B&co 147

Page 1




ao leitor Foto Jose Miguel de Paula

ANO XIII - Nº 147 - setembro/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Aline Porfírio, Belisa Barga, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Marcus Neves Fernandes e Maria Helena Pugliesi Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Um brasileirinho pede socorro Ainda se desconhece quantos tatus-bola existem. Sabe-se pouco sobre sua população remanescente, biologia ou mesmo sua área de distribuição atual. Os primeiros estudos sobre essa espécie endêmica da caatinga brasileira são muito recentes, datados de 2007. Trata-se de um brasileiro pouco conhecido, embora tenha tido uma visualização efêmera na condição de símbolo do Mundial de Futebol da Fifa, no Brasil. Durante a Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola rolou pelos gramados, personificado na imagem do mascote Fuleco. Mas, passados os jogos, é vital que a campanha continue, com o propósito de estimular o debate para se buscar meios de preservar esta espécie, que pode desaparecer em alguns anos. O próprio bioma no qual vive o tatu-bola já é um ambiente em estado de alerta, a caatinga brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas, 80% dos ecossistemas originais da caatinga já sofreram a ação humana. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. É neste cenário que o tatu-bola luta para sobreviver. Um animal pequeno (mede 50 centímetros e menos de 1,5kg), com pouca capacidade de fuga, já que, quando acuado, ao invés de correr, ele se esconde na própria estrutura, o que o torna presa fácil do homem; também não tem a capacidade de escavar tocas subterrâneas, como os demais tatus, o que o deixa em situação vulnerável, também em decorrência de incêndios. Quando chama a atenção para si, o tatu-bola acaba por atrair a atenção, também, para o meio no qual vive, tornando-se um embaixador da floresta. Esperamos que nossa reportagem de capa, a partir da página 10, possa servir para esta causa. Só a divulgação constante e maciça dos nossos problemas ambientais e a educação de crianças, jovens e adultos podem vencer esta verdadeira guerra que destrói a fauna e a flora brasileira. Eleni Nogueira



VENHA SE SURPREENDER NA NOVA BERTIOGA.

novo lançamento

DE FRENTE PARA O MAR

Nova orla reurbanizada, mais moderna e mais bonita, novas e grandes melhorias urbanas, nova oportunidade de morar e viver com mais qualidade.

Perspectiva artística do terraço

3 Dormitórios (2 Suítes)

Perspectiva artística da piscina coberta e climatizada

• Varanda gourmet com churrasqueira

• 2 vagas determinadas Um Family Club com mais de 20 itens de lazer, num terreno de 8.600m2

Perspectiva artística das piscinas adulto, infantil e biribol

Perspectiva artística do fitness

VISITE DECORADO - Rua João ramalho, 1.760 - Praia da Enseada - Bertioga 0800 13.66.13 / (13) 3316-3800 - www.boulevardfamilyclub.com.br Realização:

Realização e construção:

Intermediação imobiliária:

ANOS

www.costahirota.com.br

RAMON ALVARES & ASSOCIADOS - CONSULTORIA IMOBILIÁRIA - Av. Anchieta, 1.196 - Bertioga - SP - CEP 11250-000 - Creci 11374-J - boulevard@ramonalvares.com.br - www.ramonalvares.com.br Tels.: 0800 13.66.13 - (13) 3316-3800. Incorporação registrada sob o número R-2, matrícula 76526, no Cartório de Registro de Imóveis de Santos.


uma pérola única na riviera. Beach House está no último terreno disponível do Módulo 2, o mais desejado da Riviera de São Lourenço.

lançamento

Perspectiva artística da fachada

3 Dormitórios (2 Suítes) • 2 vagas DeTerminaDaS

apartamentos de 107m2 a 170m2 privativos laZer compleTo e SoFiSTicaDo

Perspectiva artística do living ampliado - final 4

Perspectiva artística do terraço

Perspectiva artística da piscina adulto com raia de 16m

Foto ilustrativa

Visite stand - Passeio dos Galeões x Passeio nautilus - Módulo 2 - RiVieRa de são louRenço Ramon alvares: 0800 13 66 13 - sRW: (13) 3224-9697 - www.beachhouseriviera.com.br Realização e construção:

Realização e vendas:

Vendas:

ANOS

www.costahirota.com.br

RAMON ALVARES & ASSOCIADOS - CONSULTORIA IMOBILIÁRIA - Rua Passeio do Maracá, 34 (Módulo 4) - Riviera de São Lourenço - Bertioga - SP - CEP 11250-000 Creci 11374-J - beachhouse@ramonalvares.com.br - www.ramonalvares.com.br - Tels.: 0800 13.66.13 - (13) 3316-7136. SRW Engenharia - Rua Joaquim Távora, 93 - Sala 72 - Vila Matias - Santos - SP - CEP 11075-300 - Tel.: (13) 3224-9697 - www.srwengenharia.com.br - srwengenharia@uol.com.br Incorporação registrada sob o número R-8/49.768, na matrícula 49.768, no 1º Registro de Imóveis de Santos, em 10/03/2014. ANOS

www.costahirota.com.br


Foto Divulgação/ptose.com.br

20 Você sabe o que é ptose palpebral?

Foto Divulgação

32 O perigo invisível da resina plástica

E mais... Tatu-bola 10 SindiOdon 31 Gastronomia 40 Flashes 46

Foto Fernanda Lopes

Destaques 48 Celebridades em foco

49

Alto astral

50


Foto Vivi Spaco

36 Refúgio perfeito em Juqueí

Foto KFPress

44 Rendas e transparências em alta

Capa

Tatu-bola, seriamente ameaçado de extinção Foto Belizar/ Shutterstock

Foto Luciana Sotelo

Museu de Pesca pág. 26


Foto Liana Sena

meio ambiente

Existente unicamente no Brasil, o tatu-bola ĂŠ um ilustre representante da biodiversidade da caatinga

10

Beach&Co nÂş 147 - Setembro/2014


A luta diária pela

sobrevivência No continente americano existem mais de 20 espécies de tatus, sendo que três habitam a Mata Atlântica, todas consideradas vulneráveis à extinção. Mas o mais famoso deles, e que chamou a atenção do mundo, foi o tatu-bola, animal endêmico da caatinga e cerrados brasileiros, que pode desaparecer da natureza, caso nada seja feito

Por Belisa Barga Cinquenta anos. Esse é o prazo estimado para que o tatu-bola, animal endêmico da caatinga e cerrados brasileiros, desapareça. Desde 2002, mais de 30% da população desses mamíferos desapareceram e esse fato deve colocá-los, em breve, na lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Existente unicamente no Brasil, o tatu-bola é um ilustre representante da biodiversidade da caatinga, vegetação típica e exclusivamente brasileira. Esse bioma, que ocupava 10% do território nacional, já foi devastado em cerca de 60% de sua área original. Com o desmatamento, diversas espécies foram ameaçadas, entre elas, o tatu-bola. “O desmatamento da caatinga e do cerrado tem contribuído grandemente para o desaparecimento do tatu-bola pela perda de habitat do animal”, atenta Rodrigo Castro, biólogo e coordenador geral da Associação Caatinga, uma ONG de proteção ambiental da vegetação e suas espécies. No Brasil, ocorrem onze gêneros de tatus, sendo o Tolypeutes tricnctus, popularmente chamado de tatu-bola, espécie da fauna que não ocorre em nenhum outro local do mundo. E o que deveria ser

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

11


meio ambiente

Foto Jose Miguel de Paula

motivo de orgulho virou preocupação: o animal figura no rol das espécies ameaçadas de extinção. Com aproximadamente 50 centímetros e menos de 1,5kg, é a menor e a mais desconhecida espécie de tatu do Brasil. De hábitos noturnos, alimenta-se principalmente de raízes, frutas, ovos de pequenos répteis, escorpiões, formigas e cupins, contribuindo para o controle populacional desses insetos. Sua coloração varia do amarelo ao pardo escuro, conforme a região habitada. “Esses pequenos mamíferos têm uma função valiosa no equilíbrio ecológico das florestas, bem como todas as espécies nativas, pois todos são essenciais para a proteção das nascentes, rios e abastecimento de água”, explica Rodrigo. São os únicos tatus que, quando acuados, fecham-se dentro de sua carapaça móvel para proteger as partes moles de seu corpo contra o ataque de predadores, como onças-pintadas e raposas. Quando está enrolado para se defender, adquire o formato semelhante ao de uma bola, característica essa que dá origem a seu principal nome popular. Pode permanecer nessa posição fechada por mais de uma hora ou até a ameaça diminuir. O ato de se enrolar é uma estratégia muito eficiente contra a maioria de seus predadores naturais, mas não é útil contra a ação humana, já que, enquanto estão nessa posição, são presas vulneráveis para ca-

Com aproximadamente 50 centímetros e menos de 1,5kg, é a menor e a mais desconhecida espécie de tatu do Brasil

12

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Tatus da Mata Atlântica

na floresta tropical da costa Atlântica também aparecem em outros biomas, como cerrados, campos, caatinga e ambientes amazônicos livres de inundação, já que a maioria deles não tolera regiões frias, preferindo áreas secas e semiáridas. Geralmente de hábitos solitários e noturnos, a alimentação desses bichos é composta de frutos, raízes, pequenos insetos e carniça. Dependendo da casta, a gestação dura de dois a três meses. Embora sejam animais bem adaptáveis a áreas abertas, são encontrados em ambientes florestais como a Mata Atlântica.

Foto Guentermanaus/Shutterstock

No continente americano, existem mais de 20 tipos de tatus, sendo que três habitam a Mata Atlântica: tatu-galinha (Dasypus novencitus); tatu-peba (Eufractus sexcinctus); e o tatu-do-rabo-mole (Cabassous unicinctus). O biólogo Andreth Oliveira, que faz levantamentos sobre mamíferos na Mata Atlântica, explica: “Não existe uma espécie endêmica de tatus nessa floresta, devido suas características e facilidades em se adaptar a diversos biomas”. As três espécies são consideradas vulneráveis à extinção, já que

são cinegéticas, ou seja, caçadas com frequência pelo ser humano. No entanto, o biólogo assegura que “algumas espécies, como o tatu-galinha (foto), apresentam uma recuperação populacional relativamente alta quando as ameaças de caça desaparecem”. Atualmente com menos de 7% da cobertura original, a Mata Atlântica vê reduzir e desaparecer, gradativamente, sua população de tatus e outros animais. “O desmatamento é a principal crise para a fauna. Outra grande ameaça aos tatus são os elevados índices de atropelamentos em rodovias”, alerta. Os gêneros de tatus presentes

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

13


meio ambiente Foto Arquivo pessoal

çadores. Mesmo quando correm, são alcançados sem dificuldades pelos homens. Diz Rodrigo: “Esses bichos estão muito ameaçados devido à caça que, atualmente, não é mais de subsistência, é considerada uma atividade social, cultural ou comercial. Tatus-bola são vendidos pela carne também, muito consumida nas regiões onde eles habitam, por conta dos costumes locais. A facilidade de captura levou à redução drástica dessa população”. Diferentemente de outras classes de tatus, os bolas não são adaptados para a escavação de buracos e a viver subterraneamen-

te. Por isso, usam tocas abandonadas como abrigos, mas não conseguem perfurar esconderijos em momentos de perigo. Segundo a veterinária Flávia Miranda, vice-presidente da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, em inglês) e coordenadora científica do projeto tatu-bola, “como eles não cavam, ficam mais suscetíveis ao fogo, caça e, consequentemente, ao desmatamento. Estimamos que, nos últimos dez anos, perdemos muitos indivíduos. Isso é lamentável, pois eles estão na Terra desde o Eoceno” (período ocorrido entre 57 e 34 milhões de anos atrás).

O biólogo Andreth Oliveira faz levantamentos sobre mamíferos na Mata Atlântica e diz que não existe uma espécie endêmica de tatus nessa floresta

Onde está o Fuleco? Fundada pelo biólogo Rodrigo Castro há mais de quinze anos, a Associação Caatinga trabalha em prol da proteção do bioma, ambiente natural do Nordeste brasileiro e habitat do tatu-bola. Embora o foco da ONG esteja voltado à preservação da fauna e flora da caatinga, é a principal instituição, além de pioneira, na preservação do mamífero. Em janeiro de 2012, a Associação Caatinga lançou uma campanha viral nos sites e redes sociais intitulada Tatu-bola para mascote da Copa 2014. O animal foi indicado por ser pouco conhecido, muito ameaçado, e nativo da caatinga, que, como o tatu-bola, é um bioma 100% brasileiro e também desconhecido. Com uma repercussão positiva, a campanha do tatu-bola para mascote ganhou força e, assim, a entidade formalizou a proposta junto à Fifa, ao Comitê Organizador Local e Ministério do Esporte, por meio do envio de proposta na qual constavam informações sobre o mamífero e a sugestão para que ele

14

fosse escolhido como animal símbolo do Mundial. “Com a indicação do tatu-bola, tentamos envolver o maior evento esportivo do mundo em questões ambientais. O tatu-bola é um embaixador pela preservação das florestas onde ocorre e, assim, um defensor da caatinga”, explica o coordenador da Instituição, o biólogo Rodrigo Castro. Assim começou a história do Fuleco, cujo nome derivou da mistura das palavras futebol e ecologia. Pela primeira vez na história das copas do mundo, o mascote foi associado a uma causa ambiental. Mas o sumiço precoce fez com que o intento inicial de promover os graves riscos de extinção do tatu-bola falhasse. “A campanha se prejudicou mais pelo não apoio do que pela redução de visibilidade do mascote, já que o mesmo não incorporou o discurso ambiental inicial. O Fuleco nunca falou que era uma espécie ameaçada, que corria perigo, as razões disso e de como as pessoas que quisessem poderiam ajudar na sobrevivência do animal”, lamenta.

Na visão da Associação Caatinga, o Fuleco ajudou a aumentar a rentabilidade e divulgação do evento, com a comercialização de muitos itens com a sua imagem. “Claro que o Mundial ajudou a tornar a espécie e a caatinga, sua casa, mais conhecidas. O problema é que só isso não contribuiu diretamente para a proteção do animal, ou seja, efetivamente, nada foi feito em prol da espécie. Foi perdida uma grande oportunidade de deixar um legado ambiental no país com uma ação única e inovadora em todas as copas. Nós continuaremos trabalhando pela a proteção do tatu-bola e para a redução da ameaça de extinção da espécie, pois nosso compromisso é com o animal e seu habitat”, desabafa o coordenador da ONG.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Foto Jose Miguel de Paula

Quando acuados, fecham-se dentro de sua carapaça móvel para proteger as partes moles de seu corpo. A estratégia muito eficiente contra a maioria de seus predadores naturais, os tornam vulneráveis à ação humana

E a perseguição fica ainda pior durante o período de cio das fêmeas, quando elas são seguidas por uma fila de machos. Providos de olfato e audição muito apurados, basta um ruído do caçador, como o bater de palmas, para que os animais se sintam em perigo e formem bolinhas. Nesse momento, a autodefesa vira oportunidade contrária: são capturados de uma só vez. Outro agravante é baixa natalidade, já que a gestação dura quatro meses, e a média

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

Foto Arquivo pessoal

Rodrigo Castro, biólogo e coordenador geral da Associação Caatinga afirma que o Mundial ajudou a tornar a espécie e a caatinga mais conhecidas. Mas, efetivamente, nada foi feito em prol da espécie

por ninhada é de apenas um filhote, sendo raro dois nascimentos. Essas ameaças, como a caça indiscriminada e a destruição de seu habitat por desmatamentos ou queimadas, devem alterar o status de risco da casta. O biólogo Rodrigo Castro alerta que “a espécie é muito sensível e não suporta alterações ambientais drásticas como queimadas, expansões urbanas ou agrícolas. Se nada for feito, o tatu-bola desaparecerá da natureza nos próximos 50 anos”.

15


meio ambiente Ainda não se sabe ao certo quantos tatus-bola existem, mas pesquisas de campo em andamento devem levantar esses números e outras informações. Ainda se sabe pouco sobre a população remanescente do tatu-bola, biologia ou mesmo sua área de distribuição atual, por ser uma espécie pouco estudada. Os primeiros estudos sobre esse tipo de tatu são recentes, datados de 2007. A espécie ocorre predominantemente nas matas dos estados do Nordeste, além de ocorrer em algumas regiões de Goiás e Tocantins. “A preservação das florestas é tão importante para o tatu-bola quanto para o homem, pois as florestas preservadas têm grande importância para a proteção de nascentes e, consequentemente, para o abastecimento de água, redução do risco de desertificação e enfrentamento de efeitos do aquecimento global”, alerta Castro. Os tatus-bola também são chamados

Campanhas em prol do tatu-bola

16

Diferentemente de outras classes de tatus, os bolas não são adaptados para a escavação de buracos e a viver subterraneamente, o que os tornam mais suscetíveis ao fogo, à caça e ao desmatamento Foto Jose Miguel de Paula

A campanha Eu protejo o tatu-bola foi desenvolvida para alertar e mobilizar a sociedade a conhecer o projeto de conservação e estimular o debate sobre a necessidade de cuidados com esta espécie, que pode desaparecer de vez do cenário brasileiro em alguns anos. O principal objetivo do projeto é reduzir o risco de ameaça de extinção do mamífero, por meio da mobilização de pesquisadores, empresas, poder público e parceiros institucionais. Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem colaborar com a campanha. No caso das empresas, é possível patrocinar ou associar sua marca ao projeto, ou ainda, vincular o selo da campanha aos seus produtos ou serviços. Segundo a Associação Caatinga, os recursos são revertidos às ações de proteção do tatu-bola e seu habitat. No site www. acaatinga.org.br, estão disponíveis todas as informações sobre a campanha e as formas de adesão. Além dessa campanha, foi criado, no ano passado, o Projeto Tatu-Bola, que tem por objetivo minimizar os riscos de desaparecimento do animal na próxima década. Esse projeto é desenvolvido pela Associação Caatinga em parceria com a The Nature Conservancy e o Grupo de especialistas em Tamanduás, Preguiças e Tatus da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN/SSC ASASG).

de tatu-apara, bola, bolinha, tranquinha ou tatu-bola-do-nordeste. Embora seja um mamífero da caatinga, outra espécie muito similar, a Tolypeutes matacus, é encontrada no Mato Grosso e em países vizinhos, como Paraguai, Bolívia e norte da Argentina. Para essa segunda espécie, ainda não é possível definir o nível de ameaça, já que não existem informações suficientes para tal. O que os diferencia é o fato de o tatu-bola ter cinco dedos nas patas anteriores, uma a mais que o seu ‘primo’, mas a função desse dedo extra também é uma incógnita. Além dos bolas, o tatu-canastra, que habita campos e cerrados da América do Sul, além de áreas não inundáveis da Amazônia, é outro gênero desse mamífero tido como vulnerável à extinção. Considerado o maior tatu do mundo, pode atingir um metro de comprimento e pesar até 90 quilos.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014





Foto Jason Merritt/Getto Images

saúde

A socialite Paris Hilton nasceu com ptose palpebral

Muito além

da estética

A ptose palpebral é uma doença que afeta a pálpebra superior. Ela cresce e se sobrepõe aos olhos. Além de afetar a aparência, pois deixa o olho semifechado, pode ocasionar graves danos ao nervo óptico, e, até, provocar cegueira Por Aline Porfírio

20

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Foto Divugação/www.ptose.com.br

Quem vê Paris Hilton na TV e em propagandas publicitárias nem sempre se dá conta de que ela sofre de ptose palpebral, uma doença que afeta as pálpebras, e faz com que elas recaiam sobre o olho. A socialite americana possui o olho esquerdo mais fechado do que o direito, e faz tratamento estético para disfarçar o problema. O caso de Paris não é incomum e quanto mais cedo o problema for diagnosticado, maiores são as chances de solucionar o problema. A ptose não se restringe a um mal que afeta a estética e a autoestima. Ela pode ser congênita, ou adquirida, e ocorre geralmente após um trauma cirúrgico ou acidentes vasculares cerebrais (AVCs). As pálpebras com ptose podem obstruir e impedir o desenvolvimento do olho. O cérebro se desenvolve nos dois primeiros anos de vida, assim como o olho. Se ele for obstruído, será incapaz de captar as imagens, quando não devidamente estimulado, e a pálpebra pode ser um empecilho para o desenvolvimento. O oftalmologista Henrique Kikuta especializou-se na doença e alerta para os primeiros sinais apresentados pela criança: “A ptose palpebral unilateral (em apenas um olho) é evidente pela assimetria entre os olhos. Quando é bilateral (nos dois olhos), os pais precisam prestar atenção se a criança, quando quer ver alguma coisa, precisa inclinar a cabeça para trás. Esse é o principal indício”. O médico explica ainda que os casos mais graves são de ptose unilateral, quando uma das pálpebras cobre totalmente a visão. Dessa forma, o cérebro não recebe imagens desse olho, o que leva à ambliopia, também chamada de “olho preguiçoso”. Este é um problema sério; se não diagnosticado a tempo, causará a perda ou redução da visão em um dos olhos da criança. “Se um dos olhos tiver um problema, a criança em crescimento vai utilizar apenas o olho bom, e o outro olho não vai se desenvolver, pois o cérebro precisa suprimir a imagem deste olho para que a criança não apresente visão dupla”, diz Kikuta.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

Quanto mais cedo diagnosticada a doença, maiores são as chances de cura e recuperação total da visão afetada

A ptose congênita é um dos principais fatores que levam à ampliopia, e para isso, precisa ser corrigida por meio de uma cirurgia delicada e de alta precisão, em que os músculos que levantam a pálpebra são encurtados. Essa cirurgia precisa ser realizada assim que a criança possa colaborar com o oftalmologista no exame, geralmente aos dois anos e meio a três anos. A informação pode ser a grande aliada para sanar a doença. Segundo estudos da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), cem mil crianças no Brasil possuem algum tipo de deficiência visual. Outra pesquisa constatou que cerca de 8 a 10% da população infantil apresentam problema de grau corrigível com óculos. Segundo o especialista, o agravante da si-

21


Fotos Divugação/www.ptose.com.br

saúde

Dr. Henrique Kikuta explica que o principal fator de risco é a falta de informação. Cerca de 8 a 10% da população infantil apresentam problema de grau corrigível com óculos

tuação é que muitos pais adiam a operação para quando a criança crescer, sem ter consciência da urgência da cirurgia. Até os sete anos de vida, a criança pode recuperar totalmente a visão com a intervenção cirúrgica e com a estimulação do olho afetado. Foi o que aconteceu com Pedro, hoje com oito anos. Ele nasceu com ptose congênita e fez a cirurgia ano passado. “Desde bebê nós acompanhamos o caso dele semestralmente com um oftalmologista. Mas, foi só aos sete anos que a pálpebra realmente começou a afetar a visão, então fizemos a intervenção cirúrgica”, explica Adrianne Santos, mãe de Pedro. A cirurgia durou duas horas, e foi feita com anestesia geral. Adrianne alerta os pais para que fiquem atentos e não esperem para fazer o procedimento. “Eu me arrependo de não ter feito antes, mesmo sendo indicação médica esperar até a adolescência”. Pedro se recuperou perfeitamente da cirurgia. O período de tratamento durou em torno de três meses. O doutor Kikuta reforça que a criança já

possui uma concepção da sua estética desde pequeno, embora os pais muitas vezes não observem isso. A mãe de Pedro conta que, depois da cirurgia, ele passou a adorar se olhar no espelho, e gosta mais ainda de se arrumar e escolher suas roupas. “Eu fiquei mais bonito, não foi?”, brinca o garoto. Muitas pessoas confundem a ptose palpebral com um problema estético. Já vimos que se trata de uma doença, que pode afetar e até levar à perda da visão. Em termos de estética, o que mais se confunde com a ptose é o acúmulo de pele sobre os olhos, o qual pode ser resolvido com a blefaroplastia. À medida que a pessoa envelhece, a pele perde gordura e grande parte da sua elasticidade, tornando-se flácida e com rugas. Este processo faz com que as pálpebras fiquem salientes. A remoção da pele em excesso tem por fim melhorar a aparência do indivíduo. Muitas pessoas que emagrecem rapidamente podem apresentar esse tipo de problema mesmo antes de envelhecer. Para ambos os casos, o ideal é sempre consultar um oftalmologista.

O principal sinal para identificar a ptose na infância é notar o quanto a criança inclina a cabeça para enxergar à sua frente

22

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014





turismo

26

Beach&Co nยบ 147 - Setembro/2014


Embarque nessa

aventura marinha

Depois de mais de um ano fechado, o Museu de Pesca, tradicional ponto turístico de Santos, está de volta

Oceanos são fontes inesgotáveis de vida, de lendas e mistérios. Habitats naturais de milhares de seres, alguns amados, outros temidos, seja como for, animais que chamam a atenção de crianças e adultos. E que tal ver algumas dessas espécies bem de pertinho? Um pouco desse mundo fascinante pode novamente ser desvendado. O Museu de Pesca de Santos, fechado em fevereiro de 2013 para reforma, reabriu as portas em agosto e convida a um passeio pelos sete mares. Embarque nessa aventura! E como toda história de mar que se preze tem ataque pirata, essa não é diferente! Antes de adentrar no imenso casarão de dois andares, o visitante depara-se, ainda no jardim, com um canhão que remete a uma viagem no tempo, à época em que o local abrigava o Forte Augusto, aliado à Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande na defesa da entrada do estuário contra a ação dos corsários. Um capítulo fascinante que começa a ser escrito ainda no século XVIII. Quem explica é Mônica Doll Costa, diretora do museu: “Diz a lenda que um ou dois canhões do Forte permanecem enterrados no jardim”.

Fotos Luciana Sotelo

Por Luciana Sotelo

Segure firme no timão e aventure-se neste passeio pelos sete mares

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

27


turismo

O carro-chefe do museu é o esqueleto da baleia-fin, com seus 93 ossos que, somados, totalizam 23 metros de extensão e 7 toneladas

Se, do lado externo já fica um gostinho de quero mais, ao entrar, não se quer mais sair. Fica-se diante de peixes incríveis, tartarugas, aves e até com os temidos reis dos mares, os grandes tubarões de dentes afiados que tornam o roteiro ainda mais interessante. “Boa parte do nosso acervo da fauna marinha é composta de exemplares taxidermizados”, diz Mônica.

Trajetória até se tornar museu Em 1894, a estrutura do Forte Augusto foi destruída durante a Revolta da Armada. Depois, em 1905, o proprietário da área, o Ministério da Marinha, construiu no lugar das ruínas, um prédio para instalar a Escola de Aprendizes de Marinheiros. Na década de 1930, o empreendimento foi cedido à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo e lá se instituiu a Escola de Pesca da Baixada Santista, que então passou a se chamar Instituto de Pesca Marítima. Com a chegada de um acervo do Gabinete de História Natural, surgiu o embrião do Museu de Pesca. Com o passar dos anos, o abandono escreveu alguns capítulos nessa trajetória; o local esteve fechado por várias vezes, mas resistiu ao tempo para trazer ao público uma mensagem nobre, de preservação do ambiente marinho e pesca consciente. 28

Ainda no térreo, é possível admirar miniaturas de embarcações de pesca e matar a saudade de dois adoráveis animais, verdadeiros queridinhos da população santista. Trata-se do leão-marinho Macaé e do lobo-marinho Macaezinho, antigos habitantes do Aquário Municipal de Santos. De acordo com Mônica, como a função básica do museu é levar a comunidade a se conscientizar da importância da preservação e utilização racional do ambiente aquático, todo esforço é válido em prol da causa. Por conta disso, atualmente, o museu passa por constantes adaptações. Além das atrações já conhecidas do público há quase sete décadas, ela garante que vem muita coisa nova por aí. “Estamos vivendo uma fase de releitura museográfica do nosso espaço; dia a dia estamos renovando o conceito expositivo de cada sala, com pequenas e grandes novidades que chegam a cada semana”. Nessa leva, quem já fixou moradia no museu foi um casal de albatroz, ave marinha que possui a maior envergadura de asas. “Temos

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Animais que interagem com o ambiente aquático, como o Albatroz, fazem parte da exposição. Ao centro, uma das espécies de tubarão e, abaixo, apetrechos utilizados na pesca artesanal

a réplica em tamanho natural, com envergadura que chega a 3,5 metros. E como preservar é preciso, mostramos um sistema de segurança criado pelo projeto Albatroz junto aos pescadores, que afugenta as aves no momento da pesca de espinhel (modalidade de pesca que consiste no arrasto de um longo fio de nylon cheio de anzóis). Isso tem ajudado muito na sobrevivência da espécie”, afirma. Mesmo diante das novas surpresas, o carro-chefe continua o mesmo, desde a data de inauguração: o esqueleto da baleia-fin (Balaenoptera physalus). São 93 ossos que, somados, totalizam 23 metros de extensão e 7 toneladas. “A baleia-fin é a segunda maior baleia, medindo entre 21 e 26 metros e pode pesar de 45 até 80 toneladas. Seu canto é o mais forte e pode ser ouvido a uma distância de até 850km. Alimenta-se de alguns invertebrados, pequenos peixes e ocasionalmente de lulas. É a espécie que vive por mais tempo; alguns indivíduos chegam até os 100 anos de idade, e hoje, infelizmente, também está na lista dos animais ameaçados de extinção. É uma espécie encontrada em todos os oceanos”. A baleia do museu tem uma história surpreendente, garante Mônica. “Ela encalhou em 1942, época da guerra, nas praias do município de Peruíbe; a população de lá achou que se tratava de uma invasão de um submarino inimigo e ficou por dias escondida em suas casas. Apenas o mau-cheiro da decomposição do animal é que os convenceu que se tratava de uma baleia e não de uma máquina. Então, uma equipe de cientistas e pesquisadores foi chamada; eles a resgataram, descarnaram, desmontaram e a trouxeram para Santos de trem. O

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

29


turismo

A diretora do museu Mônica Doll Costa avisa que virão mais novidades

esqueleto foi remontado e exposto no museu, compondo seu acervo permanente. É a nossa peça mais antiga”. A jornalista Wanessa de Oliveira Lopes Santana, em visita ao museu, lembrou o encantamento que teve na adolescência ao visualizar a ossada. “Lá se foram mais de 20 anos e, até hoje, a dimensão desse animal é o que mais me chama atenção. Acho sensacional pensar que tem um mamífero desse tamanhão todo nos mares”. Por considerar o ponto turístico imperdível, Wanessa aproveitou a reinauguração para proporcionar as mesmas sensações às filhas, as gêmeas Beatriz e Valentina, de quase 2 anos. Mesmo sem entender direito o contexto, a mãe garante que elas se divertiram bastante. “Apresentá-las ao mundo marinho é superválido, afinal, somos da praia e esse contato com as coisas do mar é fundamental para que elas cresçam sem medo e, sobretudo, saibam respeitar esse ambiente”.

Uma paixão que virou vocação Aos 5 anos, Celina Pimentel veio a Santos com a família em férias e, ocasionalmente, visitou o Museu de Pesca. Passados alguns meses, o fato se repetiu, e foi assim por anos. Ela perdeu as contas de quantas visitas já fez, o certo é que esses passeios mudaram o rumo da sua vida. Nas primeiras impressões, descobriu algo muito importante, a própria vocação. “Sou da década de 1950, naquela época, não tinha a tecnologia que temos hoje, portanto, as descobertas eram sempre em museus. E eu tive a sorte de ter uma família muito presente, que me trazia sempre, era um passeio obrigatório. Eu ficava muito encantada e essas imagens ficaram no meu inconsciente. Foi então que, mais tarde, resolvi fazer biologia”. Mas o destino reservava ainda mais

para essa apaixonada pelo ambiente marinho. “Fui fazer uma especialização na Espanha, sobre cultivos marinhos e, quando voltei, me indicaram para trabalho o Instituto de Pesca, a quem pertence o Museu de Pesca”. Como aquelas boas lembranças realmente estavam dentro do coração de Celina, ela conseguiu não só um emprego como também a certeza de ficar bem próxima ao ponto turístico que ela elegeu como seu. E adivinha o resultado? Lá se vão mais de vinte anos de dedicação. Hoje, trabalha com moluscos comerciais e sempre que pode dá uma esticadinha até os corredores do museu para matar a saudade. “O museu é como se fosse a minha casa, sempre que posso, passo por lá para relembrar o passado e observar em outras

Ala lúdica Se diversão não tem limites, a Ala Lúdica promete uma boa farra. São muitas as atrações. Na Sala do Barco, por exemplo, a proposta é levar o visitante a soltar “as amarras”, segurar firme no timão e se lançar numa viagem até o Parque Ecológico Lage de Santos. A sensação é de se estar navegando. Na Sala do Mar, o público pode admirar os ecossistemas marinhos. Na programação, estão o manguezal, praia arenosa, costão rochoso e fundo arenoso. O convite é para uma expedição exploratória bem próxima da realidade. Em breve, mais duas salas serão inauguradas, o Quarto do Capitão e a Sala do Imaginarium. Esta última, um apelo para a problemática da pesca fantasma. “É uma pesca que ocorre com a perda de redes e anzóis no mar, uma vez que os objetos continuam pescando, porém, ninguém se beneficia dessa pesca”, ressalta a diretora do museu.

crianças o que senti quando pequena”, comenta, observando que “os museus ainda são muito importantes para a formação, pois é um aprendizado vivencial, uma experiência única que pode fazer toda a diferença”.

Celina Pimental tem 20 anos de dedicação ao museu

30

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Espaço Sindiodon

Somos um sindicado fundado por dentistas, uma classe que, em uma época não muito distante, sofreu perseguições e retaliações, pelo simples fato de querer liberdade. Liberdade para ser profissional liberal, ativo e consciente dos seus direitos e deveres. Estamos há 25 anos lutando pela categoria. Queremos as prerrogativas dos benefícios concedidos por lei, como 13º salário, férias anuais, cesta básica, auxílio creche (já que cerca de 60% dos dentistas são do sexo feminino). Queremos também conscientizar nossos colegas da necessidade de terem assistência médica hospitalar e, até, funerária. Para isso, faremos parcerias com diversas instituições, a fim de promovermos qualidade médica a preços acessíveis. Em outro campo, trazemos palestras, não apenas científicas, como também no campo judiciário e contábil, com profissionais à disposição para prestar esclarecimentos para todos os associados. E, em breve, ocuparemos esse espaço com matérias científicas de interesse comum. Recebemos todos para um cafezinho amigo em nossa sede, na rua Julio Conceição, nº 253 - tel. (13) 3235 4452. Venha nos conhecer, ou acesse nosso site www.sindiodon.com.br ou pelo facebook - sindiodon

Dr. Fábio Luiz Mendes Baptista Presidente

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

31


Foto Divulgação

ser sustentável

Invisível? Por Marcus Neves Fernandes Você sabia que uma bituca de cigarro demora de dois a quinze anos para se degradar? Pois é, então. Lembro disso pela manhã, quando passo na porta de um bar, aqui na esquina de casa. Fico pensando se a moçada, lá pela 1 da manhã, pensa sobre quanto tempo aquele mar de guimbas no meio-fio vai levar para desaparecer. Brincadeira. É obvio que ninguém vai pensar nesse tipo de coisa numa hora dessas. Nem você. E se pensou, com certeza já esqueceu. Bitucas, aliás, são coisas que nem reparamos mais no chão. Nem lembramos se há muito ou pouco delas nas ruas. Recentemente, uma campanha carioca gerou polêmica ao tentar chamar atenção para o problema. Pedia que as pessoas passassem a chamar a bituca de bunda. Bunda caída, dizia o slogan....que foi considerado machista. E sem graça. Mas fato é que o resto do cigarro, composto basicamente por papel e plástico, é o que muitos chamam de ‘lixo invisível’. Não gosto muito do termo. Dá a impressão de ser uma coisinha, um probleminha. Mas não é bem assim. A maior parte desse resíduo invisível é resina plástica.

32

Por ano, o mundo produz 30 milhões de toneladas de plástico. Isso não tem nada de invisível, assim como os 150 bilhões de cigarros consumidos anualmente no país. Em algumas cidades, isso representa o descarte de 30 milhões de restos de cigarro por dia. Hoje, menos de 10% do plástico é reciclado no mundo. E se isso acontece com o plástico, uma matéria-prima com valor de mercado, imagine então quantas bitucas são recicladas? Sim! Bitucas podem ser recicladas. No Brasil, a maioria dos projetos se concentra na transformação do resíduo em papel. Mas há outras possibilidades em estudo, como o que vem sendo feito, por exemplo, em Chicago (EUA). Lá, está em teste o concreto com bituca. Os cientistas calcularam que, misturados ao concreto, os 200 milhões de quilos de bitucas descartados todos os anos no país reduziriam o custo final da pavimentação de calçadas em até 30%. Nada mal para algo invisível. Por isso, é sempre bom estar atento, não só às inúmeras possibilidades de reaproveitamento desses resíduos, como em tudo aquilo que nos cerca.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Garbology Em Chicago (EUA), estão sendo feitos testes para a produção de concreto com bituca. Os cientistas calcularam que, misturados ao concreto, os 200 milhões de quilos de bitucas descartados todos os anos no país reduziriam o custo final da pavimentação de calçadas em até 30%

Foi assim, por exemplo, que o pesquisador Alexandre Turra descobriu as ‘lágrimas de sereias’ em nossas praias. Turra é biólogo da USP e, um dia, caminhando à beira-mar, em Santos, teve a atenção despertada para minúsculas bolinhas que se misturam à areia da praia. Há décadas vejo essas bolinhas e confesso que nunca tinha me dado conta do que elas significavam. Turra levou um punhado delas para casa, colocou em uma colher e pôs no fogo. Pronto. O cheiro característico de plástico derretido denunciou a substância.

Lá no início do texto, eu me refiro ao tempo de decomposição de uma bituca: dois anos. Mas, na realidade, não é bem assim. Essas tabelas que você vê por aí foram feitas a partir de testes em laboratório para condições climáticas norte-americanas ou europeias. Ou seja, pouca ou nenhuma relação têm com a nossa realidade. Aqui, o clima, as características do aterro ou lixão e a posição em que o resíduo se encontra no monte de detritos podem alterar completamente o tempo de degradação. Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido pelo pesquisador André Oliani, pioneiro no brasilem garbology, algo como a arqueologia do lixo. Em 2004, ele encontrou um pedaço de bisteca em perfeito estado, inclusive cor, cheiro e textura, em um aterro de Mogi das Cruzes. Como estava a seis metros de profundidade, foi possível calcular há quanto tempo fora descartada. E para surpresa de todos, a bisteca estava lá há pelo menos cinco anos. Por isso, voltando à bituca, estima-se hoje que ela possa demorar de 2 a 15 anos para se degradar, dependendo do local do descarte.

Daí, ele descobriu que as bolinhas são pellets, a forma como o plástico é transportado mundo afora. E é nesse transporte, sem o devido cuidado, que eles acabam indo parar nas praias. Em Santos, estima-se que existam mais de 10 toneladas dessas bolinhas na areia. Detalhe: é impossível retirá-las das areias. São e serão como um eterno legado do tal ‘lixo’ invisível. Vale ressaltar que essas bolinhas não são privilégio nosso. Na verdade, estão espalhadas pelo mundo, ganhando até o poé-

tico apelido de ‘lágrimas de sereias’. São fatais para a fauna. Se você nunca viu, comece a reparar. E apure o seu olhar também para todas as demais formas do chamado ‘lixo invisível’. Negligenciado, ele toma proporções assustadoras, sem que se faça algo concreto para solucionar o problema ou responsabilizar quem de direito. Afinal, se você produz e vende cigarros, não deveria então distribuir bituqueiras para o descarte e reaproveitamento correto desse resíduo? Fica aqui a pergunta...

Filtro verde O filtro dos cigarros é feito de acetato de celulose, uma resina obtida a partir da madeira. No processo produtivo, emprega uma série de substâncias, como, inclusive, ácido sulfúrico. Daí que alguns estudos dizem que pior do que o cigarro em si é o seu filtro. Por isso, há alguns anos, surgiu o Greenbutts, um filtro de cigarro feito de cânhamo, algodão orgânico, farinha de trigo e água, combinados com sementes – quando você joga a bituca na terra, é bem provável que ali brote uma planta. O produto parece que não decolou e depois de ter sido lançado, em 2010, pouco se falou dele. Mas estou citando o Greenbutts para lembrar de outro mito, a degradação ou os biodegradáveis. Esses termos dão a errônea impressão de que o resíduo vai sumir, desaparecer do universo. Nada disso. O que acorre é que ele se decompõe em minúsculos pedaços. Você não vê, mas eles continuam lá, poluindo. Já o Greenbutts é compostável, ou seja, quando adequadamente descartado, transforma-se em adubo, por ser orgânico. Por isso, prefira os produtos que podem ser compostados.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

33


Para respirar com saúde Seja verão ou inverno, é preciso atenção ao ar que se respira em ambientes fechados Fotos M&S

A sociedade moderna passa boa parte do tempo em ambientes climatizados. E a tendência é que esse período aumente, por conta das atuais condições climáticas, com verões cada vez mais quentes. Mas qual é a qualidade do ar que você respira nos ambientes climatizados? O ar é veículo de propagação da maioria dos microorganismos nocivos à saúde, logo o ar que circula em ambientes climatizados não é diferente, pelo contrário, pode propiciar o desenvolvimento de bactérias, fungos e leveduras se o sistema de ar condicionado não for devidamente higienizado, o que pode causar aos ocupantes doenças respiratórias, infecciosas e alérgicas. No inverno, por outro lado, a incidência de doenças respiratórias aumenta. Um dos motivos é que a maioria dos ambientes, climatizados ou não, mantém-se fechada, com pouca ventilação facilitando a transmissão de agentes como vírus, que ficam suspensos no ar por 24 horas, e os bacilos, por 48 horas. Em algumas regiões, como as cidades litorâneas, a umidade favorece a prolife-

Sanitização protege o ambiente de ácaros, bactérias e fungos, por até seis meses

ração de fungos como o mofo e o bolor causando além do incômodo odor, reações alérgicas. É possível manter o ambiente saudável, livre desses agentes propagadores de doenças. Basta higienizar tanto o ambiente, quanto o aparelho

Max Protection

de ar condicionado. A M&S Climatização e Sanitização de Ambientes, com unidades em Bertioga

Sanitização de ambientes, que elimina e impede a pro-

e em São Bernardo do Campo, é representante

liferação de ácaros, bactérias e fungos (mofo), por até seis

oficial das marcas Max Protection e Dr. do Ar

meses. Aprovado pela Anvisa e Ministério da Saúde. Possui

Condicionado, especializadas no assunto e que

laudo de eficiência.

trabalham com produtos notificados pela Anvisa. A responsável pela M&S, Patrícia Santos,

Doutor do Ar Condicionado

explica que a higienização do sistema de ar

Limpeza e sanitização de aparelhos de ar condicionado,

condicionado vai além da limpeza dos filtros;

sem retirada do equipamento do local. Produtos notificados

é necessário que toda a estrutura interna da

pela Anvisa e Ministério da Saúde. Proteção por até 90 dias.

34

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Você sabia? Que o Ministério da Saúde e a Anvisa têm um conjunto de normas rígidas (Portaria 3.523/98; Resolução 176/00 ; e Resolução 9/03), voltado a garantir a qualidade do ar em ambientes climatizados. As regras estabelecem a obrigatoriedade de Plano de Manutenção, Operação e Controle - PMOC - dos sistemas de condicionamento de ar. Diz que todos os sistemas de climatização devem estar em condições adequadas de limpeza, manutenção, operação e controle, bem como, seus componentes limpos, tais como: serpentinas, bandejas, ventiladores, umidificadores, e dutos. Determina que o não cumprimento configura infração sanitária por parte do proprietário ou locatário do imóvel. E estabelece que proprietários, locatários e administradores de imóveis climatizados por sistemas acima de 60.000 BTU/H (unidade térmica britânica por hora, medida utilizada para definir a capacidade térmica de um equipamento, que aumenta em ordem diretamente proporcional ao tamanho do ambiente e ao número de pessoas que estão presentes; neste caso equivale à refrigeração de um ambiente de mais de 100m²) são responsáveis pela qualidade do ar respirado por seus ocupantes. A fiscalização é feita pela vigilância sanitária e, nos ambientes em que for constatada não conformidade, os responsáveis poderão ser penalizados com multas que variam de R$ 2 mil a R$ 200 mil reais. Fonte Agência Senado

Higienização do sistema de ar condicionado vai além da limpeza dos filtros

evaporadora, parte do equipamento que fica no ambiente, seja higienizada e sanitizada, pois é justamente no interior da evaporadora que o ar circula e refrigera antes de retornar ao ambiente. Para sistemas de ar condicionado central, inclui-se também a higienização de dutos. Já os ambientes úmidos e fechados, segundo Silas Marques, também da M&S, podem ser sanitizados com produto de ação fungicida e bactericida notificado na Anvisa, que, com correta aplicação, reduz a incidência de doenças respiratórias, o que contribui para a saúde de seus ocupantes. Patrícia alerta: “É preciso que as pessoas tenham conhecimento da seriedade desse assunto, é uma questão de saúde”. A M&S trabalha com instalação, manutenção e sanitização de aparelhos de ar condicionado ligadas à saúde, Silas Marques aborda outro aspecto: “A limpeza aumenta a vida útil do aparelho e reduz o consumo de energia em até 20%”.

Fotos M&S

e satinização de ambientes. Além das questões

Silas Marques e Patricia Santos, da M&S

an_bertioga.ai 1 11/09/2014 18:59:12

C

M

Y

CM

ms Climatização e Sanitização de Ambientes

Com a tecnologia e produtos exclusivos da Dr. do Ar Condicionado e Max Protection, a M&S tem a solução completa para a sanitização de ambientes. representante oficial

MY

Unidade Bertioga Fone 13 3317-7673 bertioga@msclimatizacao.com.br

CY

CMY

Unidade S. Bernardo do Campo Fone 11 2669-9100 sbc@msclimatizacao.com.br

K

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

35


decoração

Para desfrutar a

maturidade Com mais tempo para curtir a vida, o casal casal de sessenta anos investiu numa casa de praia, entre o mar e a mata de Juqueí, na qual relaxam e se divertem ao lado dos amigos

Fotos Vivi Spaco

Por Maria Helena Pugliesi

36

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Fotos Vivi Spaco

O típico azul e branco das decorações praianas aparece nesta sala em atraente parceria com madeiras de demolição

Os donos desta casa estão longe de se aposentar. Ela é psicóloga, ele, nascido no Líbano, é empresário, e ambos têm uma carreira profissional intensa. “Mas, sabe quando a gente começa a ver a vida com outros olhos? Pois é, meu marido e eu sentimos que já estava na hora de ter um lugar para espairecer, em que pudéssemos jogar tudo para o alto, mesmo que só por um fim de semana, e nos dedicar exclusivamente ao que nos dá prazer”, conta a proprietária. Foi com essa perspectiva em mente que, há três anos, o casal se interessou pelo lançamento de um condomínio fechado em Juqueí, no município de São Sebastião, bem pertinho da casa de praia de sua filha, na qual eles sempre passavam as férias. “Fomos uns dos primeiros a chegar, por isso, conseguimos comprar a casa que tinha a melhor localização, com a Mata Atlântica como vizinha. Era tudo o que queríamos”, lembra ela. Para dar à morada a atmosfera acolhedora e descontraída que os donos tanto queriam, eles chamaram a amiga e designer de interiores Flora Cukierkorn Diskin. “Conhecemos-nos há mais de 30 anos, decorei o apartamento onde eles moram em São Paulo e também o dos seus filhos. Assim, tive carta branca para trabalhar no projeto de interior. O único pedi-

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

37


decoração

do que recebi foi ter o azul como cor predominante nos ambientes”, explica a profissional. Percebendo o entusiasmo do casal em relação à proximidade da natureza, Flora começou seu trabalho avançando o deque o máximo permitido para junto da mata. “Adoramos a ideia. A casa agora ficou abraçada pela vegetação nativa. Esse contato nos dá muita energia”, diz a proprietária. Como marido e mulher não são fãs de churrasco, a designer optou por integrar essa parte da varanda ao interior do imóvel. “Com isso, conseguimos aumentar o tamanho da sala de jantar, ganhando espaço para uma mesa grande, sob medida para a família e os amigos de meus clientes”. O piso cerâmico presente em todos os espaços foi mantido, já as paredes mudaram

de acabamento. Na área social, painéis de madeira de demolição dominam o visual, nos quartos, papel de parede garante o aconchego e, na varanda, a opção foi pedra canjiquinha. A decoração segue o rústico-chique. “Sou uma pessoa ligada à estética. Por ser este um lugar de veraneio, a Flora soube equilibrar muito bem o belo com o prático”, diz a dona da casa referindo-se às fibras e aos tecidos naturais dos móveis. Apaixonada por orquídeas, ela montou um orquidário na área externa e vem de lá as flores que enfeitam os ambientes. “Cuidar das plantas para mim é uma terapia. Fico muito orgulhosa em vê-las florir e enfeitar os dias que passamos por aqui”. O proprietário também tem suas pai-

Fotos Vivi Spaco

O deque avança sobre a reserva florestal e, mesmo nos dias quentes de verão, a área externa se mantém em temperatura agradável

38

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Fotos Vivi Spaco

Numa casa com tantas atrações do lado de fora, a varanda tem móveis aconchegantes para que tudo possa ser admirado com conforto

Em estilo provençal, a suíte do casal usufrui da vista relaxante da Mata Atlântica

xões. Artista plástico nas horas vagas, são dele todos os quadros e esculturas expostos pelos cômodos. “Alguns, foram criados aqui, a praia é muito inspiradora. Além do mais, a quietude deste lugar, em que parece que até as horas têm um ritmo mais calmo, permite que ele se dedique de corpo e alma aos seus trabalhos”, revela a esposa. Filhos, netos e amigos compartilham do bem-estar do casal. A casa está sempre cheia. “Confesso que não sou de cozinhar, isso eu deixo sob a responsabilidade de minhas duas caseiras, quituteiras de mão cheia. Eu gosto mais é de cuidar dos detalhes, como arrumar a mesa com capricho enquanto meu marido cuida da escolha dos vinhos que mais se harmonizam com o cardápio”, conta a proprietária. “São coisas assim, feitas com o coração, sem a pressa da cidade, que torna esta morada tão especial para nós. Com certeza, ela é a nossa escolha da maturidade”.

Móveis: Art de L’Ange (suíte), L’Oeil (varanda), Mac Móveis (sala de estar) e Bontempo (sala de jantar). Tecidos: Tecdec - Tapetes: By Kamy - Madeira de demolição e revestimento de parede da suíte: Vitrine by Casa Fortaleza


Produção e fotos Fernanda Lopes

gastronomia

O queridinho dos

brasileiros

O Brasil é o maior mercado de leite condensado do mundo, um produto criado para resistir ao tempo, e que ganhou fama por causa da guerra

Por Fernanda Lopes Ele é básico nas sobremesas brasileiras, especialmente no tradicional brigadeiro, no pudim e no pavê. Assim é o leite condensado, que, apesar do nome, não passa por condensação, mas sim, por evaporação. Ele recebe este nome para não ser confundido com o leite evaporado, que é a sua versão sem açúcar. E o Brasil é seu maior mercado consumidor. Essa delícia foi criada em 1853, pelo empresário norte-americano Gail Borden Jr. Ele queria aumentar a vida útil do leite,

40

que, muitas vezes, estragava no caminho da fazenda até as casas. É bom lembrar que a pasteurização só seria inventada na década seguinte, e a história dos refrigeradores ainda estava no seu início. Porém, foi a partir de 1861 que o produto ganhou fama e popularidade, graças à Guerra Civil Americana. Por conta da longa data de validade e do fácil transporte, as latinhas do mesmo tamanho das atuais (395g) foram enviadas como suprimentos para os soldados no front. Ele era ideal,

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Como se faz

também, por conta de suas 1.300 calorias; 80 gramas de proteínas e gorduras; e 200 gramas de carboidrato, sendo uma ótima fonte de energia. Quando os soldados voltaram para suas casas, contaram às famílias sobre o tal leite de latinha. Todos queriam experimentar. Então, o produto chegou ao mercado. Não demorou muito para aportar aqui no Brasil. Um anúncio publicado no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro mostra que o produto já era vendido no país em 1871. Os primeiros carregamentos de leite condensado chegaram ao Brasil no final do século XIX, juntamente com a Farinha Láctea, ambos trazidos pela Nestlé. Inicialmente, o famoso Leite Moça era usado apenas como bebida (reconstituído com água). Como podia ser armazenado por um longo

tempo, virou produto precioso em tempos de escassez de leite, como na Primeira Guerra Mundial. Mais tarde, em um reposicionamento de mercado da marca, ele começou a ser usado no preparo de doces e ganhou então uma força extraordinária entre as donas-de-casa brasileiras. Em 1921, com a construção da primeira unidade industrial da Nestlé, em Araras, no interior paulista, a produção tornou-se nacional. Em pouco tempo, o Brasil converteu-se no maior mercado mundial de leite condensado, posição que mantém até hoje. A paixão nacional pelos doces, herdada dos portugueses, e associada ao gosto pelas compotas e frutas, herança africana, acabou por transformar o Leite Moça em um dos produtos mais populares e conhecidos do Brasil, exportado para diversos países.

E como se produz atualmente esse leite condensado, que, na verdade, é evaporado? Primeiramente, o leite é centrifugado para remover as impurezas e depois pasteurizado a 75° C por 20 segundos. Ele então recebe açúcar, que ajuda na conservação. Vai para um evaporador a vácuo, no qual fica a temperaturas de 50° C a 70° C. Isso retira 60% da água. Só não pode ferver para não alterar a cor, o sabor e as características nutricionais. Depois de esfriar, recebe lactose em pó.

A moça do leite A jovem com trajes típicos que aparece no rótulo da embalagem é uma camponesa suíça do século XIX. Naquela época, o leite condensado mais popular da Suíça tinha a marca La Laitière, que significa vendedora de leite. Quando foi exportado para outros países, procurou-se um nome equivalente na língua de cada região, sempre associado à figura da moça com baldes de leite. Em espanhol, por exemplo, foi adotada a marca La Lechera. No Brasil, quando o produto começou a ser importado, adotou-se inicialmente, por falta de um equivalente adequado em português, o nome inglês Milkmaid, tradução de La Laitière. Mas as pessoas tinham dificuldade para pronunciar esse nome e passaram a chamar o produto de o leite da moça, referindo-se à ilustração da camponesa. Assim, em 1921, optou-se pela solução lógica de utilizar uma designação criada espontaneamente pelos consumidores. Foi assim que surgiu a marca Leite Moça, legitimamente batizada pelas consumidoras.

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

41


gastronomia Receitas

Ingredientes Massa base: 1 pacote de bolacha maisena; 1 colher (sopa) de açúcar; 160g de margarina derretida e raspas da casca de 1 limão. Para o recheio: 650g de cream cheese; 1 xícara de chá de leite condensado; 1 colher (sopa) de essência de baunilha; 2 colheres de sopa de açúcar; 1 colher (sopa) de suco de limão; 3 ovos. Cobertura: 200g de goiabada e 1/3 de xícara de água. Preparo Base: triture a bolacha e misture a margarina derretida e as raspas de casca de limão. Forre o fundo e as laterais de uma forma de fundo removível média (25 cm) com a massa de biscoito. Reserve.

Recheio: bata o cream cheese na batedeira até amaciar. Junte o açúcar e bata mais. Acrescente a baunilha, o leite condensado, o suco de limão e os ovos. Deixe incorporar completamente. Despeje o recheio na forma forrada com a massa. Leve para assar em banho-maria em forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 1 hora ou até estar com a superfície dourada. É preciso forrar a forma por fora com papel alumínio para que não entre água do banho-maria. Depois de assada, leve à geladeira por pelo menos três horas. Desenforme e coloque a calda de goiabada.

Produção e fotos Fernanda Lopes

Cheesecake de goiabada

Para a calda: pique a goiabada e misture com a água. Leve para derreter no micro-ondas ou na panela em fogo baixo.

Pudim de chocolate Ingredientes 1 lata de leite condensado; 350ml de leite; 3 ovos; 1 xícara de chocolate em pó; 1 colher (café) de essência de baunilha. Para a calda: 1 xícara de açúcar e 6 colheres (sopa) de água. Preparo Leve o açúcar com a água ao fogo baixo até que forme uma calda dourada. Coloque em uma forma de furo no meio (22 cm). Reserve. Bata os ingredientes do pudim no liquidificador, coe em uma peneira e coloque sobre a calda na forma. Cubra com papel alumínio. Leve ao forno pré-aquecido a 200°C, em banho-maria, por cerca de 1 hora ou até estar firme.

42

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Beach&Co nยบ 147 - Setembro/2014

43


moda

Rendas e transparências O equilíbrio perfeito entre o delicado e o sexy

Por Karlos Ferrera Se existe algo bem feminino, sensual e, principalmente, que valorize as formas da mulher é a renda. E não é de hoje que ela é item mais do que necessário no closet das mulheres antenadas. Já há algumas temporadas marcando presença no cenário fashion, a renda novamente está aí com status de sofisticação e poder. Nas temporadas de desfiles, esse tecido com ares artesanais

confirmou sua força e foi o ‘queridinho’ de diversas grifes, exatamente por unir duas fortes tendências: transparência e textura. O melhor é que você pode escolher e adaptar a renda de acordo com o seu estilo e ocasião. Outro ponto importante: a renda está sendo usada tanto em looks completos quanto apenas em alguns detalhes dentro da produção. O segredo é equilibrar as áre-

A blusa ganha um ar delicado e feminino com a textura da renda sobreposta e com o detalhe das mangas que revela sutilmente a pele feminina. Ótima opção para combinar com saias

44

KNT

Fotos KFPress

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Nesta blusa, a delicadeza fica por conta da renda e da transparência do tule no decote: uma dupla de sucesso combinada com uma calça, mas que conta com o toque de personalidade da cor. Para finalizar, o cinto – que acompanha a peça – é superdescolado com a trend animal print

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

Nesse look, a camisa é perfeita para atribuir um instant chic no visual. O recorte em renda no decote enriquece a produção que vai bem, inclusive, no trabalho

KNT

as do corpo que ficarão expostas ou escolher bem a região que ficará transparente. Para não errar, partes do corpo que devem ser preservadas, não podem estar cobertas apenas por materiais transparentes. E, atenção, há peças que enganam. Por isso, é sempre importante verificar a transparência dos tecidos em ambientes com iluminações diferentes e, se possível, ao ar livre, pois à luz do sol tudo aparece. É preciso tomar cuidado especial com saias, calças e com as blusas na região dos seios. Uma lingerie opaca ajuda em muito a evitar constrangimentos. Para a temporada de verão, a tendência está nas saias com tules e rendas, e também nos tops e vestidos curtos. Fica lindo embaixo de casacos para quebrar a sobriedade do visual. A transparência tem que aparecer, para não ficar com aquele jeito que foi sem querer, gafe! Portanto, escolha bem onde colocá-la! Se for usar em vestidos e tops, pegue leve nos acessórios, para não brigar com a produção.

KNT

Fotos KFPress

45


Flashes O programa Café da Manhã, da TV Costa Norte, apresentado por Ribas Zaidan, recebeu candidatos a deputado estadual e federal para exporem suas ideias para a região

Beto Mansur, candidato à reeleição para deputado federal (PRB)

Mariângela Duarte, candidata a deputada estadual (PC do B)

Hélio Ribeiro, candidato a deputado estadual (PPL)

46

Gilberto Benzi, candidato a deputado estadual (PROS)

Bruno Covas, candidato a deputado federal (PSDB)

Valter Suman, candidato a deputado estadual (PTB)

Jooji Hato, candidato à reeleição para deputado estadual (PMDB)

Miguel Manso, candidato a deputado federal (PPL)

Cassio Navarro, candidato a deputado estadual (PMDB)

Celso Russomano, candidato a deputado federal (PRB)

Alex Manente, candidato a deputado federal (PPS)

Alex Hato, candidato a deputado federal (PMDB)

Jorge Wilson, candidato a deputado estadual ( PRB)

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


Flashes

Foto Mayumi Kitamura

Foto Marcelo Calil

O vice-presidente da República Michel Temer, em visita à Baixada Santista, dia 15

Os prefeitos de Guarujá e Bertioga, Maria Antonieta e Mauro Orlandini, líderes regionais e Michel Temer, na Praça 14 Bis, em Guarujá

Os vereadores de Bertioga Luís Henrique Capellini, Antônio Rodrigues e Valéria Bento participaram do encontro, em Guarujá

Inauguração do comitê do PMDB, em São Vicente

Foto Marcelo Calil

Prefeita Maria Antonieta de Brito recepcionou Michel Temer na Base Aérea do Guarujá

Na TV Costa Norte

O candidato a deputado estadual Cássio Navarro (PMDB) recepcionou Michel Temer em sua cidade, Praia Grande

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

Michel Temer, em caminhada pelo centro de Praia Grande

Antonio Ferreira Pinto, candidato a deputado federal (PMDB), no programa Café da Manhã

47


“Destaques” // Luci Cardia A tradicional reunião da TAR, a Turma dos Apaixonados pela Riviera, foi realizada na Haddad´s House, com concorrida feijoada

Panorama de todos os amigos reunidos com alegria, muita alegria

Martinho Marques, Osmar Santos e Léo Marques, sempre lindos

Cristina Gomes, Luci Cardia, Dinalva Beloffi e Rosemary Aragon

Sergio Aragon, Roberto Haddad, Arnaldo Barreto e Ribas Zaidan

48

Este momento foi ímpar. Esta colunista e seu marido José Cardia receberam homenagens dos amigos

O clã da família Biondo reunido

Milton Casari, o filho Rafael, a mulher Rosely e a nora Gabi

Ribas Zaidan, Dinalva Beloffi e o anfitrião e presidente da T A R, Roberto Haddad

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014


“Celebridades em Foco” // Edison Prata Registros de momentos felizes

Um clique muito especial do famoso comentarista Rui de Rosis, sua mulher Stela Mares, Julia Tenório e Marcio Tenório, felizes pela união

Estilo e carinho com todos os amigos, um clique do cantor Bruno e Luis Maio

Pessoas que estão e fazem questão de estar ao seu lado são sempre especiais; o advogado e golfista Dr. José Rubens Günther com sua linda Daniela Beach&Co nº 147 - Setembro/2014

E no jantar com as celebridades no badalado Hotel Ilha Flat, Luis Maio e o cantor Marrone, boa música no belo arquipélago

Oswaldo Julião e a filha Verônica em recente evento comemorativo

O estilo pai e filho como verdadeiros amigos. Nesta As boas coisas da vida, estar ao lado de foto, o advogado Dr. Vinícius Julião e seu querido pai quem amamos, Bárbara e o pai Oswaldo Oswaldo Julião Julião, felicidade é tudo

Coisas raras acontecem, por isso, nesses momentos é sempre bom registrar um sorriso do capitão do Guarujá Golf Club João Santos

Os bons momentos com os queridos amigos André Letiri e sua mulher Vera

Nem sempre, mas de vez em quando, é muito bom jogar conversa fora; este colunista e o eterno Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé

49


“Alto Astral” // Durval Capp Filho Grupo Rodrimar comemora 70 anos em grande estilo na Sala São Paulo

Lucy Helena Rodrigues Grecco (chiquérrima num modelo com cristais Swarovski) e o presidente do Grupo Rodrimar Celso Grecco receberam os convidados nesta, que foi considerada a festa do ano

Graziela Grecco Moura recebeu os convidados com muita simpatia ao lado de Gustavo Moura

50

Antonio Salles Penteado e a atual presidente da Pinacoteca Benedicto Calixto: Sílvia Angelo Teixeira Penteado

O espetacular show proporcionado pelos cantores Chitãozinho & Xororó, acompanhados pela regência do maestro João Carlos Martins e sua Orquestra Filarmônica Bachiana

O empresário Armênio Mendes e Maria Celeste Veríssimo Mendes no jantar na Estação das Artes

Walkyria Sanches Capp ao lado deste colunista, durante apresentação do show de Chitãozinho & Xororó, na Sala São Paulo

João Alexandre Brazão e a singeleza da filha do casal anfitrião, Laura Grecco

O engenheiro da Codesp José Antonio Marques Almeida troca papos com o guru da logística do Brasil Freddy Bussinger

Renata Santini e Sérgio Luiz Cypriano consideraram a festa do ano

Andréa Lopes e o empresário Lourenço Lopes encantados com a belíssima festa

Euriluci Guedes e Eurico Guedes, responsável pela bela decoração do salão da Estação das Artes

A presença de Guida e do presidente do Santos F.C. Odílio Rodrigues Filho

Beach&Co nº 147 - Setembro/2014



trabalhamos para criar comunidades onde as pessoas têm orgulho de viver

Empreender, urbanizar e construir é mais do que erguer estruturas e criar novas vias. É integrar o espaço natural às necessidades modernas de conforto, lazer e qualidade de vida. Por isso, há 55 anos, a Sobloco dedica-se a projetos e obras de desenvolvimento urbano, que se tornaram referência de uso e ocupação do solo. Suas criações são exemplos reconhecidos internacionalmente, de comunidades planejadas e sustentáveis que geram dividendos econômicos, sociais e ambientais, onde as pessoas têm orgulho de viver.

w w w. S o b l o c o . c o m . b r


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.