B&co 143

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ao leitor Foto Noeli Ribeiro

ANO XIII - Nº 143 - Maio/2014 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br beachco@costanorte.com.br Diretor-presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan Editora-chefe Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br Criação e Diagramação Audrye Rotta (Mtb 76.077/SP) audrye.rotta@gmail.com Marketing e Publicidade Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br Depto. Comercial Aline Pazin aline@costanorte.com.br Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP) Colaboração Durval Capp Filho, Edison Prata, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luciana Sotelo, Luci Cardia, Maria Helena Pugliesi, Marcus Batista e Renata Maranhão Circulação Baixada Santista e Litoral Norte Impressão Gráfica Silvamarts

O extermínio do “bicho-papão” “No final das contas, conservaremos apenas o que amamos, amaremos somente o que compreendemos e compreenderemos apenas o que nos ensinam.” A frase, uma síntese da importância do apelo coletivo para a preservação da natureza, é do ecologista senegalês Baba Dioum, citado em nossa reportagem de capa sobre o emblemático tubarão. Um animal injustamente rotulado de vilão impiedoso, o que decorre em falta de interesse pela preservação de sua espécie, em risco de extinção, e urgência na tomada de medidas que visem sua proteção. Embora tubarão não seja um assunto atrativo e corriqueiro em meio às conversas do dia a dia, a preservação dessa espécie, como de toda a fauna e flora terrestre e marinha, atinge potencialmente, de uma forma ou de outra, a vida no planeta. E esse gigante dos mares é mais um dos que figuram nessa cada vez mais extensa lista daqueles que estão prestes a desaparecer do planeta. Um planeta, aliás, que já dá sinais de esgotamento, devido à progressiva interferência humana em seu ciclo natural. As informações sobre o tubarão não são boas, na verdade, péssimas. Mais de 90% da população de grandes tubarões do mundo foram exterminados no último século, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Muitos, especialmente aqueles que não devotam grande simpatia pelo belo, forte e ainda desconhecido animal, perguntam-se: e qual o problema disso? Simplesmente um colapso no ecossistema marinho, cujos resultados são impossíveis de se quantificar. A causa do silencioso desaparecimento dos tubarões é uma só: a pesca desenfreada, mundo afora, sem um controle adequado, de forma que se possa respeitar, ao menos, o ciclo de reprodução e crescimento da espécie. Aquela inofensiva posta de cação, na verdade, de tubarão, que degustamos frita ou ao molho num almoço especial, pode ser responsável pelo extermínio da espécie, já que, para isso, um tubarão foi morto ainda muito jovem, antes mesmo de procriar. Um costume gastronômico, a sopa de barbatana, mais comum na Ásia, é responsável por dizimar milhares de tubarões de uma forma cruel, por meio da pesca chamada finning, na qual são removidas as barbatanas e o animal é devolvido ao mar, onde agoniza até a morte. E o Brasil participa ativamente desta sangria, uma vez que é um dos grandes exportadores de “tal produto”. Por sorte, há um pequeno, mas firme, movimento em prol do tubarão. Em alguns países, já se proíbe o comércio de barbatanas e o consumo da sopa, em outros a pesca e, inclusive, o consumo da carne; e, ainda, a pesca do tipo finning, o Brasil é um deles. Outro sinal positivo é a percepção de que o turismo de mergulho com tubarão pode ser mais rentável do que a pesca e o abatimento do animal. Esta pode ser a solução, talvez tardia, de se tentar proteger o tubarão das garras do verdadeiro bicho-papão, o homem. Eleni Nogueira



Foto Luciana Sotelo

30 Genialidade a favor da natureza

Foto Luciana Sotelo

36 Doula: companheiras no parto

E mais... Entrevista 22 Gastronomia 50 Moda 54 Flashes 58

Foto KFpress

Alto astral

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Destaque 62 No clique

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Celebridades em foco

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Foto Renata Maranhão

40 Rumo ao território maia

Capa

Foto Cacá Bratke

46 Primorosa obra na praia da Baleia

Foto Noeli Ribeiro

Especial tubarão pág. 10

Tubarão-tigre, belo exemplar da espécie

Foto Source/Corbis/ Latinstock


meio ambiente

Tubarões 12

Beach&Co nº 143 - Maio/2014


Foto Noeli Ribeiro

Por Renata Maranhão

Você ainda vai ter saudades deles Beach&Co nº 143 - Maio/2014

Não é à toa que os tubarões têm fama de mal. Difícil simpatizar com bichos que são protagonistas de filmes de suspense e terror. Até ouvimos falar sobre algum risco de extinção, mas o que isso tem a ver comigo? Somos seres urbanos que curtem praias, mas não queremos nada com tubarão. Quanto à má reputação, na verdade, o animal é muito mal compreendido. Existe uma infinidade de coisas que matam mais que tubarão no mundo, mas nem por isso a população tem medo. Por exemplo, a obesidade mata por ano, mais de 30 mil pessoas no mundo; enviar torpedo ao dirigir mata seis mil. E até cair da cama mata mais que tubarão: 450 pessoas ao ano. Banheiras: 340. Cachorros matam 30 pessoas por ano só nos Estados Unidos. Mesmo número de mortes que as provocadas por formigas. E os tubarões, mais temidos que todos estes juntos, matam apenas cinco pessoas por ano no mundo. A dificuldade de sensibilizar pessoas e indústria para a necessidade de preservar espécies que não são bonitinhas e carismáticas como o urso panda, gol-

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meio ambiente

finhos e tartarugas (chamados de espécies-bandeira), só agrava o quadro para o coitado do tubarão. Mas aquela realidade feroz dos filmes não existe. Os tubarões não atacam pessoas, nem saem comendo todos os golfinhos e tartarugas que veem pela frente. Na verdade, eles têm importante papel na seleção natural ao predar os mais lentos e os mais fracos, impedindo que procriem, o que garante, assim, a manutenção da saúde dos oceanos na escala evolutiva. Ok, com aquela cara brava e dentes afiados, acabam fazendo jus à fama quando humanos saem machucados de algum confronto, mas, normalmente, machucam por erro de identificação, água turva ou períodos de pouca luz. Por

não ter mãos para “checar”, colocam os dentes. Mas, ao não reconhecerem seu alimento, largam. A outra situação, geralmente envolve erros de humanos, como quando o mergulhador que caça com arpão carrega os peixes arpados por uma linha, atraindo o predador pelo olfato e comida fácil. E situações de desequilíbrio ecológico como Recife. Dá-se como certo que as agressões têm a ver com a construção do porto de Suape, que mudou a configuração do estuário e pode ter empurrado os tubarões em direção à praia. O peixe faz parte do nosso cardápio diário e a atividade da pesca é antiga, cultural, oriunda de uma educação extrativista, própria daqueles que vivenciaram os anos 1980. Mas, além da pesca do

Fotos Sxc.hu

Animais que poderiam alcançar três metros são pegos com menos da metade disso

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Beach&Co nº 143 - Maio/2014


Foto Noeli Ribeiro

O Brasil é o 9º país no qual há maior captura de tubarões. Aqui, a espécie galha-preta

tubarão devido suas barbatanas, há muitas perdas na pesca de arrasto e o oceano não suporta um mercado tão voraz. O agravante para o tubarão é sua reprodução lenta. O biólogo Marcelo Szpilman, defensor da causa, explica que a média de reposição do tubarão gira em torno de 4%, pois atinge a maturidade sexual entre 7 e 15 anos, dependendo da espécie, com gestação de 12 a 24 meses. E, mesmo adulto, muitos se reproduzem somente a cada dois anos. Além da mortalidade infantil ser muito alta. Além de tudo isso, a maioria dos tubarões é pescada antes de se reproduzir - e cada vez mais jovem. Animais que poderiam alcançar 3 metros são pegos com menos da metade disso. É só olhar o tamanho do filé do cação na peixaria

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para imaginar o tamanho. A diferença entre o cação e o tubarão, é que o cação está no prato e o tubarão está no mar. O bicho é o mesmo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), instituição pertencente à ONU, cerca de 100 milhões de tubarões são mortos a cada ano para abastecer o comércio mundial de nadadeiras e este número pode estar subestimado em três ou quatro vezes. Mesmo que o cardápio de sopa de barbatana seja ainda forte na Ásia, este consumo desenfreado nos atinge, pois estes países arrendam barcos brasileiros para pescar em nossas águas. O pescador, aquele personagem lá da ponta, que, literalmente, põe a mão no tubarão, não quer saber se o tubarão vai

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meio ambiente acabar, pois precisa garantir o leite das crianças e aceita o ofício sem conflitos. Valores culturais chineses envolvem as sopas de barbatana, e datam da época das dinastias Sung (960-1279) e Ming (1368-1644) quando a sopa era consumida apenas nos banquetes oferecidos pela elite chinesa. Até tempos bem recentes, ainda era tido como elegante servir sopa de barbatanas em casamentos e os mais tradicionais o fazem até hoje. Mas os jovens informados começam a fazer diferença neste cenário e existem dados que constatam uma diminuição de consumo. É um começo. O aumento da frota pesqueira em território brasileiro triplicou, enquanto as equipes de monitoramento de pesca não conseguiram acompanhar o crescimento. De acordo com um relatório da rede glo-

bal de monitoramento do tráfico de vida selvagem, o Brasil é o 9º país no qual há maior captura de tubarões. Segundo o Instituto Sea Shepherd Brasil, o país é o 10° maior fornecedor de barbatanas de tubarão para o mercado asiático. Segundo o Ministério da Produção, as exportações têm como destino principalmente Japão, Hong Kong, Singapura e outros países asiáticos. Grande parte das 200 toneladas exportadas do Brasil são ilegais e obtidas a partir de uma prática conhecida como finning, um tipo de pesca na qual são removidas as barbatanas do tubarão e o resto do corpo é devolvido ao mar, onde o animal agoniza e morre. Uma maneira cruel de abatimento. Bois e porcos ganham campanhas por um abate sem crueldade, por que não os tubarões? Só porque são feios e possuem dentes afiados?

Foto Sxc.hu

São muitas as diferenças entre as espécies de tubarão. O tubarão-leopardo não ultrapassa um metro de comprimento

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Reação em cadeia Qualquer um que mergulha aqui no Brasil pode constatar a dificuldade em se avistar um tubarão em nossas águas; um fato cada vez mais raro. Quem costuma frequentar os mais de 8 mil quilômetros da costa brasileira sabe que, infelizmente, não é mais possível encontrar tubarões e mesmo peixes de grande porte na abundância de poucas décadas atrás. Pesquisas científicas mostram que, atualmente, os mares brasileiros têm apenas 8% das populações originais de tubarão que habitavam estas águas. Nos últimos 25 anos, as populações de tubarões declinaram em até 90%, segundo as pesquisas e dezenas de espécies estarão extintas nas próximas décadas. Segundo o relatório da WWF (World Wildlife Fund), as necessidades humanas por recursos naturais ultrapassa a capacidade do planeta desde o final de 1980. Segundo a FAO, mais de 90% da população de grandes tubarões do mundo foi exterminada no último século. Mesmo no Brasil. De acordo com o ICMbio (Instituto Chico Mendes), das 82 espécies de tubarão identificadas em nossa costa, duas já estão extintas desde as décadas de 1970 e 1980. Trinta e uma estão em risco de sumir, entre elas o cação-mangona; duas espécies de tubarão-martelo, tubarão-lixa e arraia-viola (que se parece com um tubarão). Mas extinção não tem volta. A gravidade decorrente do fim de um animal, que é topo da cadeia alimentar daquele ambiente, é a reação em cadeia que desenvolve em seguida. Estamos próximos de um colapso no ecossistema marinho, cujos contornos não podemos imaginar. Um caso ilustrativo ocorreu na ilha australiana da Tasmânia há 20 anos. A pesca exagerada de tubarões levou à superpopulação de uma de suas principais presas, os polvos, que, por sua vez, praticamente acabaram com as lagostas da região. O desaparecimento dos tubarões quase levou à falência a indústria da pesca da lagosta na Tasmânia.

Medidas de proteção

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Nos últimos 25 anos, as populações de tubarões declinaram até 90%. Equipes especializadas em turismo vão cada vez mais longe para mergulhar com a espécie Foto Renata Maranhão

A proposta para atualizar o status de proteção de duas espécies de tubarões-martelo foi apresentada pelo Brasil durante a Convenção do Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres) do ano passado, em Banguecoque, na Tailândia, tendo como coproponentes a Colômbia, Costa Rica, Dinamarca (representante da União Europeia), Equador, Honduras e México. Desde o ano passado, o governo brasileiro proibiu também a pesca para a simples retirada de barbatanas de três espécies de tubarões-martelo: Sphyrna lewini, S. Mokarran e S. Zygaena; do tubarão galha-branca-oceânico (Carcharhinus longimanus), que está entre os mais valiosos do mercado internacional por serem maiores; e do tubarão-sardo (Lamna nasus), pela condição de vulnerabilidade na qual se encontram em águas de jurisdição brasileira e em todo o território nacional, por tempo indeterminado, podendo até perder licenças e registros de atividade pesqueira. A proibição consta da Instrução Normativa Interministerial nº 1, publicada no Diário Oficial da União. O Brasil aprimorou sua legislação anti-finning na qual incluiu espécies na lista de animais protegidos. Um outro caminho seria seguir os passos do Equador, que, recentemente, proibiu a pesca de arrasto e expandiu as áreas de exclusão de pesca. Por aqui, a cidade de Passo de Torres (SC), no litoral sul brasileiro, conseguiu uma pequena vitória com o apoio da comunidade de pescadores que entenderam a gravidade do momento. A área possui zonas livres de pesca industrial pelo período de 20 anos, por conta de um pedido de moratória de ONGs como Sea Shepherd e Pró-Squalus. O ideal seria abranger toda a costa brasileira, mas esse município costeiro de Santa Cantarina já deu um grande passo.

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Desde o ano passado, o governo brasileiro proibiu a pesca para a retirada de barbatanas de três espécies de tubarões-martelo

Foto Renata Maranhão

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O turismo de observação de tubarão gera cerca de 314 mil dólares por ano e deve aumentar para 780 milhões de dólares nos próximos 20 anos

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Foto Gabriel Ganme

Um tubarão vale mais vivo

Foto Gabriel Ganme

Muitos países unem forças para tentar recuperar sua fauna, protegendo seus oceanos da pesca com leis rígidas de controle e tentativas de convencer seus vizinhos a fazerem o mesmo. A ação já mostra algum sinal de recuperação, porém esses processos são muito burocráticos, lentos e dependem demais das pressões internacionais. Quatro estados americanos, Califórnia, Havaí, Washington e Oregon, proibiram, em 2013, o comércio de barbatanas e a sopa não pode mais ser oferecida pelos restaurantes. No Caribe, Bahamas proibiu a pesca de tubarão, inclusive para uso da carne, em julho do ano passado. Do outro lado do planeta, Maldivas (sudoeste da Índia) e Palau (próximo às Filipinas), também proíbem a pesca. Os três países contam com o tubarão para atrair turistas. E alguns go-

vernos perceberam que, no turismo, o tubarão pode render mais dinheiro e empregar mais pessoas do que na pesca, pois um tubarão fisgado, só dá dinheiro apenas uma vez, enquanto no turismo, aquele mesmo tubarão renderá dinheiro sempre. Dr. Gabriel Ganme, atuante na área da medicina do mergulho e também defensor da causa, realizou expedições para mergulhos com tubarões nos lugares mais isolados do planeta por 20 anos e acompanhou com os próprios olhos a diminuição da fauna marinha e a crescente escassez de tubarões. Ele disse que “um tubarão morto pode render até U$ 500,00, pelo preço alto do mercado de barbatanas. Já um tubarão vivo, no decorrer dos anos, como atração turística e educacional, pode render até 1 milhão de dólares. Por falta de cultura local, normalmente o pescador entende que ganha uma

Cada vez mais, países criam leis de proteção ao animal. E o turismo de mergulho é aliado nessa batalha

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meio ambiente

Foto Sxc.hu

Foto Leonardo Veras

Fernando de Noronha é um berçário de tubarão-limão, mas são raramente vistos pelos humanos por sua natureza tímida

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fortuna com uma barbatana e não percebe que, se usasse aquele barco para o turismo de avistamento do animal, seria muito mais produtivo economicamente”. Nas Bahamas, os mergulhos de observação de tubarão rendem 80 milhões de dólares por ano à economia do país, gerando emprego e crescimento. Estes são apenas alguns países, mas a lista é crescente dos que já enxergaram que um tubarão vivo beneficia mais o país que o tubarão morto. Cada vez mais, países criam leis de proteção ao animal, e fazem estudos de suas características, comportamentos e individualidades. Sim, existe um tipo de turismo específico para mergulhar e interagir com eles, no qual se aprende sobre a biologia e preservação do bicho-papão dos mares. Se você tiver coragem, será a experiência da sua vida, como atesta o fotógrafo Daniel Botelho. Ele gostou tanto da experiência, que fez disso seu ofício e fotografa pelo mundo para revistas internacionais. Ele diz: “A experiência de estar com um animal deste porte dentro da água é maravilhoso. Leva-se para toda vida”. O biólogo Danilo de Paula Rada acredita que o ecoturismo, desde que regulado e fiscalizado, é uma excelente oportunidade para as pessoas terem um contato mais próximo com a natureza e desenvolverem uma consciência ambiental, além de ser importante fonte de renda para a população local. Já o ecologista senegalês Baba Dioum define como ninguém os resultados da consciência coletiva de preservação da natureza: “No final das contas, conservaremos apenas o que amamos, amaremos somente o que compreendemos e compreenderemos apenas o que nos ensinam.”

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entrevista

Entre tubarões e raias Em 1975, o cineasta Steven Spielberg dirigiu seu segundo filme, e o seu primeiro grande sucesso de bilheteria. Tubarão levou 13 milhões de espectadores ao cinema, só aqui no Brasil

Por Marcus Vinicius Batista O desempenho nas telas deste espetacular habitante marinho também produziu um vilão. Os tubarões passaram a ser vistos como máquinas de matar, e não como uma das espécies que ocupam o topo da cadeia alimentar. No Brasil, o aumento dos ataques em Recife, por conta da construção do porto de Suape, também reforçaram a imagem de bicho assassino. O biólogo Otto Gadig Bismarck, maior autoridade em tubarões no país, não gosta do filme. Para ele, a visão negativa atrapalhou demais a preservação deste animal, caçado pelo homem em todo o mundo. Em 87% dos casos, os tubarões são mortos por causa das nadadeiras, consideradas iguarias afrodisíacas em várias culturas asiáticas. O restante costuma ser descartado no próprio mar. Bismarck e sua equipe de pesquisadores foram responsáveis, em 2002, pela descoberta de um berçário de tubarões, em Itanhaém, no no litoral sul de São Paulo. Cinco espécies, em épocas diferentes do ano, utilizam o local para reprodução. Desde que a pesquisa começou, o berçário sofreu mudanças por conta do impacto ambiental. A suspeita é que houve queda no número de animais no local. Muitos pescadores,

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por sua vez, deixaram o lugar por causa da urbanização da área de recepção do pescado; outros mudaram, inclusive, de profissão. O trabalho sobre o berçário, conhecido internacionalmente, rende estudos até hoje para a equipe de pesquisadores. São dois mestrados, dois doutorados e dez artigos científicos. Isso porque o estudo completo ainda não foi publicado. Os tubarões estão ameaçados em todo o litoral brasileiro. Ao todo, são 90 espécies. O número dobra se incluirmos raias marinhas e de água doce. Otto acredita que, ao menos a metade, deveria estar sob controle de leis de preservação. A relação do biólogo com tubarões começou ainda criança, antes de pensar em estudar as espécies marinhas. Otto foi morar em Mongaguá quando tinha seis anos. Nascido em São Paulo, ele encontrou no litoral sul, sem saber, a atividade que desempenharia até os dias de hoje. Otto acompanhava a chegada dos pescadores, que descartavam os tubarões na praia. Ele os apanhava e levava para casa. “Eu achava os tubarões os mais bonitos e eles jogavam fora. Amarrava uma linha na cabeça e puxava como carrinho. Era uma coisa lúdica.”

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Aos 10 anos, o futuro biólogo procurava dicionários para copiar e anotar dados sobre tubarões. Aos 26, tornou-se biólogo, com a certeza do que pretendia pesquisar. “Acho que foi por causa da minha criação, na beira da praia, quando era pivetinho em Mongaguá.” Doutor em zoologia, Otto Bismarck é professor da Unesp, campus São Vicente, há 12 anos. Lá, dirige o laboratório de elasmobrânquios (tubarões e raias), mas há também trabalhos científicos com tartarugas. Coordena 11 pesquisadores, de graduação a doutorado. O biólogo foi consultor da BBC e, hoje, trabalha para a edição brasileira da revista National Geographic, na área de zoologia. Otto Bismarck é rigoroso com a ciência que pratica. Não se alimenta de animais marinhos. “Não comer e não pescar. É quase filosófico. E convenço muita gente em palestras.” O contato com os bichos também prevalece em casa. Lá, residem dois cachorros e 21 gatos. “A casa é grande. E os cachorros dão mais trabalho”, justifica sorrindo. Nesta entrevista, Otto Gadig Bismarck fala sobre os bichos que se transformaram em parceiros científicos, além de questões ambientais mais amplas, dentro e fora da Baixada Santista. Para ele, os ecossistemas só podem ser vistos de forma interligada.

Qual é a situação atual do berçário, em Itanhaém? Descobrimos, em 2002. Paramos de acompanhar a pesca em 2005 e voltamos em 2013. Ficamos chocados com que o aconteceu. Os pescadores saíram da areia, foram para uma praça. Urbanizaram os boxes. A pesca caiu. Hoje, examinamos sete, oito tubarões quando chegam. Antigamente, eram 70, 80. Diminuiu o número de pescadores com rede. Diminuiu o número de barcos. Diminuiu o produto. Os pescadores têm que pagar pela manutenção dos boxes e perderam clientes pé na areia. O resultado é que aumentou a despesa dos pescadores e reduziu o lucro. Muitos foram trabalhar como motoristas e seguranças. Registramos uns 120 tubarões em um ano. Antes, isso acontecia em um sábado.

Bismarck e sua equipe de pesquisadores foram responsáveis, em 2002, pela descoberta de um berçário de tubarões, em Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. Cinco espécies, em épocas diferentes do ano, utilizam o local para reprodução

Como você vê a discussão ambiental, mais especificamente quando o assunto são mares e oceanos? Não parece um embate entre preservação e economia? Eu me atento ao que posso fazer. Isso serve? Não sei. Qual é o impacto econômico? Não sei. Descobrimos, em Itanhaém, a 65 quilômetros de Santos, um berçário de tubarões. Saiu até no The New York Times. Grande coisa porque berçários existem no mundo inteiro. Mesmo antes de publicarmos cientificamente um trabalho inédito, divulguei bastante. Esses dados foram lançados na hora de estabelecer as áreas de conservação marinha no estado de São Paulo.

Fotos Divulgação Unesp

O biólogo Otto Gadig Bismarck é a maior autoridade em tubarões no país. Ele acredita que o governo brasileiro não põe certas espécies de tubarão na lista de proteção porque a carne é valiosa

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entrevista Isso não é qualquer coisa. Às vezes, tento entrar com meu conhecimento, com algumas medidas. Agora, conseguimos criar duas instruções normativas do governo. Uma delas para proteger três espécies de tubarão-martelo. Participei da redação. E a outra para proteger seis espécies de raias-jamanta. Essa eu escrevi sozinho e mandei para Brasília. É uma medida histórica criar proteção que evite a captura de raias e tubarões-martelo. Como vai ser implementado? Está perguntando para o cara errado. Por que o governo brasileiro não põe certas espécies de tubarão na lista de proteção? Porque têm carne valiosa. O Brasil tem cerca de 90 espécies de tubarões em seu litoral. Quantas deveriam estar

Foto Divulgação Unesp

Pesquisadoras coordenadas por Otto, na Unesp, campus São Vicente, no laboratório de elasmobrânquios, que estuda tubarões e raias

na lista? Todas. Por causa da biologia própria, todas são suscetíveis à redução populacional. Agora, se formos nos basear nos dados disponíveis de pesca, vamos para a discussão científica. Juntando tubarões e raias marinhas e de água doce, temos 180 espécies no Brasil. Eu diria que metade delas, no mínimo, deveria estar sob algum tipo de proteção. Algumas com proteção total. Tubarão mangona, por exemplo, deveria receber uma moratória, senão não vai aguentar. A área de Itanhaém é a melhor preservada e já sofre forte impacto. A gente só vai perceber a importância quando o bicho sumir do ecossistema. A situação das raias só não é pior do que a dos tubarões porque muitas não têm valor comercial. Mas ambos são vulneráveis. A raia-viola teve sua população reduzida a menos de 10% em dez anos. E há mais espécies de tubarões conhecidas do que de raias. Numa palestra sua, você disse: “Quando o tubarão nos morde é tubarão. Quando a gente morde o tubarão é cação”. Ainda prevalece esta imagem? E qual a consequência ambiental dela? No supermercado, é cação. Se te morder na praia, é tubarão. Veja o que o filme Tubarão causou. O cinema é massificação; potencializou, exacerbou o medo ao tubarão. E com ele veio o ódio, um pouco refreado da década de 90 para cá. Veio de carona com a questão ambiental, e não vamos pensar em tubarão. Tubarão jamais foi pioneiro no debate. Mas a gente vê exemplos pequenos, fora da comunidade científica, de conscientização. Uma vez, eu fui chamado para examinar uma raia-jamanta que apareceu morta na Praia Grande. Eu e um colega fomos abri-la para coletar material biológico. Uma senhora começou a me xingar de assassino. Ela estava delirando, mas eu achei legal. De qualquer forma, as pessoas estão se sensibilizando, mas é preciso se conscientizar. Sensibilização é importantíssima. Educação ambiental ajuda. Conscientização é paciência. Na virada do ano, de 1999 para 2000, na festança mesmo, na praia, no canal 5, todos na água, de branco, dizendo: olha, um golfinho. Era um tubarão. Mataram a pauladas e o tiraram da água. Tenho fotos disso. É um caso de falta de consciência. Existem ONGs que protegem tartarugas, golfinhos, baleias, por exemplo. Por que não

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Foto Divulgação Unesp

Raia-de-fogo, um dos animais estudados pelo pesquisador

existe forte interesse em proteger tubarões? Tubarão é um mau produto? Existem poucas ONGs para tubarões. São pessoas bem intencionadas, mas existem oportunistas. Às vezes, as ONGs são muito radicais. A própria pesquisa com tubarões cresceu, em número de cientistas e de instituições envolvidas, o que mostra uma preocupação. Isso de 2000 para cá. Houve a própria popularização dos tubarões por conta dos ataques. Eu era um dos atores envolvidos nessa confusão toda. Os problemas no porto de Suape, no Recife, fizeram com que o tubarão estivesse na TV com muito mais frequência, sempre do ponto de vista negativo. Melhorou, mas o nível de conscientização é três, perto do problema que é nível 10. Quando aconteceram os ataques de tubarão em Recife, pouco se discutia o impacto ambiental do porto de Suape. Somava-se a má imagem do tubarão a das vítimas machu-

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cadas. O discurso dos biólogos não parecia insuficiente diante da pressão econômica? Se em Santos a imagem é ruim, imagine em uma cidade onde houve ataques. É difícil trabalhar com educação ambiental. No caso dos tubarões, acredito que a consciência ambiental está crescendo, mas não sei se haverá tempo suficiente para a preservação de muitas espécies. Em outros lugares da região, o pescador artesanal também está desaparecendo. Um exemplo é a ilha Diana, na área continental de Santos, na qual muitos pescadores foram trabalhar para grandes empresas portuárias. Como você vê a situação da pesca? De maneira geral, não só aqui, a pesca artesanal está indo embora. E a pesca industrial vive com dificuldades, mas tem mais lobby com o governo federal. A pesca artesanal não é tão deletéria ao meio ambiente quando monitorada. O monitoramento da pesca industrial é mais difícil por causa da produção em larga es-

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entrevista Fotos Divulgação Unesp

Marcação de raia, para estudos e, ao lado, tubarões, vendidos como cação, expostos no mercado de peixe de Itanhaém, onde a pesca do animal foi reduzida

cala e dos interesses econômicos. A pesca ilegal é geralmente de grande porte. Tecnicamente, dá para monitorar o que se produz, como produz e onde produz. É engraçado que, no Brasil, se vende o “peixe” de que a gente deveria comer mais peixe. É verdade, mas o argumento é curioso. O Brasil não deveria pescar mais. É mentira. Não se deve confundir a enorme diversidade com a biomassa. Não temos uma grande biomassa. Querem vender uma ideia mentirosa de que a pesca industrial tem que ser incentivada. Por incrível que pareça, com mais de oito mil quilômetros de costa, o Brasil não seria um grande produtor de pesca. Isso é uma mentira. A gente tem que comer mais o que se captura. Inventam-se histórias para pedir recursos do governo. Você disse, numa palestra, que pretendia mudar suas pesquisas de tubarões para as raias. Isso aconteceu? Foi uma passagem? Não foi uma passagem. Eu percebi, com o tempo, que estava pesquisando mais as raias. Na verdade, percebi que era a mesma coisa. O tubarão é atrativo para a molecada. Dinossauros, vampiros e lobisomens, todos no mesmo saco. (risos). Hoje, tenho a mesma sensação com tubarões e raias. Não sei explicar. Quando vejo um tubarãozinho morto, é um evento para mim. Estou vivendo uma coisa única. É inútil tentar explicar. Aquela

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sensação de criança continua igual. É o que me sustenta até hoje, antes mesmo de saber que biólogo era profissão, que estudar esses bichos era profissão. Quando vejo um bicho morto, admiro a vida dele. Tô velho? Estou velho, mas tenho a consciência. Não pego bolsas de pesquisa para pescar e matar. Trabalho com animais que já foram pescados e não teria outro jeito. Qual é a sua relação com o mar, em Santos? Eu me considero santista, não só de time. Muita gente acha que sou santista de nascimento. Com 50 anos, passei 44 aqui no litoral. Considero-me minhoca daqui da terra. No que se refere à minha profissão, a ilha de Urubuqueçaba é um lugar que me emociona muito. A ilha me lembra as primeiras observações organizadas com tubarões. Eu ajudava um pescador que trabalhava lá. Do lado da ilha de Urubuqueçaba, em 1979, 1980, tinha tubarões à vontade. Tubarão cabeça-chata, raia-jamanta. Eu vi baleia. Com 15, 16 anos, pegava tubarão na rede e mandava para o Museu de Zoologia, em São Paulo. Minha relação com o mar também está no Instituto de Pesca, por causa dos meus amigos e da minha formação. Ainda me sinto bem, apesar das mudanças que vejo na cidade. Me sinto bem em qualquer lugar de Santos.

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Foto Luciana Sotelo

comportamento

Gabriel Estevam Domingues inventou uma tinta ecológica à base de resíduos da indústria de fertilizantes 32

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Cientista do meio ambiente Estudante cubatense destaca-se com invenções que reaproveitam resíduos e favorecem a saúde do planeta

Por Luciana Sotelo

Água, gesso químico (fosfogesso) e mais dezesseis componentes secretos. Foi com a mistura harmônica desses ingredientes que o estudante de engenharia ambiental da Unimonte, Gabriel Estevam Domingues inventou uma tinta ecológica à base de resíduos da indústria de fertilizantes. A descoberta impulsionou o jovem cientista de Cubatão e abriu caminho para o desenvolvimento de uma fórmula de sucesso capaz de transformá-lo em um membro do Embaixadores Ambientais, título conferido por uma multinacional alemã, com aval da Organização das Nações Unidas (ONU). Inventor desde criança, Gabriel sempre teve a convicção de que era preciso cuidar da saúde do planeta. Com apenas 8 anos, foi capaz de criar para sua mãe um sistema de irrigação de plantas a partir da água da chuva. Desde então, ele não parou mais. Pelo contrário, o passar dos anos lhe trouxe o amadurecimento e a certeza de que era preciso estudar muito para criar uma forma de reaproveitar e agregar valor a diversos resíduos da vida moderna. E foi o que ele fez.

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O pilar da sustentabilidade passou a nortear suas pesquisas. Gabriel se propôs a encontrar soluções para problemas mundiais e emergenciais como o tratamento e reutilização do que para muitos era considerado lixo. “Essa foi a forma que eu encontrei para dar a minha parcela de contribuição para um mundo melhor e mais saudável. Temos que otimizar recursos, preservar fontes naturais. Temos que fazer o que a natureza nos ensina e esse, em resumo, é o meu DNA”, declara. Para ter conhecimento técnico, buscou os bancos acadêmicos e não teve dúvida, escolheu a engenharia ambiental como ferramenta primordial para cumprir a ousada missão que escolheu para si. “A escolha foi simples. Uni o gosto pelas áreas biológica e química aos desafios da engenharia. Acho que foi um casamento perfeito”. Mesmo antes de concluir a universidade, conseguiu resultados surpreendentes em laboratório. Entre as muitas invenções que já contabiliza no currículo, o carro-chefe é a ecotinta à base de fosfogesso, descoberta que lhe conferiu o voo mais alto de sua car-

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comportamento Foto Luciana Sotelo

O produto A ecotinta é feita com um subproduto da indústria de fertilizantes, conhecido como fosfogesso, que é gerado a partir da produção do ácido fosfórico (HPO3), matéria-prima para a fabricação de fertilizantes fosfatados. Segundo levantamento do próprio estudante, para cada tonelada produzida do insumo, geram-se de quatro a seis toneladas do fosfogesso. Por conta disso, no Brasil, a produção do resíduo chega a mais de 4,5 milhões de toneladas por ano. Estima-se, ainda, que haja cerca de 160 milhões de toneladas deste material disponíveis para utilização. Somente em Cubatão, há uma produção média de 128 mil toneladas/ano. O impressionante é que apenas 15% desse resíduo gerado no mundo são reciclados; os 85% restantes são descartados, normalmente, sem tratamento. Por aqui, a armazenagem é feita em pilhas a céu aberto. Esse fato incomodou Gabriel, que resolveu agir e reaproveitar parte do fosfogesso e gerou uma tinta de qualidade, baixo custo, todas as cores e características tais como antifungicida; antiumidade; e antibactericida. “Ao preservar as fontes naturais de matéria-prima como os minerais utilizados na fabricação de tintas acrílicas convencionais, a Ecotinta oferece uma excelente fixação, durabilidade e poder de cobertura. Atualmente, o produto está em fase de testes para obtenção de certificação”, conta.

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reira, até o momento. Em 2012, foi um dos oito vencedores da nona edição do programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais. Ao todo, 80 projetos foram inscritos por estudantes em todo Brasil. “Foi o maior reconhecimento que poderia ganhar”. Antes dessa grande sacada, Gabriel debruçou-se sobre um bem precioso, a água. Foi assim que surgiu a primeira versão de tinta ecológica de sua autoria. Esta, produzida a partir de resíduos de estações de tratamento de água (ETAs), processo necessário para deixar o líquido próprio para consumo. O passivo ambiental é conhecido como lodo. Conforme o cientista, somente no estado de São Paulo são geradas mais de 35 mil toneladas/ano e sua disposição final em aterros representa cerca de 30 a 50% dos custos opera-

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Foto Luciana Sotelo

cionais de uma ETA. “A alta concentração de óxido de ferro proporciona um ótimo e duradouro pigmento marrom-avermelhado”. Gabriel tem outros projetos, a exemplo de um sistema de decomposição sem oxigênio por células bacterianas e micro-organismos criados em laboratório, cujo objetivo é transformar restos de alimentos que, sem tratamento, gerariam impactos ambientais como o lançamento de gases do efeito estufa, contaminação do solo e águas subterrâneas. Esses elementos aceleram o processo de decomposição da matéria por meio de biodigestores. O resultado: um composto bioativo de alto valor nutricional para o solo, o fertilizante orgânico. “É um mercado enorme porque o lixo é um dos grandes problemas. Hoje, no Brasil, 60% desse montante é matéria orgânica. Imagina se cada casa tivesse essa tecnologia, certamente as montanhas de lixo diminuiriam”. Outra aposta consiste na utilização de subprodutos da pesca, atividade abundante na Baixada Santista. Gabriel notou que a casca do camarão lançada novamente ao mar, por exemplo, era rica em nutrientes e poderia garantir um alimento para gatos e cães com um valor nutricional maior que as rações existentes no mercado. Foi então que criou a ração Susten. “Ela ainda não é comercializada, mas já ganhei o prêmio de melhor projeto de sustentabilidade da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, ano passado”. Há mais: projetou soluções para o tratamento de esgoto doméstico por meio de um reator capaz de tratar e reutilizar efluentes líquidos para fins não potáveis, ou seja, água para lavagem de calçadas, rega de plantas, entre outras aplicações. “Ele separa a sujei-

Currículo de peso - Bolsa Internacional de Negócios de Economia Verde, promotora do 1º Concurso de Ideias Projetos Economia Verde, do governo do estado de São Paulo, em 2010. Dentre os seis principais projetos premiados, na oportunidade, destaque para o Biorresíduos SustenBeach&Co nº 143 - Maio/2014

O pilar da sustentabilidade norteia as pesquisas do estudante de engenharia ambiental

táveis; ele obteve a terceira posição; - 1° edição do Prêmio EDP 2020, realizada em 2010. Seu projeto Bio-reciclagem Energética e Econômica dos Resíduos Orgânicos Domésticos, da GED Inovação, foi considerado o maior prêmio de inovação e empreendedorismo do Brasil. A premiação tem como objetivo estimular

o desenvolvimento de soluções Clean Tech (tecnologia limpa) para o setor energético brasileiro; - 5º lugar do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, edição 2012. Premiado pelo estudo sobre a reutilização do lodo de estações de tratamento de água para a produção de tintas ecológicas. 35


comportamento Fotos Luciana Sotelo

Gabriel coleciona 21 títulos, entre eles, premiações internacionais. Aqui, o reconhecimento do programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais e do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, ambos de 2012

ra da água. É um equipamento prático, versátil, que não utiliza produtos químicos, apenas energia elétrica”. Todas as invenções listadas são ecologicamente corretas, possuem registro de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e, ainda, estão de acordo com a Nova Política de Resíduos Sólidos, previstas na Lei 12.305, de 08/2010. Tantas experiências bem-sucedidas renderam a Gabriel um número de prêmios de dar inveja a qualquer profissional do ramo. Mesmo ainda sem ter o diploma na mão, coleciona 21 títulos, entre eles, premiações internacionais. A veia científica de Gabriel não ofuscou seu lado empreendedor. De aluno aplicado e cientista curioso ele passou também a empresário precoce e escolheu para sede da sua empresa a cidade de Cubatão, considerada pela ONU como modelo em recuperação ambiental. Lá, fundou a GED Inovação, Engenharia e Tecnologia, para oferecer essa gama de produtos a possíveis parceiros que queiram custear a produção em escala comercial. Hoje, aos 27 anos, Gabriel é pesquisador vinculado à Universidade de Umea, na Suécia, e também ao Centro de Capacitação e Pesquisa do Meio Ambiente, da Universidade de São Paulo (Cepema/USP). Prestes a se formar, o futuro engenheiro ambiental está otimista quanto ao futuro: quer conseguir patrocinadores para colocar em prática as suas inovações. “Quando entrei para a faculdade, eu via muitos pesquisadores transformarem suas ideias apenas em artigos de revistas científicas, sem evolução dos projetos. Isso eu considero uma perda muito grande porque a importância das descobertas está em colocá-las em funcionamento, para que tragam emprego, riqueza e, sobretudo, mudanças”. Confiante e incansável, Gabriel já vislumbra novos horizontes. A meta agora é elaborar a confecção de papel ecológico branco. Mas isso é uma outra história...

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comportamento

De mulher para mulher Foto Luciana Sotelo

Doulas oferecem apoio na gestação, hora do parto e primeiros cuidados com o bebê

Renata Fiuza prepara-se para receber o primogênito Nicolas

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Por Luciana Sotelo A cena é mais comum do que se imagina. Enquanto a barriga da gestante cresce, ela pensa no nome do bebê, planeja o quartinho, compra roupas e acessórios, enfim, organiza tudo para receber o filho, entretanto, muitas vezes, a futura mamãe esquece do principal, de se preparar física e emocionalmente para o hora tão esperada de dar à luz. A maioria desconhece que poderia ter ao seu lado uma doula, ou seja, uma acompanhante para lhe fazer massagem, auxiliar na respiração, tirar dúvidas e, principalmente, obter suporte emocional desde a gravidez até o pós-parto. A palavra doula vem do grego e significa serva. São mulheres que têm a tarefa de estar ao lado da grávida, explica Adriana Vieira, jornalista, professora de ioga e doula. “No passado, quem fazia esse trabalho eram as mães das gestantes, irmã mais velha, parente ou amiga. Elas passavam suas experiências e davam segurança. Com a correria dos tempos atuais, não dá para contar com essa ajuda espontaneamente. Para que a gestante não se sinta sozinha, entram em cena as doulas.”

Uma das principais atribuições da profissional é dar subsídios para que a mulher prepare o corpo e a alma para um parto normal ou natural, sem sofrimento. As doulas têm, inclusive, um lema: a mulher tem que ser protagonista do próprio parto. “Buscamos a conscientização do casal para que o parto seja um evento deles e não, simplesmente, um ato cirúrgico”, comenta Adriana, referindo-se ao elevado número de cesarianas que ocorre no Brasil. As mulheres, de maneira geral, têm uma visão errada do parto normal, pois elas se sentem penalizadas, ressalta a ginecologista e obstetra Izilda Ferreira Pupo, que tem 35 anos de experiência. “Ao invés de sentir que a dor trará um prêmio, encaram como castigo. Não querem passar por isso. As famílias também pedem cesárea no primeiro sinal de fraqueza da mulher. Acaba ficando difícil tentar convencer uma mãe que o melhor para seu filho é o parto normal”. A médica apoia a atividade das doulas. A drª Izilda já realizou 6.779 partos e, nos últimos três anos, atua com doulas. Ela afirma que sempre foram experiências bem-sucedidas. “Se bem

Fotos Luciana Sotelo

A ioga é indicada às gestantes, pois induz ao relaxamento e à respiração correta. Momento em que a doula Adriana Vieira fala sobre os benefícios do parto normal

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comportamento Foto Luciana Sotelo

Adriana Vieira e a pequena Dora

orientada, ela protege e dá energia à grávida. Sou a favor de tudo e de todos que possam colaborar efetivamente para uma evolução favorável do trabalho de parto.” Para ter uma doula, é preciso solicitar essa parceria, preferencialmente, a partir do terceiro ou quarto mês. “É quando a barriga começa a crescer e cai a ficha da gravidez”, comenta Adriana. A primeira etapa é dedicada a informações técnicas. “Ajudamos a gestante a conhecer melhor o seu corpo, entender as mudanças que se sucedem mês a mês, os tipos de partos possíveis, preparação dos seios, entre outros assuntos correlatos”, diz Adriana. Na sequência, a doula orienta sobre a importância de uma atividade física moderada. “A mulher de hoje fica cada vez mais sentada; ela precisa fortalecer o períneo (músculo entre vagina e ânus) e o assoalho pélvico. Tais cuidados facilitam a passagem do bebê pelo canal vaginal.” Como professora de ioga, ela indica a modalidade para complementar o aprendizado e proporcionar mais qualidade de vida. A modalidade induz ao relaxamento e à respiração correta, como resultado, ela tem tranquilidade. Nesse momento, Adriana aproveita para explicar os benefícios do parto normal e do natural. “É preciso ter essa conscientização, afinal, a mulher perdeu um pouco da conexão do prazer no parto. Ela passou a ser quase que condicionada à cesárea”. A publicitária Renata Fiuza Aranha é atendida por Adriana. Ela tem 36 anos e espera o primogênito Nicolas. Ao ler muito sobre gravidez, também se apaixonou pela ideia do parto acompanhado. “Quero poder esperar pelo tempo do meu filho”, diz a publicitária, também adepta da ioga. Outra parte da programação, não menos

importante, é o suporte psicológico, que se estende durante toda a gravidez, inclusive, após o nascimento do bebê. “A sensibilidade está, literalmente, à flor da pele. Ela precisa de amparo, de colo”. No pós-parto, a visita à nova família faz parte das ações. Ela orienta sobre o aleitamento materno, dá dicas sobre o primeiro banho e outros cuidados com o recém-nascido. “É um carinho a mais que dedicamos à mamãe e ao nenê”. Durante todo tempo, o futuro papai pode e deve participar dos encontros. “O casal tem que estar em perfeita sintonia. Essa união é muito benéfica.” O site www.doulas.com.br oferece contato com algumas profissionais. Adriana acredita que, em toda Baixada Santista, o número de candidatas não ultrapassa uma dezena. “Embora a profissão seja muito antiga, ela não é reconhecida no Brasil. Recentemente, foi aprovado apenas um projeto de lei”, diz a professora de ioga. A Lei Federal nº 11.108/2005 prescreve que hospitais e maternidades concedam à mulher o direito de ter um acompanhante durante o trabalho de parto, no parto e pós-parto. Pode ser o marido, companheiro, amiga, familiar ou mesmo a doula. Não é preciso ter grau de parentesco. “A prática é recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Mas acho que o marido, no caso, não deveria ser considerado acompanhante, já que ele é parte desse parto. Ficaria mais fácil optar pela entrada da doula, que certamente vai somar e muito nesse momento”, declara Adriana. A doula não está autorizada a realizar exames de toque e nem receitar remédios. Cabe a ela a doce missão de atender a requisitos básicos como dar carinho, conhecer a evolução do parto, indicar métodos que diminuam a dor e, principalmente, oferecer segurança à mulher.

Cesarianas em números De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, as cesarianas já são a maioria dos partos em hospitais privados, cerca de 84%. Já no Sistema Único de Saúde, o SUS, representam quase 40%. O número é muito maior do que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde, que aceita o índice de 15%. Para completar essa estatística, os números do Ministério da Saúde apontam que, em 12 anos, o número de cesáreas saltou de 599 mil para 747 mil.

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Foto Renata Maranhão

internacional

Isla Mujeres La isla bonita Uma simbiose entre as areias brancas do Caribe mexicano e a água de um azul sem igual, aliada ao charme rústico de uma cidade que ainda resiste ao comércio

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Por Renata Maranhão comércio. É possível alugar uma bicicleta ou carro de golfe por apenas algumas horas, tempo mais do que suficiente para desbravar a área repetidas vezes. O lugar é perfeito para passar o dia, mas, se estiver em boa companhia, pode se deliciar com o mais encantador pôr do sol do México, com lojas de artesanato ou os bares e restaurantes a perder de vista. Em um deles, a placa declara: 89 milhas de Cuba - o ponto do México

Fotos Renata Maranhão

É um lugar privilegiado no mundo, onde o tempo passa devagar e as férias dos sonhos tornam-se realidade. Com riqueza natural e cultural única, é uma das quatro ilhas de território maia que pertence ao estado mexicano de Quintana Roo. Fica próxima da balsa para Cancun e a travessia custa 15 dólares. Com apenas sete quilômetros de comprimento, a ilha mantém o charme rústico de uma cidade que não foi invadida pelo grande

Vizinha a Cancun, Isla Mujeres é o ponto mexicano mais próximo de Cuba

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mais próximo de Cuba. Porém, fique atento, pois o comércio fecha antes de escurecer e, se deixar para comprar seu souvenir depois, corre o risco de ficar sem. Historicamente, é uma ilha de pescadores e serviu como santuário para uma deusa. Mantém o mesmo charme e atmosfera tranquila de quando foi descoberta por uma expedição espanhola em 1517. Na época, foram en-

Fotos Renata Maranhão

Em qualquer lugar que se olhe, é possível ver iguanas selvagens facilmente. São animais rápidos e normalmente fogem de qualquer contato, mas mordem num piscar de olhos ao se sentirem ameaçados. Sempre é bom ter cuidado

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A extraordinária riqueza histórico-cultural da região mistura elementos de vários períodos e respeita a cultura dos antepassados do povo mexicano Fotos Renata Maranhão

contradas várias estátuas femininas pela ilha que representavam a deusa Ixchel, deusa maia da fertilidade, da razão, da medicina, da felicidade e da lua e de suas filhas e enteadas. Eram tantas mulheres representadas em rochas, mármores e ouro, que o nome Isla Mujeres pareceu até natural. Por 300 anos, foi uma ilha deserta, visitada apenas por pescadores e piratas, para deixar suas mulheres em segurança enquanto ficavam em alto-mar. Visado pela indústria pesqueira, o tubarão-baleia sempre foi fácil de ser capturado, pelo nado lento e natureza dócil. O tamanho de sua população é desconhecido, mas são considerados em perigo de extinção pela IUCN, União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. O que faz de Isla Mujeres um lugar especial no mundo, pois todos os anos testemunha um grande espetáculo da natureza, parecendo até que a extinção é uma realidade distante.

História de pescador Várias histórias rodeiam os tubarões-baleia da região. Não são encontradas em livros, mas na boca de pescadores e nativos. Por um lado, falou-se que, com a diminuição da população do tubarão-tigre na região (que comeria os filhotes dos tubarões-baleia), os grandões puderam se reproduzir à vontade, daí a grande concentração em Isla Mujeres. Um desequilíbrio ecológico “do bem”. Mas a história do ex-pescador Ruben Peña parece ser mais convincente. Ele atesta que os tubarões-baleia sempre estiveram por ali. Quando pequeno, o pai já o levava para nadar com eles e, hoje, aos 48 anos de idade, ele leva os filhos. A atividade transformou-se em negócio há 10 anos. Foi quando ele deixou de ser pescador e se transformou no capitão do barco Sea Huauhuau.

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Foto Renata Maranhão

internacional

O lugar é perfeito para passar o dia, mas se estiver em boa companhia, pode se deliciar com o mais encantador pôr do sol do México

Nas ilhas, os meses de maio a julho, podendo se estender até setembro, são conhecidos e celebrados como o período do Festival do Tubarão-baleia

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Nos meses de maio, junho e julho, entre a lua cheia e os quartos crescente e minguante, acontece uma grande desova de caranhos gigantes, ciobas e bonitos, transformando essas águas em uma grande sopa de ovas. E centenas (cen-te-nas) de tubarões-baleia se reúnem para se esbaldar no banquete - às vezes acompanhados por grupos de raias-manta. Essa época do ano é conhecida e celebrada como Festival do Tubarão-baleia, podendo se estender até setembro.

Uma pequena comunidade de pescadores percebeu que, no turismo, o mesmo tubarão-baleia pode render milhares e milhares de dólares por uma vida inteira - já que se estima que ele pode viver até 130 anos. Já quando é pescado, aquele tubarão gerará dinheiro apenas uma vez. Os pescadores substituíram seus antigos barcos por lanchas modernas e, hoje, levam os gringos para nadar com os tubarões-baleia. A espécie pode chegar a medir 18 m, mas, na região,

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É possível alugar um carrinho de golfe e desbravar a ilha de apenas 7 km de comprimento por diversas vezes

não ultrapassam 10 - mesmo assim ainda é grande. Apesar do tamanho, são dóceis, inofensivos e os diminutos dentes que têm não são nem usados, pois aquela gigantesca boca serve apenas para sugar ovas de peixes, plânctons, krills e outros invertebrados. E não se preocupe, ele jamais vai te engolir. Isso é apenas uma fantasia deixada na cabeça pelas histórias de Pinóquio ou Moby Dick na infância. Nesta ilha da Riviera Maia, os visitantes podem nadar com os tubarões-baleia e participar do esforço de proteger e estudar a espécie, enviando fotos tiradas durante a visita para o projeto internacional que a organização Ecocean desenvolve. Crianças, jovens e até os mais velhos podem interagir na água, sem o menor perigo para o homem. Basta apenas saber nadar. Para saber mais, www.visitmexico.com.

Lojas com qualidade e preço baixo Para compras, Isla Mujeres oferece as mesmas coisas que as lojas de turistas de Cancun ou Cozumel, porém são mais baratas, para encorajar os visitantes a ir às compras por lá, ao invés de qualquer outro lugar. As ruazinhas de lojas e restaurantes são fáceis de achar. Não é preciso mapa, pois é impossível se perder. Se decidir pernoitar, o Hotel Playa La Media Luna é uma boa opção “pé na areia”. Um lugar charmoso, aconchegante, com uma vista incrível, aproveitada pela piscina de fundo infinito. Como o próprio nome diz, a praia forma uma meia-lua natural, por conta da formação dos corais. Um rendez-vous perfeito entre a as areias brancas do caribe e a água de azul sem igual.

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Foto Cacá Bratke

arquitetura e decoração

Em balanço, 30 cm acima do solo, a casa respira e mantém-se longe da umidade 48

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De bem com a vida e com a natureza Construída dentro dos princípios da sustentabilidade, esta casa na praia da Baleia, em São Sebastião, deve seu conforto e praticidade à generosidade da natureza que a cerca

Por Maria Helena Pugliesi Um lugar para relaxar, curtir os amigos, se divertir cozinhando, enfim, um refúgio para esquecer os dias agitados de São Paulo. Foi assim que o casal paulista, na faixa dos 60 anos, que prefere não se identificar, descreveu ao arquiteto Gustavo Calazans como deveria ser sua casa de veraneio, num condomínio fechado da praia da Baleia. “Nas entrelinhas, o que eles me pediram foi uma morada que não lhes desse dor de cabeça com manutenção, e que deixasse do lado de fora os inconvenientes típicos do litoral, como calor, umidade e mosquitos”, lembra o profissional. Para atender o cliente, Gustavo optou por seguir a cartilha das obras de baixo impacto ambiental. Inspirado nos projetos do arquiteto João da Gama Filgueiras Lima, o mestre Lelé, que captam os ventos do mar para refrescar os ambientes, ele propôs uma construção em balanço, elevada cerca de 30 cm acima do perfil natural do terreno. “Essa técnica chama-se geotermia. Eu criei

Medidas para diminuir o calor Veja outros fatores que ajudam a manter os ambientes desta casa bem refrigerados: • Todas as portas envidraçadas têm janelas superiores basculantes. Assim, mesmo com as folhas fechadas, é possível permitir a saída do ar quente e a entrada do ar frio. • A escada que leva aos ambientes supe-

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um bolsão de 2,50 m abaixo da casa, que mantém uma temperatura constante entre 18 e 20 graus. Aliado a isso, como a obra fica paralela à orla marítima, as correntes de ar que se deslocam para o oceano entram pela abertura sob o piso do andar térreo. Todo esse ar fresco avança pelos ambientes por meio de grelhas com sistema de controle de abertura e tela mosquiteira, instaladas no chão das salas e da cozinha”, explica. “A ventilação funciona por sucção: o ar quente, que é expelido pelas janelas e demais aberturas, suga o ar frio do bolsão inferior, mantendo a temperatura sempre agradável, dispensando o uso de ar condicionado até mesmo no alto verão. A construção elevada evita ainda a umidade do solo”. A decisão de manter o cimento aparente por dentro e por fora da casa também é estratégica. Além de ser um acabamento térmico de baixa manutenção, ele não esconde problemas, o que facilita os reparos. E tem tudo a

riores possui fechamento externo que mescla elementos de vidro e vazados. Instalados com um recuo de 20 cm da fachada, a chuva não entra; somente a brisa marinha. • Lajes de 2 m de comprimento projetam-se em todo o entorno da casa, impedindo que os raios de sol esquentem a área interna. • As plantas do jardim criam um micro-

clima agradável o ano todo. • A evaporação da água da raia da piscina junto à varanda lateral refresca as salas de estar e de jantar. • Guarda-corpos de cumaru ripado nas varandas superiores permitem a passagem do ar que areja as suítes. • Ecotelhado confere o arrefecimento da temperatura do segundo pavimento da casa.

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arquitetura e decoração Fotos Cacá Bratke

De estrutura ripada e sem portas, os armários de madeira de manejo sustentável das quatro suítes deixam a roupa ventilada

ver com a linguagem arquitetônica moderna do projeto. Com 395 m², a casa possui poucas paredes internas; integra, no primeiro pavimento, salas, cozinha com churrasqueira e varandas. Disse Gustavo: “Trabalhei com laje nervurada, o que me permitiu reduzir a quantidade de colunas de apoio”. Sustentada por um reticulado de vigas, a laje tem requadros vazados de 30 cm de profundidade. Os casulos não só criam um interessante efeito visual, como servem ainda para ocultar as lâmpadas e as caixas de som. Em prol da praticidade, o piso de cerâmica predomina nas áreas social, íntima e de serviço. “Para dar uma graça, sem complicar a limpeza, criei tapetes de lajotas decoradas em alguns ambientes”. Já nas varandas, nos deques e nos caminhos do jardim, foi usado fulget, material bastante resistente às intempéries. Satisfeito com o bem-estar e o sossego que a casa oferece, o casal adora arrumar as malas e passar um tempo à beira-mar. “Mas tem que ser fora de temporada. Trânsito e praia cheia não é com eles”, confidencia Gustavo. Assim, com a região da Baleia praticamente vazia, a família desfruta da paz

Com poucas paredes internas, os ambientes sociais se conectam, tornando o convívio agradável

Piso interno: cerâmica Oficina Brennand - Guarda-corpo de cumaru: execução José Pilon - Móveis salas: Maurício Azeredo,

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Para dar boas braçadas também no inverno, a água da piscina é aquecida por sistema de captação de energia solar

Fotos Cacá Bratke

que tanto aprecia. A rotina é quase sempre a mesma: praia de manhã e almoços prolongados ao ar livre tarde adentro. “Foi por isso que colocamos a piscina na frente da casa. Nesse ponto do terreno, o sol brilha depois do meio-dia, deixando a área agradável até o anoitecer”, explicou o arquiteto. Talentosos na cozinha, marido e mulher têm por hobby cozinhar para os filhos, netos e amigos, que lotam a casa. Abertas por inteiro, as grandes portas-camarão unem os espaços internos e externos; assim, o casal participa da diversão do lado de fora enquanto estão às voltas com as panelas. “Com manutenção mínima, temperatura sempre amena e imune aos mosquitos todas as portas e janelas têm telas - a casa ficou como os proprietários desejavam. Afinal, eles vêm para cá única e exclusivamente para espairecer”, lembra Gustavo.

Dpot e Carlos Motta - Móveis varanda: Casual Móveis - Móveis quarto: Morito Ebine - Paisagismo: Ciça Gorski

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gastronomia

Produção e fotos Fernanda Lopes

Turbine a imunidade Alguns nutrientes nos ajudam a reforçar as defesas do organismo. Saiba onde e como encontrá-los Por Fernanda Lopes

O outono é a estação que antecede o inverno, quando a temperatura cai e ficamos mais tempo em ambientes fechados. Nesta época do ano, os dias são ensolarados, mas já mais frescos, com queda de temperatura no período da noite. Com essa confusão climática, a tendência é que fiquemos mais vulneráveis às gripes e aos resfriados. Por isso, outono é um período de prevenção. Tempo de turbinar a imunidade, lançando mão de alimentos que contenham nutrientes que nos ajudam a reforçar as defesas do organismo, nos deixando preparados para enfrentar possíveis viroses. De acordo com a nutricionista Tatiana Branco, este é o caso, por exemplo, dos vegetais verdes-escuros (brócolis, couve, espinafre); de grãos como o feijão; de cogumelos (shitake e shimeji); e fígado. “Esses alimentos apresentam ácido fólico, que auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo”. Além do consumo desses alimentos, a nutricionista indica ainda a inclusão

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Nutrientes que podem turbinar sua imunidade e onde encontrá-los: Receita Sopa de abóbora com toque de gengibre Ingredientes 1kg de abóbora tipo cabochan ou a que desejar; 1 colher (chá) de gengibre ralado; 1/2 litro de caldo de galinha; 1 dente de alho; 1 colher (sopa) de azeite; 1/2 cebola picada; 150 ml de iogurte desnatado firme; 1 maço de couve fatiado; azeite o quanto baste; sal e pimenta moída a gosto. Preparo Descasque e corte a abóbora em cubos. Em uma panela grande, coloque o azeite e refogue a cebola com o alho. Coloque a abóbora e o caldo de galinha. Deixe cozinhar até que a abóbora fique macia. Quando estiver macia, deixe esfriar um pouco e bata tudo no liquidificador, colocando também o gengibre. Volte para a panela, experimente o sal e corrija. Se quiser, coloque pimenta moída e noz-moscada ralada na hora. Refogue a couve rapidamente no azeite com um pouco de sal. Sirva a sopa com a couve e o iogurte. Rendimento: 4 porções.

Dica: tempere a salada com limão ou tome suco de limão, laranja ou acerola logo após o almoço. Isso ajuda na absorção do ferro de origem vegetal

no dia a dia de muitas frutas como a goiaba, a melancia e a maçã. “Procure comê-las in natura. Se quiser preparar sucos e vitaminas evite coá-las”. Há dicas que parecem vindas das nossas avós, mas realmente são recomendadas. É o caso do gengibre e do alho, que aumentam, sim, nossa imunidade. O inhame também é muito rico em nutrientes e pode substituir a batata em muitas preparações. “O que garante saúde o ano todo, com menores chances de doenças sazonais, é a realização de uma rotina alimentar, com alimentos frescos e variados, bem coloridos e com diversos sabores e texturas, prevenindo qualquer carência nutricional”. Outro cuidado é ter mais atenção com a hidratação. Ela diz: “Como não sentimos sede no tempo mais frio, é comum bebermos pouca água”. A falta de líquidos, além de causar a desidratação, deixa a mucosa mais ressecada, abrindo caminho para as viroses.

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Ácidos graxos ômega 3 e 6: são as gorduras boas, encontradas inclusive no leite materno, responsáveis pela melhora da resposta imunológica do corpo. Azeite extra-virgem, peixes e sementes oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas são fontes importantes destas gorduras do bem. Carotenoides: responsáveis pela pigmentação amarela/alaranjada de muitos alimentos, são antioxidantes e responsáveis pela ativação do sistema de defesa do organismo. Encontrados em cenouras, vegetais folhosos verde-escuros, abóbora. Vitamina C: também chamada de ácido ascórbico, é o mais popular reforço imunológico derivado de alimentos. As frutas cítricas são sua principal fonte, e no outono, é época de tangerina, kiwi e laranja pêra. Zinco: associado à vitamina C, é um mineral fundamental no reforço das defesas do organismo. É encontrado em ostras, mariscos, aves, carnes, cereais integrais, castanhas, sementes, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico) e nozes. Probióticos: mais popularmente conhecidos como lactobacilos, são bactérias boas, encontradas em leites fermentados e iogurtes, que ajudam a modular a microbiota intestinal, nosso principal órgão de defesa. Licopeno: o tomate é um forte aliado para combater doenças cardiovasculares, removendo radicais livres do organismo por meio do licopeno. Vitamina E: benéfica principalmente para os idosos, agindo no combate à diminuição da atividade imunológica por conta da idade. Encontrada em nozes, castanha, amêndoa e óleos vegetais (de girassol, gérmen de trigo, milho e canola). Selênio: assim como a vitamina E, esse mineral possui grande capacidade antioxidante, ou seja, neutraliza a ação dos radicais livres e ajuda na defesa antioxidante, deixando a gripe bem longe. A castanha-do-pará é a principal fonte desse mineral. Vitaminas do complexo B: estão presentes no levedo de cerveja, lentilha, arroz integral, gengibre, peixe, semente de girassol, soja, germe de trigo, banana, verduras verdes, abacate, galinha, gema de ovo e nozes. Vitamina A: apresenta um papel muito importante na manutenção da integridade das membranas mucosas e para o sistema imunológico. Sua deficiência provoca uma redução do número de linfócitos T circulantes, aumentando a probabilidade de infecções bacterianas, e virais, como a gripe. Procure consumir cenoura, abóbora, batata-doce, milho, damasco seco, brócolis, melão cantalupo e mamão. Fonte: nutricionista Tatiana Branco (tatianabranconutri@gmail.com) 53


gastronomia Receitas Muffin de laranja com castanha Ingredientes 4 colheres (sopa) de farelo de aveia; 5 colheres (sopa) de farinha de trigo; 4 colheres (sopa) de iogurte; suco de 1 laranja e raspas da casca de 1 laranja; 4 ovos; 1 colher (sopa) de fermento em pó; 6 castanhas-do-pará picadinhas. Preparo Misture todos os ingredientes, exceto as castanhas. Coloque em forminhas de silicone ou em forminhas de papel que possam ir ao forno. Salpique as castanhas. Leve ao forno pré-aquecido a 200°C por cerca de 15 minutos ou até que estejam dourados.

Vai dar sopa Uma boa opção também são as sopas, que caem muito bem nessa época. Prepare-as com legumes e verduras frescos. Adicione peito de frango ou músculo bovino e depois desfie. As crianças adoram. A tradicional e conhecida canja, por exemplo, é uma espécie de poção de saúde. O que a sabedoria popular já dizia, comprovou-se com estudos científicos. Os resultados das pesquisas comprovaram que a canja de galinha realmente ajuda a combater gripes e resfriados. O segredo estaria na cisteína, um aminoácido liberado quando a carne de galinha é cozida. A substância ajuda a fluidificar o líquido pulmonar, tornando-o menos espesso e facilitando a expectoração. A sopa ainda é rica em proteínas bem hidratadas, vitaminas, sais minerais e carboidratos, e ajuda a repor a água que o organismo precisa para lavar o pulmão e combater a gripe. Para ficar mais magrinha, faça a sopa com o peito do frango sem pele.

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Rendimento: 10 muffins.

Macarrão colorido Ingredientes 500g de macarrão tipo espaguete; 1 maço de brócolis grande; 250g de peito de peru fatiado; 1 cebola grande fatiada; 3 dentes de alho fatiados; 12 azeitonas verdes picadas; 3 ovos cozidos (para enfeitar); 1 cenoura ralada; azeite o quanto baste; sal e pimenta moída a gosto. Preparo Faça o espaguete al dente conforme o tempo que determina a embalagem. Prefira os de grão duro. Escorra a água (reserva 1 xícara dessa água) coloque um fio de azeite na massa. Reserve. Corte os brócolis em pequenos buquês. Cozinhe-os

em água fervente por 5 minutos. Escorra e coloque os buquês em água gelada para que fiquem verdinhos e pare o cozimento. Refogue a cebola e o alho no azeite e, quando começar a dourar, ponha os brócolis e acerte o sal. Junte a cenoura ralada. Refogue e coloque ½ xícara da água do cozimento do macarrão. Deixe praticamente secar. Coloque o peito de peru picado. Por fim, junte as azeitonas picadas e acerte o sal. Junte o macarrão e mexa. Se precisar, coloque um pouco mais da água do cozimento. Acrescente mais azeite. Sirva com os ovos cozidos. Dica: pode ser servido quente ou frio. Polvilhe queijo parmesão ralado na hora de servir.

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moda

Fotos KFpress

Vida eterna

para ela Não importa a estação, a jardineira sempre se faz presente porque alia conforto, praticidade, beleza e muito, muito charme

Por Karlos Ferrera

Ralph Lauren

Lembra quando, na década de 1990, a jardineira foi uma verdadeira febre fashion? Sem nunca ter saído de fato do guarda-roupa feminino, ela retorna ao centro das atenções, agora como peça-chave de uma temporada cheia de opções para vestir. As jardineiras eram usadas exclusivamente por trabalhadores nos anos 70, especialmente como roupas de proteção para mecânicos. Assim como aconteceu com o jeans, um belo dia, alguém resolveu usá-las nas ruas e causou uma revolução na moda mundial. A peça permanece firme e forte e, até hoje, surge nas passarelas mundo afora. Não importa qual estilo você segue ou a qual lu-

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Jean Paul Gaultier

Para os momentos de lazer ou os mais formais, basta escolher os acessórios certos

Phillip Lim

Frame Denim

gar quer ir, a peça consegue atender a todas as exigências. Seja de sapatilha, de salto altíssimo, com tecidos lisos ou repletos de estampas, curtas ou compridas, as jardineiras voltaram com força e prometem disputar seu lugar nos desejos coletivos de moda. Aquela velha ideia de que as jardineiras são peças restritas apenas aos finais de semana ou às ocasiões extremamente informais não existe mais. Esqueçam! Elas podem - e devem - ir para o escritório, para o almoço de negócios e até mesmo para aquela “esticada” após o trabalho. Basta escolher acessórios de qualidade, além - claro! - de camisas básicas e clássicas, coletes e casacos longos que complementem com muito estilo.

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Fotos KFpress

moda

Pés sequinhos Para enfrentar aquelas semanas chuvosas, a botinha de borracha pode ser grande aliada. Combinada com calças coladinhas ou vestidos, ajuda a manter os pés sequinhos e ainda dá um toque informal ao visual

Cinturinha marcada Sabe aquele papo de que uma modinha sempre pode acabar voltando? Pois é verdade. O cinto metal belt (de metal) está de volta e já rouba a cena. Eles aparecem nos belíssimos vestidos que marcam a cintura.

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Flashes Noite de homenagem

A Orquestra Sinfônica Jovem de Nova Mutum apresentou-se pela primeira vez em São Paulo dia 26 de abril

Em Cubatão

Em São Sebastião

Inauguração do Instituto Verde Escola, na Barra do Sahy

Moira Ribeiro e a homenageada da noite Hilda Ribeiro, da Praias Paulistas, uma das idealizadoras e parceiras do projeto

A deputada federal Maria Lucia Prandi, Marcia Rosa, prefeita de Cubatão, o senador Eduardo Suplicy e o presidente da Câmara de Cubatão Wagner Moura

No Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região

João Paulo Tavares Papa e o prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa 60

Maura Ligia, Alberto Mourão, André Ursini e Barreto

O aniversariante Ney Serra (centro) e amigos

Arieuda Alves Barbosa, Renata Pekny e Edela Nicoletti

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Aniversário de Roberto Haddad

Roberto Haddad e os filhos Sidnei e Denis Haddad

Humberto e Cristina Castro, Fany e Gerson França

Fany França, Fátima Ventura, Jurema Dragoni, Rosely Valença, Ivonete Carvalho e Ana Piccolli

Zezão, Ivan Picolli, Antonio Carvalho, Martinho Marques e Washington Petri

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Família Ferraz reunida

Amigos da TAS - Turma dos Apaixonados por Santos

Alberto Alçada, Regiane Haddad (sentada ) e Alzira Haddad

Roberto Haddad e Flávia Patriota

Rosa Bittencourt, Luciane Biondo, Selma Barreto e Silmara Motta

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“Alto Astral” // Durval Capp Filho

A jovem Fernanda Magina, em desfile de moda em São Paulo, cursa o 3 º colegial e pretende seguir a carreira dos pais: advocacia

O paulistano Roberto Biancalana comemorou seu aniversário em alto astral no Indaiá Praia Hotel, em Bertioga

O empresário João Horácio Parducci, um dos proprietários do Itu Spa Garden, encantado com a nova modalidade futgolf implantada no SPA no qual se realizará o campeonato mundial brevemente

Professor e vice-presidente da Associação Paulista de Medicina, o médico Carlos Henrique Alvarenga Bernardes ganhou a honraria pelos 40 anos dedicados ao trabalho na Santa Casa de Santos

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Marcelo Teixeira festejou a passagem de seus 50 anos no Cadillac Vintage Bar com muita alegria

Com a ampliação do Indaiá Praia Hotel, Ney Serra abriu oportunidade para a realização de casamentos em suas dependências

O presidente do Golf Clube de Santos e São Vicente, o conde Paulo Eduardo Costa, ao lado deste colunista, com vasta programação em sua sede para este ano

O cardiologista Caio S. Gaiane, um dos proprietários do Itu Spa Garden, proferiu palestra sobre alimentação e nutrientes adequados à boa saúde

Em tributo ao Dia das Mães, os estilistas em beleza: Arnóbio Santos e seus filhos Adry e Silvana Santos homenagearam sua mãe Silvera Santos

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“Destaques” // Luci Cardia O Baile da Cidade, realizado na Pucci da Riviera de São Lourenço, deu início aos festejos de 23 anos de emancipação de Bertioga

Os anfitriões da noite, Cecília Orlandini e o prefeito José Mauro Orlandini

Flavio Lopes e Maria Antonieta de Brito, prefeita de Guarujá, Cecília e Mauro Orlandini, a colunista e José Aparecido Cardia

Edson Dahyr com sua Maria Rita, Flavio Lopes e a prefeita Maria Antonieta

Joaquim Passos, Elaine de Brito, Zélia Orlandini, Jaciara Costa e Rafael Orlandini

Beatriz Alves e Bruno Miranda e Charles Amorim e Thais Distazi

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Izabel Feliciano, José Feliciano, Mauro e Cecília Orlandini, o vereador Alecrim com a mulher Viviane e a filha Mariana

Marcos e Neide Camargo, Vera Lucia e Gilberto de Freitas, prefeita Maria Antonieta, Sueli e Carlos Alberto Camargo

Ailton Brandão, Reuben Zaidan, Sergio e Rosemary Aragon

Luiz Braz, a vereadora Marcia Lia, Mauro Orlandini, José Cardia e Elizabeth Dotti

Gilberto e Luiza Amorim, Luiza Broto, Marli do Amparo, Silvia Carrijo, Elizabeth e Paulo Mizutani, Veronica Mendrona e Patrícia Carneiro

Sonia Regina Gutiez, Fernando Oliveira e Jaqueline Bispo, Sandra Alves, Shirley Santos, Elizabeth Aguiar e Beto Caldas

Adriano e Michele Almeida, Cristina Schimidt e Nelson Portero

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Marcos Ribeiro e Lili Ribeiro, Regiane e Ivan Carvalho, Natasha Guerrero e Fabio Rizzi, Bruno Caetano, Luiz Carvalho e Fabio Julio

Patrícia Carneiro, Maria Eunice Lobo, Aparecida Brasil, Emilia Chigueko, Zelia Orlandini, Raul Lobo e Augusto Coelho

Paulo e Angela Moraes, Silene Martins e Alderico Fernandes

Carmen Lucia Giraud, Monica Barbosa, Marisa Roitman, Regina De Martino, Claudio Mendes

Ogna e Walter Rocha e Leandro e Vanessa Colichini

Maria Izabel Rodrigues, Edvaldo e Sonia Nogueira, Gislaine Cesário, Talita Nascimento e Mariana Joy

Acacia e Rodrigo Espirito Santo, Rodrigo Guerreiro, Leandro Villar, Rafaela Cassaniga, Daniel Liberato e Luiz Carlos Villela

Natalia Namora e Alves dos Santos, Larissa Lessa, Darci e Sérgio Pastore, Dionei e Luiz Bluhu

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Alex Dias Freitas, Rosely Rodrigues, Jaime Furtado e Paulo Aireta

Rodrigo Campos, Zelia Orlandini, Elize Clara Rao, Mylene Lira, Elizabeth e Viviane Dotti

Roberto Zaidan e Natália Alvim; Ribas e Dinalva Zaidan; Fernando e Céu Sena; Washington e Rosely Petri; e Antonio e Ivanete Carvalho

Elize Clara Rao e Sonia Gutiez

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“No clique” // Cláudio Milito

Fotos Lua Mendes

Aniversário de Juliana Guerra, na praia do Capricórnio, em Caraguá

João Carlos Correa, Alfeo Croce, Juliano Teixeira Ribeiro e Nelson Goes Giorgi

Marco Cravero e Luiz Zumbi

Ricardo Guerra e Luana Priante

Juliana, Fabio Tibiriçá de Sant’Anna, Gabriel de Sant’Anna e Ricardo Guerra

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Juliana e Fabio Tibiriçá de Sant’Anna

Jasmin de Sant’Anna e Juliana

Ricardo Leite Almeida, Juliana e Mônica Meira

Lua Mendes, Juliana, Luana Prianti Teixeira e Alynne Ruiz Abiatti

Erika Morais, Febbo Giorgi, Renata Blum, Liriane Costa Bellato e Lucia Levin

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“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Quem estreou idade nova foi o empresário Antonio Cintra aqui com Sônia Pimentel e o filho Marcelo Cintra

Grande Renato Garcia em sua distribuidora Germânia

O prefeito de Ilhabela Antonio Colucci, por ocasião do anúncio do orçamento da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias

A nova cidadã guarujaense é a jornalista Rosana de Oliveira Valle, do programa Rota do Sol. O vereador Val foi quem indicou a nova cidadã

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Antonio Cintra ladeado pelo amigo Rodrigo Ramos e o filho Marcelo Cintra

Em família: Julia, as filhas Anna Julia e Manuela e o aniversariante do mês Márcio Tenório

O médico e ex-prefeito de Guarujá Waldyr Tamburus com o filho João Pedro e a mulher Diane

A indicação de Val foi acatada por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal de Guarujá

O empresário Celso Lara e sua mulher na famosa casa Cucina di Polettho

Célio Maciel, presidente da Casa da Visão, em Guarujá, anuncia boas novas

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Um patrimônio de Bertioga

Ciclovia

Foto ilustrativa

Foto: Riviera de São Lourenço - áreas residenciais 100% implantadas, cercadas de áreas verdes

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presentado em 1979 pela Sobloco, o Plano Urbanístico da Riviera de São Lourenço era, naquela época, uma proposta inovadora e ambiciosa. Hoje, 35 anos se passaram e a Riviera tornou-se uma referência no segmento do desenvolvimento urbano sustentável, reconhecida nacional e internacionalmente. A Riviera é hoje, fonte de emprego e renda para milhares de pessoas, além de responder por grande parte da arrecadação tributária do município. Sua praia, sempre limpa, é fruto de um sistema de saneamento básico exemplar, que atende 100% de seus usuários. Suas áreas verdes e institucionais somam mais de 2,6 milhões de m², o que equivale à soma dos parques: Ibirapuera, Povo, Burle Marx e Villa Lobos, em São Paulo. A Riviera é grande parceira do município na conquista do Selo Verde Azul, conferido pelo Governo do Estado de São Paulo. A Sobloco, empresa responsável pela realização global da Riviera, se orgulha de fazer parte do desenvolvimento de Bertioga e comemora com a comunidade os seus 23 anos de emancipação.

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