IPGM ISSUE JAN AND FEB 2013

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O dia da partida chegou, e os quatro no aeroporto, estavam muito entusiasmados, Pedro e Inês, felizes por regressarem a Portugal, ver a família, matar saudades da sua cidade do Porto, e seu amado país, e para Francisco e Felícia, era a novidade, era o sonho, e nesse espaço de um mês, como que por magia, Francisco descobriu que o bisavô, de seu avô era português e de Lisboa, então tudo ganhou mais sentido e fascínio. A viagem foi longa e chegaram a Lisboa no início da tarde. Francisco e a esposa, o jovem casal, estavam simplesmente maravilhados. Apanharam o metro e foram para o hotel para tomarem um bom banho, e mudarem de roupa. Então Pedro levou-os a ver a baixa de Lisboa e passaram no Terreiro do Paço, ou Praça do Comércio junto ao belo rio Tejo. Pedro explicou: Esta Praça é uma das maiores da Europa, tem cerca de 36000 m2, aqui foi o Palácio dos réis de Portugal cerca de dois séculos, antes era no Castelo de S. Jorge, que também visitaremos. Em 1511 o rei D. Manuel transferiu a sua residência do Castelo para o Paço da Ribeira, levando consigo a sua grande biblioteca com 70 000 volumes os quais foram destruídos com o Terramoto de 1755. Ao ouvir isto, Felícia e Francisco ficaram atónitos, e consternados perguntado FelíciaO terramoto foi assim destruidor? Inês respondeu: - Totalmente destruidor, de tal modo que a cidade teve que ser totalmente reconstruída, então com a reconstrução, esta praça passou a ser o elemento principal do famoso plano de reconstrução do ministro do rei- Marquês de Pombal. Aqueles edifícios com arcadas, lá funcionam vários ministérios do governo português. Francisco e Felícia quiseram tirar fotos- Francisco estava fascinado com o aspecto daqueles edifícios com arcadas circundando a praça. Francisco estava feliz com um ar maravilhado com que seus amigos goeses estavam, e convidou-os para irem lanchar ao famoso café Martinho da Arcádia, o café mais antigo de Lisboa e um dos cafés preferidos do grande poeta português Fernando Pessoa. Entraram no café e Felícia ficou extasiada, ela conhecia poemas de Fernando Pessoa e ficou completamente silenciosa quando Pedro lhe mostrou a mesa onde costumava sentar-se o poeta. Na mesa tinha o copo de ele beber seu bagaço, e chávena do café, 2 livros, e uma réplica do chapéu dele. Francisco também se emocionou ao imaginar aquela mesa a meio da sala com um canto muito próprio onde o poeta observava tudo e todos e por outro lado passava despercebido. Tomaram lá um café e comeram das famosas natas, fizeram várias fotos, algumas delas com a réplica do chapéu do autor. Quando passaram na rua do Carmo Felícia, viu livrarias e foi comprar postais, então encontrou um postal com um poema de Fernando Pessoa que adorou e na sua pronúncia engraçada e num português perfeito leu alto: Ó sIno da minha aldeia, Dolente na tarde calma, Cada tua badalada Soa dentro da minha alma. E é tão lento o teu soar, Tão como o triste da vida, Que já a primeira pancadaTem o som de repetida. Por mais que me tanjas perto Quando passo, sempre errante, És para mim como um sonho. Soas-me na alma distante. A cada pancada tua, Vibrante no céu aberto, Sinto mais longe o passado, Sinto a saudade mais perto. Fernando Pessoa “ Cancioneiro “


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