O Semeador Internacional - Setembro de 2013

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FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

SETEMBRO DE 2013 NÂş 899

O SEMEADOR Internacional Ă“RGĂƒO DA FEDERAĂ‡ĂƒO ESPĂ?RITA DO ESTADO DE SĂƒO PAULO FUNDADO EM 1Âş DE MARÇO DE 1944

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Relançamento “A Loucura sob Novo Prismaâ€?!

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Homenagem ao mentor da FEESP, Bezerra de Menezes, em edição comemorativa. Capa do livro com Pintura Mediúnica!

anti, conheAdolfo Bezerra de Menezes Cavalc Bezerra de Menezes cido popularmente como Dr. Menezes (Riacho do ou simplesmente Bezerra de 29 de Agosto de 1831 Sangue, atual Jaguaretama, de 1900), foi mĂŠdico, — Rio de Janeiro, 11 de Abril o e expoente da militar, escritor, jornalista, polĂ­tic Doutrina EspĂ­rita no Brasil. a quando do lanEspĂ­rit na Doutri a ceu Conhe portuguesa de O çamento da tradução em lĂ­ngua atravĂŠs de um exemLivro dos EspĂ­ritos (em 1875), dedicatĂłria pelo com plar que lhe foi oferecido Travassos. Sobre seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos a registrou Bezerr o prĂłpri o o contato com a obra, posteriormente: Tijuca, a na a morav eu e cidade “Deu-mo na . Embarquei com o liuma hora de viagem de bonde viagem, longa a para ĂŁo distraç tinha vro e, como nĂŁo hei de ir para o inferno disse comigo: ora, Deus! NĂŁo sar-me ignoconfes o ridĂ­cul ĂŠ , Depois isto‌ por ler tenho estudado todas rante desta filosofia, quando do assim, abri o livro as escolas filosĂłficas. Pensan cera com a BĂ­blia. aconte e prendi-me a ele, como que fosse novo para Lia, mas nĂŁo encontrava nada era novo para aquilo tudo anto, meu EspĂ­rito. Entret tudo o que se achamim!... Eu jĂĄ tinha lido ou ouvido e seriamenpei-m Preocu os’. EspĂ­rit dos va no ‘O Livro e a mim mesmo dizia: )((63 te com este fato maravilhoso 3LQWXUD 0HGL~QLFD GD ou, mesmo ciente, incons a espĂ­rit era eu parece que ça.â€? como se diz vulgarmente, de nascen ico Reformador, Com o lançamento do periĂłd

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Homenagem a Allan Kardec

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“É preciso nascer de novo” - Jesus De 1º a 4 de maio, com abertura de Divaldo Franco Já temos mais de 30 nomes de eminentes espíritas confirmados como conferencistas para o evento!


EXPEDIENTE Revista bimestral Assinatura anual: R$ 36,00 Fundado em 1º de março de 1944, por Marta Cajado de Oliveira (Diretora Responsável 1896/1989); Pedro Camargo “Vinícius” (Diretor Gerente - 1878/1966) e Cmte. Edgard Armond (Diretor Secretário - 1894/1982). Conselho Editorial Julieta Ignez Pacheco de Souza, presidente da FEESP, Maria Elizabete Baptista, vice presidente, Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia, diretora da Área de Divulgação, e demais membros da Diretoria Executiva da FEESP Editor: Altamirando Dantas de Assis Carneiro (MTb 13.704) Reportagens: Sandra Cappellano Barbosa (MTb 13.555) E-mail: divulgacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores e editores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento da Revista O Semeador Internacional, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação: Rua Maria Paula, 140, Edifício Allan Kardec, 3º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 Ramal 224 Administração: Rua Maria Paula, 140 – Edifício Allan Kardec, 8º Andar, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3115-5544 – Fax.: (11) 3104-2344. Portal: www.feesp.org.br E-mail: divulgacao@feesp.org.br Registrado de acordo com os artigos 136131 do Decreto Federal 4.853 de 1939. CNPJ 61.669.966/0014-25 – Inscrição Estadual: 114.816.133.117 Assistência Social da FEESP: Casa Transitória Fabiano de Cristo, Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2797-2990 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: 3107-2023 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua França, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP Diretoria Executiva: Presidente: Julieta Ignez Pacheco de Souza Vice Presidente: Maria Elizabete Baptista Diretor da Área de Assistência e Serviço Social: Eli de Andrade Diretora da Área de Ensino: Zulmira Hassesian Diretora da Área de Assistência Espiritual: Maria de Cássia Anselmo Diretora da Área de Divulgação: Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia Diretora da Área de Infância, Juventude e Mocidade: Vera Lúcia Leite Diretora da Área Financeira: Sonia Puggina Diretora da Área Federativa: Nancy César Campos Raymundo Presidente do Conselho Deliberativo: Afonso Moreira Junior Editoração: TUTTO (11) 2468-3384 Impressão: Gráfica Brasil (11) 3266-4554

Sumário

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Editorial

A loucura sob novo prisma Programação de Palestras Públicas

Palestras aos sábados, domingos e feriados

6 A caminho da luz 8 Especial afinação da sensibilidade 10 Julgamentos 12 Mudanças necessárias 14 Inventário Moral 16 Alguém tem um tempo aí? 19 Fórum da Mocidade da FEESP 20 Que somos nós? 22 23 24 Roberto Vilmar Quaresma Orson Peter Carrara Paulo Pio

Edelso da Silva Junior

Sergito de Souza Cavalcanti Paulo Oliveira Evento

Roberto Watanabe

Notícias Internacionais

FEESP lança “Cisco Cândido Xavier” em Deerfield Beach, nos Estados Unidos

KSSF encerra cursos anuais em clima de festa

FEESP e AME em estudos de Neuroimagem na Alemanha

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Editorial

A LOUCURA sob novo prisma

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(homenagem ao Doutor Bezerra de Menezes)

aro leitor, Todos os anos, a FEESP homenageia Doutor Bezerra de Menezes no mês de agosto com palestras e eventos variados, inclusive com interpretação, dos alunos da Área de Ensino, através de textos sobre sua vida repleta de profundos exemplos de amor ao próximo. Em sua última encarnação no Brasil, Bezerra nasceu em 29 de agosto de 1831, há 182 anos. Formou-se em Medicina aos 25 anos de idade. Foi eleito membro da Academia Imperial de Medicina e nomeado cirurgião tenente do Corpo de Saude do Exército. Foi político; participou do Partido Liberal; tendo sido eleito vereador, deputado federal e membro da Comissão de Obras Públicas. Assumiu a criação da Companhia de Estrada de Ferro Macaé – Campos. Foi diretor da Companhia Arquitetônica; presidente da Companhia Carril de São Cristóvão, e membro de diversas entidades beneficentes. Em outro mandato como vereador foi presidente da Câmara Municipal. Sua vida como Espírita convicto se iniciou em 16 de agosto de 1886, dia em que proclamou sua adesão solene ao Espiritismo perante 2000 pessoas, aos 55 anos de idade. Lindos casos ficaram registrados por Ramiro Gama, em bela obra literária, na qual mostra que Doutor Bezerra jamais se negou a atender um paciente; agindo sempre sem preconceitos e com desprendimento; tendo doado inclusive seu anel de formatura a um necessitado. De conduta irrepreensível, seu lema sempre foi servir ao próximo, em todos os setores de atuação de sua vida. Foi eleito por mais de uma gestão Presidente da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, e é considerado o Consolidador do Espiritismo no Brasil. Em comunicação mediúnica apresentou-se como mentor da Federação Espírita do Estado de São Paulo, logo após a sua fundação. Doutor Bezerra inspirou essa gigantesca obra que se transformou na maior Instituição Espírita do mundo, por onde passam por volta de 11.000 pessoas por dia, todos os dias da semana, de 2ª a domingo, (aberta das 8h às 22h). Na literatura, publicou mais de 40 livros sem medo de expor suas ideias. Neste ano, a FEESP homenageia Doutor Bezerra, através das Edições FEESP, da Área de Divulgação, com o relançamento de um de seus livros que relata um problema familiar com um de seus cinco filhos, o qual, por motivo de obsessão do passado, precisou deixar os estu4

dos de Medicina pois apresentou problemas mentais. O livro “A loucura sob novo prisma” já estava revisado e pronto para ser levado à gráfica, e nos preocupávamos com a nova capa, porque queríamos que retratasse o conteúdo da obra. Foi quando um fato curioso aconteceu, sem que nada tivéssemos comentado porque queríamos fazer uma surpresa aos colaboradores. No trabalho de Pintura Mediúnica, às terças feiras, os médiuns pintavam, quando a tela da médium Juvita Maria da Costa nos chamou atenção porque parecia retratar a reencarnação como uma viagem, com barcos, que deveriam atravessar uma cortina que aparecia ao fundo. Observávamos, quando a médium em uma pincelada rápida fez surgir uma mulher com duas criancinhas no colo. Não tivemos dúvidas que os Espíritos quisessem retratar o conteúdo da história, porque duas almas (as duas criancinhas) eram as envolvidas nos problemas do passado: Doutor Bezerra e seu filho, a ressarcir suas dívidas. “A loucura sob novo prisma”, livro escrito por Bezerra de Menezes, faz com que sintamos a humildade, a transparência de sua alma caridosa, que não teve medo de expor seus próprios erros de outras encarnações em benefício do esclarecimento dos princípios básicos do Espiritismo, elucidando a relação dos problemas mentais com a obsessão. A tela mediúnica está na capa da nova edição e será um dos temas do Congresso Espírita da FEESP 2014, de 1º a 4 de maio. Agradecemos a constante e valiosa ajuda do Doutor Bezerra de Menezes, bem como a de todos os pintores do Plano Espiritual que trabalham através dos médiuns humildes e disciplinados, em prol da Divulgação do Espiritismo. Silvia Cristina Puglia


A CAMINHO da luz

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Roberto Vilmar Quaresma

travessando os caminhos da vida nada hei de perder, porque quanto maior a minha bagagem de conhecimentos, menos risco terei ao avaliar as maneiras pelas quais devo agir para ultrapassar os obstáculos que encontrar pelas estradas. Na subida para melhores estágios é evidente que venhamos a encontrar empecilhos. Não só para testar nossa vontade e perseverança, como também, para determinar até que ponto é possível nos posicionarmos para a etapa seguinte. Quando fomos levados a ocupar a situação onde hoje

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estamos sustentados, é quase certo tenhamos assumido o compromisso de lutar por vitórias, ou seja, reparar faltas cometidas, abandonar vícios e hábitos inferiores, melhorar o compêndio intelectual, desenvolver a moralidade a nível capaz de lançar-nos em momentos de paz interior. Enfim, tomamos como medida avançar a caminho da luz para alcançar existências onde os envolvimentos sejam mais confortáveis, e não tão penosos como os atualmente vividos. Temos convicção, por analogia com a iluminação utilizada no dia a dia, principalmente quando a noite se estabelece, que quanto maior a quantidade de


lúmens mais intensa a claridade da iluminação; então, quanto mais conhecimentos tivermos maior a visibilidade da vida, mais claras tornam-se as questões à nossa volta; conseguintemente, a luz desponta nos discernimentos mais acertados, precisos e lógicos, facilitando a caminhada; é como acender um palito de fósforo em meio às trevas, a escuridão se desfaz à nível capaz de nos mirarmos. Todos, ainda peregrinos sob o solo e ares deste planeta abençoado, caminhamos sobre os destroços que colocamos na própria trilha. Tais embaraços podem ter sido depositados com atos verdadeiramente exercitados, ou apenas elaborados em pensamentos que jamais deveriam ter se ajustado a quadros deprimentes, repletos de injustiças, inverdades ou promiscuidades. O importante, agora, não é lamentar-se, mas sim, transformar todo esse entulho, impedidor de passos confortáveis, em espaços e portas capazes de permitirem acesso à morada superior, onde os deslocamentos serenos comecem a interagir com nuanças consistentes de fraternidade a caminho da paz. Os seres criados por Deus, e somente Deus é o criador de tudo, têm destino acertado, embora tenham todo o tempo desejado para o cumprirem. Deus é integralmente amor, logo, por simples dedução, conclui-se que

suas obras são feitas com porções desse amor; em assim sendo, cada um de nós traz na estrutura mais íntima os germes que compõem o amor, bastante é começar a desenvolvê-los para iniciar posicionamento na trilha a caminho da luz. No estágio em que transitamos, para identificar as sementes do bem que encobertas vivem em nossas profundidades, precisamos mergulhar no âmago do íntimo, verificar quais as máculas impedidoras do eclodir dos germes divinos. Encontradas e qualificadas essas traves obstaculizadoras, resta-nos removê-las ou transformá-las em ponte para o benigno sucesso através de pensamentos, atos e comportamentos socializadores e compatíveis com as mensagens de Jesus, ou seja: - abrir o Evangelho e caminhar de acordo com as diretrizes ali explicitadas. Conscientizemo-nos: - Onde os males se organizam a escuridão das trevas se alastra impedindo se veja o passo seguinte; todavia, quando iniciamos um trabalho íntimo de conhecimento abrimos à porta para uma faísca de luz, que nos ajudará a conhecer a nós mesmos e, neste compasso, identificaremos quais passos devemos providenciar para que tenhamos momentos melhores. Nascem aí, deste trabalho individual, lúmens que se somarão às faíscas elaborando a construção a caminho da luz maior, a Luz de Jesus.

Roberto Vilmar Quaresma foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP 2011. É expositor, palestrante e articulista espírita de revistas e jornais. Contato: WWW.quaresmaroberto@ig.com.br

7 O SEMEADOR Internacional


ESPECIAL AFINAÇÃO

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da sensibilidade

Orson Peter Carrara

ão é doença, nem indício de desajuste mental ou emocional, embora possa ser confundida como tal por apressados julgamentos. É apenas uma afinação especial da sensibilidade. Como na música, somente funciona de maneira satisfatória o instrumento que não apresenta rachaduras, cordas arrebentadas, desafinadas ou qualidade duvidosa. O parágrafo que inicia o comentário da semana, com ligeira adaptação, é de autoria do consagrado escritor Hermínio Miranda no livro Diversidade dos Carismas. E prossegue o autor, com minhas adaptações e transcrições parciais para compor o artigo: “(...) Alto preço em angústias, decepções e desequilíbrios emocionais e mentais, perfeitamente evitáveis, é pago a cada instante em consequência da desoladora ignorância em torno da questão (...). E não poucos desajustes sérios ocorrem no próprio meio onde o conhecimento inadequado, insuficiente ou distorcido acaba resultando em problema mais grave do que a ignorância que busca informar-se de maneira correta. (...)”. O fato patente é que se trata de uma capacidade humana, não inventada ou imaginada ou mesmo sendo de detenção exclusiva ou privilegiada desta ou daquela classe social, política ou religiosa, de país, raça ou família. Sempre esteve presente na história humana, manifestando-se de acordo com a cultura que cada época vai propiciando seu uso e real entendimento. Sempre foi alvo de perseguições, humilhações e na época de maior ignorância da história, seus protagonistas eram torturados, perseguidos, chamados de feiticeiros e muitas vezes queimados vivos, como ocorreu com tantos nomes ilustres, entre eles a notável Joanna D`Arc. 8

O progresso, todavia, sendo irresistível, mudou o panorama daquela visão errônea de fatos absolutamente naturais. As perseguições e humilhações foram gradativamente sendo substituídas pelo estudo científico da questão, ao lado do surgimento e continuidade natural dos fenômenos e pessoas com tais possibilidades mais expressivas, resultando numa época nova de entendimento, que substitui a ignorância pela cultura e pesquisa de um fenômeno real.

Hoje tema de filmes, novelas e motivação de eventos, encontros, congressos e ampla pesquisa científica neutra, fora mesmo do ambiente religioso – onde também se estuda e se pesquisa o assunto com amplos resultados –, essa capacidade afinada de perceber algo além da matéria densa é bem uma afinação da sensibilidade,


feliz expressão do citado autor no livro em que experiências e casos são relatados. Basta o leitor pensar na intuição. Tão valorizada atualmente e tão necessåria, como ela se enquadra na questão? Não Ê um bom tema para debate? Pois Ê! Ela Ê apenas um desdobramento ou correlata capacidade humana que se desenvolve com o tempo, com o progresso da mentali-

dade geral do ser humano. Falamos da mediunidade, a temida e perseguida capacidade que apenas Ê ponte entre o mundo real e o mundo das ilusþes que nos fazem nos perdermos por tão pouco no pantanoso terreno das aquisiçþes e dos títulos e bens que passam. Deixemos o preconceito de lado e convenhamos que hå algo mais alÊm do que nossos pobres olhos mortais podem enxergar.

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Direção de Celisa Maria Germano

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Orson Peter Carrara foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP 2011. É escritor, expositor e articulista espírita de revistas e jornais. Contato: WWW.orsonpcarrara.com.br

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JULGAMENTOS Paulo Pio

“Pois com o critério com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” Jesus (Mateus – 7:2)

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uando julgamos alguém ou alguma situação de forma abrupta, incoerente e unilateral estamos incorrendo em um grave risco para nossa evolução espiritual. Quantas vezes condenamos alguém injustamente? Quantas encarnações perdidas no ódio e no desamor por ainda não termos extirpado esta chaga que se aninha em nossos espíritos? Qual de nós, seres humanos encarnados neste planeta de expiação e provas possui autoridade moral e ética para fazer julgamentos? Uma das maiores estrelas da constelação do Cristo, Francisco Candido Xavier, certa feita, ao ser inquirido sobre o assunto nos deixou a seguinte frase imortalizada por Carlos Baccelli: “Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento é não julgar, definitivamente, não julgar quem quer que seja”.

terríveis, que muitas vezes parecem um castigo, uma injustiça aos olhos dos homens como: doenças graves ou congênitas, desencarnes em massa, flagelos destruidores e outros, ao contrário do que parecem, significam na maioria das vezes evolução e libertação para os espíritos que participam do contexto exposto.

“Uma história está sempre dentro de outras histórias desta e de outras vidas”.

Geralmente, diante de uma primeira impressão, colocamos um “carimbo” nas costas do nosso semelhante, existe até um ditado popular de nos lembra que: “A primeira impressão é a que fica”. Lembremo-nos que,

“Quem és tu que queres julgar, com vistas que só alcançam um palmo, coisas que estão há mil milhas de distância”. Dante Alighieri

Certa feita, em uma cidade do interior de São Paulo, um padeiro foi ao delegado dar queixa do vendedor de queijos, que segundo ele, estava roubando no peso. O delegado pegou um queijo que deveria pesar um kilo e Julgar em 99% dos casos é tirar conclusões precipitadas constatou que ele pesava apenas 800 gramas. Feito isto, sem conhecer a totalidade dos fatos, é julgar as aparências, mandou prender o vendedor de queijos. Já na delegacia, é como a definição do dicionário: supor, imaginar, conjeturar, ouviu a seguinte história do acusado. – Doutor, eu não formar opinião sobre uma pessoa ou fato, sobre algo que não tenho pesos de um quilo em casa, por isto eu compro temos total conhecimento e que, na maioria das vezes, todos os dias dois pães de 500 gramas do próprio padeiro não é da nossa conta. e coloco-os em um dos pratos da minha balança, quando o fiel da balança se equilibra, sei que tenho um queijo de “Apressar-se a julgar é arriscar-se a uma acusação”. um kilo para vender! Publilio Siro O delegado tirou a prova comprando dois pães daquele estabelecimento e após pesá-los, constatou que o padeiro, Quando tomamos conhecimento de algum aconte- de “acusador”, havia se tornado réu na investigação. cimento, venha à informação de onde vier, seja ela boa ou má, devemos usar sempre o crivo da misericórdia em Nós somos um pouco assim, muitas vezes, acusamos nossas tomadas de posição. Quando nos contam uma os outros dos nossos próprios erros. Quando julgamos história, vemos apenas uma “parte” daquela história, alguém, estamos julgando a nós mesmos, porque com contada, narrada ou escrita sob o ponto de vista de quem a medida que medirmos nosso irmão, também seremos já a interpretou e lhe deu significado. Quando julgamos medidos perante o tribunal da nossa consciência. pela aparência, vemos apenas o momento presente, não conhecemos o que realmente se passou, então não temos “Quem julga as pessoas não têm tempo para amá-las”. o direito de emitir julgamentos de qualquer ordem. Madre Teresa de Calcutá

Nos ensinamentos espíritas aprendemos que fatos 10


quando colocamos o dedo em riste para apontar os erros do próximo, os outros três dedos sempre apontam para nós mesmos. Não nos enganemos, segundo a lei divina: “Cada um julga a si mesmo por seus pensamentos e atos”. Reforma íntima significa olharmos as atitudes dos outros e os acontecimentos da vida com os olhos da misericórdia e do afeto. Está na hora de tirarmos a “trave dos nossos olhos”, como nos ensinou Jesus. É tempo de olharmos os outros com amor. Temos que procurar ver no patrão difícil, no vizinho insensato, no governante inoperante, no familiar complicado, no motorista imprevidente, pessoas que podem nos ensinar algo. Talvez eles nos apontem nossos próprios erros, talvez seja esta a oportunidade que temos de mudar para sempre as nossas vidas. Ao invés de julgar, use da empatia e procure se colocar no lugar desta

pessoa. Será que não faríamos o mesmo ou pior diante das mesmas circunstâncias? Devemos sempre lembrar que a justiça divina transcende completamente às noções que temos da justiça humana, e que a lei natural de “causa e efeito” no final irá reajustar todas as coisas, sem precisar de nossas precipitadas e falhas opiniões à respeito. Respeitar as opções do outro e não julgar em qualquer conjuntura é fundamental e uma das maiores virtudes que podemos adquirir em nossa passagem nesta encarnação. As pessoas são diferentes, possuem histórias e aprendizados próprios, nunca julgue, apenas compreenda. “SENHOR, NÃO ME DEIXE JULGAR UM HOMEM SEM QUE EU TENHA ANDADO DUAS LUAS COM AS SUAS SANDÁLIAS” Prece de um índio navajo.

Paulo Pio foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP 2011. É palestrante e escritor espírita. Contato: paulo.pio@uol.com.br

11 O SEMEADOR Internacional


MUDANÇAS

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necessárias

Edelso da Silva Junior

entro da proposta espírita de transformação interior, nos detemos na afirmação “reconhece o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para anular em sai suas más tendências”. Com esta afirmação podemos entender o quanto de profundidade dela podemos colher neste momento tão necessário que passa o planeta Terra. Governos totalitaristas estão caindo no mundo inteiro. Temos os exemplos do Oriente Médio; religiões conseguindo passe livre em países comunistas, socialistas. O que isso denota? A necessidade de mudança no mundo. Estamos entrando em um momento decisivo que determinará o futuro da Terra. Logicamente que essas mudanças estão vinculadas a questões morais. O mundo embora esteja repleto de religiões e a cada dia surgem mais ainda, nunca precisou tanto de espiritualidade. A banalização do Evangelho veiculado nas mídias eletrônicas, onde Jesus é um produto de negociação para os incautos líderes religiosos que infelizmente se aproveitam da fragilidade e da miséria humana, tem trazido à tona grandes questionamentos nesse momento. Que tipo de mudança estamos nós aqui, no Brasil esperando? Particularmente estamos pensando muito na frase de Kardec acima citada. As mudanças necessárias com toda a certeza precisam ser a do campo moral. Pois bem meus amigos, mudar não é fácil, mudar velhos hábitos é uma tarefa que exige esforço. Esforço este que nem sempre conseguimos dar continuidade após inicia-lo. Mudar exige condições interiores que não se consegue de um dia para o outro. Exige um processo de maturação que se constrói aos poucos, pois o ser humano é um ser criado incompleto. Criado com todas as condições de ir se completando nos diversos estágios de sua experiência evolutiva. É iniciativa nossa promover a construção das disposições de mudança dentro de nós. Nosso ponto de partida é criar condições para o desenvolvimento das qualidades necessárias para chegarmos a perfeição. 12

Com a força de vontade definida vamos precisar de ajuda externa também, pois não existe ninguém na face da Terra que seja independente. Todos somos interdependentes. Todos podem alcançar esse desenvolvimento? Todos que o queiram. Os que ainda não decidiram promover as mudanças necessárias dentro de si, não o fizeram por que? Porque não sentiram necessidade e sequer, muitos nem sabem como fazer. Neste aspecto Kardec foi muito preciso ao dizer que é necessário se esforçar para melhorar. Ora ele como um dos grandes luminares da humanidade sabia que, em um planeta de expiações e de provas, somente cultivando gradativamente as virtudes cristãs é que começaríamos a encontrar as disposições para as mudanças necessárias. A necessidade do autoconhecimento diante de tudo isso é essencial para que possamos ter visão de futuro. É através da autoanálise que vamos reconhecendo aquilo que não serve mais para nós, organizando melhor nossas tendências, sabendo para quê são úteis e projetarmos um futuro melhor. Através do conhecimento que adquirimos, vamos nos conhecendo melhor e com isso, compreendendo melhor nossa posição dentro da sociedade. Por isso sem o conhecimento de nossas potencialidades, de nossas limitações não poderemos ir adiante. Quando começamos a trabalhar o ser que ignora determinadas verdades sobre si mesmo, limpando nossa consciência das ilusões que criamos em torno de uma imagem não verdadeira, valorizando muito o que não deveria ser valorizado, visualizando uma imagem distorcida de si mesmo, nos julgando muito além das nossas próprias possibilidades, não conseguimos seguir adiante. O sei que nada sei nesse caso é uma boa explicação para nosso sucesso como homens, seres planetários, cidadãos cósmicos. Somente a ideia exata de nossa condição é que poderá facilitar o avanço para o próximo estágio. Quando conseguimos crescer nesse sentido, estamos mais próximos das realizações espirituais em nossas vidas. Por isso a necessidade humana neste momento é ex-


clusivamente de ordem moral. Conseguimos alcançar altas tecnologias em diversas áreas do conhecimento, mas precisamos, agora, dar um salto de qualidade no campo moral. As condições nunca foram tão boas para isso. Mas essa condição pode ser realizada por si mesmo, sem a ajuda de alguém? Como falamos anteriormente, somos todos interdependentes. As várias oportunidades de estudo em grupo dentro das Casas Espíritas, representam, ao nosso ver, essa ajuda que necessitamos para alcançar as condições necessárias de mudança. Fala-se muito da importância de Edgard Armond na criação de cursos e escolas de Espiritismo. Embora seja uma verdade, não retrata de forma completa aquilo que foi por ele realizado no Espiritismo. A Escola de Aprendizes do Evangelho, por exemplo, não é um curso de Espiritismo. É uma proposta de estudo do Evangelho Segundo o Espiristismo espiritual com metodologia didático-pedagógica. É uma proposta de vida. Propõe sairmos do

estudo acadêmico para as realizações efetivas em nosso dia-a-dia. Fortalecidos em grupo que de forma coletiva viabiliza experiências individuais que, no final representam grande ganho para a coletividade, pois fortalece os ideais que ela propaga. Sendo assim, quando estamos diante de um aluno, por exemplo, da EAE, que está em processo de conhecimento, traçando planos para sua transformação, estamos diante do verdadeiro espírita, que se esforça para anular suas más tendências. Transformação que apenas está começando e que levará para outras experiências reencarnatórias. Portanto, quando vivenciamos um mundo em transformação, como estamos vendo hoje, onde as conquistas são na base muitas vezes da violência, infelizmente, vemos o quanto temos de transformar o homem velho que reside dentro de nós. Temos cada vez mais certeza da necessidade de mais Escolas de Aprendizes do Evangelho por todo o país.

Edelso da Silva Junior Foi conferencista do Congresso Espírita da FEESP 2011. É documentarista e escritor espírita. Contato: www.culturaespirita. wordpress.com

SEMEADOR 1313 OOSEMEADOR Internacional Internacional


INVENTÁRIO MORAL

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Sergito de Souza Cavalcanti

o Templo de Apolo, em Delfos, na Grécia, há uma frase famosa que varou os séculos com a finalidade de alertar os homens para a necessidade do autoconhecimento. Sócrates e outros famosos filósofos gregos acreditavam que o objetivo mais elevado do ser humano era conhecer a si mesmo. Kardec, ao inquirir a espiritualidade superior sobre qual o meio mais prático para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal, teve como resposta: “ Um sábio da antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”. O espírito Santo Agostinho, nos aconselha qual seria a maneira de conhecermos a nós próprios; “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites se lembrar de todas suas ações do dia e se perguntar o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclareça, adquire uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acredite-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizeste e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizeste alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai, ainda, isto: se aprouvesse a Deus me chamar neste momento a entrar no mundo dos espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? O conhecimento sobre nós mesmos é fator importante para nosso crescimento interior. Façamos um inventário moral de nós mesmos, buscando conhecer nossas próprias deficiências, pois o autoconhecimento é a primeira condição de mudança. A grande missão de Jesus foi, sem dúvida, ajudar-nos em nosso progresso moral e a estarmos em paz conosco e com nossos semelhantes. Entretanto, para que possamos melhorar, é indispensável nos conhecermos, e sabemos que esta é uma tarefa difícil, que requer sabedoria e esforço. 14

Precisamos constantemente nos analisar melhor, procurando saber quais são nossas virtudes e nossos defeitos, nossas possibilidades e limitações, o que deve e o que não deve ser mudado. A maior dificuldade que temos em nos conhecer advém do nosso egoísmo, pois normalmente preferimos um elogio falso a uma crítica construtiva. Nossa tendência é de assumir o que é bom e atribuir ao outro o que é ruim. Portanto, sem o autoconhecimento serão impossíveis mudanças, pois seria mudar o que ainda não conhecemos. Seria o mesmo que chamarmos um engenheiro para reformar uma casa com portas e janelas trancadas. Sem que ele conheça os cômodos internos, será impossível qualquer reforma. A verdade é que somos ilustres desconhecidos de nós mesmos. Não fazemos idéia de quem somos e de qual será nosso comportamento perante determinada situação. Pelo desconhecimento de nossos sentimentos, tomamos, algumas vezes, atitudes equivocadas que nos fazem sofrer muito. Não temos o costume de nos avaliar, de analisar profundamente nossa intimidade e nossos atos. Um bom roteiro para uma auto-analise seria tentarmos responder às seguintes indagações: 1. Em que proporção consigo dominar meus instintos? 2. Em que grau controlo minhas emoções e impulsos? 3. Em que medida me abandono aos excessos? 4. Como reajo ante frases ou palavras desagradáveis? 5. Sou vaidoso, orgulhoso, ciumento, rancoroso? 6. Gosto da maledicência? 7. Tenho feito mal a alguém com palavras, atos ou ações? 8. Em que proporção estou contribuindo para o bem dos demais? Afirmam nossos mentores espirituais que reconhecer a própria situação interior já é sinal de adiantamento, visto que nos conduz ao aperfeiçoamento moral. Estamos sempre num grande conflito moral diante do que somos e do que gostaríamos de ser. Se persistirmos, iremos notar que é difícil, mas não é impossível, avançar muitos passos. Quando entendermos que vitoriosos seremos não por


vencermos nossos adversários, e sim a nós mesmos, compreenderemos o estado de guerra intensivo a que se referiu Jesus quando disse: “Não penseis que vim trazer paz à Terra, não vim trazer a paz, mas a espada” A guerra deve ser contra nossos vícios e paixões, contra os velhos hábitos e sentimentos inferiores. Diante do espelho de sua consciência o homem deve se examinar sem subterfúgios, sem procurar justificar-se diante de suas faltas e equívocos. Concentrar esforços em seus pontos fracos e vulneráveis. E o mais importante é não desistir de recomeçar todos os dias. Uma maneira prática e eficaz de treinar nosso autoconhecimento é por meio de um “diário”, no qual, ao longo dos anos, vamos registrando por escrito o que de mais importante tem acontecido em nossa vida. Registrando os momentos bons e os momentos maus, nossas falhas e virtudes. Com o passar dos anos, revendo esses escritos, teremos melhores condições de nos avaliar, de nos analisar, aprendendo a gerenciar melhor nossos atos e ações. O homem interessado em se conhecer não menospreza, também, a benção do corpo, templo da alma. Nunca nele se fixa e nunca se confunde com ele. Permanece convicto de que o corpo nada mais é do que o frasco que lhe contém a essência. Alimentá-se de maneira saudável. Não comete excessos de nenhuma natureza. Auto-policiemos nossos atos pois ser bom e virtuoso depende de nossa persistência em domar nossas más ações. Um pequeno conto ilustra bem a importância da vigilância do conhe-

cimento sobre nós mesmos: “Um granjeiro pediu a um sábio que o ajudasse a melhorar sua granja, que tinha baixo rendimento. O sábio escreveu algo em um pedaço de papel e colocou em uma caixa. Fechou-a e entregou-a ao granjeiro, dizendo: ---Leve esta caixa por todos os lados de sua granja, três vezes ao dia, durante um ano. Assim fez o granjeiro. Pela manhã, ao ir ao campo segurando a caixa, encontrou um empregado dormindo, quando deveria estar trabalhando. Acordou-o e chamou-lhe a atenção. Ao meio dia, quando foi ao estábulo, encontrou o gado sujo e os cavalos sem alimento. À noite, indo a cozinha com a caixa, deu-se conta de que o cozinheiro estava desperdiçando os gêneros. A partir daí, todos os dias, ao percorrer sua granja de um lado a outro com o seu amuleto, encontrava coisas que deveriam ser corrigidas. Ao final do ano, voltou a encontrar o sábio, e lhe disse; ---Deixe esta caixa comigo por mais um ano; minha granja melhorou o rendimento desde que estou com o amuleto. O sábio sorriu e, abrindo a caixa, disse-lhe: ---Pode ter esse amuleto pelo resto de sua vida. No papel estava escrita a seguinte frase: “Se queres que as coisas melhorem, deves acompanhá-las constantemente. Será, pois, na busca incessante por nossa reforma íntima e no policiamento das nossas ações que teremos condições de corrigir as más ações e nos conhecer melhor.

Sergito de Souza Cavalcanti é orador e escritor espírita. Contato: sergitocavalcanti@hotmail.com

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ALGUÉM TEM um tempo aí?

Paulo Oliveira O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo que o tempo tem.” (Trava língua)

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correria em que vivemos na atualidade é o sintoma do desequilíbrio causado pela busca frenética para atender aos afazeres e compromissos diários, no intuito de se conseguir o máximo de resultado possível, muitas vezes de forma altamente competitiva, gerando ansiedade e insegurança. Em meio à dinâmica que estabelecemos para a nossa vida, frequentemente, ao final do dia, temos a impressão de estarmos na mesma situação de um hamster que corre numa roda, despendendo toda a energia num esforço intenso e contínuo, porém sem sair do mesmo lugar. A sensação de vazio e de ter deixado algo pendente, causa um grande desconforto e reforça a ideia de que precisamos correr mais no dia seguinte. Essa reação gera uma espiral crescente e viciosa que impulsiona o ser a preencher esse vazio, com mais coisas para fazer. Essa condição está tão impregnada no modelo mental vigente, que ao se perguntar a qualquer indivíduo: “Como é que você vai?”, temos invariavelmente a resposta: “Correndo!”. As próprias crianças não escapam dessa louca corrida, enfrentando uma rotina estressante, composta por deveres extracurriculares, que vão desde as artes marciais às aulas de idiomas, informática, entre outras, não permitindo que os nossos pequenos possam viver a sua infância adequadamente, tendo tempo para brincar e aprender a viver. No entanto, é preciso, dizem os pais apavorados, preparar os nossos filhos para enfrentar os desafios que o mundo apresenta. Será que essa corrida insana nos dá o que precisamos? Estamos felizes, motivados e satisfeitos em nossas vidas? A resposta que, na maioria das vezes, se ouve é um sonoro não! Essas são questões que gostaríamos de colocar à apreciação e reflexão, pois são vitais para o nosso equilíbrio tanto emocional quanto físico. Vivemos em uma sociedade do espetáculo, na qual o consumismo incita-nos à busca insaciável da satisfação de nossos desejos, principalmente através da aquisição 16

desenfreada e impulsiva de itens variados, inclusive aqueles que não nos fariam falta alguma, deslocando o foco de nossa motivação do nível interno para o externo, gerando consequências que transcendem mesmo à condição da vida presente. Alguns poderão afirmar: “Mas, essa corrida tem sentido, pois queremos melhorar nossa condição financeira e sermos mais felizes.” A ideia em si não está errada, porém deve-se considerar que enquanto se prioriza, unicamente, o objetivo de melhor posicionamento social e econômico, está-se deixando de atender ao desenvolvimento da própria emoção. E é exatamente nesse ponto que começam a existir os conflitos entre o ter e o ser. Joanna de Ângelis chama-nos a atenção quando afirma: “O homem e a mulher da atualidade, após os grandes e inimagináveis voos do conhecimento e da tecnologia debatem-se, surpresos, nas águas turvas da inquietação e do sofrimento, constatando que os milênios de cultura e de civilização que lhes alargaram os horizontes do entendimento não lhes solucionaram os grandes desafios da emoção.”1 E mais adiante completa: “(...) a desumanização dos sentimentos, objetivando a conquista dos patamares do poder, da glória e do prazer, conspiraram dolorosamente contra o ser essencial, que se reveste da estrutura física, a fim de desempenhar o ministério da evolução.” Nessa desenfreada corrida, ”o ser quase não tem tempo ou lucidez para pensar na grandeza de que se constitui, perturbado pelas paixões a que se entrega e que o devoram.” 2 A querida benfeitora, com sua clareza de espírito elevado e iluminado, traz-nos o diagnóstico da causa que gera a nossa atual condição de desequilíbrio e de dor: a desumanização dos sentimentos, traduzida para o dia a dia do ser, em doenças características do aparelho psíquico como a depressão, mal que está, cada vez mais, presente na vida das pessoas, exigindo tratamento adequado tanto medicamentoso, psicológico quanto espiritual, uma vez que todo desequilíbrio da alma repercute indelevelmente no campo fisiológico. Em apoio a essa ideia, Emmanuel, o estimado benfeitor espiritual, afirma que “os homens de hoje dispõem de máquinas que o auxiliam a ganhar tempo, mas não


a calma, diante das provações que se lhes fazem necessárias.”1 O que fazer então para se retomar o equilíbrio espiritual e conseguir atingir a verdadeira felicidade e a paz? Essa é uma questão que não tem resposta simples e nem fácil, porque depende unicamente de uma mudança de atitude do próprio indivíduo, pela ação da própria vontade. Enquanto entendermos o mundo como a única fonte de satisfação de nossas necessidades, dedicaremos esforços, e tempo, demasiados para alcançar aquilo que erroneamente acreditamos ser o principal e o indispensável, sendo que a felicidade não está no exterior, mas sim na paz de espírito e no equilíbrio emocional dos indivíduos. Lembremos, nesse sentido, as palavras de Jesus, quando afirma: “O Reino de Deus não vem com aparência exterior.”2 Assim, depreendese desse ensinamento que o Reino de Deus está dentro de cada um dos filhos da criação divina. O que

precisamos fazer, urgentemente, é buscar, internamente, essa condição, e exteriorizá-la através das atitudes e comportamentos diários. No entanto, para que isso aconteça, precisamos rever o critério que estamos utilizando para tomarmos nossas decisões, ou seja, para fazermos nossas escolhas. Quando alguém age, está colocando em prática uma decisão tomada. Ao corrermos desesperadamente para o que nos é solicitado diariamente, estamos agindo, como consequência desse processo individual de tomada de decisão. Quando optamos por focalizar somente nossas intenções e interesses materiais, atendendo às exigências do dia a dia enlouquecido, estamos dando mais tempo para aquilo que realmente valorizamos: as imposições do mundo. Porém, Jesus, através do ensinamento de que “ninguém pode servir a dois senhores”3, alerta que se privilegiarmos exclusivamente o mundo, em seus

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requisitos materiais, necessariamente estaremos deixando de pensar em Deus e servi-lo. O Mestre não pede que nos isolemos, mas sim que vivamos de forma equilibrada diante das necessidades impostas pelo mundo, não nos esquecendo, no entanto, de valorizar primordialmente o nosso crescimento espiritual. Assim, a utilização do tempo disponível segue uma hierarquia de importância em função daquilo que realmente valorizamos. Nessa condição de atender exclusivamente às questões diárias, a principal alegação é a de que não se tem tempo para pensar em “coisas de religião”, pois, como já mencionado, é necessário buscar, à exaustão, aquilo que precisamos para viver bem, obviamente, dentro da ótica do aqui e agora. Mas, será que realmente não temos tempo para pensar nas coisas do espírito? Não seria, talvez, mais uma questão da vontade de realizar essa busca, do que, de fato, da quantidade 17 O SEMEADOR Internacional


de tempo disponível? Para apoiar esse raciocínio gostaríamos de questionar: Mas, o que afinal significa não ter tempo? Quando nos referimos ao tempo, na civilização moderna, geralmente empregamos uma só palavra para representá-lo. Existe, porém, uma clara diferenciação conceitual entre o tempo cronológico e o tempo subjetivo. Enquanto o primeiro representa o tempo mensurável (horas, minutos e segundos), o segundo refere-se à percepção que cada um faz dessa quantidade de horas à sua disposição. Assim, refletindo, podemos começar a perceber que a organização do tempo dá-se, fundamentalmente, pela priorização do realizar coisas, conforme nossos interesses. É certo que teremos de atender nossas responsabilidades e compromissos, pois disso não devemos nos alhear. Porém, à luz destas reflexões, poderemos reorganizar o nosso dia, mesmo diante da correria, para encontrarmos espaço para pausas necessárias, no sentido de atender às necessidades espirituais inadiáveis, que funcionam como um reabastecimento de energias, que atuarão no restabelecimento e manutenção de nossa saúde espiritual. Na tentativa de trazer as soluções apresentadas pelos Espíritos amigos com relação a essa saúde espiritual citada, transcrevemos abaixo o trecho que é uma verdadeira receita de luz: “Assim é que orar em nosso favor é atrair a Força Divina para a restauração de nossas forças humanas, e orar a benefício dos outros ou ajudá-los, através da energia magnética, à disposição de todos os espíritos que desejem realmente servir, será 18

sempre assegurar-lhes as melhores possibilidades de auto-reajustamento, compreendendo-se, porém, que se o amor consola, instrui, ameniza, levanta, recupera e redime, todos estamos condicionados à justiça a que voluntariamente nos rendemos, perante a Vida Eterna, justiça que preceitua, conforme o ensinamento de Nosso Senhor Jesus-Cristo, seja dado isso ou aquilo ´a cada um segundo as suas obras´, cabendo-nos recordar que as obras felizes ou menos felizes podem ser fruto de nossa orientação todos os dias e, por isso mesmo, todos os dias será possível alterar o rumo de nosso próprio roteiro.” 1 (grifo nosso) Somos mais do que a simples matéria com sensações. É preciso reforçar a ideia de que somos espíritos, contando os minutos, horas e dias na presente reencarnação, que representa, no entanto, a grande oportunidade oferecida a todos nós que estamos, no momento presente, vivendo uma nova experiência no corpo físico. Concluímos, a esse respeito, com o pensamento do grande filósofo da Doutrina dos Espíritos, León Denis, em seu livro Depois da Morte: “Lembrate de que a vida é curta. Enquanto ela durar, esforça-te por adquirir o que vieste procurar neste mundo: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu ser espiritual daqui sair melhor e mais puro do que quando entrou! Acautela-te das armadilhas da carne; reflete que a Terra é um campo de batalha onde a alma é a todo momento assaltada pela matéria e pelos sentidos. Luta corajosamente contra as paixões vis; luta pelo espírito e pelo coração; corrige teus defeitos, adoça teu caráter, fortifica tua vontade. Eleva-te, pelo pensamento, acima das vulgaridades terrestres; dilata as tuas aspirações sobre o céu luminoso.”

Paulo Oliveira é colaborador da FEESP. Contato: psdo@uol.com.br


email para infanciamocidade@feesp.org.br

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QUEM SOMOS nós?

E E

Roberto Watanabe

ste artigo se propõe a uma reflexão sobre a nossa natureza essencial, da qual nem sempre parecemos ter consciência. Cada indivíduo é um ser único que busca se posicionar perante o mundo através da escolha de uma profissão, da construção de laços afetivos, da adesão a uma crença religiosa, etc. Desse posicionamento surgem os variados papéis que exercemos no cenário da vida, sejam de superiores e subordinados, pais e filhos, professores e alunos, adeptos desta ou daquela organização, etc. Da vida em comunidade e da busca de auto-afirmação surgem o narcisismo, a comparação de habilidades, a disputa por posições, os preconceitos e o menosprezo pelo outro, tudo isso redundando em conflito e separação. É claro que nem todos agem dessa maneira, pois há os que exercem conscienciosamente os seus deveres e primam pela atitude de cooperação e entendimento. Mas, num caso como noutro, existe o risco de construirmos a nossa identidade apenas em torno dos papéis que exercemos. É dessa forma que, se alguém pergunta quem somos, nós nos identificamos pelo ofício que exercemos, nosso estado civil, a crença que professamos, o time para quem torcemos, etc. É como se nosso ser dependesse desses papéis e sem eles caíssemos num vazio existencial; pensemos no exemplo de um profissional que dedica toda a sua vida a uma determinada atividade e que, ao chegar a aposentadoria, sente-se desorientado e sem rumo. Ora, as inconstâncias da vida nos expõem a mudanças repentinas, tais como uma situação momentânea de desemprego, a interrupção de atividades por motivo de doença ou a perda de um ente querido e, da mesma forma, o ciclo natural da existência determi20

na a partida dos filhos para constituir suas famílias ou a cessação das atividades profissionais após um longo período de trabalho. Portanto, se nos identificarmos de maneira exclusiva com os papéis por nós exercidos, cedo ou tarde nos veremos face a face com a desilusão e a amargura. E as questões que então se levantam são: Porque isso ocorre? Seria isso algo inevitável a que todos estariam sujeitos? A resposta para tais questões é que a decepção e amargura resultam do fato de que nós ignoramos ou esquecemos a nossa natureza essencial. Ignoramos, quando não temos noção do princípio da reencarnação, e esquecemos, quando temos essa noção, mas nos deixamos envolver pelo turbilhão da vida cotidiana. E qual é nossa natureza essencial? A de Espíritos imortais caminhando rumo à perfeição relativa através de inúmeras experiências existenciais, sendo estas a condição necessária para que se possa atingir o objetivo almejado. Assim, em cada existência corporal nós nos apresentamos ao mundo através da nossa personalidade ordinária, aprimorando nossas faculdades intelectuais e morais, sem perda dos avanços já obtidos em existências anteriores, que permanecem gravadas na personalidade integral e se manifestam atualmente como tendências e aptidões inatas. Há, portanto, a personalidade ordinária ou comum, ligada à


vida corporal, e a personalidade integral ou profunda, depositária das conquistas do passado. Elas consistem em planos distintos da consciência de um mesmo Espírito; nesse sentido, nos lembra Léon Denis que “o nosso “eu” ordinário, superficial, limitado pelo organismo, não parece ser mais do que um fragmento do nosso “eu” profundo. Neste está registrado um mundo inteiro de fatos, de conhecimentos, de recordações referentes ao longo passado da alma.” (O Problema do Ser, Cap. IV). Ora, toda a problemática levantada anteriormente decorre da ênfase demasiada à nossa personalidade ordinária, ou seja, ao apego aos papéis que exercemos na atual encarnação que, conforme demonstrado, estão sujeitos à todas as vicissitudes da vida. Viver assim é agir como o homem unipolar de Herculano Pires, que vive exclusivamente para este mundo e, por isso, é tomado pela angústia face às inconstâncias da vida e pelo medo face à morte inevitável (O Ser e a Serenidade, Cap. 6). A solução do problema ocorre a partir do momento em que passamos a viver como o homem polaridade de Herculano que, embora viva neste mundo, não se angustia pela sensação de finitude, pois sabe que sua existência não está limitada a esta encarnação. Ele se equilibra entre dois polos: o da vida mundana e o da vida espiritual. Mesmo estando mergulhado no turbilhão da vida cotidiana, ele não se esquece de sua natureza essencial, sabendo que sua vivência como

personalidade ordinária, envolvida nos embates do mundo, tem como finalidade o enriquecimento de sua personalidade integral, que reflete a sua real condição de Espírito imortal. O exemplo máximo do homem polaridade é Jesus quando afirmava a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo.” (Jo, 18, 36). Saibamos, assim, equilibrar as exigências da vida mundana com a necessidade do nosso aprimoramento espiritual, tendo consciência de que a nós cabe atender nossos deveres e responsabilidades com o máximo empenho e dedicação possível, não nos afligindo quando os resultados não ocorrerem conforme esperávamos, pois a semeadura a nós compete, mas a colheita a Deus pertence. Tendo isso em mente, exerceremos nossos papéis no cenário da vida da forma mais adequada possível, sendo ora o profissional dedicado e laborioso com a clara consciência de seus deveres, ora o estudante esforçado na busca do conhecimento que lhe agregará valores imperecíveis, ora o familiar empenhado no bem estar de seus entes queridos, ciente de que a paz se constrói a partir do ninho doméstico, e assim por diante. Teremos, enfim, plena consciência da nossa natureza essencial e da finalidade da encarnação dos Espíritos, conforme expressa na Codificação: “Todos são criados simples e ignorantes e se instruem através das lutas e tribulações da vida corporal”. (L.E.)

Roberto Watanabe é expositor e colaborador da FEESP. Contato: rowata@uol.com.br

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FEESP LANÇA O LIVRO “Cisco Cândido Xavier” em Deerfield Beach, nos Estados Unidos

Cisco Cândido Xavier – de Um berto Fabbri – o quanto ainda revela há por descob rir em torno da que se consider quele ava, orador e escritor Umberto sim plesmente, “u Incentivado po m cisco”... r bons amigos do s do vida, Fabbri ab lançou o islivro “Cisco lados da re oFabbri coração e divid valiosas lições e com o leitor de es pi rit ualidad Cândido Xavier”, das Ede, colecionad longo de anos as ao de convivência com o inesquec médiumições íve FEESP, na cidade lde das Minas Gera is. Entre dois mun dos, Chico Xavie Deerfi eld Florida, em evento r–m humild anso, reale e Beach, puro de coraçã o – partilhava generosamente com aq izado no KSSF Kardecian Spiritist Society ueles que o conh rodeavam o ecimento e as experiências qu e Um viv en ciavacom rto Fabbem of be Florida, de abril deste ano, . ri, tã21 o pr óximo dele, fo daqueles que i um as vislumbraram . a participação signifi cativa da comunidade Hoje, finalmen partilhamos de te, ste tesouro de luz, prodigamen distribuído nas te ginas de Cisco espírita dapá região. Cândido Xavie r, o Cisco de Jesu s...

Após proferir palestra sobre a vida Afonfoi so M oreirdos daquele que um a Jr. maiores médiuns já conhecidos até os dias atuais, nosso estimado Francisco Cândido Xavier, o autor autografou os livros.

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Umberto Fabbri autografa livro lançado com sucesso em Deerfield Beach, na Flórida


Notícia Internacional

KSSF ENCERRA CURSOS

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anuais em clima de festa

Umberto Fabbri

KSSF Kardecian Spiritist Societyof Florida, localizado em Deerfield Beach, encerrou em clima de grande festa os cursos anuais de 2013 de Espiritismo. Foram entregues certificados de graduação para os alunos e também de participação para os professores. Trata-se de trabalho arrojado e inovador em uma das casas espíritas que mais investe na formação de seus trabalhadores, através de programa educacional, cujos ciclos, como são chamados os períodos de estudo, se encerram em junho de cada ano. O programa conta com estudo dirigido das obras da Codificação, nos ciclos I e II, que são os mais básicos, passando posteriormente para o estudo mais aprofundado nos ciclos III e IV, com as obras de André Luiz, Emmanuel, Hermínio C. Miranda e outros. Temas mais específicos são tratados por professores especializados, com aulas presenciais ou via Skype, nas quais as dúvidas são esclarecidas, tanto no campo científico, como no doutrinário ou no evangélico. Essa iniciativa é a coroação de um investimento

Professores e formandos encerram as atividades em clima de festa

que rende frutos com a especialização de trabalhadores para as várias áreas do Centro e ao mesmo tempo estimula ao estudo sistematizado. O KSSF desponta com um trabalho voltado para as áreas de assistência espiritual e social, focando o bem estar do indivíduo como um todo, disponibilizando, para o assistido, grupos de apoio com psicólogos, yoga, educação infantil com aulas de português etc. Parabéns aos alunos e ao KSSF pelos excelentes resultados alcançados dentro da Seara de Jesus.

Umberto Fabbri é correspondente internacional da Revista O Semeador Internacional m Miami (USA)


Notícia Internacional - Alemanha

FEESP E AME

em estudos de Neuroimagem na Alemanha

M

Redação

M

édiuns da Federação Espírita do Estado de São Paulo participaram do estudo com Neuroimagem promovido pela AME – Associação Médica Espírita – na cidade de Aachen, na Alemanha, de 20 a 28 de julho de 2013.

Na foto, Maria Inês Pessoto Paschoa, Claudia Rosa A. Ferreira, Marcelo Alves Pereira e Juvita Maria da Costa, juntamente com outros médiuns brasileiros e com o Doutor Julio Peres, da AME

ÁREA DE DIVULGAÇÃO

Cidade de Aachen

CINEMA na FEESP Comentários e debates após o filme

SÁBADO - 28/09 - 18h Direção de Celisa Maria Germano - Entrada gratuita Colaboração espontânea - um quilo de feijão

Local: Auditório Bezerra de Menezes - Rua Maria Paula, 140 - Bela Vista


A Revista O Semeador Internacional comunica a seus leitores que o benemérito conselheiro Oswaldo de Souza, esposo da Senhora Julieta Ignez Pacheco de Souza, presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, desencarnou em 20 de agosto, em São Paulo. Oswaldo de Souza trabalhou por 40 anos na FEESP, atuando como advogado no Departamento Jurídico da instituição, além de prestar incansáveis serviços como colaborador voluntário da Casa, tanto no Conselho Deliberativo como no Fiscal, e na Área de Assistência Espiritual. Que os Espíritos de Luz o amparem nessa nova jornada. Agradecemos a solidariedade prestada a nossa presidente e familiares.

RAMAIS: - Assistência Espiritual - 236 - Ensino Espírita para adultos - 237 - Ensino Espírita para crianças e jovens - 227 - Associados - 232 - Vendas de livros - 204 - Financeiro - 213 - Tele FEESP – 210 - Orientações a Centros Espíritas – 235 - Creche – 227 - Jornal Espírita e Revista Espírita O Semeador Internacional – 224 - Biblioteca – 228 - Livraria – 217 - Samaritanos – 264 - Central de Doações – 230


A FEESP proporciona o curso de inglês gratuito em parceria com a União Cultural Brasil Estados Unidos, na Subsede Santo Amaro, à Rua Santo Amaro, 370 – Bela Vista – São Paulo – SP

Texto | Tradução

MISSIONÁRIO Lembrando Allan Kardec

Tradução do livro “Coletânea do Além” Edições FEESP

P

Pés sangrando no trilho solitário, Dilacerado, exânime, proscrito, Ave do sonho em montes de granito Assim passa no mundo o Missionário. Incompreendido e estranho visionário, Contendo, a custo, o peito exausto e aflito, Vai carregando as glórias do Infinito, Entre as chagas e as sombras do Calvário. Longas jornadas, ásperos caminhos, No campo de grilhões, trevas e espinhos, Onde semeia o trigo da Verdade!... Virão, porém, os dias da colheita E os celeiros da luz pura e perfeita No Divino País da Eternidade. Cruz e Souza

Coletânea do Além - Edições FEESP Página 76 Psicografado por Chico Xavier Espírito Cruz e Souza 26

Missionary

Remembering Allan Kardec Bleeding feet on the solitary path, dilacerated, lifeless, proscribed, Bird of dream on granite hills There walks the Missionary across the world. Misunderstood and strange visionary, Holding in, at great cost, his exhausted and anguished heart Carries the glories of Infinity Amidst the wounds and shadows of Calvary. Long journeys, rough roads, In the field of shackles, darkness and thorns, Where he sows the wheat of Truth! ... The days of harvest, however, will come And so will the granaries of pure and perfect light In the Country of Divine Eternity.


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A CiĂŞncia considera o pensamento como resultado da ação direta do cĂŠrebro, e a loucura uma perturbação do pensamento, consequentemente, a loucura ĂŠ provocada por lesĂŁo no cĂŠrebro. Entretanto, a CiĂŞncia nĂŁo consegue diagnosticar os casos em que nĂŁo ĂŠ ti, conhe- desconsiderando o grupo, normalmente, conhece o ezes Cava erra de Men atestado a lcanlesĂŁo, Bez AdolfonĂŁo Menezes de erra Bez Espiritismo e por pop isso,ular como as pesDr. o com te men cido fenĂ´meno psĂ­quico patolĂłgico da docho do (Ria ezes soas que a ele pertencem se enconMen de ou simplesmente Bezerra 1831 de sto tram acometidas de algum problema ença. l Jaguaretama, 29 de Ago atua Sangue,podem mĂŠdico, fĂ­sico ou espiritual, de Abril de 1900), foiEspĂ­rita Ase11por Doutrina explica esta sede Janeiro, Rio — a discutir seus problemas como alist se a, polĂ­tico e expoente da itor, jorn tar, escrgunda estivessem emmili qualquer outro lugar. il.variĂĄvel como uma resultante no Bras rita Isso que dizer Dou quetrin elasa EspĂ­ nĂŁo poderĂŁo de um obsessivo. EspĂ­rita quando do lantrinaprocesso u a Dou Conhece ser atendidas? Depende. esa de O grupo, normalmente, nĂŁo conhece o lĂ­ngua portugusob em ução trad da “A Loucura novo prismaâ€? analisa ento çam O fato de uma pessoa necessitada (em 1875), atravĂŠs de um exem EspĂ­ Espiritismo e por isso, como as pesde auxĂ­lio paraLivr seuo dos problema fĂ­sico o ritos assunto, considerando os diferentes dedicatĂłria pelo foi ofer que lhe ou espiritual serplar atendida depende deecido com re Sob s. soas que a ele pertencem se enconasso Trav os aspectos Joaquim Carl da doença e suas variĂĄveis Dr. estar inĂşmeros fatores,seunĂŁo em, ela tradsĂłutor Bezerra registrou obrase, o prĂłprio aque em silĂŞncio e compenetrada de tram acometidas de algum problema mostra que na maioria dos casos de o contatoecom encontra em tratamento. HĂĄnte: pessoas posteriorme fĂ­sico ou espiritual, podem se por alienação mental Tijuca, asĂŁo causados pela na ava mor que falam sem parar, “Deu falam-mo mesmo dede e eu na cida ei com o liarqu Emb de. modo chulo, masuma que hora sĂŁoatuação boas de coa discutir seus problemas como se de espĂ­ritos desencarnados bon de em viag de para a longa viagem, ração, nĂŁo guardam mĂĄgoa ação tinha distr nĂŁoofensas ode o doente. vro e, comsobre estivessem em qualquer outro lugar. e sempre estĂŁo dispostas igo: a ajudar os s! NĂŁo hei de ir para o inferno ora, Deu disse com Os pacientes e igno- a medicina consioutros. Pessoas assim sĂŁo ajudadas, Isso que dizer que elas nĂŁo poderĂŁo ĂŠ ridĂ­culo confessar-mque ois, Dep por leremisto‌ todas incurĂĄveisâ€? e que grupo, normalmente, nĂŁo conhece o o estejam com a mente outro lugar dad estu o tenh ndo derou como “casos a filosofia, qua ser atendidas? Depende. rante dest ou nĂŁo. HĂĄ, por outro lado, pessoas Pensando assim, abri o livro . Espiritismo e por isso, como as pescas. fi losĂł fi las esco as foram no que ficam em silĂŞncio, nĂŁo porque internados fato pertencem de uma pessoa necessitada ia. SanatĂłrio EspĂ­rita, a BĂ­bl soas que a Oele se encone a ele,decomo acontecera com e prendi-m estejam orando, compenetradas para obtiveram parcial ou total recuperação, novo e tram acometidas de algum problema foss que a nad de auxĂ­lio para seu problema fĂ­sico ntrava encoque nĂŁopor Lia, mas estarem sendo atendidas e sim novo paraprisma da doença. fĂ­sico ou espiritual, podem se por aquilo era tudo to, apresentando novo etan Entr rito. EspĂ­ sĂŁo caladas mesmo,meu ficam remoendo espiritualproblemas ser atendida depende de se o que se achaa discutirouseus como lido ou ouvido tudo aautor, !... Eue jĂĄem seus problemas em mim silĂŞncio OtinhsilĂŞnDr. Bezerra de Menezes, menseria i-me inĂşmeros fatores, nĂŁo sĂł em ela estarlugar. cupe estivessem em qualquer outro Preo ’. dos EspĂ­ritos cio fazem planos devaretaliação no ‘O Livrocontra : dizia mo elaborou este livro baseado em anos mes Isso que dizer elas nĂŁo poderĂŁo maravilhoso e a mim 63 quem as )(( ofendeu, jamais em silĂŞncioque e compenetrada de que se este fato um te comdirigindo 3LQWXUD 0HGL~QLFD GD mesmo ou, , ente nsci inco ser atendidas? Depende. rita espĂ­ de estudos e pesquisas. era mero pensamento pare de apoio ce queaeuquem em tratamento. pessoas O fato encontra de uma pessoa HĂĄ necessitada ente, de nascença.â€?apaga a luz da razĂŁo e precisa de ajuda. Pessoas dificilarmLoucura vulg se diz“A como assim mente serĂŁo ajudadas, mesmo estando de auxĂ­lioquepara seu nto do periĂłdico Reformador, falam sem parar,problema falam mesmo defĂ­sico ame lanç o Com reduz o homem Ă triste condição aniem completo silĂŞncio. ou espiritual ser atendida depende de modo chulo, mas que sĂŁo boas de 63 co- 7$ '2 (67$'2 '( 6­2 3$8/2Espero que essas poucas linhas le2 ( 5$d­ inĂşmeros fatores, nĂŁo em ela Ă‹5, estar malâ€?. )('(sĂł vem algum leitor a ser mais compreração, nĂŁo guardam mĂĄgoa de ofensas em silĂŞncio e compenetrada de que se ensivo ao ver alguma pessoa rindo ou encontra eem tratamento. sempre estĂŁo dispostas aHĂĄ ajudarpessoas os conversando em um Centro EspĂ­rita que falam sem parar, falam mesmo de ou ainda ao ver que nele hĂĄ crianças outros. Pessoas assim sĂŁo ajudadas, modo chulo, mas que sĂŁo boas de cobrincando. com a mente em outro ração, nĂŁoestejam guardam mĂĄgoa delugar ofensas e sempre ou estĂŁo ajudar os nĂŁo. HĂĄ,dispostas por outro lado,a pessoas outros. Pessoas assim sĂŁo ajudadas, que ficam em silĂŞncio, nĂŁo porque estejam com a mente em outro lugar . estejam orando, compenetradas de ou nĂŁo. HĂĄ, por outro lado, pessoas que ficam em silĂŞncio, nĂŁo porque estarem sendo atendidas e sim por que estejam orando, compenetradas de sĂŁo caladas mesmo, ficam remoendo estarem sendo atendidas e sim por que seusmesmo, problemas emficam silĂŞncio e remoendo em silĂŞnsĂŁo caladas seus problemas em silĂŞncio fazemem planossilĂŞncio de retaliaçãoe contra cio fazem planos de retaliação contra quem as ofendeu, jamais dirigindo dirigindo um um quem as ofendeu, jamais Renato Costa foi conferencista do Congresso EspĂ­rita da FEESP mero pensamento dedeapoio a quem mero pensamento apoio a quem 2011. É articulista, escritor e precisa deprecisa ajuda. Pessoas assim dificilde ajuda. Pessoas assim dificilpalestrante espĂ­rita. Contato: mente serĂŁo ajudadas, mesmo estando rsncosta@terra.com.br mente serĂŁo ajudadas, mesmo estando em completo silĂŞncio. 13 O SEMEADOR Esperoem que essas poucas linhas lecompleto silĂŞncio. Internacional vem algum leitor a ser mais compreEspero que essas poucas linhas leensivo ao ver alguma pessoa rindo ou vem algum ser mais compreconversando emleitor uma Centro EspĂ­rita ou ainda ensivo ao ver nele crianças ao verque alguma pessoahĂĄ rindo ou brincando. conversando em um Centro EspĂ­rita ou ainda ao ver que nele hĂĄ crianças . brincando.

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