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Fantastic 4 - Visita preparatória

JORNAL B ANO 6 / N.º 51 SET / FEV 2023 ERASMUS DAY P. 03 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO BONFIM - PORTALEGRE DESPORTO ADAPTADO P. 23 NATAL À PORTA P. 10
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ERASMUS+

EDITORIAL

Todos os anos letivos são diferentes. Todos os anos letivos apresentam desafios. Este ano, deparamo-nos com o desafio da semestralidade. Alunos, professores e famílias tiveram de reestruturar rotinas enraizadas e adaptar-se a um novo paradigma. Acreditamos que o balanço, até ao momento, é positivo.

A escola é, por natureza, um organismo dinâmico, em constante mutação. O mundo gira cada vez mais depressa, e a escola tem de conseguir acompanhar o ritmo. A fim de preparar os alunos para um mundo globalizado mas atento às necessidades e especificidades locais, cabe também à escola assegurar a ponte entre o âmbito local e o regional, o nacional e o internacional.

A presente edição do AEB mostra, em voo de pássaro, muitas viagens: Portalegre, Mafra, Azinhaga, Lisboa… e Finlândia, Itália, Alemanha…

O AEB considera crucial que, num mundo globalizado, seja proporcionada a alunos e professores a oportunidade de conhecerem novas realidades, novas perspetivas, novas abordagens ao processo de ensino-aprendizagem. No âmbito do Erasmus+, foram já concretizadas várias atividades de mobilidade, nas quais participaram alunos e professores.

O Jornal B apresenta relatos alusivos a essas atividades.

Ainda durante o atual ano letivo, graças ao Clube Europeu serão realizadas outras atividades de mobilidade, entre as quais o acolhimento de alunos e professores estrangeiros em Portalegre.

O AEB também recebeu, durante o primeiro semestre, visitas que nos trouxeram relatos de experiências e nos fizeram sonhar: ex-alunos que seguiram os seus sonhos e nos enchem de orgulho, escritores que nos fazem sonhar sempre que percorremos as páginas dos seus livros… são sempre bem-vindos.

E, como na vida há muitos tipos de viagens, o Jornal B não podia deixar de fazer referência àquelas que a imaginação nos proporciona. Através da leitura, da criatividade, da partilha, dos afetos, podemos viajar até locais distantes e ficar a conhecer outras realidades, outras pessoas, outras vidas.

Neste mosaico que é a escola, reflexo da vida, cabem muitas atividades, muitos projetos, muitas ideias: estudo, desporto, música, literatura, ciência, tecnologia… na próxima edição do Jornal B, teremos mais novidades para contar.

Até lá, desejo-vos a continuação de um bom semestre e… boas leituras.

www.aeb.pt/portal/ atividades@aeb.pt

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FICHA TÉCNICA EQUIPA
Cláudia Chorinca Fernanda Anjo Paulo Matos Teresa Fastudo
CONTACTOS
EDITORIAL
O DIRETOR António Luís Rocha Sequeira

Erasmus Day

O Clube Europeu do AEB pretende promover ações de dinamização promotoras de um conhecimento mais aprofundado sobre a Europa, as suas instituições e os seus estados-membros.

Neste âmbito, o Erasmus Day foi comemorado no AEB, no dia 14 de outubro, com um encontro dinamizado pela equipa do Clube Europeu, para o qual foi convidada a Dra. Ana Simão Perei-

ra (representante da Europe Direct no Alto Alentejo). Neste encontro, os alunos ficaram a conhecer as atividades previstas para o presente ano letivo, no âmbito do Clube Europeu, bem como a importância do programa Erasmus na vida académica dos jovens.

O Erasmus + é um programa dirigido a toda a comunidade educativa com vista à melhoria do sistema de educação e formação, em cooperação com outros

países Europeus, promovendo, entre outras atividades, formação de professores e mobilidade de alunos.

A equipa do AEB pretendeu, com esta iniciativa, motivar os alunos para uma participação ativa nas atividades programadas, as quais foram recebidas com interesse por parte dos alunos presentes.

03 ZOOM

FANTASTIC 4 VISITA PREPARATÓRIA ERASMUS +

Entre os dias 30 de novembro e três de dezembro, realizou-se em Lahti, Finlândia, uma visita preparatória que marca o início do projeto Erasmus + sobre Inclusão e Diversidade, (Fantastic 4) a ser desenvolvido em parceria com uma escola alemã, uma escola finlandesa e uma escola grega, nos próximos dois anos. Para este projeto foram selecionados alunos do 10.º, do 11.º e do 12.º do AEB.

04 ESCOLA E SOCIEDADE

ESCOLA E SOCIEDADE

A reunião contou com a presença das professoras Ana Tomás, Elsa Garcia e Paula Guerreiro, que, em conjunto com os seus colegas das escolas da Alemanha, da Grécia e da Finlândia, programaram as atividades a desenvolver no âmbito do referido projeto. Os trabalhos iniciaram-se com uma visita à escola anfitriã (Lahti General Secondary School Gaudia) e uma apresentação sobre o sistema de ensino na Finlândia. Posteriormente, passou-se à escolha do título do projeto, à definição de atividades a realizar e à calendarização das mobilidades.

Assim, no próximo mês de março, um grupo de alunos e professores irá participar já na primeira mobilidade, na escola grega, e em abril, será a vez de a nossa escola receber os alunos e pro-

fessores estrangeiros. No segundo ano do projeto, realizar-se-ão as viagens à Alemanha e à Finlândia, onde o projeto irá terminar.

A realização destes intercâmbios decorre da Acreditação Erasmus do AEB, o que nos permite realizar parcerias com escolas ou outras entidades de ensino nos próximos cinco anos. Os alunos selecionados fazem parte do Clube Europeu e serão eles que, supervisionados pelos professores, irão preparar e desenvolver um conjunto de atividades a realizar, quer na nossa escola, quer nas mobilidades. Para eles, será uma oportunidade única de convívio e aprendizagem que os fará crescer e compreender o mundo numa perspetiva diferente.

05

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

Vestidos a rigor e de mão na massa, as turmas 2.°A e 2.°B CO celebraram o Dia Mundial da Alimentação.

O 2° A confecionou um doce de abóbora e o 2.°B fez o pão. O resultado foi um delicioso lanche. O 2° A deu ainda largas à imaginação e decorou alguns alimentos. Que artistas!

Escola da Corredoura

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e Dia Municipal para a Igualdade

Foi com muito entusiasmo que os alunos da JI/EB1 da Corredoura participaram na comemoração do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e do Dia Municipal para a Igualdade. O desafio foi lançado, os alunos meteram mãos à obra e criaram um jardim. Em relação ao material, este teria de ser reutilizado e reciclado. A nossa obra de arte preencheu os requisitos, uma vez que foram usadas caixas de ovos, rolos de papel e desperdícios de lãs e trapilho. A base foi uma palete de madeira. As nossas crianças pintaram e recortaram as caixas de ovos que deram origem a lindas e coloridas flores. No total, o painel tem dez flores, que representam as dez turmas da escola. E assim nasceu o nosso jardim.

O painel “Corredoura Florida” foi elaborado em equipa, até porque só assim tem razão de ser. Todos os intervenientes se uniram nesta causa e, de forma didática, também quiseram marcar o dia com uma sessão de esclarecimento, abordando esta problemática de forma lúdica, despertando os nossos alunos para comportamentos mais conscientes e solidários, porque, afinal, todos temos os mesmos direitos.

Convidamos toda a Comunidade Educativa a visitar a exposição que se encontra no Mercado Municipal. Para finalizar, deixamos a seguinte reflexão: “O caminho para sair da pobreza é a educação” (Daniel Goleman)

06 ESCOLA E SOCIEDADE

DIA DE LOS MUERTOS

O “Día de los Muertos” é uma festividade que se celebra no México e outros países da América Central, assim como em muitas comunidades dos Estados Unidos, nos dias 1 e 2 de novembro. A sua origem e celebração no México é anterior à chegada dos espanhóis. Esta celebração tornou-se um símbolo nacional e, assim, é divulgada principalmente nas escolas do México. Os principais símbolos relacionados com o “Día de los Muertos” são: a comida, as flores, os recortes de papel, as caveiras, “el pan de muerto”, uma fotografia / imagem da pessoa que já faleceu, o sal e um copo de água. No âmbito da disciplina de Espanhol,

foi proposta aos alunos dos 7.º, 8.º e 9.ºanos a elaboração de um concurso de “Altares de Muertos”. Os trabalhos dos alunos foram expostos no corredor, junto à Biblioteca Escolar. Na exposição pudemos ver algumas fotografias alusi-

DIA NACIONAL DA LGP

vas ao filme Coco, pintores, jogadores de futebol, toureiros famosos, alguns chapéus típicos mexicanos, velas, flores e muitas caveiras.

Obrigada aos alunos pela criatividade!

alunos surdos, durante a qual aprenderam alguns gestos e tiraram dúvidas relativamente às pessoas surdas e à vida das mesmas. Para além disso, fizemos o habitual cartaz para colocar na entrada da escola, de modo a que toda a comunidade educativa tivesse conhecimento do dia.

A Língua Gestual Portuguesa é a expressão da comunidade surda e é através desta dança de mãos que muitas pessoas recebem informação e conhecimento. Desta forma, é importante, a cada ano, assinalar esta conquista para a educação dos alunos surdos.

Deixo-vos alguns momentos da nossa atividade, que transformámos em vídeo, porque uma imagem vale mais do que mil palavras.

André Maia

No passado dia 15 de novembro, comemorou-se o Dia Nacional da Língua

Gestual portuguesa. Este ano assinalaram-se os 25 anos deste marco importante para a comunidade surda, o reconhecimento desta língua como expressão e instrumento de acesso à educação, tal como podemos verificar através da Constituição da República Portuguesa:

Alínea h) do n.º 2 do artigo 74º “na realização da política de ensino incumbe ao Estado (…) proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expres-

são cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades”.

Enquanto professor surdo, todos os anos assinalo este dia com os meus alunos. Considero-o um marco importante para a comunidade surda e tenho como objetivo que os meus alunos recordem sempre a importância deste dia e valorizem a língua gestual e sensibilizem outras pessoas para a língua. Este ano, fizemos uma atividade de sensibilização às turmas de referência dos

07 ESCOLA E SOCIEDADE
Prof.

VISITA DE ESTUDO AO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA

Seguem-se, agora, alguns testemunhos: “Na parte da manhã, fomos assistir à representação teatral da obra Memorial do Convento, que mostrou a história de como começou a construção do Convento, a construção da Passarola Voadora, em paralelo com a história de amor de Baltasar e Blimunda, por um lado, e, por outro lado, o relacionamento do rei com a rainha.” (Eduardo Babaroca, Cátia Santos, Rúben Neres e João Sequeira, 12.º G) “Tivemos a oportunidade de visitar o Convento e o Palácio onde viviam o Rei e sua Rainha Maria Ana Josefa. Percebemos como se vivia na corte no século XVIII, conhecemos as histórias e curiosidades da época e o estilo de vida do monarca.”

(Flávia Silva, 12º G)

“A ida ao Convento de Mafra despertou em mim o interesse pela obra. Pude aprofundar, assim, os meus conhecimentos no local, de uma forma prática, interativa, dinâmica, permitindo-me desfrutar do dia na companhia dos colegas e dos restantes professores.”

(Ana Margarida Baleiza, 12.º C)

“Tanto o teatro, quanto o lindo convento de Mafra, ao qual fizemos uma visita guiada cheia de boa disposição, contribuíram para que os alunos ficassem cativados para a leitura do livro e ainda ajudou a que, durante a leitura, fosse mais fácil imaginar os locais onde decorre a ação e entender a grandiosidade e megalomania de D. João V.”

(Inês Malanho e João Farinha, 12.º E)

“Esta atividade permitiu-nos não só visitar o Palácio/Convento de Mafra, mas também assistir a uma peça de teatro baseada na obra mencionada, que foi, aliás, excelentemente interpretada pelos atores. Destaca-se, ainda, a excecional capacidade de comunicação da guia que nos acompanhou durante toda a visita ao Palácio.”

(Henrique Cid, Nuno Brito, Rodrigo Ceia, 12.º E)

No dia 25/11/2022, numa sextafeira, os alunos do 12.º ano, da Escola Mouzinho da Silveira, realizaram uma visita de estudo ao Palácio Nacional de Mafra, no âmbito da disciplina de Português. Esta visita foi organizada por todos os professores de Português do 12.º ano. Iniciámos a nossa viagem às 7h:00 e voltamos, aproximadamente, às 21h00. A chegada ao Palácio Nacional de Mafra foi por volta das

10h:00 e fomos divididos em dois grupos: um deles foi, primeiro, à representação do Memorial do Convento, de José Saramago, peça de teatro que foi adaptada do romance com o mesmo nome, enquanto o restante grupo foi fazer a visita ao Palácio Nacional de Mafra. A seguir ao almoço, o grupo que tinha visitado o palácio foi ver o teatro e os do teatro foram visitar o palácio. Assim acabou a nossa visita ao Convento de Mafra.

Texto coletivo realizado pelos alunos do 12º H

“A visita ao monumento do século XVIII foi acompanhada por uma guia, cujo desempenho foi marcado pelo seu entusiasmo cativante que, de uma forma divertida, conseguiu estabelecer uma ligação entre a obra e o Convento, evidenciando a intemporalidade da obra. Relativamente ao teatro, este contribuiu para a motivação para a leitura do Memorial do Convento e, apesar dos problemas técnicos, os atores mantiveram sempre o profissionalismo.”

(Maria Beatriz Romão e Maria Beatriz Fernandes, 12.º E)

“Esta visita de estudo ajudou-nos a perceber melhor a arte daquela época e a história do Memorial do Convento. Aconselhamos vivamente todas as escolas e alunos a irem visitar o Convento de Mafra. Vale bem a pena!”

(Mariana Anselmo, 12.º G)

“Sendo eu uma pessoa apreciadora de novos conhecimentos e novos lugares, desfrutei bastante desta experiência, que me permitiu adquirir novas aprendizagens e perceber melhor a obra a estudar futuramente na disciplina de Português. Foi um dia agradável, que superou completamente as minhas expetativas.”

(Matilde Graça, 12.º C)

“Com a ajuda de uma guia, percorremos as salas do palácio, observámos os quartos, as mobílias, compreendemos as opções arquitetónicas e percebemos o sentir e o viver daquela época. A representação teatral, levada a cabo pela companhia de teatro Éter, foi realizada de forma bastante cativante e, com toda a certeza, vai ajudar-nos a compreender melhor a obra quando a estudarmos em sala de aula. Foi, efetivamente, um dia muito bem passado e muito enriquecedor ao nível da cultura e do conhecimento. É, sem dúvida, uma experiência a repetir!”

(Margarida Marvão, 12.º C)

08 ESCOLA E SOCIEDADE

VISITA DE ESTUDO À FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO

O centenário do nascimento do escritor José Saramago foi celebrado no nosso Agrupamento com diferentes atividades no ano letivo anterior. Já no presente ano, a aluna Sofia Morgado, do 12.º ano, participou nas Leituras Centenárias, lendo excertos da obra Memorial do Convento. No dia 17 de novembro, realizou-se uma visita de estudo à Fundação José Saramago, Azinhaga e Lisboa, levando os alunos a tomarem contacto com aspetos que, de alguma maneira, enformam o percurso do Nobel.

HALLOWEEN Fortios

No dia 31 de outubro, a EB1/JI de Fortios celebrou o Dia do Halloween com uma exposição de sapatos e botas assustadoras realizada pelos alunos da turma de 3.º/4.º anos no âmbito da disciplina de Inglês, lecionada pela docente Cláudia Belacorça.

Cada aluno decorou o seu sapato ou a sua bota de acordo com o tema Halloween e o resultado foi sensacional!

Nesse dia, o espírito do Halloween também tomou conta do refeitório, com algumas decorações feitas pelas assistentes operacionais.

PORTALEGRE EM QUESTÃO

Portalegre em questão

“Graças a um debate realizado pelos estudantes (10ºBC) da Escola Mouzinho da Silveira, na disciplina de Geografia A, chegou-se à conclusão de que Portalegre é uma das áreas menos povoadas do país, o que acentua um grande declínio demográfico e económico. Percebeu-se também que a população é maioritariamente idosa, existindo falta de mãodeobra qualificada e falta de vias de comunicação. Para estes problemas foram apontadas soluções para tornar Portalegre uma cidade mais ativa, como, por exemplo, a melhoria das infraestruturas, a melhoria da acessibilidade e oferta de serviços, a criação de incentivos para a mobilidade dos profissionais qualificados, assim como a criação de mais postos de trabalho, a construção de uma via rápida que ligasse Espanha a esta região, para viabilizar uma maior circulação de pessoas e de mercadorias.

09 ESCOLA E SOCIEDADE

NATAL DOS AFETOS

Dar um pouco de nós, receber um pouco de vós

Os alunos do CAA – Unidade de Apoio à Multideficiência - no âmbito do projeto “ Natal dos Afetos - Dar um pouco de nós, receber um pouco de vós.” foram às salas de aula, à Direção, ao CAA da escola Mouzinho da Silveira e à APPACDM de Portalegre levar alegria através da música e partilhar alguns materiais construídos em sala de aula. Também recebemos a visita de algumas turmas no CAA, que nos trouxeram música e postais, e os utentes da APPACDM partilharam o lanche, oferecendo-nos também materiais realizados por eles no Centro de Atividades Ocupacionais.

CENTROS DE MESA DE NATAL

As turmas do 2.º Ano da E. B. 1 da Praceta, enquadrado pela quadra natalícia, propuseram aos pais um desafio a ser desenvolvido em família – a elaboração de Centros de Mesa de Natal. Os trabalhos apresentados revelaram criatividade, qualidade e o envolvimento empenhado de todos os participantes. Estas produções ficaram expostas na escola, contribuindo, assim, para embelezar ainda mais o espaço e torná-lo mais festivo. A turma do 2º A realizou, ainda, dois trabalhos coletivos, em sala de aula, que enriqueceram e diversificaram o conjunto final de “Centros de Mesa de Natal”.

NATAL TECNOLÓGICO

A Tecnologia faz cada vez mais parte das nossas vidas e das nossas rotinas. O Natal não é exceção. A ideia da criação de uma árvore de Natal com material informático antigo partiu, inicialmente, do professor João Luís Cabarrão, que convidou os professores Carla Bonacho e Paulo Páscoa, que decidiram avançar com a sua criação. Na sua construção participaram todos os alunos do Curso Profissional Técnico de Gestão e Equipamentos Informáticos e Técnico de Gestão e Programação de

PORTA

Sistemas Informáticos. Distribuiram-se tarefas e os alunos da turma de Gestão e Equipamentos Informáticos foram responsáveis pela seleção do material informático obsoleto e pela montagem. Os alunos da turma Gestão e Programação de Sistemas Informáticos foram responsáveis pela criação de várias apresentações em formato digital que iriam animar a árvore de Natal, com passagem de música e imagens alusivas ao Natal e ao Agrupamento. Também programaram um arduino para controlar a iluminação da árvore. Com a ajuda da professora Cláudia Chorinca, professora do Curso Profissional de Desenho Digital 3D, foram criados efeitos de Natal (estrelas e logótipos) utilizando uma impressora 3D. Ao entrar no hall de entrada da escola, todos puderam apreciar o trabalho realizado. Os alunos mostraram-se muito empenhados durante a construção da árvore tendo dado várias sugestões de melhoria para se atingir o resultado final.

NATAL À

NATAL

OS ALUNOS PEDIRAM E A ESCOLA REALIZOU!

as formas que necessitariam de utilizar para a criação do logótipo. Depois, de uma forma mais autónoma, cada grupo modelou o respetivo logotipo. O resultado foi muito bom e os alunos corresponderam muito bem ao que lhes ia sendo solicitado. Todos os, grupos conseguiram modelar um logótipo. Segundo os alunos este workshop foi:

Os alunos dos Cursos Técnico Profissionais de Gestão de Equipamentos Informáticos e de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos criaram um logótipo para cada um dos seus cursos. Tiveram a ideia de os transformar em 3D, mas como esta área não faz parte do currículo dos seus cursos, pediram ao Curso Técnico Profissional de Desenho Digital 3D que os ajudasse a atingir o seu objetivo. A professora Cláudia Chorinca, como Coordenadora do curso DD3D e professora da disciplina de Desenho Digital e Modelação Tridimensional, organizou, então, um workshop 3D, para os auxiliar nesta tarefa. Este workshop permitiu que os alunos tivessem contacto com uma aplicação de modelação 3D, onde conheceram as ferramentas e as formas básicas e testaram os comandos básicos de edição 3D. Começaram por modelar uma simples placa com o seu nome de forma guiada, para explorar as ferramentas e

“Este workshop foi útil porque aprendi o básico do básico da modelação e adorei. Gostei da mecânica que usamos para utilizar o programa e gostaria de ter aprendido a mexer com os blocos de código.” – Guilherme Dias aluno do CPTGPSI.

“Este wokshop enquadra-se nos os cursos que estamos a tirar e é sempre bom aprender mais qualquer coisa. Gostei de trabalhar com o software de modelagem 3D, embora em pouco tempo foi útil. Gostaria ainda de aprender a fazer modelagem vetorial.” - João Gonçalves aluno do CPTGPSI

“Este workshop foi útil, porque aprendemos a utilizar a plataforma Tinkercad e era uma plataforma nova para alguns. Gostaria de ter explorado mais a plataforma. Gostei desta “aventura”” – Ana Durão aluna do CPTGEI.

Como resultado final os alunos escolheram os melhores logótipos de cada curso e foram impressos. Estes acabaram por fazer parte da decoração da árvore de Natal dos cursos profissionais, que tinha sido construída pelos mesmos alunos.

FOTOGRAFIA DE NATUREZA: A ARTE DO SILÊNCIO

No dia 18 de outubro, e numa parceria das Bibliotecas Integradas de Portalegre (BIP), o fotógrafo Ricardo Lourenço apresentou o seu trabalho intitulado “Fotografia de Natureza: A Arte do Silêncio”. A esta sessão, que decorreu no CAEP, assistiu cerca de uma centena de alunos das nossas escolas. A partir de uma apresentação cuidada, incluindo fotografias publicadas na conceituada revista National Geographic, Ricardo Lourenço apresentou a sua reflexão pessoal e as suas histórias vividas como fotógrafo da natureza. Foi uma experiência enriquecedora para os alunos, que demonstraram um comportamento exemplar.

12 CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Ao longo do primeiro semestre, na disciplina de Literatura Infantil, as turmas A e B do quarto ano de escolaridade, da escola da Praceta, estão a trabalharam a obra, “A maior flor do mundo” de José Saramago, no seu contexto literário e, em simultâneo, está a ser desenvolvido o Projeto de Empreendedorismo, “Ter ideias para mudar o Mundo”, com caráter solidário, mais concretamente, a atividade: “Um cobertor para a Ucrânia”, atendendo à situação que está a ser vivida naquele país, agravada pelo inverno gelado que lá se faz sentir. Assim, tal como a pétala da flor protegeu o menino do frio da noite, um cobertor e mais outro cobertor…, poderão ser uma mais-valia, para agasalhar alguém.

Para esta atividade colaboraram também os familiares dos alunos, tendo-se adquirido dois cobertores, que vão ser entregues na Cruz Vermelha Portuguesa, para seguirem para a Ucrânia.

É apenas uma gota de água num oceano tão triste e desolador, mas ficamos com o coração «cheio», com esta pequena ação.

Apelamos a todos os que quiserem colaborar nesta campanha de solidariedade, “Um cobertor para a Ucrânia”, que podem fazê-lo, entregando a sua oferta na Cruz Vermelha Portuguesa.

Alunos 4.º A e 4.º B, EB1 de Praceta A

Semana Ubuntu

Decorreu, na ultima semana de aulas, na escola secundária Mouzinho da Silveira, mais uma semana UBUNTU. É sempre uma semana rica em experiências e testemunhos.

Ao longo desta semana os nossos alunos encontram-se a viver uma experiência imersiva.

Estão focados na promoção do seu conhecimento, autoconfiança, resiliência e empatia. Ao longo desta semana tomam contacto com a importância de se construírem pontes, sob a ética do cuidado, tendo sempre por base uma liderança servidora.

É uma semana pautada pela cooperação e pela reconciliação, da qual todos saímos mais ricos enquanto pessoas.

Ubuntu: Eu sou porque tu és!!

CONVERSA COM O GUSTAVO ALEXANDRE

Conversa com o Gustavo Alexandre A Escola Secundária Mouzinho da Silveira convidou o ex-aluno João Gustavo Alexandre para um encontro com turmas do Ensino Secundário, a fim de partilhar com os colegas, quer a sua experiência enquanto aluno do AEB, quer, atualmente, como aluno de formação musical em Bryton, Inglaterra. O Gustavo frequentou, durante algum tempo, o Curso Ciências e Tecnologias, mas sentindo que esse percurso não ia ao encontro das suas expetativas, mudou para Humanidades. Chegado o término dessa etapa, enveredou pela formação musical numa instituição de ensino no estrangeiro, já que foi aí que encontrou o plano de estudos que lhe convinha.

Foi uma sessão enriquecedora e motivadora para os colegas, no sentido em que ressalta a importância de seguir um sonho, mesmo que para isso seja necessário repensar objetivos, fazer escolhas e enfrentar adversidades.

13 CULTURA

AFONSO CRUZ OS EUTERPE FIVE

No passado dia 26 de outubro, no Museu da Tapeçaria Guy Fino, Portalegre, decorreu a entrega de prémios do concurso nacional “Ser escritor é cool”, na qual esteve presente o escritor Afonso Cruz, numa pequena sessão em que deu a conhecer o seu trabalho, a forma como o realiza, o que o inspira, e outras impressões. Segundo o escritor, escrever não é a sua profissão, a sua profissão é ler. Felizmente, este considera que cada vez mais jovens têm gosto por fazer isto mesmo, apesar de ser nas mais diferentes formas. Existem várias histórias, com diferentes enredos e contextos. Basta uma mudança de contexto, uma inversão da realidade para criarmos histórias diferentes. E se os três porquinhos impedissem o lobo mau de comer a avó do capuchinho vermelho? E se fosse a avó a comer o lobo mau? Com estas pequenas trocas nos desenvolvimentos de histórias bastante conhecidas, poderíamos criar outras bastante diferentes, que nos transmitissem outras emoções, porque é isso que as histórias têm a capacidade de fazer. E foi isso que Afonso Cruz nos mostrou. Começou por explicar quais são as bases das histórias, ou seja, momentos marcantes a nível emocional: o momento de ascensão, que acontece, por exemplo, na Branca de Neve, em que a personagem principal vai da pobreza à fortuna, ou do mau ao bom; declínio, presente na peça Romeu e Julieta, uma vez que as personagens começam numa posição feliz, apaixonados, e mais tarde acabam numa tragédia; homem num buraco, uma vez que neste tipo de histórias o personagem começa numa posição boa, mas acontece algo que a coloca numa situação desfavorável. Estes e outros arcos narrativos, descritos em 1995 por Vonnegut na sua tese, podem ser descritos também em gráficos (vide infra):

Este foi sem dúvida o tema que suscitou mais interesse durante a sessão, mas outros temas relacionados com o seu trabalho, como, por exemplo, quanto acabam por ganhar os autores com os seus livros, ou até mesmo o facto de o autor não acreditar no conceito de “tela branca”, já que para ele escrever não deve ser visto como uma obrigação (o que acaba por colocar pressão na situação), mas sim como algo que se faz por gosto. Para se escrever um livro demoramos o tempo da nossa idade, isto é, segundo Afonso Cruz, quando este escreve um livro utiliza todo o conhecimento que adquiriu ao longo da sua vida, como se fosse uma compilação das suas aprendizagens. Como forma de homenagear o excelente trabalho do autor, a turma do 11.ºH preparou um pequeno momento musical, juntamente com a leitura de pequenos excertos de obras do mesmo. como Os livros que devoraram o meu pai, “Biblioteca” do livro “Jalan Jalan”; Jesus Cristo bebia cerveja; e Vamos comprar um poeta. Uma curta sessão, na qual foram trocadas ideias que, sem dúvida, suscitaram o interesse de todos no público, com diferentes faixas etárias nele presentes!

Turma 11.º H

A vida para além da escola… experiências que enriquecem e que nos fazem bem!

Euterpe, a musa grega da música, “a doadora de prazer” ou a “Aprazível”, uma das nove filhas de Zeus e Mnemósina, serve de inspiração para estes cinco jovens que, para além de estudarem no 10.ºano da Escola Secundária Mouzinho da Silveira, dedicam muitas das horas das suas rotinas semanais à música e a uma instituição portalegrense que remonta a 1860: a Banda da Sociedade Musical Euterpe. Numa noite de sexta-feira, na sede da Euterpe, antes do ensaio habitual do final da semana, o B encontrou-se com estes cinco jovens, músicos de mão cheia, que fazem parte da Banda Principal, da Banda Juvenil e do quinteto Euterpe Five. Com o mesmo entusiasmo com que tocam, partilham as suas histórias e vivências, relembrando os primórdios, os primeiros passos, nestas lides musicais.

A Beatriz Vieira, o Bernardo Renga, a Daniela Batista, a Joana Feiteirona e a Mariana Santos contaram-nos, pois, que a Euterpe é já a sua segunda casa. Sentem-se ali bem, com os amigos, família de coração, os seus instrumentos e música, muita música! Começaram, de uma forma geral, entre os seis e os sete anos de idade e foram dando os primeiros passos e foram gostando do que faziam. Tanto gostaram que nenhum deles já consegue percecionar o seu futuro sem a música, seja ao nível profissional, seja enquanto atividade de recreação. Vamos, então, conhecê-los um pouco melhor.

A Beatriz Viera, que toca trompa, entrou para a banda quando tinha sete anos, por influência da amiga, Joana Feiteirona. Conta-nos que, um dia, assistiu a uma atuação da Banda Juvenil, gostou e ficou! A preferência, no início, recaía na flauta transversal, contudo propuseram-lhe a trompa e hoje, quase uma década depois, acha que não podia ter sida uma escolha melhor! Também o Bernardo Renga, que toca trombone de varas, nos diz que foi a Joana a grande responsável por esta paixão… Começou pela percussão, mas quando teve a oportunidade de ouvir o trombone nas mãos do maestro Manuel Henrique Ruivo, não hesitou, experimentou e ficou encantado. A partir desse momento era trombonista. Daniela Batista foi para a banda por influência da mãe, que tocava saxofone. Para além deste ascendente, também a amiga Joana participou na escolha desta atividade.

14 PESSOAS

Experimentou o saxofone e gostou. Com a Joana Feiteirona o processo foi um pouco diferente, visto que tinha o pai e a mãe a tocar na banda, sendo que, desde muito cedo, os acompanhava. A Euterpe fazia parte das suas vivências do dia a dia e era muito natural tocar aí. Sabia, ainda, mais uma coisa: não queria tocar os mesmos instrumentos que os pais e, na altura, como não havia quem tocasse trompas na banda, pareceu-lhe uma boa ideia ser trompista. Ao longo do tempo foi gostando, cada vez mais, de tocar esse instrumento. A Mariana Santos teve um percurso muito semelhante ao da Joana: o seu irmão era professor de clarinete e, naturalmente, ela estava habituada a ouvi-lo tocar. Antes de tocar clarinete, experimentou a trompa e o clavicorne. Contudo, é, sem dúvida, o clarinete o seu instrumento de eleição. À pergunta do B, de como tinha surgido a ideia dos Euterpe Five, riem-se, fazendo um esforço de memória e indo vasculhar ao baú das recordações do final do primeiro ciclo ou segundo ciclo, e respondem que, numa apresentação do início do ano letivo, na sede da Escola José Régio, em que cada um ia tocar a sua peça, perceberam que podiam tocar todos a mesma música, o “El toro fuerte”, uma música que tinham em comum da Banda Juvenil. Depressa se pensou, mais depressa se pôs em prática a ideia, tocaram, nesse mesmo dia, os cinco, essa música juntos, na atuação, e, no final, porque não criar um grupo? A resposta foi óbvia e a sensação, agora, passados todos estes anos, é de conforto, de familiaridade. Quando tocam, sentem-se em sintonia, há cumplicidade, há comunhão, há empenho, pois estão motivados, gostam do que fazem, escolhem as músicas, por vezes até fazem os arranjos, e sentem que, mesmo quando a vida os levar para outras aventuras, poderão sempre voltar e ir tocando para “matar as saudades”. Por enquanto, apesar de todas as solicitações da Banda Principal, da Banda Juvenil e da escola, conseguem conciliar, com disciplina e organização, os seus próprios ensaios. Na sextas, à noite, e nos sábados, à tarde, estão juntos a fazer aquilo de que gostam. Longe de ser um sacrifício, é uma forma de estar e de passar o tempo, serve, até, como uma espécie de catarse, para descontrair das correrias da semana. Referem, com reconhecimento, que, sempre que necessário, têm a ajuda de outros elementos da Banda e sublinham o nome do maestro Carlos Almeida, que os

apoia nas escolhas das músicas e em tudo aquilo de que precisam. As atuações, os concertos, as procissões, os serviços são feitos com entusiamos e muita dedicação – vivem a música, ela alimenta-lhes a alma e dá-lhes energia anímica. A música fá-los felizes. Naturalmente, sentem a responsabilidade de fazer parte de uma instituição tão sobejamente reconhecida como a Euterpe e, por isso, dão o seu melhor e vivem intensamente cada concerto, cada atuação. Agora, há preferências… relativamente aos concertos, talvez o preferido seja o “Filmes em concerto”,

um espetáculo criado em 2014, que tem sido interpretado em diversas ocasiões desde então. No que diz respeito a locais, assinalam dois dos serviços mais memoráveis e costumeiros, eventualmente, os que se fazem por altura da procissão da Sr.ª dos Remédios e o de La Codosera, ambos em Espanha. Enquanto Euterpe Five fizeram vários concertos comentados no âmbito do Programa de Educação Estética e Artística, em várias escolas com educação pré-escolar e primeiro ciclo do AE José

Régio e na escola básica de Corredoura. Nestas dinâmicas, acompanhados pelo senhor Mário Silva, músico e elemento da Direção, divulgaram a Escola de Música da Sociedade Musical Euterpe. A conversa vai fluindo e, entre preferências, memórias e gargalhadas, é-lhes perguntado se tudo é fácil… porque assim parece. Não, fácil, fácil, não é! Não é fácil tocar em grupo, sem um maestro a dirigir - os Euterpe Five têm de se focar, organizar e perceber o que deve ser melhorado, ao nível individual ou do próprio grupo. Sentem a responsabilidade de estar num grupo que, apesar de ser constituído por elementos que são amigos, tem de trabalhar e de dar o seu melhor. Isto porque encaram a música como algo indissociável do seu viver, do seu futuro. Gostam do que fazem e consideram que a música é uma parte ativa do seu quotidiano – estudam todos na Escola de Artes do Norte Alentejano, quatro estão em regime articulado e um no supletivo. Naturalmente, todas as portas ainda estão abertas, no que diz respeito a opções de futuro: há a possibilidade de seguir profissionalmente este caminho, mas, também, existem outras hipóteses, seguir outras carreiras e ter sempre, paralelamente, a música. Na sala onde estamos, começam a fazer-se ouvir as vozes dos instrumentistas que estão a chegar. Está na hora do ensaio da Banda Principal. Quando instigados a deixarem umas últimas palavras, afirmam o seu desejo em ver uma maior valorização da música, dos músicos, das bandas, e lançam o repto a todos no sentido de assistirem a concertos, a ensaios, para que possam perceber o quão estimulante e gratificante é aprender e viver neste mundo da música, da arte. É imperativo terminar a conversa, “valores mais altos se levantam”… Está na hora do ensaio, temos de ficar por aqui! Para a próxima, para ser ainda melhor, encontrar-nos-emos com os Euterpe Five, os seus cinco instrumentos e as suas cinco partituras. Porque a música fala por si e é tão bom ouvi-la e apreciá-la!

Porque, agora que temos connosco os Euterpe Five, temos de os ouvir e apreciar a sua música!

Beatriz Vieira (10.ºA), Bernardo Renga (10.ºA), Daniela Batista (10.ºA), Joana Feiteirona (10.ºF) e Mariana Santos (10.ºA) entrevistados pelo B

15 PESSOAS

LEITURAS

EMPARELHADAS A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Mesa redonda

APRESENTAÇÃO DO LIVRO ÁGUA LIMPA

De Filipe Pinto

No âmbito da comemoração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar, as bibliotecas do nosso Agrupamento levaram a efeito, durante o mês de outubro, várias atividades relacionadas com a leitura. O mote lançado para este ano foi: LER PARA

A PAZ E HARMONIA GLOBAIS. Neste sentido, entre as várias sugestões lançadas, destacaram-se, nomeadamente, as Leituras Emparelhadas. A partir do álbum de banda desenhada A mala misteriosa do Senhor Benjamim, de Pei-Yu Chang (Baseado na história muito verdadeira de Walter Benjamin), as turmas A e C, do 10.º e 6.º anos, respetivamente, encontraram-se na biblioteca para uma conversa durante a qual trocaram impressões, questionaram e expressaram o seu ponto de vista sobre a temática abordada no livro. De forma muito imaginativa, esta obra leva os mais novos a perceberem que nem sempre as ideias novas e diferentes são aceites pelos mais poderosos, levando a que mentes brilhantes, com era o caso do protagonista desta história, tenham fugir e exilar-se noutro país.

De modo a evidenciar o papel fulcral da leitura na formação integral do indivíduo, realizou-se, na semana das bibliotecas escolares, uma mesa redonda na qual participaram professores, alunos e assistentes técnicos, tendo como objetivo a partilha de experiências de leitura. Através dos testemunhos apresentados, ficou evidente que, aliada à sua função recreativa, a leitura contribui para o bem-estar emocional, constituindo, ainda, o meio de acesso a todos os outros saberes, pelo que deve ser incentivada e treinada desde muito cedo.

Água Limpa é um dos três livros que contemplam o projeto “O Planeta Limpo” de Filipe Pinto, desenvolvido pela Betweien, em coautoria com o artista Filipe Pinto. O objetivo deste projeto assenta na sensibilização dos públicos mais jovens para a importância que os Recursos Hídricos desempenham na sustentabilidade e preservação do Ambiente e da Vida Terrestre. A atividade decorreu na Escola Básica da Praceta e envolveu as turmas do 1.ºCiclo, em outubro. Tratando-se de uma apresentação dramatizada do livro, com recurso a canções, os dinamizadores conseguiram captar a atenção dos alunos durante toda a sessão.

16 CULTURA
(Escola Básica da Praceta)

100 ANOS DE HISTÓRIAS AOS QUADRADINHOS”

Exposição de Banda Desenhada

PROJETO DE MEDIAÇÃO DE LEITURA

Escritor Miguel Horta

O Sindicato dos Professores da Zona Sul, no âmbito das comemorações dos seus 40 anos de existência, propôs às Bibliotecas Escolares uma exposição de 25 quadros sobre um século de histórias aos quadradinhos, a Banda Desenhada, os seus heróis e autores. A Banda Desenhada, dita a 9.ª Arte, não é apenas um produto de entretenimento; as histórias aos quadradinhos são fenómenos de criação artística dotados de originalidade, qualidade e criatividade que, ao longo de décadas, foram criando um público fiel de todas as idades. Desde sempre que os livros de Banda Desenhada fazem parte das Bibliotecas Escolares e estão

classificados como obras de valor cultural, alguns incluídos no PNL, a par da literatura convencional, com a missão de cativar e criar novos leitores. 100 ANOS DE HISTÓRIAS AOS QUADRADINHOS

- exposição de Banda Desenhada

Visando a melhoria da competência leitora, bem como da escuta ativa, da fala e da escrita, decorreu um conjunto de oficinas envolvendo os alunos do 3.ºano, da Escola Básica da Corredoura. Miguel Horta, escritor, ilustrador e mediador cultural, cativou os alunos de forma calorosa, trabalhando a poesia, sua e de outros autores, centrada nas emoções que a mesma transmite. Esta atividade surge no contexto do programa “Ler e dar a Ler” (PNL/Losa) a que se juntou o apoio da Câmara Municipal. Transcrevemos as palavras do autor: “A metodologia da “Máquina da Poesia” permite uma viagem ao âmago deste género, desvendando o significado de metáforas, dando sentido às palavras encontradas casualmente e construindo versos que por vezes não rimam, mesmo. Já o trabalho em torno da leitura aborda o ritmo (a toada com a presença de compassos, sons e silêncios). Trabalhamos a intencionalidade, o tom em que se fala, cantamos palavras em conjunto e inventamos músicas a partir das sílabas. Aos poucos, as crianças vão ganhando, também, o sentido da performance, do puro divertimento a partir dos textos usando o corpo como parte essencial dessa expressão. Os professores atentos podem bem aproveitar as metodologias que vou partilhando e continuar a exploração de livros e temas nas aulas seguintes.”

17 CULTURA

Com esta guerra recente, que ainda estamos a vivenciar, conseguimos ver de perto as consequências de um confronto deste tamanho, a economia está mal, as exportações de bens de primeira necessidade estão mal, os seres vivos estão mal... e pensar que esta guerra só envolve diretamente 2 países. Imaginemos as consequências de uma guerra mundial. Felizmente, o mundo só viveu duas guerras desta magnitude e as sequelas deixadas foram catastróficas... milhares de mortes e países completamente destroçados. É por isto que é necessária a paz no mundo, pelas mortes e por tudo o que as guerras envolvem... já dizia António Guterres. “Na guerra não há vencedores” “Ninguém está a ganhar. Todos estão a perder”.

Estas frases são apenas gestos, que ajudam a abrir muitos olhos e fazem com que as pessoas pensem duas vezes antes de começar um “conflito”, mas também houve pessoas que através dos seus atos fizeram com que a paz se propagasse. Uma das pessoas mais famosas nessa área foi

A PAZ

As pessoas precisam de paz! A economia precisa de paz! O mundo precisa de paz!

APRECIAÇÃO CRÍTICA DE UM CARTOON

Nelson Mandela, que viveu uma série de perseguições na luta contra o Apartheid (Sistema político africano corrupto e separatista), no seu país de nascença... condenado a prisão perpétua por este ato, foi o primeiro presidente da África do Sul livre em 1994 e recebeu o Nobel da Paz no ano de 1993. O suíço Henri Dunant, que foi o primeiro vencedor do Nobel da Paz, em 1901, deixou como herança para a humanidade a instituição hoje conhecida como Cruz Vermelha Internacional. A princípio, a instituição idealizada por Dunant em 1863 levava o nome de Comité Internacional para ajuda aos militares feridos. Hoje, a Cruz Vermelha ajuda na prática e denuncia violações aos direitos humanos de milhões de pessoas no mundo. Uma das grandes necessidades após grandes guerras seria a paz, e foi o que foi executado, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) que se deu a 24 de outubro de 1945, na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos da América, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países, excluindo os que haviam feito parte do Eixo. A ONU era uma segunda tentativa de criar uma união de nações com o propósito de estabelecer relações amistosas entre os países. A primeira tentativa ocorreu com a formação da Liga das Nações, no fim da Primeira Guerra Mundial, mas que fracassou nos seus objetivos. Em conclusão, penso que são necessárias mais pessoas como as já mencionadas. Pessoas que “espalhem” a paz, para o mundo ser um local melhor.

Na aula de Português o nosso Miguel continua a fazer a apreciação crítica de Cartoons. O título deste cartoon é Tecnologia Estraga-Férias, da autoria de Rodrigo e foi retirado de World Press Cartoon publicado em 2008 em Lisboa. Na imagem, vemos ao centro um homem de calções e óculos de sol deitado em cima de uma toalha e tapado por um guarda-sol. Parece que o homem está na praia, mas a trabalhar ao mesmo tempo porque está rodeado de tecnologia, nomeadamente computadores, telemóveis e tablet e vemo-lo a mexer em todos esses equipamentos. Mais atrás na imagem, vemos um menino também de calções que está em pé a jogar raquete com o homem deitado que joga com o menino de costas com o único pé que tem disponível. O menino parece zangado, uma vez que queria brincar com o homem. A intenção crítica do cartoon é o excesso de tecnologia, porque o homem está de férias, mas sem se desligar do trabalho. Ele parece ter pouco tempo para a família, visto que a tecnologia rouba o seu tempo livre. Face ao exposto, com este cartoon percebemos que a tecnologia pode estragar as férias se não nos desligarmos dela.

Professora Ana Lourenço

Aluno: Miguel Lopes

18 CULTURA
Foto de priscilla du preez - Unsplash

Um boneco de neve! As suas mãos nas minhas. Um sonho de Natal… Pensava eu, enquanto deslizava pela neve e o observava ao longe. Um sonho que teria que ficar para outra vida.

Tudo começou no verão passado, quando o conheci. Estávamos na praia, quando ele se dirigiu a mim. Perguntou-me o nome e pediu-me o meu número. E, a partir daí, começámos a falar diariamente. Passou a ser o meu melhor amigo. O meu confidente. Contava-lhe tudo. Como é que nos aproximámos tanto? Não sei. Talvez pelo interesse na vida um do outro, talvez pelas chamadas que duravam até de madrugada ou talvez pelos elogios que fazíamos um ao outro, mas o certo é que, quando falava com ele, sentia-me noutro mundo, sentia-me compreendida e, também, amada.

Passou-se agosto e chegou setembro. Não sei se foi o seu afastamento, se foi a chuva ou se foram as lágrimas que derramei, que tornaram setembro um mês bastante cinzento. Rapidamente, chegou o início das aulas. Foi no primeiro dia de aulas que descobri a razão pela qual se afastara, quando o vi entrar pelo portão com um sorriso contagioso. Corri para ele. Todas as palavras que ficaram por dizer, nos últimos dias, foram ditas naquele momento, através de um simples abraço.

Outubro. Estávamos mais próximos do que nunca. Todos os meus (agora nossos) amigos nos diziam que “apenas amigos” não se olhavam assim. Talvez fosse verdade, mas eu e ele nunca daríamos certo. Éramos amigos, melhores amigos, talvez até almas gémeas, mas nunca um casal.

Ainda outubro. Continuávamos bastante próximos, mas, ultimamente, estava a sentir algo diferente em relação a nós. Cada vez que o via chegar com aquele largo sorriso, sentia as tão conhecidas “borboletas” e, quando ele me abraçava, lá estavam elas, outra vez. Não podia ser. Não me podia apaixonar pelo meu melhor amigo. Não podia estragar tudo, outra vez.

Novembro chegara e, com ele, o frio e a neve. Deixara de negar os meus sentimentos. Estava apaixonada. Por ele… Pelo meu melhor amigo, que nunca poderia saber sobre as voltas que o meu coração dava, quando o via. Numa tarde de novembro, decidimos dar um passeio pelo parque da cidade. Íamos de mãos dadas. Não sei quando se entrelaçaram, mas sentia uma estranha sensação de conforto, como se as

O BONECO DE NEVE

Dezembro. Natal. Um clima de magia e felicidade por toda a cidade, enquanto, a mim, rodeava-me um clima de indiferença e infelicidade. Ficara fria com ele e não percebia porquê. Afastara-me de todos. Passava os dias sozinha, a tentar ignorar a dor da perda do meu porto de conforto. Do meu melhor amigo. Do meu confidente. Mas as lágrimas que derramava não me deixavam ignorá-la, muito menos esquecê-la e superá-la. Ainda em dezembro, confrontara-me acerca do porquê de estar tão distante. Limitei-me a chorar. Afastámo-nos mais, passando a não falar, praticamente, nada. Via-os juntos, abraçados. A ela e a ele. Eu era ela. Eu tinha sido ela. Doeu. Muito.

24 de dezembro. Véspera de Natal. Nevava, novamente. Já não nos falávamos há dias. Decidi sair, espairecer, para me tentar abstrair dos meus sentimentos e da minha dor. Fui para o parque, onde estivera com ele, semanas antes. Sentei-me a ler. Olhei para o lado e vi-o. Não sei em que momento, mas senti as lágrimas cobrirem-me a cara. Lá estavam eles. A fazer um boneco de neve. A fazerem anjos na neve. De mãos dadas. A abraçarem-se, apaixonados. Aquele abraço que costumava ser meu. Aquele sorriso que me contagiava, sempre que o via. As mãos que encaixavam, perfeitamente, nas minhas. A neve que costumava ser nossa. O boneco de neve que costumava ser nosso. Ele, que costumava ser meu. Ela, que costumava ser eu.

25 de dezembro. Estava destruída. Como é que passámos de desconhecidos a amigos, de amigos a apaixonados e, no final, estranhos, outra vez? E, o pior de tudo, ele não se apercebia de como me destruía vê-los felizes, apaixonados. Vê-la. No meu lugar.

nossas mãos tivessem sido feitas uma para a outra. Começou a nevar. Fizemos um boneco de neve. Fizemos anjos na neve. E, novamente, como se fosse perfeitamente natural, demos as mãos. Ainda em novembro, depois do dia em que descobri como as nossas mãos se encaixavam, perfeitamente, perguntou-me se sentia algo por ele. Hesitei. Disse que não, pois tinha medo que a nossa conexão fosse afetada e sabia que ele não sentia o mesmo. Contou-me acerca da sua paixoneta e, não sei bem em que momento, deixei de o ouvir, para ouvir apenas o som do meu coração a partir, dentro de mim.

Sempre achei que teria uma história de amor verdadeira. Alguém que me amasse, apesar de todos os meus defeitos, feitio, manias… Alguém que, apesar das desavenças, estaria sempre lá para mim. Alguém que seria incapaz de me partir o coração, de me destruir. Sempre achei que almas gémeas estavam destinadas a ficar juntas, mas, afinal, estão apenas destinadas a encontrarem-se e despedaçarem-se, mutuamente. Porque o amor… O amor é como um boneco de neve. Amável por fora, mas uma bola de neve por dentro. Frio.

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Margarida Lacão, 9.ºA Foto de Wengang Zhai na Unsplash

A INTRODUÇÃO MAIS BREVE QUE CONSEGUI FAZER À MITOLOGIA NÓRDICA

Querem ouvir palavras estranhas com letras estranhas? Querem ouvir histórias duma sociedade brevemente explorada pela Atualidade? Querem entender o que é que os jogos God of War e God of War Ragnarök adaptaram brilhantemente da antiga religião dos viquingues? Bom, eu não sou um especialista, mas até acho que estão num lugar acolhedor para aprenderem coisas que, infelizmente, não se ensinam na escola. Mitologia nórdica, então! Coisas básicas: um mito não se aplica a eventos históricos; quero dizer com isto que a Batalha de Não Sei dos Quantos (não me vinham nomes à cabeça) não é um evento mitológico direto, pode ser mencionado nas histórias, mas, se aconteceu, não é mito, mas sim, História (com H maiúsculo). Por tendência, um mito é visto como uma religião politeísta que já não é credível, e, embora seja este o caso, não é sempre assim.

Um mito é uma maneira bonita e algo épica de dizer história fictícia; os números três, nove e doze eram vistos como números sagrados (muito como na religião católica). Por vezes, as guerreiras valquírias são contadas como doze, por exemplo. Os Reinos dizem-se serem nove, também. As fontes principais, para além de monumentos nos países nórdicos, são objetos de prática religiosa bastante antigos e pedras como runas, entre outros, há dois livros, não publicados em Portugal, chamados Edda poética (numa tradução livre), um compilado de poemas de autores desconhecidos, possivelmente eram poemas populares, que podemos associar aos contos populares, por exemplo, compilados por uma ou mais figuras desconhecidas.

A Edda em prosa ou Edda prosaico (também numa tradução livre), que era um manual de escrita de poesia nórdica antiga, conservando expressões como “lágrimas de Freyja”, para designar ouro, que recontava os mitos, pelo que sei, com uma introdução em prosa, sendo o resto poesia, escrita por Snorri Sturluson, um historiador e político islandês, já depois da cristianização dos países nórdicos, sendo esse um dos fatores principais para a mudança de alguns mitos dum livro para o outro. Há outras

Por Mårten
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illustrated Edda
Domínio
20 CULTURA

fontes? Há!… São importantes? São!… Vamos explorar todas? Dificilmente…

Prosseguindo: há três famílias, os Æsir (a letra Æ lê-se “áss”), os Vanir e os Jǫtnar (a letra Ǫ lê-se “o” e a letra J lê-se “ió”). Ora lá está! Nomes estranhos com letras estranhas! Já mencionei que prefiro usar, na maior parte das vezes, a reconstrução do nórdico antigo e não a base islandesa que temos hoje? Enfim…

Os Æsir e os Vanir, muito provavelmente eram uma família só, sendo que ambos os nomes eram apenas usados para designar os deuses (dá para ver isso numa passagem sobre o deus Heimdallr). Porém, Snorri alterou isso, esforçando-se, com sucesso, para fazer duas famílias de deuses. Os Jǫtnar, designados atualmente como Gigantes, eram outra família, não vista como deuses, talvez por serem muitas vezes interpretados como os maus da fita, e não eram necessariamente gigantes e grotescos, como se diz muitas vezes. Aliás, eram apresentados como bonitos, visão evidentemente deturpada por serem usados como vilões e os maiores inimigos dos deuses (sendo esta última parte verdade e a primeira algo estranha, em certas circunstâncias). Havia Jǫtnar gigantes? Havia. O primeiro ser dos cosmos nórdicos era um Jǫtunn (no singular) e era grande o suficiente para, das suas pestanas, se fazer uma muralha à volta da Terra, ou melhor Miðgarðr (a letra Đ lê-se “th”, como no inglês, língua bastante influenciada pelo nórdico antigo, aliás), e para a rechear toda.

Por falar na criação, ou, como gosto de lhe chamar, o Mito da Criação, há que esclarecer certos aspetos sobre a bizarria cataclísmica que é o início e o fim da mitologia nórdica. Acreditava-se, então, que muito provavelmente o universo era cíclico. Começava com o Ginnungagap, “o poderoso vazio” ou o “grande vazio”, numa tradução de Jackson Crawford (já falo dele), que era literalmente um vazio entre os Reinos de gelo e fogo, Niflheimr e Múspellsheimr, respetivamente, vistos como os Reinos primordiais, e acabava com a chamas do Jǫtunn de fogo, Surtr, a consumir o mundo na batalha final dos deuses, o Ragnarǫk.

“Ok, ok, Rodrigo, é cíclico, sim, claro, com certeza… Mas e o ciclo?” Bem, o ciclo é simples: no início, já existiam os Reinos de gelo e fogo, mesmo antes de qualquer outra coisa existir, provando que já deve ter havido outro mundo, no fim, quase todos os deuses morrem, mas sobrevivem quatro e dois voltam à vida. E, das ruínas do mundo antigo, nasce um novo. Mas um dragão que roía as raízes da Árvore da Vida, o pujante freixo que sustentava os Nove Reinos, voa sobre os céus desse novo mundo, provando que o mal e as adversidades prevalecem, obrigando, provavelmente, não se sabe, especula-se, os seis deuses a enfrentar forças opositoras outra vez. É cíclico!

Por fim… e peço paciência, agora… falemos dos deuses: há Óðinn, que se autointitulou Pai de Todos (Alfǫðr, em nórdico antigo), por ter criado, com as duas figuras obscuras que são os seus irmãos, o Homem. Ele é deus da guerra e da morte, como todos os Æsir, da sabedoria, tanto que se enforcou na Árvore da Vida (ou do Mundo) e já arrancou um olho na sua busca incessante por esta, da poesia, tal como o seu filho Bragi, mas, neste caso, devido a uma história, está mais associado à má poesia, e é Senhor dos Enforcados, por causa da história da enforcamento, e Rei dos Corvos, pois é costume estar associado a dois corvos que vão «cuscando» os Nove Reinos por ele; também há o Þórr (a letra Þ lê-se “t”), filho de Óðinn e deus Áss (singular de Æsir) da guerra, da morte, do trovão, do relâmpago e da fertilidade da terra, já que era ele quem causava a chuva que fertilizava os campos agrícolas. Chamado de Protetor dos Homens e Matador de Jǫtnar, tinha um temperamento por vezes descontrolado e bebia e comia muito, o que podia, se calhar, fazê-lo gordo, ao contrário da sua adaptação da Marvel, Thor; há também Loki, irmão de sangue, através dum ritual, de Óðinn, informação revelada no poema Lokasenna, “o sarcasmo de Loki”, em que ele humilha os deuses (por exemplo, revela que Óðinn praticava magia seiðr, que era considerada maioritariamente feminina, pondo em causa a sua masculinidade), deus das mentiras e maior rival de Heimdalllr, deus visto como Áss e Vanr (singular de Vanir) ao

mesmo tempo, muitas vezes, com dentes de ouro, sem um pedaço duma orelha e dito Guardião dos Deuses e Pai da Sociedade.

Não se sabe muito bem o motivo da rivalidade deles, mas pode muito bem envolver um certo colar da deusa Freyja, deusa Vanr da fertilidade, como qualquer bom Vanir, da morte, pois era a Rainha das Valquírias, as Selecionadoras dos Mortos, da beleza e do amor, que tem um irmão chamado Freyr (talvez chamado Yngvi, às vezes), também Vanr e deus da fertilidade da terra. Ainda há Týr, deus Áss da guerra e da justiça, que devia ter sido importante, pois tinha uma runa própria, Njǫðr, deus Vanr dos mares, que o fazia ter os pés bonitos, e Hel, uma filha bastarda de Loki, que domina os mortos.

Pronto! Chega de nomes estranhos!

BASTA, ACABOU! Há muito mais que dizer, como a adoração aos deuses, por parte dos viquingues e não só, a sociedade estabelecida da época e o status quo do mundo nórdico antigo (neste acreditava-se que o deus mais bonito de todos, Baldr, já tinha sido assassinado e já estava a acontecer o Grande Inverno que antecipava a batalha final dos deuses). Mas, sendo isto uma mera introdução, acho que até já disse demais. Para quem se ficou a sentir cativado depois desta leitura, aconselho os canais de YouTube do Dr. Jackson Crawford, donde eu tirei a maior parte desta informação, e do Jon Solo, também bastante útil. O livro Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman, embora adaptando muita coisa, é também bastante útil para principiantes. Vá, espero que tenham gostado e que vos tenha cativado o melhor que consegui (mesmo com tantos nomes estranhos, para nós)… Muito obrigado!!

21 CULTURA
em janeiro de 2023, por Rodrigo M. Fé

CORTA-MATO DISTRITAL DO DESPORTO ESCOLAR

CORTA-MATO ESCOLAR

Decorreu hoje, 15 de novembro de 2022, mais uma edição do Corta Mato Escolar, com a participação dos alunos das Escolas Cristóvão Falcão e Mouzinho da Silveira, que manifestaram interesse em fazê-lo. Apesar das condições climatéricas, dos mais de 250 alunos inscritos marcaram presença cerca de 200, se contabilizarmos os que ajudaram na organização do evento.

Tratou-se de mais uma jornada desportiva, onde imperou o convívio, saudável competição e alegre desafio criado pelo tempo que, apesar de muito ameaçar, só “deixou” correr à chuva os mais “velhinhos” dos alunos inscritos.

Os 3 primeiros classificados de cada escalão (6 no caso dos iniciados) representam o Agrupamento do Bonfim no Corta Mato distrital, no 13 de dezembro, em Fronteira.

Muitos parabéns a todos!

O grupo de Educação Física.

Realizou-se, no dia 16 de janeiro, o Corta-mato distrital em Fronteira. O nosso agrupamento participou com 18 alunos dos vários escalões. A nossa aluna Sara Realinho venceu o escalão de iniciados e o nosso aluno Rodrigo Bilé venceu o escalão de Infantil A. Foi uma boa jornada desportiva em que todos os alunos participaram com grande empenho e motivação.

22 DESPORTO

ENCONTRO DE DESPORTO ADAPTADO DO DESPORTO ESCOLAR

Realizou-se, no passado dia 10 de janeiro, o primeiro encontro de desporto adaptado do desporto escolar. O referido encontro realizou-se na piscina dos Assentos durante toda a manhã, os alunos do 10.º G do nosso agrupamento colaboraram na organização do mesmo com grande empenho e responsabilidade. Participaram na atividade os nossos alunos do grupo de desporto adaptado e o agrupamento de escolas de Campo Maior, Vila Boim e a Cerci de Portalegre. Estiveram envolvidos na atividade 40 alunos, mais os alunos da turma organizadora, o 10º G.

Foram desenvolvidas várias atividades de caráter lúdico, em que todos participaram de forma empenhada e animada. Todos os participantes se divertiram muito...

É muito fácil fazer crianças felizes quando todos trabalham com amor pela causa. O desporto é, sem dúvida, um grande catalisador na inclusão dos nossos alunos. Muito obrigada aos alunos do 10.ºG e a todos os intervenientes no Encontro... Foi uma manhã de grandes emoções e de muita alegria.

23 DESPORTO
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