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LANÇAMENTO

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Foto Luciana Sotelo

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Foto Luciana Sotelo

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Detalhes de um lugar, onde o tempo parece não passar

Tendência da capital chegou por aqui

E mais... Ponte Pênsil

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Decoração 50 Gastronomia 54

Foto KFPress

Moda 58

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Flashes

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Alto Astral

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Destaques

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Foto Luciana Sotelo

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Foto ASCOM/ Prefeitura de Mariana

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Pequeno em espaço; grande em história e conteúdo

O país do desastre pronto, mas evitável

Capa

Retorno bem-vindo do cartão postal vicentino Foto: Thiago Takeda

Foto PMI/Divulgação

Sítios Arqueológicos pág. 40

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ao leitor Foto: Aline Porfírio

ANO XIV - Nº 161 - NOVEMBRO/2015 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Giuliano Rodrigues giu@costanorte.com.br Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin

Boas-vindas à ponte Mais uma obra centenária da Baixada Santista ilustra a nossa revista. Foi assim com os bondes elétricos de Santos, com a Usina Hidrelétrica de Itatinga, e com os canais santistas. Desta vez, trouxemos a bela e charmosa Ponte Pênsil de São Vicente, responsável pela ligação entre esta cidade e a de Praia Grande, com grande demanda de carros, bicicletas e pedestres, muitos dos quais moram nos bairros limites de Prainha (SV), e Japuí (PG). Pioneira no estilo pênsil no Brasil, considerando-se como construída no próprio local, já que houve uma anterior, transferida de Minas Gerais para Goiás, foi inaugu-

aline@costanorte.com.br

rada em 24 de maio de 1914 e atravessou um século cumprindo seu papel de facilitar

Revisão

urbana, a obra projetada pelo genial engenheiro sanitarista Saturnino de Brito (que

Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

também deixou sua marca nos canais de Santos e na Usina de Itatinga) é, também, o

Colaboração Aline Porfírio, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera,

o ir e vir de milhares de pessoas. Além de importante equipamento de mobilidade

cartão-postal número um de São Vicente. Desde sua inauguração, serviu como atrativo turístico por sua beleza, posição geográfica e arquitetura. A Ponte Pênsil de São Vicente é capa desta edição, em homenagem a sua antigui-

Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fer-

dade e importância. Um patrimônio de tal envergadura que, durante um ano e seis

nandes, Maria Helena Pugliesi e Nayara Martins

meses de obras de restauração, causou grandes problemas para a comunidade e eco-

Circulação Baixada Santista e Litoral Norte

nomia locais. Foi preciso esperar pela reabertura da ponte, interditada em julho de 2013, e só reaberta em outubro passado. Ainda faltam obras menores, mas não menos importantes, como a iluminação, que, à noite, transforma a paisagem da orla. Mas, a

Impressão

bela senhora está pronta para seguir por mais um século na árdua tarefa de facilitar e

Gráfica 57

encantar. É só aproveitar o caminho reaberto e curtir história e beleza.

Eleni Nogueira. 10

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Obras em andamento WILSON CECCON a r q u i t e t o

Foto vista aerea

Bertioga, de frente para o mar. OU

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Incorporadora Mare SPE Bertioga Ltda. Rua Turiassú nº 390, cj. 55, Perdizes, São Paulo/SP, CEP 05005-000. Memorial de incorporação registrado na matrícula 81.781 do 1º C.R.I Santos. CRECI 18981-J.

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história

O retorno de uma charmosa senhora Após dois anos interditada, a Ponte Pênsil resurge bela e firme. Muito mais do que devolver a fluidez ao trânsito, ela se destaca na paisagem vicentina como um dos mais queridos símbolos da região

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Foto: Elias Gomes - Banco de Imagens Turismo do Estado


história

Cerca de dois mil veículos passam pelo acesso das 6h às 21 horas diariamente, segundo a Secretaria de Transportes de São Vicente

As imponentes torres da famosa Ponte Pênsil de São Vicente finalmente voltam a sustentar um trânsito intenso de veículos e pedestres. A belíssima ligação entre as cidades de São Vicente e Praia Grande encontrava-se interditada desde julho de 2013, para obras. Quem a vê hoje, movimentada dia e noite, não imagina que, na verdade, a Ponte Pênsil foi construída com a simples função de levar o esgoto de Santos e São Vicente para a ponta do Itaipu, hoje Praia Grande. Obra do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito, o projeto inicial previa a construção de uma estrutura que transportasse os canos com os dejetos para a outra margem da ilha. Porém, na época, os soldados da Fortaleza de Itaipu solicitaram que o projeto fosse modificado, para ser utilizado, também, para travessia de veículos e pedestres, o que ajudaria no transporte de mercadorias e mais acessibilidade ao local. A construção começou em 1911, com a vinda da ponte pré-fabricada da Alemanha, desmembrada em partes que ocuparam dez navios. O projeto seguiu o estilo da época, de “ponte suspensa por cabos de aço”. Após três anos de trabalhos, a Ponte Pênsil foi inaugurada em 24 de maio de 1914, pelo então prefeito de São Paulo Washington

Foto: Pedro Rezende

Cartão postal número um de São Vicente, a Ponte Pênsil foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), em 30 de abril de 1982

Por Aline Porfírio

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Foto: Marcio Pinheiro Fotos: Aline Porfírio

Luís, que atravessou a via em um automóvel durante uma gloriosa apresentação. Desde então, tornou-se uma importante via de acesso na região, além do aspecto turístico, uma vez que hoje figura como um dos principais cartões postais da primeira cidade do Brasil. O historiador e membro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de São Vicente (Condephasv), Marcos Atanásio Braga, explica: “Até 1981, com a inauguração da ponte Esmeraldo Tarquínio (Mar Pequeno), não havia outra ligação entre ilha e continente, e a Ponte Pênsil teve papel fundamental nesse período. Além disso, era conhecida pelo seu glamour, atraindo turistas e famosos para atravessar a pioneira no estilo no Brasil”. Segundo o historiador, a ponte é de fato a mais antiga no Brasil no estilo pênsil, porém, não é a primeira. Em 1909, foi inaugurada a ponte pênsil Affonso Penna, em Santa Rita do Paranaíba, Minas Gerais. Mas, curiosamente, no início da década de 1970, a ponte foi transportada para Itumbiara, no estado de Goiás, com a finalidade de atender a vila operária da Usina de Furnas. “Muitos dizem que a ponte de São Vicente é a mais antiga. Esse título é válido por ela estar conservada no mesmo local, porém, por datas, há essa contradição”. Desde a sua inauguração, a Ponte Pênsil recebeu apenas uma obra de restauro, em 1980. Esta foi a primeira obra completa em seu centenário. “Nós, do conselho de patrimônio, torcemos muito por essa reforma e com o cuidado que foi feita. A preservação da arquitetura é indiscutível nesses trabalhos; gostamos e aprovamos essa reinauguração, é um importante equipamento para o turismo histórico da cidade”, diz Marcos. Há 27 meses interditada, a via passou por reestruturação completa. O projeto foi iniciado após a constatação da ruptura de alguns cabos devido à corrosão. Foram investidos R$ 33,1 milhões do governo do Estado de São Paulo,

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história

A plataforma de pesca e lazer, com a ponte ao fundo, forma a belíssima paisagem da ligação entre as cidades de São Vicente e Praia Grande

Equipamento foi inaugurado em 24 de maio de 1914, pelo então prefeito de São Paulo, Washington Luís, que atravessou a via em um automóvel durante uma gloriosa apresentação

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por meio da Secretaria de Logística e Transportes. O cabeamento definitivo foi importado da Itália. Os seus 16 cabos de sustentação foram substituídos, trata-se de uma obra grandiosa e complexa, sendo essa a quinta ponte suspensa a ser restaurada no mundo. Durante a reforma, também houve reparos das torres, troca do antigo tabuleiro de madeira por um piso menos escorregadio (de material reciclado) e pintura mais resistente à corrosão (com jateamento). A primeira previsão de entrega fora feita para maio de 2014, data das comemorações do centenário da ponte. Porém, alguns atrasos e trabalhos inesperados acabaram adiando a reinauguração por mais um ano. Segundo o secretário de Estado de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, o projeto teve que ser reavaliado quando testaram a segurança das chapas de base da ponte. “A Ponte Pênsil é uma obra centenária e, por este motivo, algumas adequações no projeto foram necessárias durante a realização das intervenções. Um dos principais motivos foi a necessidade de estudos

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Com vão livre de 180 metros por 5 metros de largura, o piso de madeira foi projetado a 6,5 metros da maré mínima e a 4 metros da maré máxima. Suas torres atingem 20 metros, dos quais 8 metros de profundidade em concreto sobre o solo. Os cabos sustentadores do tabuleiro são 16, com comprimento de 286 metros. Desses, 12 pesavam seis toneladas cada, e os outros quatro atingiam a 10 toneladas cada.

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Fotos: Centro de Educação e Memória de São Vicente

Foto: Thiago Takeda

Foto: Marcio Pinheiro

Dois momentos da história da ponte. A inauguração, em 1914, e a reinauguração, em outubro passado, com a presença do governador Geraldo Alckmin

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história

A Ponte Pênsil é tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Artístico Nacional (Condephaat), e também pelo conselho municipal. Ela é o acesso mais fácil para mais de 12 mil moradores dos bairros Japuí (Praia Grande) e Prainha (São Vicente). Segundo a Secretaria de Transportes de São Vicente, cerca de dois mil veículos passam pelo acesso das 6h às 21 horas diariamente. O secretário da pasta, Raimundo Oliveira, lembra que a restauração da ponte foi fundamental tanto para a mobilidade do município, quanto para os setores de segurança e turismo. Segundo ele, faltam alguns detalhes para a conclusão total da obra, como a entrega do posto policial que fica na entrada da ponte (lado São Vicente).

complementares mais detalhados sobre as chapas de arranque, localizadas à frente dos blocos de ancoragem. Quando abertos, os blocos apresentaram deterioração avançada, sendo necessária a realização de reparos. Além disso, a fornecedora do tablado de material reciclado, previsto para ser utilizado na implantação do piso da Ponte Pênsil, atrasou a entrega do material”.

Renasce um símbolo

Após imprevistos e atrasos, a via foi reinaugurada no dia 30 de outubro de 2015, facilitando o trânsito na região e, principalmente, devolvendo aos vicentinos o seu principal cartão postal

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Foto: Pedro Rezende

Foi difícil para muitos moradores dos dois lados esperarem por tanto tempo. Mas, para alguns, valeu a

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Foto: Pedro Rezende

A Casa das Bananadas conta com mais de 30 tipos de doces, todos artesanais e receitas de família. Além das tradicionais bananadas, dona Osnilda oferece quindim, doce de abóbora, bombocado, cocadas, entre tantos outros. Tudo isso com um belíssimo visual da Ponte Pênsil ao fundo

Foto: Pedro Rezende

Foto: Pedro Rezende

Fotos: Aline Porfírio

pena. A cidade não aguentava de saudades do seu cartão postal. Osnilda Blume nasceu e ainda mora do ladinho da Ponte Pênsil, há 72 anos. Ela é a dona da casa de doces mais famosa da região: A Casa das Bananadas, que existe desde 1921. A relação de dona Osnilda com a ponte é quase um casamento. Seu avô trabalhou na construção da obra, o que fez com que sua mulher Maria Blume iniciasse a venda de doces no local. Passado o tempo, o pai de Osnilda também trabalhou na ponte como engenheiro sanitarista, e logo ela e a mãe estavam seguindo a tradição da avó. “Essa ponte tem uma ligação fundamental com a minha vida. Minha família a viu ser construída e ajudou nisso. Estou muito feliz com a reabertura”, comemora. Segundo ela, os clientes mais fiéis não deixaram de procurar sua doceria, enquanto a ponte esteve fechada, porém, agora, o movimento irá alavancar. “No primeiro final de semana de abertura, eu consegui esvaziar as prateleiras. Agora muita gente vai querer experimentar a bananada e também o doce de batata-roxa que o senhor governador [Geraldo Alckmin] comeu na visita após a inauguração”. Marcos Lemes, de 47 anos, é morador do Parque Prainha há 15. Ele cresceu em São Vicente e passou sua in-

A Ponte Pênsil foi construída com a simples função de levar o esgoto de Santos e São Vicente para a ponta do Itaipu, hoje Praia Grande

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história

Fotos: Aline Porfírio

Marcos Lemes e Osnilda Blume contam com carinho suas memórias ligadas à ponte

fância bem ao lado da ponte. Marcos vendia amendoim no local quando menino, e lembra que seu trabalho era divertido e emocionante, principalmente, quando encontrava um rosto famoso, aguardando para cruzar a via. “A Ponte Pênsil era passagem obrigatória de vários artistas. Lembro que já encontrei famosos como Tim Maia, Roberto Leal, entre outros. Era emocionante para um menino da minha idade”. Marcos participou de reuniões sobre as obras do local. Ele é membro da Sociedade de Melhoramentos Amigos do Parque Prainha, e entre as ações, ele destaca que o DER atendeu o pedido de melhora na acessibilidade do local, colocando uma saída especial para pedestres que transitam pela ponte, não sendo mais necessário adentrar o leito carroçável. Marcos acredita no futuro desenvolvimento da área, com a modernização e elevação da ponte, para que barcos de grande porte possam fazer a travessia. “Nossa região tem muito a oferecer. Já conseguimos uma grande parte tendo a ponte de volta, isso diminui em 70% os gastos dos moradores locais com combustível e percurso. Agora, torcemos para a evolução da área, aguardamos o dia que conseguiremos modernizar a via e liberar o acesso para o desenvolvimento marítimo”.

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Café Paulista Fotos Luciana Sotelo

encanta há mais de cem anos

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Há exatos 104 anos, esse ‘cantinho do passado’ mantém-se vivo e muito bem frequentado

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Por Luciana Sotelo Rua do Comércio, número 8. Nesse endereço, o tempo parece que não passou. Nas paredes, pinturas feitas a mão remetem aos tempos áureos do café; o antigo número do telefone do estabelecimento está estampado com apenas cinco dígitos; há, ainda, o velho balcão e o clima nostálgico de uma Santos que não existe mais. Trata-se do Café Paulista, um centenário charmoso, que nunca muda de identidade e nem sai da preferência da freguesia. Único sobrevivente de uma época em que o centro histórico da cidade constituía-se no coração dos negócios, o ‘Paulista’ é genuinamente santista e faz parte da identidade da cidade, à semelhança do que ocorre com a Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, o Café de la Paix, em Paris, o Colonial, em Madri, e o Mermaid, em Londres. Sua trajetória começou no dia 25 de março de 1911. Na ocasião, a rua do Comércio chamava-se Santo Antônio. Já os clientes, esses adentravam ao café obrigatoriamente de paletó e gravata. A tradição foi abolida em meados da década de 1940. Foi nesse período, inclusive, que a casa teve que passar por adaptações impostas pelo tempo, entre elas, a transformação em restaurante. A casa está na quarta geração de proprietários. Desde 2009, é administrada pelo empresário cearense Antonio Aldland Sá, que faz questão de manter o estabelecimento como o recebeu. “Sei que o estabelecimento é o mais antigo da cidade, esse foi um desafio para mim. Quero, hoje e sempre, preservar as tradições, manter o que existe, sem modificar nada”. Ele conta que o adquiriu porque sua mulher, funcionária pública, foi transferida para Santos. “Morávamos em São Paulo. Eu venho do ramo de padaria. Comecei a procurar algo aqui em Santos e, à primeira vista, me encantei com o Café Paulista. Conheci numa segunda-feira e na quinta já tinha fechado negócio”.

Laire Giraud, ao lado, é frequentador da casa desde 1960, e Paulo Roberto Portella, ao centro, tem 20 anos de fidelidade. Acima, o atual proprietário, Antonio Aldland Sá

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história

Antonio comprou o local do espanhol Manoel Rodrigues Gil, seu Manolo, e de José Antônio. Os irmãos, antigos proprietários, que começaram como funcionários e se tornaram patrões, ficaram no estabelecimento por mais de 60 anos. “Tenho um orgulho muito grande de ser o proprietário desse emblemático local”. Junto com as tradições e histórias, Antonio recebeu outro presente grato: os funcionários. A maioria tem pelo menos 20 anos de experiência. Entre esses verdadeiros patrimônios, o destaque é o simpático e falante Fritz, quer dizer, o Dimce Dobrevski, natural da República da Sérvia, antiga Iugoslávia. “Ele é uma atração à parte”. Como tem um nome difícil de escrever e pronunciar, foi confundido com alemão e logo recebeu o carinhoso apelido que mantém até hoje. Sua memória é prodigiosa: “Fui contratado em 2 de julho de 1982. Há exatos 33 anos. Antes, eu já era garçom. Hoje,

sou o mais antigo daqui e fico muito feliz por isso”. Desde que começou a trabalhar, Fritz conta que nada mudou. A última grande reforma no Café ocorreu em 1958. Antes disso, as mesas eram de tampo de mármore. “Da instalação pioneira, só ficou a estrutura do próprio prédio”. Sempre com uma história curiosa na ponta da língua, Fritz revela que sempre é interrogado sobre seu próprio passado, “os clientes têm curiosidade”. Ele chegou ao Brasil com 17 anos, a bordo no navio Júlio César, vindo da Itália rumo ao porto de Santos. Aos 66 anos, ele nunca perde a hora. Pontualmente, às 11 da manhã, chega ao Paulista e diz que ainda fará isso por muitos e muitos anos. “Quero continuar trabalhando aqui, não sei fazer outra coisa”, ri o cativante funcionário, que deixa claro o segredo em ser tão querido por todos. “Eu trato todo cliente muito bem, com carinho e respeito. Ajudo na escolha dos pratos, quando sou solicitado e mantenho um atendimento cordial”.

A última grande reforma do prédio ocorreu em 1958. Parte da histórica do centenário comércio é contada pelo garçon Fritz, funcionário do local há 33 anos

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Cafezinho de coador Em tempos idos, o café era servido junto com um pedaço de bolo de fubá. Nesse quesito, uma outra tradição sobre a bebida se mantém até hoje: o tradicional cafezinho de coador. Segundo o proprietário Antonio, “turistas do mundo inteiro vêm aqui para experimentar essa delícia”. E Fritz reforça a afirmação. “Antigamente, essa era a segunda casa que mais vendia cafezinho. Preparávamos uma média de 20 quilos de pó de café, por dia. Hoje, a conta é de uns 8 quilos, mesmo assim, a cada 20 xícaras, apenas um cliente pede o expresso”. No passado, o cafezinho só era bebido na mesa, hoje, ele pode ser degustado no balcão, o mobiliário mais antigo. Segundo o atual proprietário, a peça data de 1919.

Senadinho

Curiosidade da fundação

Desde os primeiros anos de fundação, pelas mesas do empreendimento já passaram escritores, poetas, políticos, juristas, barões, comerciantes, atletas, artistas, jornalistas e muitos outros ilustres personagens da vida real. Por ser o mais antigo da casa, Fritz lembra que já serviu pessoas muito importantes. “Eu já servi os caras mais famosos do Brasil, de presidente a vereador”. A lista de personalidades é imensa, principalmente do cenário político; não é à toa que o lugar guarda até hoje um apelido peculiar, “Senadinho”. Por lá, já passaram os políticos Ademar de Barros, Jânio Quadros, Orestes Quércia, Paulo Maluf, Mario Covas, e todos os prefeitos de Santos, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre ele, Fritz tem uma lembrança especial. “Há uns 20 anos, o Lula me abraçou aqui quando soube que eu vim de um país socialista. Engraçado é que, depois disso, o pessoal começou a pensar que eu era lulista e fiquei um bom tempo sem ganhar gorjeta”, recorda o garçom, que serviu peixe para o cliente. Outro freguês do qual não se esquece é Pelé. Simpático e sorridente, o eterno ‘Camisa 10 do Brasil’ lhe pediu fígado à lisboeta. “Depois disso, o prato passou a ter uma ótima saída, todos queriam comer a mesma coisa que Pelé”.

Dos fundadores do Café Paulista quase nada se sabe, exceto o fato curioso de que eram três italianos, todos chamados “João” e carecas; daí vinha o hábito, na época, de tratar o estabelecimento como o “bar dos três italianos”. Desde que Antonio assumiu o comando do Café, alguns pratos foram acrescentados ao cardápio, sem deixar de lado os tradicionais. O carro-chefe é a garoupa Guanabara, que consiste num espeto de garoupa grelhada, risoto de palmito e molho de camarão. Outra boa pedida é o bacalhau à paulista e o linguado à moda da casa. Além dos pratos executivos, existem os pratos do dia, entre eles, destaque para a rabada com pirão e o famoso fígado à lisboeta. O proprietário revela que serve uma média de 150 pratos no salão com 20 mesas. Questionado sobre o segredo do sucesso, Antonio conta: “O estabelecimento fortalece-se a cada dia porque tem alma, é uma casa na qual qualquer um que entra se sente bem, o ambiente é aconchegante, leve e muito gostoso. O charme é o clima de nostalgia, e o forte é o atendimento e a comida de excelente qualidade”. Para o aniversário de 105 anos, em 2016, Antonio faz mistério, mas garante que haverá surpresas. Então, vamos aguardar, porque a trajetória desse ‘centenário enxuto’ está apenas começando.

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história

Além do famoso café, a casa conta com pratos executivos. O carro-chefe é a garoupa à guanabara, seguida do bacalhau à paulista. Já o fígado à lisboeta é a opção preferida do rei Pelé

Clientes fiéis O Paulista também tem tradição em clientes fiéis e, por isso, não é difícil se deparar com clientes satisfeitos que frequentam a casa quase todos os dias. Um deles é o despachante aduaneiro Laire José Giraud, frequentador desde 1960, quando era funcionário de uma empresa suíça exportadora de café. Ele conta: “Eu vinha por conta do patrão, é claro. Antes disso, eu ficava no balcão, pedia apenas um lanche e imaginava quando é que eu poderia me sentar naquelas mesas e comer aquela comida que me deixava com água na boca”, confessa. Para ele, nada mudou desde então. Mais tarde, já em melhores condições financeiras, passou a frequentar com regularidade o estabelecimento, muitas vezes, com toda família. Em 1996, ele presenteou o antigo dono, Manolo, com um painel de fotos e memórias. O prato preferido de Laire é o filé mignon com fritas, mas confessa que já experimentou de tudo. A maior lembrança que tem é a comemoração dos 100 anos da casa. Outro episódio de que, hoje, dá risada, aconteceu antes da ditadura militar (1964). “Estavam acontecendo várias greves no porto. Eu desci do ônibus na praça Mauá e, de repente, vi uma correria de pessoas em minha direção.

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Os polícias estavam com os cassetetes na mão e eu saí correndo também. Fui me refugiar adivinha onde? No Café Paulista, sem dúvida”, relembra. Laire é fã de carteirinha do Paulista, vem todos os dias, nem que seja só para o café e, pelo menos duas vezes por semana, para o delicioso almoço, como ele faz questão de dizer. Uma das suas companhias preferidas para tal passeio é a filha Roberta Giraud, que, desde os 7 anos, também é frequentadora. Ela diz: “Eu gosto muito da simpatia, do pessoal que trabalha aqui, do clima. Meu prato de preferência é o filé à gaúcha, com muita farofa. Adoro”. Outro admirador do tempero centenário é o empresário do ramo do comércio exterior, Paulo Roberto Portella. São pelo menos 20 anos de fidelidade. “Eu consigo fazer reunião de trabalho e saborear o cafezinho, que não abro mão. Venho aqui de segunda a sexta pela manhã e, quase sempre, termino meu final de tarde por aqui também”. Ele estava presente em uma das visitas do então senador Eduardo Suplicy ao estabelecimento e também num dos disputados almoços do rei Pelé. “Independente das celebridades, é o meu cantinho preferido. Admiro e sou fã do Fritz também. Ele é sensacional”.

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empreendedorismo

s e k i B Food movimentam comércio de alimentação de rua Pegando carona na fama dos food trucks, veículos adaptados para vender alimentos, as bicicletas foram pensadas por empreendedores que uniram o útil ao agradável. Eles descobriram que poderiam investir no ramo alimentício, porém, sem muitos riscos e com baixo investimento

Por Luciana Sotelo

Que tal encomendar um sanduíche natural acompanhado de um suco fresquinho para o almoço? Ou quem sabe a boa pedida seja uma deliciosa e nutritiva salada de frutas no meio da tarde? Já para aqueles momentos em que só um doce pode te deixar feliz, basta pedir um brigadeiro artesanal ou um cupcake de chocolate. Tudo isso sem sair do seu ambiente. O pedido é feito pela internet ou telefone e chega na hora marcada, sob rodas, em cima de bicicletas charmosas e personalizadas, equipadas para atender a esses e outros desejos. É a onda das food bikes, uma tendência na capital paulista desde o ano passado, que começou a dar as primeiras pedaladas aqui pelo litoral. A bicicleta foi a solução para a vida de

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Willy Felipe Alves Xavier. Depois de realizar uma pesquisa de mercado sobre food trucks, ele constatou que não seria possível ter um. “Cheguei a ver um completo, não me sairia por menos de R$ 150 mil. Já a bike, com todas as adaptações, ficaria em torno de R$ 500 a 3 mil. Muito mais viável”. Após esse planejamento, há quatro meses Willy abriu o Sandu Bike, uma marca para fornecer sanduíches naturais, sucos de frutas e cookies integrais. “São quatro sabores à disposição: frango, tomate seco, alho poró e ervas finas. Tudo feito com pão integral, salada, patê de ricota e muito capricho”. Willy não tem que abrir as portas da “firma” às oito da manhã, mas o preparo dos alimentos

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O slogan da Nana Gourmet, de Bertioga, especializada em doces, é: “Aqui as receitas adoçam a vida, alegram a festa e reúnem a família”

exige que ele acorde bem cedo para colher os produtos nas feiras e supermercados. Depois é hora de voltar para a cozinha e preparar os sanduíches, embalar, lacrar, e, posteriormente, armazenar na bike. “Os produtos são sempre fresquinhos, feitos todos os dias e de forma artesanal”. A ideia de fornecer lanches surgiu da necessidade e da vontade de trabalhar com aquilo que já fazia parte do seu próprio estilo de vida, conta o empreendedor. Willy trabalhou por uma década na área de comércio exterior, mas quando ficou desempregado, resolveu mudar completamente de rumo. “Minha família já atua no ramo de alimentação, e eu sou fã incondicional da bicicleta. Resolvi unir tudo isso e disseminar o conceito de sustentabilidade

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e praticidade das bikes. Santos é uma cidade plana, temos uma ciclovia ampla e o clima favorece também”. Às dez da manhã, Willy sai pedalando para fazer as suas entregas, que ocorrem das 11h às 18 horas, de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana, ele trabalha quando tem evento. A divulgação do cardápio e itinerário ele faz por meio das redes sociais. Atualmente, os food bikers esbarram num grande obstáculo. Como ainda não há uma legislação específica para o segmento, eles não podem parar em qualquer lugar para vender, explica Willy. “Estamos começando, somos pioneiros e, por enquanto, temos que nos restringir a trabalhar em parceria com estabele-

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empreendedorismo

cimentos privados que nos autorizam comercializar nossos produtos”. Por causa disso, a Sandu Bike estaciona apenas para fazer as entregas em academias, empresas e alguns espaços gourmet. “Em praças públicas, a gente só expõe as bikes para o pessoal conhecer melhor esse novo conceito e para oferecer degustação. Em outras cidades, já existem locais específicos autorizados para as food bikes, aqui ainda não. É uma luta que a gente está batalhando. Queremos conseguir para o próximo verão pelo menos um espaço para reunir todas as food bikes da região”. Para o futuro, Willy pensa em viver dessa atividade, por enquanto, caminha em velocidade reduzida para manter o que já conquistou e investir na compra de matéria-prima de qualidade. A próxima etapa é trabalhar com produtos orgânicos. Hoje, vende aproximadamente 30 sandubas por dia, em média.

Qualidade de Vida Nas ‘magrelas’ é possível comercializar bolo, café, hambúrguer, hot dog, pizza, sorvete, brownies, cupcakes, e tudo mais que vier à cabeça de quem visa sobreviver ou aumentar a renda com seus dotes culinários. Lembra do ‘tiozinho’ que apitava de longe, anunciando a venda de pipoca? Ele também se movimentava de bicicleta, mas, agora, esses veículos ganharam uma estrutura moderna, a quantidade de opções cresceu e a qualidade das guloseimas ficou refinada. Isso porque os cozinheiros ciclistas são quituteiros de mão cheia, alguns até chefes de cozinha, ou, ainda, pessoas com enorme paixão por cozinhar, que se especializaram em oferecer sofisticação na comida de rua. Alexandre Vicente Peixoto da Silva trocou o emprego de 15 anos numa multinacional, em São Paulo, para criar a Bem

Alexandre Vicente Peixoto da Silva trocou o emprego de 15 anos numa multinacional em São Paulo para criar a Bem Querer Delivery, voltada à venda de salada e snack de frutas

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Querer Delivery, voltada à venda de salada e snack de frutas. Formado em computação, o executivo passou a ver a vida por outro ângulo após o nascimento da filha. “Eu sentia falta do convívio. Acordava às cinco da manhã e só voltava para Santos às nove da noite. Sábado e domingo já tinham virado dias úteis. Era um esforço danado e, colocando na balança, já não me compensava mais, não estava feliz”. Alexandre, há alguns meses, aderiu ao programa de demissão voluntária da empresa. Na ocasião, o próprio destino deu uma ‘mãozinha’ para Alexandre. Quando estava desempregado, saía de bicicleta para refletir e pensar no que faria dali para frente. Foi então que percebeu as possibilidades daquele veículo e a facilidade da ciclovia que tinha ao seu dispor. Rapidamente, montou um triciclo adaptado para a venda de salada e snack de frutas. “Lembrei que, muitas vezes, na correria do dia a dia, quem trabalha em escritório não tem um cuidado com a alimentação, acaba comendo algo pronto para ser mais rápido. Então, pensei em entrar na rotina dessas pessoas. A minha fruta prontinha para comer vai facilitar bastante e, além do mais, trará mais benefícios à saúde, sem dúvida”. A estrutura do frigobar que fica na bike é de 86 litros, capaz de armazenar 60 potes. Tudo é mantido sem eletricidade, a refrigeração é feita por meio de bolsas térmicas de gel. “Consigo ficar na rua por meio período, depois volto para casa para trocar as bolsas de gel e reabastecer o estoque”. Alexandre é o novato da turma dos food bikers. Ele ainda não colocou a bike na rua, apenas participou de um evento de degustação. Primeiro, ele correu atrás de qualificação profissional. “Fiz curso de modelagem de negócios, pelo Sebrae e algumas capacitações na Anvisa como, por exemplo, o curso de vigilância sanitária, manuseio de bem alimentício,

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Milena Graziela Silva Santos abriu a Brigadeiro Dona Chita em 2013. Ela trabalha com 17 variedades do adorável docinho

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empreendedorismo

assepsia e higienização profissional e embalagem para produto”. Muito em breve, Alexandre oferecerá saladas e snack de frutas. “A salada é para quem gosta do mix de sabores, já o snack são pedaços carnudos e selecionados do miolo de uma única fruta. Vou oferecer opções em melão, melancia, kiwi, mamão, morango e abacaxi”.

Segunda fonte de renda Willy Felipe Alves Xavier, da Sandu Bike, vende aproximadamente 30 sanduíches naturais por dia, em média

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Muitos têm profissão e emprego certos e, por causa da vontade de cozinhar, acabam apostando na food bike como uma atividade extra para ‘engordar’ o orçamento e poder oferecer o que gostam de produzir. É o caso da funcionária pública formada em comunicação social Milena Graziela Silva Santos. Em abril de 2013, ela abriu a Brigadeiro Dona Chita. À noite e nos finais de semana ela se rendia às panelas e entrava em ação a quituteira. As entregas ela fazia de bicicleta, um veículo simples e sem identificação. “Resolvi investir no negócio do comércio de rua em abril deste ano, quando tive minha bicicleta roubada. Fiz uma pesquisa, comprei uma bike adaptada para meu segmento e consegui parceria com um estabelecimento comercial para poder ter um ponto de venda”. Dona Chita tem um toque especial, faz uso da diversidade da cozinha popular brasileira, conta

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Milena. “Tenho amor pela cultura e apliquei alguns aromas e sabores aos meus brigadeiros. Tenho o brigadeiro Romeu e Julieta; doce de leite com canela; mineirinho; paçoca; chocolate com café e limão; abóbora com cocô; dona Flor e seus dois maridos; beijinho; e café, entre outros. Ao todo, são 17 variedades”. Para ela, esse é um caminho sem volta. Pretende se estabelecer nessa nova profissão e, quem sabe, deixar de lado o emprego principal. Com o slogan: “Aqui as receitas adoçam a vida, alegram a festa e reúnem a família”, Naide Solo Mota, conhecida como Nana, pedala pelas ruas de Bertioga para divulgar a sua empresa, a Nana Gourmet, que, agora em outubro, completa o primeiro ano de existência. Ela e o marido Sérgio Narciso de Azevedo montaram um negócio, em Bertioga, para vender bolos e doces e já estão fornecendo guloseimas para seis estabelecimentos comerciais. Nesse contexto, a bike surgiu, segundo a empresária, para reforçar a marca e dar mais visibilidade ao seu talento, nas ruas. “A bike é linda, adaptada, chama atenção. Eu sou radialista de formação e, ao mesmo tempo, cresci na cozinha com a minha mãe. Nos dois últimos anos, consegui conciliar as duas atividades, mas tem uma hora que temos que fazer escolhas. Fiz um curso de sete meses de doceira no Senac e deu certo. Comecei a vender para

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Os cozinheiros ciclistas são quituteiros de mão cheia, alguns até chefes de cozinha, ou, ainda, pessoas com enorme paixão por cozinhar, que se especializaram em oferecer sofisticação na comida de rua

Doces, frutas e lanches estão entre as preferências dos empreendedores que aderem a este tipo de serviço, até pela facilidade de produção e armazenamento

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empreendedorismo a família, depois para os amigos e não parei mais”. A rotina de trabalho é intensa, além de preparar os doces para as lojas, produz encomendas para os clientes diretos e, quando sai com a bike, confessa, o trabalho dobra. “Já participamos de eventos, por exemplo, na Riviera de São Lourenço, foi muito produtivo. Normalmente, fico na região central da cidade, em frente ao canal de Bertioga. A média de venda na bike é de 100 doces por saída. O mercado é promissor e, assim, consigo divulgar o meu cardápio”. Por falar no menu, as opções da bike são mesmo de dar água na boca. São bolos, entre eles, os tradicionais (laranja, fubá e cenoura); especiais (churros, bem casado, fofinho de chocolate, paçoca, entre outros). Há também os bolinhos no pote (abacaxi, creme de leite em pó com geleia de morango, prestígio), minitortas, carolinas e os cupcakes. “Na rua, temos o retorno imediato do público e torno mais conhecida a minha marca e a qualidade dos meus doces”.

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Serviços Bem Querer Delivery Instagram: @bemquererdelivery Whatsapp: (13) 99677 3003 Sandu Bike Facebook: Sandubike Instagram: Sandubike Whatsapp: (13) 98841 6008 Brigadeiros Dona Chita Facebook: brigadeiros dona Chita Instagram: brigadeiros_dona_chita Whatsapp: (13) 99748 9175 Nana Gourmet Facebook: Nana Gourmet Whatsapp: (13) 98114 5384

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lazer

No escurinho do cinema O Cine Arte Posto 4 é um patrimônio cultural de Santos, com 24 anos de exibição de filmes fora do circuito comercial

Por Luciana Sotelo Luz, câmera, ação. Esta sequência cotidiana realiza-se há quase vinte e cinco anos, para um público seleto e fiel. Desde o dia 25 de setembro passado, o escurinho desse cinema pequeno ficou ainda mais aconchegante para os amantes da Sétima Arte. O Cine Arte Posto 4 exibe exclusivamente filmes fora do circuito comercial. Outra condição que o torna ainda mais especial é sua localização; ele ocupa parte do posto do Corpo de Bombeiros, na orla do Gonzaga, um dos locais mais prestigiados pelo público santista e visitantes em geral. Recentemente, passou por uma ampla reforma e, agora, oferece mais conforto e melhor qualidade de som e imagem. Inaugurado em 8 de novembro de 1991, o Cine Arte surgiu para oferecer uma opção diferenciada do circuito comercial. A jornalista e professora Raquel Pellegrini, coordenadora de Cinemas da Secretaria de Cultura de Santos, na área de áudio-visual, há 25 anos, explica: “Naquela época, existia uma carência de filmes de arte e do circuito independente. Santos sempre teve muitas salas de cinema, desde a década de 1930, mas nada muito focado nessa proposta”. Na pequena sala, hoje com 43 assentos, é possível fazer uma verdadeira viagem pelo mundo. “Por aqui, ouvem-se todas as línguas, conseguimos ter filmes brasileiros, franceses, poloneses, italianos, coreanos, filipinos, noruegueses, colombianos e por aí vai”, conta Pellegrini, que destaca outra vantagem, o valor do ingresso, cujo preço simbólico é R$3,00 (inteira) e R$ 1,50(meia). “Cada vez mais, as pessoas deixam de ver cinema nas salas de exibição; o pessoal usa tablet, celular e computador. A experiência não é a mesma. Com um baixo investimento, é possível ver um longa

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Fotos: Luciana Sotelo

um patrimônio cultural de Santos, com 24 anos de exibição de filmes fora do circuito comercial

Clóvis Ferreira da Silva trabalha no Cine Arte desde sua inauguração

metragem de qualidade”. Tido como um berço de referência cinematográfica, na verdade, um patrimônio cultural da cidade, possui uma programação que é um capítulo à parte. Toda semana, tem uma obra nova em cartaz, que muda sempre às quintas-feiras. “O cinema, de uma maneira geral, já vale, a partir do momento que propicia o diálogo com a plateia. E quando a gente tem esse ponto de reflexão, de alguma maneira a gente se emociona, é muito interessante. Tanto que, na saída, é frequente observar grupo de pessoas que nem se conheciam, debatendo pontos de vista”, argumenta. Raquel explica que os filmes exibidos têm produção técnica peculiar, a linguagem é muito diferente do padrão hollywoodiano, por isso, oferece uma bagagem cultural diferenciada. “O público armazena sentidos e emoções diferentes. Esse é o encanto”. E para os fãs do cinema brasileiro, lá vai o convite. “Exibimos muita produção nacional, que não entra no circuito comercial. Por ano, são produzidos cerca de 250 longas metragens. Se 10% entram no circuito comercial, é muito. Aqui,

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buscamos mostrar o que fica de fora, o que está circulando nos festivais do país e fora também”. Após sete meses fechado, o Cine Arte reabriu as portas muito mais moderno. Em toda sua existência, foi a primeira vez que se fez uma reforma estrutural, explica Raquel. Tudo começou com um pedido do Ministério Público, para adequação dos banheiros para acessibilidade. “Já que iríamos parar mesmo, resolvemos inovar em outros quesitos”. Foram feitos serviços de impermeabilização do telhado, acessibilidade, instalação de rampa, piso emborrachado, substituição das poltronas por assentos confortáveis. Para a segurança de todos, poltronas, carpete e cortinas são antichamas. Além disso, na parte áudio-visual, a tela foi trocada, houve uma reforma na cabine de projeção, que ganhou dois projetores, um digital (blue-ray) e outro de 35mm. O sistema de som também recebeu melhoria e a sala ganhou dois aparelhos de ar condicionado. “Conseguimos também o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, que não tínhamos”.

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lazer

Memória Clóvis Ferreira da Silva, de 64 anos, conhece o Cine Arte como a palma de sua mão. Não é para menos, ele trabalha lá desde que o cinema foi inaugurado, na verdade, entrou dias antes e acompanhou a montagem da sala de perto. Ele lembra que o primeiro projetor que operou tinha 90 anos de uso. “Não tinha como fazer manutenção. Às vezes, era só ligar o aparelho, na hora da exibição, que ele quebrava. Eu tinha que avisar o público que não teríamos a sessão”. E cinema está mesmo no sangue do simpático operador cinematográfico, hoje, também bilheteiro. Toda sua história profissional foi marcada pela Sétima Arte. “É a única coisa que eu sei fazer, comecei como faxineiro no Cine Itajubá, na década de 1970. O encarregado das cabines gostava do meu trabalho e me deu a oportunidade de aprender um novo ofício. O salário era melhor e eu me interessei. Assim, eu nunca mais saí dessa área”. Recentemente, com a troca dos projetores, Clovis teve que se reciclar para aprender a mexer nos aparelhos digitais. Ele gostou da

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experiência, mas confessa: “Sou saudosista, ainda prefiro a película”, diverte-se. Entre uma projeção e outra, Clóvis aproveita para assistir aos filmes. Quando não consegue, lê pelo menos três vezes a sinopse do filme em cartaz, tudo isso para ficar bem informado e ajudar o público cativo que tem na figura do operador, também um amigo. A professora e advogada aposentada Maria Lucia Santos é uma das fãs do operador. Ela vem de São Vicente toda semana para assistir a um filme e trocar uma prosa com Clóvis. “Ele é muito simpático, sempre atende a gente com um sorriso, sabe o que está fazendo e fala muito bem”. Num cinema de arte, é preciso pensar e refletir sobre o que se assiste, revela Maria. “Quando acaba a exibição, sempre tem um grupinho que sai para um cafezinho para debater a temática. Assim, já fiz várias outras amizades também. Toda cidade deveria ter uma sala como essa. O ambiente é espetacular. Dependendo do filme, eu assisto até mais de uma vez”. Foi assim que, durante mais de duas décadas, Clóvis conquistou verdadeiros amigos. Para ele, o local de trabalho é sua se-

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Maria Lucia e o atencioso Clóvis, na bilheteria. Ao lado, a coordenadora de cinemas Raquel Pellegrini, da Secretaria de Cultura de Santos e, abaixo, o casal de fãs da casa, Rosane Rodrigues e Cristiano da Silva Carvalho. A sala conta, atualmente, com 43 assentos

gunda casa, na qual se sente muito bem. Ele diz com muito orgulho: “Nunca deixei de fazer uma sessão. Pretendo continuar por aqui até quando me deixarem. Isso é parte da minha vida”.

Paixão coletiva A servidora pública Rosane Rodrigues de Almeida Carvalho frequenta a sala há 4 anos. Ela gosta do aconchego, da acolhida de Clóvis e, principalmente, da qualidade das obras. “Aqui, a gente vem para pensar, são histórias de autores diversos e não fico sem. Venho pelo menos duas vezes por mês”. E Rosane não vem sozinha, tem a companhia do marido, o servidor público Cristiano da Silva Carvalho. Para ele, contemplar a arte é um momento de refúgio. “A gente sai da rotina, das cobranças e da correria do dia a dia, em geral, nos distanciamos da realidade. A arte, como um sonho, uma religião, tem essa característica. E para mim, é perfeito”. Raquel Pellegrini também se expressa com brilho nos olhos ao falar da trajetória do Cine Arte. “Esse lugar é um patrimônio cultural da cidade. Para se ter uma ideia, se você vier aqui num domingo, com chuva, às nove da noite, vai encontrar gente assistindo filme. É impressionante”.

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hist贸ria

Um manancial de hist贸ria em plena Mata Atl芒ntica

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Sítios arqueológicos de Peruíbe possibilitam conhecer costumes, crenças e utensílios dos antigos habitantes da região

Por Nayara Martins

Um roteiro turístico composto por 14 sítios arqueológicos descobertos no município de Peruíbe. Patrimônios tombados, preservados e repletos de histórias, que marcam os primeiros momentos vividos por antigos habitantes do local. Um passeio que vale a pena constar da agenda tanto de turistas, quanto de moradores do litoral paulista. A seguir, cinco dos principais roteiros:

Ruínas do Abarebebê Considerada uma das primeiras igrejas erguidas no Brasil, conhecida como Igreja São João Batista, no século XVI, foi utilizada pelos padres jesuítas para catequizar os índios e tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), em 1979, protegida pela Lei Federal nº 3.924, de 1961. No local, painéis com fotos antigas contam como ocorreu o primeiro aldeamento do litoral paulista, por volta de 1660. O aldeamento era um local com a presença dos padres jesuítas, oficiais da coroa portuguesa e indígenas. De 1991 a 1994, realizaram-se algumas escavações arqueológicas no local por uma equipe de arqueólogos

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história

da Universidade de São Paulo (USP), sob a coordenação da arqueóloga Dora Pinto Uchoa. Nesse período, foram encontradas aproximadamente 59 mil peças dos séculos XVII, XVIII e XIX. Os fragmentos foram levados para a reserva técnica do Museu de Arqueologia e Etimologia (Mae) de São Paulo. Após dez anos fechado ao público, o local foi reaberto para visitação monitorada em 2000. Em 2004, o sítio arqueológico foi sinalizado e musealizado, o que possibilitou aos visitantes conhecerem melhor a sua história. Atualmente, as visitas às Ruínas do Abarebebê podem ser feitas por grupos de visitantes ou estudantes, a partir de um agendamento prévio, na Secretaria de Turismo de Peruíbe.

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Sítios Piaçaguera Considerada o início do povoado de Peruíbe, atualmente, a terra indígena conta com cerca de 30 famílias, cerca de 250 índios tupis-guaranis, distribuídos em cinco aldeias, numa área de 2.790 hectares. Os índios sobrevivem da comercialização do palmito, de plantas ornamentais e do artesanato indígena. Cerca de 50 alunos estudam na escola estadual da área. No complexo indígena Piaçaguera foram encontradas diversas peças históricas pelos alunos das turmas do 6º ao 9º ano. Entre elas, destacam-se pedaços de cachimbo, de panelas, de cerâmicas indígenas e neobrasileiras, e de faianças - louça de barro esmaltado, dos séculos XVI, XVII e XVIII. O professor indí-

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Diversos fragmentos estão expostos na escola do Sítio Piaçaguera, como pedaços de cachimbo, de cerâmicas indígenas e de faianças. Abaixo, a trilha de acesso ao complexo indígena

gena Dhevan Pacheco, que acompanhou os estudantes nas escavações, explicou que, com as peças, foram feitos trabalhos e exposições na unidade escolar. “O objetivo é mostrar aos alunos de onde vieram e o que significam tais objetos. Além de ensinar a importância de resgatar a história e a cultura indígena”. Na mesma área, localizam-se os sítios arqueológicos Piaçaguera II e III, nos quais foram encontrados fragmentos de cerâmica indígena e neobrasileira, conchas, além das faianças europeias, e alguns fragmentos de telhas do período colonial. Os sítios arqueológicos Piaçaguera localizam-se na área do Taniguá, na região norte do município. Trata-se de um local ainda preservado da Mata Atlântica, com diversas espécies

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da fauna e da flora. Os três locais estão cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Fazenda São João Este é um dos mais antigos sítios arqueológicos da região e de propriedade particular, localizado a três quilômetros do centro de Itanhaém. Atualmente, o proprietário cultiva e comercializa palmito pupunha in natura. O acesso é feito por meio de uma trilha; após atravessar uma corredeira, o visitante encontra as ruínas de uma antiga casa, do século XVI. No local, há resquícios do que pode ter sido um engenho de cana-de-açúcar ou alambique. As ruínas mostram que tais construções foram feitas com uma estrutura de pe-

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história dras, umas encaixadas às outras. A historiadora Fátima Cristina Pires, do departamento de Cultura de Peruíbe, conta que alguns fragmentos foram encontrados na Fazenda São João, como cerâmica neobrasileira, faiança portuguesa dos séculos XVIII ou XIX e cachimbos de barro.

Ruínas do Guarauzinho Para chegar ao bairro Guaraú é preciso atravessar o rio Guaraú de barco e caminhar pela praia homônima até chegar a uma trilha na mata, na qual são encontradas as ruínas de uma casa do século XVI. Nessas ruínas, provavelmente, moraram várias famílias, em diversos períodos, até o início do século XIX. Próximo ao local ainda pode ser vista uma base de pedra, onde também funcionou um engenho de cana-de-açúcar, no século XVI.

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Em meio à Mata Atlântica bem preservada, é possível observar ainda diversas espécies nativas de plantas, como bromélias, orquídeas, samambaias, e de aves, como o trinta-réis-real; piru-piru; garças; entre outras, que sobrevoam as margens do rio Guaraú e toda a área de manguezal. Outro sítio arqueológico, localizado ao longo do rio Guaraú, é a Ponte de Ferro. A estrutura, com base de pedra, construída no período imperial, foi derrubada na década de 1940. Dos dois lados do leito do rio ainda podem ser vistas as bases de pedra que sustentavam a ponte, em meio à natureza. Toda a área do Guarauzinho pertence ao Mosaico de Unidade de Conservação Jureia-Itatins, que faz parte do Parque Estadual do Itinguçu, no Núcleo Arpoador, protegido pela Lei Estadual nº14.982, de 2000. Nas Ruínas do Guarauzinho, as visitas

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podem ser feitas somente em companhia de guias ou monitores ambientais devidamente cadastrados pela Fundação Florestal, órgão ligado à Secretaria de Meio Ambiente do Estado. A indicação dos guias ou monitores ambientais, uma prestação de serviço particular, é realizada pelo departamento de Cultura do município.

Museu Arqueológico Para completar o roteiro e saber mais informações sobre os sítios arqueológicos, deve-se visitar o Museu Histórico e Arqueológico de Peruíbe, localizado na antiga estação ferroviária, bem próximo ao centro da cidade. Um valioso acervo pode ser visto no local, com aproximadamente 360 peças. As peças foram recuperadas por meio do projeto arqueológico Jureia-Itatins, coordenado pelo arqueólogo Plácido Cali. Uma ampla pesquisa foi feita em áreas de produção de engenhos de arroz, localizadas na reserva da Jureia, e em toda a região

Na página ao lado, o Museu Arqueológico. Acima, ruínas da Fazenda São João. Ao lado, detalhe do Guarauzinho, e abaixo, estão as bases de pedra que sustentavam a antiga Ponte de Ferro, considerada sítio arqueológico e construída no período colonial

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história Faianças europeias, com destaque para a sopeira inglesa do século XVIII, expostas no Museu Arqueológico

do litoral sul e Vale do Ribeira, o que resultou na identificação de 22 sítios arqueológicos. O público tem acesso a banners informativos, com textos e fotos que retratam o povoamento na região da Jureia, desde os sambaquis, aspectos da cultura indígena (urna funerária) até a colonização. As urnas funerárias indígenas merecem destaque no museu. Uma delas foi achada no município de Pedro de Toledo; outra urna indígena, intacta, foi localizada no centro de Peruíbe; além de outros fragmentos de urnas funerárias encontradas nas Ruínas do Abarebebê e em alguns pontos do município. Outras peças interessantes são a mão de pilão, do período pré-histórico, encontrada num sítio arqueológico no município de Itariri; alguns machados e um batedor de coquinho, todos em pedra, encontrados no sambaqui Guarauzinho e pertencentes a um período anterior à presença indígena no litoral. Tais fragmentos, conforme a historiadora Fátima Cristina Pires, têm origem entre 4 e 5 mil anos atrás.

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Podem ser vistos ainda as faianças europeias, o grês (grês – um material feito de argila de grão fino, plástico, sedimentário e refratário, e que suporta altas temperaturas) e vidros de origem inglesa, encontrados na região da Jureia. A historiadora Fátima explica que é fundamental conhecer os sítios arqueológicos e a história dos municípios. “A partir do momento que a pessoa conhece e se identifica com a sua história, é que ela quer preservar. Temos que nos conscientizar que fazemos parte dela e, cabe a nós, neste momento, preservar, identificar e divulgar os sítios arqueológicos”. O Museu Histórico e Arqueológico funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h, e fica na antiga estação ferroviária, no bairro Estação, em Peruíbe. As visitas também podem ser agendadas, antecipadamente, para grupos de estudantes no departamento de Cultura, pelo telefone (13) 3454 1215 ou pelo e-mail peruibecultura@yahoo.com.br . Entrada gratuita.

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Se você não sabia que em Santos tem uma CBN, provavelmente há várias outras coisas que você deixou de saber.

99,7 FM Saiba tudo o que acontece na Baixada Santista, no Brasil e no mundo com a rádio que toca notícia 24 horas por dia. Sintonize na 99,7 e escute a maior rede de emissoras all news do país, filiada ao Sistema Globo de Rádio e eleita por 15 vezes a rádio mais admirada do Brasil*. CBN Santos – 99,7. É rádio. Está em Santos. Só toca notícia. * Eleita pelo jornal Meio & Mensagem, pela 15ª vez consecutiva, a rádio mais admirada do Brasil na pesquisa “Veículos mais admirados: índice de prestígio das marcas”.

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ser sustentável

Bhopal De multa em multa, as tragédias se repetem mundo afora. Mariana é mais uma delas. É preciso buscar novos mecanismos para punir exemplarmente, e dificultar que empresas continuem a ser Dr. Jekyll em público, e Mr. Hyde, nos bastidores

Por Marcus Neves Fernandes. Em dezembro de 1984, três mil pessoas morreram em poucas horas, quando um vazamento de gás cianureto de hidrogênio escapou da fábrica de pesticidas da Union Carbide e atingiu Bhopal. Na época, um diretor do Greenpeace afirmou que “se o desastre tivesse acontecido na Europa ou nos EUA, o local teria sido limpo e as pessoas teriam sido indenizadas”. É verdade. A Índia está longe, muito longe. O horror daquela nuvem tóxica,

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que matava enquanto as pessoas fugiam correndo, parece não ter sido forte o suficiente. Lá se vão mais de 30 anos e não há punidos, nem indenizados. Aliás, o conceito da indenização pecuniária, ironicamente, remonta à cultura hindu, há 3,5 mil anos. Antes disso, imperava o Código de Hamurabi, aquele do olho por olho, dente por dente. Os hindus propuseram uma forma de indenização menos violenta, apostando que não haveria nada melhor do

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Foto: ASCOM /Prefeitura de Mariana

* Em tempo: a reportagem completa de Alceu Luís Castilho, publicada em 2013, pode ser lida em http://apublica. org/2013/10/politicos-mineradorasdebate-novo-codigo-mineracao/

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que punir o mais sensível dos órgãos humanos, o bolso. Fazemos isso até hoje. Nas Minas Gerais, por exemplo, as 20 mil piscinas olímpicas de lama tóxica que vazaram da represa da Samarco já renderam, até o fechamento desta edição, R$ 250 milhões em multa – algo como R$ 12,5 mil por piscina... Será que nesse ponto a Samarco se diferencia da Union Carbide e Minas não será mais uma Bhopal? Esse pagamento, ou qualquer outra indenização pecuniária que vier, será o divisor de águas entre Minas Gerais e a Shell, em Paulínia, a Rhodia, em Cubatão, ou a Solvay, em Santo André? Não, a multa não representa nada, absolutamente nada. De uma forma ou de outra, esse valor acabará repassado ao cidadão-consumidor. Precisamos buscar novos mecanismos para punir exemplarmente, dificultando que muitas empresas continuem sendo Dr. Jekyll em público, e Mr. Hyde, nos bastidores. Nos microfones, defendem o que chamam de ‘mineração sustentável’. Longe dos holofotes, dos poucos que ainda teimam em tentar iluminar nosso Congresso, defendem mudanças como as feitas em agosto pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Relator do novo Código da Mineração, Quintão superou até os mais otimistas dos mineradores, inserindo a possibilidade de instalar lavras até mesmo em áreas protegidas de uso sustentável. Fico pensando se o próximo passo será prender cientistas, ambientalistas e, por que não, um punhado de “ecochatos”. Devem ser estes, por certo, os culpados por toda essa lama. O jornalista Alceu Luís Castilho revelou, em 2013, que a empresa de mineração Vale do Sol era do senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), filho do ex-ministro das Minas e Energia. Outro senador, Romero Jucá (PMDB-RR), foi o autor do projeto de lei que autoriza a mineração em terras indígenas. Castilho demonstrou, ainda, que deputados responsáveis pela discussão do novo Código da Mineração indicam políticos para as superintendências do Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão responsável – advinha!? – pelas autorizações e fiscalizações no setor. Outro jornalista, José Simão, costuma repetir que este é o país da piada pronta. É mesmo, definitivamente. Mas é, também, o país do desastre pronto. Aqui é Bhopal.

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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Fotos: Marco Pinto

decoração

Perfeito para um solteiro Só mesmo em seu apartamento no Guarujá é que o jovem médico paulista consegue relaxar e carregar as energias para enfrentar sua frenética jornada semanal

Por Maria Helena Pugliesi

A rotina puxada entre o consultório e o hospital pedia uma válvula de escape para o médico solteiro, de 40 anos. Por causa da profissão, não queria se refugiar em lugares distantes de São Paulo, e o Guarujá lhe pareceu o balneário ideal. Comprou um apartamento de cobertura, de 140 metros quadrados, mas demorou a criar coragem em mobiliá-lo. Indeciso na escolha dos acabamentos e dos móveis, foi deixando para lá

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o seu sonho de lazer. Até que um dia visitou a Casa Cor São Paulo e viu um sofá coloridão, descontraído, com módulos soltos que permitiam diferentes configurações. “Ele amou a peça e como foi meu sócio e eu quem a desenhamos, logo nos pusemos a conversar”, lembra o arquiteto Antonio Ferreira Júnior, parceiro do também arquiteto Mario Celso Bernardes. O sofá tinha o tamanho ideal para a sala do apê do Guarujá

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Todos os móveis foram desenhados pelos arquitetos que assinam a decoração. Para o quarto, uma cama ampla, como o proprietário gosta. Na cozinha, muitos armários, para reunir seus apetrechos gourmets.

e papo vai, papo vem, os arquitetos toparam vender o estofado após o término da mostra de decoração. Era só o começo, pois, entusiasmado com o estilo da dupla, o médico a contratou para fazer o design de interiores da cobertura. Segundo Júnior, “foi um de nossos clientes mais tranquilos. Sem tempo para escolher os itens de decoração e de revestimento, ele nos deu carta branca para criarmos toda a marcenaria e optar pelos melhores materiais para o piso e para as paredes”. Por conhecer as preferências do proprietário, os profissionais abriram a cozinha para a sala. Júnior explica: “O rapaz curte cozinhar para a namorada e para os amigos, integrando os dois ambientes, esse prazer fica mais divertido. Além disso, os dois espaços cresceram visualmente”. Para descomplicar a limpeza para um homem solteiro, Júnior e Mario Celso cobriram o chão do apartamento inteiro com um porcelanato que imita cimento queimado. O tom, que repete uma das faixas do listrado do sofá, também tingiu algumas das paredes, conferindo acolhimento ao estar. Por

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decoração

Quem curte a piscina da cobertura desfruta de uma vista panorâmica do Guarujá. Num nível mais baixo, o cantinho de refeição fica protegido do vento

sinal, toda a cartela de cores do apartamento partiu do tecido do estofado. Como a ideia é fugir para a tranquilidade do Guarujá em petit comitê, uma das três suítes foi transformada em escritório, no qual o médico pode estudar e fazer suas pesquisas na internet bem instalado. Outro conforto aparece no banheiro principal. “Já que não há empregada, roubamos uma boa parte do quarto dela para criar um boxe amplo no banheiro dele. Nada melhor do que chegar da praia naqueles dias de calor e tomar uma ducha fresca. É um luxo que todo refúgio de veraneio tem que ter”, argumenta Júnior. No piso superior, fica a área da piscina, com uma deslumbrante vista da orla, ideal para dar um mergulho no final da tarde e também para fazer a primeira refeição do dia. O deque elevado recebeu um charmoso acabamento: ripado de madeira cumaru que, sem proteção, vai adquirindo com o tempo uma agradável tonalidade acinzentada. Depois da conclusão da reforma, o médico não deixa escapar um final de semana para ir relaxar e se divertir na praia. Em sua opinião, o apartamento é muito mais do que um espaço de lazer, é o lugar em que ele cria novas histórias em sua vida, seja inventando receitas na cozinha, seja refestelado no sofá em longas sessões de filmes e documentários ou, simplesmente, apreciando as estrelas sobre o mar do Guarujá.

Marcenaria: Madeirarte Sofá: Jocal Luminárias: Wallamps Tapete: By Kamy Colcha: Windows Company Piso: Portobello Pastilhas piscina: Atlas

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gastronomia

Segredos da

papinha

Passo a passo para o preparo de uma refeição saborosa, nutritiva e convidativa para os pequenos

Fotos : Divulgação

Por Fernanda Lopes

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Uma das maiores dificuldades das mães, principalmente as de primeira viagem, é a introdução de alimentos sólidos na dieta do bebê. E, aos seis meses, isso deve ser feito - ou antes -, seguindo indicação do pediatra. Entra em cena então a famosa papinha. Para muitas famílias isso vira um bicho-de-sete-cabeças. Para desmistificar este cenário e auxiliar nessa etapa, a jornalista e culinarista Nathália Donato decidiu criar a empresa Chefe de Papinha, que dá consultoria a mães e escolas sobre como alimentar as crianças. Ela ensina: “Antes do nascimento da minha filha, eu tinha uma alimentação péssima. Por ela, eu mudei meus hábitos e os da família. Estudei muito, pesquisei, conversei com médicos e nutricionistas para introduzir a melhor alimentação para ela e para nós também. Porque exemplo é fundamental”. Nathália uniu-se a outros profissionais, como a nutricionista Nathália Guedes, para montar a consultoria. Hoje, ela ajuda mães nos ‘ segredos’ da primeira alimentação após o aleitamento, priorizando as recomendações

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Para preparar as papinhas, escolha ao menos um ingrediente de cada grupo alimentar

da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Organização Mundial de Saúde. No atendimento às mães, Nathália vai à casa da cliente, prepara a papinha e conversa sobre hábitos, como criar uma rotina, como fazer da hora da refeição um momento de prazer para a criança e para a família. “É muito importante criar uma rotina, com horários, local certo para comer e nada de televisão”. Ela também ensina que se deve dar liberdade para o bebê pegar a comida, sentir o alimento, se lambuzar, ter prazer naquele momento. “Manusear a comida faz parte do aprendizado, do reconhecimento de texturas e sabores, por exemplo”. No preparo da papinha, ela dá dicas que facilitam muito a vida das mães. Uma delas é comprar a carne ou o frango já moído. “Não é preciso desfiar depois ou passar na peneira. Basta cozinhar tudo junto, com pouca água, e depois amassar no garfo. Nada de bater no liquidificador”. E quando a criança engasga? “Isso acontece mesmo, principalmente no começo. Mas faz parte dessa introdução”. Quanto à rejeição das papinhas, a nutricionista Nathália Guedes explica que é preciso insistir.

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“Varie os ingredientes, faça novas combinações. É preciso insistir. A criança está formando o paladar e ainda está acostumada com o sabor adocicado do leite materno”. Nathália Donato também dá outra dica: “Não dê suquinhos ou leite pouco antes da hora da refeição. Deixe a criança ficar com fome”. Mas não é preciso encher o prato e nem forçar. “Deve-se insistir, mas a criança não precisa comer um prato cheio. Porém, se ela quiser, dê até que queira parar”. Para preparar as papinhas, escolha ao menos um ingrediente de cada grupo alimentar e monte pratos bem coloridos: Grupo A - Carnes: bovina, aves e peixes; Grupo B – Lugumes: cenoura, beterraba, mandioquinha, chuchu, pepino, berinjela, jiló, abobrinha, couve-flor, abóbora (entre outros); Grupo C – Verduras: alface, brócolis, couve, acelga, repolho, chicória, espinafre, folhas de beterraba, agrião, rúcula (entre outros); Grupo D – Feculentos: batata, cará, inhame e mandioca; Grupo E – Cereais: (preferencialmente integrais) arroz, milho, macarrão, fubá, farelo de aveia, farelo de trigo; e Grupo F – Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, vagem, grão-de-bico etc.

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gastronomia

As papinhas podem ser congeladas em potes individuais por até 30 dias

Dicas -Deixe as leguminosas (feijão, ervilha etc.) de molho em água na noite anterior. Assim, elas cozinham mais rapidamente. -Use o músculo (carne bovina) já moído, assim como a carne de frango. Facilita na hora do cozimento e depois na ingestão. Peça ao açougueiro para moer duas vezes. -Coloque água somente para cobrir os ingredientes. Depois, se precisar, vá colocando água aos poucos. -Use temperos como cebola e salsinha picadinhas. São saudáveis e dão sabor. -Coloque um fio de óleo vegetal ou azeite somente na hora de servir a papinha, ao final da preparação. -Abuse das cores. Quanto mais coloridos os ingredientes da papinha, melhor. -Amasse a papinha com garfo. Não bata no liquidificador ou processador. Quando se liquidifica ou peneira, fibras e outros nutrientes são perdidos. Conhecer a consistência natural dos alimentos vai fazer com que o bebê aprenda a gostar deles. Os pedacinhos estimulam a mastigação e ajudam a desenvolver a musculatura facial, os ossos e os dentes, o que influencia até na fala. -Não tenha medo de a criança engasgar. Isso acontece no começo. -Deixe a criança tentar comer com a mão. Dê uma colher para ela tentar comer. Deixe-a se

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sujar. A hora da refeição deve ser divertida e dar prazer. -Dê água para a criança. A partir dos 6 meses, quando ela começa a comer a papinha, deve ficar hidratada. -Crie uma rotina de horário, local certo para comer e sem televisão por perto. -Não force a criança a comer. O melhor é deixá-la ter fome. Evite sucos ou leite antes da refeição. Dê um intervalo. -A criança precisa experimentar um ingrediente preparado de todas as formas possíveis para você ter certeza de que ela não gosta mesmo dele. -Varie nos ingredientes, para que a criança tenha um paladar amplo. - Não encha o prato. Sua avó podia achar eficiente forçar a comida, mas, hoje, sabe-se que a criança não precisa comer o prato cheio para se alimentar direito. De 6 a 8 meses, as porções de comida não precisam ter mais do que 40 gramas, e isso vai aumentando aos poucos. -Evite sal e açúcar pelo menos até os 2 anos. - Dê preferência a ingredientes orgânicos e integrais e procure evitar o uso de transgênicos. - As papinhas podem ser congeladas em potes individuais por até 30 dias. Descongele na geladeira, tirando algumas horas antes do freezer.

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A consultora Nathália Donato prioriza as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Organização Mundial de Saúde nas dicas e receitas para as mães

Receita 1. Pegue ao menos um item de cada grupo alimentar. 2. Pique os legumes e temperos e compre a carne ou o frango já moídos. 3. Esquente a panela, coloque a cebola, o tomate e o alho picados e uma colher de sopa de água. Deixe refogar rapidamente. 4. Coloque a carne e deixe dourar. 5. Junte os legumes picados e mexa. 6. Se for colocar arroz, coloque neste momento (se for macarrão, coloque nos últimos 8 minutos). 7. Coloque as leguminosas (feijão, ervilha ou grão-de-bico, por exemplo) já deixadas de molho de um dia

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para outro em água. Dispense a água do molho. 8. Cubra tudo com água, tampe e abaixe o fogo. Se for preciso, coloque um pouco mais de água durante o cozimento. 9. Deixe cozinhar cerca de 20 minutos e coloque as verduras picadas finamente (se, em vez de arroz, colocar macarrão, junte-o neste momento). Deixe mais cinco minutos ou até tudo estar bem macio. 10. Tire da panela a quantidade para a refeição e amasse com o garfo. Coloque um fio de azeite e sirva morna. *Indicada a partir dos 5 ou 6 meses, dependendo da orientação do pediatra.

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moda

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Gypsy: o estilo cigano contemporâneo Roupas de tecidos leves, estampas, cores fortes, saias longas, blusas com o ombro caído (ciganinhas) e muitos acessórios definem a nova moda

Por Karlos Ferrera

Fotos: KFpress

Inspirada no misticismo do povo cigano, o new gypsy traz uma deliciosa releitura da moda hippie chic, uma vez que é carregado de referência aos anos 1970. Com força total, o estilo veio para ficar; para quem não conhece, gypsy, em inglês, significa cigano e essa tendência é totalmente inspirada no rico universo místico e colorido desse povo, como estampas étnicas e florais, pinturas indígenas e artesanato tribal. Roupas de tecidos leves, cores fortes, saias longas e muitos acessórios são marcas registradas dos ciganos que, tam-

Tecidos como renda, malha, viscose, chiffon e acetinados aparecem em destaque nas peças. Entre os acessórios, os cintos franjados e o chapéu de feltro chegam com status de objeto de desejo da estação

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moda

Emilio Pucci compôs uma das coleções mais lindas deste estilo. Dramática, eufórica, opulenta, fetichista foram os pontos de destaque na apresentação do gypsy na passarela de Milão

bém, adoram colocar algumas partes do corpo, como ombros, pernas e barriga, à mostra. A palavra de ordem do look é conforto. Decotes ombro a ombro, brincões de argola, lenços coloridos na cabeça ou no pescoço, roupas bem fluidas e coloridas, saias longas. Vários anéis e pulseiras usadas ao mesmo tempo, sandálias rasteiras e bolsas transpassadas com franjas. Essas são algumas características que se destacam da tendência dos armários

das fashionistas mundo afora. Usa-se muito metal e pedraria para os acessórios, mistura de dourado com prata, mix de estampas, sobreposições de peças, características típicas da cultura cigana. Aposte em detalhes como um colar de moedinhas, um maxibrinco ou uma rasteirinha com detalhes em pedrarias. Mas, se você quiser dar uma cara mais moderninha à produção, pode complementar a produção com calçados e acessórios mais pesados.

GUIA DE ESTILO Dicas de etiqueta na festa na casa do chefe Atenção! Não se deixe enfeitiçar pela palavra festa, e resista bravamente aos apelos dos paetês (a não ser que o convite peça habillé), das saias minúsculas, dos decotes abissais e da maquiagem exagerada. Tenho certeza que todo mundo vai aprovar este look básico e confortável. Lembre-se: você não está na balada, mas na casa do seu chefe. Conselho: não beba demais, não seja a mais animada de todos e nem a última a sair.

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Certo e errado na hora de usar colares

Chanel

Bom senso é sempre a melhor medida, mas nem sempre ele funciona sem informação. Se você não sabe que colar usar, como e quando deve usar o quê e não tem noção do que vai bem em você, gostará das respostas que afligem a maioria das mulheres neste quesito.

Pescoço grosso e curto: colares longos. Pescoço fino e comprido: colar curto e gargantilha. Colar curto ou gargantilha de pérola: vão bem de dia e de noite, mas não use se estiver acima do peso. Colar de pérolas longo: vai bem com tudo. Não use por cima de blusas ou malhas volumosas para não “engordar”. Christian Dior

Colar de ouro ou correntes? seguem a mesma regra das pérolas. Um ou muitos colares? depende do seu estilo. Se você for mais ousada, sem nenhum problema.

Navy vintage

O verão tem tudo a ver com sandálias descomplicadas. Para dar um up no look, aposte em modelos com brilhos exagerados

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Diane Von Furstenberg

Michael kors

De pés no chão

Sacadas dos uniformes dos marinheiros franceses, as listras breton estão com tudo nesta temporada

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Flashes

O Grupo Vivência abriu suas portas para receber os pescadores em um dia especial. No cardápio, como não poderia deixar de ser, uma deliciosa peixada. Aqui, alguns dos momentos dessa turma maravilhosa

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Amigos reunidos em uma noite de festa para comemorar mais uma primavera do prefeito de Bertioga Mauro Orlandini

Família Orlandini: Mauro, Cecilia e Rafael

Ideval Gorgônio Primo, Joaquim Passos, Zélia Orlandini e Mauro Orlandini

Bento Monte Alegre, Ribas Zaidan, Paulo Carioca, Mauro Orlandini, Fernando Sena e Ivan de Carvalho

Na concorrida festa, os amigos fizeram questão de prestigiar o aniversariante

Marcelo Luiz Coelho Cardoso, Mauro Orlandini, José Luiz Fonseca Pinheiro, Nelson Portéro e Geilsa Katia Sant’ana

Antonio Rodrigues, Glaci Jacinta Hauschildt, Mauro Orlandini, Roque Cacildo Hauschildt

Na TV Costa Norte

Mauro Orlandini, Vera Lucia e Roberto Peres Manoel Prieto Alvarez e Rodrigo Pestana

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Na Assembléia Legislativa de São Paulo

Em visita ao deputado Estevam Galvão (ao centro), o vereador Toninho Rodrigues e Ribaz Zaidan

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Outubro, mês de muitas comemorações

Família Magina: Rose, Victória, José Alexandre e Fernanda comemoraram os 15 anos de Victória, em Alto Astral, no Clube dos Ingleses

Hélio Brienza Cunha e Maristela Garcia Rodriguez inauguraram a nova Cantina Liliana, no canal 3, esquina com a Francisco Glicério

Na Mansão Vannucci, em Noite de Halloween. Camila Fernandes Brugger comemorou seu aniversário junto à tia Fernanda Vannucci Capodicasa e sua irmã Victória Fernandes Brugger

Em Noite de Pizza em prol do Projeto Menina Mãe, realizada na APM de Santos, a diretora de Responsabilidade Social Lílian Wendy Alexandre da Cunha Glória e o diretor social Ricardo Aun, empenhados no bem servir

A diretoria do Galp (Grupo de Amigos do Lar Pobre): Marília Gabriela Goes, a presidente Júlia Maria da Costa Ozores, Cátia Regina Ramos de Cerqueira e Vânia Denari, na movimentada Feijoada do Mendes Hotel

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O médico Carlos Henrique Alvarenga Bernardes foi homenageado pelos 40 anos de serviços prestados à Santa Casa de Santos, em solenidade festiva do Rotary Club de Santos

No aniversário de 78 anos da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, o casal presidente Lourdes e Ademar Salgosa Jr. junto à diretora social Cláudia Viana

Os empresários santistas da área de estética capilar Arnóbio e Silvera Santos, com seu filho Adry, conferiram as tendências na Academia Vital Sassoon Salon, em Nova York

Rosemary Capp Rodrigues curtiu intensamente seus 60 anos no Buffet Tívoli, com um gigantesco painel de uma destilaria escocesa na recepção aos convidados

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“Destaques” // Luci Cardia

Riviera de São Lourenço foi surpreendida mais uma vez pelo primor da nova arquitetura do restaurante Maremonti, um presente digno do local. Parabéns à família Sobloco e ao empresário Arri Coser

O comunicador Ribas Zaidan e o empresário da gastronomia Arri Coser

José Cardia, Luiz Augusto e Paulo Velzi

Encarnação Collado, Osmar Alves de Moura e sua amada Lia Moura

Os empresários da construção civil Cinthya Möntmann e Marcos Quintana

José Cardia, os empresários Mauro Moreno, Sergio Aragon e Martinho Marques

Martinho Marques, José Cardia, Luiz Paulo Lupa e José Ventura

Leo Marques, Vanessa Matheus, Rose Aragon, Luci Cardia e Van Piedade Moreno

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Paulo de Tarso, Sidnei Pires, Manoel Campos Salles , Toninho Rodrigues e Oscar Muller

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UM PATRIMÔNIO DE BERTIOGA

Fotos Riviera de São Lourenço

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