Jornal 5 estrelas jan2021

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1ª Edição 2020/2021

janeiro 2021

I

1,50 Estrelas

SUMÁRIO

GENTES DA NOSSA TERRA João Mário Carrasco da Silva Cal”. deira é a personalidade que destacamos nesta edição do nosso Jornal “5 Estrelas”.

Editorial

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Gentes da nossa Terra

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Atividades no Agrupamento

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Desde muito cedo que se interessou pela cultura

Programa Integrado de Educação e Formação

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em geral e pela do Alentejo em particular. Antes do

O que lemos...

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O que escrevemos...

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Para refletir

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Biblioteca Escolar

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Eco-Escolas

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uma vez, a sua inscrição no pro-

Proteção Civil

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grama Eco-Escolas 2020/2021.

Clube de Teatro

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Os temas a trabalhar este ano serão a Água, Re-

Desporto Escolar

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síduos, Energia, Ar e Espaços Exteriores. Conta-

Formação Interna

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Sabia que…

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25 de abril de 1974, já escrevia artigos nos jornais “Diário do Alentejo” e no “Diário de Lisboa”... Pág. 3

A nossa escola efetuou, mais

mos com a colaboração de Todos! Pág.24

Sabia que…

Sabia que... só consigo estar a escrever este texto graças ao medo?

Hoje vamos falar sobre o medo, que é uma resposta normativa e autoprotetora que nos prepara para nos relacionarmos com diferentes ameaças. Pág. 31

No dia 5 de novembro, pelas 11h05, data que coinci-

diu com o Dia Internacional dos Tsunamis, realizouse o exercício nacional A TERRA TREME. Pág. 26


N.º 1 janeiro 2021

Quando se iniciou este ano letivo, todos pensámos que, com a implementação das medidas elencadas no nosso

Propriedade

Plano de Contingência, as atividades letivas pudessem decorrer com a normalidade possível num contexto atípico e

Largo das Flores

complexo originado por esta pandemia. Foi praticamente

7885 Amareleja

assim até ao dia dezoito de dezembro, último dia de aulas

do primeiro período letivo. Mas a realidade ultrapassou-nos com um aumento exponencial de casos, com números dramáticos, com danos irreparáveis.

Carla Gomes

Neste momento impõe-se o cumprimento rigoroso das de-

Elisa Félix

terminações emanadas pela tutela e pelas autoridades de

Mário Almeida

saúde, as quais também estão a viver um momento com

Miguel Almeida jornalescolar

dimensão inimaginável, por forma a que, coletivamente, possamos quebrar, estancar as cadeias de contágio na nossa comunidade, de maneira a podermos, tão breve quanto possível, ter de novo o ensino presencial que é, de

Docentes, Técnicos Especializados, Assistentes Operacionais e Alunos do Agrupamento. Paginação e revisão

facto, o primeiro motor da educação pública. Até lá, todos, mas todos, devemos fazer parte da solução, repito, cumprindo as normas de segurança, protegendo o outro, para nos protegermos a nós próprios. Os tempos que atravessamos, os desafios que enfrentamos demonstram a necessidade de mobilizar toda a nossa comunidade educativa para fazer face a um tempo que exige a tomada de decisões nunca antes pensadas, nem previs-

tas, para que possamos, em conjunto, preparar o futuro da

Trimestral

nossa escola, porque a escola pública tem que ter futuro.

Impressão Reprografia do Agrupamento de

Francisco Pereira

Escolas de Amareleja

(Diretor)

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GENTES DA NOSSA TERRA

Por Mário Almeida e alunos do 6ºA

Entrevista ao escritor João Mário Caldeira João Mário Carrasco da Silva Caldeira é a personalidade que destacamos nesta edição do nosso Jornal “5 Estrelas”. Nascido em Santo Aleixo da Restauração, no concelho de Moura, foi professor do primeiro ciclo do Ensino Básico e é licenciado em História pela Universidade de Lisboa. Está já aposentado, no entanto leciona História nas Academias Seniores de Serpa e Moura. Há muitos anos que reside na cidade de Serpa, onde exerceu as suas funções de docente, de Presidente do Conselho Diretivo do Ciclo e Diretor da Escola de Artes e Ofícios Tradicionais desta localidade. Desde muito cedo que se interessou pela cultura em geral e pela do Alentejo em particular. Antes do 25 de abril de 1974, já escrevia artigos nos jornais “Diário do Alentejo” e no “Diário de Lisboa”, os quais abordavam os valores democráticos e a cultura da nossa região, que mereceram cortes de lápis azul da censura. Em termos literários, sempre manteve uma forte ligação com a escrita, intensificando-se nas últimas décadas, em resultado de uma maior disponibilidade e de uma profunda investigação a que se tem

dedicado. Sabemos que é uma pessoa que tem um carinho especial pelo ensino e pela escrita. Pensa que o facto de ser neto duma Professora Primária e filho dum escritor o possam ter influenciado a seguir esse caminho? João Mário Caldeira (JMC) - O ambiente familiar influencia sempre, para melhor ou para pior. Pelo que me toca, que vivi até à adolescência num meio fechado como era a aldeia de Santo Aleixo, teve muita e, felizmente, boa influência. Em minha casa, houve sempre jornais e livros que abriram portas para outros mundos e outros saberes. O meu pai e o meu avô paterno sempre escreveram (já a

minha avó professora não), tendo deixado coisas interessantes, algumas delas publicadas. O meu pai, além da intervenção nos jornais da região, editou até um livro, estimulando sempre em mim o interesse pela leitura e pela escrita a que hoje me entrego com muito gosto. Quando era da nossa idade que tipo de aluno era? JMC - Era um aluno com aproveitamento médio, não tendo demonstrado dificuldades na aprendizagem, sempre respondendo satisfatoriamente àquilo que me era exigido. Só que o meu mundo não cabia nas paredes da escola. Sempre vivi preso das histórias que me contavam lá fora, da observação dos costumes da aldeia, da paixão pelo campo, pelos bichos e pela natureza. Desde cedo comecei a registar, com a inocência própria da idade, coisas desse mundo que sentia mágico. Frequentemente me distraía, voando para muito longe, prejudicando o aproveitamento escolar em que podia ter brilhado mais. A escola do meu tempo não era para sonhadores. 3


(cont.) Como foram os seus tempos de juventude? JMC - Durante os anos sessenta do século passado, a minha juventude foi predominantemente ocupada com o estudo, no intervalo do qual convivia com os amigos em saídas ao campo, jogos de futebol, de bilhar e gozo dos festejos que, durante o ano, decorriam na aldeia. Era um ambiente muito fechado sem acesso aos grandes acontecimentos culturais e de diversão que aconteciam nas cidades. O contacto frequente entre rapazes e raparigas, hoje normal, era então muito diferente devido aos costumes rígidos da sociedade. Havia muito poucos jovens a estudar, pois a maioria era obrigada a entrar no mundo do trabalho para ajudar a sobrevivência da família logo que terminava os quatro anos de escolaridade. Felizmente que os meus pais puderam dispensar-me de outros trabalhos que não fossem os do estudo e que me conduziram à docência para que sentia vocação. A escrita tem feito parte do seu quotidiano, tendo já publicado muitos livros. Podemos dizer que o Alentejo está muito presente na sua obra literária? Se sim, porquê? JMC - Só se pode escrever o que se conhece bem, muito mais se foi vivido. Ora, como alentejano nado e criado na região, é para o Alentejo que pende a minha modesta escrita, ainda que não dispense incursões que ultrapassam os seus limites. Na ficção é muito frequente que sejam as personagens a condicionar o andamento da narrativa, exigindo que se sigam caminhos que, à partida, não se previam. No entanto, o Alentejo continua palco privilegiado daquilo que vou escrevendo. Para além disso, continua ativo enquanto docente, uma vez que é professor na Universidade Sénior. Pode-nos contar a importância dessa experiência? JMC - O trabalho que desenvolvo nas Academias Seniores de Serpa e Moura é corolário de uma vida dedicada ao ensino que tem percorrido vários escalões, desde o primário, ao preparatório, ao secundário e ao profissional. Esta última experiência com Seniores é apaixonante, pois é gente que só ali está por vontade própria em procura de saberes e de convívio com iguais que lhes haviam escapado ao longo da vida. E tudo se torna ainda mais apaixonante quando o professor da disciplina é sénior também... Que mensagem poderia deixar aos jovens da nossa geração?

JMC - Que vivam com gosto a vida e a experiência escolar que lhes é proporcionada e que hoje tem um conforto e condições de aprendizagem que não se imaginavam no meu tempo. O futuro que vão ter pela frente não se revela fácil, mas mais difícil se tornará se não começarem a preparar-se bem para o enfrentarem.

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ATIVIDADES NO AGRUPAMENTO

Por Cátia Carapinha e Maria Cola

Jardim de Infância de Safara No Jardim de Infância de Safara, construímos instrumentos de apoio à organização do grupo que servem para orientar o nosso trabalho diário. As crianças têm um papel ativo neste processo. Eis alguns deles:

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Trabalhos do 3ºano - Amareleja

Por Luísa Valadas

Convenção dos Direitos da Criança A turma do 3ºA, para assinalar o 31º Aniversário da Convenção dos Direitos da Criança e mostrar a sua generosidade, decidiu fazer um donativo e ajudar o Instituto de Apoio à Criança, espalhando a magia do Natal. O mundo só pode ser melhor, do que até aqui, quando consigas fazer mais p'los outros que por ti! António Aleixo Direito a proteção especial

Direito à educação

Direito a um nome e a uma nacionalidade desde o nascimento

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(cont.)

O Outono

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(cont.)

A Galinha Medrosa

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1º Ciclo - Póvoa de S. Miguel

Por docentes da EB1 de Póvoa de S. Miguel

Comemoração do S. Martinho No dia 11 de novembro, alunos, professores e assistentes operacionais da EB1 de Póvoa de S. Miguel quiseram manter viva a tradição e comemoraram, mais uma vez, o Dia de S. Martinho. Este ano, devido à pandemia, os festejos realizaram-se de uma forma diferente mas, ainda assim, muito divertida. Na parte da manhã, os alunos trabalharam e ilustraram a história da “Maria Castanha”, entoaram canções e fizeram um pequeno recipiente para colocar as castanhas assadas. À hora do intervalo, as assistentes operacionais levaram a cada uma das salas de aula as castanhas assadas e um sumo, que o Presidente da Junta de Freguesia local generosamente ofereceu, e que fizeram a delí-

cia de todos! No período da tarde, os alunos ilustraram a “Maria Castanha” e exploraram provérbios e adivinhas sobre esta festividade. Foi um dia muito animado!

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Por Mª Isabel Nunes

Comemoração do Halloween

No nosso Agrupamento, não houve espaço para desânimos nesta semana de Halloween e a professora de Inglês, para celebrar e dar a conhecer as tradições e costumes da cultura inglesa e norte-americana, lançou um desafio aos alunos do terceiro e quarto anos para que fizessem, juntamente com os seus familiares, objetos alusivos ao Halloween. E os alunos fizeram questão de o aceitar fazendo casinhas assustadoras, bruxinhas encantadoras, fantasmas brincalhões, maravilhosas casas assombradas, aranhas arrepiantes, morcegos, esqueletos e muitas coisas mais. As salas de aula ganharam cor e outra vida e numa altura em que nos fechamos para a incerteza e o desconhecido, sabe bem brincar com algo tão divertido. Os nossos meninos e os seus familiares portaram-se muito bem, foram empenhados e imaginativos. Parabéns!

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Por José Pinto

Dia da Alimentação

No Dia Mundial da Alimentação, que se assinalou no passado dia 16 de outubro, o mais importante foi a alimentação saudável. De acordo com dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde em 2018, 10% da população portuguesa sofre de diabetes, 36% dos adultos sofre de hipertensão e 57% de obesidade, juntando-se ainda a estes valores os das crianças: 30% têm excesso de peso e 12% são obesas. Para assinalar este dia, o nosso professor de Ciências Naturais, o professor José Pinto, pediu que trouxéssemos revistas de supermercados e com a ajuda de tesoura, cola e cartolina elaboramos uma pirâmide da Dieta Mediterrânica que se encontra exposta na nossa sala. A dieta mediterrânica é um modelo alimentar que deriva da tradição gastronómica da bacia do Mediterrâneo, onde a produção de azeite constitui uma atividade importante do setor primário. O seu sucesso deriva da capacidade de integrar fatores alimentares e nutricionais numa estrutura de hábitos culturais, sociais, históricos e económicos, potenciadores de efeitos benéficos sobre a saúde, com reflexo positivo na prevenção de doenças cardiovasculares, metabólicas, neurodegenerativas e algumas formas de cancro. Baseia-se numa ingestão predominante de alimentos de origem vegetal, como cereais, legumes e frutas, complementados pelo azeite, sementes e frutos secos e por uma ingestão menor de proteína animal, onde a preferência é dada ao peixe fresco e aos laticínios. Uma boa ingestão hídrica (onde o vinho, consumido de forma moderada, ocupa um lugar importante) e a prática regular de atividade física completam a recomendação. Texto dos alunos do 5ºA e 6ºC

5ºA

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Por José Pinto

Dia Mundial do Não Fumador

No passado dia 17 de novembro, celebrou-se o Dia Mundial do Não Fumador. Nas aulas de Ciências Naturais, elaboramos uma cartolina alusiva ao tema. Devido às restrições do COVID-19 foram distribuídas tarefas a todos os alunos para que se evitasse ao máximo estar a trabalhar em grupo. Assim sendo, alguns alunos ficaram responsáveis por fazer modelos de cigarros com materiais de revistas e folhas velhas que seriam para reciclar, outros desenharam e pintaram as letras da cartolina e, no final, reunimos os materiais pedidos pelo professor e construímos o cartaz que está exposto na nossa sala de aula. Aprendemos que o tabagismo é responsável por mais de 8000 mortes em Portugal, das quais cerca de 4000 por doenças cardiovasculares, 2000 por cancro do pulmão e as restantes por enfisema do pulmão e cancro noutros órgãos. Embora a opinião pública esteja mais sensibilizada para associar o tabagismo à ocorrência de cancro, a verdade é que, devido ao tabaco, morrem mais pessoas por doença cardiovascular do que por cancro. De facto, mais de um terço das mortes por doença cardiovascular é devido ao fumo do tabaco.

NÃO FIQUES PRESO A ESTE VÍCIO! Só perdes tempo, saúde e dinheiro.

Faz-te à vida com humor, determinação, força, ecologia e desporto! Texto dos alunos do 6ºC

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Dia Internacional

Por Ana Madeira

da Pessoa com deficiência

No dia 3 de dezembro, comemorou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. É uma data comemorativa internacional, promovida pelas Nações Unidas desde 1998. Tem como objetivo incutir uma maior compreensão pelos assuntos relativos à deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar das pessoas. Além disso, procura, também, aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela inclusão das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural.

No nosso Agrupamento, o Departamento de Educação Especial pretendeu assinalar este dia com a apresentação de cartazes que passassem uma mensagem de sensibilização para o direito à igualdade de oportunidades e para a não discriminação de nenhum cidadão. Para tal, todas as turmas do Agrupamento foram convidadas a apresentar os seus cartazes, os quais iriam ser submetidos a um concurso onde fosse apurado o mais criativo. Estes foram expostos à entrada da sala do CAA e, posteriormente, foram avaliados por um júri.

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PROGRAMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Por Lúcia Martins

Dia Mundial da Alimentação Os alunos das turmas PIEF, para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, no dia 16 de outubro, realizaram uma exposição artística com trabalhos executados pelos mesmos, no átrio do agrupamento e ofereceram marcadores de livros, nos quais constavam receitas de sumos detox. Este dia foi criado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), em 1981, e tem como objetivo alertar para os problemas relacionados com a alimentação e a nutrição.

"Día de Muertos” e “Pão por Deus”

Para explorar a tradição do "Halloween" e do "Día de Muertos", os alunos das turmas PIEF visualizaram um documentário e um filme, decoraram máscaras alusivas ao tema e construíram jogos. Em relação à tradição portuguesa do “Pão por Deus”, assistiram a um vídeo e cada aluno enfeitou um saco com uma quadra dedicada à tradição. No dia 30 de outubro, estes alunos juntaram-se no momento de convívio lúdico pedagógico para jogar ao Bowling Fantasmagórico, ao Arco às Bruxas e ao Atira à Abóbora.

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Dia de São Martinho Para comemorar o Dia de São Martinho, os alunos do PIEF2, em Viver Português, exploraram o texto dramático: “Maria Castanha e os duendes”. Alguns fizeram desenhos que serviram de cenário à peça e outros deram voz às personagens. Assim, os alunos compreenderam que por trás de uma produção teatral existe o dramaturgo - autor da peça - os cenários, os técnicos de som e de luz, bem como os atores que dão vida às personagens.

Dia Internacional dos Direitos Humanos Este dia é comemorado anualmente a 10 de dezembro, a data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948. A Declaração é um documento importante que proclama os direitos inalienáveis das pessoas, independentemente da sua raça, cor, religião, do sexo, idioma, da opinião

política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, do nascimento ou de outro estatuto. Assim, as turmas do PIEF assinalaram os Direitos Humanos com decorações natalícias no bar da escola, onde, em cada estrela, constava um direito. “Os Nossos Direitos. As Nossas Liberdades. Sempre.” (Nações Unidas)

Estendal dos Direitos Humanos

Mais uma vez, os alunos das turmas PIEF participaram

na

campanha

nacional

-

“ESTENDAL DOS DIREITOS”- que assinalou o 31º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança. Os alunos decoraram t-shirts, fazendo referência aos direitos da criança: “as crianças têm direito a brincar, a ter comida, a ter uma família, a ter uma casa, a ir à escola… a serem bem tratadas e cuidadas”.

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Discriminação

Por Ana Sofia Sampaio

Nos dias 19 e 20 de novembro, os alunos Andreia Fernandes, Francisco Campaniço, Inês Cardas, João Andrade, Mário Machado e Octávio Cardas da turma PIEF 1 entrevistaram alguns docentes e não docentes da Escola Básica de Amareleja sobre a discriminação. Inicialmente, os alunos identificaram-se e perguntaram se podiam fazer a entrevista, gravar e tirar fotografias para, depois, publicar no jornal da escola e no Facebook do PIEF. De seguida, deu-se início à entrevista, da qual se publicam alguns excertos: Andreia, Inês, Mário, João, Octávio, Francisco:

O que é a discriminação? Sr. Tó Manel: A discriminação é tomarmos atitudes

Lúcia Martins: Discriminação é quando

diferentes para pessoas diferentes, com uns agimos de

não se respeita o outro ou quando não se res-

uma forma e com outros agimos de outra forma.

peita, por exemplo, a religião.

Sofia Túbal: Para mim, a discriminação é não tratarmos todas as pessoas de forma igual. É quando temos atitudes diferenciadas para uma pessoa e para outra. Graça Gonçalves: É não dares o valor devido a outra pessoa. Djalma: Discriminação é quando você olha para uma pessoa e não com concorda com a escolha dela, com o jeito dela. Discriminação é você não aceitar uma pessoa na sociedade. … ou quando você não aceita uma pessoa do jeito que ela é, as escolhas dela, acaba discriminando ela.

Sr. Tonecas: O que eu entendo por discriminação é que é algo em que não reconhecemos os direitos de cada um, independentemente da raça, do meio social onde vive, da cultura própria de cada um, do sexo, da identidade perante a sociedade. Quero dizer com isto o quê? Eu sou de

raça branca, mas, pelo facto de eu ser de raça branca, tenho de saber respeitar as outras raças, com o devido respeito, desde que não me faltem ao respeito a mim.

Octávio: Já sofreu algum tipo de discriminação? Se sim, pode contar-nos? Sofia Túbal: Já sofri, porque o pai do meu filho é negro e, quando eu estava com ele, acabava por ser

alvo também de racismo e ouvia comentários menos próprios.

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Discriminação (cont.)

Andreia: Já discriminou alguém? Porquê? Djalma: Se eu falar que não, eu vou estar mentindo. Já discriminei também. Mas foi na época de criança, época em que não imaginava o que era certo e o que era errado. Na vida é assim, na vida a gente vai aprendendo. Hoje erra, a gente aprende, a gente conserta os erros, mas já discriminei, sim.

João: Se visse um casal homossexual a beijarse, tratava-os mal ou defendia-os se alguém os tratasse mal? Porquê? Sr. Tó Manel: Eu acho que cada um deve fazer

as suas escolhas de acordo com a sua orientação sexual e ninguém tem de opinar nem que manifestar se é contra ou a favor. Tem de aceitar, só.

Inês: Contratava uma pessoa gorda para uma campanha publicitária de fatos de banho? Sr. Tonecas: Eu não faço campanhas publicitárias, mas, se fizesse, tanto tem direito uma pessoa magra e elegante para fazer uma campanha publicitária como tem uma pessoa obesa de fazer uma campanha publicitária de bikinis para obesos. Claro que uma pessoa gorda não vai fazer uma campanha com um bikini de uma pessoa que pesa 40 kg. A gente vê que tudo o que são extremos não é bom, mas, com todo o respeito,

toda a gente tem direito à vida, seja gordo, seja magro, seja o que for. Contratava se eu fosse um publicitário. 17


Discriminação (cont.)

Francisco: Casaria com um homem ou uma mulher de cor negra? Graça Gonçalves: Claro que sim, são iguais a nós. É uma cor, poderia ser amarelo, cor de rosa, é uma pessoa igual a

nós.

Andreia: Era capaz de ser amigo de um deficiente mental? Djalma: Sou amigo, eu já cuidei de um menino desde os doze anos de idade até aos dezassete anos e ele

era deficiente e a gente criou um laço de amizade muito bom e esse é um caso. Eu, no consultório, já atendi muita gente com problema mental e sempre tive uma boa relação. E na família eu tenho... tenho uma irmã que tem problema mental e ela é a minha paixão, eu adoro ela.

Mário: Deixou de ir à loja dos chineses desde que existe o coronavírus? Porquê? Lúcia Martins: Não, não deixei de ir à loja dos chineses, ou seja, eu continuo a fazer a minha vida com todos os cuidados necessários que nós sabemos: desinfetar as mãos, usar a máscara, ter a distância recomendada. Portanto, continuo a ir à loja dos chineses como ia. Ontem, por aca-

so, fui comprar as molas nos chineses para o estendal. 18


O QUE LEMOS...

Gostei de ler o livro "História de um caracol que descobriu a importância da lentidão", principalmente porque achei interessante a mensagem que esta obra nos passa. Este livro faz-me pensar que os nossos aspetos negativos, por vezes, podem até ser positivos. Neste caso, o caracol viu que a lentidão lhe podia ser útil em determinadas situações. Com este livro apercebi-me também que a vida é muito agitada e acelera-

da e, às vezes, precisamos de uns momentos para descansar. Clara Tiago, 9ºB

Gostei imenso de ler este livro. Zezé, a personagem principal, é uma criança traquina e sente-se incompreendido pela família. A leitura desta obra faz-me crer que ter uma família que nos dê atenção e carinho é uma grande sorte. Zezé não teve nada disso e é no seu mundo de fantasia e, depois, na amizade vivida com um Português, que ele se refugia da dura realidade que vive. Ricardo Casilda, 9ºB

Trata-se de livros de uma grande coleção. São livros de fácil leitura e que captam facilmente a nossa atenção. Greg , o autor do diário, é um rapaz um pouco rebelde, mas que vive as diferentes situações da sua vida de uma forma divertida. Gostei dos vários livros que já li, pois são cómicos e cheios de aventuras. Diogo Campaniço, 9ºB

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O QUE ESCREVEMOS... RAPTO MISTERIOSO Meu Deus! Onde estamos nós? Acho que estamos dentro de uma carrinha! Talvez estejamos num camião! Ih! Estamos aos trambolhões aqui dentro. Lara, como vamos sair daqui? Deveríamos tentar abrir a porta. Então, empurra com força. Conseguimos, Matilde! E agora?

Agora temos de tentar pular sem nos magoarmos. E se alguém nos apanha? Iremos fugir. Pula! Rápido, corre! Onde viemos nós parar! Finalmente a salvo! Matilde Caeiro, 7ºB

ACONTECIMENTO INESPERADO Martim, eu disse-te que isto podia acontecer. Irra! Tinha que ser logo agora! Não posso ficar aqui muito tempo.

Grita, pode ser que alguém nos oiça. Usa a inteligência! Parece-te que alguém vai ouvir? Eu nunca pensei que isto pudesse acontecer. Liga para alguém! Raios! Não tenho rede no telemóvel! Agora, estamos aqui por tua culpa. Mesmo que estejas zangado, não vale a pena. Fazemos as pazes? Oh, desculpa! Isto podia ter acontecido a qualquer um. Sairemos o mais rápido possível. Prometo! Miguel Ramos, 7ºA

PRESAS NO ELEVADOR Isto não pode estar a acontecer! A sério! Para que querem os elevadores se não os arranjam? Ri-te, ri-te! Tem muita graça ficarmos presas aqui. Agora não imagino como podemos sair. Cá para mim foi porque carregaste cinquenta vezes no botão! Achas mesmo?! Lá estás tu! Nunca queres as culpas. Amiga, vamos é pensar numa forma de sair daqui.

Desculpa esta minha irritação, mas estou a ficar com medo. Olha...estou a ouvir alguém. Ajudem-nos! Tirem-nos daqui! Iara Calado, 7ºA 20


Por Alice Rocha

PARA REFLETIR Pequenos gestos de cidadania

A cidadania é um conceito que está claramente associado à vida em sociedade e que em termos mais abrangentes se concretiza em ações que devem ter como fim último o respeito pelos outros e o seu bemestar. Como estamos todos interligados, visto que nenhum de nós é uma ilha em si mesmo, isto significa que cada uma das nossas ações se reflete inevitavelmente nos outros e no próprio planeta. Em início de ano, altura em que se costumam formular objetivos pessoais para o ano inteiro, é importante relembrar e sublinhar exatamente isto: cada uma das nossas ações reflete-se nos outros. E, quando falamos em outros, não nos referimos apenas aos nossos familiares, vizinhos e amigos mas também a todos os "outros": os

que habitam na mesma localidade, no mesmo distrito, no mesmo país e no mesmo planeta, ou seja, todos! Se queremos uma sociedade cada vez mais cívica, mais defensora dos direitos humanos e da dignidade humana, da igualdade de género, da paz, do respeito pela diferença, pelo Ambiente, pela sustentabilidade e pela dignidade animal, devemos ter este princípio em conta. Atravessamos um tempo histórico que só conhecíamos dos manuais de História (a peste negra, a gripe espanhola e outras epidemias que foram ocorrendo ao longo dos séculos). Olhando para o passado, sabemos que o futuro não vai ser fácil. Por isso, torna-se ainda mais urgente pensarmos em cada uma das nossas ações. Em termos de pandemia, usar a máscara, lavar/desinfetar constantemente as mãos, manter o distanciamento social e não sair de casa se não for mesmo absolutamente necessário são comportamentos que todos devemos adotar para protegermos os outros e a nós próprios, porque estamos todos interligados. Se eu não me protejo, não protejo os

outros e, se não protejo os outros, ponho todos em risco. E para além de colocar os outros em risco, sobrecarrego hospitais, sobrecarrego recursos humanos e materiais. Por isso, se cada um cumprir a sua parte, estaremos a contribuir para a melhoria do bem-estar de todos, onde nos incluímos também. Não pensemos que o mal só acontece aos outros, que temos uma estrelinha da sorte que nos vai livrar da pandemia. Sejamos conscientes das nossas ações. Sejamos cidadãos conscientes dos nossos deveres cívicos. Em termos de igualdade de género, devemos também estar atentos e denunciar todos os indícios que tenhamos de maus-tratos, de violência doméstica ou de namoro. Em termos ambientais, devemos também ter consciência de que cada uma das nossas ações se reflete em todo o planeta. Separemos os resíduos, colocandoos nos respetivos ecopontos de modo a evitar que muitos deles vão parar aos oceanos, que são o maior pulmão do planeta. Temos ecopontos para o papel; para o vidro; para as embalagens de plástico e de metal; para as pilhas; para os óleos; para vestuário e calçado e para eletrodomésticos (Ponto Eletrão). Quanto aos resíduos orgânicos como as cascas de frutos e legumes, borras de café e de chá, cascas de ovos e folhas de plantas, se tivermos uma horta ou jardim poderemos criar um compostor doméstico e colocá-los lá. Fazer compostagem caseira não só reduz o volume do lixo que vai para aterro, produzindo gás metano, como evita a compra de adubos ou fertilizantes para a horta, quintal, jardim, vasos e floreiras. A compostagem doméstica tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos, não só por ser um processo ecologicamente sustentável, mas também por ser bastante económico. Colocar em prática a política dos 5 Erres (Recusar, Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar) é uma forma eficaz de reduzirmos a nossa pegada ecológica. Mais uma vez, está nas nossas mãos agirmos de forma cívica. Estes são apenas alguns dos pequenos gestos de

cidadania que podem contribuir para uma vida e um mundo melhores! Cada uma das nossas ações, por mais isolada que pareça, tem impacto na vida de alguém. Antes de agir, pense nisso! Fiquemos em casa! Juntos, vamos conseguir superar este momento trágico que está a assolar toda a Humanidade! 21


BIBLIOTECA ESCOLAR

Por Anabela Ramos

Colar de Contas

“Colar de Contas” é um projeto da Biblioteca Escolar, no âmbito da Hora do Conto, da responsabilidade da professora Anabela Ramos. As nossas crianças/alunos prestam atenção ao Conto, numa leitura em voz alta, feita pela professora, desenvolvem uma atividade inerente ao mesmo e é-lhes ofertada uma conta, por cada conto, para o

seu colar. Pretende-se criar nas mesmas o gosto pela leitura, desenvolvendo

a

criatividade,

a

atenção/

concentração, o espírito crítico e a imaginação. Queremos crianças felizes, pequenos pensadores, com um colar repleto de conhecimentos, sonhos e esperança!

22


Por Anabela Ramos

Uma árvore repleta de esperança! Nesta época natalícia, no âmbito do projeto da Biblioteca Escolar “Colar de Contos”, desenvolvido pela professora Anabela Ramos, os alunos do 1º ciclo embelezaram esta árvore para vos desejar Boas Festas e Boas Leituras! Depois da leitura, em voz alta, do conto “Cem sementes que vo-

aram”, os alunos deixaram nesta árvore o que gostariam que as suas sementes espalhassem. Assim sendo:

SENTIMENTOS IGUALDADE

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Por Lília Fernandes e Susana Balinha

ECO-ESCOLAS

A nossa escola efetuou, mais uma vez, a sua inscrição no programa Eco-Escolas 2020/2021. Os temas a trabalhar este ano serão a Água, Resíduos, Energia, Ar e Espaços Exteriores. Contamos com a colaboração de Todos! Em janeiro, temos a nossa Auditoria Ambiental. A participação de todos é um grande contributo para a Equipa Eco-Escolas!

Entrega do Galardão

No dia treze de novembro, decorreu a cerimónia de Entrega das Bandeiras Eco-Escolas2020, em reconhecimento do trabalho realizado por todos os intervenientes que colabora-

ram para o sucesso das Eco-Escolas. O ano letivo 2019/2020 foi um ano particularmente difícil, exigindo um esforço suplementar não só da ABAE/ECOESCOLAS que propôs novas atividades como dos professores que tiveram de se adaptar e adaptar a apresentação de conteúdos e tarefas para acompanhar as escolas em confinamento. Apesar dos constrangimentos decorrentes da pandemia, a nossa escola foi uma das 1617 escolas galardoadas. Este ano, a cerimónia foi transmitida em direto de Lisboa e integralmente online, transmitida no Youtube ABAE e facebook Eco-Escolas.

A nossa escola teve a honra de ser convidada por ter sido identificada como uma das mais antigas da região, para representar o distrito de Beja na cerimónia. A nossa escola conta já com 16 bandeiras e é uma Eco-Escola desde 2004.

Projeto Escola-Eletrão No ano letivo 2019/2020, recolhemos 3122 kg de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, com a colaboração do nosso principal parceiro, a Junta de Freguesia de Amareleja. Desse trabalho conjunto, resultou um prémio para o nosso agrupamento, um tablet marca Samsung Galaxy taba 2109 Preto 32 GB.

Obrigada a toda a comunidade por contribuir para uma melhoria do Meio Ambiente.

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(cont.)

Trabalhos realizados em 2020/21

Comportamentos adequados e não adequados para com o Meio Ambiente Máscaras no chão, Não! O Eco-Escolas colaborou com diversas turmas, no âmbito do Domínio de Autonomia Curricular (DAC)- Eu e a minha Terra - e solicitou aos alunos que fotografassem, nas diversas localidades da nossa comunidade

escolar, comportamentos adequados e menos adequados com o Meio Ambiente. E o resultado foram muitas fotografias de Máscaras atiradas para o CHÃO! “As máscaras atiradas para o chão aumentam não só a poluição ambiental, mas também o risco de propagação da COVID-19. Não deite a máscara para o chão!” Cuide de si, cuide de todos!” Direção Geral de Saúde

Leonor Santana 9ºA Travessa de São Domingos- Amareleja

Diogo Agulhas 9ºA Travessa das Flores Amareleja

Laura Santos 9ºB Rua General Humberto Delgado Póvoa de São Miguel 25


Por Elisabete Vogado

CLUBE DE PROTEÇÃO CIVIL TORRE DE VIGIA Olá a todos Nós somos o Clube de Proteção Civil do Agrupamento de Escolas de Amareleja.

No dia 5 de novembro, pelas 11h05, data que coincidiu com o Dia Internacional dos Tsunamis, realizouse o exercício nacional A TERRA TREME. Esta iniciativa foi promovida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e procurou chamar a atenção para o risco sísmico e para a importância de comportamentos simples que os cidadãos devem adotar em caso de sismo, mas que podem salvar vidas. O exercício realizou-se dentro da sala de aula e teve a duração de apenas 1 minuto, durante o qual os participantes foram convidados a executar os 3 gestos que salvam: • Baixar – (baixar-se sobre os joelhos - esta posição evita que possa cair durante o sismo, mas permite mover-se); • Proteger – (proteger a cabeça e o pescoço com os braços e as mãos, procurar abrigar-se, colocar-se, se possível, sob uma mesa resistente e segurar-se a ela firmemente); • Aguardar – (aguardar até a terra parar de tremer). O principal objetivo deste exercício foi dar a conhecer aos cidadãos as medidas preventivas e os comportamentos de autoproteção a adotar ANTES, DURANTE e DEPOIS de um sismo.

Porque TODOS SOMOS PROTEÇÃO CIVIL! A responsável pelo Clube da Proteção Civil, Elisabete Vogado, e os alunos colaboradores

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TORRE DE VIGIA

Por Elisabete Vogado

Como as turmas do 5.º ano têm alunas e alunos que vêm das escolas de Safara, Santo Aleixo da Restauração e Póvoa de São Miguel e nunca participaram num simulacro na escola sede, foi realizado um exercício para lhes ser dado a conhecer todo o procedimento a ter em conta numa situação de evacuação da escola, o qual decorreu no dia 18 de dezembro, pelas 11h15. Agradeço, desde já, aos docentes Ana Sampaio, Bruno Raposo e Rute Lourenço pela sua colaboração e participação na realização deste simulacro. No segundo período, iremos repetir exercícios de evacuação com toda a comunidade educativa. Porque TODOS SOMOS PROTEÇÃO CIVIL! A responsável pelo Clube da Proteção Civil, Elisabete Vogado, e os alunos colaboradores

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Por Alice Rocha

Num ano letivo atípico, devido à pandemia por Covid-19, o Clube de Teatro tem desenvolvido a sua atividade também de forma atípica. Assim, durante o primeiro período, ensaiou apenas uma peça intitulada “Direitos Humanos: realidade ou utopia?” que será apresentada em janeiro. De modo a garantir a segurança sanitária, a peça será filmada e gravada, sendo apresentada aos alunos de outras turmas através de filme. Com esta peça pretendeu-se assinalar a comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos e

promover a reflexão sobre a importância do respeito pelo outro, da tolerância e da luta por um mundo mais justo e fraterno. Mais uma vez, os pequenos atores e atrizes estão de parabéns pelo seu desempenho! Ao longo do ano letivo serão apresentadas mais peças sempre com o objetivo de comemorar factos históricos e culturais e promover uma cidadania ativa. Com a participação no Clube de Teatro, pretende-se: • Promover hábitos de leitura; • Aperfeiçoar o domínio da língua portuguesa (expressão oral e escrita); • Desenvolver a expressividade, a colocação de voz e a expressão motora; • Desenvolver a criatividade e o sentido estético; • Contribuir para o desenvolvimento da autoestima, da autoconfiança e da autonomia; • Ajudar a capacitar os alunos para falarem em público ou para públicos alargados; • Melhorar a relação interpessoal; • Desenvolver o espírito crítico, o sentido de responsabilidade e a capacidade de intervir; • Promover o trabalho em equipa, o espírito de partilha e o respeito pelas normas básicas de convivência em grupo; • Promover atitudes de diálogo, argumentação, compreensão e tolerância; • Possibilitar, de uma forma lúdica, através dos temas selecionados, a interiorização de valores como o respeito pelo Ambiente, a cidadania, a tolerância, a amizade, a cidadania europeia, entre outros; • Contribuir para o enriquecimento cultural de toda a comunidade educativa através, por exemplo, de peças que divulguem a vida e a obra de personalidades históricas ou de factos históricos; • Contribuir para o crescimento pessoal dos alunos; • Melhorar a participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar; • Colaborar com as várias estruturas educativas (clubes, departamentos, etc.) e instituições locais (Junta de Freguesia, Ludoteca, Câmara Municipal de Moura), entre outras. Esperemos que os nossos pequenos atores e atrizes continuem responsáveis e empenhados e que 2021 traga a superação desta pandemia para que possamos todos regressar ao palco com público a assistir…

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DESPORTO ESCOLAR

Por Marcos Valente

Tiro com Arco De 28 de setembro a 28 de outubro, realizou-se o

1º torneio

do clube kaskadura de tiro com arco a 3 metros. O torneio contou com 59 atiradores de ambos os géneros e

escalões.

1º Torneio - Futsal

No dia 18 de novembro, realizou-se o 1º torneio de futsal feminino. Agradecemos a todas as participantes a magnífica exibição desportiva. Classificaram-se as seguintes equipas: Escalão infantil: 1º lugar: Power Girls Escalão iniciados: 1º lugar - Go Team

2º lugar - No Name Girls 3º lugar: Power Girls 29


(cont.)

Escalada Decorreu o torneio de escalada, via direita. O torneio teve início no dia 28 de outubro e terminou no dia 27 de novembro. Os alunos inscritos no clube Kaskadura foram desafiados a subir a parede de escalada no mínimo tempo possível.

FORMAÇÃO INTERNA

Por David Fialho

Este ano letivo tem sido diferente de todos os outros, com um conjunto de medidas e cuidados associados ao contexto de Pandemia. Estas medidas preventivas e protetoras têm, naturalmente, alterado todas as rotinas escolares. O Plano de Formação Interna do Nosso Agrupamento não foi exceção, tendo sido adaptado a esta realidade, de modo a que se continue a realizar formação no Agrupamento de forma segura para todos. Deste modo, no 1.º período, foram dinamizadas duas ações de formação de curta duração, de 6 horas cada. Estas ações decorreram por videoconferência. A primeira ação, dinamizada pelo Professor Jorge Cruz, teve como tema a "Avaliação para as aprendizagens e avaliação das aprendizagens" que abordou questões associadas à avaliação formativa. Esta ação contou com 22 formandos.

A segunda, destinada a técnicos especializados e a docentes dos 2.º e 3.º ciclos, teve a temática do "Desenvolvimento de competências pessoais de jovens" e abordou teorias e práticas para o trabalho de competências sociais e emocionais com jovens. Esta ação contou com 16 formandos e teve como formador o psicólogo David Fialho. Tendo presente o caráter presencial das ações de formação destinadas aos Assistentes Operacionais e o atual contexto de pandemia, decidiu-se proceder ao adiamento das ações planificadas para a interrupção letiva do 1.º Período.

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Por David Fialho

SABIA QUE...

Sabia que... só consigo estar a escrever este texto graças ao medo? É verdade, em muitas e diferentes situações, o medo já me informou de perigos e preparou-me para me proteger de muitos riscos e é graças a ele que, deste modo, consigo estar aqui. Quem está a ler este texto, também só o consegue fazer graças à proteção do medo e dos seus sinais de alarme protetores. Hoje vamos falar sobre o medo, que é uma resposta normativa e autoprotetora que nos prepara para nos relacionarmos com diferentes ameaças. A verdade é que alguns dos medos da infância e juventude, associados a situações e objetos que não são perigosos, são transitórios, de intensidade moderada, específicos de uma determinada fase de desenvolvimento e são evolutivos e normativos. Estamos a falar do medo de estranhos, da separação dos pais, do escuro, de monstros, de barulhos, de falhar, de avaliações, entre outros... Então, porquê falar de medo, se ele tem uma função protetora e se é esperado em determinadas idades?? A verdade é que nós também temos medos que não são normativos, que são prolongados, que surgem com demasiada intensidade e frequência, assim como são manifestados de modo desproporcional ao risco ou até sentidos em situações em que o perigo não existe, como são exemplo os medos do escuro, de espaços fechados ou de falar em público. A verdade é que o medo, associado a ansiedade e a preocupações, pode ter efeitos significativos no nosso bem-estar, nas nossas rotinas e no nosso desenvolvimento, sendo este o grupo de problemas que surgem com maior frequência nas consultas de saúde mental infantil.

De outro prisma, com frequência, situações e contextos seguros são evitados ou enfrentados com grande nervosismo, fazendo a criança perder situações agradáveis ou potenciadoras do seu crescimento adequado. Para lidarmos melhor com o medo, temos, primeiro, de o conhecer um pouco melhor. O medo manifesta-se através de três respostas: as cognitivas (os nossos pensamentos), as fisiológicas (aumento do ritmo cardíaco, sudorese, náuseas, alterações no ritmo de respiração, sensações de falta de ar, calafrios, tonturas, etc.) e as comportamentais (enfrentar, fugir, evitar, esconder). Quanto aos pensamentos, o medo e a ansiedade vêm associados a pensamentos de preocupação, a hipervigilância, a perceções antecipatórias de ameaça, a avaliações negativas, a ruminações de fuga e a preocupações frequentes, até com os próprios sintomas físicos do medo ou da ansiedade. Então, a pessoa an-

siosa tem tendência para prestar atenção a informação mais negativa, antecipando danos e dificuldades, mesmo quando estes não são prováveis. Os mais ansiosos e inseguros são indivíduos que antecipam catástrofes e que se percebem incapazes para encarar e ultrapassar problemas/perigos/dificuldades. Muitas vezes, de um evento negativo surgem generalizações, como são exemplo os alunos que, por terem uma negativa num teste, criam a regra de que não vão ser capazes de tirar boas notas nas próximas avaliações. Noutras situações, a informação é tratada de forma seletiva, sendo que, em 10 testes, um aluno tem uma negativa e 9 positivas e acaba por valorizar mais a negativa, negligenciando o sucesso, o que o faz prever dificuldades. Como estamos a ver, os medos são muitas vezes enganadores e alimentados por pensamentos irrealistas que, normalmente, surgem de modo automático. Quando tentamos perceber a etiologia do Medo, ou seja, a origem e as causas do medo, percebemos que este é explicado pela conjugação de fatores biológicos e genéticos com outros ambientais (modelos, experiências, aprendizagens). 31


(cont.) É aqui que entra o papel dos pais e da família. Os pais são modelos, partilham informação, controlam e restringem a conduta e as rotinas dos seus filhos. Os pais mais ansiosos são, normalmente, modelos de ansiedade e de medo, verbalizam medos e preocupações, informam sobre expectativas negativas e modelam reações ansiosas e de esquiva que podem ser observadas e aprendidas pelos filhos. Estes pais, normalmente, partilham, de forma excessiva, informações de preocupação: "tem cuidado", "tem cuidado", "tem cuidado"... De outro prisma, são pais que, por receio, restringem e controlam em demasia o que não facilita o normal enfrentamento de medos, nem facilita o desenvolvimento da autonomia e independência. Assim, estes pais limitam as oportunidades de desenvolvimento, prejudicam a noção de autoeficácia e retiram autonomia. Em sentido contrário, temos pais que revelam um défice de envolvimento no desenvolvimento dos seus filhos, o que, por vezes, resulta em excessiva autonomia, sem que a criança esteja preparada para tais desafios, o que leva a insucesso, dúvidas e, consequentemente, a ansiedade, assim como pode proporcionar uma falta de confiança nas figuras de referência, o que, naturalmente, levará a insegurança. Em sentido contrário, pais atentos e presentes, mas patrocinadores da responsabilidade e da autonomia, pais que têm cuidados e que ajudam com conta, peso e medida, favorecendo o natural enfrentamento de medos transitórios, costumam contribuir para crianças mais seguras, confiantes e tranquilas. Então, para crianças e jovens mais seguros e confiantes, devemos: - Ser modelos adequados perante medos e preocupações; - Promover a autonomia e a responsabilidade de modo equilibrado e tendo presente a idade da criança ou do jovem; - Incentivar as crianças a falarem sobre o medo. Ao falar, o objeto do medo fica menos assustador, podemos banalizar o medo e tranquilizar a criança, fazendo perguntas que a levem a perceber que não existe perigo e que a façam ver que em outras situações semelhantes nada acontece; - Fazer ver a importância de se enfrentarem os medos falsos; - Expor a criança, quando preparada, a desafios, aprendizagens e novos contextos; - Facilitar, sem forçar, a exposição da criança aos objetos de medo; - Tranquilizar a criança quando esta tem de enfrentar situações ansiogénicas (escuro, ficar na escola sem os pais, apresentar trabalhos, realizar testes, participar em atividades desportivas ou outras...); - Racionalizar o medo, mostrando que os medos "irracionais", apesar de desagradáveis, não são fonte de perigo e que devem ser enfrentados; - Reforçar, elogiando as situações em que as crianças enfrentam o medo, enaltecendo, também, o caso de nada lhes ter acontecido, ao contrário do que o medo lhes "dizia", através dos pensamentos; - Desenhar um plano, com a participação da criança, para enfrentar o medo. O facto de a criança participar na elaboração do plano dá-lhe uma noção de controlo da situação, o que contribui para a sua segurança. Ainda assim, importa dizer que, quando uma criança revela medos com muita frequência e intensidade, causando-lhe mal-estar acrescido e prejudicando as suas rotinas, esta deve ser alvo de uma avaliação/ intervenção psicológica que garanta a melhoria da sua noção de segurança e o seu ajustamento emocional, o que contribuirá para um desenvolvimento mais saudável. Para o efeito, já sabe que pode contar com

os psicólogos do nosso Agrupamento.

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