abril14

Page 1

Revista

- GRATUITA 07

l

10

Ano V 12

PARQUE DA CIDADE Bem pertinho da gente com 500 mil metros de atrações para desfrutar de momentos incríveis.

l

Número 34 -

15

NOVAS OPORTUNIDADES O Fundo Social de Solidariedade está com novas salas e espaços para cursos de capacitação.

ÁGUA:

16

23

MEIO AMBIENTE Prefeitura investe no destino dos resíduos sólidos com projetos inéditos e tecnologia estrangeira.

uso consciente 24

28






expediente EDITORA- CHEFE Mônica Tozetto

editora@revistatouche.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL Mônica Tozetto - MTB: 33.120 ARTES Equipe Revista touché! Editora Laser Press de Comunicação Integrada

DIAGRAMAÇÃO Alexandra Torricelli TIRAGEM 10.000 exemplares AUDIÊNCIA MÉDIA 40 Mil Pessoas DISTRIBUIÇÃO Em Jundiaí e região, nas melhores bancas, comércios cadastrados, condomínios horizontais e verticais de alto e médio padrão. Display no Mercadão da Cidade, Mercadão da Vila Arens, Unit Mall e no Bulevar Beco Fino.

editorial

A falta que faz Vivemos a estiagem mais severa dos últimos 60 anos. Claro que o sistema de abastecimento da cidade pode entrar em colapso, caso São Pedro não devolva a chuva que nos pertence. O líquido que escorre pelas torneiras, se espalha nos chuveiros e agita a máquina de lavar só é realmente percebido quando deixa de aparecer. Aí tomamos um susto, passamos a valorizar algo que sempre esteve por ali. Essa edição da touché! está especialmente centrada na questão do uso racional da água. Vale a velha história de que se cada um fizer sua parte, o problema pode ser melhor enfrentado. Somos bastante privilegiados, em comparação a muitos outros países, quando o assunto é recurso hídrico. Mas todos precisam entender que se trata de um bem sensível, esgotável e com a estranha mania de estragar

Na touché! tem

07 Aqui do lado, bem pertinho! 12 Novas oportunidades no FUNSS 16 Resíduos sólidos ENTRE EM CONTATO CONOSCO

06

caso não cuidemos do caminho por onde circula. Vale então atenção às dicas desta edição. Nesse mesmo caminho, uma outra matéria chama atenção. O projeto, que busca alternativas para resíduos sólidos gerados na cidade, uma vez implantado deve gerar impactos importantes para o meio ambiente. Mais do que isso, Jundiaí se colocará no mapa das cidades com grandes aspirações ambientais, graças a experiências bem sucedidas na Alemanha, a partir dos projetos da Universidade de Braunschweig, parceira estratégica nessa empreitada. E claro, na touché! desse mês ainda os artigos exclusivos dos nossos colunistas, entrevistas e muitos assuntos saborosos. Touché!, uma página mais gostosa que a outra.

24 Use a água de maneira consciente 31 Bilhete Único em Jundiaí 32 Colunistas exclusivos da touché!

ENDEREÇO Dino, 202 l Ponte São João l Jundiaí l SP l FONE 11 4587-6499 EMAIL touche.jundiai@gmail.com l SITE www.revistatouche.com.br www.facebook.com/revistatouche Março/Abril 2014


Destino

AQUI

DO LADO, BEM PERTINHO!

Não se pode negar que é sempre um prazer pegar uma estrada – ou um voo – para trilhar novas aventuras. Mas bem pertinho da gente, também é possível vivenciar muitas emoções. O Parque da Cidade, inaugurado oficialmente pela DAE no dia 21 de abril de 2004, é com certeza um dos cartões postais de Jundiaí. E lá, você, sua família, seu amor, enfim, quem estiver disposto, vai desfrutar de momentos incríveis. E o que é melhor: quem manda na diversão é você! São 500 mil metros de atrações, que surpreende pelas belezas naturais. Portanto, pegue sua cesta de piquenique e passe horas agradáveis por lá, aliando lazer e qualidade de vida.

l Verão: das 6h30 às 20h. Veículos podem entrar somente até às 19h l Inverno – das 6h30 às 19h. Veículos somente até às 18h. l O acesso aos estacionamentos é pela portaria central, localizada na Rodovia João Cereser, km 66.

Não pode É proibida a entrada de animais de qualquer porte, nem mesmo dentro dos carros. Também não pode soltar balões, chuvas de papel picado e distribuir panfletos. l l

Para se divertir Academia ao ar livre Para quem gosta de exercícios físicos, os aparelhos funcionam com o peso do corpo. l Auditório l A sala tem capacidade para 200 pessoas com som e saída para Datashow. l

l Trânsito

Por semana, o Parque recebe cerca de 500 pessoas. Esse público aumenta nos finais de semana e feriados, passando para 1,5 mil aos sábados e cerca de 5 mil aos domingos. l

Onde fica l Rodovia João Cereser, km 66 – Pinheirinho, Jundiaí. Telefone: 11 4522-0499. l E-mail: parquedacidade@daejundiai. com.br l Facebook: http://www.facebook.com/ parquedacidadejundiaioficial l

Para chegar De ônibus – Linha 578 (Terminal Hortolândia – Jundiaí-Mirim) l Estacionamento – 500 vagas l

l

Horário de funcionamento l O parque funciona diariamente e tem entrada gratuita. O espaço é adaptado para pessoas com deficiências. l

Março/Abril 2014

l

Centro Náutico Espaço voltado à prática de esportes náuticos. Consulte site para ver o que é oferecido. l l

l Jardim japonês

l Um espaço encantador, com paisagismo fiel aos padrões dos jardins do Japão. O portal de acesso Torii representa a entrada ou a proximidade a um santuário. Além disso, possui cachoeiras, lagos, cursos d’água, pontes, quiosque e bebedouros.

Pista para caminhada e ciclovia Instalada uma ao lado da outra, as pistas são sinalizadas, iluminadas e com sistema próprio de som. Durante o percurso, quem sentir sede terá à disposição bebel l

07


douros. Também poderá parar para fazer ginástica nos equipamentos. l Aeromodelismo

l A pista para a prática do aeromodelismo tem 250 metros, é pavimentada, com hangar coberto. Para usar, é preciso estar cadastrado junto à Cobra (Confederação Brasileira de Aeromodelismo). É necessário também fazer um cadastro na administração do Parque, apresentando CPF, RG e BRA. l Playground

l O Parque possui dois grandes, ao lado da lanchonete e próximo às quadras. Construídos com madeira de reflorestamento e de demolição, ficam dispostos sobre areia e gramado. l Quadras esportivas

l São cinco quadras oficiais: duas poliesportivas, duas de vôlei de areia e uma de futebol de areia. Funcionam diariamente, com acesso livre. l Lanchonete l

Funcionam de terça a domingo.

l Aluguel de bicicletas

l Apenas aos finais de semana. O valor é de R$ 5,00 a hora. l Orientação

l Para quem prefere, no Parque há professores de Educação Física e estagiários prontos para orientar os frequentadores para a prática de exercícios. l Árvores frutíferas

l No parque existem pelo menos duas mil árvores. Entre as espécies, estão:

Palmeira Rabo de Peixe Amora l Seafórtia l Areca Bambu l Abacate l Eucalipto Limão l Jambolão l Graviola l Jacaradandá Mimoso l Noz pecã l Leucena l Macadâmia l Figueira Benjamina l Jambo Amarelo l l

08

Março/Abril 2014


Destino Pata de vaca Luca elefante l Palmeira leque da China l Tipuana l Camélia l Paineira Rosa l Jatobá l Timburi l Jacarandá Mimoso l Jacarandá de Espinho l Jacarandá de Ferro l Jaboticabeira l Ipê Roxo l Jerivá l Goiaba l Uvaia l Ingá l Lixia l Espatodea l Pinus l Cibipiruna l Ipê Amarelo l Santa Bárbara l Árvore da China l l

09


Destino l Espécies de peixes detectadas na

represa Curimbatá l Tilápia l Dourado l Pintado l Piapará l Cascudo l Jundiá l Lambari l

l Frutas l l

Morangos Banana

l Suco

l Maracujá batido com gengibre e hortelã (fica muito refrescante) l Sanduíche

l Pão integral com patê de atum (preparado com cenoura cozida, ervas e azeite), alface picada l Sanduíche com patê de ricota (batido com nozes, azeite, tomate seco e manjericão) l Sobremesa: bolo de maçã com passas e castanha

Faça um piquenique A cesta abaixo é uma sugestão da nutricionista funcional Erô Benetti.

10

Março/Abril 2014



NOVAS OPORTUNIDADES

A

Há pouco mais de um mês, a primeira dama do município, Margarete Bigardi, inaugurou o novo Fundo Social de Solidariedade. O prédio, colado ao Parque da Uva, onde antes funcionava um restaurante, abriga salas e espaços voltados à capacitação. Conheça a história, que começa com Margarete assumindo seu cargo.

ntes de assumir a cadeira de primeira dama e consequentemente, presidente do Fundo Social de Solidariedade do município, Margarete Bigardi foi cabeleireira durante 20 anos e conta isso com muito orgulho. Nas campanhas anteriores do marido, o prefeito Pedro Bigardi, sempre fez questão de continuar trabalhando. Nesta, porém, sentiu que era hora de parar. “Eu sempre amei minha profissão, além de poder contribuir com o orçamento da casa. Nas outras campanhas eu participava discretamente, já que horário de salão é uma loucura. Mas desta vez, mudei. Ninguém me pediu nada. Foi intuição”, conta ela. Margarete lembra que a energia positiva foi a marca da última campanha. Conversava com as pessoas, saia às ruas. Por vezes ouvia ofensas e nesses momentos, mostrava seu lado. Como nunca tinha vivido situações semelhantes, por vezes sentia medo, mas usava sua experiência como cabeleireira, aliada ao seu eterno otimismo. “Foi cansativo, mas muito bom. Acabamos nos divertindo, eu, Patrícia (filha) e o Pedro. Me defendia quando precisava e ouvia também. Muitas pessoas vinham desabafar comigo e isso escutar o outro é algo que eu sei fazer”, disse.

12

Março/Abril 2014


Perfil

Inauguração da FUNSS

pra deixar a casa em ordem. “Queria fazer tudo certo. Fui criticada muitas vezes, mas não arredei pé dessa decisão. Na primeira campanha do agasalho, contou com a ajuda da antiga equipe e conseguiu fazer. “Buscamos informações, procuramos preços e tudo foi dando certo.

esse evento voltado à família. Trabalhamos muito, mas conseguimos, com uma equipe em harmonia.” A nova sede Depois de se inteirar das inúmeras funções que deveria exercer pelos próximos

A chegada no FUNSS Era tudo novo para Margarete quando entrou pela primeira vez no FUNSS, localizado ainda na Chácara Urbana. Ela, muito calma, chamou todos os funcionários, que a olhavam desconfiados. Nesse encontro, colocou pra fora, sem ensaiar, aquilo que ia no coração. Pediu união, sinceridade e ajuda. “Quando cheguei para assumir meu novo papel, estava bastante calma. Falei sem ensaiar. Sabia que para os funcionários tudo também era novo. Eu ia precisar deles e eles de mim. Fui conduzida por Deus”, confessou. Seu primeiro passo foi chamar os professores e conhecer a realidade de todos. Não havia nenhuma informação cadastrada, já que os computadores havia sido formatados quando a antiga administração deixou o poder. “Era como se o FUNSS não existisse. Parti do zero”. Apesar de esparsos cursos aqui e ali, foi preciso um ano

Encontrei uma nova Margarete. Você acha que só sabe fazer uma coisa, mas quando vê, pode mais. Nunca me senti tão bem na minha vida

Quando a gente quer, faz acontecer”, reforçou. A Feira da Amizade foi outra realização da primeira dama. “Durante a campanha, comentava que gostaria de resgatar

quatro anos, Margarete decidiu que era hora de mudar de casa. O FUNSS era repartido em três casas, com um aluguel no montante de R$ 340 mil anuais. A ideia era

13


encontrar algum prédio da Prefeitura, que estivesse ocioso. E o antigo restaurante ao lado do Parque da Uva parecia perfeito. Foram levadas em conta questões como acessibilidade, transporte e estacionamento. O atual prédio é o único a possuir lavatório para cadeirante, para se ter uma ideia. E tudo doação. “Ganhamos muita coisa: cubas, vasos sanitários, cadeiras de manicure e agora, além de podermos usar os R$ 340 mil em novos projetos, temos a tão sonhada cozinha para oferecer cursos de culinária, coisa que não podíamos nos outros locais”, comemora. Na escolha dos cursos, Margarete procura por aqueles que possam significar uma renda extra para a família, mesmo para a mulher que não pode sair de casa. “Eu falo pra elas que não adianta lamentar. Quando a gente quer alguma coisa, tem que ir à luta. Nada cai no colo. E os cursos são para isso: para que elas possam trabalhar, ter independência, melhorar a autoestima, poder comprar algo para o filho, para o marido. Ficar em casa, sem atividade, é depressão na certa”, aconselha. A primeira dama procura passar para as alunas as experiências vividas por ela. “Quando fiquei desempregada, foi a pior fase da minha vida. Ninguém sabe que a gente limpou aquele cantinho”. Cursos Atualmente, o FUNSS oferece cinco tipos de cursos, com quatorze modalidades. Na área da beleza, o inscrito pode optar por manicure, pedicure, escova, maquiagem ou colorimetria. Já moda, são bolsa, escola da moda, customização e consertos em geral. Gastronomia: salgados, doces e massas. Ainda na lista, informática, música e pintura. “E tudo gratuito. A procura dobrou”. Fora do espaço físico, o FUNSS também está ministrando um curso de pintura no bairro do Engordadouro e, num futuro próximo, as mulheres de lá vão ganhar aulas de ginástica. “O bairro é rural e lá as moradoras tem pouca atividade além do trabalho. Também por conta disso, elas têm muitas dores e hérnia de disco. Estamos pensando em exercícios de fortalecimento da coluna”, conta Margarete. Também para um futuro próximo, a primeira dama planeja ampliar o leque, através de diversas parcerias. Na pauta, cursos de eletricista, hidráulica, jardinagem e na área

14

Início das aulas do curso de cabelereiro

Início das aulas do curso de culinária

Março/Abril 2014


Perfil

Quando fiquei desempregada, foi a pior fase da minha vida. Ninguém sabe que a gente limpou aquele cantinho

do comércio, como estoquistas. “Quero ver isso aqui bombando”, assegura. Depois de um ano complicado, Margarete comemora o fato de a equipe estar bastante entrosada e organizada. Analisando o tempo que passou, Margarete se sente outra pessoa. No início, quando tinha que dar entrevistas, não sabia nem o que falar, uma vez que nunca havia vivido essa realidade. Conversava sobre o que gostaria de realizar. Hoje, discursa sobre os inúmeros projetos que vem desenvolvendo. “Encontrei uma nova Margarete. Você acha que só sabe fazer uma coisa, mas quando vê, pode mais. Nunca me senti tão bem na minha vida”.

15


ADMINISTRAÇÃO INVESTE NO DESTINO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Reciclar e destinar corretamente o lixo gerado é uma das bandeiras do governo de Pedro Bigardi. Entenda nesta reportagem os avanços que a Prefeitura tem feito neste sentido, com grandes e inéditos projetos, envolvendo tecnologia estrangeira.

A parceria com a Alemanha Em agosto do ano passado, durante o Encontro Matchmaking, realizado em Bonn, na Alemanha, teve início a parceria entre a Prefeitura de Jundiaí e a Universidade de Braunschweig, para o desenvolvimento de estudos sobre tratamento de resíduos sólidos. Além do financiamento de pesquisas na área, o projeto contempla a transferência de know how e a difusão de conhecimentos aos técnicos da Prefeitura. “No Encontro, a apresentação da cidade, feita com base nos indicadores econômicos, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Produto Interno Bruto (PIB), dados sobre a localização estratégica e potencial de incidência solar (para a exploração de Energia Heliotérmica) foi o que empolgou o governo alemão a firmar a parceria”, comentou o secretário de Comunicação Social, Cristiano Guimarães, responsável pela apresentação dos dados técnicos em Bonn. Prova disso foi a conquista do apoio do Creed (Center for Research, Education and Demonstration in Waste Management), órgão da Universidade de Braunschweig responsável pelas pesquisas de resíduos sólidos da Alemanha. Grata surpresa No final de novembro, o prefeito Pedro Bigardi anunciou a oficialização da parceria. Dos 90 projetos apresentados no programa NoPa (Novas Parcerias), Jundiaí foi a única cidade selecionada. “É a primeira cidade do Brasil que faz uma parceria de pesquisa deste nível com outro País. O recurso inicial de R$ 620 mil (oferecidos pelo

16

governo alemão) será utilizado para diagnosticar e implantar o melhor projeto de tratamento mecânico-biológico na cidade”, comemorava o prefeito na época. Para o secretário de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite, Jundiaí dava o primeiro passo mostrando ao Governo Federal que é possível ter um plano sustentável e tecnológico para destinação do lixo no país. “O olhar da cidade é outro dentro do Ministério das Cidades. É importante destacar que este plano está de acordo com a política de Estado, que entra em vigor em 2014, sobre o descarte de lixo, além de ser “espelhada” na política europeia”.

Secretário Aguinaldo mostrando o trabalho do Geresol ao Prefeito de Paulista Junior Matuto e sua equipe

Trabalho de campo Ainda no encontro, foi iniciado o segundo módulo do curso, dessa vez com os professores da Universidade de Braunschweig, da Alemanha. O módulo será dividido em etapas, com duração de 12 meses. Neste primeiro momento, uma pesquisa de campo será aplicada em cerca de 500 indústrias e comércios da cidade, para analisar os resíduos sólidos gerados. “Analisaremos as características dos resíduos emitidos por esses grandes geradores e qual o potencial energético que podem se transformar. Além do diagnóstico, eles serão convidados a cooperar com a Prefeitura no novo sistema de gestão dos resíduos sólidos”, explica a coordenadora da Universidade Técnica de Braunschweig, Christiane Pereira. Visitas Em setembro de 2013, o professor aleMarço/Abril 2014


Meio Ambiente mão Klaus Fricke, um dos maiores especialistas da área de resíduos sólidos no mundo, esteve na cidade para mostrar as diretrizes da parceria. Em novembro, foi a vez do prefeito Pedro Bigardi ser convidado pelo governo da Alemanha para conhecer toda a estrutura e tecnologia daquele país destinada ao tratamento dos resíduos sólidos. O convite foi feito pelo Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ0 e da GIZ – agência alemã para cooperação internacional). Pesquisa de campo Como continuidade da parceria Brasil-Alemanha, por meio do programa NoPa (Novas Parcerias), em meados de março, 15 servidores da secretaria de Serviços Públicos receberam o certificado do workshop sobre tratamento de resíduos sólidos, realizado no Rio de Janeiro. De acordo com o secretario de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite, a ideia é atender o que recomenda a Política Nacional

17


Projeto Piso Drenante

Workshop sobre resíduos

de Resíduos Sólidos, para a qual todos os municípios brasileiros devem se adequar até agosto deste ano. “O jeito como o Brasil trata os resíduos mudará muito, a partir dessa data estipulada pelo Governo Federal. Estamos nos antecipando,preparando nossos servidores e o município”. Esses profissionais capacitados nesta fase inicial serão agentes multiplicadores na secretaria. “É uma carga grande de informações. Esse curso foi a primeira etapa de um grande ciclo de palestras, workshops e capacitações. A nossa ideia é de que todas as pessoas da secretaria entendam e saibam o que está acontecendo com relação à nova política”, reforça o secretário.

18

Resíduos da construção em obras públicas

O jeito como o Brasil trata os resíduos mudará muito, a partir dessa data estipulada pelo Governo Federal. Estamos nos antecipando,preparando nossos servidores e o município

Geresol O recurso da parceria Jundiaí-Alemanha prevê um laboratório no Geresol (Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) para testes de fermentação e compostagem. A instalação deve ocorrer entre os meses de maio e junho. A estrutura já está sendo preparada para receber a equipe e os equipamentos. A verba oferecida prevê ainda laboratórios para estudos dos resíduos sólidos no Centro Universitário Padre Anchieta (UniAnchieta), que serão utilizados nas próximas etapas do projeto.

Março/Abril 2014


Meio Ambiente

ENTENDA AS PROPOSTAS PARA CUIDAR DOS RESÍDUOS SÓLIDOS No curto prazo (em até 5 anos), o plano básico envolve mudanças no novo sistema de limpeza urbana, com expansão da coleta diferenciada de resíduos secos e úmidos em 100% da rede de coleta e da reciclagem desse material de 20% para 50% dos materiais secos coletados. Além disso, visa implantar a varrição mecanizada nas principais avenidas e grandes centros e também ampliar a coleta em contêineres em 100% do município. Para esses objetivos, mudanças físicas estão previstas para a Central de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Geresol), com a ampliação de mais esteiras de separação de materiais e modernos sistemas de peneiramento na separação de rejeitos finais. Mas é principalmente na coleta inicial da matéria-prima de reciclagem que o plano busca ajustes. A distribuição de eco-

pontos, a parceria com grandes geradores de resíduos, a educação ambiental da comunidade e a definição de contratação de prestadores de serviços com caráter social como cooperativas, catadores independentes e empresas que são os atores da atual cadeia privada do setor. No médio prazo (de 5 a até 10 anos), o plano coloca a ampliação do material seco coletado para 60%, a adequação das atividades e rotinas do Sistema de Limpeza Urbana para o manejo completo desses resíduos e até mesmo a implantação de uma Unidade de Tratamento, com possibilidades de aproveitamento energético. No longo prazo (de 10 a 20 anos) as metas visam chegar ao patamar dos melhores índices mundiais com 80% de reciclagem dos materiais secos coletados em 15 anos e subindo novamente para 90% em 20 anos.

O recurso da parceria Jundiaí-Alemanha prevê um laboratório no Geresol (Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) para testes de fermentação e compostagem.

Durval Orlato acompanhado do secretário de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite visitou o Geresol

19


1º Congresso Técnico Brasil e Alemanha Professor alemão Klaus Fricke

CONGRESSO

EM JUNDIAÍ Em dezembro, Jundiaí realizou o 1o Congresso Técnico Brasil Alemanha – Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos, tendo como desafios propor uma mudança cultural ao mostrar que resíduo sólido não é lixo, que pode se tornar inerte e não prejudicial ao meio ambiente. O prefeito Pedro Bigardi destacou que a expectativa foi trazer conhecimento não apenas para Jundiaí. “Podemos trabalhar a questão dos resíduos em âmbito regional, por meio de parcerias e consórcios.” “A Alemanha é exemplo, pois trabalha com a questão há mais de 40 anos. Conhecemos a experiência realizada lá e vamos usar todo esse conhecimento. O caminho que temos a trilhar é longo e precisamosacertar”, comentou, lembrando que, atualmente, Jundiaí conta com o Geresol (Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos). O evento reuniu mais de 30 palestrantes entre pesquisadores, representantes de

20

órgãos públicos e empresas privadas, num total de cerca de 400 pessoas. Entre outros assuntos, foi discutida a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010 e que entra em vigor este ano. Nela é exigido que cada município pense ações para os seus resíduos. Palestrantes e empresários mostraram conceitos, técnicas e conhecimentos, conforme explicou o secretario de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite. “A Alemanha, por exemplo, está há mais de 40 anos no mercado, operando no tratamento mecânico e biológico e teve muito a ensinar”. Palestrantes Os palestrantes de uma maneira gral apresentaram um panorama institucional da gestão de resíduos sólidos no Brasil. Um dado que chamou a atenção foi o baixo índice de reciclagem. Dos 62,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no País em 2012, apenas 4% foram efetiva-

mente reciclados. Aumentar esse índice de forma sustentável é o maior desafio enfrentado pelo poder público na área de gestão de resíduos. O professor Klaus Fricke foi um dos palestrantes do evento. Formado em geologia, doutor em engenharia, professor catedrático e pesquisador da TUBS (Universidade Técnica de Braunscheweig), atua há mais de 30 anos na gestão de resíduos na Alemanha. Ele destacou que o aterro, principal destino do lixo no Brasil e na maioria dos países, não é uma solução para o futuro. “Eles são responsáveis por cerca de 12% das emissões de gases estufa no mundo inteiro”. Outro ponto destacado pelo professor foi a ineficiência na reciclagem de sucata eletrônica. “Muito pouco desse lixo é reciclado, não só no Brasil, mas no mundo inteiro.” Estrutura As palestras internacionais foram traMarço/Abril 2014


Meio Ambiente

Prefeito Pedro Bigardi com os Secretários Aguinaldo e Cristiano Distribuição de Mudas no Congresso

duzidas simultaneamente por meio de fones que os participantes receberam logo na chegada do evento. Os alemães também tiveram as palestras ministradas por brasileiros traduzidas para a sua língua de origem. O intérprete de libras Junior Nascimento também ficou à disposição durante todas as palestras para traduzir os conteúdos na linguagem de sinais. Samba e sustentabilidade O encerramento do Congresso contou com a presença de pelo menos 50 integrantes da escola de samba Grêmio Recreativo Acadêmicos de Santa Cruz, do Rio de Janeiro. Com o enredo ‘Do toque do criador à cidade saudável do Brasil – Jundiaí, uma referência nacional’, a escola desfila pelo grupo de acesso e destacou, na Marquês de Sapucaí, em 2014, a importância de Jundiaí nos aspectos cultural, social e econômico. Para os alemães e todo o público presente, a apresentação foi uma forma de fechar em grande estilo o sucesso do evento internacional realizado pelo município.

21


ECONOMIA DE R$ 2 MILHÕES A Secretaria de Serviços Públicos reduziu a zero a compra de materiais virgens para obras de guias, sarjetas, bancos e mesas, calçadas, muro, reboque, piso drenante, tubulação e bloco. Por conta disso, graças à reciclagem dos resíduos da construção civil que chegam ao Geresol (Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos), a economia em 2013 foi de quase R$ 2 milhões. E a expectativa é de que neste ano sejam economizados R$ 6 milhões em material reciclado e mais R$ 6 milhões em produtos derivados dos reciclados. De acordo com o secretário da pasta, Aguinaldo Leite, a ideia é utilizar cada vez mais esses recursos em obras do município. Hoje, são produzidos por meio da reciclagem pedra nº 1, pedra nº 2, bica corrida,

22

areia e pedrisco. Ele explica que para chegar a essa economia, a secretaria reorganizou todo o sistema de entrega de entulhos por caçambeiros no Geresol. “No início de 2013, tínhamos 1270 pontos de descarte irregular e apenas 20 caçambas chegavam, por dia, para britagem e peneiramento.” Com o novo sistema ‘Jundiaí Coletas On Line’ e o programa ‘Descarte Consciente’ de conscientização dos agentes envolvidos no processo, além de fiscalização e monitoramento das caçambas, o cenário mudou e em outubro, por exemplo, o número subiu para 3.893, durante todo o mês. A diferença na quantia de recursos da construção civil que chegaram no Gere-

sol em 2013 é grande. Em janeiro, foram 4.573 toneladas. O número, já em dezembro, subiu para 17 mil toneladas. “Por conta dessa captação maior, nossa capacidade para reciclagem e reaproveitamento também aumentou. Em janeiro de 2013 chegamos a comprar 517 toneladas de material para obras. Em dezembro, o número caiu para zero.” A expectativa, de acordo com Aguinaldo, é receber 60 mil caçambas em 2014 e 330 mil m² de recursos da construção civil, o que equivale a 200 mil toneladas desse tipo de material. A proposta é ainda processar 150 mil toneladas de material reciclado. Além disso, serão instaladas 260 caçambas para recolhimento de pequenas quantias de entulho da população.

Março/Abril 2014


Meio Ambiente

O diretor da US 5 mostra como ficou a nova ponte no Eloy Chaves

Calçada suspensa

Calçadas suspensas

A experiência bem sucedida na rua Coleta Ferraz, no Anhangabaú, permitiu à Secretaria de Serviços Públicos adotar soluções semelhantes em outras regiões da cidade. O Parque Eloy Chaves ganhou 33 metros desse novo modelo de calçada, que se destaca não apenas pelas características físicas, mas também pela contribuição ao meio ambiente. Para o diretor da Unidade de Serviços 5, Téo Cavalcanti, a construção de calçadas com madeiras reaproveitadas, inclusive de antigos postes de iluminação pública e cruzetas doados pela CPFL Piratininga, representa também uma economia derecursos para os cofres públicos. “Além de impedir que esses materiais fiquem abandonados em alguma área, conseguimos reduzir expressivamente o custo com obras como essa do Eloy Chaves”, explica Téo. O local possui uma vegetação natural que empresta um visual muito bonito para quem caminha por ali. Com a construção

da calçada em madeira, o ambiente parece ter sido planejado criteriosamente. “É o que as pessoas falam quando passam por aqui e nos veem trabalhando. Era uma solução técnica e se transformou em uma peça paisagística”, comenta o diretor.

Ponte

A calçada é parte das obras que estão sendo realizadas nesse mesmo local. Uma antiga ponte de concreto, que apresentava sinais de desgaste, foi substituída por outra, feita igualmente com os materiais reutilizáveis usados na construção das calçadas. Com isso, a passagem sobre um córrego que vem da Serra do Japi ganhou mais segurança e agregou harmonia à paisagem do local. Construída neste semestre, a ponte é uma mostra de que é possível conseguir soluções muito práticas, eficientes e de baixo custo, para atender necessidades de alguns bairros da cidade onde não há condições para equipamentos convencionais, como as calçadas em concreto.

Melhoria e economia nas calçadas

A calçada suspensa, construída na rua Coleta Ferraz, no Anhangabaú, foi feita em processo praticamente artesanal, com a utilização de antigos postes de madeira e cruzetas. No local, também foi construído um ponto de ônibus com madeira. O técnico de suporte Thiago de Oliveira Silva, que passa pela região, está satisfeito com a calçada sustentável. “O local era perigoso porque as pessoas tinham que dividir a rua com os carros. Agora temos até um ponto de ônibus diferenciado. Isso traz mais qualidade para o bairro.” Já no Jardim Samambaia, na rua Professor Emílio Mazzola, margeando todo o bosque, está sendo construída uma calçada com extensão de 500 metros com uma inovação: além da faixa de calçada de 1,20 metro, está sendo instalado um piso vazado com grama que irá permitir maior impermeabilidade do solo.

23


USE A ÁGUA Apesar de ser uma das substâncias mais abundantes do nosso planeta, sabemos que apenas 0,007% da água é doce e disponível para o consumo. Essa parte pode ser encontrada em rios, lagos e atmosfera. Mas esse bem precioso, que existe nos estados físicos sólido, líquido e gasoso, também é distribuído nos mares e oceanos (97,5% de água salgada) e 2,493% de água doce em geleiras (calotas polares) ou aquíferos (subterrâneas). Em ambos os casos, são impossíveis para o consumo. O homem tem consciência da importância da água para sua sobrevivência e de toda a vida no planeta. Porém, a poluição, aliada ao desperdício, tornam o recurso cada vez mais raro. Nosso bem-estar e das futuras gerações, depende da maneira como tratamos os recursos hídricos disponíveis para o consumo. É imprescindível que façamos nossa parte, para que o pior não aconteça. E, por mais trabalhoso que pareça, não é assim tão complicado. Cada um pode contribuir

C

para preservar a água e garantir que o planeta continue sendo um bom lugar para viver. Acompanhe nessa reportagem especial como fazer sua parte.

PODE FALTAR Mesmo que o Brasil seja privilegiado na questão da água – possui um quinto de toda a água doce utilizável do mundo), a escassez atinge o país, principalmente no quesito localização. A região Norte tem muita água (68%). Lá concentram-se 6% da população brasileira. Já no sudeste, são 6% de água e 43% da população, além de 80% de consumo industrial. A cidade de São Paulo já conta com rodízio no abastecimento de água há alguns anos, principalmente nas épocas de pouca chuva. Isso prejudica o cotidiano de uma maneira geral: residências, comércio e indústria. Atualmente, dos municípios brasileiros com rede de distribuição de água, 35% convivem com racionamento.

CICLO DA ÁGUA. O QUE É O ciclo da água é o movimento que ela faz na natureza. Este movimento é infinito e circular. Ele ocorre através do processo de evaporação das águas da superfície (rios, lagos, oceanos etc) do planeta Terra e também pela transpiração dos seres vivos. PROCESSO O vapor de água, proveniente da evaporação, forma as nuvens na atmosfera.

24

Quando estas nuvens ficam sobrecarregadas e atingem altitudes elevadas, ocorrem as chuvas. Estas se formam, pois a temperatura cai e a água transforma-se em líquido (condensação). Esta água que cai nas chuvas vai parar nos oceanos, rios e lagos. Depois, a água vai evaporar novamente, formando assim o ciclo da água mais uma vez. IMPORTÂNCIA O ciclo da água é de extrema imporMarço/Abril 2014


Qualidade de Vida

DE MANEIRA

CONSCIENTE tância para a manutenção da vida no planeta Terra. É através do ciclo hidrológico que ocorrem a variação climática, criação de condições para o desenvolvimento de plantas e animais e o funcionamento de rios, oceanos e lagos. É o ciclo da água que dá condições à vida no planeta. As plantas também fazem parte do ciclo, absorvendo água pelas raízes e devolvendo ao meio pela evapo-transpiração. O papel do homem, na utilização da água, engloba grande diversidade de atividades, entre higiene, agricultura,pecuária, indústria, lazer e produção de energia. Ocorre que o ser humano nem sempre devolve a água em condições adequadas. Mais que isso: sua atividade interfere no ciclo desse bem. Desmatamento, impermeabilização desordenada do solo, construção de ruas e residências etc, danificam esse patrimônio.

INVISTA NA SAÚDE A OMS – Organização Mundial da Saúde – estima que cerca de 2 milhões de pessoas no mundo, a maioria crianças menores de 5 anos, morrem por causa de

doenças causadas pela contaminação da água. Isso acontece pela ação do homem, que contamina o recurso com despejo de esgotos urbanos e rurais, utilizando agrotóxicos e fertilizantes de maneira inadequada e o despejo tóxico proveniente das atividades industriais. Só no Brasil, 70% das internações hospitalares são provocadas por doenças transmitidas por água contaminada, gerando um gasto adicional de 2 bilhões de dólares por ano para o sistema de saúde. SABENDO USAR... De acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas, cada pessoa precisa de cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene. Para se ter uma ideia do desperdício, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a 200 litros/dia. O que torna a água cada vez mais escassa e valiosa, é o descaso com que é usada. O Brasil desperdiça 40% do volume total do recurso tratado durante o processo de distribuição ou uso.

25


RESPEITE O CICLO Não favoreça ações que resultem em desmatamento Adote o consumo consciente de papel: imprima quando necessário, use os dois lados e sempre dê preferência ao reciclado l Ao comprar produtos derivados da madeira, verifique sua procedência e certifique-se de que a origem tem garantia ambiental. l Utilize sacola de lona ou de material reciclado para as compras. Evite o uso de sacolas plásticas e deixe de poluir águas e ar, preservando o meio ambiente. l O corte de árvores ou poda deve ter autorização da prefeitura de sua cidade. l Não coloque fogo para não produzir queimadas, nem mesmo nas calçadas, quintais ou terrenos. l Não jogue pontas de cigarro nas ruas, estradas ou rodovias. Isso pode causar incêndios. l Cursos de água e banhados são protegidos por lei e não devem ser alterados ou barrados. l Poços artesianos pode ser feitos somente com autorização, conforme legislação vigente. l l

PEQUENAS AÇÕES RENDEM GRANDE RESULTADO

PRESERVE l Não jogue óleos lubrificantes na sua rede de esgoto. Armazene em recipientes e entregue para o fabricante fazer o descarte adequado. l Não jogue óleo de fritura pelo ralo da pia. Além de correr o risco de entupir o encanamento, a prática polui os rios e dificulta o tratamento da água. Coloque o óleo usado em recipientes e deposite em coletores próprios no seu prédio ou bairro, pois este é usado para fazer sabão. l Coloque o lixo em locais, dias e horários indicados pelo serviço de limpeza pública da sua cidade. l Não jogue o lixo pela janela do ônibus ou carro. Isso provoca o entupimento de bueiros e galerias e causa inundações e enchentes. l Recicle seu lixo

26

Março/Abril 2014


Qualidade de Vida

USE COM SABEDORIA

BANHEIRO l Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes, economizando entre 12 e 80 litros de água. Se você escovar o dente e enxaguar a boca com água em um copo, usa menos de 1 litro de água. l Ao se barbear, em 5 minutos de torneira aberta, são 12 litros de água. Fechando a torneira, o consumo cai para 2 a 3 litros. l Ao lavar o rosto em um minuto, com a torneira meio aberta, uma pessoa gasta 2,5 litros de água. Portanto, não demore! l Uma descarga pode utilizar 20 litros de água em uma única vez. Aperte a descarga apenas o tempo necessário e verifique se a válvula está com defeito, mantendo-a sempre regulada. Invista nas caixas acopladas, que utilizam 6 litros de água por descarga e os modelos mais modernos trazem ainda um botão duplo, pra 3 e 6 litros, que podem ser acionados de acordo com a necessidade. l Despejar restos de tinta, verniz, inseticida e outros produtos químicos no vaso sanitário ou no ralo pode contaminar a água e dá um bom trabalho para as companhias de saneamento. Portanto, doe, não desperdice. l Não jogue lixo e restos de comida no vaso sanitário. l Pontas de cigarro, preservativos e absorventes podem até entupir encanamentos. l Banhos rápidos – de 5 minutos – economizam água e energia. Molhe-se, feche o chuveiro, se ensaboe e depois, abra para se enxaguar. Assim, você utilizará cerca de 80 litros de água. Um banho de ducha por 15 minutos, por exemplo, consome 243 litros de água. Já com chuveiro

elétrico, 144 litros. COZINHA l Antes de lavar a louça, remova bem os restos de comida e jogue-os no lixo. l Deixe de molho as louças com sujeira mais pesada. Mantenha a torneira fechada ao ensaboá-las. Usando sem desperdício, o consumo será de 20 litros por lavagem. Lavando a louça por 15 minutos, com a torneira meio aberta, são 117 litros. l Ao usar a lavadora de louça, tenha o mesmo procedimento de remover os restos de comida e use-a quando estiver cheia. ÁREA DE SERVIÇO l Acumule a roupa suja antes de usar máquina ou tanque. Não lave uma peça por vez. Mantenha a torneira fechada ao ensaboar e esfregar as roupas e deixe-as de molho para remover a sujeira mais pesada. No tanque, com a torneira aberta por 15 minutos, o gasto de água pode chegar a 279 litros. l Ao lavar a roupa, aproveite a água do tanque ou máquina e lave o quintal ou calçada, porque a água já tem sabão. JARDINS E PLANTAS l Regue as plantas sempre pela manhã, bem cedo ou no final da tarde, evitando a evaporação da água com o calor do dia. Use um regador. Evite a mangueira, que a cada 10 minutos ligada gasta cerca de 190 litros de água limpa. Se optar pela ferramenta, use com esguicho-revólver, que economiza perto de 100 litros de água. l Guarde água da chuva para regar as plantas l No inverno, alterne a rega dia sim, dia não.

27


Qualidade de Vida

Calçadas e quintais *Primeiro varra pra limpar. Depois, junte a sujeira com uma pá e jogue água com balde pra finalizar. Assim, você economiza até 280 litros de água a cada limpeza. PISCINA l Uma piscina de tamanho médio, exposta ao sol e à ação do vento, perde aproximadamente 3.785 litros de água por mês com evaporação. Se for usada uma cobertura (encerado ou material plástico), a perda é reduzida em 90%. CARRO l Muitos gastam até 30 minutos ao lavar o carro. Com a mangueira não muito aberta, são 216 litros de água. Com meia volta na abertura, 560 litros. Para reduzir, lave o veículo uma vez ao mês, usando água em balde. Nesse caso, o consumo é de apenas 40 litros. VAZAMENTOS E TORNEIRA PINGANDO l Um buraco de dois milímetros, do tamanho de uma cabeça de alfinete, pode

desperdiçar em torno de 3.200 litros de água por dia, volume suficiente para o consumo geral de uma família de quatro pessoas durante cinco dias. Por isso, verifique indícios de vazamento e conserte o mais rápido possível. l Para encontrar um vazamento em casa, feche as torneiras e interrompa o consumo. Observe se os indicadores do hidrômetro continuam girando. l No caso de vazamentos em vasos sanitários, verifique se há água escorrendo. Jogue cinzas, talco ou outro pó fino no fundo da privada e observe por alguns minutos. Se houver movimentação do pó ou se ela sumir, há vazamento. l Com a planta da sua casa ou apartamento, veja por onde passam os encanamentos de água embutidos. Nas áreas úmidas, onde a pintura está descascando, pode haver vazamento.

l Fique atento a vazamentos nas ruas e calçadas. Caso haja algum, ligue imediatamente para o serviço de água da sua cidade (0800133155). TORNEIRAS l Mantenha as torneiras e os registros sempre bem fechados. Uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros de água por minuto. Pingando, são 46 litros de água por dia, o que significa 1.380 litros de água potável jogados fora por mês. l Uma boa saída para economizar água é usar aeradores, aquelas peneirinhas instaladas nas torneiras e que podem ser usadas até no chuveiro. Eles introduzem ar proporcionando sensação de maior vazão e um fluxo mais intenso, diminuindo o consumo de água. l Verifique se as boias da caixa de água e as torneiras estão bem vedadas.

Guarde água da chuva para regar as plantas

28

Março/Abril 2014




Câmara

APÓS MAIS DE UMA DÉCADA DE LUTA, SARTORI COMEMORA ADOÇÃO DO

BILHETE ÚNICO

EM JUNDIAÍ

Foi necessário que mais de uma década se passasse para que uma principais bandeira do vereador Gerson Sartori fosse finalmente adotada em Jundiaí. Durante esse período Gerson não descansou e manteve acesa a proposta, vencendo os desafios na estrada que levou o prefeito Pedro Bigardi a anunciar, na última quarta-feira, o projeto de lei que oficializa o sistema de Bilhete Único para o transporte da cidade. A Administração também revelou a manutenção do preço da passagem pelo segundo ano consecutivo. “Fiquei mais do que feliz. Fiquei emocionado”, admitiu Sartori, que continuou, “a proposta também está preparada para ser implantada na região, dentro do aglomerado urbano. O prefeito Bigardi tem conduzido Jundiaí como uma região metropolitana, acertando em cheio nas suas políticas públicas”, disse Sartori.

Gerson Sartori Presidente da Câmara Municipal de Vereadores

Março/Abril 2014

A história da conquista Em 2000, quando foi candidato a vice na chapa com o atual prefeito Pedro Bigardi, Sartori já havia incluído no plano de governo a iniciativa. Em 2005, eleito vereador, apresentou a proposta que ficou muito próxima de ser efetivada. “O então secretário de transporte, José Carlos Sacramoni, era um simpatizante da ideia. Estávamos evoluindo bem até que ele se desligou da administração e tudo voltou a estaca zero”, lembra. Longe de desistir, o atual presidente da Câmara apostou no Bilhete Único para concorrer no concurso promovido pelo site Cidadonos, que buscava eleger os melhores projetos para a cidade. A iniciativa acabou sendo coroada e venceu o pleito conquistando o maior número de apoio entre os internautas. Em 2012, a ideia voltou a frequentar o plano de governo

da chapa PCB/PT. “Com a vitória, o prefeito Bigardi honrou o compromisso e de fato colocou na pauta da Administração a implantação da proposta”, comemora Sartori.

Entenda o sistema A novidade do Bilhete Único – sistema que unifica o acesso aos ônibus urbanos – é o uso de apenas uma única tarifa para que o usuário possa acessar qualquer linha, dentro de um período determinado, sem a necessidade de ter de se deslocar até os terminais para fazer essa mudança. “O Bilhete Único garante maior acessibilidade do transporte público, além de maior segurança e conforto”, comentou Pedro Bigardi. De acordo com o secretário de transporte Wilson Folgozi, quem faz uso do transporte coletivo na cidade terá 1h30 para se deslocar utilizando uma só tarifa. “O Bilhete Único possibilita que os cidadãos façam o próprio itinerário, sem ir até os terminais para fazer uma integração. Além disso, o transporte terá mais agilidade na compra dos créditos em um cartão e no pagamento da tarifa.” Segundo ele, após o projeto de lei passar pela câmara, deve começar o cadastramento. “Não haverá nenhuma restrição e todas as pessoas de Jundiaí poderão se cadastrar para utilizar o cartão. A partir de setembro, mês que começará a valer a integração e todos os cartões continuarão válidos e terão o serviço validado”, afirma Wilson Folfozi. Na próxima semana, o projeto de lei que cria este novo sistema será enviado à Câmara Municipal para apreciação dos vereadores. Atualmente, quase 130 mil pessoas se utilizam diariamente dos ônibus para se locomoverem pela cidade.

31


Viver Bem

Virtualização da infância, lembranças

DA PÁSCOA E

Uma conversa com universitários me preocupou. Falavam sobre pesquisas com crianças, objetivando compreender os efeitos do estilo de vida desta geração e produção de memórias. Pesquisadores, em dados preliminares, demonstram a relação entre a diminuição da atividade corporal e do brincar e lacunas na formação de memórias relacionadas a momentos prazerosos e lembranças da infância. Dados inconclusos questionam os prejuízos advindos da ausência de ação sobre o meio, alertando sobre o fato dos jogos virtuais não produzirem registros significativos, por não envolverem todos os sentidos. Embora fácil de entender, esses pressupostos quando comprovados demonstrarão que a infância de inúmeras crianças da atualidade não gera fatos ou momentos suficientemente marcantes que mereçam ser registrados na memória de longo prazo. Afinal o cérebro registra apenas o que tem significado ou utilidade. Inteligentemente recusa gastar energia com informações repetitivas ou sem relevância aparente.

Fernando Balbino Graduado em Educação Física pela UNESP de Rio Claro, mestre em Filosofia da Educação pela UNIMEP, doutor em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo. viverbem@revistatouche.com.br

32

SINAPSES

Não li a matéria que meus alunos comentavam, não sei qual a metodologia utilizada e não aprofundamos o assunto naquele momento, mas fiquei com todos aqueles questionamentos em meus pensamentos. O assunto preocupa. Como será a vida sem consistentes lembranças da infância? As boas recordações dão lastro para aguentar as frustrações da vida adulta. Quantos adultos não se valeram da “pedagogia da rua”, das oportunidades e experiências que ficaram registradas na memória como momentos divertidos, criativos ou frustrantes. Qual opção que este mundo pensado por adultos deixa às crianças da atualidade para que tenham boas recordações do período da fantasia? Não se trata de ausências de leis e estatutos para proteger a infância ou de escassez de recursos como no passado. Não se trata de investigar estados sedentários, obesidade ou causalidades para a saúde dos pequenos. É preciso ir além e refletir sobre sinapses que não vão acontecer, uma vez que somente são possíveis através do contato, da proximidade, das linguagens corporais, do toque e da experiência corporal. Estas coisas são melhores em grupo e assim compõem as memórias. Conflitos elaborados por mensagens e meios eletrônicos jamais serão iguais aos vividos frente a frente. Relacionamentos encerrados por mensagens eliminam o desconforto de olhar nos olhos do outro, perceber a lágrima, a mudança no tom da voz. O cérebro que antes elaborava percepções através das sensações advindas da visão, do olfato, do tato e de outras informações apenas possíveis “in loco”, agora tem estímulos mais limitados. Besteira? Pense nas memórias acumuladas numa viagem, no impacto das cores das paredes envelhecidas, do cheiro das coisas que guardam histórias e avalie se estas percepções podem ser apresentadas em filme. Avançamos, produzimos tecnologias, conversamos através do computador e do celular com filhos e amigos que estão em outros países. As pessoas estão “ligadas” em rede, sendo possível ter mais de 10 mil “amigos” no facebook. Inegável as facilidades e oportunidades midiáticas. Mas como fica tudo isto do ponto de vista da qualidade das sensações? Estamos mais pertos uns dos outros? Ou

distantes das antigas oportunidades de ter meia dúzia de amigos que ficaram nas memórias da infância para sempre, como parte da nossa própria carne, dos tempos de aventuras pelas quais passamos juntos? Tempos em que se brincava, brigava e xingava numa mesma tarde sem interferências. Víamos a cara do outro, nos aborrecíamos frente a frente. Aprendíamos a enfrentar, a desculpar e principalmente a perder, tudo em tempo real. Toda páscoa me lembro de um acontecimento especial em minha infância. Estávamos às voltas com a construção de uma casa na árvore. Somente a garotada do bairro. Mais velhos davam ordens aos mais novos. A garotada da rua andava a procura de pedaços de madeira que pudessem ser amarrados e pregados naquela grande árvore próxima a casa da Dona Eli, num terreno perto do Tênis Clube. Passamos o final de semana pendurados na árvore. A ideia não deu certo, não tínhamos a menor condição de concluir a empreitada. Dali com certeza não saiu nenhum engenheiro. Faltavam recursos ou habilidades. Ninguém se aborreceu ou ficou frustrado. O processo é sempre mais importante do que o produto e nos divertimos muito. No mesmo período fiquei todo cheio de brotoejas pelo corpo todo. Como era a semana da páscoa, minha mãe já foi logo avisando em tom firme: - infelizmente você deve estar com alguma alergia ou intoxicação alimentar e não poderá comer chocolates nesta páscoa. Precisa aguardar e melhorar para abrir o seu ovo. Que péssima notícia! O tão esperado ovo de páscoa teria que esperar. Fui salvo pela vizinha que veio dar a notícia redentora: - Virgínia, a garotada da rua está “empipocada” pois subiram na pimenteira ou aroeira, uma árvore que somente de passar por baixo dá coceira e vermelhidão na pele. Fique tranquila que passa rapidinho e não precisa fazer nada! Esta é uma das muitas lembranças que tenho da infância. Uma vez ou outra vou caminhar por aqueles mundos. Coisas de um tempo feliz! Desejo à todos uma Páscoa que gere boas lembranças destes momentos que podem ser formidáveis. Fica minha homenagem principalmente às crianças.

Março/Abril 2014



Taste

VINHOS DA Na nova rota dos vinhos, certamente a Califórnia tem um papel de destaque, mas nem sempre foi assim. A prática de vinicultura na Califórnia passou por várias transformações até alcançar esse patamar. O espírito empreendedor dos viticultores que dispuseram a transformar a região em uma terra de experimentação contribuiu decisivamente para o sucesso. Para eles, não existem regras proibitivas como os rígidos padrões europeus, o que permitiu a criação de um vinho reconhecido por todos os adeptos dessa arte.

Godofrêdo Sampaio Médico, escritor e aficionado por vinhos, charutos e boa mesa. Membro e ex-presidente da Academia Jundiaiense de Letras. bonvivant@revistatouche.com.br

34

CALIFÓRNIA A descoberta do ouro em meados de 1800 trouxe para a Califórnia, aventureiros de toda espécie, disposto a enriquecer. Com o término das minas, muitos deles se tornaram agricultores e produtores de vinho. Porém, esses desbravadores desenvolveram um vinho de qualidade bem mediana. Ao longo dos anos, o cultivo das vinhas aumentou, expandindo a área viticultora. Por volta de 1880, a viticultura da Costa Oeste americana já florescia e tudo indicava que os EUA se tornariam um importante produtor de vinhos. Com os problemas econômicos e, principalmente, a declaração da Lei Seca no inicio do século passado, a produção de vinho entrou em declínio. Contribuiu ainda para essa queda a praga da floxera, que arrasou centenas de propriedades. Para se ter uma idéia do tamanho do problema, antes da Lei Seca a Califórnia tinha cerca de 700 vinícolas, e depois dos problemas enfrentados, apenas 140 sobreviveram à custa da produção de kosher e de vinhos medicinais. O boom definitivo das áreas vinícolas californianas aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, principalmente no Vale do Napa, quando uma nova geração de produtores recuperou o prestígio. Porém, a consagração ocorreu em 1976 quando um comerciante inglês estabelecido na França selecionou diversas garrafas na Califórnia e levou para uma degustação às cegas com a crítica especializada e alguns dos enólogos mais respeitados do país. O resultado foi uma esmagadora vitória dos vinhos californianos sobre os mais famosos rótulos franceses.

O clima tipicamente mediterrâneo com ventos fresco, muito sol e chuvas localizadas, favorecem a produção dos vinhos californianos. Soma-se a isso a região com uma sucessão de pequenos vales, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade. As principais regiões são o Napa Valley e Sonoma Valley, seguidas por Mendoncino e Lake Counties, todas situadas em direção norte a partir de San Francisco. O prestigio do vinho californiano tem sido construído, sobretudo, devido aos tintos ricos e encorpados e os brancos barricados feitos com uvas bem maduras. As principais uvas tintas são Carbenet Sauvignon, Merlot, e Zinfandel, esta última considerada como patrimônio nacional, uma uva parente próxima da italiana Primitivo. Alem destas, a Syrah e a Cabernet Franc têm crescido em resultados. A variedade de uva branca predominante é a Chardonnay, também um ícone dos vinhos da região, mas vale ressaltar o destaque que vem tendo a White Zinfandel na produção de vinhos leves e simples. A Califórnia é responsável por 90% dos vinhos norte americanos. A região é a quarta maior produtora mundial, atrás apenas da França, Itália e Espanha. Nesta escala são incluídas muitas variedades diferentes de uvas, originárias de recombinações genéticas, que caracterizam um vinho rico, complexo, e, sobretudo, de qualidade. Estas são peculiaridades marcantes dos vinhos californianos, com repercussão mundial, que posicionam o produto como um dos melhores do chamado Novo Mundo dos vinhos.

Março/Abril 2014




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.