Revista Saúde Bal. Camboriú, Itajaí e Itapema 14 Edição

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Há necessidade do paciente tabagista fazer rastreio para o câncer de pulmão? Rastreio para um determinado tipo de câncer ocorre quando aplicamos exames em uma população selecionada que está em risco de adoecer com o intuito de identificar o câncer precocemente e diminuir sua taxa de mortalidade, ou seja, menos pessoas morrerão da doença. O rastreio de um determinado câncer é realizado quando a prevalência da doença na população é alta, conseguindo se identificar algum grupo populacional com maior risco e há evidencias de que o tratamento precoce faz com que menos pessoas evoluam para o óbito. No Brasil realiza-se o rastreio de câncer de colo de útero, de mama, de próstata e de intestino. Porém há necessidade de realizarmos o rastreio de câncer de pulmão em pacientes tabagistas? Câncer de pulmão é a neoplasia que mais mata entre todos os tipos de cânceres, ficando a frente até mesmo do câncer de mama e próstata, os quais já possuem rastreio mundialmente conhecido. A sobrevida em 5 anos de paciente com câncer de pulmão, em estágios mais avançados, é de cerca de 16%, comparado com 88% para câncer de mama e 100% para câncer de próstata. Estima-se que anualmente as mortes por câncer de pulmão chegam a 1.6 milhões. O motivo do câncer de pulmão ser tão mortal é devido a demora no seu diagnóstico. Cerca de 75% do pacientes com

câncer de pulmão irão apresentar sintomas (falta de ar, dor torácica, tosse com sangue) e só então procurarão atendimento. O problema é que o câncer do pulmão apenas cursará com sintomas quando estiver muito avançado, muitas vezes não havendo mais indicação de abordagem cirúrgica, apenas quimioterapia e radioterapia paliativas, ou seja, para conforto do paciente. Sabe-se que há relação direta entre o tamanho da lesão pulmonar e a expectativa de vida do paciente. Quanto menor a lesão pulmonar, quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento, maiores as chances do paciente evoluir para a cura do câncer apenas com a cirurgia, muitas vezes não necessitando de tratamento neoadjuvante (quimioterapia e radioterapia). Pacientes com câncer de pulmão, geralmente apresentam também destruição pulmonar pelo cigarro (enfisema) o qual pode muitas vezes inviabilizar o procedimento cirúrgico, que geralmente é uma cirurgia de grande porte com ressecção de grande parte do pulmão. É Importante destacar, porém, que vários estudos já mostram que pequenos canceres de pulmão permitem que cirurgias menores sejam realizadas, diminuindo muitas vezes o tempo de internação e as complicações resultantes da cirurgia. Ou seja, quanto mais cedo o diagnostico, menor será a lesão identificada e menor o aporte cirurgico.

Quem deve fazer o rastreio? O rastreio para um determinado tipo de câncer sempre é destinado a população de maior risco. No caso do câncer de pulmão o rastreio engloba pacientes tabagistas de pelo menos 30 anos maço (ou seja, fumar pelo menos um maço por mês por 30 anos, ou 2 maços por 15 anos), entre 55 e 75 anos e que não tenham cessado o tabagismo há mais de 15 anos. Importante destacar que a maioria dos estados identificou um risco maior de câncer de pulmão em mulheres, independente da quantidade de cigarros fumados. Como é feito o rastreio? Tomografia de tórax de baixa dose sem contraste, oferecendo menor risco associado ao exame Qual o impacto do rastreio? O resultado encontrado nos estudos foi tão importante que esses tiveram que ser interrompidos, pois a evidência das vantagens já estava bem esclarecida. Foi identificada uma Redução de até 20% de mortalidade no diagnóstico precoce de câncer de pulmão, tanto em estudos Europeus quanto Americanos. Sendo assim se você fuma ou conhece alguém que seja tabagista, agende uma consulta para que possamos manter um acompanhamento adequado e verificar se está tudo bem com a saúde do seu pulmão.

DRA. JANAIRA LUNKES CRM 23765 | RQE 20299 | Cirurgiã Torácica

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Revista Saúde | Julho . 2022 | rsaude.com.br

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