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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO

A BUSSOLA edição nº 11 - dezembro de 2016 Direção: Maria Antónia Ferreira. Coordenação: Fátima Bonzinho. Equipa Técnica: Alice Murteira, Maria Angélica Manoel, Manuel Dias, Teresa Soares, Helena Assude; Ana Maria Piçarra, Raquel Rodrigues. Assistente operacional: Alcídia Piteira. Jornalistas efetivos: Guilherme Marcelino. Colaboradores: alunos dos 8º A/S, B e C

A nossa escola comemorou o Dia Mundial da Diabetes

Desde há alguns anos a esta parte, a nossa escola tem vindo a comemorar o Dia Mundial da Diabetes, umas vezes intramuros, outras vezes levando os alunos para fora da escola, em caminhadas que, pelo volume da turba, despertam logo a curiosidade dos transeuntes e os fazem lembrar, pelo menos por alguns instantes, de que a nossa saúde nunca deve ser esquecida. Os mais novos, esses, divertem-se com a missão e levam o seu entusiasmo pelas ruas, arrastando, muitas vezes, quem passa, a acompanhar e participar. Este ano, no dia 14 de novembro, mais uma vez com o impulso imparável do PromoSaúde, em colaboração

com a Diabentejo, a Escola Básica Manuel Ferreira Patrício mobilizou mais de 400 alunos e professores, numa caminhada até à praça do Giraldo, local onde se encontraram mais umas quantas turmas de outras escolas, para comemorar o Dia Mundial da Diabetes. Pela primeira vez, cumpriu-se um trajeto mais longo, que rodeou a muralha e fez entrar a multidão de alunos pela rua Serpa Pinto acima, até chegar à praça do Giraldo. Aí, a Diabentejo tinha algumas estruturas já montadas, entre as quais um pequeno palco com alguém que incitava tanto a miudagem como os mais graúdos à dança, uma forma de alertar toda a gente para

a necessidade de fazermos exercício físico, seja ele de que tipo for, de modo a levarmos uma vida mais saudável e sem diabetes. Mais para o final da manhã, houve largada de balões e continuou-se a caminhada pelas zonas da Sé, depois o templo romano, traseiras da fundação Eugénio de Almeida, largo da Câmara Municipal, Jardim das Canas, rumo à nossa escola, que a malta já ia cansada e com a sensação de dever cumprido. Da parte da tarde, por volta das 14:00 horas, mais coisa menos coisa, os 9ºanos refizeram a volta, desta feita para participarem nos rastreios que a Diabentejo havia preparado, ainda na praça do Giraldo. Estavam

montadas algumas bancadas onde qualquer pessoa poderia fazer rastreios à visão e à glicemia. Os nossos alunos e professores, sem medos, lá fizeram os testes e, à exceção de um ou dois casos um pouquinho mais preocupantes - para esses não há mais bolos toda a gente passou com distinção. Obviamente que a saúde não é algo que devamos descurar, portanto interessa manter o que está bem e tratar do que está mal. Toda a atividade, tanto da parte da manhã como da parte da tarde, correu às mil maravilhas. Alunos e professores mostraram que é possível fazer trabalho em prol da comunidade, dedicando um

pouco do nosso tempo e vontade. Claro que tudo isto não teria sido possível sem a ajuda daqueles que trabalharam nos bastidores. Por isso, a escola Básica Manuel Ferreira Patrício e o PromoSaúde querem deixar uma palavra de agradecimento a toda a comunidade educativa que participou no evento, à Diabentejo, à PSP, que mais uma vez nos acompanhou, cumprindo o seu trabalho sempre de forma excelente, e a todos aqueles que, desta ou daquela maneira, dão um bocadinho de si e do seu tempo para fazerem com que estas coisas aconteçam. Manuel Dias

Dus et, volor aborro enimaxim eos nissinullut debis aut Neste número

Crianças terroristas..................................................................................................pág. 2 Dia Mundial da Alimentação.................................................................................pág. 2 Entrevista à diretora da EBMFP.............................................................................pág. 2 Lua gigante................................................................................................................pág. 3 A Hora do Código....................................................................................................pág. 4 Adolescentes e as novas dependências..................................................................pág. 4 Ser aluno estrangeiro na EBMFP...........................................................................pág. 4 Encontro com o escritor Carlos Canhoto.............................................................pág. 5 Acesso para deficientes e barreiras arquitetónicas...............................................pág. 5 Problemas psicológicos na adolescência...............................................................pág. 5 Donald Trump..........................................................................................................pág. 6 Os filhotes dos leões do Califado...........................................................................pág. 6 Vida para além do nosso planeta...........................................................................pág. 7 Curiosidades do sistema solar................................................................................pág. 7 À conversa com... (Sandra Cavaco/ Fátima Bonzinho).......................................pág. 8 Voluntariado.............................................................................................................pág. 8 Evolução da Astronomia.........................................................................................pág. 9 A minha sopa é.........................................................................................................pág. 9 Enigma Matemático.................................................................................................pág. 9 Biografias — Anne Frank........................................................................................pág. 10 Escola BD..................................................................................................................pág. 11 Já conheces o Espaço Com Tacto?..........................................................................pág. 11 Futsal..........................................................................................................................pág. 12 Redução do nº de alunos por turma......................................................................pág. 12 Mulheres e homens...direitos iguais?.....................................................................pág. 13 Migração....................................................................................................................pág. 13 Consumo de álcool e drogas na adolescência.......................................................pág. 14 Curtas.........................................................................................................................pág. 14 Usos e práticas mediáticas de crianças e jovens...................................................pág. 15 Ciganos: filhos do sol e da chuva............................................................................pág. 16

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diabetes é uma doença crónica caracterizada pela produção insuficiente de insulina ou por uma incapacidade do corpo em utilizá-la (insulinorresistência), resultando numa deficiente capacidade de utilização pelo organismo da principal fonte de energia, a glucose, e consequente aumento dos níveis de glucose (açúcar) no sangue. A insulina é uma hormona (“hormona da vida”) que controla a entrada da glucose para as células do corpo e quando esta é insuficiente ou não é usada como deveria, a glicose acumula-se no sangue em vez de entrar nas células e estas não conseguem funcionar corretamente. Existe a diabetes de tipo 1, que é a mais frequente entre crianças e jovens, e a diabetes de tipo 2, que ocorre habitualmente na idade adulta e está associada ao excesso de peso e a uma vida sedentária. Em termos práticos, o a maneira mais eficaz de evitarmos a diabetes, é optarmos por comportamentos saudáveis, que envolvam, obviamente, uma alimentação

equilibrada, a prática regular de exercício físico, a manutenção de um peso normal e não fumar. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, no ano de 2014, estimou-se que 40,3% da população portuguesa, entre os 20 e os 79 anos, tinha nessa altura diabetes ou hiperglicémia intermédia. Mais de 3000 crianças e adolescentes sofrem de diabetes de tipo 1, a forma mais grave da doença.

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ara saber se tem a diabetes, os principais sintomas são: visão turva com dificuldades em ver (especialmente à noite); sede excessiva; fadiga; urina frequente; fome; perda de peso; ulceras, infeções nas pernas ou nos pés. Existem vários tipos de diabetes. O tipo de diabetes mais comum é a diabetes de tipo 1. É uma doença autoimune, ou seja, afeta o nosso sistema imunitário. Este tipo de diabetes é geralmente diagnosticada na infância ou na adolescência, causada pela falta de insulina, que leva ao acúmulo de glicose no sangue. Tiago Vaz 8ºB


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

Dia Mundia da Alimentação na Escola Manuel Ferreira Patrício No dia 18 de Outubro de 2016, foi celebrado, na escola Manuel Ferreira Patrício, mais um Dia Mundial da Alimentação, com principal objetivo de mostrar, tanto a professores como a alunos, que podemos sempre optar por uma alimentação saudável e melhorar a nossa qualidade de vida. Foram realizadas muitas atividades, que ocuparam toda a manhã. Toda a comunidade escolar pode participar ativamente, de diversas maneiras, desde a organiza-

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ção de pequenas barracas, onde encarregados de educação e os seus educandos podiam vender alimentos saudáveis para professores e alunos, até a concursos e iniciativas desportivas bem interessantes. Entre estas, destacou-se a prova de orientação, que consistia em cumprir um determinado trajeto com pistas relacionadas com a

vida começa com a alimentação, e esta desempenha uma influência determinante no desenvolvimento emocional, mental, físico e social de cada um. A alimentação consiste em obter do ambiente uma série de produtos, naturais ou transformados, que conhecemos pelo nome de alimentos, que contêm substâncias químicas denominadas nutrientes importantes para a realização das funções vitais do organis- mo. Ao ingerir alimentos estamos a dar substâncias ao nosso corpo que vão: • Ajudar o nosso corpo a manter-se vivo e saudável; • Fornecer energia e nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo; • Contribuir para o adequado crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; • Ajudar na prevenção de certas doenças (ex.: obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, certos tipos de cancro, etc.). A alimentação é um processo de seleção de alimentos, fruto das preferências, das disponibilidades e da aprendizagem de cada indivíduo, processo esse que lhe permite escolher e distribuir as refeições ao longo do dia, de acordo com os seus hábitos e condições pessoais. De facto, o ato de comer, para além de satisfazer necessidades biológicas e energéticas vitais, é também fonte de prazer, de socialização e de transmissão de cultura. É hoje consensual que a alimentação é um fator determinante da saúde, e que excessos, carências e desequilíbrios influenciam a qualidade e a duração de vida de indivíduos e populações. “Somos o que comemos” ou “Somos em adulto um reflexo do que fomos fazendo durante o crescimen-

alimentação. Ainda durante a manhã, decorreu o Green-Chef, concurso já habitual nestas comemorações, e que, desta vez, consistiu na preparação e apresentação de saladas variadas. O dia foi muito bem passado pois, além das atividades referidas acima, houve também a roda dos alimentos. Com esta ativid a d e

pretende-se que a comunidade educativa contribua com alimentos não perecíveis de modo a ajudar famílias carenciadas. Mais uma vez, o PromoSaúde concretizou uma das atividades que mais tem favorecido as famílias carenciadas da nossa comunidade educativa. Para o ano cá estaremos todos a contribuir. Guilherme Marcelino

to” como provérbio antigo traduz bem este facto. É importante “saber comer”, ou seja, saber escolher os alimentos de forma correta e em quantidade adequada às necessidades diárias, ao longo das diferentes fases da vida. As doenças crónicas como a obesidade, o cancro, as doenças cérebro e cardiovasculares, a osteoporose, entre outras (muitas vezes causa de mortalidade prematura) surgem, em parte, como consequência dos comportamentos alimentares e de atividade física. Adicionalmente, embora a maioria da população tenha acesso a bens alimentares básicos, persistem ainda, no nosso país, problemas de carência alimentar, em particular em grupos socialmente excluídos. Muitos dos nossos hábitos alimentares são adquiridos logo desde os primeiros anos de vida e tendem a manter-se ao longo da mesma. É essencial praticar uma alimentação saudável durante a infância para permitir um normal desenvolvimento e crescimento e prevenir uma série de problemas de saúde ligados à alimentação, como sejam a anemia, o atraso de crescimento, a malnutrição, a obesidade, ou a cárie dentária. É preciso que a criança entenda e aprenda o significado e a importância de se comer bem (e não muito!) i.e. de trocar maus hábitos por bons hábitos alimentares. Por isso, a educação alimentar é tão importante, e a escola revela-se como espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da nutrição como ciência, arte, técnica e história. in Nutribrinca - Nutrição na Escola

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ma associação de estudantes é sempre um elemento fundamental numa escola e é preciso que os alunos que dela fazem parte saibam o que isso implica. Infelizmente, grande parte dos alunos tem uma ideia errada sobre para que serve, na realidade, uma associação de estudantes. Quisemos saber o que pensa a diretora da nossa escola, a Dra. Isabel Gomes, sobre a importância da existência de uma A.E., aqui na Manuel Ferreira Patrício. Enquanto diretora do agrupamento considera importante a existência de uma associação de estudantes? É sempre importante a existência de uma estrutura que represente os alunos. A mesma é importante, porque quantos mais olhares diferentes houver sobre a escola, mais contributos a escola terá. O olhar dos alunos é muitíssimo importante porque nós, adultos, às vezes não temos a sensibilidade ou percepção que vocês têm do que é bom para a escola, para saber o que é preciso ser melhorado. Nós adultos temos uma percepção diferente e, por isso, acho que é sempre importante e valiosa a existência de uma estrutura representativa dos alunos, neste caso, uma associação de estudantes. Existe alguma associação de estudantes cá na escola?

Nunca existiu, pois, como sabemos, é uma escola básica, onde os alunos, mesmo que façam todo o percurso escolar neste agrupamento, ao terminarem o 9º ano, são obrigados a mudarem de escola e de agrupamento, pois o nosso não oferece o secundário. Nunca foi colocada, por parte dos alunos, uma manifestação de interesse relativamente à criação de uma A.E. Mesmo que a lei não o permitisse - e eu penso que permite -, os alunos poderiam, com o apoio dos professores e da direção, constituir um grupo que, não tendo as características legais de uma associação de estudantes, funcionasse como tal. Esse grupo de alunos representariam democraticamente todos os seus colegas. Portanto, há sempre uma saída para todas as questões. Para esta, especificamente, embora possa

existir alguma limitação por parte da lei, há a possibilidade de organizarmos um grupo que represente, de facto, os seus colegas. E quais seriam as suas competências? Penso que essas competências estão expressas na lei, portanto eu posso disponibilizar-vos a lei que tem o regulamento da constituição e da organização de uma associação de estudantes, embora haja uma margem de autonomia por parte das Associações de Estudantes em que podem ser determinados requisitos e aspetos complementares que a lei não determina. Por isso, as grandes competências estão legisladas. Relativamente às competências básicas, posso ir investigar e recolher toda a informação necessária sobre essa lei ou essas leis que regulam a estruturação das associações de estudantes

e posso vo-la fornecer para que fiquem completamente esclarecidos do que é o enquadramento legal que envolve e que enquadra uma associação de estudantes. Fica desde já prometido que vos darei em breve toda a informação necessária. E então quais seriam os alunos que estariam envolvidos neste processo? Todos os alunos, porque se uma associação de estudantes é uma estrutura representativa que é eleita democraticamente por toda a população discente (os alunos), então serão os elementos eleitos, ou seja, os alunos reconhecidos pela maioria da população escolar, que devem dar voz a essa mesma população escolar. Tem alguma sugestão para dar aos alunos que queiram formar uma associação?

A primeira sugestão é conhecermos a parte legal, conhecermos a lei que regula e que esclarece sobre a constituição das associações A segunda é que, conhecendo a parte legal, terão todo o apoio da diretora, dos docentes e professores. Nesse sentido, portanto, estou completamente disponível para vos ajudar, caso seja do vosso interesse, a conhecer, como já vos disse, todo oque enquadramento. Caso exista essa vontade por parte dos alunos quando poderíamos dar inicio ao processo? O mais rapidamente possível. Não há qualquer impedimento temporal para iniciar essa nova experiência. por Guilherme Marcelino e Catarina Garnacha 8ºB

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

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Lua Cheia do dia 14 de novembro de 2016 foi extraordinária, não apenas por se tratar de uma Super Lua, mas sim por ser a maior e mais brilhante em cem anos! A NASA explicou o fenómeno e alerta que o próximo só acontecerá em 2034.

O que aconteceu? A Lua começou a aproximar-se da Terra às 11h22, quando entrou em fase de perigeu: em toda a sua órbita rotineira em redor da Terra, este é o ponto mais próximo em que poderá estar do planeta mãe. E esteve, neste momento, a apenas 356 mil quilómetros de nós. Quando o relógio bateu as 13h52 em Portugal, o fenómeno ganhou ainda outra dimensão: a Lua entrou em fase de Lua Cheia, mostrando todo o seu esplendor. Depois tivemos de esperar até às 17:49h, depois do Sol se pôr, dando-lhe espaço para brilhar muito mais. Na nossa opinião: A Super Lua do dia 14 de novembro não nos surpreendeu. Vimo-la à noite e pareceu-nos normal, ao contrário do que mostram as fotos. Rita Carrilho e Viviana Falcão - 8º A

Viagem a Marte Os Estados Unidos prometeram enviar pessoas a Marte por volta de 2030. Marte e o quarto planeta a partir do Sol, o segundo menor do sistema solar. Batizado em homenagem ao deus romano da guerra, muitas vezes e descrito como o “Planeta Vermelho“, porque o óxido de ferro predominante na sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada. Nos próximo 15 anos, o governo deve trabalhar com empresas privadas a fim de desenvolver estruturas capazes de transportar e abrigar os astronautas em missões de longo prazo. Serão convocados alguns dos principais cientistas, engenheiros e estudantes do país para um encontro em Pittsburgh, para analisar formas de progredir nesse campo e encontrar as próximas fronteiras. O chefe de estado revelou também que os Estados Unidos estão a trabalhar com parceiros comerciais para construir novos habitats que possam manter e transportar astronautas em missões de longa duração ao espaço profundo. Claudiu Ieseanu, Diogo Domingos e Rodrigo Bicho pág. 3


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A HORA DO CÓDIGO

A hora do código é um evento global onde dezenas de milhões de estudantes, em mais de 180 países, dedicam uma hora à ciência da computação para que toda a gente tenha acesso a este tipo de aprendizagem de forma a acabar com a ideia de que programar é difícil. Esta atividade também se vai realizar na escola Manuel Ferreira Patrício com as turmas do 8º ano, na disciplina de Português, com o professor Manuel Dias, entre os dias 5 de dezembro a 11 de dezembro, na sala de TIC. O intuito é o de mostrar aos alunos que a ciência da computação pode ser acessível a todos, e é simples, e estabelecer uma relação entre os diversos tipos de linguagem: visual, verbal, computacional… Guilherme Flores e Hugo Brandão 8ºA por Mariana Mocho e Beatriz Rosmaninho - 8ºC

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izemos um questionário a uma turma de 8º ano, para sabermos o tempo que os alunos desta turma passam ao telemóvel, Tablet, computador, etc… Também os questioná-

OS ADOLESCENTES E AS NOVAS DEPENDÊNCIAS

mos acerca das horas de estudo e a frequência de estudo. Dos inquiridos, 8 alunos responderam que passavam mais de 5 horas por dia no telemóvel, Tablet, computador, o que, obviamente, prejudica o estudo, sendo 2 horas por dia o tempo recomendado para estudantes do 8ºano. A maioria dos alunos também res-

pondeu que só estuda na véspera do teste, o que pode ser um fator a mais para tirar uma má nota. Em Portugal, os rapazes do 8º ano são os que têm maior dependência da internet e são também os que têm mais amigos nas redes sociais. A maioria dos alunos também respondeu que dorme com o telemóvel ligado que, apesar de não se aperceberem, pode ser um indício de dependência do telemóvel. Apenas dois dos alunos inquiridos responderam que dormem com o

telemóvel desligado. Segundo um estudo feito pela Faculdade de Motricidade Humana, os adolescentes portugueses passam em media 3 horas por dia ao telemóvel, o que, mesmo assim, está a cima do recomendado. Nos últimos 10 anos, a utilização da internet em Portugal tem-se mantido igual sem grandes aumentos. A maioria dos alunos questionados respondeu que o que faz no telemóvel é ir às redes sociais, embora, por exemplo, a idade mínima para se ter fa-

cebook seja 16 anos e é claro que a maioria dos alunos do 8º ano não tem 16 anos. Tem entre 13 a 14 anos. Para concluir, nós pensamos que os adolescentes devem reduzir o tempo ao telemóvel, Tablet ou computador. Além disso, os adolescentes devem “desligar-se” mais das redes sociais e da internet, para reduzir o risco de dependência do telemóvel, do pc ou de outros aparelhos com acesso ao mundo virtual.

SER ALUNO ESTRANGEIRO NA ESCOLA BÁSICA MANUEL FERREIRA PATRÍCIO

Entrevistámos três alunos estrangeiros provenientes do Senegal, de Cabo Verde e da Moldávia. Quisemos saber como foi a sua adaptação a uma nova realidade, um novo país e uma nova escola.

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primeiro entrevistado foi o aluno Éder Santana que nos contou que a sua adaptação foi difícil porque deixou a família no país de origem. Diz que sente saudades dos irmãos e amigos e também da comida cabo-verdiana. O segundo aluno entrevistado foi a Viviane Falcão, do Senegal, que também nos falou da sua experiência no nosso país. Diz que gos-

por Guilherme Flores, Guilherme Coelho e Hugo Brandão - 8ºA

tou da experiência de viver num país diferente e que a adaptação foi fácil, porque já tinha cá família. Manifestou saudades dos irmãos, que ainda estão no Senegal, de alguns amigos da sua escola no país de origem e também da comida. A língua também não foi uma barreira, pois já tinha vivido uns meses na Guiné Bissau e aprendeu um pouco de português. O último aluno a ser entrevistado foi o Clau-

diu Ieseanu que, ao chegar cá, não se sentiu confortável, já que estava num país com cultura, língua e costumes diferentes, mas a sua adaptação foi fácil, pois foi bem acolhido e diz que ainda sente algumas saudades dos amigos e dos avós. A língua portuguesa para ele também não foi uma barreira.

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Encontro com o escritor Carlos Canhoto No dia 17 de novembro de 2016, o escritor Carlos Canhoto veio à Escola Senhora da Glória. O encontro começou por volta das 14h e terminou perto das 16h. O escritor iniciou a sessão com a apresentação da história “Serei uma plantinha daninha?”. Durante a apresentação utilizou vários fantoches: uma minhoca, uma cabeça de brócolos e uma abelha. Ficámos a saber que, afinal de contas, a plantinha não era daninha mas uma bela melancieira que deu enormes melancias. De seguida, o escritor falou de outros livros que escreveu: “Barbatanar nas cores do arco-íris”, “Pirá”, “A minha avó Felicidade” e “Anuro” um sapo gigante que ele encontrou no campo e, levou para a sua

casa e a seguir para o Fluviário de Mora, onde ainda se encontra de boa saúde. Durante a sessão, o escritor apresentou uma música acompanhada por um cão/fantoche, o Zica, e a seguir outra música dançada pela “bailarina Irina”. Os alunos tiveram, ainda, oportunidade de colocar algumas questões ao escritor sobre a sua carreira e sobre alguns factos que lhe deram inspiração para escrever os seus livros. No final do encontro, o escritor Carlos Canhoto autografou os livros que tínhamos comprado durante a “Feira do livro”. Todos os alunos, professoras e assistentes operacionais gostaram deste encontro porque as histórias eram muito interessantes e o escritor Carlos Canhoto se revelou um excelente comunicador. Alunos do 3.º ano da Escola Senhora da Glória

Acessos para deficientes e barreiras arquitetónicas O que é a deficiência?

Deficiência é a falta de eficiência. Tratando-se de pessoas, significa que estas se veem impedidas ou condicionadas em algumas das atividades quotidianas, consideradas normais, devido à alteração das suas funções intelectuais ou físicas. As pessoas com deficiência têm, ainda, que enfrentar Barreiras Arquitetónicas que, em nada facilitam a sua deslocação de um local para outro, ou seja, a sua mobilidade.

a um lugar ou conjunto de lugares. Significa não apenas permitir que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população, visando sua adaptação e locomoção, eliminando as barreiras, consiste também em ter acesso a todo e qualquer material produzido, em áudio ou vídeo, para tanto adaptando todos os meios que a tecnologia permite.

No que consiste a acessibilidade das barreiras arquitetóAcessibilidade nicas? A acessibilidade tem sido uma preConsiste na possibilidade de acesso

ocupação constante nas últimas dé-

cadas… Atualmente estão em andamento obras e serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população, visando eliminar os obstáculos existentes ao acesso, modernizando e incorporando essas pessoas ao convívio social, possibilitando o ir e vir de forma independente. Mesmo assim há vários edifícios que têm falhas onde nós vamos demonstrar algumas delas No caso da nossa escola, a escola Básica Manuel Ferreira Patrício, encontramos estruturas devidamente preparadas para a fácil deslocação de alunos com deficiências motoras,

tais como, rampas, elevadores, porta adaptadas…

O porquê deste artigo

•Pretende-se sensibilizar os condutores, bem como a população em geral, para o estacionamento abusivo nos lugares reservados a pessoas com mobilidade reduzida; •Dar um grito de alerta a toda a sociedade para a falta de sensibilidade e respeito para com a população com mobilidade reduzida no acesso aos lugares reservados. O panorama atual é de uma total falta de respeito; •Pedir às autoridades que sejam mais interventivas e que atuem em conformidade quando se deparam com ocupação abusiva destes espa-

ços reservados, nomeadamente aplicando as coimas previstas na Lei; •Alertar a Câmara e as diversas juntas de freguesia para a necessidade do incremento destes lugares, tendo o cuidado de respeitar as características e condicionantes: lugares mais largos param permitir o acesso com a cadeira de rodas, ausência obstáculos no acesso ao passeio, correta identificação a nível de sinalização vertical e marcações horizontais Guilherme Marcelino - 8ºB

PROBLEMAS PSICOLÓGICOS NA ADOLESCÊNCIA: SOFRIMENTO EM SILÊNCIO

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adolescência é um período pelo qual todos nós passamos, e é nesta parte da nossa vida que começamos a construir o nosso próprio caráter, que começamos a fazer decisões para a nossa vida adulta e a separamos- nos da nossa zona de conforto. Porém, durante esta parte da nossa vida também sofremos bastantes alterações no nosso estado mental, o que pode causar alguns problemas ou até doenças que podem afetar a nossa vida psicológica, social e física. Alguns dos casos mais graves podem fazer com que os jovens possam vir a cometer suicídio, a praticar automutilação, a experimentar e viciar-se em drogas e transtornos alimentares. Estes são alguns dos fatores para perceber se um adolescente precisa de ajuda psicológica:

Mudanças de Humor

Este fator tem as suas diferenças entre estar mal-humorado. Essas diferenças são: humor depressivo intensificado, irritabilidade, falta de interesse e de prazer nas atividades que normalmente lhe dão satisfação, perda ou ganho de peso, dor de cabeça, excesso de sono e abuso de álcool ou outro tipo de drogas.

Modificações na Alimentação

As doenças causadas por este transtorno são por exemplo: Bulimia, que consiste em abuso de alimentos con-

sumidos ou vómitos, Anorexia, que consiste em diminuição abusiva de alimentos. Um adolescente com estes problemas mostra imenso medo de engordar, tomando medidas exageradas e desnecessárias para perder peso, chegando a um peso excessivamente baixo precisando assim de ajuda médica.

cidade, envolvimento em conflitos, uso de drogas, álcool e medicamentos em excesso, etc. Para este caso se resolver é preciso internamento numa clinica de reabilitação e acompanhamento psicológico. Ana Rita Sardinha, Beatriz Carriço, Miguel Guerra - 8ºB

Ansiedade

Este problema encontra as suas causas, por exemplo, em separações familiares ou problemas escolares. Estes casos podem ocorrer desde a infância até à adolescência, tornando-se num transtorno obsessivo compulsivo, de ansiedade generalizada, de estresse pós-traumático, de síndrome do pânico e de fobias. Quando estes casos se tornam muito intensificados podem prejudicar o comportamento social e profissional precisando por vezes de acompanhamento familiar, escolar ou psicológico.

Efeitos mais graves

Os efeitos mais graves dos problemas psicológicos na adolescência são o suicídio e automutilação. Estes casos podem ser mais explícitos ou podem passar despercebidos o que pode agravar imenso a situação do sujeito. Os efeitos mais comuns deste transtorno são conduzir em alta velo-

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

COISAS DO MUNDO No passado dia 8 de Novembro 2016, Donald Trump ganhou a presidência dos EUA. O evento até poderia ter sido tido como “normal”, não fosse Trump quem é.

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onald John Trump nasceu em 14 de junho de 1946 no bairro Jamaica no distrito do Queens na cidade de Nova Iorque. É o segundo dos cinco filhos de Frederick “Fred” Christ Trump (1905-1999) e Mary Anne MacLeod (1912-2000). Sua mãe nasceu nas Terras Altas (Highlands) da Escócia e aos dezoito anos, em 1930, durante férias em Nova Iorque, conheceu Fred Trump com quem se casou 1936[1]. Fred Trump nasceu, assim como seus filhos, no distrito do Queens. Os avós paternos de Donald Trump eram Friedrich Trump (1869-1918) e Elisabeth Christ (1880-1966), imigrantes alemães originários de Kallstadt, no re-

gião do Palatinado. Donald Trump tem quatro irmãos: dois irmãos, Fred Trump Jr. (19381981) e Robert Trump, e duas irmãs, Elizabeth Trump e Maryanne Trump. Sua irmã mais velha, Maryanne Trump Barry, é juíza do Tribunal Federal de Apelações.. Donald Trump ganhou a corrida à presidência dos EUA com 306 votos de delegados do colégio eleitoral contra 232 recebidos por Clinton. Trump tornou-se o quarto candidato dos Estados Unidos a ganhar o colégio eleitoral, apesar de

receber menos votos populares que seu oponente. A vitória de Trump foi uma grande reviravolta política, já que quase todas as pesquisas nacionais na época mostravam Hillary Clinton com uma modesta vantagem sobre Trump. A vitória de Trump marcou a primeira vez que os republicanos controlaram a Casa Branca. Na madrugada de 9 de Novembro de 2016, Trump ficou a saber que tinha ganho as eleições. Donald Trump nessa manhã fez o seu discurso de vitória diante de centenas

de partidários no Hotel Hilton, em Nova York. No discurso Trump prometeu curar a divisão nacional causada pela eleição. No dia 10 de Novembro de 2016, Donald Trump teve uma reunião com o ex-Presidente Barack Obama para discutir planos para uma transição pacífica de poder. Após a vitória de Donald Trump, protestos começaram a acontecer por todo o país, em parte devido a alguns comentários de Donald Trump, além de revelações feitas durante a campanha. Inês Pontes e Inês Alface- 8ºA

OS FILHOTES DOS LEÕES DO CALIFADO Um grupo jihadista, no Estado Islâmico treinou mais de 400 crianças para combater na Síria. “Os jihadistas forçam as crianças, a quem chamam de ‘filhotes dos leões do Califado”, a duros treinos militares e religiosos nos territórios que dominam na Síria”, diz a ONG (Organização não governamental). O Estado Islâmico tem mais de 30.000 mulheres grávidas nas suas terras, sob o seu controlo. O grupo extremista está a preparar uma próxima geração de ‘jihadistas’. Muitas das mulheres são raptadas, utilizadas como escravas sexuais ficando grávidas para simplesmente reforçar a futura força de combate dos ‘jihadistas’. Um relatório revela que as crianças que já estão sob o controlo dos ‘jihadistas’ são expostas a cenas de violência extrema desde muito novos. Vários vídeos postados nas redes sociais, em contas ligadas ao Estado Islâmico, mostram pessoas com os uniformes de guerra com uma pequena estatura e os rostos infantis que não deixam dúvidas de que são crianças-soldado carregando armas, a disparar e a rastejar no chão em treinos de guerra. Nas imagens, as crianças também são vistas a estudar textos religiosos em volta de uma mesa redonda. “Quando atingem a idade de 15 anos, esses meninos têm a opção de virar verdadeiros soldados que recebem salário, mas meninos com menos de 18 anos são usados pelo grupo como homens-bomba, fabricantes de bomba, informantes ou escudos humanos para proteger instalações contra ataques aéreos dos Estados Unidos “, indicou o diretor do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos). Como atraem as crianças? Um relatório afirma que a estratégia de recrutamento passa por atrair várias famílias inteiras, em vez das crianças isoladamente, ou passa até por prometer riqueza aos pais das crianças, pela própria criança, sendo que muita da população do Estado Islâmico é pobre. A organização terrorista Estado Islâmico cria também aplicações infantis para o sistema Android. O programa para as crianças do califado dá a possibilidade de aprender o alfabeto árabe, mas de um modo muito particular. Por exemplo, a letra árabe D corresponde a uma imagem de um tanque, ou “dababa” em árabe. Esta é uma realidade bem viva no estado islâmico, sendo que há varias instituições de ajuda e para combater o tráfico de crianças no Daesh. Diogo Coutinho e Cristiano Caldeirinha - 8ºC pág. 6


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VIDA PARA ALÉM DO NOSSO PLANETA

curiosidades do sistema solar Sabias que o universo surgiu a 15 mil milhões de anos? É verdade, George Gamow (1904-1968) supôs, com a Teoria de Big Bang, que há 15 mil milhões de anos houve uma violenta explosão que deu origem a uma nuvem de gases e poeiras que deu princípio ao universo.

Sabes qual é o maior satélite do sistema solar? O maior satélite natural de todos os planetas do Sistema Solar é Ganimedes, satélite de Júpiter, com cerca de 5.252 km de diâmetro. Este satélite é até maior do que o planeta Mercúrio. Sabes quantos planetas anões existem no sistema solar? No Sistema Solar, atualmente, são reconhecidos 5 planetas anões: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Porém, muitos outros objetos celestes poderão em breve vir a ser considerados como planetas anões.

De acordo com um cálculo elaborado por especialistas da NASA, existem 100 milhões de planetas na nossa galáxia que poderiam abrigar alguma forma de vida inteligente. É bem possível, portanto, que, daqui a duas décadas, a humanidade descubra a existência de seres extraterrestres. Durante a última conferência na sede de Washington, representantes da NASA revelaram um plano para procurar vida extraterrestre com a ajuda da última tecnologia em telescópios. A previsão é que, em 2017, seja lançado o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), que vai trabalhar em conjunto com o telescópio espacial James Webb, a ser lançado um ano depois. Ambos vão atuar para descobrir se, em algum dos milhões de planetas potencialmente aptos para a vida inteligente, existe alguma im-

pressão química que a comprove. “O que não sabíamos há cinco anos é que, em, aproximadamente, 10% a 20% dos casos, há planetas do tamanho da Terra que orbitam estrelas e que se encontram na zona habitável”, declarou Matt Mountain, um dos cientistas que preparam o lançamento do telescópio James Webb. “Está no nosso alcance chegar a uma descoberta que vai mudar o mundo para sempre”. “Penso que dentro de 20 anos, descobriremos que não estamos sozinhos no Universo”, afirmou o astronauta Kevin Hand que acredita que a Europa, um dos satélites de Júpiter pode abrigar vida. Tomé Fernandes e Tiago Torres - 8ºA

Porque é que em fevereiro tem 28 ou 29 dias? O ano bissexto ocorre a cada quatro anos e tem no mês de fevereiro um dia de acréscimo (o dia 29). Um dia tem na verdade 23 horas mais uma fração de hora. Devido a este arredondamento, cada ano dura 365,25 dias (365 dias mais 6 horas). Em quatro anos, essas frações de dias (6 horas) tornam-se um dia inteiro, e ele é adicionado ao ano bissexto para manter uma data correta. Sabes quantos dias levam os planetas a darem uma volta completa ao Sol? Os planetas levam meses e até anos para dar uma volta completa em torno do Sol (que representa um ano naquele lugar). Medindo em dias/meses/ anos terrestres, essa é a duração dos anos marcianos, jupiterianos, mercurianos etc.: Mercúrio, 88 dias, Vénus, 225 dias, Terra, 365 dias, Marte 1 ano e 322 dias… Sabias que as marés são provocadas pela força de atração solar e lunar? Quando o Sol e a Lua formam um ângulo reto em relação à Terra, essas forças de atração tendem a anular-se, produzindo as marés de amplitude mínima ou marés baixas. Quando os dois astros estão na mesma linha, a atração torna-se exagerada e provoca as marés de grande violência. Joana Mendes e Luana Pepe - 8ºB pág. 7


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

À CONVERSA COM... Depois de ter vindo a ser acompanhado pela intérprete Sandra Cavaco, durante 4 anos, resolvi fazer-lhe uma breve entrevista, de modo a que todos nós a possamos conhecer um pouco melhor.

SANDRA CAVACO

Quando decidiste ser intérprete de LGP? Tive o primeiro contacto com a Língua Gestual Portuguesa, quando estive a trabalhar em Londres. Quando regressei a Portugal, decidi fazer uma formação de Língua Gestual Portuguesa por curiosidade. Ao contrário do que se pensa, a Língua Gestual Portuguesa não é universal. Cada país tem a sua língua gestual Onde aprendeste Língua Gestual? Primeiro aprendi língua Gestual inglesa, depois aprendi língua gestual austríaca, num intercâmbio na Áustria. Em Portugal, aprendi na Universidade de Setúbal.

Porque quiseste ser intérprete? Porque me apaixonei pela língua e achei que era uma profissão que me faria sentir especial. Para exercer a profissão de intérprete tiveste de te deslocar de Faro (Algarve), a tua terra-natal, para Évora. Foi difícil essa transição? Como esta profissão é muito específica, as unidades de surdos só existem em algumas escolas do país. Sabia que dificilmente conseguiria trabalhar perto de casa. Acabei por ficar colocada em Évora. No início custou-me muito o facto de estar tão longe da família e o clima ser diferente. Agora sinto principalmente falta do mar e da proximidade da praia, que me faz tão bem. Há quanto tempo és intérprete? Há 10 anos. Todos na mesma escola. Ser intérprete é uma profissão cansativa? Como qualquer profissão é, mas o trabalho de intérprete requer mais esforço físico para usarmos o corpo para transmitir o que está a ser dito. E o

FÁTIMA BONZINHO

Entrevistámos a professora bibliotecária da Manuel Ferreira Patrício e quisemos saber como é trabalhar numa biblioteca escolar e como é lidar com os alunos naquele espaço todos os dias.

sabilidades são coordenar as bibliotecas escolares do agrupamento, adquirir livros que são necessários, pedidos pelos professores para poderem trabalhar com os alunos, bem como, adquirir livros do interesse dos alunos, de cada faixa etária; realizarmos atividades; pensarmos em projetos para trabalhar em diferentes competências, de modo a que vocês tenham acesso educativo. Porque quis ser bibliotecária? Porque é uma função de que gosto muito. Sempre gostei muito de trabalhar com livros e com leitura e, sobretudo, trabalhar nesta função, porque a minha profissão é ser professora e, assim, tenho a possibilidade de trabalhar com todos os alunos de diferentes idades, do agrupamento. O que é que gosta mais no seu trabalho? É difícil, porque gosto de tudo o que desempenho, mas, sem dúvida que a minha função preferida é preparar O que é ser bibliotecária? É uma profissão muito interessante, é uma das funções as «horas do conto» para os mais novos, pois implica que um professor pode exercer numa escola, desde que pensar na «hora do conto», no que vamos trabalhar, tenha formação para isso. No fundo, as nossas respon- nos temas a serem falados … e implica preparar uma

esforço mental, porque precisamos de pensar em duas línguas ao mesmo tempo. Normalmente, as intérpretes, ao fim de alguns anos, começam a ter problemas relacionadas com tendinite e articulações, o que torna difícil mexer o corpo e os braços para a tradução. José Roque - 8ºS

actividade fora desta, entre outras. Acha que os livros impressos serão sempre valorizados ou já sofrem com a era da Internet? Não, acho que o livro vai ser sempre um livro , dá outro prazer pegar num livro e folhear as páginas, embora também goste da leitura digital, mas o livro nunca vai ser desvalorizado. Acha que a sua profissão é devidamente valorizada? Acho que sim, quer dizer, tem dias, porque é importante haver um professor bibliotecário num agrupamento escolar. Quais são as dificuldades do seu trabalho? Muitas vezes é a falta de tempo para responder a todas as solicitações, porque gostaríamos de fazer mais coisas e não temos essa possibilidade e era necessário mais um assistente operacional aqui na biblioteca, e substituir equipamento informático. Tatiana Caeiro e Paulo Santos - 8ºB

Cada vez mais, o trabalho de voluntariado é uma forma de estarmos presentes na sociedade de uma forma ativa e útil. Dar um pouco do nosso tempo a quem necessita é uma forma de nos sentirmos mais vivos

O

voluntariado é o conjunto de ações de interesse social e comunitário em que toda a atividade desempenhada reverte a favor do serviço e do trabalho. É feito sem recebimento de qualquer remuneração ou lucro. É uma profissão de prestígio social visto que o voluntário ajuda quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais solidário. Algumas das áreas principais que abordam o volunta-

riado são a intervenção social, a Saúde o Ambiente o Desporto. A intervenção social consiste em ajudar as pessoas mais incapacitadas e não só. Em que atividades podemos fazer o nosso trabalho de voluntariado? Nos lares, podemos conversar com os idosos; podemos fazer recolha de roupas e brinquedos. Na área da saúde podemos dispo-

nibilizar o nosso tempo para fazer companhia a pessoas doentes e solitárias. Relativamente ao ambiente, poderiam ser organizadas campanhas de recolhas de lixo nas praias,florestas,ruas... No desporto, podíamos organizar atividades lúdicas para aqueles que precisam de se mexer. Eis algumas instituições que aceitam trabalho de voluntariado:

• Cruz Vermelha Portuguesa; • Federação das Associações de Dadores de Sangue de Portugal; • Liga dos Bombeiros Portugueses; • Liga Portuguesa contra o Cancro; • Caritas Inês Alface

Sofia Roque - 8ºA pág. 8


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Como a astronomia evoluiu ao longo da história da humanidade

por João Paulo Roque e Diogo Gouveia - 8ºC

A Astronomia é uma ciência natural que estuda corpos celestes (como estrelas, planetas, cometas, nebulosas, aglomerados de estrelas, galáxias) e fenómenos que se originam fora da atmosfera da Terra (como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas). Ela está preocupada com a evolução, a física, a química, e o movimento de objetos celestes, bem como a formação e o desenvolvimento do universo. A história da astronomia envolve um período de tempo tão antigo quanto a origem do homem. A astronomia é a mais antiga das ciências naturais. Descobertas arqueológicas têm fornecido evidências de observações astronómicas entre os povos pré-históricos. Desde a antiguidade, o céu vem sendo usado como mapa, calendário ou relógio. Desde o início, o homem sempre olhou para o céu em busca de possíveis correlações entre as suas histórias e os fenómenos cósmicos. Essas primeiras observações eram frutos da imaginação e da criatividade humana, o que deu origem as constelações. Elas também originaram à organização dos ciclos na agricultura, a contagem do tempo e os pontos referências para orientar-se na terra e no mar. Eles relacionavam os objetos no céu (e seus movimentos) a fenómenos como a chuva, a seca, as estações do ano e as marés.

CHINA 4000 a.C. A astronomia na China tem uma longa história. Casas em Banpo de 4000 a.C. eram orientadas numa posição coincidente com a culminação da constelação Yingshi (Parte do que chamamos de Pegaseus), logo após o solstício de inverno. Isso era feito com o propósito de fornecer uma boa quantidade de luz solar para a casa. Mosaicos de duas das quatro Mega constelações (Dragão, Fénix, Tigre, Tartaruga) flanqueavam a sepultura Longshan em Puyang praticamente na mesma época. O observatório astronómico de Taos (2300-1900 a.C. usava as colinas ao leste como marcador. Grécia séc. IV a,C Os gregos antigos desenvolveram a astronomia, a qual relacionavam como um ramo da matemática, a um nível bem sofisticado. O primeiro astrónomo a desenvolver um modelo geométrico de três dimensões para explicar o movimento aparente dos planetas foi Eudoxo de Cnido no século IV a.C.; seu modelo era baseado em esferas homocêntricas, e era geocêntrico. Seu contemporâneo mais jovem, Heraclides do Ponto, propôs que a Terra rodava ao redor de seu eixo.

A MINHA SOPA É...

Astronomia Moderna No final do século XIX foi descoberto que, quando a Luz do Sol era decomposta, uma miríade de linhas espectrais era observada (regiões onde havia pouca ou nenhum luz). Experiências com gases aquecidos mostraram que as mesmas linhas podiam ser observadas no espectro de gases, linhas especificas correspondendo a elementos específicos. Foi evidenciado que, elementos químicos encontrados no Sol (maioritariamente hidrogénio e hélio) também eram encontrados na Terra. Durante o século XX, a espectroscopia (e estudo dessas linhas) avançou, especialmente devido ao advento da física quântica, que era necessária para compreender as observações. Mesmo que nos séculos anteriores os astrónomos notáveis eram exclusivamente homens, na virada do século XX as mulheres passaram a desempenhar um papel importante nas grandes descobertas astronómicas. Civilizações mesoamericanas Os códices maias incluíam tabelas detalhadas para calcular as fases da Lua, a repetição de eclipses e o aparecimento e desaparecimento de Vénus como a estrela da manhã ou como da tarde. Acredita-se que os Maias orientavam um grande número de estruturas em relação ao extremo nascer e pôr de Vénus. Para os antigos maias, Vénus era o patrono da guerra, e acredita-se que muitas das batalhas que foram registradas tenham sido sincronizadas com os movimentos desse planeta. Marte também é citado e preservado em códices astronómicos antigos e na antiga mitologia maia. Idade Média - Astronomia árabe Os gregos realizaram contribuições importante no campo da Astronomia, mas o progresso tornou-se estagnado na Europa medieval. A Europa Ocidental entrou na Idade Média com grandes dificuldades que prejudicaram a produção intelectual do continente. Muitos dos tratados da Antiguidade Clássica (em grego) não estavam disponíveis, restando somente sumários e compilações simplistas. Em contraste, os textos gregos prosperaram no mundo Árabe e nas mãos de padres em paróquias remotas que necessitavam de conhecimentos básicos em astronomia para calcular a data exata da Páscoa, um procedimento chamado de Cálculo da Páscoa.

Enigma Matemático Um problema de matemática aplicado a alunos de 10 anos numa olimpíada de conhecimento em Singapura tornou-se viral. A questão desafia o estudante a descobrir a data de aniversário da menina Cheryl, a partir de frases destacadas por dois amigos dela, Albert e Bernard

“Albert e Bernard são os novos amigos de Cheryl, e eles querem saber quando é o aniversário dela. Cheryl dá-lhes uma lista de 10 possíveis datas: • 15 de maio >> 16 de maio >> 19 de maio • 17 de junho >> 18 de junho • 14 de julho >> 16 de julho • 14 de agosto >> 15 de agosto >> 17 de agosto

A

EB da Cruz da Picada foi desafiada pela Unidade de Cuidados na Comunidade de Évora a participar no Projeto "A minha sopa é...", integrado nas comemorações do Dia Mundial da Diabetes, no concelho de Évora. A comunidade escolar começou por criar a sopa, tendo por base a cor verde. Foram escolhidos os vegetais tendo em conta o seu valor nutritivo e a sua cor. Elaborada a receita, vários alunos, das diferentes turmas, pintaram em esferovite vegetais e moldaram em plasticina as leguminosas que da sopa faziam parte. Para finalizar o trabalho, os alunos decoraram um cartão que seria a base do prato de sopa. É de salientar que a EB da Cruz da Picada recebeu o 1º prémio e vai ter o seu refeitório requalificado pelos alunos do Curso de Artes da Escola Secundária Gabriel Pereira! Parabéns a todos os envolvidos neste Projeto!!

Cheryl, então, diz a Albert e Bernard, separadamente, o mês e o dia do seu aniversário, respectivamente. Albert: “Eu não sei quando é o aniversário de Cheryl, mas eu sei que Bernard não sabe também”. Bernard: “No começo eu não sabia quando é o aniversário de Cheryl, mas agora eu sei”. Albert: “Então eu também sei quando é o aniversário de Cheryl.” Afinal, quando é o aniversário de Cheryl? Para saberes a resposta, procura a professora Elsa Barbosa

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BIOGRAFIAS ANNE FRANK

A

nnelies Marie Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto. Ela tornou-se uma das figuras mais discutíveis do século XX após a publicação do Diário de Anne Frank. Nascida na cidade de Frankfurt am Main, na República de Weimar, ela viveu grande parte de sua vida em Amsterdão. A sua fama deu-se graças aos documentos em que relata suas experiências enquanto vivia escondida num quarto oculto, ao longo da ocupação alemã nos Países Baixos, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1933, com a ascensão dos nazistas ao poder alemão, começaram a ocorrer manifestações antissemitas, o que fez com que a sua família temesse o que iria acontecer com eles desde então. No ano seguinte, mudaram-se para Amsterdão, onde viveram uma vida normal por seis anos, sobrevivendo com as empresas do pai de Anne. Em 1940, quando os nazistas invadiram os Países Baixos, a população judaica foi perseguida e proibida de frequentar diversos locais. Dois anos depois, a família decidiu esconder-se em esconderijo de um edifício comercial; dividindo-o com mais 4 pessoas. Próximo do fim da guerra, o grupo foi traído misteriosamente e transportado para campos de concentração. Anne e sua irmã, foram levadas até o de Bergen-Belsen, onde morreram, de tifo epidémico, em fevereiro de 1945. Com o fim da guerra, o único sobrevivente foi o pai de Anne, que retornou a Amsterdão e descobriu que o diário da filha havia sido salvo por Miep Gies. Após muito esforço, seu pai conseguiu publicar o diário, e, desde então, é um dos livros mais traduzidos do mundo. Foi lançado também um filme biográfico da adolescente, sob o título The Diary of Anne Frank (1959). O museu, Casa de Anne Frank, foi inaugurado em 3 de maio de 1960. Anne também foi imortalizada com uma estátua de cera no Museu Madame Tussauds, além de ter sido considerada pela revista Time um ícone do último século. Sónia Pereira e Mariana Almeida - 8ºA

sábado, 20 de junho de 1942 Escrever um diário é uma experiência realmente estranha para uma pessoa como eu. Não só porque nunca escrevi nada antes, mas também porque me parece que, mais tarde, nem eu nem ninguém estará interessado nos devaneios de uma rapariga de treze anos. Oh, enfim, não importa. Apetece-me escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de desabafar todo o tipo de coisas. «O papel tem mais paciência do que as pessoas.» Pensei neste ditado num daqueles dias em que me estava a sentir um pouco deprimida, e estava sentada com o queixo apoiado nas mãos, aborrecida e apática, tentando decidir se devia ficar em casa ou sair. Acabei por ficar onde estava, melancólica. Sim, o papel tem realmente mais paciência e, uma vez que não estou a pensar deixar mais ninguém ler este caderno de capa dura a que me refiro grandiosamente como «diário», a menos que alguma vez encontre um verdadeiro amigo, provavelmente não fará qualquer diferença. Agora estou de volta ao ponto que me levou a ter um diário: não tenho um amigo. Deixa-me explicar melhor, uma vez que ninguém acreditará que uma rapariga de treze anos esteja completamente

sozinha no mundo. E não estou. Tenho uns pais amorosos e uma irmã de dezasseis anos, e há cerca de trinta pessoas a quem posso chamar amigos. Tenho um monte de admiradores que não conseguem tirar os olhos de cima de mim e que, por vezes, têm de recorrer ao uso de um espelho de bolso para conseguirem apanhar um vislumbre meu na sala de aula. Tenho uma família, tias amorosas e um bom lar. Não, aparentemente tenho tudo, exceto um único amigo verdadeiro. Quando estou com amigos só penso em me divertir. Não consigo falar de mais nada, a não ser das coisas vulgares do dia a dia. Parece que não conseguimos aproximar-nos mais, e o problema é esse. Talvez seja por culpa minha que não confiamos uns nos outros. De qualquer maneira, é assim que as coisas são, e infelizmente não é provável que mudem. Foi por isso que comecei este diário. Para definir a imagem deste amigo há muito esperado na minha imaginação, não quero simplesmente apontar os factos neste diário como a maioria das pessoas faria, mas quero que o diário seja como uma amiga, e vou chamar a essa amiga Kitty. excerto de “O Diário de Anne Frank”

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Escola BD

Escola BD Escola BD

Jéssica Lopes, Filipa Gouveia, Beatriz Monginho - 8ºC

Já conheces o Espaço Com Tacto? O Espaço Com Tacto é uma equipa multidisciplinar constituída por Cláudia Guerra, psicóloga, Maria João Santos, assistente social, e Dulce Machão, que é a animadora sociocultural da escola Manuel Ferreira Patrício. É um espaço que tem como objetivo responder às necessidades dos

alunos, facilitar a relação entre a escola, a família e os professores, e promover, em última análise, o sucesso escolar dos alunos e o bem-estar destes na escola, desde a mediação de conflitos entre alunos, fazer a ligação entre os alunos e as famílias, fazer atendimentos conjuntos entre diretores de turma e encarregados de educação, responder a pedidos ou solicitações de pais e, por último, fazer a ligação com outras instituições da nossa comunidade envolvente.

Os alunos e os professores devem contatar o Espaço Com Tacto sempre que acharem que precisam de ajuda de alguém para resolver algum problema que esteja a ocorrer dentro da escola ou que possa ocorrer fora da escola, mas que está a influenciar o seu bem-estar aqui; sempre que houver algum conflito, alguma dificuldade de comunicação com colegas ou professores, sempre que tiverem uma ideia para fazer um projeto, alguma coisa que gostassem de desenvolver aqui na

escola, nós também podemos ajudar a criar espaço para que isso aconteça. No fundo, quando acharem que alguma coisa não está bem, ou alguma coisa que gostariam que melhorasse na vossa integração aqui na escola — na vossa ou na dos vossos colegas — podem vir ter connosco e nós tentamos ajudar e dar reposta às vossas necessidades e dificuldades. Vasco Lourido e Maria Nazareth - 8ºB

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DESPORTO ESCOLAR - FUTSAL

Seleção portuguesa de futsal, no Euro 2016

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futsal começou-se a praticar em 1930 em São Paulo, no Brasil. Em Portugal, tudo começou na década de 80. Foi durante uma conversa num pavilhão que um grupo de pessoas começou a equacionar a possibilidade de se organizarem provas (torneios), onde as regras fossem as mesmas, já que todos os torneios tinham regras e regulamentos diferentes, e sobretudo onde o produto de organização fosse em proveito de todos. Surgiram então três associações de nível nacional: Porto, Lisboa e Minho.

A 8 de novembro de 1986, a associação de futebol salão do Porto organizou o 1º congresso das associações de futebol salão em Portugal. Em 1990, realizou-se no Porto o europeu. Posteriormente, depois de algumas divergências entre dirigentes das modalidades de Futebol de Salão e Futsal, foram tomadas as seguintes medidas: 1.º- Abandono imediato da prática do Futebol de Salão, implicando naturalmente o abandono da direção de então da Federação Portuguesa de Futebol de Salão; 2.º- Divulgação imediata num Open de

Futsal das novas regras da modalidade; 3.º- Criação de uma estrutura federativa, a Federação Portuguesa de Futsal; 4.º- Integração da Federação Portuguesa de Futsal na Federação Portuguesa de Futebol, com o estatuto de órgão autónomo. Em 1990, disputou-se o 1º campeonato nacional da modalidade, sendo as alterações regulamentares mais significativas em relação ao Futebol de Salão, as seguintes: - A bola aumenta ligeiramente; - Passa a ser permitido jogar dentro da

área de baliza; - Introdução das faltas individuais e faltas cumulativas; - Introdução do duplo penalti (livre de 12 m, agora livre de 10 m) - Substituições volantes em vez de se parar o jogo; - Possibilidade do guarda-redes poder sair da área (e jogar a bola durante 4 s). Francisco Costa Guilherme Salvador - 8ºC

Redução do número de alunos por turma já para o ano letivo de 2017-2018

A

s turmas do básico e do secundário vão ter menos alunos, mas só no ano lectivo de 2017/18. Um prazo que desagrada ao Bloco de Esquerda e aos Verdes, que exigem sinais ainda este ano de que a medida será aplicada. Houve já uma reunião no Ministério da Educação com deputados do Bloco de Esquerda, PCP e PS para discutirem o assunto. Após essa reunião, os socialistas decidiram entregar um projeto de resolução que recomenda que a redução de alunos por turma terá de ser feita de forma “gradual” e tendo atenção as “especificidades” de cada escola. Tatiana Caeiro e Paulo Santos - 8ºB pág. 12


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

T

odas as mulheres têm os mesmos direitos que os homens. Assim deveria ser... mas não é. Muitos homens vêm as mulheres como um objecto sexual, suas escravas, e não como um ser humano. Em certos países, as mulheres são agredidas com muita frequência, fisicamente e mentalmente, por coisas insignificantes. A violência doméstica passou a ser um assunto discutido pela sociedade, pelo governo e, principalmente, pelas próprias mulheres, que durante muito tempo permaneceram caladas, enquanto eram agredidas pelos seus maridos ou parceiros. Nos dicionários de Língua Portuguesa o significado da palavra mulher, encontramo-la com a expressão: Feminino de homem, e infelizmente é assim desde sempre, pois as mulheres foram concebidas como um ser inferior, de segunda categoria a seguir ao homem. No dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora, até aos anos 80, a palavra mulher apresentava varias definições, entre as quais poderíamos encontrar esta: “ser inferior...”. Nos países islâmicos, onde é aplicada a lei shariah, a lei do Corão, às mulheres não são dados direitos iguais aos dos homens. A mulher não pode ser tratada por médicos homens, mesmo que em risco de vida; é obrigatório o uso

MULHERES E HOMENS...DIREITOS IGUAIS? por Soraia Cabeçana e Zaida Soares - 8ºC

do véu completo (“burca”) que cobre a mulher dos pés à cabeça; é permitido chicotear, bater ou agredir verbalmente as mulheres que não usarem as roupas adequadas (“burca”) ou que desobedeçam a uma ordem talibã; é proibido qualquer tipo de maquilhagem (foram cortados os dedos a muitas mulheres por pintarem as unhas);as mulheres são proibidas de usar as casas de banho públicas (apesar da maioria não ter casa de banho em casa). Hoje em dia, apesar de estarmos no séc. XXI ainda há muito trabalho a fazer para garantir que as mulheres tenham direitos iguais aos dos homens.

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Artº 1: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Artº 2: Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania. [...] Artº 7: Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Com mais de cinco milhões de pessoas de origem portuguesa espalhadas pelo mundo, Portugal apresenta atualmente a taxa de população emigrada mais elevada da União Europeia (UE28) e é o sexto país em número de emigrantes. por Pedro Silva - 8ºB

É

o próprio Governo que assume, num relatório oficial, que Portugal é hoje, “sobretudo, de novo, um país de emigração”, comentando o número das saídas de cidadãos nacionais para o estrangeiro em 2014, cerca de 110 mil, valor quase idêntico ao do ano anterior. O Banco Mundial estima que haverá cerca de 2,3 milhões de portugueses a viver no estrangeiro (há pelo menos um ano), mais de 600 mil dos quais em França (dados de 2010). Portugal era já, então, o 12.º país do mundo com mais emigrantes, considerando a percentagem da população que tinha ido trabalhar para o estrangeiro. As causas que, ao longo do tempo, têm levado as pessoas a emigrar, são principalmente, as más condições de vida no país de origem, tanto a nível económico como a nível sociopolítico. No caso português, estes fluxos de emigração têm tido várias consequências a nível nacional. Entre elas, o processo de crescimento urbano e industrial, sobretudo na faixa centro e norte litoral do território e o aumento dos movimentos da população com destino aos principais centros urbanos agravando, desta forma, o processo de desertificação do interior que se tem vindo a acentuar no decurso das últimas décadas. pág. 13


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

Curtas

O consumo de álcool e drogas na adolescência A adolescência é uma fase complicada na vida dos jovens, na qual ocorrem muitas mudanças, devido às transfor-

mações físicas e emocionais vividas. Ergue-se a vontade de experimentar algo novo, mesmo sabendo quais os seus riscos, pois os jovens pensam que podem ser autónomos e que não precisam dos conselhos familiares. Estes distúrbios devem-se, muita das vezes, ao facto de se ocultarem

problemas, das influências dos amigos e também por perturbação do comportamento. Na realidade, o que os jovens não sabem é que o seu futuro pode ficar comprometido devido às consequências psíquicas e físicas causadas pelo uso e abuso do álcool e das drogas. Apesar da sua gravidade, exis-

Curtas

tem soluções para a sua resolução. O processo é bastante longo, pode demorar meses, às vezes anos ou até uma vida inteira em recuperação. Há alguns centros de apoio a toxicodependentes (CATs) que proporcionam tratamentos para combater as dependências dos jovens, onde a

cura reside na desintoxicação, na reabilitação psicológica e na reinserção social. Só assim, seguindo estas recomendações, se pode combater a toxicodependência. Tatiana Mateus Gabriela Cruz 8ºB

Projeto Literacias sem Fronteiras

Ler + Ciência

A

professora Alice dinamiza os workshops no âmbito do projeto da BE, Ler+ Ciência. Estes decorrem na escola sede e na BE da Cruz da Picada. Nas outras escolas do agrupamento também estão a decorrer atividades no âmbito do ensino experimental das ciências do 1ºciclo.

A

s turmas de 3ºano do AE Manuel Ferreira Patrício estão a trabalhar no projeto Literacias sem Fronteiras. Como ponto de partida a leitura da obra “Obax” de André Neves. De seguida cada grupo selecionou um tema de estudo e estão a desenvolver os projetos de investigação. Brevemente vamos apresentar resultados à comunidade educativa.

Leituras do Oriente e do Ocidente O Projeto Leituras do Oriente e do Ocidente já está em movimento. Na semana passada a turma do 4ºano da EB1 da Vista Alegre deslocou-se ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos. Estamos a preparar um projeto de investigação sobre os tapetes de Arraiolos e vamos estudar a ligação ao Oriente. Simultaneamente estamos a trabalhar para o projeto do nosso agrupamento deste ano “O Alentejo”. Queremos conhecer e apresentar as nossas raízes e tradições. Agradecemos à Câmara Municipal de Évora o transporte.

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Usos e Práticas Mediáticas de Crianças e Jovens por Fátima Bonzinho e Paula Gaspar

As PB dos Agrupamentos da Escola Ma- durante o terceiro período desenvolveram nos tiveram acesso ao inquérito elaborado nuel Ferreira Patrício, em Évora e Escolas um pequeno estudo através de um inquéri- em googledocs que se encontra no seguinde Arraiolos, num projeto em parceria, to sobre o uso do media nos jovens. Os alu- te link: http://goo.gl/forms/99vCs7tc9z

E

m Évora e Arraiolos através dos dados recolhidos verificamos que o media mais utilizado é o Facebook seguido do Instagram e da TV. Os jovens apresentam como razões para a escolha: respostas como “gosto de tar lá”, utilizam o Facebook para postar fotos e ver pessoas e ainda porque gostam de partilhar coisas interessantes e divertidas. A TV é selecionada, sobretudo, para

Conclusão

A

avaliação da utilização dos media pelos nossos alunos é um procedimento fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho enquanto professores e responsáveis pelas BE. Conhecer os usos e as práticas mediáticas das crianças e jovens ajuda-nos a intervir e a orientar no sentido de promover a qualidade das aprendizagens, a autonomia e a responsabili-

Análise dos Resultados

ver filmes e séries. Não revelam grande diferença entre os dias de semana e o fim de semana. Os jovens consideram que as novas tecnologias são uma forma de conviver, socializar e partilhar com os outros momentos da sua vida. O Facebook é, de facto, a rede social eleita porque é aí que encontram “tudo” para se atualizarem, falam com os amigos e referem a facilidade

na utilização. Lendo os resultados constatamos que a leitura é pouco ou nada referida. Apenas alguns/poucos referem a partilha de notícias, nomeadamente de desporto/ futebol sendo a partilha sobretudo de fotos e eventos. Os respondentes usam diariamente os meios de comunicação social que referiram e estão cerca de três horas por dia

online e em frente à TV. Este aspeto revela-se idêntico nos dois agrupamentos onde o inquérito foi aplicado. Os jovens não são apenas consumidores de mensagens, também as produzem nem que seja só para se cumprimentarem, notando-se que as suas produções vão aumentando e a qualidade vai melhorando à medida que o nível etário e o nível de ensino aumentam.

Conversam pouco sobre as suas experiências mediáticas e, embora os média desempenhem um papel muito importante na sua vida, as respostas demonstram que não têm grande perceção desse facto, encarando-os como ferramentas que quase fazem parte do seu próprio corpo e indispensáveis no seu dia a dia.

dade nas escolhas que fazem. Desta forma aprofundamos os nossos conhecimentos sobre os media e pensamos estar mais aptos para desempenharmos melhor o nosso trabalho diário, tanto com os alunos como com os outros docentes, cumprindo assim outra das funções da BE, a qual constitui um dos traços distintivos das bibliotecas escolares em relação a outras bibliotecas –

a sua funcionalidade e d u c a - tiva e de apoio ao currículo. As redes sociais oferecem oportunidades de exploração de conteúdos para todas as áreas do saber e todos nós, enquanto mediadores do conhecimento, devemos saber aproveitar as oportunidades que estas nos oferecem. Este trabalho de avaliação deve ser continuado e sistematizado, acompanhando as

alterações que possam decorrer, quer de normativos legais quer da própria exigência curricular, fruto de solicitações dos seus utilizadores e do desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação. O estabelecimento de um novo paradigma educacional que coloca o aluno como principal agente da sua própria aprendizagem trouxe uma responsabilidade acresci-

da ao professor bibliotecário. Detentor de conhecimentos na área dos media e na área da Biblioteconomia, o PB deve incentivar os utilizadores da biblioteca escolar (alunos, professores, funcionários, …) à crescente utilização desses media, de modo a aproximar esses utilizadores da escrita e da leitura, contribuindo para a sua obtenção e construção de pensamento crítico. pág. 15


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MANUEL FERREIRA PATRÍCIO edição nº 11 - dezembro de 2016

CIGANOS: OS FILHOS DO SOL E DA CHUVA

A

palavra Ciganos designa um conjunto de populações nómadas que têm, em comum, a origem indiana e uma língua (o romani) originária do noroeste do subcontinente indiano. Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos. Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se em vários clãs, denominados segundo antigas profissões e procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.

As perseguições

Constantemente vítimas de perseguição e abuso, nomeadamente escravatura, o povo cigano deambulou por toda a Europa e, assim, se foi espalhando, desde o oriente, até chegarem a à península Ibérica. Aqui as coisas não foram diferentes e o processo de socialização nunca se chegou a concretizar em pleno.

Os Ciganos em Portugal

Chegados a Portugal nos finais do sécu-

lo XV e inícios do século XVI, os ciganos são a etnia mais perseguida, vítima de preconceitos, discriminação e maus-tratos. A maior parte das pessoas desconhece os acontecimentos que se deram nestes 500 anos de relacionamento entre a sociedade portuguesa e os ciganos. Em Portugal as primeiras notícias da presença de ciganos, provenientes de Espanha, são do século XV. Gil Vicente dedica-lhes a “Farsa das Ciganas”, que faz representar em Évora, em 1521. Entre os séculos XVI e XIX, registaram-se várias tentativas de erradicação. Da extensa lista de penas que os governos portugueses levantaram contra eles, destacam-se o espancamento em praça pública, o castigo dos homens para os trabalhos pesados nos navios, o que poderia ser por toda a vida, o embarque forçado de ciganos para servirem na expansão do Brasil e da África, a proibição do uso da própria língua, a proibição do uso do traje e celebração dos costumes tradicionais e ainda que pouco aplicada, a pena de morte. Estes acontecimentos levaram a um certo comportamento antissocial por parte do

povo cigano. Associado a isso, está a imagem do cigano à pobreza, à exclusão e a excessiva visibilidade negativa através de alguma comunicação social. Não surpreende que alguns antropólogos, como José Bastos, Susana Bastos e Fátima Morão, concluam que “os ciganos portugueses permanecem como exemplo da mais grave e escandalosa de todas as situações de racismo e xenofobia”. Hoje em dia, já existe uma grande percentagem sedentária, mas, especialmente no sul de Portugal, ainda é comum ver-se grupos de ciganos nómadas, a quem muitos chamam “malteses”, palavra que designava mendigo.

O Casamento

No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens económicas. É possível a um cigano casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas. Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o sustento da família e com o cuida-

do dos menores.

A Morte

No que se refere à morte e aos ritos a ela ligados, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Entre os ritos fúnebres praticados, está o banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância de alimento e bebidas exprime o desejo de paz e felicidade para o defunto.

A Justiça

Entre os ciganos, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo ancião ou anciãos. Estes presidem um verdadeiro tribunal cigano, que se reúne em casos especiais, para resolver problemas delicados, envolvendo controvérsias matrimoniais ou ações que resultem em danos a membros do grupo. A decisão cabe aos anciãos designados, presididos. Ouvidas as partes litigantes, é punida a parte culpada. Guilherme Flores Nicole Gonçalves - 8ºA

Foto: Maurício Abreu

A equipa do jornal A Bússola gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuiram com notícias, textos, desenhos e que deram a este jornal a possibilidade de se tornar cada vez melhor. Obrigado, também, àqueles que colaboraram de outras formas, fazendo trabalho de revisão de textos, deixando-se entrevistar ou, apenas deixando, que a coisa acontecesse. A todos, desejos de um feliz Natal e de um generoso ano de 2017. pág. 16


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