Mobilidade 39

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3 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

índice

02

EDITORIAL

É urgente a reconciliação de Portugal com o Mar

08

EM ANÁLISE

Análise da Conjuntura Económica

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GRANDE REPORTAGEM

NOVO AEROPORTO INTERNACIONAL DE LUANDA: Construção dos acessos rodoferroviários prestes a arrancar

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ACTUALIDADE

Porto de Setúbal apresenta Plano de Expansão em seminário sobre Plataformas Logísticas Ibéricas

30

A Importância do Assinalamento Marítimo para a Navegação Marítima

34

‘Homem da Lua’ investe 130 milhões de dólares em São Tomé e Príncipe

38

Rumo à sustentabilidade com a Intermodalidade

44

Executivo Angolano adopta medidas para sair da crise

50

BREVES NACIONAIS

58

BREVES INTERNACIONAIS


4 REVISTA MOBILIDADE

EDITORIAL

É urgente a reconciliação de Portugal com o Mar

REVISTA MOBILIDADE

#39

JANEIRO • FEVEREIRO | 2016

PROPRIEDADE Transportes e Logística, Publicações e Eventos, Lda Rua Comandante Dack Doy, Nº 100, Bairro Azul, Luanda – Angola tlpe@tlpe-ao.com cONSELHO DE GERÊNCIA Manuel Ferreira Caetano, Presidente; Ladislau Silva, Manuel Rodrigues, Vogais cONSELHO EDITORIAL Personalidades nacionais e internacionais ligadas à logística, aos transportes, ao ordenamento do território, ao planeamento urbano e ao desenvolvimento regional

ManuEl CAETANO director da revista mobilidade

DIRECTOR Manuel Ferreira Caetano cOLABORADORES Cmdt. Miguel Cândido, Manuela Graça, Maria Luísa Caetano, Paula Almeida, Paulo Pereira, CargoNews MARKETING E IMAGEM Alexandra Caetano Fausto Reis de Oliveira PAGINAÇÃO João Nunes Hugo Jesus FOTOGRAFIA António Vasconcelos

Ficha técnica

IMPRESSÃO E ACABAMENTO Imprimarte, Lda PUBLICIDADE E ASSINATURAS Maria Emília Barbosa emiliabarbosa@tlpe-ao.com

Revista bimestral, tirada em 3.000 exemplares Depósito legal: MCS-445/B/2006

O reencontro de Portugal com o Mar é da maior importância para que o País possa enfrentar alguns dos maiores desafios do nosso tempo. Sempre que os portugueses se viraram para o mar, com determinação, o País deu um salto em frente. Sempre que nos afastámos do mar, regredimos no nosso desenvolvimento. O Mar tem imensas potencialidades, mas para as transformar em negócios rentáveis e geradores de empregos, precisamos de atrair investidores nacionais e estrangeiros e de estabelecer parcerias com Países com know-how, nestes


5 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

âmbitos. O grande repto é convencer os investidores a investir no Mar. O Mar tem que ser uma grande prioridade Nacional. A própria Ministra do Mar bem poderia ser designada por Ministra de Estado e do Mar, dada a transversalidade desta temática e da importância dela para o País. Ao longo das últimas legislaturas foi aprovada uma estratégia Nacional, uma lei de bases para

o Mar. Agora é o momento de transformar o mar como desafio nacional, numa realidade. Temos que aproveitar a nossa posição geográfica, aproveitar os recursos que temos do ponto de vista alimentar. Temos uma grande biodiversidade, grande fonte de energia e Portos de inigualável qualidade. Há que apostar na Marinha Mercante, desenvolver a aquacultura, a biotecnologia, a náutica de recreio e o turismo marítimo.


Atribuições do CNC a) Apoiar tecnicamente o Ministério na concepção, elaboração, adopção implementação e controlo de políticas e metodologias de execução das operações de comércio e transporte marítimo internacionais, através de acompanhamento, estudos, análises e propostas pertinentes; b) Contribuir, participar e investir na promoção e desenvolvimento da Marinha Mercante, Portos, Hidrografia e do sector dos transportes em geral; c) Acompanhar, velar e assegurar a execução correcta das políticas de comércio e transportes marítimos internacionais traçadas pelo Governo, em coordenação com os órgãos e instituições competentes; d) Promover a defesa e harmonização dos interesses fundamentais do Estado com os dos vários intervenientes nas operações de comércio e transporte marítimo internacionais, tendo como objectivo principal a racionalização e optimização dessas operações; e) Estudar, analisar, apresentar e controlar as medidas que contribuam para a estabilidade dos fretes e taxas das mercadorias em defesa da economia nacional e do consumidor final; f) Acompanhar e analisar o processo de importação e exportação de mercadorias, centralizando a recolha, tratamento, interpretação e difusão da informação e estatística relativas

às operações de comércio e transportes marítimos internacionais; g) Recolher, analisar e dar tratamento adequado às informações e dados sobre a situação do mercado interno e internacional relativo ao comércio e transporte com vista ao acompanhamento permanente da sua evolução e dos efeitos sobre a economia nacional; h) Promover o aproveitamento racional dos recursos materiais e humanos disponíveis na cadeia do comércio e transporte marítimo internacionais; i) Cobrar e receber as comissões legalmente devidas pelos armadores e carregadores que participam na transportação de mercadorias de e para Angola, para investimento directo no sector marítimo em particular e no sector dos transportes em geral; j) Participar nas reuniões com os organismos internacionais congéneres e armadores, visando a regularização de questões inseridas no âmbito da sua competência, designadamente, as convenções internacionais e bilaterais, e as taxas de frete máxima a praticar no transporte marítimo internacional; k) Exercer outras tarefas que por lei ou decisão superior lhe sejam incumbidas.


AGENTES CNC // CNC Agents Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries:

ASA GmbH Mrs. Ilse Fliege Martinistrasse 29 +49 421339365 +49 4213393699 bremen@asa‐services.net Germany, Poland, Lithuania, Latvia, Estonia, Russia, Ukraine, England, Ireland and Scotland Frabemar Mr. Franco Bernardini Rua de Moscavide, Lote 4.28.02, Loja A ‐ Parque das Nações ‐ 1990‐198 Lisboa, Portugal +351 218947140 +351 218945145 lisboa@scc.com.pt; m.camelier@scc.com.pt Portugal ANGOMAR AGENCIA MARÍTIMA AS Mrs. Marisa Sidorak Lima 29, Piso 3 Of. I; Buenos Aires ‐ Argentina +54 1148780668; +54 1148780669 +54 1143811713 marisa@angomar.com.ar Argentina, Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, Paraguay, Peru, Uruguay and Venezuela OIC – Services Mrs. Veronique Durnerin 12337 Jones Road, Suite 301, Houston, Texas 77070 ‐ U.S.A. +1 8329126820 +1 8329126864 info@oicservices.com USA and Mexico TransGlobal Mr. Sylvain Lepage 1695 Boul. Laval, Suite 330 ‐ Laval, QC ‐ H7S 2M2 +1 (450) 975‐2058 +1 (450) 975‐2125 s.lepage@transgloballogistics.ca; m.decotret@transgloballogistics.ca Canada ATM Heisel Shipping Agency Mr. A. Ambroise Shiba Nishi Bldg, 6F 9‐1 Shiba 4‐ Chome, Minato KU Tokyo +81354765771 81354765711 cnc_atm@yahoo.com Japan Beacon Lda Mr. José Vela D. Silva Rua do Comércio 55 ‐ SI. 61/62 / CEP: 11010‐141 ‐ Santos ‐ S.Paulo / Brasil + 55 1330234255 + 55 1330234270 marilinda@beaconsouth.com.br Brazil


Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries: Company: Contact person: Address: Telephone: Fax: E‐mail: Controlled Countries:

Mitchell Cotts Mr. Nigel Sargent 8th Floor, Grindrod House 108 Victoria Embankment, P.O Box 1021 Durban 4000, South Africa +27 313027189 +27 313041752 KathleenB@mitchellcotts.co.za; nigels@mitchellcotts.co.za Republic of South Africa, Namibia, Swaziland, Zimbabwe and Mozambique Seaway Express Co, Ltd Mr. Chol Simavanichkul 718/6 Soi Suanplu, South Sathorn Road, Sathorn, Bangkok 10120, Thailand +662 6794797‐9; +662 6793345‐6; +662 6794019 +662 6794018; +662 2131125 seawayex@ksc.th.com Thailand, Vietnam, Myanmar, Cambodja and Laos Technimar Mr. Schreurs Philippe Square de Meeus 38/40 – 1000 Bruxelles, Belgique +32 24016139 +32 24016140 office@technimar.net Belgium, Netherlands and Luxemburg Wilmardel Ltd Mr. Willy Deku P.O. BOX CT 2878 CANTONMENTS ACCRA +233 22210509; +233 243715976; +233 208116762 +233 22210509 wilmardel@ighmail.com; willdeku@yahoo.com Benin, Cameroon, Ivory Coast, Gabon, Ghana, Equatorial Guinea, Nigeria, Senegal and Togo Wilhelmsen Hyopwoon Ships Service Ltd Mr. K. S. Lee 11th Floor, Doryeom Bldg, 60 Doryeom‐Dong Jongro‐Gu, Seoul, Korea C.P.O Box 952 Seoul 110‐716, Korea +82 237030801 +82 27388130 K‐S.Lee@wilhelmsen.com South Korea SAGA SHIPPING Mr. Leo Mikkelsen Auktionsvej 10 9990 Skage Dinamarca +4598443311 +4598450029 saga@saga‐shipping.dk Denmark, Finland, Norway and Sweden Dolphin Chartering Services PVT Ltd. Mr. Subodh Jolerkar 405, GokulArcade ‘A’ Wing, Swami Nityanand Marg, Vile Parle (East), Mumbai ‐ 400 057 ‐ India +91 222836 8825; +91 222836 8827 +91 222836 1849 dolphin@dolphinchart.com India, Bangladesh, Pakistan and Sri Lanka Sin Chiao Shipping Ltd Mr. Thio S. T. 12 Prince Edward Road #04‐11 Podium B Bestway Building Singapore 079212 +6562241011 +6562242775 sinchiao@pacific.net.sg Australia, Indonesia, Malaysia, New Zealand, Philippines and Singapore


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San Lian Shipping Mr. Lu Suen Yu 11/F, Ngan House, ‐ 206/210 Des Voeux Road Central ‐ HONG KONG +85 225450885 +85 225420731 slshphkg@netvigator.com China TIME OCEAN SHIPPING LIMITED Ms. Wang Yue I 19/F, International Ocean Shipping & Finance Center, No. 720 Pudong Avenue, Pudong New District, Shanghai ‐ China +86 2150366097; +86 2150366098 +86 2150366095; +86 2150366100 operationsh@timeocean.net China ALADIN SERVICES CONGO Mrs. Diane Carole Makiza B.P 5208 Pointe Noire ‐ Republique du Congo +242 6481016 aladin.services.congo@yattoo.com Congo DSF Mrs. Yasemin Uyar ISTOC 18 ADA NO: 120 BAGCILAR ISTANBULTURKEY +90 2124823743 + 90 2124827757 info@dsf‐cnca.com; yasemin.uyar@dsf‐cnca.com Turkey WAB CORP MARINE TRANSPORT SERVICES (L.L.C.) Ms. Vivian Fernandez Mr. Hussein El Zein Platinum Business Center Offices No. 606/607, 6th Floor Bagdad Road, Al Nahda 2nd P.O Box 172203, Dubai – United Arab Emirates +971 42583529 +971 42581520 cnca1@wabcorporation.com; cnca2@wabcorporation.com United Arab Emirates, Bahrain, Oman, Kuwait and Yemen Worms Services Maritimes Mr. Jean Claude Denier 48/50, rue Notre Dame dês Victoires 75002 Paris, France +33(0) 153401239 +33(0) 153401246 jc.denier@paris.worms‐sm.fr France Wab Corporation Mr. Hassan Yahfoufi Ms. Abeer Achour 2931, Airport Business Center, 4th Floor Beirut, 2814‐4105 Lebanon +9611458825 +9611456688 wab@wabcorporation.com; abeer@wabcorporation.com Lebanon, Iraq, Iran, Saudi Arabia, Egypt, Jordan, Qatar and Syria


10 REVISTA MOBILIDADE

em análise

análise da conjuntura económica Bpi paula gonçalves carvalho economista chefe do departamento de estudos económicos e financeiros do bpi Luísa Teixeira Felino departamento de estudos económicos e financeiros do bpi Teresa Gil Pinheiro departamento de estudos económicos e financeiros do bpi

Portugal - Indicadores sugerem crescimento no 1T16 idêntico ao do 4T15 Indicador de clima económico - a média móvel dos últimos três meses terminados em Janeiro de 2016 registou uma ligeira desaceleração face ao mês anterior, caindo para 0.6%, menos 0.1 pontos percentuais do que em Dezembro, reflectindo deterioração do sentimento em diversos sectores de actividade: construção e obras públicas, comércio e serviços. A deterioração da confiança nestes sectores foi compensada por avaliações mais positivas do sentimento dos consumidores e no sector industrial. A melhoria do sentimento no sector industrial reflecte melhorias nas médias móveis das componentes que avaliam a procura global e a produção nos próximos três meses. Todavia, a evolução deste indicador ao longo dos meses que formam o trimestre – Novembro, Dezembro e Janeiro – apresenta tendência negativa, o que em grande parte traduzirá o aumento da incerteza quanto ao crescimento mundial e evolução da procura global que

caracterizou o início do novo ano. Entretanto, em Dezembro, o indicador coincidente da actividade económica manteve-se em 1.0, mas o indicador coincidente do consumo privado desacelerou para 1.7, menos 0.3 pontos do quem Novembro. Inquérito de Conjuntura ao Investimento - os resultados do inquérito realizado pelo INE em Outubro, sugerem a aceleração do investimento em 2016, destacando-se as intenções de investimento de substituição e a redução do objectivo de investimento na expansão da actividade. Este facto reflectirá a existência de folga produtiva patente no facto da utilização da capacidade instalada se encontrar ainda ligeiramente abaixo da média de longo prazo. Caso as perspectivas de investimento se mantenham inalteradas, as empresas apontavam para um avanço do investimento nominal de 3.1% em 2016, destacando-se as intenções de investimento do sector manufactureiro que perspectivavam um aumento do investimento de 6.9%, beneficiando muito das intenções das empresas exportadoras.


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Angola - BNA voltou a aumentar a taxa de juro de referência Na última reunião, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola alterou a taxa de juro de referência, em linha com as pressões inflacionistas evidenciadas ao longo do último ano. Assim sendo, o Comité decidiu aumentar a taxa de juro de referência (Taxa BNA) em 100 pontos base (p.b.) para 12%, depois do aumento de 50 p.b. no último mês de 2015. Adicionalmente, o Comité optou por incrementar a taxa de juro da facilidade de cedência de liquidez de 13% para 14%, e manteve inalterada a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade de sete dias, em 1.75%.

O Índice de Preços do Consumidor da cidade de Luanda, indicador que serve de referência à política monetária em Angola, manteve a tendência ascendente no final do ano. De facto, a taxa de inflação anual aumentou de 13.29% em Novembro para 14.27% no último mês de 2015, o incremento mais significativo registado no total desse ano. A variação em cadeira revelou um aumento de 1.6% do nível geral de preços, comparativamente a +1.3% no mês precedente. Este comportamento resultou, principalmente, do aumento dos preços da classe “bebidas alcoólicas e tabaco” (+2.2% m/m), “saúde” (+2.5% m/m) e “hotéis, cafés e restaurantes” (+2.2% m/m). Ainda assim, a rubrica da alimentação e bebidas não


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alcoólicas registou a maior contribuição para a variação mensal do índice geral de preços (+0.67 pontos percentuais). Tendo em conta a recente decisão do Banco Nacional de Angola em proceder com uma desvalorização discreta do Kwanza no início de Janeiro deste ano e o novo ajustamento dos preços dos derivados de petróleo também no início de 2016, espera-se que as pressões inflacionistas possam intensificar ao longo deste ano. Os dados consolidados sobre a produção de petróleo em 2015, publicados pelo Ministério das Finanças, revelam uma queda substancial

do preço médio do barril de petróleo exportado por Angola. Deste modo, verifica-se uma queda de quase 50% do preço para USD 51.77, o que se consubstancia numa redução das receitas de exportação de 44%. No total do ano de 2015, as receitas fiscais petrolíferas renderam ao país um total de Kz 1.4 biliões (incluindo lucros da concessionária), uma queda de cerca de 51% face ao ano precedente. Comparativamente ao previsto no Orçamento de Estado Revisto para 2015, o preço médio de exportação foi superior (USD 40), o que permitiu uma arrecadação de impostos acima do antecipado (Kz 1.04 biliões).


13 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

NOVA GAMA. O MELHOR SERVIÇO.

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14 REVISTA MOBILIDADE


15 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

grande reportagem

NOVO AEROPORTO INTERNACIONAL DE LUANDA: CONSTRUção dos Acessos rodoferroviários prestes a arrancar As obras de construção dos acessos Rodoviários e Ferroviários ao Novo Aeroporto Internacional de Luanda estão prestes a arrancar.

A construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, localizado na Comuna do Bom Jesus, a cerca de quarenta quilómetros da Capital, iniciada em 2007, estará concluída nos princípios de 2017, altura em que a nova infra-estrutura aeroportuária entrará em funcionamento. Esta iniciativa de sua Excelência o Presidente da República, Eng.º José Eduardo dos Santos,

surge no âmbito da sua visão estratégica sobre a valorização geoestratégica de Angola e do seu empenho na resolução do enorme constrangimento que representa já hoje o congestionamento do actual Aeroporto 4 de Fevereiro, apesar de inúmeras obras de beneficiação a que o mesmo ao longo do tempo tem sido sujeito.


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O novo Aeroporto Internacional de Luanda desempenhará um papel fundamental com vista a garantir a mobilidade internacional de investidores e a mobilidade nacional das populações, desempenhando, neste particular, um papel essencial para o reforço da integração e da coesão nacionais. A construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda é de uma importância vital para a concretização da estratégia do Estado em posicionar Luanda como um hub Aeroportuário de referência, na África Central. A sua construção e funcionamento darão origem a um elevado número de empregos, directos e indirectos e impulsionarão o desenvolvimento de outros sectores da economia nacional. Trata-se de uma infra-estrutura moderna, inovadora, equipada com as mais recentes tecnologias e equipamentos aeronáuticos, que espelham o protagonismo e o desenvolvimento de Angola no panorama Internacional. A sua construção surge na evolução natural das operações do Aeroporto 4 de Fevereiro, num contexto estratégico em que se afirma a vocação de Luanda de se transformar numa área internacional de colecta, de distribuição e de escala de tráfego de passageiros e carga, como resultado da sua localização geográfica, a nível regional e mundial e da excelência das suas características topográficas e climatéricas, do seu desenvolvimento económico potencial e do seu crescimento demográfico. O novo Aeroporto Internacional de Luanda, será, fundamental para a estratégia de crescimento da Companhia Aérea de bandeira, a TAAG, e constituirá uma resposta estrutural aos congestionamentos que já hoje se verificam no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda.

DESCRIÇÃO DO PROJECTO Uma vez concluída a sua construção, o novo Aeroporto será um dos três maiores do Continente Africano. Está a ser implantado numa área de 1.324 hectares, com uma capacidade de transporte de 15 milhões de passageiros/ Ano, sendo 10 milhões de passageiros internacionais e 5 milhões de passageiros domésticos. Projecta-se que o volume de carga seja de 50 mil toneladas/ Ano. O novo Aeroporto integra três Áreas: →→ A Área do Terminal, que compreende o terminal principal, com três áreas de embarque e com trinta e uma portas. A área norte, dedicada aos passageiros domésticos, com onze portas. A área central e área sul, dedicados aos passageiros internacionais com vinte portas, o terminal VIP e o viaduto de acesso ao terminal. →→ A Área do Movimento tem uma pista norte com três mil e oitocentos metros e uma pista sul com quatro mil metros de comprimento, cada uma com sessenta metros de largura. Uma placa principal de passageiros, uma placa VIP e um sistema de iluminação de apoio à navegação. →→ A Área Auxiliar que presta apoio directo às operações do Aeroporto, bem como as áreas de vocação administrativa e comercial, nomeadamente, o terminal de carga, os hangares de manutenção, a estação de refrigeração, o sistema de alimentação eléctrica, abastecimento de combustíveis, sala de serviço, hotel, edifício de administração aeroportuária, edifício da companhia de transportes terrestres, base da Companhia Aérea de Bandeira, central de tráfego aéreo, centro de incêndio e emergência e edifício de inspecção e segurança.


17 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

terminal vip

CONSTRUÇÃO DE ACESSIBILIDADES RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS DE ACESSO AO NOVO AEROPORTO INTERNACIONAL Sem boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias ao novo Aeroporto Internacional, a viabilização deste ficaria comprometida, quer no plano interno, quer no plano internacional. É neste contexto e no quadro das orientações estratégicas, emanadas do Senhor Presidente da República, Engº José Eduardo dos Santos, que, enquanto continuam a decorrer as obras de construção novo aeroporto internacional, se terão de iniciar, no imediato, as construções das seguintes infraestruturas de transportes e Empreendimentos: DUPLICAÇÃO DA ACTUAL LINHA FERROVIÁRIA QUE LIGA A ESTAÇÃO DO BUNGO, EM LUANDA, À ESTAÇÃO DE BAIA O crescimento demográfico intenso, em curso, e que se acentuará a curto prazo, nas zonas adjacentes à actual linha ferroviária que liga a Estação de Bungo à Estação de Baia, faz com

que esta zona se posicione, juntamente, com o Aeroporto Internacional, como uma nova centralidade industrial, logística e habitacional que emergirá da construção e do funcionamento deste novo Equipamento Aeroportuário. Face ao exposto o Executivo Angolano decidiu implementar, de forma imediata, a duplicação desta via ferroviária, e a criação de todos os parâmetros de segurança, que devem estar presentes em Empreendimentos desta natureza. CONSTRUÇÃO DE PASSAGENS SUPERIORES À LINHA FERROVIÁRIA, DUPLICADA, BUNGO/BAIA E À NOVA VIA RÁPIDA RODOVIÁRIA A necessidade de fluidez do tráfego da linha ferroviária Bungo/Baia e da nova via rápida rodoviária, que irá ser construída, aliada às preocupações com a segurança das pessoas e dos bens, que circulam ou atravessam as mesmas, e no sentido de evitar acidentes e da correspondente diminuição da sinistralidade rodo-ferroviária, conduziram o Executivo do País a decidir pela construção, imediata, das


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AUMENTO DA CAPACIDADE e reforço da segurança

seguintes passagens superiores: →→ A passagem superior que abrange, unicamente, a travessia da linha ferroviária, no Nó da Cuca; →→ A passagem superior que abrange, unicamente, a travessia da linha ferroviária, no Nó do Cazenga; →→ As passagens superiores que abrangem a linha férrea, conjuntamente, com a nova linha rodoviária, de elevada capacidade, na 4ª Avenida, junto à FILDA, na 9ª Avenida, Moagem, Comarca, Viana e Fata.

CONSTRUÇÃO DO RAMAL FERROVIÁRIO QUE LIGARÁ BAIA AO NOVO AEROPORTO INTERNACIONAL DE LUANDA A construção do novo ramal ferroviário, em via dupla, que ligará a Estação ferroviária de Baia ao novo Aeroporto Internacional de Luanda, com uma extensão de 9.82 quilómetros, reforçará a capacidade de transporte da via rápida rodoviária, de elevada capacidade, cujo início da construção está para breve. O novo ramal ferroviário proporcionará um transporte cómodo e seguro e de elevada capacidade aos clientes deste Aeroporto, bem como às pessoas que irão povoar a nova centralidade industrial, logística e habitacional, que, progressivamente, se irá instalando nas zonas envolventes desta nova Infraestrutura Aeroportuária. O Valor total de investimento estimado com a construção deste novo ramal ferroviário, incluindo a construção da Estação Terminus do novo Aeroporto Internacional é de 163.000.000,00 USD (cento e sessenta e três milhões de dólares).


19 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

IMPLEMENTAÇÃO DAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS MULTIMODAIS DE BUNGO, MUSSEQUES, VIANA, KAPALANCA E BAIA A construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, a nova centralidade industrial, logística e habitacional que emergirá, progressivamente, o crescimento demográfico intenso e o correspondente aumento das necessidades de mobilidade das pessoas e dos bens, designadamente nas zonas adjacentes à linha ferroviária que liga a Estação de Bungo, à Estação de Baia, e a partir desta à Estação terminal do novo Aeroporto, levaram o Executivo do País, a decidir pela implementação imediata das Estações Multimodais, Rodo-FerroAeroportuárias do Bungo, Musseques, Viana, Baia, da Estação Terminal do novo Aeroporto e a Estação Rodo-Ferroviária de Kapalanca. Nas Estações Rodo-Ferro-Aeroportuárias, os passageiros e os clientes do novo Aeroporto, poderão efectuar, com segurança e rapidez o respectivo check–in e o encaminhamento das suas bagagens. Estas Estações ficarão dotadas de um Centro Comercial, acesso à internet, bar e serviços de restauração, parque de estacionamento, zonas reservadas a autocarros, a táxis, e, naturalmente, acesso ao transporte ferroviário. Uma

PROJECTO DA ESTAÇÃO TERMINUS

nova passagem de saída de passageiros será igualmente construída em cada uma delas. Serão dotadas, ainda, de um novo edifício, multifuncional que servirá os passageiros e o pessoal de serviço. A Estação de Bungo será aumentada em oito linhas, a de Musseques em seis linhas de cruzamento, a de Viana em oito linhas de cruzamento, a de Kapalanca será aumentada em oito linhas de cruzamento e a de Baia em doze linhas de cruzamento. Apresenta-se, em seguida, a localização e a visualização de cada uma das cinco estações, Bungo, Musseques, Viana, Kapalanca e Baia, bem como da Estação Terminus do novo Aeroporto Internacional de Luanda.

eSTAÇÃO DO BUNGO


20 REVISTA MOBILIDADE

eSTAÇÃO DE MUSSEQUES

eSTAÇÃO DE Kapalanca

eSTAÇÃO DE BAIA

eSTAÇÃO DE VIANA


21 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

O Valor total de investimento estimado com a implantação das 5 Estações multimodais de Bungo, Musseques, Viana, Baia e Kapalanca é de cerca de 170.000.000,00 USD (cento e setenta milhões de dólares). CONSTRUÇÃO E EQUIPAMENTO DAS NOVAS OFICINAS, ONDE TERÁ LUGAR A REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DO MATERIAL CIRCULANTE FERROVIÁRIO O Material circulante ferroviário que será utilizado na linha ferroviária da Estação de Bungo, Luanda, à Estação de Baia e no novo ramal que efectuará a ligação desta localidade ao novo Aeroporto Internacional, bem como do que circulará nos restantes troços da linha ferroviária de Luanda a Malange, terá que ser objecto de Programas de Reparação e de Manutenção atempados e cuidados, pelo que o Executivo do País, de acordo com orientações emanadas de Sua Excelência o Presidente da República, Engº José Eduardo dos Santos, decidiu, que logo que

possível se inicie a construção e o equipamento das novas Oficinas modernas a instalar nas proximidades de Baia, em Hia.

eSTAÇÃO DE MuSSEQUES

CONSTRUÇÃO DE DUAS NOVAS VIAS RODOVIÁRIAS DE LIGAÇÃO AO NOVO AEROPORTO E MELHORIA DA ACTUAL ACESSIBILIDADE RODOVIARIA À ESTAÇÃO DO BUNGO O novo aeroporto internacional de Luanda encontrar-se-á ligado ao centro da cidade através do eixo rodoviário existente, Luanda-Catete, que


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tem o seu início na estação do Bungo. Com vista a dar resposta a mobilidade de pessoas e bens, nomeadamente de passageiros, de clientes do novo aeroporto, de trabalhadores que desenvolverão as suas actividades nesta infra-estrutura aeroportuária e de pessoas que passaram a habitar progressivamente em número crescente na nova centralidade logística industrial e habitacional que emergira nas zonas envolventes ao novo aeroporto internacional, prevê-se a criação de duas novas acessibilidades rodoviárias ambas com origem na via expresso, uma a sul da estrada de Catete, nas imediações do Zango, outra a norte da estrada de Catete. A nova tipologia da estação do Bungo, exigirá a melhorias das actuais condições de acessibilidade rodoviária estando previstas intervenções nos principais eixos rodoviários que a servem.

REDE DE CABOTAGEM MARÍTIMA DE LUANDA A cabotagem marítima de Luanda pretende assumir-se como um contribuo para, juntamente com os transportes rodoviários e ferroviários, ajudar a resolver o congestionamento da circulação de passageiros e mercadorias na área metropolitana de Luanda, favorecendo ligações directas entre diversas áreas urbanas e a periferia, diminuindo os tempos das deslocações pendulares. A rede de cabotagem marítima de Luanda será constituída por 9 terminais marítimos, encontrando-se já em operação os terminais do porto de Luanda, Kapossoca, Mussulo, Macoco e Museu da Escravatura. A estes juntar-se-ão brevemente os terminais do Cacuaco, Panguila, Benfica e Corimba. Actualmente, e para suportar a actividade estão em operação dois ferry boats com a capacidade de 413 passageiros, cada um. Com o alargamento da operação, entrarão em ciruculação mais 4 navios com uma capacidade conjunta de 1630 passageiros, que vai aumentar consideravelmente a capacidade de transporte da cabotagem.

O TRANSPORTE MARÍTIMO DE PASSAGEIROS DE LUANDA TERMINAIS MARÍTIMOS LINHA PORTO DE LUANDA - KAPOSSOCA - MUSEU DA ESCRAVATURA LINHA KAPOSSOCA - MUSSULO - MACÔCO

nova tipologia da estação do bungo

LINHA PANGUILA - CACUACO - PORTO DE LUANDA - KAPOSSOCA - MUSEU DA ESCRAVATURA (em operação no curto/médio prazo)

terminais marítimos CACUACO

PORTO DE LUANDA

MUSSULO KAPOSSOCA

LUANDA MACÔCO

MUSEU DA ESCRAVATURA

PANGUILA


23 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

AQUISIÇÃO DE DEZ UNIDADES QUÁDRUPLAS DIESEL – DMU`S Para reforço do material circulante ferroviário que circulará na linha ferroviária que ligará a Estação de Bungo à Estação de Baia, e à ligação desta à nova Estação Terminus do Aeroporto Internacional de Luanda, o Executivo Angolano procedeu já à adjudicação de aquisição de dez unidades quádruplas diesel – DMU´S, cuja construção se iniciará de imediato, bem como a formação de pessoal que as irá conduzir e do pessoal que se irá ocupar com a reparação e a manutenção das mesmas. Trata-se de material circulante cómodo e confortável, adaptado à prestação do Serviço a que se destina.

Os pesados investimentos que continuam a ser concretizados no sector dos transportes e da logística, decididos sobre a égide de sua excelência o senhor presidente da republica são, ainda, e também, essenciais para a concretização de um dos grandes desafios que temos pela frente, o da diversificação das fontes de rendimento da economia do país O desenvolvimento sustentado dos diferentes sectores da actividade economica e social exigem a existência de infraestruras logísticas e de transportes e de operadores de transportes e logísticos modernos, actualizados e adaptados aos tempos de hoje e aos que se avizinham.

ANGOLA AVANÇA! JUNTOS ESTAMOS A CONSTRUIR O FUTURO.


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actualidade

Porto de Setúbal apresenta Plano de Expansão em seminário sobre Plataformas Logísticas Ibéricas artigo escrito em parceria com a divisão comercial e marketing da apss - Administração dos portos de setúbal e sesimbra


25 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

Como atrair novos clusters logísticos e industriais e criar emprego? A APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e a aicep Global Parques realizaram, conjuntamente, o VI Seminário Plataformas Logísticas Ibéricas, que decorreu no final de Janeiro, em Setúbal, sob o tema: “Como atrair novos clusters logísticos e industriais e criar emprego?”. Teve como momento chave a assinatura do Protocolo “Região Industrial, Logística e Portuária de Setúbal Rumo ao Futuro”, subscrito pela APSS, aicep Global Parques, Câmara Municipal de Setúbal, CPS - Comunidade Portuária de Setúbal, Sapec Parques Industriais e IPS - Instituto Politécnico de Setúbal, entidades que se propõem trabalhar em parceria para melhorar a competitividade e a divulgação do grande potencial da Região de Setúbal nas actividades ligadas à exportação e importação de mercadorias por via marítima. Em suma, a assinatura deste protocolo configura

um envolvimento singular entre estes parceiros e estratégico para Região, formalizando o compromisso de colaboração entre as partes para a prossecução do objectivo de afirmar a “Região Industrial, Logística e Portuária de Setúbal Rumo ao Futuro”, com especial enfoque nas actividades ligadas à exportação e importação de mercadorias por via marítima, que proporcionem o aumento dos hinterland e forland do porto, em parceria com os parques empresariais - industriais, logísticos e de serviços - localizados junto ao Porto, potenciando assim a criação de valor e emprego na região, de forma integrada. Este protocolo preconiza também o desenvolvimento de acções conjuntas para a divulgação da capacidade existente nos terminais portuários e dos parques empresariais - industriais, logísticos e de serviços - bem como a atracção de investidores para os novos terminais portuários em projecto

Câmara Municipal de Setúbal e APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA, Entidades institucionais que darão as garantias necessárias de um ordenamento e coordenação das acções a desenvolver, tendo em vista a dinamização empresarial da Região no respeito pelo ambiente e princípios definidos nos planos directores.

Instituto Politécnico de Setúbal, Fonte de conhecimento e saber que pode e deve ser transmitido ao mundo empresarial, com o qual tem desenvolvido trabalho no sentido de aproximar esta fonte de criação de conhecimento, da experiência e do saber fazer que as empresas da região detêm.

aicep Global Parques – Gestão de Áreas Empresariais e Serviços, SA e SAPEC Parques Industriais, SA, Duas entidades gestoras de plataformas logísticas com várias dezenas de hectares, as quais são potenciadoras dos objectivos que se pretendem alcançar.

Comunidade Portuária de Setúbal, Onde estão representadas empresas e associações empresariais cujas actividades têm uma relação directa com as actividades portuárias, seja como prestador de serviços, clientes ou reguladores desses serviços.


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e outros investimentos em actividades económicas congéneres nas áreas logísticas, industriais e de serviços envolventes, com benefícios para o desenvolvimento da cidade e região de Setúbal. Nas palavras de boas vindas, o Presidente da Comissão executiva do aicep Global Parques, Francisco Palma, referiu a importância do seminário e do protocolo a assinar, “Região Industrial, Logística e Portuária de Setúbal Rumo ao Futuro”, como uma garantia do contributo das entidades envolvidas para “mostrar que, em conjunto, as infraestruturas e entidades conseguem promover a competitividade da região”, criando emprego e alargando o hinterland. O anfitrião deste evento resumiu, numa ideia chave, o propósito deste Protocolo: divulgar, em conjunto, as vantagens das infraestruturas tangíveis e intangíveis existentes e futuras para atrair investimento para a região. Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração da APSS, Vítor Caldeirinha, referiu o continuado desenvolvimento do Porto de Setúbal, uma infraestrutura “cola” de ligação da actividade económica da região, acrescentando igualmente que “o futuro da região de Lisboa passa pelo Porto de Setúbal, com carga de hinterland”, um porto que se deve difundir e maximizar, relevando “a melhoria tão necessária das acessibilidades marítimas e terrestres para o futuro”, com acessos marítimos em mais 1 a 2 metros para receber os navios shortsea, que aumentaram ligeiramente de dimensão, cujo estudo ambiental será brevemente entregue às autoridades. Referiu ainda que será necessário aumentar a capacidade actual da infraestrutura ferroviária “para termos mais 5 comboios por dia, além dos 21 actuais. Já nos estamos a candidatar, com a Infraestruturas de Portugal, a este investimento”, que é um projecto de melhoria do acesso ferroviário à zona central do porto, o qual já ocupa o 2º lugar no âmbito das cargas nacionais, no movimento diário de comboios. É um porto

integrado numa região logística sustentável, um “green port” compatível com a cidade e o turismo, e que se deve desenvolver com os meios humanos e financeiros necessários, facilitando o desenvolvimento de projectos de investimento e a atracção de investimento. O Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, relevou os já 20 anos de história de formação em áreas da logística, divulgando, igualmente, para 2017, a criação de cursos profissionais de 2 anos, e a importância do marketing, com todos os parceiros “fortemente empenhados em promover a região”. A Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, salientou a capacidade na forma como as entidades se unem no objectivo conjunto de promover a região de Setúbal, articulando-se para criar mais trabalho e mais riqueza para todos, sendo o Porto de Setúbal um “factor chave no desenvolvimento concelhio“, criando mais economia, mais turismo e trazendo mais residentes. Com cerca de cento e oitenta participantes, o Seminário foi desenvolvido em dois painéis, o primeiro, com apresentações subordinadas às “Novas oportunidades de crescimento e investimento” e, o segundo, com intervenções sobre como “Alinhar stakeholders para exportações mais competitivas”. Foi uma oportunidade para alguns dos principais players ligados à actividade e logística portuária apresentarem contributos para o objectivo comum de melhorar o presente e potenciar o futuro do Porto de Setúbal, enquanto infraestrutura âncora da região de Setúbal e pólo de desenvolvimento económico e social, perfeitamente integrado no ordenamento do território, implantado e com grande capacidade de expansão fora dos limites da cidade, junto a parques logísticos e industriais, sendo igualmente um promotor activo do Turismo, principalmente, náutico, “convivendo” e preservando a exclusiva e rica reserva natural do


27 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

VI Seminário Plataformas Logísticas Ibéricas Valor do cluster portuário para a Indústria da Região – Dr. Pedro Galvão, da SECIL: Há aspetos a melhorar no transporte marítimo (que “tira camiões da estrada”), relacionados com os custos, mas também, com pouco, se consegue muito, exemplo da cooperação entre entidades.

estuário do Sado. E foram muitas as ideias e experiências compartilhadas. Pedro Galvão, da Secil, deu a conhecer o caso da Secil, um dos maiores clientes do Porto de Setúbal, que exporta para 35 países, referindo que há aspectos a melhorar no transporte marítimo (que “tira camiões da estrada”), relacionados com os custos, mas também salientou que, com pouco, se consegue muito, dando o exemplo da cooperação entre entidades que permitiu a acostagem de um navio de 200 metros no Terminal Secil, mais 30 que o máximo anterior, diminuindo 25% o valor do frete. Já o Presidente da APSS, Vítor Caldeirinha, referiu que “Com o continuado desenvolvimento do Porto de Setúbal, uma infraestrutura ‘cola’ de ligação da atividade económica da região, o futuro da região de Lisboa passa pelo Porto de Setúbal, com carga de hinterland, um porto que se deve difundir e maximizar”. Foi precisamente nesse âmbito que foram apresentados dois projetos estruturantes para o Porto de Setúbal, que garantirão o futuro da já ampla infraestrutura portuária e logística existente, nomeadamente na vertente do shortsea shipping,

em contentores, carga geral, granéis e ro-ro. O primeiro projecto, o “Port of Setúbal Plus”, apresentado por Fátima Évora da APSS, é um projeto que promove o crescimento futuro do Porto de Setúbal, com uma oferta já em divulgação junto de investidores nacionais e internacionais, apresentando-se como Gateway da Região de Lisboa e Sul de Portugal e parceiro das indústrias do hinterland. O Porto de Setúbal possui uma localização excecional a 30 km do centro de Lisboa, com ligação direta à autoestrada sem passar pela malha urbana e é o segundo maior porto nacional em número diário de comboios de cargas. Na componente das acessibilidades marítimas, está em fase de conclusão o estudo de impacte ambiental das dragagens que permitirão em breve a entrada no porto de navios de contentores em qualquer maré com 4 mil TEU e a entrada de navios de graneis e carga geral com 13 m de calado. Este porto tem vindo a registar, nos últimos anos, um forte crescimento no movimento de mercadorias, tendo passado de 6 milhões para 8 milhões de toneladas por ano, perspetivando-se que este fluxo continue a aumentar durante a próxima década, o que conduz à pertinência de


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investimentos que assegurem o desenvolvimento futuro do porto em consonância com o aumento das necessidades dos clientes dum hinterland que se estende a Espanha. O Porto de Setúbal é “uma ampla porta aberta, sem constrangimentos, para a movimentação de mercadorias, um porto Towards the Future”, o projeto “Port of Setúbal Plus” vai aproveitar a capacidade de expansão low cost existente, de cerca de 2 kms de cais e 72 ha, mais 90 ha de terraplenos para contentores, granéis e veículos. Será desenvolvido na área central do porto, entre o Terminal Ro-Ro Coelho da Mota e o Terminal Sapec, no alinhamento do terminal Ro-Ro. O potencial destas áreas está atualmente em processo de


29 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

Sobre a APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra A APSS é uma sociedade anónima de capitais públicos que tem por objecto a administração dos portos de Setúbal e de Sesimbra, promovendo a sua exploração económica, conservação e desenvolvimento, no âmbito do exercício das funções de Autoridade Portuária, tem sob a sua responsabilidade, no Porto de Setúbal, uma área de cerca de 17 mil hectares. Dispõe de doze terminais, sendo cinco de serviço público: Terminal Tersado, multiusos; Terminal Sadoport, contentores/multiusos; Terminal Roll-on Roll-off, veículos; Terminal Sapec Sólidos, granéis sólidos e

Novas zonas logísticas e industriais junto ao porto – Eng.º Luís Fernando Cruz, Grupo Sapec: “É o rio que une”, afirmou, na apresentação do projeto “Blue Atlantic “, que irá reforçar a oferta logística e portuária, já existentes, com 800 metros de cais e 96 ha de áreas logísticas.

divulgação internacional tendo em vista obter manifestações de interesse, qualquer que seja o tipo de carga, num porto que já é uma Solução Shortsea e Ibérica na Região de Lisboa. O segundo projeto denominado “Blue Atlantic”, apresentado por Luís Fernando Cruz, do Grupo Sapec, é promovido pelo Grupo, que marca presença no Porto de Setúbal desde 1926, e pretende reforçar a oferta logística e portuária, já oferecida pelo Parque Logístico Sapec Bay e pelos

Terminal Sapec Líquidos, granéis líquidos. Sobre a aicep Global Parques A aicep Global Parques é especialista em gestão de parques industriais e em localização empresarial. O seu focus é garantir condições de captação e acompanhamento na instalação de projectos de investimento nacional e estrangeiro. Tem sob gestão directa três soluções de localização empresarial distintas que conseguem acolher projectos de todos os tipos e dimensões: a Zils Global Parques em Sines, o BlueBiz Global Parques em Setúbal e o Albiz Global Parques em Sintra.

Terminais Sapec. O projeto Blue Atlantic ficará localizado entre a infraestrutura do Trem Naval e o Terminal Alstom, cerca de 1 km a montante do Terminal Sapec. Compreende a construção de um novo cais com 800 metros, com fundos que permitem a atracação de navios com 13 metros de calado (navios panamax) e oferecerá 96 ha de área industrial e logística adjacente no SapecBay, com capacidade de construção de 360 mil m2, a que se junta o potencial “multimodal”, com a capacidade de construção de um terminal/fecho de linhas ferroviárias. Neste momento, o projeto está em divulgação internacional. Pretende promover a intermodalidade entre o transporte marítimo, ferroviário e rodoviário, na movimentação de contentores, carga geral e granéis, tirando partido do ambiente natural onde está inserido e integra-se na estratégia de expansão do Porto de Setúbal, cumprindo os procedimentos do Crescimento Azul, garantindo a sustentabilidade do Sector Portuário de acordo com os objetivos da Estratégia Europeia 2020. Sendo o tráfego Ro-Ro um ex-libris do Porto de Setúbal, foi esclarecedor ouvir Sandra Augusto, da AutoEuropa, a reforçar o carácter inovador


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e proactivo da gestão logística da empresa, acompanhando as necessidades actuais e prevendo as futuras, que naturalmente incluem o porto, como futuro hub na distribuição da produção automóvel da VolksWagen. Ainda ligado à logística automóvel, mas não só, Paulo Calado, da aicep Global Parques, apresentou o BlueBiz Global Global Parques, uma infraestrutura que oferece facilidades logísticas e de instalação às empresas que pretendem implantar-se na região, a qual é já uma referência na logística automóvel e na indústria aeronáutica. A intenção de alargar o hinterland logístico portuário do Porto de Setúbal a Espanha é uma aposta amplamente divulgada. A pertinência desse objectivo foi inequivocamente corroborada por Juan Romero Miranda, da Plataforma Logística del Suroeste Europeu, que relembrou aos presentes a capacidade produtora e exportadora da Extremadura espanhola, principalmente produtos agrícolas, salientando, como se concluiu num estudo, que os portos portugueses são mais baratos e competitivos. Actualmente, o Porto de Setúbal já está ligado à Extremadura através de 4 comboios semanais, esperando-se que este

número venha a aumentar este ano. Porém, o maior incremento que se deseja, do movimento de cargas de e para Espanha, está directamente relacionado com a construção da nova ligação ferroviária àquele país, que se traduzirá numa redução de 137 km e que permitirá comboios mais longos e em menos tempo, logo, mais competitivos. Encerrou a sessão Lídia Sequeira, enquanto representante da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que registou os avanços alcançados pelos portos portugueses nos últimos anos, quer em infraestruturas, quer em simplificação dos processos, ressalvando a importância da criação dos fóruns para a simplificação dos procedimentos, os desenvolvimentos da JUP e da nova JUL, estando-se já a trabalhar na Factura Única Portuária, rematando que “o transporte marítimo representa 73% do transporte internacional, em Portugal”. Quanto ao Porto de Setúbal, congratulou-se com o crescimento notável dos últimos dez anos, que se tornou num porto fundamental para o transporte marítimo nacional, com uma centralidade fantástica, na proximidade das grandes empresas exportadoras e de plataformas logísticas, como a Bluebiz Global Parques e Sapec Bay.

Assinatura do Protocolo “Região Industrial, Logística e Portuária de Setúbal Rumo ao Futuro”: APSS, aicep Global Parques, Câmara Municipal de Setúbal, Comunidade Portuária de Setúbal, Sapec Parques Industriais e Instituto Politécnico de Setúbal, unem forças pelo desenvolvimento e divulgação da Região de Setúbal


31 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

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32 REVISTA MOBILIDADE

actualidade

A Importância do Assinalamento Marítimo para a Navegação Marítima por: Cmdt. Miguel CÂndido Consultor Internacional em Transporte Marítimo da Logistel, SA


33 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

O Assinalamento Marítimo apareceu desde que o homem começou a navegar, havendo a necessidade de assinalar a costa para que, durante a noite, se pudessem evitar os seus perigos. As primeiras luzes utilizadas como avisos à navegação eram constituídas por fogueiras colocadas em pontos elevados sobre o mar, depois com lamparinas, mais tarde com candeeiros. Sabemos que o Farol de Alexandria (Altitude – 100 metros) foi construído cerca de 280 a.C., sendo considerado uma das sete maravilhas do Mundo. A necessidade de aumentar o alcance das luzes leva à associação entre candeeiros e aparelhos ópticos a partir do século XVII. No século XVII / XVIII começam-se a utilizar mecanismos de relojoaria proporcionando movimento rotativo Em 1758, Augustin Fresnel inventa um aparelho óptico lenticular em vidro, que actualmente ainda equipa a maior parte dos Faróis. A partir do século XIX vão-se utilizando diversos

Farol de alexandria

combustíveis nos faróis. A partir da construção de geradores eléctricos em 1853, passa a utilizarse a electricidade. A função de um Farol está relacionada com o tipo de tráfego que ele gere. Poderá ser tráfego marítimo ou tráfego portuário. Os Faróis, pela sua complexidade técnica, geralmente necessitam não só de espaços contíguos, onde se possam instalar os equipamentos necessários ao seu funcionamento, como também de instalações para acomodação do pessoal

(quando são vigiados) para o seu funcionamento e manutenção. A tipologia das torres dos faróis está directamente ligada com a sua época de construção (são de diversos tipos de secção - quadrangulares, hexagonais, octogonais, circulares) e também com o tipo de material utilizado (alvenaria de pedra, metal, betão armado). Em termos técnicos, a luz é a componente mais importante dos faróis – característica, alcance, tipo e cor da luz e o seu período. Os Faróis são um meio para a orientação e posicionamento visual e têm o privilégio de, nas suas instalações, poderem ser instalados sistemas electrónicos de posicionamento.

Os Faróis também podem ser aproveitados para outras finalidades, como: →→ Monitorização do ambiente costeiro (Meteorologia, Câmaras de vídeo, Antenas Radar, etc.); →→ Turismo; →→ Controlo de Tráfego Marítimo e Vigilância Costeira; →→ Sistemas electrónicos de Posicionamento Marítimo; Os Faróis devem ser guarnecidos com Faroleiros, mas também podem ser automáticos, ou seja, serem Faróis não vigiados / sem Faroleiros. Hoje em dia os faróis funcionam como bases de assinalamento marítimo sendo os seus Faroleiros responsáveis pela sua manutenção, balizas, bóias e sinais sonoros da área onde estão implantados.


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Actualmente o avanço tecnológico poderá levar-nos a pensar que o Assinalamento Marítimo, tendo por base os Faróis, está ultrapassado. Hoje em dia os meios electrónicos de navegação ainda não oferecem a mesma fiabilidade que os meios visuais, nomeadamente em águas costeiras e restritas. Os navios não prescindem da redundância que os faróis constituem no seu posicionamento na navegação costeira e na navegação em águas restritas, não confiando exclusivamente no GPS e nos vários sistemas de navegação electrónica existentes. O oceano é um vector de desenvolvimento através dos numerosos e diferentes usos e actividades que suporta. Nas últimas décadas tem emergido a consciência de que a gestão e a governação do oceano e das zonas costeiras devem ser abordadas de forma abrangente e integrada. A dimensão marítima corresponde a grandes desafios mas sobretudo a oportunidades para Angola.

O mar marcou decisivamente o início da globalização. Angola deve assumir-se como um país marítimo, que vive com o mar e com um vasto potencial em recursos naturais. O desenvolvimento do sector marítimo depende necessariamente de um quadro normativo objectivo e adequado, que contribua para a clarificação de competências e para a simplificação administrativa. A exploração económica e a preservação ambiental apresentam-se como domínios de acção estratégicos que são indispensáveis para a promoção do desenvolvimento sustentável e sustentado de um país.

Angola tem um posicionamento estratégico na sua fachada Atlântica. A execução de uma boa estratégia para o mar depende de um conjunto de capacidades e recursos muito vasto que obriga a que estejam disponíveis meios humanos, financeiros, materiais e de informação. Os Estados Costeiros são obrigados internacionalmente a providenciar as Ajudas à Navegação necessárias à Segurança da Navegação, para além de terem de efectuar Avisos à Navegação quando necessário. No período compreendido entre 06/11/2014 e 20/11/2014 a LOGISTEL e a MARINHA PORTUGUESA fez o levantamento do estado actual dos Faróis


35 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

existentes na costa Angolana. Foi verificado também o estado actual do Assinalamento Portuário e da localização de eventuais Faróis, de forma a suprimir as lacunas do actual Assinalamento Marítimo. No levantamento efectuado foi verificado que o estado actual dos Faróis e Balizagem Portuária necessita de uma forma geral de: →→ Manutenção e substituição de infra-estruturas; →→ Substituição de lanternas e respectivos equipamentos; Quanto ao Pessoal, à Formação e aos Meios, concluiu-se que se deve aumentar o número de pessoas envolvidas nesta área, sendo para o efeito necessário implementar: →→ Uma política de formação, com o objectivo de rentabilizar as estruturas existentes e futuras nas áreas da operação e manutenção; →→ Uma estrutura orgânica e um quadro de pessoal de forma a superar as dificuldades que surgem com os equipamentos considerados (Faróis, bóias e balizas). O Mar poderá ser um desígnio Angolano cujo potencial será concretizado pela valorização económica, social e ambiental do oceano e das zonas costeiras de forma a poder beneficiar todos os Angolanos. Angola tem 6 grandes portos. Corresponde aproximadamente a um porto por cada 275 Km, ao longo de uma costa de cerca de 1650 Km. Os portos definem hinterlands e corredores de penetração que cobrem praticamente a totalidade do território Angolano, servindo ainda países limítrofes. A maior parte das importações e das exportações

assinalamento marítimo

Angolanas são efectuadas através dos portos, sendo os navios o factor fundamental para estas operações. O Assinalamento Marítimo é fundamental para o êxito do comércio Angolano, do ambiente, da energia azul, da aquicultura, do turismo náutico, dos recursos minerais e marinhos, da biotecnologia azul e da segurança marítima, para além de ser uma vertente importantíssima para que Angola possa ser considerada perante a IMO e pelo Mundo, como uma costa segura e credível a ser frequentada pela comunidade náutica internacional.


36 REVISTA MOBILIDADE

actualidade

‘Homem da Lua’ investe 130 milhões de dólares em São Tomé e Príncipe


37 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

Mark Shuttleworth Mark Shuttleworth, um multimilionário sul-africano de 42 anos, está a investir em S. Tomé e Príncipe cerca de 130 milhões de euros, o equivalente ao orçamento de Estado daquele País, um dos mais pobres e pequenos de África. O sonho deste sul-africano é fazer da ilha do Príncipe um paraíso ecológico, sustentável e turístico, com a participação das populações locais. Aquele que foi o primeiro africano a ir ao espaço está a mudar a realidade de um povo habituado à pobreza e de um país que nunca vira tamanha vontade de proteger a natureza e o seu povo. O sonho do «Homem da Lua», como é conhecido na Ilha do Príncipe, é um dia poder sobrevoar a região e mal perceber a presença turística.

ao espaço. Lançado na nave russa Soyuz TM-34, Mark Shuttleworth ficou 9d 21h 25m no espaço, tenho pago 20 milhões de dólares pela aventura e entrando para a história como o segundo turista espacial, depois do empresário norte-americano Dennis Tito. Mark divide-se entre o paraíso fiscal da Ilha de Man, e a Cidade do Cabo, na África do Sul. A meio caminho entre os dois mundos estão as ilhas de S. Tomé e Príncipe, local sugerido por um dos membros da sua equipa para juntar os amigos e colegas para celebrar o acordo de venda da Thawte. Foi o momento chave que fez o milionário querer ajudar o povo e proteger a beleza natural do País. O milionário ficou siderado com o potencial deste País e, nos próximos 20 anos, quer mudar a fatalidade da pobreza. Desde 2010, os milhões investidos na ilha têm ajudado a mudar o tecido económico e social. Os últimos 4 anos têm mostrado sinais de esperança, e o nome do “branco estrangeiro”, que “veio do espaço”, já faz parte da vida do Príncipe. O «Homem da Lua» tem ajudado a manter a chama acesa e é visto como o patrão, para muitos trabalhadores da Ilha.

HBD - Here Be Dragons

Mark Shuttleworth fundou em 1995 a Thawte, uma empresa de segurança informática, a qual foi vendida, passados 4 anos, à Verisign, por cerca de 575 milhões de dólares. Foi através dessa venda que nasceu a sua riqueza. Em 2004 fundou a Canonical Ltd, uma empresa que se dedicava à promoção de software livre, e foi o criador do conhecido sistema operativo Ubuntu, ocupando o cargo de CEO até Dezembro de 2009. Actualmente tem uma fortuna avaliada em 500 milhões de dólares. Em 2002 tornou-se o primeiro sul-africano a ir

Já com os pés assentes na Terra, Mark dedicouse aos negócios e à filantropia. Criou uma ONG dedicada a financiar iniciativas de educação em África, uma fundação que apoia projectos sociais e ambientalistas e um fundo de investimento, a HBD (Here Be Dragons). A partir daí, Mark criou na HBD uma equipa, maioritariamente portuguesa, para iniciar um investimento total próximo dos 130 milhões de


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São tomé e príncipe

euros. Todo o investimento é feito pela HBD, que tem concessão em todo o território para explorar 8 praias paradisíacas e 2 roças. É o maior empregador da Ilha, e o segundo maior do país. A 26 de Outubro de 2015 foi inaugurado o renovado aeroporto de Príncipe. Uma obra feita pela a HBD em colaboração com empresas portuguesas, abrem caminho a aviões de maior porte. Mark assume que o investimento no aeroporto, por exemplo, nunca será recuperado. O importante mesmo é que, daqui a três décadas, tudo o que esteja na ilha seja sustentável e os habitantes tenham a capacidade para gerir os seus próprios

recursos. O ex-líbris da HBD é o resort Bom Bom, na costa norte da Ilha. Um pedaço de paraíso que vai ser ajustado as exigências de protecção da natureza e a novas regras urbanísticas. Esta exigência vai ao encontro de uma das premissas do «Homem da Lua», a preservação de toda a paisagem e tudo o que engloba a fauna e a flora da Ilha. Há 6 anos atrás, um resort foi projectado na praia Macaco. O cenário idílico é aliciante, e aliciante era também o projecto que envolvia quatro sócios, três deles são-tomenses e um português. A falta de financiamento levou a que a obra fosse deixada a meio. Pelo caminho ficou um cenário de betão e ruínas. Ao longo das últimas décadas, inúmeros projectos fracassaram, e com esses fracassos cresceu o sentimento de desconfiança para com os investidores estrangeiros.

Investimento em são tomé e príncipe

BOm bom resort

Essa desconfiança tem vindo a ser ultrapassada pelo projecto de Mark Shuttleworth. Para isso, Mark escolheu um advogado Português, Nuno Rodrigues, que lidera o projecto da HBD no Príncipe há 5 anos, e com ele tem uma equipa maioritariamente portuguesa e são-tomense de forma a garantir a adesão popular. Aquando da chegada da HBD ao Príncipe, a ilha era detentora a maior taxa de desemprego do País. Actualmente regista a menor taxa de


39 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

desemprego, fruto da pareceria do Governo com a HBD e fruto da atracção de investimento estrangeiro. Existem investidores atentos às oportunidades em São Tomé. O investimento estrangeiro directo duplicou de 2013 para 2014 e a presença portuguesa no tecido económico é crescente. Portugal é o primeiro parceiro económico e por todo o lado as marcas portuguesas são bem visíveis. Actualmente existem diversos levantamentos e estudos a nível de recursos humanos e de logística de forma a ajudar a infra-estruturar o País e cimentar um modelo sustentável. Ao longo dos últimos 4 anos, a ilha e as gentes Costa norte do príncipe, onde se situa o bom bom resort

do Príncipe tem sentido estas mudanças. E se ao início houve alguma desconfiança, hoje já confiam num projecto que tem conquistado os seus corações. A expectativa para o futuro é que a base do projecto continue a ser portuguesa. Nuno acredita que dentro de dez anos já se verá um Príncipe economicamente sustentável e com pleno emprego. E sente que a ideia que está ali a concretizar-se pode ser transferida para outros sítios de África, conforme o desejo já manifestado por especialistas do Banco Mundial. A Mark Shuttleworth, como se sabe, não o assustam os projectos impossíveis. Em especial aqueles em que emoção se confunde com razão. Assim isso seja possível.


40 REVISTA MOBILIDADE

actualidade

Rumo à Sustentabilidade com a intermodalidade É hoje inequívoco que a organização concorrencial entre modos de transporte, que caraterizou a gestão das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias até ao passado recente, constituiu um sério entrave à concretização de políticas nacionais, no que diz respeito à mobilidade e sustentabilidade.

artigo cedido pelA TRANSPORTES EM REVISTA


A ausência de uma gestão integrada das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias impediu o aproveitamento de sinergias que potenciassem a intermodalidade e a complementaridade, assim como um nível de custos sustentável, tendo também havido um impacto não desprezável no ordenamento do território. As decisões de investimento foram tomadas sem uma visão de conjunto e de sustentabilidade financeira. Não se garantiu, até hoje, um investimento integrado e racional. O resultado, aqui e em muitos países, foi a criação de estruturas viciadas numa espiral de dívida, assentes em promessas de intenções sempre adiadas e modelos de gestão sem capacidade de investimento e sem alinhamento de incentivos. O cliente foi perdendo importância perante o financiador e o financiador foi-se fazendo substituir pelo contribuinte. Era necessário inverter este círculo centrípeto e viciante. A criação da empresa Infraestruturas de Portugal,

António Ramalho - Presidente da Infraestruturas de Portugal

S.A. (IP) – que resultou da fusão entre a Estradas de Portugal e a REFER –, tem como principais objetivos a gestão integrada do sistema de transportes, privilegiando soluções de coordenação intermodal e complementares e de cooperação entre modos que permitam um maior e mais racional aproveitamento dos recursos disponíveis e oferecer maiores benefícios para os clientes. Queremos que a acessibilidade seja feita nas melhores condições, ou seja, queremos acrescentar valor na viagem dos portugueses. Na realidade, os portugueses têm vindo a suportar encargos, enquanto contribuintes, por uma infraestrutura rodoviária que ainda não está paga e tem responsabilidades futuras. Claro que, em simultâneo, se assistiram a melhorias do ponto de vista dos utilizadores. Efetivamente, a rede rodoviária foi considerada pelo Fórum Económico Mundial – no seu Relatório Global de Competitividade 2014-2015 –, como a rede rodoviária de estradas da Europa com maior qualidade e a segunda melhor do mundo. Para tal, contribuíram anos e anos de forte investimento na construção de estradas. O País tem agora uma rede madura, abrangente e de grande qualidade, que importa cuidar e potenciar em prol da sustentabilidade financeira da empresa. No fundo, temos o dever de preservar a rede rodoviária, conservar e melhorar aquilo que tivermos a melhorar, que são pequenas melhorias cirúrgicas. A prioridade é a conservação. Já a qualidade rede ferroviária nacional é classificada neste ranking internacional em 23º a nível mundial e como a 15ª da Europa. Para a rede ferroviária não basta a conservação, pretendemos a concretização dos investimentos identificados no âmbito do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI3+), a desenvolver no horizonte 2014-2022. É ao nível da ferrovia que se devem centrar os investimentos de crescimento.


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OS PORTUGUESES TÊM VINDO A SUPORTAR ENCARGOS, ENQUANTO CONTRIBUINTES, POR UMA INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA QUE AINDA NÃO ESTÁ PAGA E TEM RESPONSABILIDADES FUTURAS FERROVIA: UMA NOVA OPORTUNIDADE Mas para não desaproveitarmos uma nova oportunidade, temos de nos focar nas três grandes prioridades que, aliás, justificaram esta fusão. A primeira grande prioridade é que temos de dar uma clara vocação à nossa ferrovia para ganhar capacidade de internacionalização no campo ibérico. A nossa ferrovia – para além da qualidade que deve preservar e melhorar nos transportes urbanos, onde há investimentos a realizar –, tem que melhorar ainda na relação interna entre o norte e o sul, mas tem que melhorar muito nas relações transfronteiriças. Esta é uma primeira prioridade: dar às relações transfronteiriças uma importância do ponto de vista de escalas e mercadorias. Nos mercados internacionais, temos uma clara prioridade nas mercadorias. Portugal tem uma situação absolutamente estratégica pela sua distribuição de portos que, aliás, durante todo o período de crise foi um dos setores em que Portugal sempre cresceu. Por isso, a prioridade são as mercadorias e as mercadorias na ligação aos portos. Precisamos dar mais fôlego aos nossos portos, incrementar a sua penetração, competir em custos. A segunda prioridade é fazer isto de uma forma que seja absolutamente sustentável e cooperante entre os modos. Nós, hoje em dia, temos uma rodovia muito eficiente em rede, mas precisamos de uma escala intermodal entre a qualidade que temos da rodovia e a penetração em maior

distância por parte da ferrovia. Por isso, não podemos ter portos totalmente dependentes da rodovia, como Lisboa, e portos totalmente dependentes da ferrovia, como Sines. A terceira prioridade, num país como o nosso que tem uma escala intermédia ao nível da Europa, mas que tem uma dívida pública elevada, é sermos muito racionais nos investimentos que realizamos, porque objetivamente não podemos fazer investimentos duplicados, nem investimentos que compitam entre si. O investimento tem que ser eficiente, sustentável e cooperativo. Estes três pressupostos são fundamentais: prioridade à ferrovia na escala Ibérica, prioridade à interoperabilidade e à comodidade do ponto de vista da organização da operação para benefício de todos, e uma maior racionalidade no investimento, porque o investimento é feito com fundos escassos, dada a dimensão da dívida que os portugueses têm. Este são os três objetivos. Partimos, uma espiral de dívida e de défice que se tinha vindo a verificar ao nível da ferrovia, sem nenhum benefício para os utilizadores, e um potencial de risco elevado no ponto de vista de dívida para a rodovia.

RODOFERROVIA: O DESAFIO DA MODERNIDADE Mas restruturar um setor e definir-lhe prioridades não será suficiente para lhe garantir o futuro. O futuro, a modernidade, exigem respostas a inúmeros desafios que a logística, o transporte e a


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PARA A REDE FERROVIÁRIA NÃO BASTA A CONSERVAÇÃO, PRETENDEMOS A CONCRETIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS IDENTIFICADOS NO ÂMBITO DO PLANO ESTRATÉGICO DOS TRANSPORTES E INFRAESTRUTURAS (PETI3+), A DESENVOLVER NO HORIZONTE 2014-2022. É AO NÍVEL DA FERROVIA QUE SE DEVEM CENTRAR OS INVESTIMENTOS DE CRESCIMENTO. infraestrutura não podem ignorar. O primeiro é o desafio do capital. Após a crise de 2008, nada voltará a ser como dantes. Os investimentos exigirão maior prudência na avaliação de risco, as garantias dos estados terão de ser expressas, os retornos prometidos terão de ser evidentes. As ilusões darão lugar ao “accountability”, as expetativas cederão à previsibilidade. Sem capital, as empresas de infraestruturas não poderão adaptar-se aos novos desafios, não poderão assumir novos riscos acabarão por sucumbir. Aceder ao capital privado não é uma simples opção é uma inevitabilidade no rumo da sustentabilidade O segundo desafio será a inovação. A infraestrutura não pode manter-se alheada da evolução do mundo e não pode ser ultrapassada pelos prestadores de serviços tecnológicos que, baseados nela, criam novos negócios e novos projetos. Com mais de 400 mil sinais de tráfego, com mais de 500 sensores com mais 1800 câmaras de controlo, com mais 3500 quilómetros de rede de comunicações, a infraestrutura tem o maior potencial de sensorização do território e uma capacidade de captura de informação única e está na linha

da frente para a nova revolução da “internet of things”. Esta capacidade potencia uma nova forma de gestão de ativos, uma capacidade ilimitada de recolha de informação e uma rede inesperada de gestão dessa informação. Estamos no início de um novo negócio. Do lado dos custos, esta evolução permitirá uma gestão eficiente e segmentada do ativo, permitindo uma redução dos custos e uma otimização quantificada na sua gestão. Mas, do lado da operação os equipamentos de via que irão comunicar bidirecionalmente com os veículos, partilhando informações de trânsito, de velocidade, de notícias, de câmaras de tráfego, de condicionamentos, e outros, tudo no caminho de uma circulação assistida, aproximando operação rodoviária da operação ferroviária. Finalmente do lado da receita, a gestão da informação, a sua divulgação ao cliente final, o desenvolvimento da oferta da acessibilidade e o reconhecimento do seu valor irão criar novos desafios e novas exigências. E esse é o terceiro grande desafio para uma intermodalidade sustentável de pessoas e empresas. Porque a gestão de infraestruturas num contexto


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inovador exige um novo modelo de negócio assente nas necessidades do cliente (a procura) e não nos desejos dos decisores políticos (a oferta). Um modelo de negócio que valorize o serviço de acessibilidade e não a propriedade do ativo histórico. Um modelo capaz de alargar a receita pelo serviço prestado e deste modo preserve

condições empresariais de sustentabilidade e crie capacidades financeiras para o investimento. Por isso, a gestão da infraestrutura não pode, nem deve ser um legado. Ela tem de ser um desafio de inovação permanente, onde colaboradores, clientes e acionistas se encontrem de novo num modelo de negócio sustentável e apetecível.

A GESTÃO DE INFRAESTRUTURAS, NUM CONTEXTO INOVADOR, EXIGE UM NOVO MODELO DE NEGÓCIO ASSENTE NAS NECESSIDADES DO CLIENTE (A PROCURA) E NÃO NOS DESEJOS DOS DECISORES POLÍTICOS (A OFERTA).


45 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

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actualidade

Executivo Angolano adopta medidas para sair da crise


47 JANEIRO • FEVEREIRO 2016

O ano de 2015 foi desafiante para Angola, as receitas inicialmente aprovadas no Orçamento Geral do Estado (OGE) inicial tiveram que ser revistas, verificando-se uma redução de 50% nas estimativas do preço médio do petróleo, levando a que as despesas fossem significativamente reduzidas. Para além disso, houve necessidade de ajustamentos em variáveis fundamentais como as taxas de juro e de câmbio, para tentar conter a procura e restaurar a estabilidade económica, acompanhado do aumento de alguns preços, até então administrativamente controlados, como o preço dos combustíveis. Nessa conjuntura, os agentes económicos de Angola demonstravam alguma resistência para suportar os ajustes. Todavia, no final de 2015, e mais uma vez, após ter sido aprovado o OGE para 2016, a curva do preço do petróleo começou a ganhar uma inclinação negativa mais acentuada, começando a ficar evidente que o preço estimado do petróleo no OGE aprovado era demasiado optimista, o que fez com que os agentes começassem a antever a necessidade de uma revisão ao OGE para 2016. Entretanto, no início de 2016, o Governo de Angola actuou de forma enérgica e rápida sobre determinadas variáveis como os subsídios e a taxa de câmbio, houve uma depreciação da moeda em 15% e um aumento dos preços dos combustíveis acima de 30%, sendo que alguns já estão mesmo no regime de preços livres, tendo sido também actualizados pelo respectivo ajuste cambial. Estas medidas, acreditava-se, não deviam ser feitas a retalho, deviam sim fazer parte de uma estratégia do Governo para enfrentar o contexto adverso que se vivia. Durou alguns dias, mas a notícia foi anunciada, está aprovada a estratégia do Governo para a saída da crise. O Conselho de Ministros, sob orientação do Presidente angolano, aprovou, em Janeiro de 2016, as linhas mestras da denominada estratégia para fazer face à crise, derivada da queda acentuada do preço do petróleo no mercado

internacional. Alternativas à produção de petróleo, recurso ao endividamento e cortes nas importações são algumas das medidas da estratégia apresentadas pelo governo angolano. Segundo explicou o ministro do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, Job Graça, esta estratégia “pretende iniciar um novo ciclo económico de estabilidade não dependente do petróleo”, que “assenta no pressuposto da substituição do petróleo como principal fonte de receita fiscal e de exportações de Angola”. “E preconiza, no curto prazo, recorrer ao endividamento para aumentar-se a produção interna, sobretudo dos produtos da cesta básica e de amplo consumo interno e para exportação, de modo a gerar divisas para o país”, disse o ministro. O plano do Governo prevê desde logo a utilização de saldos de linhas de crédito existentes, antes contraídas internacionalmente para “fins públicos”, para “financiar projetos privados de elevada rentabilidade e promotores da diversificação da produção das exportações”, no quadro de “programas dirigidos” a definir pelo Governo para cada um dos produtos selecionados, potenciando a exportação. Ainda neste âmbito, foi estabelecida a “seleção


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criteriosa de parceiros internacionais” por empresários angolanos, “que serão os agentes de implementação fundamental” dos programas de investimento dirigidos e de arranjos produtivos, “tais como contratos de partilha de produção para rápida obtenção de know-how e ganhos de eficiência e economias de escala”, explicou o governante. Medidas para aumentar a receita tributária não-petrolífera e a otimização da receita pública, “reduzindo-a para sustentar as finanças públicas”, fazem parte desta estratégia. Será igualmente racionalizada a estrutura da administração central e local do Estado e monitorizados os investimentos públicos. Este plano prevê como prioritária a manutenção das reservas internacionais líquidas de Angola em quantidade suficiente para assegurar “não menos” de seis meses de necessidades de importações e que as vendas de divisas pelos bancos sejam priorizadas para a manutenção do emprego e no domínio da educação da saúde da população. Outro dos pilares, enfatizou Job Graça, consiste na “racionalização da importação de bens e serviços, devendo-se desincentivar a importação de bens e serviços não prioritários por parte dos grandes consumidores públicos”. Captar investimento estrangeiro e quadros, melhorar a competitividade do país internacionalmente e aumentar a produção interna em vários setores são outros pilares deste plano de ação para reduzir o impacto da quebra das receitas com a exportação de petróleo. Entretanto, o Governo de Angola encontra-se em fase de negociação com o Banco Mundial para a execução de um novo programa de empréstimo para o desenvolvimento (DPL), anunciou o Ministério das Finanças de Angola, no final da visita de uma missão deste Banco ao país, em Janeiro último. Segundo este mesmo ministério, esta missão

teve com o objetivo “rever as ações precedentes” e “avaliar o grau de cumprimento das ações previamente acordadas entre as parte no âmbito da primeira operação da facilidade DPL”, mas também para “dar seguimento das negociações concernentes a concessão da segunda operação por aquela instituição”. A representante do Banco Mundial para Angola e São Tomé e Príncipe enalteceu a posição do Governo angolano de avançar com um plano para mitigar as consequências da quebra da cotação do petróleo, assumindo o apoio da instituição à diversificação da economia nacional. “Direi que é positivo saber que está organizado um plano para se responder ao que são os desafios de agora. Sobre os detalhes do plano não tenho informação suficiente”, disse Clara Sousa em Luanda. Segundo Clara Sousa, decorreram, em Angola, quatro missões do Banco Mundial em paralelo para a recolha de informações nas áreas da estatística, agricultura, proteção social e macroeconomia, das quais resultará na edição de um relatório sobre o país nos próximos dias. “O que para nós é importante é não só perceber os desafios, mas ver como estes se tornam em oportunidades para resolver os problemas”, enfatizou Clara de Sousa. A 1 de julho de 2015, o Governo angolano havia já anunciado um acordo com o Banco Mundial para um novo programa de empréstimo para o desenvolvimento (DPL), no valor de 450 milhões de dólares (415 milhões de euros) e uma garantia financeira para captar recursos no mercado internacional entre 300 milhões a 1.000 milhões de dólares (276 a 923 milhões de euros). Este Programa foi na altura apresentado como a primeira operação financeira para a gestão e desenvolvimento de políticas na área fiscal e do investimento público em Angola, através do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), do grupo Banco


entre os quais energia, infra-estrutura ferroviária e rodoviária, minas, telecomunicações, agricultura, além do fornecimento de equipamentos para construção, para o ambiente e projectos de água e saneamento.

Sector dos transportes e logística no centro da estratégia do Executivo Angolano para a mitigação da crise Mundial. De acordo com uma nota de imprensa de 18 de Fevereiro, o Director de Desenvolvimento de Negócios Globais para África do EXIM Bank ,Rick Angiuoni, esteve em Angola, nessa semana, para negociar com os principais bancos comerciais e funcionários do Governo de Angola programas de financiamento. O EXIM Bank pretende oferecer mecanismos de financiamento para apoiar o comércio entre os Estados Unidos e outros países, incluindo Angola. “Através do EXIM Bank, o Governo dos Estados Unidos trabalha globalmente com compradores do sector público e privado para facilitar a aquisição de equipamento e tecnologia dos Estados Unidos”, descreve a nota, sem fazer referência da data em que será realizado o referido encontro. Em 2014, o EXIM Bank havia já assinado um Memorando de Entendimento com o Governo de Angola para financiar o comércio e infra-estruturas, usando as ferramentas de financiamento do EXIM. Desde a assinatura do referido Memorando de Entendimento, o EXIM Bank providenciou o apoio financeiro a Angola para permitir a aquisição de aeronaves Boeing pelas Linhas Aéreas de Angola (TAAG) e a aquisição pela Empresa Nacional de Exploração e Navegação Aérea (ENANA) de dois camiões de bombeiros fabricados pela empresa dos EUA, Oshkosh. Este memorando identificava vários sectores,

O sector dos transportes e logística estão no centro da estratégia do Executivo Angolano para a mitigação da crise em decorrência da quebra dos preços do crude no mercado internacional, afirmou em fevereiro último, o ministro dos Transportes. Augusto Tomás, que falava em Luanda na abertura do primeiro conselho consultivo alargado da ENANA, defendeu o aumento da capacidade de abastecimento do país, a circulação externa e interna de pessoas e bens e a qualificação da oferta de serviços que permitem a mobilidade dos cidadãos nacionais e estrangeiros bem como a geração de receitas. O ministro disse ser imperiosa uma sólida organização do sistema aeroportuário nacional, dos meios técnicos e humanos, a aposta numa rigorosa adequação para dar respostas às necessidades do mercado com as melhores práticas internacionais, Augusto da silva tomás, ministro dos Transportes de Angola


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incluindo em matéria de protecção ambiental. Augusto Tomás garantiu que o Executivo vai continuar a apostar no sector dos transportes e logística, uma vez que Angola pretende ocupar um lugar cada vez mais destacado no patamar estratégico global, regional, onde o sector da aviação civil emerge como prioritário. O mercado, frisou o ministro, exige serviços cada vez mais competitivos e um posicionamento ao nível da segurança e da navegação aérea cada vez mais rigoroso e de maior competência. “Face a uma maior e melhor oferta à escala mundial, as nações soberanas e os gestores aeroportuários vêem-se na incumbência de disponibilizar melhores serviços ao menor custo”, reforçou. A nível económico, disse Augusto Tomás, o cenário tem evoluído no sentido de acrescidas dificuldades. “A quebra nos preços do crude nos mercados internacionais teve impactos profundos na economia nacional, reduzindo a nossa capacidade de geração de receitas pelas vias tradicionais”, acrescentou. Augusto Tomás realçou que a realização do fórum vai permitir a auscultação e debate de questões essenciais para a realidade actual e futura da empresa bem como alargar a sua base de contributos para uma gestão cada vez mais criteriosa da organização e dos meios colocados à sua disposição. O ministro apelou para a ENANA, enquanto empresa pública, primar por uma atitude de maior rigor financeiro, maior eficiência e estímulo para o aumento da sua capacidade de geração de receita. “A administração da ENANA tem vindo a empreender um esforço muito relevante e notável ao longo dos anos, no sentido de cumprir as recomendações do Executivo”, disse o ministro. A prova disso, frisou Augusto Tomás, é a melhoria

contínua da rede aeroportuária em que se verifica uma qualificação progressiva das infra-estruturas, dos meios, dos procedimentos, dos recursos humanos, quer no âmbito nacional, quer no provincial. “Temos hoje em curso uma expansão dos serviços de gestão aeroportuária que vai melhorar significativamente os níveis de prontidão, segurança e rapidez de actuação dos serviços, oferecendo mais e melhor aos cidadãos.” Para a concretização dos projectos, defendeu o ministro, é urgente a formação de quadros e a admissão de pessoal altamente qualificado para operar nas novas infra-estruturas, aumentando o nível das competências existentes na empresa. Dentre os projectos mais críticos para a ENANA, o ministro apontou o novo aeroporto internacional de Luanda (NAIL) e o programa de gestão e controlo de espaço aéreo civil (PGCEAG). O novo aeroporto internacional de Luanda, projectado para um tráfego de 15 milhões de passageiros por ano, vai receber várias pontes aéreas, ficando para a história como um dos maiores desafios no sector dos transportes do país, ressaltou Augusto Tomás. O primeiro conselho consultivo alargado da ENANA decorreu no Instituto de Gestão, Logística e Transportes, onde foram debatidos temas como “Situação do projecto NAIL e PGCEAC: perspectivas das infra-estruturas e equipamentos”, “Perspectivas económico-financeiras da empresa e relevância dos indicadores de monitorização do Ministério dos Transportes”, “Situação actual e perspectiva de sectorização da manutenção dos sistemas de apoio à navegação aérea” e a “Modernização e manutenção das infra-estruturas aeroportuárias”.


A LIGAÇÃO CERTA

LOGISTEL, SA DISTINGUIDA EM PORTUGAL

Pelo 5º ano consecutivo, a Logistel, SA foi distinguida pelo Ministério da Economia de Portugal, através do IAPMEI, pelo Turismo de Portugal e por nove dos Maiores Bancos que operam em Portugal, com o Estatuto de “Empresa de Excelência” que lhe foi conferido pelas mesmas entidades.

www.logistel.pt


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Breves nacionais

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ENANA DIVERSIFICA CARTEIRA DE NEGÓCIOS A ENANA - Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e de Navegação Aérea está a levar a cabo um plano de diversificação de negócios, com vista a reduzir os efeitos da crise económica que afecta o País. A Empresa revela que, no âmbito da diversificação do seu negócio, o Conselho de Administração está a executar um plano denominado “Negócio Non Aviation”, que passa pela rentabilização das zonas envolventes dos aeroportos do País. Da carteira de opções para a diversificação do negócio aéreo desenvolvido pela ENANA consta o arrendamento de espaços para lojas, restaurantes, bancos comerciais, parques de estacionamentos, espaços publicitários, entre outros. O negócio está a ser executado nos aeroportos de Ondjiva (Cunene), Mucanca (Huíla), Welwitcha (Namibe), Catumbela (Benguela) e no aeroporto de Cabinda. No Aeroporto Deolinda Rodrigues, na província da Lunda Sul, também já se desenvolve o Negócio “Non Aviation”. Quando voltar a funcionar, o aeroporto Kamaquenzo, na Lunda Norte, vai entrar nas opções de negócio, adianta o documento. Para dinamizar o plano, o conselho de administração da ENANA criou uma nova direcção para tratar do Negócio “Non Aviation” que promete alargar as fontes de arrecadação de receitas, além das tarifas aéreas pagas pelas companhias e outros operadores do sector aéreo. O director para a área do Negócio “Non Aviation”, Sá Silva, assegurou que “a ENANA está a criar mecanismos de atracção da classe empresarial das diferentes províncias com instalações aeroportuárias, com o propósito de se estabelecerem parcerias”. O optimismo do Conselho de Administração da

ENANA baseia-se nas perspectivas das organizações internacionais da Aviação Civil que estimam um crescimento significativo no sector, admitindo que o número de passageiros transportados possa chegar aos 50 mil milhões em 2050. “Em tempo de crise, devemos procurar todas as soluções no sentido de contribuirmos para o aumento das receitas da empresa e, consequentemente, do País. É por isso que estamos envolvidos no Negócio “Non Aviation”, afirmou Sá Silva.

TAAG VAI ADQUIRIR NOVAS AERONAVES BOEING ATÉ ABRIL Duas novas aeronaves do tipo Boeing 777 chegarão a Angola até Abril deste ano para a reforçar a frota da TAAG, segundo revelou, Administrador Executivo da companhia de bandeira angolana. Segundo o gestor, uma aeronave chegará ao País em Março e outra em Abril, o que permitirá aumentar as frequências nas rotas Lisboa e Havana. Nesse momento, de acordo com a fonte, a companhia tem cinco aeronaves 737 que operam as rotas domésticas e regionais e seis aviões 777 que operam rotas internacionais como Havana (Cuba), São Paulo (Brasil) e Lisboa (Portugal). William Boulter anunciou também o aumento das frequências para as regiões de Catumbela (província de Benguela), Cabinda e Lubango (província da Huíla), a partir de Abril. Informou também que é pretensão da companhia captar novas fontes de tráfego e o turismo seria uma delas, através do fomento do turismo interno e internacional. O Administrador referiu, ainda, que “Gostaríamos de elevar o prestígio da TAAG a um nível superior, para que possa contribuir em larga escala para a economia do País”, realçando que, do ponto de vista operacional, ela é uma companhia estabelecida.


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NOVO AEROPORTO IMPULSIONA DESENVOLVIMENTO DE LUANDA A continuidade das obras do novo Aeroporto Internacional de Luanda e a sua conclusão em 2017 anunciados foram vistos pela comunidade aeronáutica como o mote para o incremento do investimento ao desenvolvimento de Angola. Ao mesmo tempo que o Ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, anunciava que a obra estaria operacional a partir do primeiro semestre de 2017, o titular da pasta da Construção, Waldemar Pires Alexandre, descartava a possibilidade desta data ser comprometida pela baixa do preço do barril de petróleo no mercado internacional. O Ministro defendeu que o enfoque do sector da construção está direccionado para os projectos que garantem o asseguramento dos recursos financeiros e por isso vai cumprir com as medidas de políticas definidas no relatório do Orçamento Geral do Estado (OGE), revisto e aprovado pela Assembleia Nacional. Estas eram garantias de que os projectos ligados à via Luanda/Viana/Catete, eleita como colectora do tráfego de passageiros do novo aeroporto internacional, teriam também a sua continuidade. Para este projecto concorrem intervenções que já se encontram em curso, visando facilitar o acesso à nova infraestrutura, Novo Aeroporto Internacional de Luanda

melhorar a imagem da cidade de Luanda, bem como a circulação de pessoas e bens, e que compreendem, ainda, a construção e melhoria de vários ramais ferroviários e estações de caminhode-ferro, acessos rodoviários, ferroviários e redes de estradas. Com este projecto e no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento, o Governo pretende, ainda, estender a rede de táxis, estimular os programas de apoio ao emprego e a mobilidade, consolidar o sistema de controlo de tráfego de passageiros e meios, criar um sistema de transporte de massas eficiente, rápido e isolado (metro de superfície) em Luanda e adoptar medidas que conduzam à implementação do transporte intermodal. Luanda, neste momento, conta com o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro que, apesar de possuir um terminal doméstico e um militar, tem as suas infraestruturas “saturadas” e localizadas dentro da malha inter-urbana da cidade, sem possibilidade de expansão. Daí a construção desta nova infraestrutura aeronáutica surgir como uma “lufada” de ar fresco, criando as condições efectivas de concorrência no sector e aumentando a capacidade de mobilidade nos transportes aéreos, com a entrada de novas companhias nacionais e estrangeiras. A expectativa, na verdade, é bem maior. Acredita-se que o investimento, além de trazer mudanças significativas na imagem e mobilidade da cidade capital, traga, entre outros feitos, o investimento estrangeiro, o fomento do turismo e o desenvolvimento de Angola.

Breves nacionais

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DESTACADO PAPEL DO ANGOLA VAI INSTITUTO MARÍTIMO ACTUALIZAR LEI DA PORTUÁRIO MARINHA MERCANTE Ednnes Lurdes Huassuca Nangasole, Adminis- E PORTOS

tradora Municipal do Porto-Amboim, destacou, recentemente, o papel do Instituto Marítimo e Portuário de Angola para a diversificação da economia do País. Ednnes Nangasole, na abertura da primeira reunião metodológica dessa Instituição, adiantou que os portos têm um papel fundamental, pelos seus efeitos directo e indirecto na balança económica do Estado. Referiu que os portos são um multiplicador económico por natureza, por isso, devem diversificar a sua actividade de modo a contribuir para os cofres do Estado, num momento em que o preço do barril do petróleo encontra-se em baixa. “Os órgãos do sector portuário devem explorar ao máximo as suas actividades para que os seus utilizadores possam sentir-se satisfeitos”, frisou. Os técnicos do sector portuário estão a abordar as questões inerentes às linhas orientadoras para o Conselho Consultivo Marítimo, as medidas para redução de custos e aumento de receitas e os planos de tratamento e gestão de resíduos nos portos de Angola. O regulamento de tarifas portuárias, as directrizes sobre a massa bruta verificada de um contentor que transporta carga, os recursos humanos do ramo marítimo e portuário de Angola, a avaliação do nível de aplicação do código ISPS no País e o posicionamento estratégico de Angola no contexto de transporte marítimo e do comércio internacional, constam também dos temas a abordar no evento.

A actualização da lei da marinha mercante, portos e actividades conexas está em vista, tendo para o efeito sido aprovado recentemente, pelo Conselho de Ministros, um conjunto de documentos legais que visam regulamentar a referida Lei. Em declarações à imprensa, no final da 2ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o titular da pasta dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, justificou a actualização da Lei, pelo facto de se mostrar desenquadrada ao actual contexto do País. Informou que, uma vez que Angola aderiu às convenções internacionais das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar e sobre Busca e Salvamento, verifica-se a necessidade de alinhar a legislação do País nessa direcção. A actualização que se estende ao regulamento do sistema nacional integrado de controlo do tráfego marítimo, pretende visar, sobretudo, a garantia da segurança das embarcações, passageiros, tripulantes, carga e das capturas a bordo dos navios. No seu conjunto, prosseguiu Augusto Tomás, propõe-se a salvaguarda da vida humana no mar, a gestão do tráfego marítimo na costa nacional, o contributo para o combate à emigração clandestina e à pesca ilegal na costa angolana.


2ª 11 ED de IÇÃ Ab O ri In l d íc e io 20 em 16

Entidades Organizadoras

Academia de Negócios

MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DAS PESSOAS E DO CONHECIMENTO

LOBITO, ANGOLA PROGRAMA DO MBA INTERNACIONAL: O Plano de Estudos é integrado por 9 Módulos e 1 Seminário MÓDULOS: • GESTÃO ESTRATÉGICA, CRIAÇÃO DE VALOR, GERIR POR OBJECTIVOS E AVALIAR RESULTADOS • DESCRIÇÃO, ANÁLISE E VALORIZAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO • GESTÃO ESTRATÉGICA DAS PESSOAS NA ESTRATÉGIA GLOBAL DA EMPRESA E PLANEAMENTO DAS NECESSIDADES DE PESSOAS • GESTÃO POR COMPETÊNCIAS • SISTEMAS DE GESTÃO DE DESEMPENHO, DE REMUNERAÇÕES, DE RECOMPENSAS E DE CARREIRAS PROFISSIONAIS • FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTOS DE PESSOAS E DE EQUIPAS • GESTÃO DO AMBIENTE E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO • DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS E DE COMPETÊNCIAS PESSOAIS • GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL E EMOCIONAL SEMINÁRIO: • BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS DE MUDANÇA EM EMPRESAS E OUTRAS ORGANIZAÇÕES

DATA DE INÍCIO E HORÁRIO DO MBA INTERNACIONAL: O MBA Internacional em Gestão de Pessoas e do Conhecimento terá o seu início em 11 de Abril de 2016. As aulas decorrerão de Segunda a Sexta-feira, das 16:00 às 22:00. CONTACTOS E LOCALIZAÇÃO ACADEMIA DE NEGÓCIOS DA LOGISTUR

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DECRETO PRESIDENCIAL REGULA ACTIVIDADE DAS OFICINAS DE EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS O Decreto Presidencial nº194/15 de 7 de Outubro de 2015 estabelece as normas que regem o exercício da actividade das oficinas de equipamentos rodoviários e instalações afins, aplicando-se a todos os agentes comerciais, pessoas singulares e colectivas no território nacional. O diploma legal aplica-se a todas os agentes que exerçam actividades destinadas à reparação, manutenção, venda e outros serviços relativos a equipamentos rodoviários e instalações afins. As oficinas de equipamentos rodoviários e instalações afins classificam-se em duas classes. Na primeira classe estão englobadas as oficinas de reparação geral e veículos automóveis, oficinas de reparação mecânica de veículos automóveis, oficinas com estação de serviço e oficinas de desmantelamento de veículos automóveis e reciclagem de órgãos. Na segunda classe estão agrupadas as oficinas de reparação de pneus e acessórios para marcas de veículos não especificados, oficinas de reparação de peças e acessórios para marcas de veículos não especificados, oficinas de bate-chapas e oficinas de pintura. O decreto sublinha ainda que o exercício de actividade das oficinas de equipamentos rodoviários e instalações afins depende de licença a conceder pelo Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários. De acordo com o diploma, a licença é titulada por alvará de que conste os elementos da actividade licenciada bem como o licenciamento das oficinas de equipamentos rodoviários e instalações afins. A licença para o exercício da actividade de oficinas

e instalações afins é concedida por um período de um ano, renovável mediante comprovação de que se mantêm os requisitos de exercício da actividade. O Regulamento é constituído por cinco capítulos e 23 artigos.

CONSELHO DE VIAÇÃO E ORDENAMENTO DO TRÂNSITO DO ZAIRE BENEFICIA DE MATERIAL DE PREVENÇÃO RODOVIÁRIA Foi entregue recentemente, em Mbanza Congo, ao Conselho Provincial de Viação e Ordenamento de Trânsito do Comando local da Polícia Nacional do Zaire um leque de equipamentos de sinalização e prevenção rodoviária, pelo Governador, José Joanes André. Antecedeu a esta entrega de material um encontro entre membros do Governo Provincial e da delegação local do interior, orientado pelo Governador da Província, que coordena o Conselho Provincial de Viação e Ordenamento do Trânsito. Os participantes dessa reunião foram informados sobre a situação da sinistralidade rodoviária na região e o projecto de sinalização vertical e horizontal de trânsito, assim como a proposta de lei sobre os crimes contra a segurança dos transportes rodoviários. A reunião analisou e aprovou igualmente o plano de acção do Conselho Provincial de Viação e do Ordenamento de Trânsito referente ao ano de 2016. Na sua intervenção, o Governador reconheceu que a região registou uma redução significativa da sinistralidade rodoviária, nos últimos dois anos, passando de 670 acidentes, em 2013, para 315, em 2015.


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SECTOR TURÍSTICO PREPARADO PARA DAR EXPRESSÃO À ECONOMIA O sector turístico de Angola apresenta-se com condições para dar expressão à economia, devendo, para o efeito, contar com parceiros como a transportadora área de bandeira, a TAAG, a Associação de Resort e Hotéis ou o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). Segundo o Director-Geral do Instituto de Fomento Turístico (INFOTUR), Eugénio Clemente, Angola aposta num inventário de mais de 2,5 mil recursos turísticos identificados, auxiliando, desta forma, a entrada de divisas no País, por via do Turismo. «O turista paga em moeda estrangeira. Estamos em condições de dizer que, se não optarmos por esse caminho, perderemos uma oportunidade de arrecadar mais recursos financeiros», afirmou Eugénio Clemente, no final de um encontro com representantes da TAAG, da Associação de Resort e Hotéis e do SME. Disse também acreditar que o sector pode funcionar como indutor para o desenvolvimento de outros ramos da economia do País, ressentidos da acentuada baixa do preço do petróleo no mercado internacional. Cada uma dessas instituições, prosseguiu o DirectorGeral do INFOTUR, «acaba por ter um papel determinante nas acções que queremos implementar a curto, médio e longo prazos». O Administrador Comercial da TAAG, William Boulton, disse que considera que o turismo será um factor importante para o futuro da companhia, sendo uma das fontes de negócios da empresa. Nesse quadro, a transportadora vai direccionar também o seu segmento de negócios para o turismo de recreação, e não apenas para turismo de negócios, como vem acontecendo até agora. Para o representante da Associação de Resort

e Hotéis, Alexandre Portugal, a solução para a atracção de mais turistas passa por diversas atitudes que vão ter que ser tomadas. Realçou o facto de ser essencial ultrapassar os elevados preços cobrados no transporte aéreo no País e no alojamento em hotéis, facto que deixa o mercado interno em desvantagem, perante os países da região e da Europa. «Temos consciência que não somos um dos países mais atractivos em África em termos turísticos, daí a necessidade de melhorar as nossas infraestruturas neste sector», afirmou.

ALARGAMENTO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES NAS PRIORIDADES DO SECTOR DOS TRANSPORTES O alargamento dos serviços de telecomunicações nas zonas de maior concentração populacional, o licenciamento e fiscalização das empresas públicas como a TAAG, Angola Telecom, Infrasat e ENANA, são, entre outras, as prioridades do plano de actividades do sector dos Transportes, Correios, Telecomunicações e Tecnologia de Informação na Lunda Sul. De acordo com o plano de actividades deste sector, ainda neste ano serão implementadas estações automáticas nos quatro municípios da Província (Cacolo, Dala, Muconda e Saurimo), e será ministrada formação permanente dos seus quadros. O exercício da advocacia no seio dos profissionais no sentido de trabalhar na constituição de associações profissionais dos camionistas e moto-taxis e a organização de parques automóveis na província, fazem também parte do plano de actividades referido. Segundo o plano de actividades do sector dos


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Registos pretende-se, neste ano, actualizar o registo eleitoral oficioso, promover a actualização e controlo do banco de dados em cooperação com os sectores da Saúde, Justiça e administrações municipais, bem como realizar o mapeamento das aldeias para as assembleias de votos.

SECTOR DOS TRANSPORTES LIDERA EMPREGABILIDADE EM 2015 O sector dos transportes foi o sector que mais empregos garantiu à economia angolana em 2015. De um total aproximado de 261 mil empregos gerados nesse ano, mais de 70 mil dizem respeito a este sector, anunciou, no início de 2016, em Luanda, o coordenador do grupo técnico multissectorial para tratamento de dados numéricos do mercado de emprego, Leonel Bernardo. Segundo Leonel Bernardo, em termos de criação de emprego no referido ano, seguiram-se os sectores da Energia e Águas, com 50.064 postos, do Comércio, com 47.672, da Agricultura, com 26.506, da Hotelaria e Turismo, com 16.371 e, finalmente, da Geologia e Minas, com 15.363. Com efeito, explicou, o sector empresarial contribuiu

em mais de 99% do total de empregos gerados em 2015, com cerca de 259 mil postos de trabalho. Analisando o período de 2013-2015, mais de 726 mil empregos foram criados em Angola, no âmbito do Programa Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, que inclui o desenvolvimento de acções no sentido de se acelerar o processo de diversificação da economia e o reforço das qualificações da mão-deobra nacional, com o intuito de se criar um cenário propício para geração de maiores oportunidades de trabalho. Por outro lado, frisou que as áreas da Construção Civil e Obras Públicas foram as que menos geraram emprego, ao contrário do que acontecia num passado recente, devido ao abrandamento na construção das grandes infra-estruturas públicas. Leonel Bernardo refere que outro sector que tem despontado muito é o da Energia e Águas, pelo facto de estar em curso um programa bastante estruturado para que esses bens estejam ao dispor de todos os angolanos, como os programas Água para Todos, ampliação da barragem de Cambambe, construção da barragem de Laúca, entre outros empreendimentos. Leonel Bernardo augura que o actual contexto internacional e nacional, fruto da queda do preço do barril de petróleo, consiga fazer com que no futuro outros sectores como a Hotelaria e Turismo, a Agricultura, as Pescas e a Geologia e Minas, possam desenvolver-se mais e assim absorverem um maior número de jovens formados.

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CHINA

AZUL CRIA HUB EM RECIFE E ANUNCIA REDE DE 32 VOOS DIÁRIOS PARA 24 CIDADES

AEROPORTO DE MACAU TERÁ ESTAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE HIDROGÉNIO

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras decidiu criar um hub (centro de distribuição de tráfego) no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, no Estado de Pernambuco. A decisão apanhou de surpresa os concorrentes, nomeadamente o Grupo LATAM Airlines, em que se integra a companhia brasileira TAM Linhas Aéreas, que desde há vários meses, anunciou a intenção de implementar um hub internacional num dos aeroportos do Nordeste Brasileiro. Embora com menor intensidade de tráfego que o pretendido pela LATAM, o hub da Azul potenciará toda a sua rede de voos regionais e domésticos nos estados nordestinos em direcção a um aeroporto, onde o novo relacionamento da companhia de David Neeleman com a sua parceira internacional TAP Portugal, pode ser a grande mais-valia, pois facilitará as deslocações (saídas e entradas) de passageiros para e da Europa, com horários ajustados. Lembrou ainda que no final do ano a Azul irá receber alguns aviões A320 que, certamente, irão ficar no novo centro de conexões do Recife.

O Aeroporto Internacional de Macau, no Delta do Rio das Pérolas, no sul da China, poderá transformar-se num ‘aeroporto verde’, mudando os combustíveis que abastecem os automóveis e autocarros que circulam na estrutura aeroportuária para hidrogénio. Por essa razão, o Presidente da Companhia do Aeroporto de Macau, Deng Jun, esteve recentemente no Japão, onde teve oportunidade de observar de perto a nova estação de abastecimento de hidrogénio que foi inaugurada no Aeroporto Internacional de Kansai, na baía da ilha de Osaka. Esta estação de abastecimento de hidrogénio é a maior do Japão e a primeira de índole comercial a ser introduzida num aeroporto nipónico. A estrutura não servirá para abastecer aeronaves, mas sim os veículos de apoio e os autocarros de ligação com o Aeroporto Internacional de Osaka, bem como os autocarros que circulam dentro do próprio aeroporto. O hidrogénio pode ser facilmente armazenado e transportado e o único subproduto resultante da sua combustão é vapor de água.



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ESTE ANO TRANSAVIA PREVÊ 2 MILHÕES DE PASSAGEIROS NAS ROTAS DE PORTUGAL A Transavia prevê transportar mais de 2 milhões de passageiros em 2016 nas suas rotas de Portugal, um aumento de 30% face a 2014. Para tal, a companhia low cost do Grupo Air France-KLM vai contar com 6 novas rotas para este País, compreendendo um total de 23 rotas. Segundo Hervé Kozar, Chief Commercial Officer da Transavia, esta aposta “reflecte um aumento significativo na capacidade total do ano e um reforço da operação global no País, primeiro mercado para França e segundo globalmente”. “Mantemos a estratégia de reforçar a nossa operação em Portugal, um mercado muito dinâmico e estratégico para a nossa companhia”. De facto, sublinha o CCO da Transavia, “assistimos, nos últimos dois anos, a um crescimento impressionante de cerca de 30% dos nossos clientes portugueses, o que nos deixa muito orgulhosos”. No caso do segmento de negócio, que passou a merecer um maior enfoque a partir do ano passado, deverá representar 15% da actividade da companhia em 2016.

PORTUGAL

AEROPORTO DE LISBOA MELHORA ZONA DE PARTIDAS As obras na zona das partidas do Aeroporto de Lisboa já começaram. Dotar esta área de acessos organizados, rápidos, e mais convenientes a todos os utentes vai permitir reorganizar a circulação automóvel, tornando mais eficientes as acessibilidades aos vários tipos de transporte público e veículos particulares. Áreas específicas de estacionamento para particulares e autocarros de turismo, circuitos dedicados à circulação do transporte público (táxis e transportes de Lisboa) e o prolongamento da actual ciclovia serão algumas das alterações que vão ser efectuadas num período de cinco meses, e visíveis em breve.

EMBRAER TEM PRODUÇÃO PREENCHIDA PARA 2016 E ESTÁ PERTO DE LOTAR CARTEIRA DE ENCOMENDAS EM 2017 O Presidente da Embraer Aviação Comercial, Paulo César Silva, revelou, recentemente, que a companhia construtora de aeronaves tem a produção preenchida para o ano de 2016 e no que respeita a 2017, cerca de 85% capacidade da linha está já vendida. A Empresa, que tem fábrica na cidade de Évora, em Portugal, reporta que parte deste sucesso se deve à sólida performance de pedidos de que têm sido alvos os novos modelos E-Jets E2. As previsões são bastante animadoras.


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As entregas da aviação comercial deverão ultrapassar as verificadas no ano passado, um ano já de si muito positivo, no qual foram entregues 221 aeronaves, nada mais, nada menos que o maior volume de entregas nos últimos cinco anos. Este número apenas ajuda a corroborar a liderança da empresa brasileira no mercado mundial de jactos. Como explica César Silva, perante o grande desafio da transição para os novos aparelhos (dos E1 para os novos modelos), a Embraer comportou-se com excelência, mantendo as vendas dos E1 elevadas ao passo que operava a calma transição; “Em 2009 existia uma preocupação muito grande de como iríamos cobrir esse ‘gap’ e sobreviver até 2018”, comentou, enumerando as quatro chaves do sucesso: aumento do número de companhias de “leasing”, liderança do mercado de aeronaves de 76 assentos nos EUA, conquista de 20 novos clientes em todo o mundo e melhoria do atendimento aos clientes no pós-venda.

passageiros e oferecer um novo nível de conforto. Tal como o Terminal 2, o Aeroporto de Munique e a Lufthansa são co-responsáveis pela construção, financiamento e pela operação do satélite, através de uma joint venture. O gabinete de arquitectura de Munique Koch + Partner, que concebeu o Terminal 2 original, foi de novo seleccionado para a concepção e o planeamento geral do satélite. As novas instalações irão dar ao Aeroporto de Munique 27 novas posições de embarque onde os passageiros podem embarcar directamente sem ser necessário recorrer a transporte por autocarro. É o primeiro terminal no meio da pista num aeroporto na Alemanha e não terá acesso público. Os passageiros serão submetidos ao controlo de passaportes e de bagagem de mão antes de entrarem num sistema pessoal de transporte subterrâneo que os levará ao satélite em menos de um minuto. Aqui haverá um alargado leque de serviços e de instalações de processamento de passageiros, assim como de lojas e de restauração.

Alemanha

AEROPORTO DE MUNIQUE INAUGURA EM ABRIL NOVAS INSTALAÇÕES PARA PASSAGEIROS As novas instalações para passageiros do Terminal 2 do Aeroporto de Munique entram em serviço a partir do próximo mês de Abril, criando uma capacidade adicional para um total de 11 milhões de passageiros por ano, aumentando a capacidade geral do terminal para 36 milhões. Sendo um dos terminais aeroportuários mais avançados do mundo, o satélite irá transformar a experiência dos

zona de restauração do terminal 2 do aeroporto de munique

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GRUPO EMIRATES FOCADO NA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DAS OPERAÇÕES O Grupo Emirates, composto pela Emirates Airline e pela Dnata, com base no Dubai, Emirados Árabes Unidos, apresentou o seu 5º relatório ambiental relativo ao ano 2014-2015. O relatório apresenta dados relativos à performance ambiental englobando diversas atividades, inclusivamente as operações da companhia aérea, da transportadora de carga Dnata e das divisões comerciais e de assistência em terra, desde a engenharia e manutenção de aeronaves ao serviço de catering. As operações da Companhia aérea, atualmente uma das mais importantes do mundo, constituem o maior impacto ambiental do Grupo Emirates. Em 2014-2015, a Emirates adicionou novos aviões à sua frota, retirando aviões antigos de operação e priorizou técnicas operacionais para a poupança de combustível. Em 2014-2015, a eficiência de combustível global da Emirates melhorou 1%, para 0,3057 litros por quilómetro, 14% mais eficiente do que a média de eficiência de combustível das frotas da IATA (‘IATA WATS 59th Edition’). A nível terrestre, a Dnata no Dubai recebeu 30 novos tratores elétricos para substituir os veículos movidos a diesel utilizados no Aeroporto Internacional do Dubai. A mudança da regulamentação do governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU) ajudou ainda a reduzir a quantidade de poluição produzida pelos veículos terrestres. A frota de transporte terrestre do Grupo nos EAU começou a usar diesel com baixo teor de enxofre no seguimento do anúncio do governo relativamente às novas

especificações obrigatórias relativas à utilização de combustível, anunciadas em 2014.

portugal

AEROPORTO DE LISBOA MAIS EFICIENTE COM NOVA PLATAFORMA TECNOLÓGICA Foi assinado, recentemente, um acordo entre os principais intervenientes no processo aeroportuário de Lisboa que vai levar à criação de uma plataforma tecnológica para tornar mais eficiente e beneficiar a operação do aeroporto, através da partilha de informação relevante e da adopção de processos coordenados. Os parceiros envolvidos no projecto ACDM (‘Airport Collaborative Decision Making’) são a ANA Aeroportos de Portugal (VINCI Airports), NAV, TAP, Portway e Groundforce. Os objectivos inerentes a este acordo passam por assegurar mecanismos técnicos e processuais de partilha de informação operacional no Aeroporto de Lisboa que possibilitem uma maior eficiência no processo aeroportuário no seu todo e nos processos específicos de cada parceiro; Implementar procedimentos que possibilitem, para além da partilha de informação relevante e em tempo útil, obter maior previsibilidade sobre as etapas fundamentais associadas aos voos processados; promover a troca de informação entre o Aeroporto de Lisboa e o NMOC (‘Network Manager Operations Control’) para potenciar essa previsibilidade e fornecer informação mais rigorosa e criar um sistema que avalie as melhorias decorrentes da partilha de informação e condições de previsibilidade e do qual resultem propostas de acções concretas de melhoria.


de In M ício ai e o m de 20 16

Entidades Organizadoras

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Academia de Negócios

MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DE PROJECTOS

LOBITO, ANGOLA PROGRAMA DO MBA INTERNACIONAL: O Plano de Estudos é integrado por 11 Módulos e 1 Seminário MÓDULOS: • ECONOMIA INTERNACIONAL • ORGANIZAÇÕES ECONÓMICAS INTERNACIONAIS • FINANÇAS INTERNACIONAIS • GLOBAL SUPPLY CHAIN MANAGEMENT • CONCEPÇÃO DE PROJECTOS E O SEU CONTEXTO • GESTÃO ESTRATÉGICA, CRIAÇÃO DE VALOR, GERIR POR OBJECTIVOS E AVALIAR RESULTADOS • ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO CUSTO, DO TEMPO E DO RISCO DO PROJECTO • GESTÃO TÉCNICA, ECONÓMICA E FINANCEIRA DO PROJECTO • GESTÃO DAS PESSOAS EM PROJECTOS • GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE, SEGURANÇA E COMUNICAÇÃO DO PROJECTO. IMPLEMENTAÇÃO PPP • GESTÃO DE PROJECTOS COM APOIO INFORMÁTICO SEMINÁRIO: • POLÍTICA DE INVESTIMENTO E DE INTERNACIONALIZAÇÃO

DATA DE INÍCIO E HORÁRIO DO MBA INTERNACIONAL: O MBA Internacional em Gestão de Projectos terá o seu início em 09 de Maio de 2016. As aulas decorrerão de Segunda a Sexta-feira, das 16:00 às 22:00. CONTACTOS E LOCALIZAÇÃO ACADEMIA DE NEGÓCIOS DA LOGISTUR

Av. Marechal Craveiro Lopes, Estação Ferroviária Central do Lobito, 1ºAndar - Dto Lobito, Província de Benguela | ANGOLA JOÃO NEVES |

Tlm.: (+244) 926 670 803 | joaoneves@logistur.net


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AEROPORTO DE LISBOA PASSA A CHAMAR-SE HUMBERTO DELGADO O Aeroporto de Lisboa vai passar a chamar-se Humberto Delgado a partir do dia 15 de Maio, por decisão do Governo. Segundo o Ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, o General Humberto Delgado “foi uma figura maior da oposição ao regime da ditadura (...) e teve um papel muito relevante na área da aviação civil”, adiantando que o facto de ter sido o primeiro Presidente da TAP é motivo para a justa atribuição do seu nome ao aeroporto. O Ministro, que falava após a reunião de Conselho de Ministros, disse ainda que Humberto Delgado tinha uma “ligação muito forte à infraestrutura aeroportuária e ao desenvolvimento do transporte aéreo em Portugal”. A mudança de nome do aeroporto da Portela surge na sequência de uma proposta da Câmara Municipal de Lisboa, aprovada por unanimidade a 11 de Fevereiro de 2015.

INAUGURADOS NOVOS TERMINAIS EM AEROPORTOS DO NORTE DO BRASIL Guilherme Ramalho, Ministro da Aviação do Brasil, presidiu à inauguração, em Janeiro, de dois terminais de passageiros em aeroportos da Região Norte do País. Esteve na solenidade de descerramento da placa inaugural no Aeroporto de Tabatinga (Estado Amazonas), bem como na cerimónia de entrega do novo Aeroporto de Santarém (Estado do Pará) à comunidade. Ao todo, foram investidos quase 30 milhões de reais (cerca de USD 8,3 milhões) na reforma e ampliação dos dois terminais, segundo a Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República. A nova infraestrutura do Aeroporto de Tabatinga será capaz de movimentar 2,3 milhões de passageiros por ano. O investimento de 20,5 milhões de reais foi para a reforma e ampliação do terminal de passageiros, que passou de 1.065 m² para 5.221 m², aumento dos balcões de check-in – de dois para oito – e do estacionamento de veículos. No caso de Santarém, no Estado do Pará, houve uma ampliação de mais de 40% na área do terminal, totalizando 2.226 m². Agora, o aeródromo terá capacidade para atender 1,83 milhões de passageiros por ano. O valor total investido foi de 9,23 milhões de reais. Entre as melhorias estão a ampliação de 16 para 20 balcões de check-in, novos sanitários, sistemas de refrigeração, melhoria da acessibilidade do aeroporto para pessoas com deficiência e ampliação do estacionamento para veículos de 89 para 249. Além do investimento em infraestrutura, o


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Ministro da Aviação destacou que a Secretaria aplicou cerca de 30 milhões de reais na realização dos estudos técnicos para a licitação das obras dos 25 aeroportos regionais da Amazónia, que fazem parte do Programa de Aviação

Regional. O programa é prioritário entre as políticas de desenvolvimento da aviação no País, um dos principais compromissos assumidos pela Secretaria de Aviação e a Presidência da República.

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PORTO DE SANTOS COMEMOROU 124 ANOS Consolidado na liderança das trocas comerciais brasileiras, o Porto de Santos reúne grandeza, diversidade de atendimento e modernidade. A CODESP – Companhia Docas do Estado de São Paulo comemorou recentemente o aniversário de 124 anos do Porto de Santos. A história começa em 1888, ainda à época do Império, quando os empresários Cândido Gaffree e Eduardo Guinle receberam da Princesa Izabel a autorização para viabilizar a construção e exploração de um

pequeno trecho de área portuária. Este embrião transformou-se na Companhia Docas de Santos (CDS), inaugurada em 1892, com sede no Rio de Janeiro. Em Fevereiro desse ano, a CDS entregou os primeiros 260 metros de cais, localizados onde hoje está o Armazém 4, na direcção da Praça Barão do Rio Branco, em Santos (SP) onde atracou o cargueiro Nasmith, um navio a vapor da armadora inglesa Lamport&Holt.

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PORTOS REGISTARAM LUCROS DE 173 MILHÕES DE EUROS ENTRE 2010 E 2014

PORTO DE SETÚBAL ENTRA EM GRANDE EM 2016: NOVO RECORDE MENSAL REGISTADO NOS CONTENTORES

No capítulo das contas, os portos portugueses destacam-se entre as empresas públicas: as cinco principais administrações portuárias registaram lucros agregados de 173,7 milhões de euros entre 2010 e 2014, números que originam uma média anual de 34,7 milhões de euros, segundo dados reunidos pelo Conselho Português de Carregadores (CPC). Entre as cinco principais administrações, é de enaltecer, primeiramente, o Porto de Leixões, que registou lucros de 67,4 milhões de euros entre 2010 e 2014, seguido de Sines, com lucros de 45,3 milhões. Na terceira colocação desta análise surge o Porto de Setúbal, apresentando lucros de 29,1 milhões de euros, com o Porto de Lisboa a chegar em quarto na lista, com 21,9 milhões de euros. Aveiro situou-se nos 10 milhões de euros de lucro. Estes dados corroboram que o comportamento das administrações portuárias, o dinamismo do marítimo-portuário e o índice das exportações (ligado à movimentação das cargas) têm sido motores que sustentam a economia portuguesa nestes anos difíceis, de contracção económico-financeira. Porto de leixões

O ano de 2016 arrancou com grande vigor em Setúbal: no segmento dos contentores, o Porto de Setúbal bateu um recorde mensal no que toca à movimentação de contentores, já que, em Janeiro de 2016, foram movimentados cerca de 12 mil TEU (novo máximo mensal nesta tipologia de carga) face aos 9,5 mil TEU que foram movimentados durante o mês de Janeiro de 2015 - isto traduz-se num crescimento de 25%. Lembra a APSS que, nos últimos três anos, “assistiu-se a um crescimento assinalável da movimentação anual de contentores”, tendo estes saltado de 49 mil TEU, em 2012, para 121 mil TEU, em 2015, um progresso de cerca de 145%, em três anos. Estes registos dão mais força à aposta do Porto de Setúbal no que concerne à rentabilização da grande capacidade instalada e da valia da promoção das extensas áreas de expansão disponíveis, tornando-o ainda mais atractivo para os armadores e carregadores e posicionando-o como “The South Lisbon Gateway”, aumentando o hinterland nacional e até Espanha. Porto de setúbal



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LEIXÕES COM JANEIRO RECORDE NOS CONTENTORES

MSC CRUZEIROS CRESCEU A DOIS DÍGITOS EM 2015

Em Janeiro de 2016, o movimento de contentores no porto de Leixões atingiu um novo máximo histórico, de acordo com a concessionária TCL. No primeiro mês de 2016, o TCL movimentou 32 762 contentores, a que corresponderam mais de 53 mil TEU. Números que superam os anteriores máximos de Janeiro de 2015 - 31 442 contentores e cerca de 49 mil TEU processados. Na comparação com Janeiro de 2015, os resultados agora alcançados representam crescimentos homólogos de 9% e 13%, respectivamente. A forte subida no movimento de contentores em Leixões neste arranque de ano contrasta com o decréscimo de 7% verificado no final de 2014, resultado sobretudo da quebra das trocas comerciais com Angola. O TCL é o maior terminal de contentores controlado pela Tertir, futuramente sob o controlo do Grupo Yildirim. A concessionária de Leixões detém, além disso, a concessão do novo terminal de contentores de Ferrol.

Em 2015, a MSC Cruzeiros anunciou um total de 17.894 passageiros apresentando um crescimento de 12,3%. Segundo o MSC Market Intelligence Cruise Monitor, a quota de mercado da companhia em Portugal teve assim um aumento de 2,5%, atingindo cerca de 41% no mercado nacional. Os itinerários do Mediterrâneo continuam a ser os mais procurados pelos portugueses (cerca de 41% do total dos passageiros) e o Norte da Europa (cerca de 31% do total dos passageiros), sendo os cruzeiros com saídas e chegadas a Barcelona, Veneza, Kiel ou Copenhaga os mais vendidos. Eduardo Cabrita, Director-geral da MSC Cruzeiros em Portugal, afirma que “foi, realmente, um ano bastante positivo para a MSC Cruzeiros a todos os níveis: atingimos todos os objectivos previstos para este ano, somos líderes de mercado pelo terceiro ano consecutivo em Portugal e continuamos a inovar, seja em novos destinos, novos projectos ou novas parcerias”. Para 2016, o responsável em Portugal da companhia de cruzeiros revela que será um ano de “optimização de itinerários, de consolidação de mercados-chave e de afinação da estratégia global comercial para que, em 2017, com a entrega dos nossos dois novos navios – MSC Meraviglia e MSC Seaside – possamos novamente voltar a antever crescimentos sustentados, especialmente na Europa, mas também cada vez mais nos itinerários internacionais que caracterizam esta empresa internacional”.



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2015 FOI “ANO RECORDE” PARA OS PORTOS O volume de carga movimentada nos principais portos comerciais nacionais do Continente atingiu os 88,9 milhões de toneladas, um crescimento de 7,5% face ao ano anterior. De acordo com dados recentemente divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, este é o valor mais elevado de sempre e foi impulsionado, sobretudo, pelos portos de Sines, Leixões e Aveiro. “Este aumento global de 7,5% resulta do crescimento do tráfego em Sines, com mais de 17%, conjugado com os aumentos registados nos portos de Leixões e Aveiro, ambos de +3,7%, e com as reduções de tráfego observadas nos restantes portos, destacando-se o porto da Figueira da Foz com -7,8%, o de Setúbal com -7%, o de Viana do Castelo com -6% e o de Lisboa com – 2,3%”, indica a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. Sines foi o porto que registou um maior volume de carga movimentada, com 49,5% do total nacional, “assumindo particular relevância o segmento do mercado de Granéis Líquidos (65,9%), por efeito da importação de Petróleo Bruto para a refinaria da Galp Energia.” O porto de Leixões, por sua vez, destacou-se como o segundo com maior volume de carga movimentada, com 21,1%, seguindo-se o de Lisboa com 13% e o de Setúbal com 8,4%. “O ano de 2015 marca também o mercado de contentores, que apresenta o valor mais elevado de sempre, registando um volume de cerca de 2,58 milhões de TEU, mais 2,5% relativamente a 2014. Este crescimento é verificado sobretudo nos portos de Sines, Setúbal e Figueira da Foz, que apresentam um aumento de 8,5%, 17,7% e 17,6%, respectivamente. Os portos de Leixões e Lisboa registam uma

quebra de -6,4% e -4,1%, respectivamente”, acrescenta. Já no que diz respeito às escalas de navios, os portos em análise registaram em 2015 um total de 10 710 escalas, mais 2,2 pontos percentuais do que no período homólogo, o que corresponde a uma arqueação de 190,4 milhões de GT, um aumento de 10,2% comparativamente ao ano transacto. “O volume global de GT é assim o mais elevado de sempre e verifica-se nos portos de Sines, Lisboa, Aveiro, Douro e Leixões, com variações positivas entre os 5,9% e os 14%. O porto de Figueira da Foz foi o único a registar quebra na GT dos navios, com uma diminuição de 8%.”

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PORTO DE SETÚBAL COMO GATEWAY IBÉRICO O movimento de carga feito através da via ferroviária saiu reforçado em 2015 no Porto de Setúbal: de acordo com os dados avançados pela APSS, foram processados 630 comboios nos terminais, contra 547 em 2014; em termos de toneladas, atingiram-se 168 mil toneladas, comparadas com 140 mil, em 2014, o que representa um aumento de 15% no número de comboios e de 20% na tonelagem da carga movimentada por ferrovia. Durante 2015, de entre as toneladas movimentadas através de comboios, ganha relevo a quota de 57% referente aos que provêm do hinterland espanhol, mais precisamente da zona da Extremadura, “zona geográfica em que o Porto de Setúbal apresenta significativas vantagens competitivas para as indústrias exportadoras de produtos agro-alimentares”, como explica o comunicado da APSS.


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Como oportunamente sublinha a APSS, a consolidação do tráfego de cargas através do suporte ferroviário (quer para Portugal quer para Espanha), abre a porta para a materialização óbvia do alargamento do hinterland e do reforço da excelência do Porto de Setúbal no desempenho do papel de gateway de entrada e saída de carga Ibérica de shortsea. Além dos mais, fica bem patente a “pertinência do investimento na ferrovia para duplicar o número de comboios na zona central do porto. É um investimento que está a ser estudado pelo Porto de Setúbal e a IP – Infraestruturas de Portugal”, como releva o comunicado.

CRIADA ASSOCIAÇÃO ‘EUROPEAN SHORTSEA NETWORK’ Foi criada em Janeiro deste ano, enquanto entidade legal, a associação europeia ‘European Shortsea Network’ (ESN). A Agência Shortsea Portugal assumiu um lugar na direcção da associação. A ESN foi criada em 1995 por proposta da Comissão Europeia enquanto rede de cooperação entre os vários países da União Europeia, com a missão de promover o shortsea shipping (SSS). De acordo com a Agência Shortsea Portugal, “com esta figura legal, a ESN pretende agora assumir um novo papel de facilitador e catalisador do SSS ante uma nova política para o SSS (versão 2.0), que se avizinha no seio da Comissão Europeia. A ESN pretende, assim, assumir-se como um elemento imparcial de ligação entre o sector logístico e de transportes, o sector marítimo e a comissão europeia que dissemine e promova o SSS.”

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CRUZEIROS BATEM RECORDE NO PORTO DE LEIXÕES em 2015

O Porto de Leixões fechou o ano de 2015 com 85 escalas de navios e 78 499 passageiros, o que representa um crescimento, respectivamente, de 9% e 22%, face ao ano anterior. Nunca o Porto de Leixões tinha tido tantas escalas e passageiros de cruzeiros como no ano de 2015. Ao recentemente inaugurado Novo Terminal de Cruzeiros chegaram 41 navios que trouxeram a bordo 63 000 cruzeiristas, ou seja, 80% do total de passageiros que entraram em Leixões ao longo de todo ano, tendo os restantes 44 navios atracado na Estação de Passageiros de Leça da Palmeira. Para 2016 estão já programadas 90 escalas, das quais 4 são inaugurais, e uma nova companhia a operar em Leixões, “pelo que se adivinha um ano de novo crescimento na actividade de cruzeiros deste porto”, adianta a administração portuária de Leixões.

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TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS CRESCE 2,2% EM 2015

O sector do transporte rodoviário de mercadorias da Península Ibérica cresceu cerca de 2,2% em 2015, com Portugal e Espanha a registarem precisamente o mesmo crescimento. Os dados são do estudo da Informa D&B ‘Transporte Rodoviário de Mercadorias (Mercado Ibérico), que revela também que este crescimento corresponde a uma facturação global de 16 170 milhões de euros. Segundo o estudo, em 2014, o volume de negócios global do sector registou um crescimento de 1,8%, para 15 825 milhões de euros, dos quais 2 625 milhões são relativos a Portugal e 13 200 milhões dizem respeito a Espanha. “Em Portugal, o peso da facturação dos serviços de transporte doméstico representou 49,7% nesse mesmo ano, enquanto os serviços de transporte internacional representaram os 50,3% restantes, gerando receitas de 1320 milhões de euros. Em Espanha, o transporte nacional continua a representar a maior fatia, com uma percentagem sobre o total próxima dos 80% e um valor de 10 525 milhões de euros em 2014”, indica a Informa D&B.

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APP DA VIA VERDE FORNECE ALERTAS DE TRÂNSITO A APP da Via Verde conta com uma nova funcionalidade que permite receber no telemóvel alertas de trânsito, dentro da rede Brisa, para os percursos e horários preferidos dos utilizadores. A empresa revela que “esta é a terceira actualização da App Via Verde, lançada em Outubro do ano passado. É um desenvolvimento que vem acrescer às funcionalidades já existentes: acesso a informação sobre o estado da circulação fora da rede Brisa e informação de trânsito Brisa dentro da aplicação Waze, permitindo aos utilizadores desta plataforma ter informação útil e actualizada, ao mesmo tempo que têm um navegador GPS”. O serviço de alertas de trânsito é um serviço orientado para os viajantes habituais, que permite a subscrição gratuita de alertas para os percursos e horários definidos pelo utilizador e o envio para o telemóvel. Segundo Luís d’Eça Pinheiro, director de Marketing do Grupo Brisa, “no futuro queremos ser um parceiro activo no desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas de mobilidade, nas quais as autoestradas terão um papel fundamental”.


3ª 25 ED de IÇÃ Ab O ri In l d íc e io 20 em 16

Entidades Organizadoras

Academia de Negócios

MBA INTERNACIONAL EM CONTABILIDADE E FINANÇAS

LOBITO, ANGOLA PROGRAMA DO MBA INTERNACIONAL: O Plano de Estudos é integrado por 9 Módulos e 1 Seminário MÓDULOS: • GESTÃO FINANCEIRA • CONTABILIDADE E CONTROLO DE GESTÃO • ANÁLISE DA PERFORMANCE EMPRESARIAL • FINANÇAS INTERNACIONAIS • FISCALIDADE • ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA • GESTÃO DE PROJECTOS, EMPREENDEDORISMO E FINANCIAMENTO • RISCO FINANCEIRO DAS EMPRESAS E INSTRUMENTOS FINANCEIROS DE GESTÃO DE RISCO • FUSÕES, AQUISIÇÕES E REESTRUTURAÇÃO DE EMPRESAS SEMINÁRIO: • ANÁLISE DE DADOS PARA GESTÃO FINANCEIRA

DATA DE INÍCIO E HORÁRIO DO MBA INTERNACIONAL: O MBA Internacional em Contabilidade e Finanças terá o seu início em 25 de Abril de 2016. As aulas decorrerão de Segunda a Sexta-feira, das 16:00 às 22:00. CONTACTOS E LOCALIZAÇÃO ACADEMIA DE NEGÓCIOS DA LOGISTUR

Av. Marechal Craveiro Lopes, Estação Ferroviária Central do Lobito, 1ºAndar - Dto Lobito, Província de Benguela | ANGOLA JOÃO NEVES |

Tlm.: (+244) 926 670 803 | joaoneves@logistur.net


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MACANDREWS PASSA A FAZER ESCALA NO PORTO DA FIGUEIRA DA FOZ A MacAndrews, empresa de transporte marítimo de curta distância, passará a efectuar quatro escalas semanais rumo ao Reino Unido no seu serviço de Portugal, passando assim a integrar uma segunda saída para a cidade de Liverpool e novos portos de escala, como o da Figueira da Foz. De acordo com o porto da Figueira da Foz, “com o aumento da capacidade funcional, da oferta e da abrangência geostratégica em mente, a MacAndrews reforça assim a oferta para a costa Oeste do Reino Unido (adicionando uma segunda saída semanal para as cidades de Liverpool e Bristol), melhorando também a oferta existente na ligação entre Portugal e o Reino Unido, através da rotação Figueira da Foz – Setúbal – Leixões – Liverpool – Bristol – Figueira da Foz.” “Estamos muito satisfeitos por oferecer aos nossos partners e clientes mais frequências e novos portos de escala”, refere Mark Copsey, chefe do gabinete comercial da MacAndrews.

pelo reforço de forma sustentada da sua posição de líder no ranking nacional”, refere a empresa em comunicado. A MSC – Mediterranean Shipping Company Portugal terminou 2015 com um crescimento de 10% na maioria dos indicadores. De acordo com a empresa, é de destacar esta“marca de 1 milhão de TEUS de transhipment atingidos a nível nacional, um crescimento de 14% do volume da carga Importação + Exportação e um total de 872 navios escalados em portos portugueses, mais 9% face ao período homólogo de 2014.” De acordo com Carlos Vasconcelos, administrador da MSC Portugal, “é com grande satisfação que fechamos o ano de 2015 com este marco agora atingido, numa demonstração do dinamismo da empresa e do seu empenho em prol do desenvolvimento da economia portuguesa. Este ano tem sido assinalado por sucessivos recordes de movimentação dos nossos navios e, face aos indicadores acumulados da nossa operação até ao momento, tudo indica que a MSC Portugal atinja volumes de movimentação bastante acima dos registados no ano transacto”. Sublinha ainda que “2016 será um ano de novos desafios para a MSC Portugal, que motivarão a magnífica equipa a chegar mais longe e com o mesmo nível profissionalismo e comprometimento com os clientes.”

MSC PORTUGAL MOVIMENTA 1 MILHÃO EMBAIXADOR DA DE TEU’S A NÍVEL COSTA DO MARFIM NACIONAL VISITA PORTO DE SINES Com a escala do navio MSC Busan, realizada recentemente em Sines, a MSC Portugal alcançou a marca de 1 milhão de TEU’s de “transhipment” a nível nacional (Sines e Leixões) movimentados em 2015. “A MSC Portugal congratula-se por ter atingido esta meta e reforça a sua intenção de prosseguir com sucesso os seus objectivos estratégicos, que passam

O Embaixador da Costa do Marfim em Lisboa, Koffi Fana Theodore, visitou o Porto de Sines, tendo sido recebido pelo Presidente do Conselho de Administração, João Franco. Esta foi a segunda visita oficial do diplomata que recentemente assumiu o cargo, “reconhecendo em Sines uma infraestrutura de elevado valor estratégico para o


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desenvolvimento económico e comercial do País, sendo, por isso, um dos objectivos da sua agenda avaliar novas possibilidades de cooperação entre os dois países envolvendo Sines e os portos da Costa do Marfim, com especial destaque para Abidjan”. Após a reunião, o Embaixador visitou o Terminal de Contentores – TXXI, infraestrutura que oferece um serviço de linha regular com o Porto de Abidjan. Porto de sines

para a imagem dos adjudicatários, da ACP e da República do Panamá”. Os problemas nos prazos de pagamento aos empreiteiros podem estar a ter mais influência no adiamento da inauguração da expansão do Canal do Panamá do que as obras para a resolução das fendas no betão de uma das novas eclusas no lado Pacífico do projecto. Inicialmente prevista para Outubro de 2014, a inauguração já sofreu sucessivos adiamentos. Se, segundo a ACP, o cuidado com a segurança é o único motivo, já o consórcio construtor, o Grupo Unidos pelo Canal, alega que não recebeu a totalidade dos pagamentos pelos serviços prestados. A obra de expansão do canal do Panamá, avaliada em 5,8 mil milhões de dólares, estará já concluída a 95%, de acordo com a ACP. Com a expansão, poderão atravessar o canal porta-contentores de até 13 000 TEU, contra os de 5 000 TEU actuais. canal do panamá

“NOVO” CANAL DO PANAMÁ INAUGURADO EM MAIO Juan Carlos Varela, Presidente do Panamá, anunciou que a inauguração da ampliação do Canal do Panamá ocorrerá em Maio. O anúncio foi feito no discurso à nação na Assembleia Nacional, cerimónia que marca o início da segunda sessão legislativa, correspondente ao segundo ano de mandato. No discurso, Juan Carlos Varela afirmou que solicitou “aos empreiteiros do projecto de ampliação” para dialogarem com a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) com o objectivo de “concluir as obras, deixar as reclamações legais nas mão das instâncias competentes e evitar os diferendos mediáticos que em nada contribuem

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TENDÊNCIAS QUE VÃO MARCAR O SUPPLY CHAIN Grant Marshbank, COO da VSc Solutions, defende que 2016 será o ano de viragem para o sector da logística e do supply chain, É altura de começar a estabelecer metas estratégicas e, nestes sectores, o próximo ano será de uma grande alavancagem. De acordo com o especialista, “os níveis de mudança no sector não vão abrandar. A boa notícia é que as tendências emergentes trazem oportunidades para reduzir os custos no sector, assim como a pegada ecológica, e ao mesmo tempo permitirão oferecer um serviço excepcional ao cliente final.” O COO da VSc Solutions defende que, em 2016, o sector do supply chain será moldado por quatro principais tendências: A tecnologia vai impulsionar as principais mudanças: os sistemas implementados há alguns anos atrás para facilitar as operações logísticas começam a estar obsoletos e estão agora a ser substituídos por tecnologias mais inteligentes e que são facilmente incorporadas nas estruturas das empresas, com o Big Data e a Internet of Things a liderarem as preferências. Cadeias de abastecimento transparentes, flexíveis e responsáveis: As cadeias de abastecimento ágeis e sustentáveis foram a ‘moda’ dos últimos anos, mas em 2016, a meta serão as cadeias de abastecimento que equilibram a flexibilidade e a redução do impacto ambiental com uma completa transparência corporativa. Pequenas melhorias conduzirão a grandes conquistas: A optimização de todos (mesmo TODOS) os elementos da cadeia de abastecimento estará na ordem do dia em 2016 e é um imperativo para o crescimento e sucesso das

empresas do sector. O armazenamento inteligente, os softwares de planeamento de rotas e as soluções de gestão tornar-se-ão comuns, quer nas grandes empresas como nas mais pequenas. Pensar e executar rápido: “É cada vez mais fácil e mais barato para as grandes e para as pequenas empresas implementarem um novo sistema em cerca de duas semanas. Ser capaz de integrar e implementar ferramentas numa base escalável é o que diferencia a tecnologia do futuro daquela que tem sido utilizada e era tão popular até agora”, conclui Grant Marshbank.

LIUBLIANA É A NOVA CAPITAL VERDE EUROPEIA Liubliana é, oficialmente, a Capital Verde Europeia 2016. A cerimónia de passagem de testemunho decorreu, em Fevereiro, em Bruxelas, fazendo da cidade eslovena a embaixadora do desenvolvimento urbano sustentável na Europa. Partilhar boas práticas locais e encorajar outras cidades europeias a tornarem-se mais ‘verdes’, saudáveis e sustentáveis é, agora, a principal missão de Liubliana. A conquista deste título – que tira o reinado a Bristol – já tinha sido, no entanto, divulgada anteriormente. A cerimónia serviu, ainda, como uma oportunidade para dar destaque às conquistas de Bristol enquanto Capital Verde Europeia 2015. De salientar que, enquanto embaixadora do desenvolvimento urbano sustentável, a cidade britânica desenvolveu o Método Bristol, um programa que ajuda responsáveis de outras cidades a perceber e aplicar as lições que Bristol aprendeu. O prémio Capital Verde Europeia é atribuído, desde 2010, com o intuito de distinguir as cidades que “demonstram um empenho robusto no âmbito do planeamento urbano sustentável”, explica a Comissão Europeia.



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EMEF GANHA MANUTENÇÃO DOS EUROTRAM DA METRO DO PORTO

COMBOIOS ALFA PENDULAR VÃO SER RENOVADOS

A EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, SA, ganhou a manutenção dos 35 veículos Eurotram, da Metro do Porto, nos próximos três anos, num negócio de 10,6 milhões de euros. Em comunicado, a EMEF refere que o contrato de manutenção foi assinado com a Metro do Porto, na sequência de um concurso público internacional, lançado em Julho do ano passado, para a “revisão geral dos 960 000 quilómetros dos veículos Eurotram”. “Esta intervenção será iniciada em 2016, abrangendo 35 destes veículos da frota Eurotram da Metro do Porto, com possibilidade de extensão a mais cinco veículos”, acrescenta a EMEF no comunicado. No comunicado, o Director-geral da EMEF, Castanho Ribeiro, realça que a vitória no concurso “é mais uma prova da capacidade e competência dos serviços especializados oferecidos pela EMEF nos mercados mais competitivos, onde pontuam as maiores empresas multinacionais do sector”. A execução desta manutenção acontecerá nas oficinas da EMEF em Guifões, Matosinhos.

Durante o ano de 2016 será iniciada uma renovação dos comboios Alfa Pendular, com o objectivo de aumentar a fiabilidade e a qualidade do serviço de transporte ferroviário de passageiros da CP no eixo Atlântico, Braga – Faro. A execução, a cargo da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, SA, representa um investimento que ronda os 18 milhões de euros por parte da CP. O processo de intervenção terá uma duração de cerca de 3 meses em cada um dos dez comboios Alfa Pendular que compõem a frota. O Presidente da CP e da EMEF, Manuel Queiró, salienta “a importância que o serviço prestado pelos comboios Alfa Pendular tem para a afirmação da competitividade da CP no transporte nacional de passageiros no longo e médio curso, traduzindo-se esta remodelação num incremento significativo para o conforto e a qualidade da experiência de viagem que os passageiros da CP tanto valorizam”.


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ISG | BUSINESS & ECONOMICS SCHOOL E LOGISTEL, SA REALIZAM CURSO DE ALTOS ESTUDOS DE TRANSPORTES

No Curso, dirigido a altos dirigentes do Sector dos Transportes, são debatidos, por especialistas altamente qualificados, os seguintes temas: Políticas e Regulação no Sector de Transportes; Economia e Financiamento dos Transportes; Transportes de Passageiros; Transportes de Mercadorias; Transportes, Território, Ambiente e Energia; Mobilidade do Futuro; Segurança nos Transportes; Prevenção e Segurança Rodoviária; Sistemas Inteligentes na Gestão e na Logística Portuária; Sistemas Inteligentes no Transporte Aéreo; Sistemas Inteligentes no Transporte Ferroviário. O Curso inicia-se, no dia 21 de Junho, tem a duração de 33 horas e realiza-se às terças e quintas feiras, das 18h30 às 21h30.

Presidem, respectivamente, à Abertura e ao Encerramento do Curso: →→ À Abertura do Curso: Luís Filipe Pereira, Presidente do Conselho Económico e Social de Portugal e ex-Presidente do IST - Instituto Superior de Transportes; António Ramalho, Presidente da IP - Infraestruturas de Portugal, SA; Miguel Varela, Diretor do ISG | Business & Economics School. →→ Ao Encerramento do Curso: Paulo de Andrade, Presidente do IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP; Luís Cabaço Martins, Presidente da ANTROP - Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros; Manuel Ferreira Caetano, Presidente da Logistel, SA e Administrador do ISG | Business & Economics School.

CURSO

ALTOS ESTUDOS DE TRANSPORTES LISBOA, JUNHO DE 2016

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ePark, que permite pagar o estacionamento tarifado na via pública da capital portuguesa, sem que o automobilista necessite de se deslocar à tradicional máquina do parquímetro. A aplicação está disponível para todos os smartphones, podendo ser descarregada através das lojas Apple ou Google Play. A aplicação ePark implicou um investimento inferior a cem mil euros, revelou o Presidente da EMEL, Luís Natal Marques, que inclui ainda um sistema de gestão operacional (OPERA). «Se o automobilista utiliza a aplicação para pagar o estacionamento, o fiscal necessita saber essa informação», afirma o responsável. A primeira geração da aplicação do ePark conta com cerca de cem mil utilizadores que já estão a migrar para a nova aplicação, que é mais funcional, permitindo, por exemplo, interromper o estacionamento, pagando apenas o tempo efectivamente utilizado. O Presidente da EMEL gostaria ainda que a aplicação ePark fosse alargada a outros Concelhos, começando pelos limítrofes da capital, caso de Oeiras, Cascais, Sintra, Almada, Seixal, de onde são oriundos muitos automobilistas que entram em Lisboa. «A nossa aplicação é das melhores que existem em todo o mundo. É uma aplicação de referência que foi totalmente produzida, com participação da EMEL, por uma empresa nacional. Acreditamos que uma vez consolidada, esta aplicação possa ser utilizada por outras empresas de estacionamento e mobilidade».

Jean Philbert Nsengimana, Ministro da Juventude e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) do Ruanda, anunciou, recentemente, a disponibilização gratuita de internet nos transportes públicos na cidade de Kigali e seus arredores, através de uma conexão Wi-Fi gratuita, em execução com a quarta geração (4G LTE) de conectividade de alta velocidade. O Ministro da Juventude e TIC procedeu ao lançamento deste novo serviço equipando várias dezenas de autocarros com Wi-Fi público gratuito, fornecido pela Olleh Rwanda Network (ORN), um provedor de serviços TIC sediado no Ruanda. O projecto foi especialmente concebido para auxiliar a cidade de Kigali, capital ruandesa, no desenvolvimento de uma infra-estrutura digital e tornar-se num local atractivo para os investidores, visitantes e homens de negócios. O ambicioso objectivo do Ruanda de transformar, em 2020, a sua economia, essencialmente agrícola, para uma economia baseada no conhecimento, colocam um acento particular nas TIC como um instrumento transversal essencial na concretização desse objectivo. Um relatório de 2012 da Comissão das Nações Unidas sobre a banda larga para o desenvolvimento digital saudou os esforços do Ruanda na instalação dum cabo de fibra óptica nacional de 2500 quilómetros para fornecer Internet de alta velocidade para a população. Além disso, o Ruanda obteve o sétimo lugar, no ranking dos países africanos, e 80º no resto do mundo, no indicador de países que se lançaram no reforço da acessibilidade da Internet de alto velocidade.

APLICAÇÃO DA EMEL GOVERNO INTRODUZ DISPENSA MOEDAS NO CONEXÃO INTERNET PARQUÍMETRO WI-FI GRATUITA A EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e EM TRANSPORTES Estacionamento de Lisboa acaba de lançar uma PÚBLICOS nova aplicação para smartphones, denominada


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AUTARQUIAS PASSAM A GERIR STCP A PARTIR DE 2017 Os municípios da Área Metropolitana do Porto que são servidas pela STCP vão passar a gerir a empresa de transportes colectivos a partir do dia 1 de Janeiro de 2017. O anúncio foi feito pelo Ministro do Ambiente de Portugal, João Pedro Matos Fernandes, que presidiu à cerimónia de admissão de 15 novos motoristas da STCP. Na ocasião, o Ministro confirmou que existe um princípio de acordo com as seis autarquias da Área Metropolitana do Porto que são servidas pela STCP e afirmou que, durante o corrente ano, irá ser constituído um grupo de trabalho que vai tratar da passagem da gestão e da operação da empresa para os municípios. Matos Fernandes confirmou, também, que o Estado irá continuar a assegurar o passivo da STCP e que os défices de exploração passarão a ser responsabilidade das Câmaras Municipais. De acordo com o Ministro do Ambiente “temos é de fazer as contas bem-feitas porque não queremos passar nenhum problema para as câmaras. Vamos trabalhar nos primeiros meses de 2016 com as contas de 2015 da STCP fechadas e o orçamento para este ano também. Vamos fazer essa conta e certamente desenhar um bom negócio para as duas partes”.

MOÇAMBIQUE AUMENTA CAPACIDADE DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO EM 31,5 MILHÕES DE TONELADAS A capacidade do transporte ferroviário em Moçambique vai aumentar, de forma significativa, com a entrada em funcionamento da linha entre Moatize e Nacala, o chamado Corredor de Nacala, e com o reforço da linha do Sena, a ficar concluída nos próximos meses. O Corredor Logístico de Nacala tem capacidade para transportar 18 milhões de toneladas/ ano e irá servir, sobretudo, a indústria de carvão, numa altura em que alguns exportadores enfrentam problemas logísticos, que tornam ainda mais difícil a exploração a um custo rentável, atendendo aos baixos preços das matérias-primas. “Nacala vai finalmente aliviar os estrangulamentos de transporte da indústria do carvão de Moçambique”, refere a Economist Intelligence Unit no seu mais recente relatório sobre o País. A construção do projecto de 3,5 mil milhões de dólares começou em 2012, quando o preço do carvão estava acima de 100 dólares/ tonelada, o dobro do registado no final de 2015, levando os principais produtores a adiar planos de expansão, caso da Vale, da Jindal Power, Internacional Coal Ventures Limited (ICVL) e Beacon Hills Resources. “Para o resto da indústria, Nacala vai libertar espaço na linha do Sena, a única existente”, mas a indústria de carvão moçambicana continuará abaixo do seu potencial. No decurso do primeiro semestre deverão ficar concluídas as obras para o aumento da capacidade da linha ferroviária do Sena, de 6,5 milhões para 20 milhões de toneladas/ ano, afirmou o Director Provincial dos Transportes e Comunicações de Sofala, Hélcio Canda. A linha de Sena liga o Porto da Beira a Moatize, entre as províncias de Sofala e Tete, numa extensão total de 575 quilómetros, incluindo o ramal Inhamitanga/ Marromeu.


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MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DAS PESSOAS E DO CONHECIMENTO

O ISG | Business & Economics School e a Logistel, SA realizam, nas instalações do primeiro, o MBA Internacional em Gestão das Pessoas e do Conhecimento. Com início no dia 27 de Junho de 2016 e 312 horas de duração, repartidas por 9 Módulos e por um Seminário / Laboratório, este MBA pretende ser uma referência nacional e internacional, na preparação de Executivos e de pessoas altamente motivadas, que pretendam desenvolver as suas carreiras profissionais, particularmente nas áreas da gestão global de Empresas e de outras Organizações, com destaque para as áreas da gestão e do desenvolvimento das pessoas e das equipas. O Plano de Estudos desenvolverá as seguintes temáticas: Gestão Estratégica, Criação de Valor, Gerir por objetivos e avaliar resultados; Descrição, Análise e Valorização dos Postos de Trabalho; Gestão Estratégica das pessoas na estratégia

global da Empresa e planeamento das necessidades de pessoas; Gestão por competências; Sistemas de gestão de desempenho, de remunerações, de recompensas e de Carreiras Profissionais; Formação e Desenvolvimentos de Pessoas e de Equipas; Gestão do Ambiente e das Condições de Trabalho; Desenvolvimento de Lideranças e de Competências Pessoais; Gestão do Capital Intelectual e Emocional; Boas Práticas de Gestão de Processos de Mudança em Empresas e outras Organizações. Com um Corpo Docente de excelência, este MBA destina-se a todos os candidatos, com ou sem diploma universitário, mas com comprovada experiência relevante no mundo empresarial e que pretendam assumir posições de referência em empresas e outras organizações, particularmente nas áreas da Gestão das Pessoas. No final do MBA Internacional, os candidatos no mesmo aprovados, e que sejam licenciados, poderão ter acesso directo ao Mestrado em Gestão do Potencial Humano, que decorre no ISG| Business & Economics School, bastando para tal: frequentar dois seminários sobre investigação; preparar, entregar e defender uma Tese, perante um Júri, integrado por Professores Universitários e onde venha a ter a correspondente aprovação.

MBA INTERNACIONAL EM GESTÃO DAS PESSOAS E DO CONHECIMENTO

LISBOA, JUNHO DE 2016




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