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ao leitor Foto JCN Arquivo

ANO XIV - Nº 156 - Junho/2015 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes, Maria Helena Pugliesi e Marina Veltman Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

O pulmão da ilha O termo ilha, invariavelmente, remete-nos a uma pequena porção de terra, envolta em água e com muito verde. Dificilmente nos vem à mente uma grande cidade, como Guarujá, por exemplo. O município, com 81 anos, com boa infraestrutura urbana, comércio competitivo, badalações, glamour e, como toda região desenvolvida, problemas sociais e ambientais, está encravado na ilha de Santo Amaro, a maior do estado de São Paulo. Guarujá é, hoje, uma das principais cidades da região metropolitana da Baixada Santista e um dos destinos turísticos de destaque no país, graças a suas belíssimas praias e paisagens paradisíacas, ainda preservadas em meio a todo o desenvolvimento urbano. Mas, é notório que muito do verde se perdeu, pressionado pelos empreendimentos imobiliários e em atendimento ao crescimento populacional, uma força que avança sobre as reservas naturais e a vida selvagem. Por sorte, a ilha ainda mantém uma grande área preservada, devido, principalmente, a sua distância da região central. A Serra do Guararu está localizada a 27 quilômetros do centro da cidade e tem como característica um enquadramento excepcional em termos de natureza. Ela representa uma das últimas porções de dimensões significativas (cerca de 2.100ha) de Mata Atlântica, em bom estado de conservação, na planície costeira do litoral paulista. Além da rica biodiversidade presente, há também importantes sítios arqueológicos, centenas de nascentes que alimentam o rio Iporanga, que corta a região, e praias lindíssimas. Um patrimônio também ameaçado, mas que, felizmente, conta com diversas frentes e ações na luta diária por sua preservação. Proteger este trecho pode significar a proteção do futuro ambiental desta ilha, uma das dádivas naturais do litoral brasileiro. Eleni Nogueira.


Obras iniciadas

Seu cenário permanente em Bertioga. WILSON CECCON a r q u i t e t o

Perspectiva artística

Perspectiva artística fachada frontal

Terraço panorâmico com churrasqueira do apartamento de 125,56 m²

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Gerenciamento da construção

Informações

Intermediação

3317-4282 (13)3316-3624

(13)

Incorporadora Mare SPE Bertioga Ltda. Rua Turiassú nº 390, cj. 55, Perdizes, São Paulo/SP, CEP 05005-000. Memorial de incorporação registrado na matrícula 81.781 do 1º C.R.I Santos. CRECI 18981-J.




Foto Pedro Rezende

24 Guarujá, novas perspectivas na Pérola do Atlântico

Foto Luciana Sotelo

30 Exemplo de doação incondicional

E mais... Serra do Guararu

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Ser sustentável

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Decoração 48 Moda 58 Flashes 62

Foto KFPress

Destaques 64 Celebridades em Foco

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Alto Astral

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Foto Luciana Sotelo

38 Tradição junina em Santos

Foto Photl.com

52 A arte de harmonizar queijo e vinho

Capa

Bicho-preguiça, uma das muitas espécies observadas na Serra do Guararu Foto Worlds Wild Life Wonders / Shutterstock

Foto APHM/Divulgação

Maresias pág. 44


meio ambiente

Praia de Sรฃo Pedro, uma das sete da Serra do Guararu 10

Beach&Co nยบ 156 - Junho/2015


Foto Renata Maranhão

Dá trabalho proteger o

paraíso

Fora da rota do desenvolvimento de Guarujá, a 27 quilômetros do centro da badalada cidade praiana, fica um pequeno paraíso ecológico, a Serra do Guararu, na qual a vida animal e a preservação constituem uma batalha diária Por Renata Maranhão

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meio ambiente Quando pensamos em Guarujá, vêm à cabeça prédios, praias com muitas pessoas e comércio à beira-mar. Foram tantos empreendimentos imobiliários ao longo dos anos, que muito do ambiente natural foi comprometido, impactando boa parte da vida selvagem da região. Muitos não sabem que a cidade é uma ilha. A maior do estado de São Paulo. Vista de cima, seu formato lembra a figura de um dragão. Pois no rabo deste dragão fica a Serra do Guararu, uma das últimas porções significativas em bom estado de conservação da Mata Atlântica. São cerca de 2.100 hectares tombados como patrimônio natural e cultural do estado de São Paulo desde 1992, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Arqueológico do Estado. Uma região rica em palmito juçara, que abriga cerca de 142 espécies de aves -

como tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), ameaçado de extinção, e o pouco conhecido jacuguaçu (Penelope obscura), que adoram o vegetal, além de muitas outras espécies de fauna e flora. São 14 espécies de mamíferos - como onças-pardas, bichos-preguiça e gambás, e inúmeros insetos, bonitos ou estranhos, como besouros-arlequim e gafanhotos. Além das espécies que habitam regularmente, muitas outras visitam ocasionalmente, para explorar a areia da praia em busca de alimento, descanso durante rotas migratórias ou reprodução, como as gaivotas, atobás, gavião-carcará (Caracara plancus), parente próximo do falcão, que pode ser visto se alimentando à beira-mar. Um excelente caçador de aves, lagartos, cobras e até caranguejos. Cenas bucólicas como a do mergulhão secando suas asas entre um mergulho e outro, e a mamãe

Foto JCN Arquivo

Embora seja área de reserva ambiental, a serra possui condomínios residenciais de luxo e comunidades tradicionais

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Foto Divulgação Condomínio São Pedro Foto Renata Maranhão Foto Renata Maranhão

preguiça carregando cuidadosamente o seu filhote, fazem parte de uma romântica paisagem, em constante risco de destruição, mas que conta, também, com muita gente disposta a preservar. A Serra do Guararu, com seu cenário ainda paradisíaco, é extremamente suscetível ao desequilíbrio ecológico rápido. Por exemplo, na floresta localizada dentro de um dos condomínios da região, gatos antes domesticados, transformaram-se em selvagens (gatos ferais). Foram soltos ou simplesmente apareceram por lá atrás de alimento, abrigo ou reprodução. Vivendo apenas da caça e lixo dos condôminos, sem predadores naturais, protegidos de doenças e transmissores de doenças aos animais nativos, tornaram-se o topo da cadeia alimentar da região, com consequente diminuição da população de gambás, caxinguelês, pássaros, cotias, o que promoveu um desequilíbrio ecológico na área da reserva em pouco tempo. O fato foi notado em meados de 2012, quando o veterinário e pesquisador Samuel Betkowiski fazia o registro noturno de corujas. Deparou-se com imensa quantidade de gatos na área da reserva e alertou para o perigo que representam à fauna nativa da Serra do Guararu. Por estar localizada dentro da área de reserva ambiental, a Sampedro (Sociedade Amigos da Reserva Ambiental do Sítio São Pedro) possui um departamento de meio ambiente, que visa o estudo da área, preservação do ecossistema e educação ambiental. Foi feito um trabalho de conscientização com funcionários das casas, do condomínio e de obras para não alimentar esses gatos e cachorros aparentemente sem donos, além de orientação sobre reciclagem e horário

Na região, a fauna silvestre vê-se envolvida nos trechos urbanizados dos condomínios

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meio ambiente de coleta de lixo. Um mutirão de castração, realizado conforme as normas do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) foi feito com a proposta de deixar o menor número possível desses animais em reprodução na região. Desde o início deste trabalho, em 2012, quase 200 animais já foram castrados e chipados. Com auxílio de gatoeiras, foram coletados os cachorros e gatos ferais residentes na área da floresta, além dos animais domésticos da população caiçara. Foram castrados, chipados e devolvidos aos donos ou soltos na área nas quais foram coletados, pois não podem mais ser domesticados. Já os filhotes encontrados nas áreas verdes do Sítio São Pedro foram encaminhados para a ONG Carpada (Casa de Apoio, Abrigo e Proteção dos Animais Domésticos), para a

feira de adoção realizada aos fins de semana na praia das Pitangueiras, no Guarujá. Para se ter uma ideia dos incidentes que um animal “doméstico” - ou que pelo menos foi doméstico um dia - pode causar a um animal nativo, foi encontrado um tamanduá bem machucado e com muitos arranhões em uma das casas da reserva, no final de março deste ano. O tamanduá é considerado vulnerável à extinção pela lista vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN), que estuda os riscos de extinção de todos os animais do mundo, e já é considerado extinto em alguns estados do Brasil, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de quase extinto no Rio Grande do Sul e Paraná. A bióloga Gabriella Athayde, contratada da Sampedro, foi quem fez o atendimen-

Fotos Renata Maranhão

Uma diversidade de espécies pode ser vista com facilidade em meio à vegetação preservada

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Foto Renata Maranhão

O jacuguaçu (Penelope obscura) ou jacu, mede 73cm e, apesar do tamanho, voa agilmente na densa vegetação da Mata Atlântica

to: “Dei os primeiros-socorros e levamos ao veterinário. Chegando lá, colocamos no oxigênio e recebeu os medicamentos necessários. Infelizmente, o tamanduá morreu após uma semana de tratamento”. Como diz Gabriela, esta é a certeza de que houve o desequilíbrio de animal nativo x animal doméstico. Sobre isso, ela lembra: “Daí a importância do nosso projeto de castração feito na Serra do Guararu crescer cada vez mais, para diminuirmos os gatos ferais em áreas das florestas, e diminuir os ataques e caça aos animais nativos. Além do bem-estar animal, visamos a conscientização da população local sobre a castra-

Foto Divulgação Condomínio São Pedro

Tamanduá-mirim recebe oxigênio e cuidados veterinários após ataque de animal doméstico solto na mata

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meio ambiente Foto Divulgação Condomínio São Pedro

O microlixo dos oceanos, nos estômagos de indivíduos encontrados em óbito na praia, causa preocupação mundial sobre diversas espécies

ção e posse responsável. É um trabalho que está dando certo, mas o resultado é a longo prazo e precisamos muito do apoio de todos os moradores da comunidade, loteamentos, marinas, enfim, todos que possam apoiar o projeto de preservação da fauna nativa da Serra do Guararu”. Não é apenas o tombamento do patrimônio histórico que protege a região. É necessário que se trabalhe em conjunto na proteção ambiental e educação de turistas, moradores ou qualquer um que a frequente,

mesmo que por apenas um dia. Os trabalhos de conservação da Serra do Guararu são feitos por várias mãos, e esta união, entre poder público, entidades civis e comunidade já começa a dar alguns resultados, pois de acordo com relatório do ISSA (Instituto de Segurança Socioambiental), a região se encontra em avançado estágio de regeneração. Tudo por lá remete à vida, embalada pela trilha sonora das aves ou das ondas do mar. Cruzar com animais silvestres e insetos estranhos é uma constante. Todos os animais

Estragos sem perceber Apesar de tanta proteção, ainda são muitos os estragos feitos pelo homem, mesmo sem perceber. Dentre eles, os vidros das residências, um problema para os pássaros na área da reserva. Já que muitas vezes as aves não conseguem distinguir a barreira do vidro e acabam batendo. São inúmeras as aves mortas, segundo Gabriella Athayde, que ensina uma solução muito simples: “os moradores devem colocar adesivos nos vidros ou pendurar enfeites coloridos como fitas. Isso pode diminuir muito os acidentes”. Silvio Altman, presidente da Sampedro, afirma que a Reserva Ambiental do Sítio São Pedro está empenhada na preservação da área de Mata Atlântica, cuja fauna está 60% ameaçada de extinção, de acordo com relatório

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Foto Renata Maranhão

utilizam as vias asfaltadas como corredores, por isso a necessidade da educação de transeuntes para o respeito no limite de velocidade na reserva. Simpáticos e lentos bichos-preguiça são vistos atravessando a estrada pelo chão, podendo provocar acidentes ou atropelamentos. A bióloga Gabriella Athayde comenta que, quando avistados próximos da estrada ou das residências, estes animais são coletados e soltos em local próximo, porém, mais protegido pela floresta. “Avistamos recentemente uma preguiça com um filhote, o que é um bioindicador de área preservada”, comemora.

Resgate e reabilitação

As aves não conseguem distinguir a barreira do vidro das residências e acabam batendo, como esta juruva que foi tratada e devolvida à natureza do ICMbio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade). Ele diz: “Espalhamos placas pela estrada do condomínio e na praia, alertando sobre a existência desses animais, cuidados com velocidade e incidentes com o microlixo deixado pelos turistas, para que todos ajudem a cuidar, cada um fazendo a sua parte. Também estimulamos as palestras ambientais com as crianças, sejam do condomínio ou da comunidade”.

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domínio São Pedro

O tucano-de-bico preto(Ramphastos vitellinus) entre as aves mais avistadas na região

Foto Divulgação Con

Nas praias, mais estrago do homem. Muitas tartarugas-verdes (Chelonia mydas) chegam em óbito por afogamento. De acordo com a bióloga Gabriella Athayde, estas mortes ocorrem possivelmente pela grande quantidade de redes de arrasto colocadas em frente às praias da Serra do Guararu (proibidas por lei). Os animais ficam presos nas redes e, por precisarem de ar para respirar, acabam morrendo por afogamento e descartados ao chegar às praias. “As leis precisam ser cumpridas em proteção à fauna marinha, assim como um trabalho de maior conscientização e educação ambiental com os pescadores”, comenta.

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meio ambiente Foto Divulgação Condomínio São Pedro

Preguiça com um filhote é um bioindicador de área preservada

A tartaruga-verde é uma espécie oficialmente ameaçada de extinção, de acordo com a IUCN. Para entender melhor, ela está no 6° degrau, de uma escada de 9 degraus, para se tornar extinta. Mas algumas têm um final feliz. É o caso dos animais resgatados e encaminhados ao Instituto Gremar, especializado em resgate, reabilitação e salvamento de animais marinhos, cuja base localiza-se em uma casa flutuante na estrada Guarujá – Bertioga. O trabalho é feito em parceria com a Associação dos Amigos da Reserva Ambiental do Sítio São Pedro, que cede mensalmente o transporte, combustível e medicamentos, pois esses resgates são constantes. Afogamento foi a causa do incidente com uma toninha (Pontoporia blainvillei) em janeiro deste ano. As toninhas se parecem muito com golfinhos, porém menores. O cetáceo foi encontrado por visitantes na praia de Peruíbe, muito debilitado, com corte grande na nadadeira e boca, além de problema pulmonar, causado por afogamento. “Provavelmente, a toninha ficou

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presa em rede de arrasto e lutou muito para escapar ou foi solta pelos próprios pescadores”, conta Gabriella, que a apelidou de Pepe.“Iniciamos o tratamento com equipe de veterinários,biólogos e voluntários que fizeram rodízio por 24 horas em um pequeno tanque segurando Pepe, para que não virasse e se afogasse. A resposta aos medicamentos foi excelente”, relata. A toninha é um animal sensível, não tolera cativeiro por muito tempo e está ameaçada de extinção, de acordo com a lista vermelha da IUCN, sendo que a população que fica no litoral de São Paulo e Paraná é diferente geneticamente (muito menor) da que habita o Uruguai, Argentina e sul do Brasil, tornando-a mais suscetível à extinção, por não se misturar geneticamente. Mas o final feliz de Pepe ajuda a dar alento à espécie. A soltura aconteceu em abril pelos biólogos, com o apoio da Polícia Ambiental e ICMbio, em uma área da Reserva Tupiniquins, a ilha de Queimada Pequena, em Peruíbe, próximo ao local onde foi encontrada, porém, dentro de

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uma reserva ambiental na qual é proibida a pesca. De acordo com veterinários que acompanharam a ação, quando sentiu o mar, Pepe partiu em disparada. Ela ainda será monitorada por alguns meses. Foram 81 dias de reabilitação até conseguir nadar e se alimentar sozinha, tornando-se a primeira toninha reabilitada do estado de São Paulo, segundo a bióloga.

O mangue Tanta beleza e riqueza de biodiversidade precisa de cuidados constantes. Diversos recursos naturais são monitorados de quatro em quatro meses, como nascentes, rios e lagos, além de muito trabalho de educação ambiental com crianças e comunidades locais para proteger, inclusive, o manguezal da região, considerado o berçário da natureza, com ecossistema único de imensa riqueza biológica, tanto pelas espécies que vivem ali, como as que visitam. Existem os residentes, semirresidentes e os visitantes do manguezal de Bertioga.

Entre os residentes do manguezal, está o caranguejo-maria-mulata (ou aratu-vermelho). Durante a reprodução, lança milhares de larvas na água durante a maré cheia, que são levadas pela correnteza até o mar, onde completam seu desenvolvimento, até retornarem para o estuário. Caminho inverso é feito pelos camarões. Eles se reproduzem no mar; suas larvas migram para a região do manguezal, na qual se alimentam e crescem antes de retornarem ao mar. Uma grande variedade de peixes também penetra nos manguezais na maré alta para reprodução e alimento, como sardinhas, garoupas, tainhas, entre outros. Em relação à flora, o manguezal de Bertioga apresenta 44 espécies ameaçadas de extinção.Também foram registradas 117 espécies de aves, sendo 37 endêmicas e nove ameaçadas de extinção, como o tiê-sangue. A BirdlifeInternational /Save Brasil considerou a região como uma “IBA” – sigla para Important Bird Area, – criticamente importante para a conservação das aves e

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Toninha apelidada de Pepe foi encontrada enfraquecida. Veterinários, biólogos e voluntários fizeram rodízio 24h para que não virasse e se afogasse. Na soltura, veterinária entra na água junto para facilitar a ambientação. Pepe foi a primeira toninha reabilitada do estado de São Paulo

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meio ambiente Foto Renata Maranhão

Pôr do sol na praia do Iporanga

da biodiversidade a longo prazo. Para as aves marinhas, o manguezal é um verdadeiro santuário, como local de reprodução, alimentação e descanso. A garça-branca-pequena é presença constante por ali, com charmosos feixes de plumas alongadas, que enfeitam a cabeça de algumas na época de reprodução, mais evidenciado nos machos. O manguezal da Serra do Guararu abriga 93 espécies de répteis e anfíbios (com 14 espécies ameaçadas e 14 raras) – a maior diversidade de herpeto fauna (animais que rastejam) na Mata Atlântica do estado. Também recebe a visita de várias espécies de mamíferos (como a onça-parda, jaguatirica, caxinguelê e gambá) e quirópteros (morcegos), com seis espécies ameaçadas de extinção constantes na listagem do estado de São Paulo, uma na listagem brasileira, e uma na listagem internacional.Uma jaguatirica foi filmada pelas câmeras de se-

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gurança do condomínio Sampedro, vizinho ao mangue. Arredio, o animal fugiu quando notou um carro se aproximando. O registro é prova irrefutável da necessidade de preservação constante da Serra do Guararu. O manguezal, de todos os ecossistemas, é um dos mais produtivos e também o mais vulnerável aos efeitos do desenvolvimento econômico e do crescimento desordenado. Este bioma é protegido por decretos e leis e o Sistema Estadual do Meio Ambiente impõe limites à sua utilização, por meio de monitoramento via terrestre, aérea e satélite, enquanto aprofunda os estudos para fundamentar a proteção. É uma ação para evitar uma corrida imobiliária e outras atividades humanas, que possam prejudicar a preservação deste pedaço de paraíso incrustado em uma das mais belas e badaladas cidades do litoral paulista.

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especial

Em Guarujá desenvolvimento e autonomia caminham lado a lado

Por Tamara Caetano Passados 81 anos de emancipação político-administrativa, diversos vetores de Guarujá apontam franco crescimento. Os guarujaenses e habitantes de toda a Baixada Santista podem sonhar alto, pois o Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, tão esperado na região, está bem mais próximo da realidade. No dia 22 de junho, foi publicada, no Diário Oficial da União, a portaria Nº 26 (19/06/2015), que confere a anuência à concessão da exploração do Aeródromo Civil Metropolitano de Guarujá. O secretário do município Adilson de Jesus, responsável pela pasta de Desenvolvimento Econômico e Portuário, explica a importância do passo dado e quais serão as próximas medidas, para

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dar continuidade ao processo. “A anuência é o documento final pelo qual a Secretaria de Aviação Civil e a Aeronáutica concedem 100% à outorga para construir o aeroporto. Nós já temos um levantamento de dados e agora vamos montar o processo e dar entrada junto aos órgãos ambientais. O próximo passo é conseguir a licença ambiental”. A expectativa da prefeita Maria Antonieta de Brito é de que, entre os anos de 2016 e 2017, o aeroporto, provavelmente cinco vezes maior do que o projeto original, já esteja em funcionamento. O objetivo é receber até 20 voos diários, atendendo demandas de turismo de lazer e de negócios. Além disso, a construção poderá gerar cerca de

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Foto Marcos França

O isolamento físico em decorrência de sua posição geográfica gerou, na ilha de Santo Amaro, um natural espírito independente. No dia 30 de junho de 1934, conquistou a emancipação político-administrativa, originando-se, daí, a Estância Balneária de Guarujá

500 novas oportunidades de emprego. O empresário Rogério Sachs, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarujá (Aceg), vê o empreendimento com otimismo. “O aeroporto será um dos fatores impulsores para o crescimento do turismo de negócios, possibilitando a realização de feiras e congressos, já aquecendo outras esferas econômicas da cidade”.

Porto Pode-se dizer que, em Guarujá, futuro e passado caminham juntos. Ao mesmo tempo em que a cidade alça voos maiores, o mar, outrora o mais importante instrumento usado por reis em busca de riquezas, ainda é um de seus

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pilares de sustentação. A atividade portuária é intensa, sendo a segunda maior arrecadação da cidade. Pelo cais de Vicente de Carvalho passam 57% de todas as cargas movimentadas no complexo portuário da Baixada Santista. O antigo costume da transação de produtos pelo oceano continua tão contemporâneo e eficaz que, frequentemente, a área portuária de Vicente de Carvalho recebe investimentos que estimulam sua expansão. Com a verba destinada para este fim, um novo acesso para melhorar a circulação dos caminhões que transportam mercadorias foi inaugurado no último dia 15 de janeiro. A passagem localiza-se entre a rodovia Cônego Domênico Rangoni e a avenida Santos Dumont, aliviando, assim, o amontoado de caminhões que se formava na rua Idalino Pinez, conhecida como rua do Adubo, no bairro Jardim Boa Esperança. Como toda boa história da Era das Grandes Navegações, também existe a acirrada disputa por territórios. Guarujá e Santos debatem sobre a autonomia da extensão portuária. A área é conhecida legalmente como a margem esquerda do porto de Santos. Como a cidade lida com todo o ônus de ter um porto em suas limitações, a prefeita Maria Antonieta pleiteia pelo bônus (Guarujá perde cerca de R$ 30 milhões ao mês, uma vez que a maior parte dos impostos é recolhida por Santos) e levanta a bandeira para que a região seja reconhecida como porto de Guarujá. Após a iniciativa da chefe do Executivo,

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Foto Pedro Rezende

especial

Ministro dos Portos Edinho Araújo recebeu as demandas da classe empresarial e de autoridades locais, sobre os planos para a área portuária de Guarujá

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outras autoridades do município começaram a discutir sobre o reconhecimento do mesmo. Em recente visita do ministro dos Portos Edinho Araújo, a prefeita voltou a cobrar o governo federal neste sentido. A responsável pela mediação dessa pendência e que busca apresentar um “Tratado de Tordesilhas” para resolver a questão é a Companhia Docas do Estado de São Paulo. A diretoria da estatal, atualmente, estuda uma maneira de as duas cidades chegarem a um acordo. Adilson de Jesus comenta sobre a fase atual do processo: “Existe o desejo que o porto de Guarujá tire seu próprio CNPJ, para facilitar até para os operadores; não existe um processo jurídico, mas estamos conversando com a Codesp e o com o ministro dos Portos sobre essa e as demais possibilidades para o nosso porto”. Um estudo elaborado pela consultoria R. Amaral & Associados detectou uma brecha na Constituição Federal de 1988, a qual dá o direito aos municípios de elaborar a sua própria Lei Orgânica e legislações complementares, como o Código Tributário Municipal. Sendo assim, Guarujá tem todo o direito de lutar pela implantação de seu porto.

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Campo fértil para criação de empregos A busca de qualificação profissional e o desafio de expansão têm sido uma iniciativa permanente da prefeitura do Guarujá. Uma das maneiras encontradas para arrecadar recursos e, ao mesmo, tempo criar oportunidades de emprego para a população, foi estimular a vinda de grandes empreendimentos. A Saipem, empresa italiana do ramo petrolífero, é um bom exemplo disso. A companhia se instalou no Guarujá no ano de 2012. A prefeitura fechou uma parceria com a multinacional, que se comprometeu em fazer ações institucionais importantes para o desenvolvimento local, como capacitação de mão de obra, qualificação dos prestadores de serviços e fornecedores locais e iniciativas de inovação e desenvolvimento tecnológico. A técnica em meio ambiente Nathália Eleotério, de 21 anos, moradora do bairro das Astúrias, foi beneficiada com o acordo. Com a sua vinda, a Saipem fomentou a chegada de outra corporação italiana, a construtora Piacentini, que presta serviços para a Saipem, na qual Nathália trabalha como analista administrativa júnior. Ela comenta sua experiência: “Eu trabalhava em outra empresa, que também prestava serviços à Saipem; o contrato acabou e eu pensei em ficar parada por algum tempo, mas a Piasentini chegou, e como eles eram novos na cidade, quiseram ficar comigo e com outras pessoas, já

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Foto Pedro Rezende

Arte Divulgação

Rogério Sachs, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarujá (Aceg), vê os avanços na liberação do Aeródromo Civil Metropolitano de Guarujá (foto) com otimismo

que conhecíamos o serviço. Ainda bem, as vagas sempre vão existir porque Guarujá e a Baixada têm para onde crescer; elas são concorridas motivo pelo qual todo mundo está se qualificando”. Qualificação é a palavra chave. Em fevereiro de 2013, foi entregue a Escola Técnica Municipal 1º de Maio, um Núcleo de Qualificação Profissional que visa preparar os moradores da cidade, para ocupar postos de trabalho na área de petróleo e gás. Nathália, que fez seu curso técnico na escola, fala sobre sua visão como estudante. “Os professores investem muito no aluno lá no 1° de Maio. Eles incentivam a tirar os projetos do papel, acreditam em seu potencial e isso dá bastante segurança. É uma ótima escola”. Além do crescimento na área petrolífera, Guarujá abrirá mais duas fontes de oportunidades para os desempregados: a construção e funcionamento do Aeroporto Civil Metropolitano e a abertura do Poupatempo, em Vicente de Carvalho, a ser inaugurado ainda este ano. O secretário municipal Adilson Luiz de Jesus, responsável pela pasta de Desenvolvimento Econômico e Portuário, fala das expectativas da prefeitura. “No aeroporto, fala-se em 500 vagas de emprego. Quem vai cuidar do Poupatempo é uma empresa terceirizada, por isso, não temos uma estimativa de empregos, mas a prefeita insistiu e será utilizada mão de obra local”.

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especial Em busca do ouro

Foto Pedro Rezende

O surgimento do potencial turístico de Guarujá ocorreu no fim do século XIX, com o desenvolvimento da economia paulista. Em 1892, a Companhia Prado Chaves decidiu criar, na praia de Pitangueiras, uma vila para que as pessoas pudessem se hospedar. Junto dessa vila foi construído o Hotel Cassino La Plage, empreendimento inaugurado em dois de setembro de 1893, reduto da classe alta paulistana, durante o verão. Atualmente, a cidade possui a mais extensa rede hospitaleira da Baixada Santista e, agora, apresenta uma nova opção de sua maior fonte de renda: o turismo. Em 2014, o munícipio tornou-se um dos locais que serviram como cidade base da Copa do Mundo, no Brasil. A seleção da Bósnia e Herzegovina encantou-se com as belas paisagens litorâneas e a infraestrutura da cidade, e escolheu Guarujá como sua casa verde-amarela. Em troca, a população adotou a Bósnia como seu segundo time, e até o ator Marcelo Adnet, simpatizante do país, veio especialmente a Guarujá para acompanhar os treinos.

A secretária municipal de Turismo Maria Eunice Grötzinger, que, na época, era responsável pelo Núcleo de Projetos Especiais ligados à Copa do Mundo, fala sobre como foi receber a equipe de futebol. “Tivemos uma experiência muito boa. Nós conquistamos verba para nos estruturar, adequamos nosso estádio, despertamos a autoestima da população por sua cidade e tivemos o intercâmbio cultural, que foi muito interessante”. O governo federal assinou um convênio pelo qual repassou R$ 4,5 milhões para a prefeitura aparelhar o Estádio Municipal Antônio Fernandes com equipamentos de segurança, iluminação, fisioterapia e ginástica de última geração, para os treinamentos da Bósnia. Também foram destinados R$ 12 milhões do governo estadual, para reformar todo o estádio, implantar um sistema de drenagem, gramado especial e revitalização do entorno, com a reurbanização de doze ruas do Jardim Helena Maria e a troca de refletores do bairro por novos. A prática em receber os atletas estrangeiros foi tão positiva, que a prefeita

Estádio Municipal Antônio Fernandes foi totalmente reformulado e pode servir de base durante a Olimpíada 2016

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Foto Pedro Rezende

Cidade cresce e abre campo para o emprego e geração de renda de sua população

Maria Antonieta de Brito ambiciona repetir a ideia na Olimpíada 2016. Já existem pelo menos quatro países interessados em ficar na ilha: Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Polônia. E o número pode aumentar. Em agosto, será realizado, no Rio de Janeiro, um evento que deve reunir todos os países que terão participação nos jogos olímpicos e paralímpicos, uma grande chance para que representantes das cidades façam contatos com mais delegações. A secretária Eunice explica o porquê do grande empenho de Guarujá em trazer os esportistas: “A cidade ganha muito com ofertas de investimento; os profissionais procuram se capacitar melhor e os estabelecimentos também; o mercado turístico fica aquecido e, ainda, tem a promoção internacional de Guarujá”.

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Crianças A Olímpiada é um dos eventos mundiais mais envolventes aos olhos das crianças. Elas têm oportunidade de aprender, conhecer novas modalidades esportivas, atletas que futuramente podem entrar para história, países que elas nunca ouviram falar antes e até instigar a vontade de praticar algum esporte, o que é sempre saudável tanto para o corpo quanto para mente. A secretária Eunice revela que a administração da cidade já pensa nisso e tem planos nesse sentido com os alunos das escolas municipais. “Nós queremos que o bom exemplo do espírito olímpico chegue às escolas e que eles entendam a importância de participar de uma Olímpiada. Quem sabe, alguns deles se sintam despertados a praticar alguma atividade e, no futuro, tornem-se grandes esportistas? Esse é o maior legado que a Olimpíada deixaria na nossa cidade”.

A técnica em meio ambiente Nathália Eleotério foi uma das beneficiadas com a chegada da Saipem

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voluntarismo Fotos Luciana Sotelo

Pão

a quem tem fome Projeto Prato de Sopa oferece, sem julgar valores e condutas, uma refeição digna para todos os que não têm o que comer Por Luciana Sotelo

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Embaixo de marquises, em bancos de praia, nas praças e, por vezes, marginalizados. Sempre podemos notar a presença de moradores de rua no nosso cotidiano, quase sempre sujos e mal cheirosos. E quando isso acontece, a maioria das pessoas vira as costas para essa realidade. Mas, felizmente, nem todo mundo pensa assim. A equipe do projeto Prato de Sopa oferece, sem julgar valores e condutas, uma refeição digna para todos que não têm o que comer. E esse ‘restaurante da caridade’, que forma filas imensas ao meio-dia, tem na fachada um letreiro que explica sua missão: “Ismênia de Jesus – Casa dos Pobres”. Há 78 anos, esse centro espírita presta assis-

tência às pessoas desamparadas, com fornecimento de alimentação, roupas e uma palavra amiga, sem cobrar nada por isso. De acordo com o presidente atual Ismael Leal Leite, o legado da solidariedade começou com a fundadora, a ex-atriz Maria Máximo. Ao chegar da Europa com o marido, o diretor artístico Miguel Máximo, na segunda metade da década de 1930, ela começou a receber orientações espirituais no sentido de fazer o bem, o que a levou a inaugurar, em 1º de janeiro de 1937, o Ismênia de Jesus. “A primeira sede era na rua Pereira Barreto, no Gonzaga”, conta. Dois anos mais tarde, após juntar alguns recursos, Maria Máxima conseguiu lançar

Fotos Luciana Sotelo

A cozinheira Lucinéia Silva de Souza e os assistidos Eduardo Dias de Oliveira e Edson dos Santos Martins. Por dia, é servida uma média de 60 litros de sopa e 70 quilos de comida

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voluntarismo

José Carlos Ferreira, coordenador geral do Prato de Sopa

a pedra fundamental no terreno onde funciona a sede atualmente, numa área de cerca de 6 mil metros quadrados. “Um ano depois, o prédio já estava erguido. Em 1941, exatamente em 24 de agosto, começou a funcionar a cozinha, e nasceu o Prato de Sopa”, explica Ismael. Desde então, não tem tempo ruim, todo dia é uma boa oportunidade para oferecer o pão a quem tem não tem com que se alimentar, seja durante a semana, sábado, domingo ou feriado. Diariamente, passa pela casa uma média de 150 pessoas. “Nos orgulhamos em dizer que desde a inauguração até hoje, só não funcionamos num único dia e, mesmo assim, por uma ocasião muito especial. Todas as entidades sociais foram convidadas a prestar atendimento aos moradores de rua num mesmo local. Então, na verdade, nem paramos”. Para dar conta de tantas refeições, a equipe começa cedo a mexer nos caldeirões, afi-

nal, ao meio-dia, tudo deve estar em ordem. Segundo Rita de Cássia Estevo, encarregada da cozinha, existem duas opções no cardápio semanal. Um dia é sopa de legumes com frango e, no outro, tem arroz, feijão, um legume e uma proteína. “A média é de 60 litros de sopa e 70 quilos de comida”. Entre um ingrediente e outro, ela conta que não pode faltar o tempero do amor. “Sinto-me feliz em poder fazer a minha parte, trabalhando numa instituição que tem um objetivo tão nobre. Ao preparar os pratos, tenho noção de que, muitas vezes, será a única refeição do dia”. Mesmo lidando com grandes quantidades, Rita garante que nada é reaproveitado. “Só servimos comida fresquinha, preparada no dia. Por isso, eles raspam o prato e pedem para repetir ou levar um pouco para comer à noite”, detalha a encarregada; ela diz que todos ainda podem se servir de pão e uma fruta.

Diariamente, passa pela casa uma média de 150 pessoas. Atendimento contínuo, durante a semana, sábado, domingo ou feriado

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Palestra de superação Antes de alimentar o corpo, os assistidos são convidados a nutrir o espírito. Ao adentrar a casa, eles são conduzidos a um salão amplo e lá ouvem uma palestra de 15 minutos sobre valores cristãos. Para Edson dos Santos Martins, de 33 anos, esse pequeno tempo de reflexão diária serviu para abrir a sua mente. “Quando cheguei aqui, há dois anos, minha situação não era nada boa. Tinha passado por brigas entre parentes, fui preso e estava completamente perdido, na rua. Aqui, comecei a dar valor para mim, para a minha vida e, assim, encontrei forças para lutar e mudar minha história”. Hoje, o antigo morador de rua trabalha e tem convicção em dizer que é uma nova pessoa. “Já tenho uma casa, um filho, e a felicidade voltou a me acompanhar. Por isso, venho aqui, agora, no papel de alguém que pode ajudar os demais colegas”. Um dos palestrantes é o voluntário Dalessandro Bence de Santana Rodrigues. Para ele, a caridade é o caminho que leva à salvação. E ele cita um caso que ficou marcado em seu coração. “Um jovem que, no ano de 2002, veio a Santos após ver os pais serem queimados num canavial em Minas Gerais. Ao conhecer o Ismênia de Jesus, ele conseguiu ajuda dos Narcóticos Anônimos e, hoje, é pai de família, tem sua casinha no morro do São Bento e tem emprego fixo de zelador em um prédio comercial em Santos”, emociona-se o palestrante. Dalessandro enfatiza que a palavra de incentivo é primordial nas horas difíceis. “Nesse caso que citei, o jovem conseguiu perceber que a vida tinha que continuar, mesmo diante de tanta saudade dos entes queridos”. Eduardo Dias de Oliveira, de 63 anos, sabe bem o que é ficar desiludido. Ele perdeu o emprego e passou a morar de favor num cômodo. Mas com o apoio que recebeu, não perdeu a cabeça. “Não me deixei abater pelo momento. Continuei tendo um bom comportamento e isso chamou atenção de responsáveis pela casa. “Passei a ajudar no Prato de Sopa, já que vinha aqui comer e sentia que poderia fazer algo em troca. Já estou como voluntário há um ano, e muito feliz”.

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Ismael Leal Leite, presidente da entidade

Assistidos participam de palestras proferidas por voluntários, como Dalessandro Bence de Santana Rodrigues

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voluntarismo

Casa presta assistência a pessoas desamparadas há 78 anos

Para ajudar O endereço da Ismênia de Jesus - Casa dos Pobres é avenida Conselheiro Nébias, 397, Encruzilhada, Santos. www.ismeniadejesus.org.br. Tel.: (13) 3233 9106. O grupo aceita todo e qualquer tipo de doação: alimento, roupas, material de higiene, material de limpeza, dentre outros.

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Assim como Eduardo, existem mais 40 voluntários no projeto, número necessário para dar subsídios a toda rotina dos moradores de rua na casa. Primeiro, eles participam da palestra, depois almoçam e, por fim, tomam banho e recebem roupas limpas. “Em dias específicos, podem ainda cortar o cabelo e fazer pequenos curativos”, conta José Carlos Ferreira, coordenador geral do Prato de Sopa. Fundamental nessa logística, a voluntária Sheila Maria Ribeiro é a responsável pelo setor das roupas. Ela separa cuidadosamente as peças e as entrega aos assistidos. “Eles podem levar mais de um jogo de roupas. Eu me sinto muito bem em proporcionar esse conforto. É uma forma que encontrei de empregar minha dedicação e amor ao próximo”. Para ser beneficiado, o morador de rua tem que seguir algumas regrinhas. Deve apresentar documento para ser cadastrado no sistema, além disso, tem que ter disciplina para permanecer junto

com o grupo. O presidente Ismael Leal Leite explica: “Aqui temos pessoas com muitos perfis, tem gente com cultura, dependentes de droga, com problema mental, alcoólatras, desempregados, entre outros. Por isso, ninguém pode estar alterado para não gerar conflitos e não incomodar o outro”. Em meio a tantas histórias de vida, boas e ruins, Ismael guarda na memória um momento inesquecível. “Estava em Minas Gerais e um rapaz me reconheceu. Veio todo alegre me fazer o convite para conhecer sua casa. Fez questão de agradecer a ajuda que teve e mostrou que havia superado todos os obstáculos e formado uma nova família. Ver o brilho nos olhos de quem um dia estava desiludido é muito compensador”. O presidente define que o maior desafio não é alimentar o corpo. “Na verdade, queremos promover o indivíduo. Queríamos que não tivesse essa fila de gente aqui todos os dias. Isso mostraria que estamos vivendo tempos melhores”.

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ser sustentável

A vida no

automático Por Marcus Neves Fernandes Você já foi em algum restaurante que cobra taxa extra caso o cliente deixe comida no prato? Aqui na Baixada Santista há alguns que adotam esse tipo de procedimento. O objetivo seria combater o desperdício. A ideia é que, com a taxa, a pessoa seja mais cuidadosa sobre a quantidade de alimentos que irá realmente consumir. A pergunta é: funciona? E a resposta, segundo alguns donos de restaurantes, é que sim, funciona. O curioso é que isso, talvez, nem esteja ligado a uma possível sanção financeira. O que muitos acreditam é que basta o alerta, para que as pessoas saiam do ‘modo automático’ e prestem um pouco mais de atenção no que estão fazendo – no caso, enchendo o prato de comida. De fato, uma parcela considerável de nossas decisões cotidianos são feitas assim, nesse estado quase catatônico. Segundo os especialistas, é a forma que o cérebro encontra para conseguir administrar nossas inúmeras tarefas. O que consideramos ‘importante’, paramos para raciocinar e deliberar. O resto, digamos assim, nem sequer registramos. Quando nos damos conta, está feito. A maioria de nós, por exemplo, nem percebe as trocas de marcha quando está

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dirigindo. Dependendo do dia, não percebe nem se o automóvel tem um câmbio (rs). Tragicamente, há aqueles que nessa espécie de transe, esquecem até os filhos dentro dos carros. E assim vai o cotidiano, voando, envolto em uma nuvem de decisões autônomas, imperceptíveis, um mundo no limbo. Assim sendo, para alterar esse comportamento de zumbi, bastaria um alerta, como uma plaquinha na fila do restaurante por quilo, avisando você de algo que foge do seu cotidiano: multa por desperdício. Pronto, estaria quebrada a letargia. Guardada a devida comparação, algo semelhante vem sendo colocado em prática em Seul, capital da Coreia do Sul. Lá, as lixeiras passaram a ser controladas por cartões magnéticos, idênticos aos do sistema financeiro. A ideia é que cada família tenha o seu. A região metropolitana de Seul tem cerca de 25 milhões de habitantes. Para que todos possam se situar, São Paulo tem cerca de 20 milhões. Até o momento, mais de 800 mil pessoas já convivem com o sistema de lixeiras comandadas por cartão magnético. Funciona assim: você vai até a lixeira do seu prédio. Lá, há contêineres sepa-

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rados, um para matéria orgânica (basicamente restos de comida) e outro para matéria reciclável. O morador passa o seu cartão, que abre a lixeira e registra a quantidade (peso) do lixo orgânico depositado. O sistema calcula se o que foi depositado ultrapassou a cota daquela família. Caso positivo, o cidadão é multado. No distrito em que o sistema já está em funcionamento, nem os comerciantes estão isentos de multa. Todos, sem exceção, devem limitar ao máximo o descarte de lixo orgânico. Mas, para que isso funcione e você não pague a multa, há necessidade de uma mudança na rotina, que começa na hora de fazer as compras, inclui o armazenamento e o preparo dos alimentos. Tudo mais controlado, medido, planejado. No começo, lá em 2012, muitos duvidaram da ousadia do projeto. Houve reclamação, debates, críticas, oposição e até um certo boicote. Chegou-se mesmo a temer pelo sucesso da empreitada. Mas, aí, os resultados foram aparecendo: 30% de redução no volume de lixo orgânico descartado pelas famílias e 40% em relação aos restaurantes. Quem quiser conferir a inciativa coreana, pode assistir a um pequeno documentário feito pelo cineasta Karim Chrobog (é só buscar pelo nome dele na internet). Muitos dirão que tal proposta jamais daria certo aqui no Brasil. Pode ser. Além do alto custo do sistema, ainda há etapas que precisamos vencer. É só andar pelas ruas e ver o que se encontra no lixo descartado pela maioria das famílias. Está lá, tudo misturado, recicláveis com orgânicos, tudo num saco só, típico de quem age sem pensar, de forma inconsequente, ‘no automático’. E é assim, nesse comportamento insustentável, que 1,5 bilhão de tonelada (isso mesmo, 1,5 bilhão de tonelada) de comida vai para o lixo todo os anos. Isso representa 1/3 de tudo o que é produzido no planeta, que, por sua vez, exigiu uma imen-

Sistema de coleta de lixo orgânico em implantação na Coreia do Sul. Modelo permitiu reduzir o descarte de restos de comida em mais de 30%

sa quantidade de água e energia elétrica para chegar até nossas casas, quantidade essa que se fosse poupada na mesma proporção com que os coreanos estão reduzindo o seu descarte de restos de comida, permitiria que nenhuma criança, jamais, ficasse sem ter o que comer. Você não sabia?! Então, talvez, esteja na hora de sair do automático.

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

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comportamento

É tempo de festejar

São João Tradicional quermesse de Santos reúne gastronomia, cultura e muita diversão Por Luciana Sotelo

“O balão vai subindo, vem caindo a garoa. O céu é tão lindo e a noite é tão boa. São João, São João, acende a fogueira do meu coração”. É junho, mês típico do friozinho e das festas juninas. Por aqui, nem sempre há a fogueira, e os balões são proibidos por lei, mas as tradicionais quermesses sobrevivem ao tempo, resgatam quitutes e brincadeiras típicas e oferecem momentos de puro prazer. Um dos mais antigos e importantes arraiais de Santos é o da Gota de Leite. Com o tema Divertida como Toda Festa de Família, a edição deste ano reflete o verdadeiro espírito do evento, ou seja, uma grande confraternização voltada para as crianças, jovens e adultos, com define o presidente da instituição, Guilherme Gonçalves Barbarisi. E um dado chama a atenção. Conforme um dos funcionários mais antigos, o zelador Romildo Severino da Silva, que atua na entidade desde 1957, a primeira quermesse na Gota de Leite aconteceu em 1974. “Havia poucas comemorações deste nível. A festa sempre foi muito bonita e aconteceu até 1993. Por uns seis ou sete anos houve paralisação das festividades, que retorna-

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ram com força total sem outra interrupção”, relembra. As principais atrações para o lazer são as barraquinhas de pescaria, boca de palhaço, argolas e tiro ao alvo. O aroma da festa também é convidativo: mistura o cheirinho do caldo verde, do churrasco, cocada, quentão, maçã do amor, vinho quente, com o das guloseimas feitas à base de milho, como a canjica, pipoca, milho verde, pamonha e muito mais. “Ingredientes não faltam para essa receita de sucesso. É muito importante manter no cotidiano todos esses símbolos da nossa cultura”, diz Guilherme. A estrutura é composta por uma grande área ao ar livre na qual ficam o parque de diversão voltado à garotada, as barracas de jogos, os restaurantes, lanchonetes e o bazar e brechó da Gota, que conta com roupas e acessórios selecionados. Já no galpão principal fica o restaurante da Gota, que, além do cardápio diversificado, apresenta shows musicais de artistas da região que, voluntariamente, ajudam na animação do público. Toda a verba arrecada é revertida para a própria instituição e ajuda na manutenção

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O parque de diversões, a grande atração para os pequenos, fica numa ampla área ao ar livre

dos trabalhos desenvolvidos. Guilherme explica: “Mantemos a pré-escola e a creche, que atendem 260 crianças de 7 meses a 6 anos e cerca de 120 crianças de 7 a 14 anos, no projeto Gotas no Judô, parcialmente financiado pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Se não fossem os recursos, não conseguiríamos passar de um ano para o outro, financeiramente. É uma ajuda fundamental”. Além de angariar fundos, a grande missão do evento, de acordo com o presidente, é manter o clima familiar entre a comunidade. “Infelizmente, vemos muitas outras grandes festas sendo encerradas por falta de segurança. Nosso perfil é justamente voltado a satisfazer os desejos dos pais e filhos que chegam aqui juntos e encontram ambiente propício para o lazer em família.

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Festa Junina As festas juninas tiveram origem na Idade Média, na celebração dos chamados Santos Populares: Santo Antônio (12 de junho); São João (24 de junho); e São Pedro (29 de junho). Por aqui, chegou primeiro no Nordeste. Hoje, Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, realizam as festas mais famosas e acolhem brasileiros de todos os estados. Por lá rola muita dança (forró, quadrilhas), enquanto se come canjica, munguzá e pamonha, quitutes derivados do milho, e bolos. E para enfeitar o céu, há muitos balões e foguetes. O nome “junina” deve-se à procedência dos países europeus cristianizados. Os portugueses foram os responsáveis por trazê-la ao Brasil, e logo foi inserida nos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.

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comportamento O aroma da festa é uma mescla de cheiros: caldo verde, churrasco, quentão, maçã do amor, vinho quente, canjica, pipoca, milho verde, pamonha e muito mais. O brechó da Gota (centro) conta com roupas e acessórios selecionados. Ano passado, cerca de 55 mil pessoas prestigiaram o evento Por causa disso, passaram por aqui em torno de 55 mil pessoas, no ano passado”. A fisioterapeuta Thays Moreira sempre prestigia e vem muito bem acompanhada. Desta vez, trouxe a mãe, dona Regina, para experimentar as iguarias. “O programa é completo: diversão, gastronomia e cultura. Vale a pena. Venho desde pequena”.

Dedicação ao próximo Desde as bandeirolas, as refeições, doces e atrações, tudo é preparado com o carinho e capricho dos funcionários e de uma grande equipe de colaboradores. “Temos hoje um total de 300 voluntários. Isso nos enche os olhos e o coração, é um orgulho imenso saber e poder falar que temos esse apoio”, diz Guilherme. Uma dessas pessoas é dona Clarineide Flores Louzada, que há décadas não mede esforços pela causa. “Meus filhos ainda eram pequenos quando comecei a atuar na Gota de Leite e na quermesse. É muito bom participar; aqui no restaurante a gente serve as pessoas, oferece sorrisos, ganha o calor do público e de diverte muito. No fundo, quem mais recebe sou eu”. A solidariedade é mesmo marca registrada da Gota de Leite. Para a realização da festa, a instituição tem a ajuda de empresas que participam como apoiadoras e patrocinadoras. Diversas entidades beneficentes coordenam barracas de comidas e jogos.

A Gota de Leite A Assistência à Infância de Santos – Gota de Leite foi fundada em 11 de junho de 1914 e é uma das instituições mais tradicionais de Santos na atenção à criança. Seu nome tem origem no início da entidade, quando as mães que não conseguiam amamentar recebiam garrafinhas de leite fresco para alimentar seus bebês: comerciantes locais importavam vacas holandesas, que garantiam o leite para as crianças atendidas. Eram, inclusive, organizados concursos de robustez infantil, com prêmios para as crianças mais bem alimentadas. 40

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Brincadeiras como a da argola, pescaria, basquete, tiro ao alvo e carrinhos, entre outras, faz a criançada esquecer, por breves momentos, a internet e os jogos eletrônicos, a exemplo de Bruna, de 6 anos, divertindo-se ao lado da mãe Ângela

Entre elas: Casa Vó Benedita; Instituto Poiesis; Creche São Jorge; Creche Cantinho Alegre (Cruzada das Senhoras Católicas); Casa de Caridade Jesus e as Crianças; Creche Cantinho da Criança; e Rede Sementeira, formada por várias instituições da cidade. A presidente da Casa da Vó Benedita, Elizabeth Rovai, lembra que participa da Quermesse da Gota há 17 anos, quando ela abriu essa oportunidade às entidades locais. “Desde então, esse aporte financeiro extra passou a ser fundamental no orçamento da casa, que conta com três unidades: um abrigo que, atualmente, mantém 20 crianças acolhidas; uma creche notur-

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na para 80 crianças e um curso de jovem aprendiz, responsável por 32 participantes. Sem contar as 70 famílias cadastradas”. Para atrair os frequentadores, oferece lanches e fartas porções de petiscos. “Nosso carro-chefe é o churrasco no pão. Eu que supervisiono pessoalmente a chapa. Tudo aqui é feito com o tempero do amor. Venham prestigiar e nos ajudar”. Há quatro anos à frente de uma das barracas de jogos, a Creche São Jorge também é só elogios para o saldo positivo do evento. Edna Brandão, uma das voluntárias da entidade, aponta que a arrecadação supre algumas das principais necessidades da

Romildo Severino da Silva e o presidente da Gota, Guilherme Gonçalves Barbarisi

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comportamento

Feitos pelas mãos amorosas de voluntários, os doces e a pamonha atraem pelo visual e pelo sabor

Elizabeth Rovai, presidente da Casa Vó Benedita, participa da quermesse há 17 anos

Regina e a filha Thays não perdem a festa por nada

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instituição, que atende 214 crianças e oferece quatro refeições diárias. “Hoje em dia, quando a criançada só quer saber de internet e celular, resgatar brincadeiras como a da argola, pescaria, basquete é algo muito importante para a própria formação dessa garotada. Unimos o útil ao agradável”. O casal Ângela e Humberto Siqueira não pensou duas vezes em incentivar a pequena Bruna, de 6 anos, a aderir aos jogos típicos. A menina identificou-se logo com a pescaria e saiu da festa contente com sua prenda. “Não tem dinheiro que pague essa experiência. Além do que a gente gosta muito de vir e ajudar a entidade”, diz a mamãe coruja. A quermesse deste ano funciona até o dia 28 de junho. Toda sexta e sábado, das 18h30 às 24 horas e, aos domingos, das 18h30 às 22 horas. Ingresso: R$ 3,00 - Crianças até 10 anos acompanhadas de um adulto e maiores de 60 anos não pagam. Endereço: avenida Conselheiro Nébias, 388 ou ainda pela praça Padre Champagnat, esquina com Luiz de Camões.

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turismo

Nesse inverno,

vá pra praia!

Foto APHM/Divulgação

Maresias oferece atrações variadas para o turista na baixa temporada

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Por Marina Veltman

Inverno combina com friozinho e montanha, certo? Errado! Maresias, famosa praia de São Sebastião, oferece uma série de atrativos e diferenciais, que são muito mais facilmente desfrutáveis durante a baixa temporada. Niuara Tedesco, vice-presidente da Associação de Pousadas e Hotéis de Maresias - APHM, explica: “No inverno, nós temos a praia mais tranquila, os restaurantes e atrativos com pouca ou nenhuma fila e os hotéis praticam preços promocionais. Para quem gosta de viajar com a família, é a melhor época. Fora que as crianças pequenas, pela temperatura amena, podem ficar mais tempo expostas ao sol, permitindo que a família aproveite mais a praia, sem se preocupar”. Para os visitantes da badalada praia, as renomadas ondas, perfeitas para a prática de surfe e stand up paddle (SUP), são apenas um dos muitos atrativos. No canto esquerdo da praia, conhecido como Canto da Barra, está instalada uma quadra de futebol de areia, à disposição dos amantes de uma ‘pelada’. Já mais para o meio, após a entrada 12, estão instaladas redes de futevôlei e de beachtennis - nova modalidade esportiva que tem atraído muitos adeptos, uma mistura de frescobol com tênis. Apesar de concorridas, nessa época do ano é mais fácil conseguir espaço para jogar, ou mesmo montar times e competir com os habitués. Andréa Rodrigues, 28 anos, de São Bernardo do Campo, que visitou a praia no feriado de Corpus Christi, diz: “Eu gostei de ficar olhando os ‘feras’ jogando, enquanto aproveitei para tomar sol e curtir a praia. É uma boa distração. Tive mais sorte ainda porque fez sol os quatro dias, o que garantiu pores do sol lindíssimos todo fim de tarde. Recarreguei as baterias”.

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turismo Além disso, ao longo da praia, que possui cerca de quatro quilômetros de extensão, estão instaladas slacklines, modalidade esportiva que exige equilíbrio e de muito sucesso entre as crianças. Gabriela Boljover, 9 anos, ao se referir às performances realizadas pelos adeptos da modalidade, explicou que “não se pode ter vergonha de cair, porque é assim que se aprende. Eu me divirto, mesmo não sabendo fazer ainda nenhuma acrobacia”. Todas essas quadras e pontos de slackline são de uso gratuito, à disposição dos turistas e moradores.

Caminhada

Foto APHM/Divulgação

Para os amantes da caminhada, a trilha que liga as praias de Maresias e Paúba, com pouco mais de um quilômetro de extensão, pode ser concluída em apenas 40 minutos, permitindo inclusive a participação de crianças no percurso. É um passeio rápido e muito agradável. O turista pode tranquilamente fazer a caminhada, desfrutar um pouco das belezas de Paúba e retornar à Maresias, tudo em menos de duas horas.

Já quem prefere um pouco de direcionamento e estrutura em seus passeios, a praia de Maresias passa a contar, a partir de julho, com um Centro de Informações Turísticas, no qual os visitantes encontram dicas de locais para comer e visitar, equipamentos para locação como snorkel, pranchas, raquetes, entre outros - e passeios guiados. “Temos uma estrutura com recepcionistas e guias, de plantão todos os dias do mês, que permitem a organização de grupos de passeios a qualquer momento. Além disso, temos passeios garantidos, todos os sábados, independente de formação de grupos completos ou não”, adianta Niuara Tedesco. Os disponíveis são um beach tour, de van, ofertado nos dias nublados ou chuvosos, quando o turista tem a oportunidade de conhecer as praias vizinhas de Maresias, todas com belezas estonteantes e pontos pitorescos, ou ainda, para os dias de calor (também comuns no inverno), passeio com trilha para a Cachoeira do Cacau, local bem estruturado e com visitação possível por pessoas de todas as idades, inclusive cadeirantes. Os passeios saem por aproximadamente R$70,00.

A quadra de futevôlei, instalada no Canto da Barra, sempre atrai os amantes de uma pelada. Ao lado, dias de ondulação mais fraca permitem que os pequenos também desfrutem das famosas ondas maresienses

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Fotos APHM/ Divulgação

O futevôlei também é muito popular nas areias de Maresias, contando com três redes fixas

Ponto de slackline, que exige equilibrio e criatividade Gastronomia Como não podia deixar de ser, outro atrativo essencial no inverno é a diversificada culinária local, perfeita para matar a fome depois de passar o dia passeando e curtindo a praia, que conta com restaurantes japoneses, italianos, mexicanos, argentinos, além da tradicional comida caseira. Tudo isso em Maresias, sem necessidade de locomoção automotiva. Tem comida para todos os gostos, literalmente. E, depois do jantar, os mais animados ainda podem escolher uma entre as três casas noturnas abertas aos finais de semana na praia - sem contar restaurantes com música ao vivo. Seja de dia ou de noite, verão ou inverno, conhecendo os atrativos locais, não dá para ficar entediado.

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Fotos Adriana Barbosa

decoração

Fartos em iluminação e ventilação naturais, os ambientes sociais revelam a elegância da decoração, que é, ao mesmo tempo, despretensiosa 48

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Melhor lugar

não há

As férias de julho serão especiais para os donos desta casa, no Jardim Acapulco, no Guarujá, que farão uma festa para comemorar os três anos de sua inauguração

Por Maria Helena Pugliesi

O jovem casal de empresários viaja muito, conhece lugares lindos pelo mundo, mas não titubeia ao responder prontamente que, para eles, nada se compara ao bem-estar que sua casa de praia oferece. “Aqui eles estão cercados pelas coisas que amam. As crianças, de 6 e 8 anos, se divertem à vontade e tudo é muito simples de manter”, explica a arquiteta Silvana Lara Nogueira, responsável pela reforma da casa. O apreço pelo Jardim Acapulco é antigo. Há muitos anos, marido e mulher resolveram alugar um imóvel no local para passar o Réveillon, gostaram e foram ficando. “O contrato de aluguel continuou sendo renovado e, quando se deram conta, a casa parecia mais deles do que do dono verdadeiro. Mas, a propriedade não lhes pertencia e muito menos estava à venda. É aí que eu entro na história”, conta Silvana. A arquiteta, que já tinha trabalhado para eles em seu apartamento de São Paulo, foi chamada para avaliar um sobrado de 600 metros quadrados que estava sendo vendido dentro do condomínio. Ela lembra: “Não era ruim, mas não tinha nada a ver com meus clientes, que gostam de claridade e de uma boa área de lazer. Meu veredito: derrubar

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Fotos Adriana Barbosa

decoração

A varanda de frente para a piscina acolhe sofás confortáveis. Os tecidos acrílicos suportam os humores do clima

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tudo e construir algo novo”. O casal topou e, no início de 2011, as obras começaram. O projeto traçado segue o DNA da família. Alegre, sempre disposta a receber os amigos, precisava de espaços amplos, luminosos e acolhedores. Por isso, a profissional criou uma área de estar espaçosa, parte dela com pé-direito duplo de 5,80m. “Isso me permitiu trabalhar com rasgos na arquitetura, que levaram muita luz para os ambientes internos”, diz, referindo-se às placas de vidro instaladas na parte mais alta do teto e aos dois panos envidraçados que compõem a fachada principal. O acesso às quatro suítes no piso superior também se beneficia com a iluminação natural. Tanto a escada, quanto o corredor de distribuição são fechados por vidro. “Isola, inclusive do barulho, mas deixa vazar a luz”, argumenta Silvana. Nas paredes e nos pisos, tudo é branco, reforçando a atmosfera saudável da casa. Do lado de fora, a ênfase é dada à diversão. Apaixonado por churrasco, o casal ganhou um canto gourmet incrementado. “Aqui também os materiais são muito práticos de manter e, para dar uma aquecida no visual, utili-

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zamos um painel de madeira de demolição, que veste também o duto da churrasqueira”, fala a arquiteta. Nos dias ensolarados, a piscina de desenho irregular, com deque que avança para a parte mais profunda (1,30m), é a grande atração. Já quando a temperatura cai, o bom é curtir a hidromassagem. “A banheira fica num pavilhão nos fundos do terreno e tem conexão com a sala de jogos e com a sauna. Eles brincam que aqui é sua estação de inverno”. Dessa construção ainda fazem parte mais duas suítes de hóspedes. Decorar os ambientes foi fácil. Todos os móveis vieram da antiga casa alugada, exceto os da área externa. “São peças de boa qualidade, com tecidos macios e de design bonito. Os proprietários têm bom gosto, reuniram ao longo dos anos um mobiliário muito adequado para a praia”, fala a profissional. Para acomodar todo o enxoval, que a dona da casa gosta de manter sempre em ordem e em mãos, cada quarto conta com seu próprio closet. “Projetei espaços abastecidos de muitas prateleiras e cabideiros, assim é possível também deixar roupas de vestir. Uma mão na roda principalmente para as crianças, que não precisam ter que ficar arrumando mala toda vez que vêm para cá”. Sempre que podem, a família e seus amigos correm para o Guarujá para usufruir os prazeres de sua morada de veraneio. Na próxima vez, a ocasião terá um gostinho especial. Um churrasco sem hora para terminar está programado para festejar o terceiro aniversário da casa. “Eles fazem questão de comemorar a data, afinal, dizem que aqui encontraram o melhor lugar do mundo. Eu, já confirmei presença”, diverte-se a arquiteta Silvana.

Fotos Adriana Barbosa

A casa inteira recebeu o mesmo piso: mármore travertino romano bruto. “É um revestimento fácil de limpar e resistente à maresia”, segundo a arquiteta

Na suíte do casal, os armários ficam no closet e deixam livre a área do quarto

Móveis externos: Casual - Luminárias: HR Iluminação

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gastronomia

Queijo & vinho Aprenda a harmonizar Para aproveitar o clima de inverno, que tal preparar um encontro com os amigos regado a queijos e vinhos?

Por Fernanda Lopes

As inúmeras variedades de queijos resultam do processo de fabricação, dos fermentos utilizados e da origem do leite, mas a matéria-prima é a mesma. Entre as dezenas de cores e sabores disponíveis, alguns possuem características em comum e, dessa forma, podem ser divididos em “classes”. Temos, assim, os de mofo azul, como o gorgonzola e roquefort; os de mofo branco, camembert e brie; e o de mofo misto, camembleu. Há também queijos de massa cozida suaves (gouda, prato, muçarela de búfala e minas); picantes (mimolete, parmesão,

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grand formaggio); e fortes (reblochon, saint polan, saint marcelin e appenzeller); e os de massa filiada, como o provolone, a próvola e a muçarela. Outra denominação ampla é a dos queijos de cabra, que são encontrados em diversos estilos e estados de maturação: frescais, curados, boursins, chevrilles, entre outros. Para ajudar na hora de escolher o vinho e queijo certos, Marlene Kratz, diretora da DiVinum Vinhos, loja especializada, dá dicas de harmonização, para fazer de seu evento um sucesso. Veja o quadro.

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Foto Photl.com

Veja como harmonizar · Gorgonzola: massa úmida de cor amarelada, matizes decorrentes do desenvolvimento do mofo, com teor acentuado de gordura e sabor picante predominante. A harmonização exigente deste fortíssimo queijo merece avaliação paciente e atenciosa, aprovando combinações com os Tannat, Asti e Sauternne. · Brie: receita francesa de massa mole, textura uniforme e cremosa. Não é prensado nem cozido; possui odor de mofo com nuanças adocicadas e defumadas. Sabor rico, con-

centrado e bastante pronunciado, que casa bem com tintos Pinot Noir e Merlot ou branco Chardonnay · Gouda: holandês semiduro, cozido e prensado, tem uma casca amarela fina e uma camada de cera de parafina. Os mais jovens têm uma massa firme de tom amarelo pálido, com buracos irregulares. Quando maturado, a casca engrossa e a massa fica escura e dura, especialmente nas bordas. Os maturados costumam ter aromas apimentados. Combine com um Shiraz encorpado.

· Parmesão: origem italiana, é duro e de consistência granulosa. Daí o nome de ‘Grana’, maneira como é chamado quando produzido na Lombardia sob o nome de ‘Grana Padano’. Tem grande potencial de aroma e paladar se for envelhecido por tempo suficiente nas condições ideais. Para harmonizá-lo, vinhos como Lambrusco, Chianti Clássico Reserva ou Rioja Reserva. · Queijos frescos: extremamente leves e pouco maturados. Combinam com vinhos médios secos, brancos, rosés ou tintos.


gastronomia

Produção e fotos Fernanda Lopes

Frutas frescas e secas, saladas com frutas e rúcula são ótimos complementos para uma boa mesa de queijos e vinhos

Como montar uma noite de queijos e vinhos

As inúmeras variedades de queijos resultam do processo de fabricação, dos fermentos utilizados e da origem do leite

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A dica para uma noite de queijos e vinhos é diversificar os queijos. Procure utilizar um tipo de cada, ou seja, um curado como o parmesão, um azul como o gorgonzola, um de mofo branco como camembert, um mais suave como gouda. Para acompanhar, monte cestas de pães, também variados. Corte alguns em fatias e deixe outros inteiros, para ficar mais bonito. Azeitonas, tomate seco, frios diversos (salame, presunto, copa etc), frutas frescas e secas, saladas com frutas e rúcula são ótimos complementos para uma boa mesa de queijos e vinhos. Aposte no estilo rústico, usando tábuas e tigelas de madeiras para expor os ingredientes. Coloque uma toalha ou guardanapos e copos coloridos para dar cor à mesa. Deixe talheres e pratos empilhados para que cada um se sirva. Fica prático e informal.

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Vinho na cozinha E o vinho não precisa se limitar à taça. Há séculos, os europeus utilizam o vinho em receitas diversas. São vários os propósitos do uso do vinho na cozinha. Desde os romanos, o homem faz marinados com vinho, óleo de oliva e ervas, usando-o para amaciar e dar sabor a carnes potencialmente duras. O vinho ainda acrescenta aromas, sabor e textura a preparos culinários. Cozinha-se peixe em vinho branco e caldo, enquanto pratos como coq au vin e boeuf bourguignon mostram o que o cozimento lento em vinho tinto pode fazer por carne com nervos. Quando se trata de escolher o vinho para usar na cozinha, há uma regra: só use aquele que você beberia. Franceses e italianos usam e abusam dos bons vinhos na culinária. O clássico risoto italiano tem que levar vinho. A acidez da uva ajuda a soltar os amidos do

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arroz e ainda confere muito sabor. Até mesmo o arroz normal ganha um toque a mais se colocado um pouco de vinho branco ou espumante. Os portugueses e espanhóis utilizam o vinho em diversas receitas. O polvo com vinho e batatas é um clássico que também importamos, graças a nossa forte influência portuguesa e espanhola. O vinho branco é perfeito para pratos mais leves, para marinar frango, cozinhar frutos do mar e fazer risotos e molhos aos quais você não queira dar cor. O vinho tinto fica ótimo em molhos escuros, de carne. É importante lembrar que o álcool do vinho evapora ao ser esquentado, deixando somente o sabor. Mas não exagere na dose, para que não sobreponha o gosto dos outros ingredientes. Há ainda os fortificados como o vinho do Porto e o Madeira, que dão vida a pavês, frutas cozidas e bolos.

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gastronomia

Receita

Produção e fotos Fernanda Lopes

Tirinhas de carne ao vinho

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Ingredientes 1kg de alcatra cortada em tiras finas; 1 cebola picada; 2 dentes de alho picados; 1 colher (sopa) de azeite; 1 colher (sopa) de manteiga; 1 xícara de vinho tinto ou branco seco; 1 xícara de água quente; 1 colher (sopa rasa) de páprica (pode ser picante ou doce, dependendo do gosto pessoal); 1 colher (sobremesa) de sal; pimenta-branca moída a gosto; 2 xícaras de cogumelos Paris (pode ser fresco ou em conserva); 1 xícara de creme de leite fresco e salsa picada Preparo Tempere a carne com sal, pimenta, páprica e azeite e misture para o tempero penetrar bem. Derreta a manteiga em uma panela grande e, em fogo alto, doure a carne. Depois disso, retire e reserve-a. Na mesma panela, ponha um fio de azeite e refogue a cebola e o alho. Volte a carne para a panela e acrescente o vinho. Deixe o álcool evaporar e coloque a água. Tampe a panela parcialmente e cozinhe até a carne ficar bem molinha. Pode ser na panela de pressão, se quiser usar uma carne mais firme. Quando estiver macia, acrescente o cogumelo e o creme de leite e deixe apurar. Corrija o sal e a pimenta e coloque salsinha picada para servir. Rendimento: 4 porções.

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moda

caipira O novo

Presença garantida no guarda-roupa casual, o jeans foi um dos tecidos mais explorados dos últimos anos e continua entre os queridinhos

Por Karlos Ferrera Depois de apostar em cores vivas e chamativas, as modelagens feitas neste tecido voltaram para cores como o jeans lavado, o clássico azul e o verde musgo – opções que prometem ganhar ainda mais destaque. Além disso, cores como lima e coral entram na disputa para dar o contraste nas peças e trazer a naturalidade típica da estação. Em meio a essa mistura fashion, uma das tendências mais marcantes do jeans para este inverno será o jeans patchwork. O estilo consiste em costurar diversos tipos e cores de jeans para criar vestidos, calças e camisas cheios de estilo – lembrando bastante a colcha de retalhos da vovó, mas com um toque ousado e elegante. Alguns modelos podem conter também pedaços de outros tecidos da estação, como o print bandana e o couro. O patchwork é um trabalho manual muito antigo, que consiste em unir retalhos de diferentes tecidos, formando novos padrões e desenhos. Agora, uma das últimas apostas do jeans é a aplicação desta técnica para mesclar texturas e lavagens diferentes, garantindo um resultado moderno. A tendência, que já virou queridinha do street style, invadiu coleções de ícones fashion, como Marc Jacobs, Chloe, Alexander McQueen, Ralph Lauren e Junya Watanabe e, logo, desembarcará por aqui para fazer parte do seu guarda-roupa. Convenhamos, não é uma tendência fácil de ser engolida! Eu mesmo nem gosto muito, pois a primeira coisa que penso quando falam de patchwork jeans é aquela imagem clássica de looks para festas juninas.

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Fotos KFpress

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Marc Jacobs

Junya Watanabe

O denim on denim é a mistura de duas ou mais peças de jeans num mesmo look. A dica é sempre apostar em peças de lavagens diferentes. Com o jeans patchwork, o conjunto pode ficar muito mais bonito

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Foto KFpress

moda

Calça com patchwork no jeans; você pode combinar até com camisa xadrez sem cair no look de festa junina

Mas, pesquisando imagens de renomados designers, achei algumas peças de patchwork em jeans mais sutis, que todos podem usar. Acredito que o segredo para não cair num visual «caipira» é apostar em peças mais simples. Para quem quer começar agora, o patchwork de retalhos de jeans no jeans é muito fácil de combinar. Mas nada te impede de sair por aí com um jeans todo retalhado e estampado. É só apostar em peças complementares simples e em acessórios modernos. Uma das maneiras mais cool de aderir a este estilo é compor um look total jeans, que pode transitar desde o boho ao moderno na mesma sintonia.

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Como usar 1 - Calças em modelos largos podem ser usadas com camisas jeans, apostando em um visual mais descontraído. Para agregar um pouco de elegância a esses looks, basta aliar um salto alto e uma maxibolsa, por exemplo; 2 - Quando apostar no vestido jeans patchwork, use uma sandália rasteira ou uma sapatilha. O visual, nesse caso, pode ser especialmente recomendado para sair com as crianças; 3 - Se a sua intenção é criar uma produção para ocasiões como o happy hour ou, até mesmo, para a balada, as camisas e jaquetas em jeans patchwork são as que mais combinam.

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Coque: o novo clássico revisitado

Fotos KFpress

Surgiu pela primeira vez na Grécia antiga, onde era usado por homens e mulheres da classe alta. O coque está de volta e nas mais diversas formas, pois é prático e favorece todas as mulheres, independente do tipo de rosto ou cabelo. Dentre as inúmeras opções, destaque para o alto e elegante, que também pode ser decorado com tranças e enfeites de cabelo; e o casual, montado com o cabelo mais desarrumado e algumas mechas soltas. Nesta temporada, o coque é aposta certeira e combina com todas as ocasiões.

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Marni

Os miniprints definem o homem que busca um estilo mais casual, com certa sensibilidade para observar e incorporar as tendências ao seu dia a dia. Nestas últimas temporadas, os miniprints invadiram os armários dos homens. A repetição de ícones é uma maneira de inovar o clássico inverno masculino, agregando informações de moda, mas de uma maneira discreta. Gaivotas, palmeiras, carros e até calçadões são replicados em miniprints, a trend da vez no quesito estamparia.

Jack & Jones

Homens casuais

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Flashes Neste mês de junho, foi assinado um Protocolo de Geminação entre Santos e Porto, em Portugal, para estabelecer uma relação de amizade, melhor conhecimento, entendimento e cooperação mútua entre as duas cidades

Autoridades brasileiras e portuguesas presentes à cerimônia

O prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa e o presidente da Câmara Municipal do Porto, no momento da assinatura

O vice-governador de São Paulo Márcio França, em discurso aos presentes

O presidente da Câmara de Santos Marcos de Rossi, Paulo Alexandre Barbosa, Rui Carvalho e o prefeito de Bertioga Mauro Orlandini

O empresário Armênio Mendes, Wagner Conde, os prefeitos Alexandre Barbosa e Orlandini e Lupercio Simão Conde Junior

O empresário Caio Matheus e sua mulher Vanessa

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Aconteceu na região

Fotos Dirceu Mathias

Em Bertiga

Fotos JCN

Prefeito de Bertioga Mauro Orlandini, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) José Renato Nalini e o presidente da Câmara de Bertioga Luís Henrique Capellini

Foto Dirceu Mathias

Homenagem ao desembargador Afonso de Barros Faro, patrono do Fórum Distrital de Bertioga

Mauro Orlandini e José Renato Nalini plantam um ipê amarelo no terreno do Fórum

Ribas Zaidan e o prefeito de São Sebastião Ernane Primazzi, no programa Café da Manhã, da TV Costa Norte

No lançamento do Bertioga Residence Clube: Luiz Eduardo Andrade, Ana e João Bouçada e Jacqueline Bouçada

Em Brasília

Durante visita à cidade, o ministro dos Portos Edinho Araújo, acompanhado da prefeita Maria Antonieta e de Antonio Carlos Sepúlveda, diretor da Santos Brasil

O deputado Federal Herculano Passos, Guilherme Afif Domingos, ministro de Estado-Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e Ribas Zaidan

Foto Pedro Rezende

No Guarujá

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“Destaques” // Luci Cardia As bodas de Danilo e Izabel Marques marcaram a noite paulistana; os noivos celebraram o sim na Igreja São Vito e receberam os convidados no Buffet Colonial, no Ibirapuera, em São Paulo

Danilo e Izabel Marques

Antonio Marques, Danilo e Izabel Marques e Elizabeth Marques

Silvana Genovesi, Masci e Jean, Gerson e Fanny França e Camilo e Heloisa Di Francesco

Os apaixonados José Avelino e Nawal Avelino

Raphael Swierczynski, Izabel e Danilo Marques e Renata Marques Swierczynski

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Denise Cassaroti, ao lado de suas amigas

Marco Antonio Rodrigues (Bodão Sportv) e Lia Rodrigues, Fernando Cardia e esta colunista

Cauã, Victor, Matheus, Arthur e Yuri Marques

Martinho Marques (o anfitrião), Dr. José Cardia, Fernando Cardia, José Carlos e Cristina Pinto

Ricardo Bastos Filho, Giovanna de Oliveira Bastos e Caio Marques

Leonira Marques, a colunista, Fernando Cardia e Caio Marques

Helio Defalco, Izabel e Danilo Marques e Silvia Defalco

Manoel Oliveira, os noivos Danilo e Izabel Marques, e Jandira Oliveira

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Anselmo Aragon, Tati, a mãe Maddalena Croccia Aragon e a avó Isabel Dela Cruz Alonso Lamella (99 anos)

Os votos de feliz aniversário vão para o presidente do Guarujá Golf Club Anselmo Aragon, que, no sábado 20, estreou idade nova em grande estilo. Aragon uniu a Harley Davidson Motos ao torneio de golfe e seu aniversário. Nesta foto, com a mulher Tatiana Dantas Aragon e as filhas Manuella e Maria Eduarda Dantas Aragon

Felicitações ao amigo Paulo Vilela e sua mulher

Vale comentar a participação da Harley Davidson e seus quase 120 motociclistas, na comemoração do aniversário do jovem Anselmo Aragon

O aniversariante Ansemo Aragon e o carinho do irmão Marcelo Aragon

A primeira-dama do Guarujá Golf Club Tatiane Aragon, Thays Gama, Dani Gunther e Melissa Andrade

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Anselmo Aragon (centro) entre os amigos Miguel Calmon Nogueira da Gama (à esquerda) e João Santos

Os motociclistas Eduardo Toledo, Fernando Costa e Eliseu Razera Filho

Eduardo Souza, Henrique Lopez, Orlando Lorente Filho, Marcelo Vaz e J. Mendes Júnior

Ricardo Vilela, da Harley Davidson, em Santos, e Oswaldo Lima Filho

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho Abertura da Mostra D’ Casa 2015 em ritmo de bal masqué Como ocorre todo ano, a D’ Casa, da Washington Luiz, realiza algo diferente para a cidade com a apresentação de mais de 40 arquitetos, desfilando suas artes em criações; durante a inauguração deste ano, sobressaiu a ideia do bal masqué (festa com máscaras como ocorre em Veneza)

O casal proprietário da D’ Casa José Edwaldo e Adenir Zucchini Rodrigues, embevecido com o sucesso das filhas

A família Tedesco sempre prestigia e colabora com as mostras de melhor qualidade na Baixada Santista: Guido Tedesco com a mulher Luiza e as filhas Adriana e Andréia

O presidente Ricardo Ferreira de Souza Lyra e a mulher Ana Luiza na recepção aos convidados na magistral festa dos 117 anos do Clube Internacional de Regatas

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As filhas Daniela e Adriana Zucchini Rodrigues não mediram esforços para o sucesso desta realização

A arquiteta Cláudia Viana, além do trabalho realizado na Mostra, caracterizou-se muito bem como dançarina flamenca

Walter Lopes dos Santos, sua mulher Sueli Elias e as filhas Amanda e Adriana na recepção de seu aniversário

Arquiteta Renata Guimarães de Mello em seu quarto de casal (com enxoval by Blue Gardenia)

O presidente Marco Anselmo Franco e sua mulher Adela Russo, no aniversário dos 89 anos do Tênis Clube de Santos

Silvera Santos recebeu mais um prêmio para sua coleção : Mãos de Ouro Ametista, no último Congresso de Tricologia Hair Brasil com destaque para o tema Microagulhamento para Queda de Cabelos

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Urbanismo

Felicidade

Comunidade

TRABALHAMOS PARA CRIAR COMUNIDADES ONDE AS PESSOAS TÊM ORGULHO DE VIVER

Equilíbrio

Trabalho

Sustentabilidade

Desenvolvimento

Segurança Família

Responsabilidade Social

Educação

Experiência

Pessoas

bem-estar

Legado

Planejamento

Investimento Transparência

W W W. S O B L O C O.C O M .B R


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