Revista ABCFARMA

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ABCFARMA REVISTA

JUNHO/17

VEÍCULO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COMÉRCIO FARMACÊUTICO PUBLICAÇÃO DIRIGIDA AOS MÉDICOS, FARMACÊUTICOS, ODONTÓLOGOS, PRESCRITORES E DISPENSADORES DE MEDICAMENTOS PARA ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL

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COLECIONE!

EDITORIAL

EM SERGIPE,

SICOFASE CELEBRA

72 ANOS O evento de comemoração dos 72 anos do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do SergipeSICOFASE contou com as presenças de empresários, personalidades do setor empresarial, políticos e representantes de entidades de classe, a exemplo da ABCFARMA – na pessoa de seu presidente, Pedro Zidoi, que, homenageado pelo sindicato, destacou a importância do SICOFASE para a sociedade sergipana e para o fortalecimento do setor do comércio de medicamentos em todo o Brasil. E em seu pronunciamento, Pedro Zidoi saudou os presentes, acompanhado de sua esposa, Maria Helena, que veio para rever suas amigas do estado. Presentes, o presidente do SICOFASE, Alex Cavalcante Garcez, acompanhado de sua esposa Patrícia Marcano de Jesus Garcez. O deputado federal Laércio

Oliveira, que preside a Fecomercio do Estado de Sergipe, e é vice-presidente da CNC – Confederação Nacional do Comércio. Albano Franco, que governou o Estado de Sergipe por duas vezes, além de presidir a Confederação Nacional das Indústrias e a Federação das Indústrias do Estado, além de deputado estadual, e senador, entre outros cargos. Gilson Figueiredo, presidente do Sindilojas do SE e do Conselho do Sebrae. Edivaldo Cunha, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Sergipe. Presentes também os ex-presidentes do SICOFASE, José Raimundo dos Santos, Manoel Edison Marques da Silva e Carlos Baptista Dias. Vir a Sergipe para receber uma homenagem em nome da ABCFARMA é muito gratificante para mim, que presido a entidade. A homenagem feita pelo SICOFASE representa muito, por nosso trabalho em defesa dos empresários do comércio farmacêutico. Sergipe tem um sindicato sólido, forte e presidido por um jovem que é destaque em todo o Brasil – Alex Garcez, um líder importante e que não resume sua atuação apenas ao estado. Vai muito além e é um dos grandes nomes nacionais de empreendedores de farmácias e drogarias. Deixo o meu abraço aos presidentes das entidades citadas e aos diretores e colaboradores.

Pedro Zidoi Sdoia Presidente

Parabenizo o SICOFASE pelos seus 72 anos de existência e agradeço a presença do deputado Laércio Oliveira, que engrandeceu essa belíssima comemoração.

COMEMORAÇÃO Na comemoração do SICOFASE, foram entregues 13 troféus especiais alusivos à data, para pessoas e entidades que foram e são importantes para o desenvolvimento do comércio farmacêutico em Sergipe. Uma das entidades agraciadas foi a Federação do Comércio, cujo presidente Laércio Oliveira, foi homenageado. Laércio destacou a importância do setor em Sergipe e valorizou a iniciativa do negócio familiar, de vizinhança, e a proximidade da farmácia com o seu cliente. “Temos feito um trabalho muito destacado junto ao SICOFASE a fim de conquistarmos melhores oportunidades de negócio para os empresários do setor, buscando mais competitividade no mercado para que os empresários locais continuem se fortalecendo. Afinal, são os empresários de farmácias

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Foto : Pedro Leite

EDITORIAL

Edivaldo Francisco da Cunha (presidente da FCDL/SE), Gilson Figueiredo (presidente do Sindilojas/ SE), Pedro Zidoi (presidente da ABCFARMA), Emanoel Sobral (superintendente do Sebrae/SE), Alex Cavalcante Garcez (presidente do SICOFASE), Albano Franco (empresário), Laércio Oliveira (presidente da Fecomercio/SE) e Marcos Pinheiro (ACESE).

que lidam diretamente com as pessoas nos bairros, conhecem o problema de cada um dos seus clientes, oferecendo-lhes a melhor opção para tratar sua doença e manter sua saúde. O negócio familiar, a farmácia de bairro, é um mecanismo importante de geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico. O mercado movimenta mais de 200 milhões de reais por ano em nossa economia, gerando desenvolvimento”, disse o presidente da Fecomércio. O presidente do SICOFASE, Alex Garcez, lembrou que os 72 anos do sindicato foram marcados por muitas lutas importantes para a defesa dos interesses dos empresários do setor – e valorizou a importância econômica do comércio farmacêutico para Sergipe e

sua pujança na geração de empregos para a população. “Comemorar os 72 anos do nosso sindicato é muito importante. Por todo esse tempo, nossa entidade enfrentou problemas, com o objetivo de melhorar a condição de trabalho dos empresários farmacistas. A união de nossa classe é o que coloca o SICOFASE sempre na vanguarda da luta por um mercado mais competitivo para o empresário. Nós representamos hoje um setor que movimenta mais de 200 milhões de reais por ano na economia sergipana e gera mais de seis mil empregos diretos e indiretos em cerca de mil lojas que temos em Sergipe. Isso me deixa muito orgulhoso por presidir uma entidade que representa uma área tão robusta do comércio em nosso estado”,

afirmou Alex. Na oportunidade, diversos empresários, considerados os pioneiros do setor em Sergipe, receberam o troféu SICOFASE 72 anos, como Jonas Prado, dono de farmácia desde 1948, com 69 anos de atuação no mercado sergipano, Wilson Anchieta, dono da farmácia mais antiga do estado, e José Raimundo dos Santos, destacado líder classista, enquanto presidente do SICOFASE e da Fecomércio, nos anos 80 e 90. O Sindicato dos Lojistas do Estado de Sergipe (Sindilojas) e o Sebrae também foram homenageados. Contudo, a homenagem mais marcante foi feita para José Luiz Rolemberg, funcionário do Sicofase, que recebeu um troféu pelos 30 anos de dedicação à entidade. n

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ÍNDICE EXPEDIENTE Diretor Presidente Pedro Zidoi Sdoia Jornalista responsável Celso Arnaldo Araujo Mtb 13.064 Analista e Programador Eduardo Novelli Design / Diagramação Sérgio R. Bichara Colaboradores Américo José da Silva Filho

EDITORIAL O presidente da ABCFARMA fala dos 72 anos do SICOFASE/Sergipe.............................................................................................. 03

PÁGINAS AZUIS Antonio Penteado Mendonça

O novo provedor da Santa Casa/SP diz que vai vencer a crise.............. 07

SAÚDE Pneumonia: sinal vermelho do inverno................................................................ 14 Tosse: para cada tipo, um tratamento................................................................ 20

Cadri Saleh Ahmad Awad

Mais dor de cabeça: é o frio.................................................................................... 24

Geraldo Monteiro

Dor de garganta: Duro de engolir.........................................................................26

Juan Carlos Becerra Ligos Mauro Pacanowski

Lactose: uma intolerância perigosa..................................................................... 30

Regina Blessa

Colágeno: substância que une os pontos do organismo........................... 34

Rui de Sá Telles

Disfunção erétil: a ação bem-sucedida da tadalafila....................................36

Distribuição/ Publicidade ABCFARMA Impressão Gráfica Prol Periodicidade Mensal Rua Santa Isabel, 160, 5º andar, conjunto 51, Vila Buarque, São Paulo, SP, CEP 01221-010 Fone: (11) 3223-8677 Fax: (11) 3331-2088 www.abcfarma.org.br Para anunciar trade@abcfarma.org.br

NOTA • Os anúncios de produtos ou de serviços publicados nesta revista são de total responsabilidade do anunciante. • A ABCFARMA não se responsabiliza pelo preço determinado, nem pela qualidade dos produtos ou dos serviços anunciados.

Próstata: ela cresce quando não é mais necessária......................................38

GESTÃO

GESTÃO

TEXTO: SILVIA OSSO FOTOS: DIVULGAÇÃO

FORMAS DE OBTER MAIS LUCRO

Ano difícil para alguns – mas de oportunidades para outros! Pensar positivo faz bem; mas agir faz melhor ainda. Não adianta ficar esperando mudanças na política e nas conjecturas do país. O importante é mudar seu negócio, suas atitudes e partir para a ação. Uma regra básica para os pequenos ou médios empresários é aprender a pensar e agir como os grandes! Nem sempre é fácil, mas eis algumas sugestões para serem cumpridas com assertividade e proatividade.

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ACERTAR NA ESCOLHA DO MIX e CUIDAR DO SEU ESTOQUE

Conhece bem sua clientela e o objetivo de vendas de sua empresa? Sabe para quem sua farmácia vende? Se realmente sabe, já é meio caminho andado para definir um mix lucrativo de produtos. Para compor

o mix, use o resultado da análise das vendas dos produtos através da chamada Curva ABC. Defina os produtos que mais saem e que mais contribuem para a margem de lucro da farmácia. Também é necessário levar em conta o giro de cada item. Combine itens de giro maior e margem menor com os de giro menor e margem maior. Isso só pode ser feito com um rigoroso controle de estoque e relatórios detalhados das vendas – primeiro passo para compor um mix desejável e ter um estoque equilibrado em quantidade e qualidade. 36 Revista ABCFARMA • Março / 17

Betânia Alhan: a verdadeira função do farmacêutico.................................40 Dr. Juan Ligos: sua farmácia está preparada para a inspeção?.............. 43 Américo José: a fábula do fósforo e da vela.................................................... 45 Mauro Pacanowski: as farmácias como agentes de saúde........................47

EVENTOS Entrega do Colar Cândido Fontoura................................................................... 49 ABCFARMA com Você: Conheça o ganhador................................................. 50

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• A opinião dos autores não é necessariamente a opinião da ABCFARMA.

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Silvia OSSO

é palestrante e consultora de empresas, especialista em desenvolvimento de pessoas e varejo. Autora dos livros, destinados ao varejo e serviços, “Atender bem dá lucro”, “Administração de Recursos Humanos em Farmácia”, “Programa prático de marketing em farmácias” e “Liderança para todos”. Contatos: siosso@uol. com.br ou Facebook: silviaosso


DIRETORIA

ABCFARMA

Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico

Diretoria: Diretor Presidente: Pedro Zidoi Sdoia

Diretores Conselheiros:

(SP)

Diretores Vice-Presidentes: Marcelo Fernandes de Queiroz (RN) Lázaro Luiz Gonzaga (MG)

Diretores Secretários: Edenir Zandoná Júnior (PR) Luís Carlos Caspary Marins (RJ)

Suplentes: Leomar Rehbein Armando Gomes dos Reis Filho Joaquim Tadeu Pereira

(RS) (AM) (PA)

Diretor Tesoureiro: João Luiz dos Santos

(SP)

Suplentes: Alex Cavalcante Garcez Romildo Marcos Letzner

(SE) (SC)

Diretores Conselho Fiscal: Adelmo Rego Jaime Nunes Moreira Francisco Messias Vasconcelos

triênio de 28/10/2016 a 27/10/2019

(SP) (RS) (DF)

Suplentes: Carlos de Souza Andrade (BA) Luiza Diva Cunha Dutra (RN) Roberto Brasileiro Lima (BA)

Ademir Tomazoni (Itajaí - SC) Alarico Rodrigues de Araújo (Manaus-AM) Álvaro Silveira Júnior (DF) Antonio Augusto Vianna (SP) Antonio Felix da Silva (CE) Antonio Fernandes de Souza Filho (DF) Antonio Ironi Nunes Jaques (RS) Antonio Menezes de Araújo (SP) Antonio Walmir Nola (SC) Ben Hur Jesus de Oliveira (RS) Benilton Gonçalves Diniz (MA) Cássio Fabrízzio de Souza Sobrinho (AP) Claudisnei Machado Constante (SC) Cleber Antunes Magalhães (BA) Dejalma Lemos da Silva (RN) Delano Leno Silva Miranda de Souza (PI) Domingos Tavares de Souza (TO) Edimar Pereira Lima (RR) Edson Daniel Marchiori (ES) Eliomar Bruce de Oliveira (AM) Elmar Humberto Goulart (Uberaba-MG) Emanuel Messias Câmara (SC) Everton Luiz Ilha Mahfuz (RS) Felipe Antônio Terrezo (RJ) Francisco Deusmar de Queiros (CE) Gilson G. Figueiredo Terra (MG) Gladstone Nogueira Frota (RO) Hamilton Domingos Teixeira (MT) Herbert Almeida da Cunha (PB) Irene Prieve do Nascimento (MT)

Ivan Pedro Martins Veronesi (SP) Jefferson Proença Testa (Londrina-PR) João Aguiar Neto (GO) João Arthur Prudêncio Rêgo (BA) João Garcia Galvão (SP) João Gilberto Serrat (RS) José Ademar Lopes (RS) José Antonio Vieira (AL) José Cláudio Fernandes (Santo André-SP) José da Silva Costa (RR) José Ricardo Nogared Cardoso (Tubarão – SC) José Rodrigues da Silva (Sul do Maranhão – MA) Julio Cezar Campagnaro (ES) Katia Vanessa Moreira Mendes do Bom Conselho (MG) Luiz Geraldo Neto (SP) Luiz Marcos Caramanti (SP) Luiz Trindade Pinto (BA) Marcos Antonio Carneiro Lameira (AC) Marcos de Souza (SP) Maurício Cavalcante Filizola (CE) Modesto Carvalho de Araújo Neto (MG) Neilton Neves dos Santos (PB) Nelcir Antonio Ferro (Cascavel-PR) Nelson Leonel Fleury (Anápolis- GO) Nery Wanderley de Oliveira (RS) Noésio Emídio da Cunha (Feira de Santana-BA) Ozeas Gomes da Silva (PE) Paulo Luiz Zidoi (SP) Paulo Roberto Kopschina (RS)

Paulo Sérgio Bondança (SP) Paulo Sérgio Navarro de Souza (PB) Philadelpho Lopes (SP) Ricardo Duarte da Silveira (RS) Roberto Martins Rosa (Mato Grosso do Sul – MS) Romualdo Constantino Magro (SP) Ronaldo José Neves de Carvalho (SP) Rubin Wendland (Cascavel-PR) Sérgio de Giacometti (Oeste Catarinense - SC) Vollrad Laemmel (Vale do Itajaí-SC)

Conselheiros Adjuntos: Ademilson de Menezes Cordeiro (PE) Roberto Massatoshi Baba (Birigui - SP) Vitor Fernandes (Americana - SP)

Diretores Vitalícios: Antonio Barros Leite Júnior (Jundiaí - SP) Armando Zonta (SC) Francisco Miguel da Silva (RN) Fridolino de Moraes Rêgo (BA) Gilberto David Cunha da Silva (RS) Gonçalo Aguiar Ferreira (SP) Hermes Martins da Cunha (MT) João Azevedo Dantas (PB) José Aparecido Junqueira Guimarães (DF) Pedro de Araújo Braz (RJ) Ruy de Campos Marins (RJ) Waldemar Pupo Ferreira (SP)

CONSELHO SUPERIOR DE ESTUDOS JURÍDICOS E ESTRATÉGICOS Pedro Zidoi Sdoia

(SP)

Dr. Juan Carlos Becerra Ligos (SP)

Geraldo Cardoso Monteiro (SP)

Jorge Froes de Aguilar

(SP)

Adelmir Araújo Santana

(DF)

José Abud Neto

(SP)

(DF)

Dr. Rafael Souza de Oliveira Espinhel de Jesus (SP)

Guilherme Leipnitz

Álvaro José da Silveira

Serafim Branco Neto

(SP)

Dr. André Bedran Jabr

(SP)

Edison Gonçalves Tamascia (SP)

Pedro Candido Navarro

(SP)

(RS)

Jorge Fernando de Azevedo Trindade (RJ)

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PÁGINAS AZUIS TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Antonio Penteado Mendonça

Santa gestão A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, instituição secular com relevantes serviços prestados à saúde pública, tem se destacado ultimamente no noticiário dos jornais por sua interminável crise financeira. Crise que, em julho de 2014, foi o pano de fundo para o dramático fechamento de seu indispensável pronto-socorro. Mas, aparentemente, o pior já passou. E, se depender do novo provedor da Santa Casa de São Paulo, o advogado, jornalista e radialista Antonio Penteado Mendonça, novos tempos virão. Ele planeja uma gestão saudável, profissional e eficiente – para tirar a entidade do sufoco e dar alívio e cura aos quase 800 mil pacientes que dependem de seus serviços todos os anos. Acompanhe 07 Revista ABCFARMA • Junho / 17

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ABCFARMA

“Quem fez a primeira Santa Casa foi a Rainha Dona Leonor, viúva de Dom João II, irmã de Dom Manuel, o Venturoso, que era soberano de Portugal na época do descobrimento do Brasil.”

Você é da quinta geração de sua família a assumir um cargo de direção na Santa Casa de São Paulo... Sim. Meu tataravô, José Alves de Cerqueira Cesar, foi provedor. Meu bisavô, Antonio de Pádua Salles, foi provedor. Meu bisavô, Julio Mesquita, foi um dos principais formuladores de políticas de contribuições à Santa Casa. Meu avô, Antonio Mendonça, foi mesário. Meu pai, Jorge Mendonça, foi mesário. E eu era mesário até assumir como provedor. E minha filha já é irmã remida. O que faz um mesário na Santa Casa? É preciso explicar como funciona a Santa Casa organizacionalmente. Trata-se de uma ideia portuguesa de 1498, dois anos antes de o Brasil ser descoberto – é uma das instituições civis mais antigas do mundo. Quem fez a primeira Santa Casa foi a Rainha Dona Leonor, viúva de Dom João II, irmã de Dom Manuel, o Venturoso, que era soberano de Portugal na época do descobrimento do Brasil. A ideia: os pobres precisam ser protegidos. Vamos criar uma entidade dedicada à misericórdia – até então, o que havia era esmola. Isso seria feito através das contribuições das pessoas

mais ricas do reino. A forma de se participar da estrutura da Santa Casa, através de alguma forma de contribuição, é ser eleito irmão, em várias categorias – remido, benemérito, etc. Hoje, aqui em São Paulo, esse é um grupo de 500 e tantas pessoas que, a cada três anos, elegem uma mesa administrativa que faz a gestão da Santa Casa– composta por 50 membros (provedor, vice-provedor e 48 mesários). O provedor escolherá entre os mesários um número determinado de mordomos – conselheiros, numa linguagem moderna – e cada um assume uma área da entidade: jurídica, financeira, patrimônio imobiliário, etc. E abaixo desse nível há uma diretoria profissional, ligada ao provedor, que toca o dia a dia da Santa Casa. O provedor hoje tem um poder absoluto, a ponto de poder fechar o Pronto-Socorro, e pretendo modificar isso – transformando a mesa num conselho consultivo, como numa empresa moderna. A provedoria dará as linhas gerais – e cobrará resultados, além de fazer a representação política da Santa Casa na captação de recursos. E abaixo disso uma diretoria absolutamente profissional. O súbito fechamento do Pronto-Socorro da Santa Casa, na gestão do provedor Kalil Abdalla, foi um marco negativo na história da entidade? Mais do que mesário, eu era o escrivão, membro da provedoria. Chegamos aqui e o pronto-socorro estava fechado. Ficamos estupefatos. Foi um Deus nos acuda. Isso determinou uma série de consequências dramáticas. Estávamos

com um empréstimo de mais de 400 milhões de reais acordado com o BNDES, em condições altamente vantajosas. O empréstimo foi cancelado. No dia seguinte, o governo do estado entrou com os dois pés na porta da Santa, com toda razão. Não se fecha o maior pronto-socorro de São Paulo sem avisar ninguém. O Dr. Kalil foi sucedido pelo Dr. José Luis Egydio Setubal, médico, filho do exprefeito Olavo Setubal e de uma família de poderosos banqueiros. Mas ficou só um mandato. Decepcionou-se com os resultados obtidos? Teria meu apoio se quisesse continuar, mas problemas de saúde o levaram a não se candidatar de novo. Eu imagino que, com apenas 10 dias na provedoria, você ainda esteja tomando pé da grave situação da Santa Casa. Até agora você só viu números vermelhos com um sinal negativo na frente? Nem tanto. Há números até promissores. Estamos, de fato, numa situação delicadíssima, com déficit grande, mas temos medidas a serem implantadas, e já em andamento, que nos permitem dizer que a Santa Casa sai dessa crise. Isso significa zerar o déficit? Não necessariamente. Se conseguirmos renegociar nosso contrato com a Caixa, ou a linha direta do BNDES, e se passar

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em Brasília o projeto do senador José Serra instituindo uma espécie de PROER para as Santas Casas, resolvemos nosso problema – e rapidamente – através de diversos atos de gestão, embora alguns dramáticos e doloridos, incluindo demissões de funcionários. Isso me deixa constrangido, mas é inevitável.

A Santa Casa tem uma enorme carteira de imóveis. Não é o caso de abrir mão deles? Temos um patrimônio imobiliário muito significativo, que evidentemente é uma de nossas ferramentas para sair da crise. Sem contar o imenso quadrilátero de 48 mil metros quadrados em que estamos instalados e não é vendável, temos outros 400 imóveis. Estamos estudando, já que neste momento não é bom vender imóvel. Qual é a atual capacidade de atendimento da Santa Casa? Uma pessoa que tem um infarto na calçada será prontamente atendida e acolhida? Um infarto, sem dúvida nenhuma. Nosso Pronto Socorro está funcionando integralmente. Reduzimos os procedimentos eletivos pensando justamente em incrementar os atendimentos de urgência. O Hospital São Paulo praticamente fechou seu pronto-socorro. O Santa Marcelina, reduziu muito seu atendimento. E vai por aí. São Paulo precisa da Santa Casa. Pouca gente sabe, mas a Santa Casa é um hospital privado, não? É privado, mas um dos três maiores prestadores de serviços ao SUS em São Paulo. A preços aviltantes? A preços SUS. Os preços do SUS têm 140 exceções ao básico. A Santa Casa

“Vamos dar um banho de gestão na Santa Casa, que voltará a ser um hospital de altíssima qualidade” recebe 60% do preço efetivo – mais do que muitos outros hospitais. Somos um hospital universitário, de referência, com uma série de complementos à tabela básica do SUS. E pode prestar serviços particulares? Sim, no nosso Hospital Santa Isabel. Se me permite a comparação, você está aplicando à Santa Casa a palavra de ordem do prefeito Doria em relação a São Paulo: gestão. É isso? Sim, e já temos o compromisso de duas das mais eficientes consultorias empresariais do Brasil para dar um banho de gestão na Santa Casa. Em 90 dias devemos ter um relatório da situação e a sugestão das medidas para resolver todos os problemas, que serão imediatamente implantadas. A Santa voltará a ser um hospital de altíssima qualidade, com os professores da nossa Faculdade de Ciências Médicas, a melhor escola de medicina privada do país, como chefes de departamento. Esse é nosso corpo clínico – e atende integralmente aos

pacientes do SUS. Nossa escola de enfermagem também é uma das melhores do Brasil – e nossas enfermeiras são formadas lá. Em seus primeiros dias na provedoria, qual é sua radiografia da Santa Casa? Vi um doente num processo de desorganização física absolutamente reversível através de medidas corretas de gestão. Em meus primeiros dias como provedor, descobri coisas maravilhosas e apavorantes. Entre as primeiras, a dedicação dos funcionários – gente que ainda não recebeu o 13º de 2014 e se entrega de corpo e alma à Santa Casa. Por outro lado, um grupo pequeno de funcionários sem nenhum comprometimento – que xinga o hospital na frente do paciente. Isso não será tolerado porque não é justo com quem não está comprometido. Parece que Santa Casa tem interesse em fazer parceria com redes de farmácia no sentido de recolher medicamentos com prazos de validade próximos do vencimento, comprometendo-se a utilizálos em seus pacientes dentro do prazo. Como seria isso? Sou diretor do Centro do Comércio, ligado à Fecomercio, desde 1987. Desde essa época, convivo com Pedro Zidoi, presidente da ABCFARMA – homem com uma vida pública exemplar. E me ocorreu a ideia de, com a intermediação da ABCFARMA, negociarmos uma forma de a Santa Casa recolher esses medicamentos que não podem mais ser vendidos, mas ainda estão dentro do prazo de validade. Vou conversar com ele a respeito disso. n

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SAÚDE TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Pneumonia A maior ameaça Mais de 100 tipos de micro-organismos podem provocar um quadro de pneumonia – infecção em um ou em ambos os pulmões. Entre eles, bactérias, vírus, fungos e parasitas. Mas apenas quatro ou cinco tipos de bactérias são responsáveis pela maioria dos casos. Dependendo do estado geral do paciente, pode ser um quadro grave – daí a preocupação maior quando a doença acomete crianças e idosos, as principais vítimas da pneumonia. Que é mais frequente na época mais fria do ano. Aqui, o Dr. Daniel Deheinzelin, professor Livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e pneumologista do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, tira todas as dúvidas sobre essa perigosa infecção dos pulmões

Dr. Daniel Deheinzelin

A presença de uma substância estranha, como uma bactéria, um vírus ou um agente irritante, provoca uma reação inflamatória intensa – a pneumonia – que tem por objetivo expulsar o invasor.

Qual é o principal agente ou irritante no espaço alveolar, onde causador da pneumonia? Como surgem as ocorre a troca gasosa, que deve estar A forma mais comum é a chamapneumonias? Basicamente, elas são provocadas pela sempre muito limpo, sem nada que da pneumonia da comunidade, penetração de um agente infeccioso impeça o contato do ar com o sangue. uma infecção provocada por bac14 Revista ABCFARMA • Junho / 17

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ABCFARMA térias e contra a qual existe tratamento específico com antibióticos. Quando o agente causador for um vírus, embora alguns casos admitam tratamento medicamentoso, a maioria das pneumonias é autolimitada, ou seja, o organismo elimina o vírus espontânea e naturalmente.

Como se faz a distinção? A grande dificuldade da pneumonia é determinar o agente causador. Quando se faz o diagnóstico, que é clínico, na maior parte das vezes não importa fazer a diferenciação. Ela só interessa quando o paciente não responde ao tratamento com antibiótico de amplo espectro. As pneumonias bacterianas e virais, do ponto de vista médico e radiológico, comportam-se de forma muito semelhante. Como se sabe que os principais agentes são os Streptococcus pneumoniae, o microplasma, a clamídia e o

Na maioria dos casos, a degradação das células de defesa produz muco purulento de coloração esverdeado-amarelada que vai ser eliminado pela tosse Hemophilus, muitas vezes introduz-se o tratamento com antibióticos que cobrem todo esse espectro, sem necessidade de identificar o agente causador.

Pneumonia sempre dá febre? A febre costuma ser alta, acima de 38º. Febre do tipo que precisa do termômetro para verificar se a pessoa está mesmo febril não é o sintoma mais frequente das pneumonias.

Doenças respiratórias geralmente provocam tosse. A tosse da pneumonia é o principal sintoma? Além da tosse, é muito comum a pessoa com pneumonia apresentar confusão mental, febre, alteração da pressão arterial, mal-estar generalizado, falta de ar e secreção purulenta. Na maioria dos casos, a degradação das células de defesa produz muco purulento de coloração esverdeado-amarelada que vai ser eliminado pela tosse.

Que outros sintomas a pneumonia pode provocar? Dor torácica é outro sintoma importante. O movimento de encher e esvaziar os pulmões, próprio da respiração, provoca dor porque eles estão inflamados. Um estado de prostração, de moleza, próprios dos quadros infecciosos, também está entre os sintomas das pneumonias. É importante lembrar que a pneumonia pode ter evolução muito rápida. A pessoa está bem e, em algumas horas, a infecção se manifesta e é preciso procurar atendimento médico sem demora.

Existe início de pneumonia, como se costuma dizer? Deve existir início, meio e fim, mas o diagnóstico de pneumonia não considera esses marcadores. Quando se detecta o processo infeccioso ou a radiografia revela uma infiltração 16 Revista ABCFARMA • Junho / 17

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muito pequenas, de 2 a 5 micras, carregadas das substâncias existentes nos alvéolos. Quem trabalha em ambiente com ar-condicionado sempre funcionando deve beber muita água. Aliás, o melhor remédio para o pulmão é beber pelo menos dois litros de água por dia. Como o muco é um mecanismo de defesa do pulmão e seu principal hidratante, beber água facilita a eliminação de qualquer elemento estranho que penetre nos pulmões.

Quem trabalha em ambiente com ar-condicionado sempre funcionando deve beber muita água. Aliás, o melhor remédio para o pulmão é beber pelo menos dois litros de água por dia. pulmonar, a doença já está instalada. Ressalte-se que, no mundo inteiro, metade dos diagnósticos de pneumonia feitos nos prontos-socorros não tem confirmação.

Existe algum fator que facilite o aparecimento das pneumonias? O primeiro, o mais importante e o mais frequente, é o fumo. Todo tabagista corre risco maior de ter a doença, porque o fumo, por si só, causa uma reação inflamatória que facilita a entrada de outros agentes agressores nos pulmões. O segundo é o álcool. Pessoas que bebem têm a imunidade diminuída e uma diferente capacidade de coordenação do sistema respiratório. Outro fator de risco a considerar é a existência de uma doença pulmonar prévia, como a bronquite crônica, também presente nos fumantes.

Correntes de ar, como no dito popular, causam pneumonia? Quadros virais da via aérea superior, ou seja, os resfriados comuns, podem aumentar o risco de a pessoa ter pneumonia. E, normalmente, esses quadros estão associados a mudanças bruscas de temperatura. Sair de um lugar muito quente e entrar num ambiente muito frio, ou praticar esporte e ficar com a roupa molhada num lugar frio podem ser fatores de risco para resfriados e, portanto, pneumonias. E é certo que, nos meses de inverno, os casos da doença são mais frequentes.

Ar-condicionado é fator de risco? Sim. O processo de refrigeração torna o ar muito seco e isso favorece a penetração dos germes na parte distal da árvore brônquica. E mais: através da fala e da respiração, eliminamos partículas

Pneumonia é doença contagiosa? Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, as bactérias que causam pneumonia estão presentes no ar e não são transmitidas com facilidade. Portanto, não é necessário isolar o paciente.

Como evolui a pneumonia se convenientemente tratada? Desde que o antibiótico esteja correto, o quadro de febre e de toxemia melhora em três ou quatro dias e os sintomas desaparecem entre sete e dez dias a contar do início do tratamento, embora a radiografia possa mostrar o infiltrado até um mês depois de o paciente estar curado. Por isso, é importante dizer que o critério para declarar a cura é primeiro clínico e depois radiológico.

Em que casos, o paciente deve ser internado num hospital? A internação hospitalar é necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial e dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue. n

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SAÚDE TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO

Tosse Qual é a sua? Mecanismo de defesa e de limpeza do organismo, a tosse pode ser sintoma de várias patologias cotidianas, como resfriados e gripes. Mas quando ela persiste, é sinal de que há algo mais grave – como ensina aqui Dr. Levon Mekhitarian Neto, médico otorrinolaringologista e Mestre em Ciências da Saúde.

Nem sempre é fácil identificar a origem da tosse – que pode ser alérgica ou infecciosa. Mas isso é fundamental para escolher o tratamento mais adequado. Para ajudar a entender a diferença entre os sintomas, uma dica do Dr. Levon pode ajudar: “A tosse se

torna um sintoma da gripe quando aparece junto a um quadro nasal de obstrução, coriza e espirros, associada ou não a febre e dor de garganta”. Ele prossegue:

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O raio-x da

tosse

Tosse peitoral produtiva – Significa tossir algum tipo

“Os sintomas da gripe são mais intensos nos três primeiros dias da infecção e acabam se atenuando depois de uma semana. Já a tosse e o cansaço podem se estender entre duas e três semanas”. No entanto, quan-

do o problema persiste, algo ainda mais grave pode estar acontecendo. Poucas pessoas relacionam a tosse a problemas de refluxo gastresofágico, por exemplo. Além disso, se ela for “seca” e piorar sempre ao deitar, ou se vier acompanhada de falta de ar e chiado no peito, pode ser sintoma de uma crise de asma ou bronquite. O médico reforça que gripe é uma doença contagiosa, transmitida de uma pessoa para a outra. Trata-se de uma infecção do trato respiratório causada pelo vírus influenza. Esse vírus tem como porta de entrada a garganta, causando inflamação em toda a via respiratória superior, incluindo a laringe – onde se origina a tosse. Portanto, ela se torna um mecanismo de limpeza das vias aéreas por meio de uma explosão de ar.

de catarro. É o tipo de tosse em que se pode sentir o conteúdo dos pulmões em movimento após cada impulso. Nesse caso, não se deve tomar qualquer medicamento supressor da tosse – pois o organismo quer e precisa se livrar do catarro, que se acumula nos pulmões caso não seja eliminado naturalmente. Isso pode levar a algo mais sério do que o resfriado comum, como a pneumonia. Mas medicamentos expectorantes são eficientes nesse quadro. Deve-se consultar um médico se a tosse produtiva durar além de 7-10 dias – ou se o catarro for esverdeado.

Tosse seca ou não produtiva –

A tosse improdutiva tem um som muito seco, ao contrário da tosse produtiva. Esse tipo de tosse é frequentemente experimentada perto do fim de um resfriado, quando não há mais qualquer catarro para ser expelido – ou após a exposição a certos irritantes respiratórios, como poeira ou pelos. Esse é o tipo de tosse onde é seguro usar medicamentos supressores da tosse, ao contrário da tosse produtiva.

Tosse forte – A tosse forte é alta, seca, rouca, quase um “latido”.

Esse tipo de tosse é muitas vezes produto de um trato respiratório superior inchado, que pode ser o resultado do resfriado comum. Muitas vezes parece se agravar à noite. Aos monitorar este tipo de tosse, possíveis infecções e inchaços podem tornar a respiração difícil. Esteroides ou, em casos graves, epinefrina são medicamentos que podem ser prescritos a alguém que está a ter este tipo de tosse.

Tosse convulsiva (coqueluche) – Doenças bacterianas altamente contagiosas podem provocar ataques de tosse incontroláveis. São ataques de tosse que podem ser tão violentos que produzem vômito junto ou logo após a tosse. Outros sintomas incluem a sensação de sufocamento e tontura. A tosse convulsiva pode durar até seis semanas e causar complicações, como costelas fraturadas, hérnias ou pneumonia. Felizmente, ele pode ser evitada por uma vacina, ministrada a bebês, e frequentemente administrada em combinação com as vacinas de difteria e tétano. Tosse de reflexo – Não é atribuída a qualquer tipo de doença, sendo produzida por um irritante ambiental, como poeira e pelos no ar levando a pessoa a tossir momentaneamente para limpar as vias aéreas. 21 Revista ABCFARMA • Junho / 17

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Mais dor de cabeça: é o frio

Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez, otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP

Muitas pessoas se queixam de que têm mais episódios de dor de cabeça durante o inverno – e parece evidente que o frio tem a ver com o aumento da incidência, mas não é só isso. Aqui, a Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez, otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, fundadora do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido, explica que dores de cabeça no inverno também podem estar relacionadas com a alimentação típica dessa época do ano e com infecções ou alergias respiratórias Com o inverno intenso, o frio pode chegar acompanhado de outros incômodos – como dor de ouvido, de garganta ou de cabeça. A Dra. Tanit explica que, nesta época do ano, o corpo entra em

vasoconstrição, ou seja, os vasos sanguíneos da superfície da pele se contraem para inibir a perda do calor corporal. Na verdade, a dor de cabeça é um sintoma comum para muitas doenças diferentes. E seu mecanismo de ação pode sofrer influência de males das vias respiratórias e de mudanças alimentares típicas da estação. As inflamações e infecções respiratórias mais comuns no inverno – rinites, sinusites, amigdalites e faringites – costumam provocar dor ou desconforto no nariz ou na garganta, febre baixa ou alta e, muitas vezes, dor de cabeça pelo próprio estado inflamatório ou infeccioso. “Nesses casos, fazer o diagnóstico e começar o tratamento medicamentoso da infecção pode melhorar a dor de cabeça rapidamente”, diz a Dra. Tanit Sanchez. Já as dores de cabeça relacionadas à alimentação têm um modo de ação bastante típico no inverno. Com as temperaturas mais baixas, o corpo exige o consumo de alimentos que liberam energia para mantê-lo aquecido.

“Com isso, aumenta muito a ingestão de carboidratos, como pães, sopas e massas em geral, e alimentos com alto teor de gordura, como queijos, entre outros, que alteram o nosso metabolismo diretamente”, complementa a especialista. Isso sem contar os achocolatados, cafés, cappuccinos e chás, todos ricos em cafeína. Quando consumidos em excesso, eles podem aumentar a chance de provocar dor de cabeça, além de zumbido, ouvido tampado e até tonturas. “Para evitar esses problemas, é necessário manter cautela na ingestão desses alimentos, principalmente no inverno. Como a relação da dor de cabeça com os erros alimentares é menos conhecida, nem sempre se faz o diagnóstico correto. Com isso, as pessoas tentam controlá-la usando analgésicos várias vezes ao dia, quando deveriam apenas readequar a alimentação. Por isso, ao persistir uma dor de cabeça nessa época do ano, é aconselhável procurar um médico para que o problema não se torne crônico e de difícil tratamento”, finaliza a Dra. Tanit. n

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DOR DE

GARGANTA

Duro de engolir Com o inverno, chegam seus efeitos colaterais no aparelho respiratório – um deles, geralmente de menor monta, mas quase sempre um grande incômodo – é a dor de garganta. Costuma começar com uma coceirinha, evolui para irritação e desconforto e, eventualmente, pode resultar em doença grave. As infecções de garganta são uma das preocupações nesta época do ano, em que as pessoas ficam mais suscetíveis ao contágio de bactérias e vírus. O Dr. Jamal S. Azzam, especialista em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica tudo o que é preciso saber sobre dor de garganta – como as faringites e as amigdalites As dores de garganta mais frequentes são as faringites e as amigdalites. Como distinguir uma da outra?

As dores de garganta mais comuns são efetivamente faringite aguda, faringite crônica e

amigdalite. A faringite aguda é a dor de garganta que não apresenta outros sintomas no corpo. Ou seja, não causa mal-estar importante, nariz entupido, dores nas juntas do corpo, etc. Já a faringite crônica tem como característica a sensação constante de algo “parado” na garganta, um pigarro constante, tosse seca, principalmente noturna

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– por vezes o paciente sente como se tivesse “uma bola na garganta que sobe e desce” e até rouquidão. A amigdalite aguda é uma infecção viral ou bacteriana. No caso desta, trata-se de um quadro grave com febre alta, dor de garganta intensa, dificuldade para engolir, mau hálito, mal-estar geral, dores no corpo. As amigdalites agudas são mais comuns na criança, pois a imunidade do corpo ainda está em desenvolvimento. Toda dor de garganta, especialmente em crianças, justifica consultar um médico? A grande maioria das dores de garganta são autolimitadas, ou seja, saram sozinhas. Porém, alguns quadros mais graves devem ser motivo de consulta médica. Os fatores mais importantes a serem levados em conta para saber se é preciso ir ao médico são: febre, mal-estar geral, dores muito intensas. Antigamente, a extração de amígdalas era quase obrigatória. E hoje? A extração das amígdalas foi realmente bastante comum no passado, pois o advento dos antibióticos é algo relativamente recente – década de 1940. Como dissemos, a amigdalite pode ser grave e muitas vezes até levar à morte, como aconteceu com o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington. Por isso, recomendava-se a cirurgia das amígdalas como uma prevenção de algo mais grave. Agora, nos tempos atuais, como os antibióticos são mais acessíveis e mais eficientes, as indicações de cirurgia persistem, porém em casos bastante específicos. Pessoas que parecem ter uma predisposição para dor de garganta merecem mais atenção? As pessoas que têm predisposição a dores de garganta devem ser examinados por médico otorrinolaringologista,

As amigdalites agudas são mais comuns na criança, pois a imunidade do corpo ainda está em desenvolvimento pois isso pode estar refletindo um problema local das amígdalas, um problema imunológico ou até um problema gastroenterológico, como o refluxo gastro-esofágico. Como se trata? Tratamos cada quadro de uma forma específica, porém, o mais comum é o tratamento com anti-inflamatórios e antibióticos. No caso de a origem ser o refluxo gastro-esofágico, tratamos com medicação para o estômago. Qual é a sua opinião sobre medicamentos alternativos – mel, própolis, etc? Todos os medicamentos alternativos à medicina tradicional são muito bem-vindos. Naturalmente, deve-se usar o bom senso e, quando estes não mais estiverem fazendo efeito ou o quadro for mais grave, deve-se procurar um médico. Em casos iniciais

ou não tão severos, podem ser usados livremente. E pastilhas “para garganta” têm alguma eficácia? As pastilhas para dores de garganta são bastante eficazes como alívio temporário das dores – ou, preventivamente, antes de falar bastante numa reunião de trabalho, por exemplo. Na idade adulta – quando incide o risco de tumores de pescoço – algum sintoma na garganta é especialmente preocupante? O principal sintoma de alerta quanto ao câncer de garganta é a dor persistente ou feridas persistentes na boca ou nas gengivas. Sangramentos pela boca são bastante preocupantes. Em caso de dúvida, consulte sempre seu médico de confiança, pois em apenas um olhar pode-se evitar a evolução de muitas doenças. n

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Intolerância à lactose

EM BUSCA DO INIMIGO Também chamada de deficiência de lactase, é um dos distúrbios orgânicos “da moda”. Especialistas estimam que 70% da população mundial tenha alguma forma de intolerância à lactose – um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos. Em outras palavras, é a incapacidade que o organismo tem de digerir lactose.

Aqui, o Dr Roberto Navarro, clinico geral e nutrólogo,

explica o que é preciso saber sobre essa condição – para evitar suas complicações

A intolerância à lactose acontece como consequência de um outro problema: a deficiência de lactase, que ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade necessária de uma enzima cuja função é quebrar as moléculas de lactose e convertê-las em glucose e galactose.

As causas desse distúrbio variam de acordo com o seu tipo Intolerância à lactose primária Durante a infância, o corpo produz muita enzima lactase, pois o leite é a fonte primária de nutrição após o nascimento. Geralmente, o corpo diminui a quantidade de lactase produzida conforme a pessoa vai envelhecendo e sua dieta variando, com o acréscimo de novos tipos de alimentos. Com o tempo, esse declínio na produção de lactase pode levar a um quadro de intolerância à lactose.

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Fatores de risco

Intolerância à lactose secundária Esse tipo de intolerância ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade normal de lactase por causa de alguma doença, cirurgia ou ferimento. Algumas condições que podem levar a um quadro de intolerância à lactose secundária são a doença celíaca, gastroenterite e a doença de Crohn, por exemplo. O tratamento da condição intrínseca a esse tipo de intolerância pode resolver o problema.

Intolerância à lactose congênita É possível, embora raro, que bebês nasçam com intolerância à lactose por causa da deficiência total de lactase no organismo. Esse quadro é conhecido como herança autossômica recessiva e é passada de geração em geração. Nesse caso, tanto o pai quanto a mãe transmitem o gene da intolerância à lactose para o filho.

Alguns fatores são considerados de risco para a intolerância à lactose.

Idade: conforme os anos vão passando, as chances de se desenvolver intolerância à lactose aumenta Etnia: intolerância à lactose é mais comum em negros, asiáticos, hispânicos e indígenas

Nascimento prematuro: bebês que nasceram prematuramente apresentam menos lactase no organismo, porque a produção dessa enzima aumenta somente no final do terceiro trimestre da gravidez

Sintomas de intolerância à lactose Os sintomas geralmente começam de 30 minutos a duas horas depois de a pessoa ingerir alimentos ou bebidas que contenham lactose. Entre os sintomas estão: • Diarreia • Náusea e às vezes vômito • Dores abdominais • Inchaço A intensidade dos sintomas varia de acordo com a ocasião, mas eles costumam ser amenos.

Buscando ajuda médica

Caso perceba os sintomas acima após refeições onde laticínios estejam presentes, e suspeite que eles estejam ligados à ingestão de lactose, a pessoa deve procurar um médico – e este especialista também deverá lhe fazer algumas perguntas. Veja exemplos: • Você ingeriu algum alimento ou bebida que contenha leite? • Quando os sintomas começaram? • Os sintomas são frequentes ou ocasionais?

TRATANDO A INTOLERÂNCIA 1 Segundo a Dra Juliana Trevilini – nutricionista com grande conhecimento em alergias e restrições alimentares – quando a intolerância chega à fase de produzir sintomas acentuados, o tratamento deve ser feito basicamente seguindo dois princípios:

Desintoxicar o organismo cortando todos os alimentos que contenham a lactose, a proteína do leite ou o glúten. Nessa fase, é necessário ler todos os rótulos dos alimentos para confirmar a inexistência de lactose.

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Refazer a flora intestinal através de alimentação balanceada – é fundamental a utilização de alimentos frescos, naturais e ricos em nutrientes e de suplementos alimentares, como a glutamina e os probióticos.

Feito isso, o organismo vai se restabelecendo. Ao longo do tempo, conforme vai refazendo a flora intestinal e fortalecendo o sistema de defesa, a pessoa poderá ir reintegrando, aos poucos, produtos com baixo teor de lactose na alimentação.

Lembrando sempre: comida

não deve ser vista apenas como fonte de prazer – mas como fonte de saúde.

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SAÚDE TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: DIVULGAÇÃO PATROCÍNIO CONDRES

Uma força no envelhecimento No século 20, as populações de países desenvolvidos tiveram aumento de 30 a 40 anos na expectativa de vida - produto de avanços científicos e tecnológicos, bem como melhorias nas condições sanitárias. Esta nova era apresenta um novo desafio: as doenças crônicas, que precisam de cuidados permanentes – como diabetes, hipertensão, depressão e osteoartrose. É o preço de se viver mais. Mas os problemas desse quadro podem ser reduzidos com medidas preventivas ou corretivas

Atualmente, as doenças crônicas são responsáveis por cerca de 60% do ônus

decorrente de todas as doenças no mundo – e acredita-se que em 2020 responderão por 80% das doenças em países em desenvolvimento. Essas mudanças causam impacto em níveis individuais, sociais e econômicos. O indivíduo necessitará alterar hábitos de vida e, muitas vezes, aderir a tratamentos medicamentosos, além de conviver com a incapacidade, se o controle da patologia não tiver sucesso. Há grande impacto econômico causado não só pelos custos diretamente relacionados ao tratamento de saúde, como também por aqueles derivados da diminuição da força laboral devida a óbitos, incapacidade e perda de produtividade. O lugar comum na luta pelo controle das doenças crônicas é a prevenção, primária ou secundária. Quando as condições crônicas são mal gerenciadas, os encargos de saúde tornam-se excessivos, tanto para o governo, quanto para os familiares e para a sociedade em geral. Há dados objetivos na literatura médica sobre os benefícios da prevenção que justificam mudanças em qualquer altura da vida. Os tratamentos propostos devem ser adequados a cada indivíduo.

Além das terapias medicamentosas de praxe, aportes de outras substâncias naturais podem ser muito úteis. O colágeno, por exemplo, é uma proteína que dá estrutura, firmeza e elasticidade à pele. Ela é produzida naturalmente pelo corpo, mas também pode ser encontrada em alimentos como carne e gelatina, em cremes hidratantes – ou suplementos alimentares em cápsulas ou pó. Essa proteína é muito importante para manter as células firmes e unidas – é importante não apenas para a pele, como também para a integridade dos músculos, ligamentos, tendões e articulações. Aí vêm seus benefícios para a terceira idade. A partir dos 50 anos de idade, ocorre uma redução drástica na produção de colágeno – o que, ao longo do tempo, além de levar a uma aparência cada vez mais envelhecida, afeta a saúde das articulações e dos ligamentos, elementos fundamentais na manutenção do vigor físico no processo de envelhecimento. A reposição do colágeno perdido é, portanto, uma das medidas preventivas mais eficientes no caminho da terceira idade. n

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Disfunção ERÉTIL

TEM REMÉDIO

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, atinge mais de 50% dos homens acima dos 40 anos.

E são várias as causas desencadeadoras dessa disfunção: emocionais, orgânicas ou mistas, uma mistura dos dois fatores. De acordo com a SBU, a maioria dos casos patológicos está relacionado ao elevado nível de hemoglobina glicosilada (HbA1c) no organismo, fator associado ao diabetes e também ao colesterol elevado. Mas, além de medicamentos para combater especificamente essas duas condições – como as estatinas e as metforminas – o homem conta hoje com eficientes aliados farmacológicos para melhorar seu desempenho. A tadalafila é um deles. Aprovado em 2003 pelo FDA (Food and Drugs Administration), órgão americano responsável pelo controle e liberação de medicamentos, e regulamentada para uso terapêutico aqui no Brasil em 2010, este composto se junta à sildenafila e à vardenafila como as principais drogas para o combate efetivo da impotência sexual masculina. Esses medicamentos são inibi-

dores da enzima fosfodiesterase tipo 5, presente no pênis, e colaboram com o relaxamento da musculatura lisa do corpo cavernoso peniano, parte importante do processo da ereção.Mas, ao contrário de seus dois principais concorrentes, a tadalafila pode ser consumida de forma contínua, seja em comprimido ou Spray Sublingual, por pacientes em tratamento da disfunção erétil, desde que acompanhados por um médico. Isso é possível sobretudo por conta de sua versão de 5 miligramas, que pode ser tomada diariamente, sem causar efeitos colaterais importantes ao organismo. A tadalafila tem uma meia-vida de maior duração, proporcionando efeito prolongado, que pode durar até 36 horas – eliminando-se a necessidade de o homem precisar tomar o remédio momentos antes de se envolver numa relação sexual. Um dos efeitos da tadalafila é aumentar o fluxo sanguíneo peniano. E, ao colaborar com a vasodilatação, a tadalafila também ajuda a melhorar o fluxo nas artérias e contribui para a redução do processo inflamatório, atacando as placas e reduzindo as chances de doenças como a arteriosclerose. n

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Ot tax e s

HPB

ca com arte

sã fa

Próstata

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coisas que todo homem deve saber

Pequena glândula que normalmente não passa de 20 gramas, a próstata só tem uma função – produzir o líquido que carrega os espermatozoides para fora do organismo do homem. Tem, portanto, um objetivo essencialmente reprodutor.

Mas justamente por volta dos 45 anos, quando o homem começa a envelhecer e abrir mão da função reprodutiva, a próstata começa um processo de crescimento – ainda inexplicável. Conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), a condição atinge cerca de 14 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, e não está relacionado ao câncer de próstata. Aqui, o urologista Anuar Mitre, membro do Núcleo

Avançado de Urologia do Hospital Sírio-Libanês, explica o que é preciso saber sobre esse estranho inchaço que incomoda tantos homens. O inchaço da glândula obstrui parcial ou totalmente a uretra – gerando sintomas que de início merecem atenção e depois causam muito desconforto, como jato urinário fraco, gotejamento e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

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ABCFARMA genéticos, diabetes, obesidaO especialista Fatores de e tabagismo estão entre eles. Ter uma vida saudável, com alimentação listou cinco equilibrada, pode ajudar a diminuir informações as chances de apresentar a condição. fundamentais 3)A HBP não evolui para o câncer – mas evolui em si messobre a próstata dema.próstata A doença começa silenciosa, auque todo homem mentando, aos poucos, a frequência Com o tempo, pode causar com mais de 45 dedorurinar. e a sensação de que a bexiga nunanos deve saber: ca se esvazia.

tratar a doença. O tratamento mais avançado atualmente é a cirurgia de vaporização a laser, não invasiva, sem limite para o volume de próstata. A tecnologia, conhecida como GreenLight, é mais rápida, evita sangramentos e não oferece risco para pacientes cardíacos. Além disso, o tratamento de vaporização da próstata por meio do laser reduz o tempo de internação e recuperação – o paciente só precisar ficar internado por cerca de 24 horas.

Casos mais leves são tratados 1) A chance do homem apresentar 4) 5) Após os 40 anos já é indicada com medicamentos, mas mais de

hiperplasia benigna dobra a cada década

2)

Alguns fatores favorecem o crescimento da próstata

30% dos pacientes precisam de cirurgia para reduzir o tamanho da glândula. Já existe no Brasil procedimento minimamente invasivo para

uma avaliação prostática de rotina

Apesar do alerta para a realização do exame de prevenção, quase 50% dos brasileiros nunca foram ao urologista.

Remédios para a próstata

um leque de opções para os casos iniciais O tratamento para a próstata aumentada geralmente é iniciado com o uso de medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas e a evitar complicações, como retenção urinária ou pedras nos rins, por exemplo. Alguns dos remédios mais receitados pelos urologistas incluem: • Medicamentos para relaxar os músculos da próstata, como alfa-bloqueadores, entre os quais se incluem tansulosina, alfuzosina, doxazosina e silodosina

• Remédios para reduzir os hormônios masculinos e diminuir o tamanho da próstata, como finasterida e dutasteride • Antibióticos para diminuir a inflamação da próstata, caso ela exista, como ciprofloxacina.

Esses medicamentos podem ser utilizados em separado ou em combinação, dependendo dos sintomas apresentados e do tamanho da próstata.

Câncer de próstata:

crescimento maligno Além da HBP, a próstata é uma glândula com alto risco de malignização – uma doença evidentemente mais grave que a hiperplasia benigna. Em 2016, cerca de 61 mil brasileiros receberam diagnóstico da doença – sendo a segunda causa de morte por câncer entre homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Nos Estados Unidos, as estatísticas indicam que 1 em cada 6 homens vai

ter câncer de próstata, mas apenas 1 em cada 34 vai morrer por causa da doença. A taxa de mortalidade da doença está em queda, em parte porque está sendo diagnosticada precocemente – o que requer uma política de prevenção incluindo uma visita anual ao urologista, para o exame digital da próstata e a solicitação do teste do PSA, que detecta a produção anormal, indicativa de câncer, de antígenos produzidos pela glândula. n

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GESTÃO TEXTO: BETÂNIA ALHAN FOTOS: DIVULGAÇÃO

Qual é mesmo a função do farmacêutico? O subaproveitamento dos farmacêuticos em farmácias e drogarias aguça a discussão de que esse profissional onera a folha de pagamento. Muitos proprietários ainda não conseguem enxergar a importância e a aplicabilidade da presença do responsável técnico durante todo o horário de funcionamento do seu estabelecimento.

Dra. Betânia Alhan

Consultora Especializada em Farmácias e Drogarias Email: beta.consultoria@hotmail.com http://www.betapharmaconsultoria.com.br

Muito se questiona sobre a presença do farmacêutico, os dias e as horas de seu trabalho. Mas pouco se fala do que pode e deve ser oferecido por essa categoria profissional para agregar valor à farmácia. As

atribuições e as responsabilidades do farmacêutico em algumas situações ainda são vistas como uma ameaça às vendas e redução nas comissões, causando um clima hostil na equipe. Mas por que isso acontece afinal?

A farmácia é um estabelecimento de saúde ou comercial? Na prática, é difícil desvincular essas atividades, pois, se o investimento não der lucro, não se mantém no mercado. Mas, se não tiver como objetivo

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A presença do farmacêutico é fundamental para executar, acompanhar e supervisionar as atividades descritas, de modo que sejam cumpridas, evitando multas e/ou interdições que causam prejuízos financeiros e negativos para a imagem da empresa. promover e proteger a saúde da população, a farmácia perde sua razão de existir. Por esse motivo, proprietários, balconistas e farmacêuticos devem gerir esse conflito de modo a que não prejudique os objetivos da empresa. Para facilitar esse convívio, se faz necessário entender que a responsabilidade técnica do farmacêutico não pode ser omissa, permissiva ou arbitrária, mas deve ser pautada na legislação vigente. É de responsabilidade do farmacêutico conhecer, interpretar e estabelecer condições para o cumprimento das normas sanitárias, elaborar o manual de boas práticas e Procedimentos Operacionais Padrão, manter arquivos que podem ser informatizados,

com a documentação correspondente aos produtos sujeitos a controle especial, manter atualizada a escrituração e envio dos arquivos do SNGPC, fazer o balanço mensal e trimestral dos produtos sujeitos a controle especial, registrar as temperaturas, informar às autoridades sanitária locais reações adversas e interações medicamentosas, manter a documentação em dia, acompanhar a retirada e a destinação correta dos produtos próximos do vencimento, supervisionar o processo de aquisição de medicamentos e demais produtos, assegurar condições adequadas de conservação, promover treinamento inicial e contínuo dos funcionários para a adequação da execução de suas

atividades, efetuar e/ou acompanhar os serviços farmacêuticos prestados, fazer acompanhamento farmacoterapêutico, prestar assistência farmacêutica necessária ao consumidor, avaliar a prescrição médica e orientar quanto ao uso seguro de medicamentos isentos de prescrição médica. A lista de tarefas, como se vê, é ampla – e justifica a presença do farmacêutico durante todo o período de funcionamento de farmácias e drogarias. A relação custo-benefício de um funcionário fica mais fácil de ser mensurada quando este cumpre com as suas obrigações. A presença do farmacêutico é fundamental para executar, acompanhar e supervisionar as atividades descritas, de modo que sejam cumpridas, evitando multas e/ou interdições que causam prejuízos financeiros e negativos para a imagem da empresa. O farmacêutico é um profissional qualificado, e seu valor pode medido e amplificado na sua capacidade de multiplicar seus conhecimentos, para garantir a qualidade e a eficácia dos produtos, a capacitação da equipe e o atendimento diferenciado aos clientes/pacientes da farmácia sob sua responsabilidade. n

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GESTÃO TEXTO: JUAN CARLOS BECERRA LIGOS FOTOS: DIVULGAÇÃO

Sua farmácia está preparada para uma inspeção sanitária? O SINCOFARMA-SP oferece a seus associados um serviço de aconselhamento feito por farmacêuticos qualificados, especializados e especialmente treinados – para, de uma forma objetiva e independente, identificar a existência de problemas e irregularidades na área sanitária, tanto na parte estrutural da empresa quanto na documental, que podem gerar penalidades para a empresa. Conheça os Top 10 das irregularidades

Os especialistas do Sincofarma analisam esses problemas e apontam soluções, baseados nas Regulamentações Federais (Leis 5.991/73 e 13.021/14 e Resolução de Diretoria Colegiada - RDCs da ANVISA), Estaduais (Sistema de Informação em Vigilância Sanitária - SIVISA) e Municipais (Coordenadoria em Vigilância Sanitária - COVISA e Sub Prefeituras), mas principalmente pelo estudo de relatórios de inspeção realizados em farmácias e drogarias pela Vigilância Sanitária no município de São Paulo. Farmácias e drogarias fracassam, na sua maioria, por não possuir o conhecimento e a prática adequada à gestão da empresa. Se está na legislação, mesmo que a nossa percepção não sinalize o “porquê” de cada exigência, a medida

precisa ser cumprida. O que vejo, na maioria dos casos, é que muitas das exigências burocráticas são simples, fáceis de serem implementadas e não exigem investimentos. Por que então a empresa não as cumpre? Muitas vezes, por pequenos detalhes, tais como falta do aviso “Medicamentos podem causar efeitos colaterais...” e outras informações que devem estar facilmente visíveis à população, como CNPJ, Razão Social, Cadastro na Vigilância Sanitária, entre outros – além de problemas de higiene e de organização que levam a

Dr. Juan Carlos Becerra Ligos Farmacêutico bioquímico na modalidade fármacomedicamentos, graduado pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Marketing do Varejo, Gestão e Estratégias pelo SENAC/SP, proprietário responsável técnico de farmácia há trinta anos, diretor executivo do Sincofarma-SP, membro do Conselho Superior de Estudos Jurídicos e Estratégicos da ABCFARMA e professor dos cursos “Técnicas de Aplicação de Injetáveis, “Como atender MUITO bem” e “Gestão Financeira em farmácias e drogarias”

empresa a sofrer penalidades. Ninguém tira 10, mas precisamos demonstrar que estamos nos preocupando e tentando cumprir as normas regulatórias. Separamos a seguir, de forma resumida, o Top 10 das irregularidades e não-conformidades verificadas nas inspeções realizadas pela Vigilância Sanitária em Farmácias e Drogarias no Município de São Paulo: Estoque físico de produtos controlados (Portaria 344/98 e suas atualizações) e antimicrobianos não bate com o escriturado.

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Sala de aplicação não contempla todos os utensílios necessários ao procedimento de aplicação de injetáveis e/ou falta de rastreabilidade dos existentes, além de não atenderem às exigências sanitárias, como existência de produtos não adequados ou utensílios alheios aos procedimentos. Sala em mau estado de conservação, precárias condições de higiene e estrutura física (teto, paredes e chão) que não atendem às normas regulatórias e sanitárias, como falta de ventilação adequada. Faltam Procedimentos Operacionais Padrão – POPs - específicos a determinadas atividades que a empresa realiza. PGRSS: o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde não atende às normas, não tem fluxograma, não usa como referência a Portaria - CVS 21/08- “Norma Técnica sobre Gerenciamento de Resíduos Perigosos de Medicamentos em Serviços de Saúde”, do estado de São Paulo. Falta de simbologia quanto à classificação dos resíduos gerados pela farmácia, conforme normas da ABNT- NBR 12808/1993 (em revisão). Limpeza e Organização dos ambientes deixam a desejar, além de não realizar o registro da limpeza dos mesmos. Planilha de controle de temperatura e umidade sem referência técnica dos parâmetros adotados – não se faz a verificação e/ou registro desses controles ao menos duas vezes ao dia e não há campo para ação corretiva em caso de desvio dos parâmetros. Lixeiras da sala de serviços farmacêuticos sem pedal e sem identificação do grupo de risco e ambiente ao qual pertencem. Na verdade, segundo o PGRSS, todas as lixeiras devem estar identificadas quanto ao grupo de risco e ambiente ao qual pertencem. Faltam documentos no quadro com informações de fácil visualização ao público, o qual deve conter: Licença ou Alvará Sanitário,Razão social, Número de inscrição no Cadastro

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O Responsável Técnico deve garantir que a empresa atenda às regulamentações sanitárias, pois essa é uma de suas atividades – não só para evitar possíveis penalidades como oferecer serviços de qualidade de proteção à saúde da população Nacional de Pessoa Jurídica, Número da Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela ANVISA, Número da Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável, Nome do Farmacêutico Responsável Técnico e de seu(s) substituto(s), seguido do número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia, Horário de trabalho de cada farmacêutico e Números atualizados de telefone do Conselho Regional de Farmácia e do órgão Estadual e Municipal de Vigilância Sanitária. Não possui o mínimo de ambientes delimitados e identificados exigidos pela RDC 44/09: 1. Atividades Administrativas; 2. Recebimento e armazenamento dos produtos; 3. Dispensação; 4. DML (Depósito de Material de Limpeza) 5.Sanitário.

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Serviços farmacêuticos incluindo aplicação de injetáveis: não registra ou não tem declaração ou não constam na declaração todos os dados exigidospela legislação. Os empresários e responsáveis técnicos precisam se conscientizar de que devem cumprir as normas regulatórias. Mas, primeiro, precisam entendê-las e saber como se aplicam no dia a dia da farmácia. E, se não concordarem com algumas delas, devem questioná-las judicialmente ou lutar para mudar a legislação. O Responsável Técnico deve garantir que a empresa atenda às regulamentações sanitárias, pois essa é uma de suas atividades – não só para evitar possíveis penalidades como oferecer serviços de qualidade de proteção à saúde da população. Pense nisso! n

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GESTÃO TEXTO: AMÉRICO JOSÉ FOTOS: DIVULGAÇÃO

O fósforo e a vela • •

Américo José da Silva Filho Sócio Diretor da Cherto Atco Educação Corporativa americo.jose@cherto.com.br

Certo dia, o fósforo disse para a vela: Minha missão é te acender. Ah, não, disse a vela. Tu não vês que, se me acendes, meus dias estarão contados. Não faz uma maldade dessa, não. Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado?, perguntou o fósforo.

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Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela. Tens toda razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério de tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha

vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. Tua missão é brilhar. Toda tua dor, tua energia se transformará em luz e calor. Ouvindo isso, a vela olhou para o fósforo, que já se estava apagando, e disse: Por favor, acende-me.

Uma história simples de grande profundidade.

Rubem Alves (pedagogo e filósofo) em um de seus livros escreve: “O pássaro com medo de ser devorado pelo gavião não sai do ninho. Isso já faz o pássaro perder aquilo que tem de mais belo, que é o ato de voar”.

Os profissionais do segmento farmacêutico têm uma missão especial quanto ao serviço que prestam, que é melhorar a qualidade de vida das pessoas através da prestação de serviços. Muitos têm todas as condições de serem excelentes prestadores de serviço, mas, com medo do fracasso, não se dedicam totalmente à missão de executá-lo. O medo de não dar certo, de não acreditar faz a coragem desaparecer. Se você tiver medo de sofrer, dificilmente vai descobrir o amor.

Autor desconhecido

Na vida, nós temos que assumir às vezes o papel de vela e outras o papel de fósforo. Quantas pessoas à nossa volta precisam de nossa luz através de nossas atitudes, palavras e até mesmo de um empurrão. Não tenha receio de viver sua vida plenamente. No livro do frei Leonardo Boff, ele relata a história da águia e a galinha. Ele conta que um filhote de águia foi encontrado pelo dono de um galinheiro

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que a recolheu e a criou como mais uma galinha um pouco diferente. Um dia recebeu a visita de um naturalista, que ficou espantado quando viu uma águia solta no meio das galinhas e tentou explicar para o granjeiro que aquele animal era uma das mais belas aves criadas por Deus, uma grande caçadora. O granjeiro não deu muita bola, então o naturalista pediu para ele deixá-lo fazer uma demonstração. O naturalista a levou ao alto de uma montanha, segurou-a em direção ao sol, e, quando sentiu a águia agitada, a jogou para alto. A águia começou a cair, cair, até que, em determinado momento, abriu suas asas e assumiu o controle do voo, voando cada vez mais alto e fazendo voos rasantes. E o granjeiro ficou de boca aberta. Isso também pode acontecer conosco, quando somos criados como galinhas, em um ambiente:

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“Que você não nasceu para isso ou para aquilo” “Que você não estudou, então tem que ficar feliz com que tem” “A vida é assim mesmo, alguns nascem para ganhar dinheiro e outros para trabalhar como burros de carga” Temos que mudar nossa forma de pensar e agir. Ter outras atitudes diante da vida, sermos fortes, não

M E G A COR termos medo de errar, o erro faz parte do acerto. Estamos vivendo um momento em que temos que ser fortes para ter a coragem de mudar, estabelecer metas, termos propósito na nossa vida. Temos que aprender a dizer sim à vida, mesmo quando ela diz não. Entender que felicidade são os momentos que vivemos. Felicidade é o momento em que você está sorrindo para um amigo, assistindo a um filme que te emociona, atendendo a um cliente ao qual você se empenha para prestar um excelente serviço, quando está com sua família, seus filhos, seus amigos, quando está apaixonado, assistindo a uma aula, apreciando uma paisagem, tudo isso é felicidade.

Temos que aprender a dizer sim à vida, mesmo quando ela diz não.

Para viver o papel de águia, precisamos assumir nosso papel de fósforo e vela. Temos que apreender a nos satisfazer com cada conquista e não empurrar a felicidade para quando acontecer algo, ter isso ou aquilo. Meu amigo: com essas duas histórias, gostaria que você refletisse sobre o que deseja e o que tem feito para alcançar suas metas. Para viver o papel de águia, precisamos assumir nosso papel de fósforo e vela. Arrisque, transforme-se em luz, supere os obstáculos, voe mais alto e encontre a felicidade nos pequenos momentos do dia a dia.

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.” Thich Nhat Hanh

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GESTÃO TEXTO: MAURO PACANOWSKI FOTOS: DIVULGAÇÃO

Mauro Pacanowski, Professor FGV, UFRJ e ESPM e consultor de empresas

As farmácias em prol da população

As farmácias e as drogarias podem desempenhar um importante papel na ligação entre a cadeia produtiva de medicamentos, sua distribuição e dispensação, e com os programas de políticas públicas em benefício da população.

Afinal, os consumidores, quando encontram dificuldades pela morosidade do atendimento em postos de saúde e hospitais públicos, e na prestação

orientações e campanhas de prevenção, emanadas do Ministério da Saúde e de seus diversos órgãos regulatórios, possam chegar rapidamente à população, minimizando uma série de possíveis focos endêmicos – que muitas vezes se alastram, em função do desconhecimento de como preveA capilaridade das farmácias – em ni-los através de certas e simples atitorno de 72.000 no país – pode e deve tudes que poderiam ser tomadas pela contribuir para que as informações, população. de serviços médicos especializados em patologias de maior gravidade, procuram frequentemente os estabelecimentos farmacêuticos como local de orientação e indicação de condutas terapêuticas para redução de seus problemas – até porque, em cada quarteirão existem inúmeras opções.

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ABCFARMA pudessem derivar da parceria entre as partes interessadas. No que tange a leis/ decretos/normas e resoluções, deveria haver um maior consenso para que não se repita, por exemplo, o que ocorreu com a publicação de uma portaria, em agosto de 2000, que prevê a vacinação da população em drogarias. Na prática, essa portaria está inviabilizada, pois suas regras se contradizem com as leis de controle sanitário que regulamentam o setor. Uma das exigências para um recinto de vacinação é que haja um consultório médico no local – o que não é permitido na legislação que rege farAo analisar o mercado varejista far- mácias e drogarias. macêutico, percebe-se com frequência a crescente solicitação de ajuda Segundo a ANVISA, a presença do mépor parte dos consumidores à far- dico visa garantir a qualidade do sermácia, motivada pela insatisfação viço em escala nacional. Mas o que se com a demora e a baixa qualidade do nota é a inadequação de alguns locais atendimento nos serviços públicos de de vacinação – como, por exemplo, saúde. Essa solicitação é estimulada shopping centers. pela presença obrigatória e pela credibilidade do farmacêutico durante A farmácia pode ser uma grande aliatodo o horário de funcionamento do da do Ministério da Saúde, por sua estabelecimento – o que evidencia a credibilidade junto à população, sem importância da dispensação e das contar seu acesso rápido e fácil, dado boas práticas farmacêuticas. O far- o número de estabelecimentos dismacêutico pode vir a ser um divul- poníveis em todo o país. Entretanto, gador de cuidados básicos à saúde e o Ministério da Saúde ainda não se apercebeu do contingente de pessode ações de políticas públicas. as qualificadas que a farmácia pode Entretanto, ainda não existe a per- disponibilizar, no sentido de apoiar a cepção de que poderiam ser somados cruzada contra a maioria das doenças esforços a fim de que ações conjuntas endêmicas, por exemplo. Mesmo que tenham uma finalidade comercial, as farmácias têm como vocação primária o atendimento e a assistência à saúde da população. E são acreditadas pelos laboratórios farmacêuticos como ponto de comercialização de medicamentos de alta confiabilidade – o que, por vezes, obriga os balconistas e farmacêuticos a desempenhar o papel de orientadores e consultores, pois o próprio consumidor favorece essa situação, devido à facilidade de acesso e à sua necessidade de soluções rápidas acessíveis.

A farmácia pode ser uma grande aliada do Ministério da Saúde, por sua credibilidade junto à população, sem contar seu acesso rápido e fácil, dado o número de estabelecimentos disponíveis em todo o país. A pouca informação da sociedade, por outro lado, pode estar favorecendo o agravamento das doenças endêmicas – dado o grande número de casos de usuários que se automedicam ou não recebem a orientação e o tratamento adequados. As farmácias também poderiam ser responsáveis pela divulgação de práticas educativas para o uso racional de medicamentos, de programas para idosos e recém-nascidos, além de resgatar a humanização do atendimento e ser uma porta-voz das orientações emanadas da classe médica quanto a doenças crônicas e outras. Nesse cenário, acreditamos que o empresariado do varejo farmacêutico se engajaria de forma direta e total nas políticas públicas, gerando uma capilaridade atualmente inexistente, a baixíssimo custo operacional e social. A farmácia, em boa hora, manteria seu foco na atividade empresarial dentro de um equilíbrio de três pilares: sustentabilidade, rentabilidade do negócio e promoção da saúde. Esperamos que os órgãos governamentais façam sua parte e acreditem no poder de aglutinação e promoção da saúde pelas farmácias. Com a palavra, o Ministério da Saúde e seus órgãos reguladores. n

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EVENTO TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: ARQUIVO ABCFARMA

Solenidade de entrega do

Colar Cândido Fontoura

A diretoria do Sindusfarma – Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo – realizou no dia 18 de abril, no World Trade, em São Paulo, a entrega do Colar Cândido Fontoura a 39 profissionais do setor – entre empresários, executivos, pesquisadores da área de saúde, parceiros e autoridades.

Alguns dos homenageados são diretores da ABCFARMA, como Modesto Araujo Neto, da rede de farmácias Drogaria Araujo, de Minas Gerais. Outros são sócios colaboradores, como Marcelo Liebhardt, diretor da Inter-

farma, Michel Kfouri Filho, Claudio Roberto Eli, Jarbas Barbosa da Silva Junior, presidente da ANVISA. Eis a relação dos homenageados com a Comenda em 2017: Empresários e executivos

Abraham Avi Meizler Celso Araújo Braga Luiz Eduardo Violland Márcia de Carvalho Santos Marcos Antônio Cortês Martins Michel Kfouri Filho Nelson Naim Libbos Nelson Roberto de Almeida Marques Wilson Borges Profissionais

Antônia Conceição Rodrigues Clarice Mitie Sano Yui Fernando Fernandes Francisco Paula Santos João Massud Filho

Jorge Luiz Coelho José Fernando Ramadinha Marcelo Liebhardt Maria Gisela Piros Samuel Eustáquio Do Amaral.

Pesquisadores da Área da Saúde

Cesar Eduardo Fernandes Freddy Goldberg Eliaschewitz Marco Antônio Mota Gomes Marcus Vinícius Bolívar Malachias Regina Scivoletto Rubens Belfort Jr Parceiros

Claudio Roberto Ely Clovis Antônio Gil Modesto Araújo Neto Pedro José Peter Gottschalk Junior Autoridade

Jarbas Barbosa da Silva Júnior

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PROMOÇÃO TEXTO: CELSO ARNALDO FOTOS: ARQUIVO ABCFARMA

ABCFARMA COM VOCÊ

Conheça o ganhador Jefferson de Oliveira Fernandes, da Drogaria Florânia, da cidade de Florânia/Rio Grande do Norte, é o feliz ganhador da uma TV 39 polegadas na promoção ABCFARMA COM VOCÊ, na qual os concorrentes participaram de um quiz virtual através do site da entidade. Parabéns ao Jefferson!

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Foto: Creativeart - Freepik.com

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