Beach&Co 163

Page 1

Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

3


Interligação Rio Grande-Alto Tietê Água para mais de um milhão de pessoas ainda este ano. Ampliação da ETA Alto da Boa Vista Tecnologia de membranas ultrafiltrantes na ampliação do Sistema Guarapiranga.

Reservatórios metálicos 20 reservatórios que serão entregues em 16 cidades da região metropolitana de São Paulo.

Novo Sistema São Lourenço Maior obra de abastecimento em execução no país.

Interligação Jaguari-Atibainha Maior segurança para as bacias do Paraíba do Sul e do Cantareira.

Interligação Rio Guaió-Alto Tietê Redução da dependência do Sistema Cantareira.

É importante cada um continuar fazendo a sua parte. Porque, juntos, estamos vencendo a maior seca dos últimos 85 anos. Contamos com a sua colaboração. 4

Nova Adutora do ABC Mais de 250 mil pessoas beneficiadas na zona sul da capital.

Aqui no litoral, economize água.

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

5


Foto Luciana Sotelo

ANO XIV - Nº 163 - JANEIRO/2016 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan

34 Pioneirismo e entretenimento no mar santista

Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan

E mais...

roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Giuliano Rodrigues

Jogos 2016

10

giu@costanorte.com.br Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan

Decoração 40

ronaldozaidan@costanorte.com.br Depto. Comercial

Gastronomia 54

Aline Pazin aline@costanorte.com.br

Moda 58

Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

Flashes

62 e 63

Colaboração Belisa Barga, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Maria Helena Puglie-

Destaques 64

si, Marina Veltman Circulação

Celebridades em foco

65

Alto Astral

66

Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica 57

4

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Foto divulgação

44 Arte circense: tradição que se renova

Foto Arquivo Pessoal

50 Bicharada invade as festas infantis

Capa PMI

Poliana Okimoto Foto: Satiro Sodré /SSPress

Parque das Cachoeiras pág. 24

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

5


6

Beach&Co nยบ 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

7


8

Beach&Co nยบ 163 - Janeiro/2016


lançamento - módulO

2

Uma oportunidade tão exclusiva quanto imperdível.

No último terreno do valorizado Módulo 2. O mais desejado da Riviera.

Perspectiva artística da varanda gourmet

3 Dorms. (2 Suítes)

• 107m2 a 170m2 privativos • 2 Vagas DETERMinadas • VARANDA GOURMET • Coberturas de 201m2 privativos • LAZER COMPLETO E SOFISTICADO • ACESSO ao clube COMPARTILhado do mÓdulo 2

Visite APtO. MODeLO - Passeio dos Galeões x Passeio Nautilus - Módulo 2 0800 13 66 13 - w w w.b e a ch h o u se ri vi e ra .co m .b r Realização e construção:

Realização e vendas:

Intermediação imobiliária:

RAMON ALVARES & ASSOCIADOS - CONSULTORIA IMOBILIÁRIA - Rua Passeio do Maracá, 34 (Módulo 4) - Riviera de São Lourenço - Bertioga - SP - CEP 11250-000 Creci 11374-J - beachhouse@ramonalvares.com.br - www.ramonalvares.com.br - Tels.: 0800 13 66 13 - (13) 3316-7136. SRW Engenharia - Rua Joaquim Távora, 93 - Sala 72 - Vila Matias - Santos - SP - CEP 11075-300 - Tel.: (13) 3224-9697 - Creci 22695-J - www.srwengenharia.com.br - srwengenharia@uol.com.br Incorporação registrada sob o número R-8/49.768, na matrícula 49.768, no 1º Registro de Imóveis de Santos, em 10/03/2014.

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

9


Foto: Satiro Sodré/SSPress

esporte

10

Celeiro de talentos do esporte, Santos já tem quatro atletas confirmados e 15 potenciais competidores para as disputas do maior evento esportivo do planeta. Santos será sede de atrações olímpicas como a passagem da tocha, hospedagem de delegações internacionais e a realização do exclusivo Congresso Internacional de Ciências, Educação e Medicina Esportiva

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Baixada rumo à Olimpíada e Paralimpíada Por Belisa Barga Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha, Israel Stroh e Elizabeth Lopes: durante a Olimpíada e Paralímpiada deste ano, você vai ouvir falar muito desses atletas, convocados para os Jogos do Rio. Em breve, saem novas classificações e há grandes chances de outros nomes, que aguardam classificação oficial como Maria Suelen Altheman, Lígia Silva, Leonardo Moraes, Carlos Farrenberg, entre outros, representarem a região da Baixada Santista. Com tantos talentos, não é de se estranhar que Santos seja considerada a cidade ‘mais esportista do Brasil’, vocação reconhecida mundo afora. Entre os dias 5 e 21 de agosto, o Brasil sedia pela primeira vez o maior evento esportivo do planeta, também pela primeira vez na América do Sul. Ao longo de 17 dias, o país receberá 10.500 atletas olímpicos de 206 nacionalidades, para disputar 42 modalidades esportivas. Na sequência, entre 7 e 18 de setembro, acontece a Paralímpiada, o terceiro evento esportivo de maior público no mundo. Este ano são 4.350 paratletas de 176 países, que disputam medalhas em 528 provas de 23 modalidades. O Brasil é o único país com duas atletas na prova de maratonas aquáticas, e ambas representam Santos: as nadadoras Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha, da equipe Unisanta. Veteranas em olimpíadas, ambas disputaram a competição em Pequim. Poliana garantiu o sétimo lugar e Ana, o quinto. Em sua segunda participação olímpica em Londres, Poliana sofreu uma crise de hipotermia com pouco mais da metade da prova de 10km concluída e foi desclassificada. Esses resultados não a deixaram satisfeita e, para 2016, a atleta promete foco total no Rio. “Esse ano, os treinos são exclusivamente para a prova de 10km do Rio. Poder disputar uma prova em casa, é uma oportunidade para poucos competidores, e é preciso dar muito valor a isso. Sinto-me honrada em fazer parte desse momento e privilegiada por estar na minha melhor forma nesse momento, para poder defender o Brasil no Brasil”. Às vésperas de completar 10 anos de disputas em maratonas aquáticas, Poliana diz estar confiante para o Rio 2016. Desde o início de janeiro, a atleta está nos Estados Unidos, onde realiza treinamentos em altitude, com vistas à sua preparação

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

11


Foto: Thays Silva

esporte

Leonardo Moraes foi vice-campeão sul-americano de taekwondo em 2015, o que lhe garantiu disputar uma vaga para o Rio 2016

para os Jogos. “Para o Rio, quero usar toda a minha experiência em maratonas aquáticas e juntar em uma só prova, para fazer a melhor competição da minha vida. Preciso treinar bastante, mas sei que tenho condições de brigar por uma medalha”. Nascida em São Paulo, a ligação da atleta com a Baixada vem da infância, quando a nadadora disputou as primeiras provas na região. Competitiva dentro e fora das águas, Poliana brinca que não gosta de perder nem no par ou ímpar, e acredita que esse traço a levou para a modalidade. “Com o tempo, o técnico notou minha aptidão para o esporte, tanto que, aos 14 anos, fui campeã brasileira. Não sei o que é ficar um dia sem nadar. Digo que eu não escolhi a natação, mas sim, a natação me escolheu”. Agora, apenas uma luta separa Leonardo da convocação. A primeira seletiva classificatória do taekwondo aconteceu dia 17 de janeiro, na Arena Santos, com os seis melhores atletas da categoria. Nessa etapa foram definidos os três semi-finalistas que lutam na próxima fase, entre eles o representante de Santos, que garantiu o segundo lugar na disputa. No próximo dia 14 de fevereiro acontece a segunda e última seletiva para o Rio 2016, que define quem será o representante brasileiro da modalidade nas Olimpíadas. “Essa competição é o auge da carreira de um atleta, e disputar em casa será um momento emocionante e único. Vou lutar com muita garra e, se conseguir, vou em busca de medalhas por todos os que acreditam e torcem por mim e pelo Brasil”, afirma. Eleito o melhor atleta universitário de taekwondo, em 2013, Leandro é reconhecido nas ruas da cidade, mas “nada comparado a Arthur Zanetti, Sara Menezes ou Leandro Guilheiro”, brinca. O esporte entrou em sua vida ainda na infância, aos 8 anos. Antes, praticou judô, jíu-jítsu, caratê e boxe, mas foi no taekwondo que se encontrou. Seu mestre e treinador Belmiro Giordani notou o talento e o incentivou na carreira. A aposta deu certo: ainda na idade juvenil, Leonardo foi faixa preta, integrou a seleção brasileira e colecionou títulos, entre eles, os dos Campeonato Brasileiro e Campeonato Paulista de Taekwondo. Em 2015, foi vice-cam-

12

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

foto: ittfworld

peão sul-americano, o que lhe garantiu disputar uma vaga para o Rio 2016. Quem vê esse jovem atleta, mal sabe que a disputa pela medalha será mais uma etapa rumo à vitória: ele já colocou no chão dois diagnósticos de câncer, um aos 2 anos, no rim, e outro, no pulmão, em 2013. “Passei por vários momentos entre a vida e a morte. Foi duro, mas me recuperei e o esporte foi fundamental nesse processo. Quando descobri o segundo nódulo, estava no auge da carreira e os médicos disseram que eu poderia não voltar a lutar”, relembra. Contrariando as previsões da medicina, Leonardo prepara-se para disputar o que pode ser sua primeira olimpíada. Outra esperança de trazer premiações é a mesatenista Lígia Silva (Fupes), que também aguarda sua convocação para a quarta disputa olímpica. Há mais de 15 anos em Santos, Lígia iniciou no tênis de mesa aos 13 anos, na Vila Olímpica de Manaus, sua terra natal. Sua vida muito simples na capital do Amazonas mudou radicalmente quando ela veio para o litoral paulista, com um sonho e uma raquete. “Temos que ser do tamanho dos nossos sonhos e, com certeza, temos que ser grandes. Santos me acolheu desde que cheguei. Aqui conquistei tudo o que um atleta sonha, inclusive a possibilidade de brigar por títulos para o tênis de mesa no Brasil”. Durante a adolescência, ainda em Manaus, a mesatenista treinava sozinha diante de um espelho, no Centro Olímpico de Manaus, já que faltavam mesas e até mesmo adversários para a preparação. E foi vendo seu reflexo que vislumbrou que venceria na vida. Prestes a disputar mais uma edição olímpica, sonha com a vitória no Brasil. “Jogar em casa com a galera toda gritando meu nome vai ver demais! Estou treinando muito para garantir essa participação, pois quero medalhas”. Sua primeira participação em uma competição importante foi no Pan-Americano de 1999, quando ainda dava suas primeiras raquetadas na categoria profissional. Mesmo deslumbrada por estar no meio de tantos competidores de alto rendimento, garantiu seu primeiro bronze, aos 18 anos. E não parou mais. Em sua lista de vitórias está a medalha de prata por equipe nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, do ano passado, e participações nos Jogos de Sidney, Atenas e Londres. O judô, uma das principais apostas da delegação brasileira, tem a veterana Maria Suelen Al-

A mesatenista Lígia Silva aguarda sua convocação para a quarta disputa olímpica. Em sua lista de vitórias está a medalha de prata por equipe nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, do ano passado, e participações nos Jogos de Sidney, Atenas e Londres

13


esporte

Foto: Márcio Bruno CBJ

No judô, Maria Suelen Altherman treina forte para garantir sua vaga na seletiva, que deve acontecer até abril

14

therman (Fupes), como uma das principais atletas da região com chances de participar do Rio 2016. Prestes a disputar sua segunda olimpíada, pois ficou com o 5º lugar na categoria, em Londres, ela treina forte para garantir sua vaga na seletiva, que deve acontecer até abril. “Olimpíada não tem favoritismo, mas quero retribuir o carinho da cidade que me acolheu tão bem, com vitórias. Amadureci bastante desde a edição dos jogos anteriores e acredito que ter a torcida brasileira será um grande incentivo. Rumo às medalhas!”. A judoca coleciona títulos, como o vice-campeonato mundial nos anos de 2011 e 2013, que ajudaram a popularizar seu nome nas ruas da cidade. “Estamos na cidade consagrada pelo futebol de Pelé e Neymar, e, ainda assim, sou parada por pessoas que torcem por mim. Conto com essa torcida para o Rio também”, brinca. Ex-judoca olímpica, Danielle Zangrando disputou duas edições dos Jogos, em Atlanta e Atenas. Hoje é diretora de marketing na Fundação Pró Esporte de Santos (Fupes), entidade que patrocina diversos nomes do esporte santista. De lá acompanha de perto a trajetória e desempenho de muitos deles. “Acredito no potencial dos atletas de Santos e região e, sobretudo, nas possibilidades de vitórias, pois nossa delegação é muito forte. Disputar uma olimpíada é o sonho de qualquer atleta e em uma edição no seu próprio país, algo que nunca imaginávamos acontecer um dia, é ainda mais especial. Temos atletas que, se garantirem a classificação, podem despontar como favoritos”, avalia. Outros atletas que aguardam suas classificações: Luiz Revite (Fupes) e Leandro Guilheiros (Pinheiros), ambos do judô; e Nicolas Santos e Mateus Santana, da natação da Unisanta. Bruno Matheus aguarda sua vaga pelo triatlo, e os ciclistas Gideone Monteiro e Ana Polegatch, da equipe Memorial/Fupes, também estão no páreo para o Rio 2016. A primeira participação de um atleta da região nos Jogos aconteceu em 1932, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O santista Antônio Rebello Júnior, atleta do remo, conquistou o oitavo lugar representando o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro. Desde então, até 2014, mais de 50 conterrâneos de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Peruíbe disputaram olimpíadas, entre eles Rogério Sampaio, do judô, Sanderlei Parrela, do atletismo; Rodrigo Santana, o Rodrigão, do vôlei; Paulo Miyashiro, do triatlo; e o jogador Neymar, que representou a Baixada em 2012.

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Força paralímpica

limpíada, em Pequim”. Esse ano, a paratleta chega à sua segunda paralimpíada, no Rio, na categoria F54. Dessa vez, disputa pelo paratletismo, modalidade em que é recordista brasileira e das Américas no lançamento de disco e peso, com mais de 30 quebras de recordes nacionais. É dona da medalha de ouro no lançamento de disco, medalha de prata no arremesso de peso nos Jogos Para Pan-Americanos de Toronto e medalha de bronze no Campeonato Mundial, no arremesso de peso, em 2015. Aos 50 anos, Elizabeth é uma das paratletas mais velhas do Brasil. “Vou brigar pelo título com pessoas mais novas do que eu. Minha trajetória só mostra que, com força de vontade e dedicação, é possível ir longe. Vejo a esclerose como uma ‘companheira’ que vai me acompanhar para sempre. Mas deixo bem claro que ela nunca vai me vencer. Estou pronta para o Rio, quero e vou surpreender”, diz a paratleta, que deve disputar as provas de arremesso de peso, levantamento de disco e lançamento de dardo em cadeira de rodas. Outra aposta é o estreante Israel Stroh (Saldanha/Fupes), mesatenista que ocupa a 12ª colocação no ranking mundial da categoria, e o 8º lugar na classe 7. Durante cinco anos, Israel disputou provas em categorias de jogadores sem deficiência, e como seu rendimento era sempre inferior ao dos demais jogadores, acreditava ser um atleta mediano. “Um dia, um

Foto: ind / agenciauno / roberto candia

Foto: Marcio Rodrigues / MPIX /CPB

A edição paralímpica dos Jogos do Brasil também promete mexer com as emoções da torcida por aqui. Dos quatro atletas já convocados para os Jogos, dois são paratletas. Em comum, além da garra, são as histórias de superação de Israel Stroh, do tênis de mesa, Elizabeth Gomes, do paratletismo, já classificados, e do nadador Carlos Farrenberg, que aguarda sua convocação. Até os 27 anos, Elizabeth Gomes (Fast Wheels/Fupes) tinha uma vida considerada normal. Caminhava com as próprias pernas, trabalhava como guarda municipal e jogava vôlei. Sua vida mudou no dia em que sofreu uma fratura que culminou na descoberta, seis meses depois, de uma esclerose múltipla, doença autodegenerativa, que lhe provocou paralisia dos membros inferiores. Depressiva por achar que não praticaria mais esportes, mudou o rumo de sua história ao entrar para a equipe de basquete sobre rodas, modalidade indicada por outra cadeirante. Ela conta: “No começo, relutei sobre essa ideia. Fui um dia ao treino, mas desisti de continuar ao entrar no Rebouças, local onde eu havia sido campeã de vôlei tantas vezes”. Superando suas lembranças, voltou, e dois meses depois, disputaria seu primeiro campeonato na nova modalidade. “Não parei mais e, em uma cadeira de rodas, cheguei à minha primeira Para-

Elizabeth Gomes, ao lado, chega à sua segunda paralimpíada. Acima, o mesatenista Israel Stroh, estreante nos jogos. Ele foi um dos medalhistas nos jogos Para Pan-Americanos de 2015

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

15


Foto: Jonne Roriz / MPIX /CPB

esporte

Depois de acesa em Olímpia, a tocha passa por um revezamento de 90 dias. Ela chega por aqui no dia 22 de julho, quando estão previstas visitas à Praia Grande, Guarujá e São Vicente. Santos será uma das 82 cidades celebrações, que são pontos nos quais será feito o fim do revezamento a cada dia, com um grande evento

16

jornal no qual fui estagiário me ofereceu uma vaga na cota de deficientes. Fiquei sem entender nada”, conta. O segundo alerta veio de um treinador que sugeriu a Israel que integrasse a equipe de parabadminton. “Procurei um médico e ele disse que eu tinha paralisia cerebral, problema que eu desconhecia que tinha, já que a minha limitação de movimentos nas pernas era praticamente despercebida”, diz. Após o diagnóstico, Israel passou a integrar categorias de portadores de deficiência. Viu seu rendimento melhorar e percebeu que não era um atleta mediano, e, sim, que competia em condições desiguais. Depois disso, o paratleta garantiu medalhas de bronze no Torneio Mundial da França, sagrou-se campeão brasileiro, campeão sul-americano 2014, individual e por equipe, além de ser medalhista no individual na classe 7, nos jogos Para Pan-Americanos de 2015. “Estou confiante de que tenho chances. Espero que os brasileiros e conterrâneos ouçam o hino e hasteiem a bandeira junto comigo”, torce o santista. Tudo indica que, além dos competidores acima, o nadador Carlos Farrenberg, o Carlão (Unisanta), também tenha seu nome na lista de confirmações, em breve. Sua vitória no campeonato mundial o deixou ainda mais perto da vaga para o Rio 2016. A convocação oficial, porém, deve sair apenas em julho. Com experiência de duas participações olímpicas, Carlão conquistou o 4º lugar em Pequim e o 6º, em Londres. “Acho que na minha segunda participação, o excesso de confiança atrapalhou

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Foto: Jonne Roriz / MPIX /CPB

Com vitória no campeonato mundial, o nadador Carlos Farrenberg chegou mais perto da vaga. A convocação oficial, porém, deve sair apenas em julho

um pouco. Então, senti que precisava evoluir e amadurecer para ter um preparo melhor. Desde 2013, passei a treinar focado no Brasil. Estou tranquilo e com bastante garra para nadar pelo pódio”. Hoje, Carlão, portador de baixa visão desde os seis meses devido à toxoplasmose congênita, é segundo do mundo na sua categoria, a S13, nos 50 metros livre, atrás apenas do bielo-russo Ihar Boki. Apesar de não ter batido o tempo do concorrente, Carlão cravou o melhor tempo das Américas. O nadador já imagina a força da torcida e relembra sua participação no Pan-Americano de 2007, no Rio, onde foi prata. “A saudação da galera é de arrepiar. A cada braçada é como se fosse uma comemoração de gol. É um apoio inexplicável, emocionante e que mexe com os adversários”, garante. Além dos três paratletas, outros possíveis nomes são os mesatenistas Lucas Maciel (Fupes), que disputou os Jogos Paralímpicos de Londres e campeão do Para Pan 2011, e Jennyfer Parinos, campeã dos Jogos Para Sul-Americanos por equipe, e vice no individual, campeã brasileira 2014 e medalhista de prata individual na classe 9\10 em Toronto. Também são aguardadas as classificações dos paraciclistas Soelito Gohr, campeão mundial de estrada 2009 e 2010, campeão nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e campeão mundial de pista 2014, e de Lauro Chaman, vice-campeão mundial de estrada de 2014, e duas vezes

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

medalha de ouro nas provas de ciclismo de estrada e contra relógio de estrada classe 4/5, e prata na perseguição individual nos Jogos Pan de Toronto.

Passagem da tocha E se não bastassem tantos atletas com possibilidades de representar a Baixada, a Olimpíada 2016 reserva ainda outras surpresas para a região, entre elas a passagem da tocha, elo entre os Jogos da Antiguidade e da Era Moderna. Depois de acesa em Olímpia, a chama passa por um revezamento de 90 dias, que anuncia os Jogos e transmite uma mensagem de paz e amizade. E essa mensagem passará por aqui no dia 22 de julho, conforme divulgado pelo Comitê Organizador Rio-2016. Estão previstas visitas à Praia Grande, Guarujá e São Vicente, dentre as 300 cidades brasileiras selecionadas para a cerimônia. Santos será uma das 82 cidades celebrações, que são pontos nos quais será feito o fim do revezamento a cada dia, com um grande evento. Quem explica é Vinícius Reberte, que atua na Gestão Esportiva da Secretaria Municipal de Esportes (Semes). “A passagem da tocha representa uma parte dos Jogos Olímpicos. Mantendo a tradição esportiva em sediar grandes eventos, levaremos a população às ruas para celebrar esse símbolo tão tradicional, e mostraremos para o mundo como podemos abastecer a chama com o calor dos santistas”.

17


esporte O percurso e os nomes dos atletas ou convidados que carregarão a tocha ainda não podem ser divulgados por determinação do Rio 2016, mas Reberte adianta que a pira passará por diversos pontos e a passagem será encerrada com uma grande festa e show na praia.

Delegações na região

Foto: Anderson Bianchi

Além de enviar representantes para os Jogos, a região também recebe atletas de delegações internacionais, para realizar suas aclimatações, considerando a semelhança climática e geográfica com o Rio de Janeiro. Outra vantagem é que Santos oferece uma infraestrutura esportiva adequada, como os ginásios Arena Santos, Sesc e o Complexo Esportivo da Unisanta, que constam na lista de 172 instalações no Brasil. Também podem ser usados o Complexo Esportivo e Recreativo Rebouças, o novo espaço para ginástica artística do M. Nascimento Júnior e os clubes Internacional, Ingleses e Tênis Clube; esses três últimos podem receber atletas de saltos ornamentais, tiro ao arco e tênis. O secretário de Esportes Alcídio Mello, que integra o Comitê Santos Pró-Olimpíada, acredita que “o intercâmbio com esses atletas representa uma perspectiva de desenvolvimento na cidade, que gera um estímulo para a cultura esportiva. Queremos que o santista vivencie esse momento”. Considerada a capital nacional de triatlo, Santos recebe a equipe italiana da modalidade, que, entre os dias 9 e 16 de agosto, hospeda-se na cidade para treinar na praia e se ambientar para as disputas olímpicas. A seleção de natação da Itália também fará sua preparação no município e usará a piscina da Unisanta, uma das poucas olímpicas de 50 metros e cobertas no Brasil, o que ajudará os treinos durante o inverno, estação na qual os

18

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


jogos acontecem. A delegação de 55 pessoas, das quais 36 atletas, além de técnicos, fisioterapeutas, médicos e massagistas, permanece na cidade entre 20 de julho e 5 agosto. A mais recente confirmação foi da seleção japonesa de maratonas aquáticas, que também deve usar o Parque Aquático da Unisanta, para a preparação. O Comitê Pró- Olimpíada da cidade está confiante e aguarda novas confirmações. Uma das possibilidades, ainda em tratativas, envolve uma equipe de ginástica artística da Europa. Até o momento, o Comitê está em contato com mais de 50 países em mais de 30 modalidades, olímpicas e paralímpicas, mas nada oficializado até o momento. Um dos motivos é que muitas delegações preferem aguardar a divulgação das classificações. Os Jogos Olímpicos reúnem 200 países, 45 modalidades olímpicas e 22 paralímpicas, o que aumenta as chances de a Baixada Santista ser escolhida por outros países e modalidades. Guarujá e Praia Grande são fortes candidatas a recepcionar equipes na região. A primeira está em tratativas avançadas com a seleção de vôlei de praia da Holanda, enquanto a segunda cobiça a seleção japonesa de ginástica artística, que já visitou a cidade algumas vezes.

Um dos mais importantes congressos das áreas de educação física, ciências do esporte e medicina esportiva será realizado em Santos, entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro. Expectativa é receber de 3 a 4 mil atletas, dirigentes, cientistas e estudantes de 70 países no Mendes Convention Center

Dentro do contexto olímpico, outra conquista para a região é sediar a terceira edição do Congresso Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva, em 2016 (Internacional Convention on Science, Education and Medicine in Sport – ICSEMIS), um dos mais importantes das áreas de educação física, ciências do esporte e medicina esportiva, que será realizado em Santos entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), instituição organizadora. Na etapa final para definir a cidade-sede do Congresso, Santos disputou com Campinas, que tinha o apoio da Unicamp. A reitora da Unifesp e presidente do Comitê local do ICSEMIS, Soraya Smaili, destaca que a “parceria com a prefeitura de Santos foi fundamental para que pudéssemos encarar e enfrentar este desafio do Con-

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

foto: Ivan Storti

Congresso Internacional de Ciência, Educação e Medicina Esportiva

Região também irá receber atletas de delegações internacionais, para período de aclimatações. O Complexo Esportivo da Unisanta, acima, e a Arena Santos, na página ao lado, constam na lista de 172 instalações no Brasil

19


Foto: Satiro Sodré/SSPress

esporte

Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto confirmadas entre as forças do Brasil na natação. Veteranas em olimpíadas, ambas disputaram a competição em Pequim

gresso”, que debaterá temas sobre genética, neurociência, elegibilidade e inclusão, nutrição, reabilitação, sociologia, psicologia e tecnologia ligadas ao esporte. Também participam nove especialistas como Yannis Ptsiladis, defensor do esporte sem doping; Sara Piva, da área de reabilitação; e Rory Cooper, que atua em prol da qualidade de vida de pessoas com deficiências. O Congresso ocorre de quatro em quatro anos, desde os Jogos de Pequim, em 2008, e acontece no intervalo entre os Jogos Olímpicos e os Paralímpicos, sempre no país anfitrião, mas em uma cidade fora da sede. A expectativa é receber de 3 a 4 mil atletas, dirigentes, cientistas e estudantes de 70 países no Mendes Convention Center; as atividades sociais acontecem no Sesc e em espaços públicos, a exemplo de caminhadas na praia. As edições anteriores aconteceram em Guangzhou, na China, e em Glasgow, Reino Unido, durante os Jogos de Londres em 2012.

20

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

21


www.hese.com.br contato@hese.com.br

A HESE EMPREENDIMENTOS desenvolve serviços em diversos segmentos sempre com alta qualidade e a certeza da satisfação de seus clientes.

Saneamento Básico e Ambiental

Construção Civill

Abastecimento de água potável, tratamento e coleta de resíduos orgânicos, tratamento e canalização de esgotos, tratamento e coleta de resíduos sólidos, drenagem pluvial, controle de emissões atmosféricas, entre outros, são serviços de extrema importância.

A Hese atua em todo esse ramo, construindo casas ou prédios residenciais, comerciais ou industriais.

Sinalização Viária vertical e horizontal

Quadras Poliesportivas

Seja horizontal ou vertical, temos a solução adequada para prefeituras, escolas, condomínios, estacionamentos e parques.

Especializada na construção ou reforma de quadras poliesportivas, a Hese oferece sua equipe de engenharia para auxiliá-lo no desenvolvimento do projeto à execução de espaços de lazer.

Empresa voltada às necessidades de seus clientes, com modernização e eciência e mão de obra altamente especializada. Faz a diferença por onde passa, pois torna realidade cada projeto, buscando o encantamento de seus clientes e sua delização com a HESE. Sua marca é focada no treinamento contínuo de seus prossionais, sempre com uma relação de transparência e crescimento.


Paisagismo e Jardinagem

Comprometida com o meio ambiente, a HESE atua nesse seguimento pois acredita que a preservação e educação ambiental é a garantia de futuro da humanidade e de nosso planeta. Atua de forma técnica no plantio de árvores, executando compensações ambientais.

Eletricidade de Baixa e Média Tensão

Poços Artesianos

Seja em instalações residenciais, comerciais ou industriais, possui larga experiência desde a entrada de energia, nos painéis, cabines primárias e secundárias, acompanhando as inovações tecnológicas. Atua na execução de projeto de luminotécnica, seja em vias públicas, parques ou quadras poliesportivas.

Nos momentos atuais de escassez hídrica, a Hese disponibiliza para seus clientes, estudos de geologia, viabilidade econômica e mesmo a execução de poços artesianos e semi-artesianos.

Terraplanagem e Pavimentação

Manutenção Eletromecânica

Uma de suas expertises, a Hese possui vasta experiência em terraplanagem, com transporte de terra ou aproveitamento interno do solo, atuando fortemente na área de pavimentação, seja com asfaltos, bloquetes, paralelepípedos e concreto, seja em ruas, avenidas ou ciclovias.

A Hese executa a manutenção corretiva, preventiva ou preditiva de suas instalações em indústrias, empresas de saneamento e condomínios.

Rua Conde de Assumar, 319 - Vl. Nivi - Cep 02255-020 São Paulo/SP - Fone. 11 2539.4357


turismo

Foto: PMI

Para sair de alma lavada 24

Parque da Usina, em Ilhabela, tem atrações culturais, cachoeiras e visual estonteante

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Por Marina Veltman Distante apenas três quilômetros da chegada da balsa, o Parque da Usina Prefeito Geraldo Junqueira, antigo Parque Municipal das Cachoeiras, em Ilhabela, é garantia de diversão para toda a família e sem nenhum custo, já que o acesso a todas as atrações é gratuito. Composto pelo Museu Náutico, Viveiro Municipal e pela Cachoeira da Água Branca, o local dispõe ainda de poços, diversas cachoeiras menores e um ‘escorrega’ natural. Imperdível. Já no caminho, você consegue avistar a Cachoeira da Água Branca: duas quedas paralelas, imponentes, uma com 62m e outra com 58m, atraem o olhar ao longo da estrada de acesso. Nos períodos de cheia, a Água Branca consegue ser avistada da balsa, tamanha sua majestade. Também conhecida como Cachoeira da Usina, a queda d’água era a responsável, na década de 1960, pela geração da energia elétrica na ilha, por meio de uma pequena usina hidrelétrica, inaugurada em 1958 pelo então Departamento de Águas e Energia Elétrica. Na década de 1970, o local recebeu motores a diesel, substituídos uma década depois por cabos submarinos, e sendo completamente desativado em 1993. A então usina deu lugar ao atual Museu Náutico, e inspirou o nome do parque. Com piso altamente escorregadio, a Água Branca não é aberta para banho, mas não se preocupe: o que não faltam no parque são cachoeiras liberadas para mergulho, de forma segura.

Museu Náutico Inaugurado em dezembro de 2014, o Museu Náutico ocupa o prédio da antiga usina. O local recebeu um grande acervo de peças que contam a história dos naufrágios ilhéus e uma rica mostra arqueológica. Construído aos pés da cachoeira, o visual do museu deixa qualquer um sem palavras. A imponência da água, que cai a menos de 50 metros da construção, é um atrativo à parte. Dentro do museu, uma grande parede de vidro permite que o visi-

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

25


turismo

Fotos: Marina Veltman

tante admire a cachoeira de dentro das instalações, o que permite que a beleza natural compita com os atrativos culturais - que não são poucos. Ilhabela concentra um dos maiores números de naufrágios do Brasil e o colecionador Jeanis Platon, que mergulha há 40 anos, reuniu um rico patrimônio formado pelo acervo que conta a história do fundo do mar - não só ao redor da ilha, mas também na região. São mais de 250 peças, algumas datadas do século XVIII, outras obtidas pessoalmente no fundo do oceano e outras ainda com antigos caiçaras que chegaram a presenciar os naufrágios. Âncoras, balas e canhões, armas, cerâmicas, porcelanas, malas de viagens... O museu reúne itens de 23 naufrágios e réplicas de alguns dos navios, como é o caso do espanhol Velasquez. De fabricação inglesa, do início do século XIX, o navio cargueiro afundou em outubro de 1908, na região ilhabelense chamada Ponta da Sela, e até hoje o seu mastro é visível nas marés baixas. A peça mais antiga exposta é uma âncora pertencente a um navio pirata, naufragado em 1721. Além de itens da cultura europeia, resgatados dos navios, os visitantes conferem também a mostra Vestígio e Tradições, do IHGAI (Instituto Histórico, Geográfico e Arqueológico de Ilhabela), montada por uma equipe especializada em arqueologia. São apetrechos artesanais caiçaras do cotidiano, utilizados até hoje nas comunidades tradicionais, assim como peças do período colonial, da ocupação indígena e até do período dos sambaquis, formados pelos povos pré-indígenas que ocupavam a região – um dos quais revela um esqueleto de mais de dois mil anos encontrado em Furnas, ao norte do arquipélago. Guilherme de Paula, estagiário da Secretaria de Cultura do município

Museu Náutico, inaugurado em 2014, ocupa o prédio da antiga usina. Possui um grande acervo de peças que contam a história dos naufrágios ilhéus e uma rica mostra arqueológica

26

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


e guia do museu, explica: “Através dos itens, temos a história do desenvolvimento de Ilhabela, desde a época mais remota até hoje. Dá para entender a nossa cultura e tradição”. O Museu Náutico é um dos passeios mais disputados pelos turistas que aportam de navios de cruzeiro, então a dica é evitar os dias de desembarque, quando o local fica muito concorrido.

Cachoeiras e mais cachoeiras A partir do museu, segue-se a estrada e, em menos de 100 metros já se avista o Viveiro Municipal (uma boa dica é deixar o carro no bolsão de estacionamento do museu e seguir o passeio a pé), no qual diversas espécies nativas podem ser conhecidas, com a vantagem de ser possível levar uma muda para casa. Pitangueiras, caramboleiras, ipês... A variedade é grande e as mudas são gratuitas. Em frente ao viveiro, um amplo deque permite o vislumbre do primeiro poço do parque: uma piscina natural rasa e larga, ideal para crianças pequenas. O deque é utilizado para a prática de birdwatching, ou visualização de pássaros, em tradução livre, segmento turístico que tem crescido exponencialmente na região e recebido ampla atenção da administração, como explica Harry Finger, secretário de Turismo de Ilhabela: “Para se ter uma ideia, são 80 milhões de turistas nesse segmento específico, e que, no Brasil, dirigem-se apenas à Amazônia e Pantanal. Queremos inserir nosso litoral nesse roteiro”. De fato, o local é propício para a prática. De acordo

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

A imponência da Cachoeira da Água Branca, que cai a menos de 50 metros da construção, é um atrativo à parte. Acima, detalhe do ambiente, que conta com mais de 250 peças, algumas datadas do século XVIII

27


turismo

O terceiro e maior poço do parque, com um escorrega natural, é atração entre crianças e adultos com o instituto BirdWatching Ilhabela, o parque reúne várias espécies de pássaros, entre eles o sabiá-laranjeira; sanhaço; saíra; periquitos; tiés; pica-pau-rei e dezenas de outras aves. Sem nenhum ambiente comercial ou construção residencial no entorno, as aves sentem-se à vontade para se exibir e encantar os visitantes. Ao lado do deque, uma trilha de cerca de trinta metros dá acesso ao rio e ao primeiro poço, muito requisitado por turistas e moradores. Marcela Helena, 39 anos, professora de capoeira, disse: “É a área liberada para banho, de águas limpas, mais próxima do centro da cidade. Venho aqui sempre que o calor aperta ou quando preciso recarregar as energias”. Ela é mãe de Othon, 6, que se diverte nas águas aproveitando as férias. Ao atravessar a água rasa, encontra-se a trilha que margeia o rio, beirando (e, às vezes, sobrepondo-se) as pedras. É um caminho aberto e sem grandes inclinações, possível de ser percorrido por pessoas de todas as idades, mas as pedras podem ficar escorregadias e todo o cuidado é pouco. Em menos de cento e cinquenta metros de caminhada chega-se ao segundo poço, esse com pequenas cachoeiras e piscina mais funda, na altura da cintura de um adulto. Quedas menores garantem a sensação de ‘banheira de hidromassagem natural’, um privilégio.

28

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Guia Onde: Parque da Usina, rua José Bonifácio, 843 – Ilhabela – SP. Preço: o acesso ao museu, viveiro e cachoeiras é gratuito. Como chegar: ao sair da balsa, segue-se sentido praia de Castelhanos até chegar ao campo de futebol. Lá, há placas indicativas para o Parque da Usina. O trajeto total, da balsa ao parque, é de cerca de 3km. O que levar: roupa de banho; calçado apropriado e que possa molhar (o piso é muito escorregadio nas trilhas); repelente; protetor solar; alimentos e bebidas (não existe comércio no local).

Para o terceiro poço, a trilha desvia e entra um pouco na mata, o que garante um vislumbre da floresta densa e rica, assim como dos centenas de milhares de borrachudos, já personagens famosos da bela ilha. A nuvem dos mosquitos é tão intensa que parar para apreciar a paisagem torna-se difícil: é preciso continuar se movendo. Em menos de cinco minutos alcançamos nosso destino: o terceiro e maior poço do parque, com um escorrega natural, além de duas cachoeiras de pouco mais de dois metros. Diversão garantida para marmanjos e crianças, o local pode e deve ser explorado aos poucos. Na área superior, acessada com auxílio de cipós, enormes pedras dão um aspecto cavernoso a uma área aberta, mas cercada pelas paredes rochosas pelos três lados.

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

Em meio à exuberante Mata Atlântica, uma surpreendente piscina de borda infinita. Caprichos da natureza

29


Foto: PMI

turismo

30

Nos cantos esquerdo e direito da ‘caverna’ existem cachoeiras, ideais para uma massagem rápida, que se unem em poças de água fundas e estreitas, como minibanheiras. A água corre até a pedra maior, lisa e muito escorregadia, dando origem ao pequeno escorrega, de aproximadamente cinco metros de extensão, e que desemboca em

uma pequena queda, de um metro e meio, sobre o poço: uma piscina de borda infinita de águas profundas e geladas. Na beirada, temos uma pequena represa (originalmente natural, mas com estrutura reforçada por humanos) que dá o efeito de borda infinita à piscina, com a mata verde e exuberante ao fundo. De tirar o fôlego.

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

31


32

Beach&Co nยบ 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

33


comportamento

Na crista da

onda Por Luciana Sotelo

Escola santista de surfe é pioneira no país e já preparou mais de 30 mil alunos de surfe para a terceira idade

Dizem que água com açúcar acalma. Mas tem gente que não abre mão da água salgada por nada. São pessoas adeptas ao surfe, no qual encontraram uma forma de interagir com a natureza, melhorar a qualidade de vida e ter muitos amigos. E ainda fazem parte da história; são alunos da escola pública de surfe mais antiga do Brasil. Um pedacinho desse importante capítulo você vai conhecer agora. Sediada no Posto de Salvamento 2, na praia da Pompeia, a Escola Radical de Surf

34

é uma referência em todo país pelo seu pioneirismo na modalidade. Em junho próximo, completará 25 anos. Mantida pela prefeitura de Santos, a escola atende anualmente cerca de 2 mil alunos e, ao longo de sua trajetória, já preparou mais de 30 mil pessoas, entre elas, Elza, Maria Inês, Maria Eduarda e o casal Edmea e Francisco. Em tempos de Gabriel Medina e Adriano de Souza, o “Mineirinho”, campeões do Circuito Mundial de Surfe (WCT), é bom lembrar que foi em Santos, nos idos de

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Sediada no Posto de Salvamento 2, na praia da Pompeia, a Escola Radical de Surf atende anualmente cerca de 2 mil alunos

1938, que se ‘pegou onda’ pela primeira vez. Naquele ano, com a ajuda de dois amigos, o brasileiro Osmar Gonçalves entrou em águas caiçaras para surfar. Ele mesmo construiu sua prancha, em madeira, com aproximadamente 80 quilos e 3,90 metros de comprimento, segundo um modelo norte-americano. Sem a pretensão de se tornar competitiva, apenas para cuidar do corpo e da alma, há dez anos, Elza Anunciata Rodrigues de Oliveira, 61 anos, seguiu os passos de Osmar. “Eu estava fazendo alongamento e estavam pegando o nome de pessoas interessadas no surfe para a terceira idade. Por curiosidade, preenchi a inscrição e vim. Nunca tinha ficado nem perto de uma prancha e foi muito gostosa a descoberta”. Elza começou na modalidade bodyboard (surfe deitado, com prancha específica), depois migrou para o surfe e mostra muita habilidade com a prancha. Ela revela que no mar consegue relaxar e esquecer os problemas. Além da tranquilidade que sente por estar em contato direto com a natureza, soma como benefícios da atividade o fim do colesterol alto e das dores no joelho. “Me sinto um peixinho. Tenho maior orgulho. Quando contei para meu filho que estava surfando ele não acreditou,

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

veio conferir de perto e não se decepcionou”, comenta satisfeita a aposentada que também já se tornou professora das netas, que adoraram a lição de vida repassada pela avó. Na escola há oito anos, Maria Inês Prata, de 68 anos, já sonhava com o surfe desde muito tempo. “Quando eu passava de ônibus por aqui, planejava que, quando me aposentasse, iniciaria as aulas. E foi o que aconteceu”. A professora aposentada vibra com cada conquista, cada movimento novo que consegue fazer no bodyboard. Coordenada desde a fundação por Francisco Alegre Araña, o Cisco, a escolinha funciona de segunda a sexta-feira, com turmas variadas e aulas pela manhã e tarde. Para participar, não é preciso ter conhecimento prévio, basta vontade. Cisco explica: “Atendemos todas as idades e lutamos muito pela inclusão. Essa escola foi a primeira a trabalhar com especiais, terceira idade, a construir pranchas para cegos, prancha multifuncional, entre outros”. Por causa dessa dedicação, Cisco coleciona momentos marcantes. Ele cita a perseverança do aluno Valdemir Correa, deficiente visual que, graças à sua superação, alcançou cidadania participativa por meio do surfe. “Teve também o

35


comportamento

Rafael, aluno com paralisia cerebral que não andava e começou a dar seus primeiros passos na escola. Foi impressionante. Hoje, estamos com cerca de 50 especiais. São fatos que valem muito mais do que os troféus conquistados por mim em minha carreira”. Além de Cisco, há outros professores. Um dos mais antigos é Irapajy da Silva Caetano, conhecido como Pajy. Ele começou como aluno, lá no comecinho e, aos poucos, passou a monitor e, depois, professor. “Sou do tempo em que o foco da escola era a competição e tinha poucos alunos, todos homens. Hoje, temos várias alunas, pessoas da terceira idade, e o interesse voltou-se mais para o lazer”. Seja qual for o objetivo do aluno, todos passam pelo mesmo método de ensino, assistido sempre por um professor, explica Pajy. “A pessoa pode chegar aqui sem saber segurar na prancha. Como Santos tem uma praia bem tranquila e o surfe é um esporte de baixo impacto, é possível aprender com tranquilidade. Primeiro, acontece a iniciação aos fundamentos, na parte rasa do mar, com ondas fracas. Depois desse processo, começam as adaptações ao meio aquático; ela vai aprender a remar para o fundo, ter aula de sobrevivência, de natação, de como perceber os locais de maior correnteza, meteorologia e consciência ambiental. Conciliamos teoria e prática”.

As aulas são gratuitas e a escola está aberta a pessoas em geral. Visitantes e estrangeiros podem fazer vivência de um dia, basta comparecer ao local e participar

36

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Para os alunos especiais, há algumas adaptações necessárias. “Por exemplo, para o deficiente visual saber de onde vem a onda, ele precisa observar alguns sinais da natureza. Condicionamos este aluno a perceber a chegada da onda, o vento, o barulho do trânsito que vem da avenida, essas coisas”, enfatiza Pajy. O tempo de aprendizado depende do empenho de cada um, afirma. “Em média, em um ano é possível surfar, porém, para ter todos os mecanismos do esporte, é preciso uma vida inteira”, brinca. Maria Eduarda Pacheco, 10 anos, conta que é bem esforçada. Sua meta é participar de competições, por isso, frequenta as aulas há um ano, três vezes por semana. “Minha mãe me incentivou bastante e estou disposta a aprender muitas manobras e me tornar uma surfista de verdade”. Seja por lazer ou competição, todos encontram um propósito para participar. Edmea e o marido Francisco têm um motivo para lá de nobre. Eles são os pais de Valdemir Correa, o primeiro aluno deficiente visual da escola. Edmea Pereira Correa, 68 anos, está matriculada há 9 anos. “Meu filho tinha glaucoma e, por erro médico, perdeu a visão. Foi

Escolinha funciona de segunda a sexta-feira, com turmas variadas e aulas pela manhã e tarde. Para participar, não é preciso ter conhecimento prévio, basta vontade

Elza Anunciata Rodrigues de Oliveira, 61 anos, pratica a atividade há dez anos e mostra muita habilidade com a prancha

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

37


comportamento

Francisco Verazane de Aguiar, Valdemir Correa e Edmea Pereira Correa. Uma família com muitas conquistas proporcinadas pela prática do esporte

um golpe, mas com a ajuda do surfe, que ele nunca havia praticado antes, superou a deficiência rapidamente. Ele iniciou e não falou nada em casa. Quando eu descobri, vim ver e acabei entrando na onda dele”. Com o tempo, ela convenceu o marido e, assim, a família passou a ficar muito mais unida. “A gente já vem no caminho para a escola conversando, um acompanha o desenvolvimento do outro, isso é fundamental. Me arrependo é de não ter começado antes, porque minha saúde também melhorou muito. Eu tinha dores na perna e agora não tenho mais nada”. Francisco Verazane de Aguiar, 71 anos, também só tem elogios a fazer. “Após um acidente de carro, eu fraturei duas vértebras. Foi aí que o Cisco me indicou o surfe. Esse encontro com o mar deixa a gente com mais confiança, eleva a autoestima. Quando eu venho surfar, me sinto mais leve, mais confiante. Essa confiança, a gente que já tem uma certa idade, leva para o nosso cotidiano, para atravessar uma avenida, dá uma revigorada. Me sinto mais jovem. E fico feliz também, claro, pelo meu filho”. As aulas são gratuitas e a escola está aberta a pessoas em geral. Visitantes e estrangeiros podem fazer vivência de um dia, basta comparecer ao local e participar.

38

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

39


decoração

Fotos Patrícia Cardoso

Previsão de bom tempo

40

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Com uma casa bem planejada e decorada na medida, na praia da Cocanha, o clima ĂŠ sempre excelente

Beach&Co nÂş 163- Janeiro/2016

41


decoração

Por Maria Helena Pugliesi

Móveis de bom design e revestimentos de baixa manutenção garantem conforto para quem mora na casa e para os hóspedes de final de semana

42

Um paraíso na praia da Cocanha, em Caraguatatuba, praticamente na areia, a apenas 100 metros do mar, construído pelo arquiteto Eduardo Bevilacqua e decorado pela arquiteta Vanessa Feres é o sonho de consumo de quem gosta da vida à beira-mar. A casa de 550 metros quadrados possui dois níveis, numa construção moderna de linhas retas. O patamar superior abriga as cinco suítes e mais área íntima de convivência. Na parte térrea, a entrada imponente desemboca nas áreas sociais – salas de estar, jantar e TV, cozinha e uma varanda anexa à piscina que se lança, como num mergulho, à paisagem. Os espaços amplos e integrados, as generosas aberturas, a praticidade dos acabamentos atestam a preocupação do profissional em criar uma morada confortável tanto no dia a dia, quanto nos finais de semana e férias, quando os donos recebem seus hóspedes. A decoração seguiu o mesmo princípio. A arquiteta Vanessa Feres conta que privilegiou tudo que não sofresse com a umidade e com a maresia: “As cores das paredes e dos móveis são claras, para não desbotar. Usei muito couro, ultra suede e linho sintético, pois são fáceis de limpar, e, na área externa, não quis nada estofado, assim as peças duram muito mais”. Os proprietários moram na casa há dez anos. Sua rotina não poderia ser mais saudável. Todas as manhãs eles passeiam pela praia, dão um mergulho no mar e, aí sim, sentem-se aptos a enfrentar o trabalho. Antes de anoitecer já estão de volta, para usufruir mais um pouquinho das delícias de se estar diante de um horizonte sem fim.

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Amplas aberturas permitem que a luz natural ilumine todos os ambientes praticamente o dia inteiro, um jeito saudável e econômico de viver à beira-mar

“Amamos esta casa. De qualquer lugar podemos ver o mar. As janelas, as portas e as claraboias deixam os ambientes frescos e luminosos; acendemos as luzes só depois das 20 horas. O Edu captou muito bem os meus desejos. Adoro a ligação direta que ele fez da cozinha com a área da churrasqueira, agiliza muito o trabalho. A Vanessa também virou uma amiga querida. Sempre que relaxo no sofá da sala ou na cama em meu quarto, me orgulho da decoração proposta por ela, tudo muito elegante, mas sem afetação”, comemora a dona do imóvel. Inaugurada com uma linda festa de Réveillon, desde então a morada já foi cenário de muitas comemorações. Natais, aniversários e até casamento – o filho mais velho casou no local, com o altar construído sobre a piscina -, ocuparam seus agradáveis espaços internos e externos. No entanto, é para 2016 que ficou reservada a maior de todas as celebrações, as Bodas de Rubi dos proprietários.

Móveis: Marcenaria GF Decorações e Lasca (externos) Luminárias: La Lampe Cozinha: Florense Tecidos: Bauhaus e Regatta Pastilhas Vidrotil da piscina: Toque Final Paisagismo: Adriane Muratt encantador da Cocanha

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

43


comportamento

O espetรกculo que se renova

44

Beach&Co nยบ 163 - Janeiro/2016


A arte circense, da lona para as academias, diverte e melhora a qualidade de vida

Por Luciana Sotelo

Artistas do Phantanas NĂşcleo de Patifaria Circense

Beach&Co nÂş 163- Janeiro/2016

45


comportamento

“Respeitável público! Vai começar o maior espetáculo da Terra...”. Quem já foi a uma apresentação de circo, sabe que são essas palavras mágicas que antecedem um verdadeiro show de malabarismo, contorcionismo, acrobacia, palhaçada, ilusionismo e muitas outras atrações. O picadeiro é o grande centro das atenções no qual palhaços entram em cena e geram uma explosão de risos com suas cambalhotas e o mágico desperta curiosidade com truques incríveis. O universo do circo é lúdico e encanta adultos e crianças. Nos últimos tempos, porém, o circo clássico de lona perdeu espaço nas grandes cidades por inúmeros fatores, entre eles, a falta de terrenos vazios, as rígidas exigências impostas por legislação e a concorrência com outras formas de comunicação de massa. Dessa forma, surgiu uma versão mais moderna, que lembra um espetáculo de dança; o mais famoso deles é o Cirque Du Soleil, que emociona plateias em todo o mundo. Trata-se do circo contemporâneo, que passou a chamar ainda mais a atenção das pessoas, principalmente, as que querem ter, além da diversão, qualidade de vida. Não é por acaso que a modalidade está em evidência nas academias de ginástica,

clubes e em escolas de arte, que disseminam a cultura circense para melhorar a forma física, trazer mais flexibilidade, liberar o estresse e, de quebra, proporcionar mais conhecimento. Com a mistura de divertimento, força, superação de limites e muita concentração, as aulas de circo englobam exercícios desafiadores como os malabares e acrobacias, ajudam a queimar calorias, melhoram a coordenação motora e definem a musculatura dos praticantes, afirma Lucas Rodrigues Loreto, professor de circo do Estúdio Fisiopoleart. Ele reforça: “O circo em academia tem crescido muito, as pessoas perceberam os seus benefícios. Muitos optam pela parte estética, ao ver o artista todo preparado fisicamente, com abdômen trincado, corpo torneado e muita resistência. Outros escolhem pela questão lúdica envolvida, em muitos casos, por desafiar a gravidade. É algo incrível”. Para o instrutor, que conheceu as técnicas circenses aos 14 anos, se apaixonou e, posteriormente, foi buscar formação profissional na Associação Londrinense de Circo, o mais interessante é fazer da atividade física algo natural, prazeroso, e assim são as aulas de circo. “Não tem rotina, não tem repetições, não tem mo-

Vila do Teatro Outro local para aprender iniciação de técnicas circenses é a Vila do Teatro, em Santos. Inaugurada em 2012, a casa oferece, além de peças teatrais, oficina de circo, gratuita e ministrada pelos integrantes do Phantanas Núcleo de Patifaria Circense. Além do aprendizado, o grupo também apresenta espetáculos e apresentações circenses para a população. De acordo com o ator e educador social Sidney Herzog, o palhaço do grupo, as aulas acontecem às quintas feiras, das 19h às 22 horas e não têm o intuito de formação de artistas, apenas o hobby. “Ensinamos acrobacias de solo, que são as cambalhotas até os saltos; temos os malabares, perna de pau e muito mais. Tudo isso transforma a pessoa. Quando ela se dá conta que consegue dar uma cambalhota, por exemplo, fica encantada”. A Vila fica na praça dos Andradas, s/nº, no centro.

46

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Tradição mantida Segundos dados históricos, o circo teve origem na época das violentas lutas de gladiadores. Foi durante o século VI a.C. que apareceram as primeiras versões desse tipo de entretenimento. No Brasil, o circo teve ligação forte com grupos ciganos oriundos da Europa. Viajantes se apresentavam nas cidades com tendas, festas, e exibições artísticas. Já no século XIX, mantendo a característica itinerante, o circo tradicional passou a existir no país. E em 1977, época do pico da diversão, surgiu, em São Paulo, a primeira escola de circo no Brasil, chamada Piolin, um dos mais famosos palhaços brasileiros. Em 1982, a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, transformou jovens de todas as classes sociais em especialistas desta arte. Em Santos, a cultura do circo permanece viva e é muito bem divulgada pelo Sesc que, além de apresentações artísticas com grupos nacionais e internacionais, realiza ações formativas para o público de diversas idades sobre a temática, tanto de iniciação quanto de aperfeiçoamento. Possibilita ainda a realização de mostras de circo: Circo d’Areia, Circuito Sesc de Circos e Itinerância do Festival Circos.

notonia. Isso faz com que a pessoa realmente goste do que está fazendo e evita que se torne sedentária”. E com brilho nos olhos, ele completa. “Os ensinamentos do circo são para se levar para a vida. Não é apenas uma forma de preparo físico, a disciplina envolve adaptação para situações inesperadas, é o famoso improviso. Sempre pode haver o erro e o circo ensina como lidar com isso durante a execução de uma performance ou mesmo na vida”.

Uma pirueta, duas piruetas… Um verdadeiro picadeiro decora a sala da academia, com aparelhos e elementos usados pelo professor e seus alunos. A aula de arte circense, ministrada por Lucas, dura uma hora e mistura acrobacias e treinamento no tecido e trapézio. Dividida em três partes, ela começa com o aqueci-

O professor Lucas Rodrigues Loreto e a aluna Beatriz Ramos Portela, que se especializou em contorcionismo

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

47


comportamento As aulas de arte circense têm ganhado um número cada vez maior de adeptos, por garantir muitos benefícios como equilíbrio, força e flexibilidade.

Para entender melhor O professor Lucas disseca, abaixo, cada uma das modalidades e seus benefícios. Trapézio: é um aparelho de ginástica usado para acrobacias aéreas. Suspenso por duas cordas e preso ao teto, é nele que Lucas ensina poses estáticas, pranchas, quedas, movimentos de balanço, entre outros. “Aqui, são trabalhados basicamente todos os músculos, além do equilíbrio, força e flexibilidade. É incrível o que dá para fazer, utilizando apenas o peso do próprio corpo. São colocadas à prova todas as capacidades físicas da pessoa”. Tecido acrobático: é uma performance circense de acrobacia aérea executada em um longo tecido suspenso, com maleabilidade para os movimentos. Nele, são trabalhados movimentos de subida, queda e posturas diversas. “Por meio dessa atividade, é possível exercitar bastante os membros superiores e o abdômen”. Acrobacia: similar à ginástica rítmica ou artística, é executada em duplas, trios ou mesmo grandes grupos. “Como forma de exercício, atua sobre todos os músculos, aumenta o condicionamento aeróbico, a força, equilíbrio e é muito interessante porque cria uma interação entre os praticantes, cria o vínculo de confiança porque um confia a vida ao outro. Muitas famílias procuram as aulas para ter mais contato entre pais e filhos”.

48

mento, depois vem o aprendizado das técnicas e, por fim, o relaxamento. Na primeira etapa, acontece o preparo do corpo para a atividade com o intuito de evitar lesões. Bem como o relaxamento, que prepara o corpo para o fim dos movimentos. Na aula circense propriamente dita, existe um revezamento entre exercícios aéreos, de solo e, inclusive, a parte de interpretação, com técnicas de clown (palhaço), define Lucas. “Trabalhamos cambalhotas, estrelas e uma série de movimentos básicos. Apenas com o desenvolvimento individual de cada aluno e com o passar do tempo é que damos início aos números que exigem um maior condicionamento físico e habilidades do participante”. No estúdio em que Lucas ensina, são repassadas três modalidades: trapézio, tecido acrobático e acrobacias. “Com essa variedade, o aprendizado torna-se uma atividade completa. Envolve todos os grupos musculares, além da concentração e agilidade. É excelente para a correção da postura também”, afirma Lucas. Uma das alunas é Beatriz Ramos Portela, 17 anos. Ela procurou o circo para

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


não perder a forma física, adquirida à base de muita ginástica feita durante cinco anos. Ela diz: “Por causa do vestibular, eu parei, mas como não queria perder o meu preparo, procurei outro hobby e encontrei o circo”. Há dois anos, especializou-se em acrobacias, sente-se leve e com a saúde em dia. “Só tenho coisas boas para falar, afinal, consegui tudo que eu queria e um pouco mais”. Os resultados positivos podem ser observados nas novas matrículas, que aumentam a cada dia, segundo a proprietária. União. Foi essa a razão que levou a farmacêutica Flávia de Andrade e o filho Arthur, de 11 anos, a iniciarem o curso. Flávia explica: “A gente trabalha demais e é preciso valorizar o que temos de melhor que é a família. Aqui, durante as atividades, ficamos muito mais em contato, conseguimos ter mais integração através do lúcido, sem contar que ainda melhora nosso condicionamento físico e aumenta a autoestima, porque a gente se entrega, se solta de verdade”. O filho orgulha-se de possibilitar essa

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

satisfação para à mãe e, mais, de conseguir fazer as acrobacias de solo. “É muito bom e sei que vou conseguir fazer muito mais”. O grande atrativo é que não tem contraindicação; os exercícios podem ser feitos por pessoas de todas as idades, salienta Lucas. “Todos os perfis se encaixam para a prática, desde crianças bem pequenas até o pessoal da terceira idade. Durante a atividade, o aluno esquece os problemas e volta-se apenas ao objetivo daquele momento. Isso eleva a autoestima também, com a satisfação individual de perceber que já consegue realizar o movimento”. Julia Zerbetto, 7 anos, também está adorando. Há um mês na academia, ela conta que já tinha tido contato com as técnicas circenses na escola e resolveu se aperfeiçoar. “Eu adoro, me identifiquei muito porque a gente não para um minuto”. E a mãe Roberta Nascimento de Carvalho surpreendeu-se. “Ela só fala nisso, tem superfacilidade em fazer os exercícios. Percebo a felicidade da minha filha e isso é maravilhoso”.

49


comportamento

Uma festa

animal! A relação harmônica entre o homem e o meio ambiente é a principal missão desta empresa que oferece, além de muita diversão, consciência ambiental nas festas de aniversário da garotada

Por Luciana Sotelo

Inovar e ainda se preocupar com uma causa para lá de nobre. Que tal ter como convidados da sua festa lagartos, baratas, sapos e até cobras? Uma empresa deixou de lado o entretenimento simples para crianças e resolveu tratá-las como gente grande, oferecendo conceitos de preservação da natureza de forma lúdica e com a ajuda desses até então ‘temidos animaizinhos’. Sua meta é a relação harmônica entre o homem e o meio ambiente; a iniciativa visa influenciar a criança, para que ela seja mais participativa na proteção do ecossistema. E é durante sua festinha, num momento de

50

pura descontração, que tudo acontece. O teatro ambiental, como é chamada a ação, envolve a presença de vários animais da fauna brasileira, o que deixa tudo muito mais interessante e, nele, são levantadas questões sérias tais como preservação ambiental, caça, queimada, desmatamento, poluição e extinção. Além disso, o monitor dá informações sobre os bichos mostrados, explica Diego Sanchez, o biólogo idealizador da SOS Ambiental. “O aniversariante é convidado a se sentar próximo do apresentador, e durante a programação, ele tem a oportunidade de tocar e interagir com os animais”.

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Fotos: Arquivo Pessoal

O teatro ambiental, como é chamada a ação, envolve a presença de animais da fauna brasileira. A criançada deixa de lado os salgadinhos e os docinhos, para se embrenhar numa verdadeira aventura de conhecimento sobre a floresta

Durante uma hora, a criançada deixa de lado os salgadinhos e os docinhos, para se embrenhar numa verdadeira aventura de conhecimento na floresta, por meio de parceiros como rãs, jabutis, cágados, lagartos, cobras, araras, porquinhos-da-índia, filhotes de jacaré-do-papo-amarelo e baratas de Madagascar. “A maior parte deles é silvestre e de espécies da Mata

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

Atlântica, floresta predominante no estado de São Paulo. Assim, para cada um deles, abordamos um tema sobre sua preservação”, explica o biólogo. Ele lembra ainda que todos os animais são devidamente legalizados, autorizados pelo Ibama, atestados clinicamente a cada três meses e sempre acompanhados por biólogos ou veterinários. “Ao final de cada

51


comportamento

E tem mais... A SOS Ambiental, existente há 13 anos, fica em São Paulo, mas já fez várias apresentações em eventos na Baixada Santista. No seu pacote de entretenimento constam ainda oficinas (entre elas, de mudas com espécies da Mata Atlântica, batata cabeluda, eco bag e colares de sementes nativas) e recreações ambientais.

apresentação, pedimos para os convidados formarem uma fila e todos os interessados e curiosos podem se aproximar e tocar nos animais”. A ideia surgiu quando Diego era professor de educação ambiental. “Recebi um convite para montar uma atividade voltada para festas infantis com a preocupação ambiental. Como já havia trabalhado no Zoológico de Sorocaba, tive facilidade em juntar teoria e prática. Montei um teatro educativo com cunho pedagógico. Nossa preocupação é para que o entretenimento não vire uma palestra”. Inicialmente voltada para crianças de 3 a 12 anos, a apresentação chama atenção de pessoas de todas as idades, revela a administradora de empresa Cristiane Nogueira Avallone, que contratou a equipe para a festa de 6 anos da filha Joana. “Ver a minha pequena totalmente concentrada na exibição não tem preço. Os outros aniversários eu fiz em bufê infantil especializado, com muitos brinquedos. Dessa vez, foi diferente. Absolutamente, todas as crianças pararam e ficaram encantadas com a aparição dos bichinhos. Muitos adultos também participaram, empolgados”. A surpresa de ver animais ‘temidos’ tão de perto e ainda poder tocá-los faz com que as garotada realmente fique interessada na causa. “Enquanto

Diego Sanchez, o biólogo idealizador da SOS Ambiental. Abaixo, uma das muitas festas com a participação do grupo

52

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Em meio as brincadeiras, são levantadas questões sérias tais como preservação ambiental, caça, queimada, desmatamento, poluição e extinção

recebem dados sobre a vida de cada uma das espécies, eles dão risada, aprendem e aumentam a consciência ambiental. Percebemos que essa geração está muito mais antenada”, revela Cristiane, afirmando que a filha vai querer repetir a dose na próxima festinha. Como educador, Diego vai mais além. A proximidade faz com que eles se sintam familiarizados e até responsáveis pelos animais. “As reações são as mais variadas e sempre positivas, pois as crianças se envolvem mesmo. Nosso maior mérito é juntar a diversão com educação; fazer as crianças pensar. Nossos participantes tornam-se cidadãos com maior censo crítico e passam a ser fiscais da natureza. Não tem nada melhor. Sinto que cada dia que passa, podemos mudar nossas atitudes e hábitos para uma vida mais saudável em relação ao meio ambiente”.

Durante a programação, aniversariante é convidado a tocar e interagir com os animais. Joana Avallone não perdeu a oportunidade

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

53


gastronomia

e s e n i t a l Ge Coloridas, geladinhas e refrescantes, as gelatinas não podem faltar no verão. Elas são fundamentais também na culinária, para dar consistência a doces e salgados

Por Fernanda Lopes Diz a história que tem sido assim desde o século XVI, quando, por acaso, cozinheiros palacianos descobriram o poder espessante de um subproduto. Ao cozinharem mocotó (pé de boi), perceberam que ele dava consistência às famosas galantinas da época. As galantinas são pratos feitos com carnes desfiadas ou processadas e cozidas com caldo da fervura de ossos, o que lhe dá aspecto gelatinoso. No século XVII, segundo o livro Saga da Alimentação, de Gabriel Bolaffi, surgiram as primeiras tentativas de comercializar a gelatina.

54

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Quantidade Normalmente 15g de gelatina em pó ou 5 folhas são suficientes para firmar cerca de 600ml de líquido. Se não for desenformar, a quantidade de gelatina pode ser reduzida a 1/3. Para substituir a gelatina em folha por gelatina em pó, devemos calcular que cada folha pesa cerca de 3g e absorve 15ml de água. Cinco folhas de gelatina mais 75ml de água = 15g de gelatina em pó mais 75ml de água.

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

Porém, a primeira versão com aroma de frutas foi feita em 1847 por um carpinteiro que a batizou como Jell-O (atualmente, uma das marcas norte-americanas mais famosas). Nos tempos atuais, a indústria utiliza, na maioria das vezes, pele suína para extrair a gelatina, mas pode-se usar até mesmo nadadeira de peixes. Segundo a coordenadora do curso de gastronomia da Unimonte, Maria de Fátima Gonçalves, a gelatina é um produto incolor, sem sabor e clara, sendo um agente geleificante largamente utilizado em preparações leves, delicadas e fofas (espumas). “Podemos encontrá-la no mercado de duas formas: em pó e em folha”. Ela ensina que, depois de hidratada, a gelatina endurece a 20°C e começa a derreter a 30°C (veja quadro).

55


gastronomia

Gelatina Mosaico Ingredientes: 1 caixinha de gelatina em pó sabor limão; 1 caixinha de gelatina em pó sabor abacaxi; 1 caixinha de gelatina em pó sabor morango; 1 caixinha de gelatina em pó sabor uva; meio envelope de gelatina em pó sem sabor (6g); 1 lata de leite condensado e a mesma medida de leite. Preparo: prepare as gelatinas coloridas separadamente, diluindo cada uma delas em meia xícara (chá) de água fervente e meia xícara (chá) de água fria. Coloque em recipientes refratários retangulares ou quadrados. Deixe esfriar e leve à geladeira, até que fiquem bem consistentes. Retire da geladeira e corte em cubos. Junte cinco colheres (sopa) de água fria à gelatina sem sabor e leve ao fogo em banho-maria até dissolver. Bata no liquidificador o leite condensado com o leite e a gelatina sem sabor dissolvida, até ficar homogêneo. Despeje os cubos reservados de gelatina em taças, despeje sobre eles a mistura de leite condensado e leve à geladeira até ficar consistente.

Temperatura Não aqueça demais a gelatina. Ela derrete de 35°C a 36°C e suporta até 38°C. Depois disso, começa a perder seu poder geleificante. Em folha: se a gelatina for em folha, deve ser mergulhada em água (cada folha de gelatina, que possui mais ou menos 3g, absorve cerca de 15ml de água). A água absorvida não deve ser descartada. Leve esta gelatina hidratada ao banho-maria ou ao micro-onda (em potência média) para derreter e utilizar. Em pó: se for em pó, deve ser pulverizada sobre a água ou líquido no qual será hidratada.

56

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Segundo o livro Saga da Alimentação, de Gabriel Bolaffi, as primeiras tentativas de comercializar a gelatina surgiram no século XVII

Como é obtida? A gelatina é obtida a partir de um processo de cozimento prolongado do colágeno (encontrado em ossos e tecidos fibrosos de animais, principalmente, boi e porco) em água fervente. Depois de cozido, converte-se em uma substância sem cor, sabor ou odor, usada para encorpar líquidos. A indústria oferece opções em pó ou em folha, com ou sem sabor ou cor. A gelatina é rica em proteína, não tem gordura, açúcar ou colesterol (mas as do mercado geralmente têm adição de açúcar).

Musse de queijo Ingredientes para a musse: 100g de queijo provolone; 200g de cottage; 250g de requeijão cremoso; 60g de queijo parmesão ralado; 1 lata de creme de leite; 1 envelope de gelatina branca sem sabor (dissolvida); 300ml de leite; sal a gosto (coloque pouco porque os queijos são salgados); 1/2 xícara de salsinha picada; 1/2 xícara de tomate vermelho picadinho e pimenta branca moída a gosto. Preparo: para a musse, bata no liquidificador todos os ingredientes, exceto a salsa e o tomate; por último, a gelatina e, em seguida, coloque numa forma untada com óleo e leve à geladeira por 6 horas (se puder deixar de um dia para o outro é melhor ainda).

Salgadas No Brasil, a gelatina é mais conhecida como doce, mas, na gastronomia, ela é muito utilizada em pratos salgados, como galantinas, aspic ou terrinas. Aspic é o nome de toda gelatina salgada. Terrina é o nome do recipiente fundo no qual se cozinha a carne com gelatina e também do prato resultante deste cozimento, chamado também de galantina.

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

57


moda

Pés confortáveis As alpargatas têm um estilo original e diferenciado, bem ao gosto de quem está antenado com a moda. Além de sucesso atual, elas oferecem extremo conforto e, assim, privilegiam a saúde dos pés Fotos: KFPress

Para deixar o visual do verão ainda mais fresh, nada melhor que uma peça descolada como o short jeans. Nesta temporada, os modelos ajustados, curtos e de cintura alta serão perfeitos para os dias mais quentes

58

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Por Karlos Ferrera

É como dizem, na vida tudo se copia e também se reinventa. As alpargatas, a versão mais confortável e sem salto das famosas espadrilles, sandálias de salto Anabela, na moda há algumas temporadas, estão de volta. Elas também são ótimas opções para substituir as tradicionais sapatilhas, sempre eleitas para compor looks básicos e informais. Podem ser utilizadas nas quatro estações do ano e com os mais diferentes tipos de vestuário; servem para muitas ocasiões e são flexíveis, caindo bem com calças, shorts, saias curtas e longas, camisas e muito mais. O conceito do calçado é inspirado na moda hippie, em voga nos anos 1960, e voltou com força há algum tempo e veio para ficar. Você pode utilizar a alpargata para trabalhar, estudar, ir

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

a reuniões informais, encontro com os amigos, almoço na praia e muito mais. Na década de 1970, as alpargatas eram usadas de maneira bem diferente da atual. Os materiais eram basicamente restritos à lona de cor simples ou jeans, com solado de cordas. As novas alpargatas estão supermodernas e elaboradas. Os materiais tradicionais utilizados na confecção das alpargatas ainda são a lona de algodão e o jeans, com sola de cordas trançadas. No entanto, eles se apresentam agora de forma contemporânea, que competem com outros materiais elaborados e atrativos, como rendas hipercoloridas, inclusive nos tons neons, uma tendência. Outros materiais: metais, isto é, as correntes que enfeitam os solados, as tachas, spikes e ilhoses, que adornam o corpo do calçado, a parte feita por lona, jeans ou outro tipo de tecido firme.

59


moda Como montar looks com alpargatas As alpargatas ressurgem coloridas e estampadas, o que deixa o visual muito mais descolado e moderno. Elas combinam perfeitamente com calças jeans e blusas básicas ou estampadas e, até mesmo, com camisas. É possível montar looks despretensiosos com as alpargatas. Que tal apostar nos shorts, sejam eles de jeans, sarja colorida ou tecidos estampados? Abuse dos acessórios para finalizar as combinações. As alpargatas também vão muito bem

com vestidos e minissaias. Aposte nos tecidos leves e fluidos, incluindo os plissados. Para usar peças estampadas, prefira as alpargatas em tecidos lisos, no máximo com alguns detalhes de aplicação de tachas ou spikes, que dão uma graça a mais no calçado. Os modelos de alpargatas estampadas ficam melhores em looks mais discretos, como peças em tons neutros ou apenas uma peça de cor que esteja presente na estampa do sapato.

Acessório indispensável para este verão, ela é uma mistura de sapatilha com alguns detalhes da espadrille; traz mais praticidade e comodidade para quem pretende adicionar estilo aos looks. As alpargatas combinam com todos os gostos e estilos. Aposte!

60

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Para homens

As alpargatas são para ambos os sexos. O medo masculino de mudar fez com que muitos olhassem para elas com desdém. Além de muito confortáveis, elas foram criadas por soldados espanhóis, originalmente feitas de lona, um sapato confortável que protegia os pés do frio e da umidade do solo

Estilo: esconda a barriguinha na praia Alerta vermelho! Mostrar o corpo na praia é bem diferente de desfilar gordurinhas, celulite, barriguinhas e outras imperfeições. Escolha o tamanho certo. Comprar biquíni pequeno é um desastre: defeitinhos pulam por todos os lados. Aposte: nas calcinhas mais altas, um pouco abaixo do umbigo, e cós virado formando uma faixa. Nas listras verticais nas duas partes, para afinar e alongar o corpo, nos lisos e nas estampas miúdas. Esqueça: elásticos apertados na calcinha e sutiã de alças fininhas. As gordurinhas fazem a festa. Laterais da calcinha muito finas ou de lacinho. Parece que disfarçam, mas só revelam. Estampas grandes.

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

61


Flashes

O prefeito de Bertioga José Mauro Dedemo Orlandini foi eleito presidente da Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo (Aprecesp), na terça-feira, 19, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

Bertioga, bem representada na cerimônia de posse

Prefeito Mauro Orlandini em discurso de agradecimento

Nova diretoria da Aprecesp 2016 conta com prefeitos de Holambra, Morungaba, Ilhabela, Itanhaém e Socorro

O prefeito de Socorro André Eduardo Bozola, o deputado estadual Itamar Borges, Mauro Orlandini e o deputado federal Herculano Passos

Inauguração do marco comemorativo dos 470 anos de Santos, em Bertioga

Presentes à cerimônia, o presidente da Câmara de Santos Manoel Constantino, o prefeito santista Paulo Alexandre Barbosa, prefeito Mauro Orlandini e o presidente da Câmara de Bertioga Luís Henrique Capellini

Paulo Alexandre Barbosa e Mauro Orlandini

62

Autoridades, durante o descerramento da placa

O deputado estadual Paulo Correia Júnior e Mauro Orlandini

Cerimônia realizada na avenida 19 de Maio contou com bom público

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Flashes

Aniversário do secretário de Educação de Bertioga Ivan de Carvalho

O aniversariante ladeado por amigos

Nilson Freire, Mauro Orlandini e Jaci Romano

Natacha Guerrero, Regiane Gallo e Fábio Rizzi

Elaine Costa e Luis Henrique

Vanessa, Karina e Caio Matheus

Regiane Gallo, Natacha Guerrero, Monica Viana, Walquiria Mendes, Cléo, Márcia Ribeiro e Elaine Pierre

Churrasco dos Pescadores

Mara Fernandes, Elaine Pierre, Regiane Souza, Walquiria Mendes e Victor Fernandes

Fernando Oliveira e Jacqueline Bispo Pescadores prontos para mais uma temporada de festas e alegrias

Geral

Ribas Zaidan e o governador Geraldo Alckmin, no litoral norte

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

O ex-jogador do Santos Edu Jonas e Zeca do Gás, em Bertioga

Expedito Honório e Mauro Orlandini

63


“Destaques” // Luci Cardia

Felipe Lucatti Carvalho, Antonio Carvalho, Ivanete Lucatti Carvalho e Geovani Lucatti Carvalho, exemplos de vida

Ana Lucatti, ao lado dos filhos, celebrou mais um ano de vida. Parabéns

A família Di Francesco recebeu cumprimentos de amigos pelo Natal

Eles são belos e maravilhosos: Carol e Fabio Ferreira em homenagem a Maria Clara, que chega em breve

A colunista, Carol Ferreira, Drª. Gabriela Rodrigues, Carmem Capella e Leandro Normandia

Dr. José Cardia, Luci Cardia, Bruna Angotti e Murilo Castelani

Empresários Gladys Pelegrini e Arthur Perna, do Shopping Riviera, 25 anos de atividades

64

O prefeito Mauro Orlandini, Gladys Pelegrini e Nagib de Souza

Marcos Paulo Carreira, Ieda Favano Carreira, Marcos Carreira e Guilherme Carreira

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Festa surpresa para comemorar o aniversário da educadora Priscilla Bonini reuniu um seleto grupo de amigos, no Guarujá. Confira quem esteve por lá.

A aniversariante Priscilla Bonini foi recepcionada por muitos amigos; o programa Celebridades compareceu e Edison Prata registrou os grandes momentos

Ricardo e Maristela Cáfaro

O diretor da pasta de Ciência e Tecnologia e também diretor da TV Ilha do Sol, Cláudio Fernandes, e a prefeita Maria Antonieta

O secretário Anderson Bernardes e sua eleita Alessandra Bernardes

Vale a pena clicar esse pessoal: Ricardo Cáfaro, o colunista Rato a Rigor e Marcos Dias

Beach&Co nº 163- Janeiro/2016

Destacando-se dos demais vereadores, por sua postura sempre combativa e apoio aos munícipes, o vereador Luciano Toddy e sua mulher Rosimeire Rocha

Um click todo especial: Priscilla Bonini e o marido Rodrigo

A advogada Maria Clicia Firmo Maciel e sua Ferrari

65


“Alto Astral” // Durval Capp Filho

As comemorações sociais do final de 2015

O presidente do Clube XV Gilberto Ruas e Solange brindam à entrada do Ano Novo

Na confraternização de final de ano do Sinhores, Izilda e o presidente Salvador Gonçalves receberam os convidados

Em linda festa realizada no Clube dos Ingleses, Victória Magina brindou seus 15 anos ao lado de seus pais e de sua irmã em Alto Astral

Durante a última Noite de Pizza em prol do projeto Menina Mãe, os diretores sociais da Associação Paulista de Medicina, Ricardo e Lourdinha Aun, serviram pizza a Wallkiria Sanches

A Central de Fretes, tendo à frente os empresários José Luiz Lorenzo Blanco e Elenita Gonzaga, na apresentação do inusitado “tuk tuk”, em frente ao Museu Pelé

66

Na Prodesan, a artista plástica Bel Braga entregou os certificados a suas alunas durante a mostra Explosão de Cores

Na VII Pizza dos Amigos, realizada anualmente no Educandário Santista, o casal Marinilza e o vice-prefeito Eustázio Monteiro Alves arregaçaram as mangas a serviço do próximo

Durante confraternização de final de ano, o empresário Walid Abdouni, proprietário da Kyowa Tapeçaria, ao lado de seus pais Rafic e Zara Abdouni, comemora 35 anos de sucesso

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Beach&Co nยบ 163- Janeiro/2016

67


®

UM PATRIMÔNIO DE BERTIOGA

Fotos Riviera de São Lourenço

68

Beach&Co nº 163 - Janeiro/2016


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.