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ao leitor Foto Luciana Sotelo

ANO XIII - Nº 146 - agosto/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Aline Porfírio, Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Maria Helena Pugliesi e Renata Maranhão Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

Pó mágico Quantas emoções e sentimentos cabem em uma xícara de café? Para muitos, esta bebida milenar funciona como um despertador para iniciar o dia; para outros, como um energético no momento de baixa concentração, ou produção, no trabalho. Uns tomam por prazer, outros por simples hábito. O certo é que o café é um elemento presente na cultura e no cotidiano do brasileiro. Há sempre uma boa desculpa para tomar um cafezinho. E o convite “aceita um cafezinho?” é, muitas vezes, uma manifestação de carinho. Uma forma de juntar pessoas, de compartilhar momentos, dividir alegrias, ou mesmo tristezas. Essa bebida mágica, originária do continente africano, cruzou o mundo e expandiu seu poder de sedução pelos povos. No Brasil, hoje segundo maior consumidor da bebida, perde apenas para os Estados Unidos, o desenvolvimento da nossa cultura confunde-se com a própria história do país, em função de sua grande importância econômica e social. Basta lembrar o ciclo do café, a atração de imigrantes de várias partes do mundo, o incremento ferroviário e mais uma lista infinita de outros benefícios que ele trouxe para nós. Aqui no litoral paulista, seu maior marco foi fincado em Santos. Cidade que viveu plenamente o ciclo das riquezas do café, mas também sofreu com seu declínio, no início do século XX, e continua sendo uma das maiores praças de exportação do produto. Sem contar as muitas cafeterias, locais de encontro nos quais se pode degustar a boa bebida, nas mais variadas formas. Café, em Santos, também é sinônimo de arquitetura, de formação de mão de obra especializada, de modernização comercial. Bem, com tantos argumentos favoráveis, nada melhor que fazermos um brinde à bebida mais famosa do país, quiçá do mundo, com um gostoso cafezinho. Aceita? Eleni Nogueira





Foto Aline Pazin

20 Dia de festa no Instituto Verdescola

Foto Aline Porfirio

26 A arte de desenhar poesias

E mais... Fundação 10 de Agosto

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Moda 40

Foto JCN

Flashes 45

Alto astral

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Celebridades em foco

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Destaques 50


Foto Ricardo Breda

Foto Fernanda Lopes

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Modernidade e conforto em meio à Mata Atlântica

Fondue: ideal para encontros de inverno

Capa

Foto Luciana Sotelo

Do grão à saborosa bebida

Foto Marco Mayer/ Shutterstock

Café pág. 10


comportamento

Uma bebida para

celebrar Tome uma xícara de café conosco e desvende esse capítulo prazeroso de conhecimento, recheado de aroma e sabor imbatíveis

Foto Luciana Sotelo

Por Luciana Sotelo

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Fotos Luciana Sotelo

Acordar de manhã e tomar aquele cafezinho quentinho. Para os adeptos da bebida, não há melhor maneira de começar o dia. Por essa e outras razões, o café, sem dúvida, é a bebida mais popular do mundo. Consumido em praticamente todos os países, o ‘pretinho’ ganhou o mundo com a fama de ser saboroso, revigorante e estimulante. E no Brasil, especialmente em Santos, café também é sinônimo de história, desenvolvimento, geração de renda e muito prazer. Vale lembrar que, aqui na cidade, nunca foi plantado nenhum pé do famoso ‘ouro verde’. A importância do café na economia global é indiscutível. Por ser um dos mais valiosos produtos primários do comércio exterior, demanda milhões de empregos para que o grão entre na lavoura e, posteriormente, chegue às prateleiras dos supermercados. No Brasil, essa trajetória é rica; o país sustenta o título de maior produtor mundial, responsável por 30% do mercado internacional. E sabe qual é a maior praça cafeeira tupiniquim? A resposta é Santos, que exporta até hoje boa parte dessa safra. Com essa receita de sucesso, o porto cresceu, a cidade prosperou e ajudou o estado de São Paulo a se tornar rico e próspero. O café, portanto, representa um marco para a cidade, tanto no passado, quanto no presente, já que, atualmente, movimenta parte importante do comércio, com casas especializadas em servi-lo. As cafeterias são pontos importantes de encontro. Em Santos, há pelo menos 40 casas voltadas para esse segmento, porém, para ter o aval de cafeteria, é preciso um pouco mais: a figura de um barista. “Numa cafeteria você tem a certeza que o café é selecionado e que ele vai ser servido de maneira correta, por um profissional que se

As cafeterias são pontos importantes de encontro

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comportamento

Fotos Luciana Sotelo

As casas investem na criatividade e oferecem opções para todos os gostos

Leila Marques e João Cardoso entraram no ramo há dois meses

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especializou na arte de tirar um bom café”, explica o barista Hallyson. Para ele, “esses pontos comerciais têm um charme a mais e carregam o legado de manter a qualidade, afinal, se o grão confere riquezas no aspecto comercial, na cafeteria tem que ser possível tomar um expresso perfeito; é isso que todo bom barista tem como meta”. E dentre tantas cafeterias, seguimos para a do Museu do Café, na rua XV de Novembro, no centro histórico da cidade, na qual, após uma visita ao museu, é hora de parar para saborear a bebida que dá nome ao belo endereço. A casa trabalha com as marcas mais seletas do país, inclusive o Jacu Bird Coffee. Este último é o café mais caro e raro do Brasil, obtido com os grãos expelidos pelo pássaro jacu, que se alimenta dos frutos do café.

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A mistura perfeita

Barista Hallyson Ramos ensina os segredos da arte do café

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Nos cursos de baristas realizados no Museu do Café são formadas turmas mensais com o objetivo de selecionar profissionais especializados no preparo do café. O conteúdo abrange a chegada do café ao Brasil e os diferentes tipos de cultivo, colheita, torra e preparo. Os alunos também aprendem as diferenças entre os métodos de extração e como chegar a cafés mais saborosos tanto em cafeteiras domésticas como industriais. O instrutor, o barista Hallyson Ramos, ensina o que ele chama de o grande segredo, a fórmula dos 5 Ms: mistura (escolha do café/ blend); máquina (fundamental observar temperatura e pressão adequadas da água); moinho (encontrar o grão de moagem ideal); mão (é o barista, o elemento humano fundamental); e manutenção (limpeza das peças por onde passa a água). O curso tem carga horária de 16 horas e 30 minutos e, entre os exercícios práticos, estão o manuseio dos torradores de café; preparo do expresso; capuccino; bebidas clássicas com ou sem leite; utilização e higienização das máquinas de café; e técnicas de vaporização do leite. Completam a lista, receitas de bebidas quentes e geladas que utilizam o café como matéria-prima. “Muita gente vem fazer o curso para abrir uma cafeteria. Buscamos a perfeição do café expresso. O curso é uma referência, recebemos interessados do mundo inteiro”, explica o barista, que dá aula na Cafeteria do Museu há um ano. No passado, também frequentou o curso como aluno. Atualmente, Jorge Francisco Mosmann Couto é um dos aprendizes. Ele é de São Sebastião, onde possui uma livraria e tabacaria e, agora, quer dinamizar o espaço com uma cafeteria. “Já sirvo cafezinho, mas quero aprender um pouco mais para servir com mais qualidade meus clientes. Quero ter como opção novas bebidas. São as pequenas dicas que fazem toda diferença no sabor do café e no próprio atendimento”, explica animado o empresário.

Foto Luciana Sotelo

Inaugurada há 14 anos, a cafeteria fica no térreo, na entrada do prédio da Bolsa do Café. Há um ano, a publicitária e especialista em cafés Gelma Franco está no comando. A empresária é conhecida por ser a proprietária da rede Il Barista Cafés Especiais, uma das precursoras do conceito de cafés gourmets no país. Indicada ao Mulher Empreendedora do Prêmio Sebrae 2007, é diretora da Associação Brasileira de Café, barista e juíza de campeonatos, com participação em diversos cursos internacionais, como os de Análise Sensorial de Cafés – Metodologia SCAA; Cafeólogie, no Le Caféothèque Paris; curso de torra; técnicas de barista; e muitos outros. Ela diz: “Sou apaixonada por café e por gente e gosto de compartilhar minha paixão e conhecimento sobre o assunto com as pessoas”. Ao assumir a Cafeteria do Museu, investiu em um novo layout, com mesinhas para oferecer conforto aos apreciadores de café. “Ser a gestora dessa cafeteria é gratificante. Recebemos visitantes do mundo todo querendo ‘beber’ um pouco das nossas histórias. Isso é um privilégio”. No coração do Gonzaga, fica outro bom ponto da bebida, a Casa do Cafezinho na qual manter a tradição é a alma do negócio. A cafeteria é a primeira de café expresso do Brasil, existe há 40 anos e é um marco na história da cidade. A proposta é unir gastronomia e cultura,

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comportamento

Foto Luciana Sotelo

O Brasil é o segundo consumidor global da bebida, perde apenas para os Estados Unidos

Como tudo começou A história de São Paulo pode ser contada pelos rumos do café. As páginas iniciais foram registradas na segunda década do século XVIII, quando as primeiras mudas foram plantadas na colônia, revela o professor e pesquisador Cesar Agenor Fernandes da Silva, doutor em história. “Ainda na primeira metade desse século, a plantação adentrou a Província de São Paulo. Ao chegar nos limites do Vale, na segunda metade do século XIX, dirigiu-se para o interior, passando por Jundiaí e Campinas até Ribeirão Preto e o sudeste

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dosadas na medida certa com nostalgia e modernidade. Com ambiente pequeno, porém acolhedor, oferece atendimento cordial e decoração descontraída. Sucesso entre os clientes, tem movimentação constante, seja pela manhã, tarde ou ao anoitecer. De acordo com a proprietária, a empresária Rosemary Saraiva, é servida uma média de 450 cafés, por dia. No cardápio, há opções para todos os gostos, tais como café expresso, com chantilly e raspas de chocolate, gelado, gourmet, cappucino, e moka. E quem quiser, pode levar o café moído na hora para casa. Entre as opções de bons estabelecimentos, uma novata surpreende. Com salão bem frequentado durante todo dia, a Cafeteria Vovó Nina, também no centro histórico, firma-se na preferência da clientela. O empreendimento tem apenas dois

de Minas Gerais. Daí tomou direção rumo ao noroeste, chegando ao norte do Paraná, nos primeiros anos do século XX. A principal função econômica desse empreendimento agrícola era o mercado externo, que, no período oitocentista, descobriu o prazer da bebida e passou a consumi-la de forma maciça”. A demanda pelo café tornou-se tão grande no exterior que, no século XIX, o Brasil já era o maior produtor e exportador do ranking mundial. Diz Cesar: “Para se ter uma ideia, os negócios em torno do café deram sustentação a todo o sistema

econômico do Império do Brasil, pois era a principal atividade econômica”. Na época, como as maiores plantações estavam em São Paulo, o estado passou por mudanças significativas. “Durante todo o período colonial, a Capitania de São Paulo era uma região pobre e de pouca importância, mas, nos tempos áureos do café, passou a ter um papel muito diferente”. Com o cultivo do produto em diversos vales e montanhas, vários municípios surgiram; ferrovias foram construídas e teve início a vinda de imigrantes (para

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Algumas cafeterias vendem o pó de cafés selecionados, moídos na hora

substituir a mão de obra escrava); houve estímulo para a urbanização, a classe média se consolidou e São Paulo tornou-se a terra dos barões do café. O comércio do café foi fundamental também para o desenvolvimento de Santos, principalmente para o porto. Segundo Cesar, “como as maiores plantações estavam em São Paulo, era natural escoar essa produção por Santos, cujo porto era o principal da Província desde a década de 1930. O volume da produção era muito grande e, por isso, a forma tradicional de transporte no lombo de mulas precisava

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se modernizar. Na segunda metade do século XIX, ocorreu a instalação de ferrovias que ligavam o litoral ao interior. A instalação da linha férrea em Santos mudou consideravelmente a dinâmica da vida da cidade, pois a atividade econômica cresceu muito; instalaram-se por aqui grandes armazéns de café, bancos e casas comerciais para lidar com a venda e exportação do grão. Com mais dinheiro circulando, ocorreu também um crescimento na diversidade populacional, econômica, cultural e arquitetônica na cidade. Santos passou a ser a principal porta

Foto Luciana Sotelo

meses e foi inaugurado pelo casal de comerciantes João José Cardoso Filho e Leila Marques de Souza. Quem conta é João: “Não pensamos duas vezes ao negociar o ponto comercial. Minha esposa é do ramo de confeitaria, e decidimos apostar no segmento café. Passamos de consumidores a fornecedores. Para isso, em primeiro lugar, decidimos diferenciar o grão, do comercial ao gourmet. Apostamos numa seleção mais apurada e torrefação diferenciada. A partir daí, utilizamos esse grão em toda bebida à base de café”. A casa tem dois andares. No primeiro, há um balcão, mesinhas e vitrine de produtos e chocolates. No segundo, há opção de lounge climatizado e bem isolado do som da rua. “O convite é para o bate-papo animado, para saborear mesmo o café, ideal para relaxar”.

de negociação e saída do café do Brasil para o exterior”. O historiador lembra ainda que até hoje o setor é muito forte na nossa agroindústria. Os tempos áureos do café terminaram com a grande crise econômica mundial, que se instalou quando o preço das sacas despencou no mercado internacional e causou prejuízo para todos os segmentos econômicos envolvidos no comércio do café. “O que ocorreu após 1929 foi uma diminuição considerável do tamanho da importância do café na economia do Brasil”.

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Foto Luana Garrido

Cursos de baristas do Museu do Café formam turmas mensais. Jorge Francisco, na página ao lado, vai levar os conhecimentos para São Sebastião

Preferência nacional A estatística comprova: o Brasil é o segundo consumidor global, perde apenas para os Estados Unidos. A bebida está presente em 95% dos lares. Essa dose deliciosa de tradição só perde para o consumo de água. Segundo informações da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), no período entre novembro de 2011 e outubro de 2012, o consumo para cada brasileiro foi equivalente a quase 83 litros por ano. De acordo com o historiador Cesar Agenor, “faz parte do cotidiano do brasileiro; até mesmo os não apreciadores da bebida sempre dizem que vão tomar o café da manhã; o café é oferecido para as visitas como sinal de cortesia e utilizado até mesmo como um tipo simbólico de moeda para retribuir favores ou gentilezas no refrão: ‘depois te pago um cafezinho´”.

Palácio do Café A cultura do café deixou um legado notório não só para a história como também em forma de patrimônio e cultura. Um exemplo vivo é o palacete da Bolsa do Café, localizado na rua XV de Novembro, no centro histórico da cidade e inaugurado em 1922, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. Originalmente, era usado para as negociações do produto, sendo um espaço de referência internacional. O prédio histórico, dono de uma fachada imponente e arquitetura em estilo neoclássico, era conhecido como a Casa dos Barões, e ainda mantém a bolsa oficial do café, primeira bolsa de valores voltada para um produto agrícola no Brasil. Lá, num amplo salão central aconteciam os pregões. Nesse lo-

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cal, os corretores de café vendiam o produto para todas as partes do mundo, até a década de 1950. Atualmente, restaurado e tombado pelos órgãos de preservação estadual e nacional do patrimônio histórico/cultural, o palácio abriga o Museu do Café e, assim, possibilita uma verdadeira viagem no tempo. Estão em exibição documentos, fotos, telas e painéis de Benedicto Calixto. “As exposições fixas e itinerantes permitem que tenhamos uma dimensão do que representou a economia cafeeira na história”, diz o historiador Cesar Agenor Fernandes da Silva. O museu conta ainda com um espaço cultural e gourmet no qual são realizados eventos como oficinas diversas e cursos de barista.

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Fotos Luciana Sotelo

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Cada brasileiro bebe cerca de 83 litros de café anualmente

O prédio do Museu do Café, antes conhecido como a Casa dos Barões, ainda mantém a bolsa oficial do café, primeira bolsa de valores voltada para um produto agrícola no Brasil

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comportamento Uma família dedicada ao café Falar na família Barletta é associar o sobrenome aos negócios do café, especialmente, a corretagem do grão. Florival Amado Barletta sabe bem o que é isso. Nascido em 1936, teve o primeiro contato com o café ao trabalhar na empresa Lima Nogueira S/A Comercial e Exportadora, em 1955. “Meu pai já trabalhava lá, era diretor. Eu passei por todos os setores da empresa, de estoquista a classificador. Mas, em todos, ganhava mal, queria mais”. Foi então que um acontecimento mudou tudo e lhe serviu como uma dica. Era ele quem entregava os cheques aos corretores de café que atuavam na companhia. E como eles ganhavam grandes quantias, o fato chamou atenção. “Na hora decidi, queria ser corretor de café”. Para transformar o sonho em realidade, era preciso comprar um título de corretor oficial de café. Na época, o valor da taxa, segundo Barletta, era equivalente ao valor de um apartamento de pequeno porte. E, assim,

Foto Luciana Sotelo

Barletta orgulha-se de sua carreira. Para ele, o café tem sabor de vitória, de muitas conquistas e boas lembranças

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passou a transitar rápido pelas ruas do centro de Santos, portando suas latinhas de amostra. “O corretor é o intermediário entre os produtores rurais e os exportadores. Visitamos os clientes e levamos as amostras da safra”. Corretor há 50 anos, Barletta orgulha-se de sempre trabalhar com cooperativas grandes de São Paulo e Minas Gerais. “Sou corretor da maior cooperativa do mundo, de Guaxupé”. Para ter essa tranquilidade no que faz, Barletta diz, sem falsa modéstia, que entende de café. Para ele, o destino deu uma mãozinha quando o fez nascer em Santos. “O porto de Santos é líder disparado na comercialização e escoamento dessa mercadoria; sendo assim, aprendi a trabalhar com todo tipo de café. E para ser um bom corretor, era preciso ter prática e boas noções de uma prova de xícara. O diferencial é conhecer muito bem a qualidade dos grãos. Dessa forma, ao receber as amostras, temos condições de fazer uma classificação prévia”. Barletta diz que a carreira é gratificante, entretanto, é preciso se adequar aos novos rumos que a profissão tomou. “Antigamente, era glamoroso ser um corretor de café, havia um respeito muito grande pela classe. Você era tratado como se fosse um doutor”. Nos dias atuais, com o pregão eletrônico, várias mudanças aconteceram. “Hoje, tudo é feito pela internet. A função do corretor não é mais essencial. Além do mais, os produtores também se profissionalizaram e passaram a fazer as próprias negociações. Isso, na minha opinião, com raras exceções, é um grande erro”. Mas, entre prós e contras, Barletta orgulha-se da carreira. Para ele, o café tem sabor de vitória, de muitas conquistas e boas lembranças. “O café é a minha vida, fez parte da minha juventude e ainda faz. Hoje, aos 77 anos, não tenho do que me queixar. Tenho meus filhos trabalhando comigo, construí meu patrimônio e tudo que eu tenho devo ao café. Ele é a minha cachaça”. Além de corretor de café, Barletta é um apaixonado por gente. Ele já atuou e presidiu instituições como a Santa Casa de Santos, Associação Comercial de Santos, Clube XV, Santos Futebol Clube, entre outras entidades. “Minha vida inteira eu me dediquei ao ser humano”.

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educação

Visitantes de honra Foto Aline Pazin

O maestro João Carlos Martins e o cartunista Maurício de Sousa deram uma pausa nas suas atribuladas agendas, para conhecer de perto os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Verdescola, em São Sebastião

Por Marina Aguiar O pianista e maestro João Carlos Martins acompanha uma aula de música, e Maurício de Sousa autografa gibis de sua autoria. Até aí, tudo muito normal, até corriqueiro para estes dois grandes nomes da arte no Brasil. O diferencial é que eles estão juntos e frente a uma plateia totalmente diferenciada e ávida por esse contato único: as crianças e jovens do Instituto Verdescola, na Barra do Sahy, em São Sebastião. Quando soube da visita de seu ídolo, dia 8 deste mês, Flávio Franklin Santana da Silva, 15 anos, adiantou-se e fez uma homenagem a Maurício de Sousa: uma história em

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quadrinhos contando a trajetória do cartunista. O adolescente desenha desde os 4 anos de idade e é fã de Maurício. Disse ele: “As pessoas me dizem que ler gibi é coisa de criança, mas é uma coisa que eu gosto. Se for assim vou ser criança até morrer”. O artista ficou comovido com a homenagem e agradeceu com um autógrafo e um abraço. “Esse instituto é maravilhoso. Costumo visitar projetos diferenciados como esse e estou muito feliz”, declarou Maurício, que tem um programa internacional de alfabetização. “Nós estamos produzindo gibis em mandarim, espanhol, inglês, francês. Educar

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Fotos Aline Pazin

em várias línguas era um antigo sonho meu”. Arquimedes de Oliveira Mota, 12 anos, também ganhou autógrafo do cartunista e agradeceu o Instituto. “Uma vez, a dona Maria Antônia [presidente do instituto] nos disse que estava abrindo uma porta, a outra nós teríamos que abrir sozinhos. O projeto nos deu muitas oportunidades”. Arquimedes participa de diversos cursos no projeto, entre eles, lego, informática e comunicação. Na área musical, Sara de Jesus Cardoso, 11, teve a oportunidade de tocar violino sob a regência do maestro João Carlos. “Achei bem legal, a gente aprende mais e tem mais vontade de continuar”. Já a aluna Isadora Lohana, 11, ficou nervosa durante a apresentação. “Ah, a gente fica com medo de errar diante de um maestro tão conhecido, mas foi muito bom”. Ambas estudam violino e violão com um método inspirado em um projeto do maestro, a Fundação Bachiana. O professor de música Rafael Tavares está implantando o método denominado A La Corda (apenas instrumentos de corda) para as crianças do instituto por ser, segundo ele, mais simples de aprender. “Ainda não estamos 100%, mas até o ano que vem pretendemos montar uma apresentação grande”, afirmou o professor. O maestro aprovou a atuação dos alunos e elogiou o projeto. “Se houvesse mais projetos como este no país, certamente nós teríamos um Brasil melhor”. O pianista enfrentou 20 cirurgias e diversos problemas motores ao longo de sua vida, mas não desistiu da música e passou a reger orquestra. Em 2012, Martins anunciou um novo projeto: fundar 1.000 orquestras em 10 anos. Um ano e meio depois, 37 orquestras já foram fundadas com o apoio da Fun-

Acima, o cartunista Maurício, muito assediado pelos fãs; ao centro, Flávio Franklin mostra orgulhoso a HQ que fez em homenagem ao visitante e, abaixo, parte das 600 crianças e jovens integrantes do instituto

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Fotos Aline Pazin

educação

Uma apresentação especial homenageou o maestro Martins, cujo objetivo é criar mil orquestras em dez anos; trinta e sete delas já são realidade, em apenas pouco mais de um ano

dação Bachiana. “Tenho ainda oito anos e meio para conseguir. Já estamos no Ceará, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Vamos expandir para outras regiões no Brasil.”, disse o maestro. A visita foi um pedido da presidente do Instituto, Maria Antônia Civita. “Sou amiga dos dois e pedi para que viessem conhecer a nova sede do Verdescola. O João Carlos já é padrinho da sala de orquestra e isso incentiva a formação das crianças”, contou Maria Antonia. Atualmente, o Verdescola atende cerca de 600 crianças, com cursos de música, literatura, esportes, culinária e até comunicação. De acordo com Maria Antônia, a meta é alcançar mil alunos. A estrutura fica na rua Marginal, 44, na Barra do Sahy, costa sul de São Sebastião.

Alunos do projeto do professor Tavares, apenas com instrumentos de corda



educação

Fundação

10 de Agosto

celebra 21 anos

Entidade oferece cursos profissionalizantes e de desenvolvimento artístico-cultural. Mais de 11 mil pessoas já foram beneficiadas

Foto JCN

Por Mayumi Kitamura Com uma bela apresentação, a orquestra formada por alunos dos cursos de música da Fundação 10 de Agosto marcou a festa de 21 anos da entidade, comemorados dia 8 passado na casa noturna Pucci, no bairro Riviera. Desde a sua instituição, a Fundação 10 de Agosto investe na profissionalização de jovens e adultos, além de contribuir para o desenvolvimento artístico-cultural de crianças e adolescentes do município de Bertioga. Ao longo destas duas décadas, mais de 11 mil pessoas foram beneficiadas com os cursos e atividades gratuitas disponibilizadas. O projeto da Fundação 10 de Agosto é uma idealização de Luis Carlos Pereira de Almeida, diretor-superintendente da So-

Cursos de música são o carro-chefe da entidade

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Foto Marcos Pertinhes/PMB

Orquestra infanto-juvenil fez uma apresentação especial

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Foto Marcos Pertinhes/PMB

bloco Construtora, uma das empresas responsáveis pela Riviera, em parceria com a Praias Paulistas e Cia. Fazenda Acaraú. O exemplo do despertar não apenas da educação, mas de conceitos de moral e ética, desenvolvido por suas tias professoras, sempre foi admirado por Almeida. O reconhecimento da importância deste trabalho motivou a ideia da fundação. Durante o evento de comemoração, Luis Carlos comentou que, quando se faz o bem, ele se propaga e não se restringe ao local e ao tempo. “Hoje é um dia de grande festa. São 21 anos e, quando olhamos para trás e vemos quantas sementes nós plantamos, são frutos difíceis de se quantificar, porém, de grande valia para o município”, disse o diretor-presidente da entidade. A iniciativa rendeu bons frutos e alcançou as expectativas, como é o caso de Luis Felipe Ramos de Oliveira, de 14 anos. Ele frequentou os cursos de música durante sete anos e, agora, encerrou todos os módulos. Apesar de prosseguir com a música apenas como hobby, escolhendo outra profissão, ele demonstra sua gratidão em cada nota musical tocada. “A música, na partitura mesmo, é matemática, e me ajudou muito na escola e na vida. Graças aos administradores da Fundação nós chegamos até aqui”, comentou.

O idealizador Luis Carlos e sua mulher Vera Pereira de Almeida

Os alunos da orquestra infanto-juvenil ficaram ansiosos com a expectativa da apresentação, mas nada que a música não resolvesse. A aluna de clarinete Lidia Valentina Andrade de Oliveira, de 12 anos, conta que, no momento da apresentação, a música faz com que todas as preocupações cessem. Há quase quatro anos na Fundação 10 de Agosto, a jovem iniciou com a flauta flauta doce, mudou para a transversal, e até tentou instrumentos de corda, mas seu coração se voltou aos instrumentos de sopro. Essa paixão motivou seus planos de fazer faculdade de música. Os cursos de música são o carro-chefe da Fundação, contudo, no local ainda são oferecidos cursos gratuitos de capacitação, como informática, manutenção de piscinas, cozinha, atendimento, auxiliar administrativo, RH e outros. Para o público infantil, a entidade disponibiliza também atividades culturais no contra turno escolar como aulas de música e marchetaria. A Fundação 10 de Agosto tem sua sede instalada na Alameda dos Vagalumes, 100, na Riviera de São Lourenço. Mais informações sobre a entidade e os cursos podem ser obtidas também pelo telefone (13) 3316 7344 ou no e-mail adm@fundacao10agosto.com.br.

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comportamento

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Você já imaginou ler poesias em um simples pedaço de guardanapo de papel? Pois o poeta carioca Pedro Gabriel teve essa ideia e “viralizou” a internet com suas publicações, apreciadas por mais de 800 mil seguidores que acompanham seu perfil no Facebook

Por Aline Porfírio “Primeiro encanto, depois desencanto. Por fim, cada um pro seu canto”. A frase poeticamente ritmada e desenhada em um guardanapo de papel lembra as prosas da antiga literatura de cordel, arte literária escrita e pendurada em folhetos, vindas de Portugal e enraizadas no Nordeste brasileiro no século XVI. Mas, esta frase foi feita em 2012, por um carioca formado em publicidade, enquanto degustava mais um copo de cerveja no tradicional Café Lamas, no Rio de Janeiro. Foi assim que Pedro Antônio Gabriel Anhorn iniciou as criações da página Eu me chamo Antônio, na qual, por meio de um personagem, conta suas próprias histórias e concepções sobre o amor. O autor diz que sempre gostou de escrever, e que esse estilo de poesia desenhada sempre esteve presente em sua mente e nas anotações do seu caderninho de bolso. O que mudou a história de suas criações foi o material utilizado: o guardanapo. “Acabei escolhendo os guardanapos por falta de opção (risos). Na verdade, no dia em que criei o primeiro trabalho nesse material eu estava sem meu tradicional caderninho de bolso, no qual costumava anotar minhas ideias.

A estudante Fernanda Futada é uma das admiradoras e diz que olha a página na internet todos os dias

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comportamento O material disponível, naquele momento, era justamente esse papel frágil, descartável e pouco valorizado. Eu fiz, fotografei e postei. A partir daí, surgiram mais ideias e seguidores”. Nascido na capital da República do Chade (África), Pedro Gabriel é filho de uma professora de história brasileira com um suíço, cujo trabalho era dedicado à ajuda humanitária. Educado na França chegou ao Brasil aos 12 anos de idade, e, até os 13 anos, não formulava nenhuma frase totalmente correta em português. E foi justamente a dificuldade de adaptação

ao idioma que lhe exigiu extrema observação nos sons e na grafia das palavras. Pedro desenvolveu talento e sensibilidade para brincar com as letras. Seus trabalhos reúnem uma linguagem simples, ilustrativa e acima de tudo poética. As palavras são cuidadosamente coligadas, criam em tom rítmico diversos significados, dependendo da forma que se lê o texto. Entre as mais de mil criações, estão versos como: “Na dança do amor, dor pra cá, dor pra lá”; “Passei da mágoa pro vinho”; “Invista nos amores à primeira vista”; “Algumas verdades mentiram do sério”; e “O amor dá pontos sem nós”. Para compartilhar seus trabalhos, o autor criou, em 2012, a página Eu me chamo Antônio, no Facebook, e atualmente possui mais de 800 mil seguidores. A estudante Fernanda Futada, que acompanha ansiosamente os lançamentos de Pedro, diz: “Olho a página do Eu me chamo Antônio todos os dias. O que mais gosto é que ele trabalha muito bem com o significado das palavras e escreve de um jeito ‘torto’ que faz a gente digerir a poesia, ler com calma. Em minha opinião, isso faz muita diferença quando se publica algo numa rede social tão instantânea. É uma poesia que a gente não somente lê, mas admira em conteúdo e forma, e ficamos ansiosos pela próxima”. Diante de tantos admiradores ávidos por novidades, como será que um poeta das redes sociais se comporta, dividido entre a inspiração e a demanda de novas publicações? Segundo Pedro, o que vale ainda é a velha regra da inspiração. “Eu desenho para mim, esta é a minha

Pedro Gabriel mescla a arte com a literatura

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Gênero lembra gibis e revistas ilustradas

forma de dialogar com o mundo. É bem verdade que a internet te obriga a estar sempre presente e a postar sempre alguma novidade. Confesso que não é fácil administrar, fotografar, postar, responder e, principalmente, desenhar novos guardanapos diariamente. Mas meus seguidores são bem pacientes e muito carinhosos. Eles entendem quando tenho meus momentos de ausência criativa”, brinca o autor. As criações de Eu me chamo Antônio tornaram-se um livro, lançado pela editora Intrínseca, no ano passado. A obra reúne 100 artes de Pedro Gabriel, divididas em 192 páginas. Até o momento, a publicação vendeu mais de 90 mil exemplares.

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Pedro não considera seu trabalho uma inovação. Segundo ele, poesia, guardanapo e nem a caneta usada são novidades. O que ele dispõe é de habilidade para organizar suas ideias e visão de mundo, e tentar passar isso para o papel de uma forma bem pessoal. Ele integra a categoria do visual writing, por suas artes feitas em guardanapos. A professora de letras Ana Lúcia Kfouri explica que essa tendência consiste em mesclar a arte com a literatura. De forma objetiva, é a linguagem das histórias. Tais imagens podem ser traduzidas em cenários, eventos ou momentos. Ou seja, em uma estética de forma ampla. “O visual writing permite ao leitor que este crie e visualize a experiên-

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comportamento

Palavras cuidadosamente coligadas criam em tom rítmico diversos significados

cia de uma personagem, o que inclui símbolos e motivos como ela vive. Em outras palavras, não é o autor contando a história, mas a personagem, com o auxílio de ilustrações para tal. Essa linguagem vem ganhando as páginas da web devido a sua acessibilidade.” A professora destaca que esse gênero agrega mais leitores, pois remete à iniciação pela leitura que começa na infância, com os gibis e revistas ilustradas. Além disso, é uma linguagem mais usual, que mescla diferentes formas e público, o que combina com o estilo das páginas da internet e acaba “viralizando” na web. Ana Lúcia explica: “Essa forma de linguagem também está nos muros das cidades em forma de grafite, ou mesmo por meio de frases soltas que, muitas vezes, chamam atenção por seu conteúdo crítico, irônico ou cômico, por exemplo. É uma forma de literatura popular. E a internet não só é popular, como é global. Se a internet não veiculasse uma forma de leitura - inclusive de mundo - não seria tão acessada e diversificada.” Pedro Gabriel disse que pretende continuar criando suas poesias na mesma mesa de bar onde tudo começou. Como um bom poeta, o que Pedro menos tem é a certeza do futuro. “Plagiou a tristeza: chorou copiosamente. No momento, esse é o meu verso preferido. Amanhã tudo pode mudar. Meus planos para 2014 são de continuar criando enquanto sentir verdade nesse processo todo. Mas, como disse antes, tudo pode mudar.”

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decoração

Os tons brancos internos absorvem a claridade da área externa e deixam a casa toda luminosa e aconchegante

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Foto Ricardo Breda

Em doce convivência com a

natureza Imagine ser saudado, logo de manhã, por uma revoada de papagaios em seu jardim. Pois esse é apenas um dos prazeres que os donos desta casa têm ao passar suas férias por aqui, em meio a um dos poucos santuários da Mata Atlântica Por Maria Helena Pugliesi A casa fica na praia de Iporanga, em Guarujá, mas não foram o mar calmo e a areia clarinha que encantaram um casal paulista, quando, recentemente, comprou a propriedade. O que os fascinou foi a localização do lote, encravado no condomínio de cerca de 1.700.000 m² de Mata Atlântica preservada. “Da rua ou da praia, não se consegue ver a casa, ela está totalmente envolta pela flora nativa. É um refúgio paradisíaco”, revela a designer de interiores Marília Brunetti de Campos Veiga, responsável pela reforma do imóvel, construído na década de 1970. Os novos proprietários resolveram deixá-lo mais moderno e confortável antes de curtirem as suas primeiras férias por lá, ao lado dos três filhos de 3, 8 e 10 anos. “Os ambientes eram escuros, a parte social muito compartimentada e a área de lazer tinha poucos atrativos”, lembra Marília. “No entanto, havia bom potencial para deixar tudo muito mais agradável”. A caixilharia quadriculada e as tesouras de madeira aparentes originais davam ao projeto um gostoso ar colonial. Agora, pintadas de branco, assim como as paredes, não só ganharam aparência contemporânea, como também aumentaram a luminosidade interna.

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decoração

Foto Ricardo Breda

Foto Daniel Veiga

Os três irmãos ganharam um quarto lúdico, com direito à escorregador e cama extra para os amiguinhos

Ao retirar as paredes divisórias do andar térreo, a designer fez surgir um grande salão, em que estar, jantar e home theater estão integrados, e circundados pela varanda e com vista para a mata. “Nosso objetivo foi usufruir ao máximo a paisagem privilegiada do lugar. O jardim se confunde com as espécies nativas, criando um cenário muito bonito, que merecia ser apreciado de todos os cantos da casa”, conta Marília. Por isso, ela remodelou toda a área externa. Redesenhou a piscina em formato de raia olímpica - a família adora nadar - e transformou o antigo depósito numa sauna seca com ofurô anexo. “Essa parte é um prolongamento do terraço, que concentra outros ambientes, como um canto de refeições, no qual uma mesa para doze lugares reúne os muitos amigos do casal durante seus animados almoços ao ar livre”. Bem conservados e perfeitos para locais que precisam ser fáceis de limpar, os pisos internos de cerâmica e os externos, de pedra goiás, foram preservados e deram o norte para a decoração. “Esses pisos com mais de 30 anos são exemplos perfeitos de que casas no litoral devem ter materiais resistentes e práticos. Ninguém quer interromper seus momentos de descanso fazendo faxina, muito menos ter que substituir móveis ou acabamentos porque a maresia e a umidade

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os estragaram”, explica a profissional. “Assim, resolvemos decorar os ambientes apenas com móveis de lojas especializadas em produtos para praia. A única exceção foi o quarto das crianças. Como eles queriam um lugar divertido, eu desenhei camas e beliches bem lúdicos, com escorregadores e outras brincadeiras”. Madeira, fibras naturais e pátinas dominam o mobiliário e as cores seguem a cartela dos tons navy. Na varanda, tecidos náuticos e cortinas rolô de plástico cristal ajudam a resguardar as peças das intempéries. O resultado é uma elegância despretensiosa, em ambientes convidativos e cheios de charme. Há quatro anos, a família passa os verões inteiros por aqui e a casa só tem lhes dado alegria. “Eles estão satisfeitos com sua morada de veraneio. No inverno, a família vem pouco, mas, a partir do réveillon, é aqui que a vida deles acontece”, fala Marília. Ela conta que as crianças se divertem apreciando pássaros, esquilos e até saguis que costumam dar o ar da graça no jardim. Já os pais, assim como seus vizinhos, são zeladores fiéis da preservação da natureza que os acolhe. O empenho tem motivo, o condomínio Iporanga fica dentro de uma das últimas áreas saudáveis de Mata Atlântica da Baixada Santista.

Foto Daniel Veiga

Em meio ao gramado, a piscina recebe sol o dia todo, diversão garantida para o verão inteiro

Com a Mata Atlântica como vizinha, o visual da área externa é primoroso e cheio de surpresas. Não raro, bandos de beija-flores e papagaios costumam dar as boas-vindas

Móveis - Artefacto Beach & Country, Dpot e L’Oeil; Quarto das crianças - Takae Arte em Móveis; Tapetes - Avanti; Luminárias - Puntoluce; Tecidos - Regatta

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Foto Ruben G.S/Sxc.hu

gastronomia

Ideal para

partilhar Reunir amigos para aquecer a alma e consumir mais calorias para esquentar o corpo são dois elementos necessários no inverno, e é na fondue que eles formam a mistura perfeita

Por Fernanda Lopes

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O que você precisa Providencie um fogareiro a álcool ou a vela e um rechaud (suporte). O álcool é melhor para fondues no óleo. Nesse caso, as panelas de ágata; de aço inoxidável; cobre ou alumínio são melhores porque suportam temperaturas bem altas. A vela é ideal para alimentos que não podem receber muito calor, como queijo e chocolate. Estes ficam melhores em panelas de barro vitrificado, pois o material espalha e conserva calor. Lembre-se também de que a fondue é uma refeição a qual todos se servem na mesma panela. Portanto, ofereça a cada convidado dois garfos, um para mergulhar na fondue e outro para comer. O primeiro deve ser comprido e de material isolante no cabo para evitar queimaduras. Você pode comprar garfos com cabos em cores diferentes, o que facilita a identificação. O outro pode ser um garfo comum.

Foto Nicolas Glauser/Sxc.hu

Prato típico do frio, essa delícia criada por camponeses na região de Haute-Savoie, na França, ganhou receitas diversificadas e cada vez mais elaboradas, porém continua sendo uma das pedidas mais populares em todo o mundo. A palavra francesa que nomeia o prato vem de fondre, que quer dizer derreter, fundir. Apesar disso, o tempo passou a designar uma enorme variedade de pratos que são saboreados da mesma maneira, à volta de um fogareiro, lentamente e em grupo. Fácil e de rápido preparo, o prato é uma ótima pedida para reunir amigos e temperar uma boa conversa. O clima intimista favorecido pela preparação também não pode ser esquecido, o que torna a fondue uma excelente dica para os encontros românticos. Para não errar, vale optar pelos tradicionais, como de queijo, carne e chocolate, mas é possível inovar nos acompanhamentos, colocando além do pão e de legumes cortados, polenta, palmito e aspargos, por exemplo. Para a coordenadora do curso de gastronomia da Unimonte, Maria de Fátima Gonçalves, o segredo está em usar uma panela pesada sobre o fogo sempre baixo. “Isso evita que o queijo fique emborrachado, granulado ou que se separe do óleo. Aqueça o vinho antes de colocar o queijo e mexa até derreter. Pode-se juntar um pouco de amido de milho para estabilizar a mistura. Nem todos os queijos são indicados para tal fim”. E ela recomenda o emmental, gruyère e suíço. A fondue foi inventada em meados da Segunda Guerra Mundial por camponeses que cuidavam do rebanho nas montanhas. Devido as batalhas e o inverno rigoroso, teriam derretido sobras de queijo para molhar o pão. A iguaria ganhou fama internacional na década de 1950, quando o chef Conrad Egli, do restaurante Chalet Suísse, em Nova Iorque, passou a servir o prato. Para complementar, criou a fondue de chocolate, que servia de sobremesa.

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gastronomia Receitas Produção e fotos Fernanda Lopes

Fondue de creme de avelã Ingredientes 200 g de chocolate meio-amargo; 100 g de chocolate ao leite; 150 ml de creme de leite fresco; 10 ml de rum; 5 ml de licor de chocolate e 150 g de creme de avelã. Guarnições: morangos, tangerina, cerejas, cubos de melão, cubos de abacaxi, cubos de mamão, cubos de kiwi, rodelas de banana, damascos secos, biscoitos champanhe e marshmallow. Preparo Em uma panela de inox, coloque os chocolates e o creme de avelã e deixe em banho-maria até que derreta. Acrescente aos poucos o creme de leite, o rum e o licor. Mexa até que fique com brilho. Misture bem até que fique um creme liso, aveludado e uniforme.

Fondue quatro queijos Ingredientes 150 g de queijo gruyère; 100 g de queijo emmenthal; 80 g de gorgonzola; 150 g de catupiry; 200 ml de vinho branco; 1 pitada de noz-moscada; 25 g de amido de milho; 4 xícaras de creme de leite fresco; 1 dente de alho; 1 pitada de pimenta branca moída e noz-moscada ralada a gosto. Guarnição: palmitos, aspargos, tomatinhos, pão cortado em cubos, polenta em tiras, biscuits, brócolis cozidos al dente, cenoura cortada em tiras, salsão cortada em tiras etc. Preparo Em uma panela de inox com fundo triplo, passe o alho cortado ao meio. Depois, coloque o vinho e deixe ferver. Junte a noz-moscada e os queijos já misturados com amido de milho. Mexa para tudo se misturar e junte o creme de leite. Mexa novamente. Deixe um pouco no fogo baixo para passar o gosto. Sirva no rechaud acompanhado dos legumes e pães.

Cinco dicas para evitar contratempos: • Escolha ingredientes de boa qualidade em uma panela no fogão e só depois e frescos; coloque-o no fogareiro. Para não espir• Nas fondues de queijo, aqueça o líquido rar, preencha com óleo apenas 1/3 da e somente depois ponha o queijo. Mexa altura da panela. com colher de pau fazendo o número • Como acompanhamento, use a mesma oito. Isso evita que se formem fios. bebida da do preparo da fondue. • Quando usar óleo, aqueça-o primeiro • Para a fondue de chocolate, você pode-

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rá mudar o sabor ao seu gosto, usando vários tipos: ao leite, meio-amargo, amargo e até branco. Porém, no caso do branco, o cuidado deve ser redobrado para ele não queimar. Outra ideia é misturar creme de avelã na fondue de chocolate. Fica ótimo.

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moda

Fotos KFPress

Botas vazadas

EM ALTA

Mostra um pouquinho aqui, esconde outro tantinho ali, essa é a brincadeira que a moda propõe com as cut out boots

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Por Karlos Ferrera As botas são os calçados do inverno, não tem jeito. E para quem gosta de sair do tradicional cano longo e da montaria, uma novidade está arrebatando os pesinhos de todas: as cut out boots, ou simplesmente botas vazadas. As cut out boots são botas normais, com alguns cortes, que deixam a pele aparecendo. Os modelos são os mais variados: de salto, rasteira, bico fino, coturno, com fivela, cadarços, spikes, entre outros. Por serem botas com aberturas e não protegerem tanto os pés nos dias frios, essas botas até têm sido usadas em todas as regiões frias do país, mas elas são boas mesmo é para quem mora em locais onde as temperaturas são medianas. Também não devem ser usadas com meias grossas e escuras, o que tiraria toda a graça. Portanto, elas só podem ser combinadas com meias finas, como as de nylon, no tom da pele. É possível usar as cut out boots de várias formas. Nos dias frios, elas são combinadas, normalmente, com calças jeans skinny ou leggings de estilos variados. O ideal é que sejam usadas com peças justas, pois os pés devem ficar em evidência. O jeans pode até ter a barra dobradinha para valorizar as botas. Você ainda pode combinar as cut out boots com vestidos com estampas ou bordados, saias e shorts, o que deixa as produções mais femininas. Use uma jaquetinha de couro por cima para deixar o look despojado e bem moderninho, numa mistura de delicado com grosseiro.

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As cut out boots caem bem com vestidos, saias e shorts, o que deixa as produções mais femininas

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Cores&

tons

Para brilhar Os metalizados estão com tudo nesta temporada, seja para o dia ou para a noite, só não vale look totalmente metalizado, ou você será confundida com alguém de Marte.

Cor da terra Marrons, cáquis, até alaranjados. É tempo de adotar toda a gama de tons terrosos.

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Flashes Homenagens marcam os 30 anos de vida pública de Mauro Orlandini Amigos e líderes políticos prestigiaram a festa em comemoração aos 30 anos de vida pública do prefeito de Bertioga Mauro Orlandini, dia 30 deste mês, na casa noturna Pucci, no bairro Riviera. Confira alguns momentos:

Gabriel, Maria Cecília , Mauro, Jaciara Costa e Rafael Orlandini

Fernando Sena, Mauro Orlandini e Ernesto Perez

Sandra Almeida, Paulo Roberto e Sonia Gutiez

José Marques, Regiane Toledo, Rose Sabino e Daniela Mariano

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Mauro Orlandini e o casal Vera Almeida e Luiz Carlos Pereira de Almeida

O vereador Antonio Rodrigues, Mauro Orlandini e o secretário de Saúde Manolo Pietro

Mauro Orlandini e Francisco José Rocha

A prefeita de Guarujá Maria Antonieta e Maria Cecília Orlandini

Ideval Gorgonio Primo, o Miranda, e Mauro Orlandini

Equipe de peso: Paulo Henrique, Olielson, Márcio, Batista e Maxwell

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Flashes Duas entidades da região, o Instituto Verdescola, em São Sebastião, e a Fundação 10 de Agosto, em Bertioga, viveram momentos especiais este mês

No Instituto Verdescola, Maria Antônia Civita recebeu Maurício de Sousa e João Carlos Martins

O cartunista Maurício de Sousa autografou gibis para a criançada

A anfitriã Maria Antônia Civita e o maestro João Carlos Martins

Maestro João Carlos Martins com a nova geração de músicos, do Verdescola

Fundação 10 de Agosto

Na festa dos 21 anos da entidade, o homenageado da noite Luiz Carlos Pereira de Almeida à frente da orquestra da fundação

Valquíria e Flávio Ribeiro, Manuelita Gonzaga, o maestro Joel Gonzaga Oliveira e Gilzeli Oliveira

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Família Pereira de Almeida: Luiz Augusto, Maria Lúcia, Maria Eduarda, Maria Fernanda, Vera, Luiz Carlos e Maria Carolina

Mario Celso e Angela Silva

José Aparecido Cardia, Luiz Carlos Pereira e Luci Cardia

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Flashes

Caio Matheus e Bruno Covas

Foto Marcos Pertinhes

Foto Dirceu Mathias

Circularam por Bertioga...

O casal Naila Campos e Carlos Teixeira

João Paulo Tavares Papa com a equipe da festa da Tainha

Na Semana Jurídica da Faculdade de Bertioga

Sadao Nakai e Ribas Zaidan no programa Café da Manhã, da TV Costa Norte Foto Dirceu Mathias

O deputado estadual Fernando Capez

José Nunes Viveiros, Paulo Maluf e Macário Quirino

O novo presidente do Rotary Club Bertioga Roberto e sua mulher Cristina Rodrigues O deputado federal Arnaldo Faria de Sá Foto Marcos Pertinhes

Na Santos Export 2014, em Guarujá

Rodney Oliveira da Silva, João Carlos de Oliveira Ribeiro, Reinaldo Pincette Filho e Ernst Schulze

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Maria Lucia Prandi, Vicente Cândido e Marcia Rosa

O advogado e escritor Rogério Zeidan

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho Em viagem de cruzeiro pelo navio MSC Divina, vários amigos fizeram o circuito Santos, ilhas do Caribe até Miami

Este colunista em Orlando (Flórida), em visita a sua filha Ursula Weinstatt e suas netas Hannah e Sarah que residem lá

As amigas em noite de drinques: Regina Chirico, Euriluci Guedes, Graciete Gonçalves, Izabel Bizigatto e Regina Guedes

Albúm de família: a arquiteta Juliana Fernandes Abad, seu marido Cleyton e seus filhos Théo e Maitê

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Walkyria Sanches Capp (centro, em pé) ao lado das santistas Beth Antonietti, Yara Amaral, Lízia Horta e Ana Gonçalves, em noite de gala

Karina Gabão Conde e Lupércio Conde Jr. comemoraram seus sete anos de casados

De Guarujá: Jeanette K. Sarkavas e uma turma de amigos

Wagner (Dadá) Conde e Giuliana adoraram Curaçao

De Ilhabela: Eveli de Freitas Carlos, na escadaria de Svarovski

Em circuito com toda a família, Míriam e Rivaldo Azevedo Jr.

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata E aconteceu no litoral...

Em um restaurante no bairro Barra Velha, em Ilhabela, Marcio Tenório e sua mulher Julia conferem a boa feijoada preparada pelo casal Gerson Caldas e Eliana Oliveira

Em Barra do Una, não deixe de conhecer a querida empresária Giselle, e seu restaurante fantástico

A recepcionista Cintia Rodrigues da Silva continua a agradar a todos os clientes do Itapema Laboratórios

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Em um fim de semana tranquilo, Edison Prata confere o local mais badalado da ilha, o restaurante Pedra do Sino; nesta foto, com o empresário Manoel Carlos Barbosa

Ronald Jorge Carl e o gerente Albino Mendes Gonçalves agradecem a clientela cada vez maior do Auto Posto Bom Amigo

O estilo do bom atendimento de Denise Olimpo

E no aniversário deste colunista, a presença da filha Marcella, do super Zaidan e de Milian Sant’Ana

Amanda Gallon e Maria Ferreira levam aos clientes e amigos das lojas O Boticário os segredos da beleza

Uma pessoa supermaravilhosa e irreverente. Falo da amiga Meg Salvatore

Tudo fica melhor ainda quando temos ao nosso lado alguém torcendo por nós. Em close, este colunista e sua mãe Clotildes

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“Destaques” // Luci Cardia

Sensacional a Festa Julina organizada pelo Fundo Social de Bertioga, que tem à frente a nossa querida Cecilia Orlandini

Mauro e Cecilia Orlandini, no clima de São João

Sonia Gutierrez e Wilson Alvarenga

Patricia Carneiro, Dinarti Vasques, Luci Cardia e Flora Helena Oliveira

Luiza Broto, Luci Cardia e Cecilia Orlandini

Luci Cardia, Luiza Amorim, Odacir Zancheta, Leandro Villar e Karen Monteiro

Zelia Orlandini, Cecilia Orlandini e Chiquita

Giro social

Lilian e Alexandre Orvath

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Fernando Senna, Ribas Zaidan, José Cardia, Luiz Carlos Pereira

Família Orlandini homenageia família Justo, em evento na Pucci

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trabalhamos para criar comunidades onde as pessoas têm orgulho de viver

Empreender, urbanizar e construir é mais do que erguer estruturas e criar novas vias. É integrar o espaço natural às necessidades modernas de conforto, lazer e qualidade de vida. Por isso, há 55 anos, a Sobloco dedica-se a projetos e obras de desenvolvimento urbano, que se tornaram referência de uso e ocupação do solo. Suas criações são exemplos reconhecidos internacionalmente, de comunidades planejadas e sustentáveis que geram dividendos econômicos, sociais e ambientais, onde as pessoas têm orgulho de viver.

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