Revista Instantes nº 6

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Instantes revista

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos

Escola Secundรกria Manuel Teixeira Gomes


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3. Palavra do Presidente 4. Editorial 5. Bibliotecas e cidadania 7. Dias de escola Palestras UAlg na escola

8. Dias de Saber Já brincámos a pensar

35. Desporto em Ação 35| In memórias do núcleo de ténis de mesa da ESMTG 38 | Algarve surpreende nos nacionais do Desporto Escolar 41 | Gira Volei – Gira +

44. A Escola e a Cidade 44 | Apresentação do livro Educar para a Verdade e a Virtude 45| Gabinete de apoio ao aluno estrangeiro

9. Dias de Leitura Um autor / Uma obra / Um sonho

10. Talentos 10 |Preto e branco 11 | Os Portugueses 12 | Amor é luz que brilha 13 | Dá poesia à tua caligrafia 14 | História de 1 minuto 15 | Explicação das coisas

18. Outros Gestos Escutar as vozes que nem sempre falam

50. Profissionalmente O ensino profissional e a interseção de planos

51. Visitas … Lá Fora Projeto Comenius – FEMINA

55. Ser mulher é…

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DESTACÁVEL CENTRAL Iguais na Diferença

25. Em Observação 25 | Caminhada da Primavera 27 | A Preto e branco 29 | Projeto DEME

SUMÁRIO

31. Visitas … Cá Dentro Intercâmbio escolar

32.SPO O SPO em Portugal

34.Outras Leituras Ângela`s ashes

Instantes 6 | 2013


Colaboraram neste número: Alexandra Santos Alexandre Pancadas

Palavra do Presidente

André Oliveira Adriana Pires Adriano Martins Aires Almeida

Prof. Telmo Eduardo Soares

Alfredo Gomes Ana Carlos Ana Gonzaga Beatriz Luz Catarina Carvalho Conceição Veloso Edgar Plácido

Pelo sexto ano consecutivo a revista Instantes, já uma referência e tradição na Escola, surge para fazer o balanço de mais um ano letivo e registar para a posteridade as muitas iniciativas e atividades

Estela Vieira

promovidas e desenvolvidas por alunos, encarregados de educação,

Fátima Matos

professores e funcionários, refletindo toda a dinâmica, criatividade e

Francisco Gonçalves Francisco Martins Francisco Pereira Grupo de Professores de Geografia Inês Marques

qualidade do trabalho realizado. Num ano particularmente exigente e difícil quero, em nome da direção, reconhecer e agradecer o esforço e empenho de toda a

Iolanda Gastão

comunidade escolar, pelo contributo para a afirmação da nossa escola

João Alves

que, ano após ano, se vem afirmando como uma instituição de

João Fernandes João Rocha

referência a nível local e regional, através da aposta clara na

João Viana

diversidade da sua oferta educativa e qualidade e excelência do ensino

José Justino

ministrado.

Luís Pinto Salema Luísa Maciel

Este final de ano fica marcado pela concretização da agregação da

Maria Helena Soares

nossa escola com o Agrupamento de Escolas Professor José Buísel,

Maria de Lurdes Segurado

constituída pela EB 2,3 Professor José Buísel e EB 1/JI Major David

Mariana Fernandes Miguel Rosa Mónica Pereira Nídia dos Santos Nuno Baptista

Neto e com o Jardim de Infância do Fojo. A nova unidade orgânica, Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, formalizada no passado dia 24 de abril, transporta-

Nuno Estanislau

nos para uma nova realidade e coloca novos desafios a toda a

Maria do Rosário Cristóvão

comunidade escolar.

Raquel Domingues Rita Costa

Teremos que focar e centrar o nosso trabalho nesta nova realidade,

Rita Martins

definindo para o próximo ano letivo novas prioridades e objetivos, para

Rita Silva

que todo o processo de reorganização e afirmação do nosso

Sandra Duarte Shea Sofia Guerreiro Sophie Geerlings Susana Silva

agrupamento seja uma realidade. Lanço um repto a todos os membros desta nova comunidade alargada, alunos, pais e encarregados de educação, professores e

Tatiana Rodrigues

funcionários, no sentido de participarem e contribuírem para o sucesso

Telma Lança

do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes.

Telmo Soares Tomás Varela

Uma palavra de apreço a todos os que tornaram possível e

Valéria Martins

contribuíram para a publicação deste sexto número da revista

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Instantes, na qual se têm vindo a guardar momentos marcantes desta

Propriedade: Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes | Av. S. João de Deus | 8500- Portimão

escola que teima em continuar a traçar futuros. Bem Hajam!

Coordenação: Maria do Rosário Cristóvão Conceção Gráfica: Luís Pinto Salema Foto da capa: João Alves

ainéis representativos de toda a comunidade educativa, permitiram uma

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Editorial Maria do Rosário Cristóvão Professora bibliotecária

A Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes tem este ano 49 anos. Esta idade faz lembrar as vésperas de uma maturidade que exige comemoração. Contudo, não vamos falar do futuro breve. Falemos do presente. Do passado recente. Quarenta e nove anos de vida é um tempo recente. É a força de uma maturidade que tem aguentado o impacto de muitas transformações. Uma escola é como um ramo de flores que se colhe num dia de primavera. Quanto mais colorido, quanto mais diverso, mais autêntico. O ramo aumentou, nas vésperas da comemoração. Demos nome ao ramo maior. Damos a continuação da identidade dos ramos que se acrescentam. Renovamos a nossa identidade com o que se acrescenta. Vamos ser maiores, nos desafios, nas dificuldades, no conhecimento. Vamos precisar mais uns dos outros. Vamos ter de ser mais uns para os outros. O portão da nossa escola, ladeado com nome de presidente, convida a cidade a entrar. 4


BIBLIOTECAS E CIDADANIA Luís Salema Não consigo precisar a idade que tinha quando entrei, pela primeira vez, numa biblioteca. Sei que seria, certamente, muito novo, e sei que essa biblioteca foi a da cidade onde cresci. Instalada num antigo convento, onde ainda permanece, a solenidade do espaço era dada pelos azulejos, nas paredes, e pelos lustres, em madeira, pendentes do teto. Recordo-me do ambiente fresco, nas tardes quentes do calor alentejano. Aprendi, desde muito novo, a valorizar aquele espaço, que me acompanha, até aos dias de hoje, sempre que volto às origens. Era ali que encontrava um lugar de saber, embora, como criança, estivesse a dar os primeiros passos como leitor. Mais tarde, ao frequentar o quinto e sexto ano, recordo-me da biblioteca da escola como o local onde ia ler os livros que não podia comprar. Foi nessa biblioteca que li uma grande parte da coleção «Uma Aventura». Ganhei, nesse espaço, o gosto pela leitura. Dois anos depois, ao mudar de escola, descobri uma outra biblioteca. Situada no terceiro piso, impressionava-me o espaço impecavelmente limpo e o cheiro a cera, que contrastava com os corredores, onde nos acotovelávamos, e com os três blocos de pré-fabricados que também integravam a escola. Recordo a grande varanda e as janelas, com vista sobre a escola e parte da cidade, e da luz que por elas entrava. Ali, descobri o gosto pela poesia, pela história, pela arte, pelo latim e pelo grego, entre outras matérias, que se guardavam em armários de parede, fechados, e que se tinha de pedir para abrir. Era o espaço do estudo, da reflexão, do método, do domínio de mim mesmo. Era, também, o espaço da fuga, da fuga silenciosa, do ser em fuga, para lá da janela e da varanda. Terminado o ensino secundário, outras bibliotecas foram surgindo. Uma delas foi a da Universidade de Aveiro, já com computadores, salas para estudo individual e em grupo, milhares de livros e um exemplo da arquitetura contemporânea, assinado por Siza Vieira. Nesses anos, a valorização da arte, da sensibilidade estética e do conhecimento foram deveras importantes, na minha formação. Por razões académicas, viria a descobrir a Biblioteca Nacional, em Lisboa, a Biblioteca Almeida Garrett, no Porto (ainda a velhinha), a Biblioteca da Universidade de Évora, a Biblioteca da Universidade Aberta, as Biblioteca da Universidade do Algarve e a Biblioteca Pública de Évora. Por falar em bibliotecas públicas, tenho de referir as de algumas cidades onde vivi (Aveiro, Ovar, Portimão…) e de recordar as das escolas por onde passei. Todas elas deixaram em mim a marca de um saber, que se encontrava num livro, numa enciclopédia consultada à pressa, numa visita a um website ou numa rápida conversa com o bibliotecário. Com o tempo, encontrei o saber e a diversão, também, em jornais e revistas, mapas e folhetos, cartazes e microfilmes, exposições e encontros com leitores e escritores.

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Mas o fascínio pelas bibliotecas viria a ganhar outros contornos e esses espaços passaram a ser por mim visitados como turista, ora em busca de informação (como em Faro, Loulé, Silves ou Penafiel), ora como visitante interessado na nobreza do espaço. Lembro-me da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, da Biblioteca Nacional, em Viena, na Áustria, ou em Ljubljana, na Eslovénia, onde o colorido do edifício me despertou o interesse.

Hoje, e cada vez mais, visito bibliotecas online. Perde-se a magia do espaço; ganha-se a rapidez de acesso. Ao longo dos anos, o que permanece, após a erosão dos dias, é a forma como as bibliotecas ajudaram a estruturar o que sou como cidadão e como pessoa. Atrevo-me a dizer que o que há de melhor, em mim, é fruto desse contacto com os livros, com o silêncio dos livros, com o espaço que os alberga e os envolve. É fruto de muitas fugas silenciosas. Como leitor, como bibliotecário, que também fui, como professor mas, sobretudo, como cidadão, a parte boa de mim não existiria ou seria, seguramente, mais pobre, se não tivesse entrado, em tantas bibliotecas (e se não tivesse construído a minha), mesmo que, pouco depois de entrar, acabe por delas fugir, no voo do tempo e das palavras.

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Dias de escola

Porquê tirar um Curso Superior Prof. Doutor Hélder Carrasqueira

Palestras UAlg na Escola Prof. Rosário Cristóvão

Ao longo deste ano letivo a Biblioteca Escolar articulou com a Universidade do Algarve (UAlg) uma relação colaborativa no âmbito das Palestras UAlg. As Palestras UAlg consistem num conjunto Aprende a Aprender Prof. Doutor Igor Khmelinski

de comunicações que os professores universitários da Universidade do Algarve vêem apresentar a todas as escolas do Algarve, sobre variados temas, todos

eles

enquadrados

nos

currículos

das

disciplinas, quer do ensino básico, quer do ensino superior. De todo o conjunto de temáticas disponíveis, a BE selecionou algumas e enquadrou-as no Apoio

ao Currículo, quer para os cursos de Línguas e Conhecer o Nosso Mar Prof. Doutor Paulo Relvas

Humanidades, quer para os cursos de Ciências e Tecnologias, como também para as questões mais ligadas à Direção de Turma e ao Serviço de Psicologia e Orientação (SPO).

História do Livro Prof. Doutora Isabel Dias

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Dias de saber

Já brincámos a pensar!

Como as Nossas Vidas se Tornam Histórias Prof. Carina Infante do Carmo

Prof. Aires Almeida

Filosofia para crianças? Mas agora as crianças também filosofam? Será que precisam disso, uma vez que pouquíssimas virão a ser filósofas? Humm..., será que faz sentido a filosofia para crianças? Estas serão perguntas que passam pela mente de muitos que ouvem falar de filosofia para crianças. Dina Mendonça não esperou que lhe perguntassem isso. Ela própria se antecipou e respondeu. Matemática para crianças? Mas agora as crianças também fazem matemática? Será que alguma vez precisam disso, uma vez que pouquíssimas virão a ser matemáticas? Humm... será que faz sentido a matemática para crianças? Bom, mas as pessoas vão precisar de saber fazer contas, de conferir os trocos quando pagam algo, etc. Por isso precisam de saber algo de matemática para a sua vida. Bom, mas as pessoas vão precisar de treino para enfrentar alguns problemas e dúvidas de carácter filosófico, precisam de saber pensar sobre muitas coisas, de saber fazer perguntas, de saber esclarecê-las e de compreender o tipo de respostas que se procuram. Pensar bem não é só não nos enganarmos nos trocos Foi este aproximadamente o tom da resposta com que Dina Mendonça começou a XIV Conferência de Filosofia da Teixeira Gomes. Gostei da resposta. Obrigado, Dina.

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Dias de Leitura Beatriz Luz | 10.ºM Tatiana Rodrigues | 10.ºM Prof. Maria de Lurdes Segurado

UM AUTOR / UMA OBRA / UM SONHO… F.S.K Fitzgerald O Grande Gatsby Um autor: Data de Nascimento: 24 de Setembro de 1896 Naturalidade: Americana Data do Óbito: 21 de Dezembro de 1940

Sonho Americano

Uma obra/ Um sonho: Na obra destacamos três grandes personagens, a saber: Nick Carraway, o narrador participante, Daisy Buchanan, retratada como a mulher americana dos anos 20 e alvo da obsessiva ilusão da terceira grande personagem, Jay Gatsby, em torno da qual toda a acção revolve. Se começarmos por Nick Carraway, gostaríamos de vos dizer que era um homem íntegro, mas com dificuldade em transmitir as suas opiniões e valores. Chega a deixar-se seduzir pelos excessos dos “loucos anos 20”. Tal como o seu criador, regressa a uma vida mais modesta no final da obra. Quanto a Daisy, esta é o reflexo da mulher da vida de Fitzgerald, Zelda, linda e oca, mas à procura de uma estabilidade, estabilidade fictícia. A última e grande personagem é Gatsby, que personifica o materialismo obsessivo, mas causado pelo seu desejo de agradar Daisy, numa fantasia amorosa por ele criada. Vive esta ilusão paralelamente ao chamado “sonho americano”, no sentido que a Juventude e a Beleza podem manter-se eternamente desde que tenha dinheiro suficiente. Muitas vezes este dinheiro é ganho sem olhar a meios. Gatsby é destruído pelas suas ilusões, tal como o sonho americano se desmoronou, dando lugar a um novo sentir. Segundo a frase de S. Fitzgerald «Não se escreve por se querer dizer alguma coisa, escreve-se porque se tem alguma coisa para dizer», decidimos, assim, escrever a seis mãos o que encontrámos numa das maiores obras da literatura do século XX e que gostaríamos que conhecessem, não apenas através do último filme de Baz Suhrmann, entre os muitos que já foram realizados. Boas leituras!

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Talentos Francisco Martins | 12.º J

Preto e Branco No meio da noite que renasce todos os poetas, No meio do dia que nos traz as gentes certas Há uma luz que divide os dois momentos, Há um ponto de sombra que nos dá contentamentos. Um candeeiro de luz mal apagado, Um bocado de escuro a ser reconsiderado. É disto que este poema esconde No lugar que não sei dizer onde. Comparando o branco e preto, Qual o preferido eu não me comprometo Porque quer um quer outro combinam bem E são amigos, amigos como ninguém. O branco é da vida Da cria que se reproduz, Do dia e da alegria, Da felicidade que nos seduz. O preto é da morte Do terror e das aberrações, É dos que têm pouca sorte Quando lhes param coração e pulmões. Mas o que dizem de nada serve E de novo digo que não me comprometo Porque o preto será sempre do branco E o branco será sempre do preto.

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Talentos Francisco Martins | 12.º J

Os Portugueses Quem ousa dizer que nenhum português tem poder maior que outro cidadão, Que são pequenos, mais pequenos que a maioria do grão que é produzido, Comprometido a ser manjar dos Deuses, dos portugueses, de quem quiser almoçar. Haverá povo mais singelo com país mais bonito, quer a sul a comer D. Rodrigo, quer a norte Com a francesinha, num país onde a sardinha é rainha do verão inteiro, nesse convento do Mosteiro na capital desta cevada cheia de riqueza, não como outros que não têm nada. Bojadores e Índias, asiáticos, brasileiros, em todo este mundo os portugueses foram primeiros E serão últimos nesta vida onde, modestamente se diga, que já colonizou Brasil, Angola e Moçambique, onde já venceu em Abril, onde já reinou D. Henrique. Com paisagens mundiais apreciadas por todos os voadores, desde cegonhas a pardais, Terra de mil e um amores, não somos sete maravilhas, neste mundo onde partilha e dedicação Não se vê tanto num francês ou alemão, onde pinhais de Leiria se levantam por D. Dinis, Onde apesar das dificuldades toda a gente vive feliz. Felicidade essa que não é por nossos umbigos, é de sermos alegres e em todo o mundo termos Amigos, é de ter canção do Fado, património da Humanidade no único sítio onde no Vocabulário aparece a palavra saudade, onde já muito Eça de Queirós, Camões, Ary e Pessoa Passaram por entre nós relembrados em Lisboa. Não quero inferiorizar quem tem berço noutra língua mas é cá que a Lua míngua de inveja dos Valentes que foram às centenas, mais de setecentos, mil e um ou mil e dois, tantos bois que Por aí andam sem saberem que nos vinhos os portugueses é que mandam. Nunca sabem a cultura do povo consolado, não falam de literatura, Portugal não é só Ronaldo. É nobre povo vencedor, nação valente e imortal, isto são coisas que se aprendem, que não se Vêem no jornal, há petiscos, poetas, músicos e artistas, atletas pescadores e até ilusionistas Escritores. E, por isso, é que escrevo neste papel em rascunho que quando mexem connosco os Portugueses levantam o punho, não se metam com este povo porque no mundo não há igual, Nós somos terra e céu, mar, cultura, somos Portugal!

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Talentos João Viana | 10.º K (texto) Mariana Fernandes | 10.º K (ilustração)

Amor é Luz que Brilha

Amor é luz que brilha e escurece, é caçador impiedoso, insatisfeito, é faísca que arde e não esmorece, é chama que consome por defeito, é fogo que queima e enlouquece, é doença, dor de peito, é um sentir que não se esquece, é coração que sonha, desfeito. Como pode o coração pensar que tão grande sofrimento 12

alguma vez é sentimento com que se possa contentar? Por mais que tente encontrar (não consigo) uma razão Deste meu louco amar Que me enche o coração.

Talentos


Talentos

Dá poesia à tua caligrafia Prof. Maria Helena Soares

A aluna Maria Del Carmen Gonzalez, do 10º K, nº 13, foi a vencedora do concurso Dá Poesia à tua Caligrafia, concurso promovido pela Biblioteca Escolar, com o objectivo de conjugar simultaneamente o gosto pela poesia e pela caligrafia, bem desenhada e elegante. O desafio proposto consistia na apresentação de um poema de um autor português, escrito à mão.

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Talentos Rita Costa | 12.º J

HISTÓRIA DE 1 MINUTO Era hora de almoço, na quarta-feira, quando encontrei uma chave caída no chão do último andar do bloco B. Procurei entregá-la na biblioteca, mas estava encerrada. Não resisti a introduzi-la no trinco. - Será que tenho na minha mão a chave da biblioteca da escola? – questionei-me. E quando constatei que encaixava perfeitamente, já havia entrado e fechado a porta. A aparição desta chave, porém, causou algum desassossego ao meu âmago. Por 1 minuto, metamorfoseei-me num insecto disforme (uma experiência efémera e menos angustiante quando comparada com a de Gregor Samsa), naquele espaço vazio, mas não vácuo. Ocorreu-me, então, fazer um assalto – afinal, que rastro deixaria um insecto que fizesse levantar suspeitas sobre um aluno? – E assim foi. O insecto assaltou o banqueiro Anarquista, visto que o dinheiro era uma ficção social da qual este podia abdicar; roubou o retrato de Dorian Gray, que era um verdadeiro Adónis; ficou à conversa n`A Catedral para, futuramente, se casar com um Comunista, mas recuou às memórias de 1984 e reconheceu que não era uma boa ideia. Quando se deparava para saquear o País das maravilhas, viu Alice no outro lado do espelho. E, de súbito, surgiu Jabberwock! Os seus olhos flamejaram um nonsense letal ao pobre artrópode, de tal forma que as cinzas formaram uma densa camada de pó que migrou para o Espaço e se sedimentou no Asteróide B612. Retirei-me e tranquei a porta. Ecoava um silêncio constrangedor entre as paredes humildes do Bloco B quando entreguei a chave à funcionária responsável.

Texto vencedor do concurso promovido pela Biblioteca Escolar no âmbito de Outubro – Mês das Bibliotecas Escolares 2012 “Bibliotecas escolares: Uma chave para o passado, presente e futuro”.

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Talentos Rita Costa | 12.º J

3.º lugar no Concurso Nacional de Poesia

Faça Lá Um Poema 2013 (PNL/CCB)

Explicação das coisas

A Álvaro de Campos, o Mestre

Sentada defronte a dezasseis polegadas de brilho e estímulos visuais, Teclando sofregamente letras que se resumem a sequências de zeros e uns, Confere-me a alegria de as ver ganhar vida. Vida – manancial panteísta de convenções humanas – é ciência! Ser intersectada por cinco vezes dez elevado a treze neutrinos solares Por segundo, viajando a três vezes dez elevado a oito metros por segundo, E poder senti-los a todos, um a um, sem desprimor por nenhum! Saber que eles interagem de forma tão subtil, inócua e enigmática Que, quanto mais fraca for a interacção, maior será o desejo De descortinar todas as suas particularidades. Desejo esse diferente do das coisas e pessoas mundanas. Ainda bem que não somos eternos! …

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(Quando a tabuleta da tabacaria que Campos frequentara desaparecer E os versos que aqui deixou enternecerem Quando a língua que partilhamos perecer E o sol aglutinar tudo o que encontrar à sua passagem, Reduzindo a humanidade a escombros, Um sossego metafísico assenhorar-se-á do vácuo; Uma profusão de explosões invadirá este pedaço de matéria Onde outrora Platão, Arquimedes, Descartes, Newton, Bohr, Einstein… Espalharam a magia, que só Caeiro (não) consegue, objectivamente, ver. E, no fim, que sentido tem tudo isto a mais que a vida de Sísifo?) Mas, Ah!, Poder unir todas as forças! Forte, fraca, electromagnética, gravitacional. Poder ser bomba atómica de conhecimento científico! Penumbra de um qualquer fim de dia exasperante numa cidade cosmopolita… Poluente atmosférico causador de doenças respiratórias, Fungo, bactéria, vírus…

16 Só para poder ser objecto de estudo e ser, parcial ou totalmente, aniquilada Por uma qualquer substância feita da mesma matéria que eu! Oiço a distorção de uma guitarra induzida por um pedal caprichoso Amplificada na sala de ensaios de um qualquer grupo musical intimista; Oiço os graves de um baixo diletante: Tum----tum-tum-tum-tum-tum-tum----tum… E imagino a variação da força electromotriz ao longo do tempo, As curvas do gráfico de variável contínua desse sinal analógico. Ai, fitar a capa de The Dark Side of the Moon e, com gáudio, Poder explicar a separação das cores no prisma dispersivo À luz das leis da óptica! Ler sobre a tua Vénus do Nilo e a axiomática probabilística Que poucos compreendem, mas muitos têm a possibilidade De gozar dos seus predicados (embora a probabilidade seja diminuta), Eleva exponencialmente o grau de beleza a valores que roçam o infinito. Recriar as tuas sinapses deixa-me num estado libidinal Que só Freud saberia explicar com precisão!


Cada impulso nervoso traduzido nessas linhas de arte que nos deixaste Faz-me quase desejar embeber a tua natureza metafísica morta. No entanto, não és tu quem quero nem tão-pouco a tua metafísica… Eu apenas queria esponjar-me nas tuas sinapses! Eu apenas queria dissecar os teus nervos! Eu apenas queria os teus órgãos (todos à excepção do coração)! Eu apenas queria sentir a pressão do teu sangue tenaz! Eu apenas queria vestir a tua epiderme, contando todas as células! Eu apenas quero as tuas ossadas, desejando febrilmente que estas fossilizem E que as lágrimas do teu decadentismo se perpetuem no âmbar da vida! Ó Álvaro, poder copiar cada átomo da tua existência até ao último pixel! Ser tu… ou tua… Ser, enfim… O teu ópio!...

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Outros gestos Escutar as vozes que nem sempre falam Prof. Alfredo Gomes e Prof. Nídia dos Santos

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Como o ato teatral precisa, para se concretizar, de atores e de público, decidimos este ano dar voz a estes dois lados complementares que, conjuntamente com as histórias que são contadas em cada peça, constituem a base do teatro. Assim, convidámos os alunos que integraram o elenco da peça Às Escuras e propusemos-lhes que escrevessem, de forma livre, sobre a experiência que viveram este ano letivo n’O Teatro da Caverna. Alargámos esta temática ao testemunho de vivências gerais também, porque alguns alunos que estão connosco há mais de um ano queriam falar do seu percurso pessoal no grupo. Desafiámos igualmente alguns espectadores habitualmente fiéis para falar do que pensam acerca dos muitos espetáculos a que já assistiram.


Eis os depoimentos recolhidos. O aspeto mais positivo no teatro é que me permite deixar de ser eu e criar uma nova história de vida, com outra personalidade, defeitos e qualidades. É deixar de sentir o que EU sinto para passar a sentir a dor, felicidade, revolta de um outro indivíduo. E, baseado no que o guião nos fornece sobre essa personagem, desenvolvê-la como se fosse uma pessoa real, vivê-la em palco, deixando então de existir por alguns minutos o EU e todos os problemas. Os momentos que antecedem o início de um espetáculo são, para mim, das partes mais importante de cada peça: a concentração, o “entrar” na personagem, estar no escuro, o “desligarme” da minha pessoa são fundamentais para encarnar uma outra completamente diferente de mim. O resultado do nosso esforço surge quando finalmente as cortinas se afastam, e todo o trabalho do grupo é revelado. É então que ficamos ali, vulneráveis, entregues à crítica do público; e mesmo que este seja complicado, oferecemos-lhes à mesma o nosso trabalho. Mas o teatro não é simplesmente diversão e facilidade, é ir para além do que se acha que se é capaz, é esforçarmo-nos e forçarmo-nos a tentar mais e melhor, é abdicarmos de outras coisas e fazer escolhas, ser persistente, acabar com o embaraço e o ridículo. É principalmente um importante trabalho individual e de grupo. E é ter o gosto pelo teatro, combinado com a vontade de trabalhar. Valéria Martins - 11ºQ – dois anos no grupo

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Um grupo onde predomina o espírito de companheirismo e entreajuda, onde todos são bem aceites e se sentem integrados é como eu descrevo O Teatro da Caverna, baseando-me nos quatro anos que lá andei, anos esses que contribuíram em muito para a minha formação como ator e como pessoa. Cada momento que passei ao lado dos meus colegas e professores do grupo está hoje presente na minha memória e influencia positivamente a minha personalidade. Quanto à peça deste ano, gostei de a integrar. De entre os três textos propostos pelo projeto PANOS, acredito que tenhamos feito a escolha mais interessante e mais apelativa para o público. Às Escuras é uma peça cheia de emoções fortes, retrata situações que, apesar de serem alheias a muitos de nós, não deixam de estar presentes na sociedade, ensina-nos valores como a importância da família, da verdadeira amizade e ainda retrata fenómenos sociais como o bulliyng nas escolas. É, na minha opinião, uma peça interessante, que merece ser vista várias vezes porque, tal como nós estamos constantemente a descobrir coisas novas, o mesmo acontece com os espetadores. Miguel Rosa – 12º L – 4 anos no grupo

“O ridículo aqui não existe”- é um dos lemas d’O Teatro da Caverna que me foi apresentado num dos primeiros encontros do ano. Achei curioso. Mas o descodificar daquelas palavras não foi imediato, demorou alguns meses. Vim a descobrir essencialmente que O Teatro da Caverna é um lugar onde podemos ser quem quisermos, sem os habituais julgamentos do mundo exterior. Podemos ser nós próprios ou qualquer outra pessoa… É um lugar onde todas as opiniões são válidas. Não há certo nem errado. Há trabalho, esforço, dedicação, convívio, liberdade, experiências e, acima de tudo, paixão por aquilo que fazemos. Raquel Domingues – 11º O – 1 ano no grupo

A frase que mais define este grupo de teatro e que, com toda a certeza, me ajudou a orientar o meu trabalho é "O ridículo aqui não existe". Esta foi a base para me sentir completamente à vontade com aquilo que tenha de fazer, tanto para ajudar os meus colegas "Caverneiros", como a mim próprio, e foi um auxilio para me sentir mais auto-confiante. Tem sido um prazer trabalhar com tantas pessoas talentosas, embora todas diferentes umas das outras, mas que trabalham para o mesmo fim e, melhor do que isso, se entreajudam para que o produto final seja um prémio coletivo. É uma motivação, um exemplo do quanto se pode fazer quando partilhamos o mesmo objetivo e lutamos pela mesma causa. Resta-me agradecer todo o esforço, o empenho e a dedicação dos nossos professores que conseguiram puxar este "comboio de talentos adormecidos" e a paciência para trabalhar, coordenar e orientar para que o resultado possa chegar até ao público com sucesso, dignificando o nome da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes e mostrando que o grupo de teatro "O Teatro da Caverna", apesar de amador, revela grande profissionalismo. João Rocha – 12º J – 1 ano no grupo

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21 Mais uma vez, o nosso palco é o meio de transporte onde o público, passageiros ansiosos por despertar as suas mentes críticas, leva consigo uma nova mensagem. Às Escuras, é o passaporte que não só permitiu aos espectadores uma viagem interior, num confronto com outra realidade bem presente nos dias de hoje, como também nos colocou a nós, atores e professores, numa procura constante na construção das nossas personagens e, respetivamente, na encenação desta peça. Assim como, nos destinos tropicais, também nos nossos ensaios eram existentes, ora dias de chuva e tempestade, ora dias de calor e serenidade. Tempestade, quando todas as ideias que surgiam pareciam, por vezes, não resultar, quando o ciclo da repetição e do cansaço se aliavam e a energia tinha tendência para se esgotar, quando o nosso melhor não parecia ser o suficiente e quando o tempo começava a escassear e faltavam mais do que simples pormenores para afinar. Calor e serenidade, nos momentos em que nos deparávamos com toda aquela dedicação e esforço, naqueles bastidores onde, antes de cada espetáculo, aquelas doze almas passavam a ser uma, para que não naufragássemos. E, de cada vez que as luzes preenchiam os nossos olhos, a causa de todas aquelas dificuldades desvanecia-se e tudo passava a valer a pena. Às Escuras iluminou-nos. Permanecemos na esperança que também o tenha feito a todos aqueles que assistiram ao nosso espetáculo e aplaudiram. Sofia Guerreiro – 12º K - 2 anos no grupo


Adorei esta viagem. Para mim, a peça deste ano destacou-se pela intensidade de um texto muito bem escrito e pela atmosfera absorvente e expectante que absorveu o público. Gosto muito do resultado do trabalho de grupo, que é a prova de que o esforço e dedicação nunca são em vão. Acreditem, foi uma experiência fantástica e inesquecível, e agora pergunto-me: O que virá a seguir? Mas a verdade é que estou às escuras… Susana Silva – 11º N - 3 anos no grupo Participar nesta peça de teatro e neste grupo fantástico fez com que melhorasse a minha responsabilidade e, além disso, diverti-me bastante com as inúmeras actividades que fizemos. Mónica Pereira – 11ºQ - 2 anos no grupo

"O "OTC" (O Teatro da Caverna) foi e é o meu refúgio. Refúgio onde partilhei experiências, amizades e um espírito de grupo que eu vejo como uma família. Porque o objetivo é trabalhar de modo a mostrar algo imaculado, apagado de erros e com a motivação que temos ao logo dos meses em que trabalhamos. Nestes 2 anos, o "OTC" têm sido a minha segunda casa e é ele que me faz apaixonar pelo teatro, orgulhar e motivar por aquilo que sou e quero ser na minha vida: um ator." João Fernandes – 11º Q – 2 anos no grupo

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Hoje em dia, nas salas de espetáculo, procuram-se experiências leves, agradáveis, promotoras da boa disposição e do exercício da gargalhada. No entanto, na peça Às Escuras, o público sofre com os problemas do jovem James ao contactar com a dura realidade evidenciada nesta história. Atores e espectadores são espelhos de emoções. Enquanto os espetadores olham as águas do lago, os atores, ferramentas de vida, mergulham nas suas profundezas e com elas se fundem. Por isso, após o término dos ensaios, enquanto voltava para casa, sabia que tudo o que tinha vivido nas sessões d’O Teatro da Caverna ainda não me abandonara. Emoções e sensações, réstias de palco, eram lentamente levadas pelo vento. Mesmo assim podemos agradecer termos feito parte da vida de James. Tomás Varela – 12º K – 2 anos no grupo

Precisaria de muitas páginas para descrever o que foram estes 3 curtos anos n ’O Teatro da Caverna. O que vi, o que ouvi, o que aprendi e as histórias imensas que vivemos juntos. Desde as grandes personagens que foram construídas por esta enorme família, passando pelas brincadeiras e acabando nas complicações e nas “falhas”. Rimos e chorámos. Sentimos o nervosismo a ferver antes de cada peça e acabámo-las sempre com o sentimento de dever cumprido. Trabalhávamos juntos para o mesmo fim, em família, discutindo opiniões e trocando ideias. Foi um mar de emoções e sentimentos. A primeira vez que entrei pela porta da sala mágica do pavilhão B, a sala de O.E.D., não imaginava o que iria ver e viver. Foram momentos únicos onde aprendi a trocar o "eu não consigo" pelo "eu vou tentar". Mas uma vez mais, como em todos os anos, membros desta família vão ter de ir, sendo eu um deles neste presente ano. Não guardo tristeza, apenas alegria. Alegria que espero ser vivida por futuros filhos d'O Teatro da Caverna. Um agradecimento muito especial ao professor Alfredo Gomes e à professora Nídia Santos por estes 3 anos fantásticos. José Justino – 12º J – 3 anos no grupo

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Vou sempre como se fosse a primeira vez: é um regresso anual, em Maio, sempre inicial sempre festivo, sempre expectante. E quando entro na sala, me sento na cadeira, e deixo que se acendam as luzes do palco em mim, sei que O Teatro da Caverna vai, outra vez fazer acontecer a arte, a comoção, o bom gosto, o escancarar da vida, o compromisso, a sensibilidade, o riso, a tristeza, o murro no estômago, a reflexão, o belo, o silêncio, o sonho. Na minha perspetiva, O Teatro da Caverna transbordou, há muito, o seu contexto de grupo de teatro escolar. A exigência que o grupo põe na harmonização do todo final a apresentar; o ecletismo das suas sucessivas propostas estéticas, literárias e culturais; a actualidade e pertinência dos temas, linguagens e perspectivas escolhidos; o brilhantismo dos jovens actores, demonstrando que existe por trás um apurado trabalho formativo e crítico dos professores junto dos alunos; a finura e complexidade das múltiplas, e surpreendentes, soluções técnicas apresentadas ao nível da luz, som e ocupação de espaço(s) cenográfico(s); a experiência artística dos jovens alunos direcionada para uma clara educação para os valores e para a interiorização do espírito de grupo, da partilha, da responsabilidade e do aperfeiçoamento individual e colectivo, são alguns dos vetores que fazem a alma d’ O Teatro da Caverna e que o colocam a par com alguns dos melhores projetos experimentais e profissionais nacionais, no âmbito pedagógico e artístico, que conheço. Aproveito para deixar aqui um pedido aos professores responsáveis pel’ O Teatro da Caverna, Alfredo Gomes e Nídia dos Santos: regressem, assim que possam, à riqueza da Cultura Portuguesa e Lusófona (e também Ibérica, por que não?), e voltem a fazer aquelas fantásticas adaptações livres de textos literários de autores clássicos e contemporâneos, misturados com o vosso olhar crítico sobre a actualidade, e que estiveram na origem de espectáculos tão belos, sóbrios e críticos como Inês de Portugal (2004), Amores (im)Perfeitos (2004), Rimance da Princesa do País do Gelo (2006), Alegoria da Caverna, ou a problemática de uma fotocópia mal tirada (2007), A Arca (2008), Gente Singular (2010), entre outros. Entendo que é aqui, na dimensão literária portuguesa que O Teatro da Caverna brilha realmente alto, ganha fôlego e carácter, porque faz, normalmente, um trabalho de elevada qualidade na selecção textual, sendo muito acutilante e inteligente nas suas escolhas. Para mim, esta incursão nos “ambientes” textuais do Projecto Panos da Culturgest, de há três anos para cá, tirando a adaptação da peça Os Avôs, de 2012 (pela problemática presente, e pela excelente encenação e representação), não faz vibrar “a alma” do Grupo, ou seja, não marca a diferença. Acho que são textos “esvaziados” de nós, enquanto povo, do nosso estar, da nossa cultura, da nossa identidade e, por isso, não fazem “eco” em nós, criadores e espectadores. Não poderia finalizar sem vos deixar os meus parabéns por estes quase 20 anos de existência! É que desde 1993/94 são muitos caminhos andados, muitos anos letivos, muitos grupos, muitos cenários, muitos alunos, muitas aflições, muitos cansaços, muitas alegrias e muitas, muitas palmas. É obra! Viva O Teatro da Caverna!

Luísa Maciel - Licenciada em História. Funcionária da Biblioteca Municipal de Lagos. Espetadora desde 1998

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Em observação Prof. Francisco Pereira Coordenador projeto DEME-Dinamização da Estação Meteorológica

Caminhada da Primavera de Marmelete a Aljezur Os professores do grupo de Geografia do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, no âmbito do seu projeto DEME( Dinamização da Estação MEteorológica) continuam a “meter os pés ao caminho” e organizaram mais uma caminhada, a da Primavera, de Marmelete a Aljezur. O troço percorrido,entre Marmelete e a vila de Aljezur,tem uma extensão oficial de 16,7 km e está classificado como sendo de dificuldade baixa; este troço foi percorrido em cerca de 4,5 horas. É um troço complementar da Via Algarviana, que interliga territórios afastados da Via Algarviana. Trata-se de um percurso de montanha, talhado na sua maior extensão, na vertente oeste da serra de Monchique. Com a altitude máxima de 394 m, no centro de Marmelete, o percurso apresenta um traçado variável, do ponto de vista da altimetria, ora por seguir a ribeira da Cerca ora por se afastar dela e, no troço final, passar por uma linha de cumeadas, que permite já o avistamento da vila de Aljezur e o cruzamento dos vales da ribeira da Cerca com o das Alfambras. As caminhadas são realizadas em trilhos já existentes, do interior ou no litoral e durante a Primavera ou o Outono, para evitar a exposição mais agreste aos elementos climáticos. Há nestas caminhadas uma preocupação ecológica e de minimização do impacto ambiental, alugando-se para o efeito, um autocarro que transporta todos os caminhantes, entre os locais de partida e de chegada. Os participantes eram professores das escolas do Agrupamento ESMTG e de outras escolas, mas também seus familiares e amigos. Estiveram presentes 41 caminhantes e ao almoço-convívio, no restaurante “Sítio do Rio” no local da Carrapateira, juntaram-se mais 5 convivas. A todos os caminhantes, os profs. organizadores do grupo de Geografia têm disponibilizado alguma documentação técnica, de apoio ao percurso. Para além disso, é preparado também, para o final de cada caminhada, e depois de uma rigorosa seleção prévia, do ponto de vista do menu gastronómico e do custo, uma almoçarada num restaurante local. Contribuindo-se assim, para o incremento da economia local.

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Em observação Prof. Nuno Baptista

«No café, todos a viam andar de um lado para o outro mas ninguém sabia qual era o seu nome. Ele perdeu a vergonha, aproximou-se e perguntou-lhe. Ela respondeu que lhe chamavam vários nomes mas que nenhum era o seu. Combinaram encontrar-se no dia seguinte. Falaram durante horas, mas foi no silêncio que a vida se cumpriu. Muitas vozes apregoavam que nunca podia dar certo, tão diferentes os dois. Diziam que era morte à nascença. Eles ignoraram tudo, juntaram as imperfeições de ambos e formaram um par perfeito.» Adaptado de “Micro-Contos” A “Preto e Branco” é o tema da exposição que, inserida no Projecto DEME, o Grupo de Geografia agora apresenta, como celebração do Equinócio da Primavera e do Dia Meteorológico Mundial, este ano dedicado ao tema “Monitorizar o tempo para defender vidas e propriedades”. Que nos lembre a todos que a verdadeira riqueza do Mundo se encontra nos contrastes, que os dias luminosos também nascem de noites escuras, que a vida, mesmo que nos pareça sombria, é a nossa mais colorida propriedade... De 27 a 31 de Maio, no Bloco B da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, esteve patente ao público a já tradicional exposição fotográfica organizada pelo grupo disciplinar de Geografia, inserida nas comemorações do Dia Meteorológico Mundial e Equinócio da Primavera.

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Após as exposições Estou nas núvens, H2O, Humanos e Patrimónios realizadas nos quatro anos anteriores, este ano lectivo a escolha temática da exposição recaiu sobre o tema A Preto e Branco.

Foram quarenta e um os participantes e oitenta e duas as fotografias expostas. Sendo uma actividade que se pretende aberta a toda a comunidade escolar, a exposição contou com a participação de dezoito professores, três encarregados de educação, dois ex-alunos e dezoito alunos da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes. 28

O grupo de Geografia não pode deixar de manifestar um agradecimento especial à comunidade educativa, pelo inestimável valor da sua expressiva participação, pelas fotografias disponibilizadas e pela elevada qualidade das mesmas. No próximo ano lectivo, pela chegada da Primavera de 2013, esperamos disponibilizar um tema igualmente motivador e idêntica, ou superior, adesão desta preciosa comunidade educativa. Porque a escola é, efetivamente, de todos.


Em observação Projeto DEME-Dinamização da Estação MEteorológica Um projeto multifacetado Grupo de Geografia No ano lectivo findo 2012-13,os profs. do grupo de Geografia seguintes actividades previstas no seu

concluíram

as

projeto DEME-Dinamização da Estação

Meteorológica: A exposição fotográfica A Preto e Branco, inaugurada no dia do patrono da escola (27 de Maio) e comemorativa do Equinócio da Primavera e do Dia Meteorológico Mundial,contou,como já vem sendo habitual, com uma expressiva, e diversificada, participação da Comunidade Educativa,vide artigo nesta revista; A Caminhada da Primavera num percurso complementar da Algarviana,de Marmelete a Aljezur, com um nº record de participantes, que quase esgotaram a lotação do autocarro, de 49 lugares, alugado expressamente para o efeito; A disponibilização pública à Comunidade Educativa, no site oficial da escola, da Meteorologia Online, com dados atualizados hora a hora e com a disponiblização de uma base de dados meteorológica registados nos dois últimos meses.Este serviço esteve disponível à Comunidade Educativa, com dados atualizados, em 97,1% do tempo do período considerado( 1 de Setembro de 2012

a 8 de Junho de 2013), apenas

interrompido aquando da manutenção dos servidores informáticos da escola e numa ou noutra falha de energia ocorridas na cidade devido às trovoadas. Relativamente aos acessos,via Internet, à página meteorológica, publicamos abaixo, um gráfico e uma tabela com o contabilidade do total de vistantes à página e do nº de páginas descarregadas.

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Protocolos/ Parcerias , Apoios e outros Modalidades de Colaboração com o projeto DEME - Dinamização da Estação Meteorológica, do grupo da Geografia

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Visitas… cá dentro Intercâmbio escolar Alunos alemães visitam a ESMTG Prof. João Alves No âmbito do intercâmbio escolar que decorre desde o ano letivo passado entre alunos de Alemão da nossa escola e alunos alemães que estudam Português no MaxPlanck-Gymnasium de Dortmund, a ESMTG recebeu, entre o dia 10 e 15 de abril, a visita de um grupo de 17 alunos daquela escola. Tal como acontecera com os nossos alunos em fevereiro passado, aquando da visita aos seus parceiros de intercâmbio, os alunos alemães ficaram alojados em casa de famílias, tendo, assim, oportunidade de vivenciar o dia a dia de uma família portuguesa. Durante a estadia, os alunos cumpriram um programa de atividades variado que incluiu a visita às instalações da nossa escola e a assistência a aulas. Tiveram também oportunidade de fazer uma visita guiada pela cidade de Portimão e a alguns dos seus locais mais interessantes, como o Museu Municipal e a Casa Manuel Teixeira Gomes. No sábado, visitaram o farol no Cabo de S. Vicente e a cidade de Lagos. De acordo com os resultados dos questionários distribuídos, os alunos apreciaram bastante a experiência, tendo manifestado o desejo de a poder repetir numa próxima oportunidade.

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SPO OS SERVIÇOS DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO EM PORTUGAL FRUSTRAÇÕES E CONSTRANGIMENTOS NO SEU DESEMPENHO PROFISSIONAL EM PORTUGAL

Fátima Matos (Psicóloga Clínica) | Psicóloga da ESMTG

A atividade do psicólogo tem como objetivo, organizar e sistematizar um conjunto de princípios, práticas, recursos, metodologias e instrumentos inerentes à sua prática profissional. Mais concretamente, tem como objetivo as boas práticas, do inglês “best practices”, dominando as melhores técnicas para realizar determinada tarefa. O Psicólogo estuda, analisa e interpreta os mecanismos e processos mentais do comportamento humano, individual e coletivo, através de técnicas e métodos psicológicos próprios, incidindo a sua intervenção cada vez mais ao nível preventivo (prevenção primária), ao invés do “remedeio” (prevenção secundária e terciária). A atividade deste profissional tem, na base, Princípios Deontológicos orientadores das boas práticas, os quais estão plasmados no Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses, publicado em Diário da República, 2ª série, nº78-20 de Abril de 2011. Através deste Código, o Psicólogo tem vários princípios gerais e específicos a respeitar. Os princípios gerais são os seguintes: respeito pela dignidade e direitos das pessoas; competência; responsabilidade; integridade; beneficência e não – maleficiência. Os princípios específicos são os seguintes: consentimento informado - o cliente é informado dos procedimentos, da confidencialidade da informação recolhida e os seus limites éticos e legais; privacidade e confidencialidade – assegurar e manter a privacidade e confidencialidade de toda a informação recolhida do paciente/utente; relações profissionais – prestar colaboração aos colegas e não os desacreditar, exercendo a sua atividade profissional, tendo na base, o princípio da independência e autonomia técnica, em relação a outros profissionais e seus superiores hierárquicos; avaliação psicológica – é um processo compreensivo, diversificado, em que os materiais e protocolos de avaliação, incluindo manuais e sistemas de cotação e interpretação, não são disponibilizados aos clientes ou a outros profissionais não qualificados no âmbito da Psicologia. O Psicólogo deve proteger os materiais de avaliação, prevenindo a sua divulgação para o domínio público; prática e intervenção psicológica – são influenciadas por vários fatores, não só ao nível institucional, mas também da estrutura orgânica e dinâmica do serviço. O acompanhamento psicológico é da exclusiva responsabilidade do psicólogo; é este que decide ou não, pelo acompanhamento psicológico, pois cabe a este, ponderar a indicação da criança/jovem/utente ou família, para a sua intervenção psicológica. Quando o acompanhamento é mais de cariz clínico, cabe exclusivamente ao Psicólogo, aconselhar a realização desse acompanhamento fora do

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contexto institucional, de modo a ficar salvaguardada a isenção necessária num processo terapêutico; instalações – o Psicólogo deverá desenvolver sempre, a sua atividade, em instalações adequadas que garantam o respeito pela privacidade do cliente/utente e que permitam a utilização de todos os meios considerados necessários; procedimentos – o acompanhamento psicológico é dinâmico e contínuo, no tempo, sendo incompatível com avaliações trimestrais. Quando o Psicólogo considerar que foram alcançados os objetivos propostos ou quando não se observa evolução no processo terapêutico, ou quando o utente/jovem/família não desejam continuar com o acompanhamento, o mesmo é concluído, sendo efetuado um relatório final do mesmo; formação, supervisão e investigação – trabalhar em psicologia exige disponibilidade, funcionamento mental cuidado e constante atualização de conhecimentos e práticas, sendo muito importante a Formação Contínua, para uma constante evolução a nível técnico. O mesmo se passa para a supervisão e investigação. Em Portugal, o psicólogo encontra-se sob várias fontes e fatores de stress que condicionam o seu desempenho profissional, nomeadamente, em aspetos relativos às relações profissionais, por inflexibilidade e desconhecimento das especificidades da profissão, por parte de alguns superiores hierárquicos; relações entre colegas de profissão; falta de apoio por parte de estruturas representativas da classe; excesso e sobrecarga de trabalho em que há uma acumulação de funções e tarefas e falta de tempo para responder, de forma adequada, aos vários pedidos profissionais; a falta de perspetivas de progressão profissional, bem como o baixo salário, sendo altamente stressante e frustrante, para o Psicólogo, percecionar a falta de perspetivas de desenvolvimento ao nível do Ecossistema Escolar. Tudo isto conduz a níveis baixos de satisfação profissional. Vale a pena efetuar-se uma reflexão sobre o número de horas de trabalho e a remuneração que o Psicólogo escolar aufere, no desenvolvimento das suas funções. O problema não está na Psicologia, mas sim, nas condições profissionais que são dadas, assim como nas próprias especificidades/características das várias escolas que o Psicólogo Escolar apoia. O Psicólogo antes de o ser, é um SER HUMANO, que, por isso, também tem manifestações ao nível da sua saúde, quando o stress é extremo e quase a “roçar” o Burnout esgotamento físico e mental causado por excesso de trabalho ou por stress decorrente da atividade profissional -, nomeadamente: sensações de cansaço e de exaustão; dificuldades em acordar, levantar e adormecer; falta de apetite; beber; fumar excessivamente; enxaquecas e dores de cabeça. Deixamos aqui, em aberto, um espaço para reflexão sobre as condições em que estes profissionais se encontram a exercer a sua atividade profissional, em meio escolar, para que a possam desempenhar com a maior responsabilidade e eficácia possíveis, já que a sua atividade, implica contacto direto e ajuda a outras pessoas.

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OUTRAS LEITURAS Angela’s Ashes Nuno Estanislau | 11.º Q

Requisitei, há alguns meses atrás, na Biblioteca Escolar desta escola (Manuel Teixeira Gomes) o maravilhoso romance intitulado “Angela’s Ashes” do autor Irlandês-Americano Frank McCourt. Este livro é, essencialmente, as memórias do autor enquanto criança no meio da sua família disfuncional numa luta longa e árdua pela sobrevivência na pobreza extrema. Começando no ano de 1930 e estendendo-se até ao ano de 1939, esta história verídica foi galardoada com o prémio Pulitzer para Melhor Biografia ou Autobiografia em 1996, ano em que o romance foi publicado. Nascido na América, esse local é precisamente onde o romance começa, sendo alvo de referência no primeiro parágrafo do livro. No entanto, o país é pouco referido no decorrer do romance, sendo este centrado nos acontecimentos da Irlanda e na família de Frank. As personagens são extremamente complexas e a perspectiva infantil e até ingénua de Frank leva o leitor a simpatizar com as personagens mais imorais como o seu próprio pai, que é alcoólico e usa o abono do filho mais novo, ainda apenas um bebé, para satisfazer o seu vício temporariamente. A sua mãe, Ângela, cujo nome figura no título do livro também é uma personagem complexa -senão a mais complexa de todas -- é uma personagem de carácter psicológico muito forte. Esta revela-se uma mulher esperançosa, crente e a fonte da união da família, querendo sempre o melhor para os seus filhos e filhas, mesmo quando isso implica auto-sacrifício. Estas duas personagens, são, de maneiras diferentes, bastante significativas no decorrer do romance e no desenvolvimento de Frank enquanto simples rapaz que procura evoluir, e ao fazê-lo, custar o menos possível à sua família. A risco de estragar a experiencia de ler o romance, apenas me resta recomendar a sua leitura a todos os interessados em ler romances na língua inglesa.

É verdadeiramente um livro

emocionante, que agarra o leitor na primeira página e o faz ansiar a próxima página, a próxima folha, até mesmo o próximo paragrafo. Aqueles que se quiserem aventurar neste livro e saber um pouco mais da vida na Irlanda de meados do século XIX resta-me desejar-vos… BOA LEITURA!

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In Memórias do Núcleo de Ténis de Mesa ESMTG DESPORTO EM AÇÃO  Prof. Francisco Pereira

O Núcleo de Ténis de Mesa ( NTM) nasce na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes (ESMTG), oficialmente no ano lectivo de 1996/1997. É um núcleo desportivo da ESMTG. E é também um núcleo do Desporto Escolar (DE). Sujeito a uma candidatura e a um regulamento próprio. O DE está no Plano Anual de Actividades da escola. O responsável máximo pelo projeto do Desporto Escolar na escola é, naturalmente, o Diretor da escola. Os alunos inscritos/participantes estão sujeitos às mesmas regras que norteiam os restantes alunos da escola, acrescidas do cumprimento de regras técnicas, e de conduta desportiva, enquanto praticantes de uma modalidade muito tecnificada e em permanente evolução. Durante algum tempo, o aluno, orientado, vai abandonando o “pingue-pongue” e torna-se praticante de ténis de mesa. Regras e técnicas fazem já toda a diferença. Para além do uso de materiais e equipamentos de jogo homologados. Mas o NTM proporciona também aos praticantes que o desejam, numa vertente mais lúdicorecreativa, um passatempo, a oferta de uma actividade físico - desportiva, de experimentação livre e descontraída, uma oportunidade de convívio com alunos das outras escolas, nomeadamente das outras escolas do atual agrupamento, um espaço de socialização prévio, informal, entre alunos das mais diversas origens geográficas, sociais, idades ou género. Participam no NTM alunos da ESMTG, mas também alunos de outras escolas da cidade, nomeadamente, escolas básicas do 2º,3º ciclo e mesmo da Escola Secundária Poeta António Aleixo. Há mesmo alunos, poucos, é certo, de outras escolas… vizinhas, mas que já pertencem a outro concelho. Nos últimos anos o nº de alunos de outras escolas tem sido superior ao nº de alunos da ESMTG. O NTM tem desenvolvido a sua actividade desportiva principalmente no âmbito do programa do Desporto Escolar, mas tem procurado também, participar noutros

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eventos fora do circuito escolar, nomeadamente no Open de Lagoa, nos eventos desportivos promovidos em parceria com Associação de Estudantes (Torneio Interno AE) e no Março Jovem ( Torneio inter - escolas) de Portimão. Neste último, o NTM conta já com a sua 3ª participação na organização desse evento desportivo. Delegação Ténis de Mesa do Algarve Nacional do Desporto Escolar Caldas da Rainha (Maio 2013)

1º lugar individual ESMTG Nacional DE 2012/13 (Caldas da Rainha)

Premiados Torneio Março Jovem 2013

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Local treino –Polivalente ESMTG

Construção mesa exterior-cofragem (Projeto Voluntariado 1998-1999)

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Acompanhamento de obra e autor do projeto técnico da mesa em betão de ténis de mesa( arquitecto José Duarte) 1998-1999


DESPORTO EM AÇÃO  ALGARVE SUPREENDE NOS NACIONAIS DO DESPORTO ESCOLAR

Equipas da ES Manuel Teixeira Gomes mostram o seu valor na maior competição escolar do país Prof. Edgar Plácido

Ao fim de 3 anos no projeto de Voleibol com o professor Edgar Plácido, a nossa escola alcançou as melhores classificações de sempre nos Nacionais do Desporto Escolar. Representando a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares - Direção de Serviços da Região do Algarve, as nossas duas equipas chegaram à competição cheias de esperança e sonhos, mas cientes das dificuldades. O Professor Edgar Plácido estava preocupado com a possibilidade de ter encontros em simultâneo pois sendo responsável pelas duas equipas, masculina e feminina, corríamos o risco de o professor não conseguir estar com uma das equipas. Contudo o sorteio ditou que não teríamos esse problema, porém o professor andaria de um campo para o outro, pois, apesar de os jogos não se sobreporem, realizavam-se uns a seguir aos outros. A primeira equipa a entrar em competição foi a feminina, logo na sexta-feira, 10 de maio, e começou com o pé direito com uma vitória sobre a Escola Secundária Madeira Torres – Torres Vedras por 2-1 com os parciais de 25-10; 16-25 e 15-11. A equipa não jogou no primeiro dia de competição, porém teve de fazer os dois jogos do grupo no sábado e ainda jogar a meia-final nesse mesmo dia. Assim a equipa masculina iniciou a competição às 8h30 contra a equipa do Alentejo – ES D. Sancho III, vencendo por 3-0 com os parciais de 25-6; 25-17 e 15-12. Seguiu-se a equipa representante de Lisboa e Vale do Tejo – ES José Gomes Ferreira, que também venceu por 3-0 com os parciais de 25-19; 28-26 e 15-13, e apurou-se para a meia-final. A equipa feminina entretanto realiza o seu segundo jogo contra a equipa da AE de Odemira, que vence por 2-1 com os parciais de 25-10; 15-25 e 15-7, apurando-se também para a meia-final.

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Seguiram-se as meias-finais com desfechos diferentes.

A

equipa masculina vence a equipa do

Colégio

Valsassina por 2-1,

com

os

parciais de 2520; 21-25 e 157, já a equipa feminina perde com a equipa do

Instituto

Educacional do Juncal por 3-0, com os parciais de 25-8; 25-20 e 15-8. Note-se que, apesar de não termos jogos sobrepostos, a equipa feminina iniciou o jogo sem a presença do professor pois este encontrava-se no campo ao lado a disputar o jogo da meia-final do masculino. E assim terminou a competição no sábado. Chegamos ao último dia de competição com a equipa feminina a jogar para o 3º e 4º lugar contra a equipa da ES Madeira Torres, adversário que já tínhamos defrontado na fase de grupos e a quem tínhamos ganho. Começamos bem ganhando o 1º Set por 25-20 porém não conseguimos manter a concentração e a regularidade e perdemos os set’s seguintes por 25-14 e 15-10, pelo que acabamos a competição em 4º lugar, subindo uma posição no ranking da competição, em relação ao ano transato. Já a equipa masculina vai para a final da competição com muita esperança e vontade de ganhar, mas do outro encontrava-se a equipa de ES Latino Coelho, uma equipa constituída por alunos federados com um ritmo de jogo e experiência muito grande. Os nossos alunos chegaram a este jogo com 9 jogos disputados, o adversário chega com mais de 30 jogos. Porém essa diferença quase não se notou pois a nossa equipa deu boa conta de si, apesar de terem perdido por 3-1 com os parciais de 22-25; 25-22; 20-25 e 2325. Mostraram que todo o trabalho, dedicação e sacrifício valeu a pena…

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Na opinião de uma das nossas alunas, Catarina Tiago: “Porque independentemente das dificuldades, das desavenças, das lágrimas, das classificações, e do que acontecer para o ano, há coisas que vão valer a pena recordar! E se este ano foi o pior em muita coisa, por outro lado foi também o melhor em muitas! Apesar de, se calhar, termos ficado aquém das expetativas, orgulho-me do “pouco” que fizemos e evoluímos enquanto jogadoras e indivíduos. E não foi preciso evoluirmos depressa, nem sermos as melhores para termos tido bons momentos, e esses sentimos nós à nossa maneira. E para mim foi isto o Voleibol… o nosso grupinho de estranhas e desconhecidas tornou-se unido, as gargalhadas, o suor, o serviço por cima, o subir a montanha e descansar na parede, o tocar a bola lá em cima e não esperar que ela descesse, o não rodar os pulsos, a partilha, a atitude quando foi dia, as viagens, as músicas da rádio, o bloco que fiz à do IEJ (éuééé), os gritos, o choro, foram as mil e uma lições, foi o ‘stor Edgar, e o mais importante de tudo, o voleibol são VOCÊS!” Ou nas palavras do aluno Levi Merlo “Sermos Vice-Campeões para nós já é uma Grande vitória. Meses de treino bastante recompensados, um treinador que nunca desistiu de nós… Obrigado Edgar Plácido!! Todos nós, por vezes, não damos o devido valor a certas coisas, mas todos nós, somos o que somos hoje no voleibol graças a si. Cada ponto, cada set, cada jogo, cada emoção, tudo valeu a pena, a melhor equipa de sempre, mais do que uma medalha…” Concluindo, mais que os resultados ficam os momentos, uns bons e outros maus, a partilha, o companheirismo, o trabalho árduo para tentar esbater as diferenças entre nós e os nossos adversários, a técnica e a tática. A resolução de problemas, as lesões, os testes, o conciliar da vida académica com a vida desportiva. A equipa, o espirito de grupo, as competições, as vitórias, as derrotas, os adversários, as viagens…

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DESPORTO EM AÇÃO 

GIRAVOLEI – GIRA+ UM PROJETO COM SUCESSO NA ESMTG Prof. Edgar Plácido

Mais um ano do projeto Giravolei e Gira+ e a nossa escola esteve presente nos InterRegionais em Mértola no passado dia de 19 de Abril, apresentamos nove duplas à competição para apuramento para o Nacional do Projeto que decorreria em Castelo de Vide nos dias 1 e 2 de Junho. No apuramento para os Nacionais ficavam apurados os dois primeiros de cada escalão/sexo. Assim das noves duplas que levamos aos Inter-Regionais, conseguimos apurar seis duplas: A saber:

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ESCALÃO 16-18 ANOS Masculino Campeões Regionais – Renato Guerreiro/Arthur Nunes (apurado) Vice-Campeões – Levi Merlo/Cristian Briceag (apurado) Feminino Campeãs Regionais – Filipa Silva/Margarida Ferro (apurado) 3º Lugar – Inês Leite/Beatriz Rodrgues 5º Lugar – Ana Oliveira/Catarina Valente ESCALÃO 19-23 ANOS Masculino Campeões Regionais – Rui Santos/David Arcadinho (apurado) Vice-Campeões – Boubacar Baldé/Pedro Pral (apurado) Feminino Campeões Regionais – Vlada Moscaliova/Magdalena Burian (apurado) 5º Lugar – Catarina Tiago/Ionela Farcasanu “O Encontro Nacional é a maior festa dos jovens que praticam Voleibol e representa o momento desportivo mais alto destes atletas. Estar presente na fase final não significa apenas que são os melhores naquilo que fazem, mas também que vão viver, durante dois dias, momentos inesquecíveis, pois o Encontro Nacional, ao reunir jovens de todos os pontos do país, culmina num enorme convívio que cria um verdadeiro ambiente de festa”, salienta Leonel Salgueiro, o Coordenador Nacional do Gira-Volei. “Para a Federação, o mais importante é o aspeto social, o convívio, a fraternidade, a amizade que se fortalece entre os elementos da dupla de jogadores e mesmo entre os participantes durante o Encontro Nacional. Mais do que ensinar a técnica e procurar a vitória desportiva, o Gira-Volei promove o fair-play, a tolerância e o convívio entre os jovens de diferentes pontos do país”, diz Teodemiro de Carvalho, Secretário Geral da FPV. Desde que o projeto foi implementado na escola, pelo professor Edgar Plácido a evolução dos resultados tem vindo a falar por si, em 2010 levamos duas duplas ao Nacional do Giravolei e conseguimos uma dupla campeã Nacional no escalão 19-23, em 2011 levamos cinco duplas e conseguimos resultados de nota como dois vice campeões nacionais e no corrente ano os resultados:

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ESCALÃO 16-18 Anos Masculino Vice-Campeão Nacional – Renato Guerreiro/Arthur Nunes 5º Lugar – Levi Merlo/Cristian Briceag Feminino 17ºLugar – Filipa Silva/Margarida Ferro ESCALÃO 19-23 ANOS Masculino 4º Lugar – Boubacar Baldé/Pedro Pral 7º Lugar – Rui Santos/David Arcadinho Feminino 4º Lugar – Vlada Moscaliova/Magdalena Burian

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A ESCOLA E A CIDADE

Apresentação do Livro

Educar Para a Verdade e a Virtude Prof. Aires Almeida Educar Para a Verdade e a Virtude (Afrontamento, 2013) é o título do livro de Rui Cunha, infelizmente falecido, mas que se recorda com saudade da sua passagem pela ESMTG como professor de Filosofia. O livro é um estudo sobre a filosofia da educação de John Locke, apresentado como um precursor da modernidade pedagógica, e baseia-se na tese de doutoramento que Rui Cunha se preparava para defender. O grupo de Filosofia da ESMTG não podia, pois, deixar de apresentar o livro não só aos colegas da ESMTG, mas à própria cidade de Portimão. Por isso organizou, em colaboração com a Biblioteca Escolar e a Biblioteca Municipal de Portimão Manuel Teixeira Gomes (BMPMTG), uma sessão de apresentação desta obra de Rui Cunha. A apresentação teve lugar na passada sexta-feira, ao fim da tarde, na BMPMTG esteve a meu cargo, contando também com a presença na mesa do diretor da ESMTG, Telmo Soares, e da anfitriã Dora Pereira, diretora da Biblioteca Municipal. Merece registo a presença da mãe do autor, Fernanda Virgínia Cunha, que agradeceu, de forma tocante, a iniciativa, sublinhando que a ESMTG foi uma escola pela qual o seu filho teve um carinho especial. O livro e a pessoa de Rui Cunha merecem uma leitura atenta. Como professor, ele próprio foi um bom exemplo de alguém que educou para a verdade e a virtude.

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A ESCOLA E A CIDADE

Prof. Conceição Caçador Veloso

O GAAE (Gabinete de Apoio ao Aluno Estrangeiro) existe nesta escola há já 5 anos e tem desenvolvido trabalho em prol da integração dos alunos de outras nacionalidades que chegam à nossa escola pela 1ª vez. Muitos destes alunos são recém chegados ao nosso país, outros residem no concelho há já algum tempo, necessitando, todavia, de um apoio à adequação ao novo sistema de ensino. O GAAE é um projeto relevante e tem evidenciado a sua importância na colaboração com vários outros projetos da escola e com associações locais, como por exemplo, CLAII , CAPELA, entre outras. Para além disso, a nível oficial, é preciso recensear o total de alunos estrangeiros e apresentar dados estatísticos à Câmara Municipal e à Direção de Estabelecimentos de Ensino. Acrescentando a este aspeto mais formal e burocrático, o GAAE incentiva à tolerância e dinamiza ações que promovam a interculturalidade e divulguem a diversidade linguística e cultural da nossa escola. As atividades realizadas, e com o apoio da direção, têm sido recebidas com agrado pelos alunos estrangeiros e muitos outros aderem com satisfação a essas ações. Lamentavelmente, neste ano letivo, não foi possível concretizar a visita de estudo/passeio, planeada a Sintra e tão aguardada pelos vários alunos estrangeiros, por indisponibilidade de cedência de autocarro por parte da Câmara Municipal. Considerando a conjetura atual da crise financeira não é possível manter contratos com empresas privadas para que a visita se realize. Tendo em conta a planificação estabelecida pelo GAAE, todas as estratégias levadas a cabo e pensadas no bom acolhimento ao aluno de origem estrangeira, tal como na sensibilização de toda a comunidade educativa a mostrarem tolerância na diferença, alcançaram resultados positivos, tendo sido visíveis algumas das atividades que tiveram lugar na escola, conforme algumas destas fotos abaixo provam.

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Atividades de mútuo conhecimento e de integração, tendentes a eliminar preconceitos e manifestações racistas, na defesa da diversidade.

No dia 26 de setembro, pelas 15 horas, no auditório, o GAAE recebeu os alunos com vista a facilitar a integração na comunidade escolar e motivar os novos alunos a um envolvimento com este Gabinete.

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No dia 20 de novembro, com a colaboração das responsáveis pelo CLAII (Centro Local de Apoio e Integração do Imigrante), Dr.ª Liliana Briceag e D. Albertina Mateus, pela ASAA (Associação São-Tomense e Amigos do Algarve) e contou com a participação dos alunos das turmas 10.º C, 10.º J, 11.º D, 11.º B e 12.º B.


Entre o dia 22 e 27 de fevereiro, foi apresentada a toda a comunidade escolar, no átrio do bloco B, a exposição subordinada ao tema das religiões, já que esta assume um valor intrínseco e fundamental nas comunidades de onde são oriundos e que os ajuda no seu processo de integração na sociedade portuguesa.

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Nacionalidades = 24 (23+1 da noite) Total de alunos estrangeiros =146 alunos (125+21 à noite)


DUPLA NACIONALIDADE NACIONALIDADE / PAÍS

Nº de ALUNOS

Alemanha

1+1(noite)

Angola

2+2(noite)

Áustria

27+3(noite)

Cabo Verde

11+3(noite)

Cuba

Língua Materna

2

Equador

1(noite)

Espanha

2

Filipinas

2

França

2

Guiné - Bissau

8+1(noite)

Holanda

2

India

1

Irlanda

1

Luxemburgo

1

Moçambique

13

38

1

Brasil

NACIONALIDADE Portuguesa

Alemão3

Holandês3

Ucraniano 22

Tagalog2

Crioulo18

Russo8

Romeno11

Senegalês1

Espanhol4

Inglês9

Moldalvo – 27

Francês7

Hindu1

Português do Brasil28 Português12

1

Moldávia

21+2(noite)

Reino Unido

2

Roménia

11+2(noite)

Rússia

4

S.Tomé e Príncipe

1+2(noite)

Senegal

1

Ucrânia

22

Uruguai

1

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DUPLA NACIONALIDADE

Nº Al

DUPLA NACIONALIDADE

Nº Al

DUPLA NACIONALIDADE

Nº Al

Moldávia-Portugal

12

Guiné-Bissau- Portugal

3

Senegal- Portugal

1

Brasil-Portugal

3

Cuba-Portugal

1

Cabo- Verde- Portugal

1

Moçambique-Portugal

1

Suíça-Portugal

2

Rússia- Moldávia

1

Filipinas-Portugal

1

Luxemburgo- Portugal

1

Ucrânia - Portugal

3

África do Sul- Portugal

1

Reino Unido - Portugal

3

Espanha -Portugal

1

França- Portugal

2

Holanda-Portugal

1

Estas alterações, no presente ano civil, causaram diferenças de número de nacionalidades, assim como no número total de alunos de origem estrangeira. Contudo, por detrás destes alunos há uma forte componente cultural ligada aos seus familiares mais chegados, sem contar com a língua materna falada em casa, que é a da origem dos seus familiares


Partilha de sabores, cores e ritmos A 31 de maio realiza-se esta festa, que já é tradição na nossa escola, contando com a colaboração das várias associações e é sempre do agrado de todos aqueles que participam, contribuindo sempre com algo identificativo cultural.

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Desde a altura das Descobertas que Portugal sempre se mostrou um país intercultural e na actualidade que se nos apresenta um mundo continuo de mudança, onde vivem e se cruzam pessoas de diferentes culturas é importante que o projeto GAAE continue com os mesmos ideais, mobilizando a sociedade para o respeito pelos direitos sociais dos imigrantes e pelo exercício da sua cidadania, contribuindo para uma escola inclusa que de facto a Esc. Sec. Manuel Teixeira Gomes se tem prestado.


PROFISSIONALMENTE O ENSINO PROFISSIONAL E A INTERSEÇÃO DE PLANOS Prof. Ana Carlos | Assessora Pedagógica A questão do ensino profissional na escola pública parece concentrar algumas das mais importantes ambiguidades e controvérsias relativamente à educação escolar com repercussões na forma com é encarada a relação da educação com outras esferas da vida social, nomeadamente a produção e a economia. Mas, atualmente, espera-se que contribua também para o desenvolvimento económico e para a minimização do desemprego jovem, reduza o insucesso escolar e contrarie as linhas de tendência do abandono escolar. A prática da gestão curricular no ensino profissional traduz um conjunto de situações específicas que a condicionam. Destacam-se os elementos situacionais das condições pessoais, sociais e culturais dos alunos e os seus contextos; as estruturas organizativas enquadradoras, bem como as interações entre os vários intervenientes. A operacionalização do quotidiano dos cursos profissionais não se compadece de qualquer abordagem que peque por ser reducionista ou descontextualizada. O ensino profissional parece constituir-se como o cadinho dos axiomas da perfeição. A diferença, respeitada e promovida num estatuto de especificidade, pode ser perigosa. Embora o ensino profissional possa correr o risco de ser, hoje, como antes, promotor da continuidade da diferença e da imobilidade social, ele é também prova da coragem ao contrariar essa diferença e um importante passo para a equacionar de forma séria. As turmas dos cursos profissionais nem sempre são a melhor resposta e muitas vezes o direito à diferença perde-se na exclusão a que o sistema condena a individualidade em nome desse direito. É este o ciclo que a escola tem que continuar a tentar contrariar. Os professores têm que estar conscientes do poder que têm e da responsabilidade ética, social e política que o seu papel lhes atribui. A exclusão social pode e deve ser contrariada pela oferta formativa nas escolas de forma integrada e adequada aos públicos que serve. O projeto curricular das escolas deve poder considerar, efetivamente, as suas realidades e prioridades. O currículo, em todos os seus níveis, constitui-se enquanto projeto de aprendizagens necessárias socialmente que tem que se efetivar num contexto específico, de forma a garantir a sua assunção por todos. A realidade social tem evoluído e a escola tem que acompanhar essas mudanças sob pena de não conseguir cumprir o seu fim maior: garantir a qualidade e a equidade da educação. Sem esta consciência, os atores não podem chamar a si a responsabilidade da decisão e integrar a sua gestão de forma plena, colaborativa e segura, e os mecanismos de acompanhamento e a supervisão da sua ação serão sempre inconsequentes e esvaziados pela ausência de ação intencional, consciente e informada.

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PROJETO COMENIUS FEMINA - Citoyenneté et égalité: La participation de la femme dans la société

européenne depuis 1900

Ana Gonzaga | Estela Vieira | Iolanda Gastão | Telma Lança

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Visitas… lá fora O projeto Comenius – Femina (cf. Instantes,nº 5), neste seu segundo ano de desenvolvimento, levou a cabo uma diversidade de tarefas que passaram por revisão e tradução em inglês e francês de biografias de mulheres portuguesas de destaque, nas várias áreas do saberou intervenção cívica, bem como elaboração ou reformulação e tradução nas línguas referidas, de atividades pedagógicas sobre os vários perfis femininos e sua inclusão na plataforma etwinning do projeto. Nesta foi ainda criado um blogue (journal du projet) no qual a nossa escola


participou de modo dinâmico, quer através de textos, quer de reportagens fotográficas e vídeos, para divulgação das iniciativas realizadas. O produto final, passível de utilização pedagógica, consiste num ebook que reúne as biografias elaboradas nos vários países da parceria, atividades pedagógicas e outros documentos (vídeos, textos, fotos) com elas relacionadas. Este produto permite ainda uma navegação on-line, através de páginas web e do espaço etwinning do projeto. Pelo 2º ano consecutivo, o Dia da Mulher mereceu especial atenção, tendo envolvido de forma significativa a comunidade escolar. No dia 7 de março, os alunos de Oficina de Expressão Dramática, sob orientação dos professores Nídia dos Santos e Alfredo Gomes, apresentaram um espetáculo de homenagem a algumas das figuras biografadas, nomeadamente Elvira Fortunato, Joana Vasconcelos, Rosa Mota e Amália Rodrigues. No mesmo dia, foi inaugurada uma exposição com trabalhos de alunos que valorizam “mulheres com história” e “histórias de mulheres”. Foi também apresentado um painel representativo da evolução do papel da mulher ao longo dos tempos, cartazes e folhetos alusivos às questões de género. Foi aproveitada a oportunidade para reunir fotos e comentários de alunos participantes nas mobilidades do projeto e fazer a sua divulgação. Ao longo da semana, decorreram ainda conferências sobre o tema “Violência no Namoro”, dinamizadas pela APAV, numa colaboração entre este projeto e o PES (Plano de Educação para a Saúde). Na segunda conferência do dia 8, que contou com a presença da Direção da Escola e da imprensa local, a coordenadora do projeto teve oportunidade de apresentar um balanço de todo o trabalho realizado e uma projeção das iniciativas ainda previstas até à sua conclusão. Mais uma vez, a BE esteve presente nesta comemoração, através de uma exposição (“Mulheres da atualidade na pintura, na música e na escrita”). Ao longo do ano, foram desenvolvidas nas turmas do projeto, em espaço de sala de aula, atividades de debate e sensibilização à temática da Mulher. Mais uma vez, a escola esteve representada em todos os encontros do projeto, através da mobilidade de professores e alunos, a saber: França – Castres, duas professoras e dois alunos, Áustria – Viena, três professoras e cinco alunos e Espanha - Salamanca, três professoras e cinco alunos. No total dos dois anos participaram nestas deslocações catorze alunos selecionados nas turmas envolvidas. Apraz-nos registar a qualidade da sua participação em todas as atividades que integraram, bem como a sua competência linguística e comunicativa. De acrescentar que esta opinião é partilhada pelos responsáveis das restantes delegações. A título de conclusão, agradecemos a todos os que, de algum modo, contribuiram para o sucesso do projeto e reiteramos a pertinência e importância deste tipo de experiências, no desenvolvimento cultural, cívico e pessoal dos alunos, pelo contacto direto com realidades diferentes da sua. Ficam, para além de produtos e resultados materiais, experiências e partilhas culturais muitíssimo enriquecedoras e, acima de tudo, laços de entendimento e afeto tão necessários nesta Europa tão conturbada.

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A este respeito, nada melhor do que dar a palavra aos alunos: «A mobilidade em Castres foi algo inesquecível. Tanto eu como o meu colega fomos recebidos por todos da melhor forma possível, tanto pelas famílias de acolhimento como pelos alunos e professores do projecto. Os professores organizaram um programa de visitas a locais simplesmente incríveis. As nossas apresentações de biografias foram boas, houve mesmo professores que nos elogiaram. (…) Adriano Martins, 11ºL « (…) Adorei conhecer outro país e outras cidades, foi espectacular conhecer pessoas que neles habitam, com diferentes línguas e diferentes hábitos. (…) A família que me acolheu não podia ser melhor, pois eram muito simpáticos e acolheram-me muito bem.” André Oliveira, 11º L “Com esta viagem alarguei os meus horizontes em vários aspectos. (…) Conheci uma nova cultura, ao viver na casa de uma família austríaca e aproximei-me dos costumes de um país totalmente diferente de Portugal. (…) Criei um grande afecto com muitas das raparigas pertencentes ao projeto. Alarguei também os meus horizontes no conhecimento de personalidades femininas marcantes, não só de outras nacionalidades, mas também da minha, através do trabalho que tive que desenvolver ao longo do projecto e durante o encontro.” Adriana Pires, 11ºL “Sinto que cresci como pessoa e que todo o meu trabalho no projecto valeu a pena, pois aprendi coisas que me vão servir para o resto da vida.” Francisco Gonçalves, 11ºL “A mobilidade que me foi possibilitada pelo projecto Comenius - Femina foi simplesmente inesquecível. Em primeiro lugar porque a cultura que adquirimos em apenas uma semana é algo impressionante. Em segundo, porque se não tivesse tido esta oportunidade através do projecto, não a teria de todo.” Sandra Duarte 11º L

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É impressionante que, numa semana, duas pessoas passem de estranhas a amigas. Eu continuo a falar com os alunos dos outros países participantes e com a família que me recebeu. Este tipo de projeto ensina-nos tanta coisa! Melhorei o meu Inglês e até aprendi umas palavras em Alemão; além disso, conheci quatro culturas novas numa semana! Sophie Geerlings,11ºJ A mobilidade a Viena foi, sem dúvida, inesquecível! Com esta viagem eu e os meus colegas aprendemos muito, tanto sobre o país visitado, como sobre os outros países de onde vinham os colegas que, como nós, também o visitaram: Espanha, França e Itália. Adorei conhecer a cultura, os hábitos, a língua, as regras e a gastronomia da Áustria que são, sem dúvida, bastante diferentes de Portugal. Inês Marques,11ºJ O que mais me agradou na visita foi, em primeiro lugar, a cidade. Para mim, Salamanca é uma cidade bela, cheia de espaços verdes, de monumentos históricos, um sítio onde a diversão se junta à cultura. Em segundo lugar, as amizades criadas através do projecto, os laços criados em tão pouco tempo, são, sem dúvida uma sensação única. Conhecemos muitas pessoas, algumas nunca mais iremos ver, outras serão, embora à distância, amigos para a vida. Alexandre Pancadas, 11ºL Foram só cinco dias, mas foram, sem dúvida os melhores cinco dias da minha vida. Tudo o que aprendi, vivenciei, conheci, experimentei não se compara a nada que já tenha feito antes, e adorei. Adorei todos os momentos, todos os risos, todas as coisas que fiz, todas as pessoas que conheci e o que aprendi com elas. Rita Silva, 11º J A viagem a Salamanca foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Foi uma viagem espectacular. A viagem permitiu-me conhecer novas culturas, pessoas fantásticas de diferentes países, visitar uma cidade que ainda não tinha visitado e ficar conhecer muitos dos papéis marcantes que a mulher já teve. Shea, 11ºJ O projeto Femina é um projeto que promove o contacto com outras pessoas de países diferentes. É bom para conhecermos outros estilos de vida e outros hábitos. Participar neste projeto foi uma ótima experiência, porque pude fazer de tudo, desde ter momentos com a “minha família”de acolhimento, a momentos para visitar a cidade e participar em atividades feitas propositadamente para o projeto. Catarina Carvalho, 11ºJ O projecto Comenius-Femina, infelizmente, chegou ao fim. O último encontro ocorreu a Salamanca, no qual tive a oportunidade de participar. Toda a viagem e experiência foram fantásticas.(…) A rapidez com que criámos laços com os restantes estudantes e nos integramos no seu quotidiano foi incrível. Outro aspecto positivo desta experiência foi o uso das línguas estrangeiras (o inglês, espanhol e francês). Rita Martins, 11ºJ

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Ser mulher é … …ultrapassar a dor de um árduo dia de trabalho, sobre uns longos saltos altos …saber ter paciência para se arranjar todas as manhãs, diante do stress matinal e a pressão do tempo …chegar a casa estafada e ainda trabalhar para o equilíbrio do seu lar …querer sempre o bem querer …ser filha, mãe, dona de casa, cozinheira ou até costureira, ser multifacetada …ser humilde, nervosa, atraente, inteligente, não desistir, ser guerreira …ser protetora, compreensiva, maternal …ser o farol que ilumina a vida daqueles que mais gosta, o porto de abrigo em dias de “guerra” … é ser vaidosa, sonhadora e sedutora … chorar sozinha, mas aparecer com um sorriso na cara …triunfar mesmo quando não acreditam em nós …ter o poder de encarar a felicidade e a angústia ……é um grande privilégio e é indescritível

10º k

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Traçamos futuros. Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes – Portimão | Avenida S. João de Deus TELEFONE: 282 450 410 | FAX: 282 415 049 | geral@esmtg.pt | www.esmtg.pt


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