Jornal FEESP - Ed. Dezembro de 2014

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ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

FUNDADA EM 12 DE JULHO DE 1936

Jornal Espírita Dezembro de 2014 - Nº 445 - Ano XXXV - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL

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O Natal ontem e hoje Tenhamos enfeites, ceias, presentes, ou não. Mas que não falte a Paz, pela consciência do dever cumprido, de termos proporcionado à nossa Família momentos de felicidade através da magia do perdão, da compreensão, do verdadeiro amor, que constrói laços eternos de afinidade.


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Editorial

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época do Natal, invariavelmente nos remete à infância, aos sonhos com os presentes do bom velhinho de barbas brancas e roupas vermelhas, que entrava pelas chaminés, trazendo brinquedos para crianças. A magia de renas, conduzindo o trenó do Papai Noel, pelas nuvens, era uma fantasia que extasiava até os adultos, que empenhavam-se em comprar os brinquedos e escondê-los em um saco igualmente vermelho. Um dos familiares fantasiava-se do Bom Velhinho para efetiva distribuição dos presentes no Dia de Natal. Os pais mais criativos iam junto com as crianças para os parques pegar capim para alimentar as renas e preparavam pratos de doces para o visitante ilustre. Semanas antes da data de 25 de dezembro, as mulheres da casa, principalmente as avós, confeccionavam lindos biscoitos juntamente com as crianças para enfeitar os pinheiros que eram comprados em mer-

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Natal, Ontem e Hoje cados municipais. As árvores eram naturais e precisavam ser regadas, exalando um gostoso e inesquecível perfume de pinho. A Ceia não podia deixar de ter as famosas rabanadas, um doce barato, porém com a mesma magia que as compotas de frutas variadas, que serviam para rechear as roscas e pães de Natal. Tudo feito em casa. O Presépio, com bonecos de barro, quase todos os anos apareciam quebrados na caixa que ficavam guardados. Aos irmãos mais velhos, estava a incumbência de restauração. Com a cola, tinta e muita paciência, a sagrada família, os carneirinhos, os burrinhos, e o anjo, ficavam quase novos. Jesus era escondido para ser colocado à meia noite para nascer na manjedoura, juntamente com a estrela que acompanhou os Reis Magos que trouxeram presentes, para Jesus somente no dia 6 de Janeiro, porque vieram de terras longínquas. Difícil esquecer a alegria desses dias, desde o preparo, até o momento emocionante quando toda a família

junta fazia uma prece em volta do presépio. O Natal de hoje, sem dúvida é mais bonito e bem menos trabalhoso porque as árvores estão prontas, são artificiais, as bolas, enfeites e presépios importados não quebram e podem ser comprados de forma acessível. A maioria dos doces, biscoitos, panetones são encontrados em lojas variadas. E para facilitar, o Papai Noel, espera as crianças nos Shoppings e até no metrô. Além dos enfeites lindos que decoram os shoppings, e maravilham crianças e adultos, as crianças escolhem seus brinquedos nas lojas para serem colocados na árvore na noite de Natal. As famílias religiosas continuam fazendo uma prece em conjunto pedindo paz e saúde para todos. Uma inovação para que o Natal se tornasse menos complicado e barato foi fazer o “amigo secreto”, sorteando um dos componentes da família para a troca de presentes. Assim, nos eximimos da responsabilidade em dar-

mos presentes a todos. Nessa leitura do Natal de ontem e de hoje, você poderá escolher em que situação podemos ser mais felizes. Porém gostaria de convidá-los a refletir sobre o crescimento espiritual que tanto necessitamos para nós e para o progresso da nossa sociedade. Antes, era muito natural, as famílias reunirem-se na casa das avós para a comemoração. Hoje, as famílias estão muito desestruturadas e o Natal, na maioria das casas, torna-se um tormento, motivo de brigas entre pais separados que disputam a afetividade das crianças comprando brinquedos caros para agradá-las e mesmo assim não conseguem. Os belíssimos enfeites que deveriam compor um cenário de confraterniza-


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ção, às vezes não passam de meros adornos. Será que entendemos qual a importância da confraternização em torno do aniversário de Jesus? Tenhamos enfeites, ceias, presentes, ou não. Mas que não falte a Paz, pela consciência do dever cumprido, de termos proporcionado à nossa Família momentos de felicidade através da magia do perdão, da compreensão, do verdadeiro amor, que constrói laços eternos de afinidade. Que os pais dêem aos seus filhos muito mais bons exemplos do que brinquedos e que mostrem toda a sua ternura com os idosos que fizeram esses Natais do passado grandes

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eventos de verdadeira confraternização familiar. Nós Espíritas não podemos esquecer que é dentro da família que Deus nos dá a grande oportunidade de reencarnar para o grande aprendizado de amar! E que Jesus reencarnou para nos trazer as diretrizes da felicidade através do seu grande amor. Feliz Natal à todos e muito obrigado, Jesus, pelos seus ensinamentos e exemplos.

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Conselho Editorial Julieta Ignez Pacheco de Souza, presidente da FEESP, Maria Elizabete Baptista, vice-presidente, Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia, diretora da Área de Divulgação, e demais membros da Diretoria Executiva da FEESP Editor: Altamirando Dantas de Assis Carneiro (MTb 13.704) e-mail: divulgacao@feesp.org.br As opiniões manifestadas em artigos assinados, bem como nos livros anunciados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, obrigatoriamente, o pensamento do Jornal Espírita, de seu Conselho Editorial ou da FEESP. Redação O Jornal Espírita é uma publicação bimestral científica, filosófica e moral da Doutrina Espírita. Rua Maria Paula, 140, 3º Andar, Bela Vista,

São Paulo – SP, CEP 01319-000 – Tel.: (11) 3107-5544 Fundado em 1º de Julho de 1975 pelo Núcleo Espírita Caminheiro do Bem, registro nº 2.413, livro 33 de Matrículas de Oficinas Impressoras, Jornais, Revistas e outros periódicos, do 1º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo, conforme despacho do Juiz de Direito da 2ª Vara de Registro. Transferido para a Federação Espírita do Estado de São Paulo em 16 de maio de 1990. Certificado de Registro na marca na classe 11.10 processo nº 815.511.973 publicada na “Revista da Propriedade Industrial” nº 1103, de 21/1/92, página 16. Distribuição para assinantes e Centros Espíritas: Livrarias e Editora Espírita Humberto de Campos da FEESP. Diagramação: TUTTO - 2409-5146 Impressão: TAIGA - 2409-7926

FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ 61.669.966/0014-25 Rua Maria Paula, 140, Bela Vista, CEP 01319-000, São Paulo - SP Tel.: (11) 3106-1619, 3106-5964, 3106-1200, 31065579, 3107-5279, 3107-1276, 3105-5879, 31155544 – Fax.: (11) 3107-5544 Portal: www.feesp.org.br - Email: feesp@feesp.org.br Diretoria Executiva: Presidente: Julieta Ignez Pacheco de Souza Vice-Presidente: Maria Elizabete Baptista Diretor da Área de Assistência e Serviço Social: Eli de Andrade Diretora da Área de Ensino: Zulmira Hassesian Diretora da Área de Assistência Espiritual: Maria de Cássia Anselmo Diretora da Área de Divulgação: Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia

Diretora da Área de Infância, Juventude e Mocidade: Vera Lúcia Leite Diretora da Área Financeira: Guiomar Cisotto Bonfanti Diretora da Área Federativa: Nancy César Campos Raymundo Presidente do Conselho Deliberativo: Afonso Moreira Junior Assistência Social da FEESP Casa Transitória Fabiano de Cristo CNPJ: 61.669.966/0002-91 Av. Condessa Elizabeth de Robiano, 454, Belenzinho, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2697-2520 Sede Santo Amaro: Rua Santo Amaro, 370, Bela Vista, São Paulo – SP, Tel.: (11) 3107-2023 Casa do Caminho, Av. Moisés Maimonides, 40, Vila Progresso, Itaquera, São Paulo – SP, Tel.: (11) 2052-5711 Centro de Convívio Infanto-Juvenil D. Maria Francisca Marcondes Guimarães – Rua Franca, 145, B. Bosque dos Eucaliptos, São José dos Campos – SP


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Palestras

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Palestras Públicas na FEESP

Diariamente, a Federação Espírita do Estado de São Paulo abre suas portas a toda população de São Paulo, acolhendo aqueles que precisam de sentido ou consolo para suas vidas, bem como os que buscam conhecer o Espiritismo, através dos seus diversos cursos. Aos domingos, sempre às 10:00, é aberto um espaço especialmente destinado à realização de palestras sobre temas atuais, à luz do Espiritismo, que são muito esclarecedoras no sentido de entendermos melhor a problemática social em que vivemos. São abordados temas atuais, de forma a fornecer ferramentas de amor e fé, para enfrentar os desafios cotidianos. Para ajudar-nos

a refletir sobre esses diversos temas, contamos com oradores e palestrantes de alto gabarito, e conhecedores da doutrina espírita, que compartilham sua visão e experiência com o público presente. Nesses encontros alegres, contamos também com musicistas que se revezam, a cada semana, no palco do auditório Bezerra de Menezes, em apresentações que elevam e harmonizam a todos e o ambiente. Participe e divulgue. É sempre um prazer receber a todos! Confira, a seguir, as sinopses das palestras realizadas aqui na Federação Espírita do Estado de São Paulo.

“Vinde a mim os pequeninos” - Jesus

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oze de outubro é uma data especial em que comemoramos o Dia das Crianças. Sentimos isso, que é uma data especial, antes mesmo de chegar porque os dias que a antecipam parecem sorrir. Há um colorido envolvente que nos remete aos dias felizes (ou nem tanto) em que também fomos pequeninos. Os cuidados que recebemos transformaram-se em doces lembranças. Histórias da vovó, brincadeiras de bola, tomar sorvete, fazer bolhas de sabão contribuíram alegremente para o nosso desenvolvimento. Lembramos com certa nostalgia até mesmo as broncas dos adultos que assumimos terem sido merecidas (algumas delas, é claro). Mesmo que nossa infância tenha sido difícil, o encanto que envolve o Dia das Crianças nos faz pensar na alegria que poderíamos ter sentido se o passado tivesse sido diferente. Ainda frágeis, aprendemos a comer, a falar pela primeira vez, a dar os primeiros passos. Exploramos com olhinhos deslumbrados e mãozinhas espertas um mundo

Silmara C. M. Santos novo que nos era apresentado. Em meio à diversão própria da infância, descobrimos que não havia limites para aprender. Tudo era possível porque tudo dependia da nossa vontade, e principalmente porque nunca pensamos que não éramos capazes. Hoje, adultos, cada um de nós reconhece numa criança a ingenuidade, a alegria, a graça, a simplicidade dos tempos passados, quando ainda éramos pequeninos. Será que, apesar dos rigores da vida, ainda somos tocados pela mesma canção que embala os sonos infantis? Será que nos transformamos em adultos capazes de lutar por tudo o que sonhamos e desejamos com a mesma sublime simplicidade de uma criança? Jesus, o melhor educador que esteve entre nós, ensinou a respeito da importância de preservamos a pureza da criança para que a paz se faça presente nas nossas vidas e para que possamos conquistar a felicidade interagindo com as pes-

Silmara C. M. Santos soas, com os bens, com a natureza. Está em Mc, X: 13-16: Traziam-lhe crianças para que as tocasse, mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus ficou indignado e disse: ”Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, porque delas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele.” Então, abraçando-as, abençoou-as,

impondo as mãos sobre elas. O Reino de Deus do qual Jesus nos fala é primeiramente uma conquista individual, desenvolvendo a pureza de sentimentos, livres de maldade, ódio, mágoa, inveja, orgulho. Sublimando os sentimentos, é natural a necessidade de exteriorizá-los através dos exemplos, contribuindo para que todo o nosso planeta se transforme pelo amor incondicional. Jesus condiciona a paz íntima à aquisição de qualidades inerentes às crianças quando expressa que “o reino de Deus é para aqueles que lhes assemelham”. Podemos citar como características das crianças a sinceridade, pois não enganam, não escondem emoções, não querem vantagem para si em prejuízo do outro; a humildade, pois não brigam para provar que estão com a razão, perdoam rapidamente; não são preconceituosas ao escolherem crianças para brincar; são questionadoras e estão sempre dispostas a aprender; são resignadas, pois ao perderem uma brincadeira logo buscam outra. Essas qualidades fazem com que as crianças sejam simples.


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Podemos lutar e conquistar nossos sonhos sem a simplicidade, mas certamente não seremos felizes, mesmo que consigamos a realização de um grande desejo, seja ele um empreendimento, uma pessoa para amar, uma viagem ou um outro interesse qualquer. Todas as conquistas nada significarão e, às vezes, serão encargos pesados se não tivermos a simplicidade que conduz à paz, à serenidade frente às situações que surgem em nossa vida. Respondamos às seguintes perguntas que vão revelar se temos a simplicidade comparável à da criança: 1. Quando me relaciono com uma pessoa, procuro ver seu lado bom e alegre para que, através dele, eu permaneça feliz também ou vou provocar aquele ponto fraco da pessoa que certamente levará à discussão, à mágoa e à infelicidade de ambos? 2. Como eu me relaciono com os bens materiais? Será que eu procuro usá-los para que me tragam alegria? Será que eu os utilizo pensando no bem-estar dos outros, como faz a criança quando compartilha seus brinquedos com outras crianças ou eu quero muitos bens para satisfazer meu ego e mostrar aos outros que sou capaz de conquistá-los, dando liberdade ao meu orgulho? 3. Lembremos o carinho com que a criança trata os animais e quanta ternura dedica a uma plantinha. Será que dou importância à natureza, consciente de que, como Espírito imortal, pretendo reencarnar outras tantas vezes neste mesmo mundo, recebendo o planeta da forma como o deixei quando o habitei nas vidas anteriores ou não tenho qualquer preocupação com a sustentabilidade e sigo usufruindo tudo o que a Terra tem, sem qualquer preocupação e cuidado?

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4. Quando conquisto um emprego, procuro questionar, aprender, aceitar as boas recomendações dos meus superiores que servirão para aprimorar minhas habilidades? Recebo bem as críticas e consigo perdoar as atitudes que não me agradam? Lembremos que os pequeninos são questionadores, querem aprender tudo, aceitam a educação e não demoram muito para brincar com o mesmo amigo com quem discutiu. Não é possível ser feliz, mesmo conquistando todos os nossos sonhos, se conservamos em nosso íntimo sentimentos de raiva, agressividade, ódio, avareza, egoísmo, ressentimentos, orgulho. Destaca-

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ou não. E, da mesma forma que fomos influenciados por pessoas (pais, professores, parentes, tutores, etc.), somos chamados hoje como adultos a contribuir para que os pequeninos desta geração tornem-se adultos felizes, preservando a simplicidade, a alegria, o respeito, a consciência tranquila pelos deveres cumpridos. Busquemos no ensino do Mestre Jesus os meios de proporcionar uma existência de paz, de realização integral com conquistas meritórias aos adultos do futuro, que hoje são as nossas queridas crianças. Quando Jesus disse: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis”, significa que somos

Coral e Orquestra Carlos Gomes da FEESP mos o orgulho como grande fator de infelicidade porque nos faz achar que somos melhores do que somos na realidade, impedindo que reflitamos sobre as críticas e nos tornemos melhores, estagnando o processo evolutivo espiritual. Muitas situações e pessoas existiram durante os anos que nos separam da infância que contribuíram, de algum modo, para que respondêssemos a cada uma dessas perguntas de modo benéfico

responsáveis em proporcionar os meios para que Jesus chegue até as crianças. Fazer isso é ensinar o Evangelho de Jesus, principalmente exemplificando através de nossas atitudes, em todas as oportunidades possíveis em que temos contato com as crianças. Os instintos permanecem latentes na infância, são seres mais dóceis e aceitam instruções que podem modificar a sua natureza, moldando o caráter para o bem,

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fazendo-as adquirir virtudes que as tornarão pessoas dotadas de ética, preocupadas com questões sociais, de interesse coletivo. Temos a responsabilidade de cuidar de suas necessidades materiais, como alimentação, vestuário, educação escolar. E também temos o compromisso de elevar seu caráter, permitindo que essa criança se torne um adulto feliz, mantendo a simplicidade, a alegria. A criança é uma terra fértil para plantar a semente do evangelho, e, no futuro, certamente ela dará bons frutos e fará boas escolhas. Os pequeninos entendem e ouvem com prazer as parábolas de Jesus, interessam-se pelas passagens das curas e dos feitos considerados milagres por muitos. Seus ensinos tocam as almas das crianças com mais eficácia do que dos adultos, pois têm mais disposição para aprender. Em razão da limitação do espaço para este texto, citemos alguns dos inúmeros exemplos do Evangelho de Jesus que, ensinados às crianças, farão com que se tornem adultos felizes, pessoas íntegras que farão as melhores escolhas. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7) Pretendemos que haja paz na nossa família, onde convivemos com as crianças. O que fazemos para que essa paz se instale e permaneça? Não somente pedir, mas também ter atitudes para que isso ocorra, levando Jesus para dentro nos nossos lares (não somente através de filmes e quadros). É necessário ensinar às crianças os valores que qualificam o bem viver, o aprendizado sentido no amor, a gratidão, a religião, a fraternidade, o respeito, etc. Quando trazemos Jesus para nossos lares, através da exempli-


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ficação e do estudo do Evangelho, os sentimentos e comportamentos se modificam para melhor. As crianças vão aprendendo o afeto, a colaboração, o respeito, a paciência, a compreensão, o perdão. Ressaltamos a importância do Evangelho no Lar. A religião deve fazer parte de todas as etapas do desenvolvimento infantil, e não deixá-la como opção futura. Se a pessoa nada conheceu e se não foi incentivada, não terá condições e nem achará importante fazer qualquer opção. Falamos da religião que não prende pensamentos e ideias, mas liberta de qualquer fanatismo e que faça refletir, que ensine a ética, o amor e o respeito a todos. O aprendizado é primeiramente dos adultos, que devem praticar aquilo que ensinam aos pequeninos para que haja coerência. Nós ensinamos as crianças a não fumar, a não beber, a não gritar, a respeitar autoridades, a natureza, os idosos, mas, se não fizermos isso, não há como exigir que eles o façam. A transformação da sociedade se inicia com as crianças bem educadas. Não podemos deixá-las livres para aprenderem com terceiros porque o resultado nem sempre agrada. “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não.” (Mt 5:37). Desta passagem do Evangelho escrito por Mateus, podemos entender a importância de ensinar as crianças a recusarem propostas que possam prejudicá-las. Não é possível afastar as crianças das mensagens que levem ao desequilíbrio do sexo e do consumo, que levem à agressividade, ao desprezo pelos pais, que incentivem o uso das drogas lícitas e ilícitas, e tantas outras que contrapõem os valores

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espirituais. Devemos explicar se determinada informação fará ou não bem para elas. O “SIM” e o “NÃO” estabelecem limites para as crianças, que aprendem o que podem e o que não podem fazer. Não existe “TALVEZ” quando algo não é benéfico, e as crianças precisam se tornar adolescentes e adultos com coragem para negar aquilo que lhes prejudique, seja qual for a origem da mensagem. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22:39) Incentivar a criança a recorrer ao que tem de melhor em seu potencial, relativo ao conhecimento escolar e dos valores espirituais. Ensinar as ações sempre visando o bem das demais pessoas envolvidas, aprendendo a ser íntegra. Não podemos perder oportunidade de exemplificar boas maneiras com as demais pessoas, como cumprimentos, pedido de licença, por favor, agradecimento, pedidos de desculpas, demonstrando humildade, procurando sorrir, pois são essas atitudes que desejamos receber dos outros. Ensinar que o poder e o dinheiro são situações passageiras, pois o que realmente interessa somos nós mesmos e as pessoas com quem nos relacionamos. Os bens materiais devem nos servir, e não nós a eles. Abraçar os pequeninos, ensinando-os o afeto e o amor. Através do abraço, permutamos sentimentos, revelamos alegria, tristeza, solidariedade e fazemos com que se sintam seguros e amados. “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra. Bem-aventurados os

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pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5: 5 e 9). As crianças somente podem aprender a serem brandas e pacíficas através dos exemplos diários. São muito inteligentes e serão as primeiras a chamar a atenção do adulto que ensina a docilidade, mas pratica a agressividade. Nosso planeta está destinado a ser morada dos mansos e pacíficos, e não podemos deixar passar oportunidades para demonstrar a importância dessas virtudes. Não é porque a pessoa fala algo com rigor excessivo e de forma agressiva que aquilo que fala é verdadeiro. O que importa é a mensagem e não a forma impositiva de falar. Ser brando é respeitar a opinião do outro, é ser humilde para admitir comparações, condições essenciais à vida social. Crianças estão em constante aprendizado e por isso cometem muitos erros. Os pais e educadores em geral devem julgar as atitudes, não os pequeninos. Devemos mostrar a atitude agressiva, a palavra mal utilizada, mas não acusar a criança de ser uma pessoa maldosa, egoísta, que nunca vai aprender. As crianças confiam nos adultos e acabarão acreditando nessas falas, destruindo sua autoestima. Tratar a criança com brandura e docilidade é demonstrar que é amada pelo simples fato de existir. Os erros serão superados com a segurança que ela terá com a certeza de ser amada e capaz de realizar seus sonhos. A comemoração do Dia das Crianças deveria ir muito além da entrega de presentes e cumprimentos. Essa data deveria nos lembrar do sério compromisso que temos de proporcionar aos

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pequeninos todas as condições de bem-estar, tendo o Evangelho de Jesus como roteiro, incluindo afeto, educação, segurança, saúde, diversão e todas as demais necessidades básicas. As crianças de hoje são formadoras do mundo de regeneração no qual nosso planeta está se transformando, onde o amor que Jesus nos ensina através de seu Evangelho fará parte de todas as relações sociais. Por isso, as crianças devem ser tratadas com amor, não só na família e na escola, como em todas as demais instituições sociais. Apenas para termos ideia de como o mundo cuida das crianças, o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) deste ano de 2014 aponta que a região da América Latina reduziu as desigualdades nos últimos anos, o que favorece o bem-estar infantil, mas o Brasil ainda não está na lista dos países onde as crianças têm as melhores oportunidades. São os seguintes países que estão na lista dos dez melhores: 1.Suíça, 2.Luxemburgo, 3. Noruega, 4. Finlândia, 5. Dinamarca, 6. Islândia, 7. Irlanda, 8. Canadá, 9. República Tcheca e 10. Reino Unido. Santo Agostinho, no Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XIX, item 9), revela que devemos ensinar à criança que ela está na Terra para se aperfeiçoar, amar e abençoar, e alerta que Deus nos perguntará: “Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?” Feitos que deixaram de ser considerados milagres com a explicação da Doutrina dos Espíritos sobre as propriedades do fluido perispiritual que constitui o agente magnético (Conforme A Gênese, Allan Kardec, Cap. XV).

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Retorno a Pátria Espiritual

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etorno? Por que retorno? Façamos uma analogia com a nossa vida material; muitos de nós diariamente saímos de nossas casas para darmos início a uma jornada de trabalho, de estudo, etc., cumprida a jornada retornamos para onde? Para as nossas casas, que nos acolhem após uma jornada muitas vezes exaustiva. Assim se da também no mundo espiritual, dele partimos para uma jornada reencarnatória e cumprida aqui nossa jornada terrestre, retornamos à pátria espiritual, de onde viemos, uma vez que nosso Espírito não foi criado com nosso corpo. “O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito.” (LE 207). Ora, se nosso Espírito já existia no momento da concepção, a morte não o aniquilará, pois simplesmente deixaremos aqui o casulo carnal, portanto, podemos afirmar ser nosso Espírito imortal que se utiliza de

Denize Manso e Julia Lorenzini Mendes

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Jussara Morselli vestes carnais para cumprimento das jornadas reencarnatórias assim como o Espírito encarnado utiliza-se de vestimentas das quais se despe após cumprir sua jornada diária. E de onde então viemos? Do mundo espiritual, mundo para o qual retornaremos após a morte. (LE 149) E o que é a morte? É o término de nossa jornada física, a extinção da vida orgânica acarretando a separação da alma e do corpo. Essa separação não costuma ser dolorosa (LE 154), nem brusca (LE 155-a). Normalmente somos recepcionados na espiritualidade pelos nossos entes queridos que nos antecederam. A vida na Terra é temporária e se destina a melhoria de cada um de nós, nos prepara para as etapas seguintes do existir imortal, portanto, é importante compreendermos a importância de nosso auto aprimoramento e esforço para superação das dificuldades, fazendo eclodir nossas potencialidades. Aprendemos com Jesus que a morte não existe, assim, aqueles que conseguem cumprir sua jornada com dignidade e não se permite reclamações e revoltas, ressurge no mundo espiritual mais forte e virtuoso, caso contrario terá que refazer a jornada percorrida. Prosseguem na espiritualidade reformulando seu mundo íntimo, disciplinando suas emoções e trabalhando intensamente no auto conhecimento e aprimoramento. Cumprem tarefas, continuam a amar e muitas vezes vêm em auxilio àqueles que estão presos ao casulo carnal.

Jussara Morselli

O dia de hoje (02/11) em que se comemora o dia dos mortos, vemos nos cemitérios movimentação intensa, limpeza e grande visitação aos túmulos, muitos ofertam flores aos seus mortos como se ali eles estivessem, outros levam comida e bebida como se o Espírito disso necessitasse, enquanto alguns acendem velas, como se elas fossem iluminar o caminho dos Espíritos. Sabemos que o melhor presente que podemos oferecer aos nossos mortos, são as lembranças dos bons momentos vivenciados juntos, lembrar de suas virtudes e o grande bálsamo da prece, que refrigera seus corações, que fala de nossa saudade e de nossos sentimentos. Finalmente, relembramos a frase de nosso querido Francisco C. Xavier que sempre se comunicou com os mortos:- “Aqueles que amamos não morrem jamais, apenas partem antes de nós.”

“A vida na Terra é temporária e se destina a melhoria de cada um de nós”


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O poder do pensamento

m diversidade de frequências e intensidade, o nosso pensamento projeta-se multiforme no meio em que nos encontramos e irradia-se por distâncias indizíveis, criando, formando, transformando, envolvendo, imantando... Atributo de todos os Espíritos, os seres inteligentes da criação, o pensamento é, em uma palavra, a própria essência do existir. Em sua conclusão axiomática, o filósofo Descartes finaliza: “Penso, logo existo.”. Sim, existimos! Criados por Deus, a Inteligência Suprema, existimos. E nesse existir, rumamos inevitavelmente para o progresso. É, pois, um movimento contínuo, intenso, incontido, irrefreável em direção à perfeição relativa: o estado de sublimidade da alma que se alçou ao ápice das aquisições morais e intelectuais e, destarte, desfruta da plena felicidade reservada aos Espíritos. “É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo.” (LE Q. 540) Essa jornada, porém, para fomentar a nossa evolução, reserva-nos uma multiplicidade de circunstâncias que variam ao infinito e se sucedem em nossas diversas existências. Riqueza e miséria, poder e subalternidade, capacidade e limitação, beleza e fealdade, fama e inglória, satisfação e sofrimento, vitória e fracasso... Cada um desses quadros, no entanto, não possui um valor absoluto em si, eis que o fator determinante é a forma com que os vivenciamos, ou seja, o pensamento que expressamos

Reinaldo Gonçalves de Toledo naquelas situações. Caso sejam de inconformismo, insatisfação ou revolta , então sobejarão os dias perdidos; se de entrega, compreensão, e aceitação da Lei Divina, fulgurarão o mérito e a verdadeira glória. Resta-nos, destarte, uma profunda reflexão sobre o ato de pensar, sua influência em nossa vida e, também, na vida Reinaldo Gonçalves de Toledo daqueles que nos co muda a dos gases ou de outros rodeiam: nosso semelhante. corpos, combinando-os segundo Quem nos conclama a essa re- certas leis. (grifo nosso) flexão, é a Doutrina Espírita, eis Esta formidável passagem, asque em sua trina visão – filosófica, sinala inequivocamente o poder científica e religiosa – instrumenta- do pensamento. Direcionado pela -nos para irmos além em dois mo- vontade, é impressionante os efeidos: externamente, compreender- tos de sua expressão. mos o mundo e seus fenômenos, Também fascinante é a ação do e, internamente, mergulharmos em pensamento mesmo que inconsnosso íntimo para conhecermos a ciente. Vejamos outro trecho do nós mesmos. mesmo item 14: Em A Gênese, cap. XIV, encontramos: “(...) Algumas vezes, essas “14. - Os Espíritos atuam so- transformações resultam de uma bre os fluidos espirituais, não intenção; doutras, são produto de manipulando-os como os homens um pensamento inconsciente. Basmanipulam os gases, mas empre- ta que o Espírito pense uma coisa, gando o pensamento e a vontade. para que esta se produza, como Para os Espíritos, o pensamento e basta que modele uma ária, para a vontade são o que é a mão para o que esta repercuta na atmosfera.” homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual Esta última assertiva nos impele direção, os aglomeram, combinam a meditar sobre quantas e quantas ou dispersam, organizam com eles vezes os indivíduos, inconscienteconjuntos que apresentam uma mente e, portanto, sem a vontade aparência, uma forma, uma colo- lucidamente direcionada, são cauração determinadas; mudam-lhes sas de inúmeros efeitos no mundo as propriedades, como um quími-

material pela ação de seus pensamentos. Resultados estes salutares ou enfermiços, tal seja o teor dos propósitos mais íntimos. Leva-nos, em última análise, a apreciação do teor de nossos próprios pensamentos e a natureza de nossa contribuição, positiva ou negativa, com a atmosfera fluídica dos ambientes que frequentamos. Em acréscimo, dignas de nota são as informações contidas no item 15: “15. - Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros. Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo.” Com este complemento, flagramos o pensamento em seu ciclo de ação: 1) emissão – ao ser expresso, irradia-se pelo ambiente; 2) atuação – em conformidade com seu teor, imprime a sua essência qualitativa em seu raio de ação; 3) representação – uma vez emanado e tendo gerado efeitos, forma as imagens fluídicas apreciáveis pelos vi-


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dentes ou Espíritos desencarnados. É, pois, o raio x de nosso campo mental transitório. Corroborando essas verdades a nós reveladas, a Ciência, há décadas, por inúmeros experimentos científicos, tem corroborado a força da ação do pensamento, seja alterando a estrutura molecular da matéria, seja estabelecendo nos indivíduos estados psicoemocionais de diversos matizes. Contemplados estes princípios doutrinários que largamente fundamentam o Espiritismo, podemos nos questionar: Por que a maioria de nós se ressente de uma vulnerabilidade tão significativa em relação à manutenção de um padrão elevado de pensamento? Aqui não nos referimos a propostas impraticáveis de saltos na escala evolutiva, mas, sim, de todas as resoluções íntimas que firmamos para o nosso progresso. São as metas que temos de aprendizado, de cultivo das virtudes nobres, enfim, de nossa renovação pessoal. Restringimo-nos, destarte, àqueles que buscam um caminho de religiosidade, eis que, do contrário, inumeráveis fatores de ordem secular, ou seja, mundana, poderíamos enumerar. Assim, feita esta restrição, repetimos, por que, por tantas vezes, não conseguimos manter certos compromissos posturais por nós mesmos definidos? Dois fatores podemos solidamente assinalar: a impressionabilidade dos sentidos e a invigilância. Quanto às impressões, é notório que a maioria de nós, diante das tribulações, diante das aflições inerentes à vida, diante das ações do semelhante que, a nosso ver, agridem-nos, reagimos, por tantas vezes, de forma negativa e, consequente, permitimos que o pa-

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O poder do pensamento drão de nosso pensamento decaia. Quanto à invigilância, incontáveis momentos, esquecidos das referências nobilitantes, somos atraídos por valores terrenos. Por isso, conclamou-nos Jesus: “Orai e Vigiai”. A esta altura, cabe-nos outra pergunta. Pensando em possibilidades, vislumbrando as inimagináveis potencialidade da alma que podemos alcançar: E se nós usássemos, cotidianamente, todo o poder do pensamento que somos capazes? Que faríamos nós? A que resultados surpreendentes chegaríamos? Reflitamos! Poderíamos nos tornar capazes de fluir pelas mais diversas adversidades sem se abalar. Poderíamos imprimir uma nova realidade a nossa busca espiritual. Poderíamos nos revestir de esperança e fé verdadeira e nos fortalecer para os embates diários. Poderíamos tudo isso e muito mais. Ilustrando essa realidade, da admirável obra Cinquenta Anos Depois, de autoria do Espírito Emmanuel e psicografia de Francisco Candido Xavier, há uma impressionante passagem com a personagem

Célia. Seu pai, visitando-a, fica boquiaberto com a horta cultivada pela filha e lhe pergunta qual o segredo de tanta produtividade. Celia, oculta sobre a personalidade de “Irmão Marinho”, circunstância esta que se demonstrou-se imprescindível à sua sobrevivência, responde-lhe: “— Não sei — disse o Irmão dos pobres, com singeleza —, aqui tão somente amamos muito a terra! Nossas árvores frutíferas nunca são corta¬das, para que recebamos as suas dádivas e as suas

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flores. Os cordeiros nos dão a lã preciosa, as cabras e as jumentas o leite nutritivo, mas não os deixa¬mos matar, nunca. As laranjeiras e oliveiras são as nossas melhores amigas. Às vezes, é à sua sombra que fazemos nossas preces, nos dias de repouso. Somos, aqui, uma grande família. E os nossos la¬ços de afeto são extensivos à Natureza.” Eis o grande segredo daquela exuberante vitalidade! O poder do pensamento sublimado pelos sentimentos de devoção, respeito e amor a toda a Criação. Que grande exemplo de real nobreza e virtudes cristãs. E se também nós assim conduzirmos o nosso pensamento? E se para nós, definitivamente, o trabalho se tornar como uma oração? O suor como uma adoração? As lágrimas forem de glorificação? As dores, testemunhas de nosso esforço e devoção? Grande história então seria a história de nossas vidas! Que Jesus nos ilumine em sua Bendita Seara!

Coral e Orquestra Carlos Gomes da FEESP


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o dia 31 de agosto de 2014, no salão Bezerra de Menezes, Umberto Fabbri lançou seu livro “Mediunidade Ferramenta Divina” e discorreu sobre este tema que sempre desperta o interesse de todos. Muitos acreditam que a mediunidade foi criada pelo Espiritismo, o que não é uma verdade. Na história da Humanidade encontraremos vários relatos descrevendo este intercâmbio divino, que permite a comunicação dos encarnados com os desencarnados. Já na época de Jesus a palavra Nãbî descrevia o médium, aquele que trás as comunicações da espiritualidade, que se bem empregadas podem trazer consolo, esperança e esclarecimentos que promovam a evolução de nosso planeta. A mediunidade não é privilégio de poucos, mas sim uma ferramenta divina que está à disposição de todos, funcionando como uma alavanca que possibilita o progresso do ser. Entretanto, como ferramenta que é, precisa ser bem manejada,

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Mediunidade Umberto Fabbri para que seu uso seja útil e eficaz, trazendo alegria e bem estar a todos que dela se beneficiem. Quando falamos de mediunidade, referimo-nos ao processo que possibilita a comunicação entre as dimensões física e a espiritual, que se originou no instante em que o princípio inteligente promoveu-se a condição de Espírito e que obviamente evolui de acordo com a evolução de quem dela se utiliza. Será que sou médium? É uma dúvida comum a todos que tomam conhecimento do Espiritismo e de alguma forma notam certa sensibilidade quanto à influência espiritual. Segundo Allan Kardec no Livro dos Médiuns, questão 159, toda pessoa que receba a influência dos Espíritos em qualquer grau ou intensidade é médium. Esta faculdade é inerente ao homem, e temos em nossa constituição física uma glândula, que segundo estudos, promove esta ligação entre os dois planos. A glândula Pineal, também denominada Epífise que está localizada

Umberto Fabbri perto do centro do cérebro, entre os dois hemisférios, é responsável pela produção de um hormônio chamado Melatonina, entretanto para nós espíritas o fator mais importante ligado a este órgão é a ideia de ela ser o elo com a espiritualidade. Desde Galeno (130 a 201 a.C.) já era estudada, tanto pelos gregos como pelos latinos. Nestes estudos tiveram destaque os da Escola de Alexandria onde foram realizadas importantes pesquisas. O filósofo e matemático francês René Descartes, afirma que existiria no cérebro uma glândula onde a alma se fixaria mais intensamente. Como podemos verificar se em nosso próprio corpo, segundo estudiosos, temos um órgão que possibilita a comunicação com a espiritualidade, é claro que todos tem esta possibilidade, todavia segundo Kardec na mesma questão 159 de o Livro dos Médiuns, a denominação de “médium” é para aqueles que

“possuem uma faculdade mediúnica bem categorizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva”, ou seja, nem todos trarão para esta existência a tarefa da mediunidade, apesar de podermos “perceber” a espiritualidade ao nosso redor. A mediunidade pode se apresentar de formas diferenciadas de indivíduo para indivíduo, alguns a trarão de forma ostensiva, outros poderão trazer formas mais sutis, como a inspiração por exemplo. O que efetivamente não podemos esquecer é a verdadeira caridade que deve movimentar as tarefas mediúnicas. Erroneamente alguns médiuns menos avisados e despreparados podem se utilizar desta ferramenta em troca de pagamento, fazendo dela uma profissão remunerada. Não devemos esperar construir carreira dentro da prática mediúnica, mesmo por que as mensagens, orientações e esclarecimentos não são nossos. Mediunidade é ferramenta de intermediação, podendo se apresentar, como já dissemos, em aspectos dos mais variados; psicografia, cura, premonição, etc., o médium não pode utilizá-la em benefício próprio, a não ser no processo autoeducacional, no sentido de reformar-se dentro dos parâmetros do Evangelho de Jesus. Sua utilização não deve ser calcada nos interesses imediatistas e pessoais, seja de valores financeiros ou até mesmo de reconhecimento. Por vezes, o endeusamento é a paga bem aceita por aqueles que estão em missão própria e não por Jesus ou pelo Evangelho. Segundo Kardec, a mediunidade deve ser encarada como coisa sa-


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grada e praticada santamente, prin- cometendo grande encipalmente a mediunidade curado- gano, e quase sempre ra, uma vez que as curas acontecem inibindo os candidatos não pelo conhecimento adquirido e à educação mediúniestudado do médium, mas sim dos ca, como se o animisbons amigos espirituais que efeti- mo fosse um monstro vam as curas. No caso de um médi- devorador e não um co que cobra por seus serviços este meio inicial de maniassim o faz, pois é por seu esfor- festação. O rigor exço, estudo e trabalho que o realiza, cessivo tira a liberdade no caso do médium este somente de manifestação pelo intermedia o trabalho da espiritu- próprio bloqueio que alidade. Jesus e seus apóstolos não o médium cria para si cobravam por suas curas. “Dar de mesmo através do regraça o que de graça recebemos” ceio da repressão, sendo ele exposto a uma orienta a todos neste sentido. Outro fator extremamente im- situação de fraudador, portante dentro da mediunidade é a quando suas intensua educação. O médium que não ções, na verdade, são controla sua faculdade pouco auxi- as melhores. Não se lia dentro de uma tarefa mediúnica. deve estimular a indisImportante o estudo, a fé raciocina- ciplina dentro do proda que nos leva a buscar o entendi- cesso educacional do mento, compreensão e boa aplica- candidato, mas alertar ção de nossos recursos mediúnicos. contra o extremo rigor Autógrafos após a palestra Sabemos que a seara de Jesus é frente aos iniciantes, grande, e o número de seareiros que trarão as mensaao trabalho de esclarecimento e escasso, todavia buscar qualificar gens mescladas com suas experi- encaminhamento aos irmãos sofreos médiuns, educando-os mediuni- ências e vivências, e com o tempo dores, protegendo-se também das camente de modo a que entendam o médium aprenderá a trazer com fascinações ofertadas nas ilusões de o que executam e tenham auto- maior fidelidade os pensamentos sucesso, de buscar trazer mensagens controle é primordial para o bom dos benfeitores amigos. dos grandes vultos. Devemos semO Bom médium é aquele que pre lembrar Jesus que nos orienta andamento de uma Casa Espírita. Mediunidade não é desequilíbrio, se esforça, que estuda que busca quanto ás mistificações, “conhecemas ferramenta que exige bom uso transformar-se moralmente, crian- -se a árvore pelos frutos”, se faz e boa aplicação de quem a utiliza. do assim uma atmosfera vibratória necessário analisar o conteúdo das É grande a preocupação relati- adequada ás comunicações com a mensagens que nos chegam quanto va ao animismo, quando tratamos espiritualidade superior e também às orientações que sempre deverão das comunicações meestar ligadas ao amor, a fradiúnicas, nascida no ternidade e caridade para cuidado que devemos serem identificadas como ter quanto as fraudes dos mentores espirituais. e mistificações, mas Paulo de Tarso na 1ª se faz necessária uma epístola aos Coríntios, capímaior reflexão para tulo 12, fala da mediunidanão se cair em excesde, da diversidade de dons, sos. Quando categoe que a cada um é dado o rizamos o animismo, que necessita, “mas a manique possivelmente festação do espírito é dada encontraremos nos a cada um, para o que for médiuns iniciantes, útil”, cada pessoa tem aquicomo algo incorreto lo que melhor se adapte as e nocivo, estaremos Luis Bernardo, Tiago Sivila, Marco Antonio e Arão Diniz Pontes suas necessidades evoluti-

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vas, por isso não devemos cobiçar a mediunidade alheia, nem tampouco acreditar que o que possui esta ou aquela mediunidade é mais feliz ou melhor que a maioria, mas sim valorizar aquele que consegue desenvolver o verdadeiro amor na elaboração e aplicação de seus dons, seja eles quais forem. No belíssimo capítulo 13 da mesma epístola, Paulo poeticamente fala da caridade, do amor em ação, elemento diferenciador da mediunidade. Diz ele: ”Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes e não tivesse amor, nada seria”. Quanto mais amamos mais nos aproximamos de Deus, de seus emissários e deles nos tornamos intermediários. Ser médium não basta, é necessários ser medianeiro dos bons Espíritos, fazer parte da equipe dos que levam a mensagem da Boa Nova de Jesus. Mais uma vez, citando Paulo, é preciso crescer, evoluir para que tenhamos condições de abandonar os velhos hábitos as velhas posturas mediúnicas: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo que cheguei a ser homem acabei com as coisas de menino”, e desta forma nos prepararmos para a fé raciocinada que nos ensina Kardec. Nossa maturidade espiritual chegará e seremos médiuns do amor e do bem que Jesus nos propõe. Jesus é o carpinteiro de nossas almas, e nós, as ferramentas que ele tem à sua disposição para esculpir o amor, a compreensão, a fraternidade e a solidariedade. Cabe-nos a conscientização para que sejamos as melhores ferramentas nas mãos de Jesus e tenhamos a satisfação do trabalho bem realizado.


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Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti e a Caridade

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o livro “BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, PELO Espírito Humberto Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no Capítulo 20, temos: “Uma verdadeira renascença das filosofias” e das ciências se verificará no transcurso destes anos, a fim de que o século XX seja devidamente esclarecido, como elemento de ligação entre a civilização em vias de desaparecer e a civilização do futuro, que assentará na fraternidade e na justiça, porque a morte do mundo, prevista na Lei e nos Profetas, não se verificará por enquanto, com referência à constituição física do globo, mas quanto às suas expressões morais, sociais e políticas. A civilização armada terá de perecer, para que os homens se amem como irmãos. Concentraremos, agora, os nossos esforços na terra do Evangelho, para que possamos plantar no coração de seus filhos as sementes benditas que, mais tarde, frutificarão no solo abençoado do Cruzeiro. Se as verdades novas devem surgir primeiramente, segundo os imperativos da lei natural, nos centros culturais do Velho Mundo, é na Pátria do Evangelho que lhes vamos dar vida, aplicando-as na edificação dos monumentos triunfais do Salvador. Alguns dos nossos auxiliares já se encontram na Terra, esperando o toque de reunir de nossas falanges de trabalhadores devotados, sob a direção compassiva e misericordiosa do Divino Mestre.

Amilton Aparecido Rodrigues Houve na alocução de Ismael uma breve pausa. Depois, encaminhando-se para um dos dedicados e fiéis discípulos, falou-lhe assim: − Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração. Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza dessa missão; mas, com a plena observância do código de Jesus e com a nossa assistência spiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de perseverança e de humildade, consolidando os primórdios de nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do seu Evangelho. Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida. Havia em toda a assembleia espiritual um divino silêncio. O discípulo escolhido nada pudera responder, com o coração palpitante de doces e esperançosas emoções, mas as lágrimas de reconhecimento lhe caíam copiosamente dos olhos. Ismael desfraldara a sua bandeira à luz gloriosa do Infinito, salientando-se a sua inscrição divina, que parecia constituir-se de sóis infinitésimos. Uma vibração de esperança e de fé fazia pulsar todos os corações, quando uma voz, terna e compassiva, exclamou

Amilton Aparecido Rodrigues das cúpulas radiosas do Ilimitado: − Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos trabalhadores de boa-vontade! Relâmpagos de luminosidade estranha e misericordiosa clareavam o pensamento de quantos assistiam ao maravilhoso espetáculo, enquanto uma chuva de aromas inundava a atmosfera de perfumes balsâmicos e suavíssimos. Sob aquela bênção maravilhosa, a grande assembleia dos operários do Bem se dissolveu. Daí a algum tempo, no dia 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, no Estado do Ceará, nascia Adolfo Bezerra de Menezes, o grande discípulo de Ismael, que vinha cumprir no Brasil uma elevada missão.” Adolfo Bezerra de Menezes nasceu em 29 de agosto de 1831. Seus pais, residentes na freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, possuíam grandes recursos.

O pai, Antônio Bezerra de Meneses, era capitão das antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional. Desta forma, a Espiritualidade nos informa que Bezerra de Menezes, é Espírito de grande elevação, e reencarnou em nosso país com uma missão evangélica, através da bondade imensurável de Deus nosso pai de bondade, como temos conhecimento na história da humanidade, sempre nos ajudando enviando irmãos para auxiliar-nos e para aprendermos com seus exemplos, e o expoente máximo é o nosso Mestre Jesus, que através de suas lições nos convida ao progresso e evolução. Pelo que nos relatam os historiadores, Dr. Bezerra de Menezes, verdadeiro cristão praticante desses ensinamentos de Jesus em todos os aspectos, tanto em sua existência material como continua ajudando a todos de todas as formas da esfera espiritual onde se encontra – jamais tendo interrompido a pratica da caridade. Em um primeiro momento, apesar de muitos conhecerem toda sua trajetória e seu trabalho em prol dos menos favorecidos em sua última reencarnação em nosso país, traçaremos, desde o seu nascimento ao desencarne, os fatos mais relevantes:Na Faculdade de Medicina Em 1851, aos vinte anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi no final de 1856 que Bezerra de Menezes concluiu o seu curso


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de medicina, e estava, então, com 25 anos de idade. Durante esses anos, morava em um quarto alugado, não frequentava, como seus colegas, lugares da moda, vivia de certa forma recluso, indo da Faculdade para casa e vice-versa; possuía parcos recursos, assim, comprava os seus livros, já usados, em sebos, ou os tomava emprestados da Biblioteca e dava aulas para se manter – vivia frugalmente. Formado, sua vontade era a de montar consultório, mas como não tinha recursos financeiros para tanto, convidou um colega de turma para a empreitada, e se instalaram em uma pequena sala no centro do Rio de Janeiro, mas passados alguns meses, nenhum cliente aparecia, e desta forma, mas para retribuir, começou a atender pessoas muito pobres, e seu consultório começo a lotar, vinha gente de todos os lugares, mas jamais cobrou nenhuma consulta, obviamente, por não terem condições financeiras. Havia um professor da Faculdade de Medicina – Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, que foi nomeado chefe do Corpo de Saúde do Exército, e este por sua vez, convidou e nomeou Dr. Bezerra de Menezes, como cirurgião-tenente, e desta forma passou a ter provimentos para sua sobrevivência. Diga-se de passagem, que Dr. Bezerra de Menezes não deixou de atender seus pacientes no pequeno consultório, daí sua fama e curas espalharam por toda cidade, e além das pessoas sem recursos, aparecerem também pessoas que podiam efetuar pagamentos, mas ele jamais exigia qualquer valor – pagavam-lhe o que julgavam ser correto. Já nessa época foi denominado “o médico dos pobres”. Em 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com dissertação sobre “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu

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tratamento”. O acadêmico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, a eleição transcorreu na de 18 de maio e a posse na de 1° de junho do mesmo ano. Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Casamento Dr. Bezerra de Menezes casou por amor, com dona Maria Cândida de Lacerda, no dia 6 de novembro de 1858. Jornalista brilhante, colaborando nos principais jornais da metrópole, clínico caridoso, e como era conhecido “médico dos pobres”, respeitado nos meios militares, tudo isso dava-lhe uma posição social invejável. Política Em 1860, por todos os seus méritos, a população de São Cristóvão, onde residia e clinicava, quis que ele a representasse na Câmara Municipal, e de início pensou em recusar, mas sua esposa vislumbrando respeito da sociedade incentivou-o, e por fim aceitou a missão, e foi eleito com um grande número de votos. Desencarne da esposa Religiosidade A esposa, após uma enfermidade rápida, e imprevisível, abandonava o mundo em menos de vinte dias, falecendo em 24 de março de 1863. Bezerra viu-se viúvo, triste e desolado e com dois filhinhos: um de três e o outro de um ano de idade. Tinha de herança, sua espiritualidade aguçada, bem como fora educado por seus pais em uma fé fervorosa dentro da Igreja Católica, e após a perda de sua esposa, começou a ler e a estudar a Bíblia com todo afinco, buscando conforto nos ensinamentos nela contidos. Em 1869 desencarna em Paris o codificador do Espiritismo – Allan Kar-

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dec. Antes de Kardec ter codificado a Doutrina dos Espíritos, havia sido fundado no Rio de Janeiro o primeiro grupo espírita, por Melo Morais. Em 1875, Bezerra conheceu a Doutrina Espírita na ocasião do lançamento da tradução em língua portuguesa de “O Livro dos Espíritos”, quando o seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos, ofereceu um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes. Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou: “Recebi o exemplar na cidade e eu morava na Tijuca, ha uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no “O Livro dos Espíritos”. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença”. Reeleito Vereador Foi reeleito vereador da Câmara Municipal para o período de 1864 a 1868. Segundas Núpcias Por essa época, Bezerra, reeleito para o cargo de vereador em 1864, casa-se, no ano seguinte, em segundas núpcias, com Senhora Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus dois primeiros filhos até então, e com ela teve mais sete filhos. Deputado Provincial Em 1866 foi eleito deputado

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Provincial pelo Rio de Janeiro. Empossado em 1867, sustentou aí remendas lutas, combatendo, especialmente, o famoso ministério Zacarias. De volta à Política Bezerra foi eleito deputado, em 1878, mandato que exerceu por dois anos, pois que em 1880 era designado para presidente da Câmara Municipal e líder do seu partido. Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885. Neste período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Adesão de Bezerra ao Espiritismo Em 16 de agosto de 1886, após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, aos 55 anos de idade, perante um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade, enchia o salão de honra da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, para ouvir, em silêncio emocionado e atônito, a palavra de ouro do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes que, em longa alocução proclamava, aos quatro ventos, a sua adesão ao Espiritismo. No ano seguinte – 1887 -, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz, periódico de maior circulação na época. Com o nome de “Estudos Filosóficos − Espiritismo”, os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo “Max”. Em 1889 Bezerra de Menezes foi visto como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de “O Livro dos Espíritos” nas reuniões públi-


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cas das sextas-feiras. De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro “Obras Póstumas” de Allan Kardec, publicado em 1892. Empresário Em 1870 foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé a Campos. Em 1872 empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao Rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar. Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois Barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca. Jornalismo No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina. Por tudo isto, Bezerra de Menezes foi uma das mais eminentes personalidades médicas do Brasil. Em 1869, durante a campanha abolicionista publicou o ensaio “A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem danos para a Nação”. Em 1877 publicou outro ensaio, expondo os problemas de sua região natal: “Breves considerações sobre as secas do Norte”. Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o Visconde do Uruguai e do Visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redator de “A Reforma”, órgão liberal do Município, e, de

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1869 a 1870, redator do jornal “Sentinela da Liberdade”. Carta do Irmão Em 1886, Bezerra recebeu carta de um irmão que o denunciava como réu de apostasia, por ter abraçado o Espiritismo. Em resposta datada de 31 de maio de 1886, Bezerra escreveu mais de cem páginas, que a Federação Espírita publicou no livreto “Uma Carta de Bezerra de Menezes”, por se constituir em tese doutrinária de grande relevância. Obras Publicadas A Casa Assombrada Espiritismo − Estudos Filosóficos − (3 volumes) − A Loucura sob novo prisma − Casamento e Mortalha − Evangelho do Futuro − História de um Sonho − Lázaro, o Leproso − O Bandido − Os Mortos que Vivem − Pérola Negra − Segredos da Natureza − Viagem Através dos Séculos – A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica − Os Carneiros de Panúrgio. Casos da vida de Bezerra de Menezes - Há um fato na vida de Bezerra que revela a primeira manifestação do mundo invisível ao espírito do então jovem estudante: As taxas na Faculdade estavam à sua espera. Se Bezerra não lhes satisfizesse o pagamento arriscava-se a perder o ano. E não era só. O proprietário dono do quarto em que morava, ameaçava pô-lo na rua. Desesperado – uma das poucas vezes em que Bezerra desesperou na vida – e como não fosse incrédulo ergueu os olhos ao alto e apelou para Deus. Nessa ocasião bateram à porta. Era um moço de fisionomia sim-

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pática e atitudes polidas que vinha tratar umas aulas de matemática. Bezerra recusou, a princípio, confessando mesmo ser esta a matéria que ele mais detestava. O visitante relutou; por fim, lembrando-se de sua situação desesperadora, Bezerra resolveu aceitar. O moço, sob o pretexto de que podia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu-se. Bezerra não cabia em si de contente. Nesse mesmo dia liquidou o aluguel e as taxas de exames na Faculdade. Lembrou-se, porém, do compromisso, e, como não possuísse livro algum sobre a matéria, correu à Biblioteca e, durante horas, devassou com sofreguidão os vários pontos para a próxima aula. Essa, todavia não se realizou; nem essa nem outra qualquer, pelo simples motivo de que o discípulo não mais apareceu. Dias se passaram e... nem viva alma... Em seu livro “A Loucura sob novo prisma”, 1886 - sob o pseudônimo de Max. No consultório da Farmácia Cordeiro, de propriedade de seu grande amigo José Guilherme Cordeiro, Dr. Bezerra realizava, após o meio-dia, sua missão apostólica: junto com uma falange de espíritos superiores, que o auxiliavam no seu caridoso ato de curar corpos e almas, atendia dezenas de pessoas paupérrimas “E receitava pelos lábios e pela pena. Pelos lábios, conselhos, vestidos de emoção e ternura, acordando nos consulentes o cristão que dormia; pela pena, homeopatia, água fluídica e passes, e finalizava pedindo que cada um tivesse às mãos, no lar, o grande livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, que o lesse com alma, com sinceridade e confiança no seu autor, Nosso Senhor Jesus Cristo”. - No Livro “Loucura sob o novo

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prisma”, Bezerra de Menezes relata que o seu filho, que estudava medicina, adoeceu, e os médicos, seus colegas diagnosticaram “alienação mental” – e como loucura o trataram, sem que obtivessem o mínimo resultado. Recorreu ao Espiritismo, e foi marcada uma sessão e veio o espírito inimigo, que se dirigiu diretamente ao Dr. Bezerra de Menezes, e disse que era vingança, por mal que ele havia feito em outra existência, e já que não podia alcança-lo, pois era mais adiantado, castigava-o na pessoa do seu filho, que também concorreu para o mal. Foram várias sessões, e Bezerra de Menezes, além de conversar amorosamente com este espírito, em suas orações diárias, pedia a ajuda ao perseguidor, para que tivesse luz e reconhecesse o mal que a si próprio estava fazendo. Ouviu uma voz que lhe disse:- Vê – e olhando na direção da voz, viu aquele amigo em uma masmorra imunda e tenebrosa, onde um homem acorrentado e agrilhoado gemia suas misérias e as de sua mulher e filhos, privados de todo o apoio. O moço era vítima de seus abusos em outra existência, continuou a sofrer a perseguição e, por tanto tempo a sofreu, que seu cérebro se ressentiu, de forma que, quando o obsessor, afinal arrependido deixou-o, ele ficou calmo, sem ter acessos, porém não recuperou a vivacidade de sua inteligência. - Uma vez, um homem chorando, pede-lhe ajuda, em dinheiro para enterrar o corpo de sua mulher, que desencarnara deixando filhos menores doentes e famintos. Bezerra procura nos bolsos e nada encontra. Fica comovido e sua comoção já era uma prece, e por intuição, desapegado das coisas materiais, tira do dedo o anel de médico e o entrega ao irmão necessitado, com carinho e humildade e diz para ele vende-lo para enterrar sua mulher e demais necessidades.


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- Cera ocasião, Bezerra Sua casa fica repleta de de Menezes saía da FEB, familiares e amigos, toá noite, após presidir sesdos foram consolar Dr. são mediúnica, sob a chuBezerra, e a tarde enterva encontra um homem, raram-na, em clima de e ele olhando-o com os emoção e consolo. À noite, às 19h30 hoolhos do coração, ouviuras, na sessão doutrinaria -o em desabafo:- estava da FEB, surpreendendo desempregado, com sua e sensibilizando a todos, mulher e dois filhos doenBezerra está presente e dites e famintos, ele mesmo rige a sessão, e por um dos estava com fome e febril. médiuns presente à mesa, Bezerra verifica se tem alMaestro Tancredi e Marlene Mello depois da prece inicial, é gum dinheiro nos bolso, realizaram um lindo dueto no dia da palestra recebida uma mensagem, mas nada encontrou apede sua filha, que vinha lhe nas a passagem do bonde, e ficou mais apiedado e apreensi- va muito feliz e agradeceu imensa- dar testemunho de sobrevivência e a certeza de que, de mais alto, agora vo, levantando seus olhos para o mente Dr. Bezerra de Menezes. - Certo dia, cansado, com a pernas libertada e feliz, dona de outros recéu, chorando, pediu inspiração ao seu Anjo Tutelar e solucionador de doendo por um dia inteiro atendendo cursos, lhe viria ajudar, mais e mais, seus problemas e depois virando seus pacientes necessitados, chega na tarefa evangélica de servir. em casa, encontra sua filha, de nome E foi o que ocorreu – Dr. Bezerpara o homem, pergunta:- “Meu filho, você tem fé em Evangelina, apelidada de Nhanhã, ra foi muito ajudado por sua filhifebril, abatida, desassossegada. Cui- nha querida. Deus? da dela, toma seu banho e janta, e Sabia como poucos, ater-se à -Tenho e muita, Dr. Bezerra! - Pois, então, em Seu Santíssimo chega a sua porta uma senhora aflita disciplina do necessário, a despree pede, chorando, em nome de Je- zar o supérfluo, a não se apegar às Nome, receba este abraço. E abraçou o desesperado irmão, sus, para ir ver sua filhinha que se coisas materiais com prejuízo de achava febril e abatida. Bezerra se seu envolvimento espiritual e da envolvente e demoradamente. comove com a lágrimas da mulher, vitória de sua missão, e jamais falE despedindo-se:- Vá, meu filho, na paz de Jesus parada a sua frente feito uma estátua tou com suas obrigações e respone sob a proteção do Anjo da Huma- de dor, e sua mulher, olha-o interro- sabilidades com seus familiares, nidade, e em seu lar, faça o mes- gativa, verificando qual decisão ele jamais tendo sua família passado mo com todos, os seus familiares, tomará. Ele diz que sua filha ficará por privações. Um dia, sua mulher, de manhã, abraçando-os, afagando-os e con- aos cuidados de Jesus, e que não fie no amor de Deus, que seu caso podia deixar de atender aquela mãe informa-o, antes de sua saída para desesperada. Sobe e desce morros, o trabalho, que a despensa enconhá de ser resolvido. Bezerra foi embora, com muita após uma caminhada longa e, chega trava-se vazia, e ele diz que ela não dor no coração por nada ter de ma- ao lar da doentinha, dá-lhe passes, se preocupasse que nada faltaria, e receitando alguns remédios e coloca que confiassem em Deus. terial para doar aquele homem. Ao chegar a tardinha encontraUma semana se passou, e ele algum dinheiro sobre a mesa e sai face os inúmeros compromissos e deixando a doente melhor e a mãe -se sua mulher surpresa e quespessoas que atendia diariamente, já mais consolada, e esta lhe diz que tiona porque ele comprara tantos não se lembrava do caso, e quan- ele fosse com Deus, que Deus lhe alimentos, poderiam perder, e ele do descia a escadas da FEB, no pagasse pelo bem que fez e que ele surpreso pergunta o que havia ocorrido, e esta informa que logo mesmo lugar, encontra o homem, pudesse encontrar sua filha melhor. Chega tarde em casa, pensando que ele saiu de manhã, chegou e este agradece-o, informando que fizera o que ele havia recomenda- que sua filha havia desencarnado, uma carroça lotada de alimentos. . do, abraçando sua mulher e seus mas encontrou-a dormindo, placi- . E refugiou com sua mulher a um filhos, e beberam água, e sentiram damente, bem como sua mulher, canto da casa e agradeceu a Deus, alimentados, foram dormir e no e ali mesmo ajoelha e agradece a pais de amor e bondade. outro dia todos estavam recupera- Jesus pela graça concedida. - Aos dezoito anos, sua filha DOENÇA DESENCARNE dos e ele saiu, bateu em uma porta, - Ficara doente, com o corpo inpediu emprego e consegui, e esta- Evangelina (Nhanhã) desencarna.

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chado, em parte paralisado, falava com dificuldade, e permaneceu assim por três meses, e uma grande romaria fazia fila em sua casa, esperando receber qualquer ajuda, e ele com dificuldade em falar, ajuda com seu olhar manso e bom, acenando com as mãos, sorriso nos lábios, e mesmo assim consolava a todos. Chico Xavier pronunciando sobre a atitude de Bezerra de Menezes, diante da doença e perto da morte, diz:“Quem adquiriu uma consciência pura vive bem e morre bem.” Em 11 de abril de 1900 desencarna. - Quando acordou, Celina, emissária de Maria, estava ao seu lado, reconfortando-o, ele viu que incontáveis irmãos estavam ao seu redor, e ouviu muitas vozes e perguntou para Celina de onde vinha, e esta ajudando a se levantar, mostrou a multidão de espíritos, e quando ele pergunta quem são ela responde que foram todos aqueles que ele ajudou em sua imensa caridade, oferecendo informações da doutrina de Jesus, consolando-os, e que eles agora e, agradeciam-no nesta esfera, e ele informa que a felicidade existe sim, muito emocionado. - Chico Xavier relata que foi convidado (em desdobramento) para uma reunião nas esferas espirituais, quando fez 50 anos do desencarne de Dr. Bezerra de Menezes, e lá se encontravam Espíritos das mais altas esferas, e num determinado momento, Celina, traz um informe de Maria, convidando a assumir tarefas em esferas elevadas, e ele muito emocionado, chorando, pede a Celina que peça a Maria que permita que ele permaneça ajudando todos que sofrem no Planeta, Celina vai e depois retorna, e informa que Maria concorda, que ele permanecesse o tempo que quisesse, sob suas bênçãos!.


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Seminário

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Seminário sobre Transtornos Mentais As Alegrias e Dores da Alma

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o dia 14 de setembro de 2014, na sede central da Federação Espírita do Estado de São Paulo, realizou-se o Seminário sobre Transtornos Mentais. O seminário foi organizado pela equipe das assistências especializadas do P3C, P3D e P3PS, da Área de Assistência Espiritual da FEESP e sua diretora Maria de Cássia Anselmo nos fala um pouco sobre os objetivos deste encontro. - Este encontro foi planejado por nossa equipe, visando levar maior conhecimento sobre os transtornos mentais, para assistidos, centros espíritas associados, público em geral, mas principalmente para os colaboradores da casa. Tem crescido a cada dia o número de pessoas que chegam á FEESP em busca de auxílio espiritual para as dores da alma. Dores que foram catalogadas e estudadas pela Ciência, mas que também necessitam ser avaliadas e estudadas sob o contexto espiritual. Sabemos da grande responsabilidade que o Espiritismo tem, por reconhecer e trabalhar as questões do Espírito, em oferecer a terapêutica espírita que tanto beneficia nos processos de recuperação. É evidente que tanto o controle como a cura dependem de vários fatores, mas a Doutrina Espírita tem muito a contribuir com os passes e a desobsessão, mas principalmente na conscientização e incentivo da mudança de atitudes e comportamentos, contando para isto com o libertador Evangelho de Jesus. Acreditamos que não basta o

Dr. Alejandro V. D. Vera desejo de ajudar, precisamos nos capacitar, e para isto, a Área de Assistência Espiritual tem investido em muitos treinamentos para que seus colaboradores se preparem cada vez mais e melhor para serem úteis e proativos dentro da Seara do Mestre. Somente com amor, fraternidade, compreendendo os percalços e desafios de nossos irmãos que vivenciam estes transtornos é que poderemos secar as lágrimas que vertem de seus olhos e corações, orientando e apoiando para estas dores se transformem em alegrias. Foram realizadas quatro palestras que trouxeram á tona assuntos importantes para nosso conheci-

mento e reflexões. • Doutor Alejandro Victor Daniel Vera, médico psiquiatra pela UNIFESP, e secretário da Associação Médico Espírita do Estado de São Paulo: Visão Científica da Depressão e da Síndrome do Pânico. • Maria de Cássia Anselmo, diretora da FEESP: Transtornos Mentais e Mediunidade. • Doutor Rafael Latorraca, médico residente de psiquiatria na UNIFESP: Visão Cientifica e Espiritual da Esquizofrenia e da Bipolaridade. • Vera Cristina de Oliveira Millano, diretora do Departamento de Orientação e Encaminhamento

(DEPOE), da FEESP: A Assistência Espiritual as Dores da Alma. Aqui trechos da palestra do Dr. Alejandro Victor Daniel Vera: “...É importante lembrar que quando falamos de transtornos mentais, estamos falando de pessoas, de Espíritos, em sofrimento psíquico que se manifestam de diversas formas, tais como um quadro depressivo, a esquizofrenia, o transtorno afetivo bipolar e outras tantas catalogadas pela Ciência médica. Vale ressaltar a diferença entre doença e transtorno. A doença se enquadra dentro de um modelo mais biológico, mais reducio-


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nista, onde teoricamente sabemos qual é sua causa. Em um quadro de pneumonia sabemos que a causa é uma bactéria. Mas quando falamos de transtornos, teoricamente desconhecemos as causas da patologia, do sofrimento. Hoje o grande desafio dos profissionais da saúde é encontrar a causa destes sofrimentos, destas dores. Por isso não falamos em doenças mentais, mas transtornos mentais. A psiquiatria tem se unido a Neurociência, no estudo do cérebro, do sistema nervoso, tentando encontrar as raízes, reduzindo seu olhar aos genes, a hereditariedade, não que estes fatores não sejam importantes, mas o sofrimento está no Espírito e não em um gene. Será necessário ampliar o olhar para verificar que os transtornos são o efeito e não a causa, que se encontram no Espírito e não no corpo. Clarêncio no livro Nosso Lar, nos diz que: “... o médico não pode estacionar em diagnósticos e terminologias. Há que penetrar a alma, sondar-lhe as profundezas”, ou seja, não podemos reduzir nossos olhar a um termo ou diagnóstico, precisamos penetrar na alma, nos sentimentos do ser, pois um diagnóstico pode se modificar. É importante que se observe mais que os sintomas, um depressivo pode apresentar a tristeza, o choro, o desânimo, entretanto mais importante do que fazer o paciente parar de chorar, é descobrir por que ele chora, trabalhando assim a causa e não o sintoma. A exemplo de Kardec, devemos buscar o que está atrás do fenômeno, ou seja, a inteligência responsável pela ação, na questão em pauta, é importante observar a inteligência, o ser atrás dos transtornos mentais. Quais são suas necessidades e empregarmos as

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melhores maneiras de apoio e terapias para sua recuperação. Dados da Organização Mundial da Saúde de 2004, estes são os dados mais recentes, nos dizem que 450 milhões de pessoas são acometidas pelos transtornos mentais, entre elas 350 milhões sofrem de depressão, o que segundo especialistas já é um caso de saúde pública. Imaginemos estes dados atualizados para os dias de hoje. Segundo estatísticas das seis doenças que mais incapacitam na funcionalidade, ou seja, as que mais afastam as pessoas do mercado de trabalho, quatro são transtornos mentais. Em primeiro lugar a depressão, em segundo o uso e abuso de substâncias químicas, ou dependência química, em terceiro a esquizofrenia e em quarto o transtorno afetivo bipolar. A previsão é de que em 2020, a depressão encabece a lista que hoje é liderada pelos problemas cardíacos. Um dado alarmante está relacionado à questão do suicídio. Um milhão de pessoas se suicida por ano. No Brasil 24 pessoas se suicidam por dia, de

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intento, e 400 pensam e não levam a cabo seu desejo. Infelizmente não temos ações efetivas de prevenção ao suicídio. Por exemplo: 10 de setembro é o dia de combate ao suicídio e poucas pessoas sabem disto. São as dores profundas que levam uma pessoa a este ato. Em cada quatro famílias, uma tem entre seus membros uma pessoa com transtorno mental de algum tipo, ou seja, 25% das famílias passam por estas dificuldades. Estes dados mostram que há muito sofrimento, pessoas que precisam de carinho, de acolhimento, de orientação. No quadro clínico da depressão podemos encontrar os seguintes sintomas: humor deprimido e/ou falta de motivação, sentimentos de baixa alto-estima, culpa, desesperança, tristeza, apatia, solidão, ansiedade, pensamento lentificado, prejuízos na concentração, atenção e memó-

moderada ou grave e seu tratamento engloba várias frentes; a farmacoterapia, que atua diretamente no corpo físico, que sofre avarias no processo depressivo, a psicoterapia, muito eficiente onde podemos dividir e trabalhar nossas emoções, a eletroconvulsoterapia, que funciona como um reset cerebral, utilizada com sucesso em pacientes catatônicos, o que Vera Millano, Maria de Cássia Anselmo, Julieta Ignez P. de Souza poderíamos come Dr. Alejandro Vera parar com o passe anímico, embora ria, alterações de sono e dor, sinto- que estar triste faz parte da vida este atue no perispírito. E sem mas psicóticos. É necessário frisar de todos. O problema está em não dúvida, temos a terapia espírita, superar este e outros sentimentos com os passes, a desobsessão, a negativos, se aprisionando men- água fluidificada e acima de tudo talmente nestes processos de sofri- o Evangelho de Jesus, que trabamento, cristalizando ideias não sau- lha diretamente no cerne do prodáveis. Isto pode levar o indivíduo a blema que está na estrutura emodesenvolver os transtornos mentais. cional do Espírito. A depressão pode ser leve, Apesar dos números nosso olhar não pode ser de pessimismo, este é um chamado para evoluirmos, um convite para nossa transformação. O Evangelho de Jesus é de alegria, de construção de superação. Este é um momento de transição, onde unindo a ciência e a espiritualidade teremos Transformar Vidas maiores condições de transpô-lo.

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Dr. Rafael Latorraca

Maria de Cássia Anselmo


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udaria o Natal ou mudei eu? Perguntava o grande escritor Machado de Assis, nos lembrando tempos antigos. Constatamos que o Natal mudou, hoje, e muito. Nossa época é de descrença, falta de fé e, ao invés de lembrarmos o nascimento de Cristo, procuramos grandes comemorações e desculpas, nos dando presentes, fazendo o “amigo secreto”, fingindo que amamos o nosso próximo, mas ao mesmo tempo ignorando o significado da data. E temos muitas desculpas para não lembrar esse significado: • Já está amplamente divulgado que Jesus não nasceu no dia 25 de Dezembro e sim (conforme explicam as Enciclopédias) que o dia, ano e lugar de seu nascimento são duvidosos. As únicas fontes existentes de confiança são lendas sobre o nascimento e infância encontrados em Mateus 1, que coloca o nascimento e a infância de Jesus na época de Herodes I e na mudança do regime (que ocorreu no ano 4 antes de Cristo) Mas, na narrativa de Lucas, o nascimento de Jesus é relacionado com o primeiro recenseamento feito na Judéia pelo imperador Augusto (ano 6 depois de Cristo). Existe também, na História, a evidência de outro censo ocorrido aproximadamente no ano 8 depois de Cristo. Por causa de tudo isso, algumas fontes calculam o ano de nascimento por volta de 7 ou 6 D.C.. (*Esses termos, A.C. e D.C. – Antes de Cristo e Depois de Cristo

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É Natal? Alceu Nunes

só viraram uso comum na Idade Média.) • Pode parecer incrível, mas a escolha da data para se comemorar o Natal, não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. Os cristãos primitivos (os romanos), aproveitaram o período de uma importante festa pagã (talvez uma verdadeira bacanal pelas ruas) realizada por volta do dia 25 de dezembro e, para refrear os instintos materiais, comemoraram o nascimento de Jesus pela primeira vez nesse dia, no ano 354. Mas entre os estudiosos do Novo Testamento e das origens do cristianismo, é consenso que Ele não nasceu em 25 de dezembro. Então, por que comemoramos com tanta festa essa data? Em primeiro lugar, devemos concordar que a influência da Igreja Católica (que a escolheu nos seus primórdios e a manteve por tradição, pois somos obrigados a isso desde crianças), o Governo também estabelece como feriado

e os calendários repetem o fato. É verdade que os judeus não comemoram esse dia e nem algumas outras religiões que, aliás, merecem todo o nosso respeito. Com quem estará a verdade? Será que deveríamos lutar para estabelecer essa verdade? Há um ditado latino que a maioria de nós conhece desde criança também: Vox populi, vox Dei (A voz do Povo é a voz de Deus.) Se a Matemática nos diz que a ordem dos fatores não altera o produto, vamos inverter esse ditado da seguinte maneira: “A voz de Deus é a voz do povo”, pois, como afirmou Léon Denis e como confirmam as observações do Espiritismo, o atraso do nosso planeta obriga os Espíritos superiores a, praticamente, nos dirigirem – seguindo a vontade de Deus. Em vista disso, posso afirmar que creio, acima de qualquer dúvida, que Deus permite que muitas coisas nos aconteçam para nos educar, nos ajudar na evolução.

Creio nessa piedosa interferência de Deus em nossa educação a ponto de aceitar que é disso que precisamos dentro do nosso estágio pouco evolutivo. Nosso progresso com liberdade e com verdade ocorrerá quando vier o Reino de Deus anunciado por Jesus, isto é, daqui a inúmeros séculos, quando o “venha a nós o vosso Reino” será apresentado na forma do nosso planeta renovado. O Espiritismo nos ensina que o tempo não existe no plano espiritual, que dez anos na Terra podem durar dez minutos. Nos ensina também que o que vale é o nosso pensamento e as nossas intenções, pouco importando as datas e as horas – coisas que inventada pelos homens para sua disciplina. Podemos perfeitamente, portanto, comemorar o Natal no dia 25 de Dezembro, pois, se Deus desejasse outra coisa, já a teria feito. E chegamos a outra conclusão: o mundo, como está, é do que precisamos com aprendizado, para progredir, evoluir no amor a Deus e ao próximo – apesar dos crimes, desonestidades e barbaridades praticadas a todo momento neste planeta. Mas, como o Reino de Deus, que Jesus anunciou várias vezes, esse Reino tem regras, e, seja em que data for, essas regras existem, citadas por Jesus. Como esta, por exemplo: Durante os festejos que estão aí, depois do amor a Deus, vamos lembrar do nosso próximo: “LUCAS 14 -12 Disse Jesus


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também ao que o havia convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso retribuído. Mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos; e serás recompensado; porque eles não têm como te retribuir; mas retribuído te será na ressurreição dos justos. Vamos lembrar também a orientação que Jesus nos deu quando formos nós o convidados ao banquete:

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“LUCAS 14 vers.7 a 11: 7 Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes esta parábola: Quando por alguém fores convidado às bodas, não te reclines no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; e vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai e reclina-te no último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante de todos os que estiverem contigo

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à mesa. Porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Quando seremos conscientes dessas lições de Jesus para poder chegar a nós o Reino prometido? Sabemos que não é fácil cumprir essas orientações. Mas em nenhum momento Jesus disse que iria ser fácil; dizia sempre apenas o que precisava ser feito. E se nos orientou é porque sabia perfeitamente que teremos todas as “ferramentas” para segui-Lo. Aproveitemos para que este pró-

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FUNDADA EM DE 1936 12 DE JULHO

IÇÃO - DIST RIBU - Ano XXX V 2014 - Nº 444 Outu bro de

NAC IONA L

Manaus, Boa

o, Ji-Paraná

rém, Rio Branc

Vista, Santa

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Alceu Nunes - Escritor espírita ximo Natal seja realmente feliz e que não nos esqueçamos do nosso próximo, pois nessa lição de Amor está toda a lei e os profetas.

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Informações:


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medida que o homem avança lentamente no caminho do conhecimento, o horizonte se expande e novas perspectivas se abrem a sua frente. Seu conhecimento é limitado mas a natureza, não tem limites. A Ciência não é o conjunto das concepções de um século, que a Ciência do século seguinte ultrapassa e submerge. Tudo nela é provisório e incompleto. Versa o seu estudo sobre as leis do movimento, as manifestações da força e da vida; mas ela nada sabe ainda, acerca das causas atuantes, da força e do movimento em seu princípio. O problema da vida lhe escapa e a essência das coisas permanece um mistério impenetrável para ela. Apesar de os desmentidos e cegueira obstinada de alguns, negações de estudiosos, todos os dias são as suas opiniões desmentidas em algum ponto. É o que sucede aos representantes das escolas materialistas e positivistas. O estudo e a observação dos fenômenos psíquicos vêm perturbar suas teorias sobre a natureza e o destino dos seres. A alma humana não é, como o afirmavam eles, uma resultante do organismo, com o qual se extinga; é uma causa que antecede e sobrevive ao corpo. A experiência nos demonstra todos os dias que a alma é dotada de uma forma fluídica, de um organismo íntimo e sutil, que possui

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A Ciência Espírita sentidos próprios, distintos dos sentidos corporais, e entra em ação, insuladamente, quando ela exerce seus poderes superiores. Graças a ele, pode a alma durante a vida, e durante o sono, desprender-se do invólucro físico, penetrar a matéria, transpor o espaço, perceber as realidades do mundo invisível. Dessa forma fluídica brotam irradiações, eflúvios, que se podem exteriorizar em camadas concêntricas ao corpo humano 8 e mesmo, em cer-

no espaço como a luz e o som e impressionar um outro organismo fluídico em afinidade com o do manifestante. As ondas psíquicas se propagam ao longe e vão despertar no invólucro do sensitivo impressões diversas, conforme o seu estado dinâmico: visões, vozes ou movimentos. Às vezes a própria alma, durante o sono, abandona seu envoltório material e, sob sua forma fluídica, torna-se visível à distância. Cer-

tos casos, condensar-se em graus diversos e materializar-se a ponto de impressionar placas fotográficas e aparelhos registradores.9 A ação, à distância, de uma alma sobre outra é determinada pelos fenômenos telepáticos e magnéticos, pela transmissão do pensamento e exteriorização dos sentidos e das faculdades. As vibrações do pensamento podem se propagar

tas aparições têm sido ao mesmo tempo vistas por diversas pessoas; outras, exercido ação sobre a matéria, aberto portas, mudado objetos de lugar, deixado vestígios de sua passagem. Algumas têm impressionado animais.10 As aparições de moribundos foram constatadas milhares de vezes. As atas da Sociedade de Investigações Psíquicas, de Lon-

dres, os “Annales des Sciences Psychiques”, de Paris, informam um grande número delas. O Senhor Flammarion, em seu belo livro “O Desconhecido e os Problemas Psíquicos”, relata uma centena de casos, em que há coincidência de morte, nos quais não se podem admitir meras alucinações, mas fatos gerais, com relação de causa e efeito. Esses fenômenos têm sido observados tantas vezes, apóia-se em tão numerosos e respeitáveis testemunhos, que sábios de excessiva prudência, como o Senhor Richet, da Academia de Medicina de Paris, chegaram a dizer: “Existe uma tal quantidade de fatos, impossíveis de explicar de outro modo a não ser pela telepatia, que é forçoso admitir-se uma ação à distância... O fato aparece provado, absolutamente provado.” Nesses fenômenos já encontramos uma demonstração positiva da independência da alma. Se a inteligência fosse uma propriedade da matéria e se extinguisse por ocasião da morte, não se poderia explicar como, no momento em que o corpo está mais abatido e o organismo cessa de funcionar, é que essa inteligência às vezes se manifesta com uma intensidade mais acentuada, mais extraordinária. Os casos de lucidez, de clarividência, de previsão do futuro são frequentes nos moribundos. Nesses casos, o fato de desprender-se do corpo permite ao espírito um novo


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campo de percepção. A alma se revela no momento da morte, com faculdades, qualidades superiores às que possuía no estado normal. É preciso reconhecer nisso uma prova de que a nossa personalidade psíquica não é resultante do organismo, a ele intimamente vinculado, mas que possui vida própria, diferente da do corpo, sendo antes este para ela uma prisão temporária e um estorvo. Esta demonstração é ainda mais evidente, quando depois da morte pode o Espírito desencarnado encontrar no invólucro físico dos médiuns os elementos necessários para se materializar e impressionar os sentidos. Pode-se então verificar, empregando balanças munidas de aparelhos registradores, que o corpo do médium perde uma parte do seu peso, encontrando-se essa diferença na aparição materializada.11 * De ano em ano, os fatos se multiplicam, os testemunhos se acumulam, a existência do mundo dos Espíritos se afirma com autoridade e prestígio crescentes. De meio século para cá o estudo da alma passou do domínio da Metafísica e da concepção puramente abstrata ao da experiência e da observação. A vida se revela sob duplo aspecto: físico e suprafísico. O homem participa de dois modos de existência. Por seu corpo físico pertence ao mundo visível; por seu corpo fluídico ao mundo invisível. Esses dois corpos coexistem nele durante a vida. A morte é a sua separação. Acima de nossa Humanidade física palpita uma Humanidade invisível, composta dos seres que viveram na Terra e se despojaram de suas vestes de carne. Acima dos vivos, encarnados em corpo mortal,

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os sobreviventes continuam, no Espaço, a existência livre do Espírito. Essas duas Humanidades se renovam através do renascimento e da morte. Elas se penetram, se influenciam reciprocamente e podem entrar em relação por intermédio de certos indivíduos, dotados de faculdades especiais, denominados médiuns. De toda alma, encarnada ou desencarnada, emana e irradia uma força produtora de fenômenos, que se denomina força psíquica. A existência dessa força acha-se estabelecida por inúmeras experiências. Podem-se observar os seus efeitos nas suspensões de mesas, deslocamentos de objetos sem contato, nos casos de levitação, etc. A ação dos invisíveis se manifesta nos fenômenos de escrita direta, nos casos de incorporação, nas materializações e aparições momentâneas e nas fotografias e moldagens. Aparições materializadas têm sido fotografadas em presença de numerosas testemunhas, como, por exemplo, o Espírito Katie King, em casa de W. Crookes, os Espíritos Iolanda e Lélia, na da Senhora d’Espérance, e o Abdullah, fixado na placa sensível por Aksakof.12 Impressões e moldes de mãos, pés, faces, deixados em substâncias moles ou friáveis por formas materializadas, foram obtidos por Zoellner, astrônomo alemão, pelos Drs. Wolf, Friese, etc. Os moldes, constituídos de uma só peça, reproduziam as flexões dos membros, as particularidades da estrutura e as alterações acidentais da pele.13 Esta ação também se manifesta nos fenômenos de incorporação, como os que foram assinalados pelo Doutor Hodgson, em seu estudo sobre a faculdade da Senhora Piper.14 O autor, adversário confesso da mediunidade em todas as

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suas aplicações, havia começado a pesquisa com o fim de desmascarar o que considerava impostura. Declara ele ter prosseguido as observações durante doze anos, em grande número de sessões, no curso das quais cento e vinte personalidades invisíveis se manifestaram, entre outras a de George Pellew, seu amigo de infância, como ele membro da “Psychical Research Society”, falecido havia muitos anos. Essas personalidades lhe revelaram fatos ignorados de toda pessoa viva na Terra. Por isso diz ele: “A demonstração da sobrevivência me foi feita de modo a excluir mesmo a possibilidade de uma dúvida.” 15 Os professores Ch. W. Elliot, presidente da Universidade de Harvard; W. James, professor de psicologia na mesma Universidade; Newbold, professor de psicologia da Universidade de Pensilvânia, e outros sábios tomaram parte nessas experiências e referendaram tais declarações. Em uma obra mais recente,16 o professor Hyslop, da Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, se externa no mesmo sentido a respeito da Senhora Piper, que ele observou em grande número de sessões, realizadas com as maiores reservas. O professor era apresentado sob o nome de Smith e punha uma máscara preta, que ao seu mais íntimo amigo não permitiria reconhecê-lo, e sempre se absteve de pronunciar uma única palavra, de sorte que nem a Senhora Piper, nem pessoa alguma, poderia descobrir o menor indício de sua identidade. Foi nessas condições que o professor pôde entreter com seus falecidos pais, através da mediunidade da Senhora Piper em transe sonambúlico, variadas palestras, abundantes de pormenores exatos, de particularidades, por ele mesmo

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esquecidas, de sua vida íntima. Donde conclui ele: “Quando se considera o fenômeno da Senhora Piper, é preciso eliminar tanto a transmissão de pensamento, como a ação telepática. Examinando com imparcialidade o problema, não se lhe pode dar outra solução a não ser a intervenção dos mortos.” No correr do ano de 1900, surgiram no seio de assembléias científicas os mais imponentes testemunhos em favor do Espiritismo. Uma parte considerável lhe foi concedida nos programas e trabalhos do Congresso de Psicologia de Paris, pelos representantes da ciência oficial. No dia 22 de agosto, reunidas todas as seções, foi consagrada uma sessão plenária ao exame dos fenômenos psíquicos. Um dos presidentes honorários do Congresso, Myers, professor da Universidade de Cambridge, justamente célebre, não somente como experimentador, mas ainda como moralista e filósofo, procedeu à leitura de um trabalho sobre o “transe, ou mediunidade de incorporações”.17 Depois de haver enumerado “uma série de experiências atestadas por mais de vinte testemunhas competentes, as quais asseguraram que os fatos revelados pela Sra. Thompson sonambulizada lhes eram absolutamente desconhecidos e evidenciavam o caráter e traziam a lembrança de certas pessoas mortas, das quais os ditados obtidos afirmavam provir”, assim conclui ele: “Afirmo que essa substituição de personalidade, ou incorporação de espírito, ou possessão, assinala verdadeiramente um progresso na evolução da nossa raça. Afirmo que existe um espírito no homem, e que é salutar e desejável que esse espírito, como se infere de tais fatos, seja capaz de se desprender


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parcial e temporariamente de seu organismo, o que lhe facultaria uma liberdade e visão mais extensas, ao mesmo tempo em que permitiria ao espírito de um desencarnado fazer uso desse organismo, deixado momentaneamente vago, para entrar em comunicação com os outros espíritos ainda encarnados na Terra. Julgo poder assegurar que muitos conhecimentos já se têm adquirido nesse domínio e que muitos outros restam ainda a adquirir para o futuro.” Na quinta seção desse Congresso foram consagradas três sessões aos mesmos estudos. Os Drs. Paul Gibier, diretor do Instituto Anti-Rábico de Nova Iorque; Darteux, diretor dos “Annales des Sciences Psychiques”; Encausse, Joire, Pascal, etc., remeteram ou apresentaram pessoalmente trabalhos muito documentados, que estabelecem a realidade dos fenômenos psíquicos e a comunicação possível com os mortos. Um instituto internacional para o estudo dos fenômenos psíquicos, entre outros os da mediunidade, foi organizado ao terminar o Congresso de Psicologia. Entre os membros da comissão diretora encontramos, no que toca à França, os nomes dos Srs. Richet, professor da Faculdade de Medicina e diretor da “Revue Scientifique”; o Coronel De Rochas, C. Flammarion, o Dr. Duclaux, diretor do Instituto Pasteur; Sully-Prudhomme, Fouillée, Bergson, Séailles, etc.; no estrangeiro, tudo o que de mais ilustre possui a Europa entre os representantes da ciência psíquica: W. Crookes, Lodge, Aksakof, Lombroso, Dr. Ochorowicz, etc. Outras importantes testificações em favor do Espiritismo foram prestadas nesse ano de 1900. O Dr. Bayol, antigo governador do Dahomey, transmitiu ao Congresso

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Espírita e Espiritualista, reunido em Paris no mês de setembro, a narrativa de uma série completa de experiências de materializações, desde a aparição de uma forma luminosa até o molde, em parafina, de um rosto de Espírito, que diz ele ser o de Acella, jovem romana falecida em Arles, no tempo dos Antoninos. Os Doutores Bonnet, Chazarain, Dusart, da Faculdade de Paris, exibiram testemunhos da mesma natureza e provas de identidade de Espíritos.18 O professor Charles Richet, da Academia de Medicina de Paris, num longo artigo sob o título “Deve-se estudar o Espiritismo”, publicado nos “Annales des Sciences Psychiques” de janeiro de 1905, reconhece que “nenhuma contradição existe entre a ciência clássica e o mais extraordinário fenômeno de Espiritismo. A própria materialização – diz ele – é um fenômeno estranho, desconhecido, inusitado, mas é um fenômeno que nada contradiz. E nós sabemos, pelo testemunho da História,19 que a Ciência atual se compõe de fatos que outrora pareceram estranhos, desconhecidos, inusitados... Tão invulnerável é a Ciência quando estabelece fatos, quão deploravelmente sujeita a errar quando pretende estabelecer negações.” E o Sr. Charles Richet assim termina: “1º- Não há contradição alguma entre os fatos e teorias do Espiritismo e os fatos positivos estabelecidos pela Ciência. “2º- O número dos escritos, memórias, livros, narrações, notas, experiências, é tão considerável e firmado por autoridades tais, que não é licito rejeitar esses inúmeros documentos sem um estudo aprofundado. “3º- A nossa ciência contemporânea se acha tão pouco adiantada

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ainda relativamente ao que serão um dia os conhecimentos humanos, que tudo é possível, mesmo o que mais extraordinário se nos afigura... Em lugar, portanto, de parecer ignorarem o Espiritismo, os sábios o devem estudar. Físicos, químicos, fisiologistas, filósofos, cumpre que se dêem ao trabalho de tomar conhecimento dos fatos espíritas. Um longo e árduo estudo é necessário.” Pouco depois do artigo do Sr. Charles Richet, uma obra importante aparecia, que teve grande repercussão em todo o mundo: “Human Personality”, de F. Myers, professor de Cambridge.20 É um estudo profundo e metódico dos fenômenos espíritas, firmado numa opulenta documentação e rematado por uma síntese filosófica em que são magistralmente expostas as vastas consequências da ciência psíquica. As conclusões de Frederic Myers são formais: “A observação e a experimentação – diz ele – induziram muitos investigadores, a cujo número pertenço (of whom I am one), a crer na comunicação, assim direta como telepática, não só entre os Espíritos dos vivos, mas entre os Espíritos dos que permanecem neste mundo e os que o abandonaram.” 21 O professor Flournoy, da Universidade de Genebra, em seu livro “Espíritos e Médiuns”, página 266, aprecia nestes termos a obra de F. Myers: “Ninguém pode prever atualmente que sorte reservará o futuro à doutrina espírita de Myers. Se as vindouras descobertas confirmarem a sua tese da intervenção, empiricamente verificável, dos desencarnados, na trama física ou psicológica do nosso mundo fenomenal, seu nome então será inscrito no livro áureo dos grandes iniciadores e, ao lado dos de

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Copérnico e Darwin, completará a tríade dos gênios que mais profundamente revolucionaram o pensamento científico na ordem cosmológica, biológica e psicológica.” De 1905 a 1908 o Instituto Geral Psicológico de Paris tomou a iniciativa de um grande número de sessões experimentais, com o concurso da médium Eusápia Paladino e sob a inspeção dos Srs. Curie, Richet, D’Arsonval, Dubierne, etc. O relatório do secretário do Instituto, Sr. Courtier, posto que cheio de reticências e reservas, consigna, entretanto, que fenômenos de levitação e deslocação de objetos, sem contacto, se produziram no curso das sessões. Foram tomadas todas as precauções contra as possibilidades de erro ou fraude. Instrumentos especiais foram fabricados e utilizados no registro mecânico dos fenômenos. Uma incessante fiscalização foi exercida e o emprego de aparelhos fotográficos permitiu afastar qualquer hipótese de alucinação coletiva. Tendo o Sr. Dubierne dito, numa das sessões, que “John”, o Espírito-guia de Eusápia, podia quebrar a mesa, ouviu-se imediatamente partir-se um dos pés desta. Eusápia aumentava e diminuía à vontade o próprio peso e o da mesa. À distância de 45 centímetros produziu a ruptura de um tubo de borracha e fez quebrar-se um lápis. Quebrou em três pedaços uma pequena mesa de madeira, colocada atrás de sua cadeira, anunciando previamente o número dos fragmentos, coisa incompreensível, uma vez que ela estava na obscuridade e de costas voltadas para a mesa.22 Apesar desses fatos, o Dr. Le Bon lança aos espíritas e aos médiuns, no “Matin” de 20 de maio de 1908, o seguinte repto: “Embora


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E adiante diz: “Veem-se rotações operarem-se sem contato, tendo sido a farinha espalhada como por um sopro de fole e sem que dedo algum a houvesse tocado... Durante essas experiências víamos um piano, do peso de 300 quilogramas, desferir sons e levantar-se, quando ao seu pé havia apenas um menino de onze anos, médium sem o saber.” Finalmente, o Dr. Ochorowicz, professor da Universidade de Varsóvia, publicava nos “Annales des Sciences Psychiques” de 1910 (ver a coleção completa desse ano) a narrativa de suas experiências com a médium Srta. Tomszick, acompanhada de reproduções fotográficas de numerosos casos de levitação de objetos sem contacto. Esses fatos representam um conjunto de provas objetivas capazes de, por sua natureza, convencer os mais céticos. O professor César Lombroso, da Universidade de Turim, célebre no mundo inteiro por seus trabalhos de antropologia criminalista, publicava em 1910, pouco antes de sua morte, um livro, intitulado “Hipnotismo e Espiritismo”,23 em que relatava todas as suas experiências, na França, Léon Denis nasceu numa aldeia arredores de Tours, nos prosseguidas anos, e iro de 1º de janedurante chamada Foug, em 12 de faleceu em Tours, em e 6, 184 concluía num sentido absoanos. abril de 1927, aos 81 , desde cedo De família humilde afirmativo, sob o lutamente essidade, os conheceu, por nec s nuais e os pesado trabalhos ma ponto de vista espírita. Essa encargos de família. aliado prepo comobelo temum Tinha oé obra exemplo de içava um minucioso, não desperd es banais. raçõ dist com uer to seq probidade científica, a opor ruir o mais Procurava se inst as para l, lendo obras séri ao preconceito e às opipossíve desenvolver com esforço próprio ase, o-s , tornand niões rotineiras da maior sua inteligência competente. sim, um autodidata tar visi ao s, ano aos 18 sábios franceses. parte Um dia, dos o era seu háuma livraria, com desper tada aqui refoi dever Julgamos bito, sua atenção título: “O Livro por uma obra de dec. produzir asn Kar considerações dos Espíritos” de Alla egou à leituCom avidez se entr que induziram Lombroso ois de ler disse: ra, e dep solução cla“Nele encontrei a do acerca ara,escrever: completa e lógica, “Quando me A minha conproblema universal. e. A teoria dispus afirmescrever um vicção tornou-se minha indifeespírita dissipou a .” livro – diz ele – sobre os idas dúv rença e as minhas lo Pau São de fenômenos denominaírita do Estado Federação Esp dos espíritas, ao termo de uma existência con-

declare o professor Morsélli que o levantamento de uma mesa, sem contacto, é o ‘ABC’ dos fenômenos espíritas, duvido muito que se possa produzir... Ofereço 500 francos a quem me mostrar o fenômeno em plena luz.” Alguns dias depois, um jornalista muito conhecido, o Sr. Montorgueil, respondia no “L’Eclair”: “Somos centenas os que temos visto fenômenos de levitação de mesas, sem contacto. Vêm-nos agora dizer que há sugestão, prestidigitação, artifício. A exemplo do Sr. Le Bon, ofereço 500 francos ao prestidigitador que se apresentar no “L’Éclair” e nos enganar com os mesmos artifícios, reproduzindo os mesmos fenômenos.” O astrônomo C. Flammarion, por sua parte, respondia no “Matin” ao Sr. Le Bon: “Em minha obra ‘Forças Naturais Desconhecidas’, se encontram fotografias diretas e sem retoques, a cujo propósito estou também perfeitamente disposto a dar um prêmio de 500 francos a quem for capaz de nelas descobrir qualquer artifício.”

Léon Denis

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No Invisível

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sagrada ao desenvolvimento da Psiquiatria e da Antropologia, os meus melhores amigos me acabrunharam de objeções, dizendo que eu ia arruinar a minha reputação. Apesar de tudo, não hesitei em prosseguir, considerando meu dever rematar a luta em que me empenhara pelo progresso das ideias, lutando pela mais contestada e escarnecida ideia do século.” * Assim, dia a dia as experiências se repetem, os testemunhos tornam-se cada vez mais numerosos. Todos esses fatos constituem já, em seu conjunto, uma nova ciência, baseada no método positivo. Para edificar sua doutrina, o moderno Espiritualismo não teve necessidade de recorrer à especulação metafísica; foi-lhe suficiente apoiar-se na observação e na experiência. Não podendo os fenômenos que ele estuda explicar-se por leis conhecidas, longa e ponderadamente os examinou e analisou e, em seguida, por encadeamento racional, dos efeitos remontou às causas. A intervenção dos Espíritos, a existência do corpo fluídico, a exteriorização dos vivos não foram afirmadas senão depois que os fatos vieram, aos milhares, demonstrar a sua realidade. A nova ciência espiritualista não é, pois, obra de imaginação, é o resultado de longas e pacientes pesquisas, o fruto de inúmeras investigações. Os homens que as empreenderam são conhecidos em todas as esferas científicas, são portadores de nomes célebres e respeitados. Durante anos têm sido efetuadas rigorosas investigações por comissões de sábios profissionais. As mais conhecidas são o inquérito da Sociedade Dialética de Londres,

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o da Sociedade de Investigações Psíquicas, que se mantém há vinte anos e tem produzido consideráveis resultados, e, mais recentemente, o do Sr. Flammarion. Todos registram milhares de observações, submetidas ao mais severo exame, às mais escrupulosas verificações. Seja qual for a parte que se possa atribuir exageros, fraude ou engano, do conjunto desses estudos se destaca um número tão imponente de fatos e de provas que já não é possível, depois disso, a quem preze a verdade, permanecer silencioso ou indiferente. Passou o tempo das ironias levianas. O desdém não é uma solução. É preciso que a Ciência se pronuncie, porque o fenômeno aí está, revestindo tantos aspectos, multiplicando-se de tal modo, que se impõe a sua atenção. A alma, livre e imortal, não mais se afirma como entidade vaga e ideal, mas como um ser real, associado a uma forma e produtor de uma força sutil cuja manifestação constante solicita a atenção dos investigadores. Desde as pancadas e os simples fatos de tiptologia até as aparições materializadas, o fenômeno espírita se desdobrou, sob formas cada vez mais imponentes, levando a convicção aos mais cépticos e mais desconfiados. É o fim do sobrenatural e do milagre; mas desse conjunto de fatos, tão antigos como a própria Humanidade, até aqui mal observados e compreendidos, resulta agora uma concepção mais alta da vida e do Universo e o conhecimento de uma lei suprema que vai guiando os seres, em sua ascensão através dos esplendores do infinito, para o bem, para o perfeito! Trecho retirado do livro No Invisível de Leon Denis. Edições FEESP


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PALESTRAS PÚBLICAS AOS DOMINGOS E EVENTOS DA FEESP Sede Central – Rua Maria Paula, 140 – Bela Vista – São Paulo

DEZEMBRO / 2014

JANEIRO / 2015

07/12 TEMA: HÁBITOS MENTAIS Evangelina Muniz Silva 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL:

01/01 TEMA: RENOVEMOS 10h A ESPERANÇA

14/12 ESPECIAL ÁREA DE ENSINO 10h ENCERRAMENTO

04/01 TEMA: NOSSA ESTRADA 10h DE DAMASCO

domingo

domingo

Grupo Portal do Som

DE CURSO

ATRAÇÃO MUSICAL: Coral e Orquestra Carlos Gomes da FEESP

21/12 TEMA: JESUS E O TERCEIRO 10h MILÊNIO domingo

PALESTRANTE: Oscar Ferrari Lira

domingo

11/01 TEMA: SEPARAÇÃO DO JOIO 10h E O TRIGO domingo

PALESTRANTE: Alexandra Strama ATRAÇÃO MUSICAL: Denise Perez Manzo e Leandro Gomes

25/12 JESUS O PRESENTE DE 10h NOSSAS VIDAS TEMA:

domingo

PALESTRANTE: Maria Elisabete Rey ATRAÇÃO MUSICAL: Nelson e Vilma

PALESTRANTE: Nirley Oli ATRAÇÃO MUSICAL: João Maria Filho - Violão

18/01 TEMA: ENCONTROS ESPIRITUAIS 10h DURANTE O SONO domingo

PALESTRANTE: Ana Lúcia T. Squizzardi

28/12 TEMA: SIAMESES E A DOUTRINA 10h ESPÍRITA

PALESTRANTE: João Batista do Valle ATRAÇÃO MUSICAL: Hélio Menandro

PALESTRANTE: Nelson Ávila Filho ATRAÇÃO MUSICAL: Vivina Oviedo

25/01 TEMA: RAZÃO E EMOÇÃO Selma Silva Baptista 10h PALESTRANTE: ATRAÇÃO MUSICAL: domingo

Orquestra e Coral Carlos Gomes


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Simpósio sobre dependência química

A

Umberto Fabbri

Rafael Latorraca

Dr. Vilson Disposti

Dr. Alejandro Vera

Área de Assistência Espiritual, tendo à frente sua diretora Maria de Cássia Anselmo, promoveu no dia 09 de novembro de 2014 o Simpósio Sobre Dependência Química, tema de grande relevância para o cenário atual, visto que, a sociedade, cada vez mais, vivencia os transtornos causados pela Dependência Química. Este mal que acomete a humanidade, não escolhe idade, sexo, condição social, ou etnia. Hoje vemos desde crianças e até idosos serem vitimados pela dependência química. O Simpósio foi elaborado, visando, não somente combater, mas também, esclarecer e trabalhar em sua prevenção, Presentes no Evento, a Diretora da Assistência P3AT – Lindalva Maria de Mello, que foi pronunciou uma acolhedora prece. A Diretora da Área de Assistência Espiritual – Maria de Cássia Anselmo, deu continuidade com a leitura do livro de preparo de ambiente, esclarecendo a todos sobre a impor-

tante mensagem de Emmanuel, através da Psicografia de Francisco Cândido Xavier – do livro Fonte Viva. Presença importante da Presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo – Dª Julieta Ignez Pacheco de Souza, que foi convidada a fazer a abertura do evento, sendo bastante aplaudida, pelo público presente. A primeira palestra apresentada foi proferida pela Dra. Alessandra Cássia Ribeiro Chrisostomo, cujo tema foi: Dependência Química e Tratamento; na sequência tivemos a presença de Umberto Fabbri, apresentando o tema: Mediunidade e Dependência Química, fechando assim o primeiro bloco de palestras no período da manhã, e logo após o palestrante autografou o livro de sua autoria, recém- lançado pelas Edições FEESP: Mediunidade – Ferramenta Divina. Foi servido no mezanino da FEESP, um delicioso almoço, feito por carinho e servido por valorosos voluntários, que receberam a todos com alegria, tendo à frente da equi-

pe a Dª Alice Lopes de Paula. Todos os recursos arrecadados, assim como o quilo de alimento não perecível arrecadados na entrada do Simpósio, foram revertidos para as obras assistenciais da FEESP. No período da tarde, abrilhantaram o evento, Dr. Vilson Disposti, que apresentou o tema: Prevenção e Educação, mencionando o livro de sua autoria, como referência “Filhos da Dor” e, a seguir, o palestrante, Dr. Alejandro Vera, cujo tema abordado foi: Codependência: a dor da família. No intervalo, o Dr. Vilson Disposti, autografou os livros de sua autoria. Após o intervalo, Dr. Rafael Latorraca, apresentou o tema: Aspectos Espirituais da dependência química. Os temas foram abordados, de maneira simples, objetiva e didática, propiciando a todos os presentes plena compreensão. A importância de se colocar o verdadeiro amor em ação foi o tópico de relevância, demonstrando

que, tanto aqueles que se encontram no processo de dependência química, como aqueles que com eles convivem, devem pautar sua conduta pela fraternidade. Foi esclarecido cientificamente, o funcionamento do circuito de recompensa que é acionado, também quando do uso de substâncias químicas, e que proporcionam o “prazer”, levando o usuário a desejar repetir esta mesma sensação, que em muitas vezes, camufla sua dores íntimas, em um processo de fuga. Infelizmente, para se atingir o prazer da primeira experiência vai-se aumentando a dose, e, ou, adicionando outras substâncias o que pode levar a uma overdose e a dependência. A busca pelos prazeres imediatos nos leva a caminhos de dor e sofrimento, em um primeiro não percebemos suas consequências. Neste caminho tortuoso o que antes nos parecia ser prazeroso, passa a ser um verdadeiro caos. A consciência dos resultados catastróficos futuros, já deveria bastar para que pudéssemos prevenir este mal.


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A família tem papel fundamental na recuperação e prevenção da dependência, onde não cabe a inercia, mas o exemplo e posturas adequadas, buscando compreender o processo pelo qual o ente querido está passando, dando suporte e a assistência necessária. Para que haja “prevenção” é indispensável a “educação”, foram observados vários fatores para essa educação, e Maria de Cássia Anselmo e Alessandra Chrisostomo também a necessidade de unir esforços entre família, reli- medicina e a espiritualidade, com- Área de Assistência giões, esferas governamentais etc., pletando assim o ciclo propício de Espiritual – Maria de para combater a dependência. amparo ao dependente, juntamente Cássia Anselmo, fez as considerações finais e Primordial observar os hábitos com a família. dos nossos filhos e daqueles que Os laços de família precisam ser indicou para aqueles que nos cercam, para auxiliá-los já, an- fortalecidos pelos ensinos do Mes- necessitarem de ajuda, tes que adentrem ao caminho das tre Jesus, onde encontraremos o procurarem o Departamento de Orientação e viciações. São vários os motivos AMOR como mola mestra. que podem levar alguém a esta siMuitos outros tópicos foram Encaminhamento Espirituação, mas todas estão ligadas a abordados, as palestras foram ricas tual – DEPOE, para que falta de conhecimento, imaturida- em conteúdo, levando a todos os possam iniciar a assistênde e desamor. presentes uma fonte riquíssima de cia espiritual específica. Para um tratamento mais efi- conhecimento e orientações. Miriam Ofir caz há a necessidade de se aliar a No encerramento a Diretora da

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Atendimento diário na FEESP sede Maria Paula A FEESP está aberta de 2ª a sábado, das 8h às 21h30. Procure o DEPOE (Departamento de Orientação Espiritual) e você será atendido gratuitamente. Aos domingos a FEESP está aberta das 8h às 17h, com palestras públicas ou eventos e assistência espiritual


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150 anos de espiritismo Alceu Nunes .....................................................................................................R$ 19,00 Alçando um vôo maior Martha Gallego Thomaz ....................................................................................R$ 19,00 Alvinha Silvia Hiss .........................................................................................................R$ 9,00 André Luiz em reflexão Luiz Rodrigues da Cruz .....................................................................................R$ 19,00 Aos pais e educadores de criança Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..............................................................R$ 21,00 Apocalipse (O) José de Souza e Almeida ..................................................................................R$ 19,00 Aprendendo com as epístolas Luiz Rodrigues da Cruz .....................................................................................R$ 19,00 Bezerra de Menezes Canudo de Abreu ..............................................................................................R$ 19,00 Brincando e aprendendo o espiritismo – I Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 29,00 Brincando e aprendendo o espiritismo – II Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 29,00 Brincando e aprendendo o espiritismo – III Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 29,00 Brincando e aprendendo o espiritismo – lV Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 29,00 Burrinho inteligente (O) Genésio Loureiro Rocha ....................................................................................R$ 12,00 Calendário espírita Francisco Candido Xavier ..................................................................................R$ 15,00 Carlos Imbassahy – o homem e a obra Nazareno Tourinho ............................................................................................R$ 1,00 Carneiros de Panúrgio (Os) Adolfo Bezerra de Menezes ...............................................................................R$ 21,00 Casarão do General Cid Camargo .....................................................................................................R$ 12,00 Casa Assombrada (A) Bezerra de menezes ..........................................................................................R$ 29,00 Casos controvertidos do evangelho Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Castália Wilson Ferreira de Melo .....................................................................................R$ 12,00 Catecismo espírita Léon denis ........................................................................................................R$ 18,00 CÉU E O INFERNO (O) Allan Kardec .....................................................................................................R$ 15,00 CÉU E O INFERNO (O) Especial Allan Kardec .....................................................................................................R$ 38,00 Cisco Cândido Xavier Umberto Fabbri .................................................................................................R$ 24,00 Coletânea do além Francisco Candido Xavier ..................................................................................R$ 19,00 Congresso Espirita FEESP 2011 Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 21,00 Congresso Espirita FEESP 2011 - Especial Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 42,00 Congresso espirita FEESP 2014 Coord. Geral Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..........................................R$ 35,00 Coruja do bosque (A) Roberto Alves Toledo ........................................................................................R$ 12,00 Cristão moderno (O) Gerson Luiz Tavares ..........................................................................................R$ 15,00

Cristíadas Edison Cavalheiro Ramos ..................................................................................R$ 15,00 Crônicas evangélicas Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 19,00 Curso Aprendizes do Evangelho – I Cood. Zumira da Conceição Chaves Hassesian..................................................R$ 24,00 Curso Aprendizes do Evangelho – II Cood. Zumira da Conceição Chaves Hassesian..................................................R$ 24,00 Curso Básico Espiritismo - I Cood. Zumira da Conceição Chaves Hassesian..................................................R$ 24,00 Curso Básico Espiritismo – II Cood. Zumira da Conceição Chaves Hassesian..................................................R$ 24,00 Curso Educação Mediúnica - I Cood.Zumira da Conceição Chaves Hassesian...................................................R$ 24,00 Curso Educação Mediúnica – II Cood.Zumira da Conceição Chaves Hassesian...................................................R$ 24,00 Curso Espírita de Prep. De Educadores - CEPE Cood.Maria Elizabeth Pittucci Batista .................................................................R$ 24,00 Curso O Que e o Espíritismo Cood. Zumira da Conceição Chaves Hassesian..................................................R$ 24,00 Curso p/ dirigentes e monitores (CDM) Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..............................................................R$ 25,00 Da Genese ao Apocalipse Natalino D’Olivo ...............................................................................................R$ 18,00 Deus por testemunha Maria Ap.Caetano Salles....................................................................................R$ 18,00 Deus, espírito e matéria Manuel de Oliveira Portásio ...............................................................................R$ 18,00 Doação de Órgãos e transplantes Vlademir Lisso ..................................................................................................R$ 18,00 É tempo de ser feliz Marina Mallet ....................................................................................................R$ 21,00 Em busca do mestre Pedro de Camargo (Vinicius) .............................................................................R$ 18,00 Escravo dos escravos (O) Rosa Freua de Carvalho ....................................................................................R$ 18,00 Espiritismo em sua expressão mais simples Allan Kardec .....................................................................................................R$ 8,00 Estudo e prática de assistência espiritual Maria de cassia anselmo ...................................................................................R$ 34,00 Evangelho de redenção Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Evangelho misericordioso Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Evangelho no lar nosso encotro com paz Vera Cristina Marques de oliveira Millano ...........................................................R$ 21,00 Evangelho pede licença Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Evangelho por dentro (O) Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Evangelho seg. espiritismo para infância Maria Helena Fernandes Leite ............................................................................R$ 28,00 Evangelho Seg. o Esp. bolso - Especial Allan Kardec .....................................................................................................R$ 28,00 Evangelho Segundo o Espiritismo – bolso Allan Kardec .....................................................................................................R$ 9,00 Evangelho Segundo o Espiritismo – normal Allan Kardec .....................................................................................................R$ 15,00 Experiências a luz do Evangelho no lar Maria Tonietti Compri ........................................................................................R$ 19,00


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Jornal Espírita 39 anos

Fenômenos de transporte Enesto Bozzano ................................................................................................R$ 19,00 Filosofia espírita – tomo II Manoel P. São Marcos .......................................................................................R$ 19,00 Filosofia espírita e seus temas Manoel P. São Marcos .......................................................................................R$ 21,00 Formiguinha Favo de Mel Maria Helena Fernandes Leite ............................................................................R$ 28,00 Gênese - Epecial Allan Kardec .....................................................................................................R$ 38,00 Gênese - normal Allan Kardec .....................................................................................................R$ 15,00 Gotas de energia Genésia Loreiro Rocha ......................................................................................R$ 7,00 Grandes vultos do espiritismo Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 19,00 Histórias sobre reencarnação Silvia Cristina Stars de Carvalho Puglia ..............................................................R$ 32,00 Instituto de confraternização universal Martha Gallego Thomaz ....................................................................................R$ 22,00 Introdução à filosofia espírita Herculano Pires.................................................................................................R$ 24,00 Jesus Cristo a luz do mundo Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Jesus já falava no espiritismo - I Área de Infância Juventude ................................................................................R$ 29,00 Jesus já falava no espiritismo - II Área de Infância Juventude ................................................................................R$ 29,00 Jesus já falava no espiritismo - III Área de Infância Juventude ................................................................................R$ 29,00 Jesus já falava no espiritismo – IV Área de Infância Juventude ................................................................................R$ 29,00 Jubileu de ouro – Coral Carlos Gomes Coral Carlos Gomes ..........................................................................................R$ 18,00 Juntos no infinito Álvaro Basile Portughesi....................................................................................R$ 24,00 Leis de amor Francisco Candido Xavier ..................................................................................R$ 7,00 Livro dos Espíritos - Especial Allan Kardec .....................................................................................................R$ 38,00 Livro dos Espíritos – normal Allan Kardec .....................................................................................................R$ 15,00 Livro dos Médiuns - Especial Allan Kardec .....................................................................................................R$ 38,00 Livro dos Médiuns – normal Allan Kardec .....................................................................................................R$ 15,00 Loucura sob novo prisma,(A) Adolfo Bezerra de Menezes ...............................................................................R$ 22,00 Maravilhosas parábolas de Jesus (AS) Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 21,00 Mediunidadena Bíblia (A) Henrique Neyde Gimênez ..................................................................................R$ 21,00 Mediunidade Ferramenta Divina Umberto Fabbri .................................................................................................R$ 24,00 Mestre Louis Pasteur Neyde Prado Zuhlke ..........................................................................................R$ 21,00 Momentos de prece Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 9,00 Nascer de Novo Humberto Fabbri ...............................................................................................R$ 21,00

Divulgando o Espiritismo

Dezembro de 2014

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Na escola do Mestre Pedro de Camargo ............................................................................................R$ 18,00 Na estrada com Jesus Roberto Vilmar Quaresma .................................................................................R$ 24,00 Noções de história da filosofia Área de Ensino ..................................................................................................R$ 21,00 No Invisível Léon Denis........................................................................................................R$ 34,00 Nos Tempos de Jesus Umberto Fabbri .................................................................................................R$ 21,00 Novos rumos a medicina – I Inácio Ferreira ...................................................................................................R$ 24,00 Obras postumas Alceu Nunes .....................................................................................................R$ 15,00 Obras postumas Especial Alceu Nunes .....................................................................................................R$ 38,00 Padrões evangélicos (OS) Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 29,00 Parábolas (As) José de Souza e Almeida ..................................................................................R$ 21,00 Pedrinho Rosa Freua de Carvalho ....................................................................................R$ 9,00 Pérolas no coração Maria Aparecida Caetano Sales .........................................................................R$ 15,00 Porque creio na imortalidade da alma Oliver Lodge......................................................................................................R$ 21,00 Psiquiatria em face da reencarnação Inácio Ferreira ...................................................................................................R$ 21,00 Pureza doutrinária Ary Lex .............................................................................................................R$ 21,00 Quando Jesus teria sido maior Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 18,00 Quando o Amor fala mais alto Amílcar Del Chiaro Filho ....................................................................................R$ 18,00 Quatro sermões de Jesus Paulo Alves Godoy ............................................................................................R$ 15,00 Reforma intima orientações Ed. Espírita Zulmira da Conceição Chaves Hansessian .........................................................R$ 19,00 Revelações da Revista Espírita Alceu Nunes .....................................................................................................R$ 29,00 Síntese de o Livro dos Espíritos B.Godoy Paiva ..................................................................................................R$ 21,00 Temas atuais na visão espírita Wlademir Lisso .................................................................................................R$ 21,00 Tempo de despertar Richard Simonetti..............................................................................................R$ 21,00 TEMPO TERRA (O) Roberto Vilmar Quaresma .................................................................................R$ 21,00 Tesouros da Revista Espírita Alceu Nunes .....................................................................................................R$ 29,00 Um sentido para sua vida Marina Mallet ....................................................................................................R$ 21,00 Uma família feliz Durval Ciamponi ...............................................................................................R$ 21,00 Uma família imperial Rosa Freua de Carvalho ....................................................................................R$ 18,00 Uma luz até a eternidade Maria Caetano Sales .........................................................................................R$ 24,00 Viagem de uma Gotinha de orvalho Maria Helena Fernandes Leite ............................................................................R$ 15,00

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