Hist cibernéticas 2013

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HISTÓRIAS CIBERNÉTICAS B IB L IO T EC A ES C O LA R A GR UP A M EN T O DE ES C O LA S P Ê RO DA C O V I LHÃ

ANO LETIVO 2012-13


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Autores e ilustradores: Todos os alunos do AEPC, desde o pré-escolar ao 6º ano de escolaridade Orientadores: Todas as educadoras, docentes de 1º ciclo e docentes de português do 2º ciclo. Coordenação: Professoras Bibliotecárias


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O PEDRO E A MATILDE

O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos sereshumanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro,

uma

criança

de

10

anos,

constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu uma rapariga que também tinha 10 anos e vivia no Brasil. A menina chamava-se Matilde. A Matilde fez anos e o Pedro ofereceu-lhe um barco com brilhantes. Começou por juntar alguns materiais para a construção de uma máquina que se destinaria a criar nuvens muito escuras e carregadas de água. Num abrir e fechar de olhos juntou muitas peças: ferro, parafusos, plástico, pregos, rodas, pneus, porcas, alguns botões, bocados de lata, tubos e muitas coisas mais… e com a ajuda de algumas ferramentas meteu as


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mãos à obra e iniciou o fabrico da sua nova invenção. Então começou por encaixar todos os materiais, uni-los com os parafusos e as porcas e assim nasceu uma máquina enorme! Depois, deitou para o seu interior alguma água que ainda restava no lago e pôs a trabalhar a máquina. Logo se formaram nuvens de vapor que subiram muito alto, mas nada acontecia, a chuva não caía e o Pedro estava muito desiludido. Quando se preparava para ir com o pai para casa, uma pinga caiu-lhe no nariz e outra e mais outra e muitas mais, chovia a cântaros! Os dois dançavam debaixo daquela chuva tão forte e, de repente, todos os habitantes da aldeia se juntaram a eles, festejando, também. Os animais correram para os campos para se deliciarem com tanta água!... No entanto, o Pedro, que era um miúdo muito perspicaz, lembrou-se que aquela água não duraria para sempre, sendo necessário armazená-la rapidamente e, todos se ofereceram para ajudar. Então, um visitante que se encontrava de férias na aldeia sugeriu que visitassem a barragem de Viriato localizada na Serra da Estrela para tirarem ideias.


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O Pedro e o pai reuniram-se com os homens mais entendidos no assunto e, no dia seguinte, partiram em direção à Covilhã. Contudo, no caminho, conforme iam subindo para a Serra da Estrela, começou a ficar muito frio e a cair muita neve. Pedro, que nunca tinha visto nevar, ficou contente, mas também admirado porque tentava apanhar a neve com a mão e ela logo se desfazia em água. Ela ficou muito feliz com o presente e pensou que gostaria de brincar com aquele barco na banheira. Mas entretanto lembrou-se que, na sua terra, havia pouca água para beber e para tomar banho e começou a ficar muito triste. O Pedro viu-a assim e pensou que ela não tinha gostado do barco e perguntou-lhe: - Não gostaste do meu presente, Matilde? E a Matilde respondeu: - Eu gostei muito do presente mas não tenho muita água para brincar com o barco na banheira. Quando a Matilde queria tomar banho tinha que pôr um bocadinho de água numa bacia e molhar lá um paninho. O paninho segurava a água e


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assim dava para lavar o corpo todo. O Pedro pensou… pensou… no que poderia fazer para a Matilde não ficar triste e decidiu pedir ajuda aos pais para resolver o problema da Matilde. Depois de muito pensarem resolveram juntar todos os habitantes da terra para procurarem mais água. No dia seguinte, com pás e picaretas, escavaram, escavaram, escavaram… até que, finalmente, encontraram água. Mas continuaram a escavar para fazerem uma barragem,

onde

podiam guardar a água. Ficaram todos muito felizes por já terem água. A Matilde agradeceu ao Pedro, pois já podia brincar com o seu barquinho. E os habitantes da terra já podiam ter água para beber, para lavar, regar… O Pedro e os pais, tinham que partir para continuarem a sua viagem. A Matilde e todos os habitantes da terra foram dizer adeus ao Pedro e aos pais e prometeram-lhes que, quando voltassem a visitá-los, iriam


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encontrar ali uma linda barragem. Os habitantes procuraram ajuda e conseguiram arranjar dinheiro, até pediram a outros países para construírem a barragem naquele sítio onde tinham encontrado água. A Matilde, às vezes, pedia aos pais para ir ver a construção da barragem. Gostava muito de ver todos a trabalhar, os arquitetos, engenheiros e outros trabalhadores .

Também gostava de ver e ouvir as máquinas a trabalhar.

Quando chovia ficava muito contente por saber que a barragem enchia mais um bocadinho.


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A Matilde também ficou a saber que a água da barragem não se pode beber, tem de ser primeiro tratada e limpa antes de ir para a casa das pessoas. Quando a barragem ficou pronta, a Matilde tinha vontade de contar ao Pedro mas não sabia a sua morada e, com saudades, olhou para o barco que o Pedro lhe tinha dado e teve vontade de lhe pegar. Pareceu-lhe que uma das pedras brilhava muito, espreitou e descobriu, muito por baixo da pedra, um papel onde se lia a morada do Pedro e uma informação.

A Matilde percebeu naquele momento porque é que o Pedro se tinha preocupado com ela e a

tinha ajudado e como era importante todos pouparem água para que os meninos, que não têm água, venham a ter. O Pedro, no papel, também pedia à Matilde para

ensinar as pessoas a poupar e a preservar a água. Então, a Matilde foi pedir ajuda à mãe e fizeram placas com dizeres sobre como poupar água, mas começaram a pensar


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que era melhor espalharem, por toda a cidade, os cartazes para que ninguém se esquecesse de poupar água e só as duas era muito difícil conseguirem. A Matilde lembrou-se de pedir ajuda aos seus colegas da escola e às suas famílias. Os cartazes começaram a aparecer com sugestões muito importantes:

Podia aproveitar-se a água do ar condicionado para lavar o chão!

Outo cartaz dizia o seguinte: Não transformar a sanita num recipiente do lixo: restos de comida, cabelos e papéis vão para o lixo e, assim, utilizar o autoclismo só quando for necessário.


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… ainda outro …

… e mais outro…

… e outro …

Bem, e muitas outras mensagens como tomar banho de chuveiro em vez de encher a banheira, fechar a torneira quando estamos a lavar os dentes… Agora, era necessário ir espalhá-los pela cidade. Então, a Matilde pediu ajuda à amiga Bárbara, que tinha regressado de Portugal.


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Enquanto distribuíam os cartazes, a Bárbara contou à Matilde que em Portugal tinha andado no jardim de infância de São Silvestre, na Covilhã. É uma cidade muito bonita que fica perto da Serra da Estrela, onde nasce o rio Mondego, que tem água fresquinha, transparente e sem poluição!... Ainda lhe contou que, quando andava a passear pela serra, viu um pastor com o seu rebanho, acompanhado pelo cão da serra, no meio de muitas rochas, plantas, riachos… e, ainda,

conheceu

uma ave especial, chamada águia. A Matilde ficou muito entusiasmada com tudo o que ouviu e com desejo de viver uma aventura, por isso aproveitou o convite do Pedro e da Bárbara e veio visitar Portugal. A Matilde conheceu muitos amiguinhos. O Pedro Jorge, um menino de quatro .


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anos, ficou tão preocupado com o problema da água que até sonhou que tinha um aquário com dois crocodilos: um verde e outro cor-de-rosa e preto. - Oh Pedro Jorge, tem calma! Todos juntos vamos ajudar a conseguir mais água, fazer poços muito, muito fundos e poupar a água que temos! Vais ver… Olhem, e se fôssemos fazer uma viagem pelo mundo? – sugeriu a Matilde. - Boa ideia! - respondeu o grupo de amigos pequenos e crescidos. Lá foram eles. Andaram de avião, de barco, de comboio, de camelo, de helicóptero… Todos os meios de transporte levavam uma mensagem muito colorida: “2013 - Ano Internacional de cooperação pela água”. As pessoas olhavam e ficavam a falar umas com as outras. Mas, quando chegaram a África, viram as pessoas em fila com bilhas e perguntaram-se: “o que é isto?”


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A Matilde explicou-lhes tudo. Eles estavam em fila, porque iam encher as bilhas de água à única torneira que havia naquela aldeia, porque em Africa havia pouca água… - E como tomam banho? - perguntaram. - Vão tomar ao rio. - disse a Matilde. -

Ao

rio?

Mas a água está muito suja… - Pois está e é por isso que eles ficam muitas vezes doentes. Muito doentes e, por vezes, não melhoram, porque não há muitos médicos, nem medicamentos para os curar. - Não pode ser, o que podemos fazer? Continuaram a visita, muito tristes com o que viram. Era preciso fazer o tratamento da água do rio. Mas como podiam fazê -lo? - Já sei - disse a Bárbara vamos tirar muitas fotografias a todos estes meninos, os que vão buscar água à torneira; os que tomam banho no rio sujo; os que estão muito doentes … e vamos à televisão mostrá-las e contar o que vimos. Pedimos ajuda para construir uma estação de tratamento de água.


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- Boa ideia. cordaram

todos

conmuito

contentes. Tiraram fotografias e foram. Correu muito bem. Passado algum tempo, apareceu um senhor, muito rico, que quis ajudar. Disse que ia colocar mais torneiras na aldeia e construir essa estação de tratamento. Foi construída e a água, que era cinzenta, passou a chegar às torneiras limpinha. As filas já não eram tão grandes. Também já havia mais água, porque os

meninos

de

outros países já sabiam poupar água, já não gastavam tanta e as crianças desta aldeia já eram mais saudáveis e felizes. O grupo da Matilde, do Pedro, da Barbara e amigos, ficaram muito contentes, principalmente porque quando voltaram para casa conseguiram perceber que nas escolas agora era obrigatório ensinar todas as crianças a poupar água.

História do Pré-escolar do AEPC


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O PEDRO E O SR. JOAQUIM O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres-humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu o senhor Joaquim, um agricultor lá da terra dos pais. O senhor Joaquim andava muito preocupado porque a falta de água estava a prejudicar as suas colheitas e os seus animais. A falta de chuva durante o Inverno deixou aquela região sem grandes recursos para a agricultura. Pedro sentiu necessidade de ajudar o senhor Joaquim mas para uma criança desta idade e frente a um problema tão grave sem a ajuda de adultos seria muito complicado. Pedro lembrou-se então de pedir a ajuda do seu pai que era um grande cientista e trabalhava num enorme laboratório, cheio de substâncias e de materiais esquisitos e estava sempre muito interessado nas investigações que fazia. Esta investigação seria um grande desafio - ”Como fazer chover?” Pensou… pensou… e teve uma grande e fantástica ideia!... O pai do Pedro explicou-lhe que a neve era água que ficara sólida por causa do frio e, quando se aquecia, voltava a ficar líquida. Pedro ouvia inte-


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ressado o pai, mas a sua grande vontade era poder brincar com a neve. O pai autorizou-o e depois de vestir um casaco bem quentinho saiu para brincar… O Pedro pulava de alegria! Ia, finalmente, poder brincar com a neve. Estendeu a mão e sobre ela caiu um grande floco e ouviu: - Olá Pedro! - Oh! Tu falas! A máquina que o meu pai inventou é um verdadeiro espetáculo, até põe a neve a falar! Mas contame tudo, de onde vens? Quem és tu? - Eu sou o Floquinho e não posso perder tempo a explicar-te a minha vida, ela é tão complicada! Olha, eu tenho uma missão a cumprir e vou-te envolver nela! Tu és muito especial e tenho a certeza que vais conseguir concretizá-la. - Achas que sou capaz? O que devo fazer? - Bem, as nuvens sonham lá no alto e eu já vivi numa nuvem, antes de aqui chegar. O sonho da nuvem, onde eu vivi, era que a água pudesse chegar a todos os cantos do mundo. Sabes que há muitos meninos como tu que não têm água potável e a vida para eles é muito difícil. Podes imaginar? - Nem posso imaginar como se pode viver sem água!


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- Então, mãos à obra que temos um grande trabalho a fazer. É aí que tu vais entrar. As nuvens tiveram uma ideia fantástica mas tu tens que as ajudar. - O que posso fazer??? Diz depressa que estou muito curioso! - As nuvens acham que se conseguissem unir-se e fazer uma ponte de nuvens era possível elas transmitirem humidade umas para as outras e assim fazer chover nos países mais secos. O que achas?! Não dizes nada?! - Digo, digo, Floquinho. Estou admirado com essa ideia interessante. Se as nuvens conseguirem fazer essa ponte o meu pai pode aumentar a capacidade da máquina para poder lançar mais humidade na atmosfera. Desta forma a ponte de nuvens levará humidade a todos os países. - Boa, missão cumprida!- declarou alegremente o Floquinho.

História do 1º ano de escolaridade do AEPC


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O PEDRO E A MEL O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres-humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais. Como prenda do seu 10º aniversário, os pais ofereceram-lhe uma viagem de avião ao seu país preferido, a Austrália. Fizeram as malas e partiram acompanhados da sua cadelinha Mel, uma golden retrivier muito bonita. No meio do caminho, o avião ficou sem combustível e começou a perder altura. Muito aflitos, caíram no meio do mar. O Pedro não sabia nadar e não via nada à sua volta, só água . De repente, apareceu a Mel que o ajudou a chegar a terra.

Estava

tão cansado que adormeceu ao sol com o barulho das ondas. Quando acordou, viu que estava numa ilha deserta. Era uma ilha muito bonita, com muitas palmeiras, bananeiras e uma areia muito amarela e fininha. O mar era calmo com uma água quente e muito azul…


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O Pedro achou a ilha tão bonita que brincou com a Mel até se cansar… Mas, passado algum tempo, começou a sentir muita fome e sede. Para matar a fome, subiu a uma bananeira, apanhou algumas bananas e comeu. Eram deliciosas! Mas, para matar a sede, o que iria fazer? A água do mar era muito salgada, não servia… Então, o Pedro e a Mel decidiram ir conhecer melhor a ilha e procurar água que fosse boa para beber. Andaram, andaram e, finalmente, encontraram um pequeno regato. Que bom! Assim já podiam matar a sede! Com o passar do tempo, começou a escurecer e a ficar frio. Tinham que arranjar um abrigo para passar a noite. Com paus e com folhas de árvores, construíram um abrigo junto ao regato. E foi, nesse abrigo, que o Pedro e a Mel passaram a sua primeira noite nesta ilha. Estavam sem fome, sem sede, sem frio, mas sozinhos, assustados e cansados. Como iriam viver ali? Ou como conseguiriam sair daquele lugar? No dia seguinte, logo iriam resolver o assunto… Agora, eram horas de dormir… Na manhã seguinte acordaram bem cedinho, prepararam-se para procurar comida e explorar a ilha. O Pedro subiu à bananeira, olhou à sua volta e descobriu, na areia, uma mancha castanha que o deixou curioso. Desceu,


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chamou a Mel e foram até lá, ver o que era. À medida que se aproximavam, a Mel corria mais e ladrava. Ao chegar, o Pedro viu uma madeira escura enterrada na areia. Imediatamente se puseram a escavar na esperança de descobrirem a verdade. Escavaram, escavaram e as formas de um pequeno barco à vela foram aparecendo. O dia foi passado ali, em volta do barco, escavando e limpando sem descanso até anoitecer. Era um barco frágil, velho, onde apenas encontraram uma pequena corda e um balde. Então, na cabeça do Pedro, a ideia de saírem da ilha naquele barco era cada vez mais forte e trouxe-lhe alguma alegria. Quando amanheceu, apanharam um cacho de bananas, encheram de água o velho balde, meteram-se no barco e partiram… Ao fim de algumas horas no mar, continuavam sozinhos e deixavam-se levar pelo vento. Foi então que o Pedro avistou ali por perto, um grupo de golfinhos. Ao ver como eram rápidos, pegou na corda e lançou-a para o meio deles. Sentiram depois, o barco a ir mais veloz. A partir dali a viagem seria uma aventura!... Os golfinhos iam puxando o barco, cada vez com mais velocidade. Entretanto, o Pedro tinha vontade de conversar e tentou falar com os golfinhos. Mas eles com a velocidade a que iam e com a agitação do mar, não ouviam. De repente, os golfinhos distraíram-se com as brincadeiras da cadeli-


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nha Mel, e zás! O barco partiu-se em dois. - Que grande desgraça! - desabafou o Pedro. Mas os golfinhos, como já se tinham tornado amigos do Pedro e da Mel, ofereceram-se para os transportar no seu próprio corpo e levá-los a conhecer melhor o mundo deles e o fundo do mar. E assim, eles foram com grande alegria conhecer o mundo do mar… No entanto, havia um grande problema, o Pedro e a Mel não conseguiam respirar debaixo de água. Tinham de arranjar uma solução. Os golfinhos levaram-nos para um local, no meio do mar, onde a água era pouco profunda e havia corais muito bonitos. Era, naquele sítio, que se costumavam juntar as sereias, elas tinham uma poção mágica, que lhes permitia ficar debaixo de água durante cinco horas. Quando as sereias apareceram, ficaram assustadas por verem o Pedro e a sua cadelinha, mas ele falou-lhes com muita calma e explicou o que lhe tinha acontecido e o que lhes vinha pedir.


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As sereias decidiram ajudá-los, foram buscar a poção e eles beberam. Começaram a sentir-se estranhos e mergulharam, com as sereias e os golfinhos. Por magia, conseguiam respirar debaixo de água e até nadavam bastante depressa. Mergulharam cada vez mais fundo e observaram várias espécies de peixes, de todas as cores e feitios, também viram corais, estrelas-do-mar, anémonas e cavalos-marinhos, era maravilhoso! De repente, as sereias e os golfinhos ficaram assustados, do fundo do mar surgiu um enorme polvo. Num ápice, e sem que ninguém contasse, o polvo tentou atacar o Pedro e a Mel, pois eram seres estranhos para ele e desconhecidos no mundo do mar. Quem não estava a perceber aquela atitude violenta eram os golfinhos e as sereias que logo tentaram defender os seus amigos. Elas fizeram uma rede com as algas, enquanto os golfinhos atavam rapidamente os oito braços do polvo, para o prenderem e imobilizarem. De seguida, as sereias juntaram-se todas à volta do polvo para que ele não conseguisse ver em que direção iam fugir o Pedro e a Mel. Enquanto isso, os golfinhos levaram-nos de volta aos corais, porque também estava a terminar o tempo de poderem permanecer naquele habitat. Já mais calmos e contentes pelas amizades que fizeram, pensavam no desejo cada vez mais forte, de regressar a casa. Embora gostassem muito dos


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seus novos amigos, tinham saudades da família e necessidade de se alimentar, matar a sede e fazer a higiene, o que ali não era possível, pois não havia comida nem água. Quando já começava a escurecer e o dia chegava ao fim, avistaram ao longe as luzes de um enorme navio e a esperança renasceu para o Pedro e a sua cadelinha Mel… Pediram ajuda aos golfinhos e às sereias para os levarem até ao navio. Assim que se aproximavam, a cadelinha ladrava bem alto e o Pedro gritava com todas as suas forças: - Socoooorro, ajuuuudem… socoooorro… Mas, devido ao barulho das ondas, no navio ninguém conseguia ouvir. Foi então que, mais uma vez, lhes valeu a ajuda das sereias. Com o seu belo canto conseguiram despertar a atenção dos marinheiros e do comandante que ordenou, imediatamente, que socorressem o menino e a cadela. Sem demora, dois marinheiros desceram uma âncora onde o Pedro e a Mel se agarraram muito bem e foram içados para bordo. Pedro despedia-se dos amigos que os tinham salvo, fazendo adeus e mandando beijinhos, por entre sorrisos e lágrimas a escorregar no rosto. Mel ladrava de contentamento! O comandante levou o menino e a sua amiga para uma sala bem quentinha e mandou servir-lhes uma refeição que há muito tempo não tinham o prazer de comer.


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Entretanto, o comandante ia fazendo perguntas e Pedro ia contando a sua história até chegar ali. Por fim, pediu-lhe que o levasse até à sua família, porque deviam andar todos muito preocupados e ele também já estava cheio de saudades… O comandante ficou muito comovido com a história. Desejou-lhe uma boa noite e que voltariam a conversar na manhã seguinte. Ao acordar, Pedro levou Mel e foi ter com o comandante, ansioso por encontrar uma solução que os levasse a casa. O comandante sugeriu que o acompanhassem na sua missão e, em simultâneo, descobririam a melhor forma de ele regressar para junto da família. Essa missão tratava-se de navegar até Portugal, onde embarcariam turistas com destino à Austrália. Contente, Pedro aceitou de imediato até porque assim poderia ficar no seu país. Mas, a preocupação por não saber como chegar a casa, mantinha-se. Aí, o comandante teve a excelente ideia de pedir auxílio à polícia marítima. Lançou um foguete de fumo branco e, após algum tempo, a polícia chegou ao navio e ficou informada do que acontecera ao Pedro e à sua cadelinha. Decidiram procurar os pais dele para que estivessem à sua espera quando o navio chegasse a Portugal. A viagem durou alguns dias e eles aproveitaram o tempo a conversar com os marinheiros e a saber mais sobre essa profissão. Quando chegaram ao porto de Lisboa, foram recebidos com abraços e


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lágrimas pelos seus pais. O que eles não sabiam era que o comandante já tinha colocado os nomes do Pedro, da Mel e dos seus pais, na lista de passageiros no cruzeiro que iria partir com rumo à Austrália. Adoraram a surpresa! Foi uma viagem maravilhosa!!!

História do 2º ano de escolaridade do AEPC


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O PEDRO E O ARCO-ÍRIS O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres-humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu o local onde os tios vivem. Moram numa terra muito pequenina, com poucas casas mas com uma floresta muito densa. A aldeia não tem água canalizada. Logo pela manhã, vão buscar água à fonte para cozinharem e lavarem a louça. A tia Mariana tem que lavar a roupa à mão no tanque em frente à casa. Enquanto isso, Pedro corre feliz pelos campos com os primos Joana e Manuel. Gostam de saltitar nas pedrinhas que atravessam o riacho da floresta e de tomar banho nas águas cristalinas. Que pena as férias estarem quase a terminar! Em breve, Pedro vai ter que voltar ao Porto, onde mora. Vai convidar os tios e os primos para irem passar um fim de semana com ele e com os pais. Já combinaram fazer uma viagem de barco pelo rio Douro. Pedro pensa que eles vão adorar… Num belo fim de semana de outubro, a família do Pedro iniciou a subida ao rio Douro num pequeno iate. Ao subir o rio viram belas paisagens com grandes vinhas. O tio do Pedro, proprietário de uma vinha, explicou todo o processo de


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produção do Vinho do Porto. Chegou a hora de almoço, pararam numa maravilhosa ilha e decidiram pescar um grande peixe que serviu de refeição, gostosa e saudável. Ao abandonarem a ilha, seguiram viagem… Entretanto, encontraram uma cascata enorme que os puxava para ela, colocando-os em perigo. O Pai do Pedro procurou conduzir o barco para um local seguro. Entraram numa gruta escura e alta. O Pedro ficou assustado, mas por outro lado ficou encantado com aquele local e exclamou: - Uau! Que gruta extraordinária. Parece a gruta do Aladino. Será que também tem um tesouro! Vamos explorá-la? O Pai concordou e disse: - Boa ideia, vamos procurar um local para atracar o barco. O Pedro e a família partiram então à descoberta. Ouviram um barulho estranho e decidiram investigar o que se passava. O menino, que ficou com medo, escondeu-se atrás de uma rocha……. Então, detrás da rocha saiu um belo ser marinho. O seu corpo tinha tantas cores….nunca ninguém tinha visto uma coisa assim. O Pedro saiu detrás da rocha e viu melhor o ser marinho que, afinal, era um golfinho pequenino, cheio de cores e com barbatanas pequeninas luminosas.


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O Pedro escondeu-se e, quando o golfinho o viu, também se escondeu, assustado, pois nunca tinha visto um ser-humano. De repente, o Pedro lembrou-se que tinha uma pequena bola no bolso. Dirigiu-se ao golfinho com a bola na mão e disse-lhe: - Não tenhas medo golfinho, sou diferente mas não te quero fazer mal. Então, o menino lançou-lhe a bola, na qual o golfinho acertou com a cauda e a bola subiu vertiginosamente. E, durante algum tempo, atiraram a bola um ao outro entre risos e gritinhos felizes. Estavam tão distraídos com a brincadeira, que perderam a noção do tempo. De repente, surgiu o pai do Pedro e a restante família, que se tinha afastado e que regressava, porque estava preocupada com o desaparecimento do Pedro. O Pedro correu para os braços do pai, muito feliz e contou-lhe que tinha feito amizade com um golfinho colorido. Pegou na mão do pai e levou -o junto do golfinho e apresentou-o, chamando-lhe Arco-Íris. Afinal, era um nome que parecia feito para ele. O senhor Carlos, pai do Pedro, e restante família ficaram encantados com a beleza do Arco-Íris, quando o iluminou um raio de sol, que penetrou na gruta. Feliz por ter feito amigos, Arco-Íris começou aos saltos e deu alguns mergulhos. Inesperadamente, desapareceu e, quando voltou, trouxe o barco


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consigo, puxando-o pela corda, presa na boca e começou a fazer sinais com a cabeça, para que os humanos entrassem no barco. O Pedro e a sua família subiram para o barco e Arco-íris puxou-o com toda a força, pela gruta fora, na direção contrária à entrada que eles tinham utilizado. Mas para onde os levaria o pequeno golfinho? Afinal, a gruta tinha uma outra saída e, quando o barco, puxado pelo pequeno Arco-íris, saiu para a luz do dia, todos esbugalharam os olhos perante a paisagem mágica e incrível que os rodeava e que os deixou deslumbrados. Pedro ficou espantado com aquela paisagem que parecia mágica, mas não era, era real! Sem se aperceberem, a saída da gruta tinha-os conduzido à foz do rio Douro, mais precisamente ao oceano Atlântico. Um enorme arco-íris perdia-se no oceano… Entretanto, ao Arco-Íris, o golfinho, juntaram-se outros golfinhos e, à volta do barco, começaram a saltar e a mergulhar, como se de um bailado se tratasse. Pedro e a sua família estavam sem palavras… Foi então que o pai de Pedro, o senhor Carlos, propôs: - Já que estamos aqui, porque não percorrermos a nossa costa, até ao sul do país? - Como se fossemos procurar o tesouro que existe no fim do arco-íris!


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- exclamou o Pedro. O senhor Carlos deu uma gargalhada e disse: - Claro que sim, vamos à procura do tesouro! Assim se deu início a uma nova aventura. Pedro estava deslumbrado com a imensidão do mar, parecia que não tinha fim. Cansado, pois o dia já ia longo, Pedro adormeceu… e começou a sonhar com o fundo do mar, onde cavalos-marinhos, peixes de várias cores e tamanhos, estrelas-do-mar,

algas,

corais

multicolores, polvos com tentáculos enormes, viviam felizes. Pedro tinha mergulhado nas profundezas do mar, tudo era maravilhoso… De repente, Pedro reparou que o seu companheiro de viagem estava a mudar de cor. - Que se passa contigo?! - Já te apresentei a beleza da Natureza, agora, vou mostrar-te o que os humanos estão a fazer ao planeta. - O que me queres mostrar está relacionado com a perda das tuas lindas cores? - Nem imaginas quanto… -disse, tristemente, o golfinho Arco-Íris. À medida que iam descendo no oceano, a água ia ficando cada vez mais densa, escura e viscosa.


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Pedro constatou que, à sua volta, havia peixes mortos, outros atordoados e outros cobertos de uma matéria negra e reluzente. - Arco-Íris, o que é isto? O oceano parece estar doente…as algas estão cinzentas como tu e sem vida… - Vês aquele barco ali ao fundo? Transportava petróleo quando se afundou. Desde então, está a poluir as águas e a matar, pouco a pouco, todos os seres marinhos que por aqui navegam. Mas isto, infelizmente, não é tudo! Vamos continuar a nadar. À medida que avançavam, Pedro ficava cada vez mais triste. No mar, havia toda a espécie de lixo, garrafas, barcos afundados, latas, sacos, pedaços de satélites, pneus… enfim … lixo atrás de lixo! - Estás triste e com razão! Os seres humanos estão a matar a Terra. Parece que não sabem que, ao destruí-la, estão a colocar em risco a sua própria existência. A poluição, a má utilização dos recursos naturais como, por exemplo, a água, estão a condicionar a vida das gerações futuras. Pedro estava muito perturbado. O seu pai, ao vê-lo tão agitado, tentou acordá-lo. Antes de acordar, Pedro ouviu uma voz que lhe pedia: - No fim do arco-íris irás encontrar Um tesouro diferente Que poderá ajudar Toda esta gente!


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Finalmente, Pedro acordou com o medo estampado no

rosto.

Olhou

para o pai que o segurava pelos braços e exclamou, aflito: - Pai, leva-me até ao fim do arco-íris! - O quê, filho? É muito difícil conseguir o que tu queres! - Ó pai, por favor! Aquelas palavras “No fim do arco-íris irás encontrar um tesouro diferente que poderá ajudar esta gente!” não me saem da cabeça! - Está bem, Pedro! Olha que vai ser uma aventura muito arriscada! Ainda não tinham andado muito, quando avistaram um barco com uma bandeira negra, que tinha uma caveira. - Cuidado! Escondamse! É um barco de piratas! O barco dos piratas passou lentamente e como não se via ninguém, o Capitão Cegueta pensou que era um barco abandonado e mandou seguir. - Uff! Foi por pouco!


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Continuaram a sua viagem e ainda não se tinham recomposto do susto, quando ouviram uma voz rouca cantar: “Su-per Ve-lha! A-quá-ti-ca! Super ve-lha!” - Uau! O que é isto?! – exclamou o tio. - Quem és tu? – perguntaram a mãe e a tia, em coro. - Sou a Super-Velha Aquática e o golfinho Arco-íris mandou-me aqui para vos ajudar a salvar o Oceano Atlântico… E a Super–Velha-Aquática nadou ao lado do barco e, quando ia a alcançá-lo, engoliu um pirolito e ia morrendo engasgada, mas… conseguiu recompor-se e meteu mãos à obra, ligou o seu robot e começou a engolir todo o lixo que lhe aparecia pela frente. O Pedro e a sua família estavam admirados com a beleza que iam observando, ao longo da viagem. De repente, as águas ficaram cristalinas, podendo ser apreciada, toda a vida que existe no fundo do mar: corais, algas, cavalos-marinhos, estrelas-do-mar, golfinhos, baleias … Pedro percebeu, então, que estava perto do final do arco-íris…


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Tudo brilhava… E quanto mais deslizavam sobre as águas prateadas, mais cristalino o mar se tornava. Tinham, finalmente, chegado ao fim do arco -íris. A família do Pedro estava encantada com tanta beleza. Havia corais de todas as cores, as algas dançavam como bailarinas, os cavalos-marinhos saltitavam de felicidade. O Pedro estava verdadeiramente impressionado com o trabalho do robot, pois em pouco tempo o mar tinha ficado limpinho! PUM! PUM! CATRAPUM! Ouviu-se um enorme estrondo. Máquinas de lavar, ferramentas, sacos de plástico, fragmentos de navios, peças de automóveis, latas, garrafas de óleo, protetores solares, ou seja, toda a cangalhada que tinha sido aspirada pela Super Velha Aquática estava de novo espalhada pelo mar. Tanto lixo aspirou que a barriga rebentou! O oceano tinha voltado à estaca zero. Nesse instante, o coração de Pedro encheu-se de desânimo e de tristeza. Como seria ele capaz de cumprir a sua promessa? Fechou os olhos cheios de lágrimas mais salgadas ainda do que o próprio mar e exclamou: - Como seria fantástico que houvesse agora um milagre e que o mar ficasse novamente cristalino… Ainda não tinha terminado de falar, quando inesperadamente ouviu uma voz suave e apaziguadora que o chamava:


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- Pedro! Pedro! Ouve com atenção! Os milagres existem dentro de cada ser humano. Agora que tiveste a sorte de conhecer a beleza dos oceanos, a tua missão é conseguires motivar três pessoas para aplicarem a medida dos 3 “erres”: Reduzir Reutilizar Reciclar. Por sua vez, cada uma dessas três pessoas terá por missão motivar mais três pessoas. E assim sucessivamente. Estás a perceber? O Pedro permanecia calado. - Pois se fizeres corretamente os cálculos - continuava a voz - nesse momento, teríamos 13 pessoas a reciclar. Este processo chama-se motivação em cadeia. Estou certo que, alguns meses depois, o nosso planeta não estaria tão poluído. E lembra--te: O planeta Terra é a única casa que temos onde morar. Por isso, conto contigo. A salvação do planeta está nas tuas mãos! Fez-se silêncio… Apenas se ouviam as ondas a baterem na proa do iate. Decidido a salvar o planeta, Pedro seguiu os conselhos deixados pela voz misteriosa. E por mais incrível que pareça, alguns meses depois, a motivação em cadeia estava a dar resultado. Os telejornais não falavam noutra coisa. As pessoas tinham finalmente mudado a sua mentalidade. Vivam os 3 “erres”! Viva o planeta Terra!

História do 3º ano de escolaridade do AEPC


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O PEDRO E O KOALA O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com caraterísticas distintas. As caraterísticas de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu pessoas de vários países. Pedro e a sua família estavam a acampar num dos mais belos parques de campismo do Algarve, quando foram surpreendidos com a chegada de um grupo de turistas. Pedro, cheio de curiosidade, tentou descobrir que língua falavam. Como não conseguia entender nenhuma palavra do que diziam, pediu ao pai que o ajudasse a desvendar o mistério. O pai explicou-lhe que algumas daquelas pessoas vinham de um país longínquo onde tinha havido incêndios e inundações. Pedro lembrou-se de ter ouvido nas notícias histórias dramáticas que se viveram na Austrália. Houve pessoas que perderam as suas casas, as suas terras e até as suas famílias. Ficou com vontade de ir falar com eles e conhecer a história de cada um, mas como se falavam línguas diferentes?... Pedro observava os gémeos australianos que brincavam a poucos metros da sua tenda e pensava no que a professora de inglês lhe tinha ensinado nas aulas. - Pai, podemos convidar os turistas para jantar?- perguntou o Pedro.


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- Claro, mas sabes falar inglês? - questionou o pai. -É óbvio! Eu sou um excelente aluno. A lua cheia iluminava a cascata de água que corria melodiosamente através da vegetação viçosa que ladeava todo o parque. Um cheirinho a maresia anunciava a proximidade do mar. -“Good night.”- saudaram os convidados. - Boa noite. - responderam os pais do Pedro. - Gostamos muito do vosso país. Na Austrália, a mudança climática tornou-se uma preocupação muito grande. - Nós ouvimos as notícias sobre os fogos. -Sim, a proteção do ambiente é uma das questões mais importantes do nosso país mas continua a haver muitas catástrofes pondo em causa o ecossistema. Enquanto Pedro brincava com Tom, uma lágrima deslizou pela face de Kate que, ao ouvir a conversa dos pais, recordou os momentos difíceis em que teve de abandonar a sua casa, no sul da Austrália, rodeada pelas chamas. A mãe, docemente, sentou-a no seu colo. De repente, algo se mexeu dentro do blusão de Kate …


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A mãe, surpreendida, olhou para a filha com ar interrogativo. Kate, atrapalhada, tentava, sem sucesso, esconder o mistério e a gaguejar disse: -Não tenho cá nada! Não tenho cá nada! - Não tens nada? -interrogou a mãe. - É só o telemóvel a vibrar.—defendeu-se, corando. Ao sair do colo da mãe, inesperadamente, o fecho do blusão abriu-se e um pequeno Koala, assustado, caiu no chão e todos ficaram surpreendidos. Com os seus olhos grandes e meigos, o koala olhou para Kate e agarrou -se à sua perna. - Oh! Que fofinho! - exclamou Pedro, ao mesmo tempo que se levantava da mesa e se dirigia ao animal. Entretanto, Kate agarrou-o. - Kate, onde encontraste este Koala? - questionou a mãe boquiaberta. - Desculpa mãe…não consegui abandoná-lo! - retorquiu cabisbaixa. - Mas como o tens na tua posse? Nunca o vi! Desde quando está contigo? Como conseguiste trazê-lo no avião? -perguntou em catadupa. - Lembras-te do incêndio que houve na mata perto da nossa casa? Quando estávamos a ajudar os bombeiros vi este Koala junto de sua mãe, que estava morta. Ao olhar para estes olhos doces não tive coragem de o entregar e levei-o para o meu quarto. - Isso explica as tuas saídas, mas como conseguiste disfarçá-lo?


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- Lembras-te que trazia a mochila sob a forma de Koala às costas? Foi lá que ele veio… - Kate… lamento… mas não podemos ficar com ele. Temos que arranjar uma solução. A menina baixou a cabeça e uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto triste - Julgo tê-la. Tenho um sobrinho que trabalha no Zoo de Lagos. Ele pode ajudar-nos a resolver o problema. Vou telefonar-lhe. – disse o pai do Pedro. Pedro olhava fixamente para o Koala, como se estivesse hipnotizado, aproximou-se de Kate, fez festas ao pequeno animal e este, em forma de agradecimento, tentou ir para o seu colo. Ela ajudou-o no seu gesto e os olhos de Pedro brilharam de alegria. O bichinho aninhou-se e deu-lhe uma lambidela. Pedro não cabia em si de contente, pois adorava Koalas. Nesse momento, chegou o pai do Pedro e comunicou: - Já arranjei a solução! O meu sobrinho disse que não havia problema em levá-lo para o Zoo, até porque lá existe uma koala adulta que poderá adotá-lo. -Mas podemos ir visitá-lo? – pergunta Kate, ansiosa. -Penso que não haverá problema quanto a visitas, o que é importante é ele ir o mais cedo possível para se adaptar… – disse o pai do Pedro.


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- Obrigada! - disse Kate, sentindo-se mais feliz e abraçando o koala. -E quando podemos lá ir? Podíamos ir todos e aproveitávamos para ver os outros animais do zoo. Podemos, não podemos mãe? – perguntou o Tom. - Claro! – respondeu a mãe. No dia seguinte, partiram rumo ao Zoo de Lagos e pelo caminho o carro avariou. O sol era imenso e o calor apertava. Enquanto os pais tentavam descobrir o que se passava com o automóvel, as crianças brincavam com o koala. De repente, o animal sentou-se e ficou estático, com um ar cansado. Kate, Tom e Pedro continuaram a brincar, mas rapidamente perceberam que o koala não estava bem. Aproximaram-se dele e repararam que a sua expressão não era a habitual. Tinha um ar cansado, transpirado e de algum sofrimento. Na realidade a expressão das crianças era igual à do koala. Depressa perceberam que todos estavam cheios de sede. Mas ninguém se tinha lembrado de levar água. Agora a preocupação já não era o carro mas sim a procura de água para saciar a sede das crianças e do koala. De repente, o Pedro começou a andar e a explorar o espaço em volta, avançou um pouco mais e viu um lindo chafariz que deitava um jorro de água. Foi chamar toda a gente e eles ficaram muito satisfeitos e aliviados pois


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podiam matar a sede. Todos beberam e deram de beber ao koala que ficou todo contente e mais animado. Depois de estarem satisfeitos meteram-se novamente no carro que o pai tinha conseguido pôr a trabalhar e continuaram a viagem. O que eles não sabiam era que a água que tinham bebido não era potável, a tabuleta com essa informação estava caída ao lado do chafariz e ninguém reparou. Quando estavam a chegar, começou a doer a barriga a alguns deles e o koala estava muito irrequieto. A mãe do Pedro, não sabendo o que se passava com as crianças lembrou -se que tinha uns comprimidos para a dor de barriga na carteira e decidiu dar-lhes. Chegados ao Zoo, avisaram o primo do Pedro que o koala se sentia irrequieto, não sabendo o que se passava. Chamaram o veterinário João que o examinou tendo-lhe feito alguns exames. No final verificou que o koala tinha bebido água inquinada mas não havia razões para preocupação.


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Foi então que o Pedro se lembrou que, junto ao chafariz, não havia nenhuma placa a dizer “Água imprópria para consumo”. Kate respirou de alívio ao saber que o koala ia ficar bem naquele espaço muito agradável, onde tinha muitos amigos para brincar. Depois das despedidas e de muitas lágrimas nos olhos, o koala partiu para a sua nova casa. No caminho de regresso, Kate, embrenhada nos seus pensamentos, nem reparou que o carro tinha parado. -Kate, Kate, não estás a ouvir? Vamos jantar neste restaurante. -Desculpa mãe, não te ouvi. Não consigo deixar de pensar naquela bolinha de pelo, gosto tanto dele! -Ele está em boas mãos. - disse abraçando-a. Durante o jantar, Pedro, vendo a tristeza da menina, sugeriu que ficassem a viver em Portugal. Surpresos, os gémeos olharam para os pais com ar interrogativo. Estes não responderam, pois estavam atentos ao telejornal. As crianças voltaram a sua atenção para o ecrã, quando o jornalista informava “As Nações Unidas escolheram 2013 como o Ano Internacional da Cooperação pela Água. O objetivo é promover uma maior interação entre nações e debater os desafios de utilização da água.”


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Realmente, há muito desperdício de água. – comentou o pai dos

gémeos – Só trabalhando de mãos dadas podemos encontrar soluções para tão grave problema. - A minha professora de Ciências informou-nos que, de acordo com o relatório da ONU, chamado “Gestão dos recursos hídricos em condições de incerteza e risco”, até 2070, 44 milhões de pessoas, especialmente na Europa Central e Meridional, sentirão os efeitos da falta de água. - disse Pedro com ar sério. - Sabes filho, 11% da população mundial ainda não possui acesso à água potável. Muitas pessoas morrem ao beber água inquinada, como vos aconteceu hoje. Vocês tiveram muita sorte! A mãe dos gémeos acrescentou: - Pode ser que estas iniciativas comecem a mudar a mentalidade das pessoas. É urgente que as nações trabalhem em conjunto, que troquem ideias para salvarmos o nosso planeta. Quanto à sugestão do Pedro … prometo que vamos pensar nela… Um brilhozinho apareceu nos olhos, até então tristes, de Kate. A possibilidade de ficar em Portugal encheu-lhe o coração de alegria.

História do 4º ano de escolaridade do AEPC


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O PEDRO E SURINAMA O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres-humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu um rapaz da sua idade, num dia em que decidiu afastar-se do areal, daquela praia paradisíaca que os pais tinham escolhido para descansar, longe do barulho da cidade onde estavam a passar férias. Naquele dia de agosto, levantaram-se bem cedinho e dirigiram-se ao cais, onde apanharam uma lancha para aquela praia deserta, com coqueiros a perder de vista, a areia fina e branca e a água quente, transparente e límpida. Quando chegaram à ilha, avistaram uma tartaruga que nadava ao longo da costa. De imediato, Pedro nadou para junto da tartaruga e Surinama fica à beira-mar. - Despacha-te! Porque não vens? - perguntou o Pedro. - Eu não sei nadar. - respondeu Surinama, nervoso. Pedro saltou para cima da carapaça da tartaruga e dirigiu-se para junto de Surinama. - Sabes - continuou - na minha terra a água é muito escassa. De seguida, avistaram uma floresta tropical, onde construíram uma jangada. Correram para junto da praia onde encontraram uns tubos. Saltaram para cima da jangada e lá foram remando, até que, de repente, Pedro mergu-


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lhou e observava todas aquelas maravilhas, avistando um barco afundado. Curioso decidiu vê-lo de perto e mergulhou mais fundo. Qual não foi o seu espanto, ao deparar-se com uma arca repleta de joias, mas guardadas por um polvo gigante e medonho. O polvo ao ver o Pedro disse-lhe: - Eu sou o guardião deste tesouro e se tentares levá-lo uma maldição cairá sobre ti. Ah, ah, ah! - Que maldição será essa? - perguntou Pedro. O polvo explicou-lhe: - Ficarás, eternamente, a viver no fundo do mar, transformado em sereia, mas com cabeça de peixe-bolha… e se tentares daqui sair, morrerás. Pedro entrara, outra vez, no mundo da fantasia onde, muitas vezes, inventava dragões de três cabeças, passagens secretas, grutas…e polvos que guardam tesouros… Quando “acordou” reparou que Surinama tinha a face coberta de lágrimas. Queria muito saber o destino daquele tesouro, mas tinha que ficar para outra altura, pois o seu amigo estava triste e ele tinha que saber o motivo dessa tristeza. - Surinama, desculpa, perdi-me nas minhas fantasias… mas agora estou aqui para te ouvir. Estavas a falar-me da tua terra… - Sim, eu nasci na Guiné-Bissau, onde vivi até aos oito anos, altura em que perdi o meu pai. – respondeu Surinama numa voz muito sussurrada que Pedro teve alguma dificuldade em ouvir. Aproximando-se um pouco mais do seu amigo, Pedro, agora inquieto, perguntou-lhe o que tinha acontecido.


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Surinama respondeu: - Eu estava a pescar com o meu pai, quando de repente o barco teve uma avaria no motor. O meu pai foi ver o motor e tentou arranjá-lo, mas tropeçou numa corda e caiu dentro de água. A corda tinha um peso na ponta, enrolou-se ao pescoço dele e o meu pai começou a afundar-se, até que deixei de vê-lo nas águas escuras do mar… Desde esse dia, vivo na ilusão que ele voltará. Também me lembro de que o meu pai falava muito sobre um barco afundado com tesouros, guardado por uma criatura gigantesca. Após ouvir isto, Pedro pensou: -“Será que o tesouro de que o pai de Surinama falava estava relacionado com as minhas fantasias?” O Pedro decidiu contar a Surinama que, quando mergulhara, pensara ter visto um tesouro guardado por um polvo no fundo do mar. Porém, depois de ouvir o amigo, colocou a hipótese de, desta vez, ter sido verdade o que vira. Então, combinaram mergulhar juntos para verem se o tesouro existia ou não. Nos dias seguintes, Pedro ensinou o amigo a mergulhar até que, um dia, estavam prontos para o mergulho. Muniram-se do equipamento necessário e, muito entusiasmados, lá começaram a descida. A determinada altura, viram algo cintilante. O que seria? A arca?? A entrada para a Atlântida? – pensou logo o Pedro. Decidiram aproximar-se cautelosamente… podiam estar prestes a descobrir o tesouro de que o pai de Surinama tanto falava…


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À medida que se aproximavam aperceberam-se que o brilho vinha do interior de um barco naufragado. Pedro perguntou a Surinama: - Estás a ver o mesmo que eu? Diz-me o que está na nossa frente! - Um barco! – respondeu Surinama. - Então quer dizer que a primeira vez que mergulhei e pensei ter visto um barco afundado não estava a sonhar?! - Pelos vistos, não! – concluiu Surinama. Resolveram entrar com muita cautela, pois o polvo poderia também não ter sido um sonho. Verificaram que existia realmente uma arca cheia de moedas de ouro e em cima das moedas uma pedra que tinha uma luz que encandeava. Os olhos de Surinama provavam ao Pedro que tudo o que estava na frente deles era real. As reservas de oxigénio estavam a terminar o que os obrigou a regressar à superfície. O sol já ia alto quando os dois amigos regressaram a terra. - Já é tarde! - exclamou Pedro - Os meus pais devem estar preocupadíssimos. Num ápice correram para a lancha e dirigiram-se para a ilha. - Por onde andaram? – perguntou o pai do Pedro. - Pai, pai, nem imaginas o que vimos!... - respondeu Pedro. - Que susto nos pregaram! Pensávamos que se tinham perdido!- acrescentou a mãe. O Pedro excitadíssimo continuou. - vimos um tesouro no fundo do mar.


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- E… e… guardado por um polvo. - acrescentou Surinama. Os pais de Pedro desataram a rir. - Está bem, amanhã trataremos do assunto. - acrescentou o pai. Na manhã seguinte, o pai levantou-se bem cedinho e foi comprar o jornal, onde havia referência ao naufrágio de um barco naquela zona. Decidiu, então ajudar o filho. Dirigiram-se a uma loja noutra ilha para comprarem material de mergulho. No dia seguinte, partiram, não numa jangada, mas sim num barco apropriado. Já se avistava o local onde iam mergulhar, quando uma tempestade repentina os cercou; chuvas fortes e ventos intensos arrastaram-nos mar fora...à deriva, acabando felizmente por encalhar numa outra ilha deserta. Aflitos e receosos, correram pela ilha dentro, procurando um local seguro para se abrigarem daquela terrível tempestade. Quando esta amainou, depararam-se com o barco que estava bastante danificado. - Pai, como vamos consertar o barco? – perguntou o Pedro aflito. - Como o barco está irreparável, teremos que construir uma jangada, aproveitando os recursos da ilha. Eles arregaçaram as mangas e começaram a recolher tudo aquilo que lhes poderia ser útil: um tronco oco, pequenos ramos, alguns cocos e casca de árvores. Recolheram ainda folhas de bananeira que poderiam servir de vela. Horas depois, a jangada estava concluída. Colocaram sobre ela o equipamento de mergulho, os remos e algumas frutas tropicais e fizeram-se ao mar.


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A viagem correu como previsto e, ao longe, avistaram uma luz muito reluzente emergindo do mar. Aproximaram-se e viram, mesmo lá no fundo, o barco naufragado. Pedro, o seu pai e Surinama mergulharam nas profundezas deste mar de águas quentes e cristalinas. Quando chegaram bem perto do barco, viram o polvo guardião do tesouro e pensaram numa forma de o distrair para possibilitar a entrada segura na embarcação e retirar a arca do tesouro. Assim, enquanto Surinama chamava a atenção do bicho, atirando-lhe a fruta que tinham levado, Pedro e o pai conseguiram novamente descobrir o tesouro e transportá-lo para a superfície. - E agora? O que fazemos com tanto dinheiro? – interrogou o pai. - Já sei! Disseste, Surinama, que na tua terra havia falta de água. Podemos pois usar este dinheiro para resolver os problemas da sua escassez. - É verdade, mas nem sempre foi assim! Em tempos que já lá vão, tinha abundância deste precioso líquido, mas, com o seu desperdício e as alterações climáticas da Terra, os problemas começaram! - Está decidido! Vamos ajudar a Guiné-Bissau a resolver este dilema! Assim, com o dinheiro, foi levado a cabo nesse país, um ambicioso projeto de abastecimento de água potável canalizada e os seus habitantes ficaram eternamente gratos aos nossos heróis.

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O PEDRO E ANA O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos seres-humanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu Ana, que era uma menina da sua idade. Eles conversaram e tornaram-se amigos. Ela contou-lhe a sua vida há dois anos atrás, disse-lhe que vivia em África e que, na sua aldeia, havia muita escassez de água. A sua família tinha sobrevivido, mas muitas outras morreram com várias doenças. No final da sua história, a Ana pediu ao seu amigo que a ajudasse a arranjar uma solução para diminuir a falta de água no seu continente natal. Pedro comenta com Ana: - Porque não fazemos uma organização que ensine as pessoas a não desperdiçar água, para que, no futuro, os nossos filhos possam, tal como nós, ter acesso a este bem indispensável? - Sim, sim! É uma boa ideia! E, ao mesmo tempo, podíamos angariar fundos para a construção de reservatórios de água nas zonas mais afetadas em África. Mas… como fazemos isso? – perguntou a Ana, enquanto olhava a imensidão do mar, à sua frente. - Não vão tomar banho? A água está ótima!! – perguntaram os pais de


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Pedro, interrompendo a conversa entre os dois amigos. - Era mesmo sobre água que estávamos a falar e precisamos da vossa ajuda! - anunciou Pedro, ao mesmo tempo, que se sentava entre os pais e se preparava para lhes contar o que tinham planeado. Após terem debatido este assunto em conjunto, começaram, então, a apresentar as suas propostas para pôr as suas ideias em prática. - Pedro, tenho um velho amigo advogado que nos pode ajudar a criar a organização… - sugeriu o pai. - E que tal darmos-lhe o nome de O.A.A. (Organização dos Amigos da Água)?! – propôs a Ana. - Parece-me uma boa ideia! – exclamaram em uníssono, entusiasmados com a sugestão. - Quem serão os membros da nossa organização? – perguntou a mãe ansiosa. - Podem ser os nossos amigos, familiares e conhecidos… - sugeriu o Pedro. – Mas como iremos divulgar a nossa organização e os seus objetivos? E que tal utilizarmos uma rede social, por exemplo o facebook? Não faças já essa cara, pai! Eu sei que estou de castigo e que não posso ir ao facebook enquanto não subir as notas, mas é a melhor forma de divulgarmos uma causa, não achas, mãe? Embora contrariado, o Sr. Humberto olhou para a sua esposa e encolheu os ombros, enquanto pegava no seu telemóvel e se preparava para


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telefonar ao “Génio da informática”, o seu irmão mais novo. - Espero não me arrepender do que vou fazer… – murmurou o pai do Pedro - O castigo estava dado! … Está? Oi, “Génio”! Tudo bem contigo? - Humberto, meu irmão! Por cá, tudo ótimo. E vós? Cheira-me a que precisas de ajuda. Não? - Adivinhaste! O Pedro e uma amiga que ele aqui conheceu decidiram organizar um movimento de alerta para a importância que a água tem na vida das pessoas. Criaram uma organização e pretendem difundir as suas ideias e angariar fundos. - Parece-me bem. Mas onde é que eu entro? - Bom, como estamos na era das tecnologias, tínhamos pensado em qualquer coisa que estivesse ligado ao facebook – uma página, talvez… um jogo, uma aplicação para telemóvel, ou … - Ei! Calma! E eu é que sou o “génio”??!! Uma coisa de cada vez! Então começamos pela página. Vamos dar-lhe o nome de… - Página Oficial da O. A. A. (Organização dos Amigos da Água), como os miúdos decidiram – explicou o pai do Pedro. - Está bem. Boa ideia! Mandem sugestões para eu publicar. E já agora, alguns desenhos para ilustrar os textos. E se também criássemos um slogan televisivo?! -Então e dizemos o quê? - perguntou o Pedro. -Que a O.A.A. é uma organização disposta a ajudar regiões com


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escassez de água. -É uma boa ideia! - disse Pedro. - E que tal o seguinte slogan: “Água é vida! Junte-se a nós e ajude esta causa!” -exclamou a Ana. - Ok, está ótimo. Vamos enviar o slogan para a RTP, SIC e TVI e para todos os jornais nacionais e aguardar as respostas- disse o Pedro. Pedro e Ana meteram mãos à obra, mas antes foram dar um mergulho, pois estava muito calor. Quando saíram da praia, foram para os computadores do hotel e enviaram emails para os canais televisivos explicando os objetivos da O.A.A. e com o slogan escolhido por eles para representar a sua causa. Enviaram também emails para os jornais: Expresso, Diário de Notícias e Correio da Manhã … No dia seguinte, trocaram a praia pela piscina. Debaixo de um chapéu de sol e entre mergulhos, deram continuidade ao seu projeto decidindo como iriam dinamizar a sua página no facebook … Pediriam aos familiares da Ana que enviassem fotos da sua aldeia natal para as divulgarem na página oficial da O.A.A. e começaram a fazer um guião para um vídeo explicativo da sua causa que gravariam mais tarde com o iPad que o Pedro recebera nos anos. Entretanto, começaram a imaginar os likes que a sua página iria ter… Antes de terem tempo para pensar, receberam os emails dos jornais e televisões relativos à sua proposta. Todas as estações televisivas tinham aceite, convidando o Pedro e a Ana para várias entrevistas.


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- Que emocionante! - exclamava a Ana - vamos à televisão… As suas férias foram repentinamente interrompidas, pois os dois amigos desdobravam-se em entrevistas nas rádios e televisões. Até o jornal Expresso publicou um suplemento sobre «2013- Ano Internacional para a cooperação pela água». Os likes na página do facebook multiplicavam-se de dia para dia. Mas um dia receberam uma mensagem muito especial, uma editora, “Africansmile”, sensibilizada pelo empenho e esforço dos dois jovens, propôs-lhes a publicação gratuita de um livro, de forma a angariarem ajuda monetária para África, através da sua venda. Pedro e Ana, de imediato, aceitaram a proposta e deitaram mãos à obra. Baseados em histórias verídicas narradas por Ana, a obra rapidamente foi concluída. A publicação teve um enorme sucesso em todo o mundo, graças às redes sociais e comunicação social que se encarregaram de a divulgar. Conseguiram angariar muito dinheiro, suficiente para construir vários reservatórios de água nas zonas mais afetadas pela seca, em África e noutros países. Assim, passado algum tempo, os povos que tinham mais problemas com falta de água, conse-

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guiram ver esse drama minorado e ter mais qualidade de vida.

O Pedro aprendeu com a Ana, como a água é importante e indispensável à Vida e tornou-se um dos seus maiores defensores.

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BIBLIOTECA ESCOLAR AGRADECIMENTOS A elaboração destas histórias constitui a continuidade de um desafio lançado pela Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã, nestes últimos quatro anos, às Educadoras, aos docentes titulares de turma do 1º ciclo e aos docentes de português do 2º ciclo do Agrupamento, no âmbito do Projeto aLer+, com o objetivo de promover a leitura, desenvolver o espírito crítico e explorar o imaginário infantil. O projeto, que aqui se conclui, apresenta-se como resultado do trabalho colaborativo entre docentes e alunos do Agrupamento. Neste sentido, toda a equipa da Biblioteca Escolar agradece o empenho de todos os envolvidos no processo.

Professoras Bibliotecárias


O Planeta Terra apresenta uma diversidade de espaços com características distintas. As características de cada espaço geográfico condicionam o modo de vida de cada ser-humano. Uma das condicionantes da qualidade de vida dos sereshumanos diz respeito à abundância ou escassez de água. Pedro, uma criança de 10 anos, constatou isso quando se deslocou de férias com os pais e conheceu ...

Um início, SETE histórias diferentes ….

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS PÊRO DA COVILHÃ ANO LETIVO 2012-13


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