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Tudo começou por volta dos anos 1960, quando o atual chanceler do Consulado do Uruguai em Santos, Herber Hugo Tort Loureiro, trouxe a modalidade para o Brasil. Na época, ele integrava a seleção do seu país e, entre idas e vindas, adotou Santos. Sua mulher Leonor Ester Quiche foi, inclusive, uma das primeiras professoras de patins, no Clube Internacional de Regatas. Só no Inter, pioneiro no segmento, hoje, são cerca de 250 patinadores, treinados por quatro atletas renomados (Karla Cristina Silva, Andreia Freitas, Katya Silva e Marco Aurélio Alves) e mais cinco auxiliares. De acordo com Karla Cristina Lourenço da Silva, uma das treinadoras, o esporte só não é mais popular por falta de professores por todo país. “Em Santos, a modalidade é muito conhecida, bem concorrida, porque tudo começou aqui. Somos um berço de talentos”. Não é por acaso que competidores do club ganhem o mundo e voltem para casa com troféus e medalhas disputadíssimos. Caso das atletas Carolina Azarini, Isabela Guerato, Lizandra Lopo, Victoria Antelo e Rafaela Freitas, que colecionam títulos nacionais e internacionais. Carolina, Isabela, Lizandra e Victoria formam um quarteto de sucesso, na categoria júnior. Com a coreografia Burlesque, de autoria das técnicas Karla Silva e Elaine Soares, as meninas já foram longe e ainda querem mais. Somente este ano, faturaram o ouro no Campeonato Brasileiro de Patinação Artística, realizado em maio, em Petrópolis, Rio de Janeiro e, recentemente, em junho, na cidade de Encarnación, no Paraguai, ficaram com a prata no Campeonato Sul-Americano de Patinação Artística 2015. O saldo positivo vem da determinação e vocação que sentiram desde a infância. A maioria dessas patinadoras, hoje com 16 anos, sentiu-se atraída pelo esporte aos 5 anos de idade e, agora, colhem os frutos da determinação e garra que investiram. A patinação é a essência da vida de Isabela. Ela conta que, desde bem pequena, gostava de praticar esportes. Ela fez natação, tênis, mas foi na patinação que se identificou. “Senti-me livre, independente, consegui expressar o que eu sentia, não

Beach&Co nº 157 - Julho/2015

Foto Arquivo Pessoal

A sincronia de movimentos, a alegria, leveza e criatividade resultam de muito treino e muito amor pelo que fazem

vivo sem patinar. É um esporte completo, trabalha corpo e alma. É uma escolha da qual nunca vou me arrepender. Faz parte de mim”. Teve sua primeira aula aos 5 anos, com Andreia Freitas, atleta premiada na modalidade. Aos 9, já participava de competições. Com o tempo e a vontade de aprender, aprimorou-se e inseriu novas modalidades ao seu cotidiano. Hoje, pratica a patinação artística livre, solo dance, free dance, figuras, além do quarteto. Tamanho empenho já rendeu mais de 40 prêmios individuais, entre eles, títulos como o 3º lugar no Campeonato Sul-Americano; 4º, no Campeonato Brasileiro; e 1º lugar, no Campeonato Paulista. “Eu não fico nervosa, fico com frio na barriga, tento sempre dar o meu melhor em quadra e tem dado certo”. Além disso, treina de quatro a cinco horas por dia, durante a semana e mais duas horas aos sábados e domingos. “Estou muito focada, meu grande sonho é partici-

O Clube Internacional de Regatas, pioneiro no segmento, possui, hoje, cerca de 250 patinadores, treinados por quatro atletas renomados: Karla Cristina Silva, Andreia Freitas, Katya Silva e Marco Aurélio Alves, e mais cinco auxiliares

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