Revista Instantes nº 5

Page 1

0


1


3. Palavra do Diretor 4. Editorial 5. Biblioteca Manuel Teixeira Gomes –

leituras sem cor, sem credo, sem barreiras…

48. Dias de Escola 8 | Ainda é possível sorrir? 9 | Associação de Estudantes 11 | Festa de solidariedade

12. Dias de Saber 12 | Os Animais têm direitos? 18 | Património e memória 21 | Latim para vencer 23 | A matemática e as artes

26. Dias de Leitura

26 | Testemunho de uma escritora 27 | A arte de bem contar…

28. Dias de Ciência 28 | Eco Sustentabilidade XXI

29. Talentos 29 | Perdoar no Natal 34 | Poesias 36 | Receita de um aluno exemplar

56. Desporto em Ação 56 | GiraVolei 58 | Ténis de mesa

60. Semanas Certas 60 | Semana da Informática 2012

61. Uma Escola Multicultural 61 | Conto popular moldavo 64 | Atividades do GAAE 66 | Curso de Português para todos

68. Visitas … Lá Fora 68 | Intercâmbio escolar Portugal - Alemanha

70. Visitas … Cá Dentro

70 | Festival de contos 71 | Campeonato de Xadrez 72 | Divulgação da oferta educativa 2012.2013 2

74. Profissionalmente 74 | Profissionalmente - Eventos 76 | Testemunhos DESTACÁVEL CENTRAL O idoso – o nosso maior património

37. Outros Gestos

37 | Luzes, câmara, ação 39 | De arte, de labore

43. Projetos em Ação 43 | Projeto Femina 46 | Voos 48 | PREPROMED

SUMÁRIO

50. Em Observação 50 | Exposição Patrimónios

51. Escola e Ambiente 51 | Caminhadas na Algarviana 53 | Projeto DEME – pioneirismo e tradição

Instantes 5 | 2012


Colaboraram neste número: Aires Almeida Alfredo Gomes

Palavra do Diretor

Alla Bilenko Amélia Taveira Amélia Flor Ana Cláudia Dias

Prof. Telmo Eduardo Soares

Ana Rita Inácio Carolina Reis Catarina Silva Conceição Veloso Dora Gomes Pereira Edgar Plácido

Aproximamo-nos, a passos largos, do final do ano letivo e uma vez mais a revista Instantes, já uma referência e tradição na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, surge para fazer o registo das muitas iniciativas e atividades

Equipa do Projeto Femina

promovidas e desenvolvidas por alunos, encarregados de educação,

Francisco Pereira

professores e funcionários, refletindo a dinâmica, a criatividade e a qualidade

Grupo de Professores de Geografia

do nosso trabalho.

Grupo de Professores de Informática Helena Tapadinhas Inês Pereira Ivone Ferreira

Este ano letivo ficou marcado pela avaliação externa da nossa escola, realizada por uma equipa da Inspeção Geral da Educação, entre 19 e 20 de janeiro. O

João Duarte

Relatório final, produzido pela equipa de avaliação, decorrente da análise dos

João Alves

documentos estruturantes da escola, dos indicadores de sucesso académico

José Miranda Alves

dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação e da realização de

Luís Elias

entrevistas em painéis representativos de toda a comunidade educativa,

Luís Gonçalves Luís Pinto Salema

permitiram uma avaliação muito positiva nos três domínios que compõem o

Luísa Vicente

quadro de referência da avaliação externa - Resultados, Prestação do

Maria Eugénia Pacheco

Serviço Educativo e Liderança e Gestão - nos quais se obteve,

Maria José Duarte

respetivamente, as avaliações de Bom, Muito Bom e Muito Bom.

Mariana Paraíso Miguel Ramos Nídia Santos Nuno Batista

As apreciações registadas no relatório de avaliação evidenciam o reconhecimento do trabalho, empenho e dedicação de todos os elementos da

Oana Fenesan

comunidade escolar na persecução dos objetivos e metas traçados no projeto

Oxana Dimova

educativo. A melhoria da qualidade das aprendizagens e dos resultados

Pedro Cabo

académicos, a promoção da igualdade de sucesso para todos os alunos e o

Rodrigo Costa

compromisso com a modernização e consciência ambiental, já não são uma

Rodrigo Fragoso Rodrigo Vieira

miragem mas sim uma certeza, concretizando-se através do desenvolvimento

Rogério Campos

de projetos diversificados e inovadores, privilegiando uma educação

Rosário Cardoso

humanista, valorizando o conhecimento científico e a educação para a

Rosário Cristóvão

cidadania. A abordagem de temas como educação ambiental, educação para a

Sandra Guerreiro

saúde e educação intercultural fomentam valores de solidariedade, de inclusão,

Sara Henriques

de respeito pelas diferenças e colocam a responsabilidade humanista, ecológica

Telmo Soares Verónica Quintelas

____________________________

e ambiental no coração das boas práticas escolares, permitindo-nos viver uma escola de oportunidades e de futuro.

Propriedade: Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes | Av. S. João de Deus | 8500- Portimão

Finalmente, uma palavra de apreço a todos os que tornaram possível e

Coordenação: Maria do Rosário Cristóvão

qual se tem vindo a guardar momentos marcantes desta escola que teima em

Conceção Gráfica: Luís Pinto Salema

continuar a traçar futuros.

Capa: Telma Lança e Rosário Cristóvão

contribuíram para a publicação deste quinto número da revista Instantes, na

Bem Hajam!

3


Editorial

A revista Instantes 5 reporta-nos este ano para uma palavra que, embora nos conduza ao passado, tem um valor e uma presença que nos enraíza no quotidiano e nos projeta para o futuro – património. A ESMTG tem um património inquestionável. Pelo seu espaço circulam alunos de todas as idades, alunos em idade escolar, alunos adultos, alunos da terceira idade usam as salas de aula para a sua universidade; alunos portugueses, alunos estrangeiros - este ano a escola conta com a presença de alunos de 24 nacionalidades diferentes -; alunos de diferentes continentes, europeus – do norte, de centro e do sul da Europa -, africanos, asiáticos, sul americanos; alunos de religiões diferentes, outros sem religião alguma; alunos com opinião política, alunos ainda sem opinião política; alunos que por cá passam apenas por um ano escolar, outros que fazem os seus estudos e traçam cá dentro o seu futuro; professores que ensinam apenas por um ano escolar, professores que ficam uma vida; professores que vão com vontade de ficar; alunos, professores, funcionários, encarregados de educação … todos vindos do mundo para a escola. A história da escola é este tecido multicultural, é a história do que não se repete e não se prevê, que se tece todos os dias, que se complexifica ao sabor das vicissitudes do mundo. A ESMTG tem uma porta aberta à cidade e ao mundo - isso é o seu maior património. Prof. Rosário Cristóvão

4


Biblioteca Pública Municipal de Portimão leituras sem cor, sem credo, sem barreiras…

Dora Gomes Pereira Chefe de Divisão de Bibliotecas e Documentação Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes – Portimão

Segundo os princípios preconizados no Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, a biblioteca pública – porta de acesso local ao conhecimento – fornece as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural do indivíduo e dos grupos sociais. “Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social.” Os serviços da Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes, com certificação de qualidade desde 2010 (pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação –, de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2008), foram organizados de acordo com estes princípios. No átrio, os nossos utilizadores têm acesso ao serviço de Receção e Gestão de empréstimos, local onde são também apresentadas as atividades, as novidades do fundo documental (documentos do trimestre) e ainda está centralizado o empréstimo e a consulta do catálogo online – http://www.bmmtgomes.pt, através do qual são facultados ao utilizador alguns serviços associados ao catálogo como conteúdos atualizados sob a forma de Bibliografias Selecionadas, orientações sobre a utilização do espaço e serviços, promoção de atividades, consulta do registo de utilizador com possibilidade de reservas, sugestões e alteração de dados definidos. Ainda neste espaço, os computadores de acesso público à Internet são utilizados exclusivamente para troca de correspondência. Para a sua utilização por períodos de meia hora, o público retira uma senha e aguarda a sua vez. Este serviço é muito procurado por estrangeiros, residentes ou em férias.

5


6

As bibliotecas públicas e os seus serviços são uma A partir daqui, os utilizadores podem dirigir-se à secção de adultos e à secção infantil,

onde é possível importante a consulta dos documentos livre acesso, consulta de internet, da ferramenta para aemresolução do problema realização de trabalhos em computador, ou aceder via wi-fi à internet, entre outros

exclusão social e desempenham um papel fundamental no serviços. desenvolvimento da democracia de um país. A partir daqui, os utilizadores podem dirigir-se à secção de adultos e à secção infantil, onde é possível a consulta dos documentos em livre acesso, consulta de internet, realização de trabalhos em computador, ou aceder via wi-fi à internet, entre outros serviços.


A propósito da internet, temos consciência de que a biblioteca pública de Portimão continua a ser o principal ponto público gratuito de acesso à internet para alguns munícipes. O utilizador pode selecionar CD´s áudio, vídeos e DVD´s para serem ouvidos e visionados na secção audiovisual ou, nalguns casos, emprestados. Serviço de fotocópias, consulta de Diários da República e bengaleiro, são serviços agrupados num único local. O funcionário de serviço assegura ainda a entrega das impressões de documentos solicitadas dos diferentes computadores da Biblioteca. Na Sala Polivalente decorrem, na sua grande maioria, as atividades de promoção do livro e da leitura levadas a cabo pela Biblioteca Municipal. Para aquele espaço são projetadas atividades como a Hora do Conto, conferências, encontros com escritores, lançamento e apresentação de livros, cursos e ações de formação, ateliês e outras. A Web 2.0 está claramente consolidada em muitas bibliotecas públicas. Na BMMTG, embora conscientes de que o uso de redes sociais envolve algumas ameaças, consideramos interessante a facilidade na distribuição da comunicação, revelando-se um recurso de apoio em relação aos objetivos que pretendemos alcançar, tendo por isso aderido à rede social Facebook em 2010 (http://www.facebook.com/BMMTGPortimao). Aposta-se no conceito de “biblioteca híbrida”, local no qual convivem os utilizadores de meios impressos e eletrónicos e ponte entre a informação e o cidadão, onde o utilizador é o centro para a biblioteca. As bibliotecas públicas e os seus serviços são uma ferramenta importante para a resolução do problema da exclusão social e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da democracia de um país. Citando de novo o Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, “A liberdade, a prosperidade e o progresso da sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais. Só serão atingidos quando os cidadãos estiverem na posse das informações que lhes permitam exercer os seus direitos democráticos e ter um papel ativo na sociedade. A participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação satisfatória como de um acesso livre e sem limites ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação”

7


Dias de escola Ainda é possível sorrir? Psicólogo Rodrigo Fragoso

Perante o dia a dia vivenciado na escola é fácil perceber o sentimento generalizado de que não há razões para sorrir e que, mais vale ocupar o pensamento com o princípio do prazer imediato. Assim, e sabendo que para se conseguirem atingir os objectivos a que todos nós nos propomos ou que esperam de nós é necessário esforço, dedicação, tempo, atenção e concentração. É, uma vez mais, percepcionar que alguns destes objectivos ficarão por concretizar. Vivemos dias emocionalmente menos positivos, somos constantemente confrontados com notícias ou informações que nos fazem querer “desligar” da realidade, pois existe um limiar para o sofrimento. Perante tudo isto ainda é possível sorrir? A escola é uma instituição concebida para a aprendizagem dos alunos. A escola é uma instituição onde os professores ensinam e partilham saberes. A escola é uma instituição em quem as famílias confiam e depositam esperanças de um futuro melhor. Desta forma podemos associar a educação a um triângulo equilátero, e onde se espera que cada um desses “lados” cumpra a sua parte. Perante esta nossa realidade, cabe a cada um de nós decidir, pois somos donos do nosso tempo. E cada um de nós pode definir o que quer ou não fazer acontecer, o que quer ou não ser. Podemos e devemos queixar-nos de que a situação actual não é fácil, podemos e devemos criticar quem toma decisões que nos dificultam o nosso dia a dia, mas podemos e devemos também julgar e avaliar o nosso próprio comportamento e atitude. É bem mais fácil queixarmo-nos e criticar, do que agir para mudar. É a cada um de nós individualmente que cabe decidir e agir. Na dualidade das nossas vidas, existem sempre, pelo menos, duas opções a tomar, dois caminhos a seguir, duas atitudes pelas quais podemos decidir. Desta

forma,

fica

à

vossa

consideração, esperar por dias melhores, ou começar hoje a metamorfose da vossa vida. Sim, ainda é possível sorrir.......

8


Dias de escola ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES Verónica Quintelas | Presidente da AE

Dia 21 de outubro de 2011, a lista S, única candidata à associação de estudantes da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, ganhou as eleições com a maioria dos votos. Desde então, a associação de estudantes tem vindo a desenvolver diversas atividades, visando os gostos dos alunos, sendo muito bem-sucedidas. No mês de outubro de 2011, realizou-se um convívio de Halloween, onde se ofereceu um lanche aos alunos da escola e o visionamento de um filme alusivo ao dia que se estava a comemorar. Para esclarecer aqueles alunos que no presente ano letivo ingressarão no ensino superior, em conjunto com o psicólogo da escola, Dr. Rodrigo Fragoso, realizou-se uma palestra onde se pôde debater todos os assuntos relacionados com a universidade. Com o mês natalício a chegar, em conjunto com a direção da escola, foi feito um jantar de Natal, no dia 16 de dezembro, onde 1€ do custo de cada refeição reverteu para a compra de alimentos que foram doados à instituição de acolhimento “A Catraia”, em Portimão, dando por terminado o 1.º período. De regresso às aulas, e pronta para um novo ano, a associação de estudantes realizou um dos maiores eventos anuais, o concurso “Novos Talentos”, no auditório municipal de Portimão, que consiste na procura de talentos desconhecidos, nas categorias de banda, cantor a solo e dança, tendo sido a edição com maior sucesso e a que teve mais vendas de bilheteira. Em fevereiro, todos os casais festejam o seu dia e a ESMTG não poderia também deixar de o festejar. Ao longo do dia 14, decorreram diversas atividades ligadas à temática do “amor”, como a “chuva de balões”

9


(lançamento de balões com uma mensagem escrita) e o visionamento do filme “My Sassy Girl”, entre outras. Todos os anos, no mês de março, são eleitos a Miss e o Mister ESMTG e este não foi exceção. O evento foi realizado no auditório municipal de Portimão, tendo este ficado lotado por completo; 1000 pessoas assistiram ao espetáculo e recebemos muitos elogios vindos da plateia. «Quando me falavam em Portimão pensava sempre nas festas de verão como MEO SPOT, Summer Sessions e a Diamonds. Mas deixem-me dizer que nunca pensei ter o prazer de assistir a um evento deste calibre. Esta Associação está de parabéns, não só pela ótima organização como também pelo excelente espetáculo proporcionado». Saíram consagrados vencedores a aluna Tetyana Tsymbal e o aluno Samir Cadir. Para terminar o 2.º período da melhor maneira realizámos a 2.ª edição da festa “Flashing Lights”, uma festa de néon onde todas as pessoas brilharam! Depois de muitas amêndoas, o 3.º período chegou e a associação de estudantes não parou de agradar ao seu público-alvo. Foi então que se realizou um acampamento, no parque de campismo do Serrão e a semana aberta da nossa escola, onde o nosso objetivo era mostrar o estabelecimento de ensino e aludir ao que aqui é lecionado, perante os alunos que estão a terminar o 9.º ano de escolaridade, duas iniciativas que foram muito bem-sucedidas. Chegando ao final de mais um ano, realizou-se, no dia 26 de maio, o Baile de Finalistas da ESMTG. Mais uma vez, a comissão organizadora não pode recusar os inúmeros elogios por parte da comunidade escolar. O baile realizou-se no Monte das Alagoas com um fim coroado de champagne e fogo-de-artifício, junto das palavras nostálgicas da presidente da Associação de Estudantes (Verónica Quintelas). Foi um momento gratificante para todos, com lágrimas, gritos de glória e orgulho por fazer parte de uma escola cheia de qualidade. Com a entrega dos diplomas de formatura, iniciar-se-á um novo percurso. O futuro académico ou profissional irá fazer jus aos momentos de surpresa e de renovação, como cita o lema da nossa Associação de Estudantes.

10


Dias de escola FESTA DE SOLIDARIEDADE NA ESMTG Profs. Ana Cláudia Dias e Amélia Flor «A felicidade de grandes homens consiste em levar amor e solidariedade a quem necessita» Walyson Garrett No dia 11 de maio, das 21h00 às 24h00,

decorreu na Escola

Secundária

Manuel Teixeira Gomes uma festa solidária que teve como objetivo ajudar as famílias dos nossos

alunos

carenciados. A

noite

foi

animada. As atividades foram diversificadas: capoeira, hip-hop, performances, danças de salão, artistas a cantar, a tocar vários instrumentos (violino, piano, acordeão e guitarra). Participaram entre 20 a 50 artistas, quer da nossa escola quer da comunidade. Esta iniciativa foi organizada pelos projetos

JA (Juventude Ativa)

e

PES

(Promoção e Educação para a Saúde), coordenados pelas professoras Ana Cláudia Dias e Amélia Flor e pelo aluno Marco Sena, do Curso Técnico de Organização de Eventos. Tivemos a colaboração da turma do 10.º R, que vendeu os bolos, salgadinhos e bebidas, do Tiago, também do 10.º R, o DJ da festa, e do 11.º G, que ajudaram na organização do evento, nomeadamente, a Ana Lúzia como apresentadora e a Hilma como porteira. Atuaram na festa: o grupo Agbara (capoeira), as Bee Babes (Hip-Hop), Os Uzzy (Banda), um grupo das danças de salão do clube boa esperança, a Adriana, a Ana Rita Dias e o José Justino, o Marco Sena e a Inês de Almeida, a Catarina Flor Rosa e a Carolina Silva, o Edmundo Inácio, a Francisca Brito e o Francisco Monteiro, a Marta Ferreira, a Mónica Nobre e a D. Isabel Leitão. Agradecemos à direção da escola pelo apoio e incentivo à realização desta iniciativa, aos professores Pedro Cabo, Rosalinda Silva e Telma Lança, que decoraram o espaço, às professoras Helena Soares e Graça Luz e às alunas Diana Coelho e Inês Peres pelas deliciosas iguarias que trouxeram e à professora Isabel Correia Pereira por ter feito as honras da casa recebendo os convidados, ao professor João Carlos Alves, o nosso fotógrafo, ao Sr. Caracol e ao professor Hugo Silva pela ajuda na parte técnica e à D. Rosa Frieza, ao Sr. Francisco Coelho e ao Sr.Vitor Jesus que organizaram o polivalente onde se realizou a festa e à D. Maria do Carmo do SASE, por ter distribuído os alimentos pelas famílias. Cada família recebeu dois sacos com alimentos e um cartão continente no valor de 10 euros. A todos o nosso muito obrigado por nos terem ajudado a ajudar cerca de 15 famílias carenciadas da nossa escola.

11


Dias de saber

Os animais têm direitos? Prof. Aires Almeida

A XIII Conferência de Filosofia da Teixeira Gomes foi um sucesso, tanto pelo interesse despertado no público, que encheu o auditório, como pela qualidade da comunicação proferida pelo conferencista Pedro Galvão, da Universidade de Lisboa. Pedro Galvão, especialista em ética, é organizador de vários livros na área da ética prática (a que também se chama «ética aplicada»), entre os quais se conta precisamente Os Animais têm Direitos? Perspectivas e Argumentos (Dinalivro, 2010). Assim, a qualidade e a clareza da comunicação proferida não foi inteiramente surpreendente.

12


A primeira coisa a sublinhar é que se tratou de uma conferência de filosofia e não de uma sessão de campanha a favor ou contra os direitos dos animais. Assim, o conferencista procurou apresentar as principais perspectivas acerca dos direitos dos animais não humanos, fossem a favor ou contra, e os principais argumentos em que tais perspectivas se apoiam, sem deixar de fazer a sua própria avaliação crítica e fundamentada de cada uma dessas perspectivas: a perspectiva tradicional (Kant e outros), a perspectiva utilitarista clássica (Bentham, Singer e outros), a perspectiva deontologista (Tom Regan) e, finalmente, a perspectiva do utilitarismo de regras (defendida pelo próprio conferencista). Pedro Galvão começou por fazer três advertências de carácter teórico. A primeira é que, ao falar de direitos, o que estava em causa não eram os direitos legais, mas os direitos morais. Trata-se de coisas muito diferentes, pois para sabermos se os animais têm, num dado país, direitos legais, e quais são esses direitos, é apenas uma questão de consultar a legislação desse país sobre a matéria. Não há aí lugar a qualquer discussão filosófica. Mas se alguém tiver, por exemplo, o direito moral à liberdade, então nem nos países onde a lei não reconhece o direito à liberdade das pessoas (nos países com regimes autoritários e ditatoriais) esse direito se extingue: mesmo que não tenham legalmente o direito à liberdade podem ter o direito moral à

 […] ao falar de animais não humanos, não se está a pensar em todos os animais, mas apenas em alguns. A diversidade de espécies animais é tão grande e as suas características tão diferentes, que não seria correcto incluí-las todas. Assim, não se incluem animais como, por exemplo, os insectos e a maior parte dos peixes. Do que se está a falar é sobretudo de mamíferos e aves, cuja complexidade neurológica e cerebral permite afirmar, sem grandes dúvidas, que têm alguma forma de

liberdade.

senciência (capacidade de sofrer e de ter A segunda é que, ao falar de animais não humanos, não se está a pensar em todos os animais,

mas

apenas

em

alguns.

A

prazer) e algum grau de consciência de si.



diversidade de espécies animais é tão grande e as suas características tão diferentes, que não seria correcto incluí-las todas. Assim, não se incluem animais como, por exemplo, os insectos e a maior parte dos peixes. Do que se está a falar é sobretudo de mamíferos e aves, cuja complexidade neurológica e cerebral permite afirmar, sem grandes dúvidas, que têm alguma forma de senciência (capacidade de sofrer e de ter prazer) e algum grau de consciência de si. Isto é crucial,

13


pois o facto de serem sencientes e autoconscientes (características que se podem ter em graus diferentes), permite concluir que esses animais, ao contrário dos outros, têm interesses, nomeadamente o interesse de não sofrer. A terceira é que a expressão «ter direitos» é ambígua, podendo ser interpretada de duas maneiras diferentes, uma num sentido mais amplo e outra num sentido mais estrito. Num sentido amplo, dizer que um indivíduo ou espécie têm direitos significa que esse indivíduo ou espécie têm estatuto moral -- que são dignos de consideração moral. Num sentido mais estrito, dizer que um indivíduo ou espécie têm direitos, significa que esse indivíduo ou espécie têm direitos deontológicos, isto é, direitos invioláveis. Sendo assim, haveria duas questões que precisavam de resposta: se, por um lado, os animais não humanos têm estatuto moral e se, por outro lado, eles têm direitos deontológicos. Quem pensar que os animais têm direitos deontológicos, aceita implicitamente que eles têm estatuto moral, mas o inverso não acontece: podemos achar que eles têm estatuto moral e não concordar que têm direitos deontológicos. Assim, defender que os animais têm direitos deontológicos é defender uma tese mais forte do que a tese de que eles têm apenas estatuto moral. Portanto, dizer que têm estatuto moral é defender que os seus interesses devem ser considerados, mas não que sejam necessariamente satisfeitos. Estas questões colocam-se também acerca dos seres humanos, pelo que é esclarecedor pensar nisso também. Afinadas estas questões prévias e feitas as distinções conceptuais necessárias, Pedro Galvão partiu então para a caracterização e discussão de quatro das mais importantes perspectivas sobre os direitos dos animais, sem deixar de referir que há outras que mereceriam atenção. A primeira, a que deu o nome de «tradicional», não reconhece estatuto moral aos animais não humanos. A ideia é que os animais existem com a finalidade de servir os seres humanos e de ser por eles dominados, como alegadamente refere a Bíblia, mas também Aristóteles e Tomás de Aquino, entre outros. Esta ideia, apesar de ser amplamente partilhada, não deixa de ser estranha, como sublinhou Pedro Galvão: como podem os animais estar ao serviço dos seres humanos se no longo percurso da evolução das espécies os seres humanos surgiram muitíssimo depois de milhares de outras espécies animais, muitas delas entretanto extintas? Será que, por exemplo, os dinossauros foram criados com a finalidade de servirem os seres humanos e de serem dominados por estes? Esta visão antropocêntrica tem, contudo, uma versão menos

14


radical, defendida pelo filósofo iluminista alemão Immanuel Kant. Este filósofo afirmava que o princípio fundamental da moral se baseia na razão, a qual nos manda tratar os nossos semelhantes como fins e nunca como meios, impedindo-nos de os instrumentalizar e de, assim, ferir a sua humanidade. Tratar os nossos semelhantes, e a nós próprios, como fins equivale a respeitar a autonomia de cada ser humano, considerando que as pessoas têm direitos invioláveis. Mas não poderemos ferir a humanidade de quem não é ser humano, pelo que os outros animais nem sequer fazem parte do universo da moralidade. A não ser indirectamente: temos deveres indirectos para com os animais na medida em que maltratar um animal implica prejudicar o seu proprietário. No caso de alguém maltratar o seu próprio animal em público, então estará a ferir a susceptibilidade de outras pessoas, que serão obrigadas a assistir a cenas que lhes são desagradáveis. Mas se for o próprio dono de um animal a maltratá-lo longe de olhares alheios? Nesse caso, alega Kant, estará a fazer algo que degrada o seu próprio carácter, pelo que estará a fazer mal a si próprio, o que também não é moralmente aceitável. Assim, Kant conclui que, em geral, é errado maltratar os animais, mas daí não se segue que eles tenham estatuto moral.

 A perspectiva tradicional foi posta em

O que há de errado em maltratar uma pessoa

causa pelo fundador do utilitarismo, o

ou um animal não é ele ser capaz de reflectir

britânico Jeremy Bentham. O princípio

sobre isso ou de ser capaz de o verbalizar,

moral fundamental dos utilitaristas é que

mas o facto dessa pessoa ou animal sentirem

uma acção é moralmente boa se o bem-

dor e estarem, por isso, a sofrer -- quer esse

estar for superior ao mal-estar daí

sofrimento seja físico ou psicológico. Ora,

resultante, de um ponto de vista imparcial.

neste particular, não há qualquer diferença

Acresce que para os utilitaristas como

entre os seres humanos e alguns animais não

Bentham o bem estar (ou felicidade)

humanos. Assim, alguns animais têm estatuto

consiste no prazer e na ausência de

moral do mesmíssimo modo que os seres

sofrimento.

humanos o têm e não há qualquer razão para

Bentham

irá,

então,

argumentar que aquilo que determina se

estabelecer diferença entre uns e outros.

um ser tem estatuto moral não é a racionalidade, mas a senciência: o que importa não é se os animais podem



raciocinar ou falar, mas se os animais podem sofrer. O que há de errado em maltratar uma pessoa ou um animal não é ele ser capaz de reflectir sobre isso ou de ser capaz de o verbalizar, mas o facto dessa pessoa ou animal sentirem dor e estarem, por isso, a sofrer -- quer esse sofrimento seja físico ou psicológico. Ora, neste particular, não há qualquer

15


diferença entre os seres humanos e alguns animais não humanos. Assim, alguns animais têm estatuto moral do mesmíssimo modo que os seres humanos o têm e não há qualquer razão para estabelecer diferença entre uns e outros. Qualquer outra diferença seria moralmente arbitrária. Mas, dado que tudo o que conta para a moralidade é a maximização do bem-estar geral, não pode haver direitos invioláveis, pois isso iria colocar limites à maximização do bem-estar. Logo, nem sequer os seres humanos têm direitos deontológicos. Isto parece ter consequências indesejáveis, pois teríamos de considerar como moralmente aceitável matar uma pessoa saudável para lhe retirar os seus órgãos e com eles salvar a vida a meia-dúzia de pessoas que deles necessitassem, o que contribuiria para maximizar o bem-estar geral. Mas isso parece ir contra as nossas mais firmes intuições morais; parece-nos que há direitos que simplesmente não podem ser violados e que há direitos que são moralmente mais importantes do que a maximização



do

bem-estar

geral. O

problema agora passa a ser o seguinte: se

O problema agora passa a ser o seguinte: se os

os

seres humanos têm direitos deontológicos,

deontológicos, então não se percebe o que

então não se percebe o que impediria os

impediria os animais de os terem também.

animais de os terem também. Ora, isso é um

Ora, isso é um problema porque implicaria

problema

alterar

porque

implicaria

alterar

radicalmente o modo como tratamos os animais, contrariando as nossas intuições de que há diferenças de estatuto moral entre seres humanos e animais.



seres

humanos

radicalmente

têm

o

modo

direitos

como

tratamos os animais, contrariando as nossas intuições de que há diferenças de estatuto moral entre seres humanos e animais. Mas o deontologista americano Tom Regan defende precisamente que não há

qualquer diferença de estatuto moral entre uns e outros, defendendo que animais e seres humanos têm direitos invioláveis. Esta foi a terceira perspectiva discutida. Regan afastase do deontologismo clássico de Kant porque isso implicaria negar estatuto moral a seres humanos desprovidos das suas faculdades racionais, como é o caso dos deficientes mentais profundos e de idosos que perderam as suas faculdades racionais, entre outros. Ora, se queremos incluir esses casos dentro da esfera de seres dignos de consideração moral, então o critério de atribuição de direitos não pode ser o da racionalidade. Qual é, então, esse critério? Regan responde que é o de ser sujeito de uma vida: ter uma vida com um grau razoável de unidade psicológica. Ser sujeito de uma vida não é apenas viver. Em vez de uma vida à qual se vão acrescentando momentos uns a seguir aos outros sem

16


nada que os ligue, aquele que é sujeito de uma vida consegue ligar esses momentos numa unidade, sendo capaz de ter memórias de momentos passados, expectativas sobre o que se segue, desejos, medos, etc. Ora, isso verifica-se não só nos seres humanos, mas também em alguns animais. Assim, certos direitos, como o direito à vida, à liberdade e à integridade corporal são invioláveis, tanto no caso dos seres humanos como no caso de alguns animais. Deve-se, pois, acabar imediatamente com a criação e abate de aves e mamíferos na indústria alimentar, com as touradas, os circos com animais, os jardins zoológicos, as gaiolas, as corridas de cães, etc. Pedro Galvão considerou esta perspectiva demasiado radical. Seria, de resto, interessante discutir se, de acordo com Regan, as pessoas que padecem da doença de Alzheimer em estado avançado são realmente sujeitos de uma vida e, portanto, se serão dignos de consideração moral. A última perspectiva foi a defendida pelo próprio conferencista. Trata-se de uma perspectiva utilitarista, mas diferente do utilitarismo clássico, que tem em conta as consequências de cada acto isoladamente. Ao invés, o que conta nesta perspectiva utilitarista são as consequências que resultam da adopção de diferentes códigos morais, isto é, de diferentes sistemas de regras morais. Pedro Galvão pensa que os seres humanos têm direitos deontológicos, mas não os animais. Mas também defende que alguns animais têm estatuto moral, afastando-se assim das três perspectivas anteriores. Não vou adiantar aqui mais pormenores, que Pedro Galvão sumariou na sua conferência. Em vez disso, fica aqui a sugestão de lerem o que Pedro Galvão vai publicando sobre o assunto. Vale mesmo a pena.

Pedro Galvão pensa que os seres humanos têm direitos deontológicos, mas não os animais. Mas também defende que alguns animais têm estatuto moral, afastando-se assim das três perspectivas anteriores.

17


18

patrim贸nio e mem贸ria.


Dias de saber Prof. Luís Pinto Salema

Durante o ano letivo, várias iniciativas realizadas na nossa escola tiveram como temática central o património. O património é uma realidade múltipla e em constante mutação, assente num legado dos antepassados que é reconhecido pelo seu valor explícito ou simbólico. Por esse motivo, durante este ano, mostrámos objetos antigos, fotografámos monumentos e recebemos gerações mais velhas que transmitiram aos mais novos um pouco da sua memória. A palavra «património» radica no termo latino «pater» (pai), que se reportava ao elemento da família que tinha a seu cargo todo o poder, quer sobre os restantes membros, quer sobre os bens materiais, o paterfamilias. Competia-lhe, igualmente, transmitir aos filhos os grandes valores que regiam a nação romana e presidir aos cultos religiosos, dentro do lar. Ele era, assim, o fiel depositário do património material e imaterial da família, garantindo a sua preservação. Essa herança alicerçava-se num conjunto de memórias individuais que, no seu conjunto, definia a identidade de um povo.

19


Na preservação dessa memória, sobretudo imaterial, as gerações mais velhas desempenham, ainda hoje, um papel importante na transmissão e na conservação de crenças, lendas, canções e modos de fazer. A memória torna-nos humanos e é ela que nos permite, também, interagir com os outros. Sendo, por natureza, difusa e fragmentada, os bens materiais, e as fotografias ajudam a fixar e a (re) construir essa memória. No filme Blade-Runner, o caçador de androides, de Ridley Scott, protagonizado por Harrison Ford, destaca-se a importância que a fotografia tem para as personagens, que, esvaziadas de memória, encontram no registo fotográfico a justificação da sua existência. A fotografia veio revolucionar a memória e, no filme de Ridley Scott, ela é a única forma cabal da veracidade das lembranças que, no contexto fílmico, se vêm a revelar falsas. O desejo de a preservar a memória não é uma novidade. Contudo, o suporte e a tecnologia que são postos ao serviço desse desejo permitem dar-lhe outra projeção. Dos grafiti que podemos ver nas paredes das antigas cidades romanas (como em Pompeios), às mensagens que deixamos numa rede social, o desejo de eternização de um momento permanece. Todos temos um papel importante na preservação e na construção das nossas memórias individual e coletiva e na definição da nossa matriz patrimonial, seja como povo, seja como membros de uma comunidade, como a nossa escola.

20


Dias de saber

João Duarte | 11.º L Oana Fenesan | 11.º N Rodrigo Vieira | 11.º N

Quando se estuda latim, perguntam-nos muitas vezes para que serve, se é uma língua morta, o que é que se aprende e, afinal, isso é o quê? A estas perguntas damos as respostas habituais: ajuda a pensar, a perceber melhor as outras línguas, a aprofundar os conhecimentos de gramática e a ganhar mais cultura geral, importante para todas as disciplinas. No passado dia 15 de maio, quando recebemos o prémio do concurso «Diálogo Latino», em Lisboa, encontrámos outras respostas para as perguntas que tantas vezes nos fazem. Uma delas foi-nos dita pelo diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Prof. António Feijó: «Vocês nem sabem o que perdem por não saber latim!». Quando, no final de abril, o professor de latim nos propôs participar neste concurso estávamos longe de imaginar as consequências dessa proposta. O professor alargou a participação no concurso a todos os alunos das turmas de 10.º ano (turmas O e Q) e de 11.º ano (turmas L e N), podendo participar alunos que não frequentam a disciplina de latim. Apenas um aceitou esse desafio (João Duarte) e foi um dos vencedores! Para concorrermos, resolvemos um conjunto de quatro provas que tinha como elemento aglutinador a relação entre o latim e as línguas românicas e a mitologia. Respondemos a perguntas de compreensão, de vocabulário e cada um de nós elaborou um pequeno texto que contemplava palavras em várias línguas. As provas, depois de resolvidas, foram corrigidas e apreciadas. Numa tarde de sexta-feira, dia 4 de maio, durante a aula de geografia e depois da aula de educação física, o professor chegou com a notícia de que tínhamos ficado os três em segundo lugar, entre 680 concorrentes, de todo o país. No dia 15 de maio, fomos até Lisboa, receber o prémio. A expectativa era muita. Recebidos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pela Professora Cristina Pimentel, tivemos a oportunidade de conhecer o ambiente da faculdade e de perceber a importância que o latim pode ter, na nossa formação.

21


22

Depois de breves palavras de várias entidades presentes na cerimónia, recebemos o prémio: mais de uma centena de livros, que trouxemos para Portimão com uma alegria e com a memória de um dia de intensa atividade cultural. Após a cerimónia, assistimos a uma tragédia de Ésquilo, um importante escritor grego, intitulada «As suplicantes». Assim, encontrámos uma nova resposta para as perguntas que nos fazem: «Latim, para quê?». «Latim, para vencer!». Nos últimos dias, várias têm sido as notícias sobre as línguas clássicas, com um estudante do Porto a receber um prémio internacional e com várias personalidades a refletirem sobre a importância do ensino das línguas clássicas. Porquê este nome? «Clássicas» porque se tornaram o modelo, o ponto de partida, a matriz do que somos hoje, porque nunca podem deixar de existir, por mais que muitos teimem em anular a sua presença. Talvez agora a atenção comece a centrar-se nas nossas raízes. Nós, há muito que as descobrimos e queremos continuar a descobrir, a aprofundar e a partilhar. No próximo ano, há mais desafios que já nos foram propostos e que, certamente, iremos vencer!


23

a matemรกtica e as artes.


Dias de saber Prof. José Miranda Alves Diz o Arquitecto Chinês Wang Shu ( prémio Pritzker 2012)“…para mim cada projecto é um tanto de pensamento poético e de matemática. Sentei-me na cama, desenhei mentalmente enquanto calculava o tamanho do edifício, quando terminei, peguei num pedaço de papel e num lápis e desenhei tudo directamente, métrica, estrutura, volume, espaço, escadas, onde posicionar a entrada, funções diversas e assim por diante, e depois bebi chá.” Diz o Arquitecto Mies Van Der Rohe” A ordem das coisas transmite uma ordem espiritual”. A ordem das coisas não se refere a mandar nas coisas mas sim a colocá-las por ordem, umas a seguir a outras, conceito matemático da origem dos números e das sucessões. A Matemática é uma ciência fundamental para o homem se sentir seguro psiquicamente e para se organizar mentalmente e é a base da sociedade moderna. A noção de abstracção foi a base da forma de pensar as artes no século XX e designadamente do Modernismo, movimento artístico baseado na racionalidade e em termos do desenho na geometria euclidiana. Diz o Arquitecto Le Corbusier “ Os novos tempos exigem um espirito de exactidão, um espirito novo…” Esclareço desde já, que os desígnios da cultura não são uma prerrogativa das pessoas de Letras, lembro-me de Leonardo da Vinci, talvez a maior personagem da cultura de sempre e que era um homem da ciência. Como todos sabemos a matriz da cultura ocidental começou com os gregos e os mesopotânios e com o seu sentido da geometria e da democracia a acrescentar à leitura que Roma fez dos Gregos a acrescentar á interpretação que o Renascimento fez da cultura Greco Romana e que por sua vez o neoclassicismo fez de tudo isso. A arte do Século XX é predominantemente, racional, abstracta e geométrica pretendendo distanciar-se do Simbolismo e do Romantismo anteriores.

24


Por exemplo com Malevitch, criador da corrente artística designada por Suprematismo, traduz essa abstracção numa identidade entre ideia e percepção , concebendo o espaço ideal como geométrico, lembremo-nos do “Quadro a negro” de 1915. Noutro caso como Mondrian, criador do movimento designado por Neoplasticismo, o tema da arte não é outro senão as próprias relações plásticas que se dão no seu seio, pintando quadros como construções de linhas horizontais e verticais separadas por cores. Joseph Albers, professor da Bauhaus, pinta quadros que são quadrados monocromáticos e abstractos. Donald Judd , irá apelidar de “Objectos Específicos” objectos que desenvolve , em modelos reais de formas geométricas, diz D.J. “O verdadeiro espaço é o da realidade… a pintura numa tela é uma ilusão”. Diz Robert Morris “A simplicidade formal não equivale necessariamente à simplicidade da experiência. As formas unitárias não reduzem as relações entre elas, ordenam-nas”. Brancusi, artista Romeno, cria em 1937 a “Coluna Infinita”, em que abandona a figuração e a lógica de monumento como adorno ao retirar-lhe o pedestal e ao assumir a própria representação da obra como objecto que é independente do local onde é colocado. Stanley Kubrick no seu filme “2001 odisseia no espaço”, coloca no espaço um monólito (de formato é um prisma rectangular) , que é um sólido que embora simples na forma encerra um símbolo que ainda hoje divide os especialistas da sua obra. M.C.Escher cria formas da Geometria Euclidiana Hiperbólica que são charadas para o entendimento lógico. A Geometria do Fractal veio colocar um novo desafio para o conceito de finitude.

25


Dias de leitura Testemunho de uma escritora Teresa Lopes Vieira, no dia Mundial do Livro Prof. Amélia Taveira

Os Diários da mulher de Peter Pan e Gato Persa Social Club são os títulos dos dois livros escritos por Teresa Lopes Vieira. Se depois da leitura do primeiro ficámos com pena de ter acabado, depois da do segundo não nos resta senão esperar que tenha continuação. Pois é, a convite da Biblioteca Escolar, no dia 23 de Abril, dia Mundial do Livro, tivemos o enorme prazer da visita de Teresa Lopes Vieira, que veio à nossa escola apresentar o fruto das suas grandes paixões: ler, escrever e viajar. Contou-nos alguns episódios das suas viagens e aventuras que corajosamente empreendeu sozinha, pelos continentes sulamericano, norte-africano e europeu, enquanto víamos fotografias de locais onde gostaríamos de ir. Bem, são os cenários dos seus dois livros. O que nos espantou não foi apenas a sua juventude – já com dois livros editados pela Bertrand – mas sim a sua determinação em escrever, em deitar cá para fora as suas histórias, bem contadas, deixando (ou será evitando?) sem pestanejar, uma vida mais previsível, mais convencional, talvez mais “certinha” depois do mestrado em Amsterdão. E espantou mesmo, pois que a Sala de Cinema – a mais bonita da escola – estava apinhada de alunos interessados e fascinados pelas histórias que ali iam sendo desfiadas. Até dá vontade de ler! Bom, contamos consigo para a apresentação do terceiro livro? E nós, cá em baixo (em baixo; sul), vamos estar atentos! Obrigada, Teresa Lopes Vieira!

26


Dias de leitura A arte de bem contar Jorge Serafim na Biblioteca Escolar Prof. Rosário Cristóvão A Biblioteca Escolar subscreveu este ano um conjunto de atividades patrocinadas pela Drealg. Uma delas teve lugar esta sexta-feira, dia 25 de Maio, na sala de leitura da biblioteca. Intitulada Os Contos e os Livros, a atividade foi dinamizada pelo contador de histórias Jorge Serafim, que ao longo de duas sessões de 90 minutos nos presenteou com uma variada panóplia de contos, quer portugueses, europeus e árabes. A arte de contar foi bem articulada com momentos de humor e de excelente comunicação com o público. Foi um momento bem divertido e que deixou a comunidade educativa que assistiu à atividade muito recetiva ao valor simbólico e intercultual do conto tradicional.

27


Dias de ciência ECO Sustentabilidade XXI Prof. Amélia Taveira

Já que é bom falar de boas práticas, vou falar-vos sobre o desenvolvimento sustentável. Não é só porque me apetece. É pela pertinência do tema e pela urgência da generalização dos actos que, mecânicos, nos poderão tornar mais saudáveis, mais ricos, mais bonitos, mais amigos, mais pacíficos e ora bem, mais felizes; Não é isso que a malta quer?!? E porque está tudo ligado e nós queremos ensinar tudo, melhor dizendo, queremos que aprendam tudo, é que batalhamos em cada árvore e nos esquecemos da floresta… O conceito de desenvolvimento sustentável apareceu, pela primeira vez, num Relatório de uma Comissão da ONU presidida por Gro H. Brundtland, Norueguesa (é de espantar?) - “O Nosso Futuro Comum”: “O desenvolvimento que promove a satisfação das necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade da satisfação das necessidades das gerações futuras”. Bonito, não? 28 A sensibilização e o envolvimento dos alunos na questão foi essencial para a decisão de se realizar uma actividade – feita de muitas outras – durante uma semana à volta da comemoração do Dia da Terra – 22 de Abril (véspera da véspera da véspera). Desenharam cartazes, os de Informática, deram lições, os de Biologia e os de Energia Renováveis, receberam os mais novos alguns dos mesmos, plantaram árvores uns, nomearam-nas outros, jogaram Petanca alguns e visitaram a Horta, todos. E Agrupámos outra vez… (Prof. José Buísel e Major David Neto). A realização do I e do II ECO Sustentabilidade XXI, no ano passado e neste ano lectivo, pretendeu apenas sensibilizá-los para o tema. Há-de vir aí mais acção…. A sustentabilidade é mais do que cultura geral, é o essencial sobre cada disciplina. O resto? o resto, é só estudar….


Perdoar no Natal Ana Rita Inácio | 12.º E Prémio Concurso «Conto de Natal 2012» | BE

- Miguel, preciso de ti aqui em baixo! Anda montar a árvore de Natal com o teu irmão… Miguel, filho, não ouviste chamar-te?! Anda ajudar com as decorações. Nem imaginas o Rodrigo enrolou-se todo nas fitas, está todo contente! Helena entra no quarto de Miguel e encontra-o vazio. Mas onde é que ele se metera? Tudo desarrumado como de costume. A cama por fazer, roupa suja espalhada por toda a parte e aquilo que pareciam ser restos de comida (vá se lá saber de há quanto tempo) no chão, ou seja, o normal num adolescente cheio de acne, que acredita que o mundo inteiro conspira contra si. Desde o divórcio de Helena com o pai de Miguel, que o filho sentia-se ainda mais revoltado, até porque o pai nunca tinha tempo para nada. Aliás, foi essa a causa do divórcio, Helena mal via o marido e sentia que já não havia nada que os unisse, já para não falar de que não aguentava mais o desprezo com que ele tratava as crianças, pois estava sempre atulhado de trabalho. Tratava-se portanto, do típico homem de negócios ausente para a família. Enquanto a preocupação invadia Helena, Miguel vagueava pelas ruas da cidade sem destino ou direção como, se de um forasteiro se tratasse… Era o que fazia para se acalmar. A dada altura do caminho, parava num beco mais escuro para fumar um cigarro… A cidade era pequena e todos sabiam da vida uns dos outros; ele não queria que a mãe ficasse a saber que fumava. Não é que gostasse propriamente de tabaco, mas sentia-se bem ao deitar o fumo cá para fora, como se junto a ele saíssem todos os seus problemas.

29


Fazia isto montes de vezes e já nem se preocupava em ser apanhado. Antes, no início destas suas escapadelas, ainda se dava ao trabalho de tentar esconder a situação das mais diversas maneiras. Ou dizia que ia dormir a casa de um amigo, ou simplesmente só saía quando a mãe se deitava. Mas agora, já nem se preocupava em esconder nada… a não ser o facto de fumar, é claro. Há muito que Miguel deixara de se preocupar com o que quer que fosse, mais precisamente desde que o mundo lhe desabou em cima quando o pai, o seu melhor amigo, o desiludira e o abandonara.

Antigamente, poderia dizer-se que Miguel gostava do Natal, aliás, adorava esta época do ano. Na sua opinião era quando as pessoas estavam mais unidas e havia uma sensação de paz e harmonia. Por todo o lado espreitavam efeitos de Natal, o cheiro a bolos e sobremesas natalícias, as lojas a abarrotar de gente desejosa de comprar as prendas para a sua família e amigos, as crianças mais felizes que nunca… Era uma época feliz.

Mas agora já nem isso

acontecia. Com a crise que o país e o mundo atravessam as pessoas parecem temer o Natal, pelo simples facto de não terem dinheiro para prendas, nem espírito para a coisa. Só o continuam a fazer, porque é tradição e pelas crianças que acreditam no Pai Natal, tal como nós acreditámos durante todos estes anos na conversa fiada dos políticos. Como seria o seu Natal este ano? Miguel já suspeitava. Ia ser só ele, a sua mãe e o seu irmãozinho Rodrigo, de apenas 5 anos. Sim, porque ele recusara-se a ir passar o Natal com o pai, como este o propusera enquanto a passagem de ano seria com a mãe. Não. Miguel não iria abandonar a mãe ainda por cima agora que o pai estava casado com outra mulher que esperava um filho seu. Era como se o seu pai tivesse uma vida dupla, percebem? Destrói uma família para ir constituir outra? Isso faz algum sentido? Na cabeça de Miguel não. Bem, estava na hora de deixar estes pensamentos de lado e regressar a casa para uma boa noite de sono. As decorações de Natal, por esta altura, já deveriam ter terminado e assim nem sequer tinha de olhar para elas.

30


Miguel volta para casa e ao entrar no quarto depara-se com a mãe sentada na sua cama. - Onde é que estiveste? - Fui dar uma volta. Precisava de espairecer… - E não podias ter avisado? Ou pelo menos ter levado o telemóvel para eu não ficar preocupada? - Esqueci-me dele, desculpa. - Miguel, está tudo bem contigo? - Sim, mãe, porque é que não haveria de estar? Está tudo bem a sério. - Ok. O Rodrigo ficou triste por tu não teres participado na decoração da árvore de natal… Ele estava tão excitado com a ideia de fazermos algo juntos. - Eu amanhã falo com ele e fica tudo bem. - Não te esqueças que ele é apenas uma criança, Miguel. Para ele o natal ainda significa alguma coisa…

No dia seguinte, tudo piorou para Miguel. O pai ligou-lhe a dizer que tinha ido buscar o Rodrigo à creche e que assim que acabasse as aulas o iria buscar também a ele para passarem a tarde, juntos. Miguel ainda ligou à mãe e disse-lhe que não queria mesmo nada ir, mas não teve escapatória possível. Miguel entrou no carro do pai onde o silêncio reinava tirando alguns risinhos e sons indecifráveis vindos de Rodrigo. O ambiente era de cortar à faca, até porque cada vez que Luís, o pai, metia conversa com Miguel este ignorava-o completamente ou tratava de lhe responder mal. Luís comunicou aos filhos que iam a caminho do parque da cidade que estava coberto de neve artificial e onde havia também um ringue de patinagem no gelo… Assim que lá chegaram Rodrigo correu em direcção à neve e mergulhou na

31


mesma mais feliz que nunca. A tarde ia passando e Miguel limitou-se a ficar ali sentado num banco de jardim… a observar a cumplicidade e a ternura existentes entre o seu pai e o seu pequeno irmãozinho e, foi então que relembrou os seus tempos de criança quando as brincadeiras e risotas com o pai eram mais que muitas. Sentiu a raiva a crescer dentro de si e incapaz de estar ali, a assistir a tudo aquilo e a imaginar o seu pai a dececionar Rodrigo tal como fez consigo não aguentou mais. Levantou-se do banco, correu em direção ao irmão pegando-lhe ao colo e partiu. Luís nem queria acreditar… Miguel e Rodrigo só chegaram a casa por volta da hora de jantar e lá estavam Helena e Luís acompanhados por 2 polícias. - Oh meu deus! Filhote, tu estás bem amor? – disse Helena com as lágrimas a correremlhe da cara enquanto abraçava Rodrigo. - Sim… estive com o mano. Mas eu queria ter ficado a brincar com o pai. - Para onde é que levaste o teu irmão Miguel? Tu passaste todas as marcas! Como é que foste capaz duma coisa destas? Eu e o pai ficámos preocupadíssimos com vocês, até chamámos a polícia! 32 - Eu não fiz nada de mal! Só estava a proteger o Rodrigo desse homem nojento.

- MIGUEL PÁRA!

Eu não acredito no que estou a ouvir… Filho o que é que se

passa contigo? Eu já não te reconheço. Para quê essa raiva toda? - Eu odeio este homem! Ele abandonou-nos mãe, ele não quis saber mais de nós e agora arranjou outra família… Ele fez-te sofrer como ninguém e eu não vou deixar que ele nos faça mais mal, não vou. - É mesmo isso que pensas de mim, Miguel? Eu sei que errei filho mas todos nós erramos… Eu nunca vos quis magoar mas sim, foi o que aconteceu e já vos pedi desculpa por isso. Eu não vos estou a tentar substituir, aliás isso é impossível! Eu chego para todos e amo-vos mais que tudo.


- Miguel, a culpa de eu e o teu pai nos termos divorciado não foi só dele. Ambos temos culpa e, sim, o teu pai magoou-me, mas eu já o perdoei e tu devias fazer o mesmo. Se há coisa que eu sei ,é que o vosso pai era incapaz de vos magoar. - Porque é que não disseste isto antes pai? Eu precisava que tu mo dissesses. - Eu tentei Miguel, mas tu estavas demasiado zangado para ouvir fosse o que fosse. Desculpa-me por tudo. - Desculpem-me vocês. Portei-me como um idiota e ia quase estragando o Natal. - Mas ainda foste a tempo filho. E se há boa altura para perdoar os outros, essa altura é no Natal, onde a família é o mais importante e onde devemos estar todos juntos. - Sim, todos juntos. E graças ao teu perdão isso vai ser possível! - Desculpa, irmãozinho, nunca mais te separo do pai, prometo. Miguel emocionado abraça o pai, coisa que não fazia há muito, muito tempo. 33 O dia de Natal foi passado em família e até o pai de Miguel esteve presente. É claro que se teve de desdobrar para estar com as suas duas famílias nesse dia tao especial, mas lá conseguiu. Enquanto olhava em redor para a família a jogar Monopólio feliz e contente Miguel pensou em qual seria a moral da sua história… Chegou à conclusão de que o Natal é tempo de perdoar (e não só no Natal mas em todo o ano) e de que apesar das dificuldades e dos obstáculos tudo se esquece quando se está em família. Rodrigo nem reparara que recebera muitos menos presentes que nos anos passados! E terminou a sua reflexão dizendo para si mesmo, em sinal de desfecho: “Tudo está bem, quando acaba bem”.


Ode ao meu Mundo Inês Pereira | 12.º C Onde irás parar, mundo? Diz-me, tu que estás à minha espera, (Aguarda, que não tardo, está quase!…) Como pensas tratar-me? Sei que gostas de te divertir a olhar para mim Prestes a ser largada às feras, desprotegida, A ser posta à prova por ti… Tu esperas-me aí, assim. Porquê? Porquê dessa maneira, nesse estado? Mesmo que tente olhar para ti com optimismo Aí, à minha espera, E tente aceitar que, em breve, vou aí estar, Vejo muito, bem demais, para que isso aconteça… Com quem será? Quem estará disposto a enfrentar-te comigo? Só tenho a dizer-lhe uma coisa: não será fácil, Pelo menos no início… Queres que olhe para ti e te diga: “Estou ansiosa por ir para aí, para o teu lado! És a melhor companhia que há!” Eu sei que o desejas, mas não te faço a vontade! Não mereces tal elogio! Não tens nada que te faça merecê-lo! (Já tens sorte em falar contigo…) Como, mas como, podes deixar-te ir nisso? Sofrem muitas pessoas, Outras, gananciosas são… Egoísmo, inveja, egocentrismo, raiva, aversão! Apre! Será que querem todos devorar-se vivos? Somos todos feitos da mesma matéria! Descendemos todos do mesmo pedaço! Temos pele, olhos, cabelo, pernas, braços, INTELIGÊNCIA! (Será? Às vezes, duvido!…) Afinal, somos todos do mesmo filo, tão próximos! Porém, estamos tão distantes uns dos outros… Temos objectivos tão díspares! Oh, Natureza! Tu que és tão pura, Fazes tudo tão perfeito, tão bonito, tão harmonioso!, Como pudeste criar este ser imperfeito, Cheio de defeitos (e que tais!). Ele vai-te consumindo, tens vindo tu a constatar, Destruindo, explorando, massacrando! Não estarás arrependida? (Às vezes questiono-me…) Bem podes esforçar-te a mostrar a tua beleza, Mas ela vai ser sempre camuflada, espezinhada, Substituída pelo útil, pelo prático, pelo poluído!

Podes agradecer-lhe! Ele está mesmo aqui, À minha frente, ansiando por mais alguém, Sedento de novas esperanças, Para logo tomar o seu lugar e não deixar que cresçam, Saudáveis e viçosas, como deveriam! Queres um conselho, Natureza? Põe fim a essa sanguessuga que, lentamente, te vai absorvendo E tirando aquilo que faz de ti o que és! Talvez aprenda a respeitar-te, a valorizar-te… Mostra que tens poder, Que podes dominá-la E pôr fim ao seu abuso! Afinal, foste tu quem a criou. Revolta-te! Ela tira-te o que te é mais querido, Rouba-te os filhos, Usa-os como cobaias, em prol da sua insaciável sede por novas descobertas Que servirão, por sua vez, Para o seu único e impartilhável bem-estar? Então, mostra que tens poder, Que podes dominá-la E pôr fim ao seu abuso! Não deixes, Natureza, não o permitas! Revolta-te! Quanto a ti, mundo, queres saber algo? Já que ainda aí estás, (Sim, porque tu teimas em estar aí, à minha espera, Não desistindo do teu vil plano) Vou dizer-te isto, embora não queira ter muito a ver contigo, E digo-to apenas porque vou estar aí, um dia, À tua mercê, desamparada: Muda de vida e de rumo! Se não queres cair nesse vício, Dedica-te a algo com final feliz. “Qual vício”, perguntas tu? Não quero e não preciso de te responder, Tu sabes a resposta. Porém, não te iludas! Talvez consigas levar outros na tua cantiga… Mas a mim? Não! Não me enganas, vou estar preparada. Tenho bons mestres… Aguarda-me, sim, eu estou quase aí! Tenho dito.

34


Não gosto! Rodrigo Costa | 12.º C

Eu sou sincero Eu tenho opinião Eu quero confessar Enerva-me a sílaba, Irrita-me a complexidade, Perturba-me o enleio, Zango-me com o vocabulário, Desprezo a rima. Fere-me a minha incapacidade… Onde está a lucidez? Palavras que significam uma coisa… e outra… Figuras para dar estilo, não me façam rir! A metáfora é o inferno! O pensamento despedaça-me A emoção, já não a consigo esconder Por isso, irei dizer-vos… Com tortura nos lábios e ardor na língua: Não gosto de poesia!

Ponta do Sossego, São Miguel, Açores

35


Receita de um aluno exemplar Catarina Silva | 10.º L

Tome-se um jovem dedicado, 36

Duas chávenas de atenção e uma colher de autonomia. Misture tudo muito bem com uma varinha de participação. Coloque no forno e retire uma hora antes da primeira aula. Mergulhe a massa em cadernos e manuais vários dias da semana, Sem esquecer de deixar repousar para o bolo não estalar. Assim se obtém um aluno exemplar.


Projeto

«Luzes, câmara, ação!» Realização de curtas- metragens na disciplina de Alemão 37

Outros gestos Carolina Reis | 11.º M

«Luzes, câmara… ação!» - é um projeto apoiado e organizado pelo Instituto Alemão, no qual os alunos do 11.º M, no âmbito da disciplina de Alemão, participaram juntamente com mais escolas secundárias de outros países europeus, como Bélgica, Luxemburgo, França, Itália e Espanha. O objetivo deste projeto, para além da produção de uma curtametragem, foca-se na aprendizagem da língua alemã, uma vez que os diálogos são obrigatoriamente feitos em alemão, promovendo a mesma língua. Conjugam-se, assim, dois aspetos: a aprendizagem da língua alemã e a aprendizagem do cinema.


Nesta 1.ª edição, o tema fundamental a que as curtas-metragens realizadas pelos alunos devem obedecer designa-se «Permitido/Proibido», entre outros critérios estipulados. Este projeto inovador conta com o apoio da Escola Superior de Cinema de Munique, na medida em que nos é oferecida a colaboração de uma estudante da mesma, assim como todo o equipamento necessário para realizar uma curta-metragem com um certo profissionalismo.

As filmagens da curta-metragem, realizadas pelos alunos de alemão do 11.º M e orientadas pela estudante da Escola Superior de Cinema de Munique, Anna Maier, sucederam-se entre a nossa escola e a área envolvente (incluindo a zona da Alameda). A história da curta-metragem centra-se numa aluna de origem árabe que, emigrando para um país europeu, irá descobrir traços da sua personalidade que até então desconhecia, levando-a a tomar atitudes que, embora culturalmente aceites pela civilização europeia, são reprováveis pela sua religião, gerando, desta forma, um conflito na personagem. A reação dos alunos envolvidos no projeto, assim como aqueles que puderam observar algumas cenas durante as filmagens, foi bastante positiva. 38


de arte, de labore. 39


40

Profs. Nídia dos Santos e Alfredo Gomes Por detrás de cada trabalho d’ O Teatro da Caverna, há um universo de múltiplas histórias que, conjugadas, transportarão o espetador para um novo mundo que se abre quando as luzes do auditório se apagam. Vamos contar-vos uma delas, que ilustra um simples vetor desta fantástica diversidade. Este ano o grupo levou à cena Os Avôs, uma peça de Rory Mullarkey, que fala de um grupo de jovens recrutas que se preparam para ser enviados para combater numa qualquer guerra, algures numa encosta da Ásia Central.


No início do ano letivo convidámos um ex-aluno da escola e actual membro dos Comandos do exército português para dar formação aos alunos do Grupo. Ele ensinou 40 alunos a marchar, a fazerem flexões, a rastejar… O que se passou daí para a frente e o estudo cada vez mais aprofundado do texto fez-nos tomar consciência de que o que fazemos n’O Teatro da Caverna é semelhante ao treino de um soldado. Isso deixou-nos a pensar em algo que tínhamos incorporado de forma natural, mas que nunca havíamos formalizado: o teatro é trabalho duro, persistente, físico, psicológico e emocional. E é também um trabalho em que a humildade e a dedicação são essenciais para que se consiga constituir um verdadeiro grupo.

41 Há uma personagem no texto The Grandfathers que afirma: “Estou preocupado com a unidade. Estou preocupado com a produtividade da unidade. Somos uma equipa e se um de nós fica incapacitado, coloca tudo em risco. Somos uma equipa, (…) por isso preocupo-me com todos.” (cena VII). É este sentimento que uma equipa deve ter: todos serem responsáveis pelo todo, pelo grupo, sendo cada elemento imprescindível para o êxito do resultado final do projeto.

Estou preocupado com a unidade. Estou preocupado com a produtividade da unidade. Somos uma equipa e se um de nós fica incapacitado, coloca tudo em risco. Somos uma equipa, (…) por isso preocupo-me com todos.


Uma das frases da peça, repetida vezes sem conta, “treinamos no duro, combatemos na boa”, corresponde na perfeição ao tipo de preparação que realizamos ao longo do ano e que culmina na apresentação pública do trabalho, segundo o lema: “ensaiamos no duro, representamos na boa”.

Numa outra passagem do texto de Os Avôs (cena IV), destacamos as palavras da personagem sargento: Disciplina. Integridade. Respeito. Estes princípios são também alguns dos valores que se praticam diariamente na preparação de um grupo de atores e que fazem parte da nossa filosofia de trabalho.

Acrescentamos-lhes

ainda

paixão,

compromisso e esforço.

Dos 40 alunos que fizeram a primeira parte da formação, o que nos obrigou a dividir o grupo em dois e a trabalhar separadamente com cada turno até Janeiro, só metade ficou para a segunda parte da aventura. A peça que escolhemos, das três que o PANOS

propôs,

tinha

nove

personagens

impossíveis de serem desdobradas. Mais uma vez, como em todos os anos, quisemos incluir todos os alunos no trabalho. Ficaram nove atores e seis preciosos elementos que ajudaram a montar a complexa máquina da mudança de cenas. E formámos uma equipa extraordinária.

E assim, ano após ano, O Teatro da Caverna vai cumprindo as suas diferentes e renovadas missões. Já lá vão quase duas décadas…

E há sempre tanto para fazer e para descobrir!

42


Projetos em ação

Equipa do projeto

A ESMTG é, mais uma vez, parceira num projeto COMENIUS, desta vez dedicado à MULHER, às suas conquistas, sucessos e direitos - FEMINA – Citoyenneté et égalité: La participation de la femme dans la société européenne depuis 1900. O nosso objetivo final é a construção de um dicionário on-line com biografias de mulheres célebres em várias áreas do conhecimento, dos séculos XX/XXI, oriundas dos diferentes países que integram o projeto, bem como de atividades pedagógicas a elas

associadas.

Este

trabalho

será

desenvolvido pelos alunos das turmas 10ºJ, 10ºM e 12ªD+E de Inglês, e traduzido em francês e inglês. Quer as biografias quer outras atividades pedagógicas e/ou culturais serão divulgadas através da plataforma europeia de e-twinning e de um e-book, de forma a ficarem disponíveis e acessíveis a todos os que as queiram utilizar, dentro e fora da parceria.

43


Além disso, é igualmente objeto de estudo o progresso legislativo que conduziu a mulher a uma cidadania plena. O objetivo de despertar o interesse pelas atividades desenvolvidas por mulheres corresponde à prioridade estratégica de promover a equidade, a coesão social e a cidadania. Na escola, a equipa de trabalho é constituída pelas professoras Estela Vieira, Telma Lança, Iolanda Gastão e Ana Gonzaga, como coordenadora. Para além das ações realizadas em cada uma das escolas parceiras dos vários países que integram o projeto (Portugal, Itália, Espanha, França, Áustria, Roménia e Turquia), constam do mesmo encontros entre os membros das equipas das referidas escolas, nos vários países em que decorre. Deste modo, a Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes organizou o 1º encontro do projeto, entre 24 e 27 de outubro de 2011, em que foi planificado o trabalho a desenvolver ao longo dos dois anos de duração do mesmo. A equipa esteve ainda presente em Latina, Itália, de 5 a 9 de fevereiro, desta vez, integrando duas alunas – Madalina Sfitlic, do 12º E e Adriana Baltazar, do 12ºD, que, tal como todos os grupos de alunos participantes, apresentaram as biografias de duas figuras femininas de destaque, neste caso, Joana Vasconcelos e Eunice Muñoz, e ainda um trabalho de pesquisa sobre a trajetória da Mulher em Portugal, ao longo dos séculos XX e XXI. De acordo com a avaliação, quer de docentes, quer dos alunos presentes, as apresentações das alunas da E.S.M.T.G., feitas em inglês, destacaram-se pela sua qualidade linguística e pelo formato adotado.

44 Segundo Madalina Sfitlic, “Itália foi uma experiência única. Qualquer um de nós pode ir lá, é claro, no entanto, nós tivemos mais do que isso - tivemos a oportunidade de ''viver'' com uma família italiana por alguns dias e conviver com estudantes da nossa idade, com uma mentalidade e costumes um pouco diferentes dos nossos e participar em alguns dos seus hobbies.” Acrescenta ainda que “esses contactos se têm mantido ao longo do tempo”. Adriana Baltazar encara a sua participação no projeto desta forma: “Apesar de vários esforços, continuamos a viver num mundo desigual e, na maior parte das vezes, as mulheres são postas de parte. Assim, fiquei bastante motivada a participar neste projeto, uma vez que tem em vista divulgar o papel das mulheres na sociedade, hoje em dia. (…) Participar neste projeto significou muito para mim. Estes projetos envolvem um compromisso, quer da parte dos professores, quer da parte dos alunos. E neste, empenhámo-nos de forma a que tudo corresse bem. (…)


Fiquei bastante surpreendida, porque todos os outros alunos e professores que tive oportunidade de conhecer no encontro em Latina foram muito simpáticos e amigáveis. Até mesmo aqueles alunos e as suas famílias, que tiveram a hospitalidade de nos receber em suas casas, e que nem sempre integravam do projeto, foram muito amáveis e entre nós desenvolveu-se um espírito de amizade. ” Para esta aluna, “a viagem a Itália foi simplesmente espetacular porque o encontro proporcionado fez com que nós, os alunos, nos conhecêssemos melhor e tornou possível um grande intercâmbio. Além disso, gostei muito pois conheci um novo país e uma nova cultura.” O dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, foi celebrado na E.S.M.T.G. com uma iniciativa conjunta do projeto COMENIUS – FEMINA, turmas/professores de OED e Biblioteca Escolar. Os alunos de OED (turmas 12ºD e 12º E), com a coordenação dos professores Nídia dos Santos e Alfredo Gomes, apresentaram, num primeiro momento, um trabalho de grande impacto estético, baseado em textos poéticos portugueses sobre a temática da mulher, e posteriormente, uma alegoria à solidão no feminino. O projeto FEMINA organizou uma exposição, em vários locais da escola, de trabalhos dos alunos participantes no mesmo - turmas 10ºJ e 10ºM (Português) e 12ºD+E (Inglês) integrados em temáticas como “Histórias de Mulheres”/Mulheres com História”, “As Mulheres e o Direito de Voto” e “Questões/Violência de Género”. O mesmo projeto organizou também uma conferência subordinada ao tema “O trabalho feminino e a assistência materno-infantil em Portugal entre 1890 e 1940, dinamizada pela Dr.ª Virgínia Baptista, que contou com a participação de grande número de alunos e professores. A BE associou-se também a esta comemoração, através de uma exposição de livros de autoras portuguesas, poemas sobre a Mulher e um conjunto de provérbios e caricaturas em torno do tema. A equipa participará no mês de maio em mais um encontro do projeto, desta vez na Turquia e, muito em breve, todo o trabalho realizado estará disponível para consulta numa página web construída por um dos alunos participantes no projeto (André Oliveira, 10ºM). No próximo ano letivo esperamos dinamizar, de forma mais aprofundada, o contacto entre alunos das diversas escolas, quer por via eletrónica, quer pela sua participação nos restantes encontros do projeto. Uma vez mais reafirmamos as vantagens da participação da Escola em projetos deste tipo, pela abertura ao exterior que a mesma proporciona, por constituírem estes projetos experiências enriquecedoras para todos os intervenientes, pelo aprofundamento de conhecimentos e competências e pela facilitação do conhecimento mútuo e criação de laços entre povos, tornandonos, necessariamente, mais tolerantes com os outros, mas também connosco.

45


Projetos em ação Projeto VOOS mostra lá fora o que se faz cá dentro Prof. Luísa Vicente | Coordenadora do projeto

A paixão e os dotes artísticos revelados por algumas alunas em atividades na área da fotografia, levadas a cabo no ano 2009-2010, e o seu interesse em dar continuidade a este género de iniciativas, que associem arte fotográfica e literatura/escrita criativa, deram forma ao VOOS. Visando o projeto, posteriormente, a articulação das diferentes formas artísticas, incluindo as artes plásticas, foram lançados verdadeiros desafios às alunas do Curso profissional, Técnico de Apoio à Infância, e à respetiva professora da disciplina de Expressão Plástica - Rosalinda Marques- que os abraçaram e puseram mãos à obra. Das variadíssimas «vontades» conjugadas resultaram exposições coletivas de pintura: O ALGARVE EM «IMPRESSÕES DE PAISAGENS», composta por quadros inspirados em frases extraídas da obra Regressos (cap. Algarve), e OLHARES

E EXPRESSÕES, composta por quadros inspirados em frases extraídas de várias obras também do nosso ilustre patrono - Manuel Teixeira Gomes- uma decorrida e outra a decorrer na CASA MUSEU MANUEL TEIXEIRA GOMES. E esta é mais uma forma da nossa escola mostrar lá fora o que se faz cá dentro, com orgulho, diga-se, e muita «alegria colorida»!

46


Cátia Gil

Maria Duarte

“(…) o seu olhar procura o meu, e deliberadamente nele se detém, com a expressão sôfrega de quem se abeira de uma fonte e bebe para matar uma grande sede.” INVENTÁRIO DE JUNHO, p. 93

Soraia Grade “Os amigos a quem a apresentei olhavam-me com inveja, e por todos os lados homens e mulheres paravam para a ver melhor, não disfarçando a admiração que lhes causava. MARIA ADELAIDE, p.53/54

Lígia Leandro «Entre as quatro ou mais raparigas (…) havia

realmente bonitas e airosas, mas em atractivos em sexo forte, nenhuma superava a Maria Juliana que era feia a valer, com o corpo raso como uma tábua de engomar, e uns olhos de mula que lhe vinha dar ao meio da cara.» CARNAVAL LITERÁRIO, p. 86

47


Projetos em ação COMO OLHAR PARA OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA NA “COMPANHIA” DO (PRE) PROMED, NA ESMTG? “ O homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são” Protágoras 480 – 410 a.C.

Pela equipa (PRE)PROMED Luís Gonçalves e Rosário Cardoso A sentença protagoriana serve-nos de referencial para esta crónica sobre aquele que se pretendeu ter como um instrumento para um outro olhar sobre os resultados da avaliação externa – exames nacionais e testes intermédios na ESMTG – o projeto (PRE)PROMED. De seu nome original PROMED (Projeto para a Melhoria do Desempenho dos alunos) e lançado como um desafio às escolas para se candidatarem à obtenção do Selo PROMED, (uma validação de práticas que partindo dos resultados da avaliação externa das aprendizagens constroem caminhos para a melhoria das aprendizagens), no ano letivo 2010/2011 , foi desde logo assumido na ESMTG , como a possibilidade de potenciação e valorização da Política e Procedimentos de Avaliação das Aprendizagens na ESMTG. Se o primeiro ano (2010/2011) foi o da apresentação da candidatura da ESMTG, através da afirmação de práticas potencialmente validáveis como Práticas Promed (PP) na ESMTG, entrou-se no segundo ano (2011/2012) sob o signo da ambivalência da “relocalização do olhar sobre os resultados da avaliação externa na ESMTG “ : por um lado na expectativa da obtenção do Selo PROMED, por outro na busca da evidências empíricas ( ou pelo menos de sinais preanunciadores) da influência das PP na melhoria das aprendizagens dos alunos face aos resultados da avaliação externa da ESMTG. Foi já atualizado o filósofo de Abdera que no segundo ano do projeto , não lhe chamamos PROMED mas sim PREPROMED (Preparação do Observatório da Melhoria das Aprendizagens dos Alunos) … e nos abalançamos sob o lema “ Um outro olhar sobre os Exames Nacionais e Testes Intermédios na ESMTG” , certos de que “[…] os resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais (…) e nos testes intermédios são um património de informação que a escola tem ao seu dispor e cuja análise pode reverter para a melhoria da sua gestão curricular e organizacional “ ( PROJETO PROMED – Divulgação GAVE – novembro 2010).

48


Foi também conscientes da desigual forma de apropriação dos dados e da sua interpretação que, num trabalho de colaboração e complementação entre os dois professores envolvidos no PREPROMED, encetaram no ano letivo 2011/2012, duas tarefas assumidas como centrais para “ Um outro olhar…” : A - o levantamento da evolução dos resultados nos Exames Nacionais da ESMTG nos últimos cinco anos - 2008 a 2011 (dados do ENES) , o seu tratamento estatístico , complementando-o com a análise nacional feita pelo JNE nos seus diferentes relatórios; B – o levantamento da evolução dos resultados nos Teste Intermédios nos anos letivos 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011, e tal como no que se fez com os Exames Nacionais, realizou-se o seu tratamento estatístico complementando-o com a análise nacional feita pelo GAVE nos seus diferentes relatórios. Ambas as tarefas produziram o seu respetivo Relatório, deixando perceber as forças e as fraquezas nos resultados da avaliação externa, ao mesmo tempo que aponta para as ameaças e em particular para as oportunidades que uma leitura e utilização formativa dos resultados e sua análise, pode proporcionar no sentido da auto regulação e melhoria do desempenho dos alunos em particular, e da escola no seu todo. É expectável a “ descida” dos Relatórios até aos principais protagonistas do processo de aprendizagem e da sua avaliação interna – os grupos disciplinares na ESMTG, para que a “relocalização do olhar sobre os resultados “ possa estar completa e o projeto (PRE)PROMED possa cumprir a finalidade a que se propôs . Aos grupos disciplinares caberá o papel final na melhoria desejável do desempenho dos alunos, ao nível da organização escolar, contribuindo para sustentar decisões sobre política de escola e respetivos projetos educativo e curricular, ao da gestão do currículo, que pode ser ajustada pela análise e pela reflexão dos resultados da avaliação externa que eles realizarem e se conscientizarem dos seus objetivos e efeitos colaterais e por fim na influência que podem ter nos percursos escolares dos alunos e das suas escolhas ao longo dos mesmos. Acresce também que, já neste ano letivo, a equipa do PREPROMED pode aperceber-se, e disso se deu conta no segundo momento da candidatura ao Selo PROMED, em fevereiro de 2012, que as duas PRÁTICAS PROMED que a ESMTG candidatou – a Sala 3 D (Biologia e Geologia, Física e Química e Matemática) e Sala de História -, ainda que de forma incipiente mas consistente, puderam dar o seu contributo para alguma melhoria nos resultados alcançados na avaliação externa de 2011, da ESMTG. Deste modo, apesar dos riscos protagorianos das posições e interpretações possíveis e desejáveis na ESMTG, a equipa do projeto PREPROMED acredita que é possível caminhar para uma Melhoria do Desempenho dos alunos … mas sob a condição de … Relocalizarmos o olhar sobre os resultados externos, não já e só, apenas ao nível macro escolar ( Direção, Conselho Pedagógico…) mas sim sobretudo ao nível micro escolar ( grupo disciplinar , professor …). Só assim valerá a pena a existência do Projeto (PRE)PROMED….

49


Em observação Exposição fotográfica “patrimónios” Prof. Nuno Baptista Projeto DEME-Dinamização da Estação Meteorológica Grupo de Geografia

De 19 a 23 de Março, no Bloco B da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, esteve patente ao público a já tradicional exposição fotográfica organizada pelo grupo disciplinar de Geografia, inserida nas comemorações do Dia Meteorológico Mundial e Equinócio da Primavera. Após as exposições Estou nas nuvens, H2O e Humanos, realizadas nos três anos anteriores, este ano lectivo a escolha temática da exposição recaiu sobre o tema Patrimónios, tendo atingido o número máximo de participantes e de fotografias até ao momento Com efeito, foram sessenta os participantes e cento e treze as fotografias expostas. Sendo uma actividade que se pretende aberta a toda a comunidade escolar, a exposição contou com a participação de vinte e três professores, o psicólogo da escola, um encarregado de educação, dois assistentes operacionais, sete familiares, dois ex-alunos e vinte e quatro alunos da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes. O grupo de Geografia não pode deixar de manifestar um agradecimento especial à comunidade educativa, pelo inestimável valor da sua expressiva participação, pelas fotografias disponibilizadas e pela elevada qualidade das mesmas.

50


Escola e ambiente CAMINHADAS NA

ALGARVIANA 4 TROÇOS JÁ PERCORRIDOS… E FALTAM MAIS 10 Prof. Francisco Pereira Coordenador do projeto DEME- Dinamização da Estação Meteorológica

Os professores do grupo de Geografia da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, no âmbito do seu projeto DEME (Dinamização da Estação Meteorológica) decidiram “meter os pés ao caminho” e organizar para a Comunidade Educativa, umas caminhadas na Algarviana. A Algarviana é um trilho pedestre pelo interior do Algarve, pelas aldeias rurais, habitadas ou desertificadas, pelo bravio da serra ou do barrocal, entre Alcoutim e o Cabo de S.Vicente. O projeto é da Almargem, a principal Associação Ambientalista da região algarvia, e a sua inauguração decorreu a 29 de Maio de 2009. Contou com financiamento comunitário e com a participação de várias autarquias, daquelas por onde passa o trilho, que atravessa 9 concelhos e 21 freguesias, e com a participação da Região de Turismo, da Comissão de Coordenação do Algarve, do ministério da Agricultura e de várias outras entidades públicas e privadas. O trilho está sinalizado, para ninguém se perder, de acordo com a sinalética internacional para trilhos de caminhada. A Rota Algarviana tem una extensão total de 340 km, e subdivide-se em 14 troços, com comprimento variável entre os 15 a 30 km. A associação Almargem, para além de organizar regularmente caminhadas, abertas a todos, disponibilizou um site de apoio à Algarviana, (www.viaalgarviana.com), de onde se pode fazer o download gratuito, em pdf, dos mapas de todos os percursos e de uma ficha biográfica, com o levantamento dos principais pontos de interesse, da logística existente em cada um dos troços, e da classificação do grau de dificuldade de cada percurso. O grupo de profs. de Geografia da ESMTG, organizaram já 4 caminhadas: a do troço 11, entre Monchique e Marmelete, via Fóia; a do troço 14, entre Vila do Bispo e o Cabo de S.Vicente; a do troço 1, de Balurcos a Alcoutim e, mais recentemente, a do troço 9, de S.Bartolomeu de Messines à barragem do Funcho, com terminus na barragem do Arade.

51


As caminhadas são realizadas, sempre na Primavera e no Outono, para escape à exposição mais intensa dos elementos climáticos, ora do Verão ora do Inverno. Há nestas caminhadas uma preocupação ecológica e de minimização do impato ambiental, para esse efeito, é alugado um autocarro que transporta todos os Algarvianos, aos locais de partida e fim, de cada percurso. Os participantes são sobretudo professores, mas também seus familiares e amigos, e cada vez mais professores oriundos de outras escolas da cidade, nomeadamente da Escola Sec. Poeta António Aleixo e da EB 2,3 Prof. José Buísel. Nesta última caminhada, de Messines à barragem do Arade, foi atingido um número, recorde, de 41 participantes. A todos os caminhantes, os professores organizadores do grupo de Geografia têm disponibilizado alguma documentação técnica, de apoio ao percurso. Para além disso, é preparado também, para o final de cada caminhada, e depois de uma rigorosa seleção prévia, do ponto de vista do menu gastronómico e do custo, uma almoçarada num restaurante local. Contribuindo, assim, para o incremento da economia local. Exemplos de doc. de apoio, produzida pelo grupo de Geografia, para os caminhantes Algarvianos

52


Escola e ambiente

53

Projeto DEME Dinamização da Estação Meteorológica

Pioneirismo e Tradição Prof. Francisco Pereira Coordenador do projeto DEME- Dinamização da Estação Meteorológica

O plano anual de actividades do grupo de professores de Geografia está já entrosado no projeto de Dinamização da Estação Meteorológica ( DEME ). O projeto DEME está centrado na estação meteorológica. A actividade que lhe é mais diretamente ligada é naturalmente, a actividade da criação, e da manutenção, da página virtual na Internet, o site da Página Meteorológica On-line da Estação ESMTG, talvez o “rosto” mais visível de todo o projeto DEME; este site está situado dentro de outro site que é a página


oficial da ESMTG (www.esmtg.pt); através do site da página meteorológica, são disponibilizados à comunidade educativa dados meteorológicos, a partir de uma conexão direta com uma estação meteorológica automática (EMA),existente dentro do espaço escolar; os dados meteorológico-climáticos, transmitidos da EMA para a página meteorológica, são atualizados de hora a hora, sendo os mais conhecidos os da precipitação, do vento e o da temperatura, entre outros. Nesta página é ainda disponibilizada mais três links com informação: uma base de dados, com arquivo de dados até dois meses de registos, uma pequena biografia da origem e desenvolvimento do projeto e um registo estatístico dos acessos ao próprio site. Todos estes links, portadores de informação, são totalmente públicos, podendo inclusivamente a informação, neles disponibilizada, ser “descarregada” para os nossos computadores. Outra atividade do projeto DEME, derivada da dinamização da estação meteorológica, que constituirá talvez, o “emblema” do projeto DEME, é a Exposição Fotográfica comemorativa

do Equinócio da Primavera e do Dia Meteorológico Mundial , este ano consagrada ao tema “Patrimónios”. Esta exposição fotográfica tem incluído, já pelo terceiro ano consecutivo, uma

Instalação Artística que tem elevado o nível de qualidade da exposição e tornado mais apelativa a própria exposição. As exposições fotográficas realizadas continuam a mobilizar amplamente a participação da comunidade educativa desta escola e a resultar numa avaliação muito positiva deste evento.

54

Outra atividade do projeto DEME, não menos emblemática, é a “Caminhada na Algarviana”, um circuito pedestre pelo interior do Algarve, dividido em 14 troços, de Alcoutim ao cabo de S.Vicente, destinados aos Walkers pela natureza e aldeias do interior rural algarvio. Foram


concluídos já, no âmbito deste projeto DEME, 4 trilhos da Algarviana, tendo sido o mais recente, realizado na Primavera de 2012, de S.Bartolomeu de Messines à barragem de Silves, que contou com um número record de 41 participantes, entre professores de 3 escolas da cidade, familiares e amigos.

Finalmente, e relativo à actividade da Colaboração e das Parcerias do Projeto/Escola com

os Actores Locais, vamos apenas deixar os logótipos das principais instituições e organizações, sobretudo

locais, com as quais colaboramos no sentido de lhes disponibilizar dados

meteorológicos, gerados na estação meteorológica da escola, de forma regular e contínua, para serem utilizados e visibilizados nos sites oficiais na Internet, dessas instituições e organizações.

55


Desporto

em ação ESMTG apura duplas para o Nacional da modalidade Giravolei - Fácil, divertido e competitivo

Prof. Edgar Plácido Responsável pelo projeto ‘Giravolei’ na ESMTG

“O Giravolei e o Gira +” é uma iniciativa da Federação Portuguesa de Voleibol, com a parceria estratégica do Desporto Escolar. É um ambicioso projeto que resulta da vontade em dinamizar o voleibol a nível local, regional e nacional tem contado com a participação de um elevado número de crianças, jovens e professores. Este ano, a fase local foi dividida entre a Escola Básica D. Martinho Castelo Branco e a Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, contou com a participação de alunos das escolas do concelho, contabilizando cerca de 100 alunos e 3 professores em ação. No dia 3 de Maio, entre as 9h00 e as 17h30 a juventude e a alegria cruzaram-se na cidade de Mértola, em jogos de 2X2, com rapazes e raparigas, nos vários escalões do Giravolei e Gira+ que discutiram com ardor o melhor resultado. Nesta competição Inter-regional juntaram-se perto de 300 alunos do Alentejo e do Algarve. Já se viram muitos jovens com boas prestações técnicas. Muitos deles fazem parte de equipas de competição do desporto escolar. O nosso centro apurou para esta competição 11 duplas, a saber: Ana Oliveira/Bruna Magro; Ana Catarina Alvéola/Inês Duarte; Renato Guerreiro/Arthur Nunes; Cristian Breceag/Levi Merlo; Beatriz Rodrigues/Inês Brites; Filipa Silva/Yohinna Sequeira; Inês Leite/Vladislava Moscaliova; Catarina Tiago/Ionela Farcasanu; Joana Jacinto/Vanessa Borralha; Rui Santos/David Arcadinho; Cristina Dias/Mara Castilho. Todas as duplas passaram à 2ª Fase da competição que funcionava em sistema de eliminação simples, aí as equipas jogavam para se manter em competição, a derrota determinava o fim do percurso para a equipa que perdia, assim obtivemos os seguintes resultados:

56


GIRAVOLEI FEMININO Escalação 13-15 Anos – Nível I – 3ºLugar Ana Oliveira/Bruna Magro Escalação 13-15 Anos – Nível II – 3ºLugar – Fílipa Silva/Yohinna Sequeira MASCULINO Escalação 13-15 Anos – Nível II – 1ºLugar – Renato

Guerreiro/Arthur

Nunes

(Campeões Inter-regionais) Escalação 13-15 Anos – Nível II – 2ºLugar – Cristian Breceag/Levi Merlo

Gira+ FEMININO Escalação 16-18 Anos – 2ºLugar – Inês Leite/Vladislava Moscaliova Escalação 16-18 Anos – 3ºLugar – Catarina Tiago/Ionela Farcasanu FEMININO Escalação 19-23 Anos – 1ºLugar – Joana Jacinto/Vanessa Borralha (Campeãs Interregionais) MASCULINO Escalação 19-23 Anos – 2ºLugar – Rui Santos/David Arcadinho

As duplas apuradas para o Nacional do Giravolei e Gira + foram as 1º e 2º classificados em cada escalão, a saber: Renato Guerreiro/Arthur Nunes; Cristian Breceag/Levi Mero; Inês Leite/Vladislava Moscaliova; Joana Jacinto/Vanessa Borralha; Rui Santos/David Arcadinho. Esta competição juntará perto de 1000 alunos do continente e ilhas, na bonita cidade de Castelo de Vide, durante o fim-de-semana de 2 e 3 de Junho.

57


Desporto

em ação O núcleo desportivo, jogadores e campeões mesa-tenistas Prof. Francisco Pereira

O núcleo de ténis de mesa da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes (ESMTG) nasceu em finais dos anos 90, e veio preencher a lacuna na oferta desportiva, do Desporto Escolar, na escola, e escolas da cidade, ao nível desta modalidade. Inicialmente mais orientado para os alunos do secundário, sobretudo com alguma prática anterior da modalidade, alargou a sua área de captação às escolas básicas do 2º e 3º ciclo da cidade. É no 2º e 3º ciclo que a maioria dos alunos faz a iniciação à modalidade, e é nestes ciclos que se revelam grandes potenciais no desempenho da modalidade. Uma iniciação tardia, ou não devidamente orientada, não só limita as possibilidades de progressão da própria aprendizagem da modalidade, que tem sempre uma componente muito individualizada e personalizada, como criam desigualdades entre os jogadores, que é preciso saber conciliar. O ténis de mesa é uma das modalidade desportivas com Quadro Competitivo no Desporto Escolar, participando, por isso, em competições ao nível regional,entre as escolas do Algarve, ou quando apurada, em competições nacionais, do Desporto Escolar. Os melhores nacionais ainda têm a oportunidade de participarem nos jogos internacionais da FISEC (FEDERATION

INTERNATIONALE

SPORTIVE

DE

L’ENSEIGNEMENT

CATHOLIQUE) dos quais Portugal já organizou seis edições. O núcleo de ténis de mesa ESMTG, já participou em dois campeonatos nacionais e um internacional FISEC, o de 2008/2009, que foi realizado por Portugal, e que se realizou no Algarve, nos concelhos de Portimão, Lagoa e Lagos. 1ª saída (Loulé )

2ª competição ( Tavira)

3ª competição(Portimão)

4ª competição( Tavira)

58


O núcleo de ténis de mesa ESMTG está na agenda cultural do município, através do MARÇO JOVEM, tendo já participado no MARÇO JOVEM de 2011 e 2012. A sua participação consiste na organização de um torneio aberto à população escolar do 2º,3º ciclos e secundário, das escolas da cidade de Portimão, tendo-se atingido, na edição deste ano, um nº de 40 participantes, com alunos provenientes de 5 escolas. Vencedores Março Jovem 2011

Vencedores Março Jovem 2012

No presente ano letivo( 2011/2012) o Núcleo Desportivo ESMTG apurou para o Nacional do Desporto Escolar, a realizar em Tavira, dois alunos para as competições individuais(Doina Bodrug, no escalão juvenil-feminino, 3º elemento sentado, a contar do lado esquerdo, e David Chenchu, no escalão Juvenil-masculino, 2.º de pé a contar do lado esquerdo). Alunos-jogadores ESMTG, finalistas regionais e apurados nacionais do Desporto Escolar 2011/2012

59


Semanas certas Semana da informática Grupo de Informática

Realizou-se na semana de 23 a 27 de Abril mais uma “Semana da Informática”, evento que conta já com 9 anos de existência. Mais uma vez, esta foi uma semana muito participada por toda a comunidade escolar e que se desdobrou nas seguintes actividades: 

Torneio de programação

Lan-Party

Palestra – Rumo à Internet II

Palestra – Perigos da Internet

Ações de formação em Excel

As actividades foram organizadas pelos docentes do grupo 550, com a ajuda dos seus alunos e contaram com uma grande adesão por parte dos alunos, docentes e funcionários da escola. Nos dois torneios realizados (programação e Lan-Party), inscreveram-se um número muito significativo de equipas, que puseram à prova as suas capacidades de programadores e numa vertente mais lúdica, de jogadores em equipa. No final de ambos os torneios foram atribuídos prémios às equipas vencedoras. Os temas abordados nas duas palestras (Perigos da Internet, pelo Professor Ricardo Sousa e Rumo à Internet, pelo Professor Jânio Soares da Universidade do Algarve) agradaram bastante à assistência, tendo sido tema de posterior debate nas aulas da área de informática. Também as acções de formação em folha de cálculo foram muito participadas pelos professores e funcionários da escola, tendo sido realizadas várias sessões, com diferentes graus de complexidade, adequadas ao nível de experiência nesta aplicação por parte dos vários inscritos. Como saldo final, esta foi uma Semana de Informática pautada pelo êxito e que se espera ver repetida no próximo ano com o mesmo sucesso e o mesmo acolhimento caloroso por parte da comunidade escolar.

60


Escola multicultural A CABRA E OS CABRITINHOS (CONTO POPULAR MOLDAVO) Alla Bilenko | Português para Todos | Turma de nível B1/B2

Era uma vez uma cabra que tinha três cabritos. O mais velho e o do meio costumavam portar-se muito mal; o mais pequeno era muito bem-educado e trabalhador. Uma vez a cabra chamou os cabritinhos e disse-lhes: -Eu vou à floresta procurar alguma coisa para vocês comerem. Fechem bem a porta e não abram a ninguém. Quando eu chegar vou dizer assim: Três cabritinhos, Com os corninhos Abram a porta à mamã. A mamã traz Param vocês Folhas nos lábios Leite nas tetas Sal nas costas Pão nos calcanhares Um ramo de flores nas mãos. -Ouviram todos o que eu disse? -Sim! – Responderam os cabritinhos, podes ficar descansada. Mas a cabra tinha um inimigo, o compadre dela, o lobo. O lobo queria comer os cabritinhos e estava quase sempre escondido atrás da janela para ouvir quando ela saía de casa. Quando a cabra abalou para a floresta, o lobo, que tinha ouvido tudo, começou a dizer as frases que a mãe tinha combinado dizer. O cabritinho mais velho quis logo abrir a porta, mas o mais novo estranhou a voz e disse: -Esta não é a nossa mãe.

61


Quando o lobo ouviu estas palavras, fugiu e foi afiar os dentes e a língua para ficar com a voz parecida à voz da mãe cabra. Depois voltou e começou a dizer de novo as mesmas frases: Três cabritinhos, Com os corninhos Abram a porta à mamã. A mamã traz Para vocês Folhas nos lábios Leite nas tetas Sal nas costas Pão nos calcanhares Um ramo de flores nas mãos. O mais velho disse logo: -Eu vou abrir a porta porque chegou a nossa mãe com a comida! Mas o mais novo não quis abrir a porta e disse: “ esta não é a nossa mãe.” Resolveram então esconder-se: o mais novo escondeu-se dentro do forno, o do meio, escondeu-se debaixo de um berço de madeira e o mais velho pensava se devia ou não devia abrir a porta. Finalmente decidiu abri-la. O lobo entrou logo e cortou a cabeça do cabrito, guardou-a e comeu o resto do corpo. Depois começou a procurar por todo o lado, mas não encontrava nenhum dos outros cabritinhos. Como já estava cansado, encostou-se ao berço para descansar um pouco e espirrou. O cabritinho do meio, que estava escondido debaixo do berço disse: “santinho, padrinho!” O lobo cortou-lhe a cabeça e comeu o resto. Depois continuou a procurar o mais pequeno, mas não conseguiu encontrá-lo. Então foi pôr as duas cabeças dos cabritinhos à janela como se eles estivessem a rir. Depois pintou as paredes com sangue para irritar mais a sua comadre cabra e foi-se embora. O mais novo saiu de dentro do forno e começou a chorar com grande desgosto. Finalmente chegou a mamã cabra. De longe, viu as cabeças dos cabritinhos à janela e disse: Rapazinhos, meus rapazinhos Bonitinhos e com corninhos!

62


Depois, quando já estava perto da porta disse as frases que tinha combinado dizer: Três cabritinhos, Com corninhos… Então o mais pequeno abriu a porta e disse a chorar: -Olha o que aconteceu! E choraram muito os dois. O cabritinho contou à mãe como tudo tinha acontecido. Então a cabra disse: “ ele ainda não sabe quem eu sou, mas eu vou mostra-lhe!”. Então ela preparou uma comida que cheirava muito bem. Depois fez um buraco no chão, fez fogo no fundo do buraco, tapou-o com ramos e folhas secas e um pouco de terra e foi à procura do compadre para o convidar para o almoço do funeral. Quando o lobo chegou, ela contou o que tinha acontecido aos seus filhos, mas disse que não sabia quem fez tão grande maldade. O lobo achou a história muito triste e disse: - Comadre, era melhor ter-me chamado para uma festa de casamento e não para um almoço de funeral. A cabra chamou o lobo para se sentar numa cadeira de cera, colocada sobre o buraco tapado com as folhas, os ramos e a terra. O lobo comeu bem, mas quando o fogo ficou mais forte, queimou os ramos, a cadeira de cera derreteu-se e o lobo caiu no buraco e morreu queimado. Depois ela chamou todas as cabras e fizeram um grande almoço.

63


Escola multicultural Atividades do GAAE Prof. Conceição Veloso Coordenadora do Gabinete de Apoio ao Aluno Estrangeiro

O Gabinete de Apoio ao Aluno Estrangeiro (GAAE) surgiu pelo facto de a nossa escola apresentar uma crescente procura de alunos oriundos de outros países a frequentar os variados cursos oferecidos. Adicionar a esta situação surgiu também a oferta de turmas de PPT, as quais foram igualmente alargadas, não só em número de turmas, mas também em número de formandos a frequentar as mesmas, no período noturno. 64 Em virtude de depararmo-nos com uma tão grande diversidade linguística e cultural, já que coexistem variadas nacionalidades distintas, era inevitável adequar estratégias às necessidades e encontrar atividades que fomentassem a integração e o sucesso pessoal, académico e até profissional dos novos alunos. Assim, o gabinete de apoio ao aluno estrangeiro dinamizou várias iniciativas, na escola, com algum impacto, sempre em prol da inclusão do imigrante e com o intuito de sensibilizar os demais para olhar o outro com tolerância e enriquecer a sua formação pessoal. Este projeto decorre já há 4 anos e continua a dinamizar atividades de relevo e de grande impacto na comunidade educativa.


65


CURSO DE PORTUGUÊS PARA TODOS

Prof. Conceição Veloso

O curso de PPT (Português Para Todos) proporciona

aos

adultos

estrangeiros

a

aprendizagem da língua portuguesa e ao mesmo tempo o conhecimento da cultura portuguesa, dando

a

possibilidade

de

adquirirem

a

nacionalidade portuguesa e outras regalias, de acordo com a lei da imigração.

A sua presença tem um impacto muito positivo

na

escola,

fazendo-se

sentir

sobretudo na realização de várias atividades culturais dirigidas à comunidade escolar. Este tipo de formação faculta à população imigrante o acesso a um conjunto de conhecimentos

indispensáveis

a

uma

inserção de pleno direito na sociedade portuguesa, bem como o conhecimento dos direitos básicos de cidadania.

A nossa escola tem vindo a ser reconhecida como uma escola inclusiva. O bom trabalho realizado ao nível da formação de imigrantes adultos atraiu muitos formandos, sendo que no presente ano letivo foram constituídas 4 turmas com mais de 30 formandos cada uma. Duas das turmas apresentam uma grande heterogeneidade a nível de ritmo de aprendizagens e de conhecimentos académicos, para além da grande diversidade linguística: 7 nacionalidades distintas por turma.

66


Os formandos a frequentar estes cursos revelam muito

entusiasmo

participando

com

pela empenho

aprendizagem, nas

atividades

propostas pelos formadores. Apreciam não só a língua que estão a aprender como também os aspetos culturais do nosso país. Reconhecem o trabalho e a dedicação dos formadores e a forma, como em geral, são acolhidos na comunidade educativa

67

Partilha de culturas – jantar de finalistas * Palestra «Como apoiar os imigrantes?» * Palestra «A lei da imigração» * Visita ao Museu de Portimão * Ida a uma casa de fados.* Festa multicultural * Visita de estudo /Passeio a Lisboa.


VISITAS LÁ FORA Intercâmbio Portugal - Alemanha Alunos de Alemão da ESMTG participaram num intercâmbio escolar com alunos alemães da escola Max-Planck-Gymnasium

Prof. João Alves Os alunos de Alemão, das turmas do 10.º P, 10.º Q, 11.º M e 11.º N, realizaram, entre os dias 19 e 26 de fevereiro, uma visita à Alemanha, no âmbito de um intercâmbio com alunos alemães

que

português

na

aprendem escola

Max-

Planck-Gymnasium,

em

Dortmund.

do

O

ensino

Português, tanto para alunos de origem lusófona como para alunos alemães, faz parte da oferta curricular desta escola há mais de 30 anos. A cada aluno foi atribuída uma família alemã que se responsabilizou pelo alojamento e alimentação. Cada aluno tinha, ainda, um parceiro alemão que os acompanhou e orientou durante toda a estadia. Do programa da visita faziam parte diversas atividades que permitiram conhecer a escola, a cidade de Dortmund e, também, um pouco da história e da cultura do Estado da Renânia do Norte de Westfalia. Houve oportunidade para assistir ao Carnaval de Düsseldorf que, a par do Carnaval de Colónia, é um dos mais famosos do país. A visita ao museu «Ruhrmuseum», classificado como património cultural mundial, foi um dos pontos altos da visita no que diz respeito ao conhecimento de uma parte muito importante da história daquela região. O projeto «Descobrir Dortmund, apreciar Dortmund» proporcionou o contacto com aspetos marcantes da cidade, ao mesmo tempo que constituiu uma oportunidade para apreciar o centro histórico da cidade. Foram, ainda, desenvolvidos trabalhos de grupo em áreas artísticas como a música, as artes plásticas e o cinema. O programa da visita culminou com uma visita à Catedral de Colónia, a subida à torre sul (532 degraus) e um passeio pela parte antiga da cidade. Do ponto de vista intercultural, linguístico e social, o intercâmbio proporcionou aos alunos experiências únicas e inesquecíveis, considerando-se plenamente atingidos os objetivos gerais e específicos previamente traçados.

68


Opiniões dos alunos portugueses sobre a visita «A verdade é que as diferenças entre alemães e portugueses são menos do que eu esperava. A sua forma de ser são, na verdade, apenas as diferenças na personalidade e tenho a certeza de que se nós tivessemos ficado na Alemanha mais tempo apenas descobriríamos que somos parecidos.» Miguel Ramos, 10.º P «Pensava que os alemães eram muito frios e descuidados. Fiquei a saber mais sobre a sua cultura e o seu modo de vida. Estão muito ligados á família e gostam de partilhar o seu dia-a-dia e as saus vivências com a sua família. São muito prestáveis, estão sempre prontos a ajudar a satisfazer os nossos pedidos.» Mariana Paraíso, 10.º P «Penso que o intercâmbio influenciou, de certa forma, a minha opinião tanto sobre os alemães como sobre a Alemanha. Antes da viagem, tinha um pouco a ideia de que o povo alemão era um povo frio e austero, mas quando cheguei à Alemanha, percebi que os alemães são é mais conservadores mas bastante simpáticos e receptivos.» Oxana Dimova, 11.º N «Antes de ir à Alemanha criei muitas expectativas, que foram superadas. Não esperei gostar tanto da comida alemã, foi das coisas que mais apreciei. Nunca pensei que os alemães fossem tão cuidadosos com a comida, da maneira como fazem aqueles molhos deliciosos, fiquei fascinada. Ter ido à Alemanha foi uma experiência única e inesquecível sem dúvida, fiquei muito próxima da sua cultura, e pode ser que um dia vá para Alemanha e fique mais tempo lá.» Sara Henriques, 11.º N «Penso que os alemães não são tao ''conversadores'' quanto nós, pelo menos no que toca aos primeiros contactos. De início foi difícil para mim lidar com essa diferença, mas ao longo dos dias, fomo-nos conhecendo melhor uns aos outros, e esse 'silêncio' inicial acabou por desaparecer. Penso que agora compreendo melhor a cultura alemã assim como a sua maneira de ser. Considero-me mais apta para comunicar com eles, e adorava lá voltar.» Carolina Reis, 11.º M

69


VISITAS CÁ DENTRO

Festival de Contos para a Infância na BE

Prof. Rosário Cristóvão

A BE recebeu um desafio irresistível da parte da professora Helena Tapadinhas: colaborar no Festival de Contos para a Infância, dinamizado pelo 11ºG, turma do Curso Profissional de Organização de Eventos e orientado pela própria professora Helena Tapadinhas e a decorrer na biblioteca nos dias 23 e 26 de Abril. A tarefa da BE consistiu em ceder o espaço na sua sala de leitura, de modo a receber os meninos vindos dos jardins-de-infância e das escolas primárias, que se deslocaram até à biblioteca para ouvir as contadoras de histórias. A biblioteca cedeu o espaço com todo o gosto e preparou também uma grande montra de livros de literatura infantil, que as crianças consultaram com muita curiosidade. Foi muito interessante ver todo o espaço da biblioteca ser ocupado por pequenos leitores e ouvintes atentos e muito participativos nas histórias contadas por tão grandes contadoras. As histórias contadas provinham do livro Contos do Mago, escrito pela professora Helena Tapadinhas. Assim se constrói com arte e encanto o gosto pelos livros e pela leitura nos pequenos leitores! E esperamos que, mais tarde, venham a ser os leitores assíduos das bibliotecas escolares ao longo de todos os níveis de ensino! Bem hajam pela iniciativa !

70


CAMPEONATO DE XADREZ

Prof. Rosário Cristóvão 71

A BE decidiu voltar este ano letivo à boa e antiga prática do Campeonato de Xadrez, que durante tantos anos animou a escola e que decorreu sempre nas instalações da biblioteca escolar. Assim, foi colocado o desafio à comunidade educativa e, depois de apurados os alunos interessados, decorreu no dia 18 de Abril o Campeonato de Xadrez da Teixeira

Gomes, com a preciosa colaboração do professor Hélder Correia, presidente do Clube de Xadrez de Portimão. O campeonato contou com a participação de 12 alunos e apurou-se os seguintes vencedores: em 3º lugar, o aluno Alin Dumitru, nº5, do 12ºJ; em 2º

lugar, o aluno Ricardo Rainha, nº23, do 11ºJ, e em 1º lugar, o aluno Carlos Silva, nº14, do 12ºJ. A todos os participantes, aos vencedores e ao professore Hélder Correia, a BE agradece e felicita pela participação. Xeque-mate!!!


OFERTA EDUCATIVA 2012.2013 Prof. Maria José Duarte A divulgação da oferta educativa para 2012.2013 da ESMTG cumpriu o plano desenhado e dado a conhecer às estruturas pedagógicas que pretendeu envolvidas na sua concretização. De um modo mais pragmático e menos dispendioso, foram suprimidas as várias fases que anteriormente se sucediam. Não se verificando a existência de uma estrutura devidamente equacionada para a sustentação de modelos anteriores, e dispondo-se de recursos materiais confinados a limitações ditadas pela atual situação, todo o dispositivo logístico foi elaborado em articulação com anteriores membros da equipa DOC/PIE, a título de colaboração. Pela primeira vez, o Professor Luís Elias integrou esta iniciativa e desempenhou um papel importante na sua concretização. Mais uma vez os professores Pedro Cabo, Luís Salema e Sandra Guerreiro prestaram uma colaboração importante no desenho da divulgação, cuja concretização dispôs do apoio efetivo da Adjunta da Direção, Raquel Santos, e do próprio Diretor, cujo empenho encontrou o seu espaço no ato da divulgação, onde as turmas do 9.º ano das escolas dos concelhos de Portimão, Monchique e Lagoa estiveram presentes. A iniciativa foi além da divulgação da oferta educativa, pois permitiu que, sob a coordenação da Presidente da Associação de Estudantes, cujo trabalho a escola reconhece, alunos do ensino regular e profissional pudessem, em conjunto, desempenhar o papel que uma cultura de escola pressupõe.

72


Normalmente, este é desempenhado por professores. Porém a estratégia foi para além dessa tradicional visão e permitiu que pares interagissem e difundissem saberes. Pares de alunos difundiram e evidenciaram saberes sobre uma escola, sobre as suas práticas, os seus projetos e as suas instalações. Também de pares se tratou quando os professores diretores de turma e acompanhantes convidados encontraram eco nos professores desta escola. Também aí se cumpriu o objetivo traçado – a difusão de saberes Cerca de 700 alunos, dos 925 referenciados como existentes na frequência dos agrupamentos de escolas convidadas, foram recebidos pelos representantes dos órgãos máximos da ESMTG, na figura do Presidente do Conselho Geral, transferindo a sua mensagem para a dramaturgia, materializada pelos alunos do grupo do Teatro da Caverna e do Diretor, ao apresentar a escola nas suas valências mais significativas. Aos departamentos curriculares foram destinados papéis relevantes na dinamização dos seus espaços de ação, preenchidos pela explanação de cursos em oferta e respetivos planos curriculares, tendo vários professores destacados pelos grupos disciplinares também eles materializado a dita cultura de escola A escola, no seu todo, mostrou-se como uma instituição de referência, revelando a sua realidade numérica quanto aos seus resultados académicos e respetivas entradas no ensino superior, a sua avaliação externa na reflexão de caminhos que traduziram a sua preocupação com o sucesso dos alunos e simultaneamente da própria instituição. Em súmula, a sua imagem de qualidade num contexto local, regional e nacional. Exemplos de boas práticas que conduziram a tais resultados foram igualmente dados, não esquecendo toda a dinâmica de projetos que se encontram em ação e que para além de evidenciarem um trabalho de qualidade, promovem a formação global dos alunos aos quais se dirigem. A divulgação da oferta educativa permitiu a constatação da índole científica, humanista, e tecnológica conducente a uma vertente qualificante. Uma escola inclusiva e reveladora de modernidade, que não se esquece de perpetuar a sua tradição. Mostrou-se no seu todo como uma escola de oportunidades e de futuro. A divulgação da oferta educativa para 2012/2013 não se limitou à enumeração dos cursos oferecidos pela escola, centrou-se, também, na divulgação das linhas estruturantes do Projeto Educativo, e nos pressupostos que permitem tomadas de decisão esclarecidas, por parte dos alunos e dos seus Pais e Encarregados de Educação, a quem foi dedicada uma sessão que encerrou esta iniciativa. O programa de divulgação foi submetido a uma avaliação, por parte dos alunos que visitaram a ESMTG, sendo os resultados obtidos integrados neste relatório e apresentados aos órgãos pedagógicos desta escola. O processo de divulgação da oferta educativa terá a sua repercussão no ato da matrícula, que terá lugar no próximo mês de julho, nos Agrupamentos de Escolas acima citados. A Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes agradece a colaboração prestada por todos aqueles que permitiram a concretização da divulgação da sua oferta educativa para 2012-2013.

73


Profissionalmente Eventos Prof. Helena Tapadinhas No decorrer deste ano letivo, a turma do 11º G do Curso Profissional de Técnico de Organização de Eventos desta Escola, concebeu e organizou uma iniciativa a que chamou 1º Festival de Contos para a Infância da ESMTG. O evento decorreu durante o mês de Maio e constituiu um projeto de algum fôlego, dado que envolveu a participação de 15 escolas e um total de cerca de 1500 participantes. Em concreto, o Festival ofereceu 15 sessões de conto a turmas do pré-escolar e 1º ciclo de estabelecimentos de educação de Portimão. Além de ter proporcionado aos alunos de Organização de Eventos a possibilidade de se confrontarem objetivamente com empreendimentos concretos na sua área de formação, esta iniciativa permitiu também às turmas 10ºB, 11º A e 11º B do curso de Técnico de Apoio à Infância o desenvolvimento de atividades práticas da gestão de grupos de educação de infância. Do ponto de vista pedagógico, o Festival de Contos teve uma intenção simultaneamente motivacional e formativa. A ênfase na questão motivacional parece-nos fundamental. Seja para alunos, seja para professores, a escola não pode conformar-se a uma rotina cinzenta. Quando isso acontece o desinteresse alastra e as dificuldades próprias do ensino e da aprendizagem saem acrescidas.

74


Do ponto de vista dos cursos profissionais a questão da motivação é duplamente importante. Com efeito, estamos perante alunos cuja opção escolar também está ligada a uma propensão menos acentuada pelo ensino tradicional e pela sua forte componente abstrata. Pretendem aceder mais rapidamente ao mundo, e se a escola não lhes proporciona essa ponte é natural que se sintam desapontados e menos recetivos aos conteúdos disciplinares. Do ponto de vista formativo, a iniciativa do Festival de Contos teve em vista por em prática uma máxima que faz todo o sentido no ensino profissional: “ aprender fazendo”. Como é óbvio, tratase de uma abordagem que implica os riscos inerentes à construção do conhecimento pelo processo de tentativa e erro. Num contexto escolar habituado a uma lógica em que prevalece o entendimento de que a teoria antecede a prática, são naturais os receios. Pode-se, nomeadamente, ser levado a ver no eventual insucesso de uma iniciativa um risco para o bom nome da escola. Contudo, importa também que se pondere outras perspetivas, e a forma como decorreu o Festival de Contos dá-nos bons pretextos para isso. Com efeito, o Festival de Contos desencadeou um movimento pouco usual dos alunos no sentido da procura de apoio dos professores nas suas áreas disciplinares. Nada de novo. Sabe-se que a necessidade de fazer leva à necessidade de conhecer, e transforma-se em oportunidade de ensinar. Uma dinâmica que constitui outra janela de possibilidade para o ensino e aprendizagem. Inclusive para o corpo docente, a quem a observação do contexto da ação pode evidenciar novas possibilidades metodológicas, nomeadamente as vantagens de articulação interdisciplinar em situação e a possibilidade de edificar os currículos sobre as solicitações concretas de qualquer evento, corra ele bem ou corra mal. Como orientação pedagógica, a construção do conhecimento sobre as experiencias de vida e o contexto dos alunos está bem escorada nas teses de alguns dos grandes pedagogos do nosso tempo, de Dewey a Giroux. Uma escola viva, sonha, acredita, arrisca.

75


PROFISSIONALMENTE

Testemunhos Um curso profissional tem um papel muito relevante para a sociedade de hoje. Vendo bem, além dos alunos serem presenteados por uma riqueza educacional transversal a todas as disciplinas, contam também com uma interação ímpar com o mundo empresarial. Sandra Guerreiro

Não é o diploma que forma profissionais. Só o amor à profissão ou ao percurso académico que cada um escolhe pode fazê-lo, mesmo aqueles que não tiveram a instrução formal ou percursos académicos que visam o dito "normal".... Assim sendo não em vejo como um "ensinador", mas sim como alguém que "pensa" modos e formas lançar os meus alunos/as na viagem da descoberta. Crio apenas situações/problemas e forneço "caminhos" para as soluções dos mesmos, pois de "normal" nada tenho!!!

76

Pedro Cabo

O testemunho vai na qualidade de professor de AI e, sobretudo, de DT: Quando me disseram que ia ter turmas de Ensino Profissional fui atingido pela mesma sensação que tive quando me disseram que ia leccionar turmas de CEF: receio! Perante o desconhecimento da realidade, apenas me lembrava dos mitos e frases feitas que circulam na imprensa, blogues, tv e afins: facilitismo, faltas, indisciplina... O suficiente para rogar pragas! Tal como nos CEF's, no Ensino Profissional (mais do que no Regular), exigem de nós mais do que muitos pensam: capacidade de chegar a cada um dos alunos, capacidade de moldar um programa curricular desfasado às necessidades e «sentimentos» dos alunos, reformulação de métodos de ensino e de avaliação... e o mais importante, vencer os estigmas com que a sociedade brinda o EP! No balanço final, tal como no passado, adorei a experiência do EP! Tenho a lamentar os estigmas feitos pela sociedade, muitas vezes oriundos de dentro das próprias escolas: ou porque desconhece a


realidade concreta, ou porque não se consegue adaptar a novos desafios! Findo o ano lectivo, com as minhas turmas em FCT, fico contente pelo feedback que alguns alunos me vão dando e sinto aquela sensação de dever cumprido! Basicamente a experiência laboral destes meus alunos será, na maioria dos casos, uma entrada formal na época das responsabilidades! E, mais importante que tudo, não são lançados às feras providos de teorias opacas e saberes sobretudo livrescos: vão apetrechados de saber técnico e prático (ao menos na turma de que fui DT, estando ciente que em muitos casos isto não é a prática corrente)! E, frase feita, vou sentir imensas saudades deles! Luís Elias

Ser professora do ensino profissional é um desafio. Para além de tudo o que costuma ser, o professor é um gestor de emoções. Cada aula é uma eterna novidade. Talvez, por isso, seja, para mim, muito gratificante ser professora destes alunos. Maria Eugénia Pacheco

77 DC: Então Tiago?! Deixaste de ganhar mais um prémio no torneio de programação… e a universidade? Aluno: Olá prof. Uma pen de 32Gb até que era porreiro!!! Não cheguei a ir para a universidade pois não havia dinheiro, já trabalhei numa empresa de software como programador web e agora, comecei a trabalhar numa agencia criativa de renome; Estou a evoluir na carreira!!

Rogério Campos


a escol@ na web

78


79

Traçamos futuros. Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes – Portimão | Avenida S. João de Deus TELEFONE: 282 450 410 | FAX: 282 415 049 | geral@esmtg.pt | www.esmtg.pt


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.