Jornal FEESP - Ed. Novembro / Dezembro

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Jornal Espírita ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

R$ 4,50

Novembro/Dezembro de 2016 - Nº 454 - Ano XLI - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL

12ª de Rua Típica Francesa

www.feesp.org.br e-mail: redacao@feesp.org.br

Manaus, Boa Vista, Santarém, Rio Branco, Ji-Paraná e Macapá / Via Aérea

Festa Beneficente

Rua Maria Paula, 140 das 11h às 20h Bela Vista - SP

Fernando Gabriel

Os Realistas

Banda Trajetória

Trio Manon

Elvis by Helder

Graça Cunha

Trio Paulistano

Perifa Blues

Elizeth Rosa

Thobias da Vai Vai


2 A

Editorial

Novembro/Dezembro de 2016

12° Festa Beneficente de Rua Típica Francesa em Homenagem a Allan Kardec este ano será no dia 06 de novembro, numa produção da Federação Espírita do Estado de São Paulo; Venham e tragam seus familiares e amigos. Teremos a rua Maria Paula coberta ao abrigo da chuva ou do sol. Haverá música o dia inteiro com famosos cantores como: Thobias e Elizeth da Vai vai, Graça Cunha, Helvis by Helder, Fernando Gabriel, Yuri Jaruskevicius, e muitos outros queridos por todos nós. 21 barracas com comidas típicas: Cassoulet, Crepes franceses doces e salgados, Macarrão Pari-

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Festa Kardec 2016

siense e vegetariano, Petit Gateau, Tortas e bolos, Quiches deliciosos, etc. Grande bazar e brechó com muitas peças feitas pelos voluntários da FEESP; Pintura mediúnica em livros feitas na hora gratuitamente e telas lindíssimas com 50% de desconto; Sorteio de brindes ao longo da Festa; Venha e traga seus filhos pequenos porque teremos brinquedos: Pula-pula e escorregadores de 2m para a criançada se divertir gratuitamente. Também pintura no rosto de crianças; Essa maravilhosa Festa será no dia 06 de novembro, das 11h às 20h na Rua Maria Paula em frente

a Federação. Em apenas um dia, você estará ajudando a Federação Espírita a dar 15 milhões de atendimentos anuais gratuitos como: creches, asilos, cursos profissionalizantes, palestras socioeducativas para depressão, suicídio, drogas, e outros males que atigem nossa sociedade no momento.

AGENDE-SE PARA O DIA 06 DE NOVEMBRO ESPERAMOS VOCÊS.

Silvia Cristina Puglia Diretora da Área de Divulgação

Sorteio de 2 televisões, 5 bolsas de estudo da União Cultural Brasil - Estados Unidos, convites para a peça de teatro Missionários da Luz.

Layout do evento 12ª Festa Beneficente de Rua Típica Francesa Em Homenagem a Allan Kardec

Dia 18 de outubro das 10h às 20h Rua Maria Paula, 140 - Bela Vista

1.440m² DE ÁREA COBERTA


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Relação de produtos e preços nas barracas

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Cassoulet (refeição completa) ..........R$ 25,00 Ratatouille (vegetariano)..................R$ 15,00 Área de Assistência Espiritual

Macarrão à Parisiense ......................R$ 20,00 Macarrão à Moda de Lyon (vegetariano) .R$ 20,00 Área de Divulgação

Refrigerantes ....................................R$ 5,00 Área de Infância, Juventude e Mocidade

Crepes doces ....................................R$ 20,00 Crepes salgados................................R$ 20,00 Área de Assistência Social

Bolo confeitado ................................R$ 15,00 Bolo simples.....................................R$ 10,00 Área Federativa

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Pintura de rosto e unha.....................Gratuito Área de Infância, Juventude e Mocidade

Refrigerantes .................................... R$ 5,00 Área de Infância, Juventude e Mocidade

Baguetes e Petit Gateau ...................R$ 15,00 Quiche Lorraine ...............................R$ 10,00 Área de Ensino

Pão francês com linguiça .................R$ 15,00 Conselho Deliberativo

Playground (na rua)..........................Gratuito Baleia Azul Estacionamento

Sucos, água e café no Saguão da Sede Central EXPEDIENTE

FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

Conselho Editorial Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia Fátima Luisa Giro Paulo de Oliveira Editor: Altamirando D. de Assis Carneiro (MTb 13.704) e-mail: redacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento do Jornal Espírita, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação O Jornal Espírita é uma publicação bimestral sobre o movimento Espírita. Rua Maria Paula, 140, 3º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 ramal 224 Fundado em 1º de Julho de 1975 pelo Núcleo Espírita Caminheiro do Bem, registro nº 2.413, livro 33 de Matrículas de Oficinas Impressoras, Jornais, Revistas e outros periódi-

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cos, do 1º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo, conforme despacho do Juiz de Direito da 2ª Vara de Registro. Transferido para a Federação Espírita do Estado de São Paulo em 16 de maio de 1990. Certificado de Registro na marca na classe 11.10 processo nº 815.511.973 publicada na “Revista da Propriedade Industrial” nº 1103, de 21/1/92, página 16.

Fax.: (11) 3107-5544 Portal: www.feesp.org.br Email: feesp@feesp.org.br

Distribuição para assinantes e Centros Espíritas: Livrarias e Editora Espírita Humberto de Campos da FEESP.

Vice-Presidente João Baptista do Valle vicepresidente@feesp.org.br

Diagramação: TUTTO

Diretora da Área de Assistência Social Ivanira dos Santos Julio social@feesp.org.br Diretora Área de Ensino Fátima Luisa Giro ensino@feesp.org.br Diretora Área Espiritual Vera Cristina Marques de Oliveira Millano espiritual@feesp.org.br Diretora Área de Divulgação Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia divulgacao@feesp.org.br

Impressão: Marmar FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ 61.669.966/0014-25 Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, CEP 01319000, São Paulo - SP Tel.: (11) 3106-1619, 3106-5964, 3106-1200, 3106-5579, 3107-5279, 3107-1276, 31055879, 3115-5544

Diretoria Executiva: Presidente Zulmira da Conceição Chaves Hassesian presidente@feesp.org.br

Diretora Área Infância, Juventude e Mocidade Vera Lúcia Leite infanciamocidade@feesp.org.br Diretora Área Financeira Guiomar Cisotto Bonfanti financeiro@feesp.org.br Diretora Área Federativa Regina Helena Tuma Carlim federativa@feesp.org.br Assistência Social da FEESP Casa Transitória Fabiano de Cristo CNPJ: 61.669.966/0002-91 Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2797-2999 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: (11) 3107-2023 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua Franca, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP (12) 3916-3981


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Palestra Novembro/Dezembro de 2016

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Palestras Públicas na FEESP

Diariamente, a Federação Espírita do Estado de São Paulo abre suas portas, acolhendo aqueles que precisam de sentido ou consolo para suas vidas, bem como os que buscam conhecer o Espiritismo, através dos seus diversos cursos. Aos domingos, sempre às 10:00, é aberto um espaço especialmente destinado à realização de palestras sobre temas atuais, à luz do Espiritismo, que são muito esclarecedoras no sentido de entendermos melhor a problemática social em que vivemos. São abordados temas atuais, de forma a fornecer ferramentas de amor e fé, para enfrentar os desafios

cotidianos. Para ajudar-nos a refletir sobre esses diversos temas, contamos com oradores e palestrantes de alto gabarito, e conhecedores da doutrina espírita, que compartilham sua visão e experiência com o público presente. Nesses encontros alegres, contamos também com musicistas que se revezam, a cada semana, no palco do auditório Bezerra de Menezes, em apresentações que elevam e harmonizam a todos e o ambiente. Participe e divulgue. É sempre um prazer receber a todos! Confira, a seguir, as sinopses das palestras realizadas aqui na Federação Espírita do Estado de São Paulo.

A paternidade como instrumento da evolução

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er pai. Será que existe efetivamente um conceito único que possa abarcar esta expressão? A Doutrina Espírita nos permite compreender a vida como contínua transformação. Se olharmos desta forma, será que podemos concluir que também os papéis e valores que aprendemos a executar e a desenvolver também podem ser desenvolvidos e transformados? Será que, ao pensarmos assim podemos concluir que o pai do terceiro milênio é o mesmo, com as mesmas funções e obrigações daquele pobre homem das cavernas cuja inteligência e também os sentimentos permaneciam incipientes, existindo apenas de forma rudimentar a fim de eclodir ao longo da evolução humana. Por outro lado, diante das inúmeras transformações sociais que vivenciamos, da tecnologia, dos relacionamentos virtuais, será que há espaço e relevância no papel do pai, a ponto de podermos considerá-lo uma importante oportunidade e, assim, um meio adequado à evolução do Espírito? O conceito de pai está estritamente relacionado ao de paternidade.

Lídia Maria Andrade Conceição E, do ponto de vista biológico, a paternidade tem sido historicamente reconhecida como decorrente do fornecimento do material genético, a partir da concepção, para a formação da nova vida, no caso, da Doutrina Espírita, para a formação do corpo físico. Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, já apontava que os pais fornecem o material apenas para a formação do corpo físico dos filhos, mas não do Espírito dos Filhos1 (no mesmo sentido em O Livro dos Espíritos).2 Assim, já podemos identificar a relevância da paternidade ao possibilitar aos Espíritos, que recebem como filhos durante a existência, o retorno à vida corporal, que se traduz na justa oportunidade de reencarnar, instrumento efetivo de evolução pela vivência de uma nova experiência corporal. Mas, se restringirmos o conceito de paternidade à condição de geração biológica, estaremos nos colocando em condição semelhante a dos animais. Entretanto, ao contrário dos animais, que detém instintos e em alguns pontos, inteligência limitada, o homem detém inteligên-

cia que lhe confere livre-arbítrio para atuar no mundo de acordo com sua vontade e consequentemente, com liberdade. Assim, o conceito de “pai” não pode ser concebido, após mais de uma década do terceiro milênio apenas do ponto de vista da condição que a biologia lhe atribui. Do ponto de vista histórico, no passado, nos primórdios da civilização, o homem acabou por se agregar em razão da necessidade pela própria sobrevivência e a cooperação recíproca se tornou indispensável a esse objetivo comum. 3 Nessa fase, ainda inicial do processo evo-

lutivo de nosso planeta, se torna relevante a colaboração do grupo para garantia da sobrevivência da espécie humana. Nesse momento, ainda estamos muito próximos da animalidade e distantes do que viria a se desenvolver mais tarde como vida moral do ser. Aliás, o conceito biológico de paternidade na antiguidade de forma alguma garantia à criança a condição da proteção familiar. Em algumas Cidades-estados (forma de organização política) da antiga Grécia, os filhos eram, então, entregues ao Estado que lhes providenciava a educação. Em Roma, os pais detinham direito de vida, morte e até venda sobre os próprios filhos, sendo que nestes últimos casos, a partir do século IV, a partir do Imperador Constantino, agregou-se uma visão cristã de família, em que o Estado passa a interferir ainda que de modo restrito.4 O afeto não era necessariamente um fundamento válido para a constituição de família. Mais tarde, na Idade Média, os pais entregavam seus filhos ao Rei ou a Igreja, conforme a ordem de nascimento.5 Ao longo da evolução da sociedade,


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desde a antiguidade, os filhos eram sistematicamente utilizados como moeda de troca, selando alianças entre reinos, seja para garantia de paz ou apoio bélico nas empreitadas de mesma natureza. Em nenhuma nestas situações os filhos eram vistos como alguém a ser protegido, mas, instrumento de barganha. Por outro lado, o conceito de filiação – que corresponde ao de paternidade – era bastante restrito. O direito romano tratava os filhos nascidos fora das uniões legais, como ilegítimos e não lhes proporcionava qualquer tipo de direito. Também na idade média, a origem biológica não garantia aos filhos nascidos fora do casamento a proteção de brasões de família ou de outra natureza. Família no passado era, portanto, a formação de um grupo social que se constituía apenas para o fortalecimento do indivíduo, que não poderia viver só, sem risco a sua própria integridade. Assim, nem mesmo a filiação biológica garantia aos filhos a proteção paterna. E, em consequência, o conceito de paternidade está em constante evolução. Embora, Jesus há dois mil anos tenha utilizado o conceito para demonstração da bondade e do amor Divinos – “Deus é Pai”6 – inclusive em diversas parábolas,7 revelando a destinação humana ao amor, evidenciada, atualmente, especialmente nas relações parentais, na prática, em diversas sociedades, ser pai não significava, necessaria-

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mente, o cuidar e proteger ou, ainda, o desenvolvimento de relação de afetividade. Se pensarmos apenas no Brasil, podemos perceber a evolução no conceito de paternidade. A nossa atual Constituição, em vigor desde 1988, acaba com a distinção entre os filhos, que anteriormente havia a partir da natureza das relações existentes entre os genitores. Os filhos eram, então, considerados legítimos, ilegítimos e a própria adoção não equiparava plenamente o adotado à condição do filho natural biológico legítimo, se este existisse. E ao acabar com distinções jurídicas que no papel reduziam as possibilidades afetivas, nossa Carta Magna nos envia uma mensagem que hoje parece óbvia: filho é filho. E, cada vez mais, nos deparamos com formas distintas de paternidade. A adoção, que atualmente é uma das formasde aquisição da paternidadetem por finalidade garantir à criança o direito a uma família, na inviabilidade de desenvolver-se no seio de sua família natural.8 Entretanto, a adoção existiu desde tempos remotos, nos povos orientais (Código de Manu e Hamurabi)9 mas, especialmente, se difundiu em Roma e se destinava exclusivamente a garantir um sucessor ao Chefe de Família, no caso “Pater Familias” que morria sem deixar herdeiros. Assim, os próprios Imperadores acabavam por “adotar” parentes ou empregados que pudessem sucedê-

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-los. Não havia qualquer preocupação com o adotado. Entretanto, a humanidade tem se transformado e, a partir daí, modificado seus conceitos. Assim, podemos afirmar que o conceito de Pai: aquele que acede à paternidade deve ser compreendido em sentido mais amplo, não apenas do ponto de vista na paternidade biológica, mas, decorrente de um ato volitivo (vontade) em que o ser se coloca na condição de pai de alguém, condição esta que em nossa época significa assumir obrigações em relação ao filho. Assim, ser pai, mais do que garantir direitos, impõe deveres e obrigações: cuidar, proteger, responsabilizar-se, educar. E, todas estas ações – deveres – permitem com o seu exercício o desenvolvimento do afeto, isto é, o amor, sentimento essencial, que traduz de forma ainda imperfeita, pelas características da humanidade terrestre, a Lei do Amor – Lei Divina - que vem sendo desenvolvida entre os homens a partir, principalmente, do desenvolvimento dos laços de família, isto é, dos laços de paternidade, em sentido amplo. Isto porque, a destinação do homem é o progresso.10 Estamos submetidos às Leis Divinas e o progresso é uma destas Leis. E, o progresso ocorre pelo enfrentamento das situações e circunstâncias da vida corpórea. Assim, a encarnação nos situa onde podemos progredir, pois nos confronta com a possibili-

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dade do fracasso e com nossas próprias dificuldades, o que pode nos levar a superação de nossos limites morais, emocionais e intelectuais. Será que podemos, assim, considerar a paternidade uma missão? Esta indagação também foi feita por Kardec na pergunta 582 de O Livro dos Espíritos, e segundo os Espíritos, a paternidade é uma missão: “E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do bem, e lhes facilitou a tarefa, dando à criança uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as impressões”11. Entretanto, os Espíritos alertam que muitas vezes relegamos esta tarefa na medida em que “há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e fazê-las carregar de bons frutos, do que endireitar o caráter do filho”.12 Isto acontece porque ainda não temos a dimensão exata, da finalidade da encarnação e da importância de todos os processos/ oportunidades que surgem, durante nossa existência, visando o nosso progresso espiritual. Somos sempre tentados a procurar uma vida tranquila, livre de dificuldades, e, no momento em que os desafios surgem em nosso caminho, ainda procuramos uma forma de contorná-los, e muito poucas vezes, os enfrentamos verdadeiramente.


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Entretanto, a consciência que muitas vezes adquirimos da importância da paternidade pode nos levar a buscá-la incessantemente em nossa vida. Surgem assim novas formas de paternidade, decorrentes de métodos como a fertilização assistida (in vitro e a barriga de aluguel), a paternidade socioafetiva decorrente de laços puros de afetividade que precedem qualquer tipo de reconhecimento jurídico, bem como a paternidade passa a ser buscada por famílias de modalidades diversas conceitualmente, seja por pessoas, individualmente, ou por casais, com uniões diversas (união hetero ou homoafetiva), o que decorre sem dúvida da maturidade que surge no ser quanto a necessidade de progredir e colaborar no progresso alheio, desenvolvendo o cuidar que surge na relação de paternidade e filiação. E, o grande desafio da paternidade é educar. Educar envolve cuidar, alimentar e proteger. Cuidamos e protegemos quando educamos para a vida. E, os desafios que surgem em uma sociedade globalizada são imensos, na medida em que é necessário enxergar o outro (próximo), mas, em sendo tantos, muitas vezes permanecemos cegos e insensíveis. Para isto existe a paternidade. No seio das relações de família aprendemos, com um pequeno laboratório social, o verdadeiro sentido do indivíduo e nos preparamos para conviver com o todo. É necessário não perdermos a sensibilidade. A Educação pressupõe a vivência e a experiência. Estas não prescindem da orientação do pai. E o aprendizado somente virá na medida em que somos conduzidos a exercitar nossa inteligência desenvolvendo o livre-arbítrio diante das experi-

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ências da vida. E o maior educador que tivemos foi Jesus. Ele educava na medida em que cuidava de nossas feridas físicas (curas), assim como um pai assiste ao filho doente. Ele ensinava com orientações que permitiam a cada ouvinte assimilar apenas o que lhe era possível, respeitando as individualidades e não ferindo a suscetibilidade dos educandos. Jesus contava histórias – parábolas – que permitia educar com carinho, orientando com exemplos simples, com amor. Jesus acolhia a todos, assim como a paternidade nos leva ao acolhimento dos filhos em momentos difíceis e de grandes desafios para que não se percam. Em uma sociedade em que nos deparamos a cada momento com a necessidade de progresso material, a consciência do Ser Espírito encarnado e Ser Pai nos apresenta um novo desafio, e este Jesus executou, da mesma forma com maestria: Saber levantar aquele que caiu. Somos Espíritos Imortais em evolução. O aprendizado decorre do enfrentamento dos desafios da vida. As quedas são inevitáveis. É preciso aprender a cair e se reerguer. Não somos preparados para cair. O medo de falir ante a necessidade da

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busca do aperfeiçoamento nos leva a inúmeros desvios do caminho. Esta, provavelmente, é a mais desafiadora das tarefas do Pai. A Doutrina Espírita nos ajuda a entender que os vínculos que temos com nossos filhos nem sempre se formaram nesta existência. Isto porque, a Lei Divina nos coloca sempre junto daqueles que necessitamos, e que nos são afins, no sentido de afinidade de pensamentos e sentimentos, o que não significa concordância ou identidade na forma de pensar ou sentir. É neste meio onde temos mais oportunidade de evoluir. 13 E a paternidade, como uma oportunidade desafiadora que a vida nos concede de colaborar com o progresso do Mundo, educando e colaborando para que nossos filhos possam evoluir além e colaborar na transformação do Planeta, nos permite, na esperança de transformá-los, nos transformamos também. E, assim, o mundo se modifica. Deus é a Inteligência Suprema. Jesus chamou-o de Pai revelando seu amor e sua bondade pelas criaturas, que inclusive explicitou em diversas passagens.14 E rege o mundo, como em uma sinfonia perfeita,

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por suas Leis Divinas e Imutáveis. Pois, o desenvolvimento da afetividade, do sentimento do amor nas relações de parentalidade, no cuidar, educar e proteger, nos permitiu compreender melhor o Amor Divino e nos aproximamos dele. Assim, cada vez que nos aproximamos deste sentimento de amor verdadeiro e incondicional, de alguma forma nos tornamos pais e nos tornamos colaboradores da Criação Divina, isto é, nos tornamos co-criadores de sua Obra.

Notas 1 - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 8; 2 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 203.” 3 - FRANCO, Divaldo Pereira . Estudos Espíritas, psicografia de Joanna de Ângelis, cap. 2 4 - Silva Pereira, Caio Mario, Instituições de Direito Civil, volume V; 5 - FRANCO, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas. Psicografia de Joanna de Ângelis. cap. 24 6 - Bíblia de Jerusalém, Evangelho de Mateus, V:48; 7 - Parábola do Filho Pródigo e da Festa de Núpcias. 8 - Artigo 227da Constituição Federal, artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente; 9 - Silva Pereira, Caio Mário, Instituições de Direito Civil, V, parentesco civil, cap. XCIII 10 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 774. 11 - Idem questão 582. 12 - Idem. 13 - Idem, questão 204 e 207 –a (afinidade de inclinações); 14 - Lucas, 11, 11:13, Bíblia de Jerusalém;

Lídia Maria Andrade Conceição Expositora da FEESP lidia.maria@uol.com.br


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Lindos casos de Dr. Bezerra de Menezes

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eus, em sua bondade infinita, durante toda nossa existência, em sua imensa generosidade, como Pai amado, cuida de suas criaturas com todo desvelo, e ao longo da história, como podemos verificar, sempre nos enviou Espíritos Superiores para nos ajudar, e citamos alguns de conhecimento de todos nós: Profetas Isaias, Daniel, Ezequiel, Jeremias, Abrão, Moisés, Apóstolo dos Gentios Paulo de Tarso, Allan Kardec, Chico Xavier, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis, Madre Tereza de Calcutá, enfim, inúmeros, mas o Espírito de maior grandeza que temos é JESUS, nosso irmão querido e Mestre amado, que mudou nosso Planeta, e ensina-nos a Lei do Amor. Todos esses grandes Espíritos são missionários, e neste rol encontra-se também Dr. Bezerra de Menezes. Fala-se muito deste querido irmão maior, e para que não pairem dúvidas sobre sua grandiosidade, vejamos onde se encontra o seu compromisso para conosco. Humberto de Campos, por meio da mediunidade de Chico Xavier, relata-nos que no Mundo Espiritual ocorreu uma reunião/assembleia, próxima da psicosfera próxima da Terra em 1º de janeiro do ano 1800, final do século XVIII, para definir os roteiros dos séculos XIX e XX, inaugurando uma era nova e traçar os destinos para a humanidade. Ismael – Protetor do Brasil, fala para Dr. Bezerra de Menezes: “− Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as

Amilton Rodrigues nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração. Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza dessa missão; mas, com a plena observância do código de Jesus e com a nossa assistência espiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de perseverança e de humildade, consolidando os primórdios de nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do seu Evangelho. Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida.” Desta forma, comprovada a Missão de Dr. Bezerra de Menezes conosco, em nosso País, se dúvidas restassem a este respeito, caem por terra. Agora, uma pequena compilação de sua última reencarnação em nosso solo pátrio: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti - Médico dos pobres - Médico, militar, escritor, jornalista, político etc. -Nascimento: 29 de agosto de 1831, Jaguaretama, Ceará -1851 – muda-se Rio Janeiro para estudar Medicina (conclui o curso em 1856) -1858 – casa-se com Maria Cândida de Lacerda, que desencarnou em 1863, deixando dois filhos pequenos.

ALGUNS CASOS

-1865 – casa-se com Cândida Augusta de Lacerda Machado de cuja união nasceram sete filhos. -1875 – Tem o primeiro contato com O Livro dos Espíritos, exemplar ofertado por Dr. Joaquim Carlos Travassos, que traduzira o livro para o português. -1886- salão de Conferência da Guarda Velha 2000 pessoas- declara-se espírita publicamente. -Obras de sua autoria: A Loucura sob Novo Prisma, Dramas da Obsessão, Uma Carta de Bezerra de Menezes entre outras -Desencarna em 11 de abril de 1900, na cidade do Rio de Janeiro. -Seu mentor espiritual era Santo Agostinho. Dr. Bezerra de Menezes, juntamente com os Veneráveis Razin e Hilarion, participou da criação da Escola de Aprendizes do Evangelho, ocorrida em 1950, na Federação Espírita do Estado de São Paulo, pelas mãos do Comandante Edgard Armond, criação essa inspirada por Ismael, Anjo Tutelar do Brasil.

1 – Um dia Dr. Bezerra saindo do seu trabalho, no final do dia, encontrou um conhecido, estava muito triste, e convidou-o a um lugar discreto e o homem confessou constrangido que havia perdido seu filho e encontrava-se desempregado e não tinha dinheiro para custear as despesas com o enterro de seu filho. Dr. Bezerra, imediatamente retira sua carteira e entrega, sem sequer olhar quanto havia, e coloca a mão nos bolsos e retira inclusive moedas, e diz ao homem que se fosse. Em seguida, tomou o bonde, sentou-se e quando verificou não tinha dinheiro para a passagem, desceu e pediu dinheiro emprestado. 2 – Dr. Bezerra estava em seu consultório, onde recebia e atendia dezenas de pessoas. Geralmente, não cobrava nada pelas consultas, e apareceu uma mulher, com semblante sofrido, com seu filho nos braços, acometido de forte moléstia, e Dr. Bezerra atendeu com todo carinho e prescreveu os remédios necessários e disse para que ela os adquirisse. Ela respondeu que não possuía condições financeiras, inclusive todos em casa passavam fome. Dr. Bezerra verificou os bolsos e nada tinha – ficou pensativo, olhando para as mãos viu seu anel de esmeralda, da formatura em medicina, ricamente guarnecido em ouro e não teve dúvidas. Retirou e deu para aquela mulher dizendo que o vendesse, comprasse os remédios e alimentos para seus familiares. 3 – Certa vez, Dr. Bezerra chegou


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em casa, cansado de um dia extenuante de trabalho, e sua filha de apelido Nhanhã (Evangelina) estava doente, com febre. Tomou banho, jantou, e em seguida bateram em sua porta – uma mãe desesperada, pedindo que fosse ver sua filha que estava muito doente, à beira da morte; Dr. Bezerra preocupado com sua filha também doente, e sua mulher lhe cobrando companhia, pensou e disse: - Minha filha já foi medicada, e ficará nas mãos de Jesus, eu vou socorrer a filha desta mulher, e foi subindo morros, em lugar muito distante fazer a caridade que jamais se recusava. Quando retornou sua mulher estava dormindo na cadeira e sua filha já não tinha mais febre. 4 – Certa vez, após os trabalhos na Federação Espirita Brasileira, indo para casa, à noite, encontrou um homem, e viu toda a tristeza estampada em seu rosto, e este informou que estava desempregado, doente, bem como sua mulher e dois filhos em casa estavam também doentes e famintos. Dr. Bezerra buscou em seus bolsos e não tinha nenhum centavo, mas com olhar de caridade disse ao homem que lhe daria um abraço e que se ele confiava em Maria Santíssima, fizesse o mesmo em todos em seu lar. Passada uma semana, Dr. Bezerra nem se lembrava do caso, e o mesmo homem apareceu para agradecer-lhe, e informou que fizera o que ele havia determinado, abraçou todos, beberam a agua que tinham, e no outro dia todos estavam bem, inclusive sem fome, e que ele saiu e pediu emprego e conseguiu e era muito grato! 5 – Certa vez, de manhã, sua esposa informou que a dispensa estava vazia, que não havia man-

timentos, e Dr. Bezerra saindo, lhe disse: - Não se preocupe, nada nos faltará, confie em Deus! Ao regressar à noite, encontra a esposa um pouco agastada, e essa lhe diz: - que tamanho gasto com os alimentos, você exagerou! Dr. Bezerra atônito, perguntou o que havia ocorrido e ela informou que tão logo ele saiu para o trabalho chegou um homem com uma carroça lotada de mantimentos! Já no final de sua vida terrena, em plena doença, inchado, ficou nesta situação por quatro meses, e mesmo assim, inúmeras pessoas vinham lhe pedir socorro, e ele que já quase não falava, olhava com o olhar de caridade e atendia todos, e pedia aos médiuns, que escrevessem as prescrições dos remédios que os Espíritos lhe enviavam.

No dia 11 de abril de 1900, houve seu desencarne, e na noite seguinte, às sete horas, houve a habitual sessão comemorativa da Ceia do Senhor, na FEB. Todos que ali estavam ouviram, pela maravilhosa mediunidade de Frederico Pereira da Silva Júnior, a palavra querida do Espírito do nosso Bezerra de Menezes. No dia 11 de abril de 1950, ocorre no plano espiritual uma reunião para homenagear os 50 anos de desenlace do Dr. Bezerra de Menezes. Chico Xavier foi um dos convidados. Bezerra achava-se naquele ambiente de luz e emoção, sinceridade e gratidão, e vivendo com grande emoção aqueles momentos em que recordava os 69 anos vividos na Terra como o Médico dos Pobres, o Irmão dos sofredores, o Discí-

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pulo humilde e sincero de Jesus e o Kardec Brasileiro. De repente, sob a surpresa dos que compunham a grande assembleia, de mais Alto, uma Estrela luminescente dá presença. Era Celina, a enviada de Maria Santíssima, que chega e lê a sua mensagem, promovendo Bezerra a uma Tarefa Maior em uma Esfera mais alta. O evangelizador espírita chora emocionadíssimo e ajoelhase agradecendo entre lágrimas, à Mãe das Mães a graça recebida, suplicando-lhe, por intermédio de sua enviada sublime, para ficar no seu humilde posto, junto à Terra, a fim de continuar atendendo aos pedidos de seus irmãos terrestres que tantas provas lhe dão de estima e gratidão. O espírito luminoso de Celina sobe às esferas elevadas donde veio e se dirige à Mãe Celestial, submetendo à sua apreciação o pedido de seu servo agradecido. Daí a instantes volta e traz de Nossa Senhora a seguinte resposta: - Que sim, que Bezerra ficasse no seu posto o tempo que quisesse e sempre sob suas bênçãos! Desta forma, verificamos a importância da Missão deste querido irmão que nos ama tanto: Dr Bezerra de Menezes! Amilton Rodrigues Expositor da FEESP amiltonrodrigues@uol.com.br


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Palestra Novembro/Dezembro de 2016

As diversas faces do orgulho

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Ana Cristina Cavallo “O orgulho é o terrível adversário da humildade.”1 “Se o orgulho é a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações humanas. Foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.”2

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orgulho é uma grave doença espiritual que afeta a mente em severos quadros de desequilíbrio; para a erradicação dessa doença da alma precisamos ter a coragem de eliminar as imagens fictícias de nós mesmos, quebrar os espelhos da ilusão que criamos sobre nossa superioridade imaginária, só assim seremos capazes de resgatar o “eu divino” ao qual todos nos destinamos a ser.

Vejamos o que nos dizem os Espíritos Superiores ao responderem os questionamentos de Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, a seguir transcrito: “785. Qual o maior obstáculo ao progresso? 3 Resposta: O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre.” O orgulho está presente em quase tudo que fazemos, e em nosso estágio evolutivo ainda não temos totais condições morais para controlá-lo, dessa forma ele se torna uma paixão crônica, paixão do ser por si mesmo, erroneamente denominado como “amor próprio”. O orgulho está diretamente ligado ao departamento mental de nossa imaginação, superdimencionando a imagem que fazemos de nós mesmos, age como se uma segunda personalidade existisse e comandasse nossas vidas, regulando os valores morais e afetivos de

nossas rotinas, determinando atitudes, palavras, escolhas, aspirações e gostos; capaz de nos fazer sentir e pensar em coisas que não são aquelas que realmente desejamos e sentimos. O estado supervalorizado do eu é denominado personalismo, e alguns reflexos desse estado orgulhoso de ser, são: a vaidade, a indiferença, o preconceito, a presunção, o desprezo, o melindre, a pretensão, a inveja, só para citarmos alguns deles.

Assim, o personalismo, resultado do orgulho, é caracterizado pela excessiva e incontrolável valorização conferida a nós mesmos, nos levando a supor que temos direitos e qualidades maiores do que aquelas que realmente possuímos, essa situação é uma verdadeira neurose que leva a criatura a fiscalizar os atos alheios, procurando motivos para considerar-se superior e melhor que o próximo, principalmente se houver discordância de concepções e crenças.

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Dessa forma, percebemos nas relações do cotidiano, as comparações que fazemos com base no orgulho, com a finalidade de elevar nosso conceito pessoal e diminuir, e até mesmo rebaixar a importância dos demais, a comparação é um dos maiores efeitos da presença do orgulho, que por fim impede que os relacionamentos sejam gratificantes e duradouros. De outra forma, estamos habituados a esperar as compensações e os favores do amor de quem nos cerca, em todos os âmbitos de nossa existência, o que nos traz um alto nível de insegurança e dependência emocional, visto que valorizamos excessivamente o que eles pensam sobre nós, e no campo das suposições alcançamos altos níveis de estresse. O orgulho faz a criatura acreditar no que não é, para usufruir das sensações de que estamos sendo admirados pelos outros. Um Espírito Protetor assim nos ensinou:

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“O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? – Entregai-vos à cólera.”4 Não aprendemos ainda o autoamor, não sabemos analisar corretamente os apontamentos que nos fazem, deixando de lhes dar seu exato valor, vivemos o medo da rejeição e da não aceitação, medo que nos provoca sentimentos de inutilidade e culpa, autocensura rigorosa e autopiedade; sentimentos que vivenciamos por nos faltar a autoestima. Temos dificuldade em manter a fraternidade com as diferenças e os diferentes, o que nos leva a indiferença, ou seja, o outro não faz diferença nenhuma, bloqueamos aquilo

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que não é o EU, a exclusão afetiva, que acaba gerando o desrespeito. Portanto conviver é um grande desafio e a humildade é a grande virtude a conquistar, para que obtenhamos êxito nos nossos investimentos de aperfeiçoamento, e esse crescimento moral e espiritual ocorrerá quando tivermos o desejo efetivo de melhorar, seguido da interiorização das novas atitudes que finalmente resultarão na nossa transformação. O desejo de melhorar é a grande motivação, é a etapa em que nos ocupamos em praticar o bem com maturidade, dando inicio ao fim da indiferença, no entanto, nessa fase o outro ainda nos incomoda. Na interiorização de nossa mudança, passamos a observar e estudar nossas reações íntimas, buscando com esforço um estado mental de harmonia, o diferente passa a ser visto como alguém importante para o nosso crescimento pessoal, há uma expansão da sensibilidade, há mais aceitação e disposição para o perdão e a concórdia, nos tornamos mais maleáveis, fazendo uso de habilidades emocionais de cunho elevado. A transformação se concretizará quando a interiorização atingir o campo dos sentimentos, quando a diferença do outro não nos incomodar ou perturbar mais, então seremos capaz de aprender com as diferenças e a maneira de ser do outro, podendo amá-los na sua maneira de ser, chegaremos então a etapa da felicidade, amando sem sofrimento e sem sacrifícios, o amor passa a nos preencher, e aprenderemos o que é de fato autoamor. Há tempos nos dizem os Espíritos Amigos o que devemos fazer para abandonar o orgulho, apontando várias diretrizes. Precisamos, na condição de

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aprendizes em evolução espiritual e moral, nos ocupar de como fazer para nos libertarmos do orgulho, podemos começar refletindo profundamente e constantemente sobre as seguintes questões: Como amar a si mesmo? Como controlar nossa irritação? Como discordar e criticar sem gostar menos? Como nos controlar quando estamos sob pressão? Como perdoar verdadeiramente? Como praticar sempre o bem? Como sermos bons? Precisamos de muita coragem para sermos o que somos, para nos tornarmos verdadeiramente humilde, eliminando o orgulho de nossa longa caminhada evolutiva. Merecemos ser felizes, portanto vamos lutar por nossa felicidade, mesmo que ainda estejamos num mundo de provas e expiações, é possível ser feliz se isso significar viver um pouco melhor hoje do que ontem! Paz e Luz! Ana Cristina Cavallo Expositora da FEESP anaccavallo@uol.com.br

Notas 1 - “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – capítulo VII “BemAventurados os Pobres de Espírito” – item 11 – O Orgulho e a Humildade. Kardec, Allan – Ed. FEESP, 22ª Edição – DEZ/2010, pág. 110. 2 - “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – capítulo X “BemAventurados os Misericordiosos” – item 10 – O Argueiro e a Trave no Olho. Kardec, Allan – Ed. FEESP, 22ª Edição – DEZ/2010, pág. 136. 3 - “O Livro dos Espíritos” – Livro 3º capítulo VIII “Lei do Progresso”. Kardec, Allan – Ed. FEESP, 16ª Edição – MAR/2015, pág. 32. 4 - KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo IX item 09 – A Cólera – Ed. FEESP, 22ª Edição – DEZ/2010, pág. 131.


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Fora da caridade não há salvação

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Evangelina Muniz

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osso tema de hoje está no Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. XV, cujo título é Fora da Caridade não há Salvação. Este, por sua vez, está baseado no capítulo X, versículos 25 a 37 do Evangelho de Lucas. Lucas era médico, conheceu Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, e acompanhou-o em suas viagens missionárias, mas não conheceu Jesus pessoalmente. Ele queria escrever sobre os atos de Paulo, mas este não aceitou e pediu para ele escrever sobre o mestre amado. Baseou-se um pouco em Marcos, mas buscou, fundamentalmente, informações de Maria de Nazaré, que morava em Éfeso, ficando ali por dois anos a seu lado. Apresentou um belíssimo evangelho muito bem escrito e com dezesseis parábolas a mais que os demais evangelistas, todas relatadas pela mãe de Jesus. A parábola que vamos abordar, onde ele exprime o mais sublime amor, mas tratando a caridade de uma maneira tão profunda, foi uma dessas narradas por Maria de Nazaré. Lucas escreveu o quarto evangelho, que inclui de maneira incomparável os Atos dos Apóstolos. Ele nos conta que Jesus estava na Galileia com destino a Jerusalém, na Judeia. Isto era normal porque era época da Páscoa e todos os Judeus iriam comemorar essa festividade em Jerusalém. Estranho foi Jesus dizer que precisaria passar por Samaria, pois esta ficava entre a Judeia e Galileia, e os israelitas davam uma volta imensa, só para não passar por Samaria. Por que tanto aversão?

Sabemos que os judeus foram escravizados e levados para a Babilônia, por Nabucodonosor. Viveram muitos anos por lá. Os babilônios foram responsáveis pela primeira destruição do templo sagrado do judaísmo. Quando Ciro, rei da Pérsia tomou a Babilônia, libertou esse povo e mandou de volta para a sua terra natal. Ao retornarem reconstruíram a cidade, o templo para recomeçarem a vida. Durante o tempo que permaneceram escravos, alguns adquiriram hábitos pagãos ou deixaram de praticar alguns rituais prescritos pelo judaísmo. Houve por isso, a dissidência de dez das doze tribos de Israel. As tribos de Judá e Benjamim ficaram no sul, sendo a capital Jerusalém, onde estava o templo de Salomão. As dez restantes ficaram ao norte com a capital em Samaria. A importância máxima do judaísmo era adorar o Deus eterno no templo, onde eram oferecidos vários sacrifícios também. Os samaritanos, porém, não querendo ir à Jerusalém, fizeram um novo Templo no Monte Garizin, onde realizavam seus rituais e sacrifícios ao Deus de Abrahão, Isac e Jacó. Quando Jesus disse, portanto, que deveria passar por Samaria, seus discípulos estranharam, mas dois foram na frente providenciar a pousada e descanso para o mestre. Acontece, que o samaritano que recebeu os discípulos, não aceitou. Disse que não hospedaria Judeu que viajava para Jerusalém. Os discípulos voltaram, conta-

ram o sucedido, mas Jesus não se admirou. E fizeram a viagem sem descanso até Jerusalém. Chegaram cansados, com fome e possivelmente querendo um banho. Ao chegarem foram abordados por um doutor da lei que perguntou: “Mestre que devo fazer para adentrar o Reino dos Céus” Jesus respondeu:” O que está escrito na lei, como ledes” E o jovem doutor: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo teu coração. de toda tua alma e de toda tua força; e a teu próximo como a ti mesmo. Fazei isso e viverás.” Jesus não disse: Ótimo já está salvo! Disse: Faça isto!” e o moço perguntou “ Quem é o meu próximo” E Jesus começa a falar: “Descia um homem de Jerusalém a Jericó pelo caminho, caiu em poder de ladrões que depois e o despojarem e espancarem, se foram e o deixaram quase morto. Por acaso, descia pelo caminho um sacerdote que vendo-o passou de largo. Do mesmo modo, um levita, passando também por aquele lugar viu o homem machucado e passou adiante. Veio a seguir um samarita-

no que vendo o ferido, foi tomado de compaixão. Aproximou-se, tratou-lhe as feridas, derramando azeite e vinho. Colocou-o em cima da própria montaria, conduziu-o a uma hospedaria e teve cuidado dele. Pela manhã, pegou duas moeda de prata e as deu ao hospedeiro, dizendo-lhe. “Cuida dele e o que gastares a mais na volta te pagarei”. E Jesus virando-se para o doutor da lei, perguntou: “Qual dos três te parece o próximo do ferido? E o jovem respondeu: Aquele que usou de misericórdia E Jesus disse: Vá e faze tu o mesmo!”. Jesus usa a figura do samaritano para mostrar a importância dos bons sentimentos. O samaritano, considerado homem de má vida, foi o que teve compaixão do ferido. Jesus, cansado, com fome e sede, mas o usa como exemplo de amor incondicional. Não deu nome ao homem que descia de Jerusalém. Apenas um homem assaltado e ferido. Segundo Caibar Schutel, o homem atacado e combalido na estrada representa a humanidade ferida em seus anseios de amor e conhecimento. O sacerdote, apesar de chefe da religião, não parou. Não podia ficar impuro. Devia ser pontual; o levita cuidava do templo, serviço que cabia aos descendentes de Levi. Se o sacerdote não parou, ele também não pararia. E ai aparece o samaritano, que estava em viagem. Jesus não diz se ele descia ou subia, disse apenas que viajava. Quem seria ele? Parou e tomou-se de compaixão. O sentimento invadiu seu coração e testemunhou seu amor a Deus de todo seu coração, através do cuidado daquele homem. Doou


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de si mesmo. Colocou azeite e vinho nas feridas. Colocou o ferido em sua montaria e seguiu a pé, puxando seu cavalo até a hospedaria, cumprindo o primeiro mandamento da lei: Amar a Deus sobre todas as coisas. Novamente, segundo Cairbar Schutel, o samaritano representava o próprio Jesus que colocou o azeite, ou seja, o combustível, a luz na ferida da humanidade; o vinho, ou seja o suco da sua doutrina para saciar a sede de amor da humanidade. Na hospedaria deu duas moedas de prata, simbolizando o Amor e Sabedoria. As duas asas que a humanidade precisa para chegar a perfeição relativa. E no outro dia, pediu ao hospedeiro que cuidasse do ferido, e que tudo que ele gastasse a mais, seria ressarcido em seu retorno. “Tudo o mais que gastares”, ou seja a paciência, a dedicação, a afabilidade etc., tudo isso se converte em bônus que a humanidade receberá

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após o trabalho realizado. E Jesus pergunta :”quem te parece o próximo do ferido?Quem usou de misericórdia para com ele, respondeu. Vá e faze tu, o mesmo!” Jesus não elogia o doutor. Manda que vá e faça o mesmo. Que vivencie o que faz o samaritano. Esta parábola representa o mais sublime Amor a Deus e ao próximo.! Será que já conseguimos amar assim? Um casal viveu muito tempo numa completa felicidade. Ambos se amavam. O marido ajudava a esposa nos seus trabalhos domésticos

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e ela, como toda mulher, queria o marido como eterno namorado, se arrumava muito bem, para que ele nunca a visse desleixada. Foram fazer uma viagem e sofreram um acidente e a esposa ficou toda queimada, desfigurando o seu rosto e acabando com a sua beleza exterior . Por isso, pediu ao médico que nunca deixasse o marido vê-la. Preferia separar-se dele. O marido, sabendo das intenções da mulher, chegou do hospital da cidade vizinha onde fora atendido apresenta-se como cego, pois o

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acidente queimou-lhe os olhos. A mulher compadecida abraça o companheiro, prometendo ser a luz da vida dele. Durante vinte anos conviveram felizes como antes. Apenas o rosto desfigurado da mulher e cegueira do marido permaneciam, mas não empanavam o amor dos dois. Certo dia, a mulher desencarna e o marido chorou muito. Um vizinho veio oferecer ajuda uma vez que agora não tinha quem o guiasse, e ele respondeu. “Obrigado, meu amigo nunca estive cego. Fingi para não perder o amor da minha vida, pois ela não sabia que eu amava o seu interior, a sua alma. Será que já conseguimos amar assim? Evangelina Muniz Expositora da FEESP voina_silva@hotmail.com

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.................................... 1857 .................................................... I - O LIVRO DOS ESPÍRITOS ................................. 1858 .................................................... ................................ 1859 II - REVISTA ESPÍRITA ............. .................................................... ................................ 1860 III - REVISTA ESPÍRITA ............. ............. ............. .......................... ........................ 1861 IV - REVISTA ESPÍRITA ............. ............. ............. NS ....................................... ................................ 1861 V - O LIVRO DOS MÉDIU ............. ....................................... VI - REVISTA ESPÍRITA ............. ............................................ 1862 .................................................... TA ESPÍRI A ................ 1863 REVIST ............. VII ............. .................................................... VIII - REVISTA ESPÍRITA ....................................... 1864 DO O ESPIRITISMO............. ........ 1864 IX - O EVANGELHO SEGUN .................................................... ............. ............. ............. TA X - REVISTA ESPÍRI .......................................... 1865 .................................................... XI - O CÉU E O INFERNO ............................................ 1865 ............. ............. ............. ............. XII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1866 .................................................... XIII - REVISTA ESPÍRITA .......................................... 1867 .................................................... XIV - REVISTA ESPÍRITA ............................................ 1868 .................................................... XV - REVISTA ESPÍRITA ................................. 1868 ............. ............. .......................... XVI - A GÊNESE .......................... ......................................... 1869 ............. ....................................... XVII - REVISTA ESPÍRITA .................................. 1869 TA .................................................... XVIII - INICIAÇÃO ESPÍRI .......................................... 1890 .................................................... XIX - OBRAS PÓSTUMAS

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Divulgando o Espiritismo Novembro/Dezembro de 2016

Família é um presente de Deus

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Marcos Galindo

odo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. A nossa trajetória evolutiva tem inicio e fim na família. Quer construir um mundo melhor? Então comece edificando uma família melhor. Não acredite que a sua família é perfeita, pois só Deus é perfeito! Mas jamais duvide de que a sua família é perfeita para você! O mundo é o reflexo das famílias. Se as famílias forem perfeitas, o mundo também o será.

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A família é a primeira célula da sociedade. Se esta célula for boa, as demais também o serão. Será que existe um manual prático que nos ensine a como viver em família? Não! De fato, cada família tem as suas características e necessidades próprias. Não existindo um manual prático de como viver em família, o evangelho poderia ser utilizado para este fim? Estou convencido que sim! O evangelho é o mais puro substrato do amor. Quem vive o evangelho vive o amor! E hoje, as famílias necessitam de amor.

O evangelho praticado no cotidiano familiar resulta em união e felicidade da família. Quanto maior o valor cristão no lar, mais próximo

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da perfeição estará esta família. A inexistência de um manual prático sobre a vida em família não é desculpa para o descumprimento dos nossos compromissos no cadinho domestico. Portanto, quanto mais próximos dos padrões Cristãos, mais esta família será fortalecida. Viver em harmonia na família não é uma tarefa fácil, mas é tarefa possível. Contudo, nesta família não pode faltar amor! Amor de uma mãe, um pai, um filho, um irmão, um amigo ou mesmo de um cão. Este sentimento é o combustível que nos impulsiona à frente para vencer e triunfar diante dos embates da vida. O amor une os membros de uma família tornando-os harmoniosos e felizes. Assim sendo, como você está vivendo em sua família? Está se esforçando para amar as pessoas incondicionalmente? Se você não consegue praticar o amor entre quatro paredes, como será capaz de amar além destas paredes?

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Se você ainda não consegue amar as pessoas unidas por Deus em sua família, como será capaz de amar aquelas que não são? Não basta ouvir ou falar sobre o amor, você precisa viver o amor. Em sentido contrário, em vão ouvirá o chamamento do Cristo sobre a necessidade de Honrar pai e mãe. Agindo assim, esta será mais uma expressão vazia de reais significados na sua existência. (Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam). Salmo 127:1. Como poderemos suportar as dificuldades e vendavais em família? Uma vez mais! Praticando o que Jesus ensinou, ou seja, exercitando o amor. Ame o seu próximo mais próximo como a si mesmo! E caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. Esta rocha é, foi e

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sempre será o evangelho do Cristo vivenciado na pratica! O Evangelho é o porto seguro da família. Assim sendo, nenhum problema ou dificuldade será capaz de destruí-la. Com muita dificuldade a vida me ensinou que na família não importa quem está certo ou errado, pois todos somos aprendizes e, cedo ou tarde todos erraram. Assim sendo, não deixe que coisas sem importância como o orgulho, egoísmo ou vaidade turvem o seu coração. Lute pelo amor! Seja humilde! Fale para as pessoas que dividem esta existência terrena com você: Você é especial na minha vida! Muito obrigado por existir! Eu te amo! Não se permite terminar um dia sem dar um elogio sincero ou fazer

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um gesto edificante. Estamos reunidos em família para amar, só para amar! Eu sou o caminho a verdade e a vida, disse Jesus. Portanto, Jesus é melhor caminho para a sua família. Com Ele, a sua casa estará construída sobre a rocha, e por isso suportará os vendavais e todas as adversidades. Estar com Jesus não significa viajar em céu de brigadeiro. Pelo contrário, significa que intempéries de todos os tipos vão assolar a sua vida, mas você triunfará, pois o Senhor é o seu pastor! Muita luz! Marcos Galindo Expositor da FEESP marcos.expositor@gmail.com


Congresso Espírita FEESP 2017 28 de Abril a 1° de Maio

Tema:

Abertura com Divaldo Franco

Encerramento com José Carlos De Lucca

Salvador - BA

São Paulo - SP

O Grão de Mostarda


Eminentes Espíritas já confirmados pa

Ademar José Gevaerd Curitiba - PR

Alejandro Vera São Paulo - SP

Américo M. Canhoto São Bernardo do Campo - SP

André Trigueiro Rio de Janeiro - RJ

Carlos Baccelli Uberaba - MG

Edelso Junior São Paulo - SP

Eduardo Miyashiro São Paulo - SP

Geraldo Lemos Neto Belo Horizonte - MG

Heloisa Pires São Paulo - SP

Irvênia Prada São Paulo - SP

J. Demétrio Loricchio São Paulo - SP

Jether Jacomini Guarulhos - SP

João Lourenço Navajas São Paulo - SP

Joel Beraldo São Paulo - SP

José Damião São Paulo - SP


ara o Congresso Espírita FEESP 2017

Manolo Quesada São Paulo - SP

Marcel Souto Maior Rio de Janeiro - RJ

Mario Pietro Perez São Paulo - SP

Miguel Sardano Santo André - SP

Paulo Pio São Paulo - SP

Paulo Weederhoff Curitiba - PR

Renato Costa Rio de Janeiro - RJ

Richard Buono Conselho Espírita - França

Richard Simonetti Bauru - SP

Roberto Vilmar Quaresma Rio de Janeiro - RJ

Sebastião Camargo Cuiabá - MT

Umberto Fabbri Flórida - EUA

Vilson Disposti Araçatuba - SP


Congresso Espírita FEESP 2017 Inscrições para o Congresso Espírita FEESP 2017, a partir de 1° de Dezembro de 2016 Local de inscrição: Secretaria da Área de Divulgação Sede Central Rua Maria Paula, 140 no 3° andar (para pagamentos em dinheiro ou cartão) Por e-mail: congresso@feesp.org.br Mediante a comprovante de depósito escaneado na conta: Banco Bradesco Ag: 0449-9 Conta Corrente : 4451-2 CNPJ: 61.669.966/0001-00 Informações: (11) 3107-5544 ou 3115-5544 ramais 204 ou 224 divulgacao@feesp.org.br feesp.com.br/conferencistas-2017 Não deixe para última hora e aproveite os descontos VAGAS LIMITADAS

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Palestra

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O Poder da Prece Cristhine Almeida Você tem o hábito da oração? Crê na eficácia da prece? Sabe a diferença entre orar e rezar?

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efletir sobre estas questões com base na doutrina espírita nos faz compreender a importância da prece, assim como refletir sobre histórias de Espíritos admiráveis que ao passarem pela Terra, nos deixaram exemplos edificantes, como é o caso de Mônica (331387), nascida numa família cristã, em Tagaste, na Argélia, norte da África, que se tornou um verdadeiro símbolo da fé na história do cristianismo primitivo. Desde criança, ela era caridosa, paciente e disciplinada. Aos dezessete anos de idade, casou-se com Patrício, cidadão romano, hostil, rude e adepto da vida voltada aos prazeres materiais, que juntava-se com sua mãe, a sogra de Mônica, para espezinhar a esposa, pelo fato de ela ser cristã, possuidora de valores espirituais e se recusar à idolatria e à cultura promíscua do Império Romano da época. Mônica suportava a perversidade de ambos com tolerância, pois tinha certeza que esse matrimônio repleto de sacrifício, era uma prova para fazer brilhar a convicção de sua fé nos ensinamentos de Jesus. Ela tornou-se mãe de três filhos e ficou célebre, graças ao primogênito: Agostinho (354 – 430), que apesar de ter sido uma criança alegre e travessa, possuía as mesmas características desequilibradas do pai e da avó, unindo-se com eles para hostilizar a mãe. Era inquieto e dissimulado, mas Mônica aceitava o desafio com resigna-

ção, laborando com amor para modificar as atitudes e tendências perturbadoras do filho. E passa, então, a envolvê-lo na ternura da prece, a orar constantemente com um devotamento incomparável. Agostinho torna-se um adolescente rebelde, indisciplinado, que se envolve em intrigas e desavenças. A mãe se aflige, mas não desanima, pelo contrário, através da oração, fortalece ainda mais a fé e enfrenta a situação com a coragem de um coração dedicado a Jesus. Agostinho, agora um jovem de personalidade difícil e inteligência acima da média, é enviado para estudar em uma cidade próxima. Retorna ao lar com a capacidade intelectual mais desenvolvida, uma inquieta busca pela verdade, mas envolvido em vícios e ilusões, o que dilacera o coração de Mônica, cujas lágrimas são intermináveis, mas ela prossegue orando. Um ano depois, Agostinho vai estudar em Cartago, lá apaixonase e passa a conviver com uma jovem, tornando-se pai. Mônica, de longe, busca notícias do filho e decepciona-se quando percebe que a paternidade não modificou os hábitos de Agostinho, que não cuida bem do filho e ainda tornouse adepto do maniqueísmo, uma doutrina que misturava postulados de diversas doutrinas religiosas e permitia certas licenças morais, que facultavam a Agostinho uma conduta ainda mais irregular, voltada aos prazeres do mundo. Diante desse quadro, a vida de Mônica se

resume em lágrimas e orações, pois ela redobra as preces e a vigilância. Nesse ínterim, desencarna Patrício. Mônica, viúva, se vê responsável pelos três filhos e pela sogra enferma. Sem ressentimentos, com dedicação e em prece, ela acompanha e auxilia a mãe de seu marido até a desencarnação, embora a sogra tivesse sido perversa com ela durante todos aqueles anos, seu coração possuía a virtude do perdão e o amor pela caridade, cultivados através dos exemplos de Jesus. Aos 20 anos de idade, Agostinho já é professor de Gramática e decide ir morar em Roma a fim de lecionar e continuar os estudos, o que vem aprimorar ainda mais, sua brilhante inteligência. Quando se torna um professor renomado, participa de um concurso em Milão e passa a ocupar uma posição acadêmica de grande prestígio na Corte Imperial, como mestre da retórica e da lógica. Porém, continua com o mesmo temperamento e os mesmos desatinos, o

que leva Mônica a se transferir para Milão, pois deseja acompanhar o filho de perto e aconselhá-lo. Agostinho vive um momento de dúvidas religiosas e filosóficas, se afasta do Maniqueísmo e quase se volta para uma filosofia cética, o que desespera sua mãe, fiel servidora do cristianismo, que há mais de vinte anos, incansavelmente, estimula o filho ao encontro de Deus, porém sem êxito, já que Agostinho continua com sua vida vulgar, voltada para as paixões e as futilidades. Sempre que a mãe tenta falar-lhe de Jesus, ele com sua retórica, procura confundi-la, mas ela não se deixa persuadir. Na catedral de Milão, nesse momento histórico, está o bispo Ambrósio, cuja palavra arrebata os corações, pois quando ele fala de Jesus, seu verbo portador de uma eloquência incomum, desperta nas almas uma convicção que faz com que as consciências reflitam e compreendam as lições imorredouras do Cristo, transformando os sentimentos desequilibrados, até de quem não é cristão, em certezas e virtudes, como a fé, a esperança, a humildade e o perdão. Quando Agostinho ouve falar da retórica admirável de Ambrósio, resolve ir ouvi-lo e fica impressionado, pois sendo ele próprio, um exímio orador, depara-se com alguém à sua altura e assim, se aproxima e os dois passam a manter contato. Primeiramente, Agostinho se sentiu atraído pela beleza do sermão, pela técnica da oratória e da lógica, mas posterior-


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mente será o conteúdo evangélico que tocará seu coração. E a cada encontro com o bispo de Milão, ele vai se deixando tocar pelos ensinamentos de Jesus, pelo verbo cristão. Certa vez, Agostinho ouviu uma voz que o incentivou a leitura das escrituras, o que proporcionou seu contato com o evangelho de Jesus e sua decisão de ouvir Ambrósio. Na catedral, Ambrósio expõe, brilhantemente, diversas passagens, nas quais o Mestre convida aqueles que vêm ao seu encontro para segui-lo, deixando para trás o que pertence ao mundo material, pois o que importa são os valores do espírito. Agostinho entra em conflito diante desse convite e reflete sobre a própria existência material que tem vivido, percebe que ela não traz a paz e a felicidade almejadas. Entende o que é renunciar aos prazeres passageiros, priorizar o que é verdadeiro e não ilusório. A voz de Ambrósio ecoa na catedral, Agostinho rende-se a Jesus e renasce na própria existência. Mônica alcança o grande objetivo de sua vida, ver o filho se transformar num homem novo, graças à boa nova de Jesus. Pouco tempo depois de ele tornar-se cristão, ela desencarna, não sem adverti-lo sobre a importância de orar constantemente, ação que a sustentou espiritualmente em todas as dificuldades. Agostinho volta à África, estuda arduamente a proposta de Jesus e passa a compreende-la e prati-

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cá-la em profundidade. Faz uma autoanálise da própria estrutura comportamental, dos erros cometidos e escreve a obra Confissões, um verdadeiro tratado para que se possa encontrar o caminho certo, a plenitude e a paz. Torna-se bispo de Hipona, título de prestígio da religião vigente da época, alcançado merecidamente pela sua atuação como cristão comprometido com a divulgação do evangelho de Jesus e com as ações caritativas que realizou. Agostinho deixou seu legado na Terra e principalmente o exemplo de humildade ao reconhecer as próprias fraquezas e reabilitar-se dos maus hábitos, provando-nos que a transformação moral é possível. No plano espiritual tornou-se um grande colaborador da doutrina espírita. Participou da equipe do Espírito de Verdade e suas ponderações podem ser encontradas

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nas diversas obras da codificação e publicações complementares, nas quais ele sempre enaltece as benesses da oração constante. A grande maioria das religiões, senão todas, recomenda-nos o hábito da prece, mas a oração é também, um hábito cultural na sociedade humana. Fazer preces diante das mais diversas situações é inato, ou seja, um sentimento natural da consciência humana, especialmente nos momentos de aflição, pois mesmo os que dizem não crer em Deus, na hora em que sentem medo ou dor, costumam recorrer a Ele através da prece. Por isso, a prece não tem fórmula, pelo contrário, deve ser simples e espontânea, “uma conversa” com Deus, que sempre ouve as nossas preces. Prece e oração são sinônimos e significam pedido, súplica, mas também agradecimento e louvor. Os Espíritos da codificação, esclare-

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ceram a Allan Kardec que a prece é um ato de adoração, que nos possibilita pelo pensamento a aproximação e comunicação com Deus para louvar, pedir e agradecer. Hoje está comprovado cientificamente, o que a doutrina espírita veio nos ensinar há mais de um século: a eficácia da prece. Trabalhos médicos e científicos, constataram que durante a oração as áreas do cérebro responsáveis pela atenção, concentração e emoção mostram reações de grande intensidade, enquanto outras silenciam, acalmam-se e os pacientes submetidos a essa experiência, tiveram inclusive, melhora na saúde como resultado da oração diária. Cultivemos, portanto, o hábito da oração sincera, centrada no pensamento e no sentimento, não apenas nas palavras que rezam uma repetição de versos decorados, que não expressam verdadeiramente o que sente o coração. Lembremo-nos da assertiva “vigiai e orai” ensinada por Jesus, que conhecendo as nossas intemperanças, advertiu-nos a vigiar o pensamento e o comportamento, a orarmos sempre e constantemente, a fim de nos fortalecermos contra as tentações do mal e entrarmos em sintonia com os bons Espíritos, que pela oração nos assistem em nossas necessidades, intuindo-nos para o caminho do bem. Cristhine Almeida Expositora da FEESP cristhiane@uol.com.br


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Planejamento Espiritual da Missão de Kardec

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tema desta reflexão é por demais profundo e importante, pois nos remete a nada mais nada menos do que ao grande Codificador da Doutrina dos Espíritos, cuja missão foi a de trazer para o nosso planeta Terra, a doutrina consoladora, prometida por nosso senhor Jesus Cristo, já no final de sua missão terrena quando estava reunido com seus discípulos no cenáculo, conforme registrado no Evangelho de João, cap. 14, dos versículos 15 a 17: “Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.” Com essa profecia, revela o Mestre que a construção do caminho para Deus, destinação de todos nós Espíritos criados por Ele, atingia novo patamar. A mensagem do Evangelho de amor dava seu primeiro passo junto à população espiritual da Terra. Abriam-se aí as portas para o futuro espiritual de todos nós que compomos a população encarnada e desencarnada deste planeta. No entanto, como estamos suficientemente informados pelas instruções dos Espíritos superiores, as missões que temos a desempenhar, em sua diversidade e complexidade variadas, não necessariamente se

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Paulo Oliveira completam em uma só existência. Muitas vezes aqui abarcamos para retomar o trabalho iniciado em encarnação precedente, com vistas a uma continuidade futura. No caso do eminente Espírito Hippolyte Léon Denizard Rivail, que adotaria o pseudônimo de Allan Kardec, assumiu uma missão que sequer podemos divisar a sua avultada complexidade, graças ao nosso desenvolvimento espiritual ainda acanhado. Assim, para tratarmos do tema a que nos propusemos a desenvolver, falando do planejamento da missão de Allan Kardec, vamos também salientar que uma tarefa missionária como essa não se improvisa de véspera, ou seja, não se define de um dia para o outro. Há sim uma programação estudada nos mínimos detalhes e antecipada de séculos, para que a ideia seja construída, comunicada e finalmente assimilada. Recebemos as notícias da Terceira Revelação, a Doutrina dos Espíritos, há exatos 159 anos, e, todavia, estamos lutando para conhecer o bê-á-bá dessa mensagem de luz. Como vimos há pouco, Jesus no Sermão do Cenáculo fala claramente que sua mensagem não era completa e que OUTRO CONSOLADOR, o Espírito Verdade, viria complementar a mensagem divina, que se iniciara com Moisés e fora aclarada e aperfeiçoada por Jesus. Lembremos que a condição necessária para essa nova revelação, foi estabelecida pelo Mestre nas transparentes palavras

“se me amais, guardai os meus mandamentos”, significando que esse Consolador prometido viria somente quando os seres humanos tivessem, pelo menos, registrado a mensagem do Evangelho e estivessem dispostos a observá-la, embora ainda não tão facilmente compreendida e praticada. Essa assimilação certamente deveria levar algum tempo, até porque as novas ideias não são assimiladas de pronto exigindo séculos de vivência e transformação. Dessa forma, no limiar do século XIX, vemos uma forte movimentação nas ciências, na filosofia, na sociologia, na política etc., que denota a busca de um anseio de abertura para novos patamares do pensamento e do conhecimento. Vamos verificar um movimento libertário que deu margem a grandes modificações no mundo político e social de então, que foi a Revolução Francesa, marcada pela queda da Bastilha ocorrida em 14/07/1789,

em Paris, França. Nesse período, diz-nos Emmanuel em “A Caminho da Luz”, livro psicografado por Francisco C. Xavier, surge um dos enviados do Alto, cuja grandiosa missão era unificar e preparar o ambiente para a chegada da nova revelação. Seu nome Napoleão Bonaparte, mas que, cego pela vaidade e ambição, teve seus pensamentos dominados pela volúpia do poder, desviando-se do roteiro que tinha aceitado e se comprometido. Nessa mesma época, informa-nos Emmanuel também, sobre a vinda do Espírito que assumiria a identidade de Allan Kardec: “... assembleias numerosas se reúnem e confraternizam nos espaços, nas esferas mais próximas da Terra. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora” (A Caminho da Luz – XXII – A REVOLUÇÃO FRANCESA – Emmanuel-Chico Xavier) Humberto de Campos, pela psicografia também de nosso querido Chico, no livro Cartas e Crônicas, descreve-nos essa assembleia ocorrida na noite de 31 de dezembro de 1799, nas esferas Superiores. Relata que “legiões de Espíritos sábios e benevolentes” reúnem-se para marcar a entrada do novo século, e cita, entre outros, a presença de Sócrates, Platão, Aristóteles, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, São Luís de França, São Vicente de Paulo, Spinoza, Erasmo, Gutenberg, Galileu,


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Pascal e Dante Alighieri. Em dado momento, à frente de um grupo de Espíritos encarnados no planeta, temporariamente desdobrados de seus corpos físicos, está a figura de Napoleão Bonaparte, o qual é recebido por alguns desses Espíritos que o saúdam e o acolhem, quando dos recantos do infinito abre-se uma estrada de luz, pela qual descem como que estrelas e que se transformam em figuras humanas nimbadas de luz celestial. Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações...” Esse o Espírito que fora escolhido, pelo planejamento divino, a abrir os caminhos da nova revelação consoladora, que faria da mensagem cristã, deturpada e relegada aos cultos exteriores, ao longo dos séculos, agora revivificada e relembrada, “restabelecendo todas as coisas”. Allan Kardec, surge novamente no cenário planetário “dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador”, nascendo em Lyon aos 3 de outubro de 1804.” (A Caminho da Luz – XXII – A REVOLUÇÃO FRANCESA) Mas quem é esse Espírito iluminado que veio nos trazer esse conhecimento da Verdade? Em Mateus cap. 17:10-13, o evangelista nos relata que, após a ocorrência da transfiguração no Monte Tabor, Jesus descia do monte com seus discípulos, quando estes lhe perguntaram: - “Por que dizem, então, os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: - Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas.

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Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que Ele lhes falara de João Batista” Os apóstolos referiam-se à profecia feita por Malaquias que dizia: “Eis que eu vos enviarei o Profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias, IV, 5.) Vemos nas palavras de Jesus uma clara mensagem que o Espírito Elias, que é considerado o mais poderoso dos profetas do Antigo Testamento, é João Batista o maior profeta, aquele que foi o PRECURSOR DO CRISTIANISMO, e que voltava para anunciar a chegada do Messias, o maior enviado de Deus. Nessa mesma ocasião o Divino Mestre, dando a conhecer a todos o grande Espírito que o precedera, como revelador da sua vinda, disse: “João é um profeta, muito mais que profeta, porque é da sua pessoa que está escrito: eis, aí envio ante a tua face o meu anjo, que há de preparar o teu caminho.” Cairbar Schutel, o grande Apóstolo do Espiritismo no Brasil, em seu livro Parábolas e Ensinos de Jesus, afirma: “Na Antiga Dispensação, Elias é o mais poderoso dos profetas; na Nova Dispensação, João Batista é o maior; na Novíssima, Allan Kardec é o elevado bom senso, a sublimação da profecia em seu mais elevado nível.” E conclui: “Elias apelou para

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as águas e para o fogo; João para a água e para o sofrimento; Allan Kardec para o sentimento e para a razão, mas os três são um mesmo Espírito. Um fere e castiga, outro corrige e ensina, o último vivifica e salva!” Com essa retumbante revelação feita pelo Bandeirante do Espiritismo no Brasil, ajuda-nos com sua análise precisa e consistente a entender que esse Espírito maravilhoso, que é Allan Kardec, caminha na estrada do Mestre há milênios, e que está comprometido com a completude de sua missão, junto a nós, habitantes da Terra, nos seus diversos planos da vida. Muito bem, entendido um aspecto apenas do planejamento divino no tocante a implantação do amor no coração da humanidade, trabalho esse de enormes proporções e que demanda a infinita paciência e persistência de Espíritos abnegados, vamos abordar agora o início da missão terrena de Kardec.

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Kardec recebe a primeira revelação de sua missão em 30/04/1856, na casa do Sr. Roustan, e o Espírito se manifesta, utilizando do médium que movia uma “cesta de bico”, um instrumento inicialmente usado para obtenção das mensagens escritas. No dia 12 de junho de 1856, por intermédio da Srta. Aline, o Espírito Verdade lhe fala sobre sua missão como codificador do Espiritismo. Kardec não percebia o que poderia justificar nele tal graça, quando tantos outros possuíam talento e qualidades que ele não reunia. O Espírito Verdade confirmou o que alguns Espíritos já haviam dito, recomendando-lhe discrição, se quisesse se sair bem: - “Não esqueças que podes triunfar, como podes falir”, advertiu. “Neste último caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na cabeça de um homem.” Daí em diante, não parou mais de pesquisar e estudar os fenômenos, cujas análises e conclusões baseadas nas mensagens recebidas dos Espíritos responsáveis pela nova revelação, ficaram registradas na Codificação Espírita. Seu lema pelo qual pautou seu trabalho foi sempre: “Observar, comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui.” Ao tempo de seu contato inicial com as comunicações espíritas, foi-lhe informado pelo Espírito Zéfiro, protetor da família Boudin, que ambos haviam vivido na Gália, atualmente França, no ano 58 a.C, quando da invasão de Júlio Cesar a


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toda aquela região. Informou-lhe que ele era um grande chefe druida, sacerdote do povo Celta, que habitava aquelas plagas, e que seu nome, à época, era Allan Kardec, nome esse que então assumiria para assinar toda a sua obra da codificação espírita, diferenciando-a de sua produção anterior como pensador, professor e pesquisador no campo da pedagogia, ciências e matemática, entre outras. Vemos que a divulgação da nova revelação veio ao longo tempo, sempre conduzida pelo mesmo Espírito, que assumiu a missão de construir a estrada que deveria levar-nos todos em direção de Deus, por meio dos conhecimentos adquiridos ao longo de séculos. Há várias outras informações da presença de Allan Kardec entre nós, com identidades diferentes. Por revelação mediúnica, por meio da médium Ermance Defaux, ele viveu como o mártir Jan Huss, que no dia 06/07/1415 foi queimado vivo, em Constança (Germânia, hoje Alemanha), célebre pensador, sacerdote e reformador tcheco, nascido no ano de 1369. Suas ideias libertadoras anteciparam, em quase um século, a reforma proposta por Martinho Lutero (1517), as quais confrontavam o poder papal e da igreja católica. Percebemos, portanto, que uma tarefa como a de iluminar o espírito humano para o caminho de ascensão para Deus, nunca foi uma tarefa fácil e que demandou a dedicação pessoal desse Espírito de escol que, vivenciando experiências diversas trouxe-nos o alento, a esperança e a consolação, conforme a promessa deixada por Jesus com relação à doutrina consoladora que surgiria por meio da inspiração do Espírito Verdade. Para encerrar esta pequena refle-

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xão, vamos recorrer novamente à mediunidade de Chico Xavier e às informações trazidas por Humberto de Campos (Espírito), no livro Crônicas de Além-túmulo, no qual descreve o momento em que o mestre lionês retorna ao plano espiritual. Diz-nos Humberto de Campos que quando o corpo de Kardec ainda não havia baixado ao túmulo, uma multidão de Espíritos veio saldar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com suas ações prestigiosas, e, quando se entregavam às mais santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembleia dos humildes, iluminando-a com uma luz que, por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do Infinito: - “Kardec, regozija-te com a tua obra! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórticos misteriosos da mortalidade... O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores da Terra, reconduzindo-os para a confiança da minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro. No céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste... Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra será uma bênção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a Terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!...” Paulo Oliveira Expositor da FEESP psdo2010@gmail.com

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ENCONTRO DE JOVENS 2016

Mediunidade: Sintonia do Coração Ligia Feitosa

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ando continuidade às comemorações dos 155 anos de publicação de O Livro dos Médiuns, o 12º Encontro de Jovens da FEESP, realizado pela Área de Infância, Juventude e Mocidade, no dia 28 de agosto de 2016, propôs uma reflexão sobre a qualidade das nossas sintonias. Considerando que “o dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo” (LM, Cap. XXXI, item XI), podemos dizer que ela sempre esteve na base dos fenômenos ditos sobrenaturais: dos raios e

trovões que assustavam o homem primitivo até as mesas girantes nos salões de Paris, passando pelos oráculos da Antiguidade e pelo recebimento do Decálogo por Moisés no Monte Sinai. Dentre as várias revelações trazidas pela Espiritualidade, talvez uma das mais impactantes tenha sido a de que todos nós somos médiuns: “Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a

possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns.” (in: O Livro dos Médiuns. Cap. XIV, item 159) Hoje, graças ao trabalho de Kardec junto aos Espíritos e à equipe de médiuns que o auxiliou, podemos compreender a natureza deste dom e, principalmente, a sua utilidade em nosso processo evolutivo. Assim, como entender o fenômeno mediúnico em nosso dia a dia, em especial na vida do jovem que, geralmente, enfrenta uma série de medos, dúvidas, incertezas,

conflitos íntimos e tantas outras situações próprias desta fase de sua existência? Visando refletir sobre essa questão, a palestra de Fábio Silva, intitulada “Mediunidade na Juventude”, além de fazer um panorama da história da mediunidade, apresentou um capítulo pouco comentado da história do Espiritismo: o da participação de jovens médiuns no processo de codificação da Doutrina. Segundo a Revista Espírita (1858: 475), as irmãs Julie e Caroline Baudin psicografaram grande parte das questões de O Livro dos Espíritos


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nas reuniões familiares dirigidas pelos seus pais. Já em Obras Póstumas (2006: 286-295), temos notícias das contribuições de Ruth Japhet e Aline Carlotti para a compreensão de Kardec acerca de sua missão como Codificador da Doutrina, inclusive trazendo comunicações do Espírito Verdade. Estes exemplos mostram bem como os jovens podem ser instrumentos da Espiritualidade, colocando sua mediunidade a serviço de Jesus, mesmo não sendo médiuns ostensivos. Abrir espaço para a juventude na Casa Espírita é possibilitar que a Seara do Mestre receba cada dia mais servidores dispostos a trabalhar na causa do Bem. Nesse sentido, podemos dizer que os integrantes da Mocidade Espírita Cairbar Schutel estão no caminho certo. Um grande exemplo disso é a música Sintonia do Coração, composta por eles especialmente para o evento, em cuja letra temos que no coração “tudo pode se transformar, é só sintonizar o amor”. E para estabelecer essa sintonia na prática, na segunda parte do evento os participantes tiveram a oportunidade de participar das oficinas de teatro, música e dança e, a partir dessas diferentes expressões artísticas, sentir e transmitir um pouco do Amor que traziam em seus

corações, tal como exemplificado pelo Mestre Nazareno. Tendo a imagem ao lado como símbolo do encontro, os participantes foram convidados a refletir sobre a questão da sintonia em três diferentes aspectos: a conexão com Deus, a conexão consigo e a conexão com o mundo. Se você não pôde estar conosco, seguem alguns pontos para que também possa fazer sua reflexão: a) Minha conexão com Deus “Vós sois deuses”, disse o Mestre, lembrando-nos de que trazemos o potencial da divindade dentro de nós e que muitas vezes negligenciamos. Nesse mundo corrido em que vivemos, é essencial encontrarmos formas de nos conectar com Deus, seja por meio de uma prece, de uma leitura edificante ou de uma música inspiradora. O meio, na verdade, não importa. O mais importante é ouvir a voz da consciência onde estão gravadas as leis divinas1. E então, o que você faz diariamente para se conectar com Deus?

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b) Minha conexão comigo No segundo grande mandamento, Jesus nos diz: “Amai o próximo como a si mesmo”. Mas como podemos amar o próximo se ainda não aprendemos a nos amar? Daí a necessidade de nos conectarmos conosco, exercitando o autoamor e o autoperdão, valorizando nossas habilidades e virtudes, e fazendo escolhas que nos colocam definitivamente no caminho do bem e do progresso. Como você pode demonstrar seu amor por você agora mesmo? c) Minha conexão com o mundo Por fim, disse o Mestre: “Brilhe a vossa luz”. Ao compreender-

mos nossa condição de Espíritos imortais e a finalidade das múltiplas existências, assumimos compromissos e contribuímos com a transformação do planeta. A mudança do mundo nos transforma e a transformação de cada um de nós muda o mundo. Isso significa que todos nós temos valor e, independente dos papéis assumidos – pai, mãe, educador, médico, empresário, etc. –, é na relação com

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o próximo que nossa luz começa a brilhar. O que você pode fazer hoje, nesse exato momento, para transformar seu entorno? Concluímos trazendo Emmanuel (1986: 3) que, ao refletir sobre a relação entre mediunidade e sintonia, diz que “basta a pessoa explicar onde repetidamente está para sabermos que objetivos ela procura e basta notarmos com quem anda para que saibamos com quem essa mesma pessoa deseja se parecer. Através do exposto, reconheceremos que todo aquele coração que palpita e trabalha no campo dos ensinamentos de Jesus, a Jesus se assemelhará.” Que possamos perseverar e seguir os passos do Mestre para um dia sermos, ao menos, reconhecidos como seus discípulos. Ligia Feitosa Coach, educadora e colaboradora da FEESP ligiafei@terra.com.br

Nota 1 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. v. questão 621.


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Agora, o Jornal Espírita está mais informativo; você saberá tudo sobre as palestras doutrinárias ministradas aos domingos na FEESP. São 8 palestras, com seus resumos, recheadas de comentários. A Revista O Semeador é elaborada com artigos de renomados articulistas espíritas, que muito contribuem para o entendimento da Doutrina Espírita. Seja um assinante! Informações:

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Divulgando o Espiritismo Novembro/Dezembro de 2016

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12ª de Rua Típica Francesa

Festa Beneficente

06 DE NOVEMBRO das 11h às 20h Fernando Gabriel

Thobias da Vai Vai

Elvis by Helder

Os Realistas Trio Manon

Elizeth Rosa

Banda Trajetória

Graça Cunha

Trio Paulistano

Perifa Blues


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Os programas já apresentados encontram-se no Portal da FEESP. www.feesp.org.br ou no YouTube www.youtube.com/umsentidoparasuavida Novidade: Toda sexta-feira, às 20:00, o programa estará disponível também no portal da FEESP.


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