Revista CEASA-ES

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Informativo Especial das centrais de abastecimento do espĂ­rito santo s.a. dezembro de 2010

33 anos a serviço do abastecimento alimentar do Espírito Santo




Expediente Publicação da Ceasa/ES Centrais de Abastecimento do Espírito Santo Rod. BR 262, Km 6,5, Cariacica, ES Cep 29145-906 Telefax: (27) 3336-1603 www.ceasa.es.gov.br Governador do Estado do Espírito Santo

Paulo César Hartung Gomes Vice-Governador do Estado do Espírito Santo

Ricardo Rezende Ferraço

SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, AQUICULTURA E PESCA Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca – Seag

Enio Bergoli da Costa Subsecretário do Desenvolvimento Técnico

Gilmar Gusmão Dadalto Subsecretário Administrativo

Carlos Luiz Tesch Xavier

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO ESPÍRITO SANTO – Ceasa/ES Diretor Presidente

Luiz Carlos Prezoti Rocha Diretor Administrativo Financeiro

Getúlio Darcy Curty Pires Diretor Técnico Operacional

Carmo Robilotta Zeitune Assessoria de Comunicação

Stephenson Grobério

Produção: Bumerangue Produção de Comunicação Coordenação: Antony Moreira / Mário L. Fosse Produção de textos: Patrícia M. S. Merlo Pesquisa em arquivo: Ana Paula Cecom Calegari e Eduardo Silva Peixoto Revisão de Texto: Rogério Arthmar Fotografias: Alair Caliari / Renato Vicentini / Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo Criação, diagramação e projeto gráfico: Allan Ost, Átila Santos, Roges Morais Impressão: Grafitusa Tiragem: 2.000 Permitida a reprodução total ou parcial dos textos desde que citada a fonte.


Sumário 1. Ceasa/ES – Acompanhando o crescimento do Espírito Santo.................................................................... 06 2. Ceasa/ES dá exemplo de visão estratégica................................................................................................. 10 3. Sistema Ceasa – Um pouco da história..................................................................................................... 12 3.1. Nasce o Sinac..................................................................................................................................... 13 3.2. Pós-Sinac............................................................................................................................................ 19 3.3. Abracen.............................................................................................................................................. 22 3.4. Criação do Prohort............................................................................................................................ 22 4. A Ceasa no Espírito Santo.......................................................................................................................... 26 4.1. Principais vantagens........................................................................................................................... 29 5. Ceasa/ES: Trajetória em destaque 2003-2010............................................................................................ 36 5.1. Estrutura atual.................................................................................................................................... 36 5.2. Ceasa/ES em números........................................................................................................................ 38 5.3. Ceasa/ES em ação.............................................................................................................................. 43 5.4. Indicadores operacionais................................................................................................................... 44 6. Principais projetos 2003-2010.................................................................................................................. 50 6.1. Na infra-estrutura e logística interna dos mercados........................................................................... 50 6.2. Unidades do interior.......................................................................................................................... 52 6.3. Serviços de orientação e informação de mercado.............................................................................. 58 7. Programas................................................................................................................................................. 60 7.1. Responsabilidade social: Programa “Ceasa sem Desperdício”............................................................ 60 7.2. A Ceasa/ES e a responsabilidade ambiental: Programa de coleta seletiva........................................... 64 8. O novo papel das centrais de abastecimento............................................................................................ 66 8.1. Os desafios da Ceasa/ES..................................................................................................................... 69


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apresentação

1. Ceasa/ES – Acompanhando o crescimento do Espírito Santo É com grande satisfação que completamos

com melhores condições de trabalho e mais

nos últimos oito anos um novo ciclo de de-

facilidades aos usuários.

senvolvimento na Ceasa Espírito Santo. Com

Algumas ações influenciaram diretamente

apoio do Governo do Estado e da Secretaria

na comercialização de produtos, como a co-

da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e

bertura do Mercado Sobre Veículos (MSV) no

Pesca (Seag), a Empresa tomou fôlego, com

Entreposto de Cariacica, possibilitando aos co-

ações que impactaram diretamente na exce-

merciantes de abacaxi, coco e milho mais con-

lência dos serviços prestados a quem utiliza

forto e segurança na hora de vender seus pro-

diariamente seus entrepostos.

dutos. Também apostamos na reestruturação

Em 2010 comemoramos também os 33 anos

da capacidade energética da Empresa, decisão

de inauguração da Empresa, período marcado

fundamental para que os lojistas pudessem am-

por luta e trabalho árduo que consolidaram a

pliar a capacidade de refrigeração e armazena-

Ceasa/ES como referência na distribuição dos

gem dos produtos mais perecíveis.

produtos hortigranjeiros.

Outra decisão imprescindível da Ceasa e

A Ceasa apostou neste período numa re-

do Governo do Estado foi a expansão ao inte-

lação mais próxima com seu público princi-

rior capixaba. Descentralizar o comércio ataca-

pal: produtores rurais, comerciantes, carrega-

dista de produtos hortigranjeiros do entreposto

dores, permissionários e visitantes. Pudemos,

de Cariacica para Cachoeiro de Itapemirim, Co-

assim, construir juntos uma Ceasa mais forte,

latina e, mais recentemente, São Mateus deixa


ceasa / es em revista

mais próximo o produtor rural dos grandes cen-

lhoria das estruturas físicas e ambientais, garan-

tros de comercialização e distribuição de horti-

tindo serviços com qualidade a todos seus usu-

granjeiros. Sua posição estratégica, em sintonia

ários, e no bom atendimento aos produtores

com a vocação logística do Espírito Santo, aju-

rurais e comerciantes que precisam do entre-

da a abastecer também outros mercados, como

posto para negociar seus produtos.

Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. É importante destacar que as unidades da Ceasa não servem somente de depósito e armazenagem de produtos perecíveis, elas têm o grande papel estratégico de difundir as produções dos agricultores. Além disso, estimulam a diversificação agrícola. Fazemos parte de uma cadeia, de uma rede de distribuição que precisa funcionar em todas as suas etapas: produção, colheita, transporte e comercialização, até chegar à mesa do consumidor. Para isso, trabalhamos para fortalecer o agronegócio capixaba do setor de frutas, verduras e legumes, in natura, através da implantação de projetos e ações voltadas para me-

Luiz Carlos Prezoti Rocha Diretor Presidente da Ceasa/ES

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prefácio

2. Ceasa/ES dá exemplo de visão estratégica A Ceasa Espírito Santo chegou aos 33 anos

A implantação das duas mais recentes Ce-

demonstrando um olhar estratégico sobre o

asas capixabas demonstra também a capaci-

abastecimento que merece servir de exemplo

dade de articulação com as demais entidades

para os demais entrepostos do país. A recente

do Poder Público, visando concretizar projetos

implantação da unidade Norte, no município

em benefício da sociedade. Nos dois casos, os

de São Mateus, e da Nororeste, em Colatina,

entrepostos são geridos de modo compartilha-

comprovam isso. Sabemos o quão complexos

do, seja com a prefeitura municipal (Ceasa São

são os mecanismos de escoamento da pro-

Mateus), seja por meio de consórcio intermu-

dução. E isso traz para o Poder Público uma

nicipal (Ceasa Colatina). Esse é outro exemplo

grande responsabilidade quando nos lembra-

de capacidade gerencial que deve servir como

mos da inequívoca vocação agrícola do Espí-

referência para todo o setor de abastecimento.

rito Santo. O Estado congrega verdadeiros po-

Já o entreposto de Cariacica superou as três

los de cultivo especialmente de algumas fru-

décadas de existência mantendo o dinamismo,

tas, verduras e legumes com grande presen-

com perspectivas de expansão e novos projetos

ça de agricultores familiares.

para garantir mais qualidade ao produto. Que

São justamente os pequenos produtores um

a Ceasa do Espírito Santo continue a servir de

dos mais beneficiados com a implantação de

exemplo para as centrais de abastecimento nas

uma central de abastecimento. Nesse sentido,

próximas décadas.

a abertura de novos espaços sempre gera perspectivas que abarcam, além dos agricultores,

João Alberto Paixão Lages

atacadistas, varejistas e demais segmentos liga-

Presidente da CeasaMinas e da Associação Brasileira

dos ao abastecimento alimentar.

das Centrais de Abastecimento (Abracen)



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3. Sistema Ceasa Um pouco da história Até o final da década de sessenta, o

perintendência do Desenvolvimen-

sistema de comercialização de hor-

to do Nordeste (Sudene). Foi a partir

tigranjeiros no Brasil era uma ativi-

dessas práticas locais, somadas a ou-

dade praticamente marginal. A co-

tras internacionais (Espanha, França

mercialização dos produtos acon-

e Itália, em especial) que o Ministé-

tecia na rua, literalmente. Não ha-

rio do Planejamento, através do De-

via nenhuma informação de merca-

creto 61.391 de 20/09/67, criou um

do. Nesse cenário, o produtor não

Grupo de Trabalho que propôs um

tinha estrutura e por isso se sentia

Plano Decenal de Desenvolvimen-

desestimulado a produzir. As perdas

to Econômico.

de produto eram enormes, afinal fi-

Foi nesse plano que nasceu o con-

cavam ao relento. Outro agravante

ceito da Ceasa (sigla e denominação

eram os caminhões criando constan-

popular das Centrais de Abastecimen-

tes transtornos urbanos, um proble-

to), definido como “ponto de reunião

ma que precisava de solução. O se-

de agentes de comercialização”. De-

tor estava estrangulado. Carecia de

finia-se, assim, o objetivo primeiro

logística, de infraestrutura e de pla-

para a criação da Ceasa: o desenvol-

nejamento urgente.

vimento de um ambiente de merca-

Na época só existiam duas expe-

do, onde o produtor tornava-se comer-

riências de regularização de merca-

ciante. Desse modo, reunia-se, num

do voltado a hortigranjeiros: São Pau-

mesmo espaço, tanto produtor quan-

lo e Recife. A primeira, iniciativa do

do empresários atacadistas e varejis-

Governo paulista, e a segunda da Su-

tas interessados em fazer negócios.


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3.1. Nasce o Sinac Pelo Decreto 70.502 de 11/05/72, foi

de Informação de Mercados Agrícolas);

zações dos mercados atacadistas nas

criado o Sistema Nacional de Cen-

n reduzir os custos para o varejo e es-

capitais e em algumas outras cidades

trais de Abastecimento (Sinac). Ba-

timular os supermercados;

polos. Em junho de 1974 foi extinto

seado no modelo espanhol (Merca-

n reduzir

o Grupo Executivo de Modernização

sa) o Sinac tinha como proposta pri-

n aperfeiçoar o mecanismo de forma-

do Abastecimento (Gemab), migran-

meira o estabelecimento de uma rede

ção de preços e elevar o nível de ren-

do suas atribuições para o Conselho

de informações técnicas entre todas

da das empresas agrícolas; e

Nacional de Abastecimento (Conab).

as unidades atacadistas espalhadas

n

pelo país para servir como ponto de

mas urbanísticos.

a flutuação da oferta;

contribuir para reduzir os proble-

referência aos negócios entre produ-

Com foco na elaboração dos projetos, buscou-se a assessoria de organismos internacionais, como a Orga-

tores, distribuidores, atacadistas e va-

Tendo em vista tais objetivos, o

nização das Nações Unidas para Agri-

rejistas, propiciando um melhor pon-

Governo Federal delegou à então

cultura e Alimentação (FAO), assim

to de equilíbrio da oferta e dos pre-

Companhia Brasileira de Alimentos

como a contratação de grandes em-

ços. Seus principais objetivos eram:

(Cobal) a gestão do Sistema Ceasa.

presas de engenharia para elaboração

Assim, foram criadas no país 21 Ce-

dos projetos e treinamento de técni-

custos de comercializa-

asas, baseadas num sistema de eco-

cos da Cobal e dos estados no exte-

ção (perdas, mão de obra, emba-

nomia mista, tendo como acionistas

rior (Espanha, Itália, França, Inglater-

lagens, fretes);

a União, os Estados e os Municípios

ra e outros). O objetivo era conhecer

reduzir custos das organizações

onde se localizavam as sedes. Em ape-

as técnicas de planejamento, constru-

(economia de escala);

nas três, a União não era majoritária:

ção e operação desse tipo de mercado.

n melhorar os produtos e serviços de

Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia.

Já no início do funcionamento

Em seguida, projetaram-se, en-

das primeiras Ceasas (Brasília, For-

tão, as construções e operacionali-

taleza, Salvador, Porto Alegre, Rio de

n r eduzir

n

classificação e padronização; n propiciar condições ao SIMA (Sistema

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Janeiro e outras) verificou-se a ne-

-as aos grandes mercados consumi-

incentivo à produção para os merca-

cessidade de ajustes. Assim a Cobal

dores. Em paralelo, cada Ceasa pas-

dos interno e externo; de interioriza-

passou a projetar e não mais contra-

sou a ser um mercado do produtor na

ção das Ceasas; a orientação e con-

tar os projetos. Nascia, desta forma,

sua área de influência. Assim, na área

trole do uso de defensivos agrícolas;

uma discordância entre os que pro-

de varejo foram implantados vários

de assessorias às prefeituras na orga-

jetavam e os que operavam as cen-

hortomercados para comprovar que

nização das atividades de varejo; e de

trais. Os técnicos de mercado diziam

era possível desenvolver essa ativida-

ampliação e diversificação das ações

que os projetos poderiam ser mais

de de modo profissional e em esca-

das Ceasas para torná-las a “cidade

simples e funcionais. Os engenhei-

la que permitisse repassar ao consu-

do alimento”, dentre outros projetos.

ros e arquitetos, por sua vez, acha-

midor os ganhos obtidos na produ-

Parecia ser este o momento ideal

vam que não. Nessa época a empre-

ção e atacado. Além disso, em dias

para iniciar a etapa mais importante

sa contratou engenheiros civis e ar-

e locais determinados, cada Central

do projeto, a de aperfeiçoamento do

quitetos para as diretorias das Cea-

implantou o seu sistema de varejo,

Sinac. Na verdade, a grande meta se-

sas em projeto. A intenção era que

abrindo novo espaço para a popu-

ria ajudar o processo de transforma-

esses profissionais passassem a en-

lação obter preços melhores com o

ção do produto agrícola em alimen-

tender de operações e mediassem a

produto hortigranjeiro.

to. Estavam em operação 34 Ceasas

polêmica. O resultado traduziu-se

No início da década de 1980 es-

nas áreas urbanas, 32 mercados do

em projetos mais simplificados e

tava praticamente terminada a fase de

produtor nas zonas produtoras rurais,

adequados à realidade operacional.

construção de Ceasas, iniciando-se o

158 equipamentos varejistas (27 hor-

Ainda na primeira metade da dé-

processo de descentralização. Assim,

tomercados), cinco feiras cobertas, 50

cada de 1970, foram tomadas outras

algumas unidades foram implantadas

sacolões, dois sacolões volantes, oito

duas importantes medidas para o se-

no interior. Era o momento de reunir

módulos de abastecimento, sete fei-

tor de hortigranjeiros. A primeira foi

esforços no aperfeiçoamento opera-

ras livres e 59 varejões.

a implantação, até o final da década,

cional do Sistema, buscando propor-

No entanto, o que ocorreu foi o

de mais de vinte mercados do produ-

cionar um trabalho de classificação

declínio do Sistema. A União passou

tor, visando facilitar a comercializa-

e embalagem; de produção progra-

a não mais investir, desestimulando

ção dos produtos hortigranjeiros nas

mada; de informatização dos dados

o aperfeiçoamento que era impera-

próprias zonas produtoras, ligando-

de origem e destino dos produtos; de

tivo. Nesse quadro, no início da dé-



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cada de oitenta, foram formuladas três propos-

têmica proporcionada pelo Sinac. Essa unidade

tas alternativas para a manutenção da unida-

era responsável pelo conceito de “vaso comuni-

de do Sistema:

cante”, tanto de diretrizes como de inovações e

a) a União deveria repassar 100 % dos recursos

manutenção dos objetivos das Ceasas.

para pagamento da dívida do BNDE , garan-

O Governo, então, resolveu, com gran-

tindo o controle acionário por parte da Cobal.

de alvoroço na imprensa, “privatizar” 21 Cea-

A controladora faria as alterações, visando ao

sas. Para tanto, editou o Decreto n.º 93.611 de

equilíbrio financeiro, e indicaria os diretores;

21.11.86, através do qual autorizava a Cobal a

b) e xtinção das empresas e fusão numa única.

transferir o controle acionário para os respec-

A Cobal se responsabilizaria pela dívida com

tivos estados e municípios. Definia também,

o BNDE e receberia as ações dos Estados,

nos casos de não anuência dos governos esta-

deixando de existir os diretores nos Estados;

duais, que as Ceasas poderiam ser transferidas

c) o BNDE participaria da empresa após rene-

para a iniciativa privada. No mesmo Decreto,

1

gociação do débito.

estabelecia que o processo de transferência ficaria a cargo do Conselho Interministerial de

Todavia, nenhuma proposição vingou. Em

Privatização (CIP).

1985, com novo Governo Federal, iniciou-se

Para dar conta da determinação foram aber-

a discussão da privatização de empresas esta-

tos editais de licitação de Ceasas. Todavia, nin-

tais. As Ceasas passaram a fazer parte da lista

guém compareceu para a compra. Coerente,

das privatizáveis.

afinal a atividade comercial já era privada. Ne-

De imediato, a equipe do Sinac se posicio-

nhum atacadista iria querer assumir funções de

nou contra a forma como se pretendia fazer a pri-

governo. Para dar conta da situação, o Governo

vatização. Afinal, a atividade de comercialização

editou um Decreto, de nº 2.400 de 21/12/87,

sempre fora privada. Estatal era a administração

que determinava que todas as ações da Cobal

do complexo, a coleta e a divulgação de infor-

passassem para a União. O próprio documento

mações e diversas ações, próprias de governo,

estabelecia uma data limite: 31/03/88. O pas-

buscando o equilíbrio e melhoria do Sistema. A

so seguinte foi a doação, pura e simples, das

equipe defendia a manutenção da unidade sis-

ações para os respectivos estados.

1 Antiga denominação do banco que, em 1982, passou a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


ceasa / es em revista

3.2. Pós-Sinac O setor de hortigranjeiro virou o “primo pobre” da agricultura. O Governo Federal deixou de investir. Se até então havia um só Brasil, quando pensamos nas diretrizes gerais do Sinac para o abastecimento, agora passaram a existir vários “brasis”. Cada estado fez da sua Ceasa o que bem entendeu. Seguiram rumos diferentes, algumas evoluíram, outras regrediram e muitas estagnaram. Numa triste concretização dos alertas feitos pelos os técnicos do Sinac: n abandono

das ações técnicas;

n empreguismo; n ampliações

inadequadas;

n proliferação n varejo

de agentes ineficientes;

tumultuando o atacado;

n degradação

física das instalações;

n relaxamento

na limpeza e higiene;

n acomodação

perniciosa;

np ouco

avanço na classificação, padronização e

embalagem; na usência de participação em feiras, fóruns, debates

sobre o hortigranjeiro; n novas n falta

Ceasas em locais inadequados;

de capacitação do corpo técnico;

n desvirtuamento

dos objetivos.

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Mas, felizmente, algumas Cea-

Contudo, de maneira geral, ficou

sas evoluíram apesar da crise. Con-

um grande vazio com a saída do Go-

seguiram melhorar a sua eficiência.

verno Federal do setor. E ninguém

Caminharam para a ideia da cida-

ocupou o espaço desde 1988. Até

de do alimento, incluíram ativida-

então sabíamos a produção, mês a

des complementares, introduziram

mês e ano a ano, de todos os muni-

avanços na informática e continu-

cípios. E para qual mercado ia essa

aram sendo um centro de referên-

produção. Nos anos seguintes nada

cia para o setor de hortigranjeiro em

mais se sabia. O que existiam eram

nível local.

algumas informações isoladas.

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22 ceasa/es

3.3. Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen)

3.4. Criação do Prohort

Para tentar conter os malefícios da extinção do Sinac

O Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hor-

criou-se a Associação Brasileira das Centrais de Abaste-

tigranjeiro (Prohort) nasceu da reivindicação das próprias

cimento (Abracen). Trata-se de uma Associação criada

Ceasas, através da sua associação, a Abracen. A opera-

pelos dirigentes das Ceasas, numa tentativa fundamental

cionalização ficou a cargo da Conab.

para manter acesa a chama do Sinac, funcionando como o único e tênue elo entre as diversas Centrais.

A reivindicação inicial do conjunto das Ceasas em relação ao Prohort foi montar um banco de dados que

O grande desafio agora era vencer a falta de continui-

reunisse as informações de todas elas, ou seja, os dados

dade administrativa. Os dirigentes de Ceasa, por serem in-

coletados na portaria e no mercado. Na portaria são ob-

dicações políticas, passavam pouco tempo nos seus car-

tidos os dados de quantidade e a origem de cada produ-

gos. Mas, apesar disso, a cada Governo Federal

to ofertado. A essas informações são agregadas as cota-

que se sucedia, nesses 17 anos, a Abracen ba-

ções no atacado em preços médios diários, reunidos em

tia à sua porta, solicitando apoio. Só em 2005 o

pesquisa nos dias fortes de atacado, segundo metodolo-

pleito foi acolhido; para tanto foi baixada uma portaria criando o Prohort.

gia consagrada pelo Sima. Para concretizar essa ideia foi criado o Sistema de Informações dos Mercados de Abastecimento do Brasil (Simab). A Conab desenvolveu um software recuperador de dados, hospedado em servidor próprio. Mas de nada adiantaria ter esse fabuloso banco de dados (14 milhões de t/ano e 62 mercados integrados) se as informações ali contidas não são acessíveis, ou seja, se são de uso exclusivo de alguns técnicos. Por isso tem-se investido na disponibilização via Internet para uso de toda a sociedade. No que diz respeito à relação com os produtores, o grande objetivo do Prohort é possibilitar o acesso dos mesmos aos avanços da pesquisa e das modernas técnicas de


comercialização, o que significa levar as conquistas da

incentivar inovações de padronização, classificação, em-

pesquisa (sementes, tratos culturais etc.) ao produtor atra-

balagem, rastreamento, combate ao uso exagerado de de-

vés de uma extensão rural eficiente. Pari passu, passando a

fensivos agrícolas, isto é, de fornecer um produto dentro

utilizar o Simab como uma importante ferramenta de pla-

de padrões de qualidade e de sanidade.

nejamento da comercialização e, como consequência, da

Buscando modernizar, melhorar e estender os serviços

produção programada. De maneira semelhante, buscou-se

que prestam em seus atuais espaços físicos para o extra-

aperfeiçoar as ofertas, reduzindo os “passeios” dos produ-

-muro, a aposta repousa no Simab, que possibilitará uma

tos, apostando na produção direta para o varejo. Além de

melhor transparência de mercado, ampliando os horizon-



ceasa / es em revista

tes de todos os seus clientes, sejam eles produ-

pliar, reformar ou construir, o que se preten-

tores, atacadistas ou varejistas, apontando novas

de e está se fazendo é assessorar na moderni-

oportunidades de mercado, tanto para compra

zação da infra-estrutura. Esse assessoramento

como para venda. Para tanto, faz-se mister mo-

significa investir os recursos obtidos de outras

dernizar a logística, a apresentação do produto

fontes de maneira correta. Por exemplo: evi-

em embalagens que conservem o produto e não

tar-se que uma Ceasa seja construída equivo-

sejam agentes disseminadores de doenças, bem

cadamente, propiciando a orientação correta

como possibilitar a lavagem e higienização das

e o bom uso do recurso.

embalagens plásticas.

Qualquer região do país que resolva inves-

Outra meta do Prohort é buscar o apoio

tir na melhoria da infra-estrutura de um merca-

das universidades e órgãos de pesquisa e fo-

do atacadista terá um enorme benefício com

mento, estreitando relações, já que as Cea-

a presença do Prohort. Primeiramente, pode-

sas são verdadeiros laboratórios onde podem

rá se beneficiar, sem custos, de uma assesso-

ser detectados os problemas da produção,

ria eficiente, impedindo que os administrado-

dos tratos culturais, embalagens, comerciali-

res invistam equivocadamente. Em segundo

zação e manuseio. Nesse entendimento inte-

lugar, já poderá se integrar a um sistema na-

ressam parcerias diversas na busca da regula-

cional, beneficiando-se de um banco de da-

ridade do abastecimento, garantindo a segu-

dos nacional, além de já

rança alimentar e, consequentemente, nutri-

poder funcionar como

cional de toda a população do país.

uma Ceasa antes mes-

No que diz respeito à infraestrutura, apesar da Conab não possuir recursos para am-

mo da implantação da estrutura física.

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4. A Ceasa no Espírito Santo Como visto, com o crescimento dos centros urbanos do país, o processo de distribuição de produtos hortigranjeiros tornou-se mais complexo e oneroso, o que, aliado à precariedade dos mercados tradicionais, suscitou a necessidade de aperfeiçoamento das estruturas de comercialização desses produtos. No Espírito Santo não foi diferente. Até a década de 1970 produtores rurais, comerciantes e consumidores tinham como entreposto comercial o Mercado da Vila Rubim, no Centro de Vitória, para ofertar ou adquirir produtos. A estrutura mostrava-se incipiente e desfavorável a um ambiente de negócios. No bojo do Sistema Nacional de Centrais de Abastecimento (Sinac) é que se deu a constituição da empresa Ceasa por escritura pública, em 06 de Junho de 1973. Foi organizada de acordo com as normas do Grupo Executivo de Modernização do Abastecimento (Gemab), que instituiu o Conselho Nacional de Abastecimento (Co-


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nab), integrante do Sistema Nacional de Centrais (Sinac), com participação da extinta Companhia Brasileira de Alimentos e do Governo do Estado do Espírito Santo. Mas foi apenas em 1977 que a Ceasa/ES começou efetivamente a funcionar, tendo como objetivo principal o ordenamento do abastecimento de hortigranjeiros no Estado. A unidade capixaba deu novas alternativas aos produtores rurais, comerciantes e consumidores e, gradativamente, o novo entreposto passou a se consolidar como polo de negócios para este setor. A inauguração oficial foi em 17 de junho de 1977, com sede localizada no quilômetro 6,5 da BR-262, em Cariacica, que oferecia modernas instalações e serviços auxiliares de comercialização, permitindo a compradores e vendedores de Construção da Ceasa/ES em 1977.

hortigranjeiros uma melhor estrutu-

O início do desenvolvimento do

ra para os produtos, numa área de

abastecimento no estado

118.742 metros quadrados.

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28 ceasa/es

O local escolhido para a implantação do grande centro abastecedor apresenta-se próximo aos terminais das vias de fácil acesso do interior, inclusive de estados vizinhos. Esta primeira unidade da Ceasa/ES, que foi dimensionada para atender à população da Grande Vitória, é composta de dois blocos permanentes, um bloco não permanente, um bloco de desmembramento e um de administração, portaria e castelo d’água. O complexo constitui-se de 28 lojas (boxes), dois blocos permanentes destinados à comercialização por atacado. A Ceasa/ES significou inúmeras vantagens para os produtores de hortigranjeiros capixabas, oportunizando desde maiores oportunidades de venda para os produtos – devido à maior concorrência entre compradores – até uma maior economia de tempo para efetuar a venda. Destacam-se ainda as áreas cobertas voltadas à comercialização e as melhores condições de trânsito e de segurança. Sem falar no acesso a dados dos demais mercados com a cotação diária dos preços dos principais produtos, nos principais centros consumidores através do Serviço de Informação de Mercado Agrícola (Sima), bem como as facilidades oferecidas pelos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural. Outros serviços ofertados incluíam também orien-

Jornal A Gazeta

tação à padronização, classificação e embalagem dos

09 de junho de 1977

produtos, orientação fito-sanitária, orientação a carga e descarga, arrumação e exposição dos produtos. Entre as comodidades ofertadas nas novas instalações podemos enumerar lojas revendedoras de insumos, serviços de classificação e embalagem, serviços bancários, serviços de telecomunicações, restaurantes e lanchonetes, além de outros.


ceasa / es em revista

4.1. Principais vantagens Por determinação do Governo Estadual, a Ce-

critórios de assistências técni-

asa/ES busca oferecer desde sua criação uma

cas e outros serviços. Den-

série de vantagens ao produtor, ao comerciante

tre eles, a orientação sobre

e ao comprador. Dentre as vantagens ofertadas

a decisão de para onde ven-

ao produtor destacam-se: a facilidade de aces-

der, de acordo com as infor-

so entre as zonas de produção e a área de co-

mações de mercados em ter-

mercialização, a facilidade de venda de produ-

mos de quantidade, qualida-

ção sem intermediação, o aumento de oportu-

de, procedência e preços de

nidade de negócio pela reunião de maior co-

produtos, através de existência

modidade física – com economia de tempo e

de local e instalações apropria-

dinheiro, devido à presença na Ceasa/ES de

das e de comparação com a produ-

representantes comerciais de vários produtos

ção dos concorrentes, para obtenção

necessários à lavoura, agência bancárias, es-

de melhores preços. Entram também

Jornal A Gazeta 07 de junho de 1977

29


no rol de vantagens a redução geral

tação sobre a decisão de compra e

dos custos de comercialização pela

venda – de acordo com as informa-

diminuição de perdas, o uso de me-

ções de mercado, em termos de quan-

lhores embalagens e a possibilidade

tidade, qualidade, procedência e pre-

de agrupamentos em cooperativas ou

ços dos produtos – a redução do vo-

sociedades comerciais.

lume de produtos estragados, em ra-

Aos comerciantes, por seu tur-

zão do menor manuseio, maior rapi-

no, são oferecidas: a oportunidade

dez nas operações de compra e ven-

de selecionar produtos para compra

da e melhores instalações para a es-

devido ao grande número de vende-

tocagem. Também, a oportunidade

dores reunidos no mesmo local, me-

de aumento do volume de negócios,

lhores vendas em razão da concen-

em razão da eliminação dos atraves-

tração de compradores procedentes

sadores, da melhoria das qualidade e

de diversas regiões, a utilização de

apresentação de produto e da racio-

melhores condições de trabalho e de

nalização e fortalecimento da rede

atendimento à sua freguesia, a orien-

varejista, adequada à disponibilida-


Até a década de de de serviços de segurança, comu-

perior, dada a modernização do sis-

1970 produtores

nicação, atendimento bancário, lim-

tema de varejo, assim como maio-

rurais, comerciantes e

peza, conservação, transporte inter-

res condições de adquirir o produto

consumidores tinham como

no e outros, além da facilidade para

que deseja, durante a maior parte do

entreposto comercial o

exportação de produtos pela integra-

ano, devido à organização dos seto-

Mercado da Vila Rubim,

ção da Ceasa/ES ao Sinac.

res de produção e de comercializa-

no Centro de Vitória,

Já o consumidor passou a gozar

ção. Vivencia ainda a redução nas

para ofertar ou adquirir

de uma maior facilidade, como me-

despesas com gêneros alimentícios,

produtos. A estrutura

lhoria do sistema de distribuição dos

que pode resultar na elevação do pa-

mostrava-se incipiente

gêneros alimentícios, com a redução

drão alimentar, em razão da racio-

e desfavorável a um

de perdas, e prestação de melhores

nalização do sistema de comercia-

ambiente de negócios.

serviços de comercialização, graças

lização, e maior satisfação por va-

Uma realidade muito

à oferta pelos comerciantes instala-

lor gasto com alimentação.

diferente da conquistada

dos na Ceasa/ES. Encontra produtos

Além dessas vantagens, o siste-

com a implantação da

em perfeitas condições higiênicos-

ma Ceasa favorece em termos go-

Ceasa no Espírito Santo

-sanitárias, e com uma qualidade su-

vernamentais o incremento e a di-


32 ceasa/es

fusão de políticas de racionalização e moder-

A descentralização dos serviços ofertados

nização em setores da agricultura e do abas-

pelos entrepostos é um instrumento de estímulo

tecimento. É importante destacar também a

a toda cadeia produtiva e se torna um centro de

maior facilidade para solução dos proble-

referência para as políticas públicas municipais

mas de trânsito, a melhor aplicação das leis

de abastecimento e segurança alimentar. A con-

de segurança, de sanidade e outras, pela re-

solidação operacional do entreposto de Caria-

tirada do comércio atacadista do centro ur-

cica e a evolução tecnológica aplicada aos pro-

bano, ampliando o mercado de trabalho e a

cedimentos comerciais – promovidos pelo con-

melhoria da qualificação da mão-de-obra.

junto dos seus usuários – foram determinantes

Contribui assim para o desenvolvimento dos

para que a Ceasa/ES promovesse, nos últimos

setores agrícola e agroindustrial, pelo incre-

três anos, grandes investimentos na sua logísti-

mento dos negócios e da produção, aumen-

ca interna e na melhoria dos seus serviços, com

tando a receita decorrente de maiores volu-

apoio do Governo Estadual.

mes de negócios e da formação de um ponto de atração turística comercial.

A Ceasa/ES está entre as dez maiores do país em volume de comercialização. Em 2009, o en-

Com a consolidação enquanto mercado

treposto de Cariacica movimentou 518 mil to-

distribuidor, a Ceasa/ES passou a planejar

neladas de produtos. Dados como esses mos-

novas unidades pelo interior capixaba den-

tram a força dos serviços oferecidos aos agen-

tro do conceito integrado de Rede Estadu-

tes da cadeia produtiva, especialmente produ-

al de Entrepostos. A Rede é composta atu-

tores rurais, atacadistas e rede varejista. Além

almente pela Unidade Central, em Cariaci-

disso, a Ceasa/ES desenvolve um trabalho com

ca, Unidade Regional Sul, em Cachoeiro de

objetivos claros de promover o desenvolvimen-

Itapemirim, Unidade Regional Noroeste, em

to dos polos regionais de produção e o conse-

Colatina, e Unidade Norte, no município de

quente fortalecimento econômico-social, com

São Mateus.

a geração de emprego e de renda.


Mais de 518 mil toneladas de produtos comercializados em 2009 e uma previsão de crescimento próximo a 5% no valor comercializado para 2010, confirmam a Ceasa/ES entre as dez maiores do país em volume de comercialização


A Ceasa/ES deu novas oportunidades aos produtores rurais, comerciantes e consumidores. Melhoria na estrutura e organização dos produtos ajudam na comercialização. Ao lado, uma das lojas da Unidade Central, em Cariacica



36 ceasa/es

5. Ceasa/ES: Trajetória em destaque 2003-2010 5.1. Estrutura Atual A Central de Abastecimento do Espí-

Para medir o crescimento da Cea-

rito Santo (Ceasa/ES), empresa vin-

sa/ES, o entreposto de Cariacica comer-

culada à Secretaria da Agricultura,

cializou, em 2009, 518 mil toneladas

Abastecimento, Aquicultura e Pes-

de produtos, representando um mon-

ca (Seag), já está presente no esta-

tante financeiro de R$ 622.960.414.

do há 33 anos, ao longo dos quais

A média mensal de comercialização

testemunhou o crescimento da eco-

atingiu R$ 51.913.367.

nomia estadual e sua própria expan-

A cobertura do Mercado SobreVe-

são de mercado de hortigranjeiros.

ículos, inaugurada em 2009, era uma

Hoje, a Ceasa/ES atende não só a

reivindicação de mais de 30 anos dos

capital e as cidades em seu entor-

usuários daquele espaço da Ceasa/ES.

no, mas também aos municípios do

Além de garantir maior comodidade e

interior e até cidades de outros es-

segurança para vendedores e compra-

tados, como Rio de Janeiro, Minas

dores do local, a obra permite a ma-

Gerais, Bahia, dentre outros.

nutenção da qualidade dos produtos

Seu principal entreposto está lo-

que são comercializados em grandes

calizado em um ponto estratégico da

volumes, como abacaxi e coco verde.

BR-262, com fácil acesso para o norte

São vendidas uma média de 4.800 to-

fluminense, São Paulo e Minas Gerais.

neladas de produtos por mês na área

A unidade recebe diariamente, apro-

que é frequentada diariamente por

ximadamente, cinco mil pessoas entre

mais de 50 operadores. O valor inves-

comerciantes atacadistas, varejistas,

tido foi de R$ 176 mil em uma obra

produtores e prestadores de serviços.

de 1.200 m².


ceasa / es em revista

Unidade Central, em Cariacica

37


38 ceasa/es

Sistema de Combate e

Novo estacionamento

Compromisso Social

Prevenção a Incêndio

Uma das obras concluídas em 2010

A Ceasa/ES mantém, desde 2004, um

O projeto, executado em 2009, é de

foi a da construção de uma nova área

acordo de cooperação com a Secre-

extrema importância porque garante

para estacionamento de veículos na

taria de Justiça do Espírito Santo (Se-

a segurança para as instalações físi-

Central de Abastecimento do Espíri-

jus) para reinserção social dos reedu-

cas das empresas que desempenham

to Santo (Ceasa/ES). Com 6,5 mil me-

candos do sistema prisional. Internos

seus negócios nas dependências da

tros quadrados, o novo espaço tem

da Penitenciária Agrícola do Espírito

Central de Abastecimento. Os va-

capacidade para 300 veículos, ele-

Santo trabalham na instituição oito

lores aplicados neste projeto foram

vando para 800 vagas a capacidade

horas por dia e desenvolvem ativida-

alocados pelo Governo do Estado,

total para estacionamento de carros

des diversas como jardinagem, servi-

através da Secretaria da Agricultura

e caminhões na unidade de Cariaci-

ços de pedreiro, de eletricista, refor-

e da própria Ceasa/ES, num total de

ca. O investimento no trabalho foi

mas, trabalhos de manutenção, pin-

R$ 670 mil. Os investimentos na es-

de R$ 370 mil.

tura e limpeza. À noite eles retornam

trutura física da empresa são funda-

para a unidade prisional, em Viana.

mentais para garantir melhores condições de comercialização.

5.2. Ceasa/ES em números Um balanço realizado pelo setor

O grupo das hortaliças, frutos e

ofertado no mercado atacadista.

Técnico e Estatístico da Central de

raízes (legumes), as frutas nacionais

Desse total, em média, 30% veio

Abastecimento do Espírito Santo

e importadas e os ovos superaram a

de Santa Maria de Jetibá, conside-

(Ceasa/ES) registrou quantidade su-

oferta de 2009, em relação ao ano an-

rado o principal município ofer-

perior a 518 mil toneladas de pro-

terior. Produtos capixabas, a exemplo

tante. Na lista dos dez mais mu-

dutos hortigranjeiros comerciali-

dos tomate longa vida, inhame, cebo-

nicípios produtores constam: Do-

zados no ano de 2009. Esta quan-

la branca, banana da terra, as varie-

mingos Martins, Santa Leopoldi-

tidade gerou uma receita superior

dades de abobrinhas e a goiaba con-

na, Alfredo Chaves, Santa Teresa,

a R$ 622 milhões para os municí-

tribuíram para o resultado positivo.

Laranja da Terra, Afonso Cláudio,

pios abastecedores capixabas e de

O Espírito Santo participou com

Itarana, Venda Nova do Imigrante

outros Estados.

aproximadamente 59% do total

e Cariacica.


ceasa / es em revista

Fonte: Setor Técnico e Estatístico da Ceasa/ES.

municípios abastecedores - 2009 100(t)

95.321

40.007

50(t)

26.688

25(t)

Santa Maria de Jetibá

Domingos Martins

Santa Leopoldina

22.444

14.688

Alfredo Chaves

Santa Teresa

11.235 Laranja da Terra

11.210

10.391

Afonso Cláudio

Itarana

6.436

6.294

Venda Nova do Imigrante

Cariacica

No Entreposto Central, em Cariacica, além do Espírito Santo, tiveram destaques em 2009 mais cinco Estados. São eles: Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

estados abastecedores - 2009 300(t)

305.863

59%

75(t)

65.141

12,6% Espírito Santo

Minas Gerais

30.666

29.391

5,9%

5,7%

Bahia

São Paulo

22.559

17.156

4,4%

3,3%

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

39



O grande movimento do entreposto ĂŠ um dos principais responsĂĄveis pelos crescimentos de 23,4% no volume comercializado e de 95,7% no montante financeiro movimentado entre 2003 e 2010


42 ceasa/es

Segundo estatísticas, os usuários da Ceasa/ES estão distribuídos em 3.872 produtores cadastrados, 101 comerciantes estabelecidos e 210 carregadores que lotam o pavilhão central diariamente


ceasa / es em revista

5.3. Ceasa/ES em ação Dentre as obrigações da Ceasa, consta contribuir para a implantação do suporte tecnológico necessário para o aprimoramento da gestão e da transparência das informações de mercado (preços e quantidades), para criar um intercâmbio com os mercados atacadistas dentro e fora do estado. Essas informações também passaram a ser inseridas no âmbito nacional junto ao Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). Outra ação da Ceasa é promover treinamentos sobre pesquisas de mercado, controle de registro dos volumes nas portarias, normas e procedimentos de classificação, uso adequado de embalagens, cumprimento das normas e dos regulamentos operacionais e gestões administrativa e financeira.

Nova carteira do produtor rural A Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES) modernizou o sistema de acesso aos pavilhões do Entreposto Central, localizado em Cariacica. Para agilizar a identificação do público que acessa a unidade, a empresa está atualizando os dados cadastrais de 4.200 mil produtores rurais e emitindo um novo documento de identidade. Impressa em PVC, a nova carteira de produtor rural possui maior resistência, validade de dois anos e é fornecida gratuitamente. O documento possui foto e dados como números de CPF e Carteira de Identidade.

43


44 ceasa/es

5.4. Indicadores operacionais Considerado entre os dez principais entrepos-

co-operacionais mostram que a implantação de

tos atacadistas de alimentos do país, a unidade

projetos voltados ao desenvolvimento da Cea-

de Cariacica abriga em seu pavilhão produtos

sa/ES vem surtindo efeito nos resultados do co-

hortigranjeiros de vários estados como Minas

mércio de alimentos, elevando a taxa média de

Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e

3,5% ao ano durante o período de 2003 a 2008,

Rio de Janeiro e importados de países do Mer-

atingindo assim a estabilidade nos últimos três

cosul e de alguns países europeus. Mas o Espíri-

anos. Entre os anos de 2003 a 2010, houve um

to Santo mantém a liderança na oferta ao entre-

crescimento de 23,4% no volume comerciali-

posto, com uma participação notória que che-

zado no entreposto da Ceasa/ES e de 95,7% no

ga a se aproximar dos 60%. Indicadores técni-

montante financieiro movimentado.

2003 Volume (t)

2004

2005

2006

2007

Valor Movimentado (R$)

2008

2009

650.236.947,*

516.870

621.348.999,

518.054

575.814.954,

Fonte: Setor Técnico e Estatístico da Ceasa/ES.

519.822

503.437.326,

510.271

395.719.575,

456.938

445.222.736,

468.386

428.764.692,

467.559

332.812.136,

418.455

EVOLUÇÃO DO VOLUME E VALOR MOVI MENTADO NO ENTREPOSTO

2010* *Dados estimados

Um balanço realizado pelo setor Técnico

Mais de R$ 541 milhões já foram movi-

e Estatístico da Ceasa/ES registrou a quan-

mentados no comércio do Entreposto da Cea-

tidade de 518.054.261 quilos de produ-

sa/ES durante o ano de 2010, acreditando que

tos hortigranjeiros comercializados no ano

os trabalhos encerrarão o ano por volta dos

de 2009. Esta quantidade gerou uma recei-

516.870.539 quilos de produtos ofertados, che-

ta de quase R$ 623 milhões para os atores

gando ao montante de R$ 650 milhões, alta de

deste mercado.

4,61% em relação ao ano anterior.


ceasa / es em revista

45

REPRESENTATIVIDADE DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS OFERTANTES DE PRODUTOS CEASA/ES - 2003 a 2010 600.000.000(kg) 593.790.522

28,80% 500.000.000(kg)

400.000.000(kg)

300.000.000(kg)

260.866.464

12,65% 200.000.000(kg)

167.249.444

8,11%

100.000.000(kg)

111.449.597 98.951.798

5,40%

Santa Maria de Jetibá

Domingos Martins

Santa Leopoldina

Santa Teresa

4,80%

Alfredo Chaves

85.744.332 77.274.441 71.031.417

4,16%

Linhares

3,75%

3,44%

Venda Nova do Imigrante

Itarana

PRINCIPAIS HORTIGRANJEIROS COMERCIALIZADOS NA CEASA/ES - 2010 54.971,50

56.737.512 50.617.651

2,75%

2,45%

Laranja da Terra

Viana

Fonte: Gerencia Técnica da Ceasa/ES.

54.847,83 48.942,83

50.000,00(t) 40.000,00(t)

28.748,45

30.000,00(t)

28.670,06

24.630,48

24.222,73

Cebola

Repolho

22.592,66

22.257,15

Cenoura

Maçã

20.000,00(t) 10.000,00(t)

Tomate

Batata

Banana

Laranja

Ovos


46 ceasa/es

PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS NA CEASA/ES PROCEDENTES DO ESTADO - 2010

50.000,00(t)

Fonte: Gerencia Técnica da Ceasa/ES.

52.476,25

40.000,00(t) 30.000,00(t)

22.775,36 22.753,78 20.000,00(t)

19.763,17

18.477,09

17.289,51

10.000,00(t)

Tomate

Ovos Granja Branco Extra

Repolho Híbrido

Banana Prata

Chuchu

Banana Terra

10.084,49

9.799,91

8.435,45

8.145,18

Banana Nanica

Inhame

Mamão Haway

Pepino

DESTINO (MUNICÍPIOS DO ESTADO) DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS NA CEASA/ES

Fonte: Gerencia Técnica da Ceasa/ES.

71,94%

12,72% 3,38% Grande Vitória

3,07%

Cachoeiro de Linhares Itapemirim

2,13%

1,77%

1,26%

1,18%

Guarapari

Aracruz

São Mateus

Colatina

1,17%

0,95%

Venda Nova Marataízes do Imigrante

0,89% Domingos Martins

Outros


ceasa / es em revista

DESTINOS DA MERCADORIA PARA ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS

Fonte: Gerencia Técnica da Ceasa/ES.

53,77% Supermercados 19,78% Kilões (sacolões) 15,52% Feirantes 3,92% Restaurantes

DESTINO (OUTROS ESTADOS) DOS

Fonte: Gerencia Técnica da Ceasa/ES.

PRODUTOS COMERCIALIZADOS NA CEASA/ES

42,38% Rio de Janeiro 39,14% Bahia 17,57% Minas Gerais 0,91% Outros

Segundo dados da gerência, os usuários da

cadastrados, 101 comerciantes estabelecidos e

Ceasa/ES estão distribuídos em 3.872 produtores

210 carregadores que lotam o pavilhão central.

47




50 ceasa/es

6. Principais Projetos 2003-2010 6.1. Na infra-estrutura e logística interna dos mercados Com intenção de melhorar a infra-estrutura, a fim de garantir ao complexo operacional uma logística eficiente para os usuários, foram aplicados R$ 3 milhões durante o período de 2003 a 2010. Parte desse recurso proveio do Tesouro Estadual e outra parte da própria Ceasa/ES. Unidade Central - Cariacica Por ser considerado o principal mercado da Ceasa/ES, e pela sua importância estratégica, foi o que mais recebeu recursos com a finalidade de melhorar sua estrutura física e projetar o desenvolvimento tecnológico. Projetos como o Sistema de Combate e Prevenção de Incêndio e a cobertura do Mercado Sobre Veículos (MSV) foram fundamentais para a segurança e a comodidade dos usuários. Durante o período de 2003-2010, foram investidos cerca de R$ 2,8 milhões que possibilitaram a implantação de projetos de grande importância na melhoria interna deste mercado, tais como: a reforma das portarias e instalação dos novos portões; a construção de novos sanitários incluindo do MSV; pavimentação de uma área de 5.600 m² , do novo bolsão de estacionamento com capacidade


ceasa / es em revista

média de 300 vagas para veículos de carga, ele-

pliação do Parque Tecnológico; a aquisição de

vando para 800 vagas a capacidade total de es-

veículos e máquinas e a recuperação da sede

tacionamentos de carros e caminhões; amplia-

administrativa. Dentre os investimentos previs-

ção da capacidade de distribuição de energia

tos para a unidade de Cariacica está a constru-

elétrica necessária para dar suporte ao cresci-

ção de um pavilhão destinado aos carregado-

mento dos volumes comercializados, que exi-

res autônomos, visando proporcionar melhoria

gem novos ambientes frigorificados adequados

na condição de trabalho dos operadores da ati-

à estocagem dos produtos; cobertura asfáltica

vidade, bem como a iluminação do bolsão do

no entorno do Pavilhão Não Permanente abran-

estacionamento e a instalação do sistema de se-

gendo 17.800 metros quadrados de área; a am-

gurança monitorada, ambos já em implantação.

51


52 ceasa/es

6.2. Unidades do interior O resultado do saneamento administrativo/financeiro co-

tem experimentado sucessivos aumentos nas quantida-

locado em prática na Ceasa/ES pelo Governo Estadual

des comercializadas, alcançando, aproximadamente, 28

permitiu a construção de Unidades Atacadistas nos po-

mil toneladas/ano de hortigranjeiros. Sua estrutura física

los das regiões: Sul (Cachoeiro de Itapemirim), Noroeste

é atualmente composta de 16 lojas/boxes e se encontra

(Colatina) e Norte (São Mateus).

totalmente ocupada. Este cenário operacional revela a

Esta estratégia teve como objetivo a descentralização

consolidação da Unidade e, portanto, é fundamental que

dos serviços da Unidade Cariacica e, especialmente, a

sejam identificadas novas alternativas para disponibilizar

contribuição para o fortalecimento da produção e do co-

espaços adequados à expansão dos negócios dos atuais

mércio de produtos hortigranjeiros nestes importantes po-

permissionários e abrigar novas empresas. Estas ações são

los regionais do estado.

importantes para estimular novos negócios que resultam na ampliação e na diversificação da oferta, e que poten-

Unidade Regional Sul Cachoeiro de Itapemirim

cializam a eficiência operacional. Assim, estudos estão sendo realizados visando à cons-

O primeiro entreposto do interior recebeu inicialmente

trução de novos boxes/lojas para expansão do Pavilhão

recursos da ordem de R$ 1,164 milhão e recentemente

Permanente (PP) e outro estudo/projeto destinado a orien-

a Ceasa/ES construiu um muro divisório que recuperou

tar a Ceasa/ES quanto às futuras expansões, dentro do con-

as vias laterais daquela Unidade. Esta Unidade Regional

ceito de Plano Diretor de Ocupação da Unidade.


ceasa / es em revista

53


Unidade Regional Noroeste – Colatina Neste mercado, foram investidos pelo estado do Espíri-

ceira é realizada pelo Consórcio Intermunicipal (Coin-

to Santo e pela Prefeitura Municipal de Colatina recur-

ter). Este arranjo jurídico inovador é extremamente im-

sos no valor de R$ 2,2 milhões e posteriormente a Seag

portante, pois estabelece maior comprometimento dos

aplicou outros R$ 76 mil para conclusão das obras. Esta

municípios junto aos produtores rurais. Em 2010, pri-

unidade entrou em fase operacional em dezembro de

meiro ano de operação da unidade, foram comercia-

2009 e sua gestão operacional, administrativa e finan-

lizados 9.650.606 quilos de produtos hortifrutícolas.


ceasa / es em revista

55


56 ceasa/es


ceasa / es em revista

Unidade Regional Norte – São Mateus O entreposto de São Mateus comple-

Neste Mercado foram aplicados re-

menta a rede estadual de abasteci-

cursos da ordem de R$ 5 milhões a

mento, consolidando o Espírito Santo

que serão acrescidos aproximadamente

entre os principais estados com uma

R$ 1 milhão em razão das obras desti-

estrutura logística de apoio à produ-

nadas à pavimentação da Unidade. Este

ção e à comercialização de produtos

Mercado terá suas atividades operacio-

hortigranjeiros.

nais iniciadas a partir do início de 2011.

57


Klifthon Ortelan Rocha – um dos orientadores que atuam diariamente na Ceasa/ES

6.3. Serviços de orientação e informação de mercado Além das instalações e da logística disponibi-

Sistema de Vídeo

lizadas ao conjunto de seus usuários, a Ceasa/

Os preços diários da Ceasa/ES, bem como os

ES oferece outros serviços fundamentais para

de todas as Ceasas da Região Sudeste, são dis-

a realização dos negócios:

ponibilizados através de vídeos instalados no Pavilhão do Produtor.

Boletins de Preços Fornecidos diretamente através do site www.ceasa.

Calendário de Comercialização

es.gov.br, no link “Preços”, onde também são dis-

Um instrumento técnico, produzido dentro da

ponibilizados dados de volume comercializado,

série histórica de dados a partir de 2002, que

além das procedências dos produtos hortigranjei-

auxilia o produtor rural, na programação do

ros, e relatórios completos referentes ao Entrepos-

plantio e da colheita, os atacadistas e varejis-

to de Cariacica. Para maior comodidade os pre-

tas, indicando as melhores épocas de oferta de

ços diários são também disponibilizados em ver-

produtos e o consumidor, que poderá optar por

são impressa para o público interno da Ceasa/ES.

comprar os produtos da safra.


ceasa / es em revista

OUTROS DESTAQUES Como já ressaltado o Entreposto de Cariacica

do, através de um intercâmbio diário, via inter-

está entre os 10 principais mercados atacadis-

net – DETECWEB – entre as principais Ceasas

tas brasileiros.

do País. Visa também estabelecer padrões mo-

O resultado da movimentação comercial e

dernos de gestão para os entrepostos através da

financeira é comparável ao 12º PIB dos Muni-

diversificação de tecnologias, e de relaciona-

cípios capixabas.

mento com outros mercados mundiais, e com

O consumo de energia elétrica corresponde ao de uma cidade de 10 mil habitantes. A Ceasa/ES está inserida no Programa Brasileiro para Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) coordenado pela Conab/Mapa. Este programa tem como objetivo propiciar o estabelecimento de um Sistema Nacional de Centrais de Abastecimento, com destaque para os serviços voltados às informações de merca-

as universidades, na busca da ampliação das funções das Centrais de Abastecimento.

59


60 ceasa/es

7. Programas 7.1. Responsabilidade social: Programa “Ceasa sem Desperdício”

As atividades sociais da Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES) têm como parceiro o Programa Mesa Brasil/SESC e seu objeto principal é a soma de esforços institucionais para operacionalização do programa social denominado “Ceasa sem Desperdício”, objetivando realizar, nas dependências da Ceasa/ES, coletas diárias de produtos não comercializados resultantes de doações e que ainda estejam próprios para o consumo humano. Os produtos recolhidos são encaminhados para o local denominado ‘Galpão do Programa Social’, onde são agrupados junto a outros arrecadados pelo Mesa Brasil/Sesc, provenientes de doações feitas por produtores, empresas privadas fora do âmbito da Ceasa/ES e pela Conab, para posterior distribuição as entidades filantrópicas devidamente cadastradas e acompanhadas pelo Programa Social. O Programa em questão é uma ponte que busca onde sobra e entrega onde falta – uma forma de contribuir para a diminuição da insegurança alimentar no país. O Mesa Brasil é também uma ação do Sesc que integra empresas, entidades e voluntários com o intuito de reduzir carências alimentares e desperdício de alimentos. Baseia-se, pois, em parce-


Galpão de triagem dos alimentos do Programa “Ceasa sem Desperdício”


Missão

Visão

Contribuir para Segurança Alimentar e

A parceria responsável

Valores do Programa

Nutricional dos indivíduos em situação

pelo programa visa a

n Responsabilidade

de maior vulnerabilidade e atuar na

tornar-se a referência

n Compromisso

redução do desperdício, mediante a

nacional como Rede

n Solidariedade

doação de alimentos, desenvolvimento

de Solidariedade na

n Equidade

de ações educativas e promoção de

área de Segurança

n Integração

solidariedade social em todo o país.

Alimentar e Nutricional.

n Transparência n Qualidade


ceasa / es em revista

rias cujas responsabilidades são com-

que lamentavelmente não é garantido

Dos anos de 2006 a 2009, o Pro-

partilhadas por todos os segmentos so-

a todas as pessoas, razão que exige

grama “Ceasa sem Desperdício” ar-

ciais envolvidos, respeitando-se as es-

combate a uma situação duplamen-

recadou 1.366.626 quilos de alimen-

pecificidades de cada um.

te perversa: a fome e o desperdício

tos, sendo 57 instituições beneficia-

A alimentação é direito funda-

de alimentos. É esse o dualismo em

das, cada uma atendida quatro ve-

mental de todo e qualquer cidadão.

que o “Ceasa sem Desperdício” e o

zes ao mês. No ano de 2010, até o

Nesse princípio, internacionalmen-

Mesa Brasil se apoiam, tornando-se

mês de setembro, foram arrecadados

te aceito, é que se baseia o Progra-

um programa pró-ativo, com custos

235.000 quilos de alimentos, totali-

ma. Um direito social básico, porém,

reduzidos e aplicação imediata.

zando 10.307 pessoas beneficiadas.

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7.2. A Ceasa/ES e a responsabilidade ambiental - programa de coleta seletiva Embora a gestão dos resíduos sólidos preo-

Etapas

cupe cada vez mais a sociedade, há inúme-

O projeto foi dividido em seis etapas distintas.

ros exemplos de como podemos transformar

A primeira é responsável pelos levantamentos e

o problema do lixo em soluções inteligentes

diagnósticos dos resíduos gerados; em seguida é

e criativas. Prova disso é o surgimento de no-

feita a estruturação do plano de gerenciamento

vos olhares sobre aquilo que convencional-

dos resíduos e, na sequência, sua elaboração.

mente chamamos de lixo. Um exemplo é a

Na etapa seguinte é desenvolvida uma campa-

coleta seletiva.

nha educativa para sensibilização dos envolvi-

É nessa perspectiva que a Central de Abas-

dos (colaboradores, terceiros, lojistas, consumi-

tecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES), em-

dores) e, após, promove-se a capacitação. Na

presa vinculada à Secretaria da Agricultura,

última etapa, são feitos o acompanhamento,

Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag),

o monitoramento e a avaliação do programa.

trabalha na estruturação do projeto de Co-

Com a implantação desse projeto, os resí-

leta Seletiva Solidária em suas instalações e

duos gerados na Ceasa/ES serão separados de

unidades administrativas.

acordo com a classificação: lixo seco – o que pode ser reaproveitado ou reciclado – e lixo úmido, tipo de resíduo para o qual ainda não foi identificado um processo de reaproveitamento ou reciclagem.


ceasa / es em revista

Coleta seletiva de resíduos sólidos no entreposto de Cariacica A evolução dos mercados atacadistas passa ne-

seja revista a forma de gestão deste material, es-

cessariamente pela modernização da infra-es-

pecialmente ao se considerar as alternativas atu-

trutura físico-ambiental como forma de alcan-

ais de reciclagem e transformação em adubo or-

çar e manter a qualidade sanitária dos produ-

gânico através dos procedimentos de compos-

tos destinados à comercialização e ao consu-

tagem. Além disto, o Programa cumpre as de-

mo. Para tanto, um dos maiores desafios a se-

terminações do Decreto Estadual nº 2.087-R de

rem vencidos pelas Ceasas brasileiras é o ge-

1º de julho de 2008 que dispõe sobre as diretri-

renciamento dos resíduos sólidos gerados dia-

zes para o programa de coleta seletiva no âmbi-

riamente nos seus entrepostos.

to das instalações públicas, fazendo-se necessá-

No caso da Ceasa/ES, o seu principal mer-

ria a contratação de empresa especializada na

cado, o de Cariacica, gera um volume médio

prestação de serviços de consultoria para desen-

diário de 10 toneladas de resíduos sólidos sen-

volvimento, implantação e avaliação do projeto

do que, desse total, aproximadamente 75% são

de coleta seletiva de resíduos sólidos nas depen-

classificados como orgânicos. Assim, o Progra-

dências do Entreposto de Cariacica e nas áreas

ma da Coleta Seletiva é fundamental para que

administrativas internas da Ceasa/ES.

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8. O novo papel das Centrais As Centrais de Abastecimento (Ceasas) brasi-

a ser indispensável para qualquer empresa que

leiras ainda tentam sobreviver desempenhan-

deseja ser competitiva nesse Mercado.

do a mesma função e com basicamente a mes-

Portanto, atender às novas necessidades da

ma infra-estrutura para as quais foram criadas

demanda não é mais um grande diferencial da-

nas décadas de 1960/70.

qui para frente, e sim uma exigência, e os opera-

No entanto, a cada ano os comer-

dores que não se adequarem a esse novo cenário

ciantes instalados nestes grandes Mer-

provavelmente serão forçados a abandonar suas

cados estão enfrentando uma redução

atividades em um futuro próximo. Alguns entra-

gradativa da sua rentabilidade devido à

ves à comercialização – como estruturas ultrapas-

maior concorrência interna e com ou-

sadas, deficiências em logística de distribuição,

tras formas de distribuição, além do aumento

trânsito interno, acesso e estacionamento, além

dos custos de comercialização (mão-de-obra,

do gerenciamento muitas vezes precário – com-

frete) e da inadimplência (gestão financeira

prometem ainda mais a dinâmica dos negócios.

ineficiente), dentre outros fatores.

Nesses termos, investir em melhorias é

Neste sentido, percebe-se que os

fundamental para que os atacadistas e demais

operadores, em especial os atacadis-

operadores das Centrais de Abastecimento te-

tas, começam a buscar estratégias de

nham condições de consolidar sua presença

agregação de valor aos seus produtos,

nessa seara das hortícolas.

para torná-los diferenciados e condizen-

Superada, assim, a etapa de crise aberta pelo

tes com a realidade atual dos novos hábi-

desafio do comércio moderno, as Centrais de

tos de consumo. Atualmente, a orientação da estratégia

Abastecimento começam a “ensaiar” respostas cada vez mais orientadas ao mercado, tais como:

de comercialização do atacadista aponta para uma demanda cada vez mais exigente, em detri-

nb uscar respostas mais homogêneas às es-

mento à oferta. Assim, ter o foco comercial com

calas estaduais e nacionais, desenvolven-

base nas preferências dos consumidores passou

do estratégias de cooperação;


ceasa / es em revista

de Abastecimento² n i ntegrar formas progressivas e flexíveis às

mento do complexo e dinâmico sistema de co-

evoluções de transportes: multi-modais,

mercialização das Centrais de Abastecimento

cadeias de frios, fluxos contínuos etc;

(Ceasas), que pode ser caracterizado por três

n r esponder aos desafios técnicos e comer-

dimensões: a lógica econômica das unidades

ciais que exigem a aplicação de sistemas

comerciais, sua localização territorial em uma

de rastreabilidade, assim como incorpo-

central de abastecimento urbana determinada

rar todo o potencial comercial do desen-

e, finalmente, os hábitos de compra e consu-

volvimento da internet;

mo dos consumidores.

n i ntegrar, de forma permanente, a preocu-

Neste cenário, e considerando que a maio-

pação com o meio ambiente e, em par-

ria das Ceasas brasileiras se aproxima do limi-

ticular, com o tratamento de resíduos.

te para transpor quatro décadas de operacionalização de seus mercados, surgem novos e

Enfim, enfrentar a complexidade da gestão

complexos desafios a serem enfrentados, es-

de uma Central de Abastecimento (Ceasa) ne-

pecialmente, quanto à qualificação dos seus

cessita de uma grande flexibilidade operativa

serviços para torná-los progressivamente mais

com suas consequências em termos de investi-

eficientes e eficazes no atendimento às de-

mentos e regulamentações na tentativa de bus-

mandas operacionais em larga escala, bem

car respostas que favoreçam a posição compe-

como prover sua logística interna com instru-

titiva dos agentes – públicos ou privados – que

mentos ágeis que possam garantir ao conjun-

operam nestes grandes Mercados.

to de seus operadores uma maior economici-

Sem dúvida, existe um longo caminho a

dade para seus negócios e, sobretudo, garan-

percorrer, sobretudo no que se refere à moder-

tir aos consumidores uma oferta qualitativa e

nização das práticas comerciais e no entendi-

regular dos produtos.

2 Texto extraído do documento ”O Abastecimento Alimentar através das Ceasas”. Autores: Carmo Robilotta Zeitune – Ceasa/ES e José Lourenço Pechtoll – Ceagesp. Data: 05.03.2009

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Passado e presente a caminho de um futuro com modernização e fortalecimento da cadeia produtiva


ceasa / es em revista

8.1. Os desafios da Ceasa/ES Responsável pela gestão de um dos principais

tecnológicos e operacionais, que já ocorrem

entrepostos atacadistas de alimentos brasileiros,

em alguns mercados nacionais e internacio-

a Ceasa/ES, ao longo destes últimos oito anos,

nais, principalmente aqueles relativos à quali-

passou por um processo de transformações fí-

dade, à preparação e à apresentação dos pro-

sicas, operacionais e administrativas através da

dutos, e aos impactos econômicos e sociais

implantação dos programas, projetos e ativida-

que devem ocorrer junto às comunidades de

des voltados para o cumprimento das metas es-

produtores e de consumo.

tabelecidas pelo Governo Estadual e consolidadas no Novo Pedeag.

A partir desta nova diretriz, a Ceasa/ES irá evoluir das suas funções originais de administradora

O conjunto destas ações e diretrizes estraté-

de mercados para uma gestão voltada para a qua-

gicas foi capaz de preparar a Ceasa/ES para o en-

lidade comercial e sanitária dos produtos dentro

frentamento dos novos desafios dentro da lógica

das características do sistema do agronegócio.

de uma gestão ampliada e integrada, na cadeia

Além disto, a Ceasa/ES deverá, ainda, bus-

produtiva dos produtos hortifruticolas capixaba.

car alternativas para maiores diversificação e

Assim, além da sua competência institu-

ampliação da oferta de bens e serviços como

cional, a Ceasa/ES deverá promover o exercí-

forma de potencializar os negócios de seus

cio de sua capacidade de interagir e formalizar

usuários internos e externos.

parceiras com todos os setores que compõem

Os resultados esperados para essa nova

a estrutura do agronegócio de frutas e horta-

configuração da política de gestão da Empre-

liças frescas do estado, através do desempe-

sa, proposta pelo Governo Estadual através

nho de um papel articulado entre as deman-

da Secretaria da Agricultura, sinaliza para o

das e expectativas apresentadas pelo sistema

fortalecimento conjunto da cadeia produtiva

de distribuição final e de consumo ao siste-

e permitirá que a Ceasa/ES viabilize opera-

ma produtivo, com a sustentabilidade de uma

cionalmente seus projetos objetivando, com

nova modelagem logística para os mercados

isto, a modernização desses espaços com a

intermediários.

qualidade esperada para o exercício e para

Para isso, será necessário o conhecimento prévio e a perfeita interação com os avanços

a prática dos negócios com produtos da produção capixaba.

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Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca


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