Revista AVENIDA - Nº 4 - Julho 2013

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Nº 4 | Julho 2013 | Distribuição Gratuita

Educação. Seu nome é Maurício

Quando recebeu o primeiro “não” às suas tirinhas, Maurício de Souza usou isso como um degrau. Hoje, passados 50 anos, milhões de crianças brasileiras foram alfabetizadas pela turma criada por ele, que pode representar o Brasil no Prêmio Nobel da Educação

Em mês de férias, Qual será o legado das manifestações que São Paulo tem muitas opções para a garotada sacudiram o Brasil?

Laura Muller defende educação sexual por vida mais saudável

Cultura • Gastronomia • Beleza • Turismo • Televisão • Saúde • Automóveis


Cidade

Klabin Aeroporto Av. Pedro Bueno, 16 Av. Dr Ricardo Jafet 2033 Jd. Aeroporto Tel. (11) 5068-3100 Tel. (11) 5589-7716 2ª á 6ª: das 5h30 às 1h 2ª á 6ª: das 5h30 às 1h Sábado: das 10h às 17h Sábado: das 10h às 17h 2 | Revista Avenida | Junho 2013 Entre os metrôs São Judas e Conceição Próximo ao metrô Imigrantes

Paulista Rua Cubatão, 158 - Vl. Mariana Telefones: (11) 3052-2086 (11)3052-1807 - (11) 3052-1859 2ª á 6ª: das 6h às 23:h Sábado: das 10h às 17h Próximo ao metrô Paraíso


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Saúde Rua Fiação Da Saúde 455 Tel. (11) 5583-2401 2ª á 6ª: das 5h30 às 0h Sábado: das 10h às 17h Próximo ao metrô Saúde

Chácara Flora Av. Washington Luís 3080 Tel. (11) 5583-3445 2ª á 6ª: das 6h às 0h Sábado: das 10h às 17h

BREVE! Nova unidade na Praça da Árvore Próximo ao metrô Praça da Árvore

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Cidade

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Índice LUcAS DANTAS

Capa Foto: Lucas Dantas Tratamento de imagem: Lucas Dantas

Cidade

O Brasil nas ruas

Aumento das tarifas do transporte público em SP deu início a onda de protestos pelo País

Persona Laura Muller

Sexóloga famosa pela participação no “Altas Horas”, da TV Globo, fala à REVISTA AVENIDA

Comportamento Museu nas férias

Um guia com as opções de cultura que São Paulo oferece à garotada neste mês de férias

Esportes

Diana Bought

Surfista, skatista e ex-apresentadora de programa de esportes, a palmeirense ataca de atriz

Capa

Maurício de Souza

Cartunista ficou conhecido mundialmente como o pai da Mônica, mas tem legado educacional

Viagem & Turismo Sozinho em Barcelona

A REVISTA AVENIDA traz dicas para o viajante que vai à Espanha sem companhia

Confronto

Jean Wyllys X Jair Bolsonaro

Polêmicos e de posições firmes, os deputados federais estão em lados opostos

Beleza

Não saia antes de ler

O especialista João Boccaletto dá dicas imperdíveis de cabelo e maquiagem para festas

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Editorial

Paulo Manso Diretor de Redação

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Não é apenas por R$ 0,20

Ainda não digerimos o espanto. Ninguém esperava tamanha mobilização social. Afinal de contas, crescemos ouvindo quase que um mantra: “O brasileiro é pacífico demais. Aceita calado os desmandos de governos sucessivos”. Um mês após a explosão de manifestações Brasil afora, o sentimento atual é uma mistura de orgulho, aversão e incerteza. Orgulho pelo fato de ter saído do povo um recado claro para o poder constituído. O de que não é possível governar ignorando quem usa os serviços públicos. Aversão aos atos de vandalismo que teimam em manchar algo tão positivo de nossa cidadania surgida após anos de inércia. E incerteza quanto ao futuro diante de uma nova realidade. Esta incerteza é descartada pelo filósofo Renato Janine Ribeiro, ouvido pela REVISTA AVENIDA em reportagem que tenta analisar o cenário brasileiro pós-revolta popular. Professor de ética na USP, ele acredita que é definitiva a postura a ser adotada daqui para frente por parte dos governantes: a de governar, no mínimo, ouvindo o que deseja o povo, que parece ter cansado de tanto descaso. A educação, tão esquecida pelos investimentos públicos nos últimos anos, é tema de nossa reportagem de capa. Conversamos com uma personalidade que poderia tranquilamente adicionar o tema ao seu próprio nome. O cartunista Maurício de Sousa pode até ter ficado conhecido como o pai da Mônica, dos quadrinhos, mas é muito mais o professor de milhões de brasileiros desde que sua primeira tirinha foi publicada, há 50 anos. Maurício tenta levantar o número exato de crianças alfabetizadas por seu trabalho e, assim, concorrer ao Prêmio Nobel de Educação. Orgulho para todos os brasileiros! Estas são apenas duas das várias reportagens desta edição da sua REVISTA AVENIDA. Nas próximas páginas, há mais sobre turismo, comportamento, saúde, beleza e automóveis. Uma ótima leitura a todos! Missão: “Ser a referência em qualidade editorial, retorno publicitário, variedade de assuntos e profundidade jornalística para leitores e anunciantes que procuram mais do que oferecem os veículos de comunicação gratuitos em São Paulo”

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REVISTA AVENIDA é uma publicação impressa mensal editada pela Empresa jornalística folha Metropolitana Ltda. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Sede, Redação e Publicidade: Rua Ipê, 144, jardim Guarulhos – Guarulhos – SP CEP: 07090-130 Telefone: (11) 2475-7800 CNPJ: 44.193.423/0001-40

Presidente: Paschoal Thomeu (in memoriam) Diretora-presidente: andrea Thomeu Diretor-geral: Orlando Reinas Jr.

Gerente de Marketing: Alberto Frazão Junior Gerente Comercial: Guile Horta Gerente Comercial (agências): Ramon Martins Representantes comerciais (DF e RJ): Pereira de Souza & cia Ltda Gerente de Distribuição: Geraldo cesar S. Santos Recursos Humanos: Nadir Matos Projeto Gráfico: Agência Multisolution Diretor de Redação: Paulo Manso Editores: Helder Lima, Lourdes Dias, Luciene oliveira e Mônica Kikuti Chefe de Reportagem: Laís Domingues Editor de Arte: Sidney João de Oliveira Subeditor de Arte: Ricardo Leocadio Diagramadores: Mauro Dias dos Santos, Neri Gonçalves Pereira e Marina Takeda Redatores: alfredo Henrique, Chico junior, clayton castelani, Deisy de Assis, Edilene Ribeiro, Marcela Fonseca, Marcelo Duarte jatobá, Palloma Mina, rômulo Magalhães e Wellington Alves. colaborou Helder Lima Fotografia: Guilherme Kastner, lucas Dantas e Silvio cesar Revisor: Felipe Rabello Gonçalves Assistente de Redação: jonathan oliveira Impressão: Plural indústria Gráfica FALE COM A GENTE Por telefone: (11) 2475-7800 Por email: redacao@revistaavenida.com.br Por carta: rua ipê, 144, jardim Guarulhos Guarulhos – SP – CEP: 07090-130 Tiragem auditada por:

www.revistaavenida.com.br Tiragem: 100 mil exemplares



DIVULGAçãO

Automóveis

As montadoras Volkswagen e Ford mudam a programação das centrais de gerenciamento eletrônico dos motores a diesel de suas picapes básicas Amarok e Ranger respectivamente, que passam a oferecer mais potência máxima – 140 cv no caso da Amarok 2.0 TDI e 150 cv na Ranger XL 2.2. Os dois veículos brigam por posições no ranking de vendas de picapes médias, que é liderado pela Chevrolet S10.

Amarok, da Volkswagen, tem sua versão de entrada destinada ao uso profissional

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Autom贸veis

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Automóveis DIVULGAçãO

Concorrentes a diesel ganham mais potência

Amarok oferece mais 18 cv com reprogramação eletrônica DIVULGAçãO

w HelDeR lima

A

picape Amarok, da Volkswagen, e a Ranger, da Ford, ganharam mais potência em suas opções de entrada com propulsor a diesel para disputar vendas entre as picapes médias, segmento que tem a S10, da Chevrolet, no topo da preferência do consumidor. Nos dois casos, o aumento de potência foi obtido com reprogramação da central eletrônica de gerenciamento dos motores. A Amarok produz agora 140 cv e o aumento foi obtido com nova calibração da unidade ECU, de gerenciamento. Houve também alteração nas faixas de rotação em que ocorrem a potência e o torque máximos. Os 140 cv surgem agora a 3.500 rpm, regime 500 rpm mais baixo do que na calibração anterior. O torque permanece de 34,7 kgfm,

A velocidade máxima da picape da Volks passou a 168 km/h (anteriormente, 162 km/h). Na versão S com cabine dupla e tração 4x4, a velocidade máxima passou a 167 km/h (ante 161 km/h) e a aceleração de zero a 100 km/h baixou para 13,1 segundos (contra 13,7 segundos).

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Versão de entrada da Ranger é equipada com airbags dianteiros

disponível a partir de 1.600 rpm. O motor de quatro cilindros 2.0 TDI, a diesel, com um turbocompressor, que equipa a versão S da Amarok – oferecida em configuração de cabine simples (com tração 4x2 ou 4x4) ou dupla (tração 4x4) – ganhou 18 cv. Com potência incrementada, o

A Amarok com motor de 140 cv – assim como as configurações com o motor de 180 cv – chega ao mercado brasileiro atendendo às normas da fase L6 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) para veículos a diesel.

motor impressiona pela melhoria no desempenho sem modificação no consumo de combustível. Na versão com cabine simples, tração 4x2 e câmbio manual de seis marchas, a Amarok com 140 cv acelera de zero a 100 km/h em 12,6 segundos (na versão anterior, com 122 cv, eram necessários 13,2 s).

A Amarok cabine simples com tração 4x2 pode levar até 1.215 kg de carga total; a 4x4 tem capacidade para até 1.135 kg. A Amarok cabine dupla, com tração 4x4, pode levar 1.090 kg.



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Cidade

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Cidade

w TexTo: claYTon casTelani

O aumento das tarifas de transporte público em São Paulo deu início a uma mobilização social nunca vista no Brasil. Havia muito tempo desde que os brasileiros foram às ruas para pedir a saída de um ex-presidente. Desde então, desmandos e queda de qualidade nos serviços públicos. E o “tolerante” povo brasileiro parece ter despertado. Passado o ímpeto dos primeiros protestos, a REVISTA AVENIDA tenta analisar o que houve e qual será o futuro do País diante da nova realidade.

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filiPE araĂşjo / aE

Cidade

Segunda-feira, 17 de junho: multidĂŁo invade ruas de SP com demandas diversas

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Cidade 1

tentativa de invasão da Prefeitura

2 Chamou atenção os gritos de “sem

GUILHERME kASTNER

1 Em São Paulo, houve casos de violência e

partido” durantes os atos

3 Instituições se assustaram com o tamanho da mobilização

Ações assustaram a classe política

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GUILHERME kASTNER

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GUILHERME kASTNER

É quase impossível prever o que acontecerá depois que milhões de brasileiros adotaram as manifestações como forma de exigir serviços públicos de qualidade e, sobretudo, respeito aos cidadãos. Mas ao menos uma coisa está diferente: políticos acostumados a atuar em causa própria, alheios à opinião pública, foram obrigados a olhar para fora dos seus currais eleitorais e ficaram amedrontados com o que viram. “É um fenômeno muito diferente de uma manifestação social rotineira. Toda previsão abre para um vazio”, explica o filósofo Renato, professor de ética e filosofia política da USP. “Mas eu não diria que existe absoluta incerteza sobre os efeitos das manifestações. Certas coisas a gente pode dizer: os governos vão ter que prestar muito mais atenção às demandas sociais”, prevê. “Os governantes levaram um susto.” O transporte público, caro e de péssima qualidade, foi o estopim para que insatisfação popular explodisse nas ruas. Somam-se a essa lista de serviços públicos negligenciados, saúde e educação. “A questão da passagem do ônibus mexe muito com as pessoas, mas isso ganhou um peso muito grande porque os movimentos sociais vinculados a esse tema, desta vez, estavam mais bem articulados que em outros anos”, analisa Ribeiro. O responsável pela articulação descrita por Ribeiro, que no início de junho resultou nas primeiras manifestações em


aNDrE DUSEK / aE

Cidade 1

1 Em Brasília, protestantes subiram no Congresso Nacional

2 Manifestantes lotaram a Avenida Eduardo Ribeiro, em Manaus

3 Protestos em Recife interditaram as

ClEiToN liMa / lEia jÁ iMaGENS / aE

riCarDo oliVEira / EM TEMPo / aE

principais avenidas

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São Paulo contra o aumento da tarifa do transporte, é o Movimento Passe Livre (MPL). A organização apartidária formada por jovens universitários, defende há oito anos tarifa zero para ônibus, trens e metrô. Conectados a milhares de estudantes pela internet, o MPL obrigou prefeitos e governadores a retrocederem no aumento das passagens. “O transporte é uma causa presente na vida de todos, por isso as manifestações foram tão grandes”, avalia Caio Martins, membro do MPL. “Nós conseguimos o que antes diziam ser impossível. Agora as pessoas sabem que se estiverem unidas, outras coisas também impossíveis podem acontecer.” Encorajados pela vitória do MPL, milhares de pessoas continuam nas ruas levantando as mais diversas bandeiras e com um intrigante grito em comum: “sem partido”. A frase e a hostilidade a partidos acostumados ao ativismo, como o PT, são preocupantes, diz Ribeiro. “Essa preguiça da sociedade brasileira de entrar na coisa política tem um custo muito alto. Se for seguir a tradição brasileira, a coisa acaba.” Representante de uma nova safra de políticos que ganharam visibilidade com o fenômeno Marina Silva e seus 19 milhões de votos na corrida presidencial de 2010, o vereador paulistano Ricardo Young (PPS) discorda de Ribeiro e afirma que os brasileiros estão mais mobilizados. “Cada vez menos haverá mobilizações em torno de partidos, mas sim por causas sociais, como o transporte público”, prevê. “É isso que os políticos tradicionais têm dificuldade de entender.” Julho 2013 | Revista Avenida | 23


Cidade 1

Capital desencadeou apoio Brasil afora

2 Jornalista Giuliana Vallone, atingida por

GUILHERME kASTNER

1 Ação policial no segundo grande ato na

uma bala de borracha enquanto trabalhava

3 Reação à repressão levou ainda mais gente às ruas com mais demandas

Repressão policial fez mobilização crescer

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GUILHERME kASTNER

Se o Brasil mudou depois da onda de protestos que ainda tomam as ruas, o divisor de águas surgiu exatamente às 19h15 do dia 13 de junho, na esquina das ruas Consolação e Maria Antônia, quando sem aviso ou motivo a Polícia Militar de São Paulo disparou bombas de estilhaços e de gás lacrimogêneo contra manifestantes, jornalistas, estudantes, motoristas e qualquer um que deu azar de estar ali. A PM começou sua caçada pela região entre o Centro e a Avenida Paulista, deixando um rastro de desrespeito às liberdades civis, além de dezenas de feridos. Mas foi na Rua Augusta que um policial engatilhou seu rifle carregado com balas de borracha para dar o tiro de misericórdia no apoio que parte da imprensa e opinião pública ainda dava à repressão aos protestos contra o aumento das tarifas do transporte público. “Vi o policial mirar em mim”, contou a repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo. “Tomei um tiro na cara”, desabafou a jornalista pelo Facebook. Fotografias do olho direito ensanguentado da repórter ganharam destaque na internet mundo afora e, na manhã seguinte, estavam emolduradas por textos que denunciavam a truculência da PM paulista. Mas antes de qualquer jornal sair da rotativa e só algumas horas depois


EMiliaNo CaPoZoli / aE

Cidade 1 1 Brasileiros e simpatizantes protestaram perto do Big Ben, no centro de Londres

2 Em Barcelona, na Espanha, brasileiros saíram às ruas para engrossar protestos

3 Em Lisboa, capital portuguesa, também

joÃo CorDEiro / ElEVEN / aE

EMilio MorENaTTi / aSSoCiaTED PrESS / aE

houve apoio à mobilização

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dos excessos cometidos pela polícia, a estudante de psicologia Samara Lopes usava seu smartphone de dentro do Metrô para espalhar pelas redes sociais aquilo que ela havia presenciado na Consolação. Milhares tomaram a mesma atitude naquela noite e, àquela altura, o aumento de R$ 0,20 no preço do ônibus já não era mais o que motivava jovens de todo o País a prometer sair às ruas. “Agora é contra a repressão”, explicou Samara. Na segunda-feira seguinte, 17, os 5.000 manifestantes se multiplicaram e 65.000 tomaram ruas e avenidas de São Paulo. Rio de Janeiro e Brasília, onde até o teto do Congresso foi ocupado, também foram palcos para mobilizações populares sem precedentes. “Depois do crescimento da repressão, isso pegou uma coisa muito inesperada. Gente que era contra o movimento aderiu”, analisa Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP. Dois dias depois, um improvável tsunami de protestos fez 1 milhão de brasileiros marcharem em 75 cidades do País e no mais raivoso protesto, em Brasília, o Palácio do Itamaraty foi parcialmente incendiado. Embora as depredações sejam condenáveis, Ribeiro avalia que ao menos um recado foi dado aos governantes. “A sociedade não tolera mais repressão policial. Independente dos excessos de alguns manifestantes, a ação dos policiais foi inadmissível.” Julho 2013 | Revista Avenida | 25


Cidade GUILHERME kASTNER

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Cidade

Recado das ruas é claro: classe política como um todo é o alvo

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Persona

Laura s贸 tira o sorriso do rosto quando o assunto 茅 pedofilia ou estupro 28

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Persona

Altas dicas de Laura Muller w TexTo: Palloma mina w FoTos: lucas DanTas

E

la é alta e sorridente. Fala de sexo seguro, dos tabus sobre sexualidade e das perguntas engraçadas que ouve no programa Altas Horas com tranquilidade. Só altera o tom manso para falar de pedofilia e estupro, as únicas coisas que não podem existir entre quatro paredes ou em qualquer lugar. Laura Muller atendeu a equipe da REVISTA AVENIDA em uma praça de Pinheiros, bem perto de sua casa, onde costuma passear com o cão de estimação. Além de falar de seu quarto livro, “Educação Sexual em 8 lições”, ela revelou qual é a chave para o sexo prazeroso em qualquer idade.

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Persona

REVISTA AVENIDA - As pessoas realmente estão começando a vida sexual mais cedo ou temos esta impressão porque a vida dos adolescentes está mais exposta em redes sociais? LAURA MULLER – Pode ser de tudo um pouco. Segundo dados dos ministérios da Saúde e da Educação, a primeira relação sexual se dá entre os 15 e 16 anos para os meninos e entre os 16 e 17 para as meninas. O diferente da época das nossas avós é que antes elas casavam e se iniciavam sexualmente nessa idade, só que casadas. Hoje a iniciação sexual se dá entre os pares, entre os adolescentes. RA – Quais são os cuidados que os adolescentes devem ter neste momento da vida? LM – Para a iniciação se dar de uma forma saudável e prazerosa, o jovem deve ficar atento a três pontos. Primeiro, ele precisa se informar bastante sobre sexualidade e sobre como evitar a gravidez fora de hora, que é uma questão séria no País. A menina vai precisar visitar um ginecologista para escolher um método para evitar gravidez fora de hora e o menino vai precisar visitar o médico urologista para ver como está sua saúde sexual. Os dois também vão precisar usar camisinha. O segundo passo nesse processo de “inicio ou não inicio a minha vida sexual” é aprender a usar camisinha. O preservativo é necessário desde a primeira relação, porque já estamos expostos a vírus, bactérias 30

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Gosto de falar com a imprensa para diminuir um pouco esse tabu que ainda é o sexo no Brasil

e doenças sexualmente transmissíveis. Tem que usar a camisinha em todas as práticas: sexo oral, sexo anal e penetração vaginal. E o terceiro ponto, que talvez seja o mais importante, é se perguntar profundamente “quero mesmo? Estou na minha hora ou estou cedendo a uma pressão do grupo ou do namorado? Estou amadurecida para isto?”. Estes três pontos pais e jovens precisam levar em conta e conversar a respeito. A escola também precisa abordar a questão de uma forma mais saudável. RA – O seu novo livro é direcionado a pais e professores. Não é difícil perceber o desconforto em falar de sexo e o jogo de empurra entre pais e escola, que acaba deixando o jovem perdido. Por que existe tanta dificuldade em falar de sexo? LM – Sexo ainda é um tabu na nossa cultura, então temos mesmo dificuldade de falar sobre o assunto em casa e na

escola. Não é um problema nosso, no mundo todo sexo ainda é um tabu. Quando eu vou para congressos fora do País ou pesquiso para saber como funciona em outras culturas, percebo que existe um momento mundial de maior abertura para a sexualidade, mas que ainda é um assunto delicado. No Brasil, é difícil conversar entre o próprio casal, conversar na escola, conversar em casa, conversar na sociedade como um todo. Entre a família, acontece também a diferença de gerações entre pais e filhos, o que torna esta conversa difícil. E ainda tem este cenário, somos um país tropical, muito quente, andamos com o corpo muito exposto, isso faz parte da sexualidade. Por isso que são muito bacanas entrevistas como esta, em que a gente pode falar francamente. Gosto bastante de trabalhar com a imprensa para poder diminuir um pouco esse tabu, mas é difícil. RA – Já que o tema é inevitável, como falar com os filhos a respeito? LM – Se pudermos conversar de uma forma cada vez mais franca, aberta e esclarecedora, pode ser mais saudável e prazeroso para todo mundo. A recomendação é que os pais já respondam às primeiras perguntinhas assim que elas surjam, precisam estar atentos à sexua-


Persona

lidade da criança desde que ela nasce. As crianças perguntam e fazem perguntas difíceis (risos). A conversa tem que evoluir conforme esta criança for crescendo. Quando chegar perto da pré-adolescência, quando acontece o empurrão hormonal – a primeira menstruação na menina e a primeira ejaculação espontânea no menino – é preciso uma explicação melhor. Então as respostas começam bem básicas na infância e vão evoluindo.

uma doença. Este pensamento vem da Idade Média, quando acreditavam que masturbação fazia a pessoa babar, enlouquecer e morrer (risos). Estamos no terceiro milênio e ainda tem resquícios disso na nossa cultura. Também falo do advento da Aids e o que isso mudou na nossa sexualidade, e quais foram as mudanças na vida sexual das pessoas com o surgimento dos medicamentos para ereção em 1998. Falo disso tudo para entendermos de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.

RA – Onde a escola entra neste processo? LM – A partir dos seis anos. A sugestão dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que dão diretrizes para o ensino no País, é que o tema sexualidade seja abordado do ensino fundamental ao médio. No livro eu falo muito sobre isso, sobre cada fase da educação sexual: de 0 a 5 anos, de 6 a 11, de 12 a 14 e de 15 a 17. Além das orientações para cada faixa etária, falo da educação sexual dos adultos, que são os educadores. Também há uma introdução com conceitos básicos da sexualidade e a história da sexualidade. Às vezes não sabemos como chegamos até aqui. RA – Pode dar um exemplo de fato marcante na história da sexualidade? LM – Somos fruto de séculos de uma repressão sexual muito forte, que era ainda mais forte sobre a mulher. Por isso, ainda hoje, 30% das mulheres acham errado, sujo e feio se masturbar, como se fosse um problema ou

RA – Qual é a importância do tema sexualidade estar incluso no documento que estabelece as diretrizes do ensino? LM – A questão fundamental é que os Parâmetros Curriculares Nacionais informam que é importante tratar do tema na escola a partir dos seis anos de idade. Triste é ver que esta sugestão é de 1996 e hoje ainda não é usada na totalidade das escolas brasileiras como tema transversal de ensino. Há limitações. Falta capacitação para os professores, às vezes há impossibilidade financeira. É preciso olhar para o tema de uma forma positiva para todo mundo ficar cada vez mais confortável nessa conversa. É preciso que os adultos se orientem para fazer educação sexual de qualidade em casa e na escola, é aí que eu entro com o livro. Os adultos precisam se orientar para fazer educação sexual de qualidade em casa e na escola

RA – Qual é o seu objetivo com o livro “Educação Sexual em 8 Lições”? LM – A minha proposta é tentar iniciar Julho 2013 | Revista Avenida | 31


Persona

uma conversa sobre essa questão tão importante, que é a educação sexual, para as pessoas começarem a buscar orientação para o tema ser ampliado e discutido pela sociedade como um todo. RA – Ter vida sexual ativa faz de alguém um educador sexual? LM – De jeito nenhum! A distância entre uma coisa e outra é gigantesca (risos). O que a gente faz na nossa vida pessoal é a vivência de um único indivíduo, para trabalhar a orientação de pessoas é preciso levar em consideração a individualidade do outro. Por exemplo, não importa qual religião eu tenho, como educadora, preciso ter a visão de respeito pela religião de cada um. As informações sobre o tema precisam ser estudadas e provocar uma reflexão no educador para que seja ofertada uma orientação sexual de qualidade. RA – Você acredita que a defesa de alguns dogmas, como a virgindade, feita por algumas igrejas atrapalhe a vida sexual de seus seguidores? LM – Não gosto de apontar culpados e vítimas. O que precisa ser analisado é o cenário. Na mídia há um bombardeio de informações sobre sexo, conteúdos bacanas e negativos. Na internet, por exemplo, tem sites informativos e outros de pedofilia. Todas as coisas nas quais a sociedade se envolve têm seu lado positivo e negativo. Ter uma religião é uma escolha de cada pessoa, cada ser humano é único e vai ter suas crenças, seus valores, o que deve ser 32

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Tendo este limite, entre quatro paredes, pode tudo desde que as pessoas estejam confortáveis naquela prática. RA – Então tudo é permitido? LM – Na nossa cultura existe um “não pode”. O adulto não pode ter relação sexual com a criança, o pré-adolescente e o adolescente, seja de forma virtual ou presencial. Isto é pedofilia, é crime no nosso País e vai interferir em todo o processo de desenvolvimento biopsicossocial desta criança, pré-adolescente ou adolescente. Não pode. Precisamos ter este limite. No sexo, o limite está onde eu não fira física ou emocionalmente meu parceiro

respeitado. Dentro desta religião que a pessoa escolheu, precisa haver liberdade para cada um decidir como vai lidar com ela. Algumas vão viver de forma mais rígida, outras serão mais flexíveis. O certo para cada um de nós é o jeito de se sentir melhor com tudo isso. RA – Falar sobre o assunto ajuda as pessoas a entenderem o que é certo e errado no sexo? LM – Muito. Qual é o limite para o certo e o errado? Até onde ir? Por onde eu passo, seja em palestras ou no consultório, digo que o limite é a ir até onde aquela prática não fira física ou emocionalmente o indivíduo e quem estiver com ele.

RA – Em termos de educação sexual, o que mudou de quando você era adolescente para os dias de hoje? LM – Teve uma mudança muito grande. Tenho 43 anos, o adulto de hoje não recebeu orientação sexual e eu faço parte deste grupo. Agora os adolescentes recebem esta orientação. A atual geração de crianças e adolescentes já está crescendo em um cenário mais aberto a conversas sobre sexualidade. Isso vai influir na vida deles? Claro que vai. E há outros fatos marcantes, como a internet. Internet e redes sociais reconfiguram as relações? Sim. Quem hoje não tem uma rede social? E isso acaba refletindo na sexualidade e nos relacionamentos de alguma forma. É preciso lembrar que o ser humano é apoiado em três pilares, o biopsicossocial: bio vem de biológico porque temos um corpo; psico de psicológico, a gente tem emoções e sentimentos; e social quer dizer que estamos inseridos em uma


Persona

sociedade, numa condição histórica, tecnológica, cultural e econômica. Isso tudo configura a nossa sexualidade. RA – E as dúvidas sobre sexo dos adolescentes são sempre as mesmas? Algumas perguntas a que você responde no Altas Horas são hilárias. LM – A adolescência acaba gerando perguntas de iniciação sexual. Elas variam no jeito, mas em geral o adolescente vai ter perguntas similares. Qual é a hora certa, o que ele precisa fazer, como pode se preparar, como vai ser mais prazeroso, estas são as questões que giram ao redor da adolescência. RA – Você lembra qual foi a pergunta mais engraçada que já ouviu? LM – Uma das perguntas mais engraçadas foi no Altas Horas, deu uma repercussão danada. Foi uma menina que perguntou se a tia podia beber o esperma do tio. Ela perguntou de um jeito engraçado, foi bastante divertido. E é importante quando dá bastante repercussão para poder trabalhar o tema. Não, não pode beber o esperma de ninguém (risos). Neste momento de doenças sexualmente transmissíveis, não pode ter contato com o esperma porque ele é um grande transmissor. Então não é para ficar com essa brincadeira por mais que a pergunta tenha sido engraçada. RA – E quais são as perguntas dos adultos? LM – Na fase adulta as pessoas estão

Ansiedade não combina com sexo prazeroso

mais preocupadas com a solução de dificuldades sexuais que podem surgir para o homem, a mulher ou o casal. Os problemas mais comuns que chegam aos consultórios são: para as mulheres dificuldade de ereção, dor na penetração e baixa de desejo; as masculinas são ejaculação precoce, dificuldade de ereção e baixa de desejo. Uma questão masculina que está cada vez mais frequente é a dificuldade para chegar ao orgasmo, é uma coisa nova porque antes só a mulher tinha essa dificuldade. Agora o homem está ficando bastante ansioso e também tem essa dificuldade para chegar lá. RA – Ansiedade não combina com sexo? LM – Esta é a palavra, matou a charada (risos)! Ansiedade não combina com a prática de um sexo prazeroso. É preciso procurar ficar menos ansioso para poder viver o sexo de um jeito mais prazeroso.

RA – E os idosos? O que eles querem saber? LM – As principais dúvidas da terceira idade são se eles podem fazer sexo, como eles vão fazer e o que vai acontecer com eles. Pode (risos)? Isso eu abordo no meu livro anterior, o “Altos Papos Sobre Sexo dos 12 aos 80 Anos”. Falo bastante sobre as questões dos idosos, às vezes eles têm preconceito consigo mesmo. Eles acham que não podem mais, que passaram da hora, e a gente como sociedade olha e fala “ah, que velhinho safado e sem vergonha!”. Isto é uma bobagem. A gente pode e deve viver o amor e o sexo a vida inteira, basta sentir desejo. RA – Pouca gente sabe que a sua primeira formação é de jornalista. Quando você escolheu ser jornalista, imaginou que algum dia falaria só de sexo? LM – Não, de forma alguma (risos). Eu escolhi ser jornalista para ser jornalista, para falar de uma pluralidade de assuntos. Trabalhei na Folha da Tarde e na Folha de São Paulo. No meio do caminho, pintou uma vaga para eu ser editora de sexo na revista Claudia e eu fui. Quando cheguei lá, vi que era muito difícil editar a área de sexualidade, isso Julho 2013 | Revista Avenida | 33


Persona

Sexo não é uma coisa errada. É saudável

nos anos 1990. A gente não sabe nada sobre sexo. Então fiz pós-graduação em educação sexual, no fim do curso comecei a me apaixonar sobre o tema e lancei meu primeiro livro, que teve uma grande repercussão na mídia e as pessoas começaram a me chamar para dar palestras. Comecei a dar palestras, me envolvi cada vez mais, e no fim das palestras os adultos vinham me procurar para saber se eu atendia em consultório. Para atender em consultório só sendo médico ou psicólogo, aí fui fazer psicologia. Hoje sou psicóloga, atendo em consultório, faço palestras pelo Brasil afora e continuo com as ações na mídia. Faço várias ações com a mídia porque eu gosto muito. RA – Como jornalista, você sabe do poder da mídia. LM – Sei sim, conheço o poder da mídia e sei como ela é transformadora no comportamento das pessoas, não só sexual. RA – A que você atribui a sua credibilidade junto ao público? É conhecer profundamente o tema ou carisma? Quando as pessoas te veem na rua, devem aproveitar para fazer perguntas. 34

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LM – Fazem mesmo. O porquê eu não sei, sou uma pessoa bastante espontânea. Quando a gente começa a trabalhar com psicologia e sexualidade aprende que precisa falar de uma forma tranquila e franca, se não acaba reproduzindo o assunto como um tabu. É tarefa do educador falar de um jeito bem simples, mas também tem a ver com o meu jeito bem espontâneo. É uma conjunção de fatores (risos). RA – Tem pais que acreditam que iniciativas como vacinar a filha contra o HPV ou ensinar como usar uma camisinha são formas de estimular uma sexualidade antes da hora. Eles estão certos? LM – Isso é uma bobagem. A gente falar com as crianças e adolescentes não vai estimular uma sexualidade precoce. Pelo contrário, quando esse jovem chegar ao momento de iniciação sexual, toda a orientação vai contribuir para que ele faça escolhas mais responsáveis e saudáveis. Sexo não é uma coisa errada, é saudável. RA - Recentemente, alguns casos de estupro ganharam bastante destaque na imprensa e não é incomum ouvir comentários do tipo

“a moça saiu na rua quase sem roupa, queria o quê?”. Qual é a sua opinião? LM – A pessoa pode estar pelada na nossa frente, mas ninguém tem o direito de tomá-la à força. Isto é uma questão de educação e reflexão, que também vale para a pedofilia. Por exemplo, o adolescente pode se insinuar o quanto for para um adulto, pode aparecer nu para o adulto, que mesmo assim o adulto não pode ter brincadeira sexual com esse adolescente. O adulto tem que ter consciência, amadurecimento e noção de limite. A outra noção de limite é que a mulher pode se expor da forma que for, ninguém pode ir até ela e tomá-la à força. Isto é o básico da convivência em sociedade. RA – Também foram relatados casos de abuso entre os adolescentes em ambiente escolar ou perto da escola. Como os dirigentes da escola devem se posicionar ou isso não é problema deles? LM – É problema da sociedade como um todo, a gente tem que solucionar sim. Temos que falar bastante, como estamos fazendo agora. A gente precisa falar de limites, ter noção de limite e respeito. A gente não pode fazer nada


Persona

com uma pessoa contra a vontade dela, essa noção tem que ser trabalhada em casa e na escola. RA – Na Erotika Fair, que aconteceu em São Paulo em abril, os organizadores disseram que os produtos mais vendidos nas lojas de sex shop são os cosméticos sensuais, como velas que viram óleo de massagem e óleos que deixam a pele fria ou quente. Por que o brasileiro gosta disso? LM – Na nossa sociedade, como o sexo é um tabu, o jeito mais fácil de entrar no mercado erótico é o uso de creminhos e óleos, uma coisa mais light. É o primeiro passo de quem está começando a se aproximar do mercado erótico. É super saudável para a relação desde que todo mundo queira. Se uma pessoa não se sente à vontade usando os produtos eróticos, não vai ser legal. Mas se ela tiver vontade de experimentar e gosta, não tem problema nenhum. RA – Como você avalia a comoção que os livros da trilogia “Cinquenta Tons de Cinza” causou nas mulheres? LM – Foi muito bacana porque trouxe o tema sexualidade e erotismo à tona, é muito positivo. O que acontece é que a literatura erótica está na medida certa para o comportamento e desejo sexual feminino, assim como o vídeo erótico está para a libido do homem. Os homens são mais visuais, então quando ele vê uma cena erótica isso movimenta a sexuali-

No livro, no cinema, nas artes em geral, tudo pode. Para colocar em prática é outra história, você precisa dosar bem até onde ir, até onde aquela prática não te fere física ou emocionalmente.

A literatura erótica está na medida certa para o comportamento sexual feminino, assim como o vídeo erótico está para a libido do homem

dade dele. Já as mulheres são imaginativas, o que estimula o desejo feminino é o clima de sedução e a imaginação. Quando ela lê “Cinquenta Tons de Cinza” ou qualquer outro livro erótico, isso faz com que a imaginação flua, o que estimula bastante o seu erotismo. Talvez por isso obteve tanto sucesso, caiu direitinho no jeito de ser feminino (risos). RA – Mas as práticas retratadas no livro são pesadas. LM – É sadomasoquismo, que é misturar prazer com dor. Caímos naquela questão básica de até em que ponto ir.

RA – As redes sociais deram a possibilidade das pessoas fazerem da vida um diário aberto ao público. Falar de sexo usando estas plataformas ajuda ou atrapalha o indivíduo? LM – A gente precisa tomar cuidado com o que expõe. Está na hora de entender que sexo é uma coisa do terreno do privado, não do público e a internet é algo público, qualquer pessoa acessa. O sexo é muito íntimo e cada um precisa ver até onde vale expor algo tão íntimo. O que eu vejo é uma exposição exagerada. RA – Se você pudesse dar uma dica para os pais, qual seria? LM – Os pais não precisam saber todas as respostas, basta se abrirem ao diálogo. Se eles se abrirem ao diálogo e se colocarem como porto seguro dos filhos, já está de bom tamanho. A partir daí, eles podem buscar juntos as respostas. Ninguém é perfeito, ninguém nunca vai saber tudo sobre determinado assunto. RA – E a dica para os adolescentes? LM – Esta dica vale também para adultos e idosos. A palavra de ordem no sexo é respeito. Respeito a si mesmo e à pessoa que está do lado. Respeito a suas crenças, seus valores, seu jeito de ser e sua sexualidade. Julho 2013 | Revista Avenida | 35


Saúde

A estação das “ites” 1

Cinco dicas para se prevenir da doença

w Palloma mina

B

asta o inverno chegar e derrubar a umidade relativa do ar para que hospitais e postos de saúde fiquem lotados com casos de bronquite, sinusite, rinite, laringite, otite e outras “ites”. O médico intensivista César Maurício da Silva conta que as inflamações no sistema respiratório são divididas em dois grupos. “Separamos entre vias respiratórias altas e baixas. Nas vias altas acontecem sinusite, rinite, faringite, laringite e otite, a dor de ouvido. Já nas vias baixas traqueítes, bronquites e pneumonias”.

Mantenha a temperatura do corpo. Compense o frio com agasalhos e evite ambientes gelados.

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Faça o possível para melhorar a umidade do ar, seja com aparelhos específicos ou com um pano molhado dentro da casa.

Reforce os hábitos de higiene, como lavar sempre as mãos e evitar levar a mão à boca ou aos olhos.

As mais preocupantes, de acordo com Silva, são os problemas nas vias baixas por piorarem o processo de respiração. “As vias aéreas são tubos que

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Para quem já tem os sintomas de uma “ite”, a recomendação é usar lenço descartável para evitar a propagação dos germes.

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Procure um médico, só ele vai poder avaliar o seu caso e a necessidade do uso de antibiótico.

precisam estar lubrificados e umedecidos. Nesta época do ano, temos um ressecamento e é mais fácil ser atacado por bactérias”, detalha o médico.



divulgação

Comportamento

A história da maior paixão brasileira no Museu do Futebol 38

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Comportamento w Palloma mina

Não é novidade que São Paulo é a capital brasileira da cultura. Nenhuma cidade tem mais salas de cinema, teatros, restaurantes e museus que a capital paulista. Mas engana-se quem pensa que nos museus só existem peças muito antigas e empoeiradas sobre a história que aparece nos livros da escola. Em São Paulo existem mais de 90 e em muitos deles é possível interagir com as peças ou participar de atividades recreativas. A REVISTA AVENIDA lista agora três dos museus mais bacanas da cidade para ajudar a preencher a programação da criançada nas férias de julho.

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Comportamento divulgação

Memorial da Resistência

O espaço faz parte da Pinacoteca do Estado. Chamado por alguns de Museu da Liberdade, o Memorial surge no edifício onde funcionou Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Dops) de 1940 a 1983. O Dops servia para prevenir e reprimir delitos políticos e sociais contra a ordem pública. Durante a Ditadura Militar, o departamento serviu como braço da repressão, onde suspeitos eram torturados e ficavam presos, muitas vezes sem serem julgados. Em um momento em que a sociedade toma as ruas, usando a liberdade conquistada com a redemocratização, o passeio é uma forma simples de explicar para os filhos como era o Brasil da repressão. divulgação

Museu do Futebol

O museu para celebrar a maior paixão brasileira fica dentro do Estádio do Pacaembu. Lá é possível conhecer a história do Brasil a partir do esporte. De acordo com os administradores do Museu do Futebol, o visitante vai entender de forma lúdica e divertida as razões pelas quais o esporte mexe tanto com o nosso povo. Inaugurado em 2008, o espaço já atraiu mais de 1,7 milhão de pessoas e a imprensa do mundo todo, como o jornal The New York Times. A visitação é baseada em emoção, história e diversão, e só é possível chegar a estes pontos graças ao acervo de fotos, vídeos, áudios e instalações. Quem responde pela curadoria é o jornalista Leonel Kaz. divulgação

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Praça Charles Miller, sem número – Pacaembu – Oeste. Telefone: 3664-3848. Ingressos: de R$ 3 a R$ 6, gratuito para deficientes. Quando: de terça a domingo, das 9h às 18h. Consulte o horário de funcionamento em dias de jogo no estádio do Pacaembu.

Museu da imagem e do Som

Depois de passar por uma reformulação em 2008, o MIS está pronto para receber o público que queira dialogar com a arte do século 21, sem deixar de lado a rica história acumulada no acervo desde a sua inauguração, em 1970. A principal atração do acervo são os registros fonográficos, mas há artes plásticas, cinema, vídeo, fotografia e música. A atração do MIS para o mês de julho é a “Ralph Gibson & Larry Clark – Amizade, Fotos e Filmes”, ainda inédita no Brasil. A mostra celebra a parceria profissional e a amizade dos dois fotógrafos, que são amigos desde a década de 1960. Larry Clark também é cineasta e diretor do filme “Kids”, e Ralph Gibson ganhou mais 15 prêmios internacionais. 40

Praça da Luz, 2 – Luz – Centro. Telefone: 3324-1000. Ingressos: de R$ 3 a R$ 6, gratuito para menores de dez anos e para maiores de 60 anos. Quando: de terça a domingo, das 10h às 18h.

Avenida Europa, 158 - Jardim Europa – Sul. Telefone: 2117-4777. Ingressos: de R$ 3 a R$ 6, gratuito às terças-feiras. Quando: de terça a sexta das 12h às 22h; sábados, domingos e feriados das 11h às 21h.



Esportes

w TexTo: Palloma mina w FoTos: lucas DanTas

d Maquiagem e cabelo: Tony Borba Figurino: academia Store Acessórios: Regimille Apoio: vila grano

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iana não é uma mulher fácil de entender. Quem diria que uma carioca da gema, filha de surfista, seria fanática pelo Palmeiras? ou que uma modelo se interessaria por skate e andaria pelas ruas de São Paulo de tênis e bermuda larga? E trocar a apresentação de um programa de esportes radicais para um destinado a mães? Pois bem, tudo isso é diana Bouth.

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Esportes

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Esportes

Diana para todos os gostos Por influência do pai, Marcos Bouth – conhecido como Marquinhos Japonês nas praias cariocas – ela aprendeu a surfar ainda criança. Quando se mudou para São Paulo com a mãe, a atriz Ângela Figueiredo, descobriu outras paixões eternas: o skate e o time do Parque Antarctica. Ela se tornou apresentadora do SportTV em 1999, com dez temporadas à frente do programa Zona de Impacto, de esportes radicais. “Foi um baita presente! Era o emprego ideal para uma garota de 18 anos”, define. A lição das modalidades extremas que ela carregou para a vida? “A de cair e levantar. Aprendi a não ter medo de cair de cara, porque você vai ter que cair de cara para chegar aonde você quer”. Depois de anos falando com rapazes fissurados por esportes, Diana aceitou o desafio de falar com o público feminino do GNT. Depois de participar do programa Happy Hour, ela assumiu a apresentação do Mãe é Mãe. “Quando estava no SportTV, comunicava-me com o moleque de boné. No GNT falo até com a tia de laquê”, brinca. Paralelamente, ela está na peça “O Casamento”, na qual vive uma menina mimada. Mais mulherzinha, impossível. Falava para o moleque de boné. Agora, falo com a tia de laquê

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Esportes

Palmeiras, minha vida é você!

De família carioca, Diana nunca se encantou por nenhum time do Rio. “Meu pai é Fluminense e eu achava o tricolor muito sem graça. Meu avô é flamenguista, me levou em um jogo do Flamengo no Maracanã e eu fiquei muito traumatizada porque jogaram um copo de xixi na arquibancada. Odiei, nunca mais quis voltar em um estádio”, recorda. Quem colocou o futebol na rotina de Diana, quando ela tinha 12 anos, foi seu padrasto, o músico Branco Mello. “Ele me levou ao Palestra Itália, na época em que o Palmeiras era o melhor. Além do patrocínio da Parmalat, tinha um timaço, eu era apaixonada pelo Roberto Carlos. As coxas dele eram uma coisa de louco!”, diverte-se. Do jogo, ela lembra das meias listradas dos jogadores e da vibração da torcida no estádio. “Nesse dia, eu virei palmeirense”. Dali para frente, Diana voltou a frequentar estádios e chegou a fazer parte de uma torcida organizada do clube. “Eu era toda envolvida, não perdia um jogo, sabia a escalação do time. Ainda não tinha TV a cabo, quando não podia ir ao estádio ficava grudada no rádio”. Na final do Campeonato Paulista de 1993, um namoradinho corintiano de Diana desistiu de comemorar o Dia dos Namorados com ela para não ser ridicularizado depois do 4 a 0 histórico. “Não estava nem aí para ele, só queria saber que o meu time era campeão. Acabou o namoro”, conta. 46

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Esportes

O caminho das pranchas

Saber se equilibrar em cima das pranchas de surf e dos shapes de skate foi o passaporte de Diana para a TV. “Meu pai é surfista da segunda geração de surfistas do Rio. É super amigo do Pepê, que deu nome à praia do Pepê. Sempre estive neste universo”, conta. Na época em que morou em São Paulo, dos sete aos 17 anos, conheceu a cultura do skate. “Era péssima skatista, mas adorava a galera”, define. Ela já era modelo, chegou a morar no Japão e trabalhava com editoriais e publicidade. “Quando voltei para o Rio, em 1997, fui na agência da Ford para entender como era o mercado. De cara me falaram que tinha pouco trabalho. Um ano depois, me chamaram para fazer um teste para o SportTV”, explica. “Fui a única indicada pela agência para a vaga porque eles sabiam que eu praticava esportes radicais e a vaga era exatamente para um programa deste tipo. Era de verdade, genuíno”, diz Diana. Ela era exatamente o que os diretores do canal procuravam: uma menina que andava de skate, de boné e calça larga com o shape embaixo do braço, para representar o universo feminino dos esportes radicais em ambiente urbano. Da época em que experimentou dezenas de modalidades para o Zona de Impacto, a que mais deu medo foi a escalada. “Morro de medo. É aquela coisa: você está preso por uma cordinha só na sua mão e no seu pé. Peraí! [risos] Fiz bungee jump, para mim está ótimo. Nunca pulei de paraquedas porque não 48

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curto a sensação de suicídio”, revela. Hoje, o esporte favorito da apresentadora é o stand up paddle, que pratica com o filho e o marido.

Mulherzinha sim, e daí?

“Não sou ‘café com leite’ nas discussões sobre esporte. Falo de igual para igual”

Durante toda a vida, Diana foi cercada por homens – pai, irmãos, padrasto, marido, filho. “Mas sempre fui apaixonada pelo universo da minha mãe. Quando eu era pequena, adorava ir no salão, sair com o cabelo escovado e de unha pintada”. No mundo do surf, do skate e dos esportes radicais, a maioria absoluta também era masculina. Questionada sobre o tratamento que recebe nos debates quando o assunto é esporte, ela diz que não é café com leite. “Discuto de igual para igual, claro! Falo de surf, skate e futebol. Minha mãe também é assim, sabe a escalação do Palmeiras de cor”, conta. O último esporte em que Diana se tornou especialista foi basquete. “Estava de bobeira com o meu irmão em casa e ele queria ver uma partida. Amei e passei a acompanhar todos os jogos da NBA.” Diana passou os últimos três meses em São Paulo, durante as apresentações da peça “O Casamento”, de Nelson Rodrigues. Sua personagem é Glorinha, uma menina mimada que está prestes a se casar. “Teatro é o esporte mais radical que eu já pratiquei. É a minha primeira peça, encarei um texto do Nelson Rodrigues e no Tuca, que é um teatro com 700 lugares. Foi incrível”. Uma nova temporada, desta vez com preços populares, deve acontecer na cidade até o final do ano.





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O pai da M么nica 52

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w TexTo: Palloma mina w FoTos: lucas DanTas

o ano em que a primeira tirinha com a gorducha e dentuça mais amada do Brasil completa 50 anos, o pai não só da Mônica, mas de toda a sua turma, tem plano audacioso: descobrir quantas crianças foram alfabetizadas no País com seus desenhos. Maurício de Souza pode até concorrer ao Prêmio Nobel da Educação com isso, mas ele não faz questão da láurea. Prefere seguir no caminho educacional na “profissão que inventou para ele”. O sorridente cartunista recebeu a REVISTA AVENIDA e deu aula de perseverança. Confira!

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“Quando a equipe da REVISTA AVENIDA chegou ao escritório de Maurício de Sousa, sua filha Marina entrou na sala para pegar algumas orientações sobre um desenho. Ele teceu meia dúzia de comentários, Marina checou algumas dúvidas e saiu. “Aqui é sempre assim, trabalho de portas abertas”, explicou. Portas abertas, paredes de vidro e muitos personagens da Turma da Mônica. É neste ambiente, que poderia servir de cenário para uma visita à memória da própria infância de qualquer um com mais de 40 anos, que trabalham as 300 pessoas que compõem a equipe de Maurício. Outras 30 mil trabalham indiretamente com o licenciamento dos produtos da Turma. Gibis, espetáculos, filmes de animação, licenciamento de produtos e gerenciamento da imagem dos personagens, tudo isso passa pelo prédio da Lapa. Não, você não leu errado o trecho que trata da imagem dos personagens. A menina dentuça de oito anos, que passa o dia agarrada ao coelhinho Sansão, é embaixadora do Unicef desde 2007. Foi a primeira vez que um personagem de histórias infantis recebeu este título. Nos anos 1950, quando tentava ganhar espaço como desenhista nos jornais paulistanos, Maurício ouviu de um editor da Folha da Manhã que deveria desistir, que seus desenhos não dariam certo. Hoje, com a serenidade de quem viu seus personagens ganharem vida e a possibilidade de uma candidatura ao Nobel de Educação pelo seu trabalho na alfabetização de crianças brasileiras, ele diz “O ‘não’ é um degrau para cima, nunca para baixo”. 54

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“O ‘não’ é um degrau para cima, nunca para baixo”

OS diAS dE SARdiNhA ENLATAdA Assim como você, leitor da REVISTA AVENIDA, Maurício de Sousa também tem problemas para se mexer dentro da cidade. “Sempre foi difícil. Quando comecei a trabalhar, estudava na Penha e morava em Mogi das Cruzes. Chegava em casa meia-noite e acordava às seis horas da manhã. E os ônibus? Eu vinha pendurado, era uma complicação”. Quando trocou as pistas pelos trilhos para se locomover, a vida do desenhista não melhorou. “Descia do trem na Praça Roosevelt. O trânsito já era tão complicado que, se eu viesse a pé do Brás até a Barão de Limeira, chegava mais rápido que o ônibus. Sempre foi assim, o pessoal esquece. Poucos administradores da cidade foram capazes de planejar e resolver os problemas, o Prestes Maia foi o último e faz um tempinho”, avalia.

A gESTãO dA EMPRESA O criador da Turma da Mônica não tem mais tempo de acompanhar o processo de produção dos gibis do início ao fim com tantos projetos acontecendo ao mesmo tempo. “Antigamente, eu aprovava tudo, queria ver tudo. Com dor no coração, eu estou deixando a coisa rolar”. Ele conta que isso só foi possível graças ao amadurecimento de sua equipe e da empresa em si. “Hoje o pessoal já está acertando mais do que errando. Às vezes, vejo o processo no meio, como aconteceu agora. Vi que a capa estava pobre, sugeri alguns elementos e desenharam. O desenho estava certo, mas a composição não”, diz o empresário para explicar a presença de Marina na sala no começo da entrevista. Maurício acredita que a tendência é que as pessoas que trabalham com ele tenham cada vez mais autonomia. “Por exemplo, eu vejo ainda os roteiros. A Marina, minha filha que passou aqui agora, está me ajudando, vendo os roteiros e fazendo uma avaliação. Daqui a pouco ela vai fazer sozinha”.


Capa

Há desenhistas e roteiristas que trabalham com Maurício produzindo a turma da Mônica há quase 40 anos, o que garante o padrão de qualidade. “Temos roteiristas muito bons. Mesmo se a Marina errar alguma coisa, o material é tão bom que ninguém nem vai perceber”, brinca. A boa notícia para os artistas que gostam dos traços de Maurício é que as vagas estão abertas. “Neste momento, estou desesperado atrás de desenhistas e de arte-finalistas que desenhem bem a Turma da Mônica. Temos uma demanda maior do que podemos atender”. RECuAR PARA CONTiNuAR CRESCENdO No início dos anos 1990, Maurício de Sousa fundou uma produtora de desenho animado, a Black and White. Mas, com a inflação alta, a sucessão de planos econômicos, a instabilidade monetária e a reserva de mercado para compra de equipamentos eletrônicos para otimizar a produção o projeto não deu certo. “Durante muito tempo, pensei que fosse o culpado disso tudo. Pensava: ‘não administrei bem, que pena, não vai dar para continuar agora’”. A opinião de Maurício só mudou recentemente, quando leu a biografia do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. “Na história que ele contou ali, em relação a economia, legislação e mudanças nas regras do jogo, fiquei tranquilo. Eu não tive tanta cul-

pa por tudo o que aconteceu com a minha empresa”, diz aos risos. Hoje o projeto de animação vai de vento em popa, capitaneado por Alice Takeda, esposa de Maurício. “Nós mudamos o processo. Hoje trabalhamos com um pequeno grupo aqui, que faz a pré-produção. Outros estúdios fazem a pós-produção”. Com este esquema, a empresa conseguiu aumentar a produtividade e dividir os custos, além de dar vazão a outras famílias de personagens. Ele lembra que há outros personagens fortes em seu portifólio. “Até agora é só a Turma da Mônica. Agora posso fazer uma série de um personagem com determinado estúdio, outro personagem com o outro estúdio. Este é o nosso caminho e é aí que estamos investindo tudo”, define. Atualmente, estão em produção mais de 150 desenhos animados para a televisão. “Querem o nosso desenho no mundo todo, mas dizem que querem cem, duzentos de uma vez e eu não tinha. Mas no máximo em um ano e meio teremos a quantidade necessária para fazer negócios internacionais de acordo com a necessidade”.

“Não criei nada. Olhei para o lado e desenhei as crianças como elas eram”

dE ONdE vEiO A MôNiCA? Questionado sobre qual foi a inspiração para criar os personagens da turma mais querida do Brasil, Maurício é enfático. “Não criei nada, olhei para o lado e desenhei as crianças do jeito que elas eram”. Mônica, Magali, Marina e outros personagens não só usaram Julho 2013 | Revista Avenida | 55


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as características dos dez filhos do desenhista como também tomaram seus nomes emprestados. Até os sete anos, a Mônica de verdade não sabia que tinha inspirado a Mônica do gibi. “Escondia dela, estava na fase de crescimento e eu tinha receio de que ela ficasse metida, não se enxergasse como deveria ser, uma criança normal.” A descoberta aconteceu quando uma colega da escola perguntou à menina se era ela no gibi. “Ela respondeu que não sabia e aí veio me perguntar. Respondi: ‘olha, filha, agora que você descobriu vou te falar a verdade, é você mesma’. A Mônica disse que não era daquele jeito, ficou uns 30 anos brigando. Ao contrário da Magali, que sempre assumiu ser parecida com a personagem”, diverte-se. A ESCAdA dE “NãOS” Aos 18 anos, Maurício saiu de Mogi das Cruzes com seus desenhos embaixo do braço para tentar ganhar espaço nos jornais paulistanos. Quando chegou à Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo, o editor de arte jogou um balde de água fria em seus planos. “Ele me disse: ‘desista, isso não dá dinheiro, faça outra coisa na vida’. Levei um baque, todo mundo achava que eu desenhava bem e também”, recorda-se. O cartunista conta que devia estar com cara de candidato a suicídio quando um jornalista o chamou para saber o que estava acontecendo. “Dei uma choramin56

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Se não emplacou os desenhos no primeiro jornal, estava em outros 300 dez anos depois

gada, contei a história. Ele me aconselhou a ficar no jornal para fazer qualquer coisa, assim teria tempo de aperfeiçoar meus desenhos e teria contato com o chefe de redação, ele que deveria aprovar ou não os meus desenhos”. Foi assim que Maurício se tornou repórter policial. “Virei personagem de história em quadrinho, né? [risos]. Era gostoso, saía por aí com o fotógrafo, ele sempre apanhando. Os caras iam pra cima dele, arrebentavam a máquina e eu

saía correndo pro outro lado. Tinha um grande problema, não podia ver sangue que desmaiava, ficava torcendo para não ter nada sanguinolento no meio da matéria”. O tempo de repórter deixou boas lembranças, mas não o tirou do seu caminho. Entre uma reportagem e outra, aproximou-se da chefia e pediu para ver tudo o que chegava dos sindicatos americanos oferecendo histórias em quadrinhos. “Queria estudar como eles faziam, vendiam, forneciam. Queria saber como funcionava o mercado, para quando desenhasse as minhas histórias em quadrinhos soubesse o que fazer”. Foi no meio de manifestações como as que a Capital assistiu em junho que Maurício mudou de rumo. “A chefia pediu reforço do pessoal do policial para cobrir as passeatas. Olhei aquilo e pensei: ‘não é isso que eu quero, vim aqui para desenhar, não para levar cacetada da polícia’. Fui para casa e desenhei as primeiras histórias do Bidu e do Franjinha”. Assim que começou a fazer seus desenhos, ele montou um esquema para a redistribuição do material. Resultado: dez anos depois de sair da reportagem, as histórias de Maurício já estavam em 300 jornais. A definição do empresário para empreendedorismo é interessante. “O que as pessoas chamam de empreendedorismo, eu chamo de um pouco de teimosia mais foco. Tem que ter energia suficiente para superar barreiras, buro-


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cracia, os’ nãos’. O ‘não’ é um desafio para o cara que quer fazer alguma coisa, é um degrau para cima, não para baixo”. Em outro momento de expansão dos negócios, Maurício não aceitou uma negativa como resposta. “A gente tinha um contrato com a Cica, para usar o Elefante, e a agência de publicidade deles perguntou se podia usá-lo para uma campanha. Morri de medo porque disseram que eu ia prostituir o personagem. Se eu fosse obedecer ao que o meu pessoal fala aqui, muita coisa não teria acontecido”, relembra. Hoje o licenciamento de produtos é a maior fatia de lucro da empresa. Mais de cem indústrias, de confeitarias a fábricas de itens de higiene, produzem quase 2.500 itens com os personagens de Maurício. “Até hoje, em todos os nossos contratos, nós temos que aprovar tudo e quem quiser usar os personagens tem que obedecer à nossa orientação”, explica. A SORTE dAS CRiANçAS É difícil dizer se as crianças brasileiras tiveram sorte por ter um artista como Maurício criando para elas ou se elas foram a sorte dele. Quando começou a desenvolver as histórias de Bidu e Franjinha, o cartunista usava suas aventuras com seu cachorro como base. “Não fazia tanto tempo que eu tinha sido a criança que brincava no interior, o Franjinha. Não dá para criar coisas que você não viveu”, sentencia.

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Em 1970 a turma evoluiu das tirinhas para o gibi divulgação

Em 2008, Cebolinha e Mônica crescem e aparecem

Como escrevia para um jornal, que é uma publicação para adulto, as crianças que pegavam o jornal dos pais para ler começaram a se identificar com o trabalho. “Criança gosta de ver criança. Os personagens começaram a pegar a criançada e o jornal passou a ter leitores novos. Era história que eu sabia fazer, agradou e, de repente, eu percebi que estava predestinado a ser um autor de histórias infantis”. As tirinhas deram leveza à Folha da Manhã e Maurício seguiu nessa linha. “Aí pensei em manter histórias leves, bem-humoradas e com algum tipo de mensagem comportamental para a molecada. Mas realmente foi sorte”. ALéM dOS gibiS Em 1970, quando a Turma da Mônica deixou de ser uma tira para virar gibi, alcançou a incrível marca de 200 mil exemplares vendidos. Mas em algum momento passou pela cabeça do criador que a sua criação teria vida própria fora da revistinha? “Ninguém planeja sucesso, quem falar que planeja sucesso é mentiroso. Sempre quis fazer da melhor maneira e quis perpetuar porque eu gosto, não queria perder esse emprego que inventei para mim mesmo”, define. Para o cartunista, o segredo do sucesso é a humanidade nas histórias. “Quando você faz uma coisa com cuidado com a natureza humana dos personagens, se não houver grandes obstáculos, você continua. Enquanto fizerem histórias sobre gente, sobre Julho 2013 | Revista Avenida | 57


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“Quantos brasileiros alfabetizamos? São milhões”

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divulgação

Turma jovem é o segundo gibi mais lido do Ocidente

Licenciamento de produtos garante a maior fatia do faturamento divulgação

seres humanos e suas características, eu e os gregos de cinco mil anos atrás estaremos na crista da onda”. Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão são ícones tão fortes que o interesse em relação a eles se assemelha ao que o público tem em relação às celebridades. “Muita gente escrevia para saber se eles namoravam, casavam e como ia chamar o filho deles”, diz Maurício. Além do clamor do público, havia uma oportunidade de negócio. “O consumo da criançada estava saindo do gibi e indo para o mangá japonês. Se eles gostam do mangá japonês, estão fugindo da minha revista, mas gostam da Turma da Mônica, vou levantar a idade dos personagens e criar um quadrinho com estilo de mangá”. A estratégia deu certo. A Turma da Mônica Jovem é o segundo gibi mais lido do Ocidente e hoje é a nossa revista que mais vende. Aliás, é a revista que mais vende no Ocidente. São 300 mil exemplares em cada edição. Os números em que Mônica e Cebolinha se beijam pela primeira vez e o que retrata o casamento dos personagens evaporaram das bancas.

RuMO AO PRÊMiO NObEL dE EduCAçãO? No ano em que a primeira tirinha que a Mônica aparece completa 50 anos, os planos da empresa de Maurício de Sousa são audaciosos. Além da nova montagem do musical Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta, há um projeto educacional. A meta é alcançar dez milhões de crianças. “Quantos brasileiros já alfabetizamos? Não dá pra saber, mas é muito brasileiro. Nós estamos alfabetizando crianças, que agora já são adultos, há mais de 40 anos. São milhões, milhões e milhões”, diz Maurício para expressar a familiaridade com o tema. Ele conta que gostaria de fazer mais pela educação do País. Há uma equipe organizando um levantamento para saber quantos brasileiros já foram alfabetizados com a Turma da Mônica para poder indicar o cartunista ao prêmio Nobel da Educação. “Não faço questão do prêmio, mas faço questão do número. Quero que se levante o dado porque talvez nos facilite o contato com o governo, para que eles vejam que os nossos projetos funcionam. “Eu não tenho os recursos oficiais. Se sem recursos oficiais a gente consegue tanta coisa, imagina o que a gente pode fazer? Na China estamos alfabetizando com recursos oficiais e funciona”, garante. E se o investimento do governo não vier? “Como eu disse, a gente tem que pegar os ‘nãos’ como degraus para cima”.



Viagem & Turismo

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Do Parc de Montijuic se pode visualizar edificações como a Sagrada Família, projetado por Gaudí

w TexTos e FoTos: maRcela Fonseca

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eja qual for o destino, viajar é uma das sensações mais incríveis que se pode experimentar. Cercado por amigos ou juntinho da pessoa especial, uma viagem pode render sim inesquecíveis momentos e histórias dignas das telas de cinema. Mas e quando a agenda não bate? Ou quando por qualquer outro motivo é preciso encarar a viagem sem companhia? Não demora muito para surgir a dúvida e, principalmente, dar aquele friozinho na espinha. Agora, uma coisa é fato, superado o medo, sair mundo afora em “carreira solo” pode sim ser uma experiência ainda mais reveladora. Falo por experiência própria, pois foi o que fiz nas minhas últimas férias, em abril deste ano. Mesmo sem companhia decidi viajar por países da Europa. Confesso que pensei que seria bem difícil. Claro que ao sair sozinha precisei tomar certos cuidados, ficar bastante atenta. O resultado foi que lá conheci pessoas, fiz amigos e sequer me senti solitária. Entre os destinos estava Barcelona, na Espanha, onde escolhi passar pouco antes de voltar ao Brasil. Segunda maior cidade do país, perdendo apenas para Madri, a catalã Barcelona caiu nas graças dos turistas ao ser sede dos Jogos Olímpicos de 1992. Crianças, jovens e adultos fazem ferver o calçadão La Rambla, que liga a Praça da Catalunha ao Porto Velho. Nesta agitada cidade, algo que se destaca são as incríveis obras do arquiteto espanhol Antoni Gaudí. Julho 2013 | Revista Avenida | 61


Viagem & Turismo Dicas de viagem por Marcela Fonseca GA STRO NO M IA

Não perca Montijuic Cidade mediterrânea, Barcelona mistura de forma harmoniosa construções modernas às suas históricas raízes da Idade Média em maravilhosa paisagem. Subir até o alto da colina de Montijuic, situada na zona sudoeste da cidade, para contemplar uma das mais belas vistas e curtir o sossego é simplesmente imperdível. É do Parc de Montijuic que se pode visualizar o porto, a zona mais antiga da cidade, e edificações de destaque como a Sagrada Família, projetado por Gaudí, e também a Torre Agbar, um prédio futurista. O Museu Nacional d’Art de Catalunya (MNCA), o Castell Montijuic, erguido no século 18, a Font Mágica, o Jardí Botànic, a Fundação Juan Miró e o Estadi Olimpic também estão entre as atrações do parque. Para chegar ao local há duas opções: pegar um teleférico que sai do porto ou pegar o funicular, que parte da estação Paralel, da linha três do metrô. À noite a fonte mágica de Montjuic brilha com cores Tapa com presunto, iguaria típica dos espanhóis Casa Batlló, projetada por Gaudí a pedido de José Batlló La Boqueria, inaugurado em 1840, é cheio de sabores Praia de Barceloneta, favorita de moradores e turistas 62

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Passar pela Espanha e não comer as famosas Tapas, fatias de pão cobertas por diferentes e interessantes misturas, é o mesmo que não ir ao país. Este é um dos pratos típicos espanhóis. Em las Ramblas há uma variedade de restaurantes. Escolha um e não deixe de provar a iguaria. outro local que merece uma visita é o Mercado de Sant Josep de la Boqueria, mais conhecido como la Boqueria, localizado em la Rambla. lá há variedade de frutas, sucos, doces e petiscos saborosos.

A RTE as obras do artista catalão antonio gaudí fazem de Barcelona um verdadeiro museu a céu aberto. Elas vão desde o parque güell à Sagrada Família, passando por la Pedrera, há poucos metros da Casa Batlló. Mas o repertório artístico e arquitetônico da cidade não para por aí. a igreja de Sant Maria del Mar e o Museu Picasso são pontos que também merecem destaque. E há ainda o Museu de Cera de Barcelona.

TRA NSP O RTE Barcelona conta com um sistema eficiente de metrô. É possível ir a diferentes pontos da cidade por meio das linhas de transporte ferroviário. uma dica é comprar o bilhete múltiplo de dez para evitar filas e garantir o desconto. Da Praça Catalunha sai também um ônibus que leva ao aeroporto. Preste atenção apenas para entrar no ônibus certo, pois há duas opções: uma para o terminal 1 e outra para o terminal 2.

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HO SP E DA GE M Escolher o local de hospedagem pode fazer toda a diferença na vida de quem viaja sozinho. Há opção de quartos coletivos mistos ou quartos separados por gênero, masculino e feminino. Essas acomodações são normalmente mais baratas. Seja essa ou qualquer outra a forma de se hospedar, procure ficar na região de Las Ramblas. Tanto de dia quanto de noite esta é uma área bastante agitada e é fácil chegar a qualquer outro lugar partindo de lá.

CO MP RA S o comércio é bastante generoso. Há todo tipo de opção, como as lojinhas de suvenires espalhadas por la Rambla. Na região, é possível comprar de tudo. Já na Praça Catalunha estão as lojas de grife. Há também uma loja de artigos esportivos do FC Barcelona, de lionel Messi.

DINHE IRO o cuidado com o dinheiro é fundamental, uma dica importante são os cartões de viagem pré -pagos. Com um deste dá para sacar quantias menores em vez de sair com todo o dinheiro nas mãos. o saque pode ser feito em qualquer caixa eletrônico e na moeda local. o cartão serve ainda para pagar as compras, como se fosse de débito.



Confronto

w TexTo: Palloma mina w FoTos: lucas DanTas

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esmo durante a onda de manifestações que tomou conta do Brasil em junho, um tema não saiu de cena: o braço de ferro envolvendo os diretos dos homossexuais. a cada round dessa luta, há quem fique extasiado ou chocado com as opiniões e atitudes de cada lado. Para que você possa formar a sua opinião sobre o tema, a REviSTa avENida foi até Brasília e ouviu dois parlamentares autênticos, eleitos pelo estado do Rio de Janeiro e sem papas na língua. o primeiro é Jean Wyllys (PSol), que foi eleito o melhor deputado federal de 2012 em uma votação popular, mas que ainda é lembrado por sua passagem no Big Brother Brasil 5. o outro é Jair Bolsonaro (PSC), que está em seu sexto mandato e se orgulha das posições independentes nas votações da Câmara dos deputados.

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Confronto

FRENTE A FRENTE Marco Feliciano “É um homem estúpido, com preconceitos inadmissíveis para uma pessoa que vai presidir uma comissão de direitos humanos” – Jean “Como parlamentar, dou nota 10 para ele” – Bolsonaro Igreja Católica “Foi o movimento pastoral da Igreja Católica que me deu consciência do mundo em que eu vivo, de quão o mundo é injusto” – Jean “Apesar de a Igreja Católica ser contra o casamento gay, é raríssimo ver uma autoridade católica falando disso. Ao mesmo tempo, não enfrenta os problemas internos” – Bolsonaro Daniela Mercury “Só tenho que louvar a saída do armário porque ela decidiu ser honesta com ela mesma e com o público dela. Daniela é a nossa Rick Martin” – Jean “Gostaria que todo mundo que está no armário saísse. Devia ser proibido por lei ficar no armário” – Bolsonaro Evangélicos “Que os que não concordam com Silas Malafaia venham a público e digam ‘sou evangélico e a favor do casamento gay’” – Jean “Os evangélicos aceitam os métodos contraceptivos, não são tão radicais quanto os católicos” – Bolsonaro

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Confronto

Jean Wyllys Revista Avenida – O que acha sobre o projeto da “cura gay”? JW – O projeto ainda precisa passar por outras comissões e depois pelo Plenário da Câmara, onde, seguramente, não será aprovado. Esta Comissão foi desautorizada inclusive pelo Comitê Nacional de Direitos Humanos. RA – do jeito que a educação é estruturada hoje, serve para formar cidadãos? JW – Não. Vou dar um exemplo: o governo federal fez o projeto Escola Sem Homofobia, que tinha como objetivo enfrentar o bullying homofóbico... RA – Aquela cartilha que deu o que falar? JW – Não era só uma cartilha, era uma política que incluía boletins e vídeos que seriam usados pelos professores. Este projeto foi deturpado por deputados e a mídia. A sociedade entrou numa histeria coletiva. RA – você é associado unicamente à causa LgbT, isto incomoda? JW – É natural e não me incomoda. Ainda que eu fosse só representante deles, seria legítimo. Somos 10% da população brasileira, não é pouca gente. RA – Os homossexuais são alvos de vários grupos. de onde vem tanto preconceito? JW – Historicamente, é o grupo mais odiado porque o modo de viver e amar dos homossexuais põe em xeque a dominação masculina e da sexualidade para fins de procriação. Desde os anos 1920, a gente vem se organizando para conquistar cidadania, não contra grupo nenhum. Mas eles, sobretudo as organizações da tradição judaico-cristã, que são as igrejas, se organizam contra nós. A medicina assimilou o discurso das religiões e tratou a homossexualidade como doença. A psiquiatria buscou a cura da homossexualidade por algum tempo. Apesar de todo avanço, a gente vê esta pauta de volta hoje. RA – é difícil lidar os este tipo de ataque? JW – Quando nos atacam, obrigam-nos a ser reativos. Não tem como você ouvir o ataque feroz de Silas Malafaia e não reagir. E não tem como não generalizar os ataques dele para a comunidade cristã porque ela se cala diante dos ataques. 66

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RA – A união homoafetiva já é uma realidade. Por que a luta pelo casamento civil igualitário? JW – As relações conjugais exigem dois institutos jurídicos, a união estável e o casamento civil. O Judiciário reconheceu as uniões estáveis homoafetivas, entende que a ausência de lei não significa ausência de direito. Ele está dizendo que vale para esta união todas as prerrogativas que valem para união estável de pessoas de sexo diferente, uma delas a conversão em casamento civil. Mas é preciso mudar o texto da lei. RA – é comum ouvir nas ruas “tudo bem se eles querem casar, mas adotar não porque a formação desta criança ficaria prejudicada sem a presença de pai e mãe”. O que tem a dizer a estas pessoas? JW – Quem diz isto não raciocina, simplesmente repete um preconceito. Fui criado por um homem e uma mulher e sou homossexual. A orientação sexual deles não interferiu na minha. RA – Ainda há registro de casos de violência contra homossexuais. Estas ações são pontuais? JW – São muitos crimes, com muita violência. O aumento destas agressões tem a ver com o fato dos homossexuais poderem denunciar hoje e com a visibilidade conquistada pelos gays. RA – Tem alguma forma de se proteger do preconceito? JW – Não tem receita. Eu acho que os homossexuais têm uma difícil escolha para fazer, entre ser você mesmo ou sucumbir ao que as pessoas querem de você. RA – Como as famílias e o Estado podem? JW – As famílias são complicadas porque são fonte da violência. É na família que os homossexuais encontram primeiros insultos. Ou o gay rompe com a família porque é expulso, ou é obrigado a romper para ser ele mesmo. As famílias que aceitam têm o papel de educar outras famílias. RA – E o poder público? JW – O poder público tem que agir a partir do principio da promoção do bem de todos sem discriminação, então o bem dos homossexuais tem que ser promovido porque está lá na Constituição.



Confronto

Jair Bolsonaro REVISTA AVENIDA – Há uma mobilização para a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Qual é a sua opinião? Jair Bolsonaro – Para vivermos em sociedade é preciso respeitar a Constituição. Está claro que a união estável é entre um homem e uma mulher. RA – Houve uma polêmica em relação ao material escolar que apresentava a homossexualidade às crianças com naturalidade. Como enxerga a questão? JB – Se eu resolver sair do armário hoje, ninguém tem nada a ver com isso. Mas você não pode ensinar um garoto a achar que ser homossexual é legal. Isso é um crime. RA – O senhor está apontando para uma página de cartilha, o que é? JB – Aqui tem a brincadeira do gavião, que os moleques ficam em fila, nus e agarradinhos, senão o gavião come o último... RA – Esse material seria um incentivo para aumentar o número de homossexuais? JB – Ele torna a criança presa fácil para a pedofilia e é estímulo também. RA – Então acredita que é uma questão de ambiente? JB – Se você está andando com quem fuma ou com quem cheira, a tendência é fumar ou cheirar algum dia. RA – O que pensa sobre a adoção de crianças por casais homoafetivos? JB – O que é Complexo de Édipo? A partir de nove anos o menino se aproxima da mãe e fica de pênis ereto. Isso é natural. Dois homens com um menino adotado: o complexo de Édipo dele é se aproximar de quem? De um homem. RA – Outra polêmica na qual se envolveu foi quando discordou das operações de mudança de sexo realizadas pelo SUS. Mudou de opinião? JB – Quantas mulheres que tiveram câncer de mama precisam de uma cirurgia reparadora? O SUS não dá vazão a esta demanda.

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Agora vai patrocinar uma cirurgia para cortar o bingulinho? Faça com recurso próprio! RA – Já disse que os seus filhos não eram gays porque era um pai presente. Acredita que a ausência dos pais influencia na opção sexual? JB – Hoje em dia, com a mulher chegando ao mercado de trabalho, os filhos ficam mais vulneráveis. Quando eu era criança, minha mãe não trabalhava. Nada como a galinha choca cuidando dos pintinhos. RA – O que acha do projeto da “cura gay”? JB – Se fosse votado no Plenário da Câmara, votaria a favor. Chamam de “cura gay”, mas não é isso. Se eu quiser procurar um psicólogo para sair do armário, eu posso. Mas se eu quiser voltar para o armário, não posso? O Conselho Federal de Psicologia criminalizou, ou seja, o profissional perde o registro se ajudar alguém que o procure dizendo que não quer mais ser gay. RA – Acredita que a mídia estimula o homossexualismo? JB – Tem muito gay lá, atuam em causa própria. Que pai tem orgulho de ter um filho gay? Jamais deixaria um filho meu de seis anos brincar com uma criança adotada por um casal gay. Meu filho ia falar “pai, eu estava brincando com o Pedrinho e vi lá um careca arrumando a cozinha e um bigodudo agarrando ele por trás”. Quer que eu faça o quê? Que diga que isso é normal? Estão de brincadeira. RA – Tem algum projeto de lei que pretende apresentar? JB – Tem sim, vou contar para você em primeira mão. Criar o banco de sangue só para homossexual. O próprio Ministério da Saúde diz que o sangue do homossexual tem 17 vezes mais chances de estar contaminado do que o sangue do heterossexual. Então, em uma transfusão, você tem que evitar ao máximo esse tipo de doença, em especial o HIV. RA – O senhor se considera preconceituoso? JB – Sou autêntico, me orgulho de ser autêntico.



Beleza

w TexTo: edilene RibeiRo w FoTos: lucas danTas

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empre que tem uma festa ou um casamento que pede uma produção mais trabalhada surgem as dúvidas: “Qual o melhor penteado e maquiagem a fazer?”, “A roupa e os acessórios combinam?”. Pois bem, para tirar a limpo essas questões e não correr o risco de fazer feio no dia do evento, o melhor é consultar um expert no assunto. E foi isso que a REVISTA AVENIDA fez. Fomos no salão do cabeleireiro e maquiador João Boccaletto, que fica no bairro de Higienópolis, em São Paulo, para pegar algumas dicas, truques de maquiagem e sugestões de penteados para arrasar na noite. “São penteados que seguem uma tendência mais soltinha e desestruturada, o que dá um ar moderno. Eles fogem daquele modelo engessado de cabelos para festas e po-

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dem ser aproveitados tanto para o look das madrinhas e convidadas como para o da noiva”, conta Boccaletto, que esbanja um amplo portfólio com noivas. Segundo o cabeleireiro, na hora de escolher o penteado ideal, vale analisar todo o conjunto da obra, ou seja, dos acessórios ao vestido, para ressaltar a produção e até mesmo a silhueta. “É importante testar. Às vezes, um maxi brinco, por exemplo, pode fazer o papel de harmonizar o look e afinar o rosto dependendo do penteado escolhido”, diz. A pedido da REVISTA AVENIDA, o expert fez três penteados versáteis que estão em alta. “O interessante é que estes penteados permitem evoluir, são três etapas, do solto ao semi e totalmente preso. Ou seja, a noiva que entrou na igreja com ele totalmente preso, pode deixá-lo com um ar mais balada na festa apenas soltando alguns grampos”, diz.


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Beleza

Solto e jovial Depois de escovar os cabelos da modelo Amanda dos Santos, Boccaletto desestruturou a parte de cima e prendeu com uma presilha levantando a raiz. Para fazer o ondulado, usou babyliss nas pontas. “É atual e dá um ar jovial. Neste caso, melhor usar um brinco menor”, aconselha o cabeleireiro.

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Semi preso para o lado Para chegar a este resultado, que é uma evolução do penteado anterior, Boccaletto usou apenas mais alguns grampos. “As mulheres gostam de usar o cabelo de um lado só, este penteado é capaz de deixar o rosto em harmonia e esconder imperfeições. Pode investir em um brinco maior”, aconselha.

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Beleza

Noiva O penteado totalmente preso é a última etapa da proposta do cabelereiro. Confere a sobriedade que tantas mulheres buscam para a hora do “sim” e o arranjo floral é ideal para noivas. “É uma excelente opção e mantém aquele ar desestruturado e natural que todo mundo gosta”, reforça João Boccaletto.

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Beleza

Maquiagem natural e marcante Para a maquiagem, João escolheu as cores preta e marrom dourado para as sombras. Para afinar o nariz da modelo, ele usou um pouco de blush marrom nas laterais do nariz e para alongar, contornou as laterais do rosto. A boca ganhou um batom nude em tom pêssego. Os cílios postiços deram o arremate final. “Essa pode ser uma opção tanto para a noiva como para a madrinha”, destaca.

DICAS DE OURO DE JOÃO BOCCALETTO Se você chora em casamentos evite fazer um olho preto na hora da celebração e aposte na maquiagem com aspecto natural. se for o caso, deixe para retocar com preto na festa. Aposte no Primer o Primer tem sido queridinho e até ganhado da base na hora de preparar a pele. “ele uniformiza as imperfeições da pele de uma forma natural”, diz Boccaletto. Blush Não exagere, é melhor ficar preocupada em retocar durante a festa do que garantir que ele ficará a festa inteira. isso evita aquele vermelhão, que as más línguas chamam de chinelada na bochecha.

modelo: amanda Bernardes assistente: adriana dos santos serviço: João Boccaletto. email: boccaletto@uol.com.br. telefones: 3259-4793 ou 99945-0926. 76

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Gastronomia

Em julho comemora-se o Dia da Pizza

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Gastronomia

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la é a queridinha dos paulistanos e reza a lenda que nem na Itália ela é tão interessante como na Terra da Garoa. Em 1995, a Prefeitura criou seu dia para nos lembrar de como é grande o nosso amor por ela e garantir mais algumas gramas na balança. Como a festa vai acabar no dia 10 de julho? Literalmente em pizza! Para comemorar a data, de 10 a 31 de julho acontece a Temporada das 10 Melhores Pizzas da cidade. Algumas das pizzarias mais requintadas da cidade abrem suas portas e oferecem, a preços especiais, um combo para o jantar de duas pessoas por até R$ 120. Cada restaurante oferece a pizza mais pedida da casa mais uma garrafa de vinho ou dois drinques.

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Gastronomia Fotos: Divulgação

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Localizada nos Jardins, oferece a pizza Premiata, recheada com molho de tomate, mussarela especial, parmesão, champignon trifolati, queijo brie, presunto de Parma e orégano. O prato é acompanhado por meia garrafa de vinho tinto Norton Roble Malbec por R$ 80. Alameda Tietê, 54 – Jardins - Sul. Telefone: 3081-4057. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficientes. Entrega em domicílio. Tem conexão Wi-Fi. 154 lugares. Quando: de segunda a quinta das 12 às 15h e das 18h às 0h; sextas das 12h às 15h e das 18h à 1h; sábados das 12h às 16h e das 18h à 1h; domingos das 12h às 16h e das 18h às 0h.

Emiglia

O restaurante disponibiliza duas pizzas individuais mais duas taças de vinho da casa por R$ 98. A sugestão é a pizza Caliente, queijo brie, geleia de pimenta, mozzarella, filetes de manga e molho de tomate. Rua Cinderela, 40 – Pinheiros Oeste. Telefone: 2365-6500. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Tem acesso para deficientes. Tem conexão Wi-Fi. 120 lugares. Estacionamento: R$ 15. Quando: de segunda a sexta das 12h às 15h; de terça a domingo das 19h à 1h.

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Jullia Pizza Bar

A casa fica no Alto de Santana e oferece a Pizza Belíssima. A massa é acompanhada por mussarela, leve toque de gorgonzola, geleia de figos frescos e presunto cru. A bebida do combo de R$ 100 é meia garrafa do vinho Montes Cabernet Sauvignon. Rua Francisca Julia, 465 – Santana – Norte. Telefone: 2959-5077. Aceita os cartões Visa, Redecard, Dinners e Amex. Aceita os tíquetes VR, Smart, Visa Vale, Sodexo. Aceita cheque. Tem ar condicionado. Estacionamento: R$ 12. Quando: de domingo a quinta das 18h às 0h; sextas e sábados das 18h à 1h.

Maremonti

A pizzaria vai oferecer o prato que leva o nome da casa: a Maremonti é recheada com molho de tomate, berinjela, abobrinha, shitake e radicchio grelhados, mussaarela, perfume de alho e parmesão. O acompanhamento é meia garrafa do vinho tinto italiano Chianti Castello di Querceto. O combo custa R$ 120. Rua Padre João Manuel, 1.160 – Jardins – Sul. Telefone: 3085-1160. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Tem acesso para deficiente. Entrega em domicílio. Tem ar condicionado. Tem conexão Wi-Fi. 150 lugares. Estacionamento: R$ 12 e R$ 18. Quando: todos os dias a partir das 12h.

Pizza Bros

O chef Franco Ravioli oferece a pizza Splendida Grande, composta por mussarela, queijo brie, alcachofrinhas e presunto parma. A bebida que acompanha é meia garrafa de vinho da casa e o combo sai por R$ 105. Praça Vilaboim, 55 – Higienópolis – Centro. Telefone: 3078-1130. Aceita os cartões Maestro, Rede Shop e Visa Electron. Tem conexão Wi-Fi. 98 lugares. Estacionamento: R$ 16. Quando: de domingo a quinta das 18h à 0h30; sextas e sábados das 18h às 1h30.



Televisão aleX Carvalho / tv gloBo

Novelas Vale a pena ver de novo? w Palloma mina

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ona Redonda, de “Saramandaia”, e as Chiquititas estão de volta. Ano passado, foi o momento de nos reencontrarmos com Gabriela e também a turminha da Escola Mundial, de “Carrossel”. Afinal, por que estamos vendo tantos remakes? Nilson Xavier, crítico de televisão do UOL e autor do livro “Almanaque da Telenovela Brasileira”, lembra que não se trata de uma onda, já que desde a década de 1960 são produzidos remakes. “Agora, a Globo abriu um novo horário de novelas, às 23h, que está sendo dedicado a novas versões. Todas as emissoras estão percebendo que dá certo trazer do passado histórias que fizeram sucesso para apresentar a um público novo”, analisa Xavier. Outro ponto positivo é que as obras criam curiosidade, o que garante a audiência. “Gera discussão, nem que seja apenas para comparar com a obra original”, explica. O crítico acredita que é um erro querer comparar as obras e seu sucesso com as versões originais. “A nova versão está em um novo contexto, em outra sociedade e outro momento da televisão. Por isso, acho que qualquer tentativa de comparação é algo equivocado”. A prova disso é a que pouco das tramas antigas são aproveitadas. “As adaptações estão sendo bem feitas, usam todos os recursos disponíveis hoje que eram escassos ou precários anos atrás”.

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Vera Holtz interpreta nova versão da Dona Redonda, em Saramandaia

Remakes têm fôlego

O crítico Nilson Xavier prevê que os remakes ficarão nas telinhas por um bom tempo por um motivo simples. “Há ainda tantas boas histórias para se recontar”, explica. Xavier gostaria de rever obras de Cassiano Gabus Mendes adaptadas por Maria Adelaide Amaral e Vicente Villari, no ar com “Sangue Bom” e responsáveis pelo remake de “Ti-Ti-Ti” em 2010. “Uma novela das sete que me marcou foi ‘Elas por Elas’, de 1982, que tinha o detetive atrapalhado Mário Fofoca. Talvez pudessem juntar com outra novela de Cassiano, como ‘Brega e Chique’”, finaliza.



Toca do Lobo

Maurício Nunes

é dramaturgo, músico, jornalista e cinéfilo, com livros sobre o tema Blog: atocadolobomau.blogspot.com E–mail: mauricio.nunes@metronews.com.br

A revolução dos 20, 30, 40, 50 e muito mais E o assunto mais comentado no Brasil é a revolução dos vinte centavos. Apesar do movimento ter iniciado contra o aumento da tarifa dos ônibus em SP, acredito que tomou proporções muito maiores que a esperada pelos líderes do Passe Livre, que estão pondo o ego à frente do que de fato está por trás destas manifestações. Como disse o diabo John Milton, a vaidade é seu pecado favorito. O que começou de maneira bela, corajosa e tomou conta dos outros Estados corre o risco de criar líderes revolucionários de grife ou novos “Lindbergs Farias”. O Brasil ainda não acordou, permanece em coma induzido, mas assustou e muito, porque mexeu um dedo, o indicador, fazendo o tradicional sinal que todos conhecem quando queremos mandar alguém para aquele lugar. O Brasil é gigantesco e esta grande e brava minoria, da qual me orgulho de fazer parte e gritar junto, moveu um dedo apenas, mas que sirva para que todos os Estados, unidos, mostrem sua total indignação e assim talvez movamos um braço, quem sabe uma perna do gigante e possamos chutar para longe vermes que devoram o País, quando este ainda está vivo. São Cachoeiras, Genoínos, Dirceus, Renans, Felicianos entupindo as artérias e devorando a carne covardemente. O mundo tem assistido a esta recuperação. Já não somos mais o país do samba, do Carnaval e do futebol, mas sim um país que pensa e luta por seus direitos. O País arrancou a máscara do “patrimônio da humanidade”, Lula, segundo o imbecil Bono Vox, e também da sua escudeira, a rainha das Copas, deixando transparente um governo corrupto, maquiado e mentiroso. Nossos doentes jogados na calçada por falta de atendimento, enquanto hospitais estrangeiros são financiados por nós. Tem lógica? Aí vem o tal “fenômeno” dizer na maior cara de pau que uma Copa se faz com estádios e não hospitais, pois o governo já esta cuidando disso há tempos. O sujeito ou não sabe o que se passa no País ou é “pau mandado” do governo, então das duas maneiras, está na hora de você rever seus conceitos sobre seus ídolos. De outro lado o tal rei, que nunca entendi rei de quê, se não há um pingo de nobreza em uma pessoa que renega uma filha legítima até na hora da morte da moça, vem dizer que as movimentações têm de parar, porque a Seleção é mais importante. Por favor, há momentos em que é melhor calar a boca e deixar pensarem que você é um imbecil, do que abri-la e acabar com a dúvida. Futebol não é importante coisa nenhuma e nunca foi. É uma máquina absurda de fazer dinheiro, comandada por uma máfia. Está na hora de você, acéfalo vestido de verde e amarelo gritando gol, acordar e olhar ao seu redor, porque o governo lhe derruba o tempo todo e nenhum juiz dá pênalti a seu favor, porque tudo está comprado e com o seu dinheiro. Os jogadores desta tal seleção não estão nem aí para você e para a pátria, pois estão ocupados com o corte de cabelo novo, a Ferrari e a capa da revista. Se fossem de fato brasileiros, estariam juntos com a população nestas manifestações. Mas falta coragem e humildade, pois correm o risco de perder patrocínios e contratos. Imagine ao apitar início do jogo todos de mãos dadas frente à torcida brasileira, agradecendo com reverência e saindo de campo. Isto sim ia mobilizar o mundo inteiro e daria muito mais a estes “jogadores” do que status e dinheiro no bolso. Mas estes não se importam com um país onde condenados integram a Comissão de Justiça e tentam reverter o julgamento usando de manobras através de emendas constitucionais inacreditáveis como a tal PEC 37, que aniquilaria os poderes investigativos dos promotores do MP, destruindo assim os três poderes, mas que foi revogada graças às manifestações. É o povo mostrando sua força. Informe-se e verá que não é só por 20 centavos, como imaginam os egocêntricos e oportunistas “líderes”. Vinte centavos é o que vale cada político desta nação, cada jornalista comprado, cada assassino solto nas ruas, cada quadradinho de oito, cada programa de auditório... tudo isso vale 20 centavos, já superfaturado. O que importa agora é mudar a cara desta nação, pois o momento é este. Que o Brasil desperte do coma e seja belo, forte, impávido colosso e que o futuro espelhe a nossa real grandeza. 84

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Cabeça Liberta

Mônica Kikuti

Blog: cabecaliberta.wordpress.com E–mail: monicakikuti@hotmail.com

Ganhe na pontuação Nos últimos tempos, usar o cartão de crédito, pagar gasolina ou apenas manter fidelidade a qualquer empresa significa acumular pontos. Com aqueles numerais todos dá para viajar de graça. Comer em um bom restaurante. Ir a um show na faixa. Ganhar um livro ou mesmo um liquidificador. Tá... Um juicer, que é mais chique... As pessoas vão e vão acumulando pontos esperando algo em troca antes que estes pontinhos expirem por “n” motivos, incluindo a inoperância no sistema. Mas eu gostaria mesmo que este acúmulo de pontuação fosse outro. Gostaria que as pessoas soubessem mesmo pontuar suas vidas, suas frases, suas conquistas. Que elas, assim como quem escreve bem, pudessem usar sinais melhores para se fazerem entender. Queria mais gente sinalizando bem um ponto final, com a objetividade e a dureza que ele deve ter para demonstrar mesmo um fim. Sem rodeios. Sem aquelas “nove horas” de ficar colocando parênteses no meio, antes de acabar. Ponto final é ponto final, pô! Queria mais gente usando bem uma exclamação de surpresa, fazendo uma súplica divina ou um elogio verdadeiro, daqueles que a gente quase perde o fôlego de tanta emoção pronunciada. Queria mais gente com menos reticências que deixam a gente meio no vácuo ou em falsas expectativas. Se for para usar reticências, então que se abuse da criatividade a ponto de provocar uma curiosidade ou uma vontade de continuar aquilo que não acabou. Queria gente usando mais vírgulas para pontuar qualidades, desejos, músicas, admirações e alegrias, naquela sonoridade emblemática de uma conquista. Queria mais gente botando interrogação onde existisse mesmo uma dúvida, ao invés de suscitar besteiras ou fazer perguntas indevidas. Queria mais gente me colocando entre aspas (ui!), mas sem modificar o que eu digo. Queria mais gente botando travessões em diálogos, mas sem atravessar conversas alheias, sem o mínimo de senso, só para interferir ou dizer algo que ninguém pediu para ouvir. Queria mais gente começando um parágrafo com letras maiúsculas, sem medo de escrever sua história, sem medo de errar uma vírgula, fazendo o raciocínio progredir e enumerando tantas coisas depois de dois pontos. Queria mais gente aprendendo com seus erros de pontuação. Apagando e começando de novo. Abrindo aspas, colocando vírgulas, exclamações, reticências. E quando fosse preciso mesmo, haveria um ponto final. Quem sabe um ponto e vírgula, porque talvez seja preciso continuar a oração. A oração de fazer o bem. De não ter medo de ir além. De investir em ser um ser humano melhor. Mesmo diante de tantas imperfeições. 86

| Revista Avenida | Julho 2013


Roteiro

Roteiro cinema

Programação sujeita a alterações sem aviso prévio Divulgação

“Meu Malvado Favorito 2” é destaque nos cinemas

Q

uem gostou da história das órfãs Margo, Agnes e Edith, e de seu pai adotivo Gru, não pode perder a continuação de Meu Malvado Favorito. O primeiro filme arrecadou mais de 540 milhões de dólares em bilheteria ao redor do mundo. Sem seus inimigos, Gru agora é assombrado por perguntas que não querem calar. Ele será capaz de ser um bom pai e deixar para trás o mundo emocionante e rentável da vilania? Como irá sustentar as filhas e continuar empregando o Dr. Nefario e os Minions sem a renda de suas maldades? O primeiro passo é reformar o laboratório para transformá–lo em uma fábrica de geleia e gelatina. O ex–super vilão, dublado pelo humorista Leandro Hassum, começa a se adaptar à vida de pai de família. Ele se muda para um bairro tranquilo com as meninas e leva uma vida normal até que é procurado por uma organização ultra–secreta dedicada a combater o mal no mundo. Acredita–se que só quem já foi o maior vilão do mundo é capaz de pegar alguém que esteja disputando o posto. Para descobrir quem foi o responsável por um crime espetacular, Gru ganha uma parceira, Lucy Wilde. Maria Clara Gueiros empresta a voz à personagem feminina.

Outro personagem novo é Antonio, que se torna alvo da afeição de Margo e da irritação de Gru. Sidney Magal dubla Eduardo Perez, pai de Antonio, dono do restaurante Salsa & Salsa e provavelmente o vilão mais macho que já existiu, El Macho.

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Roteiro a cidade É Uma Só? – É uma reflexão sobre os 50 anos de Brasília, com foco na discussão sobre o processo permanente de exclusão territorial e social que uma parcela considerável da população do Distrito Federal sofre e de como essas pessoas restabelecem a ordem social no cotidiano. O ponto de partida é a chamada Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), que, em 1971, removeu os barracos que ocupavam os arredores da então jovem Brasília e fez surgir a cidade de Ceilândia. Direção: Adirley Queirós. ano: 2011. País: Brasil. Gênero: Documentário. Distribuidora: Vitrine Filmes. Previsão de estreia: 05/07. a Voz adormecida – Com o fim da Segunda Guerra Mundial e nos anos seguintes a Guerra Civil Espanhola, Pepita vai do interior para Madri ficar perto da irmã Hortênsia, que está grávida e presa pelo regime franquista. Direção: Benito Zambrano. ano: 2011. País: Espanha. Gênero: Drama. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 12/07. Branca de neve – É a versão original do popular conto infantil dos irmãos Grimm, ambientada na Espanha da década de 1920. Branca de Neve é Carmen (Macarena García), uma bela jovem com uma infância atormentada por sua terrível madrasta, Encarna (Maribel Verdú). Para fugir de seu passado, Carmen vai realizar uma viagem emocionante acompanhada por seus novos amigos: uma trupe de anões toureiros. Direção: Pablo Berger. ano: 2012. País: Bélgica / Espanha / França. Gênero: Drama. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 05/07. Butter – Em uma pequena cidade de Iowa, uma menina adotada descobre seu talento para esculturas feitas com manteiga, mas se vê diante de uma ambiciosa mulher que participa do concurso anual do lugar. Direção: Jim Field Smith. ano: 2011. País: Estados Unidos. Gênero: Comédia. Distribuidora: Europa Filmes. Previsão de estreia: 19/07. corda Bamba – Maria (Bia Goldenstein) é uma menina de dez anos criada no circo pelos pais equilibristas. Quando se vê obrigada a ir morar com a avó na cidade grande, começa a ter dificuldades para lembrar do seu passado. Da janela de seu quarto, uma corda bamba é a conexão entre o real e o imaginário que a faz recuperar as lembranças e seguir adiante. Direção: Eduardo Goldenstein. ano: 2011. País: Brasil. Gênero: Drama. Distribuidora: Copacabana Filmes. Previsão de estreia: 05/07. Divulgação

Divulgação

Judia cobre julgamento de nazista em Hannah

entre Vales – Vicente é economista, pai de Caio e marido de Marina, uma dedicada dentista. Ele tem uma vida comum em casa e no trabalho até que uma perda seguida da outra o levam a assumir outra identidade, passando a viver em um lixão, ao lado de outros catadores. Direção: Philippe Barcinski. ano: 2012. País: Brasil. Gênero: Drama. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 12/07. Hannah arendt – Dois jornalistas judeus chegam aos Estados Unidos como refugiados de um campo de concentração nazista. Nessa nova terra, vão buscar novas oportunidades e uma delas é curiosa: viajar até Israel para cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker. Direção: Margarethe Von Trotta. ano: 2012. País: Alemanha / França / Luxemburgo. Gênero: Drama. Distribuidora: Esfera Filmes. Previsão de estreia: 05/07. O casamento do ano – Casal divorciado há anos finge estar junto em casamento no qual toda a família estará presente. Direção: Justin Zackham. ano: 2012. País: Estados Unidos. Gênero: Comédia. Distribuidora: Imagem Filmes. Previsão de estreia: 19/07. O cavaleiro Solitário – Tonto (Johnny Depp), o espírito guerreiro nativo americano, narra as histórias não contadas que transformaram John Reid (Armie Hammer) em uma lenda da justiça. Reid é um homem da lei deixado para morrer após uma emboscada ao lado de cinco patrulheiros do Texas. Encontrado e tratado pelo índio Tonto, ele passa a usar a máscara do Cavaleiro Solitário para vingar o assassinato de seus companheiros e aplicar a justiça nas terras sem lei. Direção: Gore Verbinski. ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Aventura. Distribuidora: Disney. Previsão de estreia: 12/07. O concurso – Quatro finalistas para uma vaga de juiz federal se conhecem e ficam amigos. Durante o fim de semana antes da prova, em vez de descansarem, envolvem–se em situações hilárias e inimagináveis. Direção: Pedro Vasconcelos. ano: 2013. País: Brasil. Gênero: Comédia. Distribuidora: Downtown Filmes / Paris Filmes / RioFilme. Previsão de estreia: 19/07.

Johnny Depp é estrela de O Cavaleiro Solitário 88

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O Homem da Lua – A chegada de um homem vindo da Lua (Katharina Thalbach) atrapalha os planos do Presidente (Ulrich Tukur), que acaba de conquistar o último pedaço da Terra que ainda não era seu.


Roteiro Divulgação

Direção: Sarah Clara Weber, Stephan Schesch. ano: 2012. País: Alemanha / França / Irlanda. gênero: Animação. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 19/07. O Homem de aço – Clark Kent/ Kal–El (Henry Cavill) é um jovem jornalista, nascido no planeta Krypton. Adotado na Terra por Martha (Diane Lane) e Jonathan Kent (Kevin Costner), ele vive atormentado, procurando uma razão para sua existência como terráqueo, uma forma de utilizar seus superpoderes para ajudar a humanidade a viver em paz e proteger sua família. Direção: Zack Snyder. ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Ação. Distribuidora: Warner Bros. Previsão de estreia: 12/07. Os escolhidos – Depois de sofrer eventos perturbadores, a pacífica família Barret percebe que uma força terrível e mortal a está perseguindo. Direção: Scott Charles Stewart. ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Terror. Distribuidora: Imagem Filmes. Previsão de estreia: 05/07. Pelos Olhos de maisie – Em Nova Iorque, Maisie (Onata Aprile), uma menina de sete anos, fica em meio à batalha judicial por sua custódia. Depois do divórcio, a veterana estrela do rock Susanna (Julianne Moore) e o curador Beale (Steve Coogan) brigam pela guarda da filha. Direção: David Siegel, Scott McGehee. ano: 2012. País: Estados Unidos. Gênero: Drama. Previsão de estreia: 26/07. Simplesmente uma mulher – Depois de terminar um relacionamento, Marilyn (Sienna Miller) decide participar de um concurso de dança do ventre com a sua melhor amiga, Mona (Golshifteh Farahani). As duas embarcam em uma viagem de autoconhecimento e transformação. Direção: Rachid Bouchareb. ano: 2012. País: Estados Unidos / França / Reino Unido. Gênero: Drama. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 19/07. Tese Sobre Um Homicídio – Roberto (Ricardo Darín) é um advogado criminal que dá aulas em uma faculdade de Direito. Ele defende que um crime é revelado por meio dos detalhes. Entre seus alunos está Gonzalo (Alberto Amman), um arrogante jovem que o desafia com jogos retóricos. Paralelamente, a jovem que trabalhava no café em frente da faculdade é brutalmente assassinada e o criminoso deixa uma mensagem: “Morte a mulheres como ela”. Um dos primeiros a chegar na cena do crime, Roberto passa a analisar cada detalhe, assim como seu esperto aluno, e se concentra na irmã da vítima, Laura (Calu Rivero). DiDivulgação

Clark Kent está de volta em O Homem de Aço

reção: Hernán Goldfrid. ano: 2013. País: Argentina / Espanha. Gênero: Suspense. Distribuidora: Califórnia Filmes. Previsão de estreia: 26/07. Turbo – Turbo é um caracol que sonha em ser o mais rápido do mundo, assim como seu herói, Guy Gagne, cinco vezes campeão das 500 Milhas de Indianápolis. Sua obsessão pela velocidade é motivo de vergonha para seu irmão Chet. Até que um acidente acontece na vida de Turbo, que pode, enfim, realizar seu desejo. Direção: David Soren. Ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Animação. Distribuidora: Fox Film. Previsão de estreia: 19/07. Truque de mestre – Agentes do FBI acompanham um grupo de ilusionistas peculiar: eles fazem assaltos a banco durante suas performances e distribuem o dinheiro para o público. Direção: Louis Leterrier. ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Suspense. Distribuidora: Paris Filmes. Previsão de estreia: 05/07. Uma Dama em Paris – Anne (Laine Mägi) é contratada para cuidar da idosa Frida (Jeanne Moreau), que mora há anos em Paris. Ela é mal acolhida por Frida, que não quer ser ajudada e só pensa em conquistar novamente Stéphane (Patrick Pineau), seu antigo amante. Juntas, elas descobrem a amizade e o prazer de se sentirem novamente sedutoras. Direção: Ilmar Raag. ano: 2012. País: Bélgica / França / Estônia. Gênero: Drama. Distribuidora: Esfera Filmes. Previsão de estreia: 19/07. Wolverine – imortal – O longa mostra a viagem de Logan (Hugh Jackman) ao Japão, o encontro do amor nos braços de Mariko Yashida (Tao Okamoto) e a necessidade do herói de enfrentar sua selvageria interior. Direção: James Mangold. ano: 2013. País: Estados Unidos. Gênero: Ação. Distribuidora: Fox Film. Previsão de estreia: 26/07.

Zafara fala da amizade entre menino e girafa

Zafara – Após fugir de um traficante de escravos, o jovem Maki faz amizade com a girafa Zarafa e embarca em diversas aventuras. Direção: Jean–Christophe Lie, Rémi Bezançon. ano: 2011. País: Bélgica/ França. Gênero: Animação. Distribuidora: Imovision. Previsão de estreia: 05/07. Julho 2013 | Revista Avenida | 89


Roteiro GaSTROnOmia aLemÃ

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armazém do alemão – Serve pratos típicos da Alemanha e, para acompanhar, os clientes podem escolher uma cerveja na vasta carta da casa. O prato mais famoso, entretanto, é o filé à parmegiana. A versão mini do prato vem acompanhada de arroz, serve três pessoas e custa R$ 132. Gasto médio: de R$ 65 a R$ 70 por pessoa. Av. Juriti, 651 – Moema – Sul. Telefone: 5052–8333. Aceita os cartões Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass e Visa Vale. Aceita cheques sob consulta. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Possui cadeirões para bebês. 170 lugares. Quando: de terça a sexta das 12h às 15h e das 18h às 24h; sábado das 12h às 0h; domingos e feriados das 12h às 22h. caverna Bugre – O restaurante serve há 63 anos um menu em que constam especialidades alemãs. O carro–chefe é o filé alpino: mignon frito gratinado com copa, Catupiry, provolone e molho inglês, e servido com arroz branco. O prato custa R$ 77,60 e serve duas pessoas. Gasto médio: de R$ 40 a R$ 50 por pessoa. R. Teodoro Sampaio, 334 – Pinheiros – Oeste. Telefone: 3085–6984. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass e Visa Vale. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Não aceita reservas aos domingos. Tem ar condicionado. Não tem mesas ao ar livre. 54 lugares. Quando: de segunda a quinta das 11h30 às 15h30 e das 18h às 23h30; sexta das 11h30 às 15h30 e das 18h às 0h; sábado: das 11h30 às 24h; domingo das 11h30 às 21h. Lukullus – A casa é especializada na culinária alemã e só trabalha com buffet com preço fechado, que custa R$ 46,70 aos fins de semana e feriados. São mais de 25 pratos, dentre os quais se destaca os salsichões. A outra curiosidade é a panificadora prórpia que produz pães tipicamente alemães. Gasto médio: R$ 55 por pessoa. R. Alexandre Dumas, 1.541 – Chácara Santo Antônio – Sul. Telefone: 5181–1692.Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição, Visa Vale. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem conexão Wi–Fi. Tem 90 lugares. Quando: de segunda a sexta das 11h30 às 15h; sábado e domingo das 11h30 às 17h.

caRneS

arcos da cantareira – O principal prato da churrascaria e pizzaria, que trabalha com sistema a la carte, é o Filé Arcos: mignon grelhado recheado com catupiry, molho madeira, champignon e aspargos, acompanhado de arroz e batata soutê. A casa oferece jantar dançante às sextas e, aos sábados, música ao vivo. Gasto médio: R$ 45 por pessoa. Av. Nova Cantareira, 3297 – Barro Branco – Norte. Telefone: 2204–0963. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita tíquete Visa Vale. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem música ao vivo. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão Wi–Fi. Possui cadeirões para bebês. Valet: grátis. 350 lugares. Quando: de domingo a quinta das 11h30 às 23h30; sexta e sábado das 11h30 à 0h30. Búfalo Grill – O rodízio serve cerca de 20 cortes, com destaque para a picanha, fraldinha e alcatra. No bufê, há opções de salada e pratos quentes variados. O rodízio custa R$ 32,90 no jantar e R$ 49,90 no 90

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Culinária Germânica no Armazém do Alemão

almoço. Gasto médio: R$ 65 por pessoa. Av. Ver. José Diniz, 205 – Santo Amaro – Sul. Telefone: 5521–8556. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Cheque Cardápio, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição, Visa Vale, Sodexo Pass. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Valet: grátis. 380 lugares. Quando: de segunda a domingo das 12h às 23h30. La Recoleta Parrillav – As carnes servidas na casa, que não trabalha em sistema de rodízio, são trazidas da Argentina e do Uruguai. Os cortes são deiretentes dos tradicionais e seguem os padrões argentinos. O principal prato da casa é o La Recoleta, que é a parte mais nobre do corte ancho, retirado das quatro primeiras costelas, que é mais macio. A porção “eles” do prato custa R$ 89 e serve duas pessoas. Para as crianças, o diferencial é uma casa na árvore com monitor que fica aberta aos fins de semana e feriados. Gasto médio: entre R$ 60 e R$ 100. R. Caiubi, 155 – Perdizes – Oeste. Telefone: 2506–8007. Aceita os cartões Amex, Diners, Hipercard, MasterCard, Visa. Não aceita tíquete. Não aceita cheques. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem rede Wi–Fi. Valet: R$ 18. 170 lugares. Quando: terça a sexta das 12h às 15h30 e das 19h às 23h; sábado das 12h às 0h; domingos e feriados das 12h às 17h.

cOnTemPORÂnea

Via castelli – Localizado há 35 anos no bairro de Higienópolis, o Restaurante Via Castelli conserva em seu interior elementos da natureza que resistem ao tempo, como uma jaqueira centenária no salão principal para criar um ambiente rústico e acolhedor. O menu à la carte oferece de grelhados e frutos do mar. Um dos destaques é a Picanha Via Castelli, flambada ao vinho tinto com pimenta dedo de moça e acompanhada de risoto de coração de alcachofra. Gasto médio: R$ 70. Rua Martinico Prado, 341– Higienópolis – Centro. Telefone: 3662–2999. Aceita os cartões Amex, Diners, Cielo, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão Wi–Fi. 180 lugares. estacionamento: R$ 10. Quando: de segunda à sexta–feira, das 12h às 15h30 e das 18h a 00h30; aos sábados, domingos e feriados das 11h30 à 00h30.


Roteiro guilherme kastner

W Restaurante – O espaço da casa recém–inaugurada lembra uma charmosa casa de vidro com pé-direito alto e decoração sofisticada incluindo sofás, obras de arte, iluminação indireta e luz de velas. No cardápio, pratos bem servidos e criativos dão diversas opções ao cliente. Um dos destaques é o filé mignon com queijo ementhal acompanhado de risoto de limão siciliano. Dentre as sobremesas, vale a pena provar o brigadeiro de colher. Gasto médio: R$ 60 por pessoa. Rua Campos Bicudo, 141 – Itaim Bibi – Zona Sul. Telefone: 3167–1034. Aceita os cartões: Amex, Mastercard e Visa. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão Wi–Fi. 80 lugares. estacionamento: R$ 18. Quando: de terça a sábado das 12h ao último cliente; domingo e segunda das 12h às 16h.

cOmiDa RÁPiDa

applebee’s – O principal prato da casa são as costelinhas de porco servidas com molho barbecue, batata frita e espiga de milho. A maior versão da especialidade serve duas pessoas e custa R$ 44,90. Entre as sobremesas, destaca–se a torta de maçã servida em chapa quente com sorvete de creme e calda de caramelo. Gasto médio: R$ 55 por pessoa. Al. dos Arapanés, 508 – Indianópolis – Sul. Telefone: 5051–1946. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes SodexoPass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição, Visa Vale. Não aceita cartões com bandeira Elo. Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão Wi–Fi. 200 lugares. Valet: R$ 15. Quando: de domingo à quinta–feira das 12h às 0h; sexta e sábado: 12h à 1h. Viena – Tradicional rede de comida rápida, almoço serve um concorrido bufê com opções variadas, com pratos quentes e saladas. Também há a opção de serviço à la carte, o destaque é o strognoff de frango. Gasto médio: R$ 40 por pessoa. Pça. Leonor Kaupa, 100, 1º piso – Bosque da Saúde – Sul. Telefone: 5073–1929.Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Cheque Cardápio, Plan Vale Refeição, SodexoPass, Ticket Restaurante Eletrônico, Visa Vale. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Não aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem mesas ao ar livre. Tem rede Wi–Fi. 68 lugares. estacionamento: R$ 4,20 por hora. Quando: segunda a sexta das 11h30 às 15h30 e das 18h30 às 22h15; sábado das 11h30 às 22h30; domingo das 12h às 22h.

DOceRia

amor aos Pedaços – Serve bolos, tortas, sorvetes, docinhos, salgados e cafés. Os bolos, tortas e sorvetes são vendidos por fatia ou inteiros. Até outubro, as vitrines das mais de 60 lojas da rede estarão repletas de receitas preparadas especialmente com a fruta ícone do inverno: o morango. O carro–chefe do Festival do Morango 2013 é o Bolo Floral, bolo de chocolate recheado com camadas de creme trufado, massa biscuit e morangos, com calda de chocolate, cobertura de doce de leite e morangos. Cem gramas do doce saem por R$10,50. R. Loefgreen, 1560 – Vila Clementino – Sul. Telefone: 5084–4392. Aceita todos os cartões. Faz entrega em domicílio. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão Wi–Fi. Estacionamento no local. Quando: de segunda a domingo das 9h às 21h.

iTaLiana

abruzzi – Um dos pratos preferidos dos frequentadores da casa é a porção individual do tortelli de abóbora ao molho funghi sechi acompanhado de escalope ao vinho Marsalla. Gasto médio: R$ 65 por pessoa. R. Traipu, 145 – Pacaembu – Oeste. Telefone: 3822–2052. Aceita os

Brigadeiro de colher é especialidade do W

cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Ticket Restaurante Eletrônico, Visa Vale. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio aos fins de semana. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. 80 lugares. Quando: segunda a sexta das 11h30 às 15h e das 18h às 23h; sábado, domingo e feriado das 11h às 0h. cantina arancini – O estabelecimento reproduz a hospitalidade dos almoços na casa da nona e oferece um cardápio com pratos típicos da região da Sicília e de Bolonha. Um dos maiores sucessos da casa é a fondue queijos gratinados servido no pão italiano, a receita é guardada a sete chaves. Gasto médio: R$ 45 por pessoa. Av. João Carlos da Silva Borges, 1211 – Chácara Santo Antonio – Zona Sul. Telefone: 5641–9774. Aceita os cartões Amex, Visa, Master e Diners. Aceita os tíquetes TR e Vale–Refeição. Faz entrega em domicílio. Aceita reserva. 72 lugares. Quando: terça, quinta e sexta das 11h40 às 15h e das 18h30 às 23h; quarta das 11h40 às 15h; sábados e feriados das 12h às 23h30; domingo das 12h às 17h. cantina do mário – Durante a semana a casa ofereceum bufê para o almoço com massas, pizzas, saladas, carnes grelhadas e salada de frutas, a R$ 25 por pessoa. Entre os pratos à la carte o destaque é o filé à parmegiana, servido com batata frita e arroz, cujo preço é R$ 68 e a porção serve duas pessoas. Gasto médio: R$ 31 por pessoa. Pça. Min. Fagundes Almeida, 32, 1º andar – Vila Monumento – Sul. Telefone: 2063–7094.Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes SodexoPass, Ticket Restaurante Eletrônico, Visa Vale. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem acesso para deficientes. Possui cadeirões para bebês e fraldário. 180 lugares. estacionamento: R$ 8 para 2 horas, na r. Paulo Bregaro, 238 – convênio. Quando: segunda a sexta das 11h às 15h e das 17h30 às 0h; sábado, domingo e feriado das 11h às 0h. circolo italiano – Oferece pratos da tradicional culinária italiana, uma das especialidades é o penne siciliano, servido com mussarela de búfala, berinjela e molho pomodoro em prato individual. Gasto médio: R$ 45. Av. Ipiranga, 344, 1º andar – República – Centro. Telefone: 2189–2900. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita tíquete Visa Vale. Aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem rede Wi–Fi. 150 lugares. Valet: R$ 20. Quando: de segunda a domingo das 11h30 às 15h30; quartas também das 19h às 23h. Julho 2013 | Revista Avenida | 91


Roteiro JaPOneSa

guilherme kastner

aizomê – Instalado em um discreto sobrado, é um restaurante japonês diferente. Não há combinado de sushi e sashimi, guioza ou yakisoba. O destaque da casa é o menu degustação, que muda todos os dias. Por R$ 180, o ciente prova sete pratos: duas entradas, sashimi, dois pratos principais, sushi e sobremesa. Gasto médio: R$ 200. Al. Fernão Cardim, 39 – Jardim Paulista – Sul. Telefone: 3251–5157. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Visa Vale. Aceita cheques. Aceita reservas. Tem ar condicionado. 46 lugares. estacionamento: R$ 10.Quando: de segunda a sexta, das 12h às 14h30 e das 18h30 às 23; sábado 18h30 às 23h. aoyama – A casa é a queridinha dos jovens descolados da capital. No rodízio são servidos desde pratos tradicionais a modernos e sofisticados. Gasto médio: R$ 80 por pessoa. R. Pe. João Manoel, 1069 – Jardim Paulista – Oeste. Telefone: 3062–0885. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Cheque Cardápio, Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico. Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. 100 lugares. Valet: R$ 20. Quando: de segunda a quinta das 12h às 15h e das 19h às 23h30; sexta das 12h às 15h e 19h à 0h30; sábado das 13h às 24h; domingo e feriado das 12h às 23h.

meXicana

Hecho en mexico – A casa é tipicamente mexicana, com bandeiras do México e fotos de luta livre do país. O diferencial da casa é o chili com carne, carne desfiada servida com feijão à moda mexicana e tortilla. Gasto médio: R$ 37 por pessoa. R. Dr. Renato Paes de Barros, 538 – Itaim Bibi – Oeste. Telefone: 3073–0833. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass, Vale–Refeição, Visa Vale. Não aceita cheques. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem conexão Wi–Fi. Tem mesas ao ar livre. 140 lugares. Valet: R$ 15. Quando: de segunda a sábado das 12h às 0h.

naTURaL

Lótus – Oferece cozinha vegetariana de influência oriental, refletida nos pratos quentes, como o yakisoba, guioza recheado de legumes e rolhinho primavera de folhas e legumes. Os pratos são cobrados por peso. Gasto médio: R$ 30,00 por pessoa. R. Brig. Tobias, 420 – Centro. Telefone: 3229–5696. Aceita os cartões Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Cheque Cardápio, Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição, Visa Vale. Não aceita cheques. Não faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficientes. 200 lugares. estacionamento: R$ 5 a 1ª hora e R$ 2 horas adicionais, no nº 360 – convênio. Quando: segunda a sábado das 11h30 às 15h.

PaDaRia

estalagem – Reunindo o que há de mais moderno e atual no segmento no bairro do Limão, a Estalagem não é apenas uma superpadaria de alto nível, mas uma casa gastronômica. A Estalagem oferece todas refeições: café da manhã, almoço, jantar e lanches para quem estiver com pressa. Av. Deputado Emílio Carlos, 380 – Limão – Norte. Telefone: 3858–0049. Aceita os cartões Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Cheque Cardápio, Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale–Refeição, Visa Vale. Aceita reservas. Tem acesso para deficientes. Tem conexão Wi–Fi. 400 lugares. estacionamento: grátis. Quando: de segunda a quinta das 6h às 0h; sextas, finais de semana e vésperas de feriado das 6h às 2h. 92

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Festival de sopas é sucesso na Villa Grano

maria Louca – A padaria é a queridinha dos moradores do Ipiranga. Durante o inverno, a casa oferece o Festival de Sopas, que custa 18,90 e conta com os sabores cappelletti in brodo, lentilha, palmito, abóbora com ervas, abóbora com gorgonzola, minestrone, parmesão, creme de legumes e canja. Por 28,90 de segunda a sexta, é possível incluir massas, salgados, pizzas, frios, doces e sucos à lista de opções. Rua dos Patriotas, 874 – Ipiranga – Sul. Telefone: 2219–7070. Aceita os cartões Mastercard, Visa, Amex e Dinners. Aceita os tíquetes Sodexo, VR Smart e Visa Vale. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficientes. Villa Grano – A super padaria que tem duas unidades na capital abre o mês de julho com o Festival de Sopas. Além do prato principal, o buffet conta com pães, frios, sucos e sobremesas, cada pessoa paga R$ 29,90. São mais cinco opções de sabores por dia, caldo verde, creme suíço e canja são as sopas fixas no cardápio. Rua Borges Lagoa, 371 – Vila Clementino – Sul. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, e Visa Vale. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficientes. 100 lugares. estacionamento: primeiros 45 minutos grátis. Quando: de segunda a domingo das 6h às 22h40.

SanDUÍcHeS

Lanchonete da cidade – A decoração lembra as lanchonetes americanas da década de 1960. O sanduíche mais pedido pelos frequentadores é o Bombom: hamburger de 220g de carne, levada ao ponto escolhido pelo cliente, servido com o molho de tomate Momô e pão Bossa Nova, especialidades da casa. O lanche pode ser complementado com queijo, cebola ou outros condimentos. Gasto médio: R$ 45. Av. Macuco, 355 – Indianópolis – Sul. Telefone: 3569–8252. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Aceita os tíquetes Sodexo Pass, Ticket Restaurante Eletrônico, Vale– Refeição, Visa Vale só no almoço durante a semana. Aceita cheques. Faz entrega em domicílio. Aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Não tem mesas ao ar livre. Tem conexão Wi–Fi. 140 lugares. Valet: R$ 20. Quando: de segunda a quinta das 12h às 15h e das 18h à 1h; sexta, sábado e feriado das 12h às 2h; domingo das 12h à 1h.


Roteiro TeaTRO

Programação sujeita a alterações sem aviso prévio Divulgação

100 Dicas para arranjar namorado – Baseada no livro homônimo, a peça mostra, em esquetes, dicas, toques e caminhos para que mulheres se saiam bem em seus relacionamentos afetivos. ingresso: de R$ 50 a R$ 60. Direção: Eduardo Figueiredo. Gênero: Comédia. Teatro Gazeta – Av. Paulista, 900 – Bela Vista – Centro. Telefone: 3253– 4102. Vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 680 lugares. Quando: sexta, às 23h; sábado, às 20h; e domingo às 18h, até 07/07. antes Só do que mal casado – A comédia, organizada em esquetes, trata de temas ligados a relacionamentos amorosos, como namoro, casamento, romances e crises. ingresso: R$ 40. Direção: Shane Morgan. Gênero: Comédia. Teatro Anhembi Morumbi – R. Dr. Almeida Lima, 1.176 – Mooca – Leste. Telefone: 2872–1457. Aceita os cartões Amex, Aura, Diners, Hipercard, MasterCard, Visa. Vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 750 lugares. Quando: sábado, às 21h; domingo, às 20h, até 28/07.

Musical sobre Tim Maia está de volta a São Paulo

estamira – Beira do mundo – O monólogo trata da história real de uma mulher descoberta no aterro sanitário do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Apesar do transtorno mental, a catadora de lixo com transtorno mental demonstra uma percepção de mundo surpreendente. ingresso: de R$ 3 a R$ 12. Direção: Beatriz Sayad. Gênero: Drama. Sesc Ipiranga – R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga – Sul. Telefone: 3340– 2000. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Não vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 30 lugares. Quando: sextas, às 21h30; sábados, às 19h30, até 27/7.

Tim maia – Vale Tudo, o musical – O espetáculo que retrata a vida de Tim Maia reestreia em São Paulo. A peça retrata toda vida do cantor, da adolescência no bairro carioca da Laranjeiras ao seu último show. No repertório, estão sucessos como Azul da Cor do Mar, Primavera e Vale Tudo. ingresso: de R$ 50 a R$ 120. Direção: João Fonseca. Gênero: Musical. Procópio Ferreira – R. Augusta, 2.823 – Cerqueira César – Sul. Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Vende ingresso pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Não tem local para comer. 662 lugares. Quando: sextas, às 21h30; sábados, às 17h e 21h; domingos, às 18h, até 25/08.

SHOWS

Programação sujeita a alterações sem aviso prévio

Hanson – O trio de irmãos canadenses que enlouqueceram as brasileiras na década de 1990 se apresenta em São Paulo. No repertório, estão as canção do álbum mais recente, Anthem World Tour. ingresso: de R$ 185 a R$ 370. Credicard Hall – Av. das Nações Unidas, 17.955 – Vila Almeida – Sul. Telefone: 4003–5588. Quando: 21/07, às 20h.

Divulgação

Só Pra contrariar – O grupo liderado por Alexandre Pires se reuniu para comemorar 25 anos de carreira. A turnê do show deve virar um DVD e o repertório reúne músicas inéditas e sucessos da carreira, como “É Bom Demais”, “Que se Chama Amor” e “Essa tal Liberdade”. ingresso: de R$ 70 a R$ 200. Credicard Hall – Av. das Nações Unidas, 17.955 – Vila Almeida – Sul. Telefone: 4003–5588. Quando: 04/07, às 21h30; 05 e 06/07, às 22h. Swing Fino – A banda de samba–rock se apresenta no Diquinta no último fim de semana do mês. Com sete anos de formação, o grupo é influenciado e traz no repertório sucessos de Jorge Ben Jor, Tim Maia, Funk Como Le Gusta e Seu Jorge. O show também inclui composições próprias, como a música Ela não é mais do Black, hit no Youtube. ingresso: de R$15 a R$ 50. Diquinta – Rua Baumann, 1.435 – Vila Leopoldina – Oeste. Telefone: 5505–3229. Quando: 27/09, às 21h. Thiaguinho – O ex–vocalista do Exaltasamba mostra “Ousadia e Alegria”, seu álbum solo. Temas como “Sou o Cara Pra Você”, “Buquê de

Banda Swing Fino se apresenta no Diquinta

Flores”, “Leite Condensado” e a canção que dá nome ao disco estão no repertório. ingresso: de R$ 50 a R$ 140. Club A – Av. Nações Unidas, 12.559, piso C – Vila Cordeiro – Sul. Telefone: 3043–8343. Quando: todas as terças de julho, a partir das 0h30. Julho 2013 | Revista Avenida | 93



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Cultura LiVROS A biografia do ex-Chefe da Casa Civil José Dirceu foi o livro de não ficção mais vendido e tomou a ponta do best-seller “Eu Não Consigo Emagrecer”. “Inferno - Uma Nova Aventura de Robert Langdon”, de Dan Brown, segue na liderança entre as obras de ficção. Quem também segue imbatível no topo, desta vez na categoria auto-ajuda, é “Kairós - o Tempo de Deus” do Padre Marcelo Rossi.

os mais vendidos FICÇÃO “Inferno - Uma Nova Aventura de Robert Langdon”, Arqueiro

1º 2º

“Para Sempre Sua”, Schwarcz

“O Silêncio Das Montanhas”, Editora Globo

“A Culpa É Das Estrelas”, Intrínseca

“Cinquenta Tons de Cinza”, Intrínseca

NÃO FICÇÃO “Dirceu – A Biografia”, Record

1º 2º

“Eu Não Consigo Emagrecer - a Dieta Francesa Que Conquistou Mais de 30 Milhões de Leitores”, Best Seller

“Holocausto Brasileiro - Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”, Geração

“Uma Prova do Céu - A Jornada de Um Neurocirurgião À Vida Após A Morte”, Sextante

“O Método Dukan - Ilustrado - Eu Não Consigo Emagrecer”, Best Seller

“Um Gato de Rua Chamado Bob - A História da Amizade Entre Um Homem e Seu Gato”, Novo Conceito

“Casagrande e Seus Demônios”, Editora Globo

“O Lado Bom da Vida”, Intrínseca

“Cinquenta Tons de Liberdade”, Intrínseca

“Cinquenta Tons Mais Escuros”, Intrínseca

“De Bem Com o Espelho Automaquiagem Por Alice Salazar”, Belas Letras

“A Guerra dos Tronos - As Crônicas de Gelo e Fogo - Vol. 1”, Leya

“Lobão - Manifesto do Nada na Terra do Nunca”, Nova Fronteira

10º

“Entre o Agora e o Nunca”, Objetiva

10º

“Subliminar - Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas”, Zahar

98

| Revista Avenida | Julho 2013

AUTO AJUDA “Kairós – o Tempo de Deus”, Editora Globo

1º 2º

“Casamento Blindado – o Seu Casamento À Prova de Divórcio”, Thomas Nelson

“Só o Amor Consegue – Brochura”, Vida e Consciência

“Louco Por Viver - Desperte A Sua Paixão Pela Vida”, Editora Gente

“O Monge e o Executivo - Uma História Sobre a Essência da Liderança”, Sextante

“Você Pode Curar Sua Vida”, Best Seller

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“Nietzsche Para Estressados - 99 Doses de Filosofia Para Despertar a Mente e Combater As Preocupações”, Sextante

“O Poder do Agora”, Sextante

10º

“Encantadores de Vidas”, Record

Fonte: Livraria Saraiva, período entre 17 e 23/06/2013




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