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Foto divulgação

28 A maestria em criar dúvidas e desafios

Foto Luciana Sotelo

34 Lixo’s Brinquedos: uma fábrica de reciclar sonhos

E mais... Natação 10 Decoração 48 Ser sustentável

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Gastronomia 54

Foto KFPress

Moda 58 Flashes

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Alto Astral

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Destaques 65


Foto Luciana Sotelo

38 Lições que salvam vidas

Foto Aline Porfírio

42 Saúde repassada de mão em mão

Capa

As primeiras braçadas de um nadador Foto: Tropical studio / shutterstock

Foto PMI/Divulgação

Itanhaém pág. 22




ao leitor Foto: Aline Porfírio

ANO XIV - Nº 160 - OUTUBRO/2015 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Giuliano Rodrigues giu@costanorte.com.br Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br

Aprendizado que fica O que se aprende na infância, leva-se para toda a vida, e quanto mais cedo o conhecimento for agregado ao dia a dia da criança, melhor o resultado. Esta edição traz duas reportagens voltadas para esta realidade. Uma delas aborda os benefícios da natação na primeira infância e, a outra, apresenta um projeto voltado ao ensino de normas e condutas no trânsito, para crianças entre 6 e 13 anos. Ambas são importantíssimas para a geração de um adulto consciente e preparado

Depto. Comercial

para enfrentar melhor o futuro, uma vez que o presente aponta dados realmente

Aline Pazin

preocupantes. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, o

aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Aline Porfírio, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes e Maria Helena Pugliesi Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

afogamento é a segunda causa de morte mais frequente na faixa etária de um a nove anos, e 53% desses óbitos ocorrem em piscinas e em momentos de lazer. E os acidentes de trânsito são a principal causa de morte de jovens no mundo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a situação é muito grave no Brasil, ou seja, é a segunda causa de morte entre jovens de 18 a 24 anos, atrás apenas dos homicídios. Além do objetivo comum entre estes dois assuntos, há que se ressalvar que ambos ocorrem, seja na água ou em terra, de forma lúdica. Por meio de brincadeiras e aventuras, os pequenos são estimulados a assimilar ensinamentos que lhe serão válidos por toda a vida. Mais: eles permitem melhor relacionamento entre pais e filhos, no caso da natação, e continuidade dos conceitos adquiridos, com repercussão, inclusive, na família, no caso de noções corretas no trânsito. Eleni Nogueira.



qualidade de vida

qualidade de vida

Fotos: Aline Porfírio

Diversão e saúde

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debaixo d´água

Além dos benefícios para a saúde respiratória e corporal, a natação precoce proporciona sensação de segurança, pois ela desenvolve na criança noções de autossalvamento

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Por Aline Porfírio

Você morre de medo só de imaginar o seu bebê em uma aula de natação? Pois vamos lhe mostrar que esse é um grande engano. A natação é um excelente exercício para os pequenos, recomendada a partir dos seis meses de idade. Os bebês já são acostumados ao ambiente líquido desde a gestação, o que facilita o nado. Além disso, até os cinco anos de idade, a criança possui 90% do cérebro livre para o aprendizado, condição que fixa de forma rápida as tarefas determinadas a ela. A natação é considerada um dos esportes mais completos, pois trabalha musculatura e diversos órgãos internos, além de ser uma importante ferramenta de salvamento para quem mora no litoral. Foi o que Aline Miranda Marrero, 23 anos, pensou quando colocou o pequeno Miguel, com apenas seis meses, na natação. Hoje, ele está com 1 ano e 2 meses, e, segundo ela, com um desempenho de crescimento e coordenação bem acima da média. “Nossa escolha pelo esporte foi por precaução, moramos próximo à piscina e praia, preferimos dar condições para que ele, e nós, nos sintamos mais seguros nesses ambientes”. A preocupação de Aline está correta. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático,

Quando praticada entre pais e filhos, a natação torna-se uma grande relação de amor e confiança

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o afogamento é a segunda causa de morte mais frequente na faixa etária de um a nove anos, e 53% desses óbitos ocorrem em piscinas e em momentos de lazer. Miguel sente-se à vontade na aula. Bate perninhas, pula, escorrega. A mãe confessa que, de início, teve muito medo de soltar o filho na água; acreditava que ele poderia se afogar. “Acho que demorei uns dois meses para conseguir mergulhá-lo inteiramente. Mas, depois, eu vi o quanto eles aprendem fácil e como isso melhora o desenvolvimento deles”. Ela diz que o bebê desenvolveu funções motoras mais rápido do que crianças da mesma idade, e também teve melhora no apetite.

Já Ana Clara, de um ano e meio, ingressou na natação para acompanhar o irmão, Júlio Vitor, de quatro anos. Os pais, Jéssica e Bruno Prado, praticam o esporte com as crianças duas vezes por semana e acreditam que a ação faz bem para ambos. Diz Jéssica: “A Ana Clara adora e eu nunca tive grande receio de soltá-la. A natação foi como um tranquilizante para ela, ela dorme bem melhor desde que começou a nadar, há cinco meses. Ana Clara, assim como o irmão, tornou-se mais imune a resfriados e doenças respiratórias”. Jéssica recomenda que os pais pesquisem e experimentem a prática. “Os benefícios são muito maiores do que os mitos e medos que envolvem a natação para bebês. Não deixem de pesquisar”.

Aline Miranda com o filho Miguel e a professora Carina Parise. Ao lado, os pais Jéssica e Bruno Prado, com os filhos Ana Clara e Julio Vitor

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qualidade de vida

O brincar na água desperta a segurança, tanto nos pais, quanto nos pequenos

Esse medo, segundo a educadora física e professora de natação Carina Parise, é normal e, em sua maioria, passa de pai para filho. Segundo ela, os pais possuem mais medo da água do que as próprias crianças, por isso a aula é trabalhada de forma conjunta, para passar segurança a ambos. A aula acontece de uma forma especial, é totalmente lúdica. As crianças brincam de roda dentro da água, cantam músicas que incentivam a amizade com a piscina, brincam com os pais de mergulho e saltos. A água deve estar em torno de 26 graus, e o uso de brinquedos e boias serve como estímulo. Os pais, por sua vez, provam sua coragem impulsionando os filhos para pequenas braçadas. Carina explica: “A natação, quando iniciada cedo, é uma grande aliada da sociabilidade, a criança se torna mais segura dos seus atos e, consequentemente, mais sociável. É uma arma contra o medo, além de estimular o corpo e suas funções”. Entre os benefícios físicos, Carina cita a melhora do sistema cardiorrespiratório, coordenação motora, desenvolvimento cognitivo e, claro, ganho muscular. Além disso, outro destaque é

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático aponta que o afogamento é a segunda causa de morte mais frequente na faixa etária de um a nove anos, e 53% desses óbitos ocorrem em piscinas e em momentos de lazer

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para as noções de autossalvamento, importantes em diferentes fases da vida. “No nosso ambiente litorâneo, é bastante importante saber nadar e reconhecer o terreno onde se está. A natação também ajuda nesse reconhecimento espacial, e desenvolve no aluno um preparo maior para lidar com situações adversas, como uma queda na água, por exemplo”. Uma pesquisa inglesa mostrou que muitos britânicos preferem começar as aulas de natação junto com os bebês, por se lembrarem de como seus pais tinham medo da água. Outras pessoas, mais idosas, afirmam que não existiam aulas de natação para pais e filhos quando eram crianças, e apenas agora eles têm a chance de aprender a nadar e devem aproveitar isso. Pessoas que não aprendem a nadar na infância podem desenvolver um medo muito grande de água, por isso a importância do incentivo aos recém-chegados. A presença dos pais na aula de natação tem um papel fundamental no desenvolvimento desse processo de aprendizagem. É a chamada relação de inteligência emo-

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cional, que acontece pelo trabalho entre pais e bebê. Esse contato é de extrema importância para o desenvolvimento afetivo, já que o controle emocional é basicamente formado aos dois anos de idade. Assim como a professora, a terapeuta Natalie Levy também reforça que o maior medo parte da mãe ou do pai da criança, devido ao instinto natural de proteção. O bebê, por sua vez, guarda memórias de quando era ambientado à água na barriga de sua mãe, o que facilita o aprendizado quando pratica o ato de forma sensorial. Para os pais, esse trabalho na piscina estimula o limite entre o permitir e o zelar, incentivando a confiança. Os laços entre pais e bebês são claramente solidificados, pois é uma troca mútua de sentimentos os quais são muito perceptíveis à criança. “Toda atividade em família é benéfica, pois estimula o companheirismo e a união, estabelece uma relação de amizade, confiança e parceria, ligando momentos bons, marcantes e especiais ao bem-estar de se praticar esse ato com quem se ama”, explica a terapeuta.

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qualidade de vida

Mitos e verdades: o que é preciso saber sobre a prática O pediatra Anderson Medeiros Miúdo esclarece as dúvidas mais comuns sobre a natação para bebês

Qual a melhor idade para iniciar na natação? A melhor idade para colocar o bebê na natação é de 6 meses. Porque o bebê já está vacinado e está menos exposto a infecções. O cloro pode fazer mal ao bebê? O cloro não faz mal se usado adequadamente. Existem bebês que podem apresentar dermatites por terem a pele mais sensível, e também irritação nos olhos. Os pais devem prestar atenção caso as crianças apresentem escamações e ressecamentos na pele. Não é indicado contato com a água por mais de 30 minutos. Também é importante que as crianças tomem banho e usem hidratantes após a piscina, para evitar o acúmulo de cloro na pele. E, se possível, optar por piscinas tratadas com ozônio ou sal, que são elementos químicos menos agressivos à pele do bebê. É verdade que ajuda na sociabilidade? Sim, o bebê que faz natação desde cedo cria o contato com os outros bebês; forma uma relação prazerosa, brinca, estimula-se e, assim, socializa-se. Os pais participam das aulas e têm o papel importante de interação, o que facilita a aceitação e prazer do bebê. Previne doenças respiratórias? Sim. Já foi comprovado que crianças com asma respiram melhor com a prática da natação. Os bebês estão mais propícios a infecções, pois existe a imaturidade dos pulmões. Com a prática da natação, acon-

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tece o fortalecimento dos brônquios e os bebês ficam menos expostos a infecções respiratórias. Quais os principais benefícios? Ajuda no desenvolvimento; estimula a coordenação motora; aguça sentidos como olfato e visão; trabalha a respiração; o cuidado; a segurança e a liberdade. Bebês que fazem natação são mais propensos a ter dores de ouvido? Não. O bebê não precisa fazer natação para apresentar a otite de repetição. Existem doenças na infância que trazem a otite como um sintoma, como por exemplo, o refluxo e a adenoide. Após os seis meses de idade, o canal auditivo do bebê deixa de ser reto, o que dificulta a entrada de água, e assim evita infecções. É verdade que a natação tranquiliza os bebês? Sim, pelo fato de as aulas ser feitas com a presença dos pais, isso traz ao bebê a segurança e o conforto do lar; aumenta o elo afetivo e cria mais segurança. Com isso, o bebê cresce mais tranquilo. Existe alguma contraindicação? Apenas em casos específicos de cada criança. Por isso, é sempre importante consultar um pediatra, pois ele irá conhecer a criança e seus históricos de doenças ou déficit da imunidade. Assim, o bebê e os pais podem ter uma aula prazerosa e sem medo.

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Se você não sabia que em Santos tem uma CBN, provavelmente há várias outras coisas que você deixou de saber.

99,7 FM Saiba tudo o que acontece na Baixada Santista, no Brasil e no mundo com a rádio que toca notícia 24 horas por dia. Sintonize na 99,7 e escute a maior rede de emissoras all news do país, filiada ao Sistema Globo de Rádio e eleita por 15 vezes a rádio mais admirada do Brasil*. CBN Santos – 99,7. É rádio. Está em Santos. Só toca notícia. * Eleita pelo jornal Meio & Mensagem, pela 15ª vez consecutiva, a rádio mais admirada do Brasil na pesquisa “Veículos mais admirados: índice de prestígio das marcas”.

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Calabresa na Serra e Pastel Bertioga Duas delícias a 33 quilômetros de Bertioga, ao pé da Serra do Mar Duas delícias juntaram-se na Serra. A Calabresa na Serra e o Pastel de Bertioga. Agora, quem trafega pela rodovia Mogi-Bertioga, na altura do km 75 - bem próximo à Serra do Mar -, encontra as duas apetitosas atrações em um mesmo lugar. A Calabresa na Serra traz a tradição do restaurante Ao Pé da Serra, do empresário Arlindo Gonçalves, instalado na mesma rodovia, oferecendo mais de 10 anos de qualidade. A proposta é oferecer a melhor calabresa artesanal, de produção própria, em vários tipos de sanduíches, ou servida no prato. Em formato de hambúrguer, a massa temperada vai para a chapa e são acrescidos ingredientes como presunto, ovo, queijo e bacon, ao gosto do cliente. E quem preferir, pode levar para casa a massa ou a linguiça, para toda a família. Na Calabresa na Serra ainda é possível levar para casa os me-

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lhores sucos de uva, mel de qualidade e os tradicionais doces mineiros, como de leite, abóbora, goiaba e muito mais. Tradição também é a marca registrada do Pastel de Bertioga, elaborado com a qualidade das Massas Bertioga, produzida desde 1986. O empresário Bruno Mazzini procura manter as características do pastel em todas as seis lojas. Na loja situada na rodovia Mogi-Bertioga, são mais de 40 sabores salgados e 10 doces. O pastel médio mede 20 centímetros, e o grande, 30 centímetros. Alguns recheios permitem que a iguaria chegue a cerca de um quilo. De fácil acesso e a 25 quilômetros de Mogi das Cruzes e 33 quilômetros de Bertioga, a Calabresa na Serra e o Pastel de Bertioga contam com amplo espaço para os clientes, além de fácil estacionamento.

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3317-4282 3316-3624

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Incorporadora Mare SPE Bertioga Ltda. Rua Turiassú nº 390, cj. 55, Perdizes, São Paulo/SP, CEP 05005-000. Memorial de incorporação registrado na matrícula 81.781 do 1º C.R.I Santos. CRECI 18981-J.

Intermediação


picolli

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picolli


história

Convento

Nossa Senhora da Conceição ator e espectador da história do país O monumento histórico, localizado no alto do Morro do Itaguaçu, em Itanhaém, hoje é opção de lazer

Criação e diagramação: Audrye Rotta

Por Nayara Martins

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Visitar o Convento Nossa Senhora da Conceição é uma oportunidade de conhecer parte da história e da colonização do Brasil. O monumento, tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), confunde-se com o período de fundação da antiga Vila da Conceição de Itanhaém, na qual encontra-se a cidade de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. Ao subir o Morro do Itaguaçu, rumo ao Convento, os visitantes são apresentados a 16 imagens, das quais cinco são tombadas - as que estão no altar-mor e outros nichos da igreja-, além de peças sacras usadas nas missas de então. Do alto do morro, pode ser apreciada uma das mais belas paisagens da cidade - a Igreja Matriz de Sant’Anna e a antiga Casa de Câmara e Cadeia, conjunto arquitetônico que compõe o centro histórico, além da praia e da região central da cidade. O monumento histórico passou por uma restauração entre 2011 e 2013, com reforma do telhado, troca da fiação elétrica e pintura interna e externa. Quem explica é o padre Francisco Pelonha Gonçalves Neto, pároco da Igreja Matriz de Sant´Anna. “A reforma foi feita graças a uma ampla campanha realizada pela paróquia junto à comunidade, em parceria com a Mitra Diocesana de Santos”.

Padre Pelonha destaca a importância do Convento Nossa Senhora da Conceição: “É um resgate de um período da história do nosso país, com a passagem dos jesuítas e dos franciscanos por Itanhaém, na época da colonização. O início de sua construção marcou a primeira capela construída no Brasil, sendo também a primeira dedicada à Nossa Senhora da Conceição”. Logo no início da subida da ladeira, toda de pedras, o visitante depara-se com um cruzeiro. Para chegar ao convento é preciso boa disposição e fôlego. O trajeto tem 34 metros. A estrutura do monumento histórico conta com três pavimentos - térreo, primeiro e segundo andares. No térreo é possível ver as ruínas - parte do convento destruída pelo fogo em 1833; e também o pelourinho, antes localizado na praça da Matriz, em 1561, no período colonial, e depois remontado no convento, em 1971; além do jardim com várias espécies de árvores e uma pequena horta. No primeiro andar, está a entrada principal do local onde se encontra a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Itanhaém. Ao lado, a igreja e a sacristia. O altar-mor abriga as imagens tombadas de Bom Jesus dos Passos, a de Nossa Senhora do Amparo e a de São Benedito. Nos altares

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Convento Nossa Senhora da Conceição, no alto do Morro Itaguaçu, um dos mais antigos do país

auxiliares podem ser vistas as imagens de São Francisco de Assis e a de Santo Antônio. Peças antigas das vestimentas dos religiosos ficam na sacristia, além de peças sacras antes usadas nas missas, como crucifixos e cálices. Na entrada do segundo andar, o visitante depara-se com a imagem de São Sebastião, e ainda, as imagens antigas dos quatro santos, Santa Izabel, São Domingos, Santa Clara e São Francisco, feitas de barro cozido. Elas foram encontradas enterradas atrás da Igreja Matriz. Mais uma imagem, a de Nossa Senhora do Amparo, está no mesmo andar, no qual encontramse, também, uma capela em homenagem a José de Anchieta e as imagens de Nossa Senhora da Conceição e de Nossa Senhora das Graças. Abertos a visitas, os seis quartos da clausura - local de repouso destinado aos freis e freiras que viviam no convento.

Devoção à santa Considerada a mais tradicional na cidade, a Festa Nossa Senhora da Conceição, em louvor à padroeira de Itanhaém, é comemorada entre os dias 29 de novembro e 8 de dezembro. A celebração é iniciada com um tríduo, com a participação de pessoas da comunidade du-

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rante a reza, nos três dias, no convento. Após isso, a imagem desce o Morro Itaguaçu, no dia 29, e percorre as paróquias da cidade - a de Nossa Senhora do Sion e a de Santa Terezinha. No mesmo dia, a imagem sai do Convento Nossa Senhora da Conceição e segue em procissão até a Igreja Matriz de Sant´Anna, quando acontece a abertura da festa com os louvores à Virgem Maria. As novenas realizam-se na Igreja Matriz, no centro histórico, e seguem até o dia 8 de dezembro. Quem relembra, saudosa, os antigos festejos, é a professora aposentada Terezinha de Jesus Gatto dos Santos, de 86 anos. De família católica, ela conta que desde criança sempre participou das festas religiosas da cidade, como a da Semana Santa, da Nossa Senhora da Conceição e a do Divino Espírito Santo. “Antes do início da Festa de Nossa Senhora da Conceição, já participava dos preparativos com a decoração. Fui uma das Filhas de Maria e, após o casamento, passei a fazer parte da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, na organização dos festejos”. A festa era muito bonita, segundo ela, com os sinos anunciando as novenas e as missas no convento, durante a semana. “As novenas eram todas cantadas em latim. Na primeira

Um trabalho social é realizado no Convento desde 2013. São recebidos, semanalmente, grupos de estudantes das escolas públicas de ensino fundamental e de universidades. As visitas são agendadas antecipadamente na paróquia

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história

Imagem de Nossa Senhora da Conceição. Ao centro, São Francisco de Assis e, ao lado, São Sebastião

novena, as religiosas saíam da sacristia com as tochas acesas em direção à Igreja”. Terezinha lembra ainda que havia a alvorada, durante a madrugada do dia 8, tocada pela Banda Municipal. A missa solene acontecia no mesmo dia, às 10 horas, com a presença do bispo de Santos, também no Convento. No final da tarde, a procissão saía com a imagem de Nossa Senhora descendo o morro, dava a volta no centro histórico e a imagem subia novamente o morro, acompanhada pela música jaculatória (devoção à santa), encerrando os festejos em louvor à santa. Maria Luiza Bastos da Silva, mais conhecida como Ziza, de 86 anos, também tem boas recordações da festa em louvor à Nossa Senhora da Conceição. Nascida em Itanhaém, Ziza sempre esteve presente às festas da Igreja Católica. “Nós subíamos a rampa para ir ao convento sem grandes dificuldades naquela época. Hoje, já não consigo mais. A festa da Nossa Senhora, naquela época, era mais animada e reunia toda a comunidade, com a presença de vários moradores, especialmente os que moravam longe, nos sítios e em cidades vizinhas. Muitos padres de outras cidades, e até uma orquestra de São Paulo, compareciam neste período”.

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Atualmente, no convento, ainda são realizadas missas uma vez por mês e as celebrações da Palavra, semanalmente. Aos sábados, são ministradas aulas com as turmas de catequese e de crisma.

Curiosidades e lendas Algumas curiosidades e lendas populares são contadas sobre o convento. Uma delas refere-se às ruínas do monumento, resultado de um incêndio que destruiu parte do local, no ano de 1833. Padre Pelonha conta: “Nas ruínas, por exemplo, onde pegou fogo, localizava-se a cozinha do convento e existem muitas histórias. Uma delas é que o fogo ocorreu no local porque o frade poderia estar estressado com o seu superior e ateou fogo no lugar; outra história diz que o frade estaria cansado e com sono e foi espantar os morcegos com uma vareta de fogo e causou o incêndio”. Outra curiosidade, segundo o padre, ocorre em relação à arquitetura do convento. “Percebemos que há paredes que não estão numa posição normal, pois existe a possibilidade de ter paredes falsas com saídas para algum lugar, além de túneis subterrâneos que possam ter existido no local”.

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Na época da escravidão, segundo o pároco, os senhores feudais levavam os seus escravos doentes para ser tratados pelos frades no convento. E quando os senhores iam buscá-los, os frades diziam que eles tinham morrido, mas, na verdade, os escravos ficavam escondidos nas cavernas do convento. Outra versão da história é que eles fugiam por um possível túnel existente do convento até a praia. Na opinião do pároco, é bem provável que, nesta época, devido às invasões, existissem muitos documentos escritos por meio de códigos que só os religiosos entendiam, além de alguns acervos e imagens, e todos teriam sido enterrados em cavernas nesta área. Segundo o padre Pelonha, para conferir se as histórias são verdadeiras, somente por meio de uma pesquisa arqueológica no local. “Para isso, o Iphan, órgão responsável pelo convento, é que poderia contratar uma empresa especializada em arqueologia para realizar o trabalho”, explicou. Outra história curiosa foi de que um dos vigários tinha enterrado, há muito tempo, diversas imagens do convento, logo atrás da Igreja Matriz de Sant’Anna. Quatro dessas imagens, feitas de barro cozido há mais de 300 anos, foram encontradas por frei Venâncio (antigo pároco de Itanhaém), em 1941. As quatro imagens,

conhecidas como os Santos do Pau Oco, são abertas na parte de trás, e ainda hoje estão conservadas no convento.

Fundação Provavelmente, no mesmo ano de fundação da Vila Conceição de Itanhaém, em 1532, o povoado deu início à construção de uma pequena capela dedicada à padroeira da nova vila, Nossa Senhora da Conceição. É considerada uma das primeiras igrejas do Brasil e também o primeiro templo dedicado à santa erguido no país. O local tornou-se um dos principais pontos de peregrinação do Brasil. Somente em 1553 foi encomendada a imagem da padroeira, conhecida como Imaculada Conceição ou “Virgem de Anchieta”. O padre Jesuíta José de Anchieta percorreu o litoral paulista entre 1563 e 1595, em períodos da quaresma. Segundo relatos do frei Basílio Röwer, publicado no livro Páginas de História Franciscana no Brasil (1941), “a pequena ermida no morro de Itanhaém tornou-se célebre já no século XVI por causa da imagem miraculosa que nela se venerava”. Até 1752, a subida ao convento era feita por uma escadaria íngreme de 83 degraus. De acordo com relatos de frei Basílio Röwer, era comum os fiéis subirem o local de joelhos. Após essa data, construiuse uma ladeira, em dois planos inclinados, com muralhas e parapeitos.

Padre Francisco e o Cruzeiro, na ladeira de acesso ao convento

Imagens tombadas que compõem o altar-mor da Igreja Nossa Senhora da Conceição e os altares auxiliares

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história Ladeira de acesso ao Convento Nossa Senhora da Conceição. Ao centro, peças sacras e objetos antigos usados nas antigas missas e, abaixo, os quatro Santos do Pau Oco, expostos no segundo andar do convento

A Igreja Nossa Senhora da Conceição, no alto do Morro Itaguaçu, foi concluída em 1713, e sua estrutura atual completou 300 anos. Até 1639, a Igreja no Convento serviu como Matriz, e, a partir daí, iniciou-se a construção do novo templo paroquial, a Igreja Matriz de Sant´Anna. Em janeiro de 1654, o título de posse do convento foi dado à Ordem Franciscana. Entre 1733 e 1734, o local foi ampliado por frei Rodrigo dos Anjos, com a construção do Convento Nossa Senhora da Conceição. O convento era muito estimado pelos antigos frades e freiras. Frei Galvão, da Ordem Franciscana, em suas peregrinações missionárias, também passou por Itanhaém e visitou o convento, nessa época. Em março de 1833, um grande incêndio destruiu grande parte do local. Por mais de 20 anos, as ruínas da igreja e do convento ficaram em completo abandono. A situação mudou com a criação da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, em 1860, para restaurar a igreja e tomou posse do local em 1862. A igreja foi reconstruída em 1865. O convento, porém, não foi reconstruído. Em 1916, a igreja e as ruínas do convento passaram para a responsabilidade da Diocese de Santos, que as mantém até os dias atuais. No ano de 1941, o convento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Parte do telhado e do forro ruiu por um raio, em 1948, destruindo completamente a torre da igreja. A partir de 1952, o local foi restaurado por um órgão de preservação federal. O monumento passou ainda por outras pequenas restaurações. O Convento Nossa Senhora da Conceição fica na praça Carlos Botelho, no centro histórico de Itanhaém. As visitas são feitas de terçafeira a domingo, das 9h às 12 horas e das 14h às 17 horas.

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arte

Sopro de provocações O cartunista Guilherme Infante faz sucesso nas redes sociais com o personagem Capirotinho, um mestre em instigar dúvidas e suscitações. Com mais de 50 mil fãs no Facebook, o que poucos sabem é que o personagem nasceu em Praia Grande, litoral de São Paulo

Criação e diagramação: Audrye Rotta

Por Aline Porfírio

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Um personagem de Praia Grande tem ganhado a atenção das redes sociais no momento. O cartunista Guilherme Infante, de 28 anos, é o autor de figuras conhecidas no Facebook por trazerem diálogos de reflexão e provocações. A criação mais famosa do autor é o Capirotinho, personagem que possui mais de 56 mil seguidores no Facebook e 12 mil no Instagram. Guilherme nasceu em Campos Gerais, Minas, mas viveu em Praia Grande por 26 anos. Ele conta que sempre gostou de desenhar, e uniu isso à vontade de expressar algumas dúvidas e sentimentos cotidianos. “Sempre adorei quadrinhos, e sentia a necessidade de criar algo do tipo. Por curiosidade, comecei a experimentar e vi que poderia aprimorar minhas técnicas. Na verdade, eu precisava muito externar alguns pensamentos e criei os personagens perfeitos para isso”. O que Guilherme não contava era com a grande aceitação dos temas nas

O personagem foi criado em 2014 por Guilherme Infante. Seu papel é instigar seus seguidores a refletir

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Foto Pedro Rezende

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redes sociais. Segundo ele, a inspiração para o personagem principal veio por ele representar algo imoral, que sempre nos incomoda. O personagem faz o papel daquele pensamento duvidoso, que aparece para provocar o leitor. Porém, o autor construiu a identidade dele de forma mais suave, para que as pessoas possam fazer a reflexão antes de julgar o conteúdo da página somente pelo nome. O Capirotinho foi criado há um ano, e a aceitação dele nas redes sociais foi imediata, o que foi uma surpresa principalmente para o autor. “Esperava muito por esse reconhecimento, mas

Guilherme Infante, 28 anos, trabalha para aproximar o leitor da filosofia de um jeito divertido e capcioso

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Guilherme tem o sonho de transformar as postagens de Capirotinho em um livro impresso

sempre achei que fosse demorar bastante, até porque, eu sei que o conteúdo pode ser facilmente mal compreendido. Mas, quando vejo as pessoas curtindo e entendendo a mensagem de conflito que quero passar, acaba sendo a mais das gratificantes experiências”. Além deste, Guilherme tem outros três personagens. O anjo Getúlio faz o contraponto a Capirotinho, e mostra sua forma pura e otimista. Já o Nitizinho aparece pouco, pois ele possui reflexões mais amplas, alusão ao princípio do seu nome, que vem do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. E a mais nova criação de Infante é Outono, uma fada que fala sobre poesias. Com os milhares de compartilhamentos, a página dos personagens de Infante ganhou destaque, bonecos e até mesmo tatuagens feitas pelos fãs. Em meio a isso, o autor busca aproximar cada vez mais seu público de seus escritos, e, além das novidades que estão por vir em relação aos outros personagens,

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A fortalezense May Tavares fez uma homenagem ao personagem. Segundo ela, é uma representação da filosofia em quadrinhos

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arte

O anjo Getúlio e o Nitizinho também aparecem nas postagens de Capirotinho. Eles ilustram o otimismo e as reflexões mais profundas dos problemas cotidianos

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Guilherme diz que pretende também lançar um livro. “Eu estou com muitos planos, mas nem todos poderão ser tão rápidos quanto gostaria. Quero fazer experiências com vídeos, solidificar os demais personagens que criei, ampliar minha participação em feiras de quadrinhos, criar mais produtos e, claro, fazer um livro impresso com o Capirotinho. Tudo isso demanda um tempo que não tenho agora, infelizmente. Mas tudo irá acontecer, demorando ou não”. A tatuadora May Tavares, de 22 anos, fez uma homenagem ao criador da página, tatuando o personagem em sua pele. A tatuadora de Fortaleza é grande admiradora de filosofia e encontrou na página diálogos pertinentes aos pensamentos que lia nos livros de grandes pensadores. “Sou fã de filosofia, mais precisamente de Nietzsche e Schopenhauer. O personagem Capirotinho consegue explicar esses pensamentos complexos de uma forma mais pessoal, e em quadrinhos, outra coisa que sou muito fã. Homenagem mais do que justa ter ele tatuado na minha pele, concordo plenamente com seus questionamentos”, diz May. Bem, o Capirotinho, que nasceu em Praia Grande, teve que tirar férias do mar. Devido a propostas de trabalho, o autor retornou ao estado natal, Minas Gerais. Porém, sempre ressalta: “Praia Grande me deu essa inspiração e sou grato por isso. Sempre que puder retornarei à cidade onde cresci, e com todos os seus problemas e vantagens, aprendi a amar e a respeitar”.

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ilha bella

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comportamento

Lixo e vira qu

brinquedo Sucatas aparentemente sem utilidade transformam-se em peças que divertem e ainda resgatam a consciência ambiental Por Luciana Sotelo

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Fotos: Luciana Sotelo

Um belo exemplo de amor, consciência ecológica e sustentabilidade. Com uma bandeja velha, tampinhas de plástico e um lacre de lata de cerveja, materiais que antes iriam para o lixo, um pai resolveu presentear a filha com uma grande surpresa. Com criatividade, ele uniu algumas sucatas à sua memória afetiva. O resultado foi surpreendente. Do que parecia inútil, ele recriou o ‘Pino Gol’, um jogo da sua infância que despertou a curiosidade da pequena e estimulou os primeiros cuidados com o meio ambiente. E isso foi apenas o primeiro passo para uma iniciativa que se tornaria um projeto de vida da família. Se levarmos em conta que o Brasil produz 240 mil toneladas

de lixo por dia e que grande parte desse montante é depositada em lixões a céu aberto, sem nenhuma medida de proteção à natureza ou à saúde pública, não há como não valorizar a reutilização de resíduos. E no caso de Ricardo Silva Ratto Júnior, tudo que não presta acaba virando diversão e entretenimento. Com essa missão, ele ainda ensina que atrelar a imaginação a habilidades manuais pode transformar coisas feias em produtos novinhos e divertidos. Tudo começou às vésperas do Natal de 2013, quando Ricardo quis dar um presente diferente à filha Inaiá, na época, com dois aninhos. “Escolhi fazer um brinquedo que eu

Ricardo Silva Ratto Júnior, acima, confecciona brinquedos desde 2013. Ao lado, algumas de suas muitas criações

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comportamento

O Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia e grande parte desse montante é depositada em lixões a céu aberto, sem nenhuma medida de proteção à natureza ou à saúde pública

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gostava muito quando era pequeno e o fiz com material reaproveitado, sem nunca ter feito algo antes”. A partir daquele momento, Ricardo passou a olhar para o lixo de uma maneira especial e, logo, teve novas ideias. Desde a primeira criação, já produziu uma variedade de mais de 30 brinquedos. Formado em história, o artista diz que os brinquedos dizem muito sobre o tempo, a cultura e as características de uma geração. “Por isso, a maioria que eu faço, faz parte da minha memória. Muitos, inclusive, nasceram desse improviso, nas ruas, com materiais reaproveitados. Mesmo que simples, eles sempre causam encanto e surpreendem a garotada”. Fora a realização pessoal, Ricardo destaca uma missão nobre: mudar o comportamento das pessoas com relação a como lidam com o meio ambiente, principalmente, por intermédio das crianças e adolescentes. Foi então que ele criou a Lixo’s Brinquedos, uma espécie de fábrica de sonhos, construídos com base no que para muitos é um verdadeiro pesadelo, o lixo. A primeira alternativa foi a venda dos produtos, que logo foi descar-

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tada ao perceber que a produção em larga escala não era a alternativa mais viável. “As pessoas veem que o brinquedo é feito de material reaproveitado e acham que ele tem que custar muito mais barato do que os de loja. Na verdade, seria mais barato produzir sem reaproveitar, porque é preciso encontrar os materiais certos, higienizar e só depois confeccionar as peças. Existe um trabalho a mais que, geralmente, não é valorizado”. Na sequência, ele descobriu o rumo certo para o empreendimento. Criou uma brinquedoteca itinerante, com opções variadas de jogos e brinquedos, para todas as idades e todos os gostos.

Educação ambiental Na época em que cursava a faculdade de história, Ricardo se desencantou com o ambiente acadêmico, mesmo assim, não abriu mão de seguir firme na área da educação. Por causa disso, além de oferecer diversão, o artista também proporciona educação ambiental, por meio de oficinas de arte. É nesse momento que ele tem certeza de que está no caminho certo. “A criança tem muita curiosidade, ela surpreende. Tem o despertar das ideias. Ela começa a criar em cima do que eu ensino e já imagina outras possibilidades, isso é ótimo. Gratificante. Exercita a

criatividade. É muito bom ver a garotada brincando e sorrindo, não tem dinheiro que pague”. Ele também se surpreende com os adultos. “Eles se envolvem. Por exemplo, quando eu mostro a minha máquina de fliperama, eles assumem que ela é muito mais interessante que a eletrônica. Isso é o máximo”. Tampinhas de garrafas, bolinhas de mouse, rolha, palito de sorvete, madeira velha, papelão, latinha, tudo pode ser usado desde que haja um cuidado. Lixerama (fliperama), jogo da memória, bastão mágico, carrinhos, balãozinho, sinuca, pistas de minigolfe estão entre as criações desse microempreendedor individual, que explica que cada brinquedo tem um processo específico de confecção. “Tem produto que eu faço em meia hora, sem gastar quase nada. Outros, o preparo das peças pode demorar até uma semana como, por exemplo, um lixerama. Para montar o sistema, que é minucioso, eu utilizo o lacre de champanhe para fazer um dos balanços do fliperama, isso deixa as pessoas surpresas”. Atualmente, Ricardo trabalha num atelier. O grande objetivo em andamento é tornar o lugar uma brinquedoteca. Ricardo disponibiliza uma página no Facebook para divulgação e contato: Lixo’s Brinquedos, além do seu celular: (13) 98882 2426.

Brinquedoteca itinerante leva opções variadas de jogos e brinquedos, para todas as idades e todos os gostos

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comportamento

Quanto mais cedo, melhor se aprende Projeto ensina a garotada a respeitar as leis de trânsito e, por tabela, formar cidadãos mais conscientes

Por Luciana Sotelo

Início da avenida Ana Costa, praça Belmiro Ribeiro, em Santos. Neste endereço encontra-se uma espécie de ‘minicidade’. Lá não existem habitantes fixos, apenas visitantes que passam algumas horas no local e levam muitas experiências positivas para casa. Isso mesmo. Enquanto no trânsito de verdade muitas pessoas cometem irregularidades, seja como pedestres, motoristas, motociclistas ou ciclistas, nesse espaço planejado para a educação, crianças aprendem de forma lúdica a respeitar as regras e dão exemplo de cidadania. Trata-se do projeto Cine Trânsito, uma iniciativa que existe desde 1998 e que já mobilizou mais de 95 mil alunos do ensino fundamental I, com idades entre 6 a 13 anos. A garotada participa de uma aula diferente, com direito a ensinamentos teóricos e vivência prática das principais normas e condutas no trânsito, tanto como pedestre, como passageiro de um veículo. Luciane Beck, diretora de planejamento e projetos da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), explica: “Isso dá muito resultado. Você trabalha com uma criança numa faixa etária que já se comunica bem com os pais e familia-

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res, e percebe que ela se torna uma multiplicadora de conhecimento. Assim, de forma não agressiva, os pais acabam assimilando também o conteúdo, até porque eles passam a ter, a partir de então, `fiscais´ ao seu lado”. A primeira parte do programa consiste em teoria. As crianças são convidadas a embarcar num ônibus adaptado como sala de aula e lá aprendem conceitos que incluem a forma correta de atravessar a rua, respeitar o semáforo, a importância de usar o cinto de segurança e a pedalar com atenção. Uma das orientadoras da equipe é a pedagoga Lucimari Fedzuirek Chalis, especialista em educação. Ela conta que a maior tarefa é reformular conceitos errados que as crianças trazem. O mais preocupante, segundo ela, é atravessar fora da faixa. “Toda escola tem faixa de pedestre e não adianta, a garotada atravessa fora. Elas têm o hábito de brincar na calçada e, de repente, atravessam correndo, sem olhar para os dois lados. Mudar esse costume é fundamental para aumentar a segurança”. O curioso, para Lucimari, é perceber que as crianças passam a ser conscientes e até apontam atitudes erradas na pró-

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pria família. “Relatam que já perceberam o pai beber e dirigir e não entendem por que isso acontece, já que envolve tantos riscos. Dá gosto saber disso porque temos a certeza de que estamos plantando uma sementinha do bem”. Pedro Reis Agria, de 9 anos, ouviu pela primeira vez explicações sobre o significado das cores do semáforo. “Como eu ando muito de ônibus e a pé, prestei atenção. Agora, sei que só posso atravessar se o sinal estiver vermelho para os carros. Legal”. Depois das orientações teóricas, chega a hora mais esperada. Os alunos vão à praça Belmiro Ribeiro, onde fica a minicidade, para pôr em prática as regras de trânsito. Com sinalização completa, o local é propício para os exercícios. Um grupo faz a travessia como pedestre, enquanto o outro é conduzido em minibuggies. E a aventura começa! Com os pedestres, a tarefa consiste em parar no semáforo, manter contato visual com os motoristas para acionar a ‘Faixa Viva’ e atravessar somente na faixa de segurança. Se levarmos em consideração que as principais infrações do pedestre são, segundo a CET, invasão de pista com os carros em movimento

e a não utilização da faixa de segurança, o programa contempla os principais tópicos. Para acabar de vez com aquela impressão de que as pessoas só começam a se preocupar com as normas de trânsito quando estão prestes a tirar a tão sonhada carteira de motorista, são aplicadas tarefas de condutor. A garotada faz um passeio completo na minicidade, de buggy. O veículo é conduzido por uma pessoa devidamente habilitada, mas a carona, no caso a criança, é quem dá as coordenadas. “Primeiro, ela coloca o cinto de segurança, item essencial antes de dar partida. Aí sim, diz quando é preciso parar no sinal, ou seja, quando a luz está vermelha, bem como incentiva o motorista a dar preferência aos pedestres em faixas sem semáforo, no caso da Faixa Viva. Além disso, visualiza as demais placas e pode tirar dúvidas com o condutor”, argumenta Luciane. Yuri Xavier de Jesus, de 9 anos, gostou muito da experiência. A partir de agora, garante que vai ficar mais atento e já tem uma lição na ponta da língua para passar aos pais. “Assim que entrar no carro, nem vou esperar meu pai pedir para eu colocar o cinto. Se vem um carro na contramão e bater, eu vou

Buggy é utilizado para o percurso Beach&Co nº 160 - Outubro/2015

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comportamento

Crianças aprendem na prática as regras do trânsito

estar a salvo”. Outro foco trabalhado é o cuidado com o meio ambiente. Yuri gostou. “Aprendi que usar o carro para ir a todo lugar não é legal, muitas vezes, podemos caminhar. Assim, não prejudicamos a natureza com tanta poluição do escapamento”. A diretora de planejamento da CET fala que, no percurso, o condutor enfatiza ainda que é preciso ficar atento ao abuso de velocidade e ao uso incorreto de celular. “Cada vez é mais comum ver as pessoas dirigindo e trocando mensagens. Nesses segundos, não há nenhuma atenção ao volante. Algo muito perigoso, que nossos jovens podem começar a cobrar dos pais também”, aponta. As declarações sinceras das crianças animam os que pensam nos programas de educação para o trânsito, mais ainda quando as estatísticas também são animadoras. Relatório da CET-Santos demonstrou que a cidade reduziu as ocorrências. Em Santos, as mortes provocadas por acidentes no tráfego reduziram em 62% - foram 24 óbitos no primeiro semestre de 2014 contra nove no mesmo período deste ano. O total geral de acidentes de trânsito apresen-

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Luciane Beck, diretora de planejamento e projetos da CET

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tou queda – de 3.962 para 3.526 registros, ou seja, menos 11%. Entre os ocupantes da via, o grupo de pedestres foi o que teve maior redução. As mortes diminuíram de nove para apenas duas, ou seja, 78%.

Estatísticas assustam Se levarmos em conta que os acidentes de trânsito são a principal causa de morte de jovens no mundo, e que, segundo dados do Ministério da Saúde, a situação é muito grave no Brasil, ou seja, é a segunda causa de morte entre jovens de 18 a 24 anos, atrás apenas dos homicídios, todo esforço é válido na política de educação das crianças. Em 2009, no âmbito do Mercosul, o Brasil ocupava o quarto lugar no ranking de acidentes de transporte terrestre. Hoje está na segunda colocação. A taxa de mortalidade,

de 18,3 mortes por cem mil habitantes, subiu para 22,5 mortes no mesmo grupo. Em comparação com países do bloco, o Brasil só perde para a Venezuela, que tem uma taxa de 37,2 mortes para cada cem mil habitantes. No Sistema Único de Saúde (SUS), em 2013, foram 170.805 mil internações por acidentes de trânsito; mais da metade envolve motociclistas; R$ 231 milhões foram usados no atendimento às vítimas. Luciane considera que, “quando se percebe que está acontecendo redução em todas as categorias, sentimos que o trabalho está sendo bem executado e esperamos, daqui a alguns anos, que isso melhore ainda mais; quando essas crianças que, hoje, frequentam a nossa minicidade, estarão na ativa, seja no seu carro, moto, bike ou a pé mesmo”.

Faixa Viva Faixa Viva é um movimento permanente, iniciado pela CET em 2011, com o objetivo de conscientizar os ocupantes das vias sobre a preferência dos pedestres em faixas não semaforizadas. Com o gesto de estender o braço, nestas faixas, o pedestre aguarda a parada dos veículos, e garante a prioridade de passagem. Segundo levantamento realizado pela empresa, nos quatro anos anteriores à implementação da campanha, o número de mortes de pedestres foi de 56. Levando em consideração os mesmos quatro anos após o lançamento da Faixa Viva, os índices caíram para 36, ou seja, redução de 36%. Luciane Beck, diretora de planejamento e projetos da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), explica: “É uma mudança de comportamento, sabemos que é muito difícil, temos que insistir. Por causa disso, trabalhamos com as crianças e a aceitação é boa. A gente ensina que, independente do gesto da mão, é preciso fazer um contato visual com o motorista para se certificar de que ele, realmente, vai parar”.

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Crianças aprendem a utilizar a Faixa Viva

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Foto Aline Porfírio

comportamento

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Kefir

Iogurte sinônimo de saúde Conheça um lactobacilo centenário que traz benefícios para o trânsito intestinal, aumento da imunidade biológica e emagrecimento. E o melhor, ele funciona como uma corrente, oferecido sem custo algum

Criação e diagramação: Audrye Rotta

Por Aline Porfírio

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Originário da região do Caucáso, Rússia, o kefir vem chamando a atenção dos pesquisadores. Estudos recentes relatam que os mais de 37 microrganismos encontrados no produto contribuem para diversos benefícios à saúde, além de ajudar no emagrecimento. O kefir é uma colônia de microrganismos formados em “grãos”, e leva este nome pela forma de pelotinhas que adquirem. Estes grãos contêm uma mistura de bactérias e leveduras aglutinada sobre uma matriz de proteínas e açúcares complexos (polissacarídeos). Os grãos de kefir assemelham-se aos ramos de couve-flor, e podem ser pequenos como uma ervilha ou crescer até o tamanho de uma noz. Em contato com o leite, o produto fermenta, como qualquer lactobacilo, e fornece o iogurte de kefir. Pode ser feito com todos os tipos de leite animal (vaca, cabra ou ovelha) ou com leites vegetais (coco, arroz ou amêndoa), para os mais sensíveis ao efeito da lactose. Ele também pode ser preparado com água de coco e outros sucos de frutas. A nutricionista Priscilla Oliveira, especialista em nutrição clínica, explica que o principal benefício do lactobacilo é a ação intestinal e o aumento da imunidade biológica de quem o consome. Além disso, melhora a densidade óssea, desinflama o intestino e ajuda em doenças inflamatórias do cólon. “Eu indico o kefir, assim como qualquer outro probiótico, quando vejo a necessidade no paciente. Os probióticos são encontrados em vários tipos de alimentos, como iogurtes, queijos, banana verde, alcachofra etc. Faço a orientação do consumo do kefir de acordo com a preferência e gosto do paciente”. Priscilla ressalta que as propriedades do kefir são extremamente benéficas à saúde, porém, as pessoas devem ficar atentas antes de

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comportamento

Prepare o seu

Mousse de kefir 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite

A mesma medida de iogurte de kefir 1 envelope de suco do sabor predileto Bata tudo no liquidificador e leve à geladeira por algumas horas.

Cream-cheese de kefir Coloque o kefir fermentado e já separado dos grãos dentro de um coador de café novo. Coloque um jarro embaixo para recolher o líquido. Deixe agir por 24 horas na geladeira, tampado para não ressacar o produto. O creme branco do coador é o creamcheese natural.

Fotos Aline Porfírio

Coloque os grãos em contato com o leite e reserve fora da geladeira. No outro dia, o leite fermentado soltará novas pelotinhas, que serão os grãos para a produção de novos probióticos. Esse processo deve ser feito todos os dias. E o princípio ativo que você pode doar para quem quiser experimentar o iogurte são os grãos encontrados nessa nata, que deve ser peneirada. A dose indicada de iogurte de kefir é de um copo de 200ml ao dia. Os grãos de kefir podem ser congela-

dos e utilizados posteriormente. Os probióticos em infusão devem trabalhar em recipientes de plástico ou vidro, evitando contato com alumínio. Algumas pessoas não toleram o sabor azedo do iogurte, principalmente as crianças. Para isso, Ângela criou a receita de mousse de kefir, que é bem rápida de fazer e saborosa.

consumir. Apesar de algumas pesquisas relacionarem o lactobacilo à ajuda do combate a intolerância à lactose, os nutricionistas orientam a não ingerir o produto sem consulta médica. “Como o kefir geralmente é utilizado para fermentar leites, é necessário conhecer o paciente. Em portadores de alergia ao leite ou grave intolerância à ingestão de leite fermentado, não é indicado o consumo. Além disso, é interessante tomar cuidado com pacientes hepatopatas (doenças no fígado), pois, a fermentação leva à produção de álcool etílico (especialmente na variedade do kefir de água). Apesar dessa produção ser em quantidades pe-

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quenas, não é recomendado o uso por risco de agravar a hepatopatia”. Ângela Maria Gregório Costa, de 50 anos, descobriu o kefir quando o marido Jamir Miguel Costa, 56 anos, foi diagnosticado com colite, em 2003. Colite é a inflamação do cólon, ou seja, o intestino-grosso. O paciente sente fortes cólicas e desconforto, visto que evacua com frequência e, por vezes, sem perceber. Jamir fazia tratamento com um proctologista, porém, o médico informou que ele teria que usar medicamentos para o resto da vida. Ângela conta: “Os medicamentos eram extremamente caros e não resolviam o problema, apenas

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Foto Aline Porfírio

colesterol, dores abdominais, entre outros. “Eu fico muito feliz quando consigo ajudar alguém com isso, e quero que cada vez mais pessoas tenham acesso a essa informação. A filosofia do kefir pede para darmos o princípio dele a quem precisa, e que não seja comercializado”. Com tal solidariedade, cria-se uma verdadeira corrente pelo bem da saúde. Ângela, que usou e aprovou o kefir, repassou para a amiga Nicélia Teresinha Nicochelli Scapucin, 70 anos, que sofre de intolerância ao glúten. Nicélia sentiu melhoras em três meses de uso do kefir. “A intolerância ao glúten causa muitas cólicas e desconforto intestinal. Já não sabia mais o que fazer. O iogurte regulou meu intestino em menos de três meses, e os benefícios foram além, contribuíram para estômago, pele, entre outros”, conta. Nicélia está tomando o kefir há seis meses, e não pretende parar de usar o

Nicélia sofria de intolerância ao glúten e sentiu melhoras em três meses de uso do kefir

Foto Aline Porfírio

amenizavam a crise. Ficamos muito chateados com a notícia de que não haveria cura”. Por meio de uma amiga que teve o mesmo problema, ela descobriu o kefir. Foi pesquisar e viu que se tratava de uma produção caseira de iogurte; então resolveu tentar. Segundo ela, custou um pouco para que o marido aceitasse o tratamento natural, mas o resultado foi imediato. “Em um mês, ele já teve uma grande melhora. As dores sumiram, a frequência com que ele evacuava diminuiu e então pegamos firme no tratamento. Em menos de um ano ele estava curado”. Ângela destaca que consultou o médico para o uso do iogurte, e recebeu carta branca para isso. Desde então, ela nunca deixou de fazer o iogurte em casa, e também procura repassar a informação para quem precisa. Ela já doou o grão para várias pessoas com diferentes problemas, como dores de estômago, gastrites, problemas intestinais,

O próbiotico é rico em vitaminas que agem no intestino e aumentam a imunidade do organismo

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comportamento A nutricionista Priscilla Oliveira destaca que o uso de kefir pode ajudar a emagrecer

Fotos Aline Porfírio

probiótico tão cedo. Para completar o ciclo da ajuda que recebeu, também se prepara para repassar o lactobacilo adiante. “Irei repassar o kefir a Bernardete, uma amiga com problemas de estômago, pela primeira vez. Me sinto feliz em poder ajudar, pois, muitas vezes, nosso organismo não se acostuma com determinados remédios. Torço para que essa corrente continue, fazer o bem sempre é valioso”.

Nutrição e emagrecimento

Ângela iniciou a corrente de doação de kefir em Praia Grande

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Um estudo publicado na revista científica Nature mostrou que há uma clara diferença na população microbiana de pessoas magras e obesas, o que sugere uma ligação entre o tipo de bactéria intestinal e a ocorrência de obesidade. Várias bactérias presentes no kefir têm ação emagrecedora. Segundo a nutricionista Priscilla Oliveira, os probióticos atuam em duas fases relacionadas à obesidade: o hormônio leptina e a secreção de insulina. A leptina é um

hormônio que avisa o cérebro sobre o estoque de gordura corporal. Os pacientes obesos ficam mais resistentes a esse hormônio e menos sensíveis aos sinais de que estão satisfeitos, e acabam comendo mais. Além disso, os probióticos ajudam a reduzir os níveis de insulina. Sabe-se que o aumento na produção de insulina está diretamente ligado à produção e armazenamento de gordura. “Baseado nesses fatos, pode-se afirmar que o kefir auxilia no emagrecimento sim, mas não faz milagres. A queima de tecido adiposo só ocorrerá com o exercício físico, e claro, com uma dieta regular e balanceada”, diz. Alguns países como Alemanha, Japão e Grécia já conseguiram industrializar o iogurte, porém, o processo é bastante dificultoso, visto que é impossível a criação de novos grãos; o cultivo deve ser feito a partir da nata do iogurte produzido. A manutenção para se obter o iogurte do kefir deve ser feita a cada 24 horas.

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decoração

Delícia de fim de semana fotos Romulo Fialdini

Nesta casa de praia, em Juquehy, no litoral norte paulista, os proprietários reúnem filhos e netos para curtir os bons momentos da vida

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Por Maria Helena Pugliesi

Altos, ambos com 1,80 m de altura, sempre cheios de energia e adeptos de hábitos saudáveis. É difícil acreditar que os donos desta morada já são avós. Joviais na maneira de ser e de pensar, há muito eles sonhavam com um refúgio para aproveitar o tempo livre longe do burburinho de São Paulo. Encontraram o que queriam na ponta da praia de Juquehy: um condomínio com casas na areia e com o mar logo ali, a poucos passos da varanda. O imóvel escolhido, de 250 metros quadrados, tinha o tamanho ideal para abrigar também seus filhos e netos. Fecharam negócio no mesmo dia que conheceram o empreendimento e logo chamaram a arquiteta Sandra Picciotto para cuidar do design de interiores. Sandra explica: “A principal preocupação deles era ter uma casa com personalidade e de baixa manutenção. Disseram que não queriam ser aqueles avós chatos, mais preocupados com os móveis do que com o bem-estar das crianças”. Inspirada pela conexão da construção com a paisagem externa, a profissional idealizou uma decoração monocromática, estabelecendo a ideia de que os ambientes são uma extensão da praia. Assim, o piso recebeu granilite, revestimento que imita a cor da areia. Nos móveis e nos acessórios predomina o branco. A arquiteta diz: “Os proprietários têm gosto refinado, escolheram mobiliário contemporâneo de bom design. Mas, para não haver neura com os cuidados, tomamos algumas precauções. Os sofás e as poltronas internos, por exemplo, ganharam revestimento

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decoração

Nas quatro suítes, duas de casal e duas de solteiro, tudo é branco, passando sensação de frescor e ornando com o estilo monocromático da casa toda. Emoldurada pelo paisagismo de Renata Tilli, a varanda recebe com conforto os que vêm da praia ou da piscina.

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de couro natural e os do lado de fora, de tecido indicado para barcos. Assim, todo mundo pode sentar à vontade, até de maiô molhado. Já as peças de madeira, como as belas mesas laterais da sala de estar, de Hugo França, foram todas protegidas da maresia com verniz náutico”. A sala de jantar é mais um ambiente que deixa evidente o equilíbrio do projeto entre o sofisticado e o funcional. Em torno da mesa de linhas retas, modernas cadeiras de acrílico se adaptam bem à informalidade das refeições à beira-mar. Cortinas e tapetes, desafetos de muitos que têm casa de praia, aqui compõem com charme a decoração. “Além de deixar os ambientes mais aconchegantes, neste caso, devido à textura de seus acabamentos, tais elementos ajudaram a dar dinamismo ao estilo monocromático. No entanto, não é qualquer tapete e cortina que vai bem em propostas como esta”, ensina Sandra. Ela conta que, para facilitar a limpeza, usou poliéster com aparência de linho na confecção das cortinas - podem ser lavadas na máquina, em casa. Quanto aos tapetes, ele-

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geu os de fibra de algodão – uma boa batida e estão sempre novos. A arquiteta revela, ainda, mais um segredo que faz desta casa um exemplo de bem-estar: “A maior parte dos móveis é solta. Isso não só garante melhor circulação, como também auxilia na faxina”. A área externa espelha o mesmo capricho da ala interna. Quem chega pela praia tem acesso à casa por um agradável alpendre de estrutura de cumaru. Dessa vez, Sandra Picciotto deixou por conta da natureza o acabamento da madeira. As intempéries conferiram uma pátina especial ao deque e aos pilares. Dalí, na sombra rendilhada da cobertura de fibra natural, pais e avós podem apreciar o vaivém das marés e a folia das crianças em suas brincadeiras na praia tranquila. Encantos que só a vida em família pode proporcionar. Por isso, quando os finais das tardes de domingo se aproximam, bate aquela tristeza por ter que abandonar o dolce far niente e voltar para a rotina barulhenta da cidade. Mas o baixo astral dura pouco, afinal o próximo final de semana está logo ali.

O alpendre abriga um gostoso estar ao ar livre, de onde se vê o mar e a exuberante Mata Atlântica. Na sala interna os móveis de bom design suportam as estripulias das crianças graças à resistência de seus materiais.

Móveis: Casual – Marcenaria: Russo – Tapetes: By Kamy – Tecidos: Empório Beraldin - Iluminação: Lumini – Quadros e esculturas: Valu Oria Galeria de Arte – Piso de granilite: Casa Francesa

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ser sustentável

O que vamos fazer?

O nível do mar vai subir, apontam pelo menos dois estudos feitos nos últimos 15 anos. Áreas serão alagadas, algumas irreversivelmente, por isso, é preciso agir rápido e criar um plano

Por Marcus Neves Fernandes.

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Há poucos dias, os moradores da Baixada Santista ficaram sabendo de novas projeções sobre o aumento do nível do mar na região. Os números foram obtidos a partir de simulações feitas nos Estados Unidos. Essas simulações levaram em conta dados sobre a cidade de Santos. Mas o impacto é regional. E como estamos falando de uma região que abriga o maior porto do país, a repercussão e os desdobramentos dessa dinâmica climática têm óbvia interface com o estado e, por tabela, com a União. Todavia, pelo menos por enquanto, nenhuma das cidades da Baixada Santista se pronunciou. Todos parecem confortavelmente surdos – e mudos. Vale ressaltar que esta não é a primeira projeção do gênero. Pelo menos outros dois estudos já foram feitos nos últimos 15 anos. Os números divergem, mas o resultado é basicamente o mesmo: o nível do mar vai subir, áreas serão alagadas, algumas irreversivelmente. Assim, pelo princípio da precaução, que vem norteando tudo o que diz respeito às mudanças climáticas provocadas pelas ações humanas, é preciso agir, sair do imobilismo e responder, de forma pontual e rápida, o que é que vamos fazer. Precisamos de um plano. E se já é difícil ter um Plano Municipal de Adaptação às Mudanças Climáticas, imagine então um plano metropolitano?! Ceticismos à parte, precisamos de um plano e de um cronograma de ações, aberto ao público, com metas pré-definidas, que permitam à sociedade acompanhar os seus desdobramentos e cobrar resultados efetivos. O plano não pode apenas apontar os caminhos. Ele deve responder questões que hoje estão totalmente indefinidas. Não sabemos, por exemplo, qual a atual capacidade de adaptação de Santos e das demais cidades da região frente aos desdobramentos causados pelo aumento

no nível do mar. Não sabemos quais as nossas principais fragilidades, nem tampouco que opções nós temos, técnica e politicamente, para enfrentar essa futura realidade. Outro desafio é definir as alterações legislativas, seja no âmbito do Planejamento Territorial Urbano, da Lei de Uso e Ocupação do Solo e dos Planos Diretores. Todos esses instrumentos devem ser modificados sob a perspectiva da nova realidade que se avizinha. E como são mudanças complexas, que mexem com inúmeros interesses, é preciso que esses trabalhos, para segurança da sociedade, sejam respaldados com informações técnicas, de preferência a partir da criação de um Escritório Técnico de Adaptações às Mudanças Climáticas. É fundamental, também, nos capacitar para buscar novas tecnologias ou, pelo menos, prospectar oportunidades para transferência de tecnologias de monitoramento e adaptação às mudanças climáticas. Só não podemos fazer isso na ‘bacia das almas’, a um passo do precipício – do contrário, adquire-se o que não serve e aplica-se o que é inócuo. Resultado: alguns lucram muito enquanto muitos irão arcar com os prejuízos. Precisamos, também, nos articular, inserir a região nos grandes fóruns internacionais, fazer conexões e ter acesso aos agentes da governança global ligados às mudanças climáticas, inclusive para poder pleitear os financiamentos disponíveis nas fundações, agências de fomento e no Banco Mundial. Por fim, e não menos importante, é preciso ser transparente em todas essas ações, construindo um processo de comunicação imune às descontinuidades político-partidárias há cada quatro anos. Afinal, estaremos trabalhando com uma perspectiva de 50, 100 anos ou mais, no futuro. O momento é de ação e não de prevaricação.

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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gastronomia

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A lancheira da escola pode ser

saudável Por Fernada Lopes Os pais costumam ficar cheios de preocupações quando os filhos vão para a escola. Uniforme, transporte, trabalhos, provas. Mas, a lancheira também tem de estar na lista de itens que requerem cuidados. “Não podemos olhar o recreio como um momento de lazer em que a criança está liberada para comer qualquer besteira”, explica a jornalista especializada em alimentação infantil, cozinheira profissional e culinarista Nathália Donato, criadora da empresa Chefe de Papinha. Ela ressalta que o lanche precisa ser nutritivo e equilibrado, já que é uma refeição feita cinco vezes por semana e que pode até afetar o rendimento escolar da criança. “Se você enche a lancheira de guloseimas açucaradas, ela ficará muito agitada na aula seguinte e isso pode comprometer a concentração dela nas atividades”. A nutricionista Karoline Jorge ressalta que é essencial que o lanche, principalmente o da parte da manhã, seja bem completo. “Esse é o período no qual a criança mais precisa de energia”. Nathália Donato orienta que uma boa lancheira deve conter uma fonte de vitaminas e minerais, um tipo de carboidrato e um tipo de proteína. “Um exemplo de lancheira saudável seria uma fruta, um sanduíche de pão integral com uma fatia de queijo branco e tomate e uma bebida sem açúcar – que pode ser água, suco natural, água de coco ou chá feito com a própria erva”, detalha ela, cujo trabalho tem a assessoria técnica da nutricionista Nathália Guedes.

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gastronomia Dentro desse contexto de educação alimentar, salienta a culinarista, a lancheira não pode ser um exagero. Ela é um complemento das refeições principais e não pode atrapalhar o jantar ou substituir um almoço mal feito. “Se o seu filho comeu pouco antes de ir para a escola, não adianta dobrar a quantidade de lanche, uma vez que ele pode ficar com pouca fome para o jantar.” E aos pais que encontram nos industrializados o caminho para preparar a lancheira, ela alerta: “Procure evitar ao máximo o envio de produtos industrializados, pois a maioria deles é cheia de açúcar, sódio, corantes e conservantes”. Uma opção é fazer um bolo caseiro no fim de semana e congelar pequenas porções embrulhadas em filme plástico para enviar em outros dias.

Vale a pena dedicar o mesmo cuidado à escolha do modelo de lancheira, sendo preferível optar pelas térmicas e mais resistentes. A mesma atenção deve ser dada à garrafinha térmica que irá conservar a bebida até a hora do lanche. “Uma dica é bater a fruta com pouca água e congelar em forminhas de gelo ou picolé. Na hora de montar o lanche, você coloca alguns gelinhos na garrafa e um pouco de água. Seu filho só precisa sacudir antes de beber”, ensina Nathália Donato. A nutricionista Karoline Jorge recomenda que se verifique se a escola oferece lugar refrigerado para armazenar a lancheira até a hora do lanche. “Caso não tenha, a dica é usar gelo reutilizável para manter a temperatura ou enviar alimentos que não sejam perecíveis, principalmente nos meses mais quentes”.

Nathália Donato ressalta que o lanche precisa ser nutritivo e equilibrado, já que trata-se de uma refeição feita cinco vezes por semana

Como a lancheira deve ser composta - Um alimento que dê energia, como barra de cereal, biscoito integral, pão integral; - Um, para o desenvolvimento do corpo: leite, iogurte, queijo branco; - E um, para que o organismo funcione corretamente: frutas, sucos naturais e água de coco; - Para aquelas crianças com intolerância à lactose, podese trocar o iogurte por uma bebida à base de soja; - Caso seja oferecido suco industrializado em vez do natural, devido à falta de tempo e em nome da praticidade, deve-se optar por aqueles em que esteja escrito no rótulo suco e, não, néctar, nem refresco.

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As diferenças Néctar: bebida não fermentada, obtida da dissolução, em água potável, da parte comestível da fruta e adicionada com açúcares. Suco: bebida não fermentada, não concentrada e não diluída, obtida da fruta madura e sã, e, quando submetida a tratamento tecnológico adequado, mantém sua apresentação e con-

servação até o momento do consumo. Pode ser adicionada com açúcar na quantidade máxima de 10% do peso. Refresco: bebida não gaseificada, não fermentada, obtida pela diluição, em água potável, do suco de frutas, polpa ou extrato vegetal de sua origem, com a adição de açúcares. Pode ser obtido também por meio de corantes e aromas artificiais; deve estar claro, na embalagem, as palavras “artificial” e “sabor de”.

O que evitar

Foto: Fernanda Lopes

- Achocolatado; - Suco de caixinha tipo néctar ou com adição de açúcar e conservantes; - Refrigerante; - Frituras; - Bolacha recheada; - Biscoito do tipo simples, mas com alto teor de sódio e açúcar; - Cereais matinais infantis ; - Salgadinho de pacote; - Bolinho pronto; - Iogurte pronto com sabor; - Barrinha de cereal do tipo biscoito recheado ou com muitos tipos de açúcar; - Pãozinho tipo bisnaga vendido para o público infantil; - Embutidos como presunto, peito de peru, salame, mortadela, salsicha; - Guloseimas como pirulito, bala, jujuba.

Receita de bolo integral caseiro Ingredientes 1 e 1/2 xícara de açúcar mascavo ou demerara; 3 gemas; 1 xícara de margarina light ou óleo de coco; 2 xícaras de farinha de trigo integral; 1 xícara de farinha de trigo tradicional; 1 colher (sopa) de sementes de linhaça; 2 colheres (sopa) de aveia em flocos; 1 colher (sopa) de fermento em pó; 1 xícara de leite desnatado; 3 claras batidas em neve; 1 maçã ralada; 3 bananas picadas e canela para enfeitar.

Preparo Peneire as farinhas e o fermento e reserve. Numa

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batedeira, bata o açúcar mascavo com as gemas e a margarina até ficar um creme (cerca de 5 minutos em velocidade alta). Alternadamente, acrescente as farinhas peneiradas e o leite. Coloque a aveia e a linhaça e bata mais um pouco. Desligue a batedeira e junte as frutas. Depois, acrescente delicadamente as claras usando uma espátula. Unte uma forma de furo no meio com cerca de 23 cm de diâmetro com margarina e farinha. Asse em forno médio (200ºC), pré-aquecido, por cerca de 35 minutos ou até que, espetando um palito no centro, ele saia limpo. Após ficar morno, desenforme e polvilhe canela e açúcar.

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Fotos: KFPress

Taigan

Moda

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Além de femininas, democráticas e ideais para esse período de variações de temperatura, as túnicas oferecem um visual sofisticado e elegante em qualquer produção e permitem versatilidade de combinações

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Versátil e

democrática A túnica permite combinações múltiplas e pode ser usada em ocasiões diferenciadas

Além de muito femininas, as túnicas dão um visual mais sofisticado e elegante em qualquer produção e permitem uma versatilidade de combinações que agrada desde as mulheres mais discretas até aquelas que adoram estampas e peças mais coloridas. Democrática e ideal para esse período que promete altas temperaturas. Com origem oriental, muito associada à cultura árabe, as túnicas já foram tendência décadas passadas e foram repaginadas com novos tecidos, estampas e maneiras de usar. Especialmente para quem admira o estilo boho, com influência do movimento hippie e peças retrô, as túnicas podem ser peças cheias de personalidade. Um dos benefícios da túnica é que ela se adapta a diferentes silhuetas, já que, mesmo as mais ajustadas ao corpo, mantêm um visual sofisticado e elegante. Além disso, dependendo do modelo e comprimento, você pode escolher se prefere utilizá-la como peça única ou combinada com calças jeans, bermudinhas ou até calças sociais, que te permitem emendar um compromisso de trabalho com um jantar sem precisar trocar de look. Nessa estação com variações de temperatura, você pode combinar as túnicas com calças nos dias mais fresquinhos e completar o visual com acessórios sofisticados como brincos, pulseiras ou chapéus. O ideal é equilibrar as cores e estampas das túnicas com as outras peças neutras, dessa forma, caso a túnica já seja colorida e estampada, você pode optar por calças e acessórios mais discretos, para não errar na combinação.

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Zara

Por Karlos Ferrera

Modelo muito semelhante ao vestido, é ideal para um fim de semana na praia

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Balmain

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Muito associada à cultura árabe, as túnicas chegam repaginadas, especialmente para quem admira o estilo boho, com influência do movimento hippie em vestidos retrôs

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Guia de estilo: homens altos Acredite no poder dos seus quase dois metros ou mais, e jamais ande curvado para disfarçar. Truque: o mesmo indicado para os homens de pouca estatura. Roupas do seu tamanho, mangas que terminam exatamente no pulso, calças com cintura no lugar.

Sim:

-Calças com barra italiana. -Ombreiras mais largas. -Listras horizontais. -Gravatas mais largas. -Contraste de cores para “cortar” a altura.

Não:

-Terno de tecido risca de giz. -Gola alta. -Calça curta.

Proibido para todos os homens - Meias curtas, que deixam a canela de fora quando você se senta; - Manga de paletó curta, que deixa a manga da camisa aparecendo; - Terno com camisa de manga curta; - Meias brancas com terno; - Suéter usado por dentro da calça; - Calça de abrigo em festa; - Bermuda com sapato social; - Bermuda com meias escuras e sociais.

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Flashes

A Turma do Bacalhau reunida mais uma vez no Pantanal, para nove dias de muita alegria

Orlando e Expedito Honório fisgaram um pintado e um jaú

Ricardo Ramblas orgulhoso o pesado pacu

No início do dia Expedito pegou um Tambaqui

O jaú foi o peixe escolhido por Ribas Zaidan

Uma pausa para o almoço no belo cenário do rio Paraguai

Marcelo Aragon exibe seu belo exemplar de cachara

A turma reunida para comemorar o aniversário de Bento Monte Alegre

Parabéns a Toninho do Leilão

Toninho do leilão comemorou seu aniversário com amigos e familiares

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Família reunida: Felipe, Antonio Carvalho, Giovanni e Ivanete Lucatti

As felicitações dos amigos

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A alegre comemoração dos cinco anos de Yuri Zaidan

O papai Vinícius, os avós Dinalva Berlofi e Reuben e Yuri Zaidan

O casal Claudia e Alexandre Rocha confraternizam com o aniversariante

A irreverência do tio Roberto não poderia faltar

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Yuri na tão esperada hora do Parabéns a Você!

Kaique Nascimento e Yuri Zaidan, fofinhos

O abraço amigo de Gabriel Campos no pequeno anfitrião

Priscila Sanches, o tio Ronaldo e o papai Vinícius Zaidan

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Um setembro superagitado em santos

Iniciativa de Teresinha Cândia Barbosa e Zulmira Ribas de Camargo, a Feijoada do Parque Balneário Hotel contou com mais de 350 convidados e renda revertida para a Creche do Carmo

No Tênis Clube de Santos, os recém-casados Beatriz e Vladimir Sleiman acompanhados dos pais Anis e Neusa Conforti Sleiman

Em Noite Italiana promovida pela “ASFAR”, na Cantina Don Pepe Di Napoli , Helenita e José Lorenzo de Mello Blanco entraram no clima

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Noite Espanhola, na Associação Paulista de Medicina de Santos, criação do diretor social Ricardo Aun e Maria de Lourdes Aun

Diretor social Eduardo Conde Bandeira e o chef Alex Atala realizaram fantástica Galinhada, que reuniu mais de 650 convidados, no Clube dos Ingleses

Em solenidade de posse, Marco Antonio Tadeu Deniz Sanches, re-eleito presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga, Descarga e Capatazia do Porto de Santos, São Vicente,Guarujá, Cubatão e São Sebastião

Comemoração dos 54 anos da Sociedade Soroptmista Internacional, com jantar no Le Coq D’or, ocasião em que foram integradas novas sócias: Lizia Régis Horta, Alzira Esteves Ayres Gomes de Mattos e Julieta Pupo Silva

Prefeito Paulo Alexandre Barbosa com o edil Marcelo Del Bosco Amaral e o corretor de seguros Flávio Meleiro no Sindicato dos Conferentes de Santos

Comemorando os 50 anos da Floricultura Gardênia e do Super Centro Boqueirão no Clube Vasco da Gama , com show de Moacir Franco , Zélia e José Vilarinho Alvarez

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“Destaques” // Luci Cardia Uma história de amor e o compromisso da eternidade do sim. Bruna Violani e Arthur Suzuki promoveram lindas bodas na cidade de São Bernardo do Campo

Casal Bruna Violani e Arthur Suzuki

Helio e Carla Violani, muito emocionados

Milton e Rosely Casari, lindos

A Turma da Riviera homenageou esse casal maravilhoso

Famílias Haddad, Biondo e Gomes estiveram presentes

Dennys e Lynn Haddad, Roberto Haddad, a belíssima Roberta Haddad e Ricardo Fogliano

Os irmãos Dr. Camilo Di Francesco e Heloisa Di Francesco

O clã dos Violani: Pedro Filho, Beatriz, Pedro e Áurea, Rosane e Helio, família maravilhosa que recebeu bem a todos

Ana Maria Moretti e Ronaldo Moretti, Nayara Moysés Peixoto e Ivu Peixotto, Elizabeth Ivo Nunes e Oscar Nunes, Marie Ganizere e José Luiz Ganizere

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Foto: Samuel Yoo

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