da educação e da religião. O feito revolucionário de Lombroso consistiu em haver posto no centro das atenções dos estudiosos, não o delito em si, senão seu protagonista, o homem delinquente, com suas características “somatopsíquicas” e os aspectos ambientais que determinam a sua ação. Demonstrou ser o criminoso mais doente do que culpado, abrindo novas perspectivas para tratamento dos mesmos. Assim, desde que o criminoso é um doente, absurdo será puni-lo; deve receber adequado tratamento e ser posto simplesmente na impossibilidade de causar danos. Esta revolução operada por Lombroso, na época, simples e cristã, que fez pelos delinquentes, foi considerada pelo outro gênio das pesquisas, Dr. Pinel, como idêntica ao que fez pelos loucos o Dr. Morgagni e Beccaria pelo Direito. Com a proposta da Antropologia Criminal, formou as bases do Direito Penal Positivo, ou da Escola Positiva, lançou as relações entre o físico e a moral e estabeleceu a existência de sinais exteriores característicos,

em correspondência com as tendências delituosas do indivíduo. Criou-se, assim, a Antropologia Criminal, que com seus fundamentos, transformou completamente o Direito Penal, que primeiro teve na pessoa de Beccaria, a era em que tudo era arbitrário, e este dizia ao homem: “Conheça a Justiça”; segundo veio Lombroso, no tempo em que triunfava a rigidez, a conveniência, as formulas clássicas jurídicas e dizia a Justiça: “Conheça o Homem”. Dessa teoria houve grandes opositores que apresentaram pessoas com características físicas apontadas por Lombroso como sendo de “criminoso nato”, contudo eram pessoas de bem, entre eles, o padre Agostinho Gemelli, médico, consagrado psicólogo, reitor da Universidade Católica de Milão e presidente da Academia Pontifica das Ciências, que com todas as suas forças combateu a doutrina lombrosiana, afirmando serem elas anticristãs. Diante dessas investidas da oposição sobre sua teoria, revisou suas pesquisas e, sabiamente asseverou,: “que nunca afirmou que todos os criminosos eram natos, mas sim, que o verdadeiro criminoso é o nato”. É este, em verdade, o destino de todos os que ousam traçar novas diretrizes no mundo científico, filosófico ou religioso. A verdade, todavia, vence o tempo e vence os homens. Em 1951, esse mesmo padre franciscano, ao inaugurar a escola de aperfeiçoamento de estudos criminais da Universidade de Roma, volta atrás, e afirma : “ninguém mais poderá hoje negar que a Antropologia Criminal realizou conquistas importantes no campo da ciência para o conhecimento do homem delinqüente”. Além dos estudos sobre o “homem delinquente”, estudou e pesquisou o “homem louco”, e tentava estudar, o “homem santo”, quando veio a falecer, em 19 de outubro de 1909, e com certeza, este último estudo, só poderia ser realizado na esO SEMEADOR 9 Internacional


piritualidade, para onde foi. Teve a coragem dos inovadores geniais, profundamente convencido, ao afrontar sozinho o mundo das ideias, secularmente estereotipadas, teve também uma coragem bem mais difícil, a coragem de afrontar a si mesmo e a si mesmo corrigir-se e contradizer-se, tudo por insaciável ardor pela verdade. Com sua doutrina, inovadora e ousada, levantou contra si violenta reação e vivas discussões, até em nossos dias, pois alegavam e ainda alegam, os oposicionistas, que pretendia acabar com as prisões, fato hoje com grandes simpatizantes. Depois de curtir dores e desenganos, que infelizmente sempre acompanham a obra dos renovadores, ele pôde ainda em vida, ver triunfar as suas ideias. Bem, em 1880, por já ser conhecido mundialmente suas teorias e, mais ainda, ser cientista sério e amante da verdade, começou a ser procurado por espíritas da época, para estudos e pesquisas com a famosa médium, Eusápio Paladino, pois seria as suas convicções as mais plausível possíveis de então, fortaleceria a Doutrina Espírita no aspecto científico. Nomes respeitados na sociedade italiana, como o conde Ercole Chiaia, Aggazotti, Baviera, Bozzano, e de outros países, Richet, Wallace, Rochas, Flamarion, Sidwwick, Alexandre, Crookes e Aksakof, tiveram contato com Lombroso, para que o mesmo revertia seus estudos em direção dessa famosa médium e para o conhecimento da Doutrina Espírita que florescia na França, mas, Lombroso, ria ao ouvir falar das “mesas girantes”, de transportes físicos e levitações. Estudava sim, hipnotismo e magnetismo, que era o acontecimento do momento, e mesmo assim, muitos ainda desacreditavam, quanto mais aos “mortos que voltavam” e ridicularizava e chegava até a insultar os espíritas. Entretanto, estando certa vez em 10

Nápoles encontrou com o conde Chiaia e este novamente insistiu com Lombroso para assistir a uma sessão com a médium e, a contra gosto, aceitou desde que os fatos fossem no hotel onde hospedava-se e a luz do dia. Assim, veio a assistir maravilhado os fenômenos que ocorriam com tal médium, culminando um dia, em assistir a materialização de sua própria genitora já falecida. (1902) Após tomar contatos com esses acontecimentos, veio a pronunciar o seguinte: “os fatos existem e eu deles me orgulho de ser seu escravo”. Assim também se expressou “se houve um indivíduo, por educação científica, contrário ao espiritismo, este indivíduo fui eu, eu que escarneci por tantos anos a “alma das mesinhas”, e que havia consagrado à vida, a tese que diz ser toda força uma propriedade da matéria e a alma uma emanação do cérebro”. Como adorador da verdade e das constatações dos fatos, abraçou o Espiritismo e editou vários livros científicos a respeito, entre eles “Criminologia e Espiritismo” e “Hipnotismo e Mediunidade”. O conhecido criminalista argentino Juan Dlama, atualmente, em longo estudo, afirma que as concepções lombrosianas do delinquente nato, foram uma genial antecipação das modernas doutrinas, Psicodinâmicas e Neurofisiológicas. Gabriel Delanne confirma em seus escritos que se deve o maravilhoso impulso científico do espiritismo, em toda Europa, quiçá no mundo, ao sábio Cesar Lombroso, e ficou conhecido como “o apostolo da piedade para os infelizes da Justiça”. Esse preclaro cientista, certamente pertenceu àquela admirável falange de pensadores e investigadores da verdade, juntamente com Darwin, Spencer, Pasteur, Charcot, Virchow, entre outros, que reencarnaram juntamente com Allan Kardec, para trazerem a Divina Luz aos Homens, a Doutrina Espírita.

João Demétrio Loricchio foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP de 2014. É expositor, palestrante e articulista espírita de revista e jornais.


LAÇOS DE

família

O O

Leda Maria Flaborea

s laços familiares não são obras do acaso. São o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, que representa a chamada à responsabilidade que temos sobre nossa conduta, seja através de atos, palavras ou pensamentos, que une esses seres no presente impelidos pelas causas do passado. Por essa razão, temos famílias em que ninguém se entende, famílias em que a harmonia entre seus membros impera e famílias em que existe, às vezes, um indivíduo que destoa dos demais membros. Com vistas à Lei do Progresso – da qual nada nem ninguém escapa – os seres se reúnem para saldarem as dívidas de uns para com os outros. Muitas vezes, tentamos fugir desses débitos, mas não adianta, porque seremos sempre constrangidos a liquidá-los com nossos credores. Mais cedo ou mais tarde, estaremos juntos a eles no cumprimento dos desígnios divinos. Por esse motivo, a equipe familiar, no mundo, nem sempre é um jardim florido. Na maioria das vezes, é um espinheiro de preocupações e de angústias que exige, de cada um de nós, um grande número de renúncias e sacrifícios, que nem sempre estamos dispostos a fazer. Então, mais uma vez, é preciso lembrar que seremos chamados a prestar contas das nossas atitudes despóti-

cas dentro do lar, da nossa intolerância, da nossa negligência para com os seres que foram colocados ao nosso lado, da nossa intransigência em não aceitar as diferenças nas formas de pensar e agir, numa guerra psicológica surda, que pode ter conseqüências dolosas para os seres mais frágeis que compõem o grupo familiar e a quem deveríamos dar proteção. Seremos, sim, chamados a responder pelo que fizermos aos nossos filhos, aos nossos pais, aos nossos companheiros de jornada. Todos os parentes, sejam consangüíneos ou afins, começando pelos nossos pais, são obras de amor que Deus nos deu a realizar. É preciso ajudá-los, amparando-os, através da cooperação, do carinho, atendendo aos desígnios da fraternidade, lembrando que a caridade começa em nosso lar. Nossos pais, por exemplo: a lei humana exige – sob pena de responsabilidade penal – que eles sejam assistidos em suas necessidades, sobretudo se não tiverem mais condição de conseguirem seu próprio sustento. E o que fazemos? Nós os colocamos nos menores quartos, dando somente e estritamente o necessário, sem nos lembrarmos das pequenas coisas supérfluas, que tanto aquecem os nossos corações. Isso quando não cobramos trabalhos domésticos, como forma de pagamento por aquilo que lhes é de direito e não um favor nosso.

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Mas, a lei moral que nos alcança, além da lei humana, orienta-nos – sob pena de sermos chamados à responsabilidade diante das Leis Divinas – a cuidar deles, em todas as suas necessidades, inclusive e, principalmente, as afetivas. A Instrutora Espiritual, Joanna de Ângelis, lembra esse nosso dever com a seguinte frase: “não percas a oportunidade de semear dentro de casa”, porque ela é a primeira escola de amor onde somos colocados para aprender a amar. Um exemplo que podemos destacar são os déspotas domésticos: pessoas dóceis fora de casa, e que criam o terror dentro dela, fazendo com que sejam temidos por criaturas que deveriam amá-los. Tristes figuras essas que dizem orgulhosos; “Em casa sou obedecido, porque todos me temem”, porque poderiam acrescentar a essa frase: “e também sou odiado”. O lar é uma praia estreita que nos dá condição, através das vivências que ali tivermos experimentado, de servirmos com êxito – no futuro no mar alto das grandes experiências. É preciso aprender no pouco para experimentar no muito com maior segurança. Assim, o exemplo que cada um de nós dá no ambiente doméstico passa a ser o adubo que vai propiciar o desenvolvimento de valores positivos ou negativos nesse meio, fortalecendo ou não atitudes que poderão, mais tarde, comprometer, diante das Leis de Deus, o processo evolutivo dos Espíritos envolvidos nesse processo de reajuste reencarnatório. Sob esse prisma, podemos entender, então: 1 – que uma família não se mede pelo número de membros que a compõe ou pelo tempo 12

que essas pessoas passam juntas; 2 – que não é um ato religioso ou civil que forma uma família, mas o sentimento que une essas pessoas e que dá sentido à palavra família. Fica, no final, uma pergunta que Kardec fez aos Espíritos superiores: “A família acaba com o desencarne de seus componentes?” E os Benfeitores respondem que quando o sentimento que une essas pessoas é verdadeiro, baseado no amor, no respeito, no companheirismo de uns para com os outros, ela sobreviverá além da vida material. Esses laços são fortes e acabam por se fortalecerem, ainda mais, no plano espiritual. Encontram-se lá, e reúnem-se, de novo, para novas tarefas na vida material. Temos aí as famílias harmoniosas. Agora, quando os sentimentos são de ordem puramente material, baseados no egoísmo e no orgulho, nas ilusões de nomes ilustres, de cargos, fortunas ou beleza física, o desencarne, às vezes, apenas de um dos seus membros, romperá esses laços e a família desaparecerá. Não mais se encontram na vida espiritual como tal, mas deverão reencontrarse em novas existências para saldarem os débitos contraídos uns com os outros. È isso que explica a existência de famílias em desequilíbrio, em constante desarmonia, em eternas cobranças. Por essa razão, a advertência de Jesus ainda é, nos tempos em que vivemos, muito preciosa: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Inicia, dentro do lar, o plantio de amor que irá converter-se em colheita farta de bons frutos. Bibliografia KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. 14.

Leda Maria Flaborea é Pedagoga, expositora da Área de Assistência Espiritual da Feesp. Articulista de vários periódicos espiritas impressos e virtuais.


SOMOS

verdades

O O

Roberto Vilmar Quaresma

tempo hoje vivido na Terra exige clareza, principalmente entre aqueles que vivem abraçando os mesmos conceitos, as mesmas páginas, e já têm dados suficientes para discernimento dos textos e contextos, embora em clima macro. Entretanto, ainda se verifica, entre esses, momentos de indignação profunda por se verem circundados por situações, por eles mesmos criadas, as quais o outro expõe por ser ela condenável e prejudicial ao grupo e a Humanidade. ¹ Normalmente quando uma situação nessa faixa vibratória é exposta, o alerta já se estendeu por várias vezes sem que a devida atenção, por conveniências, fosse admitida e providências acontecessem, a fim de colocar as aparas ou tomadas fossem soluções cabíveis à questão.

Quando a verdade, então, é evidenciada e, obviamente, alcança os feitores, ou o feitor, do ato indevido, estes se revoltam; pois, ficam os quadros que lhes são convenientes publicamente visíveis sob interrogações. Para se defenderem apoderam-se de questões mesquinhas e as levam a termo, fantasiando-as com armadilhas calculadas, a fim de promover o afastamento daqueles, ou daquele, que usaram a verdade dos fatos do contexto inapropriado e colocaram-no para a visibilidade pública, na tentativa de fazê-lo mudar de rumo já que outras investidas não forma acolhidas. Esquecem-se os caluniadores que a verdade é sistema a ser percorrido por todos que desejam abraçar a paz, e caminhar com a consciência em trilhas bem direcionadas. Quando a verdade chega e não conseguimos abra-

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çá-la, demonstramos que falidos estamos para os critérios benignos inerentes ao fato. Ou não queremos admiti-la para não nos colocarmos diante de quem a trás como feitor equivocado; o orgulho impede a prática disciplinar. Não importa qual a situação, ou o momento, a verdade é representativa, sempre, do melhor que temos a executar. E mais, ela somente se apresenta severa para aqueles que já a compreendem, mesmo que em parte, e não a acolhem porque não desejam, visto estarem a mirar outros destinos que a tal verdade, naquele momento, seria empecilho. A Terra alcançou nível onde não há mais espaço para dedilharemse questões impróprias, capazes de permitir permanência de erros. O patamar do planeta exige que a verdade seja caminho a percorrer. Certamente, todos que se encontram nessa esfera são incapazes de seguirem as perfeições da verdade, mas, todos têm capacidade dela se aproximar, e criar em si transformações que passem a ser motivos de pensamentos e ações dirigidos para o bem. A verdade deixa que se instale naqueles que dela se afastam inúmeras aflições conscienciais, pelo fato de tentar construir no indivíduo caminhos que o leve a campos benignos, beneficiando-o, assim como os que o cercam. Todavia, para os que a admitem amplia a visão da vida e a consciência se aproxima de Deus, muito embora, face o estágio no qual nos encontramos, ainda, os obstáculos a serem vencidos se multiplicam, para

que ela se faça sentir àqueles que tentam rejeitá-la. Mas, esses obstáculos são objetos de progresso, quando vencidos com carinho, em prol daquele que a rejeita e em favor da Humanidade. A Terra está na Era do Espírito, portas abertas para a Nova Era e, nesse estágio tão esperado, haverá primazia da verdade. Todos que não se adequarem ou se filiarem a ela terão grandes dificuldades a serem transpostas, para perceberem, na integra, as necessidades de estarmos no clima abrangente dos quadros verdadeiros. Todos temos que fazer parte dessa questão única e imprescindível, porque Somos Verdades criadas pelo Pai Celestial. ¹ O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec - Veja cap. X, Bem-Aventurados os que são Misericordiosos, item 21: – Haverá casos em que seja útil revelar o mal alheio? - Esta questão é muito delicada, e aqui se deve fazer um apelo à caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não haverá nenhum a utilidade em divulgá-la. No entanto, se podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se preferir o interesse do maior número ao interesse de um só. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale cair um homem, do que muitos virem a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. – São Luis (Paris, 1860)

Roberto Vilmar Quaresma foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP de 2011 e 2014. É expositor, palestrante e articulista espírita de revista e jornais. Contato: quaresmaroberto@ig.com.br


UM CONTO MATINAL

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Renato Costa

ma bela tarde, um jovem de porte elegante, mas vestido de modo simples, caminha por uma rua de uma cidade brasileira procurando um Centro Espírita que lhe haviam indicado. Seu semblante transparece uma indescritível bondade, seus gestos, uma grande paz interior e sua fala, uma sabedoria incomum, mas se vê em seu olhar uma tristeza serena, que tinha feito com que um espírita que com ele tivera a oportunidade de conversar a tomasse por possível obsessão, lhe recomendando ir ao tal Centro, onde ele iria encontrar o tratamento de que necessitava. Chegou no horário do atendimento fraterno. Entrou, cumprimentou e foi cumprimentado, tendo-lhe causado grata surpresa ouvir chamarem-no de irmão, apesar de ter percebido que nem todos os que o assim faziam tinham no coração o sentimento correspondente ao que falavam. Percebeu, enquanto esperava o atendimento, que os que haviam chegado antes dele contavam problemas e recebiam conselhos. Chegada sua vez, sentou-se diante de uma senhora de semblante cansado, mas cujo olhar revelava o espírito forte e abnegado de uma trabalhadora do bem. Sentiu por ela indescritível carinho, o que imediatamente fez o cansaço desaparecer de seu rosto, sendo ela tomada de novo vigor, que a fez sentir-se como se tivesse remoçado vinte anos. Olhando para o alto, agradecida, ela mentalmente murmurou “Obrigada, Jesus”, tendo a nítida impressão de ter escutado “Não há de que”, o que descartou como animismo, sacudindo a cabeça e se concentrando no irmão que deveria atender. Que rosto belo, ela pensou, que olhar estranho, parece triste, mas, ao mesmo tempo, revela

uma profunda serenidade e uma poderosa força de vontade. Confusa com as suas impressões, ela perguntou, quase mecanicamente, “O que o perturba, irmão?”, ao que o jovem respondeu: “Estou triste pela humanidade. Aproxima-se a transformação da Terra em mundo de regeneração e tão poucos estão preparados”. Surpresa com a resposta, a atendente comentou “O irmão parece já ter lido sobre a grande transição, é espírita faz muito tempo?” “Há milhões de anos”, respondeu o jovem, o que foi entendido pela tarefeira do bem como uma brincadeira. Simpatizando com aquele jovem tão diferente de todos que ela antes havia conhecido e, de algum modo, sentindo que o Centro teria muito a ganhar com a presença dele, perguntou-lhe com suave tom na voz: “O irmão já fez o ESDE, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita? Fazendo o ESDE, terá a oportunidade de estudar a Codificação Espírita e tudo lhe ficará mais claro. Sugiro que vá em nossa secretaria e se inscreva na próxima turma. Mas, antes, sugiro que passe naquela salinha para tomar um passe. Estou certa que irá se sentir bem melhor.”

Renato Costa foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP 2011 e 2014. É articulista, escritor e palestrante espírita. Contato: rsncosta@terra.com.br

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Entrevista com Cláudia Aparecida Mandato

CULPA E PERDÃO A SI MESMO

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Orson Peter Carrara

omo encarar a severidade do remorso? Cláudia é espírita desde os 19 anos. É natural da capital de São Paulo e reside em Vinhedo, no interior paulista, há 30 anos. Psicóloga clínica e vinculada ao Centro Espírita Allan Kardec da cidade onde reside, atua na aplicação de passes, é palestrante, médium e educadora. Dedicada ao estudo da culpa, até por força da profissão, suas respostas apresentam lúcido esclarecimento para esse grande flagelo individual. 1 - O que é exatamente a culpa? Embora muitos pensem o contrário, costumo explicar que a culpa, em sua gênese, não é algo ruim, mas importante, pois se trata da tomada de consciência do erro cometido. Sem ela impossível a evolução do Ser. Entretanto, após essa tomada de consciência, urge uma decisão positiva: a reparação. Outro ponto importante é que, só sente culpa aquele que possui capacidade egóica para tal, o que consegue sentir vibrar, dentro de si, a campainha da consciência. Psicopatas, por exemplo, não possuem esta capacidade que, em resumo, parte de uma postura empática. É o sentimento que nos coloca em cheque, fazendo surgir uma cobrança íntima, através de uma pergunta direta: “O que fizeste da lição áurea ensinada pelos Mestres, que nos pede para amarmos ao próximo como a nós mesmos?”. 2 - Como lidar com ela sob o ponto de vista do terapeuta? Primeiramente é preciso tomar consciência de que ela faz parte da nossa constituição psíquica, encarando-a como ela é: uma ferramenta de mudança. Após este primeiro momento [muita vez angustiante], pode-se decidir sobre ela, desviando-nos do remorso, este sim, problemático. Embora, como disse antes, a culpa seja a tomada de consciência de um ato negativo, nem sempre ela está em nosso campo consciente. Já atendi pessoas que amargavam sérios desajustes psíquicos sem terem se dado conta de que guardavam culpa por algum mal cometido. Dependendo da gravidade da situação [e se esta é angustiante demais para nosso ego], podemos recalcar a informação no nosso inconsciente a fim de evitarmos a loucura. O mais importante é auxiliar o paciente a tornar consciente determinados conteúdos e entender que a culpa não deve caminhar para o remorso, sob risco de criar-se maior sofrimento que o necessário, sem crescimento algum. Além disso, devemos ajuda-lo a perceber que o erro é algo essencialmente humano, necessário para aprendermos muitas das lições da vida. 3 - E sob o ponto de vista de quem experimenta tal sentimento? Não é fácil. A dor, quando bate em nossa porta, não pede licença e nem diz exatamente quando irá se retirar. Mas se

nos traz angustia, por outro lado tem uma função belíssima na pedagogia divina: é a Mestra que nos ensina a escolher outros caminhos, muito melhores para nós e para o mundo. Precisamos aprender a ouvir o que a dor tem a nos dizer. A culpa dói, por certo. Se pudéssemos voltar no tempo, faríamos muitas coisas de forma diferente! O bonito nisso é que, se assim pensamos é porque já entendemos o que ela veio para nos dizer e não iremos repetir a dose. Ou seja, a culpa já cumpriu o seu papel. Agora é batalhar no caminho da reparação, que pode ser direta ou indireta, conforme as possibilidades. Deus nos quer felizes e em paz, por certo. Então, se entendemos que não faríamos mais as coisas da mesma forma, Ele, que é misericórdia infinita, Pai amoroso e Educador Perfeito, nos enviará experiências diferentes, a fim de testarmos novas possibilidades e situações. Devemos virar a página! 4 - Nos casos de terapia em consultório, o que mais sobressai como efeito direto da culpa? Infelizmente, o remorso e, a partir dele, problemas mais sérios, tais como: dificuldade nas decisões do cotidiano, baixa autoestima, tristeza constante, distúrbios do sono, distúrbios alimentares, anedonia, podendo desaguar em depressões leves ou mesmo mais graves. 5 - E sob o ponto de vista espírita? O Espiritismo nasce com um proposito claro: o de auxiliar o Ser em sua auto educação. Apresenta conceitos maravilhosos e exatos, sem margem para interpretações equivocadas àqueles que estudam com afinco suas páginas esclarecedoras. Lembra-nos, por exemplo, o que nos ensinou o Apóstolo Pedro, quando disse que “O amor cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8). Oras, a Lei não é a de Talião, já o sabemos, mas é essencialmente Amor, como nos ensinou Jesus! Aliás, existe uma passagem de Emmanuel que ilustra bem este conceito. Disse ele que ““Toda vez que a Justiça Divina nos procura para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em benefício dos outros, manda a Misericórdia Divina que a cobrança seja suspensa por tempo indeterminado.” 6 - Como perdoar-se? Esta tarefa é preciosa, urgente e difícil para nós, seres em evolução. O que acontece é que, sem o auto perdão, não conseguiremos amar nem nosso próximo nem a nós mesmos. É preciso compreender que somos experimentadores em um mundo repleto de ignorâncias. Somos muito influenciados pelo meio, muita vez sendo impulsionados a determinadas atitudes equivocadas. Ninguém neste mundo consegue acertar todas as vezes. E até que a virtude seja interiorizada, podemos errar até mais de uma vez na mesma questão. O importante é não desistir, jamais!


Lamentaremos a ação, refletiremos sobre ela e partiremos para novas ações, de forma diferente, sem carregarmos na alma o peso de amarguras que não ajudam em nada. Guardemos da experiência apenas o necessário: a aprendizagem. 7 - Que caso marcante gostaria de transmitir aos leitores? Certa vez, uma avó me procurou, sofrendo a perda de sua netinha, que desencarnou na piscina de sua casa, então com dois anos de idade. O caso já era grave por si só, mas ainda mais complexo porque foi ela quem esqueceu o portão da grade de proteção da área da piscina aberto. Como aliviar aquela dor? Palavras raramente fazem algum sentido nestes casos, então foi preciso permitir que a dor viesse com toda a sua intensidade a fim de aliviar o represamento da angustia daquela pobre senhora. Depois, sentindo-se amparada, acolhida, pôde falar sobre o seu remorso, sobre a vontade de se auto punir, pelo erro cometido. Já não conseguia mais dormir, não queria se alimentar e pensava em suicídio, constantemente. Fizemos diversos testes de realidade, a fim de demonstrarmos, em conjunto, que o ato não fora intencional, mas que aconteceu por esquecimento. Outro teste servia para resgatarmos a questão de sua vontade, pois autopunir-se não traria a neta de volta ao convívio familiar. Depois de alguns meses, já melhor em seus sintomas, surgiu um presente que jamais esquecerei. Uma daquelas dádivas que Deus nos permite experimentar, a fim de mostrar sua Misericórdia infinita para conosco. Ela conseguiu receber uma mensagem psicografada em Uberaba, com 47 páginas, na qual a menina contava que ela não tivera culpa alguma neste caso, pois estava previsto o desencarne e que a neta nada sentira ao cair na agua pois sua alma “saltou” para o colo de Maria Dolores, enquanto que o corpo se jogara na piscina, já sem vida. Recordo-me que a carta continha dados confiáveis, que só ela e poucos parentes conheciam, como, por exemplo, o nome de uma tia que desencarnou muitos anos antes e que estava ajudando a cuidar dela, no Mundo Espiritual. Surgiu, então, uma nova vida para aquela senhora, com um novo sol a brilhar, mais forte e iluminado ainda: estava provado para ela tanto a questão da imortalidade da alma como a possibilidade de um reencontro, no tempo certo.

8 - Como podemos ajudar alguém em gradativo processo de autopunição por remorsos ou sentimento de culpa? Escutando a dor do nosso próximo, amorosamente, sem julgamentos nem distrações. Doando nosso tempo, nossa alma, nossas preces em seu favor. E, acima de tudo, demonstrando que estar no mundo engloba erros e acertos, dores e alegrias, tropeços e reerguimentos. Se desejamos mudar o que fizemos, é imperioso saber que não o conseguiremos pelas vias do remorso, mas através do amor que passarmos a irradiar no mundo. Agora, nem sempre as pessoas possuem as ferramentas necessárias para darem conta desta difícil demanda. Recordemos que muitos pais encucam em seus filhos o remorso como estratégia [equivocada] de educação. Entendamos as diferenças entre todos e sigamos apoiando os que sofrem, em qualquer situação, inclusive aqueles que se encontram presos nas difíceis redes da autopunição.

no qual acredita [erroneamente] que, ao sentir a dor repetida, está pagando pelo mal cometido e resgatando seus débitos. Este autoflagelo por certo não irá ajuda-lo, ao contrario, o engessará na dor, sabotando suas possibilidades evolutivas. Trata-se aqui de uma trava psicológica que leva a sérias patologias da mente e do corpo se não percebidas e alteradas em pouco tempo. No remorso o sujeito enclausura-se em sua dor, lamentando-se, acreditando não ser merecedor de nada bom, desistindo de lutar, de reparar para libertar-se. Não consegue perceber a função do erro e da dor na evolução de si próprio, estagnando em águas tormentosas, num continuo sofrer sem sentido. O remorso o faz sofrer, mas não o liberta. A pessoa fica acomodada na queixa e na lamentação. Mais amadurecida psicologicamente, avançaria pelo caminho do autoperdão e seguiria em direção à reparação.

9 - Aliás, qual a principal diferença entre remorso e culpa? Chamo de “culpa saudável” aquela que nos leva ao arrependimento sincero e que, embora revestida de dor, impulsiona o Ser à reparação. Na origem da palavra, arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente. Ela origina-se do grego metanóia (meta=mudança, noia=mente). Arrependimento quer dizer, portanto, mudança de mentalidade. Aqueles que sentem a “culpa saudável” conseguem tomar consciência do erro, sem maiores agravos. Diagnosticado o erro, não deseja mais praticá-lo. Contudo, não poderá ficar apenas na luta pela não repetição do mal cometido, sentindo a dor da expiação [a dor sentida pela dor causada]. Irá além: no terceiro [e imprescindível] passo, seguirá em direção à reparação. Na culpa patológica é que surge o remorso: um sentimento extremamente angustiante, que faz com que a pessoa se prenda em um pensamento em circuito fechado,

10 - Algo mais que gostaria de acrescentar? Estamos no meio de uma longa caminhada, pela estrada da evolução. Nosso orgulho muitas vezes nos impede de vermos as pedras que colocamos no próprio caminho, pois achamo-nos maiores e melhores do que verdadeiramente somos. O remorso surge principalmente do nosso “orgulho ferido”. Para muitos é difícil aceitar o erro, então preferem a desistência em vez da reparação. Quando nos percebemos como realmente somos – seres falíveis, aprendizes na escola da vida, devedores uns dos outros, porém cheio de potencialidades para o bem, conseguiremos nos perdoar, entendendo que Deus não usa de castigos ou recompensas, mas de experiências importantes para nos ensinar a exercitarmos o amor, em todas as situações, com todos os seres, em todos os lugares, a qualquer momento. É isso.

Orson Peter Carrara foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP de 2011 e 2014. É expositor, palestrante e articulista espírita de revista e jornais.

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SIMPÓSIO DEPENDÊNCIA QUÍMICA Dia 9 de Novembro de 2014 Horário: 8:30 às 17:45 Local Sede Maria Paula no Salão Bezerra de Menezes

Colaboração espontânea de um quilo de alimento não perecível.


10ª Festa Beneficente de Rua Típica Francesa

Diretoria da FEESP na abertura oficial da 10° Festa Kardec

Apresentadoras Lídia e Flavia

Diretoria corta bolo de 10 anos da Festa Kardec

Graça Cunha e equipe de apresentadoras da divulgação FEESP Cristine, Lidia, Fátima e Vera

Fátima Giro

Sorteios - Silvia Puglia 19 O SEMEADOR Internacional


Bolo Allan Kardec Maria José, Alceu Nunes, Silvia Puglia, Elza Basile

Maria José e Gicélia Ferreira

Elvis

Elvis e o público

Elvis e público

Thobias, Elizete e Julieta

Sorteio do carro com a presença da auditora - Tatiana Pires 20

Público do Show

Vista do Palco


Bolo francês

Fernado Gabriel e Silvia Puglia

Público

Público do show

Thobias e Elizeth

Vera Braga - apresentadora

Público

Graça Cunha

21 O SEMEADOR Internacional


Joaquim Braga e Luiz Frontelli

Pintura Mediúnica

Bazar no mezanino

Publico

Livraria

Bazar

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Pintura mediúnica

Livraria

Pintura mediúnica

Pintura mediúnica


Equipe de Crepes

Autografos com Vilmar Quaresma

Pão francês com linguiça Voluntários da livraria e o autor Roberto Vilmar Quaresma

Voluntários do bazar

Pintura Mediúnica

Bolos e tortas

Pintura Mediúnica

Pintura Mediúnica


Espaço Gourmet

Barraca do Cassollet e Ratatuille

Espaço Gourmet

Macarrão Parisiense

Macarrão parisiense Petit Gateau

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Baguetes, Petit Gateau, Quiche Lorraine

Ratatuille


Diego Paiva, Gicélia Ferreira e voluntárias

Espaço Criança

Vista lateral

Criança

Vista Parcial do Evento

Verena Guimarães e Adriana Sanches

Espaço criança

Espaço Criança 25 O SEMEADOR Internacional


A diretoria da FEESP agradece a colaboração de todos os voluntários e patrocinadores da 10ª Festa Kardec, que contribuíram para o grande sucesso alcançado.

Grupo teatral – 3°Milênio Seara Bendita

ERIMAR ESTACIONAMENTO BALEIA AZUL Rua Maria Paula, 140 Tel.: (11) 3101-4471

CARNES

Antonio Bartolomeu Cruzeira, Miriam Offir, Joaquim Braga, Fatima Giro, Carlos Puglia, Celisa Maria Germano e Maria Adba


No site WWW.tvaberta.TV.br ao vivo às 12h!

Os programas já apresentados encontram-se no Portal da FEESP. www.feesp.org.br


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