Paraíso Escondido

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PARAÍSO ESCONDIDO Texto e ilustrações de 6º5 Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã

Participação no Projeto Pequeno Grande C Fundação Calouste Gulbenkian AEPC 2012




Título: Paraíso Escondido Texto: 2012, Turma 6º5 AEPC Ilustração: 2012, Turma 6º5 AEPC 2012, Edição da Escola Básica Pêro da Covilhã Impressão: Reprografia AEPC

Trabalho produzido para participação no Projeto Pequeno Grande C, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian


PARAÍSO ESCONDIDO

Texto e ilustrações da turma 6º 5 do AEPC AEPC, 2012


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Há muito, muito tempo, em terras distantes, havia um castelo no centro de um labirinto, em forma de clave de sol, onde habitava o espírito do rei, o Furioso, nome atribuído, na sequência da sua fúria constante para com os seus súbditos. A ideia da presença do espírito do rei no castelo provocou o medo de todos os habitantes da aldeia, conduzindo à lenda da existência de um castelo assombrado. Zacarias, Antonieta e Afonso tinham de elaborar um trabalho acerca dos diferentes tipos de plantas existentes nos arredores do castelo.

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Zacarias era um rapaz alto, de cabelo louro, com Ăłculos de fundo de garrafa. Tinha aproximadamente 12 anos. Era o rapaz mais inteligente do grupo e era apaixonado por plantas. Antonieta era uma menina baixa, elegante, com cabelo longo e castanho. Era uma menina bastante bonita e madura para a idade e gostava de desporto e aventura. O Afonso era o rapaz mais novo do grupo, que tinha uma grande paixĂŁo, a ciĂŞncia. Era um menino de pele escura, que fazia sobressair os seus dentes brancos, e com cabelo encarapinhado.

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Apesar de saberem que a entrada era interdita, o grupo de meninos resolveu aventurar-se, entrando no misterioso labirinto e averiguar o que ele escondia. Quem sabe não haveria lá espécies maravilhosas e desconhecidas. Antonieta olhou em volta e verificou que existia uma entrada. Nessa entrada, havia um portão enorme, enferrujado pelo tempo, que tinha gravado uma adivinha.

Este portão abrir-se-á, se a resposta a esta adivinha encontrares: Qual é a coisa qual é ela que tem vários caminhos, mas só um leva ao destino?

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Os amigos pensaram e repensaram na possível resposta para conseguirem entrar. - É fácil! – disse Zacarias. – só pode ser a estrada! - Não! – respondeu a Antonieta. – Uma estrada é um único caminho e a adivinha refere vários. O que tem vários caminhos e só uma saída é o labirinto. Assim que terminou de pronunciar a palavra surgiu uma pequena clave de sol, que lhes disse: - Muito bem! Os três amigos assustados deram um passo para trás. - Não é possível! – gaguejou Zacarias, muito assustado. – Dá-me um estalo, para ver se acordo!

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Tak!!! - Au! Isso doeu, não era preciso ser tão forte! – queixou-se Zacarias. De seguida, Zacarias sentiu uma dor no rosto. Então, Antonieta pegou na clave de sol e colocou-a na fechadura e o portão abriu-se, rangendo um pouco, por causa da ferrugem. O interior estava tão iluminado que encandeava. Resolveram entrar e o portão fechou-se de imediato atrás deles. Assim como se fechou o portão, apagaram-se algumas luzes, ficando o ambiente a meia-luz.

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Continuaram o caminho, semelhante a um corredor, que mais à frente bifurcava. Ficaram indecisos acerca do caminho a seguir. Primeiro espreitaram o caminho da esquerda e verificaram que tinha pouca vegetação. Depois espreitaram o da direita e, como vislumbraram uns arbustos no interior, ao longe, decidiram continuar, pois precisavam de encontrar plantas para o seu trabalho.

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Prosseguiram o caminho, encontrando quatro saídas diferentes. Um dos caminhos, o da direita, era escuro e frio, como o Inverno, e não se conseguia ver o interior; o da esquerda era muito colorido e ouviam-se pássaros a cantar, como na Primavera; um dos caminhos do meio deixava ver as pedras do chão, tinha muita luz e não se via vegetação, parecendo o Verão; o outro era um pouco frio e tinha folhas amareladas, acastanhadas e alaranjadas espalhadas pelo chão, como no Outono.

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Como não se entendiam em relação ao caminho a seguir, resolveram escolher cada um deles, um dos caminhos. Como no caminho da direita estava muito frio e não se via nada, ninguém quis ir. Zacarias, o apaixonado por plantas, escolheu o caminho mais florido. Antonieta que gostava do Outono optou pelo caminho das folhas multicolores e Afonso optou pelo caminho mais quente.

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Zacarias olhou em volta e tinha a sensação de ver as plantas a mexerem-se e tentou observá-las mais de perto. Quando se aproximou, uma delas mordeu-lhe e ele percebeu que algumas das plantas eram carnívoras. Desatou a correr até uma câmara escura.

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Antonieta

caminhou

cautelosamente,

mas

tropeçou

numa pedra, caindo em cima dum ninho de serpentes. Levantou-se assustada e conseguiu subir por um conjunto de pedras em forma de escada e prosseguiu a correr, terminando numa câmara escura.

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Afonso caminhava e tropeçava com frequência nas pedras do caminho e transpirava imenso por causa do calor. À medida que avançava, as pedras desapareciam e o chão ficou arenoso. Ao caminhar, ia enterrando os pés na areia e à superfície vinham escorpiões. Dava saltos a correr para tentar escapar-lhes e corria sem olhar para trás, chegando até uma câmara escura.

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Apesar da escuridão, aperceberam-se que estavam os três na câmara e que o caminho, que tinham deixado para trás, ainda continuava. Entraram e arrepiaram-se com o frio. Como estavam cansados de andar às voltas começavam a ficar assustados, pois não encontravam a saída.

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Não sabiam que horas eram, pois os arbustos escondiam o sol. No entanto, Zacarias que ia à frente dos dois amigos viu a luz do dia. - Corram! – gritou Zacarias. – A saída é ali! Encontrámos uma saída. Quando saíram do labirinto, olharam em seu redor e ficaram estupefactos. - Castelo assombrado? – interrogou-se Antonieta. - Isto é um paraíso! – constatou Afonso.

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Os três amigos tinham à sua frente um castelo enorme, em bom estado e um jardim envolvente maravilhoso. Tinha árvores

magníficas,

acácias,

árvores

sangue-de-dragão,

secóias, cerejeiras, amendoeiras, palmeiras, tílias, mangueiras, macieiras, laranjeiras e flores que nunca tinham visto, que só conheciam dos livros, as petúnias, os lilazes, as rosas-do -deserto, os lírios orientais e outras muito perfumadas cujo nome desconheciam. Começaram a colher, pequenos exemplares, para o seu trabalho.

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Rodearam o castelo e encontraram uma cascata de água límpida e transparente onde se banhavam duas meninas da idade deles, a Bondade e a Serenidade. Aquela água vinha de uma nascente próxima do castelo. - Vocês sabiam da existência deste paraíso? – perguntou Antonieta às duas meninas. - Nós moramos neste castelo. – responderam. – Somos netas do rei, conhecido como o Furioso. - Mas o rei não deixou descendência! – proferiu Antonieta. - É o que se fez pensar! Procurou-se divulgar uma história assustadora para proteger as aldeias e cidades próximas.

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Há muitos anos atrás, os habitantes começaram aproximar-se do castelo a cortar árvores, a despejar lixo na floresta em volta do castelo, a lançar resíduos tóxicos na água, até ao dia em que toda a floresta ardeu e pôs em perigo o castelo. O meu avô tinha a seu cargo a sobrevivência dos seus habitantes.

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Ele estava sempre furioso com eles pelos maus tratos a que eles submetiam a natureza, colocando em risco a própria sobrevivência. A nascente de onde provém a água desta cascata é a nascente que fornece água a todas as aldeias e cidades próximas e isso tinha de ser preservado.

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- E o labirinto? – questionou Zacarias. - Foi o meu avô que mandou construir, para impedir o acesso ao castelo e a destruição do bem mais valioso dos habitantes, da humanidade, a água.

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Os três amigos despediram-se das meninas e prometeram guardar o seu segredo, pois era um espaço demasiado belo para ser destruído. As meninas convidaram-nos a voltar e a banharem-se naquelas águas e a beberem sumos dos frutos daquelas árvores maravilhosas.

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Os meninos tiveram de regressar, pois estava a anoitecer e prometeram voltar. Bondade disse-lhes para seguirem o caminho mais escuro que nĂŁo tinha surpresas, apesar da escuridĂŁo e que evitassem os outros caminhos, cujos perigos jĂĄ conheciam.

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AUTORES E ILUSTRADORES: Alexandre Manuel Bogalheiro Macedo Ana Rita Dias de Almeida Andreia Sofia Nascimento Antunes Diogo Teixeira Fonseca Fábio Filipe da Cruz Fonseca Gonçalo Marques Ascensão Gomes Campos Jessica Cerdeira Fonseca Jorge Miguel Melchior de Sousa Neuza Marina Falcão Rei Nuno Miguel Alves Rabasquinho Patrícia Isabel Marques Almeida Renato André Fonseca Abrantes Rodrigo José Cardoso Paulo Rato Rúben António Carmona Afonso Rui Pedro Sousa Bogalheiro Vasco Monteiro Mesquita Nunes Débora Maria Mesquita dos Santos Luana Daniela Carapito Garcia Beatriz Pinto Figueira Rachel de Brito



Rodearam o castelo e encontraram uma cascata de água límpida e transparente onde se banhavam duas meninas da idade deles, a Bondade e a Serenidade. Aquela água vinha de uma nascente próxima do castelo. - Vocês sabiam da existência deste paraíso? – perguntou Antonieta às duas meninas. - Nós moramos neste castelo. – responderam. – Somos netas do rei, conhecido como o Furioso. - Mas o rei não deixou descendência! – proferiu Antonieta. AEPC


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